COESÃO

Paulo Filipe Lacerda

Seu texto é
assim?
Ele precisa ser
assim

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Como?
Por meio da coesão
COESÃO
• DEFINIÇÃO
• Todo texto deve possuir uma amarração interna
que torne o leitor/ouvinte capaz de enxergar
nele um todo interligado, ou seja, um bloco
uniforme em que não haja rachaduras para que
o sentido não escape ao seu interlocutor.
• Sendo o sistema linguístico dividido em três
níveis (semântico, que trata do significado;
léxico-gramatical, que constitui o nível formal
do texto e o fonológico-ortográfico – o
expressivo), a coesão pode ser obtida em partes
pela gramática e pelo léxico. Isso ocorre porque
a escolha das palavras influencia no significado
que se deseja conferir ao texto, assim como a
função que ela exerce no contexto – a partir daí
é que se criam os significados que se deseja
produzir.
CONSTRUINDO A COESÃO
• Por isso, é preciso que o leitor domine a gramática de sua língua, trazendo consigo
uma “competência léxica que concerne tanto ao significado quanto aos valores que se
vinculam ao emprego dos termos” (MAINGUENEAU, 1996, p.43). Existem elementos
endógenos ao texto que o organizam e o fazem ter sentido. Esses elementos são a
coerência e a coesão.
• As regras de coesão concernem em particular aos encadeamentos locais, isto é, antes
de mais nada(sic) aos fenômenos de correferência (substituições léxicas ou
pronominais), de progressão temática (a distribuição dos elementos de sentidos novos
e dos elementos adquiridos), de justaposição entre as inferências de uma frase a
outra. Quanto à coerência, resulta de injunções mais globais, ligadas aos gêneros de
discurso (tragédia clássica, romance picaresco...), mas também aos tipos de sequências
(narração, argumentação, conversa...). Uma série de frases adquire um sentido global
se for identificada como o desenlace de uma narrativa ou uma cena de exposição numa
comédia, como um movimento de concessão numa dinâmica argumentativa, etc.
(MAINGUENEAU, 1996, p.43)
CONSTRUINDO A COESÃO
• As regras de coesão concernem em
particular aos encadeamentos locais,
isto é, aos fenômenos de
correferência (substituições léxicas ou
pronominais), de progressão
temática (a distribuição dos
elementos de sentidos novos e dos
elementos adquiridos), de
justaposição entre as inferências de
uma frase a outra.
COESÃO
Unindo o texto
Definindo
• Halliday e Hasan
(apud FÁVERO, 2009,
p.9) - “um conceito
semântico referente às
relações de sentido que
se estabelecem entre os
enunciados que
compõem o texto”.
Coesão referencial
• É aquela que visa a • 2 tipos:
estabelecer referências,
sendo o texto • Substituição
interpretado não por
seu sentido próprio, • Reiteração
mas por fazer
referência a alguma
coisa necessária a sua
interpretação.
Coesão por substituição

• Ocorre quando um
elemento textual é
retomado por um
elemento gramatical,
retomando-o (anáfora) ou
introduzindo-o em uma
sucessão (catáfora).
• Fazem essa função os
pronomes, os verbos, os
advérbios e os numerais.
 Exemplos

• “Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e

elas murcham.” (Dalton Trevisan).

• Os pais dos alunos que estiveram na reunião ficaram bastante satisfeitos com o

que lhes foi apresentado,

Coesão por reiteração
• Ocorre das seguintes formas:
• repetição do mesmo item lexical;
• sinônimos e hiperônimos;
• expressões nominais definidas;
• nomes genéricos.
Reiteração
Por repetição
• “O estádio estava lotado. Pessoas
não paravam de chegar ao estádio.”
• Nada me fará desanimar. Nada me
tirará a paz.
Sinônimos, hipônimos e
hiperônimos
• As pesquisas, até o momento, só foram
realizadas em animais como os macacos dos
laboratórios. O teste nos primatas consistia
em oferecer-lhes uma recompensa caso
conseguissem realizar uma ação pedida..
• Tomate e maçã estão mais baratos. As
frutas passaram por um período de alta.
• Animais têm sido um bom investimento
para crianças. Cachorros e gatos são os
preferidos.
Coesão recorrencial
• Ocorre quando há retomada de estruturas, mas tem por função levar adiante o
texto. Nela se busca articular uma informação nova (que ainda se acredita não ser
conhecida) a uma velha (já presente no texto). Ao contrário da reiteração que
mantém a informação já conhecida, a recorrência tem como objetivo fazer a
informação progredir.
• 4 formas:
• recorrência de termos;
• paralelismo;
• paráfrase;
• recursos fonológicos segmentais e suprassegmentais
Coesão recorrencial
Recorrência de termos Paralelismo

• Busca dar ênfase a uma informação • Mantém-se a mesma estrutura para

ou mesmo intensificá-la. apresentar informações novas.

• Pedreiro, • Eia! eia! eia!

pedreiro, pedreiro
esperando o trem/ que já vem, que já • Eia eletricidade, nervos doentes da Matéria!
vem, que já vem, que já vem”
• Eia telegrafia sem fios, simpatia metálica do
Inconsciente!
• Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
• Eia todo o passado dentro do presente!
(Fernando Pessoa)
Coesão por recursos fonológicos, segmentais e
suprassegmentais
Aliterações Assonâncias

• Vozes veladas, veludosas vozes, • Sou um mulato nato no sentido lato,

mulato democrático do litoral."
• Volúpias dos violões, vozes veladas,
• Vagam nos velhos vórtices velozes
• Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
Coesão sequencial
• Tem como função
fazer o texto
progredir; pode se
dar de forma
temporal ou por
conexão.
Coesão sequencial temporal
• Responsável pela localização dos enunciados no tempo; além disso, ela ordena de
forma relativa as características dos estados de coisas no mundo selecionado pela
sequência textual referida. Pode ser obtida por meio de verbos, numerais, expressões
de ordenação ou continuação das sequências temporais ou de advérbios.
• Ex: “Acordei cedo, levantei e saí”
• “Maria partiu antes que a briga começasse”.
• Veja como pode mudar a ênfase da ação ao mudar o advérbio:
• Viremos amanhã ao concerto.
• Amanhã viremos ao concerto
• Viremos ao concerto amanhã.
Sequenciação por conexão
• Ocorre por meio de conectivos, em
especial, as conjunções.
• Veja o exemplo ao lado.
• Qual a função das conjunções:
• E?
• Para?
• Se?