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Introdução: Evite o eco! (ideal ou real – é central) e preste atenção: “se faz presente...” é uma
ideia extra e deve ser encabeçada pela conjunção aditiva.
Desenvolvimento II: Atenção aos períodos muito longos, eles podem comprometer o entendi-
mento do seu texto. Evite começar períodos com a conjunção coordenativa adversativa “mas”
pois pode parecer que houve uma quebra da ideia anterior.
Conclusão: A proposta está incompleta e possui apenas dois períodos – o que deve ser evitado! – sem contar que está
pouco detalhada, meio vaga.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: Parágrafo introdutório apresenta bem o tema, o expõe de forma clara, mas não
explicita tese. Uma dica: é interessante que se coloque como fechamento da introdução uma
miniproposta, como a iniciada por “com efeito
Desenvolvimento I: Os recursos coesivos são responsáveis por conferir fluidez ao texto e facilitar
seu entendimento. No parágrafo acima, eles são escassos.
Desenvolvimento II: No parágrafo acima, falta um conectivo que o introduza, bem como um
fechamento da ideia: elementos imprescindíveis para a progressão textual.
Conclusão: A proposta interventiva deve apresentar: o agente interventor, a ação interventiva, o meio da ação, a finali-
dade da ação e um detalhamento. O parágrafo acima mostra apenas os agentes e as ações. Além disso, há a confusão
do conectivo “contudo”, que indica ADVERSIDADE e não conclusão.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 “Arte da Gramática da Língua mais usada no Brasil” é o nome da tentativa de Padre Antônio Vieira de
2 codificar a língua a fala da colônia, advinda da fusão do Português e das línguas nativas. Sob essa perspectiva,
3 infere-se que o trabalho do jesuíta não se ateve puramente à realidade linguística, uma vez que a descrição dialetal
4 ocorreu, mas sob as luzes de normas europeias. Assim, a prevalência de determinada corrente em detrimento
5 de outra é uma realidade cristalizada na história do país, acarretando impactos na sociedade. Portanto, não é
6 aceitável que a questão do preconceito linguístico continue sendo tratada com descaso. Com efeito, o Estado, por
7 intermédio de instituições sociais, deve promover ações a fim de que se atenue a segregação causada pela realiza-
9 A priori, vale ressaltar que o assédio linguístico é incondizente com a história do idioma lusitano. Isso se
10 deve ao fato de que o português advém do latim vulgar – modalidade popular do idioma matriz. Por isso, negar
11 as variações linguísticas correntes é a tentativa frustrada e purista de negar o fato: a língua é viva e passível de
12 mudança, tal qual seus falantes. Além disso, é importante lembrar que cada variante possui características intrín-
13 secas e isso é patrimônio cultural de determinado grupo, logo, discriminar algumas formas de realização configura
14 etnocentrismo e falta de conhecimento da história de um país. Diante disso, ficam evidentes a inconsistência do
15 preconceito e a necessidade de proposição de políticas públicas a fim de que se erradique essa problemática.
16 Somado a isso, é necessário aceitar que o prestígio de norma culta é ferramenta eficaz para a manutenção
17 da segregação social. Sob esse prisma é correto afirmar que sujeitos com maior escolaridade e maior poder aquisi-
18 tivo, por exemplo, sobressaem-se em detrimento daqueles que não tiveram as mesmas oportunidades, reforçando,
19 assim, a lógica meritocrática. Segundo Bechara – membro emérito da Academia Brasileira de Letras – cada qual
20 deve ser poliglota em sua própria língua, isto é, não é necessário pensar em correções ou incorreções gramaticais,
21 mas em adequação às situações de fala. De certo, essa problemática reflete os erros das gestões públicas em relação
22 aos temas educacionais e por isso, é imprescindível que as autoridades tomem atitudes cabíveis para estancar esse
23 impasse.
24 Impende, portanto, que o preconceito seja encarado como um ponto que requer atenção. Cabe ao MEC
25 ações que reformulem os cursos de letras nas instituições de ensino superior no país, atuando na conscientização
26 dos corpos docente e discente para que não falem sobre o assunto apenas, mas o destrinchem a fim de formar
27 alunos que respeitem os variados registros. Ainda ao mesmo órgão em conjunto com a mídia cabe a descentrali-
28 zação da variante metropolitana em horário nobre ou em situações importantes e de repercussão nacional, como
29 por exemplo os telejornais, contemplando a diversidade, para que a maioria dos brasileiros seja representada. Só
30 assim todos aprenderão a ser poliglotas em português.
REDAÇÃO COMENTADA
Introdução: A primeira coisa que chama atenção nesse parágrafo é o número de gerúndios (são
3, um seguido do outro). Esteticamente, o texto deixa a desejar e a compreensão fica prejudica-
da. Além disso, falta definir a tese a ser abordada ao longo da dissertação.
Desenvolvimento I: O parágrafo fala do contexto brasileiro, mas não indica isso. É importante
deixar claro que se trata do país, até porque o tema traz essa exigência. Além disso, o uso do
“portanto” é inoportuno, seria mais interessante usar essa conjunção no momento da conclusão.
Desenvolvimento II: É preciso ficar atento à norma padrão da língua portuguesa. O verbo haver
com sentido de existir não deve ser concordar em número com seus complementos (o correto,
no texto, seria “houve” e não “houveram”). Também seria interessante o acréscimo de um tópico
frasal que, ao mesmo tempo, retome o parágrafo anterior e introduza a ideia a ser trabalhada
no novo parágrafo.
Conclusão: O parágrafo está bom, mas a questão das ciclovias enquanto solução está muito superficial, é preciso deixar
claro o porquê de elas serem uma opção viável dentro da proposta de intervenção.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: É importante deixar mais claro o conceito de “Homem cordial” e o porquê de ele
contrastar com a realidade. Não necessariamente é preciso dizer explicitamente o conceito,
torná-lo compreensível ao leitor é suficiente. O primeiro parágrafo também está muito grande
se comparado aos outros (de desenvolvimento, principalmente). É necessário ou diminuí-lo ou
aumentar os outros (optamos por este último na reescrita).
Desenvolvimento I: O parágrafo foi escrito em um único período, o que torna mais difícil a com-
preensão do texto. O ideal aqui seria criar uma divisão, inserindo um tópico frasal.
Desenvolvimento II: O primeiro problema aqui é a falta de conexão entre o exemplo e o tema.
Apesar de se tratar de uma boa escolha de argumento, não há relação lógica entre esse pará-
grafo e os demais. A sugestão aqui seria o acréscimo de um outro período, retomando alguma
ideia já exposta e reforçando a ligação entre filme e realidade.
Conclusão: Falta deixar clara a ideia de que se trata de uma proposta de intervenção. O “portanto” não cabe aqui, mes-
mo sendo ótimo para parágrafos conclusivos. Falta ainda aproximar esse parágrafo de algo já dito, recuperando alguma
ideia e reforçando o encadeamento lógico. O acréscimo de uma frase que indique o fechamento do texto também
pode ser interessante.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: O uso de clichês nas dissertações podem criar a sensação de falta de vocabulário
e/ou erudição por parte do aluno. Assim, o início da introdução com “atualmente” não é uma
boa escolha. Os coloquialismos têm o mesmo efeito e, portanto, a expressão “mas não é bem
assim” deve ser substituída. Além disso, faltou clareza no apontamento de que se está usando
um contra-argumento e o uso da primeira pessoa do plural torna o texto muito pessoal.
Desenvolvimento III: Falta neste parágrafo um tópico frasal, que sintetize as ideias a serem desenvolvidas. Uma
forma de resolver isso seria trazer o argumento da inconstitucionalidade para o início do trecho. A repetição
do “ou seja” também pode ser evitada.
Conclusão: A proposta de intervenção está incompleta e se mostra insuficiente. Que tipo de pensamento dará lugar à
“análise prática e superficial”? Isso já foi tratado no texto e precisa ser recuperado na conclusão.
Há também um problema nas ideias. Está explícita a ideia de que violência não se trata com punição em um âmbito mais
geral, mas isso não foi tratado ao longo do texto. Seria importante especificar de que tipo punição se está tratando.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: Falta clareza na relação feita entre ou aumento no poder aquisitivo e o aumento na
produção de lixo. Seria interessante construir melhor o encadeamento lógico e coesivo entre
essas ideias.
Também ficou implícita a problemática a ser tratada ao longo do texto. Seria interessante o
acréscimo de mais um período para que a tese fosse definida.
Desenvolvimento II: A conjunção “mas” repetida duas vezes pode ser substituída por outras
conjunções. Com relação à argumentação, não fica claro qual o ponto negativo de as prefeitu-
ras ficarem restritas aos pontos de entrega voluntários de material reciclável.
Conclusão: Apesar desta conclusão apresentar proposta de intervenção, as sugestões estão muito superficiais e pre-
cisam ser aprofundadas. Uma boa dica para resolver o problema é não indicar somente a medida necessária para a
mudança, mas também pontuar suas consequências esperadas.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 O Brasil passou, nos anos 2000, por um período em que o poder aquisitivo da população em
2 geral cresceu muito. Como consequência, o consumo de produtos industrializados e de eletrônicos
3 cresceu muito e, na mesma velocidade, cresceu a produção de lixo, sem que houvesse políticas de des-
4 carte consciente capazes de dar conta da grande quantidade de resíduos eliminados nas residências
5 do país. Surge assim, assim, um problema gigantesco, com sequelas enormes para o meio ambiente.
6 Pode-se dizer que o ponto fraco da gestão de resíduos sólidos no Brasil está na coleta e
7 destinação final do lixo que produzimos. Segundo documento publicado pela Abrelpe - Associação
8 Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais -, somente 58% dos resíduos sólidos
9 urbanos que são recolhidos têm o destino adequado: os aterros sanitários. Os outros 42% acabam em
10 lixões, córregos ou valas sem qualquer tipo de tratamento.
11 Mesmo a coleta seletiva, que seria de grande auxílio para a diminuição do descarte inade-
12 quado do lixo, parece ser negligenciada. Embora essa iniciativa esteja presente em muitas prefeituras
13 do país, muitas vezes elas se resumem a disponibilizar pontos de entrega voluntária de material
14 reciclável ou então estabelecer convênios com cooperativas. Não existem programas que incentivem
15 a separação do lixo e o ato de descartar corretamente materiais reciclados esbarra na consciência
16 individual dos cidadãos.
17 Sendo assim, fica claro que o problema do lixo no Brasil seria facilmente amenizado através
18 de uma fiscalização maior sobre as prefeituras, impondo multas severas àquelas que não oferecem
19 tratamento aos resíduos descartados. Outra medida importante seria oferecer mais incentivos à
20 coleta seletiva, fazendo com que mais pessoas se sintam estimuladas a separar seu lixo reciclável.
21 Somente com políticas públicas existiria a garantia de um descarte consciente do lixo.
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REDAÇÃO COMENTADA
Conclusão: Por fim, em uma conclusão com proposta de intervenção, deve-se responder às perguntas” Quem? O quê?
Como? Para quem?” Sobre as ações que iram solucionar a problemática. Desse modo, não há uma compreensão sobre
como ocorreria a intervenção, nem de qual modo ela seria efetivada, necessitando sua reescrita.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Conclusão: É preciso apresentar a retomada da tese no parágrafo de conclusão, como ainda, inserir expressões con-
clusivas, como “portanto” ou “é imprescindível, portanto, (...)”. As propostas interventoras estão detalhadas, mas seria
interessante acrescentar uma nova sentença ao final do parágrafo promovendo uma reflexão sobre as medidas apre-
sentadas.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Desenvolvimento I: O parágrafo não possui muitos conectores, o que prejudica a coesão textu-
al. Além disso, o aprofundamento do argumento em questão ficou raso e não houve uma expli-
cação que vinculasse o gibi “A turma da Mônica” à temática da educação inclusiva. A defesa do
ponto de vista não foi detalhada e, ademais, foi tratada de forma superficial.
Desenvolvimento II: Seria interessante inserir mais conectivos ao longo do texto para interligar
as ideias apresentadas, além disso, as informações não foram justificadas, o que corroborou
para deixar o texto expositivo. Por que é preciso um tratamento diferenciado para essas crian-
ças? Essa pergunta precisa ser respondida. Ademais, a sigla TDAH deveria vir, entre parênteses
ou vírgula com o seu nome por extenso.
Conclusão: O parágrafo de conclusão apresenta a retomada da tese, o apontamento para os agentes interventores e
suas propostas, entretanto, não há um detalhamento dessas medidas, o que prejudica no caráter argumentativo do
texto.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 Durante a Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler considerava os deficientes físicos uma ame-
2 aça à pureza genética ariana e mandou executá-los pelo programa que os nazistas denominavam de
3 “T-4”, reforçando um discurso de ódio às diversidades. Nos dias atuais, as escolas, responsáveis pela
4 formação cívica dos jovens, têm se esforçado, cada vez mais, para combater estereótipos e os diver-
5 sos tipos de discriminação, entretanto, ainda há dificuldades para promover uma educação inclusiva
6 na sociedade brasileira, sendo iminente ações para alterar este cenário.
7 A leitura é, primeiramente, uma ferramenta útil para discutir sobre a inclusão. A literatura,
8 por exemplo, tem o poder de simbolizar as diferenças, aludindo à realidade e aproximar o leitor,
9 incitando-o à conscientização e ao combate de preconceitos. Nos anos 2000, o autor Maurício de
10 Souza inseriu novos personagens ao gibi “A turma da Mônica”, com a presença de deficientes visuais
11 e físicos em diálogo com o público infantil. Assim, a naturalização dessa temática e a forma que os
12 personagens lidam com a diversidade reforçam o companheirismo e uma maior integração social em
13 vez de despertar olhares de repulsa. Porém, o presente obstáculo é a falta de incentivo à leitura e a
14 ausência de debate sobre tais questões em sala de aula.
15 Além disso, o professor é culpabilizado pela ausência de inclusão, mas o próprio colégio não
16 oferece recursos para a sua capacitação. Exemplos disso são as crianças que possuem dislexia ou so-
17 frem de TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), tais casos merecem atenção
18 especial do docente na hora da aprendizagem, pois esses alunos têm dificuldades na compreensão da
19 leitura e na concentração dos estudos, respectivamente. Porém, o educador que tem pouco domínio
20 sobre como realizar uma abordagem diferenciada nessas circunstâncias, faz o que está ao seu alcance
21 e, quando não consegue, é responsabilizado pelos pais, evidenciando uma lacuna na falta da gestão
22 educacional das escolas que não debatem ações pedagógicas para facilitar essas interações.
23 Fica claro, portanto, que medidas são imprescindíveis para desenvolver um ambiente escolar
24 mais inclusivo. Com o intuito de desconstruir paradigmas, o governo, em parceria com as escolas,
25 deve implantar projetos que incentivem a leitura, como a instalação de bibliotecas e rodas de lei-
26 tura em salas de aula, estimulando o debate e o senso crítico. Ademais, a coordenação dos colégios
27 deve promover a seus funcionários cursos de qualificação voltados para a educação integrada, com
28 o acompanhamento de psicólogos e pedagogos para maior suporte e instrução ao docente. Assim,
29 evitaremos os discursos preconceituosos do passado e teremos uma sociedade mais harmoniosa.
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REDAÇÃO COMENTADA
Conclusão: O autor, apesar de ter retomado à tese inicial em seu parágrafo de conclusão, não explicitou de forma
detalhada e coerente as propostas de solução. Deve-se atentar que a intervenção deve conter o agente, o público
alvo, o ambiente a ser promovida a ação e de que forma isso irá ocorrer. Assim, é necessário apresentar quais tipos de
participações midiáticas devem ocorrer e como seria essa conscientização no âmbito escolar.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: O autor, apesar de ter trazido à introdução sua tese “ideia de uma nação pautada na compe-
tição por conta da cultura de violência”, não apresentou a contextualização para essa afirmação. Assim, é
necessário introduzir ao texto o que motivou o pensamento de uma tese, de modo a abordar a temática
de um modo geral.
Desenvolvimento II: Apesar de haver o diálogo entre os dois desenvolvimentos, importantíssimo para
os níveis de coesão e coerência, há, novamente, a necessidade de detalhar o que quer ser passado com
“sentimento exagerado”, fato que comprova uma falta de embasamento das ideias do autor. Além disso,
é possível perceber uma ótima linha argumentativa, todavia, ela não se torna verdadeira pela falta de
comprovação de evidências. Desse modo, para haver uma argumentação fora do senso comum, é ne-
cessário trazer opinião + evidência.
Conclusão: Por fim, a conclusão consiste em uma síntese de ideias com proposta de intervenção sobre a problemática
apresentada. Desse modo, é visto um ótimo resumo das ideias trabalhadas no desenvolvimento, entretanto não há um
detalhamento na proposta de solução, quanto no quesito midiático. É importante ressaltar que a proposta deve haver
um agente solucionador, uma proposta detalhada, um público alvo e a forma de efetivação. Sendo assim, há a necessi-
dade de uma escrita mais afunilada sobre a parte final do texto.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 Segundo o sociólogo Maurício Murad, o Brasil é o país em que mais morrem pessoas
2 em função das brigas de estádio. Essa cultura da violência, instaurada na época de Roma,
3 com a inauguração do Coliseu para eventos bárbaros em prol de uma satisfação do público
4 e retomada com o processo de colonização do país, reforça a ideia de uma nação pautada
5 na competição e, sobretudo, intolerante.
6 Em primeiro lugar, é necessário entender a importância do esporte para o povo
7 brasileiro. Como disse Gylberto Freire, “O desenvolvimento do futebol, não um esporte
8 igual aos outros, mas numa verdadeira instituição brasileira, tornou possível a sublimação
9 de vários daqueles elementos irracionais de nossa formação e cultura” explicita o jogo como
10 uma identidade cultural. Esse tipo de caracterização é reforçado pela mídia, que, ao im-
11 pulsionar o sentimentalismo exacerbado sobre cada time em áreas como canais de televisão
12 e lojas, transforma uma sociedade pautada em uma forma de “ufanismo futebolístico”.
13 Entretanto, esse orgulho exagerado sobre o futebol, gera o sentimento de superiori-
14 dade, sobretudo com adversários e pensamentos contrários à ideia esportista, fato inicia o
15 surgimento de discriminação, preconceito e, principalmente, violência. Isso pode ser enten-
16 dido pelos dados da IPEA, em que 106 mortes de torcedores foram causadas nos últimos
17 14 anos no Brasil.
18 Assim, é vista uma nação defasada de políticas que contribuam para o melhor de-
19 senvolvimento das torcidas no Brasil. Dessa forma, entende-se que a intervenção deve par-
20 tir dos canais de informação, que continuem transmitindo o sentimentalismo futebolístico,
21 no entanto também demonstrem a importância de tolerância nos estádios, por meio de
22 propagandas. Além disso, é necessária uma medida governamental para que essa cultura
23 seja mudada, como o desenvolvimento de palestras e cartilhas informativas para as tor-
24 cidas organizadas e torcedores de um modo geral, de modo a ser visto o impacto de uma
25 identidade violenta e discriminatória em um ambiente esportivo.
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REDAÇÃO COMENTADA
Introdução: Atenção à falta de vírgula ao longo do parágrafo, o que prejudica a progressão textual, e ao
erro gráfico “cidadões” > cidadãos. No primeiro parágrafo, não há uma explicação sobre o antecedente
que incitou o ato, além disso, a informação foi possui data ou qualquer referência que a situe em um
tempo. O termo “ALERJ” deveria vir, entre vírgulas ou parênteses, escrito por extenso. Importante dizer,
também, que não houve a apresentação da tese.
Desenvolvimento II: O parágrafo não apresenta tópico frasal e foi construído em um único período, o
que torna a leitura mais cansativa. Ademais, é preciso utilizar vírgulas para delimitar pausas e observar o
valor semântico dos conectivos, por exemplo, o uso da expressão “visto que” expressa uma noção causal,
entretanto, a relação lógica das ideias do texto é a de consequência.
Conclusão: Em primeiro lugar, é importante saber a diferença entre os termos “empasse” e “impasse”: o primeiro vem
do verbo “empar”, que significa suster ou regular; já o segundo apresenta a noção de obstáculo ou dificuldade, sendo
mais apropriado para o contexto. As propostas interventoras não apresentam detalhamento e é preciso, ainda, apre-
sentar uma frase final, isto é, criar uma sentença de cunho reflexivo ou que apresente as consequências positivas das
soluções expostas.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: O primeiro problema a ser notado na introdução é o tamanho do primeiro período. Por ser
muito longo, a compreensão e a clareza das ideias acaba prejudicada. O ideal seria encurtá-lo, dividindo
em dois períodos.
O segundo problema é a falta de explicitação da tese. É muito importante que a introdução aborde com
clareza o tema a ser trabalhado ao longo da dissertação.
Desenvolvimento I: Não há, nesse parágrafo, conexão com o parágrafo anterior. Apesar das ideias terem
uma continuação - a retomada do tema da ditadura -, falta um elemento coesivo. Além disso, temos um
problema com repetições: as palavras “polítca”, “político” e “descrença” aparecem demais. O ideal seria
substituí-las por sinônimos. Falta também um tópico frasal que sintetize o que será tratado ao longo do
parágrafo.
Desenvolvimento II: O “portanto” não é uma boa escolha de elemento coesivo para esse momento do
texto, ele seria mais adequado à conclusão. O uso da primeira pessoa do plural em “temos” também é
problemática, uma vez que dá um caráter muito pessoal à dissertação.
A falta de referência ao cenário político brasileiro também pode ser trabalhada, uma vez que o tema foi
introduzido a partir de um exemplo da política nacional. É importante, assim, destacar que estamos saindo
do âmbito nacional para o mundial.
Por fim,a enumeração de exemplos pode ser menos explícita - tal mudança ajudaria na estética do texto.
Conclusão: Faltam elementos coesivos que indiquem a conclusão do texto (assim e portanto são boas sugestões).
Além disso, seria interessante acrescentar algum elemento que indique que se trata de uma proposta de intervenção,
obrigatória no Enem. Por fim, “um gancho” que aproxime o último parágrafo dos demais é necessário para reforçar o
encadeamento lógico do texto.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1
Em 2008 uma grave crise economica se instaurou nos EUA
2 conhecida como o “Estouro da Bolha Imobiliária” e consequen-
3 temente seus países aliados também sofreram com o impacto e
4
diminuíram o ritmo de produção. Esse panorama de instabilidade
5 economica expõe as deficiências no mercado de trabalho.
6 Em primeira instância, o desemprego tornou-se uma cruel
7 realidade. Por conseguinte da crise economica, houveram o gran-
8 des aumentos no déficit orçamentário, gerando o corte dos gatos
9 públicos. Aí os donos de empresas promoveram a demissão em
10 massa visto que o trabalhador com carteira assinada possui custo
11 elevado aos donos de empresas. Outro fator a ser analisado é que
12 os funcionários demitidos têm baixa qualificação profissional, o que
13 evidencia uma problemática social.
14 Muitos indivíduos veem no emprego informal uma alterna-
15 tiva às dificuldades do mercado de trabalho e dados do IBGE con-
16 firmam que cerca de um quarto dos trabalhadores se enquadra na
17 categoria autonoma, isto é, sem vinculo empragaticio. Os cidadãos
18 enxergam o emprego informal como uma saída, pois a maioria
19 dos que foram demitidos possuem baixo nível de escolaridade e
20 enfrentam situações precárias no emprego informal. Além disso, o
21 emprego informal não paga impostos, resultando no aumento da
22 crise financeira.
23 É notório, portanto, que a incerteza do cenário econômico
24 prejudica os indivíduos no mercado de trabalho. Cabe ao governo
25 brasileiro reorganizar as finanças do país e propiciar oportuni-
26 dades empregatícias junto do Ministério da Educação. Esses in-
27 vestimentos são cruciais ao desenvolvimento dos indivíduos, a fim
28 de que esses consigam competir com os demais para atuarem no
29 mercado formal. Só assim, a prosperidade de um futuro melhor
30 será ivocada.
Desenvolvimento II: É preciso inserir um tópico frasal ao parágrafo de desenvolvimento e, mais uma
vez, a ausência de vírgulas prejudica a leitura. O candidato mencionou a sigla do IBGE, sendo interessante
apresentar seu nome por extenso entre vírgulas ou parênteses. A ausência de acentuação nos termos “auto-
noma” > autônoma, “vinculo” > vínculo e “empregaticio” > empregatício demonstram pouco domínio sobre a
norma culta e, além disso, a repetição de “emprego informal” ao longo do texto evidencia baixa diversidade
vocabular. O teor argumentativo poderia ser aprofundado ao apresentar a precariedade vivenciada pelos
trabalhadores no emprego informal.
Conclusão: Mesmo com a retomada da tese e o uso de conectores para interligar as ideias entre os períodos, a proposta in-
terventora não teve nenhum detalhamento efetivo. Como o Ministério da Educação, em parceria com o Estado, pode oferecer
novas oportunidades de emprego? Como resolver o problema da baixa qualificação profissional exposto nos parágrafos de
desenvolvimento? Quais serão os efeitos dessas propostas? Essas perguntas precisam ser respondidas. Ademais, de acordo com
a norma culta, o termo “ivocada” foi grafado erroneamente, sendo o correto, evocada.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 Em 2008, uma grave crise econômica se instaurou nos EUA, conhecida como o “Estouro da
2 Bolha Imobiliária” e, consequentemente, seus países aliados, como o Brasil, também sofreram com o
3 impacto: quando um país agroexportador perde parte de seu financiamento, o poder de compra e
4 o ritmo de produção diminuem, resultando na redução do número de funcionários. Esse panorama
5 de instabilidade econômica expõe as deficiências do mercado de trabalho e a necessidade de avaliar
6 seus efeitos na contemporaneidade.
7 Em primeira instância, o desemprego tornou-se uma cruel realidade. Sabe-se que sua causa
8 provém da decadência financeira vigente e, neste sentido, o aumento do déficit orçamentário incitou
9 o corte de gastos públicos, vide as ações do governo grego em 2011. Para tentar superar a crise, os
10 donos de empresas promovem a demissão em massa, visto que o trabalhador com carteira assinada
11 possui custo elevado ao empregador. Outro fator relevante é que a predominância dos funcionários
12 demitidos possui baixa qualificação profissional, confirmando a existência de uma cadeia hierárquica
13 e a condição de vulnerabilidade desses em tempos de oscilações negativas no ambiente corporativo.
14 Paralelamente a isso, muitos indivíduos veem no emprego informal uma alternativa às difi-
15 culdades do mercado de trabalho. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatís-
16 tica), cerca de um quarto dos trabalhadores se enquadra na categoria autônoma, isto é, sem vínculo
17 empregatício. Embora seja uma “saída” - a curto prazo - àqueles que foram demitidos e têm baixo
18 nível de escolaridade, as condições de trabalho são precárias: não há renda fixa e perde-se a garantia
19 dos direitos trabalhistas, como as férias e o auxílio doença. Outrossim, o comércio informal não paga
20 impostos, dificultando o recolhimento de recursos que seriam repassados ao Estado para os serviços
21 públicos, contribuindo, ainda mais, com a crise.
22 É notório, portanto, que a incerteza do cenário econômico prejudica os indivíduos no merca-
23 do de trabalho. Cabe ao governo brasileiro reorganizar as finanças do país e propiciar oportunidades
24 empregatícias, para tal, o Ministério da Educação deve expandir os cursos de profissionalização,
25 como o Pronatec, possibilitando o aumento da qualificação com o incentivo de cursos técnicos às
26 classes menos favorecidas, como ainda, democratiza o acesso à educação básica. Os investimentos
27 do Estado na educação são, inclusive, cruciais ao desenvolvimento dos indivíduos, a fim de que esses
28 consigam competir com os demais para atuarem no mercado formal. Só assim, a prosperidade de
29 um futuro melhor será evocada.
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REDAÇÃO COMENTADA
1
No que diz respeito à configuração da família contemporâ-
2 nea no Brasil, os direitos não são garantidos e geram um paradoxo
3 no cenário, visto que a concepção familiar está se transformando
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e pluralidade ainda não é totalmente reconhecida devido a uma
5 sociedade conservadora e ao preconceito enfrentado pelos que não
6 são representados.
7 Em 2015, o “Estatuto da Família” foi lançado pela Câmara
8 dos Deputados para definir o modelo que pode ser considerado
9 um núcleo familiar no Brasil. Contudo, esse projeto de lei legitima
10 somente a união entre homem e mulher e não contempla a união
11 de casais do mesmo sexo, por exemplo.
12 Além disso, essa perspectiva engessada do modelo estere-
13 otipado de família colabora com a perpetuação na intolerância.
14 Crianças que não possuem um perfil familiar tradicional acabam
15 sendo vítima de preconceitos na escola, visto que esse aspecto ain-
16 da é tratado com indiferença na sociedade. Frequentemente, ca-
17 sos são noticiados nos jornais sobre a quantidade de crianças que
18 esperam por adoção.
19 Fica claro, portanto, a necessidade de considerar a repre-
20 sentatividade de outras configurações familiares. Dessa forma, a
21 escola como instituição social e de integração, deve inserir mais as
22 famílias no ambiente escolar e promover palestras com o objetivo
23 de conscientizar e discutir essa temática trazendo o ensinamento
24 aos alunos e coibir preconceitos.
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Desenvolvimento II: Cabe destacar que assim como a redação, cada parágrafo deve ter uma unidade de
início, meio e fim. Dessa forma, o pensamento contido no desenvolvimento de uma redação deve ter essa
estrutura lógica de coerência de ideias. É possível perceber que o trecho analisado embora tenha o tópico
frasal bem estruturado e a sua ampliação, não possui a apresentação de opinião sobre o que está sendo
desenvolvido, que seria a conclusão daquele pensamento e com isso se torna incoerente ao que foi escrito
antes.
Conclusão: A conscientização é uma proposta de intervenção vaga, pois não é considerada uma solução viável
e eficaz que depende do subjetivismo de cada indivíduo na sociedade. Dessa forma, mesmo que ela seja usada,
ela deve vir articulada a uma proposta concreta e detalhada com os aspectos: “O que deve ser feito?”, “Como
deve ser feito?” e “Por quem deve ser feito?”.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: A introdução deve fazer uma contextualização sobre o tema e apresentação da tese. O frag-
mento acima possui uma contextualização, porém é interessante situar o leitor no tempo e no espaço e
por isso as informações precisam de complementação. Além disso, há a apresentação de um fato, mas não
há a apresentação clara do ponto de vista sobre o tema.
1
Saqueadores conhecidos como piratas invadiam navios e
2 roubavam produtos para venderem por um baixo custo. No Brasil,
3 ainda há a divulgação ilegal de músicas, filmes e livros que pos-
4
suem seus direitos autorais violados.
5 Em primeiro lugar, cabe analisar o cenário de veiculação da
6 pirataria. Uma pesquisa realizada pela Fecomércio/RJ, em 2016,
7 informou que cerca de 30% dos brasileiros têm o hábito de con-
8 sumir conteúdos piratas. Esse problema é uma prática comum no
9 país.
10 Por outro lado, a chegada dos aplicativos “streaming” em
11 terras tupiniquins auxiliou a diminuição desse problema. Isso ocor-
12 re devido à facilidade no acesso aos filmes, às séries e às músicas
13 com qualidade de som e de imagem superior aos conteúdos en-
14 contrados na rede e ao baixo custo das plataformas.
15 É necessário que o Governo Federal dê incentivos fiscais às
16 empresas estrangeiras que permitem o acesso a arquivos de forma
17 instantânea por um baixo custo para que elas consigam inserir o
18 produto no mercado brasileiro cada vez mais a taxa de consumo
19 de obras ilegais diminua no país devido ao fácil acesso que a po-
20 pulação poderá utilizar esses recursos.
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Desenvolvimento II: Assim como o primeiro parágrafo de desenvolvimento, a argumentação foi desen-
volvida superficialmente. Há a organização por meio do tópico frasal e apresentando o encaminhamento
do parágrafo, mas há somente a exposição da opinião e nesse caso, não há fatos para comprovar a opinião.
Conclusão: È interessante sempre retomar a opinião da introdução antes de apresentar a proposta de inter-
venção com os agentes e caminhos para solucionar o problema. Entretanto, de acordo com a Cartilha do Par-
ticipante de 2017 é necessário também apresentar o efeito que essa tentativa de resolução terá na sociedade.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 Terra à vista
2 Durante as grandes navegações, saqueadores conhecidos como piratas invadiam na-
3 vios e roubavam produtos para venderem por um baixo custo. Entretanto, essa prática não
4 ficou restrita aos livros de história porque, no Brasil, ainda há a divulgação ilegal de mú-
5 sicas, filmes e livros que possuem seus direitos autorais violados mesmo que a Constituição
6 Federal garanta que todo autor de uma obra tem direito sobre o uso e a criação de sua
7 produção intelectual.
8 Em primeiro lugar, cabe analisar o cenário de veiculação da pirataria. Uma pesquisa
9 realizada pela Fecomércio/RJ, em 2016, informou que cerca de 30% dos brasileiros têm o
10 hábito de consumir conteúdos piratas. Esse problema é uma prática comum no país, visto
11 que os produtos possuem um valor elevado e os consumidores desejam adquiri-los por um
12 baixo custo, como exemplo há a reprodução de livros nas copiadoras de universidades e a
13 extinção de locadoras de vídeos no país por causa de downloads ilegais.
14 Por outro lado, a chegada dos aplicativos “streaming” em terras tupiniquins auxiliou
15 a diminuição desse problema. Isso ocorre devido à facilidade no acesso aos filmes, às séries e
16 às músicas com qualidade de som e de imagem superior aos conteúdos encontrados na rede
17 e ao baixo custo das plataformas. Além disso, a divulgação de livros gratuitos pelas bancas
18 e livrarias online permite a leitura de textos que já estão em domínio público – obras que
19 passam a pertencer à coletividade devido ao tempo de circulação e podem ser utilizadas
20 livremente – como os clássicos de Machado de Assis, por exemplo.
21 Fica claro, portanto, que é dever do Estado garantir os direitos autorais de obras
22 intelectuais. Dessa forma, é necessário que o Governo Federal dê incentivos fiscais às em-
23 presas estrangeiras que permitem o acesso a arquivos de forma instantânea por um baixo
24 custo para que elas consigam inserir o produto no mercado brasileiro cada vez mais a taxa
25 de consumo de obras ilegais diminua no país devido ao fácil acesso que a população poderá
26 utilizar esses recursos. Com isso, não haverá necessidade de utilizar produtos ilegais devido
27 à praticidade trazida ao país.
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REDAÇÃO COMENTADA
Introdução: A introdução apresenta o significado da Declaração Universal dos Direitos Humanos, por
quem foi produzida e em que contexto. Entretanto, não cumpre as duas funções: contextualizar o tema e
apresentar a opinião sobre o problema do tema. Dessa forma, o texto se torna de caráter expositivo por
apenas apresentar uma informação sobre um assunto sem que seja trabalhado o convencimento sobre um
ponto de vista.
1
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi publicada
2 pela ONU, em 1948, no contexto pós segunda Guerra Mundial,
3 com o objetivo de reconhecer os direitos básicos de todos os seres
4
humanos, como por exemplo, à vida, à liberdade, à justiça, à edu-
5 cação, e evitar que tratamento cruéis, desumanos ou de tortura
6 voltassem a se repetir.
7 Em primeiro lugar, é necessário analisar como esses direitos
8 não atingem toda a população brasileira mesmo que sejam ga-
9 rantidos na Carta Magna. De acordo com uma pesquisa realizada
10 pela Anistia Internacional, há problemas acerca da alta taxa de
11 homicídios de jovens negros, abusos policiais, a situação crítica do
12 sistema prisional, violência contra os índios e mulheres e a vulne-
13 rabilidade dos defensores de direitos humanos.
14 Além disso, a ineficiência da justiça brasileira gera insa-
15 tisfação dos cidadãos que torna a justiça com as próprias uma
16 tentativa para a resolução de problemas. Dessa forma, é possível
17 perceber que o Brasil falha na proteção dos direitos humanos da
18 população.
19 Fica claro, portanto, que o direito garantido a todos os seres
20 humanos não é reconhecido no Brasil. É necessário que se evitem
21 mais mortes injustamente por meio de disque-denúncias e seto-
22 res especializados nas delegacias que possam investigar denúncias.
23 Além de promover o ensino básico de direito e das leis regulado-
24 ras do país para que todos possam saber quais são os direitos e
25 deveres dos cidadãos e que assim, futuramente, cada vez mais a
26 Declaração promulgada pela ONU possa ser efetiva no território
27 brasileiro.
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Conclusão: A proposta de intervenção deve ser detalhada e apresentar, principalmente, qual será o agente
de intervenção dessa solução. Lembre-se sempre que as perguntas “O que deve ser feito?”, “Como deve ser
feito?”, “Por quem deve ser feito?” e “Qual efeito essa proposta trará para sociedade?” auxiliam a escrever uma
intervenção de forma detalhada e articulada à discussão do texto.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi publicada pela ONU, em 1948,
2 no contexto pós segunda Guerra Mundial, com o objetivo de reconhecer os direitos básicos
3 de todos os seres humanos, como por exemplo, à vida, à liberdade, à justiça, à educação,
4 e evitar que tratamento cruéis, desumanos ou de tortura voltassem a se repetir. Embora
5 essa conduta devesse ser comum a todos os povos e ter inspirado constituições de diferentes
6 países, no Brasil, isto não é seguido na prática, visto que há muitas situações desumanas
7 presenciadas diariamente.
8 Em primeiro lugar, é necessário analisar como esses direitos não atingem toda a po-
9 pulação brasileira mesmo que sejam garantidos na Carta Magna. De acordo com uma pes-
10 quisa realizada pela Anistia Internacional, há problemas acerca da alta taxa de homicídios
11 de jovens negros, abusos policiais, a situação crítica do sistema prisional, violência contra os
12 índios e mulheres e a vulnerabilidade dos defensores de direitos humanos. Este último pode
13 ser exemplificado pelo assassinato do ambientalista Chico Mendes, que defendia que uma
14 reserva extrativista não fosse operada de forma predatória.
15 Além disso, a ineficiência da justiça brasileira gera insatisfação dos cidadãos que tor-
16 na a justiça com as próprias uma tentativa para a resolução de problemas. Há alguns anos,
17 no Rio de Janeiro, “justiceiros” inconformados com o nível de insegurança na cidade faziam
18 rondas em busca de infratores que cometiam roubos nas ruas, os prendiam em postes e os
19 espancavam. Dessa forma, é possível perceber que o Brasil falha na proteção dos direitos
20 humanos da população.
21 Fica claro, portanto, que o direito garantido a todos os seres humanos não é reco-
22 nhecido no Brasil. É necessário que o governo fiscalize de forma mais eficaz tanto os de-
23 fensores dos direitos humanos, quanto os demais cidadãos, com o objetivo de evitar mais
24 mortes injustamente por meio de disque-denúncias e setores especializados nas delegacias
25 que possam investigar denúncias. Além da escola promover o ensino básico de direito e das
26 leis reguladoras do país para que cada aluno possa saber quais são os direitos e deveres
27 dos cidadãos e que assim, futuramente, cada vez mais a Declaração promulgada pela ONU
28 possa ser efetiva no território brasileiro.
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30
REDAÇÃO COMENTADA
Introdução: Mesmo que haja uma contextualização do assunto, ela não aborda claramente as palavras
chaves do tema. Além disso, a tese não fica definida devido à ausência de informações que delimitem o
espaço e o tempo para situar o leitor na leitura.
Desenvolvimento I: Mesmo que o fragmento acima não possuía o tópico-frasal, ou seja, a síntese das
ideias que vão ser desenvolvidas no parágrafo, essa é uma forma de organizar de forma lógica a argumen-
tação. Além disso, a melhor forma de organizar o pensamento é a apresentação de causas e consequências
sobre o problema, mas o fragmento resulta na falta de complementação de ideias para compreensão total
do sentido.
1
Machado de Assis sempre teve como objetivo promover o
2 senso crítico dos leitores, por meio da escrita, acerca do com-
3 portamento humano. Em Dom Casmurro, por exemplo, o autor
4
buscou instigar sobre o problema de ter a verdade estabelecida de
5 acordo com uma única perspectiva por causa da ausência da voz
6 de Capitu sobre sua suposta traição.
7 Recentemente, após o assassinato da vereadora Mariel-
8 le Franco, esse assunto se tornou um dos mais comentados na
9 internet. Além da comoção, houve também a disseminação de
10 informações falsas com o objetivo de difamar o caráter da parla-
11 mentar.
12 Entretanto, não é de hoje que boatos geram efeitos irrever-
13 síveis para a sociedade. Uma notícia compartilhada muitas ve-
14 zes, mesmo que seja falsa, acaba se tornando uma verdade. Em
15 2014, uma mulher morreu após ser espancada por moradores do
16 Guarujá a partir de mentiras contadas em uma rede social, acu-
17 sando-a de praticar magia negra com crianças.
18 Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas
19 para coibir a proliferação de informações que não sejam verda-
20 deiras e prejudiquem a população. É dever do Governo Federal em
21 parceria com as Secretarias de Segurança de cada estado criar
22 setores nas delegacias para a denúncia de casos de “fake news”.
23 Dessa forma, os ensinamentos de Machado de Assis continuarão a
24 estimular a criticidade aos cidadãos e promover o bem.
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Desenvolvimento II: Vale destacar também que, quando o parágrafo só apresenta exemplos, ele se tor-
na um parágrafo expositivo e não cumpre e função da dissertação-argumentativa que é a junção de fatos
e opiniões para comprovar a opinião do autor.
Conclusão: A proposta de intervenção deve sempre apresentar uma solução para a proposta tema
além de apresentar o detalhamento sobre o que deve ser feito, além do agente de intervenção e
notificar qual é o efeito da proposta para o leitor do texto.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: A principal função da introdução é apresentar a tese, ou seja, qual é o direcionamento que
o texto terá. Desse modo, o parágrafo introdutório do texto acima, apesar de possuir uma tese, não possui
ligação da citação usada para cativar o leitor com o restante da apresentação, sendo necessário comple-
mentar.
Desenvolvimento I: É muito importante que você contextualize o seu leitor -corretor- e, acima de tudo,
demonstre que seu ponto de vista é válido e coerente com a problemática. Assim, a utilização de exemplos
de conhecimentos gerais levam à autoria argumentativa. Como visto no exemplo abaixo, não há uma exem-
plificação da argumentação do autor, fato que desvaloriza a veracidade textual.
1
Segundo o escritor britânico Oscar Wilde, “a insatisfação é
2 o primeiro passo para o processo de um homem”. No entanto,
3 ainda que as redes sociais espalhem esta vontade de ativismo, seu
4
mau uso pode influenciar a população a permanecer, somente, o
5 mundo virtual.
6 O popularmente chamado “ciberativismo” tem proporcio-
7 nado uma maior propagação sobre os acontecimentos do coti-
8 diano. Entretanto, devido à efemeridade dos acontecimentos no
9 mundo hodierno, o engajamento retorna ao plano virtual em um
10 curto período de tempo.
11 Essa manifestação “on-line” pode transformar a interpre-
12 tação sobre o que é, de fato, ser ativista. Segundo a Universidade
13 de British Columbia, as pessoas deixam de lado questões como
14 doação de dinheiro para organizações sociais e trabalho voluntário
15 e se satisfazem, apenas com uma ‘curtida”.
16 Como síntese da efemeridade das relações humanas, apre-
17 sentado por Zigmunt Bauman, os planos dos engajamentos so-
18 ciais não se distanciam desse processo. Assim, as próprias mídias
19 podem incentivar a população à permanência do ativismo, como
20 promover reuniões periódicas e presenciais, além de incitar essa
21 cultura crítica nos jovens para garantir um bom entendimento
22 sobre o ativismo virtual e presencial.
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Desenvolvimento II: É necessário ressaltar que o texto, apesar de possuir conexões entre os parágrafos,
mecanismo extremamente importante para a coerência textual, não aprofunda nos pontos de vista. Em
contraposição ao desenvolvimento anterior, há um conhecimento geral que, em teoria, aborda um maior
convencimento do leitor. Entretanto, não há argumentos sobre a pesquisa, ou seja, o parágrafo se torna
expositivo.
Conclusão: A conclusão deve possuir, além de uma síntese dos argumentos desenvolvidos ao longo do texto, uma proposta de
intervenção para o problema. Assim, necessário responder às questões: “O que deve ser feito?”, “Como deve ser feito?” e “Por
quem deve ser feito?”. Desse modo, trabalhar propostas que não aprofundem o tema, como “ propagandas que conscientizem
a população” devem ser substituídas por uma intervenção detalhada.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: Embora o texto esteja bem escrito e possua as funções necessárias, possui trechos pouco
coerentes. Como exemplo:” . Isso tem na forma que é encarada a alimentação nos dias atuais e a geração
de maiores níveis de obesidade.” Para que haja coerência na tese com o restante do texto, é necessário
desenvolver essas ideias no parágrafo seguinte de desenvolvimento.
1
O ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele”. A frase de
2 Immanuel Kant, filósofo do século XVIII, apesar de histórica, reflete na
3 atualidade brasileira. Isso tem na forma que é encarada a alimentação
4 nos dias atuais e a geração de maiores níveis de obesidade.
5 Em primeiro lugar, é importante analisar que, segundo o mi-
6 nistério da saúde, mais de 18% da população chegou à obesidade até
7 2016, tendo aumentado 60% nos últimos dez anos. Isso se deve, além
8 dos fatores genéticos, aos fatores culturais e econômicos, como o avanço
9 tecnológico e a praticidade de pedir refeições por apenas um “clique”.
10 Essa facilidade, entretanto, aproxima o ser humano de uma vida
11 mais sedentária. Isso leva ao entendimento de que o processo de reno-
12 vação cultural do Brasil, além de imediatista, está pautado na busca
13 do menor esforço, presente desde a era neolítica e reforçada com os
14 avanços do homem.
15 Analogamente, como afirma Zigmunt Bauman, “o que se con-
16 some, o que se compra, são apenas sedativos morais que tranquilizam
17 seus escrúpulos éticos”, hoje, os sedativos morais encontram-se nos fal-
18 sos avanços tecnológicos, que facilitam a vida do homem e o tranquili-
19 zam das preocupações como a movimentação e a saúde. Dessa forma,
20 o governo, em contato com os grandes canais de mídia e informação,
21 deve promover propagandas que conscientizem a população sobre a
22 importância da atenção à saúde para incentivar geração a se desca-
23 racterizar desta identidade cultural pautada na despreocupação com o
24 peso e, principalmente, com a saúde.
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Desenvolvimento II: Apesar de haver uma conexão entre as ideias do desenvolvimento 1 e do desenvolvi-
mento 2, é necessário comprovar a argumentação levantada no texto. Como exemplo, como essa facilidade
aproxima o ser humano do sedentarismo? De que forma podemos convencer o leitor de que esse é um
ponto de vista válido? Para fortalecer a argumentação, uma boa dica é utilizar exemplos, conceitos, citações
ou outras formas para mostrar conhecimento de mundo e fugir do senso comum.
Sugestão de reescrita:
1 O ser humano é tudo aquilo que a educação faz dele”. A frase de Immanuel Kant, filósofo
2 do século XVIII, apesar de histórica, reflete na atualidade brasileira. Aprofundada nas ações efê-
3 meras devido às novas tecnologias, a percepção com a alimentação e vida saudável é substituída
4 pela rapidez de um fast-food, enfatizando os resquícios históricos populares sobre a “lei do me-
5 nor esforço” e progredindo para uma nação obesa.
6 Em primeiro lugar, é importante analisar que, segundo o ministério da saúde, mais de
7 18% da população chegou à obesidade até 2016, tendo aumentado 60% nos últimos dez anos.
8 Isso se deve, além dos fatores genéticos, aos fatores culturais e econômicos que ressignificam o
9 panorama brasileiro, como o avanço tecnológico e a praticidade de pedir refeições por apenas
10 um “clique”, a exemplo do aplicativo iFood, que disponibiliza refeições prontas, podendo ter al-
11 gumas entregues em até trinta minutos.
12 Essa facilidade, entretanto, aproxima o ser humano de uma vida mais sedentária. Como
13 aponta o IBGE, em 2012, cerca de 6% da população infantil não pratica atividades físicas, sendo
14 20% da população jovem, de 10 a 19 anos, encontra-se acima do peso. Isso leva ao entendi-
15 mento de que o processo de renovação cultural do Brasil, além de imediatista, está pautado na
16 busca do menor esforço, presente desde a era neolítica e reforçada com os avanços do homem.
17 Analogamente, como afirma Zigmunt Bauman, “o que se consome, o que se compra, são
18 apenas sedativos morais que tranquilizam seus escrúpulos éticos”, hoje, os sedativos morais en-
19 contram-se nos falsos avanços tecnológicos, que facilitam a vida do homem e o tranquilizam das
20 preocupações como a movimentação e a saúde. Dessa forma, o governo, sendo representado pelo
21 Ministério da Saúde, deve promover em ambientes diversos como hospitais e em reuniões escola-
22 res, o guia alimentar para a população brasileira, disponível também online, que contém diversas
23 dicas e sugestões para uma boa alimentação; além disso, promover “semanas da atividade física”,
24 periodicamente nas escolas, de modo a apresentar esportes diferenciados e a importância da
25 prática para incentivar a nova geração a se descaracterizar desta identidade cultural pautada
26 na despreocupação com o peso e, principalmente, com a saúde.
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REDAÇÃO COMENTADA
Introdução: O parágrafo introdutório deve contextualizar o tema e apresentar uma tese clara e objetiva, o
que não acontece no parágrafo acima: só há a exposição do tema, mas não há presença de tese.
Desenvolvimento I: Há a ausência de recursos coesivos que deem fluidez ao texto. Os dois primeiros
períodos parecem justapostos e não sequenciais.
1
A República Federativa do Brasil é um Estado democrático cujo
2 terceiro artigo de sua Carta Magna visa a sociedade livre, justa e soli-
3 dária. Entretanto, os níveis de desigualdade são alarmantes e provam
4 o insucesso do poder público no cumprimento das normas. Desse modo,
5 as ações afirmativas – políticas públicas que pretendem reverter a
6 situação histórica de discriminação – são fundamentais para que os
7 direitos individuais sejam amplamente exercidos.
8 É imprescindível salientar que tais ações dividem opiniões e, às
9 vezes, são mal vistas por parte da população por haver desinformação
10 acerca do tema, restringindo-o apenas à questão das cotas universi-
11 tárias. É necessário que as minorias sejam repensadas e respeitadas,
12 não para receberem privilégios, mas para que possam gozar de direitos
13 básicos, bem como é vital que se entenda que a implementação de de-
14 legacias da mulher, por exemplo, é uma das muitas ações, na prática.
15 Assim, a não aplicação das medidas em questão é inconstitucional, por
16 reforçar os abismos entre as “castas” sociais.
17 Além disso, é inegável que a discriminação é estrutural em nosso
18 país. Segundo a visão meritocrática vigente, igualdade é tratar todos os
19 cidadãos da mesma forma. Todavia, as ações partem da necessidade de
20 ressignificação de justiça social, haja vista que os indivíduos não têm as
21 mesmas oportunidades devido a heranças de processos históricos dis-
22 tintos.
23 Por conseguinte é de extrema importância que as políticas afir-
24 mativas continuem sendo implementadas a fim de subsidiar a efeti-
25 vação da Constituição Federal. Cabe às autoridades, em conjunto com
26 a mídia e ongs devem propagar o conhecimento com a finalidade de
27 homogeneizar toda a população acerca das ações afirmativas e sua im-
28 portância para que se curem as mazelas do passado. De acordo com
29 Aristóteles, “deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente os
30 desiguais”, pois só assim a equidade se materializará.
Conclusão: A proposta de intervenção poderia ser mais desenvolvida, aliando mais agen-
tes e deixando claro o fator COMO.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: Atenção aos erros gráficos: “norteamericana” > norte-americana e “repecursão” > repercus-
são. Além disso, a canção em inglês “Pretty Hurts” deveria ser traduzida para aumentar a compreensão tex-
tual e o teor argumentativo vinculado à frase-tema. A palavra “canção” foi repetida duas vezes em períodos
muito próximos e a tese ficou superficial, sendo preciso deixar explícito o ponto de vista do candidato
acerca da problemática.
Desenvolvimento II: O tópico frasal ficou muito extenso e a ausência de elementos coesivos ao longo
dos períodos prejudicou a progressão textual. Além disso, o termo em inglês “fitness” não foi explicado
no texto, implicando que o leitor conheça a palavra ou saiba o seu significado. O termo “bem estar” deve
vir acompanhado do hífen: bem-estar e, ao final do texto, seria interessante apresentar as consequên-
cias do comportamento dos indivíduos.
Conclusão: Para enriquecer o parágrafo conclusivo, é necessário apresentar a retomada da tese, o uso de um conec-
tor conclusivo e outros elementos coesivos entre os parágrafos para interligar as ideias apresentadas. Ao final das
propostas, seria interessante criar um período que sintetize e/ou reflita as ideias apresentadas na conclusão.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: Atenção à falta de acento em “Arabe” > Árabe e o erro de grafia em “cidadões” > cidadãos.
Há, também, a repetição de “governos ditatoriais de vários/desses países” sem mencionar quais são, o
que prejudica na falta de informações apresentadas. No último período, mesmo com a presença de uma
tese, o candidato não explicita a crise da representatividade, incitada pela frase-tema.
Desenvolvimento I: Não há tópico frasal e a escrita se aproxima da língua falada, apresentando traços de
coloquialidade, como “acabam se dando mal”. Também não há o uso da vírgula de forma correta e não há
a acentuação para indicar o plural em “os eleitores não tem referências” > os eleitores não têm referências.
O caráter argumentativo do texto foi pouco aprofundado.
Desenvolvimento II: No segundo desenvolvimento, temos a presença do tópico frasal, mas a am-
pliação contém pouco teor argumentativo. Primeiramente, a expressão “caixa 2” deveria estar entre
aspas por ser um termo que não todos têm conhecimento, como também, ser justificada. É importante,
também, explicar qual a relação entre o “caixa 2” e a falta de investimentos nas áreas da saúde e da edu-
cação. No último período, a presença do dado estatístico do Latinobarómetro deixou o texto expositivo.
Embora o parágrafo conclusivo comece bem ao retomar a tese, a proposta interventora não foi detalhada. Além
disso, no primeiro parágrafo de desenvolvimento, o candidato falou sobre a participação política dos indivíduos e,
na conclusão, não retomou ao que foi abordado de forma explícita. Ao final, seria interessante apresentar as conse-
quências das ações interventoras para conter a problemática.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: A contextualização sobre o filme “Tempos Modernos” poderia ser mais aprofundada, uma
vez que não há a exposição das péssimas condições vividas pelos trabalhadores no ambiente de trabalho,
principalmente, porque esses mesmos aspectos são confirmados como ainda presentes na contempora-
neidade. A relação entre o contexto e a exploração trabalhista ficou pouco esclarecedora.
Desenvolvimento II: Atenção ao primeiro e ao segundo períodos, pois, embora escritos de formas dife-
rentes, apresentam a mesma intenção comunicativa, o que promove a repetição de ideias e explicita a falta
de conhecimento argumentativo do candidato. A ausência de elementos coesivos dificulta a progressão
textual e, além disso, ao abordar sobre a exploração da cana-de-açúcar, esse item poderia ser ampliado
para relacionar-se com a ideia central do argumento.
Conclusão: O parágrafo de conclusão não apresenta um conectivo conclusivo e tampouco a retomada da tese, o que prejudica
a estrutura do texto. Mesmo com a apresentação das propostas interventoras, faltou interligar os períodos por meio de elementos
conclusivos, além disso, a última proposta não foi detalhada e faltou finalizar o parágrafo de conclusão com uma reflexão sobre as
consequências das intervenções apresentadas.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: A contextualização sobre Paulo Freire é rasa e contém poucas informações que contribuam
para interligar ao tema proposto, sendo preciso um maior aprofundamento de ideias. Além disso, ainda
que haja a presença da tese, o termo “dia-a-dia”, de acordo com a Nova Ortografia, passou a ser sem o
hífen e é muito clichê para ser utilizado na redação.
Desenvolvimento I: Não há tópico frasal no parágrafo de desenvolvimento e o termo “sala de aula” foi re-
petido três vezes, o que mostra falta de repertório vocabular do candidato. No segundo período, o caráter
argumentativo foi prejudicado porque não houve uma explicação sobre como algumas temáticas, ao serem
discutidas em classe, podem contribuir para o combate de estereótipos. A conjunção “nesta perspectiva”
possui valor explicativo e se opõe ao valor semântico que o candidato desejava transmitir: o de adversida-
de. Ademais, é importante interligar os períodos com o uso de elementos coesivos.
Conclusão: O parágrafo de conclusão apresenta elementos interessantes, mas não ocorre o detalhamento da proposta interven-
tora, sendo necessário apresentar uma justificativa para implantação das propostas e como elas alterariam a problemática vigente.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 Nos anos 60, o educador Paulo Freire criou um sistema de alfabetização dire-
2 cionado ao público adulto para combater as altíssimas taxas de analfabetismo no Nor-
3 deste brasileiro. Tal ação contribuiu para que os cidadãos aprendessem a relação entre
4 a palavra e o seu significado em um determinado contexto e, assim, refletissem sobre
5 o seu uso linguístico. Neste sentido, nota-se que a educação é uma forte ferramenta de
6 transformação social, mas seu valor não tem sido reconhecido na contemporaneidade.
7 É sabido, em primeiro lugar, que a escola é um importante espaço de interação.
8 Isso significa que os conhecimentos transmitidos em sala de aula ultrapassam os conteú-
9 dos disciplinares; os debates em classe, intermediados pelo professor, podem estimular o
10 estudante a refletir sobre a sua atuação em sociedade. Por conseguinte, se temas como
11 “o culto ao corpo” forem discutidos em classe a fim de desnaturalizar padrões de bele-
12 za, por exemplo, a escola também cumprirá com a função de combater estereótipos e
13 incitar o senso crítico dos alunos. Porém, a profissão docente é desvalorizada, desmoti-
14 vando-os a elaborarem novos métodos de ensino.
15 Além disso, os cortes públicos na educação prejudicam o poder transformador
16 dessas instituições. Em 2016, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 propôs o
17 congelamento de gastos na área educacional por vinte anos, sendo que escolas e univer-
18 sidades públicas sofrem, há décadas, com a falta de verbas e o sucateamento estrutural.
19 Essas restrições afetam não só a qualidade e o alcance ao ensino, como também, atin-
20 gem diretamente as camadas mais pobres, pois os investimentos são uma das principais
21 engrenagens para diminuir a desigualdade social brasileira. Nesta perspectiva, vê-se a
22 urgência de alteração do cenário vigente.
23 Faz-se preciso, portanto, a valorização do ensino a fim de promover mudanças
24 sociais. Para isso, o governo deve investir no reconhecimento dos professores, aumen-
25 tando o seu salário e, junto ao Ministério de Educação, oferecer novos cursos a fim de
26 ampliar sua qualificação profissional. Ademais, é imprescindível a participação popular
27 para cobrar uma atuação mais democrática das reformas sociopolíticas, visto que os
28 investimentos na educação são necessários para oferecer um ensino de qualidade, que é
29 um direito assegurado pela Constituição de 1988. Só assim, a educação potencializará
30 os indivíduos a exercerem a sua cidadania e prezarem pelo bem-estar social.
REDAÇÃO COMENTADA
A introdução apresenta todos os elementos que deve ter: contextualização do tema + tese.
Entretanto, a disposição dos elementos no parágrafo deixa-o trucado e dificulta seu enten-
dimento.
Desenvolvimento II: O parágrafo tem boa estrutura, mas o conectivo que o encabeça não foi
bem utilizado, pois a ideia apresentada não contrasta com a anterior.
Conclusão: A proposta está detalhada e apresenta os agentes e as ações, mas o ideal é que não se comece o parágrafo
conclusivo já com as propostas. Antes disso, há que se reafirma a tese.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: A exposição da tese anterior à contextualização não é ilícita, mas, nesse caso, faz
com que a tese perca força e fique menos interessante.
Conclusão: “Contudo” tem valor adversativo, portanto, não se deve confundi-lo com “Com tudo”. Além disso, prefira-se
a preposição “Em” precedendo “longo prazo”.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
Introdução: A introdução poderia ter uma contextualização mais detalhada. O parágrafo conta
apenas com dois períodos: o ideal é que se façam pelo menos 3! O verbo “acarretar” não rege
preposição “em’.
24 ensino superior. Com efeito, os órgãos competentes devem analisar os problemas desse nicho
26 Contudo, o poder público, aliado ao setor privado, deve investir igualmente nas áreas
27 de conhecimento, garantindo aos futuros universitários boas opções tanto de trabalho quanto
29 as, bem como de coletivizar a cesso aos estudos, garantindo cidadania e dignidade às massas
30 pagadoras de impostos.
Desenvolvimento II: Atente-se para o fato da repetição da conjunção “E” (mundo concreto
e real e idealizado), dos pronomes “esse/essa”. Atenção: prefira “em longo prazo” a “a longo
prazo”.
Conclusão: A proposta de intervenção começa com um conectivo adversativo: cuidao! Não há a retomada da tese nem
um fechamento do parágrafo.
REDAÇÃO EXEMPLAR
Sugestão de reescrita:
1 O ensino superior, no Brasil, passou por uma série de transformações bruscas, cujos impactos foram
2 positivos. Com o intuito de democratizar o acesso, o Enem, o fies e o Prouni, bem como as ações afirmativas
3 assumiram papel fundamental. Isso acarretou o aumento e a diversificação do público, o crescimento de uni-
4 dades, a proliferação das instituições particulares e a formação de novos cursos. Embora tenha havido notórias
5 melhorias, ainda há muito a se fazer para que se continue garantindo ao cidadão os direitos constitucionais,
6 como o acesso à educação de qualidade.
7 Em primeiro lugar, pode-se dizer que o horizonte do ensino superior brasileiro é indefinido. Posto
8 que seu próprio presente não parece ter uma clara descrição, cria-se uma dilema : de um lado, ainda há a
9 concepção clássica – criada na Idade Média, para a qual o meio universitário é o lugar da excelência do conhe-
10 cimento, centralizador da busca pela verdade e aprimorador da vida intelectual; de outro, movida por razões
12 profissional, por meio do qual o estudante obtém o diploma para ingressar no mercado. Em sua constituição,
13 a visão tradicional é elitista, por reservar as graduações e outras atividades a poucos. Todavia, se boas condições
14 de trabalho requerem do indivíduo o 3º grau, a academia deve ser um ambiente amplamente inclusivo.
15 Entretanto, apesar de, a princípio, as duas definições parecerem constituir um paradoxo, a universi-
16 dade pode ser simultaneamente o espaço de produção de conhecimento e de realização de uma função prag-
17 mática de formar pessoas para o comércio. O problema é que, no mundo concreto e real, no momento de
18 gerir uma universidade, por exemplo, diante da escassez de recursos, o reitor acaba por privilegiar áreas mais
19 consagradas e que supostamente trazem fundos para a instituição por meio de patrocinadores. Desta forma, o
20 financiamento para a criação de uma revista referência em filosofia analítica ou qualquer tipo de conteúdo das
21 áreas humanas, mesmo que, em longo prazo, gerassem estágios para os alunos, é negligenciado. Conciliar as
22 duas concepções, então, parece o grande desafio do ensino superior. Com efeito, os órgãos competentes devem
23 analisar os problemas desse nicho educacional para agir de forma incisava sobre as questões a ele intrínsecas.
24 Urge, portanto, que a dinâmica do ensino universitário continue sendo repensada e repaginada. O
25 poder público, aliado ao setor privado, deve investir igualmente nas áreas de conhecimento, garantindo aos
26 futuros universitários boas opções tanto de trabalho quanto de carreira acadêmica, objetivando anteder às
27 demandas práticas da sociedade e das pessoas, bem como de coletivizar a cesso aos estudos, garantindo cida-
28 dania e dignidade às massas pagadoras de impostos. Sendo assim, será possível perceber, de fato, um futuro na
29 universidade brasileira.
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