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1. NOTÍCIA IV. A citação de datas, de quantidades e de fontes
específicas contribui para a imparcialidade do texto e
A notícia é um gênero textual jornalístico que busca
traz credibilidade à notícia.
comunicar um fato de interesse público, de forma
rápida e objetiva. Se uma notícia for contada de forma a) Somente as afirmações II e IV são verdadeiras.
exagerada ou sensacionalista, ela será considerada
b) Somente as afirmações I, II e IV são verdadeiras.
uma notícia alarmante ou “clicbait”.
c) Somente as afirmações I, II e III são verdadeiras.

d) Somente a afirmação III é verdadeira.


(G1 - IFSC 2017) Gabarito da segunda aplicação do
1
Enem 2016 é divulgado; uma questão é anulada e) Somente as afirmações I e II são verdadeiras.
Enem de dezembro ocorreu devido às ocupações de
locais de prova por movimentos estudantis. Inep
GABARITO LETRA [B]
divulgou respostas oficiais nesta quarta (7); nota final
sai em janeiro. [III] Incorreta: o autor usa predominantemente os verbos no
presente.
O gabarito oficial da segunda aplicação do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi
divulgado nesta quarta-feira (7), pelo Instituto
2. REPORTAGEM
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep). Uma das questões da prova de
A reportagem é um texto traz um assunto de interesse
ciências da natureza foi anulada, na prova de sábado,
público e aprofunda a discussão em torno dele. Esse
dia 3 de dezembro: é a 52 na prova amarela, 88 na
gênero pode fazer comparações, trazer falas de
rosa, 60 na azul e 58 na branca.
indivíduos relevantes para o fato e de especialistas no
A pergunta pedia que o candidato analisasse assunto. A reportagem não tem objetivo de mostrar a
quatro gráficos. De acordo com o Inep, embora não opinião do autor (repórter), mas pode expor a opinião
haja incorreções nos dados, "as escalas apresentadas dos indivíduos envolvidos no fato.
podem ter dificultado a visualização dos pontos
relativos à concentração de gases e assim, a partir de
(ENEM 2020) O ouro do século 21
um cálculo mais sofisticado, permitido uma segunda
interpretação por alguns participantes". Segundo o Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário,
órgão, a pergunta não será considerada no cálculo térbio e disprósio; hólmio, túlio e itérbio. Essa lista de
das proficiências. "Como a prova do Enem é baseada nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer
na Teoria de Resposta ao Item (TRI), a anulação não a escalação de um time de futebol, que ainda teria no
tem impacto no resultado final", afirma o comunicado banco de reservas lantânio, neodímio, praseodímio,
do Inep. európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais,
chamados de terras raras, fazem parte da vida de
Disponível em:
http://g1.globo.com/educacao/enem/2016/noticia/gabarito-da- quase todos os humanos do planeta. Chamados por
segunda-aplicacao-do-enem-2016-e-divulgado.ghtml. Acesso em muitos de “ouro do século 21”, “elementos do futuro”
10 Dez 2016. ou “vitaminas da indústria”, eles estão nos materiais
Considerando o texto, analise as afirmações abaixo e usados na fabricação de lâmpadas, telas de
assinale a alternativa CORRETA. computadores, tablets e celulares, motores de carros
elétricos, baterias e até turbinas eólicas. Apesar de
I. O título e o subtítulo desse texto concentram as tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior
informações relevantes que serão apresentadas a reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los
seguir, de modo a reforçar os objetivos do gênero e usá-los em 2002. Agora, volta a pensar em retomar
notícia: relatar fatos e informar o leitor, de modo sua exploração.
objetivo.
SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso
II. Para auxiliar o efeito de objetividade necessário à em: 6 dez. 2017 (adaptado).
notícia, o texto utiliza a terceira pessoa do discurso.

III. O autor dessa notícia usa predominantemente os


verbos no pretérito imperfeito, para marcar a
sequência dos fatos relatados.
As aspas sinalizam expressões metafóricas O tema é um vespeiro — e por isso julgamos que era
empregadas intencionalmente pelo autor do texto hora de meter a colher, para separar o joio do trigo e
para dar respostas confiáveis às dúvidas que todo mundo
tem.
a) imprimir um tom irônico à reportagem.
BURGIERMAN, D. R. Tem algo grande aí. Superinteressante, n.
b) incorporar citações de especialistas à reportagem. 335, jul. 2014 (adaptado)
c) atribuir maior valor aos metais, objeto da
reportagem. O gênero editorial de revista contém estratégias
d) esclarecer termos científicos empregados na argumentativas para convencer o público sobre a
reportagem. relevância da matéria de capa. No texto,
2
e) marcar a apropriação de termos de outra ciência considerando a maneira como o autor se dirige aos
pela reportagem. leitores, constitui uma característica da argumentação
desenvolvida o(a)

As aspas são usadas para delimitar uma citação, título ou, como no a) relato pessoal, que especifica o debate do assunto
caso das usadas pelo autor do artigo, realçar certas palavras ou abordado.
expressões. "Ouro do século 21", "elementos do futuro” e
b) exemplificação concreta, que desconstrói a
"vitaminas da indústria” constituem metáforas que enfatizam e, por
isso, atribuem maior valor aos metais, como se afirma em [C] generalidade dos fatos.
c) referência intertextual, que recorre a termos da
gastronomia.
d) crítica direta, que denuncia o oportunismo das
3) EDITORIAL
indústrias alimentícias.
O editorial é um gênero jornalístico escrito por um e) vocabulário coloquial, que representa o estilo da
repórter (assim como todo gênero jornalístico é revista.
escrito por um jornalista). No entanto, ele se posiciona
como líder do jornal ou como porta-voz da opinião da
Para convencer o público da influência do glúten e da lactose no
equipe de jornalistas. O editorial tem claro objetivo desenvolvimento de distúrbios no organismo de pessoas sensíveis
de mostrar opinião. a essas substâncias, o autor vale-se de um relato pessoal (“Encontrei
a resposta numa nutricionista: eu tinha intolerância a glúten e a
lactose”, “eu sei muito bem que não é só modismo — eu sinto na
barriga”), como se afirma em [A].
(ENEM 2017 PPL) Este mês, a reportagem de capa
veio do meu umbigo. Ou melhor, veio de um mal-
estar que comecei a sentir na barriga. Sou meio 4. ARTIGO DE OPINIÃO
italiano, pizzaiolo dos bons, herdei de minha avó uma
daquelas velhas máquinas de macarrão a manivela. O artigo de opinião é um gênero jornalístico. Esse
Cresci à base de farinha de trigo. Aí, do nada, comecei gênero é semelhante ao editorial, só que no artigo de
a ter alergias respiratórias que também pareciam opinião, o jornalista dá a sua própria opinião sobre o
assunto, enquanto no editorial, a opinião é do jornal
estar ligadas à minha dieta. Comecei a peregrinar por
onde ele trabalha.
médicos. Os exames diziam que não tinha nada
errado comigo. Mas eu sentia, pô. Encontrei a
resposta numa nutricionista: eu tinha intolerância a (G1 - IFCE 2016) O desmonte silencioso dos Cursos
glúten e a lactose. Arrivederci, pizza. Tchau, das Casas de Cultura
cervejinha.
As Casas de Cultura Estrangeira (CCE) da UFC
Notei também que as prateleiras dos mercados de
enfrentam há anos dificuldades na oferta de seus
repente ficaram cheias de produtos que pareciam ser cursos, problemas causados em especial pelo baixo
feitos para mim: leite, queijo e iogurte sem lactose, número de professores. Com a lei Nº 12.772, de
bolo, biscoito e macarrão sem glúten. E o mais incrível 28.12.2012, esperava-se assegurar o prosseguimento
é que esse setor do mercado parece ser o que está deste fabuloso projeto dedicado à comunidade
mais cheio de gente. E não é só no Brasil. Parece ser cearense desde sua criação nos anos 1960 pelo
em todo Ocidente industrializado. Inclusive na Itália. Reitor-Fundador Antônio Martins Filho.
Em setembro passado, o CH e a Pró-Reitoria de
O tal glúten está na boca do povo, mas não está fácil Gestão de Pessoas propuseram que cada professor
entender a real. De um lado, a imprensa popular faz das CCE fosse obrigado a dar, no mínimo, uma
um escarcéu, sem no entanto explicar o tema a fundo. disciplina num curso de graduação da UFC, sendo
De outro, muitos médicos ficam na defensiva, esta disciplina determinada pela graduação. Se
insinuando que isso tudo não passa de modismo, sem levada a cabo, esta proposta retiraria completamente
fundamento científico. Mas eu sei muito bem que não das CCE a relativa autonomia que possuem em gerir
é só modismo — eu sinto na barriga. seus cursos, tendo como consequência o corte
imediato de vagas e o desmonte de um projeto de O velho Herodes, que era um oligão, ficou grilado.
extensão presente no imaginário do cearense como Que rei era aquele? Ele é que era o dono da praça.
um espaço de aprendizado de línguas e de oferta de Mas comeu em boca e disse: Joia. Onde é que esse
oportunidades. guri vai se apresentar? Em que canal? Quem é o
A Administração afirma que a atuação das CCE seria empresário? Tem baixo elétrico? Quero saber tudo.
ilegal, pois os cursos ali oferecidos seriam só Extensão Os magrinhos disseram que iam flagrar o Guri e na
e não Ensino – tal como no tripé Ensino-Pesquisa- volta dicavam tudo para o coroa.
Extensão – e aludiu a uma advertência do MEC sobre VERISSIMO, L. F. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994.
o problema, porém não apresentou tal documento à
comunidade diretamente atingida, servidores Na crônica de Verissimo, a estratégia para gerar o
docentes, técnico-administrativos e alunos. efeito de humor decorre do(a) 3
Há nesta proposta a real preocupação em defender o a) linguagem rebuscada utilizada pelo narrador no
interesse da comunidade? Se assim for, está na hora tratamento do assunto.
de chamar a principal interessada – a sociedade b) inserção de perguntas diretas acerca do
cearense – para se inteirar e participar do debate acontecimento narrado.
acerca do futuro dos cursos das CCE da UFC. c) caracterização dos lugares onde se passa a
história.
Rogéria C. Pereira (Adaptado de
<http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2015/10/22/notici
d) emprego de termos bíblicos de forma
asjornalopiniao,3522594/o-desmonte-silencioso-dos-cursos-das- descontextualizada.
casas-de-cultura.shtml>. Acesso em: 24 jul. 2016) e) contraste entre o tema abordado e a linguagem
utilizada.
O texto acima pode ser classificado, quanto à
sequência e ao gênero textuais, como,
Aqui o ENEM quis que você tivesse percebido a brincadeira que o
predominantemente, Luís Fernando Veríssimo fez. Ele pegou um tema religioso, que
deveria ser tratado com linguagem formal e fez uma crônica
a) argumentativo, do gênero editorial. (informal) a partir desse assunto.
b) expositivo, do gênero artigo de opinião.
c) argumentativo, do gênero artigo de opinião.
d) descritivo, do gênero texto expositivo. 6. PREFÁCIO
e) instrucional, do gênero texto expositivo. O prefácio é um breve texto escrito antes do texto
oficial de um livro. A sua finalidade é aumentar o valor
No texto, vemos que predomina a intenção argumentativa, de
forma que o autor busca convencer o seu leitor do seu ponto de
percebido da obra para que o leitor sinta mais
vista. Assim, o texto busca atrair o leitor para o debate acerca do vontade de ler.
desmonte dos cursos da Casa de Cultura cearense. Por meio de um
artigo de opinião, ele informa seu leitor do que está acontecendo e (PUCPR 2015) Alcântara Machado faz a seguinte
estabelece sua opinião em prol do interesse da comunidade. apresentação para BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA
GABARITO LETRA C em Artigo de Fundo:
Este livro não nasceu livro: nasceu jornal. Estes contos
não nasceram contos: nasceram notícias. E este
5. CRÔNICA prefácio portanto também não nasceu prefácio:
A crônica é um gênero textual jornalístico que narra nasceu artigo de fundo.
um acontecimento corriqueiro (do cotidiano) com Dessa apresentação, pode concluir-se que
finalidade de ser engraçada. O ENEM chama isso de
caráter lúdico. Claro, para ser engraçado, o texto tem a) os jornais brasileiros da época eram determinantes
que ter linguagem informal. absolutos das vanguardas artísticas e a literatura
sofreu essa determinação.
b) o livro referido transformou-se em jornal, ou
A História, mais ou menos melhor, houve uma transposição dos fatos e das
Negócio seguinte. Três reis magrinhos ouviram um personagens do mundo real para o literário,
plá de que tinha nascido um Guri. Viram o cometa no c) o livro em questão é jornalístico, porque está
Oriente e tal e se flagraram que o Guri tinha pintado preocupado em dar opiniões sobre as notícias da
por lá. Os profetas, que não eram de dar cascata, já comunidade
tinham dicado o troço: em Belém, da Judeia, vai
nascer o Salvador, e tá falado. Os três magrinhos se d) a linguagem do livro de Alcântara Machado, ao
mandaram. Mas deram o maior fora. Em vez de irem aproximar-se jornalisticamente do cotidiano, afasta-se
direto para Belém, como mandava o catálogo, dos meios literários modernistas de sua época
resolveram dar uma incerta no velho Herodes, em e) o livro está impregnado de uma atmosfera de
Jerusalém. Pra quê! Chegaram lá de boca aberta e reportagem, aproximando-o do jornal por captar o
entregaram toda a trama. Perguntaram: Onde está o fato, instantâneo da vida cotidiana.
rei que acaba de nascer? Vimos sua estrela no Oriente
Gabarito letra E
e viemos adorá-lo. Quer dizer, pegou mal. Muito mal.
7. ÍNDICE a) Sinopse porque é um tipo de resumo, comum em
jornais e revistas, que apresenta um comentário breve
Índice é uma listagem organizada de temas, assuntos,
de um produto cultural, em períodos sintéticos.
palavras e tópicos e que costuma estar presente em
livros e outros documentos. Por norma, o índice deve b) Resumo porque apresenta o conteúdo de um livro
estar no final do texto, sendo considerado um de forma sintética, destacando as informações
elemento pós-textual e opcional, onde aparecem essenciais, sem apresentar valoração crítica.
informações alternativas, normalmente explicativas,
c) Resenha porque apresenta uma descrição
daquelas que foram apresentadas ao longo do
resumida e uma valoração crítica a respeito de um
documento, por exemplo.
produto cultural, no caso um livro.
Geralmente, os índices apresentam 4
d) Relatório porque é um documento que expõe
informações detalhadas sobre os conteúdos
resultados de uma atividade de pesquisa, de um
apresentados ao longo do texto, estando organizados
experimento, de um evento, de uma visita, de um
por ordem alfabética ou cronológica (de acordo com
projeto etc.
a ordem em que aparecem no livro), indicando
também as suas respectivas páginas. e) Sumário porque é a enumeração das principais
divisões, seções e outras partes de um documento, na
mesma ordem em que a matéria nele se sucede.
8. SUMÁRIO
O sumário, que é comumente confundido com os
9. RESUMO E 10. SINOPSE
índices, costuma estar no começo dos livros. Indica os
capítulos e todas as outras divisões textuais, assim Resumo e sinopse são sinônimos e apresentam, de
como se apresentam no texto, e o número da página forma breve, os principais pontos de um outro texto,
em que estão os respectivos conteúdos. sem dar opinião sobre ele.

(PUCPR 2015) Os gêneros textuais estão vinculados à (UECE 2019) Sinopse do filme Capitão América:
nossa vida social e organizam nossas atividades Guerra Civil
comunicativas. Todo texto pertence a um gênero,
Capitão América: Guerra Civil encontra Steve Rogers
como o que segue:
(Chris Evans) liderando o recém-formado time de
Escritores jovens para jovens leitores Vingadores em seus esforços continuados para
proteger a humanidade. Mas, depois que um novo
Fábulas para o Ano 2000
incidente envolvendo os Vingadores resulta num
Novos autores sempre surgem, mas autores dano colateral, a pressão política se levanta para
novíssimos são bem mais raros. Gustavo Martins tem instaurar um sistema de contagem liderado por um
apenas 15 anos e, antes que você se espante com órgão governamental para supervisionar e dirigir a
isso, é bom lembrar que ele publicou seu primeiro equipe.
livro aos 8 anos, o que lhe valeu uma menção no
O novo status quo divide os Vingadores, resultando
Guinness, o livro dos recordes. Rodrigo Lacerda, de
em dois campos: um liderado por Steve Rogers e seu
29 anos, convenhamos, também é um jovem autor se
desejo de que os Vingadores permaneçam livres para
comparado, por exemplo, aos medalhões da
defender a humanidade sem a interferência do
Academia de Letras. Mas o que interessa mesmo é
governo; o outro seguindo a surpreendente decisão
que ambos fazem ótima literatura. Estas fábulas são a
de Tony Stark (Robert Downey Jr.) em apoio à
melhor prova disso.
supervisão e contagem do governo.
Com talento e bom humor, eles adaptaram histórias
Capitão América 3 tem direção dos irmãos Joe e
tradicionais, como A Princesa e o Sapo ou Os Três
Anthony Russo, produção de Kevin Feige e grande
Porquinhos, aos tempos modernos. O resultado foi
elenco formado por Scarlett Johansson (Viúva Negra),
uma espécie de cyber-conto-de-fadas, onde uma rã
Sebastian Stan (Soldado Invernal), Anthony Mackie
transforma-se em princesa e casa-se com um
(Falcão), Emily Van Camp (Agente 13), Don Cheadle
metaleiro ou três porquinhos sem-terra encaram um
(Máquina de Combate), Jeremy Renner (Gavião
lobo latifundiário. Para manter o espírito edificante, os
Arqueiro), Chadwick Boseman (Pantera Negra), Paul
autores não abriram mão da famosa "moral da
Bettany (Visão), Elizabeth Olsen (Feiticeira Escarlate),
história" no final de cada conto. Um exemplo: "Os
Pail Rudd (Homem-Formiga), Frank Grillo (Ossos
Powers Rangers podem até vencer o monstrão, desde
Cruzados), William Hurt (General Thunderbolt) e
que ele não tenha um bom advogado".
Daniel Brühl (Barão Zenom).
Moderníssimo.
Disponível em: <http://galileu.globo.com/edic/91/cultura>
Acesso em 30 de out. 2014. Disponível em:
http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-118069/.
Assinale a alternativa que CORRETAMENTE classifica Acesso em: 02.11.2018.
o gênero do texto lido.
Tendo como base a sinopse acima, é correto afirmar fofocas – que cada um tem para contar, agora sem os
que este gênero textual apresenta muitas contes necessários que um filme exige. E quem não
semelhanças temáticas e estruturais com viu o filme tem diante de si um livro de histórias,
pensando bem, de História.
a) a resenha crítica, se se considerar que o objetivo
principal é retratar a opinião e a visão pessoal do autor VILLAS, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acessado em:
18 jun. 2014 (adaptado).
do texto sobre o que está sendo relatado na produção
cinematográfica.
b) o gênero resumo, porque se caracteriza como um Considerando os elementos constitutivos dos
texto escrito de forma breve e clara, destacando-se o gêneros textuais circulantes na sociedade, nesse
que é essencial e mais importante para o leitor sobre fragmento de resenha predominam 5
a obra resumida.
a) caracterização de personalidades do contexto
c) a crônica, tendo em vista que a função textual é musical brasileiro dos anos 1960.
relatar, de forma concisa, fatos do cotidiano, como o
b) questões polêmicas direcionadas à produção
de se saber antecipadamente o final da história da
musical brasileira nos anos 1960.
trama, antes de ir ao lançamento de um filme, de tal
maneira que já se dissipe a expectativa da descoberta c) relatos de experiências de artistas sobre os
dos acontecimentos sobre o desfecho da história. festivais de música de 1967.
d) o artigo de opinião, pois é uma espécie de d) explicação sobre o quadro cultural do Brasil
exposição crítica demorada do autor do texto sobre o durante a década de 1960.
objeto-filme analisado.
e) opinião a respeito de uma obra sobre cena musical
de 1967.
Na sinopse, vemos grande semelhança com o gênero resumo, já
que a revista apresenta os principais acontecimentos de “Capitão
América: Guerra Civil”, assim como algumas informações mais O excerto da resenha do livro Uma noite em 67 sintetiza fatos
técnicas, como os atores participantes associados aos seus fundamentais ocorridos na final do lll Festival da Record em 1967,
respectivos personagens no filme. Gabarito LETRA B destacando as principais intervenções dos artistas que conferiram
ao evento papel importante na história da música brasileira ao
sinalizar o início do movimento tropicalista. Assim, é correta a
opção [E].
11. RESENHA
A resenha é um texto curto que apresenta outra obra
com objetivo de guiar e convidar o leitor a conhecer a 12. RELATO
obra na íntegra. O autor busca mostrar a própria experiência vivida,
por meio de descrições objetivas e subjetivas, que
trazem as impressões, sentimentos e pensamentos do
(ENEM 2017) Uma noite em 67, de Renato Tera e
autor narrador. Presença de verbos no passado, com
Ricardo Calil.
adjetivos objetivos e subjetivos. Tem linguagem mais
Editora Planeta, 296 páginas. subjetiva, com forte carga emocional.
Mas foi um noite, aquela noite de sábado 21 de
outubro de 1967, que parou o nosso país. Parou pra
ver a finalíssima do III Festival da Record, quando um (ENEM 2015) Em junho de 1913, embarquei para a
jovem de 24 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu Europa a fim de me tratar num sanatório suíço. Escolhi
Lobo, saiu carregado do Teatro Paramount em São o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a
Paulo depois de ganhar o prêmio máximo do festival respeito dele me falara João Luso, que ali passara um
com Ponteio, que cantou acompanhado da charmosa inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que
e iniciante Marília Medalha. antes de existir no lugar um sanatório, lá estivera por
algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, e
Foi naquele noite que Chico Buarque entoou sua um de seus mais belos sonetos, talvez o meu
Roda viva ao lado do MPB-4 de Magro, o arranjador. predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”.
Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria Fiquei na Suiça até outubro de 1914.
com a plateia ao com das guitarras dos Beat Boys, que
BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova
Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no Aguilar, 1985.
parque com os Mutantes.
No relato de memórias do autor, entre os recursos
Aquela noite que acabou virando filme, em 2010, nas usados para organizar a sequência dos eventos
mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou narrados, destaca-se a
livro. O livro que está sendo lançado agora é a história
daquela noite, ampliada e em estado que no jargão a) construção de frases curtas a fim de conferir
jornalístico chamamos de matéria bruta. Quem viu o dinamicidade ao texto.
filme vai se deliciar com as histórias – e algumas
b) presença de advérbios de lugar para indicar a d) privilegia o uso de termos técnicos, para
progressão dos fatos. demonstrar conhecimento especializado.
c) alternância de tempos do pretérito para ordenar e) expressa-se em linguagem mais subjetiva, com
os acontecimentos. forte carga emocional.
d) inclusão de enunciados com comentários e
avaliações pessoais. Os textos oficiais usam preferencialmente linguagem com função
referencial, tendo como principal característica o compromisso
e) alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida
com a informação. O relatório de Graciliano Ramos apresenta forte
do escritor. carga irônica ao explicar a redução de gastos daquela prefeitura
por deixar de emitir telegramas protocolares e inúteis. Assim, é
correta a opção [E], pois G. Ramos se expressa em linguagem 6
O autor usa verbos no pretérito perfeito ("embarquei”, “vim" e distante da objetividade dos textos oficiais imprimindo-lhe teor
“fiquei”) para relatar tempos passados e concluídos, alternando-os crítico e irônico.
com verbos no pretérito mais-que-perfeito ('passara”, e “estivera”)
para descrever ações que tinham acontecido antes daqueles
primeiros. Assim, o recurso usado pelo autor para organizar a 14. CONTO
sequência de eventos é a alternância de tempos do pretérito, como
se afirma em [C] O conto é um texto narrativo curto, com poucos
personagens, enredo delimitado e história concisa.

13. RELATÓRIO
O relatório é um gênero usado em repartições (UDESC 2015) Machado de Assis é autor de mais de
públicas ou empresas, com o objetivo de detalhar um uma centena de contos, o que o situa – pela qualidade
processo importante para a instituição. do que escreveu – entre os melhores contistas. Foi
sem dúvida um contista extraordinário porque
trabalhou as regras do conto com excepcionalidade.
(ENEM 2015) Exmº Sr. Governador: Em relação ao gênero conto e a Machado de Assis,
analise as proposições, e assinale (V) para verdadeira
Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados e (F) para falsa.
pela Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.
[…] ( ) O conto é uma narrativa curta, deve prender a
atenção do leitor e manter um perfeito equilíbrio
ADMINISTRAÇÃO narrativo, apresenta poucas personagens, tempo
Relativamente à quantia orçada, os telegramas exíguo e pequenos ou poucos ambientes.
custaram pouco. De ordinário vai para eles dinheiro ( ) As personagens femininas também asseguram
considerável. Não há vereda aberta pelos matutos lugar de destaque nos contos machadianos.
que prefeitura do interior não ponha no arame, Preservam – como nos romances – as ambiguidades
proclamando que a coisa foi feita por ela; comunicam- típicas do universo feminino.
se as datas históricas ao Governo do Estado, que não ( ) Os contos machadianos são relatos que recriam,
precisa disso; todos os acontecimentos políticos são às vezes, a vida real, principalmente o ambiente
badalados. Porque se derrubou a Bastilha – um carioca do final do século XIX, revelam, também, em
telegrama; porque se deitou pedra na rua – um uma versão em miniatura, a forma como o autor
telegrama; porque o deputado F. esticou a canela – interpreta a sociedade.
um telegrama. ( ) Em muitos contos machadianos o tema adultério
é explorado, seja de maneira implícita, apenas
Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929. sugerindo, seja de maneira explícita.
GRACILIANO RAMOS ( ) A visão de mundo de Machado de Assis é a
mesma em seus romances e contos, procura, de uma
RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Martins Fontes, 1962.
forma geral, explicar a alma humana.
O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na
época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é destinado Assinale a alternativa que indica a sequência correta,
ao governo do estado de Alagoas. de cima para baixo.

De natureza oficial, o texto chama a atenção por a) F – V – F – V – F


contrariar a norma prevista para esse gênero, pois o b) V – V – V – F – V
autor: c) V – V – V – V – V
a) emprega sinais de pontuação em excesso. d) V – F – V – V – V
e) F – F – V – V – F
b) recorre a termos e expressões em desuso no
português. Machado de Assis foi um escritor brasileiro, carioca, que viveu entre
1839 e 1908. Seus textos, na maior parte, sejam contos, novelas ou
c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para romances, são ambientados no Rio de Janeiro do fim do século XIX.
conotar intimidade com o destinatário. Além disso, apresentam outras características comuns, como a
análise crítica da sociedade e do ser humano – a análise psicológica
das personagens, nas obras do autor, é comum, minuciosa e muito 16. ANEDOTA
elogiada pela crítica literária. Um dos temas mais recorrentes tanto
na obra de Machado de Assis como na de outros escritores realistas
da época é o adultério, com a particularidade de que as A anedota, também conhecida como piada, é um
personagens femininas de Machado de Assis possuem lugar de gênero textual que visa, a partir de uma breve
destaque nas narrativas, são fortes e possuem comportamento narrativa, causar o humor ao interlocutor por meio de
ambíguo. Quanto ao gênero, é correto afirmar que seja uma
algum comentário.
narrativa curta, com poucas personagens, tempo limitado e
pequenos ou poucos ambientes. Gabarito C
(ENEM 2011) No capricho

15. BIOGRAFIA O Adãozinho, meu cumpade, enquanto esperava


pelo delegado, olhava para um quadro, a pintura de 7
A biografia é um gênero textual que busca contar a uma senhora. Ao entrar a autoridade e percebendo
jornada de uma pessoa (geralmente essa pessoa tem que o cabôco admirava tal figura, perguntou: “Que
grande valor na sociedade). Se for a pessoa contando tal? Gosta desse quadro?”
a própria história, chamamos de autobiografia.
E o Adãozinho, com toda a sinceridade que Deus dá
(ENEM 2015) João Antônio de Barros (Jota Barros) ao cabôco da roça: “Mas pelo amor de Deus, hein,
nasceu aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá dotô! Que muié feia! Parece fiote de cruis-credo,
(PE). Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta parente do deus-me-livre, mais horríver que briga de
repentista e escritor de literatura de cordel, já cego no escuro.”
publicou 33 folhetos e ainda tem vários inéditos.
Reside em São Paulo desde 1973, vivendo Ao que o delegado não teve como deixar de
exclusivamente da venda de livretos de cordel e das confessar, um pouco secamente: “É a minha mãe.” E
cantigas de improviso, ao som da viola. Grande o cabôco, em cima da bucha, não perde a linha: “Mais
divulgador da poesia popular nordestina no Sul, tem dotô, inté que é uma feiura caprichada.”
dado frequentemente entrevistas à imprensa paulista
sobre o assunto. BOLDRIN, R. Almanaque Brasil de Cultura Popular. São Paulo:
Andreato Comunicação e Cultura, n° 62, 2004 (adaptado).
EVARISTO. M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO. H. N.
(Coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto, cordel, Por suas características formais, por sua função e uso,
discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000. o texto pertence ao gênero

A biografia é um gênero textual que descreve a a) anedota, pelo enredo e humor característicos.
trajetória de determinado indivíduo, evidenciando b) crônica, pela abordagem literária de fatos do
sua singularidade. cotidiano.
c) depoimento, pela apresentação de experiências
No caso específico de uma biografia como a de João pessoais.
Antônio de Barros, um dos principais elementos que d) relato, pela descrição minuciosa de fatos
a constitui é: verídicos.
e) reportagem, pelo registro impessoal de
a) a estilização dos eventos reais de sua vida, para situações reais.
que o relato biográfico surta os efeitos desejados.
b) o relato de eventos de sua vida em perspectiva
histórica, que valorize seu percurso artístico.
c) a narração de eventos de sua vida que
demonstrem a qualidade de sua obra.
d) uma retórica que enfatize alguns eventos da vida
exemplar da pessoa biografada.
e) uma exposição de eventos de sua vida que mescle
objetividade e construção ficcional.

Na biografia de João Antônio de Barros, são citadas a data do


nascimento e da chegada a São Paulo, assim como informações
sobre a sua atividade literária até a atualidade. Assim, é correto
afirmar que se trata do relato de eventos de sua vida em perspectiva
histórica que valoriza o seu percurso artístico, como enunciado na
opção [B].
17. HIPERTEXTO 18. BULA

É o texto que você consegue ler de baixo pra cima, de A bula é um texto técnico que tem objetivo de mostrar
um lado para o outro etc. O leitor não segue uma a composição de um remédio, seus efeitos colaterais,
ordem linear na leitura. É característico de textos de suas contraindicações etc.
sites, já que o leitor pode rolar a página pra baixo ou
pra cima, ver um vídeo, ir para outra página etc.
QUESTÃO 10 (ENEM 2020 DIGITAL)
(ENEM 2010) Fora da ordem

Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho 8


Romelli publicou Le Diverse et Artificiose Machine, no
qual descrevia uma máquina de ler livros. Montada
para girar verticalmente, como uma roda de hamster,
a invenção permitia que o leitor fosse de um texto ao
outro sem se levantar de sua cadeira.

Hoje podemos alternar entre documentos com muito


mais facilidade – um clique no mouse é suficiente para
acessarmos imagens, textos, vídeos e sons
instantaneamente. Para isso, usamos o computador, e
principalmente a internet – tecnologias que não
estavam disponíveis no Renascimento, época em que
Romelli viveu.

BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14.

O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos


princípios definidores do hipertexto: a quebra de
linearidade na leitura e a possibilidade de acesso ao
texto conforme o interesse do leitor. Além de ser
característica essencial da internet, do ponto de vista
da produção do texto, a hipertextualidade se
manifesta também em textos impressos, como Nesse texto, o entrelaçamento de vários gêneros
textuais é um mecanismo discursivo para
a) dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de
acesso à informação.
a) destacar a fidelidade dos cães.
b) documentários, pois o autor faz uma seleção dos
b) realçar as vantagens de se adotar um cão.
fatos e das imagens.
c) mostrar a dependência decorrente do amor aos
c) relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua
percepção dos fatos. cães.
d) editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem d) enfatizar o interesse das pessoas pela adoção de
detalhada dos fatos. cães
e) romances românticos, pois os eventos ocorrem em e) sensibilizar a comunidade sobre a carência dos
diversos cenários. cães

O tipo de texto que melhor exemplifica o que é um hipertexto, A caracterização do sentimento amoroso em forma de bula de
caracterizado pela quebra de linearidade, é o dicionário, pois remédio, recomendado para quem sofre de solidão ou qualquer
permite ao leitor interagir com outros textos ao deparar-se com as tipo de carência afetiva e a imagem de um cartaz de campanha para
diversas acepções da palavra para optar depois por aquela que lhe adoção de cães do caril municipal da prefeitura de Florianópolis
é mais conveniente. Gabarito letra A. têm como objetivo sensibilizar a população para as vantagens
emocionais produzidas em quem adota um cão. Assim, é correta a
opção [B].
19. TEXTO JURÍDICO (ENEM 2013) Art. 2º Considera-se criança, para os
efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
Textos jurídicos são escritos com vocabulário técnico incompletos, e adolescente aquela entre doze e
e com precisão vocabular. A ideia de uma redação dezoito anos de idade. [...]
jurídica é ser o menos ambígua possível, pois a Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os
narrativa dos fatos irá embasar a decisão do direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
magistrado ou do servidor público, assim como irá sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
convencer os demais sujeitos do processo. Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
(ENEM 2020) Senhor Juiz espiritual e social, em condições de liberdade e de 9
dignidade.
O instrumento do “crime” que se arrola Art. 4º É dever da família, da comunidade, da
Nesse processo de contravenção sociedade em geral e do poder público assegurar,
Não é faca, revólver ou pistola, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
Simplesmente, doutor, é um violão. referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
Será crime, afinal, será pecado, dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
Será delito de tão vis horrores, familiar e comunitária. [...]
Perambular na rua um desgraçado
Derramando nas praças suas dores? BRASIL. Lei n. 8069, de 13 de julho de 1990. “Estatuto da criança e
do adolescente”. Disponível em: www.planalto.gov.br (fragmento).
Mande, pois, libertá-lo da agonia
(a consciência assim nos insinua)
Não sufoque o cantar que vem da rua, Para cumprir sua função social, o Estatuto da criança e
Que vem da noite para saudar o dia. do adolescente apresenta características próprias
desse gênero quanto ao uso da língua e quanto à
É o apelo que aqui lhe dirigimos, composição textual. Entre essas características,
Na certeza do seu acolhimento destaca-se o emprego de
Juntada desta aos autos nós pedimos
E pedimos, enfim, deferimento a) repetição vocabular para facilitar o entendimento.
b) palavras e construções que evitem ambiguidade.
Disponível em: www.migalhas.com.br. Acesso em: 23 set. 2020 c) expressões informais para apresentar os direitos.
(adaptado). d) frases na ordem direta para apresentar as
informações mais relevantes.
e) exemplificações que auxiliem a compreensão dos
Essa petição de habeas corpus, ao transgredir o rigor conceitos formulados.
da linguagem jurídica,
É correta a opção [B], pois a composição textual de qualquer
a) permite que a narrativa seja objetiva e repleta de estatuto ou documento oficial deve privilegiar a função referencial
da linguagem, buscando transmitir informações objetivas e
sentidos denotativos.
precisas, ou seja, sem dar margem à ambiguidade.
b) mostra que o cordel explora termos próprios da
esfera do direito.
c) demonstra que o jogo de linguagem proposto
atenua a gravidade do delito.
d) exemplifica como o texto em forma de cordel
compromete a solicitação pretendida.
e) esclarece que os termos “crime” e “processo de
contravenção” são sinônimos.

Ao transgredir a linguagem jurídica pelo uso de recursos poéticos,


como versos decassílabos rimados e linguagem expressiva que
reflete a vida de um pobre tocador de violão, a petição atenua a
gravidade do delito, como transcrito em [C].
20. PEÇA TEATRAL
21. TIRINHA
• Texto feito para ser encenado, com
indicações de como devem ser as falas e as A tira ou tirinha é um gênero textual assim definido
cenas (rubricas). por Sérgio Roberto Costa: Segmento ou fragmento
• Predomínio do tipo narrativo. de HQs, geralmente com três ou quatro quadrinhos,
• Diálogo entre personagens. apresenta um texto sincrético que alia o verbal e o
• Presença do discurso direto. visual no mesmo enunciado e sob a mesma
• Atores, plateia e palco. enunciação.
• Cenário, figurino e sonoplastia.
10
• Linguagem corporal e gestual. (Enem 2021)
• Quase sempre sem narrador.

(ENEM 2016) PINHÃO sai ao mesmo tempo que


BENONA entra.
BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer
falar com você.
EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá
fora, mas não quero falar com ele.
BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos certas
atenções.
EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, não!
BENONA: Isso são coisas passadas.
EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi
meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele
dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a
menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu.
Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um
tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado de
verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um
cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do
sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Nessa tirinha, produzida na década de 1970, os
Antônio há de proteger minha pobreza e minha recursos verbais e não verbais sinalizam a finalidade
devoção. de
a) reforçar a luta por direitos civis.
SUASSUNA, A. O santo e a porca. b) explicitar a autonomia feminina.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 (fragmento). c) ironizar as condições de igualdade.
d) estimular a abdicação da vida social.
e) criticar as obrigações da maternidade.
Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o
peste” e “cachorro da molest’a” contribui para
Na tirinha de Henfil, as frases do personagem, reveladoras das
a) marcar a classe social das personagens. renúncias a que a mulher está sujeita depois que assume sozinha o
papel de mãe, têm como objetivo ironizar as condições de
b) caracterizar usos linguísticos de uma região. igualdade, já que o pai se ausenta muitas vezes das suas
responsabilidades. Assim, é correta a opção [C].
c) enfatizar a relação familiar entre as personagens.
d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas
vocabulares.
e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das
personagens.
A peça teatral O santo e a porca é da autoria de Ariano Suassuna,
escritor paraibano que sempre dedicou atenção especial ao
conhecimento das formas de expressão populares tradicionais da
região. Assim, é correta a opção [B], pois o emprego das
expressões “o peste” e “cachorro da molest’a”, termos linguísticos
típicos da cultura nordestina, contribui para caracterizar o falar
dessa região.
22. CHARGE 23. ROMANCE

Charge é uma ilustração humorística que envolve a Romance é um gênero textual narrativo escrito em
caricatura de um ou mais personagens, feita com o prosa. Ele é considerado o herdeiro da epopeia por
objetivo de satirizar algum acontecimento da apresentar uma narrativa com diversos personagens e
atualidade. O termo charge tem origem no francês enredo ampliado. O romance é um texto literário em
"charger" que significa "carga". prosa marcado por uma narrativa extensa que surgiu
como sucessor do antigo gênero clássico epopeia.
(ENEM 2014)

(Enem 2020) Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, 11


funcionário público, certo de que a língua portuguesa
é emprestada ao Brasil; certo também de que, por
esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no
campo das letras, se veem na humilhante
contingência de sofrer continuamente censuras
ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além,
que, dentro do nosso país, os autores e os escritores,
com especialidade os gramáticos, não se entendem
no tocante à correção gramatical, vendo-se,
diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais
profundos estudiosos do nosso idioma – usando do
direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que
o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como
Na criação do texto, o chargista lotti usa criativamente língua oficial e nacional do povo brasileiro.
um intertexto: os traços reconstroem uma cena de
Guernica, painel de Pablo Picasso que retrata os BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em:
horrores e a destruição provocados pelo bombardeio www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 26 jun. 2012
a uma pequena cidade da Espanha. Na charge,
publicada no período de carnaval, recebe destaque a
figura do carro, elemento introduzido por lotti no Nessa petição da pitoresca personagem do romance
intertexto. Além dessa figura, a linguagem verbal de Lima Barreto, o uso da norma-padrão justifica-se
contribui para estabelecer um diálogo entre a obra de pela
Picasso e a charge, ao explorar a) situação social de enunciação representada.
a) uma referência ao contexto, “trânsito no feriadão”, b) divergência teórica entre gramáticos e literatos.
esclarecendo-se o referente tanto do texto de Iotti
quanto da obra de Picasso. c) pouca representatividade das línguas indígenas.

b) uma referência ao tempo presente, com o emprego d) atitude irônica diante da língua dos colonizadores.
da forma verbal “é”, evidenciando-se a atualidade e) tentativa de solicitação do documento demandado.
do tema abordado tanto pelo pintor espanhol
quanto pelo chargista brasileiro.
Gabarito:
c) um termo pejorativo, “trânsito”, reforçando-se a
imagem negativa de mundo caótico presente tanto É correta a opção [A], pois o uso da norma padrão da Língua é
obrigatório em documentos oficiais, como no caso da petição de
em Guernica quanto na charge. Policarpo ao Congresso Nacional.
d) uma referência temporal, “sempre”, referindo-se à
permanência de tragédias retratadas tanto em
Guernica quanto na charge.
e) uma expressão polissêmica, “quadro dramático”,
remetendo-se tanto à obra pictórica quanto ao
contexto do trânsito brasileiro.

Gabarito letra E >> Ao falar quadro dramático, a charge se utiliza


da linguagem metafórica ao se referir ao trânsito no carnaval, tanto
com relação às horas de estrada quanto com relação às mortes
ocasionadas por acidentes. Ao mesmo tempo em que faz uma
referência (quadro dramático e Guernica de Picasso) cria uma
intertextualidade ao gerar uma metáfora que se combina à ideia de
Guernica e a guerra que ele retrata.
24. EPOPEIA 25. NOVELA

A epopeia, ou poema épico, é uma estrutura poética, Novela é um gênero literário que consiste em uma
do gênero narrativo. Em resumo, é uma história narrativa de caráter breve, sendo, porém,
contada em versos em vez de prosa. Sua origem considerado o gênero mediano entre o conto, de
remonta à Antiguidade e tem o poeta Homero como menor extensão, e o romance, de maior extensão.
seu principal nome. Esse tipo de narrativa conta
histórias grandiosas e é marcado por aventuras e
heroísmo. (ENEM 2016) Galinha cega

O dono correu atrás de sua branquinha, agarrou-a, 12


(ESPCEX 2019) Leia o trecho abaixo, retirado de I- lhe examinou os olhos. Estavam direitinhos, graças a
Juca Pirama, obra de Gonçalves Dias. Deus, e muito pretos. Soltou-a no terreiro e lhe atirou
mais milho. A galinha continuou a bicar o chão
Da tribo pujante, desorientada. Atirou ainda mais, com paciência, até
Que agora anda errante que ela se fartasse. Mas não conseguiu com o gasto
Por fado inconstante, de milho, de que as outras se aproveitaram, atinar
Guerreiros, nasci: com a origem daquela desorientação. Que é que seria
Sou bravo, sou forte, aquilo, meu Deus do céu? Se fosse efeito de uma
sou filho do norte, pedrada na cabeça e se soubesse quem havia
Meu canto de morte, mandado a pedra, algum moleque da vizinhança, aí...
Guerreiros, ouvi. Nem por sombra imaginou que era a cegueira
irremediável que principiava.
Trata-se de um:
Também a galinha, coitada, não compreendia nada,
a) poema lírico
absolutamente nada daquilo. Por que não vinham
b) poema épico mais os dias luminosos em que procurava a sombra
das pitangueiras? Sentia ainda o calor do sol, mas
c) cantiga de amigo
tudo quase sempre tão escuro. Quase que já não
d) novela de cavalaria sabia onde é que estava a luz, onde é que estava a
sombra.
e) auto de fundo religioso GUIMARAENS, J. A. Contos e novelas.
Rio de Janeiro: Imago, 1976 (fragmento).
Gabarito [B]
Ao apresentar uma cena em que um menino atira
[A] INCORRETO. Poema lírico tem como característica principal a milho às galinhas e observa com atenção uma delas,
exaltação da subjetividade, do estado de alma do eu lírico. o narrador explora um recurso que conduz a uma
[B] CORRETO. Trata-se de poema épico, uma vez que as aventuras expressividade fundamentada na
de um herói, no caso I-Juca Pirama, são narradas ao longo da
obra de Gonçalves Dias. a) captura de elementos da vida rural, de feições
[C] INCORRETO. As cantigas de amigo são produção medieval
peculiares.
portuguesa, caracterizadas por eu lírico feminino em coita de
amor por sentir saudades do amigo. b) caracterização de um quintal de sítio, espaço de
[D] INCORRETO. A novela de cavalaria também é uma produção
medieval, cujo herói é um cavaleiro medieval que parte em descobertas.
busca de um objetivo e entra em conflito, muitas vezes, em
c) confusão intencional da marcação do tempo,
questões amorosas.
[E] INCORRETO. Os autos são peças teatrais. centrado na infância.
d) apropriação de diferentes pontos de vista,
incorporados afetivamente.
e) fragmentação do conflito gerador, distendido
como apoio à emotividade.

O narrador serve-se do discurso indireto livre para reproduzir os


pensamentos do menino que, ao atirar milho às galinhas, percebia
a desorientação de uma delas que bicava o chão em vez dos grãos.
Por sua vez, o uso dos diminutivos incorpora o pensamento infantil
do menino ao discurso do narrador (“branquinha”, “pretinhos”),
assim como a expressão afetiva, “coitada”, que reflete a
preocupação da criança. O segmento “Que é que seria aquilo, meu
Deus do céu?” traduz, em discurso indireto livre, o pensamento da
galinha que não compreende o que lhe está a acontecer. Assim, é
correta a opção [D], pois o narrador apresenta a cena através da
apropriação de diferentes pontos de vista, incorporados
afetivamente.
26. QUADRINHOS 27. SONETO

Histórias em quadrinhos são narrativas gráficas, ou O soneto é um poema de forma fixa, composto por
seja, histórias narradas compostas por imagem e quatro estrofes, sendo que as duas primeiras são
texto. Sua denominação varia entre arte sequencial constituídas por quatro versos, cada uma, os
(nome atribuído pelo famoso quadrinista americano quartetos, e as duas últimas de três versos, cada uma,
Will Eisner), narrativa figurada e literatura ilustrada. As os tercetos
histórias em quadrinhos podem ser vistas como
revistas ou em jornais, no formato de tirinhas.
(Enem 2021) O pavão vermelho
(ENEM 2021) 13
Ora, a alegria, este pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.

Clarim de lacre, este pavão vermelho


sobrepuja os pavões que estão lá fora.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.

É o próprio doge a se mirar no espelho.


E a cor vermelha chega a ser sonora
neste pavão pomposo e de chavelho.

Pavões lilases possuí outrora.


Depois que amei este pavão vermelho,
os meus outros pavões foram-se embora.

COSTA, S. Poesia completa: Sosígenes Costa. Salvador: Conselho


Estadual de Cultura. 2001.

Na construção do soneto, as cores representam um


recurso poético que configura uma imagem com a
qual o eu lírico
a) revela a intenção de isolar-se em seu espaço.
b) simboliza a beleza e o esplendor da natureza.
A sequência dos quadrinhos conjuga lirismo e
violência ao c) experimenta a fusão de percepções sensoriais.
a) sugerir a impossibilidade de manutenção dos d) metaforiza a conquista de sua plena realização.
afetos.
e) expressa uma visão de mundo mística e
b) revelar os corpos marcados pela brutalidade espiritualizada.
colonial.
c) representar o abatimento diante da desumanidade No soneto, o eu lírico se apropria metaforicamente da imagem do
vivida. pavão vermelho para expressar a sensação de realização plena (“É
o próprio doge a se mirar no espelho”) que não havia sentido antes
d) acentuar a resistência identitária dos povos (“Depois que amei este pavão vermelho/ os meus outros pavões
foram-se embora”). Assim, é correta a opção [D].
escravizados.
e) expor os sujeitos alijados de sua ancestralidade
pelo exílio.

As imagens de um casal negro abraçado enquanto conversa sobre


a possibilidade de enfrentar o “calunga” (“mar que não acaba”) e
voltar para a sua terra onde poderiam ficar juntos expressam o
lirismo ligado ao amor e à esperança de uma vida sem a violência a
que eram submetidos os povos escravizados. Assim, a narrativa
apresentada na sequência dos quadrinhos em que se conjugam
lirismo e violência acentua a resistência identitária dos povos
escravizados, como mencionado em [D].
28. LADAINHA Considerando o objetivo da carta de Tobias Gregson,
a sequência de enunciados negativos presente nesse
O gênero ladainha é um texto, geralmente, de caráter texto tem a função de
religioso em que o autor se lamenta e / ou pede algo
a) restringir a investigação, deixando-a sob a
a Deus ou a alguma entidade religiosa.
responsabilidade do autor da carta.
(ENEM 2019) Blues da piedade b) refutar possíveis causas da morte do cavalheiro,
auxiliando na investigação.
Vamos pedir piedade
c) identificar o local da cena do crime, localizando-o
Senhor, piedade
no Jardim Lauriston.
Pra essa gente careta e covarde 14
Vamos pedir piedade Senhor, piedade d) introduzir o destinatário da carta, caracterizando
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem sua personalidade.

CAZUZA. Cazuza: O poeta não morreu. Rio de Janeiro: Universal


e) apresentar o vigia, incluindo-o entre os suspeitos
Music, 2000 (fragmento). do assassinato.
Todo gênero apresenta elementos constitutivos que
condicionam seu uso em sociedade. À letra de canção A sequência de frases negativas (“não houve assalto”, “não
conseguiu encontrar algo que indicasse como ele morreu”, “não
identifica-se com o gênero ladainha, essencialmente, havia marcas de sangue, nem feridas nele” e “ “não sabemos como
pela utilização da sequência textual ele entrou na casa vazia”) tem como objetivo auxiliar na
investigação, rejeitando possíveis causas da morte do cavalheiro,
a) expositiva, por discorrer sobre um dado tema. como transcrito em [B].
b) narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
c) injuntiva, por chamar o interlocutor à participação. 30. CAMPANHA PUBLICITÁRIA
d) descritiva, por enumerar características de um
personagem. O anúncio publicitário (ou simplesmente publicidade)
e) argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada de é um gênero textual que promove um produto ou
atitude. uma ideia sendo veiculado pelos meios de
comunicação de massa: jornais, revistas, televisão,
A letra da canção apresenta sequência textual injuntiva, pois incita rádio e internet.
à ação do interlocutor, fornecendo instrução para a realização de
uma oração a Deus para que tenha piedade da gente “careta” e
“covarde” e lhe conceda “grandeza e um pouco de coragem”.
Assim, é correta a opção [C].

29. CARTA

A carta é um gênero textual dialógico, ou seja, ela tem


como principal objetivo estabelecer uma conversa
entre dois interlocutores específicos. Assim, a carta
pode ser utilizada na comunicação entre amigos e
familiares (carta pessoal), obtendo um caráter mais
subjetivo e informal.

(ENEM 2019) Meu caro Sherlock Holmes, algo Nessa campanha publicitária, a imagem da família e
horrível aconteceu às três da manhã no Jardim o texto verbal unem-se para reforçar a ideia de que
Lauriston. Nosso homem que estava na vigia viu uma
luz às duas da manhã saindo de uma casa vazia. a) a família que adota é mais feliz.
Quando se aproximou, encontrou a porta aberta e, na b) a adoção tardia é muito positiva.
sala da frente, o corpo de um cavalheiro bem vestido.
Os cartões que estavam em seu bolso tinham o nome c) as famílias preferem adotar bebês.
de Enoch J. Drebber, Cleveland, Ohio, EUA. Não d) a adoção de adolescentes é mais simples.
houve assalto e nosso homem não conseguiu
encontrar algo que indicasse como ele morreu. Não e) filhos adotivos são companheiros dos pais.
havia marcas de sangue, nem feridas nele. Não
sabemos como ele entrou na casa vazia. Na verdade, A foto de uma família feliz, constituída por pais e filhos adotados
todo assunto é um quebra-cabeça sem fim. Se puder com 13 anos ou mais, reforça a mensagem de uma campanha
publicitária para a valorização da adoção tardia. Assim, é correta a
vir até a casa seria ótimo, se não, eu lhe conto os
opção [B].
detalhes e gostaria muito de saber sua opinião.
Atenciosamente, Tobias Gregson.

DOYLE, A. C. Um estudo em vermelho. Cotia: Pé de Letra, 2017.


31. ODE Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
Ode é uma composição poética do gênero lírico que e perderam a cor que tinham
se divide em estrofes simétricas. O termo tem origem e a lembrança do movimento.
no grego “odés” que significa “canto”. Na Grécia
Antiga, "ode" era um poema alegre, sobre algo E o sorriso que eu te levava
sublime composto para ser cantado individualmente desprendeu-se e caiu de mim:
ou em coro, e com acompanhamento musical. e só talvez ele ainda viva
Também era usado para exaltar algo belo ou a pátria. dentro destas águas sem fim.
Não encontrei questões com esse gênero textual.
MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa. Rio de 15
Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

ODE A UMA FLOR LUMINOSA

Nesse caudal amazônico Na composição do poema, o tom elegíaco e solene


Com cintilantes cores, manifesta uma concepção de lirismo fundada na
Por um acaso bem irônico a) contradição entre a vontade da espera pelo ser
Se deram os primeiros albores amado e o desejo de fuga.
De teu nascer tão harmônico. b) expressão do desencanto diante da
impossibilidade da realização amorosa.
Pelo plano salomônico c) associação de imagens díspares indicativas de
De uma vida sem dores, esperança no amor futuro.
Esse desvio sardônico d) recusa à aceitação da impermanência do
Daqueles do mal senhores sentimento pela pessoa amada.
Não teve efeito agônico. e) consciência da inutilidade do amor em relação à
inevitabilidade da morte.
Vieste praqui como tônico
Saudada só por cantores
No poema “Canção”, de Cecília Meireles, o eu lírico manifesta
Pra ouvir meu brado eufônico profunda melancolia pelo desaparecimento de seu interlocutor
E saber entre mil flores poético. Os versos “Eu te esperei todos os séculos” e “morri de
Que és meu amor platônico. infinitas mortes”, através dos recursos linguísticos da hipérbole e do
paradoxo, expressam a dor que ultrapassa o tempo da sua própria
32. ELEGIA existência, para na última estrofe, revelar a perda da alegria ou
encantamento de viver: “E o sorriso que eu te levava/ desprendeu-
se e caiu de mim”. Assim, é correta a opção [B].
A elegia é um gênero poético caracterizado mais pela
temática do que por uma estrutura formal: tem como
assuntos principais a tristeza dos amores
interrompidos pela morte ou pela infidelidade. As 33. EPÍLOGO
primeiras elegias apresentavam uma métrica
específica, com emprego de dísticos formados de
O epílogo é o fechamento de um texto, geralmente
versos hexâmetros. Contudo, a elegia pode ser
vem no fim de uma criação literária fictícia ou de um
desenvolvida em versos livres, mas sempre
texto dissertativo. É a parte da narrativa ou da
reconhecida em virtude de sua temática peculiar.
monografia que dá um desfecho aos eventos que se
sucederam ao longo da obra e, no caso da
dissertação, apresenta as deduções e as respostas
(ENEM PPL 2019) Canção levantadas por seu autor. Uma espécie de conclusão.

No desequilíbrio dos mares, (UECE 2015)


as proas giram sozinhas… O amigo da casa
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas. A própria menina se prende muito a 1ele, que
ainda lhe trouxe a última boneca, embora agora ela se
Eu te esperei todos os séculos ponha mocinha: encolhe-se na poltrona da sala sob a
sem desespero e sem desgosto, luz do abajur e lê a revista de quadrinhos. 2Ele é
e morri de infinitas mortes alemão como o dono da casa. Tem apartamento no
guardando sempre o mesmo rosto. hotel da praia e joga tênis no clube, saltando com
energia para dentro do campo, a raquete na mão.
Quando as ondas te carregaram Assiste às partidas girando no copo de uísque os
meus olhos, entre águas e areias, cubos de gelo. É o amigo da casa. Depois do jantar,
cegaram como os das estátuas, passeia com a mãe da menina pelo caminho de pedra
a tudo quanto existe alheias. do jardim: as duas cabeças – a loira e a preta de
cabelos aparados – vão e vêm, a dele já com entradas
da calva. 3Ele chupa o cachimbo de fumo cheiroso, prender a ele, no entanto... É como se o
que o moço de bordo vai deixar no escritório. narrador estivesse retomando uma narrativa
O dono da casa é Seu Feldmann. 4Dirige o seu interrompida.
pequeno automóvel e é muito delicado.
Cumprimenta sempre todos os vizinhos, até mesmo Está correta, de cima para baixo, a seguinte
os mais canalhas como Seu Deca, fiscal da Alfândega. sequência:
Seu Feldmann cumprimenta. Bate com a
cabeça. Compra marcos a bordo e no banco para a a) V – F – V – F.
5
sua viagem regular à Alemanha. Viaja em companhia b) F – F – V – V.
do comandante do cargueiro, em camarote especial. c) V – V – F – F.
Então respira o ar marítimo no alto do convés, os d) F – V – F – V. 16
braços muito brancos e descarnados, na camisa leve
de mangas curtas. Os dois primeiros itens são incorretos. O fato de não nomear
A fortuna de origem é da mulher: as velhas personagens, usando apenas pronomes e sintagmas nominais,
deve-se ao estilo conciso do autor em narrativas que pretendem
casas no centro da cidade, os antigos armazéns, 6o captar o instante da ação, dispensando qualquer tipo de acessórios
sítio da serra, de onde ela desce aos domingos em irrelevantes para o entendimento da ação. As personagens não
companhia 7do 8outro, que é o amigo da casa, e da nomeadas são tipos que se distinguem não pelo nome, mas pelo
menina. comportamento no círculo social a que pertencem. Como as
demais são verdadeiras, é correta a opção [B].
9
Saem os dois à noite e 10ele para o seu
próprio automóvel sob os coqueiros na praia.
11
Decerto brigaram mais uma vez, porque ela volta
34. VERBETE
para casa de olhos vermelhos, enrolando 12nos dedos
o lencinho bordado. Recolhe-se a seu quarto (ela e
O verbete é um gênero textual que pode ser
seu Feldmann dormem em quartos separados). Trila
encontrado em dicionários, glossários e
o apito do guarda. 13Os faróis do automóvel na rua
enciclopédias. É um texto impessoal e, geralmente
pincelam de luz as paredes, tiram reflexo do espelho.
escrito em linguagem mais formal. Texto dedicado
14
Ela permanece insone: o vidro de sua janela é um
em definir o significado das palavras.
retângulo de luz na noite.

(Moreira Campos. In Obra Completa – contos II. 1969. p. 120-122.


(ENEM 2020 DIGITAL)
Originalmente publicado na obra O puxador de terço. Texto
adaptado.)

O início e o final de um conto são importantíssimos: o


início porque conquista e seduz, ou afasta o leitor; o
final, porque, via de regra, corresponde ao clímax da
história. O desfecho de um conto pode ser de duas
ordens: enigmático, imprevisível, surpreendente
(maior incidência no conto tradicional); destituído de
enigma, surpresa ou imprevisto (maior incidência no
conto moderno).

Escreva V ou F, conforme seja verdadeiro ou falso o


que se diz sobre o começo e o fim do texto.

( ) O início do conto (texto) peca literariamente por


ser impreciso ao introduzir as personagens, pois
não as nomeia; refere-se a elas usando pronome
– “ele”, “ela” – e sintagmas nominais – “o amigo
da casa”, “a menina”, o que as despersonaliza.
DOEDERLEIN, J. O livro dos ressignificados. São Paulo: Parábola,
( ) A despersonalização dos actantes não é, em tese, 2017.
a melhor técnica narrativa, uma vez que pode
dificultar o entendimento do leitor. Nessa simulação de verbete de dicionário, não há a
( ) O epílogo do conto (texto 1) é destituído de predominância da função metalinguística da
enigma, surpresa ou mistério. A falta desse linguagem, como seria de se esperar. Identificam-se
elemento de surpresa aproxima o conto em elementos que subvertem o gênero por meio da
pauta do conto moderno. incorporação marcante de características da função
( ) O emprego do vocábulo “própria” no início do
texto sugere continuidade. Esse vocábulo, na a) conativa, como em “(valeu, galera)!”.
posição em que se encontra parece exigir um b) referencial, como em “é festejar o próprio ser.”
pressuposto, no caso em foco, o pressuposto de c) poética, como em “é a felicidade fazendo visita.”
que a menina teria muitas razões para não se
d) emotiva, como em “é quando eu esqueço o que a) oposição entre os objetos de valor, como joias,
não importa.” palácios e quadros, e a velha manta.
e) fática, como em “é o dia que recebo o maior
b) descrição detalhada dos aspectos físicos da manta,
número de ligações no meu celular.”
como cor e tamanho dos retalhos.
No texto de João Doederlein observa-se a preocupação no uso de c) valorização da manta como objeto de herança
palavras e na composição do discurso, típica de escritores que
familiar disputado por todos.
utilizam as redes sociais para disseminar uma produção autoral,
moderna e diferente dos princípios mais comuns a essas d) comparação entre a manta que protege do frio e a
plataformas digitais. Assim, nessa simulação de verbete de
dicionário, a função metalinguística dá espaço à incorporação da
manta que aquecia os pés das crianças.
poética, como exemplificado pela expressão “é a felicidade
e) correlação entre os retalhos da manta e as muitas 17
fazendo visita.”, mencionada na opção [C].
histórias de tradição oral que os formavam.
35. CAUSO
É correta a opção [E], pois a valorização da manta de retalhos
Causo é um gênero discursivo, que apresenta fatos resultava da sua associação com as histórias dos familiares, antigos
donos das roupas de onde os pedaços de pano haviam sido
reais ou fictícios em suas histórias, contadas de forma retirados, e que eram transmitidas oralmente de uma geração para
engraçada, com objetivo lúdico. São conhecidos outra.
como causos populares, podem apresentar rimas,
trabalhando assim a sonoridade das palavras e já 36. CARTAZ
fazem parte do folclore brasileiro.
O cartaz é gênero textual produzido de forma clara e
(ENEM 2013) Manta que costura causos e histórias no objetiva, para facilitar a compreensão no momento da
seio de uma família serve de metáfora da memória em leitura. Entre as suas características, está: divulgar
obra escrita por autora portuguesa alguém, algum evento ou alguma coisa. Para melhor
compreender sobre a estrutura e a função dos
O que poderia valer mais do que a manta para cartazes, vale a pena relembrar o que são os gêneros
aquela família? Quadros de pintores famosos? Joias textuais.
de rainha? Palácios? Uma manta feita de centenas de
retalhos de roupas velhas aquecia os pés das crianças (ENEM 2020) TEXTO I
e a memória da avó, que a cada quadrado apontado
por seus netos resgatava de suas lembranças uma Poesia em cartaz
história. Histórias fantasiosas como a do vestido com
um bolso que abrigava um gnomo comedor de O caminho habitual para o trabalho, aquele
biscoitos; histórias de traquinagem como a do calção em que a gente já nem repara direito, pode ficar mais
transformado em farrapos no dia em que o menino, belo com um poema. O projeto #UmLambePorDia
que gostava de andar de bicicleta de olhos fechados, nasceu desta intenção: trazer mais cor e alegria para
quebrou o braço; histórias de saudades, como o a cidade por meio de cartazes coloridos ao estilo
avental que carregou uma carta por mais de um mês... lambe-lambe. Quem teve a ideia foi o escritor
Muitas histórias formavam aquela manta. Os Leonardo Beltrão, em Belo Horizonte. “Em meio a
protagonistas eram pessoas da família, um tio, uma olhares cada vez mais viciados, acabamos nos
tia, o avô, a bisavó, ela mesma, os antigos donos das esquecendo da beleza envolvida em cada esquina e
roupas. Um dia, a avó morreu, e as tias passaram a no próprio poder transformador da palavra”. Assim, a
disputar a manta, todas a queriam, mais do que aos cada dia um cartaz é colocado por aí, para nos
quadros, joias e palácios deixados por ela. lembrar de reparar na cidade, na vida que corre ao
Felizmente, as tias conseguiram chegar a um acordo, redor e também em nós mesmos.
e a manta passou a ficar cada mês na casa de uma
delas. E os retalhos, à medida que iam se acabando, TEXTO II
eram substituídos por outros retalhos, e novas e
antigas histórias foram sendo incorporadas à manta
mais valiosa do mundo.

LASEVICIUS, A. Língua Portuguesa, São Paulo, n. 76, 2012


(adaptado).

A autora descreve a importância da manta para


aquela família, ao verbalizar que “novas e antigas
histórias foram sendo incorporadas à manta mais
valiosa do mundo”.
Essa valorização evidencia-se pela
Considerando-se a função que os cartazes colados que o narrador reflete sobre o que o incomodou naquele dia (“Hoje
o inimigo veio me espreitar/Armou tocaia lá na curva do rio”) e
em postes normalmente exercem nas ruas das
assume posição de resistência face às agressões que sofreu
cidades grandes, esse texto evidencia a (“Trouxe um porrete a mó de me quebrar/Mas eu não quebro
porque sou macio, viu”). Assim, é correta a opção [E].
a) disseminação da arte poética em um veículo não
convencional.
38. PIADA
b) manutenção da expectativa das pessoas ao
andarem pelas ruas. A anedota ou piada é um gênero textual humorístico
que tem o intuito de levar ao riso. São textos
c) necessidade de exposição de poemas pequenos
populares que vão sendo contados em ambientes
em diferentes suportes.
informais, e que normalmente não possuem um autor. 18
d) característica corriqueira do suporte lambe-lambe, Trata-se de um texto narrativo simples em que
muito comum nas ruas. geralmente há presença de enredo, personagens,
tempo, espaço.
e) exposição da beleza escondida das esquinas da
cidade de Belo Horizonte.
(ENEM 2016) O humor e a língua

O uso de cartazes ao estilo lambe-lambe (técnica de colagem de Há algum tempo, venho estudando as piadas, com
cartazes em diversos espaços públicos) é usado fundamentalmente
ênfase em sua constituição linguística. Por isso,
com objetivo de propaganda comercial. O fato de um texto poético
usar a mesma estratégia para levar a mensagem à população na embora a afirmação a seguir possa parecer
rotina do seu cotidiano comprova que a poesia pode usar métodos surpreendente, creio que posso garantir que se trata
não convencionais para atingir o seu objetivo. Assim, é correta a de uma verdade quase banal: as piadas fornecem
opção [A].
simultaneamente um dos melhores retratos dos
valores e problemas de uma sociedade, por um lado,
37. DIÁRIO
e uma coleção de fatos e dados impressionantes para
quem quer saber o que é e como funciona uma
Diário deriva do latim diarium, cuja palavra faz
língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas
referência a “dia”. É um tipo de autobiografia narrada
com os quais uma sociedade se debate, uma coleção
em primeira pessoa. Embora seja conhecido
de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade,
popularmente como um caderno de anotações é um
etnia/raça e outras diferenças, instituições (igreja,
dos gêneros textuais assim como a fábula, o romance
escola, casamento, política), morte, tudo isso está
e a notícia, por exemplo.
sempre presente nas piadas que circulam
anonimamente e que são ouvidas e contadas por
(ENEM 2016) Querido diário
todo mundo em todo o mundo. Os antropólogos
ainda não prestaram a devida atenção a esse material,
Hoje topei com alguns conhecidos meus
que poderia substituir com vantagem muitas
Me dão bom-dia, cheios de carinho
entrevistas e pesquisas participantes. Saberemos
Dizem para eu ter muita luz, ficar com Deus
mais a quantas andam o machismo e o racismo, por
Eles têm pena de eu viver sozinho
exemplo, se pesquisarmos uma coleção de piadas do
[...]
que qualquer outro corpus.
Hoje o inimigo veio me espreitar
Armou tocaia lá na curva do rio POSSENTI. S. Ciência Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado).
Trouxe um porrete a mó de me quebrar
Mas eu não quebro porque sou macio, viu A piada é um gênero textual que figura entre os mais
recorrentes na cultura brasileira, sobretudo na
HOLANDA, C. B. Chico. Rio de Janeiro: tradição oral. Nessa reflexão, a piada é enfatizada por
Biscoito Fino, 2013 (fragmento).
a) sua função humorística.
b) sua ocorrência universal.
Uma característica do gênero diário que aparece na
letra da canção de Chico Buarque é o(a) c) sua diversidade temática.
a) diálogo com interlocutores próximos. d) seu papel como veículo de preconceitos.
b) recorrência de verbos no infinitivo. e) seu potencial como objeto de investigação.
c) predominância de tom poético.
O último período do texto (“Saberemos mais a quantas andam o
d) uso de rimas na composição. machismo e o racismo, por exemplo, se pesquisarmos uma coleção
de piadas do que qualquer outro corpus”) indica que o autor
e) narrativa autorreflexiva. enfatiza a tese inicial de que a piada, além de divertir, fornece
dados de análise relativamente a valores e problemas de uma
Gênero da literatura autobiográfica, o diário registra as vivências e sociedade. Assim, é correta a opção [E].
sentimentos de um “eu” face ao mundo que o rodeia, em tom
intimista e confidente, como acontece na música “Querido diário”,
de Chico Buarque. A última estrofe é claramente introspectiva, já
39. FÁBULA E o rato respondeu:
– Muito simples. Estabeleci uma relação
Fábula é um texto predominantemente narrativo, matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que
quase sempre breve e em prosa, com personagens você precisa comer muito mais. Tracei uma
sem muita complexidade e história de caráter ético e comparação entre a sua força e a minha – é claro que
moral. A fábula é um gênero textual muito utilizado no você precisa de muito maior volume de alimentação
processo de formação ética e moral dos indivíduos, do que eu. Comparei, ponderadamente, sua posição
porque ao final o autor traz uma lição moral. na floresta com a minha – e, evidentemente, a partilha
só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual,
sou todo espírito!
(UNESP 2021) Leia a narrativa “O leão, o burro e o – Inacreditável, inacreditável! Que 19
rato”, de Millôr Fernandes. compreensão! Que argúcia! – exclamou o leão,
realmente admirado. – Olha, juro que nunca tinha
Um leão, um burro e um rato voltaram, afinal, notado, em você, essa cultura. Como você escondeu
da caçada que haviam empreendido juntos1 e isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta
colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: sabedoria?
dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e – Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se
muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende,
com voz tonitruante que procurava inutilmente acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro
suavizar, berrou: morto.
– Bem, agora que terminamos um magnífico
dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para Moral: Só um burro tenta ficar com a parte do
a justa partilha do nosso esforço conjunto. Compadre leão.
burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três,
com licença do compadre rato, você, compadre 1 A conjugação de esforços tão heterogêneos na
burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes destruição do meio ambiente é coisa muito comum.
absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o 2 Enquanto estavam bebendo água, o leão reparou
rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande que o rato estava sujando a água que ele bebia. Mas
amigo burro em paz para deliberar. isso já é outra fábula.
Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam
água2 e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram (100 fábulas fabulosas, 2012.)
que o burro tinha feito um trabalho extremamente
meticuloso, dividindo a caça em três partes
absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, Uma moral para a narrativa de Millôr Fernandes em
o burro perguntou ao leão: conformidade com uma fábula tradicional seria:
– Pronto, compadre leão, aí está: que acha da a) Para quem morrer está posto, é melhor a morte com
partilha? reputação.
O leão não disse uma palavra. Deu uma
violenta patada na nuca do burro, prostrando-o no b) Alguns seres humanos, por causa das próprias
chão, morto. espertezas, sem perceber se lançam em direção às
Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse: desgraças.
– Compadre rato, lamento muito, mas tenho a c) Alguns homens fazem por mal o que por bem não
impressão de que concorda em que não podíamos querem aceitar.
suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice.
Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia d) Para os homens, os infortúnios do próximo se
outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava tornam um apelo à ponderação.
mais o compadre burro. Me faça um favor agora – e) Os homens sensatos não desdenham nem mesmo
divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o as coisas modestas.
corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente,
deixando-lhe calma para uma deliberação sensata. Tomando em consideração que o rato só se salvou quando
Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor percebeu que a atitude do burro, justa, mas inconveniente ao leão,
dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, tinha provocado a sua morte, resolveu proceder de forma oposta
toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro, para que não lhe acontecesse o mesmo. Se se tratasse de uma
fábula tradicional, a moral a tirar seria “Para os homens, os
apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão infortúnios do próximo se tornam um apelo à ponderação”, como
ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato o transcrito em [D], que é o gabarito.
chamou:
– Compadre leão, está pronta a partilha!
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão
justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
– Maravilhoso, meu caro compadre,
maravilhoso! Como você chegou tão depressa a uma
partilha tão certa?
(ENEM 2014) O correr da vida embrulha tudo. A a) é um recurso elitizado, cujo público precisa
vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, dominar a língua padrão.
sossega e depois desinquieta. O que ela quer da
b) constitui recurso próprio para a aquisição da
gente é coragem.
modalidade escrita da língua.
ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova c) é restrita à divulgação de textos curtos e pouco
Fronteira, 1986.
significativos e, portanto, é pouco útil.
No romance Grande sertão: veredas, o protagonista d) interfere negativamente no processo de escrita e
Riobaldo narra sua trajetória de jagunço. A leitura do acaba por revelar uma cultura pouco reflexiva.
trecho permite identificar que o desabafo de Riobaldo
se aproxima de um(a) e) estimula a produção de frases com clareza e 20
objetividade, fatores que potencializam a
a) diário, por trazer lembranças pessoais. comunicação interativa.
b) fábula, por apresentar uma lição de moral. A norma que limita o uso de 140 caracteres na emissão de
mensagens do Twitter exige a produção de frases claras e objetivas,
c) notícia, por informar sobre um acontecimento. o que potencializa a comunicação interativa, como se afirma em [E].
d) aforismo, por expor uma máxima em poucas
palavras.
41. PRÓLOGO
e) crônica, por tratar de fatos do cotidiano.
Prólogo é um texto ou uma advertência, geralmente
[D] Correta. No excerto apresentado, tem-se uma reflexão de breve que antecede uma obra escrita e que tem por
Riobaldo filosoficamente descrita a partir de sua experiência de objetivo apresentá-la ao leitor. Do grego “prólogos”
vida. A conclusão contudo é formulada através de um aforismo: o
que significa "escrito preliminar". Prólogo é o mesmo
que ela quer da gente é coragem. Aforismo é um estilo de
pensamento bastante conciso, usado na literatura e na filosofia para que introdução, prefácio, prefação, preâmbulo.
traduzir uma percepção da vida, das pessoas e da sociedade, só
que realçado pela expressividade e pela lucidez. (UFRGS 2019) Considere as seguintes afirmações
sobre Maria Firmina dos Reis e seu romance Úrsula.
40. AFORISMO
I. O romance Úrsula foi publicado no Maranhão, em
Aforismo é um texto breve que enuncia uma regra, um 1859, sob o pseudônimo de “Uma Maranhense”, e
pensamento, um princípio ou uma advertência. É um quase não se tem notícia de sua circulação à época
estilo de sentença que articula literatura e filosofia em da publicação. Recuperado na segunda metade do
que a percepção da vida, da sociedade, ou tudo que século XX, só então o livro passa a ser reeditado e
venha a ser objeto de pensamento, é realçado pela minimamente debatido no meio literário.
expressividade de uma mensagem verdadeira e II. Nas primeiras páginas do romance, uma voz que
concisa. pode ser lida como a da autora apresenta, a modo
de prólogo, seu livro ao leitor, consciente das
(ENEM 2011) O que é possível dizer em 140 limitações que seriam impostas a ele por ter sido
caracteres? escrito por uma mulher brasileira de educação
acanhada.
Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de III. A circulação limitada de Úrsula dá mostras de que,
compreender a importância da concisão nos gêneros associados ao valor estético, fatores como classe
de escrita. social, gênero e raça do escritor também
A máxima ‘menos é mais’ nunca fez tanto sentido participam da definição do cânone literário.
como no caso do microblog Twitter, cuja premissa é
dizer algo — não importa o quê — em 140 caracteres. Quais estão corretas?
Desde que o serviço foi criado, em 2006, o número de a) Apenas I.
usuários da ferramenta é cada vez maior, assim como
a diversidade de usos que se faz dela. Do estilo b) Apenas III.
“querido diário” à literatura concisa, passando por c) Apenas I e II.
aforismos, citações, jornalismo, fofoca, humor etc., d) Apenas II e III.
tudo ganha o espaço de um tweet (“pio” em inglês), e e) I, II e III.
entender seu sucesso pode indicar um caminho para
o aprimoramento de um recurso vital à escrita: a Maria Firmina dos Reis, autora de “Úrsula”, obra que esteve cem
anos fora do mercado editorial, antecipa, em nota introdutória ao
concisão. romance, que seu texto conterá traços reveladores da sua condição
de mulher negra e pobre, desculpando-se por enveredar pelo
Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 28
caminho do intimismo, desconhecido até aquele momento.
abr. 2010 (adaptado)
“Úrsula” denuncia as injustiças praticadas em uma sociedade
O Twitter se presta a diversas finalidades, entre elas, à autoritária e patriarcal revelando ao leitor sentimentos e angústias
vivenciados por seus personagens escravizados. Assim, é correta a
comunicação concisa, por isso essa rede social opção [E], pois todos as proposições são corretas.
42. EPÍLOGO e) os versos em primeira pessoa revelam que os
indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas
O epílogo traz sempre o fim de uma criação literária foram silenciados pela colonização, como
fictícia ou de um texto dissertativo. É justamente o demonstra a presença do narrador, no segundo
segmento da narrativa ou da monografia que dá um texto.
desfecho aos eventos que se sucederam ao longo da
obra e, no caso da dissertação, apresenta as Embora ambos desenvolvam temática relacionada ao indígena
brasileiro, este não é apresentado de forma realista nem
deduções e as respostas levantadas por seu autor.
discriminatória, o que invalida as opções A e B. Também não existe
denúncia do extermínio dos povos indígenas, nem referência ao
(ENEM 2007) O canto do guerreiro silenciamento de seus dotes poéticos, como se afirma em D e C.
Assim, a única válida é a C, pois as interrogações revelam 21
perspectivas diferentes do enunciador sobre a realidade indígena
Aqui na floresta
brasileira. “Quem há, como eu sou?” expressa a visão idealizada do
Dos ventos batida, herói na concepção do Romantismo indianista e “Quem podia
Façanhas de bravos saber do Herói” traduz a visão inovadora e irreverente da 1ª Fase
Não geram escravos, do Modernismo do “ herói da nossa gente” na obra “ Macunaíma”,
de Mário de Andrade.
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
- Ouvi-me, Guerreiros, 43. CANCIONEIRO
- Ouvi meu cantar.
Trata-se de uma composição musical para ser
Valente na guerra, cantado, o que envolve, necessariamente, uma
Quem há, como eu sou? preocupação com o ritmo, a seleção de palavras, a
Quem vibra o tacape rima, enfim, com a musicalidade das palavras.
Com mais valentia?
Quem golpes daria (ENEM 2017) TEXTO I
Fatais, como eu dou?
- Guerreiros, ouvi-me; Terezinha de Jesus
- Quem há, como eu sou? De uma queda foi ao chão
Acudiu três cavalheiros
Gonçalves Dias. Todos os três de chapéu na mão

O primeiro foi seu pai


MACUNAÍMA O segundo, seu irmão
(Epílogo) O terceiro foi aquele
A quem Tereza deu a mão
Acabou-se a história e morreu a vitória.
BATISTA, M. F. B. M.; SANTOS, I. M. F. (Org.). Cancioneiro da
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na Paraíba. João Pessoa: Grafset, 1993 (adaptado).
tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um
em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, TEXTO II
aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros
meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era Outra interpretação é feita e partir das condições
solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à sociais daquele tempo. Para a ama e para a criança
beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a para quem cantava a cantiga, e música falava do
terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casamento como um destino natural na vida da
casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói? mulher, na sociedade brasileira do século XIX,
marcada pelo patriarcalismo. A música prepara a
Mário de Andrade. moça para o seu destino não apenas inexorável, mas
desejável; o casamento, estabelecendo uma
A leitura comparativa dos dois textos indica que hierarquia de obediência (pai, irmão mais velho,
a) ambos têm como tema a figura do indígena marido), de acordo com a época e circunstâncias de
brasileiro apresentada de forma realista e heroica, sua vida.
como símbolo máximo do nacionalismo romântico.
b) a abordagem da temática adotada no texto escrito Disponível em: http://provsjose.blogspot.com.br. Acesso em: 5
em versos é discriminatória em relação aos povos dez. 2012.
indígenas do Brasil.
c) as perguntas "- Quem há, como eu sou?" (10. texto) O comentário do Texto II sobre o Texto I evoca a
e "Quem podia saber do Herói?" (20. texto) mobilização da língua oral que, em determinados
expressam diferentes visões da realidade indígena contextos,
brasileira.
d) o texto romântico, assim como o modernista, a) assegura existência de pensamentos contrários à
aborda o extermínio dos povos indígenas como ordem vigente.
resultado do processo de colonização no Brasil.
b) mantém a heterogeneidade das formas de e) importância da parceria entre brasileiros e
relações sociais. britânicos para a realização das filmagens.
c) conserva a influência sobre certas culturas. A referência ao fato de o documentário ter sido “o único trabalho
produzido por equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre
d) preserva a diversidade cultural e comportamental.
os finalistas” enfatiza o ato admirável e surpreendente por ter sido
e) reforça comportamentos e padrões culturais. realizado no recôncavo do Nordeste brasileiro e ter sido agraciado
com um prêmio concedido por uma importante agência
estrangeira. Assim, é correta a opção [C].
Na letra da canção “Terezinha de Jesus”, a mulher é tida como um
ser frágil, passível de “quedas” e que necessitará da presença 45. RECEITA
constante de uma figura masculina ao seu lado (pai, irmão e o
marido) para protegê-la. A partir desse prisma, podemos afirmar 22
Receitas são orientações que ajudam as pessoas a,
que essa cantiga lida tanto com os estereótipos de gênero
socialmente definidos, quanto com a heteronormatividade nos passo a passo, prepararem pratos de comida. As
comportamentos e relacionamentos entre os gêneros. Assim, é receitas geralmente vêm com seus verbos no modo
correta a opção [E]. imperativo, para dar instruções de como preparar o
prato. Logo, enquadram-se no grupo dos textos
44. DOCUMENTÁRIO instrucionais.

O documentário é um gênero do cinema que possui (ENEM 2ª APLICAÇÃO 2016) Receitas de vida por um
muitas semelhanças com o jornalismo, como o foco mundo mais doce
nos fatos e pessoas reais. É um gênero do cinema que
tem como objetivo a apresentação de uma visão da Pé de moleque
realidade por meio da tela.
Ingredientes
(ENEM 2021) O documentário O menino que fez um 2 filhos que não param quietos
museu, direção de Sérgio Utsch, produção 3 sobrinhos da mesma espécie
independente de brasileiros e britânicos, gravado no 1 cachorro que adora uma farra
Nordeste em 2016, mais precisamente no distrito 1 fim de semana ao ar livre
Dom Quintino, zona rural do Crato, foi premiado em
Londres, pela Foreign Press Association (FPA), a Preparo
associação de correspondentes estrangeiros mais Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale,
antiga do mundo, fundada em 1888. mexa bem e deixe descansar. Não as crianças, que
De acordo com o diretor, O menino que fez um museu não vai adiantar. Sirva imediatamente, porque pé de
foi o único trabalho produzido por equipes fora do moleque não para. Quer essa e outras receitas
eixo Estados Unidos-Europa entre os finalistas. O completas?
documentário conta a história de um Brasil profundo,
desconhecido até mesmo por muitos brasileiros. É Entre no site cianaturale.com.br.
apresentado com o carisma de Pedro Lucas Feitosa,
11 anos. Onde tem doce, tem Naturale.
Quando tinha 10 anos, Pedro Lucas criou o Museu de
Luiz Gonzaga, que fica no distrito de Dom Quintino. A Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado).
ideia surgiu após uma visita que o garoto fez, em
O texto é resultante do hibridismo de dois gêneros
2013, quando tinha 8 anos, ao Museu do Gonzagão,
textuais. A respeito desse hibridismo, observa-se que
em Exu, Pernambuco. Pedro decidiu criar o próprio
a
lugar de exposição para homenagear o rei e o local
escolhido foi a casa da sua bisavó já falecida, que fica a) receita mistura-se ao gênero propaganda com a
ao lado da casa dele, na rua Alto de Antena. finalidade de instruir o leitor.

Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 18 abr. 2018.


b) receita é utilizada no gênero propaganda a fim de
divulgar exemplos de vida.
No segundo parágrafo, uma citação afirma que o c) propaganda assume a forma do gênero receita
documentário “foi o único trabalho produzido por para divulgar um produto alimentício.
equipes fora do eixo Estados Unidos-Europa entre os
finalistas”. No texto, esse recurso expressa uma d) propaganda perde poder de persuasão ao assumir
estratégia argumentativa que reforça a a forma do gênero receita.
a) originalidade da iniciativa de homenagem á vida e e) receita está a serviço do gênero propaganda ao
à obra de Luiz Gonzaga. solicitar que o leitor faça o doce.
b) falta de concorrentes ao prêmio de uma das
associações mais antigas do mundo.
É correta a opção [C], pois o texto mistura dois gêneros textuais:
c) proeza da premiação de uma história ambientada propaganda, utilizando a função apelativa da linguagem, e receita.
no interior do Nordeste brasileiro.
d) escassez de investimentos para a produção
cinematográfica independente no país.
46. PREÂMBULO 47. REPENTE

O preâmbulo é um texto introdutório que antecede o Repente é uma arte brasileira baseada no improviso
texto principal. É muito usado em textos de lei. cantado, alternado por dois cantores, daí o nome
repente. O Repente na Cantoria de viola é
(ENEM PPL 2020) A carta da Terra desenvolvido por dois cantores acompanhados por
violas na afinação nordestina
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da O repente ou cantoria é uma arte poético-musical
Terra, numa época em que a humanidade deve comum no Nordeste do Brasil e caracteriza-se pela
escolher o seu futuro. Para seguir adiante, devemos improvisação de estrofes, ou seja, pela sua 23
reconhecer que, no meio de uma magnífica composição no momento da apresentação. Cantando
diversidade de culturas e formas de vida, somos uma sempre em duplas, ao improvisar versos os
família humana e uma comunidade terrestre com um repentistas dialogam um com o outro e com os
destino comum. Para chegar a este propósito, é ouvintes. Não encontrei questões de vestibular
imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos relacionadas a esse gênero.
nossa responsabilidade uns com os outros, com a
grande comunidade da vida e com as futuras Repente "sertão bonito". (Batuta Nordestina)
gerações.
Refrão:
PRINCÍPIOS
Eita sertão bonito, eita sertão bonito
I. Respeitar e cuidar da comunidade da vida.
II. Proteger e restaurar a integridade ecológica. Eita sertão bonito, eita sertão bonito.
III. Promover a justiça social e econômica.
Quando do céu cai a água
IV. Fortalecer a democracia, a não violência e a paz.
Que enfeita a serrania
O CAMINHO ADIANTE
O vento brinca travesso
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de
uma nova reverência face à vida e pelo compromisso Com folhas da mataria
firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação
Natureza deslumbrada
da luta pela justiça e pela paz e a alegre celebração
da vida. Daquela terra molhada

Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em: 3 dez. 2017


Sobe um cheiro de alegria
(adaptado). Cheira mais que moça nua
Tomando banho de lua
Analisando a estrutura composicional do texto,
percebe-se que ele se insere na esfera No fogo da juvenia.

a) institucional, pois propõe regras de conduta para


alcançar a sustentabilidade da vida na Terra. 48. MANIFESTO

b) pessoal, pois manifesta subjetividade diante da Na literatura, define-se manifesto como um texto de
injustiça social e econômica dos povos da Terra. natureza dissertativa e persuasiva, uma declaração
c) publicitária, porque conclama a sociedade para pública de princípios e intenções, que objetiva alertar
participar de ações relacionadas à preservação um problema ou fazer a denúncia pública de um
ambiental. problema que está ocorrendo, normalmente de
cunho político. Pode ter a presença de estruturas
d) científica, pois relata fatos concretos sobre a real repetidas, o que podemos chamar de retórica.
situação do meio ambiente em diferentes pontos
do planeta.
e) jornalística, pois apresenta títulos e subtítulos para (ENEM 2019) 1. Nós queremos cantar o amor ao
organizar as informações sobre a relação do perigo, o hábito da energia e da temeridade.
homem com o planeta.
2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos
essenciais de nossa poesia.
“A carta da Terra” parte de princípios de sustentabilidade,
buscando propor uma nova atitude em relação ao ambiente. Assim, 3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade
vemos um texto que se insere na esfera institucional. Gabarito letra
A
pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o
movimento agressivo, a insônia febril, o passo de
corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo
enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da
velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre exercer essa humanidade e encontrar os elementos
enfeitado com tubos grossos, semelhantes a que lhes conferiam e garantam uma identidade
serpentes de hálito explosivo... um automóvel religiosa diferenciada, com características próprias,
rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais que constituiu um “patrimônio simbólico do negro
bonito que a Vitória de Samotrácia. brasileiro (a memória cultural da África), afirmou-se
aqui como território político-mítico-religioso para sua
5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura
transmissão e preservação” (SODRÉ, 1988, p, 50).
o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada
também numa corrida sobre o circuito da sua órbita. BARROS, J. F. P. Na minha casa. Rio de Janeiro: Pallas, 2003.
6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto
e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor Na construção desse texto acadêmico, o autor se vale 24
dos elementos primordiais. de estratégia argumentativa bastante comum a esse
gênero textual, a intertextualidade, cujas marcas são
MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas a) aspas, que representam o questionamento parcial
europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985. de um ponto de vista.
b) citações de autores consagrados, que garantem a
O documento de Marinetti, de 1909, propõe os autoridade do argumento.
referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a c) construções sintáticas, que privilegiam a
a) composição estática. coordenação temporal de argumentos.

b) inovação tecnológica. d) comparações entre dois pontos de vista, que são


antagônicos.
c) suspensão do tempo.
e) parênteses, que representam uma digressão para
d) retomada do helenismo. as considerações do autor.
e) manutenção das tradições.
A referência a autores como o sociólogo francês Maurice
O Manifesto futurista de Marinetti propõe os referenciais estéticos Halbwachs e o jornalista baiano Muniz Sodré confere credibilidade
do Futurismo, movimento literário e artístico inserido nas à tese defendida pelo autor de que o Brasil se afirmou como
vanguardas europeias que tinha como principal característica a território político-mítico-religioso da transmissão e preservação da
valorização da tecnologia e da velocidade. Assim, é correta a opção memória cultural da África. Assim, na construção do texto
[B]. acadêmico, a intertextualidade é estabelecida por citações de
autores consagrados, que garantem a autoridade do argumento,
como transcrito em [B].

49. TEXTO ACADÊMICO

O texto acadêmico é aquele que os universitários e (ENEM PPL 2019) É através da linguagem que uma
pessoas vinculadas à universidade escrevem. Ele tem sociedade se comunica e retrata o conhecimento e
caráter científico e a linguagem é formal. Também há entendimento de si própria e do mundo que a cerca.
presença de palavras específicas de uma determinada É na linguagem que se refletem a identificação e a
área acadêmica, o que chamamos de jargão. diferenciação de cada comunidade e também a
inserção do indivíduo em diferentes agrupamentos,
(ENEM PPL 2021) Espaço e memória estratos sociais, faixas etárias, gêneros, graus de
escolaridade. A fala tem, assim, um caráter
O termo “Na minha casa...” é uma metáfora emblemático, que indica se o falante é brasileiro ou
que guarda múltiplas acepções para o conjunto de português, francês ou italiano, alemão ou holandês,
pessoas, de adeptos, dos que creem nos orixás. americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro,
Múltiplos deuses que a diáspora negra trouxe para o se é nordestino, sulista ou carioca. A linguagem
Brasil. Refere-se ao espaço onde as comunidades também oferece pistas que permitem dizer se o
edificaram seus templos, referência de orgulho, locutor é homem ou mulher, se é jovem ou idoso, se
aludindo ao patrimônio cultural de matriz africana, tem curso primário, universitário ou se é iletrado. E,
reelaborado em novo território. por ser um parâmetro que permite classificar o
O espaço é fundamental na constituição da indivíduo de acordo com sua nacionalidade e
história de um povo. Halbwachs (1941, p. 85), ao naturalidade, sua condição econômica ou social e seu
afirmar que “não há memória coletiva que não se grau de instrução, é frequentemente usado para
desenvolva em um quadro espacial”, aponta para a discriminar e estigmatizar o falante.
importância de aspecto tão significativo no
LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros. Rio de Janeiro:
desenvolvimento da vida social. Jorge Zahar, 2002.
Lugar para onde está voltada a memória,
onde aqueles que viveram a condição-limite de
escravo podiam pensar-se como seres humanos, Nesse texto acadêmico, as autoras fazem uso da
linguagem formal para
a) estabelecer proximidade com o leitor. principais pontos da acta diurna, um “jornal” exposto
diariamente no Fórum de Roma. Essa tábua, o “iPad
b) atingir pessoas de vários níveis sociais.
da Roma Antiga”, era levada por um mensageiro até
c) atender às características do público leitor. o destinatário, que respondia embaixo da mensagem.
d) caracterizar os diferentes falares brasileiros. NIDECKER, F. Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 7 nov.
2013 (adaptado}.
e) atrair leitores de outras áreas do conhecimento.

A necessidade de adequar o discurso a situações concretas exige Na reportagem, há uma comparação entre
que o texto acadêmico opte pelo uso da linguagem formal que se tecnologias de comunicação antigas e atuais. Quanto
caracteriza pelo rigor sintático, pela riqueza do vocabulário de tipo ao gênero mensagem, identifica-se como 25
erudito e pelo uso de formas de tratamento adequadas ao contexto
característica que perdura ao longo dos tempos o(a)
e ao público específico a que se dirige. Assim, é correta a opção
[C]. a) imediatismo das respostas.
b) compartilhamento de informações.
50. BILHETE / MENSAGEM c) interferência direta de outros no texto original.

O objetivo de mensagem é a troca de informações d) recorrência de seu uso entre membros da elite.
entre os interlocutores. O bilhete veicula a mensagem e) perfil social dos envolvidos na troca comunicativa.
de forma rápida e informal.
Objeto central de qualquer tipo de comunicação estabelecida
(ENEM 2017) Romanos usavam redes sociais há dois
entre duas partes, a mensagem é constituída por um conjunto de
mil anos, diz livro elementos informativos que o emissor envia a quem cumpre a
função de receptor. Segundo o texto, esta forma de interação
Ao tuitar ou comentar em baixo do post de um de acontece desde o tempo da Antiguidade e desenvolveu-se até os
dias de hoje com o uso das novas tecnologias. Assim, é correta a
seus vários amigos no Facebook, você provavelmente
opção [B].
se sente privilegiado por viver em um tempo na
história em que é possível alcançar de forma imediata
uma vasta rede de contatos por meio de um simples 51. SÁTIRA
clique no botão “enviar”. Você talvez também reflita
sobre como as gerações passadas puderam viver sem A sátira é um estilo literário presente não só na
mídias sociais, desprovidas da capacidade de verem literatura, como também na música, na televisão, etc.
e serem vistas, de receber, gerar e interagir com uma É classificado como um estilo formado em versos ou
imensa carga de informações. Mas o que você talvez prosa, usado para criticar e desconstruir imagens.
não saiba é que os seres humanos usam ferramentas Normalmente, os versos satíricos estão presentes em
de interação social há mais de dois mil anos. É o que charges, artigos políticos, tirinhas, utilizados como
afirma Tom Standage, autor do livro Writing on the construtores de novos significados para a realidade
Wall – Social Media, The first 2.000 Years (Escrevendo social.
no mural – mídias sociais, os primeiros 2 mil anos, em
tradução livre). (ESPCEX 2018) A sátira é um exemplo do gênero
Segundo Standage, Marco Túlio Cícero, filósofo e a) dramático
político romano, teria sido, junto com outros b) narrativo
membros da elite romana, precursor do uso de redes c) lírico
sociais. O autor relata como Cícero usava um escravo, d) épico
que posteriormente tornou-se seu escriba, para e) didático
redigir mensagens em rolos de papiro que eram
enviados a uma espécie de rede de contatos. Estas A sátira é classificada entre os textos do gênero lírico. Portanto,
pessoas, por sua vez, copiavam seu texto, gabarito letra C. Ela tem o propósito de criticar os vícios, costumes,
acrescentavam seus próprios comentários e ideias, pessoas e instituições por meio da ironia e do sarcasmo.
repassavam adiante. “Hoje temos computadores e
banda larga, mas os romanos tinham escravos e
escribas que transmitiam suas mensagens”, disse
Stand age à BBC Brasil. “Membros da elite romana
escreviam entre si constantemente, comentando
sobre as últimas movimentações políticas e
expressando opiniões”.

Além do papiro, outra plataforma comumente


utilizada pelos romanos era uma tábua de cera do
tamanho e da forma de um tablet moderno, em que
escreviam recados, perguntas ou transmitiam os
TIPO TEXTUAL FUNÇÃO DA LINGUAGEM
NOME DO GÊNERO PARA QUE SERVE (FUNÇÃO SOCIAL) CARACTERÍSTICA
PREDOMINANTE RELACIONADA

A notícia é um gênero textual jornalístico que busca


comunicar um fato de interesse público, de forma rápida Linguagem impessoal (3ª pessoa), com
1. Notícia e objetiva. Se uma notícia for contada de forma predomínio de verbos no presente do Dissertativo-expositivo. Função referencial. predomina
exagerada ou sensacionalista, ela será considerada uma indicativo.
notícia alarmante ou “clicbait”.

A reportagem é um texto traz um assunto de interesse


público e aprofunda a discussão em torno dele. Esse
gênero pode fazer comparações, trazer falas de Linguagem impessoal (3ª pessoa), com
2. Reportagem indivíduos relevantes para o fato e de especialistas no predomínio de verbos no presente do Dissertativo-expositivo Função referencial predomina
assunto. A reportagem não tem objetivo de mostrar a indicativo.
opinião do autor (repórter), mas pode expor a opinião
dos indivíduos envolvidos no fato.

O editorial é um gênero jornalístico escrito por um


Pode ser escrito em 1ª ou em 3ª pessoa. Nesse
repórter (assim como todo gênero jornalístico é escrito
gênero, há presença da opinião do jornalista na
3. Editorial por um jornalista). No entanto, ele se posiciona como Dissertativo-argumentativo Pode variar muito.
condição de porta-voz do jornal onde ele
líder do jornal ou como porta-voz da opinião da equipe
trabalha.
de jornalistas.

O artigo de opinião é um gênero jornalístico. Esse


gênero é semelhante ao editorial, só que no artigo de
Pode ser escrito em 1ª ou em 3ª pessoa. Nesse
4. Artigo de opinião opinião, o jornalista dá a sua própria opinião sobre o Dissertativo-argumentativo Pode variar muito.
gênero, há presença da opinião do jornalista.
assunto, enquanto no editorial, a opinião é do jornal
onde ele trabalha.

A crônica é um gênero textual jornalístico que narra um


acontecimento corriqueiro (do cotidiano) com finalidade
É um texto jornalístico, mas com pitadas de
5. Crônica de ser engraçada. O ENEM chama isso de caráter lúdico. Pode variar muito.
linguagem conotativa (própria de textos Narrativo
Claro, para ser engraçado, o texto tem que ter linguagem
literários),
informal.

O autor faz a introdução de uma determinada obra tendo Geralmente escrito em primeira pessoa. Não é
6. Prefácio Pode variar Função metalinguística
objetivo de estimular sua leitura. uma regra.

1
Índice é uma listagem organizada de temas, assuntos,
Geralmente, os índices apresentam
palavras e tópicos e que costuma estar presente em
informações detalhadas sobre os conteúdos
livros e outros documentos. Por norma, o índice deve
apresentados ao longo do texto, estando
estar no final do texto, sendo considerado um elemento
7. Índice organizados por ordem alfabética ou Pode variar Função metalinguística
pós-textual e opcional, onde aparecem informações
cronológica (de acordo com a ordem em que
alternativas, normalmente explicativas, daquelas que
aparecem no livro), indicando também as suas
foram apresentadas ao longo do documento, por
respectivas páginas.
exemplo.

Indica os capítulos e todas as outras divisões textuais,


O sumário, que é comumente confundido com
8. Sumário assim como se apresentam no texto, e o número da Pode variar Função metalinguística
os índices, costuma estar no começo dos livros.
página em que estão os respectivos conteúdos.

Apresenta, de forma breve, os principais pontos de um Função referencial e, talvez,


9. Resumo É curto. Sempre tem intertextualidade. Dissertativo-expositivo.
outro texto, sem dar opinião sobre ele. metalinguística. Pode variar.

Função referencial e, talvez,


10. Sinopse Mesma coisa que resumo. É curto. Sempre tem intertextualidade. Dissertativo-expositivo.
metalinguística. Pode variar.

O autor apresenta comentários críticos sobre uma Geralmente, a resenha serve para estimular o Função referencial e, talvez,
11. Resenha Dissertativo-argumentativo.
determinada obra. consumo (compra / leitura) da obra base. metalinguística. Pode variar.

O autor busca mostrar a própria experiência vivida, por


Presença de verbos no passado, com adjetivos
meio de descrições objetivas e subjetivas, que trazem as Narrativo, talvez. Pode
12. Relato objetivos e subjetivos. Tem linguagem mais Função emotiva, talvez. Pode variar.
impressões, sentimentos e pensamentos do autor variar.
subjetiva, com forte carga emocional.
narrador.

O relatório é um documento oficial que apresenta um


resumo de atividades realizadas pelos funcionários de É um texto em que o autor relata algo, com
13. Relatório Dissertativo-expositivo. Função referencial
uma empresa, por exemplo. Ele também informa os linguagem formal.
dados e resultados coletados a partir de pesquisas.

O conto é um texto narrativo curto, com poucos


14. Conto Presença de verbos no passado. Narrativo Pode variar.
personagens, enredo delimitado e história concisa.

2
A biografia é um gênero textual que busca contar a
Se for a pessoa contando a própria história, Narrativo ou dissertativo-
15. Biografia jornada de uma pessoa (geralmente essa pessoa tem Pode variar.
chamamos de autobiografia. expositivo. Pode variar.
grande valor na sociedade).

A anedota, também conhecida como piada, é um gênero


16. Anedota textual que visa, a partir de uma breve narrativa, causar o Texto curto. Varia muito Varia muito
humor ao interlocutor por meio de algum comentário.

É o texto que você consegue ler de baixo pra cima, de É característico de textos de sites, já que o leitor
17. Hipertexto um lado para o outro etc. O leitor não segue uma ordem pode rolar a página pra baixo ou pra cima, ver Varia muito. Varia muito.
linear na leitura. um vídeo, ir para outra página etc.

A bula é um texto técnico que tem objetivo de mostrar a


Linguagem técnica. Presença de vocabulário
18. Bula composição de um remédio, seus efeitos colaterais, suas Dissertativo-expositivo Função referencial predomina
específico da área da saúde (jargão)
contraindicações etc.

Textos jurídicos são escritos com vocabulário técnico e


com precisão vocabular. A ideia de uma redação jurídica
é ser o menos ambígua possível, pois a narrativa dos Leis e outros documentos oficiais são exemplos
19. Texto jurídico Dissertativo-expositivo Função referencial predomina
fatos irá embasar a decisão do magistrado ou do servidor desses textos.
público, assim como irá convencer os demais sujeitos do
processo.

Forte presença do discurso direto (os


Texto feito para ser encenado, com indicações de como Presença do tipo narrativo.
20. Peça teatral personagens falam livremente, sem Varia muito.
devem ser as falas e as cenas.
intermediação do narrador)

A tira ou tirinha é um gênero textual assim definido por É composta por um texto híbrido, que combina
21. Tirinha Sérgio Roberto Costa: Segmento ou fragmento de HQs, o verbal e o visual no mesmo enunciado e sob a Varia muito. Varia muito.
geralmente com três ou quatro quadrinhos. mesma enunciação.

Charge é uma ilustração humorística que envolve a A charge tem o objetivo de satirizar algum
22. Charge Varia muito. Varia muito.
caricatura de um ou mais personagens. acontecimento da atualidade.

23. Romance Romance é um texto narrativo maior do que o conto. Presença de personagens, enredo, narrador. Tipo narrativo Varia muito

Epopeia é um texto narrativo que trata histórias


24. Epopeia Presença de personagens heróis Tipo narrativo Varia muito
grandiosas, geralmente com temática de heróis.

3
Narrativa breve, maior do que um conto e menor do que
um romance, e que se caracteriza por apresentar uma
25. Novela Presença de personagens, enredo, narrador Tipo narrativo Varia muito
espécie de concentração temática em torno de um
número restrito de personagens.

Histórias em quadrinhos são narrativas gráficas, ou seja,


As histórias em quadrinhos podem ser vistas
histórias narradas compostas por imagem e texto. Sua
26. Quadrinhos como revistas ou em jornais, no formato de Tipo narrativo Varia muito
denominação varia entre arte sequencial, narrativa
tirinhas.
figurada e literatura ilustrada.

O soneto é um poema de forma fixa, composto por


quatro estrofes, sendo que as duas primeiras são
27. Soneto Presença de linguagem figurada Varia muito Varia muito
constituídas por quatro versos, cada uma, os quartetos, e
as duas últimas de três versos, cada uma, os tercetos

O gênero ladainha é um texto, geralmente, de caráter


28. Ladainha religioso em que o autor se lamenta e / ou pede algo a Geralmente é um texto em verso Varia muito Função emotiva ou conativa
Deus ou a alguma entidade religiosa.

A carta é um gênero textual dialógico, ou seja, ela tem


29. Carta como principal objetivo estabelecer uma conversa entre Presença de interlocução Varia muito Varia muito
dois interlocutores específicos.

O anúncio publicitário (ou simplesmente publicidade) é


30. Campanha um gênero textual que promove um produto ou uma
Presença de texto híbrido Varia muito Varia muito
publicitária ideia sendo veiculado pelos meios de comunicação de
massa: jornais, revistas, televisão, rádio e internet.

Também era usado para exaltar algo belo ou a


Ode é uma composição poética do gênero lírico que se
31. Ode pátria. Não encontrei questões com esse Varia muito Varia muito
divide em estrofes simétricas.
gênero textual.

A elegia é um gênero poético caracterizado mais pela


a elegia pode ser desenvolvida em versos livres,
temática do que por uma estrutura formal: tem como
32. Elegia mas sempre reconhecida em virtude de sua Varia muito Varia muito
assuntos principais a tristeza dos amores interrompidos
temática peculiar.
pela morte ou pela infidelidade.
É a parte da narrativa ou da monografia que dá
um desfecho aos eventos que se sucederam ao
O epílogo é o fechamento de um texto, geralmente vem
longo da obra e, no caso da dissertação,
33. Epílogo no fim de uma criação literária fictícia ou de um texto Varia muito Varia muito
apresenta as deduções e as respostas
dissertativo.
levantadas por seu autor. Uma espécie de
conclusão.
O verbete é um gênero textual que pode ser encontrado É um texto impessoal e, geralmente escrito em
34. Verbete Varia muito Função metalinguística
em dicionários, glossários e enciclopédias. linguagem mais formal.

4
São conhecidos como causos populares,
Causo é um gênero discursivo, que apresenta fatos reais
podem apresentar rimas, trabalhando assim a
35. Causo ou fictícios em suas histórias, contadas de forma Tipo narrativo Varia muito
sonoridade das palavras e já fazem parte do
engraçada, com objetivo lúdico.
folclore brasileiro.
Entre as suas características, está: divulgar
O cartaz é gênero textual produzido de forma clara e alguém, algum evento ou alguma coisa. Para
36. Cartaz objetiva, para facilitar a compreensão no momento da melhor compreender sobre a estrutura e a Varia muito Varia muito
leitura. função dos cartazes, vale a pena relembrar o
que são os gêneros textuais.
Embora seja conhecido popularmente como
Diário deriva do latim diarium, cuja palavra faz referência
um caderno de anotações é um dos gêneros
37. Diário a “dia”. É um tipo de autobiografia narrada em primeira Tipo narrativo Varia muito
textuais assim como a fábula, o romance e a
pessoa.
notícia, por exemplo.
A anedota ou piada é um gênero textual humorístico que
Trata-se de um texto narrativo simples em que
tem o intuito de levar ao riso. São textos populares que
38. Piada geralmente há presença de enredo, Tipo narrativo Varia muito
vão sendo contados em ambientes informais, e que
personagens, tempo, espaço.
normalmente não possuem um autor.
A fábula é um gênero textual muito utilizado no
Fábula é um texto predominantemente narrativo, quase
processo de formação ética e moral dos
39. Fábula sempre breve e em prosa, com personagens sem muita Varia muito Varia muito
indivíduos, porque ao final o autor traz uma
complexidade e história de caráter ético e moral.
lição moral.
É um estilo de sentença que articula literatura e
filosofia em que a percepção da vida, da
Aforismo é um texto breve que enuncia uma regra, um
40. Aforismo sociedade, ou tudo que venha a ser objeto de Varia muito Varia muito
pensamento, um princípio ou uma advertência.
pensamento, é realçado pela expressividade de
uma mensagem verdadeira e concisa.

Prólogo é um texto ou uma advertência, geralmente Do grego “prólogos” que significa "escrito
41. Prólogo breve que antecede uma obra escrita e que tem por preliminar". Prólogo é o mesmo que Varia muito Varia muito
objetivo apresentá-la ao leitor. introdução, prefácio, prefação, preâmbulo.

É justamente o segmento da narrativa ou da


monografia que dá um desfecho aos eventos
O epílogo traz sempre o fim de uma criação literária
42. Epílogo que se sucederam ao longo da obra e, no caso Varia muito Varia muito
fictícia ou de um texto dissertativo.
da dissertação, apresenta as deduções e as
respostas levantadas por seu autor.
Envolve, necessariamente, uma preocupação
43. Cancioneiro Trata-se de uma composição musical para ser cantado. com o ritmo, a seleção de palavras, a rima, Varia muito Função poética ou emotiva
enfim, com a musicalidade das palavras.
O documentário é um gênero do cinema que possui Gênero do cinema que tem como objetivo a
44. Documentário muitas semelhanças com o jornalismo, como o foco nos apresentação de uma visão da realidade por Tipo narrativo e dissertativo Varia muito
fatos e pessoas reais. meio da tela.
As receitas geralmente vêm com seus verbos no
Receitas são orientações que ajudam as pessoas a, passo modo imperativo, para dar instruções de como
45. Receita Tipo injuntivo Função conativa
a passo, prepararem pratos de comida. preparar o prato. Logo, enquadram-se no
grupo dos textos instrucionais.

5
O preâmbulo é um texto introdutório que antecede o Tipo dissertativo-expositivo
46. Preâmbulo Forte presença da linguagem formal. Função referencial
texto principal. É muito usado em textos de lei. ou argumentativo
Repente é uma arte brasileira baseada no improviso
47. Repente cantado, alternado por dois cantores, daí o nome Forte presença de rimas. Varia muito Função poética
repente.

Na literatura, define-se manifesto como um texto de


natureza dissertativa e persuasiva, uma declaração
Pode ter a presença de estruturas repetidas, o Tipo dissertativo-
48. Manifesto pública de princípios e intenções, que objetiva alertar um Função emotiva ou referencial
que podemos chamar de retórica. argumentativo
problema ou fazer a denúncia pública de um problema
que está ocorrendo, normalmente de cunho político.

O texto acadêmico é aquele que os universitários e Também há presença de palavras específicas


49. Texto acadêmico pessoas vinculadas à universidade escrevem. Ele tem de uma determinada área acadêmica, o que Tipo dissertativo-expositivo Função referencial
caráter científico e a linguagem é formal. chamamos de jargão.

50. Bilhete / mensagem O objetivo de mensagem é a troca de informações entre O bilhete veicula a mensagem de forma rápida
Varia muito Varia muito
os interlocutores. e informal.

A sátira é um estilo literário presente não só na literatura, Normalmente, os versos satíricos estão
como também na música, na televisão, etc. É classificado presentes em charges, artigos políticos, tirinhas,
51. Sátira Varia muito Função emotiva, poética ou emotiva
como um estilo formado em versos ou prosa, usado para utilizados como construtores de novos
significados para a realidade social.
criticar e desconstruir imagens.

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