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Língua Portuguesa

Coesão e Coerência I

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Língua Portuguesa
Coesão e Coerência I

Apresentação
Olá estudante.

Sou a Professora Noely Landarin, da área de Língua Portuguesa e de Redação.


Possuo graduação em Letras Português/Inglês pela PUC/PR e pós-graduação em Língua Portu-
guesa e Literatura Brasileira, pela UTFPR. Atuo na preparação de candidatos a cargos públicos,
sendo especialista na confecção de simulados, resolução de questões de língua portuguesa e
responsável pela correção de redações do Aprova. Para que você possa alcançar seu objetivo,
acompanhe as videoaulas com o guia de estudos que desenvolvemos. Ele sintetiza o conteú-
do realmente necessário, de modo direto e simplifi cado, com dicas, comentários, questões e
principais tendências.

Sumário

Coesão textual.............................................................................................................................................. 3

Exercício de fixação...................................................................................................................................... 6

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Língua Portuguesa
Coesão e Coerência I

Coesão textual

Todo texto bem escrito obedece a uma hierarquia de informações, que se dividem em parágra-
fos, isto é, o texto avança em partes semanticamente organizadas de modo que as informações
não se atropelem. Mas o avanço das informações deve ser costurado, ou então será apenas uma
sequência avulsa de dados. Para que esta “costura” seja clara e lógica, a língua dispõe de uma série
de recursos coesivos, que são aquelas palavras que estabelecem relação entre o que foi dito (ele-
mentos anafóricos) e o que se vai dizer (elementos catafóricos) que ligam uma coisa com outra.
Essas palavras são chamadas de relatores.
Preste atenção nas palavras em negrito no texto a seguir:
Pede-se atenção ao teste que se segue. “Era uma vez uma terra distante
onde todo mundo trabalhava naquilo que mais gostava – e, mesmo assim,
só quando acordasse disposto. Nesse lugar, escola e assistência médica
eram gratuitas, ninguém pagava aluguel e, nas horas de folga, todos se
dedicavam à dança, ao teatro, à música e às artes em geral.”

Anáfora /Dêixis / Catáfora


A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e
oblíquos) pronomes relativos (que, o qual, cujo, onde), pronomes demonstrativos (este, esse, aquele);
também por numerais, advérbios (lá, então, nesse momento, etc), artigos e outros. Exemplos:
1. A jovem acordou sobressaltada. Ela não conseguia lembrar-se do que havia acontecido e como fora parar ali.
2. Márcia olhou em torno de si. Seus pais e seus irmãos observavam-na com carinho.
3. O concurso selecionará os melhores candidatos. O primeiro deverá desempenhar o papel principal na nova
peça.
4. O juiz olhou para o auditório. Ali estavam os parentes e amigos do réu, aguardando ansiosos o veredito final.
5. Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta
de galinheiro. (sinônimos)
6. Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha
morrido tão cedo. (epíteto-expressão que qualifica a pessoa)
7. O ministro foi o primeiro a chegar. (Ele) Abriu a sessão às oito horas em ponto e (ele) fez então seu discurso
emocionado. (elipse)
8. Lygia Fagundes Teles é uma das principais escritoras brasileiras da atualidade. Lygia é autora de "Antes
do baile verde", um dos melhores livros de contos de nossa literatura. (repetição de parte do nome)
9. Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por serem
parentes do assassino. (nominalização)
10. São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito, provocando
engarrafamentos de até 200 quilômetros. (associação)

DÊIXIS
Chamamos de dêiticas as expressões que se interpretam por referência a elementos do contexto
extra-linguísticos em que ocorre a fala. A palavra dêitico contém a ideia de apontar, e as expressões
dêiticas mais típicas apontam para elementos fisicamente presentes na fala. A dêixis diz respeito

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principalmente às pessoas que participam da interação verbal, ou a lugares e tempos que são lo-
calizados a partir da situação de fala. Realiza-se por meio dos pronomes, dos artigos, dos tempos
dos verbos e de certos advérbios. (ILARI, introdução à semântica,pág.55)

EXEMPLO
Voltando da rua, você encontra gravada em sua secretária eletrônica a
seguinte mensagem falada por uma voz de adolescente que você não
reconhece:
- Não posso falar muito, eles devem voltar logo. Não sei que lugar é este.
Eles são barra pesadíssima, já deu para ver. Estou bastante machucado.
Estão falando o tempo todo de um jornal e de alguma coisa que deve
acontecer amanhã.
A remissão catafórica (para a frente) realiza-se preferencialmente através de pronomes demons-
trativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas também por meio das demais espécies
de pronomes, de advérbios e de numerais. Exemplos:
1. O incêndio havia destruído tudo: casas, móveis, plantações.
2. Desejo somente isto: que me deem a oportunidade de me defender das acusações injustas.
3. O enfermo esperava uma coisa apenas: o alívio de seus sofrimentos.
4. Ele era tão bom, o presidente assassinado!
5. Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pe-
sadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele. O professor era grande, gordo, e
silencioso, de ombros contraídos.

Exemplo – A coesão no texto


Falar em direitos humanos pressupõe localizar a realidade que os faz emer-
gir no contexto sócio-político e histórico-estrutural do processo contraditório
de criação das sociedades. Implica, em suma, desvendar, a cada momento
deste processo, o que venha a resultar como direitos novos até então es-
condidos sob a lógica perversa de regimes políticos, sociais e econômicos,
injustos e comprometedores da liberdade humana.
Esse ponto de vista referencial determina a dimensão do problema dos
direitos humanos na América Latina.
Nesse contexto, a fiel abordagem acerca das condições presentes e dos ca-
minhos futuros dos direitos humanos passa, necessariamente, pela reflexão
em torno das relações econômicas internacionais entre países periféricos
e países centrais.
As desarticulações que dessa situação resultam não chegam a modifi-
car a base estrutural destas relações: a extrema dependência a que estão
submetidos os países periféricos, tanto no que concerne ao agravamento
das condições de trabalho e de vida quanto na dependência tecnológica,
cultural e ideológica.

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Coerência textual - é a relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma
unidade de sentido. Está ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se
ouve ou lê. Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Além
da coesão, é preciso pensar na coerência. É possível escrever um texto coeso sem ser coerente.
Observe:
Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo presidente. Este
deve ter ideais muito elevados. Esses ideais se concretizarão durante a
vigência de seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos.
Ninguém pode dizer que falta coesão a esse parágrafo. Mas de que ele trata mesmo? Dos proble-
mas do povo? Do presidente? Do seu mandato? Fica difícil dizer. Embora ele tenha coesão, não tem
coerência. A coesão não funciona sozinha. No exemplo acima, teríamos que, de imediato, decidir
qual a sua palavra-chave: presidente ou problemas do povo? A palavra escolhida daria estabilidade
ao parágrafo. Sem essa base estável, não haverá coerência no que se escrever, e o resultado será
um amontoado de ideias.
Enquanto a coesão se preocupa com a parte visível do texto, sua superfície, a coerência vai
mais longe, preocupa-se com o que se deduz do todo.
A coerência exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, sempre em busca de uma
unidade de sentido. Não se pode dizer, por exemplo, numa frase, que o "desarmamento da população
pode contribuir para diminuir a violência", e, na seguinte, escrever: "Além disso, o desemprego tem
aumentado substancialmente". É evidente a incoerência existente entre elas.

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Exercício de fixação

1. O texto a seguir é referência para a questão 01


Mitos da militância politicamente correta – Roberto Leiser Baronas
Sobre as relações entre língua e sociedade, alguns especialistas chegam a asseverar que as línguas são
o espelho, o reflexo, uma espécie de extensão, de efeito das estruturas sociais ou culturais. Assim, se a
sociedade em que vivemos é marcadamente machista, também a língua o seria. (...)
O politicamente correto em alguma medida tem influenciado não só a conduta dos indivíduos, mas sua
linguagem. Se o sociólogo alemão Norbert Elias estivesse vivo, provavelmente veria o politicamente
correto como uma espécie de instrumento de civilização dos costumes linguísticos. Uma forma que os
indivíduos encontram de controlar, abrandar as suas "pulsões" linguísticas. Apesar de o movimento por
um comportamento politicamente correto ter méritos políticos relevantes, em relação à linguagem comete
equívocos banais.
Esse movimento considera que a simples substituição de palavras marcadas por palavras não marcadas
ideologicamente pode acabar com preconceitos. Na verdade, trata-se de uma tese ingênua, falsamente
crítica, já que é a existência dos preconceitos que produz os valores pejorativos e não o contrário. Dito
em outros termos, o fato de substituirmos o termo prostituta por "profissional do sexo", como sugeria a
Cartilha do Politicamente Correto do Governo Federal, em nada mudará a condenação que a sociedade
impõe à atividade que essa pessoa realiza.
Uma vez que é essa atividade que provoca atitudes de condenação, e não o nome prostituta. Se tal atividade
continuar sendo significada negativamente pela sociedade, em pouco tempo a nova expressão – profis-
sional do sexo – veiculará exatamente os mesmos valores negativos e efeitos de sentido que veiculam
hoje as formas condenadas. (...)
Sobre relações estabelecidas entre palavras e expressões, é correto afirmar que:
a) conduta (linha 5) retoma o politicamente correto (linha 5).
b) Uma forma (linha 7) refere-se a conduta dos indivíduos (linha 5).
c) Esse movimento (linhas 9-10) retoma civilização dos costumes linguísticos (linha 7).
d) tal atividade (linha 15) refere-se, indiretamente, à prostituição.
e) formas condenadas (linha 16) retoma profissional do sexo (linha 15).
2. No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no 6º parágrafo,
há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:
a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.
b) ambas fazem referência a “mundo”.
c) ambas fazem referência a “diálogo”.
d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à “transparência”.
e) a primeira refere-se à “clama” e a segunda, à “demanda”.
3. Uma ferramenta coesiva utilizada em “inclusive Cipão, o Africano, que viveu antes de César” corresponde ao:
a) uso de uma conjunção integrante.
b) emprego de pronomes de tratamento.
c) uso de um pronome relativo.
d) emprego de verbos no infinitivo.
e) uso de uma conjunção adverbial.

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4. Assinale a alternativa em que o termo sublinhado NÃO retoma outro termo antecedente na oração.
a) O rapaz encontrou a mulher que escreveu uma matéria incrível.
b) Não me perguntaram se o carro que comprei custou muito caro.
c) Está esgotado nas livrarias o livro de que preciso.
d) Maria lembrou ontem que o menino não morava mais na vila.
e) As matérias a que me refiro foram censuradas.

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GABARITO DAS QUESTÕES


01 – d
02 – b
03 – c
04 – d

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