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Aula 01
00361464126 - Claudiane
Charles Souza, Equipe Charles Souza
Aula 01
1 - Introdução .................................................................................................................... 2
2 - Orientações de Estudo e de Conteúdo .......................................................................... 3
2.1 - Interpretação de Texto .............................................................................................................. 3
2.2 - Tipologia Textual ....................................................................................................................... 6
3 - Análise de Questões ................................................................................................... 11
3.1 - Lista de Questões .................................................................................................................... 11
3.2 - Questões Comentadas ............................................................................................................ 21
3.3 - Gabarito .................................................................................................................................. 35
4 - Considerações Finais ................................................................................................... 36
688963
1 - INTRODUÇÃO
Olá, pessoal! Nesta aula, trataremos de dois dos assuntos mais cobrados nas provas do Cespe:
Compreensão e Interpretação de Texto e Tipologia Textual, em especial, Compreensão e
Interpretação de Texto. Esse é um assunto importante não apenas nas provas de Língua Portuguesa,
mas também nas demais provas que irá prestar. Afinal, a boa compreensão de uma questão é
fundamental para a sua resolução!
Além disso, falaremos um pouco também de Tipologia Textual, assunto que, muitas vezes, não vem
explícito no conteúdo programático de Língua Portuguesa, mas que já foi questão de prova, estando
implícito dentro de Compreensão e Interpretação de Texto.
Para fins didáticos, daqui para frente, vamos chamar os dois assuntos temas desta aula apenas de
Compreensão e Interpretação de Texto, já que costuma incluir Tipologia Textual.
Para se ter uma ideia da grande incidência desse assunto nas provas do Cespe, analisando-se as
provas de concursos para cargos de nível superior organizados pela banca em 2018, as quais
totalizaram 524 questões (4 ou 5 alternativas e C/E), observa-se que Compreensão e Interpretação
de Texto (incluindo Tipologia Textual) foi tema de 196 delas, o que representa 37,4% das questões
de Português.
Esse número faz com que Compreensão e Interpretação de Texto seja o assunto de Língua
Portuguesa mais cobrado nas provas do Cespe.
Não existem fórmulas mágicas para uma boa compreensão textual. A melhor maneira de se
aprender a interpretar um texto é por meio da prática da leitura. É importante que se adquira o
hábito da leitura, seja de um jornal, de uma revista, ou mesmo, de matérias de seu interesse na
internet. Com o passar do tempo, você irá perceber uma melhora considerável no nível de
compreensão do texto.
1. Texto: conjunto de palavras e frases encadeadas que têm a finalidade de transmitir uma
mensagem a partir de sua interpretação.
2. Contexto: É a interligação das diversas frases que formam um texto. Cada uma delas é ligada
à anterior e à posterior por uma relação semântica.
3. Compreensão Textual: consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja, coletar
dados do texto.
4. Interpretação Textual: consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito.
Agora, vou passar algumas dicas para a resolução de questões que envolvem interpretação de texto:
1. Antes de iniciar a leitura, procure observar a fonte daquele texto. Com isso, já terá uma dica
para saber o que esperar dele. Se for uma notícia, por exemplo, vai saber que o texto deve
conter um fato a ser narrado, mas sem conter a opinião do autor.
2. Leia o texto, pelo menos, duas vezes. A primeira leitura será para o entendimento do texto
como um todo. Essa é a chamada leitura informativa. Procure grifar as palavras principais,
que farão você compreender a ideia principal de cada parágrafo.
3. Já na segunda leitura, chamada de interpretativa, você deverá compreender, analisar e
sintetizar as informações do texto.
4. Caso necessário, não hesite em retomar o texto outras vezes. Principalmente, quando estiver
analisando as alternativas.
5. Leia o texto com perspicácia (observando os detalhes), sutileza, malícia nas entrelinhas, para
evitar pegadinhas.
6. Sempre que surgir dúvida em relação a alguma palavra, procure consultar o dicionário.
7. Procure fazer com que suas ideias não prevaleçam sobre as do autor do texto.
8. Se duas alternativas parecerem corretas, procure sempre a mais correta . Isso é muito
comum em provas de concurso.
1. Extrapolação: O
O examinador inventa aspectos que não estão contidos no texto e o candidato,
por não ter entendido bem o texto, preenche essas lacunas com a imaginação, fazendo outras
associações, à margem do texto, estimulado pela assertiva errada. O exemplo mais perigoso
é a extrapolação com informação verdadeira, mas que não está no texto. O erro por
extrapolação é o mais comum em intepretação de texto!
2. Restrição: É o contrário da extrapolação. Geralmente se manifesta na supressão de
informação essencial para o texto. A assertiva reducionista omite parte do que foi dito ou
restringe o fato discutido a um universo menor de possibilidades.
3. Acréscimo de opinião: Nesse tipo de assertiva errada, o examinador parafraseia parte do
texto, mas acrescenta um pouco da sua própria opinião, opinião esta que não foi externada
pelo autor. A armadilha dessas afirmativas está em embutir uma opinião que não está no
texto, mas está na consciência coletiva, por ser um clichê ou senso comum que o candidato
possa compartilhar.
4. Contradição: O A N A
B P a banca usará muitas palavras do texto, fará uma
paráfrase muito semelhante, mas com um vocábulo crucial que fará o sentido ficar inverso
ao do texto.
5. Tangenciamento do Tema: O examinador cria uma assertiva que aparentemente se relaciona
ao tema, mas fala de outro assunto, remotamente correlato. No mundo dos fatos, aqueles
dois temas podem até ser afins, mas no texto não se falou do segundo, só do primeiro; então
houve fuga ao tema.
Após as dicas para resolução de questões que envolvem Interpretação de Texto e os principais erros
cometidos pelos alunos, vejamos uma questão (com vários itens) do Cespe, do concurso do MPU de
2005, que cobrou o tema.
como uma condição da ação autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova
acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada
suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma, é imprescindível que
haja provas acerca da possível existência de um fato criminoso e indicações razoáveis do sujeito
que tenha sido o autor desse fato.
Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial que serão coletadas as
informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal, isto é, a
opinio delicti. É com base nos elementos 28 apurados no inquérito que o promotor de justiça,
convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a
fase administrativa da persecução penal.
Conforme as ideias contidas no texto:
A fase do inquérito policial em que são coletadas as informações e as provas que irão formar
o convencimento do titular da ação penal é denominada opinio delicti.
Comentários:
De acordo com o último parágrafo, à à à à à à à àtitular da
à à à à à à . Ou seja, opinio delicti é o convencimento do titular da ação
penal, não uma fase do inquérito policial, como se afirma na questão.
Gabarito: ERRADO
A fase jurisdicional da persecução penal tem início após o oferecimento da denúncia pelo
promotor de justiça.
Comentários:
O item está correto, conforme se depreende do último período do texto: à à à
elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido da existência de justa
causa para a ação penal, oferece a denúncia, encerrando a fase administrativa da persecução
. Ou seja, ao término da primeira fase (fase administrativa da persecução penal), após
o convencimento do promotor de justiça, entra-se imediatamente na próxima (fase
jurisdicional da persecução penal).
Gabarito: CERTO
1. Narração - Modalidade em que um narrador conta um fato, real ou fictício, que ocorreu num
determinado tempo e lugar. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. O tempo
verbal predominante é o passado. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica,
romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.
2. Descrição Texto no qual se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um
animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela
sua função caracterizadora. Não há relação de anterioridade e posterioridade. Tem
predominância em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.
3. Dissertação Texto por meio do qual se desenvolve, explica-se, discorre-se sobre
determinado assunto. Dependendo do objetivo do autor, pode ter caráter expositivo ou
argumentativo.
Nas 5 questões envolvendo Tipologia Textual nas provas do Cespe em 2017, o examinador forneceu
um texto e perguntou qual o seu tipo ou pediu para identificar as características de determinado
tipo de texto. Vejamos duas dessas questões:
Uma das propriedades linguísticas que caracterizam o texto como narrativo é a predominância
de:
O texto é predominantemente
(A) injuntivo.
(B) narrativo.
(C) dissertativo
(D) exortativo.
(E) descritivo
Comentários:
Observa-se, inicialmente, que o autor faz uma descrição da Policia Militar e da Policia Civil.
Todavia, como se depreende do restante do texto, o objetivo do autor, na verdade, foi de
esclarecer as diferenças entre elas. Dessa forma, podemos concluir tratar-se de um texto
dissertativo.
G C
O assunto Tipologia Textual não vinha sendo muito explorado nas provas do Cespe até 2016. Já em
2017, das 11 provas de nível superior analisadas, observou-se que foi cobrado em 5 delas. Então é
importante ficar atento a esse assunto, a fim de garantir pontos preciosos na prova!
Importante fazer a distinção entre tipo e gênero textuais. O tipo textual é o conjunto de
características de um texto, onde os principais são os listados acima. Por sua vez, o gênero textual
seria uma espécie do tipo textual. Por exemplo, um texto narrativo (tipo) pode ser uma crônica, um
romance, um depoimento etc. (gêneros).
Dentre os tipos de texto, um assunto que as bancas costumam cobrar é o tipo de discurso do
narrador. Vejamos, no quadro abaixo, a diferença entre os discursos direto, indireto e indireto livre.
Em seguida, mostraremos como transpor um texto do discurso direto para o indireto.
Discurso Direto o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do
personagem. O objetivo é transmitir autenticidade, afastando o leitor da responsabilidade pelo que
é dito. Tem como principais características:
Utilização de verbos como falar, responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar, dentre
outros;
Utilização dos sinais de pontuação travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas;
Inserção do discurso no meio do texto;
Exemplos:
A aluna afirmou:
Preciso estudar muito para o teste.
O réu exclamou:
Sou inocente!
Discurso Indireto o narrador da história interfere na fala do personagem, proferindo suas palavras.
Aqui, não encontramos as palavras do personagem. Tem como principais características:
O discurso é narrado em 3ª pessoa;
Algumas vezes são utilizados verbos de elocução, tais como, falar, responder, perguntar,
indagar, declarar, exclamar. Porém, não há utilização do travessão, pois geralmente as
orações são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações. Por esse motivo, é comum
o uso de conjunções.
Exemplos:
A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.
O réu exclamara que era inocente.
Discurso Indireto Livre permite que os acontecimentos sejam narrados simultaneamente, estando
as falas dos personagens direta e integralmente inseridas no discurso do narrador. Tem como
principais características:
Não há marcas que indiquem a separação da fala do narrador da fala do personagem, como
verbos de elocução, sinais de pontuação e as conjunções que aparecem nos discursos direto
e indireto.
Conforme o desenvolvimento da narração, as falas dos personagens surgem
espontaneamente na 1ª pessoa do discurso do narrador, que se encontra na 3ª pessoa.
O narrador é onisciente de todas as falas, sentimentos, reações e pensamentos do
personagem.
Exemplo:
Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais e livros, mas não
sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até o povo censurava
aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não obedeciam?
Podemos observar que a última reflexão não é do narrador, e sim do personagem, pensando sobre
a questão.
3 - ANÁLISE DE QUESTÕES
Seguem, na sequência, mais algumas questões do Cespe que abordaram o assunto Compreensão e
Interpretação de Texto.
Na teoria constitucional moderna, cidadão é o indivíduo que tem um vínculo jurídico com o
Estado, sendo portador de direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal
(Constituição, leis), que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos, em tese, são livres e iguais
perante a lei, porém súditos do Estado.
Como lembra Marilena Chaui, a cidadania se define pelos princípios da democracia, significando
necessariamente conquista e consolidação social e política. A cidadania requer instituições,
mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços sociais de lutas
(movimentos sociais, sindicais e populares) e na definição de instituições permanentes para a
expressão política, como partidos, legislação e órgãos do poder público. Distingue-se, portanto, a
cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a ideia moral do favor e da tutela, da
cidadania ativa, aquela que institui o cidadão como portador de direitos e deveres, mas
essencialmente criador de direitos para abrir novos espaços de participação política.
Maria Victoria de Mesquita Benevides. Cidadania e
democracia. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
1. De acordo com as ideias do texto,
(A) a democracia social atende aos interesses de todos os cidadãos, uma vez que abrange um rol
amplo de direitos.
(B) as teorias constitucionais moderna e clássica se assemelham por definir cidadão como o
indivíduo que tem vínculo jurídico com o Estado.
(C) é vedado ao cidadão assumir responsabilidades na esfera estatal.
(D) a consolidação do regime democrático tem como consequência para os cidadãos o ônus da
aceitação ou a participação do pacto fundante de uma nação.
(E) a efetivação da cidadania está atrelada à existência de espaços sociais de lutas e de instituições
permanentes para a expressão política.
Conforme o texto,
(A) as bases do exercício do poder no mundo grego iam de encontro ao princípio da dignidade
humana.
(B) a riqueza, assim como a propriedade da terra e do conhecimento, garantia o exercício da
política e do governo na Grécia.
(C) a indisponibilidade de tempo para o ócio estava relacionada à não participação política.
(D) a circulação de riqueza aumentou a participação do povo na política grega, ampliando o rol de
indivíduos considerados cidadãos.
(E) os indivíduos eram tratados de forma isonômica na Grécia Antiga, visto que cidadania
relacionava-se à igualdade entre os pares.
Uma resposta possível a essa indagação começa pelo reconhecimento de que há um considerável
avanço da agenda igualitária no mundo e, decorrente disso, uma valorização sem precedentes da
ideia de direitos. O fenômeno é mundial, afeta, de modos e em graus distintos, todas as
sociedades e aponta para uma democratização progressiva e sustentada das repúblicas.
Observam-se também, nesse contexto, passagens contínuas da condição de indivíduo à de
cidadão, na medida em que temas do domínio privado que, por sua incidência e relevância,
passam a ser amplamente debatidos na esfera pública podem influenciar o sistema político a
torná-los matéria de interesse geral e, no limite, direitos positivados.
Em suma, reconhecer a centralidade que assumiu a discussão sobre direitos ajuda a entender a
atual onipresença da palavra cidadania. Mas avançar na elucidação desse fenômeno impõe
perceber que, ao lado da valorização dos direitos, se desenvolve igualmente a certeza de que o
caminho para efetivá-los é a mobilização pública do sentimento de justiça, e não a ativação de
métodos personalistas de acesso a eles. Em outras palavras, considera-se cada vez mais
importante que os direitos estejam fortemente conectados com a plena autonomia política dos
indivíduos, de modo que não sejam vividos como favores concedidos por governantes,
filantropos, patronos ou equivalentes.
Maria Alice Rezende de Carvalho. Cidadania e direitos. In: André Botelho e Lilia
Moritz Schwarcz (Orgs.). Agenda brasileira: temas de uma sociedade em
mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (com adaptações).
Com relação às ideias do texto, julgue os seguintes itens.
I) A maior parte das pessoas emprega a palavra cidadania de modo incorreto em suas conversas
informais sobre política.
II) Para que sejam efetivos, os direitos não devem ser obtidos por meio de favores concedidos,
entre outros, por políticos e benfeitores.
III) A condição de cidadão é socialmente adquirida, e não herdada de forma natural.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item I está certo.
(B) Apenas o item II está certo.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos.
reunia cerca de quarenta vezes ao ano. Pelo menos mil pessoas costumavam comparecer, às
vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era obrigatória). Comparo
esse empenho ao nosso. Quantos não resmungam para votar uma só vez a cada dois anos? Nesse
período, o ateniense teria passado oitenta tardes na praça, ouvindo, votando.
M ireitos humanos. Não havia proteção contra
as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem quisesse, sem se
justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo povo que ele salvara dos
persas. Desde a era moderna, os direitos do homem, protegendo-o do Estado, se tornam cruciais.
Estes são os grandes legados das três revoluções modernas a inglesa, a americana e a francesa:
somos protegidos não só dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o melhor antídoto
seria a soberania popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos.
Por sua vez, a elegibilidade, que constitui o direito de ser votado, em nenhuma oportunidade foi
reconhecida aos analfabetos na história breve de nosso país. Pelo contrário, pouco se discute e
pouco se discutiu sobre tal direito, e, reiteradamente, o tema vem sendo esquecido no processo
de consumação de uma cidadania plena, com acesso a todos os direitos de participação política.
Conforme as ideias do texto,
(A) do período colonial até a promulgação da Emenda Constitucional nº 25/1985, os analfabetos
sofreram limitações drásticas no exercício do direito ao voto.
(B) o caráter facultativo do voto pelos analfabetos após a promulgação da Emenda Constitucional
nº 25/1985 desfavoreceu, mais uma vez, o exercício do direito ao voto por essa parcela da
população.
(C) a inelegibilidade dos analfabetos impede que estes gozem do direito ao exercício pleno da
cidadania.
(D) Rui Barbosa, no final do século XIX, promulgou a Lei Saraiva e determinou que os analfabetos
não teriam direito ao voto.
(E) a participação dos analfabetos na vida política nacional é uma reivindicação da população
brasileira desde os tempos do Brasil colônia.
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos poderes
polític
direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos para abrir novos espaços de
participação política.
Maria Victoria de Mesquita Benevides. Cidadania e
democracia. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
1. De acordo com as ideias do texto,
(A) a democracia social atende aos interesses de todos os cidadãos, uma vez que abrange um
rol amplo de direitos.
(B) as teorias constitucionais moderna e clássica se assemelham por definir cidadão como o
indivíduo que tem vínculo jurídico com o Estado.
(C) é vedado ao cidadão assumir responsabilidades na esfera estatal.
(D) a consolidação do regime democrático tem como consequência para os cidadãos o ônus da
aceitação ou a participação do pacto fundante de uma nação.
(E) a efetivação da cidadania está atrelada à existência de espaços sociais de lutas e de
instituições permanentes para a expressão política.
Comentários:
A A está incorreta, pois, o texto não fala que a democracia social (ou seja, aquela onde, aos
cidadãos, são concedidos direitos sociais, como o trabalho e a previdência) atende a todos os
cidadãos.
A B está incorreta, pois, apesar de o texto informar que a teoria moderna possibilita ao
cidadão um vínculo jurídico com o Estado, não fala que a teoria clássica assim também o faz.
A C está incorreta, pois não é feita qualquer afirmação nesse sentido no texto.
A D está incorreta, pois não é feita qualquer afirmação nesse sentido no texto.
Finalmente, a E está correta, conforme se depreende do terceiro parágrafo.
G E
Conforme o texto,
(A) as bases do exercício do poder no mundo grego iam de encontro ao princípio da dignidade
humana.
(B) a riqueza, assim como a propriedade da terra e do conhecimento, garantia o exercício da
política e do governo na Grécia.
(C) a indisponibilidade de tempo para o ócio estava relacionada à não participação política.
(D) a circulação de riqueza aumentou a participação do povo na política grega, ampliando o rol
de indivíduos considerados cidadãos.
(E) os indivíduos eram tratados de forma isonômica na Grécia Antiga, visto que cidadania
relacionava-se à igualdade entre os pares.
Comentários:
A A está incorreta, pois não é possível extrair tal conclusão do texto.
A B está incorreta, pois, como se observa nas linhas 8 a 12, a riqueza não garantia o exercício
da política e do governo na Grécia.
A C está correta, como se observa no último período do texto.
A D está incorreta, pois, como se observa nas linhas 12 a 16, a riqueza vinha do trabalho e os
gregos não tinham participação política.
A E está incorreta, pois, como se observa nas linhas 9 e 10, os gregos e os armadores não
eram iguais àqueles que possuíam a propriedade de terra.
G C
(C) a inelegibilidade dos analfabetos impede que estes gozem do direito ao exercício pleno da
cidadania.
(D) Rui Barbosa, no final do século XIX, promulgou a Lei Saraiva e determinou que os
analfabetos não teriam direito ao voto.
(E) a participação dos analfabetos na vida política nacional é uma reivindicação da população
brasileira desde os tempos do Brasil colônia.
Comentários:
A A está incorreta, pois a limitação drástica se deu após o Decreto de 1881, pois
anteriormente mesmo de forma mitigada os analfabetos podiam votar, por meio do voto
A B está incorreta, pois a EC nº 25/1985 veio para devolver o direito do voto aos analfabetos,
==a8343==
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos poderes
plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a explicação dos fundamentos
do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no terreno dos fatos.
Comentários:
O item está incorreto. No trecho P -se, aqui, igualmente, a sua inegável dimensão ética, em
virtude do necessário reconhecimento mútuo de todos como pessoas, iguais em direitos e obrigações,
à à à à à à à à à à , foi utilizada a locução conjuntiva
causal à à . Porém, na assertiva, foi utilizada a conjunção concessiva conquanto, que é o
mesmo que embora. Estaria correto se tivesse sido utilizada a conjunção , que equivale
a visto que, uma vez que. Não confundir essas duas conjunções!
Gabarito: ERRADO
confere igualdade formal aos indivíduos, ainda que o sistema de classes sociais gere
desigualdade real.
Em linhas gerais, pode-se afirmar que os direitos civis igualam os indivíduos pela possibilidade
legal de terem liberdades comuns. Os direitos políticos garantem aos indivíduos igualdade de
participação na escolha do governo. Os direitos sociais definem um mínimo de igualdade,
considerando-se a desigualdade econômica e de oportunidades. Responder a esse modelo de
forma integrada e aproximar as expectativas do cidadão da realidade social parece ser o
desafio das democracias de massa para obter legitimidade.
A democracia deve gerar uma cidadania integral (civil, política e social), em que o regime
eleitoral é condição fundamental, embora insuficiente. A democracia eleitoral se revela restrita
ao não englobar temas como direitos sociais e econômicos.
A expansão da cidadania e a qualidade da democracia pressupõem o Estado de direito para
proteger as liberdades civis e políticas da cidadania. Conforme recomendação do Programa das
N U D PNUD
igualdade entre os membros da sociedade que outorgue a todos um leque razoável de opções
para exercer sua capacidade de es A
participação e de contestação seriam insuficientes para garantir liberdade individual. A falta
dessas garantias e a violência que existe contra o cidadão em diversos países configura déficit
de eficácia das instituições e do sistema legal e, por conseguinte, da credibilidade do Estado-
E
direitos civis.
O debate sobre direitos civis e regime democrático é um importante tema na agenda de construção
da cidadania. Embora certas nações possuam um governo e instituições representativas, parece
haver nelas um óbice na constituição de uma cidadania integral, especialmente na efetividade dos
direitos civis.
A m diversos países configura déficit
de eficácia das instituições e do sistema legal e, por conseguinte, da credibilidade do Estado-nação. Essa
especialmente pela inefetividade dos direitos civis
Gabarito: CERTO
publicamente; a outra afirma que se deve agir de tal modo que a norma de atuação possa se tornar
lei universal. Assim, os negócios escusos, a corrupção, a gatunagem, os procedimentos ilícitos fogem
da luz da divulgação como os vampiros da luz do Sol. Certamente, o princípio da transparência é o
que dá credibilidade à gestão pública e à gestão em geral. Nas pesquisas de opinião, vê-se como a
sociedade coloca-se frente às instituições, exigindo transparência.
Nos momentos de amadurecimento democrático, constata-se que a auditoria ganha espaço
nas organizações. A auditoria seria o primeiro capítulo da transparência na gestão. Quando a
sociedade quer tudo em pratos limpos, a auditoria ascende a um primeiro lugar no seio das
organizações, porque é o elemento que permite à sociedade ter consciência de como está
sendo efetivada a gestão. Se não há auditoria, ou se essa não é praticada de forma constante
e transparente, as instituições perdem credibilidade. Quando uma auditoria séria é praticada,
as instituições são mais bem aceitas.
é o que dá credibilidade à gestão pública e à gestão em geral. Nas pesquisas de opinião, vê-se como
a sociedade coloca-se frente às instituições, exigindo transparência
Como se observa, o texto sugere que a opinião da sociedade é importante. Então não se pode
afirmar que o processo de auditoria deve alhear-se (tornar-se alheia, afastada) da opinião da
sociedade, que é quem recebe os serviços.
Gabarito: ERRADO
3.3 - GABARITO
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme foi demonstrado nesta aula, o assunto Compreensão e Interpretação de Texto foi o mais
cobrado nas provas de nível superior do Cespe em 2018. Daí a importância de focar nesse assunto
durante a preparação.
Importante ressaltar que o hábito da leitura irá levá-lo à melhoria da compreensão textual, o que irá
ajudá-lo, não apenas nas provas de Português, como também nas demais matérias. Afinal, a boa
compreensão do enunciado de uma questão é meio caminho andado para sua resolução!
Por ora, é isso. A gente se vê em breve, com mais um assunto de Língua Portuguesa do Passo
Estratégico para a PC-DF...