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Aula 01

Passo Estratégico de Língua Portuguesa p/ PC-DF (Agente) - 2019

Charles Souza, Equipe Charles Souza

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1 - Introdução .................................................................................................................... 2
2 - Orientações de Estudo e de Conteúdo .......................................................................... 3
2.1 - Interpretação de Texto .............................................................................................................. 3
2.2 - Tipologia Textual ....................................................................................................................... 6
3 - Análise de Questões ................................................................................................... 11
3.1 - Lista de Questões .................................................................................................................... 11
3.2 - Questões Comentadas ............................................................................................................ 21
3.3 - Gabarito .................................................................................................................................. 35
4 - Considerações Finais ................................................................................................... 36
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1 - INTRODUÇÃO

Olá, pessoal! Nesta aula, trataremos de dois dos assuntos mais cobrados nas provas do Cespe:
Compreensão e Interpretação de Texto e Tipologia Textual, em especial, Compreensão e
Interpretação de Texto. Esse é um assunto importante não apenas nas provas de Língua Portuguesa,
mas também nas demais provas que irá prestar. Afinal, a boa compreensão de uma questão é
fundamental para a sua resolução!

Além disso, falaremos um pouco também de Tipologia Textual, assunto que, muitas vezes, não vem
explícito no conteúdo programático de Língua Portuguesa, mas que já foi questão de prova, estando
implícito dentro de Compreensão e Interpretação de Texto.

Para fins didáticos, daqui para frente, vamos chamar os dois assuntos temas desta aula apenas de
Compreensão e Interpretação de Texto, já que costuma incluir Tipologia Textual.

Provas Cespe 5 alternativas (ABCDE)


Nas provas de 5 alternativas (ABCDE) do Cespe, o assunto Compreensão e Interpretação
de Texto costuma ser cobrado, essencialmente, na forma de questões inteiras. Ou seja, é
um assunto bastante importante, pois irá propiciar que se acertem algumas questões
com as técnicas que serão passadas nesta aula.

Passemos, agora, à análise da incidência do assunto Compreensão e Interpretação de Texto desta


aula nas provas do Cespe.

Para se ter uma ideia da grande incidência desse assunto nas provas do Cespe, analisando-se as
provas de concursos para cargos de nível superior organizados pela banca em 2018, as quais
totalizaram 524 questões (4 ou 5 alternativas e C/E), observa-se que Compreensão e Interpretação
de Texto (incluindo Tipologia Textual) foi tema de 196 delas, o que representa 37,4% das questões
de Português.

Esse número faz com que Compreensão e Interpretação de Texto seja o assunto de Língua
Portuguesa mais cobrado nas provas do Cespe.

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2 - ORIENTAÇÕES DE ESTUDO E DE CONTEÚDO

2.1 - INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

Não existem fórmulas mágicas para uma boa compreensão textual. A melhor maneira de se
aprender a interpretar um texto é por meio da prática da leitura. É importante que se adquira o
hábito da leitura, seja de um jornal, de uma revista, ou mesmo, de matérias de seu interesse na
internet. Com o passar do tempo, você irá perceber uma melhora considerável no nível de
compreensão do texto.

Para iniciar, vejamos alguns conceitos:

1. Texto: conjunto de palavras e frases encadeadas que têm a finalidade de transmitir uma
mensagem a partir de sua interpretação.
2. Contexto: É a interligação das diversas frases que formam um texto. Cada uma delas é ligada
à anterior e à posterior por uma relação semântica.
3. Compreensão Textual: consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar
dados do texto.
4. Interpretação Textual: consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito.

Agora, vou passar algumas dicas para a resolução de questões que envolvem interpretação de texto:

1. Antes de iniciar a leitura, procure observar a fonte daquele texto. Com isso, já terá uma dica
para saber o que esperar dele. Se for uma notícia, por exemplo, vai saber que o texto deve
conter um fato a ser narrado, mas sem conter a opinião do autor.
2. Leia o texto, pelo menos, duas vezes. A primeira leitura será para o entendimento do texto
como um todo. Essa é a chamada leitura informativa. Procure grifar as palavras principais,
que farão você compreender a ideia principal de cada parágrafo.
3. Já na segunda leitura, chamada de interpretativa, você deverá compreender, analisar e
sintetizar as informações do texto.
4. Caso necessário, não hesite em retomar o texto outras vezes. Principalmente, quando estiver
analisando as alternativas.
5. Leia o texto com perspicácia (observando os detalhes), sutileza, malícia nas entrelinhas, para
evitar pegadinhas.
6. Sempre que surgir dúvida em relação a alguma palavra, procure consultar o dicionário.
7. Procure fazer com que suas ideias não prevaleçam sobre as do autor do texto.
8. Se duas alternativas parecerem corretas, procure sempre a mais correta . Isso é muito
comum em provas de concurso.

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Passadas essas dicas, veremos, a seguir, os principais erros no entendimento de um texto:

1. Extrapolação: O
O examinador inventa aspectos que não estão contidos no texto e o candidato,
por não ter entendido bem o texto, preenche essas lacunas com a imaginação, fazendo outras
associações, à margem do texto, estimulado pela assertiva errada. O exemplo mais perigoso
é a extrapolação com informação verdadeira, mas que não está no texto. O erro por
extrapolação é o mais comum em intepretação de texto!
2. Restrição: É o contrário da extrapolação. Geralmente se manifesta na supressão de
informação essencial para o texto. A assertiva reducionista omite parte do que foi dito ou
restringe o fato discutido a um universo menor de possibilidades.
3. Acréscimo de opinião: Nesse tipo de assertiva errada, o examinador parafraseia parte do
texto, mas acrescenta um pouco da sua própria opinião, opinião esta que não foi externada
pelo autor. A armadilha dessas afirmativas está em embutir uma opinião que não está no
texto, mas está na consciência coletiva, por ser um clichê ou senso comum que o candidato
possa compartilhar.
4. Contradição: O A N A
B P a banca usará muitas palavras do texto, fará uma
paráfrase muito semelhante, mas com um vocábulo crucial que fará o sentido ficar inverso
ao do texto.
5. Tangenciamento do Tema: O examinador cria uma assertiva que aparentemente se relaciona
ao tema, mas fala de outro assunto, remotamente correlato. No mundo dos fatos, aqueles
dois temas podem até ser afins, mas no texto não se falou do segundo, só do primeiro; então
houve fuga ao tema.

Após as dicas para resolução de questões que envolvem Interpretação de Texto e os principais erros
cometidos pelos alunos, vejamos uma questão (com vários itens) do Cespe, do concurso do MPU de
2005, que cobrou o tema.

(Cespe MPU 2015 Analista)


A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inquérito policial,
e uma fase jurisdicional, de ação penal. Assim, nada mais é o inquérito policial que um
procedimento administrativo destinado a reunir elementos necessários à apuração da prática
de uma infração penal e de sua autoria. Em outras palavras, o inquérito policial é um
procedimento policial que tem por finalidade construir um lastro probatório mínimo, ensejando
justa causa para que o titular da ação penal possa formar seu convencimento, a opinio delicti,
e, assim, instaurar a ação penal cabível. Nessa linha, percebe-se que o destinatário imediato do
inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos casos
de ação penal privada.
De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação penal possa, enfim,
ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa causa, identificada por parte da doutrina

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como uma condição da ação autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova
acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada
suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma, é imprescindível que
haja provas acerca da possível existência de um fato criminoso e indicações razoáveis do sujeito
que tenha sido o autor desse fato.
Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial que serão coletadas as
informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal, isto é, a
opinio delicti. É com base nos elementos 28 apurados no inquérito que o promotor de justiça,
convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a
fase administrativa da persecução penal.
Conforme as ideias contidas no texto:

 A fase do inquérito policial em que são coletadas as informações e as provas que irão formar
o convencimento do titular da ação penal é denominada opinio delicti.
Comentários:
De acordo com o último parágrafo, à à à à à à à àtitular da
à à à à à à . Ou seja, opinio delicti é o convencimento do titular da ação
penal, não uma fase do inquérito policial, como se afirma na questão.
Gabarito: ERRADO

 A fase jurisdicional da persecução penal tem início após o oferecimento da denúncia pelo
promotor de justiça.
Comentários:
O item está correto, conforme se depreende do último período do texto: à à à
elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido da existência de justa
causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a fase administrativa da persecução
. Ou seja, ao término da primeira fase (fase administrativa da persecução penal), após
o convencimento do promotor de justiça, entra-se imediatamente na próxima (fase
jurisdicional da persecução penal).
Gabarito: CERTO

 A existência de prova da materialidade delitiva é suficiente para que se considere a


existência de indícios de autoria.
Comentários:
De acordo com o segundo parágrafo, áà à à à à à à à à
uma condição da ação autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da
materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita
acerca da prática à à à à à . Ou seja, para que se considere a existência
de indícios de autoria, faz-se necessária a presença dos dois elementos grifados acima.
Gabarito: ERRADO

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2.2 - TIPOLOGIA TEXTUAL

Refere-se fundamentalmente ao tipo de texto e à sua estrutura e apresentação. As classificações


mais cobradas em concurso são: a narração, a descrição e a dissertação.

1. Narração - Modalidade em que um narrador conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo
verbal predominante é o passado. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica,
romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
2. Descrição Texto no qual se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um
animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela
sua função caracterizadora. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Tem
predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
3. Dissertação Texto por meio do qual se desenvolve, explica-se, discorre-se sobre
determinado assunto. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou
argumentativo.

Nas 5 questões envolvendo Tipologia Textual nas provas do Cespe em 2017, o examinador forneceu
um texto e perguntou qual o seu tipo ou pediu para identificar as características de determinado
tipo de texto. Vejamos duas dessas questões:

(Cespe TRT-7 2017 AJAJ/AJAA)

Uma das propriedades linguísticas que caracterizam o texto como narrativo é a predominância
de:

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(A) adjetivos empregados para descrever o narrador.


(B) construções gramaticais típicas da modalidade oral.
(C) formas verbais no pretérito.
(D) orações com sujeitos indeterminados.
Comentários:
Observa-se, no texto, o predomínio do pretérito nas formas verbais, o que caracteriza um texto
narrativo.
G C

(Cespe PC-GO 2017 Delegado)

O texto é predominantemente
(A) injuntivo.
(B) narrativo.
(C) dissertativo
(D) exortativo.
(E) descritivo

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Comentários:
Observa-se, inicialmente, que o autor faz uma descrição da Policia Militar e da Policia Civil.
Todavia, como se depreende do restante do texto, o objetivo do autor, na verdade, foi de
esclarecer as diferenças entre elas. Dessa forma, podemos concluir tratar-se de um texto
dissertativo.
G C

Importante: Em determinada tipologia textual, pode haver características de outra


tipologia. No entanto, para definição do tipo de texto como um todo, deve-se observar a
predominância/intenção do autor.

Apenas a título de esclarecimento:


Texto Injuntivo tipo de texto em que o autor indica como realizar uma ação, aconselha,
impõe, instrui o interlocutor. É também chamado também de texto instrucional;
Texto exortativo tipo de texto que o autor tenta convencer, de qualquer forma, o leitor
a fazer algo.

O assunto Tipologia Textual não vinha sendo muito explorado nas provas do Cespe até 2016. Já em
2017, das 11 provas de nível superior analisadas, observou-se que foi cobrado em 5 delas. Então é
importante ficar atento a esse assunto, a fim de garantir pontos preciosos na prova! 

Importante fazer a distinção entre tipo e gênero textuais. O tipo textual é o conjunto de
características de um texto, onde os principais são os listados acima. Por sua vez, o gênero textual
seria uma espécie do tipo textual. Por exemplo, um texto narrativo (tipo) pode ser uma crônica, um
romance, um depoimento etc. (gêneros).

Dentre os tipos de texto, um assunto que as bancas costumam cobrar é o tipo de discurso do
narrador. Vejamos, no quadro abaixo, a diferença entre os discursos direto, indireto e indireto livre.
Em seguida, mostraremos como transpor um texto do discurso direto para o indireto.

Tipos de Discurso do Narrador

Discurso Direto o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do
personagem. O objetivo é transmitir autenticidade, afastando o leitor da responsabilidade pelo que
é dito. Tem como principais características:
 Utilização de verbos como falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre
outros;

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 Utilização dos sinais de pontuação travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas;
 Inserção do discurso no meio do texto;
Exemplos:
 A aluna afirmou:
Preciso estudar muito para o teste.
 O réu exclamou:
Sou inocente!

Discurso Indireto o narrador da história interfere na fala do personagem, proferindo suas palavras.
Aqui, não encontramos as palavras do personagem. Tem como principais características:
 O discurso é narrado em 3ª pessoa;
 Algumas vezes são utilizados verbos de elocução, tais como, falar, responder, perguntar,
indagar, declarar, exclamar. Porém, não há utilização do travessão, pois geralmente as
orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações. Por esse motivo, é comum
o uso de conjunções.
Exemplos:
 A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.
 O réu exclamara que era inocente.

Discurso Indireto Livre permite que os acontecimentos sejam narrados simultaneamente, estando
as falas dos personagens direta e integralmente inseridas no discurso do narrador. Tem como
principais características:
 Não há marcas que indiquem a separação da fala do narrador da fala do personagem, como
verbos de elocução, sinais de pontuação e as conjunções que aparecem nos discursos direto
e indireto.
 Conforme o desenvolvimento da narração, as falas dos personagens surgem
espontaneamente na 1ª pessoa do discurso do narrador, que se encontra na 3ª pessoa.
 O narrador é onisciente de todas as falas, sentimentos, reações e pensamentos do
personagem.

Exemplo:
 Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais e livros, mas não
sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até o povo censurava
aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não obedeciam?

Podemos observar que a última reflexão não é do narrador, e sim do personagem, pensando sobre
a questão.

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PASSAGEM DO DISCURSO DIRETO PARA O INDIRETO

Discurso Direto Discurso Indireto


1ª pessoa 3ª pessoa
Alteração na Pontuação
Frases interrogativas, exclamativas e Frases declarativas
-)
Conversão dos Pronomes
eu, me, mim, comigo, nós, nos, conosco, ele, ela, se, si, consigo, o, a, lhe, eles, elas,
meu, meus, minha, minhas, nosso, os, as, lhes
nossos, nossa, nossas seu, seus, sua e suas
Conversão dos Tempos Verbais
Presente do Indicativo Pretérito Imperfeito do Indicativo
Pretérito perfeito do indicativo Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Futuro do presente do indicativo Futuro do pretérito do indicativo
Presente e futuro do subjuntivo Pretérito imperfeito do subjuntivo
Imperativo Pretérito imperfeito do subjuntivo
Advérbios e Adjuntos Adverbiais
Hoje e agora Naquele dia e naquele momento
Amanhã No dia seguinte
Aqui, aí, cá Ali, lá
Este, isto Aquele, aquilo

Exemplos de conversão do discurso direto para o indireto:

 Discurso direto: Eu comecei minha dieta ontem.


 Discurso indireto: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.

 Discurso direto: Vou ali agora e volto rápido.


 Discurso indireto: Ele disse que ia lá naquele momento e que voltava rápido.

 Discurso direto: Nós viajaremos amanhã.


 Discurso indireto: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.

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(FCC TRT-3 2015 AJAA)


Nem bem chegara de lá e já tinha de ouvir o que diziam dele depois que partira. A primeira a
anunciar uma das fofocas foi a vizinha, sempre disposta a disseminar novidades, verdadeiras
ou não.
Então, Antônio, soube que rompeu o noivado.
Sobre o que se tem acima, afirma-se corretamente, levando em conta a norma-padrão:
 Transpondo o discurso direto acima para o indireto, a formulação obtida deve ser "A vizinha
disse que, então, sabia que Antônio rompeu o noivado".
Comentários:
Como os verbos do discurso direto estão no pretérito perfeito do indicativo (soube e rompeu),
na transposição para o discurso indireto, deverão ficar no pretérito mais-que-perfeito do
indicativo. Então, a frase no discurso indireto seria: áà à à à àsoubera que
Antônio rompera à .
Gabarito: ERRADO

3 - ANÁLISE DE QUESTÕES

Seguem, na sequência, mais algumas questões do Cespe que abordaram o assunto Compreensão e
Interpretação de Texto.

3.1 - LISTA DE QUESTÕES

1. (Cespe TRE-PE 2017 AJAJ/AJAA)


No quadro da democracia liberal, cidadania corresponde ao conjunto das liberdades individuais
os chamados direitos civis de locomoção, pensamento e expressão, integridade física,
associação etc. O advento da democracia social acrescentou, àqueles direitos do indivíduo, os
direitos trabalhistas ou direitos a prestações de natureza social reclamadas ao Estado (educação,
saúde, seguridade e previdência). Em ambos os casos, o cidadão é titular de direitos e liberdades
em relação ao Estado e a outros particulares mas permanece situado fora do campo estatal,
não assumindo qualquer titularidade quanto a funções públicas. Preserva-se, assim, a perspectiva
do constitucionalismo clássico: direitos do homem e do cidadão são exercidos frente ao Estado,
mas não dentro do aparelho estatal.

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Na teoria constitucional moderna, cidadão é o indivíduo que tem um vínculo jurídico com o
Estado, sendo portador de direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal
(Constituição, leis), que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos, em tese, são livres e iguais
perante a lei, porém súditos do Estado.
Como lembra Marilena Chaui, a cidadania se define pelos princípios da democracia, significando
necessariamente conquista e consolidação social e política. A cidadania requer instituições,
mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de lutas
(movimentos sociais, sindicais e populares) e na definição de instituições permanentes para a
expressão política, como partidos, legislação e órgãos do poder público. Distingue-se, portanto, a
cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a ideia moral do favor e da tutela, da
cidadania ativa, aquela que institui o cidadão como portador de direitos e deveres, mas
essencialmente criador de direitos para abrir novos espaços de participação política.
Maria Victoria de Mesquita Benevides. Cidadania e
democracia. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
1. De acordo com as ideias do texto,
(A) a democracia social atende aos interesses de todos os cidadãos, uma vez que abrange um rol
amplo de direitos.
(B) as teorias constitucionais moderna e clássica se assemelham por definir cidadão como o
indivíduo que tem vínculo jurídico com o Estado.
(C) é vedado ao cidadão assumir responsabilidades na esfera estatal.
(D) a consolidação do regime democrático tem como consequência para os cidadãos o ônus da
aceitação ou a participação do pacto fundante de uma nação.
(E) a efetivação da cidadania está atrelada à existência de espaços sociais de lutas e de instituições
permanentes para a expressão política.

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2. (Cespe TRE-BA 2017 AJAJ/AJAA)

Conforme o texto,
(A) as bases do exercício do poder no mundo grego iam de encontro ao princípio da dignidade
humana.
(B) a riqueza, assim como a propriedade da terra e do conhecimento, garantia o exercício da
política e do governo na Grécia.
(C) a indisponibilidade de tempo para o ócio estava relacionada à não participação política.
(D) a circulação de riqueza aumentou a participação do povo na política grega, ampliando o rol de
indivíduos considerados cidadãos.
(E) os indivíduos eram tratados de forma isonômica na Grécia Antiga, visto que cidadania
relacionava-se à igualdade entre os pares.

3. (Cespe TRT-7 2017 AJAJ/AJAA)


Na mídia em geral, nos discursos políticos, em mensagens publicitárias, na fala de diferentes atores
sociais, enfim, nos diversos contextos em que a comunicação se faz presente, deparamo-nos
repetidas vezes com a palavra cidadania. Esse largo uso, porém, não torna evidente seu significado.
Ao contrário, o fato de admitir vários empregos deprecia seu valor conceitual, isto é, sua capacidade
de nos fazer compreender certa ordem de eventos. Por que, então, a palavra cidadania é
constantemente evocada, se o seu significado é tão pouco esclarecido?

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Uma resposta possível a essa indagação começa pelo reconhecimento de que há um considerável
avanço da agenda igualitária no mundo e, decorrente disso, uma valorização sem precedentes da
ideia de direitos. O fenômeno é mundial, afeta, de modos e em graus distintos, todas as
sociedades e aponta para uma democratização progressiva e sustentada das repúblicas.
Observam-se também, nesse contexto, passagens contínuas da condição de indivíduo à de
cidadão, na medida em que temas do domínio privado que, por sua incidência e relevância,
passam a ser amplamente debatidos na esfera pública podem influenciar o sistema político a
torná-los matéria de interesse geral e, no limite, direitos positivados.
Em suma, reconhecer a centralidade que assumiu a discussão sobre direitos ajuda a entender a
atual onipresença da palavra cidadania. Mas avançar na elucidação desse fenômeno impõe
perceber que, ao lado da valorização dos direitos, se desenvolve igualmente a certeza de que o
caminho para efetivá-los é a mobilização pública do sentimento de justiça, e não a ativação de
métodos personalistas de acesso a eles. Em outras palavras, considera-se cada vez mais
importante que os direitos estejam fortemente conectados com a plena autonomia política dos
indivíduos, de modo que não sejam vividos como favores concedidos por governantes,
filantropos, patronos ou equivalentes.
Maria Alice Rezende de Carvalho. Cidadania e direitos. In: André Botelho e Lilia
Moritz Schwarcz (Orgs.). Agenda brasileira: temas de uma sociedade em
mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (com adaptações).
Com relação às ideias do texto, julgue os seguintes itens.
I) A maior parte das pessoas emprega a palavra cidadania de modo incorreto em suas conversas
informais sobre política.
II) Para que sejam efetivos, os direitos não devem ser obtidos por meio de favores concedidos,
entre outros, por políticos e benfeitores.
III) A condição de cidadão é socialmente adquirida, e não herdada de forma natural.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item I está certo.
(B) Apenas o item II está certo.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos.

Texto para as questões 4 e 5


Comecemos pelo conceito. A democracia veio dos gregos. Democracia não é só a eleição do
governo pelo povo, mas, sim, a atribuição, pelo povo, do poder que inclui mais que o mero
governo; inclui o direito de fazer leis. Na democracia antiga, direta, isso cabia ao povo reunido na
praça pública.
Um grande êxito dos atenienses, se comparados aos modernos, era o amor à política. Moses
Finley, um dos maiores conhecedores do tema, conta que, em Atenas, a assembleia popular se

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reunia cerca de quarenta vezes ao ano. Pelo menos mil pessoas costumavam comparecer, às
vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era obrigatória). Comparo
esse empenho ao nosso. Quantos não resmungam para votar uma só vez a cada dois anos? Nesse
período, o ateniense teria passado oitenta tardes na praça, ouvindo, votando.
M ireitos humanos. Não havia proteção contra
as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem quisesse, sem se
justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo povo que ele salvara dos
persas. Desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam cruciais.
Estes são os grandes legados das três revoluções modernas a inglesa, a americana e a francesa:
somos protegidos não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o melhor antídoto
seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos.

4. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


De acordo com o autor, no mundo contemporâneo há proporcionalmente mais participação
política do que havia na democracia ateniense.

5. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


O texto defende a ideia de que, com as revoluções modernas, aumentou a capacidade de
defesa do indivíduo contra o Estado.

6. (Cespe TRE-PI 2016 AJAJ/AJAA)


A discussão sobre a participação dos analfabetos na vida política nacional remonta aos tempos
do Brasil colônia e se mantém durante a formação da sociedade brasileira e os processos de
reconhecimento de direitos e de visibilidade social das diferentes parcelas sociais anteriormente
excluídas do processo democrático.
Durante o período colonial, os analfabetos tinham direito ao voto, ainda que mitigado e
à à à à à à à àN à à à à à à à
um analfabeto eram ouvidas por terceiros letrados. Ainda que restringidos em algumas
oportunidades, entre os séculos XVI e XIX, os analfabetos exerciam de alguma maneira o direito
ao voto. Contudo, foi somente ao final do Império que esse direito foi totalmente retirado dos
brasileiros analfabetos por meio do Decreto n.º 3.029/1881, a chamada Lei Saraiva, que instituiu
um censo literário nos termos propostos por Rui Barbosa à época.
Desde então, durante cento e quatro anos, os analfabetos tiveram limitações drásticas ao direito
de participação política pelo exercício do direito ao voto no país. Essa situação foi alterada apenas
com a Emenda Constitucional n.º 25/1985, que concedeu, embora em caráter facultativo, o direito
de voto ao analfabeto. Durante todo o referido período, por diversas vezes o tema voltou à pauta
das definições políticas nacionais, sem, contudo, obter sucesso na efetivação de tal direito básico
de cidadania.

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Por sua vez, a elegibilidade, que constitui o direito de ser votado, em nenhuma oportunidade foi
reconhecida aos analfabetos na história breve de nosso país. Pelo contrário, pouco se discute e
pouco se discutiu sobre tal direito, e, reiteradamente, o tema vem sendo esquecido no processo
de consumação de uma cidadania plena, com acesso a todos os direitos de participação política.
Conforme as ideias do texto,
(A) do período colonial até a promulgação da Emenda Constitucional nº 25/1985, os analfabetos
sofreram limitações drásticas no exercício do direito ao voto.
(B) o caráter facultativo do voto pelos analfabetos após a promulgação da Emenda Constitucional
nº 25/1985 desfavoreceu, mais uma vez, o exercício do direito ao voto por essa parcela da
população.
(C) a inelegibilidade dos analfabetos impede que estes gozem do direito ao exercício pleno da
cidadania.
(D) Rui Barbosa, no final do século XIX, promulgou a Lei Saraiva e determinou que os analfabetos
não teriam direito ao voto.
(E) a participação dos analfabetos na vida política nacional é uma reivindicação da população
brasileira desde os tempos do Brasil colônia.

Texto para as questões 7 a 10


Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem
por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de
natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a
existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama a
distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o controle
recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas sociedades
estatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa viria sempre em detrimento do
É M e
a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso

Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos poderes
polític

Pensador francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o racionalismo cartesiano e o


empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das certezas matemáticas em suas
certezas morais. Porém, refugindo às especulações metafísicas que, no plano da idealidade,
serviram aos filósofos do pacto social para a explicação dos fundamentos do Estado ou da
sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.

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7. (Cespe MPU 2015 Analista)


Montesquieu busca a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil de forma
análoga à dos metafísicos.

8. (Cespe MPU 2015 Analista)


No Estado moderno, cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade humana,
de forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes.

9. (Cespe MPU 2015 Analista)


A conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos.

10. (Cespe MPU 2015 Analista)


Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o exercício do poder que detém
tende a agir de forma abusiva.

Texto para as questões 11 a 14


A ideia de solidariedade acompanha, desde os primórdios, a evolução da humanidade.
Aristóteles, por exemplo, em clássica passagem, afirma que o homem não é um ser que possa
viver isolado; é, ao contrário, ordenado teleologicamente a viver em sociedade. É um ser que vive,
atua e relaciona-se na comunidade, e sente-se vinculado aos seus semelhantes. Não pode
renunciar à sua condição inata de membro do corpo social, porque apenas os animais e os deuses
podem prescindir da sociedade e da companhia de todos os demais.
O primeiro contato com a noção de solidariedade mostra uma relação de pertinência: as nossas
ações sociais incidem, positiva ou negativamente, sobre todos os demais membros da
comunidade. A solidariedade implica, por outro lado, a corresponsabilidade, a compreensão da
transcendência social das ações humanas, do coexistir e do conviver comunitário. Percebe-se,
aqui, igualmente, a sua inegável dimensão ética, em virtude do necessário reconhecimento
mútuo de todos como pessoas, iguais em direitos e obrigações, o que dá suporte a exigências
recíprocas de ajuda ou sustento.
A solidariedade, desse modo, exorta atitudes de apoio e cuidados de uns com os outros. Pede
diálogo e tolerância. Pressupõe um reconhecimento ético e, portanto, corresponsabilidade.
Entretanto, para que não fique estagnada em gestos tópicos ou se esgote em atitudes episódicas,
a modernidade política impõe a necessidade dialética de um passo maior em direção à justiça
social: o compromisso constante com o bem comum e a promoção de causas ou objetivos comuns
aos membros de toda a comunidade.

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11. (Cespe STJ 2015 AJAA)


Os animais e os deuses podem viver isoladamente, sem participação em uma comunidade, mas
não os seres humanos.

12. (Cespe STJ 2015 AJAA)


O fato de as ações sociais de cada indivíduo incidirem sobre todos os demais membros da
comunidade ratifica a dimensão ética da solidariedade, conquanto o reconhecimento mútuo
de odos como pessoas iguais em direitos e obrigações configure-se como uma necessidade.

13. (Cespe STJ 2015 AJAA)


O compromisso constante com o bem comum e a promoção de causas ou objetivos comuns
aos membros de toda a comunidade contribuem para que a solidariedade não fique restrita a
ações locais e (ou) eventuais.

14. (Cespe STJ 2015 AJAA)


A solidariedade é uma característica inata dos seres humanos.

15. (Cespe TCE-SC 2016 Auditor Federal de Controle Externo)


O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à
sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação preventiva do Estado.
Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre
atuem, de fato, em prol do interesse público.
Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um órgão ou entidade

ou sem desvios, conforme as normas e valores públicos.
De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a
integridade é mais do que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos que, em
última análise, influenciam os resultados da administração, e não apenas seus processos. Além
disso, a OCDE compreende um sistema de integridade como um conjunto de arranjos
institucionais, de gerenciamento, de controle e de regulamentações que visem à promoção da
integridade e da transparência e à redução do risco de atitudes que violem os princípios éticos.
Nesse sentido, a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas para estimular e
reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e outros desvios dentro de
determinada organização.

Julgue o item, relativo a aspectos linguísticos e às ideias do texto

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 Nesse texto, de natureza informativo-argumentativa, busca-se convencer o leitor de que a


integridade, como qualidade de órgãos e entidades públicas, contribui para que os agentes
do serviço público atuem prevenindo a corrupção e em prol do interesse público.

Texto para as questões 16 a 18


O debate sobre direitos civis e regime democrático é um importante tema na agenda de
construção da cidadania. Embora certas nações possuam um governo e instituições
representativas, parece haver nelas um óbice na constituição de uma cidadania integral,
especialmente na efetividade dos direitos civis.
A evolução dos direitos da cidadania se amparou na liberdade individual para reivindicar
participação na comunidade política com o surgimento dos governos representativos. Mesmo
T H M reitos civis deram poderes legais
cujo uso foi drasticamente prejudicado por preconceito de classe e falta de oportunidade
A
atribuída ao cidadão. Marshall aborda essa questão enfatizando que o status de cidadão confere
igualdade formal aos indivíduos, ainda que o sistema de classes sociais gere desigualdade real.
Em linhas gerais, pode-se afirmar que os direitos civis igualam os indivíduos pela possibilidade
legal de terem liberdades comuns. Os direitos políticos garantem aos indivíduos igualdade de
participação na escolha do governo. Os direitos sociais definem um mínimo de igualdade,
considerando-se a desigualdade econômica e de oportunidades. Responder a esse modelo de
forma integrada e aproximar as expectativas do cidadão da realidade social parece ser o desafio
das democracias de massa para obter legitimidade.
A democracia deve gerar uma cidadania integral (civil, política e social), em que o regime eleitoral
é condição fundamental, embora insuficiente. A democracia eleitoral se revela restrita ao não
englobar temas como direitos sociais e econômicos.
A expansão da cidadania e a qualidade da democracia pressupõem o Estado de direito para
proteger as liberdades civis e políticas da cidadania. Conforme recomendação do Programa das
N U D PNUD
igualdade entre os membros da sociedade que outorgue a todos um leque razoável de opções
para exercer A
participação e de contestação seriam insuficientes para garantir liberdade individual. A falta
dessas garantias e a violência que existe contra o cidadão em diversos países configura déficit de
eficácia das instituições e do sistema legal e, por conseguinte, da credibilidade do Estado- nação.
E

16. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


Infere-se do texto que, para o autor, o Estado não é o necessário agente indutor de cidadania
e de democracia.

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17. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


A tese central do autor pode ser resumida da seguinte forma: apenas com a efetividade dos
direitos civis garante-se a efetividade da democracia.

18. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


O autor apoia sua argumentação sobre a seguinte premissa: os diversos tipos de direitos
(sociais, políticos e civis) são indistintos no que se refere à promoção da igualdade.

Texto para as questões 19 a 21


A auditoria, uma das instâncias que garantem a credibilidade das instituições, consiste na análise,
à luz da legislação em vigor e das boas práticas administrativas, do contrato entre as partes,
governos e entidades prestadoras de serviços, e dos procedimentos efetivados, de modo a aferir
a sua execução e a conferir os valores cobrados para garantir que o pagamento seja justo e
correto. Consiste, também, no acompanhamento dos eventos para verificar a qualidade dos
serviços prestados por esses agentes.
No âmbito da auditoria, o fundamento da credibilidade consiste na preservação da idoneidade ética.
Os pressupostos éticos da auditoria são três: o princípio da dignidade, o da equidade e o da
transparência. Formulado pelo filósofo alemão Immanuel Kant, no final do século XVIII, o princípio da
dignidade afirma que toda pessoa deve ser tratada, sempre, como fim e nunca como meio. O princípio
da equidade, uma ampliação do princípio da dignidade feita pela Organização das Nações Unidas, em
sua Carta de 1946, diz que todo ser humano possui a mesma dignidade e deve ser tratado com igual
consideração e respeito. O princípio da transparência tem duas versões no próprio Kant: uma diz que
se deve sempre agir de tal forma que os motivos de atuação possam ser divulgados publicamente; a
outra afirma que se deve agir de tal modo que a norma de atuação possa se tornar lei universal. Assim,
os negócios escusos, a corrupção, a gatunagem, os procedimentos ilícitos fogem da luz da divulgação
como os vampiros da luz do Sol. Certamente, o princípio da transparência é o que dá credibilidade à
gestão pública e à gestão em geral. Nas pesquisas de opinião, vê-se como a sociedade coloca-se frente
às instituições, exigindo transparência.
Nos momentos de amadurecimento democrático, constata-se que a auditoria ganha espaço nas
organizações. A auditoria seria o primeiro capítulo da transparência na gestão. Quando a
sociedade quer tudo em pratos limpos, a auditoria ascende a um primeiro lugar no seio das
organizações, porque é o elemento que permite à sociedade ter consciência de como está sendo
efetivada a gestão. Se não há auditoria, ou se essa não é praticada de forma constante e
transparente, as instituições perdem credibilidade. Quando uma auditoria séria é praticada, as
instituições são mais bem aceitas.

19. (Cespe TCE-PE 2017 Analista de Controle Externo)

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Conclui-se do texto que a aplicação do princípio da transparência no âmbito da auditoria


permite tornar públicos aspectos como gastos e a forma de prestação dos serviços.

20. (Cespe TCE-PE 2017 Analista de Controle Externo)


O texto defende que o processo de auditoria, por se vincular à análise dos contratos e por levar
em conta o princípio da equidade entre as partes, deva alhear-se da opinião de quem presta
os serviços e de quem os recebe.

21. (Cespe TCE-PE 2017 Analista de Controle Externo)


A A
presume que, sem a auditoria, é impossível a legitimação social dos atos decisórios dos
administradores.

3.2 - QUESTÕES COMENTADAS

1. (Cespe TRE-PE 2017 AJAJ/AJAA)


No quadro da democracia liberal, cidadania corresponde ao conjunto das liberdades individuais
os chamados direitos civis de locomoção, pensamento e expressão, integridade física,
associação etc. O advento da democracia social acrescentou, àqueles direitos do indivíduo, os
direitos trabalhistas ou direitos a prestações de natureza social reclamadas ao Estado
(educação, saúde, seguridade e previdência). Em ambos os casos, o cidadão é titular de direitos
e liberdades em relação ao Estado e a outros particulares mas permanece situado fora do
campo estatal, não assumindo qualquer titularidade quanto a funções públicas. Preserva-se,
assim, a perspectiva do constitucionalismo clássico: direitos do homem e do cidadão são
exercidos frente ao Estado, mas não dentro do aparelho estatal.
Na teoria constitucional moderna, cidadão é o indivíduo que tem um vínculo jurídico com o
Estado, sendo portador de direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal
(Constituição, leis), que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos, em tese, são livres e
iguais perante a lei, porém súditos do Estado.
Como lembra Marilena Chaui, a cidadania se define pelos princípios da democracia,
significando necessariamente conquista e consolidação social e política. A cidadania requer
instituições, mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços
sociais de lutas (movimentos sociais, sindicais e populares) e na definição de instituições
permanentes para a expressão política, como partidos, legislação e órgãos do poder público.
Distingue-se, portanto, a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a ideia
moral do favor e da tutela, da cidadania ativa, aquela que institui o cidadão como portador de

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direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos para abrir novos espaços de
participação política.
Maria Victoria de Mesquita Benevides. Cidadania e
democracia. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
1. De acordo com as ideias do texto,
(A) a democracia social atende aos interesses de todos os cidadãos, uma vez que abrange um
rol amplo de direitos.
(B) as teorias constitucionais moderna e clássica se assemelham por definir cidadão como o
indivíduo que tem vínculo jurídico com o Estado.
(C) é vedado ao cidadão assumir responsabilidades na esfera estatal.
(D) a consolidação do regime democrático tem como consequência para os cidadãos o ônus da
aceitação ou a participação do pacto fundante de uma nação.
(E) a efetivação da cidadania está atrelada à existência de espaços sociais de lutas e de
instituições permanentes para a expressão política.
Comentários:
A A está incorreta, pois, o texto não fala que a democracia social (ou seja, aquela onde, aos
cidadãos, são concedidos direitos sociais, como o trabalho e a previdência) atende a todos os
cidadãos.
A B está incorreta, pois, apesar de o texto informar que a teoria moderna possibilita ao
cidadão um vínculo jurídico com o Estado, não fala que a teoria clássica assim também o faz.
A C está incorreta, pois não é feita qualquer afirmação nesse sentido no texto.
A D está incorreta, pois não é feita qualquer afirmação nesse sentido no texto.
Finalmente, a E está correta, conforme se depreende do terceiro parágrafo.
G E

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2. (Cespe TRE-BA 2017 AJAJ/AJAA)

Conforme o texto,
(A) as bases do exercício do poder no mundo grego iam de encontro ao princípio da dignidade
humana.
(B) a riqueza, assim como a propriedade da terra e do conhecimento, garantia o exercício da
política e do governo na Grécia.
(C) a indisponibilidade de tempo para o ócio estava relacionada à não participação política.
(D) a circulação de riqueza aumentou a participação do povo na política grega, ampliando o rol
de indivíduos considerados cidadãos.
(E) os indivíduos eram tratados de forma isonômica na Grécia Antiga, visto que cidadania
relacionava-se à igualdade entre os pares.
Comentários:
A A está incorreta, pois não é possível extrair tal conclusão do texto.
A B está incorreta, pois, como se observa nas linhas 8 a 12, a riqueza não garantia o exercício
da política e do governo na Grécia.
A C está correta, como se observa no último período do texto.
A D está incorreta, pois, como se observa nas linhas 12 a 16, a riqueza vinha do trabalho e os
gregos não tinham participação política.

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A E está incorreta, pois, como se observa nas linhas 9 e 10, os gregos e os armadores não
eram iguais àqueles que possuíam a propriedade de terra.
G C

3. (Cespe TRT-7 2017 AJAJ/AJAA)


Na mídia em geral, nos discursos políticos, em mensagens publicitárias, na fala de diferentes
atores sociais, enfim, nos diversos contextos em que a comunicação se faz presente, deparamo-
nos repetidas vezes com a palavra cidadania. Esse largo uso, porém, não torna evidente seu
significado. Ao contrário, o fato de admitir vários empregos deprecia seu valor conceitual, isto é,
sua capacidade de nos fazer compreender certa ordem de eventos. Por que, então, a palavra
cidadania é constantemente evocada, se o seu significado é tão pouco esclarecido?
Uma resposta possível a essa indagação começa pelo reconhecimento de que há um
considerável avanço da agenda igualitária no mundo e, decorrente disso, uma valorização sem
precedentes da ideia de direitos. O fenômeno é mundial, afeta, de modos e em graus distintos,
todas as sociedades e aponta para uma democratização progressiva e sustentada das
repúblicas. Observam-se também, nesse contexto, passagens contínuas da condição de
indivíduo à de cidadão, na medida em que temas do domínio privado que, por sua incidência
e relevância, passam a ser amplamente debatidos na esfera pública podem influenciar o
sistema político a torná-los matéria de interesse geral e, no limite, direitos positivados.
Em suma, reconhecer a centralidade que assumiu a discussão sobre direitos ajuda a entender
a atual onipresença da palavra cidadania. Mas avançar na elucidação desse fenômeno impõe
perceber que, ao lado da valorização dos direitos, se desenvolve igualmente a certeza de que
o caminho para efetivá-los é a mobilização pública do sentimento de justiça, e não a ativação
de métodos personalistas de acesso a eles. Em outras palavras, considera-se cada vez mais
importante que os direitos estejam fortemente conectados com a plena autonomia política
dos indivíduos, de modo que não sejam vividos como favores concedidos por governantes,
filantropos, patronos ou equivalentes.
Maria Alice Rezende de Carvalho. Cidadania e direitos. In: André Botelho e Lilia
Moritz Schwarcz (Orgs.). Agenda brasileira: temas de uma sociedade em
mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (com adaptações).
Com relação às ideias do texto, julgue os seguintes itens.
I) A maior parte das pessoas emprega a palavra cidadania de modo incorreto em suas conversas
informais sobre política.
II) Para que sejam efetivos, os direitos não devem ser obtidos por meio de favores concedidos,
entre outros, por políticos e benfeitores.
III) A condição de cidadão é socialmente adquirida, e não herdada de forma natural.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item I está certo.

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(B) Apenas o item II está certo.


(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos.
Comentários:
O item I está incorreto, pois o texto não faz nenhuma relação entre "conversas informais sobre
política" e o emprego da palavra cidadania.
O item II está correto, conforme se verifica no último período do texto.
O item III está correto, conforme se observa no seguinte trecho do texto: O -se também,
nesse contexto, passagens contínuas da condição de indivíd à à à .
G D

Texto para as questões 4 e 5


Comecemos pelo conceito. A democracia veio dos gregos. Democracia não é só a eleição do
governo pelo povo, mas, sim, a atribuição, pelo povo, do poder que inclui mais que o mero
governo; inclui o direito de fazer leis. Na democracia antiga, direta, isso cabia ao povo reunido
na praça pública.
Um grande êxito dos atenienses, se comparados aos modernos, era o amor à política. Moses
Finley, um dos maiores conhecedores do tema, conta que, em Atenas, a assembleia popular se
reunia cerca de quarenta vezes ao ano. Pelo menos mil pessoas costumavam comparecer, às
vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era obrigatória). Comparo
esse empenho ao nosso. Quantos não resmungam para votar uma só vez a cada dois anos?
Nesse período, o ateniense teria passado oitenta tardes na praça, ouvindo, votando.
M N
as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem quisesse, sem
se justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo povo que ele salvara
dos persas. Desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam
cruciais. Estes são os grandes legados das três revoluções modernas a inglesa, a americana
e a francesa: somos protegidos não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o
melhor antídoto seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus
eleitos.

4. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


De acordo com o autor, no mundo contemporâneo há proporcionalmente mais participação
política do que havia na democracia ateniense.
Comentários:
O item está incorreto, pois, no início do segundo parágrafo, é dito exatamente o contrário.
Gabarito: ERRADO

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5. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


O texto defende a ideia de que, com as revoluções modernas, aumentou a capacidade de
defesa do indivíduo contra o Estado.
Comentários:
A item está correto, conforme se observa nos dois últimos períodos do texto, ou seja, a partir do
D
Gabarito: CERTO

6. (Cespe TRE-PI 2016 AJAJ/AJAA)


A discussão sobre a participação dos analfabetos na vida política nacional remonta aos tempos
do Brasil colônia e se mantém durante a formação da sociedade brasileira e os processos de
reconhecimento de direitos e de visibilidade social das diferentes parcelas sociais
anteriormente excluídas do processo democrático.
Durante o período colonial, os analfabetos tinham direito ao voto, ainda que mitigado e
N
voto de um analfabeto eram ouvidas por terceiros letrados. Ainda que restringidos em algumas
oportunidades, entre os séculos XVI e XIX, os analfabetos exerciam de alguma maneira o direito
ao voto. Contudo, foi somente ao final do Império que esse direito foi totalmente retirado dos
brasileiros analfabetos por meio do Decreto n.º 3.029/1881, a chamada Lei Saraiva, que
instituiu um censo literário nos termos propostos por Rui Barbosa à época.
Desde então, durante cento e quatro anos, os analfabetos tiveram limitações drásticas ao
direito de participação política pelo exercício do direito ao voto no país. Essa situação foi
alterada apenas com a Emenda Constitucional n.º 25/1985, que concedeu, embora em caráter
facultativo, o direito de voto ao analfabeto. Durante todo o referido período, por diversas vezes
o tema voltou à pauta das definições políticas nacionais, sem, contudo, obter sucesso na
efetivação de tal direito básico de cidadania.
Por sua vez, a elegibilidade, que constitui o direito de ser votado, em nenhuma oportunidade
foi reconhecida aos analfabetos na história breve de nosso país. Pelo contrário, pouco se
discute e pouco se discutiu sobre tal direito, e, reiteradamente, o tema vem sendo esquecido
no processo de consumação de uma cidadania plena, com acesso a todos os direitos de
participação política.
Conforme as ideias do texto,
(A) do período colonial até a promulgação da Emenda Constitucional nº 25/1985, os
analfabetos sofreram limitações drásticas no exercício do direito ao voto.
(B) o caráter facultativo do voto pelos analfabetos após a promulgação da Emenda
Constitucional nº 25/1985 desfavoreceu, mais uma vez, o exercício do direito ao voto por essa
parcela da população.

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(C) a inelegibilidade dos analfabetos impede que estes gozem do direito ao exercício pleno da
cidadania.
(D) Rui Barbosa, no final do século XIX, promulgou a Lei Saraiva e determinou que os
analfabetos não teriam direito ao voto.
(E) a participação dos analfabetos na vida política nacional é uma reivindicação da população
brasileira desde os tempos do Brasil colônia.
Comentários:
A A está incorreta, pois a limitação drástica se deu após o Decreto de 1881, pois
anteriormente mesmo de forma mitigada os analfabetos podiam votar, por meio do voto

A B está incorreta, pois a EC nº 25/1985 veio para devolver o direito do voto aos analfabetos,
==a8343==

que tinha sido vetado em 1881.


A C está correta, conforme se depreende do trecho: P à à à à à à
constitui o direito de ser votado, em nenhuma oportunidade foi reconhecida aos analfabetos na
à à à à .
A D está incorreta, pois Rui Barbosa não promulgou a Lei Saraiva. Apenas deu as diretrizes
para que ela fosse promulgada.
A E está incorreta, pois o texto fala, na verdade, em participação da população analfabeta,
não em reivindicação da população brasileira.
G C

Texto para as questões 7 a 10


Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito tem
por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do estado de
natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a
existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana também reclama
a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios que assegurem o
controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio e harmonia nas
sociedades estatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa viria sempre em
detrimento do exercício da liberdade. É M
tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar

Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos poderes

arriscava a apresentar, sob a forma de sistema coerente, as consequências de conceitos


P rancês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o racionalismo
cartesiano e o empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das certezas
matemáticas em suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações metafísicas que, no

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plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a explicação dos fundamentos
do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.

7. (Cespe MPU 2015 Analista)


Montesquieu busca a explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil de forma
análoga à dos metafísicos.
Comentários:
O item está incorreto, conforme se depreende do último período do texto. O verbo refugir significa
recuar, desviar-se de, evitar, repelir, ou seja, o autor afirma o contrário do que é dito na assertiva.
Gabarito: ERRADO

8. (Cespe MPU 2015 Analista)


No Estado moderno, cabe ao Ministério Público a função da preservação da liberdade humana,
de forma a proteger os mais fracos da dominação dos mais fortes.
Comentários:
O item está incorreto, pois ocorreu uma extrapolação. Apesar de parecer correto o que se afirma na
assertiva, nada é dito a esse respeito no texto.
Gabarito: ERRADO

9. (Cespe MPU 2015 Analista)


A conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em ramos diversos.
Comentários:
O item está incorreto, pois o texto fala que a à à à à à reclama a
à à à à à . Reclamar foi utilizado com significado de exigir, ou seja,
a conquista da liberdade humana não pressupõe a distribuição do poder.
Gabarito: ERRADO

10. (Cespe MPU 2015 Analista)


Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o exercício do poder que detém
tende a agir de forma abusiva.
Comentários:
O item está correto, como se depreende do trecho à à à à à à à à
dele; ele vai até onde encontra limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela

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à à à à à à à , ao final do primeiro parágrafo.


Gabarito: CERTO

Texto para as questões 11 a 14


A ideia de solidariedade acompanha, desde os primórdios, a evolução da humanidade.
Aristóteles, por exemplo, em clássica passagem, afirma que o homem não é um ser que possa
viver isolado; é, ao contrário, ordenado teleologicamente a viver em sociedade. É um ser que
vive, atua e relaciona-se na comunidade, e sente-se vinculado aos seus semelhantes. Não pode
renunciar à sua condição inata de membro do corpo social, porque apenas os animais e os
deuses podem prescindir da sociedade e da companhia de todos os demais.
O primeiro contato com a noção de solidariedade mostra uma relação de pertinência: as nossas
ações sociais incidem, positiva ou negativamente, sobre todos os demais membros da
comunidade. A solidariedade implica, por outro lado, a corresponsabilidade, a compreensão
da transcendência social das ações humanas, do coexistir e do conviver comunitário. Percebe-
se, aqui, igualmente, a sua inegável dimensão ética, em virtude do necessário reconhecimento
mútuo de todos como pessoas, iguais em direitos e obrigações, o que dá suporte a exigências
recíprocas de ajuda ou sustento.
A solidariedade, desse modo, exorta atitudes de apoio e cuidados de uns com os outros. Pede
diálogo e tolerância. Pressupõe um reconhecimento ético e, portanto, corresponsabilidade.
Entretanto, para que não fique estagnada em gestos tópicos ou se esgote em atitudes
episódicas, a modernidade política impõe a necessidade dialética de um passo maior em
direção à justiça social: o compromisso constante com o bem comum e a promoção de causas
ou objetivos comuns aos membros de toda a comunidade.

11. (Cespe STJ 2015 AJAA)


Os animais e os deuses podem viver isoladamente, sem participação em uma comunidade, mas
não os seres humanos.
Comentários:
O item está correto, de acordo com o último período do primeiro parágrafo. O verbo prescindir
significa dispensar, ou seja, apenas os animais e os deuses podem dispensar a vida em sociedade e
a companhia dos demais animais.
Gabarito: CERTO

12. (Cespe STJ 2015 AJAA)


O fato de as ações sociais de cada indivíduo incidirem sobre todos os demais membros da
comunidade ratifica a dimensão ética da solidariedade, conquanto o reconhecimento mútuo
de odos como pessoas iguais em direitos e obrigações configure-se como uma necessidade.

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Comentários:
O item está incorreto. No trecho P -se, aqui, igualmente, a sua inegável dimensão ética, em
virtude do necessário reconhecimento mútuo de todos como pessoas, iguais em direitos e obrigações,
à à à à à à à à à à , foi utilizada a locução conjuntiva
causal à à . Porém, na assertiva, foi utilizada a conjunção concessiva conquanto, que é o
mesmo que embora. Estaria correto se tivesse sido utilizada a conjunção , que equivale
a visto que, uma vez que. Não confundir essas duas conjunções!
Gabarito: ERRADO

13. (Cespe STJ 2015 AJAA)


O compromisso constante com o bem comum e a promoção de causas ou objetivos comuns
aos membros de toda a comunidade contribuem para que a solidariedade não fique restrita a
ações locais e(ou) eventuais.
Comentários:
O item está correto, como se observa do último período do texto.
Gabarito: CERTO

14. (Cespe STJ 2015 AJAA)


A solidariedade é uma característica inata dos seres humanos.
Comentários:
O item está incorreto, pois não é a solidariedade característica inata dos seres humanos, mas a
condição de membro da sociedade Não pode renunciar à sua
condição inata de membro do corpo social.
Gabarito: ERRADO

15. (Cespe TCE-SC 2016 Auditor Federal de Controle Externo)


O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à
sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação preventiva do Estado.
Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre
atuem, de fato, em prol do interesse público.
Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um órgão ou

imaculada ou sem desvios, conforme as normas e valores públicos.

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De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a


integridade é mais do que a ausência de corrupção, pois envolve aspectos positivos que, em
última análise, influenciam os resultados da administração, e não apenas seus processos. Além
disso, a OCDE compreende um sistema de integridade como um conjunto de arranjos
institucionais, de gerenciamento, de controle e de regulamentações que visem à promoção da
integridade e da transparência e à redução do risco de atitudes que violem os princípios éticos.
Nesse sentido, a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas para estimular e
reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e outros desvios dentro de
determinada organização.
Julgue o item, relativo a aspectos linguísticos e às ideias do texto
 Nesse texto, de natureza informativo-argumentativa, busca-se convencer o leitor de
que a integridade, como qualidade de órgãos e entidades públicas, contribui para que
os agentes do serviço público atuem prevenindo a corrupção e em prol do interesse
público.
Comentários:
Da leitura do texto, observa-se que, de fato, possui caráter informativo, já que traz informações
acerca do conceito de integridade pública. Além disso, é argumentativo, na medida em que tenta
convencer o leitor de determinada ideia.
Por sua vez, de acordo com o trecho a seguir, é possível concluir que a afirmação contida no item é
verdadeira “ O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu
potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação preventiva
do Estado. Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço público, para que seus agentes
sempre atuem, de fato, em prol do interesse público. [...] Nesse sentido, a gestão de integridade
refere-se às atividades empreendidas para estimular e reforçar a integridade e também
para prevenir a corrupção e outros desvios dentro de determinada organização.
Gabarito: CERTO

Texto para as questões 16 a 18


O debate sobre direitos civis e regime democrático é um importante tema na agenda de
construção da cidadania. Embora certas nações possuam um governo e instituições
representativas, parece haver nelas um óbice na constituição de uma cidadania integral,
especialmente na efetividade dos direitos civis.
A evolução dos direitos da cidadania se amparou na liberdade individual para reivindicar
participação na comunidade política com o surgimento dos governos representativos. Mesmo
T H M oderes legais
cujo uso foi drasticamente prejudicado por preconceito de classe e falta de oportunidade
A
formal atribuída ao cidadão. Marshall aborda essa questão enfatizando que o status de cidadão

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confere igualdade formal aos indivíduos, ainda que o sistema de classes sociais gere
desigualdade real.
Em linhas gerais, pode-se afirmar que os direitos civis igualam os indivíduos pela possibilidade
legal de terem liberdades comuns. Os direitos políticos garantem aos indivíduos igualdade de
participação na escolha do governo. Os direitos sociais definem um mínimo de igualdade,
considerando-se a desigualdade econômica e de oportunidades. Responder a esse modelo de
forma integrada e aproximar as expectativas do cidadão da realidade social parece ser o
desafio das democracias de massa para obter legitimidade.
A democracia deve gerar uma cidadania integral (civil, política e social), em que o regime
eleitoral é condição fundamental, embora insuficiente. A democracia eleitoral se revela restrita
ao não englobar temas como direitos sociais e econômicos.
A expansão da cidadania e a qualidade da democracia pressupõem o Estado de direito para
proteger as liberdades civis e políticas da cidadania. Conforme recomendação do Programa das
N U D PNUD
igualdade entre os membros da sociedade que outorgue a todos um leque razoável de opções
para exercer sua capacidade de es A
participação e de contestação seriam insuficientes para garantir liberdade individual. A falta
dessas garantias e a violência que existe contra o cidadão em diversos países configura déficit
de eficácia das instituições e do sistema legal e, por conseguinte, da credibilidade do Estado-
E
direitos civis.

16. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


Infere-se do texto que, para o autor, o Estado não é o necessário agente indutor de cidadania
e de democracia.
Comentários:
O item está incorreto A expansão da cidadania e a qualidade
da democracia pressupõem o Estado de direito para proteger as liberdades civis e políticas da
cidadania.
Gabarito: ERRADO

17. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


A tese central do autor pode ser resumida da seguinte forma: apenas com a efetividade dos
direitos civis garante-se a efetividade da democracia.
Comentários:
O item está correto, conforme se depreende do primeiro e do último parágrafo do texto:

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O debate sobre direitos civis e regime democrático é um importante tema na agenda de construção
da cidadania. Embora certas nações possuam um governo e instituições representativas, parece
haver nelas um óbice na constituição de uma cidadania integral, especialmente na efetividade dos
direitos civis.
A m diversos países configura déficit
de eficácia das instituições e do sistema legal e, por conseguinte, da credibilidade do Estado-nação. Essa
especialmente pela inefetividade dos direitos civis
Gabarito: CERTO

18. (Cespe TCE-PE 2017 Auditor de Controle Externo)


O autor apoia sua argumentação sobre a seguinte premissa: os diversos tipos de direitos
(sociais, políticos e civis) são indistintos no que se refere à promoção da igualdade.
Comentários:
No terceiro parágrafo, o autor cita as características dos diversos tipos de direitos (sociais, políticos
e civis).
Em linhas gerais, pode-se afirmar que os direitos civis igualam os indivíduos pela possibilidade legal
de terem liberdades comuns. Os direitos políticos garantem aos indivíduos igualdade de participação
na escolha do governo. Os direitos sociais definem um mínimo de igualdade, considerando-se a
desigualdade econômica e de oportunidades.
Ou seja, os direitos não são indistintos (iguais) como o examinador afirma na questão.
Gabarito: ERRADO

Texto para as questões 19 a 21


A auditoria, uma das instâncias que garantem a credibilidade das instituições, consiste na
análise, à luz da legislação em vigor e das boas práticas administrativas, do contrato entre as
partes, governos e entidades prestadoras de serviços, e dos procedimentos efetivados, de
modo a aferir a sua execução e a conferir os valores cobrados para garantir que o pagamento
seja justo e correto. Consiste, também, no acompanhamento dos eventos para verificar a
qualidade dos serviços prestados por esses agentes.
No âmbito da auditoria, o fundamento da credibilidade consiste na preservação da idoneidade ética.
Os pressupostos éticos da auditoria são três: o princípio da dignidade, o da equidade e o da
transparência. Formulado pelo filósofo alemão Immanuel Kant, no final do século XVIII, o princípio
da dignidade afirma que toda pessoa deve ser tratada, sempre, como fim e nunca como meio. O
princípio da equidade, uma ampliação do princípio da dignidade feita pela Organização das Nações
Unidas, em sua Carta de 1946, diz que todo ser humano possui a mesma dignidade e deve ser tratado
com igual consideração e respeito. O princípio da transparência tem duas versões no próprio Kant:
uma diz que se deve sempre agir de tal forma que os motivos de atuação possam ser divulgados

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publicamente; a outra afirma que se deve agir de tal modo que a norma de atuação possa se tornar
lei universal. Assim, os negócios escusos, a corrupção, a gatunagem, os procedimentos ilícitos fogem
da luz da divulgação como os vampiros da luz do Sol. Certamente, o princípio da transparência é o
que dá credibilidade à gestão pública e à gestão em geral. Nas pesquisas de opinião, vê-se como a
sociedade coloca-se frente às instituições, exigindo transparência.
Nos momentos de amadurecimento democrático, constata-se que a auditoria ganha espaço
nas organizações. A auditoria seria o primeiro capítulo da transparência na gestão. Quando a
sociedade quer tudo em pratos limpos, a auditoria ascende a um primeiro lugar no seio das
organizações, porque é o elemento que permite à sociedade ter consciência de como está
sendo efetivada a gestão. Se não há auditoria, ou se essa não é praticada de forma constante
e transparente, as instituições perdem credibilidade. Quando uma auditoria séria é praticada,
as instituições são mais bem aceitas.

19. (Cespe TCE-PE 2017 Analista de Controle Externo)


Conclui-se do texto que a aplicação do princípio da transparência no âmbito da auditoria
permite tornar públicos aspectos como gastos e a forma de prestação dos serviços.
Comentários:
O item está correto, conforme se depreende dos trechos:
A auditoria, uma das instâncias que garantem a credibilidade das instituições, consiste na análise,
à luz da legislação em vigor e das boas práticas administrativas, do contrato entre as partes,
governos e entidades prestadoras de serviços, e dos procedimentos efetivados, de modo a aferir a
sua execução e a conferir os valores cobrados para garantir que o pagamento seja justo e correto.
Consiste, também, no acompanhamento dos eventos para verificar a qualidade dos serviços
prestados por esses agentes.
O princípio da transparência tem duas versões no próprio Kant: uma diz que se deve sempre agir de
tal forma que os motivos de atuação possam ser divulgados publicamente; a outra afirma que se
deve agir de tal modo que a norma de atuação possa se tornar lei universal.
Quando a sociedade quer tudo em pratos limpos, a auditoria ascende a um primeiro lugar no seio
das organizações, porque é o elemento que permite à sociedade ter consciência de como está sendo
efetivada a gestão.
Gabarito: CERTO

20. (Cespe TCE-PE 2017 Analista de Controle Externo)


O texto defende que o processo de auditoria, por se vincular à análise dos contratos e por levar
em conta o princípio da equidade entre as partes, deva alhear-se da opinião de quem presta
os serviços e de quem os recebe.
Comentários:
O item está incorreto Certamente, o princípio da transparência

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é o que dá credibilidade à gestão pública e à gestão em geral. Nas pesquisas de opinião, vê-se como
a sociedade coloca-se frente às instituições, exigindo transparência
Como se observa, o texto sugere que a opinião da sociedade é importante. Então não se pode
afirmar que o processo de auditoria deve alhear-se (tornar-se alheia, afastada) da opinião da
sociedade, que é quem recebe os serviços.
Gabarito: ERRADO

21. (Cespe TCE-PE 2017 Analista de Controle Externo)


A A
presume que, sem a auditoria, é impossível a legitimação social dos atos decisórios dos
administradores.
Comentários:
Na verdade, ao afirmar que a auditoria seria o primeiro capítulo da transparência, o autor deixa
subentendido que ela (a auditoria) é apenas o marco inicial do processo de transparência na gestão
pública.
Todavia não se pode afirmar que sem a auditoria é IMPOSSÍVEL a legitimação social. Houve,
portanto, uma extrapolação em relação ao que se afirma no texto.
Gabarito: ERRADO

3.3 - GABARITO

1 E 6 C 11 CERTO 16 ERRADO 21 ERRADO

2 C 7 ERRADO 12 ERRADO 17 CERTO

3 D 8 ERRADO 13 CERTO 18 ERRADO

4 ERRADO 9 ERRADO 14 ERRADO 19 CERTO

5 CERTO 10 CERTO 15 CERTO 20 ERRADO

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4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme foi demonstrado nesta aula, o assunto Compreensão e Interpretação de Texto foi o mais
cobrado nas provas de nível superior do Cespe em 2018. Daí a importância de focar nesse assunto
durante a preparação.

Importante ressaltar que o hábito da leitura irá levá-lo à melhoria da compreensão textual, o que irá
ajudá-lo, não apenas nas provas de Português, como também nas demais matérias. Afinal, a boa
compreensão do enunciado de uma questão é meio caminho andado para sua resolução!

Por ora, é isso. A gente se vê em breve, com mais um assunto de Língua Portuguesa do Passo
Estratégico para a PC-DF...

Forte abraço e bons estudos!


Charles Souza

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