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COESÃO

Várias definições: Conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto / Articulação


entre as várias partes do texto / Elementos textuais responsáveis pelo encadeamento /
estruturação dos enunciados.

Várias palavras servem como conectivos:

Preposições: a, de, para, com, por, etc;


Conjunções: que, para que, quando, embora, mas, e, ou, etc;
Pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, que, o qual, etc;
Advérbios: aqui, aí, lá, assim, etc.

COESÃO REFERENCIAL:

Neste tipo de coesão, um componente da superfície textual faz referência a outro componente,
que, é claro, já ocorreu antes. Para esta referência são largamente empregados os pronomes
pessoais de terceira pessoa (retos e oblíquos), pronomes possessivos, demonstrativos,
indefinidos, interrogativos, relativos, diversos tipos de numerais, advérbios (aqui, ali, lá, aí),
artigos. Exemplo:

Durante o período da amamentação, a mãe ensina os segredos da sobrevivência ao seu


filhote e é ᶲ arremedada por ele. A baleiona salta, o filhote a imita. Ela bate a cauda, ele
também o faz. (Revista VEJA)

ela, a - retomam o termo baleiona, que, por sua vez, substitui o vocábulo mãe.
ele - retoma o termo filhote
ele também o faz - o retoma as ações de saltar, bater, que a mãe pratica.
Seu – se refere à mãe
ᶲ - símbolo que usamos quando ocorre uma elipse – uma supressão de um termo já dito no texto
e que não há necessidade de escrevê-lo novamente. No texto há uma elipse do pronome ela,
referindo-se à palavra mãe.

Dois tipos de referências:

Anafóricos: quando esses termos fazem referência a elementos anteriores, retomando-os para
dar continuidade ao sentido do texto.

Ex: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este
não briga com quem torce para outro time; aquele o faz.
Disso = fanáticos torcedores de futebol.
Este = Pedro
Aquele = André

Maria é excelente amiga. Ela sempre me deu provas disso.


Ela = Maria
Disso = ser excelente amiga

Catafóricos: quando fazem referência a elementos que ainda vão aparecer no texto.
Ex: Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e
passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele. O professor
era grande, gordo e silencioso, de ombros contraídos.
Seu, ele e dele = referem-se a professor – dito somente depois dos elementos coesivos

Só te desejo isto: que você não se esqueça de mim.

COESÃO POR ELIPSE

Ocorre quando há omissão de um item lexical recuperável pelo contexto. Ocorre com elementos
nominais, verbais e oracionais.

Ex. A oncocerose é uma doença típica de comunidades primitivas. Não foi desenvolvido ainda
nenhum medicamento ou tratamento que possibilite o restabelecimento da visão. φ Após ser
picado pelo mosquito, o parasita (agente da doença) cai na circulação sanguínea e passa a
provocar irritações oculares até a perda total da visão.

- Aonde você foi ontem?


- φ Á casa de Paulo.
- φ Sozinha?
- Não, φ com amigos.

(Deve ser usada apenas quando as relações semânticas forem muito claras para que não ocorra
ambiguidade).

COESÃO LEXICAL
É o uso de termos que retomam vocábulos ou expressões que já ocorreram, porque existem
entre eles traços semânticos semelhantes, até mesmo opostos. Neste caso temos a Reiteração
e a Substituição.

REITERAÇÃO: Repetição de expressões linguísticas que possuam o mesmo referente.


Ex.: A história de Porto Belo envolve invasão de aventureiros espanhóis, aventureiros ingleses e
aventureiros franceses, que procuraram portos naturais, portos seguros para proteger suas
embarcações de tempestades.

SUBSTITUIÇÃO: Mais ampla, pois pode se efetuar por meio de sinonímia, antonímia,
hiperonímia, hiponímia.

COESÃO POR CONECTIVOS:

Conectivos são palavras que sevem para estabelecer conexões entre outras palavras, para ligar
orações. (conjunções)

Principais tipos de conectivos:

1) os que marcam uma gradação numa série de argumentos orientada no sentido de uma
determinada conclusão:
a) os que indicam o argumento mais forte: até, mesmo, até mesmo, inclusive;
b) os que introduzem um argumento, deixando subentendida a existência de uma escala com
outros argumentos mais fortes: ao menos, pelo menos, no mínimo, no máximo, quando muito;
2) os que ligam argumentos em favor de uma mesma conclusão, ou incluir um elemento a mais
dentro de um conjunto qualquer: e, também, ainda, nem, não só ... mas também, tanto ... como,
além de, além disso, a par de;

3) os que introduzem argumentos que levam a conclusões opostas: ou, ou então, quer ... quer,
seja ... seja, caso contrário;
4) os que marcam uma relação de conclusão, isto é, que introduzem uma conclusão em
relação a dois (ou mais) enunciados anteriores: portanto, logo, por conseguinte, pois;

RECURSOS COESIVOS

Observe alguns dos recursos coesivos:

1. e, além de, além disso, ademais, ainda, bem como, também - acrescentam ideias, argumentos.
2. embora, não obstante, apesar de, a despeito de - estabelecem relação de concessão, de
resignação.
3. mas, porém, contudo, entretanto, no entanto - estabelecem oposição entre as ideias.
4. assim, dessa forma, portanto, desse modo, por fim, enfim - complementam e concluem ideias.
5. assim como, da mesma forma que, como, tal qual - estabelecem relação de comparação, de
semelhança.
6. de fato, realmente, é verdade que, evidentemente, obviamente, está claro que - fazem
constatações ou admitem um fato.
7. porque, devido a, em virtude de - introduzem explicações.
8. antes de mais nada, sobretudo, principalmente, especialmente - dão ênfase ou destaque a
algum fato ou ideia.
9. antes que, enquanto, depois que, quando, no momento em que - estabelecem relações de
temporalidade.
10. conforme, de acordo com - estabelecem relações de conformidade.

Bernardo tem 5 anos e gosta de saber tudo sobre lugares e países. Eu sou um pai coruja!
Assim, na primeira oportunidade, comprei-lhe um desses globos terrestres modernos. No
entanto, o garoto não lhe deu muita importância, quando apontei nele o Japão, o Brasil e muitos
outros países. Limitou-se a fazê-lo girar doidamente. Parece que a novidade não o atraiu. Girou
tanto o tal do globo que o desprendeu do suporte de metal. Logo se dispôs a sair jogando futebol
com ele, mas não permiti tal coisa. Consegui convencê-lo a ir destruir outro brinquedo: o
barulhento secador da mãe! E assim que me vi só, tranquei-me lá, no meu escritório, para
apreciar aquela nova e preciosa aquisição!
(Fernando Sabino – Adaptado)

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