Curso Redação ENEM 2012 - 290412

Curso de redação - ENEM 2012
SUMÁRIO
Prefácio ................................................................................................... 2
Sobre o autor ........................................................................................... 4
Evolução das Notas ................................................................................. 6
Introdução ............................................................................................... 7
Capítulo I - Sobre o ENEM .................................................................... 9
Capítulo II - Correção da Redação (Edital Inep) .................................. 12
Capítulo III - Por que estudar a língua portuguesa? ............................. 19
Capítulo IV - Dicas gramaticais: crase e uso dos “porquês” ................ 24
Capítulo V - Composição textual: os tipos de redação ......................... 33
Capítulo VI - Coesão textual, coerência e os elementos de ligação ..... 39
Capítulo VII - Regência verbal e nominal ............................................ 45
Capítulo VIII - Tema, título e introdução ............................................. 51
Capítulo IX - Desenvolvimento e Conclusão ....................................... 58
Capítulo X - Enriquecendo seu vocabulário ......................................... 61
Capítulo XI - A língua portuguesa escrita e a internet.......................... 74
Capítulo XII - Vícios de linguagem e repetições .................................. 76
Capítulo XIII - A construção de textos ................................................. 82
Capítulo XIV - Caça-palavras ............................................................... 88
Capítulo XV - Os dez passos para uma redação nota 1000 .................. 98
Exercícios ............................................................................................ 115
Anexos ................................................................................................ 118
Referências:......................................................................................... 120
1
Prefácio
O Curso de Redação ENEM 2012 é uma ferramenta destinada a

estudantes e concluintes do Ensino Médio no quesito Redação.
Aborda de forma clara e objetiva pontos importantes da escrita,
interpretação de textos e os principais tipos de redação para uma revisão
geral sobre o assunto, apresentando a seguir a técnica que ao longo de
quatro anos foi sendo aprimorada e testada pelo autor nos exames do
ENEM, o que lhe permitiu alcançar a nota máxima em Redação no ano
de 2010.
Fazer uma boa redação apenas não lhe garante uma vaga na
universidade, mas é fato que uma boa nota nessa área, assim como um
bom aproveitamento nas demais disciplinas aumenta e muito suas
chances de ingresso nas melhores instituições que aderem ao Exame.
O Curso de Redação para o ENEM 2012 possibilita significativa
melhora na capacidade de redação do aluno, a partir dos recursos
(conhecimentos e habilidades) que ele já tem.
O curso desenvolvido não é uma receita de bolo, uma vez que os
temas são sempre variados, mas possibilita ao estudante, desde que se
2
dedique, a alcançar uma excelente nota em redação, bem como otimizar

seu tempo durante a prova para aproveitá-lo respondendo as demais
questões.
A técnica consiste na preparação parcial de um texto
independente do tema que será abordado na prova, ou seja, você vai
aprender a levar parte ou até mesmo metade da redação pronta,
sobrando tempo para aprimorá-la e minutos preciosos para responder
questões de outras disciplinas.
Esperamos dividir com você aluno essa técnica revolucionária
criada e testada ao longo de quatro anos, para que também alcance uma
nota expressiva no próximo ENEM que possibilite mudar seu futuro.
Boa sorte!
3
Sobre o autor
Sandro Luiz da Silva é casado, pai de três filhos e graduando da

Universidade Federal do ABC no curso de Bacharelado em Ciências e
Humanidades – BC&H. Tem 46 anos, quatro deles dedicados a
aprimorar uma técnica em redação para auxiliar estudantes do Ensino
Médio a tirar uma boa nota em Redação no ENEM e espantar o
fantasma que a maioria dos alunos tem em relação a essa disciplina tão
importante.
Desde 2007, foram quatro exames concluídos com êxito (não
participou do exame de 2008), em que, a cada ano, aperfeiçoou sua
técnica tirando notas acima de 800 que culminou com a nota 1000,
conceito máximo na redação no Exame de 2010.
Na primeira experiência em 2007 passou em diversos cursos de
instituições particulares que lhe garantiram excelentes posições no
Prouni.
A partir de 2009, foi a vez das universidades federais passarem a
utilizar o Enem como critério de admissão de novos alunos. Nesse ano
sua nota lhe garantiu excelentes colocações nos melhores cursos das
mais disputadas universidades, como por exemplo, a UNIFESP (2009),
UFABC (2009), UFPE (2009), além de ingresso em universidades
4
privadas, em cursos de ampla concorrência como Medicina, Engenharia

e Odontologia na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).
Em 2010, sua técnica possibilitou seu ingresso em cursos na
UFSCAR (2010), UFABC (2010) entre outras instituições federais
espalhadas pelo Brasil que aderiram ao ENEM. Sua obstinação em
provar que um aluno oriundo de escolas públicas ou mesmo alguém que
está fora dos muros escolares a mais de 25 anos pode entrar em uma
universidade pública foi tamanha que se especializou em preparar
redações cada vez melhores até tirar a nota máxima no exame de 2010.
Esse curso, portanto, vem sendo preparado e testado ano após
ano para ajudá-lo a ingressar nas melhores faculdades federais e
particulares do país. Esperamos que o curso possa lhe auxiliar nesse
intento.
5
Evolução das Notas
Notas obtidas em redação nos anos de 2007 a 2010
Evolução das Notas na Redação

a nota máxima do ENEM é 1000
1200
1000
800
600
400
200
0
ENEM 2007 UFSCAR ENEM 2009 ENEM 2010
2007 -
Ensino à
distância
Os Boletins de cada ENEM encontram-se ao final do curso na seção:

“Anexos”.
6
Introdução
É possível uma mudança à luz do conhecimento

A divisão cultural entre as classes sociais reafirma
a todo instante a distância entre ricos e pobres. O acesso à
cultura é algo que sempre foi negado às classes menos
favorecidas.
O ENEM é hoje um instrumento que possibilita ao Platão
(428-347)
jovem uma real oportunidade de acesso ao ensino superior
de qualidade. As universidades públicas federais representam uma das
principais fontes de acesso ao conhecimento acumulado pela sociedade
ao longo dos anos.
Durante o decorrer dos séculos o acesso ao conhecimento foi
restrito a poucos. A alienação coletiva a que somos submetidos nos leva
a crer que ainda vivemos no período dos grandes filósofos. O Mito da
Caverna narrado por Platão no livro VII da República é, talvez, uma das
mais poderosas metáforas criadas pela filosofia, em qualquer tempo,
para descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Para
o filósofo, todos nós estamos condenados a ver sombras a nossa frente e
tomá-las como verdadeiras. Essa poderosa crítica à condição dos
homens, escrita há quase 2.500 anos atrás, inspirou e ainda inspira
7
inúmeras reflexões pelos tempos afora. Uma delas está contida no livro
de José Saramago, A Caverna.
Portanto, caros estudantes, sua libertação está, como bem
definiu Platão, na educação. Mãos à obra e um ótimo curso! Abaixo,
seguem dois links, para que possam assistir e entender melhor o que
disse Platão.
http://www.youtube.com/watch?v=3tr5hr3MtTI
http://www.youtube.com/watch?v=XvKzrsAk168&feature=related
Sandro Luíz da Silva
8
Capítulo I - Sobre o ENEM
“A pessoa que não lê, mal fala, mal ouve e

mal vê”.
(Malba Tahan)
O ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio foi criado em

1998, e tem como objetivo avaliar o desempenho do estudante ao fim
da escolaridade básica. É realizado anualmente pelo governo federal. O
Exame destina-se aos alunos que estão concluindo (concluintes) ou que
já concluíram o Ensino Médio em anos anteriores (egressos). A
participação no ENEM é voluntária e em 2009 foi de 2.426.432
candidatos, dos quais 37% declararam estar concluindo o Ensino Médio
em 2009 e 56% informaram serem egressos, ou seja, terem concluído o
Ensino Médio em anos anteriores.
A peculiaridade do ENEM está no fato de que ele explora as
competências e habilidades adquiridas pelo aluno ao longo do percurso
escolar. Os vestibulares tradicionalmente avaliam o conteúdo
acumulado, enquanto o ENEM permite ao estudante demonstrar seus
9
conhecimentos em situações-problemas que retratam o dia a dia,

questões que partem do cotidiano.
Em 2009 ocorreu a reformulação metodológica do ENEM e de
sua utilização como forma de seleção unificada nos processos seletivos
das universidades federais. Em 2011 as instituições disponibilizaram, ao
todo, 62.076 vagas.
Além disso, o ENEM continuou a ser utilizado como critério
para a seleção de bolsistas do ProUni (Programa Universidade para
Todos), programa que atende alunos de baixa renda com benefício de
bolsas parciais e totais em instituições particulares de ensino superior.
O novo Exame, aplicado em 2009, foi composto por Redação e
Provas Objetivas em quatro áreas do conhecimento: (1) linguagens,
códigos e suas tecnologias; (2) ciências humanas e suas tecnologias; (3)
ciências da natureza e suas tecnologias e (4) matemáticas e suas
tecnologias.
O número de escolas de Ensino Médio Regular com alunos que
participaram do ENEM aumentou de 24.253 em 2008 para 25.484 em
2009. Dentre as 27.306 escolas constantes do Censo Escolar 2009 que
oferecem o Ensino Médio Regular, 93% tiveram alunos concluintes
participando do Exame. A variação mais significativa ocorreu no
número de escolas que oferece apenas a modalidade EJA, que
apresentaram um aumento de 16% em relação ao ano de 2008. A
divulgação das médias do Enem tem se revelado um importante
10
elemento de mobilização em favor da melhoria da qualidade do ensino,

auxiliando professores, diretores e demais dirigentes educacionais na
reflexão sobre deficiências e boas práticas no âmbito da escola, dado
que é possível avaliar o desempenho obtido pelos alunos em cada área
de conhecimento.
O ENEM de 2010 apresentou nova polêmica graças aos erros de
impressão no gabarito e nos cadernos das provas em algumas
localidades. Tais erros repercutiram de forma negativa pondo em
dúvida a eficiência do Exame, que já apresentou problemas em 2009
quando do roubo das provas. É preciso rigor na produção, aplicação e
correção das provas, mas não se pode permitir que seja desprezado todo
o avanço que representa um sistema de seleção tão avançado quanto o
ENEM. Como disse Alcielle dos Santos, coordenadora do Ensino
Médio no Liceu Santista, é preciso que “educadores” (e também pais,
alunos e sociedade em geral), “tenham postura crítica frente à polêmica
estabelecida e ajudem a desmascarar tais interesses escusos, retirem
seus alunos e famílias do senso comum e tragam à tona a mais óbvia
realidade: é um avanço sem precedentes para o Brasil ter um exame de
seleção unificado para tantas escolas, nas mais diversas regiões do
território nacional”.
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Capítulo II - Correção da Redação (Edital

Inep)
“Educar é crescer. E crescer

é viver. Educação é, assim, vida
no sentido mais autêntico da
palavra”.
(Anísio Teixeira)
7. Da correção das provas

7.1. O processamento do Cartão-Resposta do(a) participante é realizado
por leitura óptica para identificar a marcação de respostas das questões
objetivas e proceder à correção das provas I, II, III e IV. 7.1.1. É
imprescindível a marcação da cor da capa do Caderno de Questões no
Cartão-Resposta do(a) candidato(a) para que seja realizada a correção
de suas provas objetivas e divulgação de resultados.
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7.1.2. A não marcação da cor da capa do Caderno de Questões no

Cartão-Resposta levará a não correção das provas objetivas e implica
não marcação de nota para o candidato.
7.1.3. O cálculo das proficiências nas provas objetivas utiliza a
metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI).
7.1.4. A redação é corrigida por dois corretores de forma independente,
sem que um conheça a nota atribuída pelo outro. A nota final
corresponde à média simples das notas atribuídas pelos dois corretores.
7.1.4.1. Caso haja discrepância de 500 (quinhentos) pontos ou mais na
nota atribuída pelos corretores, a redação passará por uma terceira
correção, realizada por um supervisor, sem que este conheça as notas
dos demais. A nota atribuída pelo supervisor substitui a nota dos demais
corretores.
7.1.4.2. A redação que não atender à proposta solicitada, no que diz
respeito ao tema e tipologia textual, será “Desconsiderada”.
7.1.4.3. Folha de Redação sem texto escrito e redação com até 7 (sete)
linhas, qualquer que seja o conteúdo, será considerada “Em branco”;
7.1.4.4. Folha de Redação com texto fora do espaço delimitado,
impropérios, desenhos, outras formas propositais de anulação e/ou
rasuras, será considerada “Anulada”;
7.1.4.5. Em todos os casos expressos nos itens 7.1.4.2, 7.1.4.3 e 7.1.4.4.
serão atribuídas nota zero às redações.
13
7.1.4.6. O disposto no item 7.1.4.1 se aplica à correção de uma redação

que estiver Desconsiderada, Anulada ou Em branco por um corretor e,
simultaneamente, com nota atribuída por outro corretor.
7.2. Não será permitida a interposição de recursos e a concessão de
vistas de provas.
Competências analisadas em sua redação

Em relação à competência I – demonstrar domínio da norma
culta da língua escrita.
Em relação à competência II – compreender a proposta da
redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para
desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-
argumentativo.
Em relação à competência III – selecionar, relacionar, organizar
e interpretar informações e fatos, opiniões e argumentos em defesa de
um ponto de vista.
Em relação à competência IV – demonstrar conhecimento dos
mecanismos lingüísticos necessários para a construção da
argumentação.
Em relação à competência V – elaborar proposta de intervenção
para o problema abordado, demonstrando respeito aos direitos
humanos.
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Na competência I, espera-se que o participante escolha o

registro adequado a uma situação formal de produção de texto escrito.
Na avaliação, serão considerados os fundamentos gramaticais do texto
escrito, refletidos na utilização da norma culta em aspectos como:
sintaxe de concordância, regência e colocação; pontuação; flexão;
ortografia; e adequação de registro demonstrada, no desempenho
linguístico, de acordo com a situação formal de produção exigida.
O eixo da competência II reside na compreensão do tema que

instaura uma problemática a respeito da qual se pede um texto escrito,
em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo. Por meio desse tipo de
texto, analisam-se, interpretam-se e relacionam-se dados, informações e
conceitos amplos, tendo-se em vista a construção de uma argumentação,
em defesa de um ponto de vista.
Na competência III, procura-se avaliar como o participante, em

uma situação formal de interlocução, seleciona, organiza, relaciona e
interpreta os dados, informações e conceitos necessários para defender
sua perspectiva sobre o tema proposto.
Na competência IV, avalia-se a utilização de recursos coesivos

da modalidade escrita, com vistas à adequada articulação dos
15
argumentos, fatos e opiniões selecionados para a defesa de um ponto de

vista sobre o tema proposto. Serão considerados os mecanismos
lingüísticos responsáveis pela construção da argumentação na superfície
textual, tais como: coesão referencial; coesão lexical (sinônimos,
hiperônimos, repetição, reiteração); e coesão gramatical (uso de
conectivos, tempos verbais, pontuação, seqüência temporal, relações
anafóricas, conectores intervocabulares, intersentenciais,
interparágrafos).
Na competência V, verifica-se como o participante indicará as

possíveis variáveis para solucionar a problemática desenvolvida, quais
propostas de intervenção apresentou, qual a relação destas com o
projeto desenvolvido sobre o tema proposto e a qualidade destas
propostas, mais genéricas ou específicas, tendo por base a solidariedade
humana e o respeito à diversidade de pontos de vista, eixos de uma
sociedade democrática.
Comentários
Em matéria exibida no site Gazeta do Povo, no dia 04/10/2010,
Marlus Geronasso, professor que trabalhou como corretor das redações
do ENEM 2009 destaca a dissertação argumentativa como a
preferencial no caso no Exame. Para ele, o aluno deve redigir um texto
opinativo com introdução, desenvolvimento e conclusão.
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Segundo Geronasso, o primeiro passo para mandar bem na

prova é entender os critérios de correção do texto. Ele explica que são
avaliadas cinco competências: domínio da norma culta da língua;
adequação ao tema e ao gênero textual exigidos; seleção e organização
de argumentos; capacidade de desenvolvimento desses argumentos e
apresentação de uma solução para o problema. “Na terceira e na quarta
é que os alunos esbarram. Além de defender uma tese, o estudante deve
sustentar essa tese, com dados e argumentos, para fugir do lugar
comum”, continua Geronasso. “Não basta, por exemplo, afirmar que há
muitos casos de corrupção na política; é necessário apresentar situações
concretas”. A dificuldade destacada pelo professor com relação à
terceira e quarta competências será facilmente superada, já que a
solução do problema é um dos pilares do curso, que ensina você a
construir antecipadamente parte de seu texto para a redação.
Ainda na mesma reportagem, a professora Doralice Araújo, que
dá aulas particulares de redação e que também foi corretora do Enem
em 2009, uma das maiores dificuldades dos estudantes é fazer com que
a discussão evolua. “O problema mais acentuado é a falta de progressão
expositiva. O aluno vai escrevendo, mas não progride. Ele não vai
adiante e fica se repetindo”, diz. A professora Cleuza Cecato, do
Colégio Bom Jesus, destaca ainda que os temas das redações do Enem
são sempre polêmicos, para permitir posicionamentos diferentes. Ela
ressalta que o aluno pode trazer conhecimentos de outras disciplinas
17
para enriquecer o debate. “Se o tema for o desafio de conviver com as

diferenças, ele pode usar o que aprendeu em História e Geografia”,
afirma.
18
Capítulo III - Por que estudar a língua

portuguesa?
"Mestre não é quem sempre

ensina, mas quem de repente
aprende". (João Guimarães
Rosa)
Para desenvolver a competência comunicativa e usar adequadamente a

língua nas diversas situações de comunicação.
 Competência gramatical ou linguística: sequências próprias e
típicas da língua em questão;
 Competência textual:
i) capacidade formativa;
ii) capacidade transformativa;
iii) capacidade qualificativa.
Para dominar a norma culta ou língua padrão e a variedade escrita da

língua.
 Provavelmente esta é a razão mais conhecida pela qual se ensina
a língua materna.
19
 Esses objetivos no ensino da língua portuguesa devem levar em

conta seu caráter restritivo, ou seja, dizem respeito ao uso da
língua em determinados tipos de situação de interação
comunicativa. Trata-se aqui do uso padrão, culto ou formal da
língua.
Para conhecer a instituição linguística como uma instituição social.

 Entender como a língua está social e culturalmente constituída.
Para aprender a pensar e raciocinar adequadamente.

 O aprendizado da língua auxilia no desenvolvimento do
raciocínio e no modo de pensar científico.
Concepções de linguagem
É importante observar que a linguagem também é a expressão do
pensamento:
 A expressão se constrói no interior da mente;
 A enunciação é um ato monológico, individual;
 Existência de regras para a organização lógica do pensamento:
gramática normativa;
 A maneira como o texto está constituído não depende de para
quem se fala, em que situação e para que se fala.
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A linguagem é instrumento de comunicação:

 Meio objetivo para a comunicação;
 A língua é vista como um código;
 O código deve ser bem utilizado, levando-se em conta as
convenções;
 A língua é estudada enquanto código virtual, isolado de sua
utilização;
 Para a comunicação são necessários quatro agentes: emissor,
receptor, meio e mensagem.
A linguagem é uma forma ou um processo de interação:

 Ao utilizar a língua, o indivíduo realiza ações, age sobre o
interlocutor;
 O diálogo é uma forma privilegiada de interação.
Conceito de gramática
A gramática é concebida como um manual de regras de bom uso
da língua. Gramatical é tudo aquilo que obedece às normas do bom uso
da língua, configurando o falar e o escrever bem.
21
A língua é considerada apenas na sua variedade dita padrão ou

culta; todas as outras formas de uso da língua são consideradas desvios,
erros, deformações ou degenerações da língua.
Norma culta
As razões para o estabelecimento e preservação da norma culta
podem ser de origem:
 Estética: uso de critérios como elegância, colorido, beleza,
finura, expressividade. Rejeição de vícios como a cacofonia,
colisão, eco, pleonasmo vicioso, etc.
 Elitista ou aristocrática: opção pelo uso da língua pertencente à
classe de prestígio em detrimento do uso das classes populares.
 Política: critério de purismo e vernaculidade. Rejeição de
estrangeirismo ou qualquer aspecto que “ameace“ a identidade
ou soberania da nação ou da cultura nacional.
 Comunicacional: critérios relacionados com a facilidade de
comunicação e compreensão. As construções e o léxico devem
resultar na “expressão do pensamento”.
 Histórica: recorre-se à tradição para critérios de exclusão e
permanência de usos da língua.
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A gramática como descrição

Descrição da estrutura e funcionamento da língua, de sua forma
e função. A gramática é concebida como um conjunto de regras
utilizadas pelos falantes na construção real de enunciados.
Gramatical será tudo o que atende às regras de funcionamento
da língua de acordo com determinada variedade linguística.
A gramática internalizada
A gramática é um conjunto de regras que o falante de fato
aprendeu e das quais lança mão ao falar, antes mesmo do processo de
escolarização.
23
Capítulo IV - Dicas gramaticais: crase e uso

dos “porquês”
“Se a educação sozinha não

transforma a sociedade, sem ela,
tampouco, a sociedade muda”.
(Paulo Freire)
Crase
A palavra crase é de origem grega, é a fusão (união) de dois
fonemas iguais em um só. Por exemplo, a junção da preposição A com
o artigo A. Na escrita, o acento grave indica a ocorrência da crase.
Contextos em que o uso da crase é obrigatório:

 Artigo definido a(s);
 Pronomes demonstrativos aqueles(s), aquela(s), aquilo;
 Pronome relativo a qual (as quais)
O uso correto do acento grave que indica a crase exige que se

identifique, nos enunciados, se ocorre ou não uma das sequências de
palavras acima indicadas, criando o contexto de crase obrigatória.
24
Devemos acentuar o A, substituindo o substantivo feminino por

um masculino, onde A se torna AO. Exemplos:
 Olhei a diretora bem nos olhos.
 Olhei o diretor bem nos olhos.
 Dirigi-me à diretora.
 Dirigi-me ao diretor.
 Gosto de ir à praia.
 Gosto de ir ao campo.
 Eduardo entregou envelope à nova secretária.

 Eduardo entregou o envelope ao novo secretário.
Quando do uso de palavras masculinas precedidas de artigo

definido feminino o uso do sinal da crase não deve ser utilizado; é o
caso de substantivos masculinos, infinitivos de verbos e alguns
pronomes. Exemplos:
 Gosto de escrever a lápis.
 Andamos cerca de 5 km a pé.
 Pergunte a ela se quer ir ao cinema conosco.
 Não diga nada a ninguém a respeito do que combinamos.
25
 Por favor, entregue os livros a essas alunas.

 Ela está demorando muito a chegar.
Ocorre crase antes de certos pronomes, precedidos da sequência

de preposição + artigo ou pronome demonstrativo feminino.
Exemplos:
 Entreguei o livro à própria aluna (ao próprio aluno);
 Entreguei o livro à mesma aluna (ao mesmo aluno);
 Entreguei o livro à senhora Carmem (ao senhor Marcos);
Não se usa o sinal da crase antes de nomes femininos em sua

forma plural quando usados em sentido genérico e antecedidos,
portanto, apenas da preposição “A”. Exemplos:
 Entreguei os livros as alunas.
 Estas considerações são relativas a questões muito genéricas.
Observação: Quando esses substantivos femininos são usados

em sentido específico, requer o uso do artigo definido feminino, o que
determina o uso do sinal da crase. Veja:
 Entreguei os livros às alunas que haviam me procurado.
 Estas considerações são relativas às questões levantadas na aula
passada.
26
Nas locuções adverbiais das quais consta nome feminino que

indica instrumento, utiliza-se apenas preposição e não o artigo
feminino. Não ocorre, portanto, crase, o acento grave não deve ser
escrito. Exemplos:
 Gosto de escrever a (preposição) caneta. (Compare com: Gosto
de escrever a lápis).
 O barco a vela afastou-se rapidamente com o vento. (O navio a
vapor afastou-se rapidamente do cais.)
Nas expressões em que ocorrem palavras repetidas, masculinas

ou femininas, o “A” é sempre preposição. Não se deve, portanto, usar o
sinal de crase. Exemplos:
 Ele ficou cara a (preposição) cara com o policial.
 Tivemos o cuidado de revisar o texto linha a (preposição)
linha.
A crase deve ser indicada nas locuções adverbiais prepositivas e

conjuntivas formadas a partir de palavras femininas. Nesses casos,
estaremos diante da sequência constituída de preposição + artigo
feminino. Exemplos:
 Locuções adverbiais: às vezes, à noite, à tarde, às claras, às três
horas.
27
 Locuções prepositivas: à frente, à beira de, à exceção de.

 Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
Com relação ao uso ou não do sinal de crases antes de nomes

próprios femininos, observe que o emprego do artigo definido é
facultativo antes desses nomes e costuma-se optar pelo seu emprego
em situações informais, associadas a um maior grau de familiaridade. É
evidente que, se o artigo não for utilizado, não haverá contexto para
surgir a crase. Exemplos:
 Emprestei o livro de Guimarães Rosa a (preposição) Lúcia.
 Emprestei o livro de Guimarães Rosa à (preposição + artigo)
Lúcia.
Também é facultativo o uso do artigo definido antes de nomes

femininos antecedidos da preposição “até”. Nesses casos, portanto, o
uso de sinal da crase dependerá também da presença, ou não, do artigo.
Exemplos:
 Vou até a cidade (vou até o rio).
 Vou até à cidade (vou até ao rio).
28
Sempre se indica a crase nos termos à moda (de) e à maneira

(de), ainda que parte desses termos fique subentendido, nos enunciados.
Exemplos:
 Comemos um excelente filé à moda da casa, no novo restaurante
do meu primo.
 Comemos um bife à parmegiana (à moda parmegiana).
 Para acompanhar o filé, pedimos arroz à (moda, maneira) grega.
No caso dos substantivos “casa” e “terra”, o uso do sinal de

crase dependerá da presença ou não do artigo definido, o que por sua
vez, dependerá do sentido dessas palavras nos enunciados. Assim, com
o sentido de “próprio lar”, a palavra casa não pode vir precedida do
artigo. O mesmo ocorre com a palavra “terra”, no sentido de “chão
firme”. Exemplos:
 Voltei a casa depois de um mês de ausência. (Voltei de casa).
 Voltei à casa de meus pais depois de muitos anos de ausência.
(Voltei da casa de meus pais).
 Depois do susto com o pouso do avião, chegar a terra foi um
alívio.
 Depois de muito viajar, voltamos novamente à terra dos nossos
sonhos.
29
No caso de pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e

aquilo e dos pronomes relativos a qual e as quais, o uso do sinal da
crase dependerá desses pronomes virem ou não antecedidos da
preposição “a”. Exemplos:
 Chamei aquele menino.
 Perguntei àquele menino se gostaria de ler um bom livro.
 A professora a qual encontramos na reunião é muito exigente.
 A professora à qual nos dirigimos na reunião é muito exigente.
Para saber se a crase deve ser indicada antes do pronome

demonstrativo “A(S)”, deve-se também verificar se esse pronome vem
antecedido da preposição “A” no enunciado. Veja, abaixo, que a
ocorrência ou não do artigo fica clara se substituirmos o termo
masculino por um feminino. Exemplos:
 Estou me referindo a esta redação e não à (preposição +
pronome demonstrativo) que corrigi na semana passada.
 Refiro-me a este livro e não ao que mandei vocês lerem no mês
passado.
O uso dos porquês - Por que/ Por quê/ Porque/ Porquê
Saiba quando usar:
Por que
30
Pode ser usado com o sentido de “por qual razão” ou “por qual
motivo”, e trata-se da junção da preposição por + o pronome
interrogativo que. Exemplos:
Não sei por que não quis ficar até mais tarde.
Por que ficar até mais tarde?
Ainda pode ser empregado quando se tratar da preposição por +

pronome relativo que e, neste caso, será relativo a “pelo qual”, “pela
qual”, “pelos quais”, “pelas quais” ou ainda “para que”. Exemplos:
A rua por que passei ontem não era parecida com essa! Quando
votarmos, que seja por que nos próximos anos possamos ver mais
obras.
Por quê
O uso do por quê é equivalente ao “por que”, porém, é acentuado
quando vier antes de um ponto, seja final, de interrogação ou
exclamação. Exemplos:
Ficar na festa até mais tarde, por quê?
Não sei por quê.
Porque
31
O termo porque é uma conjunção causal ou explicativa e o seu

uso tem significado aproximado de “pois”, “já que”, “uma vez que” ou
ainda indica finalidade e tem valor aproximado de “para que”, “a fim
de”. Exemplos:
Vou fazer mais um trabalho porque tenho que entregar amanhã.
(conjunção)
Não faça mal a ninguém porque não façam a você. (finalidade)
Porquê
Quando aparece nessa forma o porquê é um substantivo e
denota o sentido de “causa”, “razão”, “motivo” e vem acompanhado de
artigo, adjetivo ou numeral. Exemplos:
Diga-me o porquê de sua contestação.
Tenho um porquê para ter contestado: meu cartão bancário foi
clonado.
32
Capítulo V - Composição textual: os tipos de

redação
“Não é a consciência do homem

que lhe determina o ser, mas, ao
contrário, o seu ser social que
lhe determina a consciência”.
(Karl Marx)
Narração
Um texto narrativo é aquele que relata as mudanças progressivas
de estado que vão ocorrendo com as pessoas e as coisas através do
tempo. É o relato de fatos ou acontecimentos que ocorrem numa
sequência de tempo. Uma narração estrutura-se sobre uma série de
elementos fundamentais:
- enredo: a história;
- personagens: seres que participam da história;
- narrador: quem conta a história; pode apresentar-se em primeira e
terceira pessoa;
- tempo: quando a história acontece;
- cenário/lugar/espaço.
33
Os episódios e relatos devem ser organizados de forma que entre

eles exista sempre uma relação de anterioridade ou de posterioridade.
Tal relação é pertinente mesmo quando ela vem alterada na sua
sequência linear por uma razão qualquer. Exemplo,
“F. e P. nasceram do mesmo pai e da mesma mãe. A fortuna, porém,

não os assistiu com a mesma equidade. F. foi adotado e criado por
família ilustre; P. deixou-se ficar com os pobres pais. F. tirou título de
doutor; P. morreu aos 18 anos num tiroteio com a polícia”.
Em uma narração pode-se ainda criar efeitos de sentido, mudar a

sequência linear dos enunciados. Pode-se, por exemplo, começar uma
narrativa pelo fim e depois relatar, por meio da rememoração de algum
personagem, aquilo que deveria, na ordem cronológica, vir antes.
Descrição
Descrição é um tipo de redação em que o texto relata variados
aspectos de certo momento. Exemplo,
“Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares,
bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas
ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e
nervoso. Eis São Paulo às sete da noite”.
34
Esse tipo de texto relata variados aspectos de um certo momento

da cidade de São Paulo. Trata-se de um texto descritivo. Uma diferença
em relação a textos narrativos é que o texto descritivo não relata as
transformações de estado que vão ocorrendo progressivamente com as
pessoas ou coisas, mas as propriedades e aspectos desses elementos
num certo estado, considerado como se estivesse parado.
Descrição, portanto, é o tipo de texto em que se relatam as
características de uma pessoa, de um objeto ou de uma situação
qualquer, inscritos num certo momento estático do tempo. É como uma
fotografia por meio de palavras. Construí-la não é tarefa fácil, mas
quando bem feita é capaz de transportar-nos a lugares desconhecidos,
fazer-nos sentir perfumes, aromas, conhecer pessoas. Este tipo de
composição textual pode ser objetivo ou subjetivo.
Descrição Objetiva
É aquela que faz uso de informações concretas, dados precisos,
situações que não variam conforme o observador. Exemplo: uma
propaganda sobre determinado produto, informações contidas no rótulo
que o “descrevem” ao consumidor, tais como, modelo, tamanho, peso,
cor e outras características que não mudam conforme o olhar.
Descrição Subjetiva
35
Esta se faz pelo olhar que a descreve, podendo alterar de um

observador para outro, uma vez que depende de percepções pessoais.
Exemplo:
“Era um rio de águas escuras, mas limpas; não era possível ver
o fundo , mas, em suas margens, uma pessoa adulta podia entrar com
segurança.O rio cortava uma parte da mata, nos fundos da fazenda,
onde as árvores ainda tinham sido preservadas. Lá, Maria Clara ia se
banhar todas as tardes.Sua beleza somava-se à beleza do lugar, e a
energia mágica da natureza renovava sua juventude e alegria de
viver”.
O início do texto apresenta descrição predominantemente
objetiva, quando mostra a localização do rio ou a qualidade das águas.
Mas quando fala de Maria Clara há descrições de ordem subjetiva que
revelam aspectos de personalidade.
Dissertação
É o tipo de texto que analisa e interpreta dados na realidade por
meio de conceitos abstratos, diferentemente dos textos narrativos e
descritivos em que predominam termos concretos como pessoas ou
coisas do mundo real ou presumivelmente real.
Dissertar é defender um ponto de vista, uma atividade nata do
ser humano. Por isso, é comum que, mesmo a respeito de situações
rotineiras, as pessoas discutam, exponham seus posicionamentos e,
36
naturalmente, tendo convicção, queiram convencer o seu interlocutor

em relação a algo.
Trata-se do tipo de redação mais comum no ENEM. Na
dissertação predominam conceitos abstratos, que se referem ao mundo
real, mas que o fazem por meio de conceitos mais amplos e filosóficos,
em que as referências ao mundo concreto só ocorrem como recursos de
argumentação, para ilustrar leis e teorias.
A dissertação não apresenta, em princípio, uma progressão
temporal entre os enunciados. O que existe são relações de natureza
lógica entre os enunciados, relações de implicações tais como, causa e
efeito; um fato e sua condição; uma premissa e uma conclusão entre
outras.
Na dissertação, não só o tema precisa ser discutido por meio de
argumentos consistentes, como o texto deve estar coerente e coeso. A
estrutura pode seguir diferentes formatos.
Um texto dissertativo discute objetivamente um assunto,
expondo fatos, dados, exemplos, apresentando argumentos sequentes
que sustentem a conclusão do raciocínio exposto.
A escolha por uma das vias de análise para um tema de
dissertação deve basear-se na opinião que se tem sobre o assunto em
questão e nas informações de que se dispõe para realizar a análise.
Principais características de uma dissertação:

37
 Interpreta e analisa, através de conceitos abstratos, os dados

concretos da realidade;
 Os dados concretos que ocorrem no texto devem funcionar
apenas como recurso de confirmação ou exemplificação das
idéias abstratas que estão sendo discutidas;
 Não há, em princípio, progressão temporal entre os enunciados,
contudo, eles mantêm relações lógicas entre si;
 Manifesta um ponto de vista, uma ideia, uma tese a ser
apresentada, argumentada e concluída;
 O enunciador do texto dissertativo manifesta explicitamente sua
opinião ou seu julgamento, usando conceitos abstratos.
38
Capítulo VI - Coesão textual, coerência e os

elementos de ligação
“Você não pode ensinar nada a

um homem; você pode apenas
ajudá-lo a encontrar a resposta
dentro dele mesmo”. (Galileu
Galilei)
Coesão textual
A coesão textual é um aspecto linguístico alcançado pela
escolha de palavras cuja função é justamente a de estabelecer
referências e relações, articulando entre si as várias partes do texto.
A coesão precisa ser alcançada por meio de palavras e
expressões que têm como função justamente o estabelecimento de
referências e relações entre grupos de palavras e expressões. O uso de
elementos de ligação de forma inadequada provoca no texto um efeito
de incoerência. É o caso dos exemplos abaixo:
39
“Lucas e Mário não se entendem, mas um fala inglês e o outro

espanhol”.
“Lúcia mora no Rio de Janeiro há dois anos, portanto, não conhece o
Corcovado”.
As palavras grifadas são elementos de ligação chamadas conjunções.
Nota-se que seu uso inadequado interfere significativamente no sentido
da frase.
Coerência
Coerência está ligada à compreensão, à possibilidade de
interpretação daquilo que se diz ou escreve. Assim, a coerência é
decorrente do sentido contido no texto, para quem ouve e lê. Uma
simples frase, um texto de jornal, uma obra literária, uma conversa
animada, o discurso de um político ou do operário, um livro, uma
canção. Enfim, qualquer comunicação, independente de sua extensão,
precisa ter sentido, isto é, precisa ter coerência.
A coerência depende de uma série de fatores:
 O conhecimento do mundo e o grau em que esse conhecimento
deve ser ou é compartilhado pelos interlocutores;
 O domínio das regras que norteiam a língua portuguesa ─ isto
possibilita as várias combinações dos elementos linguísticos;
40
 Os próprios interlocutores, considerando a situação em que se

encontram, as suas intenções de comunicação, suas crenças, a
função comunicativa do texto.
As famosas “pérolas do vestibular” são um retrato da falta de

coerência na produção de textos. Veja alguns exemplos:
- Lavoisier foi guilhotinado por ter inventado o oxigênio.
- O nervo ótico transmite idéias luminosas.
- O vento é uma imensa quantidade de ar.
- O terremoto é um pequeno movimento de terras não cultivadas.
- Os egípcios antigos desenvolveram a arte funerária para que os mortos
pudessem viver melhor.
- Péricles foi o principal ditador da democracia grega.
-O problema fundamental do terceiro mundo é a superabundância de
necessidades.
-O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes
se afogavam dentro d’água.
- A principal função da raiz é se enterrar.
- A igreja vem perdendo muita clientela.
- O Sol nos dá luz, calor e turistas.
- As aves têm na boca um dente chamado bico.
- A unidade de força é o Newton, que significa a força que se tem que
realizar em um metro da unidade de tempo, no sentido contrário.
41
- Lenda é toda narração em prosa de um tema confuso.

- A harpa é uma rosa que toca.
- A febre amarela foi trazida da China por Marco Polo.
-Os ruminantes se distinguem dos outros animais porque o que comem,
comem por duas vezes.
- O coração é o único órgão que não deixa de funcionar 24 horas por
dia.
- Quando um animal irracional não tem água para beber, só sobrevive se
for empalhado.
- A insônia consiste em dormir ao contrário.
- A arquitetura gótica se notabilizou por fazer edifícios verticais.
- A diferença entre o Romantismo e o Realismo é que os românticos
escrevem romances e os realistas nos mostram como está a situação do
país.
- O Chile é um país muito alto e magro.
- As múmias tinham um profundo conhecimento de Anatomia.
- O batismo é uma espécie de detergente do pecado original.
- Na Grécia, a democracia funcionava muito bem, porque os que não
estavam de acordo se envenenavam.
Elementos de Ligação: Conjunções

As conjunções são vocábulos de função estritamente gramatical
utilizada para o estabelecimento da relação entre duas orações, ou ainda
42
a relação de dois termos que se assemelham gramaticalmente dentro da

mesma oração. As conjunções podem ser de dois tipos principais:
conjunções coordenativas ou conjunções subordinativas.
Sua correta utilização torna o texto mais rico e diferenciado,
uma vez que foge de termos considerados comuns e repetitivos. O
intuito dessa aula é apresentar as principais conjunções ou elementos de
ligação que auxiliam e muito na composição de uma boa redação.
Elementos de ligação
IDEIA DE: CONJUNÇÕES
43
Prioridade, relevância Em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo,

primeiramente, acima de tudo, principalmente,
primordialmente, sobretudo.
Tempo (frequência, Então, enfim, logo depois, logo, imediatamente, logo após, a
duração, ordem, princípio, pouco antes, pouco depois, atualmente, hoje,
sucessão, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente,
anterioridade, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao
posteriormente) mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio
tempo, enquanto isso, quando, antes que, depois de, logo
que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que,
cada vez que, apenas, já mal.
Semelhança Igualmente, da mesma forma, assim também,do mesmo
modo, similarmente, semelhantemente.
Comparação Analogamente, por analogia, de maneira idêntica, tal qual,
tanto quanto, como, assim como, bem como, como se.
Conformidade De conformidade com, de acordo com, segundo, conforme,
sob o mesmo ponto de vista.
Adição, continuação Além disso, outrossim, também, ainda mais, ainda por cima,
por outro lado, e, nem, não só, mas também, como também.
Condição, hipótese se, caso, salvo se, contanto que, desde que, a menos que.
Dúvida Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é
provável, não é certo, se é que.
Certeza, ênfase Por certo, certamente, indubitavelmente,
inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda
certeza.
Surpreza, imprevistos Inesperadamente, inopinadamente, de súbito,
imprevistamente, surpreendentemente, subitamente, de
repente.
Prioridade, Por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por
esclarecimento, outra, a saber, ou seja.
ilustração
Propósito, intenção, Com o fim de, a fim de, com o próposito de, para que, a fim
finalidade de que.
Lugar, proximidade, Perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais
distância adiante, além, acolá, aqui, lá, este(s), esta(s), esse(s), essa(s),
aquele(s).
Resumo, recapitulação, Em suma, em síntese, em resumo, dessa forma, dessa
retificação maneira, desse modo, aliás, ou antes, ou melhor, isto é.
44
Conclusão Em conclusão, enfim, portanto, logo,pois (depois do verbo).

Causa e consequência Daí, por consequência, por conseguinte, como resultado, em
virtude de, com efeito, por causa de.
Explicação Porque, porquanto,pois (antes do verbo), que, já que, uma
vez que, visto que (=porque).
Contraste Pelo contrário, em contraste com.
Oposição, adversidade Mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, porém.
Restrição, exclusão Salvo, exceto, menos, apenas, senão, só, somente.
Ressalva Embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que,
conquanto, se bem que, por mais eu, por menos que.
Inclusão Inclusive, até, mesmo.
Dica ao aluno: o uso das conjunções é

de extrema importância para a
confecção da sua redação, pois evita
que a mesma seja cansativa e com
termos repetitivos.
Esta ferramenta, torna seu texto rico e
diversificado e agradável ao leitor
Capítulo VII - Regência verbal e nominal
45
“Se a educação sozinha não

transforma a sociedade, sem ela,
tampouco, a sociedade muda”.
(Paulo Freire)
Quando um termo ─ verbo ou nome ─ exige a presença de

outro, ele se chama regente; os que complementam a sua significação
chamam-se regidos. Quando o termo regente é um verbo, ocorre a
regência verbal. Quando o termo regente é um nome (substantivo,
adjetivo, advérbio), ocorre a regência nominal.
Regência verbal
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os
verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos
indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as
diversas significações que um verbo pode assumir com a simples
mudança ou retirada de uma preposição. Observe:
46
A mãe agrada o filho. Agradar significa acariciar, contentar.

A mãe agrada ao filho. Agradar significa "causar agrado ou prazer",
satisfazer.
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a
alguém". Portanto:
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos
aspectos fundamentais do estudo da regência verbal e nominal. As
preposições são capazes de modificar completamente o sentido do que
se está sendo dito. Veja os exemplos:
- Cheguei ao metrô.
- Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso,
é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei no
metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai,
possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito
comum existirem divergências entre a regência coloquial, cotidiana de
alguns verbos, e a regência culta.
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo
com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um fato absoluto:
um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas.
Abaixo, alguns verbos cuja regência costuma suscitar dúvidas:
VERBO SENTIDO/OBSERVAÇÕES PREPOSIÇÃO
47
Aspirar Desejar, almejar A

Não exige
Aspirar Respirar
preposição
Assistir Ver A
Não exige
Assistir Ajudar, socorrer
preposição
Não exige
Assistir Caber, pertencer
preposição
Não exige
Esquecer/lembrar Quando não pronominais
preposição
Esquecer/lembrar Quando pronominais De
Ir (vir, chegar, voltar,
Verbos de movimento indicando lugar A
regressar)
Informar Dar notícia, esclarecer A, De
Morar Residir Em
Não exige
Namorar Ter relacionamento
preposição
Querer antes, escolher entre duas ou
Preferir A
várias coisas
Pagar/perdoar Quando o objeto é pessoa A
Não exige
Pagar/perdoar Quando o objeto é coisa
preposição
Obedecer/Desobedecer Ter obediência a; Não ter obediência a A
Simpatizar/Antipatizar Não são pronominais Com
Visar Desejar A
Não exige
Visar Carimbar algo ou apontar para algo
preposição
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relação é
48
sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência

nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam
exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o
regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo:
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem
complementos introduzidos pela preposição “a”. Veja:
- Obedecer a algo/ a alguém.
- Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da

preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e
procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum
verbo cuja regência você conhece.
49
NOMES (SUBSTANTIVOS, ADJETIVOS, ADVÉRBIOS) PREPOSIÇÃO

Acessível, adequado, alheio, análogo, apto, avesso, benéfico, A
contínuo, desatento, desfavorável, desleal, equivalente, fiel, grato,
guerra, hostil, idêntico, inacessível, inerente, indiferente, infiel,
inferior, insensível, nocivo, obediente, odioso (para), oposto,
peculiar, próximo (de), superior, visível.
Amante, amigo, ávido, capaz (para com), comum, contemporâneo, DE
curioso, devoto, diferente, digno, dotado, fértil, indigno, inocente,
menor, natural, nobre, orgulhoso (com, para com), pobre, pródigo
(em), temeroso, vazio, vizinho.
Afável, amoroso (para com), aparentado, compatível, cuidadoso, COM
descontente, furioso (de), inconsequente, ingrato, intolerante (para
com), liberal, misericordioso, parecido (a), rente (a,de).
Desrespeito, manifestação, queixa. CONTRA
Constante, cúmplice, entendido, erudito, exato, fecundo, fértil (de), EM
fraco (de), hábil, impossibilidade (de), incansável, incerto,
inconstante, indeciso, lento, parco (de), prático, sábio, situado,
último (de, a), único.
Convênio, união. ENTRE
Apto, bom, disposição, essencial, idôneo, incapaz, inútil, pronto PARA
(em), próprio (de), útil.
Afável, capaz, cruel (com). PARA COM
Ansioso (de), querido (de), responsável, respeito (a, de). POR
Dúvida, influência, triunfo. SOBRE
50
Capítulo VIII - Tema, título e introdução
"O sábio não é o homem que

fornece as verdadeiras
respostas; é o que formula as
verdadeiras perguntas". Claude
Lévi-Strauss
Um aspecto muito importante que se deve ter atenção antes de

começar a introdução da redação é o tema e o título.
Tema: é o assunto sobre o qual se irá discorrer, ou seja, a idéia que será
defendida ao longo da dissertação. É a expressão colocada antes, para
sintetizar o que será discutido e estimular a curiosidade do leitor. Deve-
se ter o tema como um elemento abstrato. Nunca se refira a ele como
parte da dissertação.
Título: é uma expressão, geralmente curta e sem verbo, colocada antes

da dissertação. Não se deve usar ponto final ou pular linha depois do
título. É facultativa a colocação de letras maiúsculas em todas as
palavras, menos artigos, preposições e conjunções.
51
Ao aluno que não está familiarizado com dissertações o ideal é que só

dê um título caso o vestibular ou o concurso solicite, para não correr o
risco de dar um título que não traduza o que pede o tema. No caso do
ENEM, não é pedido ao aluno dar um título à dissertação.
Epígrafe: é um fragmento de texto ou uma citação curta colocada no

início de um texto, servindo-lhe de resumo para seu sentido ou para
situar sua motivação. Pode ser um trecho de música, de poesia ou
mesmo uma frase conhecida, mas vale lembrar que é opcional. O
estudante pode optar pelo uso desse recurso ou não. Em se tratando de
redação para o ENEM, vale lembrar que esse é um recurso bastante
apreciado e utilizado pelo autor do curso em suas redações.
Introdução: é o início da dissertação. É a parte do texto que abordará o

assunto que se pretende tratar na redação. Assim sendo, o parágrafo
introdutório é de fundamental importância. É nele que se apresentam os
tópicos principais do desenvolvimento da redação, dessa maneira, é
preciso que seja claro para aguçar a curiosidade do leitor.
Pode-se elaborar a introdução de várias maneiras, entre elas:
 Retrospectiva ou trajetória histórica - Aqui se faz uma
trajetória histórica, fazendo uma analogia, uma comparação
entre passado e presente. E isso só é possível se os eventos ou
elementos forem similares, isto é, se houver um fato no passado
52
que possa ser comparado com o presente. Além disso, para se

fazer uso da trajetória histórica é essencial conhecer os
elementos históricos que se pretende abordar, fugindo de termos
muito amplos, genéricos.
 Citação – Esse recurso exige leitura e conhecimento de
clássicos da história, líderes e ativistas políticos, personalidades
que fizeram a diferença na evolução da humanidade, dignas de
serem lembradas e citadas na introdução de sua dissertação. Para
não ser considerado plágio, a frase citada deve conter o nome do
autor da mesma para não ser confundida com frases do
estudante.
 Definição ou conceito – É possível conceituar ou definir uma
ideia ou situação no parágrafo introdutório. Em alguns temas
existem palavras-chave que podem definir uma linha de
pensamento, dessa forma, pode-se iniciar a redação com a
definição da palavra, dando seu significado e, em seguida, no
desenvolvimento, fazer uso de exemplos de comprovação.
 Comparação – É possível construir um parágrafo introdutório
por meio de comparação social, geográfica ou história. Quer
dizer, lançar mão da analogia para comparação de elementos ou
fatos, porém sem recorrer ao passado. Podem-se comparar dois
países, dois fatos, dois
53
personagens, algo para comprovar o tema. Aqui, mais uma vez,

a importância de o estudante atualiza-se constantemente,
construindo seus argumentos com sustentação com
antecedência, pois tal conhecimento ou lembrança de detalhes
não lhe chega à mente na hora da prova. É preciso preparar-se
antecipadamente. Como falamos aqui sobre introdução, lembre-
se que cada fato ou elemento será aqui apenas apresentado,
deixando para o desenvolvimento a discussão sobre cada
elemento.
 Contestação - Também se pode optar pelo caminho da
contestação ou contradição. Quando o tema traz uma ideia que
não reflete a sua opinião a respeito, você pode trabalhar nessa
direção, concordando com o tema, em partes, ou discordar
completamente. Em qualquer um dos casos deve-se expor o
ponto de vista, argumentando sua opinião sempre embasada em
fatos. Ou seja, a leitura e atualização constantes permitem ao
aluno estar mais bem preparado para assumir uma postura mais
crítica na hora da redação. Ao fazer opção pela linha da
contestação é preciso deixar claro sua posição ao leitor. E isso
ainda na introdução. Pode-se iniciar o texto como “Ao contrário
do que se acredita...”.
 Interrogação - Sua introdução pode também começar com uma
série de interrogações, perguntas. Esse é um recurso perigoso,
54
uma vez que exige reflexões mais aprofundadas para não cair no
vazio do senso comum. As perguntas devem ser respondidas, no
desenvolvimento, com argumentações coerentes e importantes,
cada uma em um parágrafo. Esse recurso só deve ser utilizado
quando se tem as respostas, nada impossível, desde que se
prepare antes com a atualização e exercício constantes.
 Narração - Um parágrafo introdutório pode se caracterizar
ainda pela descrição de lugares ou de épocas, ou ainda com uma
narração de fatos. Deve ser curta a descrição ou narração e
lembre-se, use-a somente para iniciar a redação de forma mais
curiosa, interessante. Não esqueça de que se trata de uma
dissertação.
 Informação ou constatação - Elaborar uma enumeração de

informações pode ser uma maneira de fazer uma introdução.
Nesse caso, é preciso ter certeza de que as informações são
verídicas e, após enumerá-las na introdução, ir discutindo uma a
uma no desenvolvimento da dissertação.
Exemplo de Introdução 1
Tema: Racismo
55
Tipo de Introdução: Citação

“Quando, em maio de 1888, foi assinada a Lei Áurea, pretendia-se pôr
fim à escravidão que já durava quase três séculos. Cento e dezessete
anos mais tarde, o estigma de inferioridade, embora camuflado pelo
mito da democracia racial, ainda acompanha a etnia negra”.
Este recurso foi utilizado pelo autor no ENEM 2010, onde ele
estudou e citou parte do histórico discurso público feito pelo ativista
político Dr. Martin Luther King cujo título era: “Eu tenho um sonho”,
título original em inglês: “I have a dream”. No Exame, o tema da
redação era sobre escravidão.
Discurso:
“1963, defronte ao Lincoln Memorial, em Washington, o ativista
político Dr. Martin Luther King, falou a milhares de cidadãos
americanos sobre a necessidade de união e coexistência harmoniosa
entre negros e brancos. (...) Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus
filhos julgados pelo caráter e não pela cor da pele”.
Texto na íntegra no site:

http://www.palamares.gov.br/sites/000/2/download/mlk2.pdf
Exemplo de Introdução 2
Tema: Racismo
Tipo de Introdução: Definição ou Conceito
56
“Discriminar significa diferenciar, distinguir, separar. A forma mais

comum, embora incompreensível, de discriminação, é a racial, que
defende uma infundada superioridade dos brancos sobre os negros”.
Este recurso foi a escolha do autor para o ENEM 2009, cujo tema da
redação era Ética. Sua introdução buscou conceituar a palavra “ética”
desenvolvendo o texto a partir daí.
Importante:
Atente-se ao fato de que o desenvolvimento deve estar de acordo
com a introdução, não necessariamente em sequência, mas em
harmonia; um parágrafo deve estar ligado ao anterior, e isso vale para
qualquer tipo de introdução que se pretenda fazer. Mesmo que sejam
idéias antagônicas, fatos históricos, exposição de uma ideia ou conceito,
não importa, um bom texto apresenta seus apontamentos de forma a ter
algum sentido e ligação de um parágrafo para outro. Outro ponto a
destacar é o cuidado para não cair em contradição. Ao apresentar sua
ideia na introdução é preciso defendê-la no decorrer do texto, ou seja, se
for favorável ao tema deve demonstrar isso no desenvolvimento
apresentando elementos favoráveis a ele.
57
Capítulo IX - Desenvolvimento e Conclusão
"A educação faz um povo fácil de

ser liderado, mas difícil de ser
dirigido; fácil de ser governado,
mas impossível de ser
escravizado". (Henry Peter)
O desenvolvimento de uma redação é a exposição dos

argumentos que fundamentam a tese defendida na introdução. É a parte
do texto em que se organiza o pensamento, e se apresenta a
fundamentação histórica, política, científica, social e cultural com que
se apoiam seus argumentos. É no desenvolvimento da redação que se
faz a análise e os comentários dos argumentos.
Pode-se elaborar o desenvolvimento por:
 Argumentação por autoridade: citação de frase ou pensamento
de autor do tema em questão. Pode ser uma “faca de dois
gumes”, de forma positiva fazendo uma intertextualidade ou
negativa se for inadequado ao tema proposto.
 Argumentação por ilustração: é o uso de exemplos relativos à
realidade.
58
 Argumentação do pensamento lógico: é uma ideia que parte do

geral para o particular ou ao contrário do particular para o geral.
 Argumentação por prova concreta: trata-se de uma prova
concreta seja de lei, dados estatísticos, fatos do conhecimento
geral, como o reforço da ideia defendida. Argumento da
competência linguística é o uso da incorreção gramatical que
gera problemas na coerência do texto.
Exemplo de desenvolvimento:
Tema: Televisão
Tipo de Desenvolvimento: Argumentação por exemplificação

“Já foi criada até uma campanha - “Quem financia a baixaria é
contra a cidadania”- para que sejam divulgados os nomes das
empresas que anunciam nos programas que mais recebem denúncias
de desrespeito aos direitos humanos. O mais importante nessa
iniciativa é a participação da sociedade, que pode abandonar a
passividade e interferir na qualidade da programação que chega às
casas dos brasileiros”.
Conclusão de uma dissertação
59
Para concluir uma redação dissertativa é necessário retomar a

tese defendida para reforçá-la, de modo a convencer o leitor da
pertinência da análise que o texto apresenta.
É preciso também fazer um comentário final, e ainda, apresentar
uma proposta de solução para o problema debatido.
Exemplo de conclusão:
Tema: O hábito da leitura
“Para reverter esse quadro, não basta oferecer aos alunos os
imprescindíveis livros didáticos. É preciso oferecer-lhes incentivo e
meios de lerem os principais autores nacionais e estrangeiros, da
literatura de ficção e não-ficção, jornais, revistas e obras científicas e
humanistas. Bill Gates, sem qualquer constrangimento, afirmou:
“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros”. Sem
livros, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive a sua
própria história.
60
Capítulo X - Enriquecendo seu vocabulário
“Ninguém educa ninguém,

ninguém educa a si mesmo, os
homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo”.
(Paulo Freire)
Cada vez mais a internet ocupa espaços na vida das pessoas

substituindo o contato pessoal por encontros “virtuais”. Os jovens estão
se habituando a vocabulários mais rápidos, mais diretos para se
comunicar na velocidade da rede.
Não nos colocamos contra essa ferramenta de informação, mas
lembramos que ela não substitui a língua escrita formal, tradicional.
Nesses tempos de salas de bate papo em lugar de encontros pessoais,
precisamos fazer um exercício diário de enriquecimento de vocabulário
dito, formal. Do contrário, a criança, o jovem e o adulto de amanhã se
tornam robotizados, incapazes de produzir um texto, ou mesmo
construir um diálogo com o outro.
O aluno que pretende entrar em uma universidade deve estar
atento ao conhecimento acumulado pela sociedade (entre eles a internet)
61
ao longo dos anos, e tirar proveito de cada um em seu devido momento

e contexto. Isso equivale a dizer que, em salas de bate papo virtual pode
prevalecer o “idioma” usual, mas em se tratando de redação, deve-se
lançar mão de uma escrita formal, diversificada e por que não dizer, rica
em termos e conceitos. Para isso, disponibilizamos uma lista de 500
palavras que podem se adequar a diversos tipos de texto de redação; são
palavras de acordo com a Nova Reforma Ortográfica. A intenção nesse
caso é que você reúna e leve no dia da prova o maior número de
palavras possíveis de serem utilizadas como recurso para um bom texto
de redação.
Não esqueça: faça uso do caça-

palavras durante a prova, auxilia
muito a composição de sua redação
62
500 palavras e expressões com ou sem hífen

Palavras e expressões mais usadas com ou sem hífen, atualizadas
conforme o Acordo Ortográfico.
A E P
a fim de em cima pan-african
à queima-roupa embaixo pan-america
à toa 1 entre-eixo pan-hispâni
à vontade euro-asiático para-brisa
abaixo-assinado eurocêntrico para-choqu
ab-rupto 2 ex-almirante para-lama
acerca de ex-diretor paraqueda
aeroespacial ex-presidente paraquedism
afro-americano ex-primeiro-ministro paraquedis
afro-asiático ex-secretária para-raios
afro-brasileiro extra-alcance pé-de-mei
afrodescendente extraclasse pingue-pong
afro-luso-brasileiro extraescolar plurianua
agroindustrial extrafino poli-hidrataç
água-de-colônia extraoficial pontapé
além-Brasil extrarregular ponto e vírg
além-fronteiras extrassolar por baixo d
além-mar extrauterino por isso
amor-perfeito F porta-aviõe
andorinha-do-mar faz de contas (um ...) porta-retra
anel de Saturno feijão-verde porto-alegre
anglomania fim de século pós-graduaç
anglo-saxão fim de semana pospor
63
ano-luz folha de flandres pós-tônico

antessala francofone predetermin
antiaderente G preenchid
antiaéreo general de divisão pré-escola
antieconômico geo-história preexistent
anti-hemorrágico giga-hertz preexistir
anti-herói girassol pré-históri
anti-higiênico grã-fina pré-natal
anti-ibérico grão-duque pré-nupcia
anti-imperialista grão-mestre pré-requisi
anti-infeccioso Grão-Pará pressupor
anti-inflacionário guarda-chuva primeiro-min
anti-inflamatório guarda-noturno primeiro-sarg
antirreligioso Guiné-Bissau pró-ativo
antissemita H proeminen
antissocial habeas-corpus (o...) propor
ao deus-dará hidroelétrico pró-reitor
arco e flecha hidrelétrico pseudo-organi
arco-da-velha hidrossolúvel pseudossig
arco-íris hidroterapia Q
arqui-inimigo hipermercado quem quer que
autoadesivo hiper-raquítico R
autoafirmação hiper-realista reabilitar
autoajuda hiper-requintado reabituar
autoaprendizagem I reaver
autoeducação inábil recém-casa
autoescola indo-chinês 7 recém-elei
autoestima indochinês 8 recém-nasci
64
autoestrada indo-europeu reco-reco

auto-hipnose infra-assinado reedição
auto-observação infra-axilar reeleição
auto-ônibus infraestrutura reescrita
auto-organização infrassom reidratar
autorregulamentação inter-hemisférico retroalimenta
ave-maria inter-racial reumaniza
azul-escuro inter-regional S
B inter-relacionado sala de jant
Baía de Todos-os-Santos intramuscular segunda-fei
belo-horizontino intraocular sem-cerimô
bem-aventurado intraoral semiabert
bem-criado intrauterino semianalfab
bem-dito inumano semiárido
bem-dizer J semicírcul
bem-estar joão-de-barro semi-intern
bem-falante joão-ninguém semiobscurid
bem-humorado L semirrígid
bem-me-quer latino-americano semisselvag
bem-nascido lenga-lenga sem-núme
bem-te-vi luso-brasileiro sem-vergon
bem-vestido lusofobia sobreaquec
bem-vindo lusofonia sobre-elevaç
bem-visto M sobre-estim
bendito (= abençoado) macroestrutura sobre-exced
benfazejo macrorregião sobre-huma
benfeito madressilva sobrepor
benfeitor mãe-d'água social-democr
benfeitoria má-fé social-democ
65
benquerença mais-que-perfeito sociocultur

benquerer mal de Alzheimer socioeconôm
benquisto mal-acabado subalimenta
bico-de-papagaio (planta) mal-afortunado subalugar
bio-histórico malcriado subaquátic
biorritmo malditoso subarrenda
biossocial mal-entendido sub-brigade
blá-blá-blá mal-estar subempreg
boa-fé malgrado subestima
bumba meu boi mal-humorado subdireto
C mal-informado subumano (ou sub
café com leite má-língua subfatura
calcanhar de aquiles mal-limpo sub-reitor
cão de guarda malmequer sub-rogar
carboidrato 3 malnascido sul-african
causa-mortis (a...) malpassado superestrutu
centroafricano 4 malpesado super-home
centro-africano 5 malquerer super-racion
circum-murado malquisto super-resiste
circum-navegação malsoante super-revis
coabitação malvisto supraocula
coautor mandachuva suprarrena
cobra-d'água manda-lua suprassum
coco-da-baía manda-tudo T
coedição maria vai com as outras tenente-coro
coeducação médico-cirurgião tico-tico
coenzima mesa-redonda tio-avô
coerdar mestre-d'armas tique-taqu
coerdeiro microcirurgia tomara que c
66
coexistente microempresa U
coexistir microestrutura ultraelevad
cofator micro-ondas ultrarromânt
coirmão micro-organismo ultrassecre
comum de dois microssistema ultrassensív
conta-gotas minicurrículo ultrassom
contra-almirante minissaia ultrassonogr
contra-ataque minissérie V
contracheque multissegmentado vaga-lume
contraexemplo N vassoura-de-b
contraindicação não agressão verbo-nomi
contraindicado não fumante vice-almiran
contraofensiva não me toques 9 vice-preside
contraoferta não violência vice-rei
contraordem não-me-toques 10 vira-casac
contrarregra neoafricano X
contrassenha neoexpressionista xique-xique
contrassenso neoimperialista xiquexique
coobrigação neo-ortodoxo Z
coocupante norte-americano zás-trás
coocupar O zé-povinho
cooptar olho-d'água zigue-zagu
cor de café zum-zum
cor de café com leite
cor de vinho
cor-de-rosa
couve-flor
criado-mudo
D
67
decreto-lei
dente-de-leão
depois de amanhã
desumano
deus nos acuda (um...)
dia a dia 6
disse me disse (um...)
A E P
a fim de em cima pan-africano
à queima-roupa embaixo pan-americano
à toa 1 entre-eixo pan-hispânico
à vontade euro-asiático para-brisa
abaixo-assinado eurocêntrico para-choque
ab-rupto 2 ex-almirante para-lama
acerca de ex-diretor paraquedas
aeroespacial ex-presidente paraquedismo
afro-americano ex-primeiro-ministro paraquedista
afro-asiático ex-secretária para-raios
afro-brasileiro extra-alcance pé-de-meia
afrodescendente extraclasse pingue-pongue
afro-luso-brasileiro extraescolar plurianual
agroindustrial extrafino poli-hidratação
água-de-colônia extraoficial pontapé
além-Brasil extrarregular ponto e vírgula
além-fronteiras extrassolar por baixo de
além-mar extrauterino por isso
amor-perfeito F porta-aviões
andorinha-do-mar faz de contas (um ...) porta-retrato
anel de Saturno feijão-verde porto-alegrense
68
anglomania fim de século pós-graduação

anglo-saxão fim de semana pospor
ano-luz folha de flandres pós-tônico
antessala francofone predeterminado
antiaderente G preenchido
antiaéreo general de divisão pré-escolar
antieconômico geo-história preexistente
anti-hemorrágico giga-hertz preexistir
anti-herói girassol pré-história
anti-higiênico grã-fina pré-natal
anti-ibérico grão-duque pré-nupcial
anti-imperialista grão-mestre pré-requisito
anti-infeccioso Grão-Pará pressupor
anti-inflacionário guarda-chuva primeiro-ministro
anti-inflamatório guarda-noturno primeiro-sargento
antirreligioso Guiné-Bissau pró-ativo
antissemita H proeminente
antissocial habeas-corpus (o...) propor
ao deus-dará hidroelétrico pró-reitor
arco e flecha hidrelétrico pseudo-organização
arco-da-velha hidrossolúvel pseudossigla
arco-íris hidroterapia Q
arqui-inimigo hipermercado quem quer que seja
autoadesivo hiper-raquítico R
autoafirmação hiper-realista reabilitar
autoajuda hiper-requintado reabituar
autoaprendizagem I reaver
autoeducação inábil recém-casado
autoescola indo-chinês 7 recém-eleito
autoestima indochinês 8 recém-nascido
autoestrada indo-europeu reco-reco
69
auto-hipnose infra-assinado reedição

auto-observação infra-axilar reeleição
auto-ônibus infraestrutura reescrita
auto-organização infrassom reidratar
autorregulamentação inter-hemisférico retroalimentação
ave-maria inter-racial reumanizar
azul-escuro inter-regional S
B inter-relacionado sala de jantar
Baía de Todos-os-Santos intramuscular segunda-feira
belo-horizontino intraocular sem-cerimônia
bem-aventurado intraoral semiaberto
bem-criado intrauterino semianalfabeto
bem-dito inumano semiárido
bem-dizer J semicírculo
bem-estar joão-de-barro semi-interno
bem-falante joão-ninguém semiobscuridade
bem-humorado L semirrígido
bem-me-quer latino-americano semisselvagem
bem-nascido lenga-lenga sem-número
bem-te-vi luso-brasileiro sem-vergonha
bem-vestido lusofobia sobreaquecer
bem-vindo lusofonia sobre-elevação
bem-visto M sobre-estimar
bendito (= abençoado) macroestrutura sobre-exceder
benfazejo macrorregião sobre-humano
benfeito madressilva sobrepor
benfeitor mãe-d'água social-democracia
benfeitoria má-fé social-democrata
benquerença mais-que-perfeito sociocultural
benquerer mal de Alzheimer socioeconômico
benquisto mal-acabado subalimentação
70
bico-de-papagaio (planta) mal-afortunado subalugar

bio-histórico malcriado subaquático
biorritmo malditoso subarrendar
biossocial mal-entendido sub-brigadeiro
blá-blá-blá mal-estar subemprego
boa-fé malgrado subestimar
bumba meu boi mal-humorado subdiretor
C mal-informado subumano (ou sub-
humano)
café com leite má-língua subfaturar
calcanhar de aquiles mal-limpo sub-reitor
cão de guarda malmequer sub-rogar
carboidrato 3 malnascido sul-africano
causa-mortis (a...) malpassado superestrutura
centroafricano 4 malpesado super-homem
centro-africano 5 malquerer super-racional
circum-murado malquisto super-resistente
circum-navegação malsoante super-revista
coabitação malvisto supraocular
coautor mandachuva suprarrenal
cobra-d'água manda-lua suprassumo
coco-da-baía manda-tudo T
coedição maria vai com as outras tenente-coronel
coeducação médico-cirurgião tico-tico
coenzima mesa-redonda tio-avô
coerdar mestre-d'armas tique-taque
coerdeiro microcirurgia tomara que caia
coexistente microempresa U
coexistir microestrutura ultraelevado
cofator micro-ondas ultrarromântico
coirmão micro-organismo ultrassecreto
71
comum de dois microssistema ultrassensível

conta-gotas minicurrículo ultrassom
contra-almirante minissaia ultrassonografia
contra-ataque minissérie V
contracheque multissegmentado vaga-lume
contraexemplo N vassoura-de-bruxa
contraindicação não agressão verbo-nominal
contraindicado não fumante vice-almirante
contraofensiva não me toques 9 vice-presidente
contraoferta não violência vice-rei
contraordem não-me-toques 10 vira-casaca
contrarregra neoafricano X
contrassenha neoexpressionista xique-xique 11
contrassenso neoimperialista xiquexique 12
coobrigação neo-ortodoxo Z
coocupante norte-americano zás-trás
coocupar O zé-povinho
cooptar olho-d'água zigue-zague
cor de café zum-zum
cor de café com leite
cor de vinho
cor-de-rosa
couve-flor
criado-mudo
D
decreto-lei
dente-de-leão
depois de amanhã
desumano
deus nos acuda (um...)
dia a dia 6
72
disse me disse (um...)
73
Capítulo XI - A língua portuguesa escrita e

a internet
“Nada lhe posso dar que já não

exista
em você mesmo. Não posso
abrir-lhe outro mundo de
imagens, além daquele que há
em sua própria alma. Nada lhe
posso dar a não ser a
oportunidade, o impulso, a
chave. Eu o ajudarei a tornar
visível o seu próprio mundo, e
isso é tudo”. (Hermann Hesse)
Como abordamos na aula anterior, os avanços e facilidades que

a internet trouxe à nossa vida são imensos, no entanto, é preciso
destacar que a língua escrita, formal obedece a outro padrão, e esse
padrão é o considerado na correção de uma redação de vestibular.
Lembrando que a língua é uma entidade viva e dinâmica, um
código utilizado pelas pessoas para se comunicarem é de se esperar que
em cada ambiente distinto haja uma forma de se comunicar.
74
A língua é um tipo de código formado por palavras e leis

combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem
entre si. Esse sistema de signos histórico e social possibilita ao homem
significar o mundo e a realidade.
Assim, as formas de se comunicar via internet obedecem a um
estilo estabelecido e aceito pelos usuários da rede, uma forma que as
pessoas encontraram para se comunicarem e interagirem.
Em se tratando de ambiente virtual está-se utilizando um código
entendido pelos internautas. É como se fosse uma tribo, um povo que
tem a sua língua, o seu modo de se expressar.
Os membros de cada grupo social têm características diferentes
com relação a necessidades e comportamentos. Essas diferenças
culturais englobam também diferenças no uso da língua.
Acreditamos que o “internetês” não tenha utilidade na vida real.
Embora a abreviação de certas palavras possa ser usual no futuro em
razão da evolução da escrita, tais termos devem ficar restritos ao
ambiente da rede.
A língua escrita exige precisão, algo improvável no cyber
espaço. Como já foi dito, não nos colocamos contra essa linguagem,
apenas apontamos que é necessário haver uma divisão entre locais e
momentos para usá-la. No ambiente de um exame de ingresso em uma
faculdade, há que se observar o formalismo que a ocasião exige para um
texto de redação. Talvez seja no futuro uma evolução e não uma
75
deterioração do idioma, mas atente-se ao que hoje é pedido nos

vestibulares e, no caso desse curso, ao que é pedido no ENEM.
Lembre-se: nenhuma forma de uso da

língua pode ser considerada melhor do
que as outras, pois todas atendem às
necessidades dos usuários. Assim, o
julgamento de certo/errado no uso da
língua tem de ser substituído pelo de
adequado/inadequado à situação de
comunicação considerada.
Capítulo XII - Vícios de linguagem e

repetições
76
“O desenvolvimento, de
acordo com a definição mais
conhecida, é precisamente
uma luta de opostos”. (Lev
Vigotski)
Gerúndio
O gerúndio é um dos vícios de linguagem mais comuns, bem
como o uso de termos repetitivos, que tornam um texto, por mais
criativo que seja, algo cansativo e enfadonho. Pensando no parecerista
que analisa e corrige centenas, talvez milhares de redações ao mesmo
tempo, deve-se tomar muito cuidado para não incorrer em sua
utilização.
Frases como "vai estar passando" o nosso recado, "vai estar
analisando" nosso pedido ou "vai poder estar procurando" uma solução,
são alguns exemplos.
Tome cuidado para não usá-lo além do necessário, pois este
pode fazer com que perca pontos importantíssimos na sua nota do
ENEM.
77
O Gerúndio não é errado segundo a Língua Portuguesa, porém,

seu uso indiscriminado tornou-se um vício de linguagem que, como
dissemos, torna seu texto muito vazio. Tornou-se um hábito para
“enfeitar” a comunicação.
Como exemplo a frase: “temos que estar construindo uma nova
educação”, pode-se evitar o gerundismo fazendo a troca da locução
verbal estar + gerúndio por um simples infinitivo (flexionado ou não).
Neste caso ficaria melhor “temos que construir uma nova educação”.
Simples e claro.
Repetições
Outro erro comum em redações diz respeito ao uso excessivo de
certas palavras. Na ausência de sinônimos, o estudante repete com
frequência termos como “mas”, “então”, “aí”, “porque” entre outros.
Esse problema muitas vezes atrapalha a construção e compreensão de
um texto. O leitor pode prestar mais atenção ao que está errado do que a
ideia do texto em si.
Erros comuns
Os erros mais comuns que o vestibulando comete referem-se a
concordância verbo-nominal, ortografia, conjugação de verbos, uso de
pronomes e pontuação. Observe os exemplos:
78
- “Fazem” cinco anos de namoro.

Fazer, quando exprime tempo, é impessoal, portanto, fica no singular.
- Faz cinco anos de namoro.
Uma dica é utilizar conjunções para

evitar repetições de “mas”, “então”
entre outras palavras; usar
pronomes para intercalar com nomes
próprios, além do recurso de
palavras sinônimas, tudo em nome
de um texto coeso, claro e rico em
palavras.
- “Houveram” muitos acidentes.

Haver, no sentido de existir, ocorrer, também é impessoal, fica no
singular.
- Houve muitos acidentes.
79
- Havia muitas pessoas.

- Deve haver muitos casos iguais.
- “Existe” muitas esperanças.
Existir, bastar, faltar, restar, sobrar admitem normalmente o plural.

- Existem muitas esperanças.
- Bastariam dois dias.
- Faltavam poucas peças.
- Restaram alguns objetos.
- “Aluga-se” casas.
O verbo concorda com o sujeito.
- Alugam-se casas.
- Fazem-se consertos.
- É assim que se evitam acidentes.
- Compram-se terrenos.
- Procuram-se empregados.
- “Obrigado”, disse a moça.
Obrigado concorda com a pessoa.

- Obrigada, disse a moça.
- Ela era “meia” louca.
80
Meio, quando advérbio, não varia.

Meio louca, meio amiga.
- Acordos “políticos-partidários”.
- Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia.

- Acordos político-partidários.
- Bandeiras verde-amarelas.
- Medidas econômico-financeiras.
- Partidos social-democratas.
- Ela “mesmo”arrumou a sala.

Mesmo, quando equivale a próprio, é variável.
- Ela mesma (própria) arrumou a sala.
- “Causou-me” estranheza as palavras.

Verbo concorda com o sujeito.
- “Causaram-me” estranheza as palavras.
- A realidade das pessoas “podem” mudar.

Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância.
Por isso:
81
- A realidade das pessoas pode mudar.

- A troca de agressões entre os funcionários foi punida.
- Já “é” 8 horas.
Horas e demais palavras que definem tempo variam.
- Já são 8 horas.
- Já é 1 hora.
DICA: Para evitar erros e repetições,

procure ler mais, faça uso de um
dicionário para conhecer ou
recordar palavras que tenham o
mesmo sentido, leve ao menos
cinco palavras de impacto para
decorar até momentos antes da
Capítulo XIII - Aprova.
construção de textos
“Não é a consciência do homem

que lhe determina o ser, mas, ao
contrário, o seu ser social que
lhe determina a consciência”.
82
(Karl Marx)
Não construa textos com duplo sentido

O duplo sentido é uma figura de linguagem semelhante ao
trocadilho, na qual uma frase ou expressão pode ser entendida de duas
maneiras distintas, com a intenção de provocar humor ou ironia. As
pessoas às vezes se distraem e escrevem coisas que deixam em dúvida
quem lê os seus textos. Veja:
“ O verão chegou e, com o ele o frio”. O que há de incoerente nesse
enunciado?
Sabendo que o enunciado apresentado na questão anterior é um
texto publicitário, imagine uma situação em que ele possa adquirir
sentido e tornar-se coerente.
Muitas vezes os textos são incoerentes em virtude da
ambiguidade, do duplo sentido provocado por uma sentença. Por
exemplo:
“Use a gasolina aditicadada marca X no motor do seu carro, porque
ela aumentará a sua vida útil”.
É o consumidor que terá aumento da vida útil? Do modo como
está escrita a frase, fica essa ideia. No entanto, pelo contexto, sabemos
que a propaganda procura vender um combustível para aumentar a vida
83
útil do carro. O responsável pela ambiguidade, neste caso e em muitos

outros, é o pronome “sua”. Verifique os seguintes exemplos de
ambiguidades:
a) Boneco de ex-jogador acusado de duplo homícidio custa US$
400.
b) Na semana passada, o promotor de justiça, Jayme Weigartner,

resolveu sacudir os orgãos para dar mais atenção à criança e ao
adolecente.
c) Ela assistiu ao assassinato do apartamento.
d) Inconformada com as traições do marido, a professora Maria do
Amaral, 53, misturou 10 litros de água e pimenta que acabara de
ferver numa panela e atirou nos seus orgãos genitais.
e) Sob pressão da rainha Elizabeth, Diana se divorciou do príncipe
Charles, depois que ambos, já oficialmente separados,
admitiram aventuras extraconjugais diate das câmeras da BBC.
O labirinto contitui-se em outro problema comum que afeta a

coerência. Para evitá-lo, é acomselhável colocar as frases na ordem
direta, pois a ordem inversa pode intervir na clareza . Em outros
momentos, provoca problemas de concordância. Veja:
 Ordem direta: O presidente ofereceu um jantar aos deputados
que votaram a favor da reeleição.
84
 Ordem indireta: Aos deputados que votaram a favor da

reeleição o presidente ofereceu um jantar.
Você deve ter percebido que a ordem inversa obriga o leitor a
reler a frase. Pode-se lançar mão desse procedimento, mas com cautela.
O labirinto justamente ocorre em períodos muitos extensos, em
que palavras estreitamente relacionadas ficam muito distantes umas das
outras. Veja exemplo:
“O analfabetismo, que impede que as pessoas atinjam a plena
cidadania e que tenham oportunidades de superar as condições em que
nasceram, agrava também as desigualdades regionais uma vez que a
população analfabeta está concentrada nas regiões mais pobres”.
Agora uma proposta de solução:
“O analfabetismo agrava as desigualdades regionais, uma vez
que a população analfabeta está concentrada nas regiões mais pobres.
Além disso, o analfabeto não atinge cidadania nem possui
oportunidades de superar essa herança”.
É importante destacar que a escrita é uma modalidade de

linguagem, de comunicação, no entanto difere da conversação, pois o
interlocutor não pode intervir no momento da produção linguística e
pedir explicações sobre a questão, ou seja, não há interação entre autor
e leitor no momento da leitura, se esta não for clara não haverá
comunicação.
85
Assim, na escrita, é necessário que haja muita clareza nas

palavras para que o leitor possa compreender o que se quer dizer.
Atualmente, os alunos, em geral, não estão familiarizados com a
prática da linguagem escrita, e assim, incorrem em muitos erros, como:
 noções confusas: palavras de alcance amplo e vago, por
exemplo, o termo “liberdade”. É preciso ter muito claro em seu
texto o que se quer dizer com liberdade (leia-se, a opinião do
autor sobre “liberdade”), do contrário o sentido fica vago e de
difícil compreensão.
 emprego de termos muito genéricos: é o uso de palavras de
abrangência tão vasta que comprometem a argumentação e
tornam o texto indeterminado e impreciso, com afirmações, às
vezes, comprometedoras ou que mais parecem chavões.
Exemplo: “Todos os políticos são ladrões”. São noções
totalizadoras que comprometem sua argumentação redação.
Evite-as.
Dica: Dê preferência, portanto, a

termos claros ou procure elucidá-
los para que o leitor saiba
exatamente aquilo que você
defende. O que está em jogo numa
redação de ENEM não é a sua
86 é certa ou
posição,se ela
errada,mas sim o seu poder de
argumentação,defesa e conclusão
de uma ideia.
87
Capítulo XIV - Caça-palavras
“Podemos facilmente perdoar

uma criança que tem medo do
escuro; a real tragédia da vida é
quando os homens têm medo da
luz”. (Platão)
A B Ç J Q Q S
R E D A Ç A O
C N V B M N F
I E D F G H R
V M P L H A R
Z C E D K Z E
T U O J K T G
Ao longo de nossa vida utilizamos o jogo de “caça-palavras”

como um passatempo. O jogo consiste em letras arranjadas
aparentemente aleatórias em uma grade quadrada ou retangular. O
objetivo do jogo é encontrar e circundar as palavras escondidas na grade
88
tão rapidamente quanto possível. As palavras podem estar escondidas

verticalmente, horizontalmente ou diagonalmente dentro da grade. As
palavras são arranjadas normalmente de modo que possam ser lidas da
esquerda para a direita ou de cima para baixo, sendo que em
passatempos de maior dificuldade também pode ocorrer o oposto.
Algumas vezes uma lista de palavras escondidas é fornecida, mas os
passatempos mais desafiadores podem fazer com que o jogador
descubra-as.
Os caça-palavras são normalmente encontrados em jornais

diários e revistas de passatempo.
A técnica
Uma prova de vestibular é uma rica fonte de palavras e frases
que podem aparecer de forma aleatória. Assim como em um caça-
palavras, durante a prova, vá destacando palavras de impacto ou mesmo
frases que possam substituir as que você utilizou no seu rascunho de
redação. Dessa forma você encontrará diversos termos enriquecedores e
que certamente podem servir de sinônimos às palavras que você havia
utilizado. Isto com certeza, elevará a qualidade do seu texto.
Veja alguns exemplos:

89
Questão 92 (ENEM 2010)

Em alguns países bilíngues, o uso de uma língua pode se sobrepor à
outra, gerando uma mobilização social em prol da valorização da menos
proeminente. De acordo com o texto, no caso do Paraguai, esse
processo se deu pelo (a)
A)Falta de continuidade do ensino do guarani nos programas escolares.

B)Preconceito existente contra o guarani principalmente nas escolas.
C)Esperança acumulada na reforma educativa da educação média.
D)Inclusão e permanência do ensino do guarani nas escolas.
E)Continuísmo do ensino do castelhano nos centros urbanos.
As palavras grifadas podem ser usadas em sua redação de diversas

maneiras, de acordo com o tema solicitado. Alguns exemplos de como
elas poderiam ser úteis:
Sobrepor
“Os interesses políticos não podem se sobrepor aos interesses da
sociedade”.
Mobilização + Prol
“Chega o momento de uma mobilização coletiva em prol da salvação
do nosso planeta”.
Proeminente + Inclusão + Prol + Continuísmo

90
“É tempo de exigir que os políticos exerçam sua função proeminente,

que trata da inclusão e do continuísmo de políticas sociais em prol dos
menos favorecidos”.
Questão 111 – ENEM 2010

TEXTO I
Sob o olhar do twitter
Vivemos a era da exposição e do conhecimento. Público e privado
começam a se confundir. A ideia de privacidade vai mudar ou
desaparecer.
O trecho acima tem 140 caracteres exatos. É uma mensagem

curta que tenta encapsular uma ideia complexa. Não é fácil esse tipo de
síntese, mas dezenas de milhões de pessoas o praticam diariamente. No
mundo todo, são disparados 2,4 trilhões de SMS por mês, e neles cabem
140 toques, ou pouco mais. Também é comum enviar e-mails, deixar
recados no Orkut, falar com as pessoas pelo MSN, tagarelar no celular,
receber chamados em qualquer parte, a qualquer hora. Estamos
conectados. Superconectados, na verdade, de várias formas.
[...] O mais recente exemplo de demanda por total conexão e de uma
nova síntese social é o Twitter, o novo serviço de troca de mensagens
pela internet. O Twitter pode ser entendido como uma mistura de blog e
celular. As mensagens são de 140 toques, como os torpedos dos
91
celulares, mas circulam pela internet, como os textos de blogs. Em vez

de seguir para apenas uma pessoa, como no celular ou no MSN, a
mensagem do Twitter vai para todos os “seguidores” – gente que
acompanha o emissor. Podem ser 30, 300 ou 409 mil seguidores.
MARTIN, I.; LEAL, R. Época. 16 mar. 2009 (fragmento adaptado).
TEXTO I...
Da comparação entre os textos, depreende-se que o texto II constitui um
passo a passo a passo para interferir no comportamento dos usuários,
dirigindo-se diretamente aos leitores, e o texto I...
Na sua redação você poderia fazer uso das palavras acima grifadas,
como disse, de várias maneiras, por exemplo:
Vivemos a era da exposição
“Vivemos a era da exposição online de fatos banais e também de
extrema importância. A velocidade com que as informações nos
chegam, é de instantes. Em tempo real, a Internet, este novo
instrumento de informação, se traduz em reações e mobilizações
coletivas instantâneas”.
Público e privado começam a se confundir
92
“A Constituição Brasileira nos garante direito à saúde e à educação,

mas a realidade nos remete ao fato de que o público e o privado
começam a se confundir, o que era dever do Estado vem sendo, aos
poucos, transferido ao setor privado. O brasileiro tem que pagar pelo
seu plano de saúde ou pagar escolas particulares para se ter acesso à
saúde ou a um ensino de qualidade”.
O mais recente exemplo de demanda

“Para a transformação de um país a educação é o caminho. O mais
recente exemplo de demanda em massa da educação é Cingapura, um
país que se tornou uma das maiores, senão a maior renda per capita do
mundo graças ao maciço investimento na área educacional”.
Interferir no comportamento
“O papel que a mulher exerce no mundo do trabalho atualmente é
resultado de uma longa luta travada para conquista de seu lugar. Suas
lutas diárias conseguiram interferir no comportamento machista
arraigado na sociedade”.
93
Questão 117 – ENEM 2010
A Internet que você faz

Uma pequena invenção, a Wikipédia, mudou o jeito de lidarmos
com informações na rede. Trata-se de uma enciclopédia virtual
colaborativa, que é feita e atualizada por qualquer internauta que tenha
algo a contribuir. Em resumo: é como se você imprimisse uma nova
página para a publicação desatualizada que encontrou na biblioteca.
Antigamente, quando precisávamos de alguma informação
confiável, tínhamos a enciclopédia como fonte segura de pesquisa para
trabalhos, estudos e pesquisa em geral. Contudo, a novidade trazida
pela Wikipédia nos coloca em uma nova circunstância, em que não
podemos confiar integralmente no que lemos.
Por ter como lema principal a escrita coletiva, seus textos trazem
informações que podem ser editadas e reeditadas por pessoas do mundo
inteiro. Ou seja, a relevância da informação não é determinada pela
tradição cultural, como nas antigas enciclopédias, mas pela dinâmica da
mídia.
Assim, questiona-se a possibilidade de serem encontradas
informações corretas entre sabotagens deliberadas e contribuições
erradas. NÉO, A. ET AL. A Internet que você faz. In: Revista PENSE!
94
Secretaria da Educação do estado do Ceará. Ano 2,nº 3, mar.-abr. 2010

(adaptado).
As novas Tecnologias de Informação e Comunicação, como a
Wikipédia, têm trazido inovações que impactaram significativamente a
sociedade. A respeito desse assunto, o texto apresentado mostra que
falta de confiança na veracidade dos conteúdos registrados na
Wikipédia
A) Acontece pelo fato de sua construção coletiva possibilitar a

edição e reedição das informações por qualquer pessoa no
mundo inteiro.
B) Limita a disseminação do saber, apesar do crescente números de
acessos ao site que a abriga, por falta de legitimidade.
C) Ocorre pela facilidade de acessos à página, o que torna a

informação vulnerável, ou seja, pela dinâmica da mídia.
D) Ressalta a crescente busca das enciclopédias impressas para as
pesquisas escolares.
E) Revela o desconhecimento do usuário, impedindo-o de formar
um juízo de valor sobre as informações.
95
Perceba que as palavras são selecionadas de acordo com o

tema da redação, e com o tempo elas começam a substituir palavras
com o mesmo sentido escritas no seu rascunho enriquecendo assim
o vocabulário utilizado para desenvolver sua redação. Abaixo, mais
alguns exemplos:
Colaborativa + contribuir
“Todo ser humano tem o dever de contribuir com ações colaborativas
em prol do bem comum”.
Confiável + fonte segura

“A família sempre será uma fonte segura e confiável na transmissão
dos valores éticos, fundamentais para o desenvolvimento dos nossos
jovens e de nossas crianças”.
Inovações + impactaram
“As inovações da informática impactaram de forma positiva na vida da
maioria das pessoas nos últimos dez anos”.
Construção + disseminação
“A mudança de um país deve se basear na construção de um novo
indivíduo. Hoje temos a certeza de que a disseminação de valores
humanos como a honestidade, a justiça e ética serão fundamentais na
transformação da sociedade brasileira”.
96
97
Capítulo XV - Os dez passos para uma

redação nota 1000
“O que deve caracterizar a

juventude é a modéstia, o pudor,
o amor, a moderação, a
dedicação, a diligência, a
justiça, a educação. São estas as
virtudes que devem formar o seu
caráter”. (Sócrates)
1º Passo: Atualize-se
Para que um estudante tenha a oportunidade real de tirar uma
boa nota em sua redação no ENEM é fundamental que esteja atualizado
com o que ocorre à sua volta. Cada vez mais os concursos, vestibulares
e o próprio ENEM têm dado destaque à disciplina “atualidades”. Essa
prática, no entanto, causa muitas dúvidas nos candidatos com relação ao
conteúdo e a formas de estudar. É importante saber que poderão surgir
questões sobre os mais diversos assuntos, economia, política, educação,
saúde, segurança, aquecimento global, entre outros. Mas assim como
98
todas as matérias pedidas no concurso, existem dicas e orientações que

auxiliam o estudante no estudo desse conteúdo. Por exemplo:
 acompanhe os assuntos mais comuns, noticiados nos principais
jornais, telejornais, revistas semanais e portais na internet;
 dê mais importância às notícias com maior relevância nacional
e internacional. Em uma redação como a do ENEM, por
exemplo, dificilmente haverá perguntas sobre notícias com
relevância somente em uma única cidade;
 uma boa maneira de se atualizar e relembrar fatos importantes
que ocorreram nos últimos meses são as revistas semanais de
atualidades que, de um modo geral, abordam os temas mais
importantes. Lembre-se que estas revistas possuem portais e
parte do conteúdo com acesso livre. Exemplos: Revista Veja,
ISTOÉ, Carta Capital, Época;
 além de revistas e jornais uma excelente ferramenta que te dará
grandes subsídios para preparação parcial de seu texto são os
vídeos de comentaristas políticos como: Alexandre Garcia,
Arnaldo Jabor, Carlos Alberto Sardenberg, entre tantos outros.
Abaixo, diversos links de comentários interessantes, alguns
utilizados no desenvolvimento de minha redação no ENEM
2010, e outros mais recentes que poderão auxiliar na construção
de sua próxima redação:
99
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/01/01/veja-a-integra-
do-discurso-de-dilma-rousseff-no-congresso/
O vídeo apresenta o primeiro discurso da Presidente eleita
Dilma Rousseff.
http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-
jabor/2011/02/11/ESTAMOS-VENDO-A-HISTORIA-SE-
MOVER-AO-VIVO-NO-EGITO.htm
Comentarista: Arnaldo Jabor.
Data: 11/02/2011
Fato: Estamos vendo a história se mover ao vivo no Egito.
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1424353-
7823-
ALEXANDRE+GARCIA+COMENTA+SOBRE+SITUACAO
+DO+SUS,00.html
Comentarista: Alexandre Garcia
Data: 01/02/2011
Fato: Hospitais estão cobrando por ventilador de pacientes.
Segundo o jornalista, como tantas coisas no país, a vida é
medida pelo dinheiro. Ele afirma ainda que o bem estar faz parte
do tratamento.
Solução: vontade política.
7823-
100
ALEXANDRE+GARCIA+COMENTA+A+FARRA+DAS+AP
OSENTADORIAS+DE+EXGOVERNADORES,00.html
Data: 26/01/2011
Fato: O benefício já foi extinto pela Constituição e a OAB vai
recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Para Alexandre, política
não é profissão e sim um sacrifício pela população.
Solução: Reforma política.
7823-
ALEXANDRE+GARCIA+FALA+SOBRE+O+COMBATE+A
+VIOLENCIA+CONTRA+A+MULHER,00.html
Data: 19/10/2010
Fato: Hoje em dia, homens espancam homens e homens
espancam mulheres. O que se vê é a solução física na falta de
argumento racional. Para o comentarista, isso acontece porque
falta educação.
Solução: Educação.
7823-
ALEXANDRE+GARCIA+FALA+SOBRE+OS+NOVOS+CA
MINHOS+DA+PROSTITUICAO+INFANTIL,00.html
Data: 20/10/2010
Fato: Ignorância, miséria, droga e prostituição. Tudo isso virou
um círculo vicioso. O comércio de beira de estrada avança pelo
101
país. O Nordeste é a região em que ele acontece de forma ainda

mais forte.
Solução: Educação.
7823-
ALEXANDRE+GARCIA+FALA+SOBRE+ELEICAO+DE+TI
RIRICA,00.html
Data: 05/10/2010
Fato: Tiririca é um exemplo de voto de repulsa aos políticos,
assim como os votos destinados a figuras populares em outras
áreas, como jogadores de futebol, por exemplo.
Solução: Eleições.
7823-
ALEXANDRE+GARCIA+COMENTA+ACAO+DA+POLICIA
+DURANTE+TIROTEIO+NO+RIO,00.html
Data: 23/08/2010
Fato: A ação da polícia deixou muitas dúvidas sobre a tática
usada no cerco aos bandidos. Para Alexandre, quando o império
da lei se enfraquece, se fortalece a lei das armas, dos fuzis e das
granadas.
Solução: Política e educação.
102
http://www.youtube.com/watch?v=3tr5hr3MtTIhttp://www.yout
ube.com/watch?v=XvKzrsAk168&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=sZyyhXq-u6g
(mito da caverna)
Esses vídeos retratam o Mito da Caverna de Platão, apresentado
no início desse Curso de Redação.
Se você não tem como consultar revistas, jornais, portais de

internet ou assistir a telejornais diários assista pelo menos aos
programas de notícias semanais.
Converse com parentes e amigos sobre os temas atuais.
Aprofunde seus conhecimentos sobre estes assuntos. Assim, você
também estará se preparando para os concursos.
Há que se observar que os temas das redações do ENEM com
frequência abordam temas sociais. Como destaca a Professora de
Redação do Etapa, Simone Ferreira Gonçalves da Mota em entrevista
ao site “g1.globo.com” no dia 07/11/2010. Para ela “o tema era muito
bom. Discutia a questão do trabalho escravo e da dignidade humana.
Um dos textos oferecidos como base fala do trabalho escravo
atualmente e sobre o futuro. Discute um aspecto social, algo típico do
ENEM. Já caiu antes, mas era trabalho infantil, afirmou”. Essa
afirmação corrobora a tese do autor de que temas sociais são recorrentes
na redação do ENEM. As palavras da professora Simone reafirmam o
103
que defendo nesse curso: é possível levar parte da sua redação pronta,
ou seja, previamente construída, uma vez que, em se tratando de
trabalho escravo e trabalho infantil, a raiz do problema e ao mesmo
tempo sua solução estão na educação e na vontade política.
2º Passo: Conheça os grandes pensadores da história

Ler e conhecer vida, os pensamentos e os discursos de grandes
líderes e ativistas políticos como Martin Luther King, Mahatma Gandhi,
Nelson Mandela, personagens que se empenharam de uma forma muito
significativa em grandes problemas sociais. Trata-se de um recurso
onde você poderá aproveitar frases do discurso que tenham grande
impacto em variados temas de redação. Um exemplo:
O discurso: “Eu tenho um sonho”. Título original em inglês: “I
have a dream”.
Trata-se de um histórico discurso público feito pelo ativista
político Dr. Martin Luther King Jr, no qual falava da necessidade de
união e coexistência harmoniosa entre negros e brancos no futuro. O
discurso foi realizado no dia 28 de agosto de 1963. Apesar de estar
relacionado aos direitos civis dos negros, existem vários trechos que
podem ser utilizados para falar sobre qualquer problema social,
educação, saúde, violência, ética, política e tantos outros problemas
sociais até hoje vividos.
104
“De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um
cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as
magníficas palavras de Constituição e da Declaração da
Independência, eles estavam assinando uma nota promissória.(...) Esta
nota era uma promessa de que todos os homens... teriam garantidos os
direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. (...) Nós
nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos
recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade
nesta nação. Assim,nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos
dará direito de reclamar as riquezas de liberdade”.
Note que existem diversas frases e trechos do discurso que

podem enriquecer uma redação em diversos temas. Normalmente os
políticos brasileiros nos dão promissórias assinadas, representadas pelo
voto que conferimos a eles nas eleições. E poucos se lembram, depois
das eleições, de cobrar seus cheques, suas promissórias. Nos
esquecemos dos direitos que nos confere o voto nas eleições.
Perceba quantos comentários podem ser escritos fazendo um
paralelo entre o texto do discurso e o tema abordado na redação.
A prova poderia ainda abordar, por exemplo, a educação; nesse
caso, o estudante poderia expressar sua indignação com a falta de
investimentos e baixa qualidade no setor, algo que ele tem garantido na
105
Constituição Federal de 1988. Esta é a promissória educacional que nos

foi dada. Veja, o tema pedido poderia ser também Segurança Pública,
Saúde, Saneamento Básico, e tantos outros. Em todos os casos a
Constituição Federal nos garante o direito de tê-los; é a nossa
promissória.
Ainda utilizando as palavras de Luther King, o tema poderia
abordar o desmatamento ou aquecimento global. Nesse caso, veja outro
trecho do discurso:
“Eu tenho um sonho, que minhas quatro pequenas crianças vão um dia
viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas
pelo conteúdo de seu caráter”.
Hoje, vivemos num mundo repleto de destruição ambiental e

também temos os nossos sonhos e sonhos para nossos filhos. Se não
houver uma mudança rápida em ações e comportamentos, que mundo
deixaremos para nossas crianças? O trecho do discurso se encaixa
perfeitamente em uma redação que trata da destruição do planeta pelas
mãos do homem. Repare que para qualquer assunto abordado há trechos
no texto de Luther King que se encaixam perfeitamente. Você pode
parafrasear o ativista, ou seja, citar em seu texto “como disse Martin
Luther King em seu discurso de 1963, eu tenho um sonho...”.
106
Após a citação, você explica o seu ponto de vista, isto é, onde

sua opinião se assemelha a do líder negro. Você pode citar esse trecho e
fazer um paralelo com um sonho seu para resolver o problema do
aquecimento global. Poderia ser qualquer problema social, para tudo
pode-se usar o trecho em referência e adequá-lo a situação problema.
Observação: Nunca faça uma citação como se fosse sua, além de ser
plágio, a banca examinadora de redações é sempre composta por
experientes profissionais da educação que certamente saberão que
aquela frase não é sua. Portanto, a dica é ler muito e guardar frases e
autores que poderão se encaixar em seu texto.
3º Passo: Mantenha-se informado

Manter-se atualizado dos principais fatos noticiados nos
principais telejornais. Exemplo, o tema da redação do ENEM 2009 era
“Ética”. O cancelamento da primeira prova, porque a mesma foi furtada
da gráfica poucos dias antes da aplicação do exame, é uma das maiores
provas da ausência de ética em nosso país. Mencionar isso em seu texto
deixa claro o seu conhecimento e mostra que você está atualizado.
4º Passo: Acompanhe os principais telejornais
107
Acompanhar diariamente comentários de Alexandre Garcia e

Arnaldo Jabour, que são repórteres da principal emissora do país, eles
sempre comentam um fato e apresentam solução. Trata-se de uma das
principais fontes para construção de um texto de redação, pois 90% dos
problemas sociais desse país têm como solução vontade política,
investimento em educação e eleições.
5º Passo: Leve e memorize uma frase de impacto para a prova

Para a prova levar uma frase de impacto de algum grande
pensador (clássicos), a frase deve ser algo que independente do assunto
abordado ela tenha um efeito. Ex: “O futuro é problemático, mas não
inexorável” (frase de Paulo Freire, um grande educador do século XX).
Notem: independente do problema abordado na redação, essa frase surte
um grande efeito, pois retrata a um só tempo, uma realidade
problemática (dramas da sociedade) e uma esperança.
6º Passo: Memorize palavras fortes

Criar o hábito de memorizar um mínimo de quatro palavras da
nova ortografia (veja exemplo “500 palavras” no capítulo X) que se
encaixem em qualquer tipo de texto, pois tal atitude revela ao avaliador
que estará corrigindo a sua redação, que você está atualizado quanto a
108
grafia correta de palavras que sofreram alguma mudança após a reforma

ortográfica. Exemplos: autoafirmação, reescrito. Para qualquer que seja
o assunto tratado na redação, sempre teremos como solução a mudança,
seja de comportamentos, seja de hábito, seja de cultura, uma mudança
política. Para que a mudança ocorra, ela precisa se “autoafirmar” ou se
“reescrever” ou ser “reescrita”. Perceba que estas palavras citadas
sempre irão se encaixar em seu texto independente do tema e
demonstrará um conhecimento da Nova Ortografia.
7º Passo: Aprenda a se expressar

A maioria dos estudantes que fazem a redação do ENEM, não
consegue passar para o papel aquilo que pensa ou que formulou em sua
cabeça, ou seja, não consegue se expressar. A única maneira de
aprender é treinando, expressando-se, sempre que tiver oportunidade,
numa folha de papel. É comum o jovem ter ideias, desenvoltura ao
falar, mas extrema dificuldade no momento de defender um ponto de
vista no caderno. Aprenda a se expressar, crie o hábito de treinar ao
menos uma redação por semana. Aproveite os exercícios ao longo do
nosso Curso e faça da escrita algo natural, como o falar.
8º Passo: Utilizando os recursos
109
No dia da prova. Comece a prova do segundo dia pela Redação,

escreva seu rascunho, anotando imediatamente as frases, trechos de
textos e palavras da Nova Ortografia que você memorizou. Aguarde até
os minutos finais para entrar na sala, pois assim você poderá ficar
memorizando tudo que levou. No instante que for autorizado a começar
a prova, anote em qualquer parte da mesma tudo o que você levou
(trecho pronto, frases de impacto, palavras da Nova Ortografia).
Durante o decorrer do tempo para conclusão da prova, releia a
redação com atenção algumas vezes para verificar se as frases estão
completas e com sentido e aproveite esta leitura para fazer uso do
recurso do caça-palavras (ver aula no capítulo XIV). Assim, você
encontrará sinônimos para enriquecer seu texto.
9º Passo: Exercite a sua memória preparando seu texto

A preparação deve se iniciar pelo menos três meses antes da
data da prova. Respeitando o tempo de cada um, é importante um
período de no mínimo três meses para que as frases, os textos, as
palavras, estejam bem guardadas na mente, algo que só se consegue
lendo inúmeras vezes esse material e, se possível, fazendo exercícios de
redação encaixando o material aprendido. Faça um texto central e vá
aprimorando ao longo dos meses. A cada mês, troque o tema e veja se o
texto previamente preparado irá sempre surtir o efeito desejado.
110
Obs.: Você poderá treinar e nos enviar seus textos, mesmo que não
sejam os exercícios propostos, para que possamos fazer uma análise e
possíveis sugestões.
10º Passo: Redação Nota 1000

Trecho que o autor levou pronto no dia da prova. Como venho
dizendo ao longo do curso, que no meu ponto de vista só existem duas
soluções para os problemas sociais deste país que é a eleição e a
educação, então preparei antecipadamente à prova o seguinte trecho:
“A inércia e a ausência de espírito crítico nos impedem de
exercer nosso protagonismo político e social. Um exemplo claro está
nas eleições, passados mais de 40 anos da eleição do “Rinoceronte
Cacareco”elegemos o palhaço e os fichas-sujas. Por quê? Porque nos
falta “educação”. A educação liberta-nos: dos cárceres da ignorância,
da miséria, da dependência, do assistencialismo, converte escravos de
tudo em seres livres. A educação faz valer a inscrição na bandeira da
cidade de São Paulo: “non ducor duco”, “não sou conduzido,
conduzo”!
Frase para fechamento da redação:
111
Portanto, não devemos abdicar de nosso protagonismo histórico na

proposição de uma nova educação. Paulo Freire nos ensina que o
futuro deve ser visto como problemático,mas não como inexorável.
Notem:
“A inércia e a ausência de espírito crítico nos impedem de exercer
nosso protagonismo político e social”. Frase criada pelo autor.
“Um exemplo claro está nas eleições, passados mais de 40 anos da

eleição do “Rinoceronte Cacareco”elegemos o palhaço e os fichas-
sujas.”
No meu caso, sempre acreditei que a solução dos problemas
encontrava-se nas mãos dos políticos e o caminho da mudança seria a
eleição. A inspiração para criar o trecho citado se deu após ouvir
Alexandre Garcia comentando sobre a eleição do Rinoceronte e do
Tiririca (reportagem do Jornal Bom Dia Brasil, do dia 05/10/2010).
“A educação liberta-nos: dos cárceres da ignorância, da miséria, da

dependência, do assistencialismo, converte escravos de tudo em seres
livres. A educação faz valer a inscrição na bandeira da cidade de São
Paulo: “non ducor duco”, “não sou conduzido, conduzo”!
112
Formulei esse trecho baseado nos comentários de Alexandre

Garcia, a respeito dos novos caminhos da prostituição infantil, exibidos
no Jornal Bom Dia Brasil do dia 20/10/2010. Como se vê, nem sempre
o assunto abordado está ligado diretamente ao título da Redação.
Entretanto, se você se mantiver informado e atento, sempre encontrará
uma relação entre o tema citado e a solução proposta. No caso acima o
tema era prostituição infantil, e usei a solução para falar do “trabalho
escravo”, que foi o tema da redação do ENEM 2010.
Os problemas são diversos, mas as soluções são poucas e
sempre as mesmas: Educação e vontade política, ou seja, a eleição de
políticos verdadeiramente comprometidos em mudar esse país.
“Portanto, não devemos abdicar de nosso protagonismo histórico na

proposição de uma nova educação. Paulo Freire nos ensina que o
futuro deve ser visto como problemático,mas não como inexorável”.
Achei a frase fantástica porque poderia ser utilizada em qualquer
tema da redação, já que fala sobre o papel importante que todo e
qualquer cidadão exerce nessa sociedade, e nos dá esperança de um
mundo melhor ao afirmar que nada é inexorável, ou eterno.
A fonte inspiradora dessa frase foi um livro universitário que
fala sobre avaliação educacional, mas poderia ser qualquer outro livro
ou fonte. É importante que você observe com atenção tudo o que lhe cai
à mão, ou seja, tenha um olhar atento e crítico a revistas, reportagens,
113
documentários, livros que tiver acesso. Crie o hábito de, ao ler, ou

mesmo, ouvir frases impactantes, anotar e pensar na sua redação e ver
se tal frase poderia ser utilizada em um texto independente do tema.
114
Exercícios
Violência
Texto1
No Rio de Janeiro, o Instituto de Segurança Pública (ISP)
divulgou que o estado encerrou 2010 com uma redução de 17,7% no
total de homicídios em relação ao ano anterior. Em 2009 foram 5.794
assassinatos, 1.025 a mais que no ano passado. De acordo com o
sociólogo Glaucio Soares, do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio
de Janeiro (Iuperj), tanto o Rio quanto São Paulo têm trabalhado
políticas de segurança pública a longo prazo:
“A causa mais comum no Brasil das últimas décadas tem sido a
letalíssima combinação de drogas com armas de fogo”
- É o padrão mais comum e requer que políticas inteligentes
sejam de estado e não deste ou daquele governo. Em São Paulo
colhemos os frutos plantados a partir de 1999. No Rio de Janeiro, houve
diversas melhorias, particularmente nos últimos quatro anos. Nos dois
casos houve transferência do poder decisório na área de Segurança
Pública e vontade política - analisa Soares, que identifica um quadro
diferente no Nordeste:
115
- A cultura cívica está menos desenvolvida, há menos vontade

política e padrões tradicionais no governar. Falta treinamento policial,
conhecimento e, sobretudo, uma elite política mais consciente da
importância da segurança pública.
Site: www.isp.rj.gov.br/NoticiaDetalhe.asp?ident=272
Texto 2
Em 2011, O GLOBO encaminhou perguntas ao ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a violência no país. O jornal quis
saber qual seria a explicação do governo federal para a diminuição dos
homicídios no Rio de Janeiro e em São Paulo no mesmo período em
que a violência aumenta de forma assustadora no Nordeste, inclusive
em capitais com alto fluxo de turistas.
Foi perguntado também se o ministério estaria preparando
medidas especiais para ajudar os governos de alguns estados a coibir a
criminalidade. Na sexta-feira, a assessoria de imprensa disse que o
ministro não iria tecer comentários sobre o assunto.
Site: www.isp.rj.gov.br/NoticiaDetalhe.asp?ident=272
Redação
Discuta a situação da violência no Brasil de hoje, em uma
dissertação argumentativa, conforme a técnica ensinada.
116
Para correção do primeiro exercício e envio do segundo, envie

email com a redação para:
contato@redacaoenem.com.br
Visite também nosso site:

www. redacaoenem.com.br
117
Anexos
Boletim ENEM 2010
Inscrição Sisu
Período de Inscrição Início: 16/01/2011 às 02:45 Fim: 20/01/2011
às 23:59 (Horário de Brasília) Data/Hora de Brasília: 27/02/2011
11:41
Prazo para o fim das Inscrições período encerrado período
encerrado
Nome: SANDRO LUIZ DA SILVA
Inscrição Enem/2010: 201001171057
Último Acesso: 13/02/2011 às 11:36:35 (Horário de Brasília) . Suas
notas no Enem/2010
Prova Nota
Redação 1.000,00
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 604,70
Matemática e suas Tecnologias 673,70
Ciências da Natureza e suas Tecnologias 591,30
Ciências Humanas e suas Tecnologias 685,50
118
1ª Opção de Curso:
MATEMÁTICA - LICENCIATURA OU
BACHARELADO
Turno Noturno
Formação:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO
Instituição:
CARLOS
Campus: UNIDADE SEDE
Inscrição
18/01/2011 às 07:50:26
realizada em:
Sua nota
746,99
neste curso:
119
Referências:
ANDERY, Maria A.; MICHELETTO, Nilza (et.all). Para

compreender a ciência:uma perspectiva histórica. Rio de Janeiro:
Garamond, 2007. (p.57-96).
Boletim Salesiano – Revista Bimestral, Ano 61, n.1, jan/fev 2011.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Exame Nacional do

Ensino Médio (ENEM). Disponível em: http://www.inep.enem.org
________. Ministério de Educação e Cultura. Referencial Curricular

Nacional para Educação Infantil (RCNEI), Conhecimento de
Mundo, v.3, 1998.
________. Programa de Formação Inicial de Professores em

Exercício na Educação Infantil (Pró-Infantil), 2005.
PLATÃO, FIORIN. Para entender o texto: leitura e redação.
PLATÃO. Mito da Caverna. Disponível em:

<http://www.youtube.com/watch?v=3tr5hr3MtTIhttp://www.youtube.com/wat
ch?v=XvKzrsAk168&feature=related>
SARAMAGO, José. A caverna. São Paulo: Companhia das Letras,

2011.
Minivocabulário 500 palavras . Disponível em:

http://educacao.uol.com.br/portugues/reformaortografica/2009/01/30/mi
nivocabulario.jhtm
http://www.baguete.com.br
120
http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=10887
http://blog.jcconcursos.uol.com.br/professordelucca/2010/08/16/atualiz
e-se/
http://vestibular.uol.com.br/ultimas-noticias/2011/01/03/universidades-
federais-oferecem-sete-em-cada-dez-vagas-no-sisu-2011.jhtm
www.enem.coc.com.br/redacao.asp
http://www.gazetadopovo.com.br/vestibular/conteudo.phtml?id=105272
7
www.soportugues.com.br
http://www.alunosonline.com.br/portugues/porques/
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Curso Redação ENEM 2012 - 290412

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