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O filme retrata a história de Kaspar Hauser, um jovem que até a sua adolescência
foi mantido em cativeiro – em uma cela de uma masmorra, sendo vítima do isolamento
social durante tempo significativo de sua vida. No estado de isolamento em que se
encontrava, Kaspar não tinha contato físico ou verbal com nenhuma outra pessoa, e,
sem acesso ao aprendizado de uma língua – devido ao comprometimento do seu
processo de aquisição da Língua Materna por conta do isolamento, ele também não era
capaz de elaborar pensamentos e de interpretar o que ocorria à sua volta.
A razão pela qual Kaspar Hauser não “pensava” quando estava em cativeiro
pode ser explicada quando notamos que o jovem, por não ter passado pelo processo de
socialização, não exercitou a compreensão através da prática social, não sendo capaz,
então, de atribuir significado às coisas, pois ainda que tivesse adquirido a linguagem,
não conseguia expressar claramente o que sentia. É através da linguagem que
expressamos nossos pensamentos e emoções, construímos uma cultura e trocamos
experiência. Sendo assim, Hauser não teve oportunidades de exercer a linguagem até a
sua adolescência, e quando entra em contato com o exterior daquela cela, o processo de
aprendizagem ocorre de maneira lenta até o desenvolvimento da capacidade de pensar,
elaborar frases e comunicar-se.