Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRO
DU
ÇÃO
E ali está sua arte pronta, com um texto criativo estrategicamente
eficiente. Mas, eis que passa despercebido algo que pode gritar
mais alto que a excelência do seu trabalho, arriscando colocar tudo
a perder: um erro gramatical!
Uma crase que não existe, uma vírgula no lugar errado alterando
a intenção da mensagem, um verbo mal conjugado, uma palavra
escrita errada... Acredite, já é o bastante para acabar não só com o
job, mas também com a sua credibilidade.
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 2
ÍN
DI
CE
Adequação linguística.
Navegando conforme a onda.
04
TOP 10 erros ortográficos.
Chamam mais atenção que feijão no dente, ou seje, cuidado!
06
TOP 10 erros de concordância gramatical.
Eu crio, tu aprovas, ele altera, nós choramos.
13
TOP 10 erros de regência gramatical.
Cuidado para não mudar o sentido da frase!
20
10 dicas finais de coerência textual.
Clareza, objetividade e uso correto da pontuação.
27
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 3
ADEQUAÇÃO
LINGUÍSTICA.
Navegando conforme a onda.
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 4
Gerente
Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo?
Cliente
Estou interessado em financiamento
para compra de veículo.
Gerente
Nós dispomos de várias modalidades
de crédito. O senhor é nosso cliente?
Cliente
Sou Júlio César Fontoura, também
sou funcionário do banco.
Gerente
Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena!
Cê tá em Brasília? Pensei que você inda
tivesse na agência de Uberlândia! Passa
aqui pra gente conversar com calma.
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 5
TOP10 ERROS
ORTOGRÁFICOS.
TOP ERROS 10
ORTOGRÁFICOS.
Chamam mais atenção que feijão no dente,
ou seje, cuidado!
1. “Mas” ou “Mais”?
“Mas”, sem a vogal “i”, é uma conjunção adversativa, a qual
expressa oposição, limitação. Pode ser substituída por “contudo”,
“porém” e “todavia”.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 7
2. “Agente” ou “a gente”?
“Agente” é um substantivo comum referente a uma profissão.
Exemplo:
3. “Menos” ou “Menas”?
“Menos”, contrário de mais, não tem forma feminina, portanto,
nunca será “menas”!
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 8
4. “Afim” ou “a fim”?
“Afim” junto é um adjetivo usado para expressar afinidade, mais
usado no plural.
Exemplo:
5. “Mal” ou “Mau”?
“Mau”, é o contrário de bem.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 9
6. “Onde” ou “Aonde”?
“Onde” é um advérbio de lugar que não pede preposição por não
expressar ideia de movimento.
Exemplo:
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 10
8. “Porque”, “porquê”, “por que” ou “por quê”?
“Porque” junto e sem acento é uma conjunção que indica causa,
motivo, justificativa ou explicação.
Exemplo:
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 11
9. “Alto” ou “auto”?
“Alto” com “l” é o contrário de baixo.
Exemplo:
“Se não” equivale a “do contrário”, “com exceção de”, “a não ser”.
automóvel.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 12
TOP10 ERROS DE
CONCORDÂNCIA
GRAMATICAL.
TOP ERROS DE 10
CONCORDÂNCIA
GRAMATICAL.
Eu crio, tu aprovas, ele altera,
nós choramos.
1. “Obrigado” ou “Obrigada”?
É uma expressão de agradecimento que concorda com o gênero do
locutor, ou seja, gênero feminino fala “obrigada” e gênero masculino
fala “obrigado”.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 14
2. “Para eu” ou “para mim”?
Para saber quando usar um ou outro, lembre-se que “eu” é um
pronome pessoal reto, portanto, assume o papel de sujeito da
oração, seguido de um verbo no infinitivo. “Mim” é um pronome
oblíquo e assume o papel de um objeto indireto dentro da oração.
Exemplo:
3. “Meio” ou “meia”?
“Meio” quando é advérbio, não aceita variações (plural e gênero).
Deve ser usado para indicar pouca quantidade. Mas também pode
ser um numeral fracionário.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 15
4. “Anexo”, “anexa” ou “em anexo”?
A palavra “anexo” é um adjetivo, caracteriza um substantivo,
portanto deve concordar com ele em gênero e também em número.
Exemplo:
5. “Bastante” ou “bastantes”?
Para saber se a palavra “bastante” sofre variação ou não, é preciso
antes conseguir classificá-la:
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 16
6. “Em domicílio” ou “a domicílio”?
“Em domicílio” é uma expressão que deve ser usada quando o
verbo é estático, como: entregar, fazer, cortar, dar, etc. Portanto,
entregas serão sempre “em domicílio” e não “a domicílios”, como
erroneamente deixam passar em várias propagandas de deliveries.
Exemplo:
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 17
8. “Em nível de” ou “a nível de”?
“Em nível de” é usado quando for equivalente a sentido de âmbito,
status.
Exemplo:
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 18
10. “Meio dia e meio” ou “meio dia e meia”?
“Meio dia e meia (hora)” é a forma correta, pois nessa expressão
a palavra “meio” assume função de adjetivo, sendo variável,
concordando com o substantivo. “Meio” só fica invariável quando é
usado como um advérbio de intensidade, o que não é o caso nessa
expressão.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 19
TOP10 ERROS DE
DE REGÊNCIA
GRAMATICAL.
TOP ERROS 10
DE REGÊNCIA
GRAMATICAL.
Cuidado para não mudar
o sentido da frase!
1. “Há” ou “a”?
“Há” é o passado do verbo haver.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 21
2. “Perca” ou “perda”?
“Perca”, do verbo “perder”, pode aparecer como flexão do presente
do subjuntivo na 1ª ou 3ª pessoa do singular, ou como flexão do
presente imperativo na 3ª pessoa do singular.
Exemplo:
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 22
4. “Descriminar” ou “discriminar”?
“Descriminar” com o prefixo “des”, que corresponde a uma ação
contrária, equivale a retirar o crime, a descriminação, deixar de ser
crime.
Exemplo:
5. “Desapercebido” ou “despercebido”?
“Desapercebido” é sinônimo de desprovido, desprevenido.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 23
6. “Assistir a” ou “assistir” ?
“Assistir a”, usado quando tem o sentido de ver, é transitivo
indireto, por isso precisa da preposição “a”.
Exemplo:
7. “Faz” ou “fazem”?
O verbo “fazer” indicando tempo decorrido não vai para o plural,
fica na 3ª pessoa do singular.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 24
8. “Falta” ou “faltam”?
A regência de “faltar” deve sempre concordar com o responsável
pela ação do verbo.
Exemplo:
9. “ Precisa-se” ou “precisam-se”?
A regência correta de qualquer verbo que venha seguido de pronome
“se” mais uma preposição é no singular.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 25
10. “Retificar” ou “ratificar”?
O verbo “retificar” deve ser usado quando a intenção for corrigir
algo, tornar reto.
Exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 26
10 DICAS FINAIS
DE COERÊNCIA
TEXTUAL.
10 DICAS FINAIS
DE COERÊNCIA
TEXTUAL.
Clareza, objetividade e
uso correto da pontuação.
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 28
DICA 2: A objetividade é um ferramenta de
construção textual que ajuda a tornar a
mensagem eficiente.
Optar por construções objetivas ao invés de entrelinhas e
suposições é um estilo mais garantido de eficiência do marketing,
principalmente para quem está iniciando a desenvolver a habilidade
da escrita. Vá direto ao ponto. A pergunta a se fazer após reler
o que escreveu é: Está passando a mensagem que eu quero e
preciso?
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 29
DICA 4: Usar os conectivos certos para ligar
as ideias faz toda a diferença.
O texto, por menor que seja, precisa ter seus elementos bem
conectados. Desde a ideia até a execução da(s) frase(s). Para
isso, contamos com a ajuda dos conectivos, que são geralmente
conjunções, mas que também podem ser preposições e
complementos. Como, por exemplo, um “porém” ou um “mas” no
meio da oração, passando a ideia de contradição que se deseja.
Por vezes, até uma vírgula que omite esses conectores assumindo
esse papel na edição. Perceba a diferença nessas construções:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 30
DICA 5: Cuidado com as contradições!
Um texto coerente segue uma mesma lógica do início ao fim.
Portanto, cuidado para não associar elementos que contradigam
a mensagem central. A não ser quando existe uma estratégia de
marketing bem amadurecida por trás da construção.
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 31
DICA 6: Não fique repetindo as mesmas ideias
com palavras diferentes.
É o que se chama de Princípio da Não Tautologia, um vício na
linguagem escrita de repetir ao longo do texto a mesma ideia
usando palavras diferentes. Se já disse, está dito, ponto. Escolha a
melhor construção, com as palavras mais eficientes e diga de uma
só vez. Por exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 32
DICA 8: Use a pontuação a seu favor!
Uma vírgula no lugar certo faz toda a diferença! Assim como no
lugar errado estraga toda coerência do texto! E assim também é
com os outros sinais de pontuação. Conhecer as regras de uso
de pontuação lhe dá amplitude para usá-la a seu favor, de forma
estratégica, de acordo com seu propósito de comunicação.
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 33
- Isolar apostos, que são explicações que acrescentam algo sobre
o que foi citado anteriormente, por exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 34
- Separar adjuntos adverbiais (que indicam circunstâncias)
intercalados ou antecipados, por exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 35
- Entre nome e adjunto ou complemento, exemplo:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 36
- Para separar orações sindéticas em que o verbo vem antes da
conjunção, por exemplo:
A resposta é: alternativa b.
– Deixe-o ir!
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 37
- Para intercalar discursos diretos e indiretos, exemplo:
Tudo que ela queria era deitar naquela rede e... ali
mesmo acordar...
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 38
- Só se usa letra maiúscula após reticências quando for seguida de
uma nova ideia, mas quando apenas dá continuidade à ideia já em
desenvolvimento, usa-se letra minúscula, por exemplo:
CRASE
Antes de falar quando usar, vale lembrar que a crase sinaliza
uma contração da junção, geralmente, da preposição “a” com o
artigo “a”, mas também pode ocorrer entre a preposição “a” e os
pronomes “aquele” ou “aquela”. Portanto:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 39
A+A=À
A + AQUELE = ÀQUELE
A + AQUELA = ÀQUELA
Refrescando a memória:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 40
E quando usar a crase?
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 41
Agora, veja como ficaria se faltasse a coerência temporal nessa
construção:
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 42
Também é preciso cuidar para não deixar acontecer o oposto,
perfumar de forma inadequada. Se a ideia é séria, o perfume deve
ser discreto, que transmita essa seriedade. Se é formal, use um
perfume lúcido, que não fuja do estilo e objetivo. Exemplo de um
texto perfumado de forma adequada:
É isso aí...
Espero que tenha curtido esse conteúdo e que de fato possa lhe
ser útil!
Manual prático para escrever melhor (e não assassinar o português). / Rita Cerqueira 43
Material exclusivo para alunos do curso
REDAÇÃO CRIATIVA PARA DESIGNERS.
Conforme a Lei 9610/98 É proibida a cópia ou retransmissão
deste arquivo por qualquer meio sem a autorização expressa do autor.