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Livro Eletrônico

Aula 01

Passo Estratégico de Português p/ INSS (Técnico do Seguro Social)

Professor: Charles Souza

04921490384 - Victória Vieira Lima e Silva


Passo Estratégico
Língua Portuguesa p/ INSS
(Técnico do Seguro Social)
Prof. Charles Souza
Aula 1 Compreensão e Interpretação de
Texto e Tipologia Textual

Aula 1 – Compreensão e Interpretação de Texto


e Tipologia Textual

Introdução...............................................................................01
Orientações de Estudo e de Conteúdo
Compreensão e Interpretação de Texto...........................03
Tipologia Textual............................................................08
Análise de Questões.................................................................15
Considerações Finais................................................................25
Análise Estatística
Anexo I – Compreensão e Interpretação de Texto
e Tipologia Textual........................................26

Introdução

Olá, pessoal! Nesta aula, trataremos de dois dos assuntos mais cobrados nas
provas do CESPE: Compreensão e Interpretação de Texto e Tipologia
Textual, em especial, Compreensão e Interpretação de Texto. Esse é um
assunto importante não apenas nas provas de Língua Portuguesa, mas
também nas demais provas que irá prestar. Afinal, a boa compreensão de
uma questão é fundamental para a sua resolução!

Além disso, falaremos um pouco também de Tipologia Textual, assunto que,


muitas vezes, não vem explícito no conteúdo programático de Língua
Portuguesa, mas que já foi questão de prova, estando implícito dentro de
Compreensão e Interpretação de Texto.

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Aula 1 Compreensão e Interpretação de
Texto e Tipologia Textual

Para fins didáticos, daqui para frente, vamos chamar os dois assuntos temas
desta aula apenas de Compreensão e Interpretação de Texto, já que
costuma incluir Tipologia Textual.

Provas CESPE 5 alternativas (ABCDE)


Nas provas de 5 alternativas (ABCDE) do CESPE, o assunto Compreensão
e Interpretação de Texto costuma ser cobrado, essencialmente, na forma
de questões inteiras. Ou seja, é um assunto bastante importante, pois
irá propiciar que se acertem algumas questões com as técnicas que
serão passadas nesta aula.

Passemos, agora, à análise da incidência do assunto Compreensão e


Interpretação de Texto desta aula nas provas do CESPE.

Para se ter uma ideia da grande incidência desse assunto nas provas do
CESPE, analisando 6 provas (5 alternativas e C/E) de concursos organizados
pela banca em 2017, para cargos de nível médio, os quais totalizaram 255
assertivas, observa-se que Compreensão e Interpretação de Texto
(incluindo Tipologia Textual) foi tema de 102 delas, o que representa 40%
das assertivas das provas de Português.

Esse número faz com que Compreensão e Interpretação de Texto seja o


assunto de Língua Portuguesa mais cobrado nas provas do CESPE.

Mais detalhes a respeito da metodologia da Análise Estatística, incluindo a


distribuição entre questões de Compreensão e Interpretação de Texto e
de Tipologia Textual, podem ser vistos no Anexo I desta aula.

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Texto e Tipologia Textual

Orientações de Estudo e de Conteúdo

Interpretação de Texto

Não existem fórmulas mágicas para uma boa compreensão textual. A melhor
maneira de se aprender a interpretar um texto é por meio da prática
da leitura. É importante que se adquira o hábito da leitura, seja de um jornal,
de uma revista, ou mesmo, de matérias de seu interesse na internet. Com o
passar do tempo, você irá perceber uma melhora considerável no nível de
compreensão do texto.

Para iniciar, vejamos alguns conceitos:

1. Texto: conjunto de palavras e frases encadeadas que têm a finalidade


de transmitir uma mensagem a partir de sua interpretação.
2. Contexto: É a interligação das diversas frases que formam um texto.
Cada uma delas é ligada à anterior e à posterior por uma relação
semântica.
3. Compreensão Textual: consiste em analisar o que realmente está
escrito, ou seja, coletar dados do texto.
4. Interpretação Textual: consiste em saber o que se infere (conclui) do
que está escrito.

Agora, vou passar algumas dicas para a resolução de questões que envolvem
interpretação de texto:

1. Antes de iniciar a leitura, procure observar a fonte daquele texto. Com


isso, já terá uma dica para saber o que esperar dele. Se for uma notícia,

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Texto e Tipologia Textual

por exemplo, vai saber que o texto deve conter um fato a ser narrado,
mas sem conter a opinião do autor.
2. Leia o texto, pelo menos, duas vezes. A primeira leitura será para o
entendimento do texto como um todo. Essa é a chamada leitura
informativa. Procure grifar as palavras principais, que farão você
compreender a ideia principal de cada parágrafo.
3. Já na segunda leitura, chamada de interpretativa, você deverá
compreender, analisar e sintetizar as informações do texto.
4. Caso necessário, não hesite em retomar o texto outras vezes.
Principalmente, quando estiver analisando as alternativas.
5. Leia o texto com perspicácia (observando os detalhes), sutileza, malícia
nas entrelinhas, para evitar pegadinhas.
6. Sempre que surgir dúvida em relação a alguma palavra, procure
consultar o dicionário.
7. Procure fazer com que suas ideias não prevaleçam sobre as do autor do
texto.
8. Se duas alternativas parecerem corretas, procure sempre a “mais
correta”. Isso é muito comum em provas de concurso.

Passadas essas dicas, veremos, a seguir, os principais erros no


entendimento de um texto:

1. Extrapolação: O texto vai até um limite e o examinador oferece uma


assertiva que “vai além desse limite”. O examinador inventa aspectos
que não estão contidos no texto e o candidato, por não ter entendido
bem o texto, preenche essas lacunas com a imaginação, fazendo outras
associações, à margem do texto, estimulado pela assertiva errada. O
exemplo mais perigoso é a extrapolação com informação verdadeira,

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mas que não está no texto. O erro por extrapolação é o mais comum
em intepretação de texto!

2. Restrição: É o contrário da extrapolação. Geralmente se manifesta na


supressão de informação essencial para o texto. A assertiva reducionista
omite parte do que foi dito ou restringe o fato discutido a um universo
menor de possibilidades.

3. Acréscimo de opinião: Nesse tipo de assertiva errada, o examinador


parafraseia parte do texto, mas acrescenta um pouco da sua própria
opinião, opinião esta que não foi externada pelo autor. A armadilha
dessas afirmativas está em embutir uma opinião que não está no texto,
mas está na consciência coletiva, por ser um clichê ou senso comum
que o candidato possa compartilhar.

4. Contradição: O texto original diz “A” e o texto parafraseado da


assertiva errada diz “Não A” ou “B”. Para disfarçar essa contradição, a
banca usará muitas palavras do texto, fará uma paráfrase muito
semelhante, mas com um vocábulo crucial que fará o sentido ficar
inverso ao do texto.

5. Tangenciamento do Tema: O examinador cria uma assertiva que


aparentemente se relaciona ao tema, mas fala de outro assunto,
remotamente correlato. No mundo dos fatos, aqueles dois temas podem
até ser afins, mas no texto não se falou do segundo, só do primeiro;
então houve fuga ao tema.

Após as dicas para resolução de questões que envolvem Interpretação de


Texto e os principais erros cometidos pelos alunos, vejamos uma questão

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Texto e Tipologia Textual

(com vários itens) do CESPE, do concurso do MPU de 2005, que cobrou o


tema.

(CESPE – MPU 2015 – Analista)


A persecução penal se desenvolve em duas fases: uma fase administrativa, de inquérito
policial, e uma fase jurisdicional, de ação penal. Assim, nada mais é o inquérito policial
que um procedimento administrativo destinado a reunir elementos necessários à apuração
da prática de uma infração penal e de sua autoria. Em outras palavras, o inquérito policial
é um procedimento policial que tem por finalidade construir um lastro probatório mínimo,
ensejando justa causa para que o titular da ação penal possa formar seu convencimento,
a opinio delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível. Nessa linha, percebe-se que o
destinatário imediato do inquérito policial é o Ministério Público, nos casos de ação penal
pública, e o ofendido, nos casos de ação penal privada.
De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação penal possa, enfim,
ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa causa, identificada por parte da
doutrina como uma condição da ação autônoma, consiste na obrigatoriedade de que
existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo
a existir fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa forma,
é imprescindível que haja provas acerca da possível existência de um fato criminoso e
indicações razoáveis do sujeito que tenha sido o autor desse fato.
Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial que serão coletadas
as informações e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal, isto
é, a opinio delicti. É com base nos elementos 28 apurados no inquérito que o promotor de
justiça, convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia,
encerrando a fase administrativa da persecução penal.

Conforme as ideias contidas no texto:

9. a fase do inquérito policial em que são coletadas as informações e as


provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal é
denominada opinio delecti.

Comentário:

De acordo com o último parágrafo, “as provas que irão formar o


convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti”. Ou seja,
opinio delicti é o convencimento do titular da ação penal, não uma fase do
inquérito policial, como se afirma na questão. Portanto está ERRADO.

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10. a fase jurisdicional da persecução penal tem início após o oferecimento


da denúncia pelo promotor de justiça.

Comentário:

O item está CORRETO, conforme se depreende do último período do texto:


“com base nos elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça,
convencido da existência de justa causa para a ação penal, oferece a
denúncia, encerrando a fase administrativa da persecução penal.”. Ou seja,
ao término da primeira fase (fase administrativa da persecução penal), após
o convencimento do promotor de justiça, entra-se imediatamente na
próxima (fase jurisdicional da persecução penal).

11. a existência de prova da materialidade delitiva é suficiente para que se


considere a existência de indícios de autoria.

Comentário:

De acordo com o segundo parágrafo, “A justa causa, identificada por parte


da doutrina como uma condição da ação autônoma, consiste na
obrigatoriedade de que existam prova acerca da materialidade delitiva e, ao
menos, indícios de autoria, de modo a existir fundada suspeita acerca da
prática de um fato de natureza penal.”. Ou seja, para que se considere a
existência de indícios de autoria, faz-se necessária a presença dos dois
elementos grifados acima. Portanto o item está ERRADO.

Tipologia Textual

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Texto e Tipologia Textual

Refere-se fundamentalmente ao tipo de texto e à sua estrutura e


apresentação. As classificações mais cobradas em concurso são: a narração,
a descrição e a dissertação.

1. Narração - Modalidade em que um narrador conta um fato, real ou


fictício, que ocorreu num determinado tempo e lugar. Há uma relação
de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o
passado. É o tipo predominante nos gêneros: conto, fábula, crônica,
romance, novela, depoimento, piada, relato, etc.

2. Descrição – Texto no qual se faz um retrato por escrito de um lugar,


uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais
utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora.
Não há relação de anterioridade e posterioridade. Tem predominância
em gêneros como: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc.

3. Dissertação – Texto por meio do qual se desenvolve, explica-se,


discorre-se sobre determinado assunto. Dependendo do objetivo do
autor, pode ter caráter expositivo ou argumentativo.

Nas 5 questões envolvendo Tipologia Textual nas provas do CESPE em


2017, o examinador forneceu um texto e perguntou qual o seu tipo ou pediu
para identificar as características de determinado tipo de texto. Vejamos duas
dessas questões:

(CESPE – TRT-7 2017 – AJAJ/AJAA)

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10. Uma das propriedades linguísticas que caracterizam o texto como narrativo
é a predominância de:
(A) adjetivos empregados para descrever o narrador.
(B) construções gramaticais típicas da modalidade oral.
(C) formas verbais no pretérito.
(D) orações com sujeitos indeterminados.

Comentário:
Observa-se, no texto, o predomínio do pretérito nas formas verbais, o que
caracteriza um texto narrativo. Portanto, a resposta da questão é a letra “C”.

(CESPE – PC-GO 2017 – Delegado)

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2. O texto é predominantemente
(A) injuntivo.
(B) narrativo.
(C) dissertativo
(D) exortativo.
(E) descritivo

Comentários:
Observa-se, inicialmente, que o autor faz uma descrição da Policia Militar e da
Policia Civil. Todavia, como se depreende do restante do texto, o objetivo do
autor, na verdade, foi de esclarecer as diferenças entre elas. Dessa forma,
podemos concluir tratar-se de um texto dissertativo. Portanto a resposta da
questão é a letra “C”.

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Texto e Tipologia Textual

Importante: Em determinada tipologia textual, pode haver características de


outra tipologia. No entanto, para definição do tipo de texto como um todo,
deve-se observar a predominância/intenção do autor.
Apenas a título de esclarecimento:
 Texto Injuntivo – tipo de texto em que o autor indica como realizar
uma ação, aconselha, impõe, instrui o interlocutor. É também chamado
também de texto instrucional;
 Texto exortativo – tipo de texto que o autor tenta convencer, de
qualquer forma, o leitor a fazer algo.

O assunto Tipologia Textual não vinha sendo muito explorado nas provas
do CESPE até 2016. Já em 2017, das 11 provas de nível superior
analisadas, observou-se que foi cobrado em 5 delas. Então é importante
ficar atento a esse assunto, a fim de garantir pontos preciosos na prova! 

Importante fazer a distinção entre tipo e gênero textuais. O tipo textual


é o conjunto de características de um texto, onde os principais são os listados
acima. Por sua vez, o gênero textual seria uma espécie do tipo textual. Por
exemplo, um texto narrativo (tipo) pode ser uma crônica, um romance, um
depoimento etc. (gêneros).

Dentre os tipos de texto, um assunto que as bancas costumam cobrar é o tipo


de discurso do narrador. Vejamos, no quadro abaixo, a diferença entre
os discursos direto, indireto e indireto livre. Em seguida, mostraremos
como transpor um texto do discurso direto para o indireto.

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Tipos de Discurso do Narrador


Discurso Direto – o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar
fielmente a fala do personagem. O objetivo é transmitir autenticidade,
afastando o leitor da responsabilidade pelo que é dito. Tem como principais
características:
 Utilização de verbos como falar, responder, perguntar, indagar,
declarar, exclamar, dentre outros;
 Utilização dos sinais de pontuação – travessão, exclamação,
interrogação, dois pontos, aspas;
 Inserção do discurso no meio do texto;
Exemplos:
 A aluna afirmou:
– Preciso estudar muito para o teste.
 O réu exclamou:
– Sou inocente!

Discurso Indireto – o narrador da história interfere na fala do personagem,


proferindo suas palavras. Aqui, não encontramos as palavras do
personagem. Tem como principais características:
 O discurso é narrado em 3ª pessoa;
 Algumas vezes são utilizados verbos de elocução, tais como, falar,
responder, perguntar, indagar, declarar, exclamar. Porém, não há
utilização do travessão, pois geralmente as orações são subordinadas,
ou seja, dependem de outras orações. Por esse motivo, é comum o
uso de conjunções.
Exemplos:
 A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.
 O réu exclamara que era inocente.

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Discurso Indireto Livre – permite que os acontecimentos sejam narrados


simultaneamente, estando as falas dos personagens direta e integralmente
inseridas no discurso do narrador. Tem como principais características:
 Não há marcas que indiquem a separação da fala do narrador da fala
do personagem, como verbos de elocução, sinais de pontuação e as
conjunções que aparecem nos discursos direto e indireto.
 Conforme o desenvolvimento da narração, as falas dos personagens
surgem espontaneamente na 1ª pessoa do discurso do narrador, que
se encontra na 3ª pessoa.
 O narrador é onisciente de todas as falas, sentimentos, reações e
pensamentos do personagem.
Exemplo:
 Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de
jornais e livros, mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice de um
homem remediado ser cortês. Até o povo censurava aquelas
maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não
obedeciam?
Podemos observar que a última reflexão não é do narrador, e sim do
personagem, pensando sobre a questão.

Passagem do Discurso Direto para o Indireto


Discurso Direto Discurso Indireto
1ª pessoa 3ª pessoa

Alteração na Pontuação
Frases interrogativas, exclamativas e Frases declarativas
imperativas (“” ! ? -)

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Conversão dos Pronomes


eu, me, mim, comigo, nós, nos, conosco, ele, ela, se, si, consigo, o, a, lhe, eles, elas,
meu, meus, minha, minhas, nosso, nossos, os, as, lhes
nossa, nossas seu, seus, sua e suas

Conversão dos Tempos Verbais


Presente do Indicativo Pretérito Imperfeito do Indicativo
Pretérito perfeito do indicativo Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Futuro do presente do indicativo Futuro do pretérito do indicativo
Presente e futuro do subjuntivo ==335c3==

Pretérito imperfeito do subjuntivo


Imperativo Pretérito imperfeito do subjuntivo

Advérbios e Adjuntos Adverbiais


Hoje e agora Naquele dia e naquele momento
Amanhã No dia seguinte
Aqui, aí, cá Ali, lá
Este, isto Aquele, aquilo

Exemplos de conversão do discurso direto para o indireto:

 Discurso direto: – Eu comecei minha dieta ontem.


 Discurso indireto: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.

 Discurso direto: – Vou ali agora e volto rápido.


 Discurso indireto: Ele disse que ia lá naquele momento e que voltava
rápido.

 Discurso direto: – Nós viajaremos amanhã.


 Discurso indireto: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.

(FCC – TRT-3 2015 – AJAA)

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Texto e Tipologia Textual

Nem bem chegara de lá e já tinha de ouvir o que diziam dele depois que
partira. A primeira a anunciar uma das fofocas foi a vizinha, sempre disposta
a disseminar novidades, verdadeiras ou não.
− Então, Antônio, soube que rompeu o noivado.

10. Sobre o que se tem acima, afirma-se corretamente, levando em conta


a norma-padrão:
(C) Transpondo o discurso direto acima para o indireto, a formulação obtida
deve ser "A vizinha disse que, então, sabia que Antônio rompeu o noivado".

Comentário:

Como os verbos do discurso direto estão no pretérito perfeito do indicativo


(soube e rompeu), na transposição para o discurso indireto, deverão ficar
no pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Então, a frase no discurso
indireto seria: “A vizinha disse que, então, soubera que Antônio rompera o
noivado”. Portanto, a afirmação é incorreta.

Análise de Questões

Seguem, na sequência, mais algumas questões do CESPE que abordaram o


assunto Compreensão e Interpretação de Texto.

(CESPE – TRE-PE 2017 – AJAJ/AJAA)

No quadro da democracia liberal, cidadania corresponde ao conjunto das liberdades


individuais — os chamados direitos civis de locomoção, pensamento e expressão,
integridade física, associação etc. O advento da democracia social acrescentou, àqueles
direitos do indivíduo, os direitos trabalhistas ou direitos a prestações de natureza social
reclamadas ao Estado (educação, saúde, seguridade e previdência). Em ambos os casos, o
cidadão é titular de direitos e liberdades em relação ao Estado e a outros particulares —
mas permanece situado fora do campo estatal, não assumindo qualquer titularidade quanto
a funções públicas. Preserva-se, assim, a perspectiva do constitucionalismo clássico:
direitos do homem e do cidadão são exercidos frente ao Estado, mas não dentro do aparelho
estatal.
Na teoria constitucional moderna, cidadão é o indivíduo que tem um vínculo jurídico com o
Estado, sendo portador de direitos e deveres fixados por determinada estrutura legal

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(Constituição, leis), que lhe confere, ainda, a nacionalidade. Cidadãos, em tese, são livres
e iguais perante a lei, porém súditos do Estado.
Como lembra Marilena Chaui, a cidadania se define pelos princípios da democracia,
significando necessariamente conquista e consolidação social e política. A cidadania requer
instituições, mediações e comportamentos próprios, constituindo-se na criação de espaços
sociais de lutas (movimentos sociais, sindicais e populares) e na definição de instituições
permanentes para a expressão política, como partidos, legislação e órgãos do poder público.
Distingue-se, portanto, a cidadania passiva, aquela que é outorgada pelo Estado, com a
ideia moral do favor e da tutela, da cidadania ativa, aquela que institui o cidadão como
portador de direitos e deveres, mas essencialmente criador de direitos para abrir novos
espaços de participação política.
Maria Victoria de Mesquita Benevides. Cidadania e
democracia. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).

1. De acordo com as ideias do texto,


(A) a democracia social atende aos interesses de todos os cidadãos, uma
vez que abrange um rol amplo de direitos.
(B) as teorias constitucionais moderna e clássica se assemelham por definir
cidadão como o indivíduo que tem vínculo jurídico com o Estado.
(C) é vedado ao cidadão assumir responsabilidades na esfera estatal.
(D) a consolidação do regime democrático tem como consequência para os
cidadãos o ônus da aceitação ou a participação do pacto fundante de uma
nação.
(E) a efetivação da cidadania está atrelada à existência de espaços sociais
de lutas e de instituições permanentes para a expressão política.

Comentários:

A letra “A” está incorreta, pois, o texto não fala que a democracia social (ou
seja, aquela onde, aos cidadãos, são concedidos direitos sociais, como o
trabalho e a previdência) atende a todos os cidadãos.

A letra “B” está incorreta, pois, apesar de o texto informar que a teoria
moderna possibilita ao cidadão um vínculo jurídico com o Estado, não fala que
a teoria clássica assim também o faz.

A letra “C” está incorreta, pois não é feita qualquer afirmação nesse sentido
no texto.

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A letra “D” está incorreta, pois não é feita qualquer afirmação nesse sentido
no texto.

Finalmente, a letra “E” está correta, conforme se depreende do terceiro


parágrafo. Portanto, é a resposta da questão.

(CESPE – TRE-BA 2017 – AJAJ/AJAA)

1. Conforme o texto,
(A) as bases do exercício do poder no mundo grego iam de encontro ao
princípio da dignidade humana.
(B) a riqueza, assim como a propriedade da terra e do conhecimento,
garantia o exercício da política e do governo na Grécia.
(C) a indisponibilidade de tempo para o ócio estava relacionada à não
participação política.
(D) a circulação de riqueza aumentou a participação do povo na política
grega, ampliando o rol de indivíduos considerados cidadãos.

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Texto e Tipologia Textual

(E) os indivíduos eram tratados de forma isonômica na Grécia Antiga, visto


que cidadania relacionava-se à igualdade entre os pares.

Comentários:

A letra “A” está incorreta, pois não é possível extrair tal conclusão do texto.

A letra “B” está incorreta, pois, como se observa nas linhas 8 a 12, a riqueza
não garantia o exercício da política e do governo na Grécia.

A letra “C” está correta, como se observa no último período do texto.


Portanto, é a resposta da questão.

A letra “D” está incorreta, pois, como se observa nas linhas 12 a 16, a riqueza
vinha do trabalho e os gregos não tinham participação política.

A letra “E” está incorreta, pois, como se observa nas linhas 9 e 10, os gregos
e os armadores não eram iguais àqueles que possuíam a propriedade de terra.

(CESPE – TRT-7 2017 – AJAJ/AJAA)

Na mídia em geral, nos discursos políticos, em mensagens publicitárias, na fala de


diferentes atores sociais, enfim, nos diversos contextos em que a comunicação se faz
presente, deparamo-nos repetidas vezes com a palavra cidadania. Esse largo uso, porém,
não torna evidente seu significado. Ao contrário, o fato de admitir vários empregos
deprecia seu valor conceitual, isto é, sua capacidade de nos fazer compreender certa
ordem de eventos. Por que, então, a palavra cidadania é constantemente evocada, se o
seu significado é tão pouco esclarecido?
Uma resposta possível a essa indagação começa pelo reconhecimento de que há um
considerável avanço da agenda igualitária no mundo e, decorrente disso, uma valorização
sem precedentes da ideia de direitos. O fenômeno é mundial, afeta, de modos e em graus
distintos, todas as sociedades e aponta para uma democratização progressiva e
sustentada das repúblicas. Observam-se também, nesse contexto, passagens contínuas
da condição de indivíduo à de cidadão, na medida em que temas do domínio privado que,
por sua incidência e relevância, passam a ser amplamente debatidos na esfera pública
podem influenciar o sistema político a torná-los matéria de interesse geral e, no limite,
direitos positivados.
Em suma, reconhecer a centralidade que assumiu a discussão sobre direitos ajuda a
entender a atual onipresença da palavra cidadania. Mas avançar na elucidação desse
fenômeno impõe perceber que, ao lado da valorização dos direitos, se desenvolve
igualmente a certeza de que o caminho para efetivá-los é a mobilização pública do
sentimento de justiça, e não a ativação de métodos personalistas de acesso a eles. Em

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outras palavras, considera-se cada vez mais importante que os direitos estejam
fortemente conectados com a plena autonomia política dos indivíduos, de modo que não
sejam vividos como favores concedidos por governantes, filantropos, patronos ou
equivalentes.
Maria Alice Rezende de Carvalho. Cidadania e direitos. In: André Botelho e Lilia
Moritz Schwarcz (Orgs.). Agenda brasileira: temas de uma sociedade em
mudança. São Paulo: Companhia das Letras, 2011 (com adaptações).

Com relação às ideias do texto CB1A1AAA, julgue os seguintes itens.


I) A maior parte das pessoas emprega a palavra cidadania de modo
incorreto em suas conversas informais sobre política.
II) Para que sejam efetivos, os direitos não devem ser obtidos por meio de
3
favores concedidos, entre outros, por políticos e benfeitores.
III) A condição de cidadão é socialmente adquirida, e não herdada de forma
natural.
Assinale a opção correta.
(A) Apenas o item I está certo.
(B) Apenas o item II está certo.
(C) Apenas os itens I e III estão certos.
(D) Apenas os itens II e III estão certos.

Comentários:

O item I está incorreto, pois o texto não faz nenhuma relação entre
"conversas informais sobre política" e o emprego da palavra cidadania.
O item II está correto, conforme se verifica no último período do texto.
O item III está correto, conforme se observa no seguinte trecho do texto:
“Observam-se também, nesse contexto, passagens contínuas da condição de
indivíduo à de cidadão”.
Portanto, a resposta da questão é a letra “D” (apenas II e III estão
corretos).

(CESPE – TCE-PE 2017 – Auditor de Controle Externo)


Comecemos pelo conceito. A democracia veio dos gregos. Democracia não é só a eleição
do governo pelo povo, mas, sim, a atribuição, pelo povo, do poder — que inclui mais que

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o mero governo; inclui o direito de fazer leis. Na democracia antiga, direta, isso cabia ao
povo reunido na praça pública.
Um grande êxito dos atenienses, se comparados aos modernos, era o amor à política.
Moses Finley, um dos maiores conhecedores do tema, conta que, em Atenas, a assembleia
popular se reunia cerca de quarenta vezes ao ano. Pelo menos mil pessoas costumavam
comparecer, às vezes dez mil, de um total de quarenta mil possíveis (a presença não era
obrigatória). Comparo esse empenho ao nosso. Quantos não resmungam para votar uma
só vez a cada dois anos? Nesse período, o ateniense teria passado oitenta tardes na praça,
ouvindo, votando.
Mas a “falha” dos atenienses era a inexistência de direitos humanos. Não havia proteção
contra as decisões da assembleia soberana. Ela podia decretar o banimento de quem
quisesse, sem se justificar: assim Temístocles foi sentenciado ao ostracismo pelo mesmo
povo que ele salvara dos persas. Desde a era moderna, os direitos do homem,
3
protegendo-o do Estado, se tornam cruciais. Estes são os grandes legados das três
revoluções modernas — a inglesa, a americana e a francesa: somos protegidos não só
dos desmandos do monarca absoluto, contra os quais o melhor antídoto seria a soberania
popular, mas também da tirania do próprio povo e de seus eleitos.

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente,


julgue os próximos itens.
3. De acordo com o autor, no mundo contemporâneo há proporcionalmente
mais participação política do que havia na democracia ateniense.
4. O texto defende a ideia de que, com as revoluções modernas, aumentou
a capacidade de defesa do indivíduo contra o Estado.

Comentários:

O item 3 está ERRADO, pois, no início do segundo parágrafo, é dito


exatamente o contrário.

A item 4 está CERTO, conforme se observa nos dois últimos períodos do texto,
ou seja, a partir do trecho “Desde a era moderna, os direitos do homem...”.

(CESPE – TRE-PI 2016 – AJAJ/AJAA)


A discussão sobre a participação dos analfabetos na vida política nacional remonta aos
tempos do Brasil colônia e se mantém durante a formação da sociedade brasileira e os
processos de reconhecimento de direitos e de visibilidade social das diferentes parcelas
sociais anteriormente excluídas do processo democrático.
Durante o período colonial, os analfabetos tinham direito ao voto, ainda que mitigado e
suprimido, por meio do processo chamado voto “cochichado”. Nesse caso, as intenções
de voto de um analfabeto eram ouvidas por terceiros letrados. Ainda que restringidos em
algumas oportunidades, entre os séculos XVI e XIX, os analfabetos exerciam de alguma
maneira o direito ao voto. Contudo, foi somente ao final do Império que esse direito foi

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totalmente retirado dos brasileiros analfabetos por meio do Decreto n.º 3.029/1881, a
chamada Lei Saraiva, que instituiu um censo literário nos termos propostos por Rui
Barbosa à época.
Desde então, durante cento e quatro anos, os analfabetos tiveram limitações drásticas ao
direito de participação política pelo exercício do direito ao voto no país. Essa situação foi
alterada apenas com a Emenda Constitucional n.º 25/1985, que concedeu, embora em
caráter facultativo, o direito de voto ao analfabeto. Durante todo o referido período, por
diversas vezes o tema voltou à pauta das definições políticas nacionais, sem, contudo,
obter sucesso na efetivação de tal direito básico de cidadania.
Por sua vez, a elegibilidade, que constitui o direito de ser votado, em nenhuma
oportunidade foi reconhecida aos analfabetos na história breve de nosso país. Pelo
contrário, pouco se discute e pouco se discutiu sobre tal direito, e, reiteradamente, o tema
vem sendo esquecido no processo de consumação de uma cidadania plena, com acesso a
5
todos os direitos de participação política.

Conforme as ideias do texto Elegibilidade dos analfabetos:...,


(A) do período colonial até a promulgação da Emenda Constitucional nº
25/1985, os analfabetos sofreram limitações drásticas no exercício do
direito ao voto.
(B) o caráter facultativo do voto pelos analfabetos após a promulgação da
Emenda Constitucional nº 25/1985 desfavoreceu, mais uma vez, o
exercício do direito ao voto por essa parcela da população.
(C) a inelegibilidade dos analfabetos impede que estes gozem do direito ao
exercício pleno da cidadania.
(D) Rui Barbosa, no final do século XIX, promulgou a Lei Saraiva e
determinou que os analfabetos não teriam direito ao voto.
(E) a participação dos analfabetos na vida política nacional é uma
reivindicação da população brasileira desde os tempos do Brasil colônia.

Comentários:

A letra “A” está incorreta, pois a limitação drástica se deu após o Decreto de
1881, pois anteriormente mesmo de forma mitigada os analfabetos podiam
votar, por meio do voto "cochichado”.
A letra “B” está incorreta, pois a EC nº 25/1985 veio para devolver o direito
do voto aos analfabetos, que tinha sido vetado em 1881.
A letra “C” está correta, conforme se depreende do trecho: “Por sua vez, a
elegibilidade, que constitui o direito de ser votado, em nenhuma oportunidade

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foi reconhecida aos analfabetos na história breve de nosso país”. É, portanto,


a resposta da questão.
A letra “D” está incorreta, pois Rui Barbosa não promulgou a Lei Saraiva.
Apenas deu as diretrizes para que ela fosse promulgada.
A letra “E” está incorreta, pois o texto fala, na verdade, em participação da
população analfabeta, não em reivindicação da população brasileira.

(CESPE – MPU 2015 – Analista)


c
Na organização do poder político no Estado moderno, à luz da tradição iluminista, o direito
tem por função a preservação da liberdade humana, de maneira a coibir a desordem do
estado de natureza, que, em virtude do risco da dominação dos mais fracos pelos mais
fortes, exige a existência de um poder institucional. Mas a conquista da liberdade humana
também reclama a distribuição do poder em ramos diversos, com a disposição de meios
que assegurem o controle recíproco entre eles para o advento de um cenário de equilíbrio
e harmonia nas sociedades estatais. A concentração do poder em um só órgão ou pessoa
viria sempre em detrimento do exercício da liberdade. É que, como observou Montesquieu,
“todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para
que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder
limite o poder”.
Até Montesquieu, não eram identificadas com clareza as esferas de abrangência dos
poderes políticos: “só se concebia sua união nas mãos de um só ou, então, sua separação;
ninguém se arriscava a apresentar, sob a forma de sistema coerente, as consequências
de conceitos diversos”. Pensador francês do século XVIII, Montesquieu situa-se entre o
racionalismo cartesiano e o empirismo de origem baconiana, não abandonando o rigor das
certezas matemáticas em suas certezas morais. Porém, refugindo às especulações
metafísicas que, no plano da idealidade, serviram aos filósofos do pacto social para a
explicação dos fundamentos do Estado ou da sociedade civil, ele procurou ingressar no
terreno dos fatos.

Com base nas ideias contidas no texto I, julgue os itens a seguir.


1. Montesquieu busca a explicação dos fundamentos do Estado ou da
sociedade civil de forma análoga à dos metafísicos.
2. No Estado moderno, cabe ao Ministério Público a função da preservação
da liberdade humana, de forma a proteger os mais fracos da dominação
dos mais fortes.
3. A conquista da liberdade humana pressupõe a distribuição do poder em
ramos diversos.
4. Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o exercício
do poder que detém tende a agir de forma abusiva.

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Texto e Tipologia Textual

Comentários:

O item 1 está ERRADO, conforme se depreende do último período do texto.


O verbo refugir significa recuar, desviar-se de, evitar, repelir, ou seja, o autor
afirma o contrário do que é dito na assertiva.

O item 2 está ERRADO, pois ocorreu uma extrapolação. Apesar de parecer


correto o que se afirma na assertiva, nada é dito a esse respeito no texto.
3
O item 3 está ERRADO, pois o texto fala que a “a conquista da liberdade
humana reclama a distribuição do poder em ramos diversos...”. Reclamar foi
utilizado com significado de exigir, ou seja, a conquista da liberdade humana
não pressupõe a distribuição do poder.

Por sua vez, o item 4 está CERTO, como se depreende do trecho “todo homem
que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra limites. Para
que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas,
o poder limite o poder”, ao final do primeiro parágrafo.

(CESPE – STJ 2015 – AJAA)


A ideia de solidariedade acompanha, desde os primórdios, a evolução da humanidade.
Aristóteles, por exemplo, em clássica passagem, afirma que o homem não é um ser que
possa viver isolado; é, ao contrário, ordenado teleologicamente a viver em sociedade. É
um ser que vive, atua e relaciona-se na comunidade, e sente-se vinculado aos seus
semelhantes. Não pode renunciar à sua condição inata de membro do corpo social, porque
apenas os animais e os deuses podem prescindir da sociedade e da companhia de todos os
demais.
O primeiro contato com a noção de solidariedade mostra uma relação de pertinência: as
nossas ações sociais incidem, positiva ou negativamente, sobre todos os demais membros
da comunidade. A solidariedade implica, por outro lado, a corresponsabilidade, a
compreensão da transcendência social das ações humanas, do coexistir e do conviver
comunitário. Percebe-se, aqui, igualmente, a sua inegável dimensão ética, em virtude do
necessário reconhecimento mútuo de todos como pessoas, iguais em direitos e obrigações,
o que dá suporte a exigências recíprocas de ajuda ou sustento.
A solidariedade, desse modo, exorta atitudes de apoio e cuidados de uns com os outros.
Pede diálogo e tolerância. Pressupõe um reconhecimento ético e, portanto,
corresponsabilidade. Entretanto, para que não fique estagnada em gestos tópicos ou se
esgote em atitudes episódicas, a modernidade política impõe a necessidade dialética de um

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passo maior em direção à justiça social: o compromisso constante com o bem comum e a
promoção de causas ou objetivos comuns aos membros de toda a comunidade.

De acordo com as ideias do texto Estado social e princípio da solidariedade,


1. os animais e os deuses podem viver isoladamente, sem participação em
uma comunidade, mas não os seres humanos.
2. o fato de as ações sociais de cada indivíduo incidirem sobre todos os
demais membros da comunidade ratifica a dimensão ética da solidariedade,
conquanto o reconhecimento mútuo de odos como pessoas iguais em
direitos e obrigações configure-se como uma necessidade.
3. o compromisso constante com o bem comum e a promoção de causas ou
objetivos comuns aos membros de toda a comunidade contribuem para que
a solidariedade não fique restrita a ações locais e(ou) eventuais.
4. a solidariedade é uma característica inata dos seres humanos.

Comentários:

O item 1 está CERTO, de acordo com o último período do primeiro parágrafo.


O verbo prescindir significa dispensar, ou seja, apenas os animais e os deuses
podem dispensar a vida em sociedade e a companhia dos demais animais.

O item 2 está ERRADO. No trecho “Percebe-se, aqui, igualmente, a sua


inegável dimensão ética, em virtude do necessário reconhecimento mútuo de
todos como pessoas, iguais em direitos e obrigações, o que dá suporte a
exigências recíprocas de ajuda ou sustento”, foi utilizada a locução conjuntiva
causal “em virtude de”. Porém, na assertiva, foi utilizada a conjunção
concessiva conquanto, que é o mesmo que embora. Estaria correto se tivesse
sido utilizada a conjunção “porquanto”, que equivale a visto que, uma vez
que. Não confundir essas duas conjunções”!

O item 3 está CERTO, como se observa do último período do texto.

O item 4 está ERRADO, pois não é a solidariedade característica inata dos


seres humanos, mas a condição de membro da sociedade, como se depreende
do trecho “Não pode renunciar à sua condição inata de membro do corpo
social.”.

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Considerações Finais

Conforme foi demonstrado nesta aula, o assunto Compreensão e


Interpretação de Texto foi o mais cobrado nas provas de nível médio do
CESPE em 2017. Daí a importância de focar nesse assunto na
preparação para esse concurso do INSS.

Importante ressaltar que o hábito da leitura irá levá-lo à melhoria da


compreensão textual, o que irá ajudá-lo, não apenas nas provas de Português,
como também nas demais matérias. Afinal, a boa compreensão do enunciado
de uma questão é meio caminho andado para sua resolução!

Por ora, é isso. A gente se vê em breve, com mais um assunto de Língua


Portuguesa do Passo Estratégico para o INSS...

Forte abraço e bons estudos!


Charles Souza

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Texto e Tipologia Textual

Anexo I – Análise Estatística


Compreensão e Interpretação de Texto
e Tipologia Textual

Analisando-se 6 concursos organizados pelo CESPE em 2017, para cargos


de nível médio, observa-se que foram cobradas 255 assertivas de Língua
Portuguesa.

No caso específico dos assuntos Compreensão e Interpretação de Texto


e Tipologia Textual, verifica-se que foram tema de 102 assertivas, o que
representou 40% das assertivas das provas de Português, conforme
tabela abaixo:

Total de
Total de assertivas % de incidência do assunto
assertivas das
ASSUNTO em que o assunto no conjunto de questões das
provas de Língua
foi abordado provas da disciplina
Portuguesa
Compreensão e
Interpretação de 255 94 36,9%
Texto
Tipologia Textual 255 8 3,1

TOTAL 40,0%

Esse percentual faz com que Compreensão e Interpretação de Texto


(incluindo Tipologia Textual) seja o assunto de Língua Portuguesa mais
cobrado pelo CESPE em provas de nível médio.

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