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TEMPOS COMPOSTOS
CONCEITO
Os tempos verbais compostos são formados por locuções verbais que têm como auxiliares os verbos
ter e haver e como principal qualquer verbo no particípio. São eles:

PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO DO INDICATIVO


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal
no particípio, indicando fato que tem ocorrido com frequência ultimamente.
a) Eu tenho estudado demais ultimamente.
b) Todos nós nos temos esforçado para a empresa crescer.
c) Será que você tem tentado melhorar?

PRETÉRITO PERFEITO COMPOSTO DO SUBJUNTIVO


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal
no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido.
a) Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.
b) O meu desejo é que todos nós nos tenhamos esforçado para a empresa crescer.
c) Duvido de que ele tenha tentado melhorar.

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO DO INDICATIVO


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo simples.
a) Ontem, quando você foi ao ginásio, eu já tinha caminhado 6 km
b) Eu já tinha estudado no instituto, quando conheci Magali.
c) Eu tinha confiado naquele amigo que mentiu a mim.

PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO DO SUBJUNTIVO


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e
o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.
a) Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não tivesse trabalhado tanto.
b) Eu teria estudado no instituto, se não me tivesse mudado de cidade.
c) Eu teria confiado mais uma vez naquele amigo, se ele me tivesse prometido não me trair mais.
* Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase: Se eu
estudasse, aprenderia é completamente diferente de: Se eu tivesse estudado, teria aprendido.

FUTURO DO PRESENTE COMPOSTO DO INDICATIVO


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do
Indicativo.
a) Quando você chegar ao ginásio, eu já terei caminhado 6 km.
b) Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.
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FUTURO DO PRETÉRITO COMPOSTO DO INDICATIVO
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do
Indicativo.
a) Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não estivesse trabalhando tanto.
b) Eu teria estudado no instituto, se não me tivesse mudado de cidade.
c) Eu teria confiado mais uma vez naquele amigo, se ele me tivesse prometido não me trair mais.

FUTURO COMPOSTO DO SUBJUNTIVO


É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.
tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 km.

OBSERVE ALGUMAS FRASES:


— QUANDO VOCÊ CHEGAR À MINHA CASA, TELEFONAREI A OSVALDO.
— QUANDO VOCÊ CHEGAR À MINHA CASA, JÁ TEREI TELEFONADO A OSVALDO.

Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro


caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro
praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já".

AGORA OBSERVE ESTAS:


— QUANDO VOCÊ TIVER TERMINADO O TRABALHO, TELEFONAREI A OSVALDO.
— QUANDO VOCÊ TIVER TERMINADO O TRABALHO, JÁ TEREI TELEFONADO A OSVALDO.

Perceba que novamente o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No


primeiro caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo,
primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advérbio "já".

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PARALELISMO VERBAL NO IMPERFEITO
DO SUBjuntivo

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PARALELISMO VERBAL SUBJUNTIVO

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INFINITIVO PESSOAL
Que complicação é essa?
Fonte: http://veja.abril.com.br

“Li a seguinte frase em uma revista: ‘Para mantermos o casamento, começamos a fazer terapia’. Isso
está certo? Sempre achei que fosse ‘ Para manter o casamento, começamos a fazer terapia’. O
‘manter’ vai para o plural ou não vai?” (Giovanna Ferreira da Silva)
Com sua consulta, Giovanna abre um dos baús sem fundo do português, o do infinitivo pessoal. A
resposta à sua dúvida é simples: tanto faz, as duas formas estão corretas. Mas isso está longe de
esgotar o assunto, algo que seria impossível nos limites desta coluna. O infinitivo pessoal dá um
livro. Vamos falar aqui de algumas linhas gerais.
Quando se iniciou no estudo de português em Budapeste, anos antes de se refugiar no Brasil,
fugindo do nazismo, o erudito Paulo Rónai ficou mordido de ciúme. “A descoberta do infinitivo
pessoal foi uma surpresa e abalou-me bastante o orgulho patriótico, pois julgava-o uma riqueza
exclusiva do húngaro”, anotou ele num artigo de 1948, reproduzido no livro “Como aprendi o
português”.
Trata-se de uma riqueza compartilhada. O infinitivo pessoal é uma peculiaridade linguística
(chamada tecnicamente idiomatismo: termo ou expressão de uma língua, que não tem
correspondente em outra) que só existe no húngaro, no português e, dizem, em alguns dialetos
italianos. Há quem o encare com mau humor, considerando-o uma complicação maluca: caramba,
se é infinitivo, isto é, o “ponto morto” do verbo, como pode ser pessoal, ou seja, flexionado – não
existe uma contradição aí? Existe. Eis a beleza da coisa.
Muitas “leis” já foram formuladas pelos gramáticos sobre o assunto, mas umas não batem bem com
as outras e a maioria comporta exceções. Em vez de leis, é melhor falar em “tendências”, para usar
uma palavra do gramático Celso Cunha. Uma dessas tendências é a de flexionar o infinitivo quando,
regido de preposição, ele aparece antes da oração principal – justamente o caso apontado por
Giovanna. “Para mantermos, fizemos…”. A construção está perfeita, mas vale notar que também
estaria correta se o verbo não fosse flexionado: “Para manter, fizemos…”. No primeiro caso o verbo
“manter” tem um sujeito desinibido; no segundo, o praticante da ação (“nós”) é o mesmo no plano
lógico, mas se refugia atrás da impessoalidade, como se relutasse em se comprometer
sintaticamente.
Antes de prosseguir, convém lembrar que a flexão do infinitivo não se aplica nem à primeira nem à
terceira pessoa do singular, eu e ele. Dizemos “para eu fazer” e “para ele/ela fazer”. No singular,
apenas a segunda pessoa, tu, pode flexionar o infinitivo, como ocorre na bela canção “O quereres”,
de Caetano Veloso, que usa o infinitivo substantivado, aquele precedido de artigo: “O quereres e o
estares sempre a fim/ Do que em mim é de mim tão desigual…”.
Apesar da insistência quase didática do compositor baiano, há quem afirme equivocadamente que
o infinitivo pessoal só ocorre no plural. O erro, se não chega a ser perdoável, é compreensível. A
brasileiríssima substituição de tu por você – pronome que leva o verbo para a terceira pessoa do
singular – faz com que na língua do dia a dia o infinitivo pessoal costume se restringir mesmo ao
plural. Na quase totalidade dos casos, a nós e eles.

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Costuma ser boa política dar prioridade ao infinitivo não flexionado e só usar a flexão quando ela
for útil à clareza e, digamos, à “lógica” da frase. Isso ocorre nos casos em que seu sujeito não for o
mesmo da oração principal: “Viu televisão até seus olhos doerem”; “Desistiu da viagem por serem
precárias as condições da estrada”; “O forasteiro se admirou de vivermos nessas condições”.
Quando o sujeito do infinitivo é o mesmo da oração principal, a flexão costuma soar excessiva. Deve-
se evitar uma construção como “Estudamos para aprendermos”. Por incrível que pareça, alguns
gramáticos a defendem quando a ideia é enfatizar a ação de aprender e quem a pratica. Não me
parece um bom motivo para abrirmos mão da elegância, simplicidade e eufonia da forma
consagrada: “Estudamos para aprender”. Uma ressalva a tal tendência é justamente aquela
mencionada acima, a propósito da consulta de Giovanna: a do infinitivo que antecede a oração
principal.
As locuções verbais são uma prova de que o ouvido é bom juiz. Quando o infinitivo vem
acompanhado de um verbo auxiliar, soa mal demais a flexão. Diz-se “Nós vamos ficar em casa, mas
eles vão sair”, e nunca “Nós vamos ficarmos em casa, mas eles vão saírem”. Existem na literatura
alguns exemplos de flexão em tais casos, quando o verbo principal vem muito afastado do auxiliar
e o autor a julga necessária à clareza. Mas são exceções.
Eis algumas “tendências”. Há outras. O que acho importante destacar é a relativa liberdade que o
infinitivo pessoal nos concede.

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Infinitivo Pessoal e a gramática
Fonte: http://www.paulohernandes.pro.br

Este tema não é dos mais simples entre os fatos gramaticais da língua portuguesa. O infinitivo é
forma nominal do verbo e pode apresentar-se nas modalidades flexionada e não flexionada. A flexão
do infinitivo, quando correta, propicia clareza, elegância e concisão.
Alguns autores adotam, para essas formas, a nomenclatura de infinitivo pessoal e impessoal. O prof.
Hermínio de Campos Mello contesta esse uso alegando que tanto o infinitivo flexionado como o
não flexionado são pessoais, ou seja, referem-se a alguma pessoa gramatical. O mestre parece ter
razão quando se empregam flexões como "Vou caminhar amanhã", "Ela vai caminhar amanhã" ou
"Todos vão caminhar amanhã". Nestes exemplos, embora em sua forma não flexionada, ou seja,
"impessoal", o infinitivo relaciona-se sempre a uma das pessoas gramaticais.
O infinitivo flexionado é idiomatismo da língua portuguesa, ou seja, é fenômeno característico, típico
de nossa língua, embora não seja exclusivo dela. Tudo indica que se originou do imperfeito do
subjuntivo latino (hipótese de José Maria Rodrigues) e já aparece no primeiro documento conhecido
escrito em língua portuguesa, a "Cantiga da Ribeirinha”.
O infinitivo pode, pois, flexionar-se em todas as pessoas gramaticais: amar (eu), amares (tu), amar
(ele), amarmos (nós), amardes (vós), amarem (eles). Morficamente, o infinitivo flexionado é idêntico
ao futuro simples do subjuntivo nas conjugações verbais regulares. Distingue-se deste por encerrar
significado declarativo (afirmativo ou negativo: "Quero que os alunos tenham mais aulas de
Português para entenderem o infinitivo flexionado"), ao passo que o futuro do subjuntivo expressa
hipótese condicional (se eles entenderem) ou temporal (quando eles entenderem). Outros
exemplos de orações com o infinitivo flexionado: "Ao se aproximarem os professores, os alunos
levantaram-se", "As andorinhas vinham chegando em revoada até pousarem todas sobre a figueira"
e "Lembrou existirem emendas na ata da assembleia anterior".
- Leia agora algumas observações sobre o infinitivo:
a) O infinitivo será ou não flexionado quando a clareza assim o exigir. Ex.: "D. Amélia sofria com
aquela animosidade dentro de casa. Uma vez falou com o marido para sair, para procurar um lugar
para morarem em casa que fosse deles" (José Lins do Rego). Se o infinitivo não se flexionasse, os
sujeitos dos verbos assinalados seriam diferentes dos expressos nesses exemplos.
b) Certa ênfase de estilo pode justificar o emprego do infinitivo flexionado, como no exemplo: "As
mulheres cochilando nos quartos, os homens a caçoar e a rir na sonolência, a se espreguiçarem do
bom almoço pelas redes e cadeiras" (Dinah Silveira de Queiroz).
c) Cumpre não confundir o infinitivo flexionado com o futuro do subjuntivo. Assim, em "Se algum
dia caírem estas linhas sob os olhos de alguém, rirão..." (Ciro dos Anjos), tem-se flexão do futuro
do subjuntivo e não, do infinitivo.

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Infinitivo Pessoal
Quando flexiona?
Maria Teresa Piacentini

Para ir ou irem? Convém ir ou irmos? A chance de eles ganhar ou ganharem? Problemas a ser ou a
serem resolvidos? Têm sido muitas as perguntas dos leitores sobre o infinitivo, que é uma das três
formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o particípio. Por sua própria essência e natureza,
o infinitivo é uma expressão verbal que não comporta flexão – é o chamado infinitivo impessoal, que
não tem sujeito próprio e geralmente corresponde a um substantivo: Trabalhar é bom = o trabalho
é bom; amar é sofrer = o amor é sofrimento. No entanto, a língua portuguesa tem a peculiaridade
de poder (e às vezes dever) flexionar o infinitivo, que passa a ser chamado de infinitivo pessoal.
Flexionar quer dizer conjugar em todas as pessoas, por exemplo: vender, venderes, vender,
vendermos, venderem. Esse infinitivo pessoal, que apresenta um fato ou uma ação de modo geral,
está ligado a uma preposição – para ir, vontade de sair, interesse em ficar – ou a frases do tipo
"Convém / cumpre dizer; e é preciso / é bom / é necessário / é importante / é possível dizer...

O INFINITIVO FLEXIONA:
1. Quando tem sujeito claramente expresso, ou seja, quando o pronome pessoal ou substantivo
vem ao lado do infinitivo. É o único caso de flexão obrigatória:
― É melhor nós irmos embora já.
― Convém os idosos saírem em primeiro lugar.
2. Quando se refere a um sujeito não expresso que se quer dar a conhecer pela desinência verbal:
― Mencionei a intenção de vendermos a casa.
― É melhor sair agora. Está na hora de irmos embora.

FLEXÃO NÃO OBRIGATÓRIA


A flexão é desnecessária quando o sujeito do infinitivo é o mesmo que o sujeito ou objeto da oração
principal. Tendo sido expresso na primeira oração, o sujeito já está claro quem é, não precisando
figurar outra vez no mesmo período. Quando o sujeito não vem expresso ao lado do infinitivo, deve-
se recorrer à flexão somente em caso de ambiguidade. Observe nas frases abaixo que é muito mais
elegante a não flexão:
― Cometeram irregularidades só para agradar ao patrão.
― Convidou os colegas a participar do debate.
― Não temos interesse em adiar a decisão.
De qualquer maneira, é bom que se repita que quando não há sujeito expresso (em outros termos:
quando o substantivo ou o pronome pessoal vem antes da preposição) pode-se usar ou não o verbo
no plural – a opção dependerá do redator:
― Reuniram-se os escoteiros a fim de deliberar/deliberarem sobre o local do encontro.
― Todos discutiram uma forma de se proteger/protegerem dos abusos.
― O calendário obrigava os candidatos a se definir/definirem até 3 de julho.
― Estudantes auxiliam portadores de necessidades a ter/terem qualidade de vida.
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