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A história de Kaspar Hauser pode ser vista como uma metáfora para a
condição humana em geral, em que cada pessoa deve descobrir sua própria
identidade e encontrar um lugar no mundo. O filme também aborda a questão
da liberdade, mostrando como a sociedade pode tentar controlar e moldar as
pessoas de acordo com suas próprias convenções. Outra temática psicológica
importante do filme é a relação entre Kaspar e o médico que o acompanha. O
médico é um personagem que simboliza a figura paterna, e sua relação com
Kaspar é um exemplo de como a figura paterna pode influenciar a formação da
personalidade de um indivíduo. O filme mostra como a relação de Kaspar com
o médico evolui ao longo do tempo, e como isso afeta o comportamento e o
desenvolvimento emocional do personagem.
No entanto, uma crítica ao filme é que ele pode apresentar uma visão
limitada e estereotipada das pessoas que foram criadas em cativeiro. Embora
seja possível que a privação social e cognitiva tenha efeitos graves no
desenvolvimento, cada indivíduo é único e pode responder de maneira
diferente à privação. Além disso, o filme apresenta uma visão pessimista sobre
o potencial de desenvolvimento e aprendizagem de Kaspar Hauser, sugerindo
que suas limitações eram permanentes. Na realidade, muitas pessoas que
foram criadas em situações similares a de Kaspar conseguiram se adaptar e
desenvolver habilidades básicas de socialização e aprendizagem.
Herzog, W. (1974). Jeder für sich und gott gegen alle Alemanha: ZDF Produções
(Original: Cada um por si e Deus contra todos. Traduzido como: O enigma de
Kaspar Hauser)