Caderno de respostas inglês ENEM 2021

CAPA
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Caderno de Respostas
8º Simulado ENEM 2021 – 1º Dia
Estratégia Vestibulares – 01/08/2021
INGLÊS
CPF 04523655707
Prof.ª Andrea Belo
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Questões de Inglês
Resolvidas e comentadas por: Prof.ª Andrea Belo
1.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Andrea Belo) A tirinha acima relata:
(A) Um jogo entre Mafalda e um amigo de escola.
(B) A percepção de que o jogo envolvendo a humanidade pode ser perigoso.
(C) A ação de jogar sabendo as consequências.
(D) O intuito de jogar, mesmo se for para entristecer.
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(E) A consciência de que a humanidade precisa mudar.
Comentários:
O enunciado pede que você responda o que a tirinha relata e podemos perceber que, no primeiro quadrinho, Mafalda
diz ao amigo que devem recomeçar algo (start it over) e ele concorda. O adulto, no segundo quadrinho, pergunta qual é o
jogo, pensando que eles vão recomeçar uma brincadeira. Mafalda responde-lhe que estão falando sobre a humanidade, ou
seja, que as pessoas precisam mudar, crítica sempre presente no sarcasmo e pensamento realista de Mafalda.
Portanto o nosso gabarito é a letra E, a consciência de Mafalda sobre a necessidade de mudar.
As demais alternativas não contemplam o que relata a tirinha: jogo, ação de jogar ou intuito de jogar, com vimos na
análise feita, não respondem à questão.
Gabarito: E.
2.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Andrea Belo) Sobre o texto informativo da revista Scientific
American, assinale a alternativa correta a respeito da ideia que o trecho traz
(A) Após a pandemia, todos estão aliviados e a vida volta ao normal.
(B) As pessoas sentem-se aliviadas com o fim do distanciamento social.
(C) Após mais de um ano de uso das máscaras, todos estão aliviados por completo.
(D) Após muito tempo, temos a ideia de quase tudo voltar ao normal.
(E) Com o fim do distanciamento social, acaba o choque antes vivido pela população.
Comentários:
O enunciado pede a alternativa correta sobre a ideia que o texto traz. Temos, no fim do texto, a afirmação: “After more
than a year of masks and social distancing, the idea of overnight returning to mostly normal was a shock to the system”, ou
seja, após um ano usando máscaras e enfrentando o distanciamento social, a ideia de muitas coisas/a maioria/quase tudo
voltar ao normal é o que temos, com ênfase ao termo “mostly” – a maior parte e não tudo.
A única alternativa possível é a letra D, que mostra a ideia de quase tudo voltar ao normal.
As demais alternativas trazem informações tais como a vida voltar ao normal (e não foi totalmente), o fim do
distanciamento (mas ainda não acabou), aliviados por completo (mas ainda se deve ter precaução) e o fim do choque (mas
não acabou totalmente e sim “mostly”).
Gabarito: D.
3.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Andrea Belo) A música é comumente usada por compositores como
instrumento de crítica, emoção, amor, sofrimento, reflexão, polêmica, entre outras intenções.
A canção “Sunday Bloody Sunday”, de U2, retrata
(A) um domingo de guerra entre jornalistas e cantores, ocasionando muitas mortes.
(B) o domingo marcado por notícias do mundo inteiro.
(C) o mês de novembro e um domingo de guerra, cheio de sangue.
(D) um mês e um dia inteiros de guerra na Irlanda.
(E) um domingo marcado por um protesto que acabou em muitas mortes.
Comentários:
A famosa música Sunday Bloody Sunday, da banda irlandesa U2, tem uma história interessante: no auge do conflito
entre o IRA (o Exército Republicano Irlandês, grupo terrorista que buscava a independência da Irlanda do Norte) e o governo
britânico, as autoridades prendiam suspeitos terroristas. Essa repressão acontecia, muitas vezes, sem julgamento, levando
pessoas inocentes a serem presas sem direito de defesa.
Por isso, em 1972, manifestantes foram para as ruas em protesto contra essas prisões. O governo havia proibido
manifestações públicas e, assim, houve um confronto entre os manifestantes e os soldados. As tropas britânicas atiraram
desenfreadamente, feriram e mataram manifestantes no tiroteio.
Assim, o protesto pacífico tornou-se uma tragédia conhecida internacionalmente como “Domingo sangrento”.
A música Sunday Bloody Sunday provavelmente é a canção mais famosa sobre o incidente e trouxe bastante visibilidade
para o U2 nos EUA, devido à atenção que o clipe recebeu. Nos shows, Bono (vocalista da banda) canta a música com uma
bandeira branca, como forma de demonstrar o posicionamento da banda contra tragédias causadas por violência.
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Sendo assim, o gabarito é a letra E. As demais trazem informações não coerentes: guerra entre jornalistas e cantores,
notícias do mundo inteiro, mês de novembro (?).
Gabarito: E.
4.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Andrea Belo) Produções poéticas e artístico-culturais revelam
reflexões, visões de mundo e sentimentos próprios dos autores. Nesse poema, Ogden Nash quer representar
(A) a dor de quem perdeu o charme.
(B) a dor de um amor que foi embora no mês de abril.
(C) a dor e o amor de alguém que nasceu em abril.
(D) uma pessoa, graciosa e cruel ao mesmo tempo, demonstrando seu sentimento.
(E) um amor por alguém que nasceu em abril.
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Comentários:
O enunciado pede para informar o que o poeta quis representar em seu poema. Percebemos que o poema trata de um
amor por alguém que nasceu em abril, demonstrado pelo título (Always Marry An April Girl) e também em “April golden,
April cloudy... April soft... I love April...” Dessa forma, temos o nosso gabarito: a letra E.
As demais alternativas trazem informações que não estão de acordo com o poema, tais como: a dor de alguém que
perdeu o charme, que foi embora no mês de abril, a dor de quem nasceu em abril (mas o autor não nasceu em abril e, sim,
ama quem nasceu nesse mês). Ainda, dizer que é uma pessoa graciosa e cruel que demonstra sentimento está errado,
porque são características do ser amado e não do autor.
Gabarito: E.
5.
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Adapted from Pablo Helguera poems
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Andrea Belo) As charges e tiras são usadas, muitas vezes, para
ironizar situações. Temos, na imagem, uma mulher chorando e um homem sério. A reação do homem é de
(A) ironizar a situação do sofrimento da mulher.
(B) demonstrar que ambos estão aproveitando ao que assistem, com alegria.
(C) responder com silêncio ao apelo da esposa após uma briga.
(D) contar a verdade sobre seu gosto por determinados tipos de filmes.
(E) reagir diferentemente ao assistir a um filme com a esposa.
Comentários:
A charge foi utilizada com o intuito de mostrar a mulher chorando, provavelmente durante uma cena de um filme, e o
marido não se sensibiliza como ela.
O gabarito é letra E, já que ele reage de maneira diferente em relação ao que estão assistindo.
Nas letras A, B, C e D temos informações não comprovadas na história, tais como ironizar o sofrimento da mulher, sem
vestígios disso; aproveitando com alegria não procede; não se sabe se houve uma briga; e ele não conta a verdade sobre
nada, apenas não está sensibilizado como a mulher.
Gabarito: E.
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ESPANHOL
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Prof.ª Nailla Malta
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Questões de Espanhol
Resolvidas e comentadas por: Prof.ª Nailla Malta
Grandes farmacéuticas anuncian un acuerdo de 26.000 millones para zanjar los pleitos sobre
opioides en Estados Unidos
El pacto, que incluye a J&J y tres grandes distribuidoras de medicamentos, destinará los fondos a combatir la
adicción una vez se aprueben en Estados y ayuntamientos
El gigante farmacéutico Johnson & Johnson y tres de la mayores distribuidoras de medicamentos de Estados
Unidos han llegado a un acuerdo de 26.000 millones de dólares con varios Estados para zanjar los miles de pleitos a
los que se enfrentan por la crisis de opioides, que ha llegado a ser declarada una emergencia de salud pública, ha
matado a cientos de miles de estadounidenses en los últimos años y que ha generado una tonelada adictos por mala
información y administración. Una vez ratificado el pacto en los gobiernos estatales y locales, los fondos se destinarán
a financiar servicios de prevención y tratamiento de la adicción en las comunidades afectadas.
Además de J&J, forman parte del acuerdo las empresas Cardinal Health, Amerisource Bergen y McKesson, que
son pesos pesados de la distribución en Estados Unidos, pero el resto del sector farmacéutico sigue litigando con
ciudadanos y autoridades locales de todo el país. En este caso —y en la mayoría— los denunciantes sostienen que las
distribuidoras hicieron caso omiso a las enormes cantidades de envíos de opiáceos prescritos a las comunidades y que
la farmacéutica Johnson & Johnson minimizó la capacidad adictiva de estos productos. Uno de los fármacos que hizo
estragos fue el fentanilo, hasta 50 veces más potente que la heroína.
“Johnson & Johnson, McKesson, Cardinal Health y Amerisource Bergen no solo prendieron la mecha, sino que
alimentaron el fuego de las adicciones a los opioides durante más de dos décadas. Hoy hacemos rendir cuentas a
estas empresas inyectando miles de millones de dólares”, señaló la la fiscal general del estado de Nueva York, Letitita
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James, en un comunicado. James anunció el acuerdo este miércoles por la tarde de forman conjunta con los fiscales
generales de Carolina del Norte, Pensilvania, Nueva York, Delaware y Luisiana. Los Estados y el Distrito de Columbia
(la ciudad de Washington) tienen ahora un plazo de 30 días para revisar las letras pequeñas y, muy especialmente,
el reparto del dinero.
[…]
1. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Nailla Malta) Após a leitura do texto, afirma-se que:
(A) As organizações não governamentais responsabilizar-se-ão pelo financiamento do tratamento de dependentes químicos.
(B) A crise dos opioides foi declarada problema de saúde pública.
(C) Percebe-se que não há participação de empresas maiores na crise atual dos entorpecentes.
(D) Os governos isentaram-se de responsabilidade frente ao problema.
(E) A empresa Johnson & Johnson foi multada em 26 milhões de dólares pela sua participação na crise atual.
Comentários:
(A) O pacto foi firmado entre o governo e grandes empresas; ONGs não foram envolvidas. Alternativa incorreta.
(B) A crise foi declarada um problema de saúde pública porque matou um número altíssimo de estadunidenses.
Alternativa correta.
(C) O acordo para a tentativa de mudar a situação foi feito entre três grandes empresas, logo, há o envolvimento dos
maiores grupos. Alternativa incorreta.
(D) Os governos participam do projeto de combate ao vício em drogas. Alternativa incorreta.
(E) A empresa chegou a um acordo com mais três gigantes para destinar 26 milhões de dólares para o fundo de combate
e prevenção ao vício em opioides. Alternativa incorreta.
Gabarito: B.
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2. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Nailla Malta) O texto acima possui, predominantemente, a
função:
(A) Referencial.
(B) Metalinguística.
(C) Poética.
(D) Emotiva.
(E) Fática.
Comentários:
(A) Textos que possuem a predominância da função referencial são aqueles que trazem informações que circulam em
determinada comunidade, de forma clara e objetiva. Alternativa correta.
(B) Não há o uso de um código para explicar ele mesmo. Alternativa incorreta.
(C) Os textos que trabalham sobre a construção de determinadas mensagens possuem a predominância da função
poética da linguagem. Alternativa incorreta.
(D) A função emotiva é aquela em que o foco está no ponto de vista do emissor da mensagem. Alternativa incorreta.
(E) A função fática está presente em textos que visam testar o canal em que são veiculados. Alternativa incorreta.
Gabarito: A.
3.
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Ciega, sordomuda
Shakira
Se me acaba el argumento
Y la metodología
Cada vez que se aparece frente
A mí tu anatomía
Por que este amor ya no entiende
De consejos, ni razones
Se alimenta de pretextos
Y le faltan pantalones
Este amor no me permite
Estar en pie
Por que ya hasta me ha quebrado
Los talones
Aunque me levante volveré a caer
Si te acercas nada es útil
Para esta inútil
Bruta, ciega, sordomuda
Torpe, traste y testaruda
Es todo lo que he sido
Por ti me he convertido
En una cosa que no hace
Otra cosa mas que amarte
Pienso en ti día y noche
Y no se como olvidarte
Cuántas veces he intentado

Enterrarte en mi memoria
Y aunque diga ya no más
Es otra vez la misma historia
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Por que este amor siempre sabe

Hacerme respirar profundo
Ya me trae por la izquierda
Y de pelea con el mundo
Si pudiera exorcizarme de tu voz
Si pudiera escaparme de tu nombre
Si pudiera arrancarme el corazón
Y esconderme para no sentirme
Nuevamente
[…]
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Nailla Malta) O texto acima:

(A) Revela a traição do interlocutor.
(B) Traz à tona as marcas de dependência emocional.
(C) Trabalha sobre um amor impossível.
(D) Enfatiza as características negativas do eu-lírico.
(E) Tem foco nos sentimentos do emissor pelo seu receptor.
Comentários:
(A) Não há como saber se houve infidelidade da parte do interlocutor. Alternativa incorreta.
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(B) Conseguimos notar a dependência emocional do eu-lírico que se transformou por seu amor, mas, mesmo após o
término, não consegue superar essa história. Alternativa correta.
(C) O amor não é impossível. O mais difícil é fazer com que o emissor esqueça e supere o término. Alternativa incorreta.
(D) As características são usadas pelo eu-lírico para exemplificar o seu papel no relacionamento, mas não há uma ênfase
nelas. Alternativa incorreta.
(E) O foco não são os sentimentos, mas a tentativa de enterrá-los e esquecer o seu amor e a dependência que fala mais
alto. Alternativa incorreta.
Gabarito: B.
4.
Contratiempo
Adrian se despierta en un hotel y encuentra a su amante
muerta y cubierta de dinero. Así que recurre al mejor
abogado defensor, y tratan de averiguar
lo que realmente sucedió la noche anterior.
Prof.ª Nailla Malta
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Nailla Malta) O texto acima caracteriza-se como:
(A) Um texto que, além de resumir a história, permite o posicionamento do autor.
(B) Um texto que reformula uma obra base, opondo-se a ela.
(C) Um texto que apresenta, resumidamente, o conteúdo de uma produção, com o objetivo de antecipar o enredo.
(D) Um texto que apresenta a mesma estrutura e o mesmo encadeamento textual de outro, modificando apenas o conteúdo
e, às vezes, os recursos linguísticos.
(E) Um texto que tem por objetivo apresentar a obra com fidelidade, sem nenhum tipo de intervenção de pontos de vista.
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Comentários:
(A) Não há nenhuma opinião do autor sendo veiculada, o que caracterizaria o texto como uma resenha. Alternativa
incorreta.
(B) A definição apresentada é a da paródia. Alternativa incorreta.
(C) Definição de sinopse. Alternativa correta.
(D) Essa característica é a da paráfrase. Alternativa incorreta.
(E) Essa definição é a de resumo. Alternativa incorreta.
Gabarito: C.
5.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Nailla Malta) Para convencer o receptor, o texto acima utiliza-se
de:
(A) Primeira pessoa do plural.
(B) Modalização da argumentação.
(C) Exposição de sintomas.
(D) Verbos no imperativo.
(E) Imagem de uma autoridade para dar credibilidade à informação.
Comentários:
(A) Não há, no infográfico, o uso de primeira pessoa do plural. Alternativa incorreta.
(B) O texto não apresenta argumentos. Alternativa incorreta.
(C) A exposição dos sintomas tem como objetivo a informação e não a persuasão. Alternativa incorreta.
(D) Verbos no imperativo são os que denotam ordem, conselho ou pedido e, portanto, os mais usados na tentativa de
convencimento. Alternativa correta.
(E) A imagem do médico ilustra a credibilidade das informações, mas não é ela que determina o convencimento do
interlocutor. Alternativa incorreta.
Gabarito: D.
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PORTUGUÊS
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Prof.ª Marina Ferreira
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Questões de Português
Resolvidas e comentadas por: Prof.ª Marina Ferreira
6.
(Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/trip/o-pai-do-armandinho-o-menino-de-cabelo-azul-que-reflete-sobre-arte-a-politica-e-direitos-humanos Acesso em 22 de julho de

2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) A tirinha acima constrói-se a partir de uma função
da linguagem denominada metalinguística. Sua principal característica pode ser observada no texto por meio de
(A) uso expressivo da pontuação.
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(B) metáfora no primeiro quadrinho.

(C) diálogo entre os personagens.
(D) exposição de uma reflexão válida sobre a vida.
(E) referência ao próprio gênero textual.
Comentários:
A letra A está incorreta pois a expressividade da pontuação não corrobora a metalinguagem, mas sim o sentido mais
reflexivo do texto.
A letra B está incorreta pois a metáfora colaboraria mais para a função poética, a partir de um sentido mais conotativo.
A letra C está incorreta pois o diálogo entre os personagens, a rigor, não faz referência ao código, apenas no último
quadrinho isso ocorre.
A letra D está incorreta pois a reflexão sobre a vida demonstra o caráter poético da tirinha, e não exatamente a menção
ao código.
A letra E está correta pois a referência à “última tirinha” está conectada à elaboração do texto.
Gabarito: E.
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7.
Brasileiro é povo que mais sente solidão na pandemia, aponta ranking
Levantamento feito pelo instituto Ipsos ouviu 23 mil pessoas de 28 países; para analista, sentimento tem relação
com os desastrosos índices de mortalidade e contágio na pandemia de covid.
Os brasileiros são o povo que mais se sente solitário, de acordo com os resultados de uma pesquisa que ouviu 23
mil pessoas de 28 países.
Segundo o levantamento, realizado entre 23 de dezembro do ano passado e 8 de janeiro deste ano, 50% das mil
pessoas entrevistadas no Brasil disseram sentir solidão "muitas vezes", "frequentemente" ou "sempre".
O percentual é o maior entre todas as populações ouvidas pela pesquisa, feita pelo instituto Ipsos. Em segundo
lugar vieram os turcos, com 46%, seguido pelos indianos (43%) e pelos sauditas (43%).
(Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2021/03/04/brasileiro-e-povo-que-mais-sente-solidao-na-pandemia-aponta-ranking.ghtml Acesso em 22 de julho
de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Para atingir seu objetivo discursivo, o texto traz
estratégias discursivas importantes. Entre elas, destaca-se a:
(A) utilização de dados estatísticos para comprovar a afirmação da manchete.
(B) confirmação de que a pandemia impôs muitas perdas aos brasileiros.
(C) exaltação do país como aquele cujo povo é caloroso e receptivo.
(D) colocação de números percentuais para trazer um argumento de autoridade.
(E) menção a um instituto conhecido entre os brasileiros.
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Comentários:
A letra A está correta pois os dados confirmam a afirmação de que os brasileiros sentem-se mais solitários que outros
povos.
A letra B está incorreta pois o texto não aborda as dores efetivas que configurariam a solidão do brasileiro.
A letra C está incorreta pois não há a caracterização do povo brasileiro no trecho em destaque.
A letra D está incorreta pois o uso de estatísticas difere do argumento de autoridade.
A letra E está incorreta porque não é o instituto em si que valida a pesquisa, mas é parte do uso da estratégia de dados.
Gabarito: A.
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8.
SOLIDÃO
Rio de Janeiro ,1933
Desesperança das desesperanças...

Última e triste luz de uma alma em treva...
— A vida é um sonho vão que a vida leva
Cheio de dores tristemente mansas.
— É mais belo o fulgor do céu que neva

Que os esplendores fortes das bonanças
Mais humano é o desejo que nos ceva
Que as gargalhadas claras das crianças.
Eu sigo o meu caminho incompreendido

Sem crença e sem amor, como um perdido
Na certeza cruel que nada importa.
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Às vezes vem cantando um passarinho

Mas passa. E eu vou seguindo o meu caminho
Na tristeza sem fim de uma alma morta.
(Disponível em: https://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/solidao Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Vinícius de Moraes foi decisivo no despertamento
da segunda geração modernista para uma seleção temática mais ampla. No soneto acima, o núcleo de significação do poema
aponta para o sentimento do eu lírico que pode ser definido como
(A) apático em relação ao mundo que o cerca.
(B) desesperançado pela falta da pessoa amada.
(C) triste por perceber-se poeta.
(D) confuso graças ao desencontro das paixões.
(E) irritado devido à mudança dos tempos.
Comentários:
A letra A está correta pois o eu lírico afirma que nada para ele é importante, aprendendo, assim, a sobreviver em um
mundo caótico que não lhe traz prazer.
A letra B está incorreta pois não há menção direta a alguma pessoa amada, sequer ao amor, mas sim ao sentimento de
dor.
A letra C está incorreta pois não se fala da sua condição de escritor como algo que acentue a dor.
A letra D está incorreta pois o poema não traz as paixões como o cerne da dor do eu lírico.
A letra E está incorreta pois o poeta não se encontra irritado, mas sim desapontado com a dor que sente e a percepção
de que isso é a vida.
Gabarito: A.
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9.
A falta de contato social no Japão durante a pandemia levou a um aumento no número de suicídios. Para lidar
com essa situação, o Governo japonês, a exemplo do Reino Unido, nomeou um ministro da Solidão. Em 2020, o país
asiático registrou 21.919 suicídios, dos quais 479 eram escolares e 6.976, mulheres. Foi o primeiro aumento em 11
anos.
O ministro da Solidão, Tetsushi Sakamoto, combinará seu trabalho com o de ministro da Revitalização das Regiões
e coordenará uma estratégia entre os ministérios para enfrentar um fenômeno agravado pela queda da natalidade e
a massificação nas cidades.
De acordo com a revista digital Nikkei Asia, a expectativa é que as medidas japonesas para ajudar as pessoas
sozinhas sigam o caminho da estratégia do Reino Unido, que criou em janeiro de 2018 o primeiro departamento (no
caso, um secretário de Estado) para lutar contra uma epidemia social que afeta cerca de nove milhões de britânicos.
Para Junko Okamoto, autora do livro Sekai ichi kodoku na Nihon no ojisan (O mais solitário do mundo: os homens
japoneses de meia idade), um dos primeiros desafios para o novo ministério será compilar estatísticas sobre uma
condição que poucos japoneses reconhecem como um problema. “Muitas pessoas estão sozinhas, mas se recusam a
aceitar isso. É um estigma”, disse em entrevista por telefone. Esta especialista destaca que os japoneses “rejeitam a
conotação negativa da solidão” e destaca que, para o japonês médio, a resistência às adversidades é um dever e a
solidão é um desafio que se assume sem estardalhaço.
(Disponível em: https://brasil.elpais.com/internacional/2021-04-06/japao-ja-tem-ministro-contra-a-solidao.html Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) A frase final do texto revela uma perspectiva
assumida por alguns indivíduos japoneses em relação à solidão. A justificativa para esse comportamento pode ser
evidenciada, segundo o texto, por:
(A) não haver uma luta significativa contra doenças no território japonês.
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(B) não se tratar de um problema para os indivíduos.

(C) não haver conscientização acerca da necessidade do coletivo.
(D) haver um preconceito ao admitir que a solidão é de fato uma questão grave.
(E) não haver políticas públicas que incentivem tratar da questão.
Comentários:
A letra A está incorreta porque há a luta contra isso, tanto que houve a criação de um ministério para lidar com essas
questões.
A letra B está incorreta pois os indivíduos não assumem que é um problema, porém os fatos demonstram essa ocorrência
uma vez que o número de mortes aumentou por questões emocionais.
A letra C está incorreta pois há conscientização na medida em que o governo preocupa-se em trazer o debate à tona.
A letra D está correta pois a autora fala em um “estigma” quanto a aceitar que de fato trata-se de uma doença.
A letra E está incorreta pois há políticas públicas que primam pela saúde mental do japonês, o que pode ser observado
pela criação do ministério.
Gabarito: D.
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10.
Texto I:
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(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)
Texto II:
Esse é dos poucos registros com apenas um personagem da série de fotografias dos trabalhadores das minas. O
homem, numa posição de esforço, carrega um saco de terra nas costas distribuindo o peso com a ajuda da cabeça.
Em primeiro plano vemos uma mão, de outro colega, um ângulo que estimula o espectador a pensar em múltiplas
possíveis leituras: iria o colega ajudá-lo? Seria um sinal de que o colega já havia passado por essa situação e, por
isso, logo o pesadelo teria fim?
A exposição Gold − Mina de Ouro Serra Pelada foi inaugurada em São Paulo com curadoria da esposa do fotógrafo
- Lélia Wanick Salgado. Foram expostas 56 fotografias (31 inéditas, as outras já haviam sido divulgadas em uma
publicação da Taschen).
A mostra também passou por outros destinos, como Estocolmo, Londres, Fuenlabrada e Tallin. A série, que virou
livro, traz a interessante provocação do fotógrafo que traduz o que o motivou a realizar o trabalho:
"O que tem esse metal amarelo e opaco que leva os homens a abandonar os seus lugares, vender os seus
pertences e cruzar um continente para arriscar a sua vida, os seus ossos e a sua sanidade por um sonho?" Sebastião
Salgado
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Na leitura dos dois textos, há um teor crítico à
condição sub-humana enfrentada pelos trabalhadores em minas. Percebe-se, com isso, o papel da arte em
(A) evidenciar a trajetória humana em busca da construção de sua subjetividade.
(B) elaborar a visão do homem como aquele que empreende e transforma o mundo.
(C) denunciar a falta de humanidade a que alguns são submetidos para conseguirem sobreviver no atual sistema político-
econômico.
(D) colaborar para a harmonia entre culturas diversas.
(E) estabelecer a leitura de mundo por meio da qual cada indivíduo enxerga sua realidade.
Comentários:
A letra A está incorreta pois os textos exploram a crítica ao trabalho como algo que pode desumanizar os indivíduos.
A letra B está incorreta pois a visão é negativa em relação às empreitadas humanas.
A letra C está correta pois a série busca a reflexão sobre o comportamento humano de gana, o que traz grande risco
para a vida dos indivíduos.
A letra D está incorreta pois não há menção à harmonia, mas sim à exploração do problema em diversos locais,
demonstrando sua relevância.
A letra E está incorreta pois trata-se de textos com críticas específicas à realidade objetiva dos indivíduos.
Gabarito: C.
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11.
(Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/blog/arte-ao-redor/15-tirinhas-mafalda-quino/ Acesso em 22 de julho de 2021)
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) A quebra de expectativa é o que provoca o efeito
de humor na tirinha de Mafalda. Sobre isso, um outro recurso linguístico que provoca principalmente a reflexão está
(A) no uso da linguagem não verbal no último quadrinho.
(B) no gesto que Mafalda faz no terceiro quadrinho.
(C) na pergunta realizada no último quadrinho.
(D) no uso da expressão “futuro” ao longo dos quadrinhos.
(E) na característica do caranguejo andar para trás.
Comentários:
A letra A está incorreta pois a linguagem não verbal explora o descontentamento da personagem, mas não exatamente
a sua reflexão.
A letra B está incorreta pois o gesto de Mafalda não é significativo para compreender a crítica quanto ao futuro.
A letra C está incorreta pois a pergunta serve para explorar a reflexão, mas ela em si não é o principal recurso.
A letra D está correta pois a expressão “futuro”, nos dois primeiros quadrinhos, é vista como algo que o caranguejo não
está explorando; no último quadrinho, porém, é realizada uma crítica quanto ao futuro, demonstrando que a ação do animal
pode ser inteligente.
A letra E está incorreta pois o fato de o caranguejo andar para trás só explora a crítica que a personagem fará quanto
ao futuro.
Gabarito: D.
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12.
Um casal vive em um imenso casarão no campo. Enquanto a jovem esposa (Jennifer Lawrence) passa os dias
restaurando o lugar, afetado por um incêndio no passado, o marido mais velho (Javier Bardem) tenta
desesperadamente recuperar a inspiração para voltar a escrever os poemas que o tornaram famoso. Os dias pacíficos
se transformam com a chegada de uma série de visitantes que se impõem à rotina do casal e escondem suas
verdadeiras intenções.
(Disponível em: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-241747/ Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Os gêneros textuais podem ser caracterizados,
dentre outros fatores, por seus objetivos. Esse fragmento é um(a)
(A) reportagem, pois busca convencer o interlocutor da tese defendida ao longo do texto.
(B) resumo, pois promove o contato rápido do leitor com uma informação desconhecida.
(C) sinopse, pois sintetiza as informações relevantes de uma obra de modo impessoal.
(D) instrução, pois ensina algo por meio de explicações.
(E) resenha, pois apresenta uma produção intelectual de forma crítica.
Comentários:
A letra A está incorreta pois não há o aprofundamento de um fato que ocorreu na sociedade.
A letra B está incorreta pois não há uma obra esmiuçada em seus detalhes principais, além de tratar-se de uma obra
com função social específica – isto é, um filme.
A letra C está correta pois sintetiza uma produção artística e seus pontos principais.
A letra D está incorreta pois não há sequência de ordens a um interlocutor.
A letra E está incorreta pois não há crítica direta ao filme, dizendo se ele é bom e quais são os gostos daquele que
escreve.
Gabarito: C.
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13.
Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!
Passeio pelo escuro

Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Pra sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus
CPF 04523655707
Eu ando pelo mundo

Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome
Pela janela do quarto

Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo

E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Trânsito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
CPF 04523655707
Exponho o meu modo

Me mostro
Eu canto para quem?
(Disponível em: https://www.letras.mus.br/adriana-calcanhotto/43856/ Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) É comum coexistirem sequências tipológicas em
um mesmo gênero textual. Nesse fragmento, os tipos textuais que se destacam na organização temática são
(A) descritivo e argumentativo, pois o enunciador detalha cada lugar por onde passa, argumentando contra a alienação dos
indivíduos aos problemas sociais.
(B) dissertativo e argumentativo, pois o enunciador apresenta seu ponto de vista sobre as notícias relativas à cidade onde
habita.
(C) expositivo e injuntivo, pois o enunciador fala de seus estados físicos e psicológicos e interage com a mulher amada.
(D) narrativo e descritivo, pois o enunciador conta sobre suas andanças pelas ruas da cidade ao mesmo tempo em que a
descreve objetivamente.
(E) narrativo e injuntivo, pois o enunciador ensina o interlocutor como andar pelas ruas da cidade contando sobre sua
própria experiência.
Comentários:
A letra A está correta pois há, na canção, a temática da cidade sendo explorada sob um ponto de vista e a crítica social
à fome e aos indivíduos que enfrentam questões.
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A letra B está incorreta pois não são contadas exatamente as notícias da cidade, há um tom ficcional na canção.
A letra C está incorreta pois não há menção à mulher amada no texto.
A letra D está incorreta pois não há descrição objetiva da cidade, mas sim uma descrição subjetiva que parte,
principalmente, da visão do eu lírico.
A letra E está incorreta pois não há, prioritariamente, a experiência do indivíduo, mas como ele interage com os demais.
Gabarito: A.
14.
As mensagens de texto são responsáveis por grande parte da comunicação atualmente. Esta forma de se
expressar começou a ganhar força no final da década de 1990 e início dos anos 2000 com o surgimento do ICQ e do
MSN, duas ferramentas que foram muito utilizadas pelos jovens e que são o ponto inicial da evolução das mensagens,
que será abordada nesta matéria. O MSN, por exemplo, já disponibilizava recursos como os emoticons, que hoje são
chamados de emojis e são usados diariamente como forma de comunicação.
Em menos de dez anos, foi consolidado o hábito de se comunicar via mensagens, e diversas inovações foram
lançadas para suprir as novas demandas dos usuários. Surgiram plataformas como WhatsApp, Snapchat, Instagram,
Facebook e muitas outras. O foco, que anteriormente era apenas em mensagens de texto, agora incorpora recursos
de áudio, imagem e vídeo, diversificando as possibilidades oferecidas pelos programas mais antigos.
(Disponível em: https://www.techtudo.com.br/listas/2019/06/icq-msn-sms-e-whatsapp-relembre-a-evolucao-de-mensagens-e-apps.ghtml Acesso em 22 de julho de 2021)
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) O texto permite o desnudamento da sociedade ao
relacionar as tecnologias de informação e comunicação com o(a)
(A) agilidade dos softwares.
(B) passar dos anos.
(C) linguagem.
(D) preconceito.
(E) educação.
Comentários:
A letra A está incorreta pois não menciona exatamente a rapidez dos aplicativos e sim sua evolução no envio de
mensagens.
A letra B está correta pois demonstra que essas ferramentas acompanharam os avanços na comunicação e, com o
passar do tempo, foram capazes de reinventar-se.
A letra C está incorreta pois não há menção direta à linguagem dos aplicativos.
A letra D está incorreta pois não há nenhum estigma comentado no texto.
A letra E está incorreta pois não há menção direta à evolução no aspecto educacional.
Gabarito: B.
15.
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Eu tinha 14 ou 15
Naquele mês em que meus parceiro assinou o primeiro 16
Hoje 33 agrava, 12 já ligava
Na solidão restou nós de mão dada
Sem trava o papo fluía, ela ia onde eu ia
Corda e caçamba nessas ruas sombrias
De um beco nessa noite em meio à friagem
Num mundo de dar medo ela me dava coragem, morô?
E a sintonia monstra, neguim?
Número bom, tamanho perfeito pra mim
Que as outra era pesada, B.O., flagrante
Ela não, bem cuidada, ela era brilhante
Uma na agulha, não perde a linha
Prendada, ligeira tipo as tiazinha lavadeira
Explosiva de cuspir fogo
Quem viu num queria ver duas vez, eu fui com ela de novo
Meu bem
Ó, meu bem
A gente ainda vai sair nos jornais
Ó, meu bem, meu benzinho
A gente ainda vai
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Ó, meu bem, ó, meu bem

A gente ainda vai sair nos jornais
Ó, meu bem, meu benzinho
A gente ainda vai
(Disponível em: https://www.letras.mus.br/emicida/9nha-part-drik-barbosa/ Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) O gênero textual “canção” pode apropriar-se de
uma variante mais próxima à linguagem coloquial, o que está manifesto no texto pelo uso de:
(A) “Explosiva de cuspir fogo”
(B) “Ó, meu bem, ó, meu bem”
(C) “Número bom, tamanho perfeito pra mim”
(D) “De um beco nessa noite em meio à friagem”
(E) “Ela não, bem cuidada, ela era brilhante”
Comentários:
A letra A está incorreta pois não há linguagem coloquial, mas sim linguagem metafórica.
A letra B está incorreta pois não é coloquial o uso do vocativo e da interjeição.
A letra C está correta pelo uso de “pra”.
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A letra D está incorreta pois o uso está em acordo com a linguagem culta.
A letra E está incorreta pois o uso está em acordo com a linguagem culta, utilizando até mesmo a elipse como processo
de coesão.
Gabarito: C.
16.
“Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos. Meu pai, logo que teve aragem dos
onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
– Desta vez, disse ele, vais para a Europa; vais cursar uma universidade, provavelmente Coimbra; quero-te para
homem sério e não para arruador e gatuno. E como eu fizesse um gesto de espanto:
– Gatuno, sim senhor. Não é outra coisa um filho que me faz isto…
Sacou da algibeira os meus títulos de dívida, já resgatados por ele, e sacudiu-mos na cara.
– Vês, peralta? É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Pensas que eu e meus avós ganhamos o
dinheiro em casas de jogo ou a vadiar pelas ruas? Pelintra! Desta vez ou tomas juízo, ou ficas sem coisa nenhuma.”
(Machado de Assis)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) A situação narrada revela uma tensão
fundamentada na perspectiva do
(A) conflito com interesses de poder.
(B) processo de formação cultural quanto aos estereótipos sociais.
(C) medo instaurado pelas ameaças de punição.
(D) choque imposto pela distância entre as gerações de pai e filho.
(E) apego aos protocolos de conduta segundo a masculinidade.
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Comentários:
A letra A está incorreta pois o narrador não se apresenta em conflito com outros grupos de poder.
A letra B está correta pois o narrador revela o pensamento do pai acerca de como ele deveria comportar-se para que
fosse um homem honrado.
A letra C está incorreta pois não há punições sendo diretamente comentadas no trecho.
A letra D está incorreta pois o filho não apresenta uma perspectiva contrária à do pai no trecho.
A letra E está incorreta pois não se trata de uma expectativa direta quanto ao gênero masculino, e sim quanto à honra
do indivíduo.
Gabarito: B.
17.
Naturalmente que ela palestrava. Pois que lhe não faltavam os assuntos nem as capacidades. Mas as palavras
que uma pessoa pronunciava quando estava embriagada era como se estivesse prenhe – palavras apenas na boca,
que pouco tinham a ver com o centro secreto que era como uma gravidez. Ai que esquisita estava. No sábado à noite
a alma diária perdida, e que bom perdê-la, e como lembrança dos outros dias apenas as mãos pequenas tão
maltratadas – e ela agora com os cotovelos sobre a toalha de xadrez vermelha e branca da mesa como sobre uma
mesa de jogo, profundamente lançada numa vida baixa e revolucionante. E esta gargalhada? Essa gargalhada que
lhe estava a sair misteriosamente duma garganta cheia e branca, em resposta à finura do negociante, gargalhada
vinda da profundeza daquele sono, e da profundeza daquela segurança de quem tem um corpo. Sua carne alva estava
doce como a de uma lagosta, as pernas duma lagosta viva a se mexer devagar no ar. E aquela vontade de se sentir
mal para aprofundar a doçura em bem ruim. E aquela maldadezita de quem tem um corpo.
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(Disponível em: https://cs.ufgd.edu.br/download/Lacos%20de%20Familia%20-%20Clarice%20Lispector.pdf Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) O trecho acima faz parte da obra Laços de Família,
de Clarice Lispector, importante figura para a terceira fase modernista. No último período, um uso não convencional se
estabelece a partir do vocábulo “maldadezita” que, no contexto, revela
(A) a amenização do sentido da palavra.
(B) a intensificação do sentido da palavra.
(C) a tentativa de juízo de valor contrário à personagem.
(D) o viés machista com que o narrador se dirige à personagem.
(E) a construção elitista do discurso do personagem.
Comentários:
A letra A está correta pois a ideia é demonstrar que a personagem se encontra mais vaidosa pela forma como descreve
sua carne – alva e doce.
A letra B está incorreta pois não há intensidade na maldade, é uma maldade por ora permitida pelo narrador.
A letra C está incorreta porque não há juízo contrário, e sim favorável à personagem, amenizando o sentido de
“maldade”.
A letra D está incorreta pois não há machismo na cena em questão, já que não é trazida a questão de gênero.
A letra E está incorreta pois não há um discurso elitista, uma vez que a personagem assume um lugar de quem está
embriagada.
Gabarito: A.
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18.
não quero ter você
para preencher minhas partes
vazias
quero ser plena sozinha
quero ser tão completa
que poderia iluminar a cidade
e só aí
quero ter você
porque nós dois juntos
botamos fogo em tudo
Rupi Kaur
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) As escolhas linguísticas feitas pela poeta conferem
ao texto
(A) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
(B) cunho objetivo, pela predominância de imagens metafóricas.
(C) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
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(D) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.

(E) originalidade, pelo uso da linguagem erudita.
Comentários:
A letra A está incorreta pois não há um uso específico da linguagem cibernética, não há abreviações ou menção a esse
contexto.
A letra B está incorreta pois não há tom objetivo na imagem projetada pela poeta.
A letra C está incorreta pois não há gírias no texto, há linguagem coloquial.
A letra D está correta pois a linguagem coloquial é explorada em “botamos” e “aí”, o que dá um tom mais espontâneo
ao texto.
A letra E está incorreta pois a linguagem não é erudita.
Gabarito: D.
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19.
(Disponível em: https://deborasebriam.wordpress.com/2011/07/09/seguranca-na-internet/ Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) A tirinha revela a postura assumida quanto ao uso
social da tecnologia e sua relação com a segurança das informações e dos indivíduos. Tal posicionamento é expresso, de
forma argumentativa, por meio de uma atitude
(A) crítica, expressa pela imagem do olho, referindo-se ao controle das redes.
(B) resignada, expressa pelas perguntas, referindo-se ao meio cibernético.
(C) indignada, expressa pela linguagem não verbal.
(D) agressiva, expressa pela contra-argumentação.
(E) alienada, expressa pela negação da realidade.
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Comentários:
A letra A está correta uma vez que o olho aponta a completa vigilância nas redes; as falas também demonstram um
sistema de vigilância.
A letra B está incorreta pois as perguntas são realizadas pelo ser que exerce o controle; isso não demonstra resignação,
mas um poderio sobre o outro.
A letra C está incorreta pois o personagem parece amedrontado.
A letra D está incorreta pois não há contra-argumentação no texto, mas sim submissão.
A letra E está incorreta pois não se fala sobre alienação na postura do indivíduo.
Gabarito: A.
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20.
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(Disponível em: https://www.todamateria.com.br/violencia-urbana/ Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Os gráficos expõem dados estatísticos por meio
de linguagem verbal e não verbal. No texto, o uso desse recurso
(A) exemplifica o aumento da violência em regiões específicas.
(B) explica o crescimento da confiança nas polícias estaduais.
(C) mostra que a população brasileira está menos violenta nos últimos cinco anos.
(D) indica que as taxas de violência entre os jovens diminuiu.
(E) sintetiza a diminuição do número de homicídios de negros no país.
Comentários:
A letra A está correta pois demonstra o crescimento significativo da violência, a partir do mapa e das legendas.
A letra B está incorreta pois não há menção às polícias estaduais.
A letra C está incorreta pois a população está mais violenta, uma vez que as taxas aumentaram.
A letra D está incorreta pois demonstra que os jovens estão morrendo mais cedo, não havendo um dado específico
sobre a diminuição dos casos de violências.
A letra E está incorreta uma vez que houve aumento do número de homicídios de negros.
Gabarito: A.
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21.
Não outro
"Amanhã será o mesmo dia", pensa o homem antes de deitar. E, tranquilizado, adormece.
Marina Colasanti
(Disponível em: https://www.marinacolasanti.com/2016/07/cronica-de-quinta-6-contos.html#post-page-full Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) O miniconto apresenta sua compreensão final
intimamente ligada ao seu título, uma vez que
(A) revela a intenção esperançosa do personagem.
(B) revela a animação para o passar dos dias.
(C) revela a expectativa quebrada ao pensar que os dias marcam certa monotonia.
(D) revela a morbidez que o faz não desejar viver os próximos dias.
(E) revela a rotina descontinuada dos indivíduos, sempre surpreendidos por novos dias.
Comentários:
A letra A está incorreta pois não há esperança na passagem dos dias, já que seriam iguais.
A letra B está incorreta pois não há um tom animado, e sim tranquilizado.
A letra C está correta pois revela que o autor não considera um novo dia como uma nova possibilidade.
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A letra D está incorreta pois não há menção ao fato de ele não querer viver os próximos dias.
A letra E está incorreta pois há noção de continuidade em “não outro” e “mesmo”.
Gabarito: C.
22.
“Existem três tipos de pessoas. As de cima, as de baixo e as que caem”. Não há melhor frase em O Poço para
iniciar a fábula sádica que é o filme. Em tempos que vivemos um distanciamento social, não só por diferenças políticas,
mas também pela já conhecida estrutura socioeconômica que afasta cada vez mais a população de um país que
batalha por mais igualdade, é de se parabenizar a Netflix por nos dar acesso a uma obra que retrata, de maneira
abstrata, nosso mundo de uma maneira tão assustadora quanto atual.
Situado dentro de uma prisão vertical conhecida como O Poço, o longa é protagonizado por Goreng (Ivan
Massagué, brilhante no papel), um homem que faz por conta própria a escolha de ir para o local com o intuito de
parar de fumar. Lá dentro, ele conhece o velho Trimagasi (Zorion Eguileor), seu “companheiro de cela”. Há meses na
prisão, o ancião explica para o jovem como funciona o dia a dia: não há contato com a luz do sol e nem tempo para
esticar as pernas e se exercitar do lado de fora. A única ação que ambos têm durante todo o tempo é esperar por
uma plataforma de comida que se move para baixo entre os andares todos os dias. Como Goreng e Trimagasi estão
no nível 48 do Poço, eles precisam aguardar que os dois presos em cada um dos 47 níveis acima se alimentem até
que os restos cheguem ao seu andar.
Preparado no nível zero, o luxuoso banquete fica em todos os níveis por apenas dois minutos antes de descer
para o próximo. Nenhum preso pode segurar restos consigo, com o perigo de receber punição. Conforme o tempo
passa, Trimagasi explica para o protagonista que nem sempre eles terão com o que se alimentar e que os presos dos
andares de cima pouco se importam com quem está abaixo. O único alento, e também o maior medo de quem vive
no Poço, é que a cada 30 dias as duplas trocam de lugar aleatoriamente. Quem está no nível um pode ir parar no
147, e quem está no 147 pode ir para o nível um. Essa dinâmica força com que todos os presos passem pelas mais
diferentes situações, o que em alguns casos pode significar atingir o limite que um ser humano pode chegar ao tentar
manter a sanidade passando muita fome.
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Mesmo em sua estreia como diretor de longa-metragem, Galder Gaztelu-Urrutia surpreende com uma narrativa
que usa elementos de filme de horror gore para dissecar a estrutura socioeconômica que vivemos perante o
capitalismo. É uma metáfora sobre os terrores desse sistema, onde cada indivíduo se debulha durante o seu tempo
no topo, enquanto as massas invisíveis no fundo se comem vivas.
(Disponível em: https://www.omelete.com.br/netflix/criticas/o-poco-netflix-critica Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Na construção textual, o autor realiza escolhas
para cumprir determinados objetivos. Nesse sentido, a função social desse texto é
(A) interpretar a obra a partir dos acontecimentos da narrativa.
(B) apresentar o resumo do conteúdo da obra de modo impessoal.
(C) fazer a apreciação de uma obra a partir de uma síntese crítica.
(D) informar o leitor sobre a veracidade dos fatos descritos na obra.
(E) classificar a obra como algo negativo para a sociedade que a consome.
Comentários:
A letra A está incorreta pois não há interpretação da obra em si, mas a opinião de quem escreve sobre os pontos altos
da produção.
A letra B está incorreta pois há modo pessoal ao fazer as caracterizações da obra.
A letra C está correta pois o autor revela seu posicionamento acerca da obra e dá detalhes sobre sua continuidade.
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A letra D está incorreta pois trata-se de uma obra ficcional

A letra E está incorreta pois o autor diz que é uma obra positiva pela crítica que apresenta.
Gabarito: C.
23.
A dona de casa Joice Domingos de Souza, de 35 anos, atendia o filho Kaik, de 8 anos, que assistia a uma aula
pela tevê do quarto e que, sentado em uma almofada no chão, franzia o rosto diante de um exercício de português.
Da sala, Marcos Matheus, de 9 anos, chamou a mãe. O menino caiu aos prantos porque não conseguia entender a
explicação da professora, que ele tentava acompanhar por outro televisor. Enquanto Joice acalmava o garoto, Maique,
de 6 anos, também reivindicou ajuda: o celular em que ele assistia à aula parou de funcionar. “Desde que começou
o ensino à distância, é assim. Preciso fazer rodízio para atender todo mundo”, resignou-se a dona de casa, que mora
com o marido, Marco Antônio Soares, e sete filhos (entre eles, cinco netos de Soares, que o casal adotou legalmente)
em uma casa simples de madeira no bairro Santa Felicidade, em Curitiba. (...)
Apesar de quase ter esmorecido no fim do ano passado, Joice agora tenta incentivar os filhos. Em todo início de
tarde, logo depois de lavar a louça do almoço, a dona de casa reúne os filhos e anuncia, tentando manter a animação:
“Ok, galerinha! É hora de aprender!” Kaik se instala num dos quartos, enquanto os gêmeos Marcos Matheus e Wallison
permanecem na sala, com os cadernos sobre o colo. A uma mesinha colocada no corredor, fica Maique. Kauan, de 14
anos, assiste às aulas pelo celular, no quarto dos pais. Os filhos menores, Giovana e Henrique, ficam em um canto,
rabiscando papéis ou colorindo desenhos. Joice se reveza atendendo as demandas dos filhos, esforçando-se para
mantê-los motivados. Ela, que concluiu o Ensino Fundamental (9º ano) somente depois de adulta em um curso
supletivo, tem que puxar pela memória para ajudar as crianças. O cansaço é inevitável.
O revezamento não se restringe ao apoio da mãe. Os filhos costumam estudar dividindo-se entre as três tevês da
casa (em Curitiba, as aulas são transmitidas por três canais abertos e pela internet). Há aulas complementares pelo
YouTube, atividades extras que chegam por grupos de WhatsApp e videochamadas para tirar dúvidas com os
professores. Como os Souza não têm computador, os filhos se alternam para usar os dois celulares de que a família
dispõe. Todos vivem de forma modesta, com os rendimentos que o marido de Joice consegue como jardineiro e 205
reais que a dona de casa recebe do Bolsa Família, além do auxílio emergencial do governo federal.
(Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/como-dois-e-dois-sao-cinco/ Acesso em 22 de julho de 2021)
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) A coesão textual é responsável por estabelecer
relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Como os Souza não têm computador”, verifica-se que ele estabelece
com a oração seguinte uma relação de
(A) finalidade, já que aponta a necessidade de a mãe trabalhar.
(B) oposição, visto que o dano causado pela pandemia na educação é reversível.
(C) condição, pois é preciso que o computador seja a ferramenta mais utilizada, porém há outras.
(D) causa, uma vez que o motivo de não haver computador é o que justifica o revezamento.
(E) proporção, já que à medida que o computador é utilizado, mais um filho é capaz de aprender.
Comentários:
A letra A está incorreta pois há menção ao revezamento e não ao trabalho da mãe.
A letra B está incorreta pois, nesse trecho, não é comentado o dano provocado pela pandemia, mas sim a dificuldade
de acesso à tecnologia.
A letra C está incorreta pois não se fala das possibilidades, mas sim da falta do computador.
A letra D está correta pois demonstra que essa oração justificaria o revezamento dos celulares.
A letra E está incorreta pois eles não possuem computador.
Gabarito: D.
24.
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Texto I:
Poema de sete faces
Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. [...]
(Carlos Drummond)
Texto II:
Até o fim
Quando nasci veio um anjo safado

O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim.
Já de saída a minha estrada entortou

Mas vou até o fim [...]
(Chico Buarque)
(Disponível em: http://www.domingocompoesia.com.br/2012/04/intertextualidade-na-poesia-ii.html Acesso em 22 de julho de 2021)
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Os textos acima dialogam em sua elaboração por
meio da intertextualidade. Especificamente, o recurso de que se valem denomina-se:
(A) citação
(B) paráfrase
(C) paródia
(D) paradoxo
(E) paronímia
Comentários:
A letra A está incorreta pois não há no texto II menção direta ao autor do texto I.
A letra B está incorreta pois o sentido é subvertido.
A letra C está correta pois tem um tom humorístico e o sentido do texto ganha novo desenho.
A letra D está incorreta pois não há ideias contraditórias e isso não configuraria um tipo de intertextualidade.
A letra E está incorreta pois não há um par de palavras com sons ou grafias semelhantes e isso não configuraria um
recurso de intertextualidade.
Gabarito: C.
25.
Quando as ruas de Londres e outras cidades inglesas assistiram no ano passado a explosões violentas de saques
e incêndios, um detalhe chamou a atenção de sociólogos e outros analistas: o movimento não tinha slogans políticos,
não articulava exigência, nem apresentava protestos. Teóricos tentam explicar a explosão, responsabilizando desde a
ausência de estrutura familiar à pobreza, desemprego, falta de educação formal e de perspectiva, sobretudo para os
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jovens. O sociólogo Zygmunt Bauman, polonês radicado na Inglaterra, tem sua própria versão. Ele viu nos distúrbios
ingleses a expressão radical da sociedade de consumo em que as pessoas buscam sua identidade não naquilo que
são, mas naquilo que consomem e exibem, como se dissessem: “Eu sou o que o que eu compro”. Esse fenômeno faz
parte da fluidez na sociedade de consumo onde não se valoriza o permanente, mas o temporário; onde predomina o
que Bauman chama de modernidade líquida na medida em que nada é sólido ou conserva a forma por muito tempo.
Tudo em mudança, vive-se inconstância, o que provoca insegurança e medo. Bauman é prolixo na produção de
artigos, conferências e livros. Suas obras correm o mundo, inclusive o Brasil onde ele tem uma dúzia de livros
publicados e bem vendidos. Bauman recebeu o Milênio em sua casa em Leeds, norte da Inglaterra.
(Disponível em: https://www.conjur.com.br/2012-jan-27/ideias-milenio-zygmunt-bauman-sociologo-polones Acesso em 22 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Esse texto propõe uma reflexão crítica sobre o
consumismo a partir da visão do sociólogo Bauman, partindo do ponto de vista de que esse hábito
(A) desperta o desejo de ascensão social.
(B) provoca mudanças nos valores sociais.
(C) advém de necessidades suscitadas pela publicidade.
(D) deriva da inerente busca por pertencimento ao grupo.
(E) resulta de um apelo de identidade associada ao consumo.
Comentários:
A letra A está incorreta pois o texto não fala sobre um problema que seja oriundo apenas de um grupo.
A letra B está incorreta pois o texto aponta essa mudança no pensamento, mas não explora os valores impregnados
por esse hábito em si.
A letra C está incorreta pois a publicidade não é mencionada no texto.
A letra D está incorreta pois o consumo está relacionado a uma atitude individual no trecho.
A letra E está correta pois demonstra que a identidade do indivíduo passa a ser materializada por aquilo que ele consome.
Gabarito: E.
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Literatura
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Prof. Wagner Santos / Prof.ª Marina Ferreira
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Questões de Literatura
Resolvidas e comentadas por: Prof. Wagner Santos/Prof.ª Marina Ferreira
26.
Homens do sertão, obcecados na mentalidade das reações cruentas, não convocavam as derradeiras energias
num arranque selvagem.
A história das secas era uma história de passividades. Limitavam-se a fitar os olhos terríveis nos seus ofensores.
Outros ronronavam. Como se estivessem engolindo golfadas de ódio.
E nas terras copiosas, que lhes denegavam as promessas vistoriadas, goravam seus sonhos de redenção.
Dagoberto olhava por olhar, indiferente a essa tragédia viva.
A seca representava a valorização da safra. Os senhores de engenho, de uma avidez vã, refaziam-se da
depreciação dos tempos normais à custa da desgraça periódica.
(José Américo de Almeida. A Bagaceira.)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) O texto de José Américo é lançado em 1928,
versando, como se pode perceber, sobre a seca. Essa temática aproxima-se à produção de
(A) Euclides da Cunha, em sua obra seminal Os sertões.
(B) Manuel Bandeira, em sua obra Libertinagem.
(C) Érico Verissimo, em sua obra Caminhos Cruzados.
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(D) Jorge Amado, em sua obra Seara Vermelha.

(E) Graciliano Ramos, em sua obra Vidas Secas.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque, ainda que a obra de Cunha se passe no sertão nordestino, sua temática não está
relacionada com a seca. Sempre é importante lembrar que essa obra magnífica refere-se à chamada “Guerra de Canudos”,
analisando a posição do nordestino com relação ao poder estabelecido.
A alternativa B está incorreta, porque a obra de Bandeira, em especial em Libertinagem, é uma obra de poesias e dedica-
se a fazer poesias modernistas livres, com temática, principalmente, relacionada à vida que poderia acabar a qualquer
momento. É uma obra pessoalizada ao extremo, sem preocupações, ao menos explícitas, com a seca e o social.
A alternativa C está incorreta, porque Érico, ainda que seja considerado um autor regionalista, é um autor que fala da
cidade. Seu foco são os operários das cidades e em relação à exploração capitalista. É regional, mas não voltada ao Nordeste
com sua seca.
A alternativa D está incorreta, porque a obra de Amado dedica-se, em específico, à situação da zona da mata da Bahia,
sem referências claras à seca, como ocorre na obra de Américo.
A alternativa E está correta, porque, assim como José Américo, Graciliano, em Vidas Secas, constrói sua obra falando
sobre a necessidade de fuga dos sertanejos com relação à seca, que assola o Nordeste e força a fuga de todos. São duas
obras bastante semelhantes quanto à temática.
Gabarito: E.
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27.
Neste ponto, afiamos os ouvidos e ficamos pendurados da boca do Bonzo, o qual, como lhe dissesse Diogo
Meireles que a língua da terra me não era familiar, ia falando com grande pausa, porque eu nada perdesse. E continuou
dizendo: — Mal podeis adivinhar o que me deu ideia da nova doutrina; foi nada menos que a pedra da lua, essa
insigne pedra tão luminosa que, posta no cabeço de uma montanha ou no píncaro de uma torre, dá claridade a uma
campina inteira, ainda a mais dilatada. Uma tal pedra, com tais quilates de luz, não existiu nunca, e ninguém jamais
a viu; mas muita gente crê que existe e mais de um dirá que a viu com os seus próprios olhos. Considerei o caso, e
entendi que, se uma coisa pode existir na opinião, sem existir na realidade, e existir na realidade, sem existir na
opinião, a conclusão é que das duas existências paralelas a única necessária é a da opinião, não a da realidade, que
é apenas conveniente. Tão depressa fiz este achado especulativo, como dei graças a Deus do favor especial, e
determinei-me a verificá-lo por experiências; o que alcancei, em mais de um caso, que não relato, por vos não tomar
o tempo. Para compreender a eficácia do meu sistema, basta advertir que os grilos não podem nascer do ar e das
folhas de coqueiro, na conjunção da lua nova, e por outro lado, o princípio da vida futura não está em uma certa gota
de sangue de vaca; mas Patimau e Languru, varões astutos, com tal arte souberam meter estas duas ideias no ânimo
da multidão, que hoje desfrutam a nomeada de grandes físicos e maiores filósofos, e têm consigo pessoas capazes
de dar a vida por eles.
(Machado de Assis. O segredo do bonzo.)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) Ainda que considerado um autor realista, Machado
de Assis apresenta algumas características que destoam do período Realista. No caso desse texto, encontra-se, como
característica opositiva à estética,
(A) a construção irônica do desenvolvimento de pensamento científico.
(B) a crítica clara à análise social das classes mais poderosas da sociedade.
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(C) a valorização do pensamento científico como explicativo do ser humano.

(D) a crítica à visão histórica da construção do ser humano como ser sem caráter.
(E) a construção de uma descrição extremamente minuciosa dos ambientes e das pessoas.
Comentários:
A alternativa A está correta, porque o trecho apresenta uma explicação de como Bonzo constrói sua teoria. No caso,
temos uma construção irônica do desenvolvimento científico, uma marca de Machado, como quando constrói, por meio de
Quincas Borba, do Humanitismo. Essa, inclusive, é considerada uma característica contrária ao Realismo.
A alternativa B está incorreta, porque Machado de Assis ainda mantém a crítica às classes burguesas, ainda que com a
visão de que é o ser humano o problema e não sua classe. Machado apresenta a ideia de que temos problemas com relação
aos seres humanos, que, sempre que podem, obtêm vantagem sobre os outros.
A alternativa C está incorreta, porque o trecho, como é comum na construção machadiana, apresenta uma visão irônica
da construção científica, extremamente importante para o pensamento realista. Na realidade, Machado brinca, o tempo
inteiro, com a noção da ciência como elemento que “salva” e explica a forma de comportamento humano. Essa é uma visão
reforçada, por exemplo, pelo Humanitismo machadiano.
A alternativa D está incorreta, porque não temos a ideia de uma crítica ao ser humano na construção em questão. No
caso, o Realismo tenta demonstrar a visão diferente da sociedade com relação aos demais seres. É o foco nas classes ricas
que move a crítica realista, fato que Machado também utiliza, ainda que como uma relação aplicável a todos os seres
humanos e não somente aos ricos.
A alternativa E está incorreta, porque a ideia de uma descrição minuciosa é condizente com o que apregoa o Realismo,
sem a construção dessa como uma característica opositiva ao que pensa o momento. Além disso, não temos, no caso,
nenhuma descrição minuciosa no trecho em questão.
Gabarito: A.
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28.
Recordar é preciso
O mar vagueia onduloso sob os meus pensamentos
A memória bravia lança o leme:
Recordar é preciso.
O movimento vaivém nas águas-lembranças
dos meus marejados olhos transborda-me a vida,
salgando-me o rosto e o gosto.
Sou eternamente náufraga,
mas os fundos oceanos não me amedrontam
e nem me imobilizam.
Uma paixão profunda é a boia que me emerge.
Sei que o mistério subsiste além das águas.
(Conceição Evaristo)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) Tendo em consideração que Conceição Evaristo é
uma autora negra de posicionamento crítico bastante forte, pode-se afirmar que o objetivo do texto é
(A) indicar os sentimentos do eu-lírico com relação à construção pessoal do amor.
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(B) valorizar os elementos que servem como salvação para momentos inesquecíveis.
(C) demonstrar que a escravidão deixa marcas e precisa, necessariamente, ser lembrada.
(D) indicar a emoção do eu-lírico com relação às lembranças do passado glorioso do povo.
(E) analisar os mistérios da vida e a forma como esses influenciam a forma de vida do eu-lírico.
Comentários:
Conceição Evaristo é uma autora que não se furta, em suas produções, do posicionamento humano e social. Como
mulher negra, ela desenvolve uma poesia em que discute a posição da mulher na sociedade, bem como a visão social sobre
os negros. Nesse poema, então, percebe-se que há uma série de construções que se aproximam da visão social de que os
negros foram transplantados de suas terras em condição de escravização. Isso fica claro com a ideia de que a eu-lírico é
sempre uma náufraga, transplantada de sua terra e escravizada fora dela.
Gabarito: C.
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29.
Catar feijão
Catar feijão se limita com escrever:
Joga-se os grãos na água do alguidar
E as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo;
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
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açula a atenção, isca-a como o risco.

(João Cabral de Melo Neto)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita –Prof. Wagner Santos) Com relação à função da linguagem apresentada
pelos gêneros, textos colocados socialmente em prática, pode-se analisar que prevalece, no texto de João Cabral, a função
(A) emotiva.
(B) apelativa.
(C) referencial.
(D) metalinguística.
(E) poética.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque, ainda que o autor apresente a visão que tem sobre a escrita da poesia, não tem
o objetivo de demonstrar seus sentimentos como forma objetiva principal. Cuidado para não confundir a demonstração de
sentimentos com a de pensamentos do autor.
A alternativa B está incorreta, porque, no texto em questão, não há objetivo de convencimento do leitor. O autor, ao
apresentar a noção de como constrói textos, não tem o objetivo de convencer o leitor sobre como deve ser a poesia.
A alternativa C está incorreta, porque não temos o objetivo de explicar um tema. Cuidado com essa função, no caso do
poema em questão, dado que temos a construção de uma explicação sobre o que seria a poesia e não uma construção
explicativa realmente. Falar sobre o fazer poético, ainda que possa parecer uma explicação sobre um tema, é, na realidade,
indicar o que significa, para o autor, a escrita poética e como ela se realiza.
A alternativa D está correta, porque o objetivo do texto, no caso, é analisar como a poesia era escrita por João Cabral.
Podemos afirmar, nesse caso, que temos o autor colocando sua forma de pensar com relação à poesia. No caso, é
interessante analisar que temos a construção de uma poesia em que se catam as palavras, retirando-se os excessos e aquilo
que não serve para a escrita.
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A alternativa E está incorreta, porque, ainda que exista função poética no texto de João Cabral, é importante analisar
que o que prevalece, como objetivo do texto (que é a real teoria do que é a função da linguagem), é a análise da escrita da
poesia, fazendo com que tenhamos a função metalinguística como aquela que prevalece.
Gabarito: D.
30.
Mãos
(Bráulio Bessa)
Um poeta agarra um lápis

e escreve uma poesia,
um palhaço pinta o rosto
pra espalhar alegria,
o pintor pinta uma tela
de uma paisagem tão bela,
e a Ana faz um fuxico
usando o poder das mãos
e o amor do coração
faz-se até luxo no lixo.
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um tronco velho de pau

se transforma em escultura.
A arte brota na vida,
a vida brota cultura,
a cultura brota o novo
esculpindo o próprio povo
que se enxerga em toda parte.
Cada calo em sua mão,
fortalece o artesão,
mantém viva sua arte.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) Segundo o eu-lírico do poema “Mãos”,
(A) a escultura do próprio povo é uma metáfora à educação formal.
(B) o uso de elementos pouco comuns à arte fere o preceito da cultura.
(C) a escrita da poesia não deve ser entendida como processo cultural.
(D) a cultura é essencial para a sociedade e surge de todos os seus setores.
(E) a arte deve ser vista como um elemento elitizado e necessário à sociedade.
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Comentários:
O poeta apresenta, em sua construção literária, uma ideia de valorização dos processos culturais. No caso, ele entende
que todos os elementos construídos para a cultura são processos perfeitos e devem ser valorizados. Ao enumerar as formas
de construção artística, o autor apresenta a noção de que tudo é cultura, mesmo que em meio a uma sociedade que não
valoriza essas ideias.
Gabarito: D.
31.
CAPÍTULO VIII/É TEMPO
Mas é tempo de tornar àquela tarde de novembro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a nossa casa e o
trecho da rua em que morávamos. Verdadeiramente foi o princípio da minha vida; tudo o que sucedera antes foi como
o pintar e vestir das pessoas que tinham de entrar em cena, o acender das luzes, o preparo das rabecas, a sinfonia...
Agora é que eu ia começar a minha ópera. "A vida é uma ópera", dizia-me um velho tenor italiano que aqui viveu e
morreu... E explicou-me um dia a definição, em tal maneira que me fez crer nela. Talvez valha a pena dá-la; é só um
capítulo.
(Machado de Assis. Dom Casmurro)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) No trecho em questão, o narrador da obra utiliza-
se, prevalentemente, de qual figura de linguagem?
(A) Metáfora
(B) Comparação
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(C) Metonímia
(D) Personificação
(E) Paradoxo
Comentários:
A alternativa A está correta, porque o autor indica que a vida é um espetáculo operístico. No caso, ele coloca a vida e a
ópera em pé de igualdade, construindo a ideia de que uma é exatamente igual à outra. Não temos a construção de uma
comparação, como poderíamos pensar de forma mais reduzida.
A alternativa B está incorreta, porque, ainda que tenhamos um momento em que o autor parece construir uma
comparação, prevalece, no caso, a metáfora, dado que o narrador iguala a vida a um espetáculo de ópera. Essa, inclusive,
é a grande metáfora da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis, o gênio.
A alternativa C está incorreta, porque não há, nesse caso, nenhuma tentativa de renomear, por meio de uma
característica de um elemento, esse próprio elemento. No caso, temos a construção de uma metáfora, dado que o autor
iguala a vida a um espetáculo de ópera.
A alternativa D está incorreta, porque não temos, nesse caso, nenhuma atribuição de característica humana a elemento
não humano, como normalmente funciona a personificação. Temos, como figura que prevalece, a metáfora, como apontado
em A.
A alternativa E está incorreta, porque o narrador, no trecho em questão, não apresenta uma relação clara de oposição
entre ideias, criando uma nova ideia que feriria a lógica de funcionamento do conhecimento de mundo.
Gabarito: A.
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32.
Pouco havia restado, fossem homens ou animais. Enxadas e foices permanecem largadas nos cantos das
plantações ressequidas pela falta de chuva. Um córrego estreito e malcheiroso fornece água, porém mingua
visivelmente dia após dia, sugado pelo calor intenso que o evapora e deixa o ar úmido e pesado. Ainda há
movimentação no galinheiro e alguns grunhidos na pocilga, o que garante carne na panela para os próximos dias; no
mais, a escassez preocupa. Aguardam uma ordem, um comboio que virá buscá-los e levá-los a outra parte, mas a
consternação aumenta desde que a comunicação com o lado de fora dos muros silenciou. As linhas telefônicas estão
interrompidas há dias, e a última notícia que tiveram é que um oficial há de chegar ao local para uma inspeção final
e os conduzirá ao destino seguinte. De acordo com os cálculos, o oficial está atrasado em pelo menos sete dias, e
isso aumenta vertiginosamente o sentimento de angústia. Tudo o que fazem é aguardar.
(Ana Paula Maia. Assim na terra como embaixo da terra.)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) Ainda que inicial, a construção do trecho em questão
aponta para a compreensão de que há
(A) impossibilidade de resgate dos que estão encarcerados na prisão.
(B) falta de alimentos e de água que coloca em risco a sobrevivência de todos.
(C) comportamento controlado diretamente pelas ordens externas ao local.
(D) igualdade entre homens e animais com relação ao tratamento dentro da prisão.
(E) uma série de seres humanos confinados em um local sem comunicação com o exterior.
Comentários:
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A alternativa A está incorreta, porque, como o texto afirma que se espera a chegada de um comboio que possa salvá-
los, não se pode afirmar que há impossibilidade de resgate dos encarcerados. Pelo contrário, a espera demonstra que ainda
é possível que esse resgate ocorra antes de haver uma piora da situação.
A alternativa B está incorreta, porque o texto apresenta a ideia de que ainda há comida para alimentar os detentos
dentro da prisão. Não há, no momento da narração, uma construção de ausência de comida e de água, fato que pode vir a
existir em outro momento, caso o problema não seja resolvido.
A alternativa C está incorreta, porque, ainda que possamos entender que há espera de uma ordem externa, não há
nenhuma indicação de que eles se comportam somente por meio dessas ordens. Essa ideia é desfeita porque a vida continua,
enquanto se esperam as ordens vindas de fora.
A alternativa D está incorreta, porque, ainda que tenhamos o início indicando que restam homens e animais dentro do
local, não temos a indicação de que eles são tratados da mesma forma. Essa seria, no caso, uma extrapolação com relação
ao apresentado no texto em questão.
A alternativa E está correta, porque o trecho apresenta a ideia de que há homens e animais colocados em um
determinado lugar sem comunicação externa. Percebe-se que eles aguardam por uma solução vinda de fora, sem que ela
realmente seja possível segundo esse primeiro trecho da obra.
Gabarito: E.
33.
Todos ficaram muito intrigados quando o Maneco, logo o Maneco, apareceu com uma russa. Em pouco tempo “a
russa do Maneco” se tornou o assunto principal da turma. Todas as conversas, cedo ou tarde, acabavam na frase “E
a russa do Maneco?”, e daí em diante não se falava em outra coisa. E, claro, quando o Maneco e a russa estavam
com a turma, a russa era o centro de todas as atenções. Os homens de boca aberta, as mulheres tentando ser
simpáticas, mas odiando a russa.
Porque a russa do Maneco era linda como só as russas conseguem ser. Olhos claros e puxados, maçãs do rosto
altas, um lábio inferior cheio e um pouco mais saliente do que o de cima, pele branca como as estepes, cabelos loiros
como os trigais da Geórgia, ou onde quer que nasça muito trigo por lá. E o corpo, o corpo...
(Luis Fernando Verissimo. Amor Verissimo.)
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) A construção do texto apresentado, com relação ao
gênero textual, aponta para a realização de um(a)
(A) romance.
(B) crônica.
(C) conto.
(D) fábula.
(E) novela.
Comentários:
O texto em questão aponta para a construção de uma crônica, dado que temos um tema corriqueiro, que é o
aparecimento de um amigo com uma namorada. No caso, esse tipo de temática, em consonância com o autor do texto,
indica a existência de uma crônica. É sempre interessante que levemos em consideração o autor do texto. Luis Fernando
Verissimo precisa ser conhecido por todos vocês como um autor de crônicas contemporâneas, dado que é o principal escritor
desse tipo de texto na atualidade. Leve sempre em consideração quem constrói o texto, bem como a sua compreensão.
Gabarito: B.
34.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) A poesia concreta é uma das maiores expressões
da contemporaneidade com relação à visão ampliada de poesia. No caso do texto de Fábio Bahia, em questão, pode-se
afirmar que
(A) a necessidade de fé relaciona-se diretamente ao aprendizado do uso do objeto.
(B) a construção “ele quer guardar a chuva” indica que há necessidade de proteção contra ela.
(C) a pobreza dos nordestinos impede-os de comprar um guarda-chuva como o da imagem.
(D) a noção de “objeto estranho” conecta-se diretamente à espera dos nordestinos pela chuva.
(E) o funcionamento do guarda-chuva é um mistério, ainda que seja comum entre os nordestinos.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta, porque a fé a que se refere o poeta está relacionada à permanência de fé na existência e
chegada da chuva. O poeta indica que o guarda-chuva não é utilizado no Nordeste devido à ausência da chuva. Ter fé é
necessário para que tenhamos a saída da situação em que se encontra a região.
A alternativa B está incorreta, porque a ideia veiculada pela frase “ele quer guardar a chuva” está relacionada à ideia de
que a chuva deve permanecer naquele local assolado pela seca. É uma forma poética de dizer-se que a chuva é necessária
à região.
A alternativa C está incorreta, porque não há relação de significados que aproxime a ideia de pobreza com a compra do
guarda-chuva. Percebe-se, no caso, que temos uma construção relacionada à escassez de chuva no Nordeste brasileiro,
indicando o desconhecimento (subjetivo, claro) do objeto por aquele povo.
A alternativa D está correta, porque o autor apresenta um tema social, relacionado à seca do Nordeste. Nesse caso,
como temos pouco uso do objeto naquela região, podemos entender que ele se torna estranho. É uma forma poética de
apresentar o tema social e extremamente importante para a sociedade.
A alternativa E está incorreta, porque a ideia de que não se sabe como o guarda-chuva funciona é uma reafirmação de
que os nordestinos, submetidos a uma situação de seca, não conhecem o uso do objeto exatamente por não o utilizarem
com frequência.
Gabarito: D.
35.
Diana decide escrever sobre as esganadas. Até então, o interesse se restringe ao comentário momentâneo diante
da notícia ou à curiosidade mórbida de leitores daqueles jornalecos sensacionalistas em que o sangue vaza das
manchetes e se coagula nos quadrículos das palavras cruzadas. O que motivaria essa falta de indignação? Quando
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estudava jornalismo e fotografia em Paris, Diana fora a Viena para assistir a algumas palestras de Sigmund Freud. A
psicanálise ainda era causa de escândalo e ela interessara-se pelo assunto. Sabe que esse tipo de crime tem uma
motivação psicológica profunda. Ela quer que as pessoas se conscientizem de que há um assassino repulsivo à solta
pelas ruas e espera que o seu artigo provoque um sentimento de solidariedade. A população precisa ficar alerta a
qualquer atividade suspeita. Seus dedos ágeis martelam a Remington Noiseless portátil, e a matéria começa a tomar
forma.
(Jô Soares. As esganadas.)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof. Wagner Santos) Depreende-se, da leitura do texto, que
(A) as esganadas cometem crimes que necessitam, também eles, de atenção.
(B) a psicanálise não é aceita, em nenhuma instância, no jornalismo brasileiro.
(C) os crimes, de forma geral, são motivados por elementos psicanalíticos distintos.
(D) os assassinatos repulsivos são, em meio à sociedade, os únicos que chamam atenção.
(E) a atividade suspeita é um problema social que merece atenção por parte dos jornalistas.
Comentários:
A leitura do texto, ainda que considerado, claro, um fragmento, apresenta indicações interessantes com relação ao tema.
Percebe-se, pela indignação de Diana, que as esganadas a que se refere o texto cometem crimes que não têm, ao que
parece, chamado a atenção da sociedade, fato que impede, inclusive, a construção de notícias sobre eles. É um trecho
interessante, dado que o autor já indica, claramente, que temos uma forma criminosa de comportamento que não tem
chamado a atenção dos jornais e demais elementos sociais, salvo de Diana, que decide dedicar-se a entender como ocorrem
os possíveis crimes.
Gabarito: A.
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36.
Tome, Dr., esta tesoura, e... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!

Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contacto de bronca dextra forte!
Dissolva-se, portanto, minha vida

Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;
Mas o agregado abstrato das saudades

Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
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Paraíba, 1909
(Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/12228/budismo-moderno Acesso em 25 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) A escrita de Augusto dos Anjos revela aspectos
de contato com a transição proposta no momento de pré-modernismo. Há características, como uma linguagem apoética,
que se manifestam em seus poemas, como pode ser observado no verso:
(A) “Minha singularíssima pessoa.”
(B) “A criptógama cápsula se esbroa”
(C) “Do último verso que eu fizer no mundo!”
(D) “Ah! Um urubu pousou na minha sorte!”
(E) “Todo o meu coração, depois da morte?!”
Comentários:
A letra A está incorreta pois o verso, lido de maneira singular, apresenta a perspectiva emotiva do poema.
A letra B está correta pois as expressões de cunho científico revelam esse aspecto menos poético, predominante na
poética de Augusto dos Anjos.
A letra C está incorreta pois, no contexto, há um tom metalinguístico, o que é bastante comum em poesias.
A letra D está incorreta pois há um tom metafórico nessa expressão, algo comum como um elemento da poesia.
A letra E está incorreta pois o simbolismo expresso no verso fica evidente como um elemento poético.
Gabarito: B.
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37.
É uma coisa bastante uniforme a espécie humana. Boa parte dela passa seus dias trabalhando para viver, e o
pouquinho de tempo livre que lhe resta pesa-lhe tanto que busca todos os meios possíveis para livrar-se dele. Oh,
destino dos homens!
Os Sofrimentos do Jovem Werther
(Johann Wolfgang von Goethe)
(Disponível em: https://www.revistabula.com/4600-os-15-trechos-mais-belos-da-historia-da-literatura/ Acesso em 25 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) O trecho acima faz parte de uma importante obra
para a literatura mundial, na qual se observam características que surgirão no Romantismo. Dentre essas, uma que se
apresenta no texto é
(A) a noção de mal aproveitamento da vida terrena.
(B) o escapismo.
(C) a linguagem simbólica.
(D) a vassalagem amorosa.
(E) a busca pelo amor.
Comentários:
A letra A está correta pois o trecho traz a reflexão de que o tempo de vida é mal gasto e justifica-se com a frase “e o
pouquinho de tempo livre que lhe resta pesa-lhe”.
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A letra B está incorreta pois não se apresenta o desejo de morte no texto.

A letra C está incorreta pois não há linguagem metafórica, e sim denotativa.
A letra D está incorreta pois não há menção à pessoa amada, tampouco a relação de serviço.
A letra E está incorreta pois não há sentimento amoroso exposto no trecho em questão.
Gabarito: A.
38.
O marido era ciumento ou, como ela dizia, suspirando, “ciumentíssimo”. Se Marlene ria um pouco mais alto,
pronto. Vinha o mundo abaixo. O fato é que ele achava a gargalhada da mulher quase uma demonstração de impudor.
Marlene esboçava um protesto:
— Mas que foi que eu fiz, criatura? Eu não fiz nada!
E ele, ressentido, quase ultrajado:
— Fez, sim! Quem ri desse jeito é gentinha!
Teve que eliminar a gargalhada dos seus hábitos. E, junto de Rafael, sofria de inibições tremendas, incapaz de
olhar, de sorrir, de conversar com naturalidade. A família e as amigas estranhavam: “Que é que há? Você que era tão
alegre”. Respondia, com involuntária amargura: “Rafael é um caso sério!”. Em voz baixa, dizia para as amigas íntimas:
“Não me dá uma folga. Faz uma marcação tremenda. Desconfia até de poste!”. Houve quem sugerisse:
— Não seja boba! Reaja!
Reagir como? E o que ninguém sabia, nem Marlene estava disposta a confessar, é que tinha medo do marido.
Rafael possuía um desses temperamentos de ópera, de Cavalleria rusticana; era um bárbaro contido. Certa vez, fizera
uma ameaça concreta. Apertando entre as mãos o rosto da esposa, disse, falando quase boca com boca:
— Se me traíres um dia, eu te mato, juro que te mato!
(Disponível em: https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/nelson-rodrigues/tristeza-vital/?content_link=1 Acesso em 25 de julho de 2021)
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Nelson Rodrigues foi um escritor bastante crítico
ao comportamento da sociedade à época em que escreveu seus contos, suas crônicas e suas peças. Além de explorar os
males experimentados pelos indivíduos, trouxe profunda reflexão sobre como a sociedade afundava em hipocrisia. No trecho
lido, revela-se que
(A) as relações sociais eram pautadas por adversidades relacionadas ao dinheiro.
(B) as relações familiares apresentavam conflitos graças ao modelo cristão que guiava a sociedade naquele tempo.
(C) as relações conjugais apresentavam problemas devido à interferência da família.
(D) as relações familiares eram mais importantes que as relações conjugais.
(E) as relações conjugais apresentavam conflitos velados.
Comentários:
A letra A está incorreta porque o trecho não faz menção ao dinheiro como um potencializador da violência.
A letra B está incorreta pois não há um padrão cristão referenciado no texto, há somente o comportamento violento do
marido.
A letra C está incorreta pois a família interfere para que a mulher não sofra violência, o que não justificaria o problema
conjugal em si.
A letra D está incorreta pois o trecho revela o medo da mulher em relação ao seu marido, o que denota maior importância
ao relacionamento conjugal.
A letra E está correta pois a mulher submetia-se à violência e às ameaças do marido por medo de que algo lhe
acontecesse.
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Gabarito: E.
39.
Texto I:
(Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-18/barroco/#jp-carousel-2697 Acesso em 25 de julho de 2021)
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Texto II:
A CRISTO NOSSO SENHOR CRUCIFICADO
Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,

Em cuja lei protesto de viver,
Em cuja santa lei hei de morrer,
Animoso, constante, firme e inteiro:
Neste lance, por ser o derradeiro,

Pois vejo a minha vida anoitecer;
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um Pai, manso Cordeiro.
Mui grande é o vosso amor e o meu delito;

Porém pode ter fim todo o pecar,
E não o vosso amor que é infinito.
Esta razão me obriga a confiar,

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Que, por mais que pequei, neste conflito

Espero em vosso amor de me salvar.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) Os dois textos configuram-se no momento de
produção barroca, na qual a dialética favorece a produção artística. A relação entre os textos evidencia a figura de Cristo,
em que se encaram o problema da salvação dos homens e a sua relação com a teologia. O par de versos que melhor explora
essa questão temática é:
(A) “É, meu Jesus, a hora de se ver/A brandura de um Pai, manso Cordeiro.”
(B) “Neste lance, por ser o derradeiro, Pois vejo a minha vida anoitecer;”
(C) “Em cuja lei protesto de viver,/Em cuja santa lei hei de morrer,”
(D) “Mui grande é o vosso amor e o meu delito;/ Espero em vosso amor de me salvar.”
(E) “Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,/Em cuja lei protesto de viver,”
Comentários:
A letra A está incorreta pois os versos colocam em evidência o caráter perdoador de Cristo, evidenciando apenas um
aspecto da benignidade do Senhor.
A letra B está incorreta pois é concebida uma metáfora quanto à morte do eu lírico, nesses versos.
A letra C está correta pois os textos apresentam a dialética entre a lei em que se vive e em que se morre, demonstrando
o conflito do eu lírico de seguir as leis teocêntricas e a vontade antropocêntrica.
A letra D está incorreta pois o eu lírico apenas faz menção ao amor e à bondade de Cristo crucificado sem colocar em
questão, nesses versos, o aspecto contraditório do pecado do homem.
A letra E está incorreta pois há a descrição de Cristo crucificado e do problema inicial do eu lírico que, até então, não é
dialético somente com esses versos.
Gabarito: C.
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40.
Sou ligado pela herança do espírito e do sangue
Ao mártir, ao assassino, ao anarquista.
Sou ligado
Aos casais na terra e no ar,
Ao vendeiro da esquina,
Ao padre, ao mendigo, à mulher da vida,
Ao mecânico, ao poeta, ao soldado,
Ao santo e ao demônio,
Construídos à minha imagem e semelhança.
Murilo Mendes
(Disponível em: https://www.culturagenial.com/poemas-modernistas-brasileiros/ Acesso em 25 de julho de 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Marina Ferreira) O processo de elaboração do poema traz um
aspecto de intertextualidade que revela
(A) uma visão espiritualista dos indivíduos e de sua importância.
(B) uma visão deturpada sobre as minorias.
(C) uma visão crítica quanto à religiosidade.
(D) uma visão equivocada sobre o antagonismo entre os indivíduos.
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(E) uma visão contrária à proposição modernista.
Comentários:
A letra A está correta pois demonstra a noção de que o homem é digno graças à noção espiritual de que é um
semelhante.
A letra B está incorreta pois não se fala de minorias, mas há uma abrangência quanto à perspectiva humana.
A letra C está incorreta pois não há crítica à religiosidade; o poema fundamenta-se em um princípio religioso.
A letra D está incorreta pois há o antagonismo entre indivíduos e não se apresenta erro quanto a isso.
A letra E está incorreta pois há amplidão temática na elaboração modernista, o que está em acordo com a proposição
do poema.
Gabarito: A.
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Artes
Prof.ª Celina Gil
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Questões de Artes
Resolvidas e comentadas por: Prof.ª Celina Gil
41.
A estrutura do palco italiano, composto por parede de fundo e por duas paredes laterais, ao encontrar a boca de
cena, forma a “quarta parede”: local onde o drama estaria enclausurado, fechado, concentrado sobre si. O espectador,
por sua vez, aprecia o espetáculo na condição de voyeur, distante da ação.
A “quarta parede” é parte da chamada “suspensão da descrença”, um termo aplicado ao teatro, à literatura e ao
cinema que se refere à vontade de um leitor ou espectador em aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho
de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas, impossíveis ou contraditórias.
É como se a plateia admitisse a presença de uma parede imaginária sem pensar nela, fazendo com que uma
encenação seja tomada como um evento real a ser assistido. Já os atores utilizam essa convenção para buscar
“verdade cênica”, voltando-se de forma mais eficiente à ficção e aos efeitos dramáticos; concentrando, por fim, sua
atenção no palco e não no público.
Entretanto, os espetáculos podem ser encenados com ou sem a “quarta parede”. Assim, temos, também, a
expressão “quebrar a ‘quarta parede’”, que se refere a uma personagem dirigindo sua fala e atenção para a plateia,
relembrando, assim, a todos os presentes, que as ações ali apresentadas não são reais, que tudo ali é fabular. Muitos
artistas se utilizaram e se utilizam desse efeito para incitar a audiência a ver a ficção sob outro ângulo, assistindo-a
de forma menos passiva.
(Disponível em < https://www.spescoladeteatro.org.br/noticia/ponto-a-quarta-parede> Acesso em 21 jul. 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Celina Gil) A quebra da quarta parede tem sido utilizada pelo teatro
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contemporâneo, pois é um procedimento capaz de

(A) promover interação com a plateia que pode, ela mesma, atuar.
(B) incentivar a reflexão da plateia acerca daquilo que está assistindo.
(C) deslocar o espectador para dentro do espetáculo, suspendendo a realidade.
(D) fazer o espectador esquecer que está assistindo a um espetáculo.
(E) alterar a percepção do espectador, ainda que não altere o jogo cênico.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois, ainda que a quebra da quarta parede possibilite isso, não se pode dizer que seja o
objetivo do teatro contemporâneo, segundo o texto.
A alternativa B está correta, pois, de acordo com o texto, a ideia da quebra da quarta parede está em quebrar a ilusão
do espectador, lembrando a ele que o que assiste é um espetáculo. Assim, ele poderia tornar-se menos passivo diante do
que assiste.
A alternativa C está incorreta, pois a ideia é que a quebra da quarta parede incentive a reflexão, não a alienação, o
esquecimento da realidade.
A alternativa D está incorreta, pois a quebra da quarta parede faz o contrário: ela lembra o tempo todo ao espectador
que o que ele assiste é um espetáculo.
A alternativa E está incorreta, pois olhar para a plateia é um modo de alteração do jogo cênico, já que parte do código
teatral é que os olhares da plateia e dos atores não se cruzam.
Gabarito: B.
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42.
SGT. PEPPER'S: O DISCO DOS BEATLES QUE ABALOU O MUNDO
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Em 1967, uma verdadeira revolução cultural começou a partir de mãos jovens. A juventude rejeitava a guerra e
propôs paz e amor, especialmente para dar um basta ao conflito no Vietnã. A psicodelia invadiu as revistas, a televisão
e as ruas. As cores deram vida à moda, que floresceu como nunca nas grandes capitais. No meio de tanta mudança,
uma banda de rock captou o espírito. E lançou o disco considerado um dos melhores já feitos até hoje, o Sgt. Pepper's
Lonely Hearts Club Band. (...)
Mas por que Sgt. Pepper's é considerado um marco? Resumidamente (sim, porque as inovações do disco
renderiam - e já renderam - alguns livros), porque provou que o rock não precisava se limitar a acordes simples e
instrumentos básicos.
O trabalho foi muito além do esquema padrão "guitarra-baixo-bateria", adicionando clarinetas, harpas,
instrumentos indianos e até flertando com uma música eletrônica primitiva. Paul McCartney resumiu assim a
experiência: "Antes tentávamos compor canções pegajosas. O Pepper's foi mais como escrever um romance".
(Disponível em <https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/sgt-pepper-middot-s-disco-abalou-mundo-435573.phtml> Acesso em 21 jul. 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Celina Gil) A capa do disco dos Beatles em questão é representativa
dos ideais da música de sua época, pois trabalha com
(A) instrumentos diferentes dos que eram usados comumente pelas bandas.
(B) diálogos com a literatura, em especial as narrativas longas do romance.
(C) cores complementares, criando uma ideia de simetria e harmonia na composição.
(D) figuras históricas importantes para o momento que vivia a sociedade.
(E) a psicodelia, fazendo uso de muitas cores e formas misturadas.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que isso seja um traço do disco, a pergunta é específica sobre a capa do disco,
portanto sobre a visualidade, não o som.
A alternativa B está incorreta, pois os Beatles citam o romance como uma metáfora, mas não quer dizer que dialogue
necessariamente com a literatura. Há a presença do escritor Lewis Carroll, mas por ser um ídolo da banda e por ter produzido
uma obra considerada psicodélica por eles: Alice no País da Maravilhas.
A alternativa C está incorreta, pois não se pode dizer que a imagem seja simétrica ou harmônica. A arte psicodélica
raramente o é.
A alternativa D está incorreta, pois há muitas outras figuras que são representativas para a banda, mas não
necessariamente para sua época em si.
A alternativa E está correta, pois a psycadelic art é uma tendência dos anos 1960. Aqui, as cores e formas da psicodelia
aparecem nos trajes e na cenografia da capa.
Gabarito: E.
43.
O que é o Orientalismo
Como movimento e campo de estudo, o Orientalismo foi uma temática artística e cultural dos séculos XVIII ao XX
na Europa. Mas após ganhar particularidades institucionais, o seu marco histórico começa em 1810 e termina em
1890.
O Oriente começou a fascinar europeus pelo Império Otomano, hoje equivalente à Turquia. O império abrangia
parte do Oriente Médio, do sudeste da Europa e do norte da África. As embaixadas ocidentais começaram a enviar
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pintores oficiais para registrar paisagens, culturas e encontros. Esse hábito foi além das fronteiras otomanas e se
espalhou mar adentro para abranger a África do Norte, o Egito e o Levante.
Embora existam exemplos de antes do século XIX, o Orientalismo se refere à forma ocidental (especialmente de
ingleses e franceses) de reproduzir cenas, cenários e motivos do Oriente, principalmente pintura, arquitetura e outras
manifestações de arte naquela época.
Alguns artistas até tinham a intenção de representar o Oriente de forma realista, mas a maioria dos europeus
gostava de incrementar as suas obras com o suposto ar “exótico” vindo do outro lado do mundo. Essa inclusão de
culturas e hábitos era feita de maneira genérica, sem respeitar a individualidade de cada país. Assim, o Orientalismo
abarcou uma variedade de assuntos e gêneros — de ambientes domésticos a epopeias históricas e bíblicas.
(Disponível em <https://archtrends.com/blog/orientalismo/> Acesso em 21 jul. 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Celina Gil) De acordo com o texto, parte da prática artística do
Orientalismo envolve uma
(A) representação mais realista do oriente, com tudo o que ele tem de mais exótico e atraente.
(B) vontade antiga da arte europeia de aprofundar seus conhecimentos sobre o Oriente Médio.
(C) presença constante de pinturas incomuns na arte europeia de então, como cenas históricas ou bíblicas.
(D) tendência à exotização, distorcendo as percepções de acordo com as expectativas europeias.
(E) atração por tudo aquilo que era exótico, abarcando também elementos das Américas recém-descobertas.
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Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto indica que o Orientalismo é uma tendência que, na maior parte das vezes,
cria uma imagem exótica do tema, muito menos realista.
A alternativa B está incorreta, pois o texto indica que o que move os artistas não é o desejo de conhecer mais sobre o
Oriente, mas de representar o deslumbramento que se sentia em relação a esses locais.
A alternativa C está incorreta, pois esses dois temas são bastante comuns na arte europeia, seja ela influenciada pelo
Orientalismo ou não.
A alternativa D está correta, pois o texto indica que era muito comum que se reproduzissem estereótipos ou ideias do
que deveria ser o Oriente, muito mais do que uma verdade absoluta sobre aquele lugar.
A alternativa E está incorreta, pois além de terem sido obras produzidas após a colonização das Américas, a tendência
de representar as colônias não se chama Orientalismo. Isso é uma tendência específica.
Gabarito: D.
44.
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(Disponível em <https://unsplash.com/photos/3ugLSp6jNxo> Acesso em 21 jul. 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Celina Gil) O edifício Copan, localizado em São Paulo, é um dos
marcos da arquitetura modernista. Projetado por Oscar Niemeyer, o edifício tem como características fundamentais desse
estilo arquitetônico
(A) as linhas curvas e janelas contínuas.
(B) a fluidez da planta e a altura muito elevada.
(C) uso de cores claras e vidro no exterior.
(D) linhas retas e janelas estreitas.
(E) escadas exteriores e heliporto.
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Comentários:
A alternativa A está correta, pois ambos os elementos são características fundamentais da arquitetura modernista no
Brasil e de Oscar Niemeyer.
A alternativa B está incorreta, pois altura muito elevada não é necessariamente uma característica modernista da
arquitetura. Há muitos prédios mais baixos também.
A alternativa C está incorreta, pois o uso de cores não é tão característico do modernismo quanto o concreto ou o branco
na arquitetura.
A alternativa D está incorreta, pois aqui ocorre o contrário: as linhas são mais curvas e as janelas são mais longilíneas.
A alternativa E está incorreta, pois o heliporto não é um elemento característico da arquitetura modernista no Brasil.
Gabarito: A.
45.
Provavelmente, você já deve ter visto que os indígenas possuem pinturas corporais características, mas já se
perguntou o que elas significam? Os indígenas carregam no corpo e no rosto a identidade cultural de seu povo. As
pinturas são as marcas de muitas etnias e são diferentes para cada ocasião. As tintas são feitas de elementos naturais,
como urucum e jenipapo, e podem manter-se na pele por um período de 15 a 20 dias.
Segundo a mestranda em Antropologia Eliene Putira, que também é presidente da Associação dos Povos Indígenas
Estudantes na UFPA, cada traço tem um significado. A pesquisadora ressalta que o significado das pinturas depende
de cada etnia, ou seja, uma mesma pintura pode ter significados diferentes dependendo da etnia que a faz. Existem
desenhos que demonstram sentimentos, desde os mais felizes até os de revolta e indignação pelos problemas
enfrentados pelos povos.
“Muitas pessoas fazem pinturas, porque acham bonitas, mas nem sempre as pinturas bonitas significam alegria.
Muitas vezes significam luto, tristeza e passagem”, alega Eliene Putira. A professora comenta que as pinturas são,
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ainda, a identidade dos povos e, por meio delas, podem identificar também à qual etnia pertencem. Outra
característica representada pela arte são as peles de animais como jabutis, cobras, entre outros.
(Disponível em <https://portal.ufpa.br/index.php/ultimas-noticias2/9573-pinturas-corporais-indigenas-sao-marcas-de-identidade-cultural> Acesso em 21 jul. 2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Celina Gil) A pintura corporal indígena, de acordo com o texto,
(A) representa diferentes sentimentos para aqueles que as usam, frequentemente de modo figurativo.
(B) unifica os povos indígenas em torno de uma expressão comum a todos eles, em forma e significado.
(C) é estudada como uma forma de maquiagem, muito mais do que como expressão de cultura tradicional.
(D) é uma demonstração da essência cultural de um povo, não devendo ser usada de maneira indiscriminada.
(E) indica dados sobre quem as usa, podendo ser alterada de maneira individual, mesmo dentro da mesma etnia.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois não se fala necessariamente em pinturas figurativas. Tanto que muitas pessoas não
identificam seu significado.
A alternativa B está incorreta, pois o texto indica que cada povo tem sua própria forma de expressar tradições pela
pintura corporal.
A alternativa C está incorreta, pois o texto indica que ela é estudada como patrimônio cultural, não maquiagem – pelo
menos não no nível social.
A alternativa D está correta, pois o texto indica que muitas pessoas reproduzem pinturas corporais indígenas apenas por
questões estéticas, mas isso ignora o que mais importa, que é a representação da cultura de um povo.
A alternativa E está incorreta, pois o texto deixa claro que as pinturas são codificadas a depender da etnia, logo, não é
uma decisão individual, subjetiva.
Gabarito: D.
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Filosofia
Prof.ª Gabriela C. Garcia
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Questões de Filosofia
Resolvidas e comentadas por: Prof.ª Gabriela C. Garcia
46.
O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos
do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do
jogo intelectual, assim como do jogo político.
Vernant, J.P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Gabriela C. Garcia) Na configuração política da democracia grega,
em especial a ateniense, a ágora tinha por função
(A) agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
(B) ser um espaço privado por excelência, da cultura e política da vida social dos gregos.
(C) reunir os aristocratas para decidir, em assembleias fechadas, os rumos a serem tomados em caso de guerra.
(D) agrupar a comunidade para escolher representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.
(E) reunir cidadãos atenienses para debater os seus problemas; era um espaço público da cultura e política da vida social
dos gregos.
Comentários:
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Essa questão exige conhecimento sobre o que é democracia na Grécia antiga. Na democracia, o poder conta com a
participação dos cidadãos. Os cidadãos passaram a participar cada vez mais das assembleias na ágora, a partir dos
ensinamentos da retórica, da oratória e da persuasão, ensinados pelo sofistas. O que fez com que o desenvolvimento da
pólis fosse mais eficiente na busca pelo ideal da isonomia e da isegoria, já que quanto maior fosse a participação, mais gente
haveria nas tomadas de decisões políticas da pólis. Assim, maior era o exercício da democracia.
A ágora consiste no espaço público onde ocorriam as assembleis que tinham por objetivo discutir os problemas da pólis.
O comando da questão quer saber o que é ágora.
(A) A alternativa está incorreta. A ágora faz-se presente no contexto da democracia ateniense e não era algo que ocorria
em torno do rei. As discussões eram feitas nos espaços públicos.
(B) A alternativa está incorreta. A ágora era um espaço público por excelência.
(C) A alternativa está incorreta. O espaço era dedicado aos cidadãos.
(D) A alternativa está incorreta. Não condiz com a democracia ateniense, visto que ela permitia que os cidadãos falassem
na própria ágora, não era um lugar de eleição.
(E) A alternativa está correta. Na ágora ocorriam as assembleias, que eram de conhecimento de todos e o corpo de
cidadão era bem-vindo.
Gabarito: E.
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47.
“Só sei que nada sei.”
(Sócrates)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Gabriela C. Garcia) Essa frase, atribuída a Sócrates, representa
muito de sua teoria. Nesse contexto, o filósofo acreditava que
(A) os mitos sabiam de tudo.
(B) o governo era quem sabia de tudo.
(C) ninguém sabia nada.
(D) alguém sabia de tudo.
(E) o conhecimento está em constante construção.
Comentários:
Esse grande filósofo do período clássico grego foi um dos grandes pensadores da filosofia ocidental. Ainda que vivesse
em uma sociedade politeísta e com grande apego cultural, ele não trabalhava com uma consciência mítica. Seu propósito
estava na procura pela verdade, a qual poderia ser buscada por meio de um método chamado maiêutica. Por meio deste,
ele questionava seus interlocutores quanto à veracidade de suas posições. Nesse contexto, ele acabava por colocar em
dúvida tudo aquilo que a sociedade tinha como verdade até aquele momento. Não por menos, essa mesma sociedade
executou-o após um julgamento, no qual ele foi condenado a tomar cicuta (forma de execução desse período -
envenenamento), pois foi julgado como “corrompedor da juventude”. Importante considerar que ele teve a oportunidade de
fugir e por suposto não morreria (naquele momento), todavia recusou a oferta de seus discípulos e acatou a decisão da
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sociedade. Fugir seria decretar sua culpa. Veja, Sócrates tinha relação com essa sociedade, já houvera lutado ao lado de
seus compatriotas em outras guerras. Ademais, ensinava alunos em praça pública, junto ao grande Platão. Nesse contexto,
ainda que não concordasse com a decisão do tribunal e mesmo não sendo culpado por aquilo de que estava sendo acusado,
acolheu o julgamento feito por essa sociedade.
(A) Essa alternativa está incorreta. Conforme o comentário acima, ainda que tenha nascido em uma sociedade de cultura
mítica, o filósofo rompe com esse pensamento e propõe-se a questioná-la.
(B) Essa alternativa está incorreta. Veja que o governo executou a pena de Sócrates, a qual ele cumpriu, mas o motivo
não estava na sabedoria do governo, mas no próprio questionamento de seu julgamento.
(C) Essa alternativa está incorreta. A sua filosofia está pautada na busca pelo conhecimento. A questão não era somente
ignorar o pouco conhecimento individual, mas olhar para todo aquele conhecimento que estava por vir.
(D) Essa alternativa está incorreta. Ninguém sabia de tudo.
(E) Essa alternativa está correta. Essa alternativa resume bem o pensamento de Sócrates.
Gabarito: E.
48.
“Segundo a lei, há escravo e homem reduzido à escravidão; a lei é uma convenção segundo a qual todo homem
vencido na guerra se reconhece como sendo propriedade do vencedor.”
(Aristóteles. A política, s/d.)
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Gabriela C. Garcia) Segundo seu conhecimento histórico, qual das
alternativas abaixo descreve melhor o pensamento desse filósofo:
(A) No período de Aristóteles, a Moral era contrária à escravidão.
(B) Por ser um pensador político, defendia a lei acima de tudo.
(C) A escravidão já havia sido abolida pela sociedade, mas a lei ainda não havia mudado.
(D) Questionava o tráfico de escravos como forma de enriquecimento.
(E) Aristóteles era um homem de seu tempo e nesse período a escravidão era presente.
Comentários:
Coloquei essa questão, pois temos a tendência de idealizar os pensadores. Contudo, cada pessoa é fruto de seu tempo.
Assim, na Grécia antiga, a escravidão era permitida, principalmente como espólio de guerra. Dessa maneira, não devemos
ser anacrônicos quando estudamos os filósofos, enquadrando-os nos pensamentos fora de seu tempo. Sim, Aristóteles foi
um pensador que nos deixou muitas contribuições em diversos campos da ciência, mas sempre é importante visualizá-lo
como ser humano. Atualmente, a escravidão é vista como imoral e não é mais aceita em nossa sociedade. Certamente, não
podemos mais pensar em condições de vida desse tipo. Entretanto, a história tem suas páginas de sangue. Importante você
perceber que a ética é um processo em construção e mesmo um dos pais da ética não foi capaz de colocá-la em dez passos
para ser feliz.
(A) Essa alternativa está incorreta. Nesse período, a Moral não era contrária à escravidão.
(B) Essa alternativa está incorreta. Perceba que o texto não tem relação com a frase, ainda que o aspecto legal tangencie
o debate, o assunto principal está relacionado à escravidão.
(C) Essa alternativa está incorreta. O comentário acima já deixou claro o erro desta alternativa.
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(D) Essa alternativa está incorreta. O tráfico de escravos não é o assunto principal desta passagem.
(E) Essa alternativa está correta. Conforme apontado no comentário, essa alternativa descreve bem o período em
que viveu Aristóteles.
Gabarito: E.
49.
A filosofia de Agostinho (354 – 430) é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções
de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo,
ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-
se cristão).
PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François (org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p.77.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Gabriela C. Garcia) Ao comparar os pensamentos de Agostinho e
Platão, nota-se forte influência do filósofo grego sobre o filósofo de Hipona. Aponte a alternativa que melhor se encaixa à
teoria de Agostinho.
(A) Agostinho dizia ser o homem uma alma racional que se serve de um corpo imortal.
(B) Distingue, na alma, dois aspectos: a razão infinita e a razão inteligível.
(C) A razão inferior tem por objeto o conhecimento da realidade divina e mutável, como a ciência.
(D) A razão superior tem por objeto a sabedoria, isto é, o inteligível, para elevar-se até Deus.
(E) Na razão inferior dá-se a iluminação de Deus.
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Comentários:
Para responder a essa questão é necessário dominar os conceitos da filosofia de Agostinho, ter conhecimento da
influência de Platão em sua filosofia, da teoria da iluminação divina e da valorização da fé como algo superior à razão.
Agostinho acreditava somente nas verdades vindas de Deus e a fé seria a única forma de fazer uso pleno da razão.
Agostinho dizia ser o homem uma alma racional que se serve de um corpo mortal e terrestre. Com isso ele expressa o seu conceito
antropológico básico. Também distingue, na alma, dois aspectos: a razão inferior e a razão superior. A razão inferior tem por objeto o
conhecimento da realidade sensível e mutável, como a ciência, por exemplo, um conhecimento que permite cobrir as nossas
necessidades. Já a razão superior tem por objeto a sabedoria, isto é, o conhecimento das ideias, do inteligível, para elevar-se até Deus.
Nessa razão superior dá-se a iluminação de Deus.
O comando da questão pede que assinale alternativa que melhor se encaixa à teoria de Agostinho.
(A) A alternativa está incorreta. Para o filósofo, o homem é uma alma racional que se serve de um corpo mortal e
terrestre.
(B) A alternativa está incorreta. Distingue duas razões sim, mas a uma ele denomina razão superior e à outra de razão
inferior.
(C) A alternativa está incorreta. Tais características são da razão superior e não inferior.
(D) A alternativa está correta. Exato, essa afirmação condiz com o pensamento de Agostinho, como descrito nos
comentários.
(E) A alternativa está incorreta. É a partir da razão superior que se dá a iluminação divina.
Gabarito: D.
50.
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[...] enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse
alguma coisa. E, notando que esta verdade eu penso, logo existo era tão firme e tão certa que todas as mais
extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo,
como o primeiro princípio da filosofia que procurava”
DESCARTES, René. Discurso sobre o método. São Paulo: Abril Cultural, 1973. P. 54. (Coleção Os Pensadores)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Gabriela C. Garcia) A dúvida metódica ou dúvida hiperbólica, foi
um método adotado por Descartes para chegar a uma verdade inabalável. Sobre tal verdade pode-se afirmar que
(A) a verdade não pode ser encontrada, por isso Descartes é conhecido por seu ceticismo.
(B) mesmo diante do cogito, Descartes não conseguiu encontrar um fundamento para sua filosofia.
(C) a dúvida leva à certeza da própria existência.
(D) a verdade depende do pensamento e a experiência é que produz o pensamento.
(E) a verdade depende da experiência vinda dos sentidos.
Comentários:
Para responder a essa questão, compreender o método cartesiano é fundamental. Descartes acreditava que somente o
que for claro e distinto é que pode ser verdadeiro e indubitável, e que somente a razão pode chegar a essa clareza e
distinção. Os sentidos não são confiáveis, eles podem nos enganar. A sensação e a percepção são sempre confusas e devem
ser abandonadas quando o pensamento formula as ideias puras, que dependem apenas da atividade intelectual e que
servem para explicar, classificar, compreender e dar sentido às sensações e percepções. A passagem da sensação para a
percepção é, nesse caso, um ato realizado pelo intelecto do sujeito.
Obedecendo ao comando da questão, a resposta deve conter o que é claro e distinto para Descartes.
(A) A alternativa está incorreta. Descartes era um filósofo racionalista e acreditava que a razão pode alcançar verdades
inabaláveis.
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(B) A alternativa está incorreta. Foi exatamente a partir do cogito (penso) que Descartes chegou à verdade inabalável
de que pensar é existir.
(C) A alternativa está correta. Duvidar é pensar. Se eu duvido eu penso e se eu penso eu existo. “Penso, logo
existo.” Essa foi a primeira verdade que ele encontrou.
(D) A alternativa está incorreta. Pensar na experiência como matéria-prima da ideia corresponde ao pensamento dos
empiristas, que são contrários ao pensamento de Descartes.
(E) A alternativa está incorreta. Novamente, são os sentidos que permitem a experiência e Descartes dizia que eles nos
enganam, por isso o conhecimento vindo da experiência não é confiável.
Gabarito: C.
51.
“As percepções da mente humana se reduzem a dois gêneros distintos que chamarei impressões e ideias. A
diferença entre estas consiste nos graus de força e vividez com que atingem a mente e penetram em nosso
pensamento ou consciência. As percepções que entram com mais força e violência podem ser chamadas de
impressões; sob esse termo incluo todas as nossas sensações, paixões e emoções, em sua primeira aparição à alma.
Denomino ideias as pálidas imagens dessas impressões no pensamento e no raciocínio, como, por exemplo, todas as
percepções despertadas pelo presente discurso, excetuando-se apenas as que derivam da visão e do tato, e
excetuando-se igualmente o prazer ou o desprazer imediato que esse mesmo discurso possa vir a ocasionar. Creio
que não serão necessárias muitas palavras para explicar essa distinção. Cada um, por si mesmo, percebe
imediatamente a diferença entre sentir e pensar".
David Hume, Tratado da natureza humana. São Paulo, Unesp, 2009. Adaptado)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Gabriela C. Garcia) A partir da leitura do texto e de seus
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conhecimentos sobre a filosofia de David Hume assinale a alternativa correta.

(A) Nem todo conhecimento tem origem nas experiências realizadas no mundo sensível, que são matéria-prima para as
ideias.
(B) Tudo o que está em nossa mente origina-se no sujeito pensante, não são percepções imediatas.
(C) As ideias seriam a lembrança das impressões, a que o filósofo denomina de fantasia.
(D) O termo percepção refere-se a tudo o que se apresenta à mente humana, que são tanto as impressões quanto as ideias.
(E) As ideias são mais fortes e as impressões mais fracas, visto que as impressões são imediatas e a ideias são lembranças
das impressões.
Comentários:
Para responder a essa questão, é preciso ter conhecimento sobre a filosofia empirista de Hume, além de realizar uma
boa interpretação do texto disponibilizado. Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão quando sua filosofia
nos diz que as ideias são lembranças das impressões dos sentidos (experiência). Por isso, as experiências são matéria-prima
para as ideias. Essa é filosofia empirista de Hume.
O comando da questão pede que assinale a alternativa correta quanto ao pensamento empirista de Hume.
(A) A alternativa está incorreta. Pelo contrário, todo conhecimento tem origem nas impressões, que vem das experiências
realizadas no mundo sensível.
(B) A alternativa está incorreta. Tudo o que está em nossa mente origina-se na ideia.
(C) A alternativa está incorreta. As ideias podem ser simples ou complexas; as ideias simples têm um correspondente
com o mundo real, portanto não podem ser denominadas de fantasia.
(D) A alternativa está correta. Exato, e se você atentar ao texto, logo no início ele já faz essa explanação.
(E) A alternativa está incorreta. É o contrário do que se afirma no início da alternativa. As ideias são mais fracas e as
impressões mais fortes, na teoria empirista de Hume.
Gabarito: D.
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52.
" O Homem está condenado a ser livre"
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. In: Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 3-32.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Gabriela C. Garcia) Qual é a reflexão feita por Sartre para realizar
essa afirmação?
(A) O Estado já julga e condena o nascituro.
(B) Não existe espaço para a liberdade.
(C) Deus definiu nossa condição com o livre-arbítrio.
(D) A liberdade não é vista com bons olhos pelo filósofo.
(E) É condenado porque não escolhe existir, assim como não pode escolher deixar de ser livre.
Comentários:
O filosofo existencialista acreditava que nossa essência é formada após a nossa existência. Não haveria, em seu
pensamento, habilidades inatas. Nesse sentido, ele acreditava que, como você não pode escolher existir, ao mesmo tempo
também não tem a possibilidade de ser livre ou controlado. Não há escolha. Por isso, ele faz essa afirmação forte, usando a
palavra condenação.
(A) Essa alternativa está incorreta. Eu sei o que você está pensando: “Que linguajar, hein, professora?!” Acontece que
o ENEM é uma prova que exige muito vocabulário e você deve estar preparado para isso. Outra coisa, não se desespere
frente a uma alternativa como essa. Vá para as outras alternativas para eliminar as que você tem certeza de que não estão
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corretas ou assinalar a reposta correta. Mas vamos lá! Nascituro é um termo jurídico que indica que existe uma vida, mas
ainda está no útero da mãe. Ao que parece, o Estado não julga nem condena o nascituro a ser livre, pelo menos não pela
lei. O pensamento do filósofo não está ligado às instituições nessa frase.
(B) Essa alternativa está incorreta. A liberdade está presente até nos contextos mais difíceis, segundo o autor.
(C) Essa alternativa está incorreta. Esse pensamento está mais adequado ao pensamento de Santo Agostinho de Hipona,
pensador da Idade Média que trabalhou com a ideia do livre-arbítrio.
(D) Essa alternativa está incorreta. Não há julgamento moral pelo autor, mas sim a consolidação de sua existência.
Portanto, ele não acha que a liberdade seja ruim.
(E) Essa alternativa está correta. É exatamente essa a reflexão que o filósofo faz ao escrever essa frase.
Gabarito: E.
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Sociologia
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Prof.ª Alê Lopes
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Introdução
Olá, aluno/aluna do Estratégia Vestibulares!

É com grande alegria que apresento a você a correção das questões
de Sociologia do nosso 8º Simulado ENEM do Estratégia Vestibulares. Espero
que você tenha ido muito bem para somar-se à nossa família de Corujas
Estratégicas!
Para que você me conheça um pouquinho, peço licença para
apresentar-me.
Meu nome é Alessandra Lopes, mas pode chamar-me de Alê. Permita-me fazer
uma breve apresentação da minha trajetória. Sou formada pela UNICAMP, Mestra
em Ciência Política pela mesma Universidade. Desde 2004, dou aulas de História,
Sociologia e Humanidades em cursos preparatórios para vestibulares, para o ENEM e
até para concursos públicos.
Conheço muitos sistemas de ensino, materiais e abordagens que existem nesse “mundo dos vestibulares”. Já escrevi
muitos materiais preparatórios. Posso afirmar, com segurança, que já contribuí para a aprovação de muitos alunos nas mais
variadas e concorridas universidades Brasil afora: USP, UNICAMP, UNIFESP, UNESP, UFRJ, UFSC, UEA, UEL, UFBA, FGV,
PUC-SP, UnB, UERJ, UFGRS, UFPR, PUC, FGV, EsPCEx, entre outras.
Nesse tempo todo, tenho acompanhado tudo o que os vestibulares cobram, quais são seus padrões e surpresas,
bem como as mudanças feitas ao longo dos anos. Essa experiência toda me permitiu criar um método de ensino
capaz de fazer você APRENDER sociologia e de gabaritar as questões dessa matéria nos principais vestibulares
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do país.
Assim, é com grande alegria que faço um convite para você conhecer mais profundamente o Estratégia Vestibulares.
Sei que podemos ajudar você nessa jornada até sua aprovação!
Venha comigo: com foco, força, fé e café
você chegará lá!!!!
Já aproveite para seguir-me nas redes
sociais. Com as dicas de lá, você complementa seus
estudos!
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Questões de Sociologia
Resolvidas e comentadas por: Prof.ª Alê Lopes
53.
O diretor de Políticas Educacionais na Fundação Lemann, Daniel de Bonis, considera que o ensino remoto reduz
os prejuízos do fechamento das escolas, mas não é um substituto da escola, do professor e do ensino presencial. “A
simulação mostra que, dependendo da qualidade do ensino remoto e do nível de dedicação dos estudantes, ele pode
reduzir até substancialmente esse prejuízo com o fechamento das escolas, mas não substitui a escola, você vai
continuar tendo um prejuízo", diz. A primeira conclusão do estudo é que a interrupção das aulas leva a uma redução
significativa no aprendizado dos alunos. “Em segundo lugar, entendemos que, em um cenário de interrupção das
aulas presenciais, o aprendizado dos alunos depende do acesso ao ensino remoto e esse acesso é desigual no Brasil,
como evidenciado pelos dados da Pnad Covid-19”, afirmou André Portela, pesquisador líder do estudo e professor
titular de Políticas Públicas da Escola de Economia de São Paulo, da FGV.
FGV: aprendizagem pode retroceder até 4 anos sem aulas presenciais. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2021-01/aprendizagem-pode-
retroceder-ate-quatro-anos-sem-aulas-presenciais
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) Segundo o texto e seus conhecimentos sobre
desigualdades, educação e tecnologia, no Brasil contemporâneo, pode-se afirmar que
(A) a questão da oferta de conectividade é fator determinante para o acesso à educação remota e a diminuição das
desigualdades sociais.
(B) o ensino remoto veio para ficar e democratizar definitivamente o acesso à educação.
(C) a educação presencial é a única forma de garantir acesso às camadas mais pobres da sociedade.
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(D) mesmo sem acesso à educação remota, alunos de escola pública destacam-se nos exames porque são mais dedicados.
(E) o acesso à internet para garantir a educação foi possível devido ao acesso igualitário à tecnologia.
Comentários:
O texto traz informações sobre a relação entre educação, conectividade e desigualdades sociais e como isso impacta
nos resultados educacionais. O tema da desigualdade social está presente no tema da desigualdade de acesso à internet,
que causa prejuízos à aprendizagem. Tendo isso em mente, vamos analisar cada alternativa:
(A) Gabarito. Como o acesso à internet tem alto custo, só as classes que têm maior renda é que conseguem ter mais
benefícios e isso pode aumentar a desigualdade em função da diferença de escolarização. Assim, garantir maior igualdade
de acesso ao ensino remoto é tentar minimizar a desigualdade social.
(B) Errada. Para que seja viabilizada a forma remota de ensino é preciso ampliar e baratear a oferta de acesso à internet.
A forma remota, por si só, não garante a democratização.
(C) Errada. O ensino presencial realmente foi ampliado nas últimas décadas e garantiu o acesso a um maior número de
pessoas. No entanto, a partir da noção de ensino remoto trazida pelo enunciado, podemos dizer que o acesso à internet
também é uma forma de garantir o acesso à educação.
(D) Errada. O trecho apresentado afirma que a falta de ensino presencial prejudicou a aprendizagem, mas nada fala
sobre alunos de escola pública ou privada.
(E) Errada. Não existe acesso igualitário à tecnologia.
Gabarito: A.
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54.
A democracia foi sendo entendida como um “método ou um conjunto de regras de procedimento para a
constituição de Governo e para a formação das decisões políticas”.
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política, p. 326.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) Entre as várias regras procedimentais da democracia
contemporânea, aquela diretamente relacionada à tomada de decisões é
(A) alternância no poder.
(B) partidos políticos.
(C) direitos sociais.
(D) regra da maioria.
(E) ideal da não violência.
Comentários:
É possível falarmos que a construção da democracia insere-se em uma longa história marcada por disputas entre grupos
sociais, castas, minorias étnicas, partidos políticos, entre outras. Por isso, como regra, o conceito de democracia e sua
aplicação prática foram construídos como alternativa ao uso da força e da dominação baseada em privilégios para grupos
minoritários. Assim, participação social é fundamental.
Além disso, democracia é o regime político que garante essa participação por meio da ideia do pluralismo. Para tomar a
decisão, nesse regime de participação plural existe a regra da maioria, ou seja, a decisão é resultado da soma dos votos da
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maioria.
Veja um esqueminha da democracia enquanto técnica de participação política plural:
Democracia no mundo
contemporâneo
Eleições Partidos Alternância Imprensa

periódicas políticos de poder livre
Diante dos comentários, passemos à análise das alternativas. ATENÇÃO ao comando, pois ele quer que você encontre
a alternativa cuja regra esteja DIRETAMENTE relacionada com a tomada de decisão.
(A) Errada. A alternância tem a ver com o impedimento da concentração de poder nas mãos de uma pessoa ou partido.
(B) Errada. Os partidos representam a pluralidade do sistema.
(C) Errada. Os direitos sociais independem, inclusive, da própria democracia, já que um governo ditatorial, por exemplo,
poderia criar direitos sociais desconectados dos direitos civis. O melhor exemplo, no Brasil, foi a criação da CLT (consolidação
das leis trabalhistas), em 1943, durante o Estado Novo de Vargas.
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(D) Gabarito. Essa é a regra diretamente relacionada à técnica de tomada de decisão, porque permite a discussão e a
votação em que cada voto tem o mesmo peso e a soma deles atribui legitimidade à decisão final.
(E) Errada. O ideal da não violência é fundamental para o funcionamento de toda a democracia, não apenas para a
tomada de decisão. Além disso, não é técnica, mas sim, valor, ética democrática.
Gabarito: D.
55.
A Revolução Industrial, realmente, é o marco de uma nova era na história da humanidade, pois deu início a uma
etapa de acumulação crescente de população, bens e serviços, em caráter permanente e sistemático sem precedente.
É inseparável do desenvolvimento por ser, fundamentalmente, uma revolução produtiva: uma evolução na capacidade
de produção e de acumulação do homem. Não se trata, apenas, do crescimento da atividade fabril. A Revolução
Industrial é fenômeno muito mais amplo, constitui uma autêntica revolução social que se manifesta por
transformações profundas da estrutura institucional, cultural, política e social (...)
(SUNKEL, Osvaldo. Apud: CASTRO, Ana Maria. DIAS, Edmundo F. Introdução ao Pensamento Sociológico. Rio de Janeiro: Ed. Eldorado. 1978, p. 13)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) Do ponto de vista sociológico, o impacto da Revolução
Industrial foi capaz de
(A) dinamizar a sociedade.
(B) ampliar a sociedade estamental.
(C) conciliar interesses de classes.
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(D) resolver problemas sociais.

(E) alterar a organização econômica da sociedade, mas manter a cultura do Antigo Regime.
Comentários:
(A) Correta. As novas relações sociais de trabalho, o avanço tecnológico e a divisão social do trabalho alteraram a
configuração da sociedade rígida, estamental. Dessa forma, abriu-se a possibilidade de maiores mobilidades sociais, um
aspecto característico das sociedades de classes.
(B) Falsa. A sociedade estamental perdeu espaço.
(C) Errada. Surge o fenômeno da luta de classes.
(D) Errada. Embora tenham aparecido soluções para alguns problemas sociais, principalmente com o avanço da
medicina, por outro lado, novos problemas sociais apareceram.
(E) Errada. A cultura burguesa é a que desperta na sociedade urbano-industrial. Sobre isso, podemos nos lembrar da
Belle Époque.
Gabarito: A.
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56.
Solução adotada a fórceps pelas empresas durante os meses de isolamento social, o home office vai se
consolidando como algo definitivo em muitos setores, e deverá se tornar uma das principais heranças da pandemia
para o futuro do trabalho. Mas um estudo norte-americano mostra que ainda há muito a se desenvolver para que o
sistema "casa-escritório" seja sustentável no longo prazo, ao menos do ponto de vista da saúde e do bem-estar. A
pesquisa conduzida pela Universidade do Sul da Califórnia (USC) constatou que a maioria das pessoas que migrou
para o home office durante a pandemia teve problemas de saúde devido à mudança. Cerca de 64% tiveram problemas
físicos, e 75%, mentais. Os resultados, publicados no Journal of Occupational and Environmental Medicine , mostraram
que as jornadas aumentaram cerca de 1,5 hora por dia. A maior parte dos trabalhadores diminuiu a sua satisfação
com o emprego e relatou aumento de dores físicas, especialmente no pescoço, depois que passou a trabalhar de casa.
Os principais afetados foram mulheres e pais de crianças pequenas, mais propensos a incidentes de depressão,
problemas físicos e mentais quando trabalham em casa.
(GALILEI. Dez/2020. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2020/12/home-office-aumentou-em-15-hora-jornada-de-trabalho-e-
pais-sofrem-mais.html. Acesso em: 21/07/2021)
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) A partir do texto, pode-se considerar que as relações de
trabalho no ambiente doméstico, ao longo da pandemia e do isolamento social
(A) diminuíram os casos de assédio e de exploração do trabalho.
(B) provocaram a elevação da remuneração dos trabalhadores, já que o gasto com transporte diminuiu.
(C) produziram o excesso de jornada de trabalho, afetando a saúde dos trabalhadores.
(D) favoreceram a diminuição da obrigação da “dupla jornada” para as mulheres.
(E) tornaram adequado o ambiente de aprendizado para as crianças, incentivando o homeschooling.
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Comentários:
(A) Errada. Não é possível inferir tal situação apenas pelo texto. Ademais, falar em redução da exploração do trabalho
em um contexto de ampliação do tempo à disposição do trabalho e de diminuição de salários, significa deturpar a lógica do
sistema capitalista.
(B) Errada. Também não é possível inferir isso pelo texto, sem contar que há controvérsias, pois pesquisas – como as
feitas pelo IBGE ao longo da pandemia – têm indicado a redução de salário e de alguns auxílios (embora algumas empresas
disponibilizem uma auxílio para custear gastos com internet e energia elétrica).
(C) Correta. É um dado que a pesquisa indica diretamente, além de os dados indiretos, como o aumento da fadiga
(dores no corpo, dor no pescoço) serem sintomas de excesso de trabalho.
(D) Falsa. Se, em geral, a jornada de trabalho aumentou, considerando a maior concentração das pessoas no lar, para
as mulheres a “dupla jornada” também aumentou.
(E) Falsa. Há um nível de estresse no ambiente do lar que inviabiliza as condições para o aprendizado.
Gabarito: C.
57.
Pesquisa publicada nesta quinta-feira (24) pelo CEMPRE (Cadastro Central de Empresas) do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas) aponta que as mulheres fecharam o ano de 2019 ainda ganhando e ocupando
menos espaço que os homens. Naquele ano, 55,2% dos assalariados eram homens e 44,8%, mulheres. E enquanto
o salário mensal médio deles chegou a R$ 3.188,03, o delas somou R$ 2.713,92, o que representa uma diferença de
17,5%. As mulheres receberam, em média, 85,1% do salário médio mensal dos homens, apontam os dados. No ano
anterior, em 2018, 55,4% do pessoal ocupado assalariado era formado por homens e 44,6%, por mulheres, sendo
que eles (R$ 3.189,05) receberam um salário mensal médio 19,8% superior ao das mulheres (R$ 2.661,25).
(UNIVERSA UOL. IBGE: mulher ganha menos que homem e é minoria no mercado de trabalho. Disponível em:
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2021/06/24/ibge-mulheres-representam-448-dos-assalariados-no-mercado-de-trabalho.htm. Acesso em: 22/07/2021.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) A situação descrita no texto evidencia
(A) igualdade salarial real.
(B) disparidade salarial de gênero nas classes A e B.
(C) a tendência à diminuição do salário mensal médio das mulheres.
(D) a superação da sociedade patriarcal.
(E) uma realidade que contrasta com o que é estabelecido em normas legais.
Comentários:
(A) Errada. Os dados demonstram desigualdade salarial.
(B) Falsa. Os dados não discriminaram por classes, mas levantaram um média, considerando todos os segmentos.
(C) Falsa. Entre 2018 e 2019 houve um aumento. Além disso, para concluir algum tipo de curva de tendência seria
preciso a menção de mais alguns anos.
(D) Erradíssima. É justamente porque permanece a cultura patriarcal que são reservados às mulheres postos de trabalho
com menor prestígio, menor remuneração etc.
(E) Correta. A legislação brasileira garante a igualdade salarial entre homens e mulheres na CLT (Consolidação das Leis
do Trabalho) desde 1943. No texto legal, a determinação de que salários devem ser iguais "sem distinção de sexo" aparece
em pelo menos quatro artigos: no 5º, no 46, no 373-A e no 461. O tema também é abordado no artigo 7º da Constituição
de 1988, que proíbe a "diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
cor ou estado civil". Mas a desigualdade salarial entre os gêneros persiste no Brasil. O país ocupa o 132º lugar no ranking
do Fórum Econômico Mundial, de uma lista de 149 nações, sobre equidade salarial para trabalho similar.
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Gabarito: E.
58.
Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem
bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral,
experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação
humana pode se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas.
(VINCI, Leonardo da. Carnets).
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Ale Lopes) A importância da experiência e da observação ressaltada
por Leonardo da Vinci foi resgatada por qual corrente de pensamento social, no contexto da formação sociológica no século
XIX?
(A) Positivismo.
(B) Negacionismo.
(C) Modernismo.
(D) Pós-modernismo.
(E) Neoinstitucionalismo.
Comentários:
(A) Correta. O método empírico baseado na experiência e na observação foi valorizado pelo modo de aproximação dos
problemas sociais considerados pelos autores positivistas. Lembre-se de que Comte chegou a referir-se à sociologia como
uma “física social”. Repare que o comando do enunciado dá-nos uma boa pista, pois afirma que a corrente de pensamento
em questão está no século XIX.
(B) Falsa. Aqui temos o oposto do pensamento científico; trata-se de uma corrente de pensamento que recusa e nega
uma realidade cientificamente comprovada.
(C) e (D) Erradas. São correntes de pensamento do século XX.
(E) Falsa. Aqui também temos uma corrente de pensamento do século XX.
Gabarito: A.
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59.
O Estado é autônomo quando os governantes têm a capacidade institucional de escolher seus próprios objetivos
e de realizá-los diante de interesses conflitantes.
PZREWORSKY, Adam. Estado e economia no capitalismo. Trad. Argelina C. Figueiredo e Pedro P. Z. Bastos. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995. p. 49.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) A frase do cientista político sugere, como condição para
a autonomia do Estado,
(A) o vínculo a interesses de classes.
(B) a audiência de pessoas capacitadas.
(C) a capacidade de agentes estatais elaborarem políticas públicas acima dos interesses conflitantes.
(D) a diluição dos conflitos por meio da coação física e restabelecimento do bem-estar social.
(E) o equilíbrio na realização dos interesses, de modo que todos possam ser atendidos, resguardando-se o princípio da
liberdade.
Comentários:
(A) Falsa. Essa afirmação está mais próxima ao que os marxistas concebem como Estado, pois, segundo esse
pensamento, o Estado seria uns instrumento de dominação de uma classe sobre a outra.
(B) Falsa. Essa é uma concepção elitista, baseada em uma oligarquia intelectual. Não é o que está dito no enunciado.
(C) Correta. Os agente estatais, na passagem do texto, precisam ser isentos de preferências externas e devem procurar
desenvolver políticas por meio de elaborações dos objetivos institucionais e sociais do Estado.
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(D) Falsa. Esse é um Estado que resolve problemas sociais por meio de medidas coercitivas.
(E) Falsa. Até podemos encontrar certa autonomia se todos os interesses forem atendidos, porém o correto não é
“resguardando-se o princípio da liberdade”, mas o da igualdade.
Gabarito: C.
60.
O jogador Paulo Henrique fez um gesto em comemoração ao gol feito contra a Alemanha, nesta quinta-feira (22),
durante o primeiro jogo da seleção brasileira olímpica que terminou com a vitória do Brasil por 4 a 2. O movimento
de uma flecha sendo atirada se trata do Ofá de Oxóssi. No candomblé, Oxóssi é conhecido como o “caçador de uma
flecha só”, que garante o alimento através da caça. O Ofá é o objeto que representa o orixá, protetor de Paulinho.
Diz Paulinho: “Quero que essa corrente de luta contra a discriminação siga se alongando. Não interessa a crença.
Cada um pode manifestar sua fé do jeito que bem entender. O que defendo, como uma pessoa que tem voz, é que
eu não posso me dar o direito de permanecer calado.”, afirmou o jogador ao site The Players Tribune.
Paulinho comemora gol com ofá de Oxóssi: saiba o que significa o gesto. Disponível em:
https://cultura.uol.com.br/olimpiadas/noticias/2021/07/22/91_paulinho-comemora-gol-com-ofa-de-oxossi-saiba-o-que-e-o-gesto.html
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) Levando em consideração a relação entre futebol e
cultura, a postura do jogador da seleção brasileira permite-nos afirmar que
(A) o futebol não é espaço de representação cultural e de posicionamento contra preconceitos e discriminação.
(B) foi um ato isolado, já que não há relação entre futebol e cultura.
(C) o futebol é, também, uma representação simbólica da diversidade cultural e religiosa que marca a sociedade brasileira.
(D) o futebol representa a cultura brasileira caracterizada pela religião judaico-cristã.
(E) a cultura brasileira é muito mais diversa do que a seleção formada por jogadores que não se identificam com seu país
de origem.
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Comentários:
Essa é uma questão “bem ENEM”, já que demanda uma interpretação contextualizada. O enunciado traz a comemoração
de um gol, feita por um jogador brasileiro por meio de uma representação de sua religião, o candomblé – uma religião de
matriz africana.
Para interpretar o texto era importante saber que o Brasil é marcado pelo multiculturalismo e que, por isso, o futebol é
um símbolo comum a todas as culturas que formam a etnia brasileira, como ensinou Darcy Ribeiro.
Além disso, como exige o saber sociológico, é necessário contextualizar o futebol como elemento cultural hoje. Nele,
assim como em outras modalidades esportivas, há expressões mais críticas, que trazem representatividade de um povo ou
de uma causa. Foi o caso da manifestação de Paulinho, no jogo do Brasil contra a Alemanha, durante as Olimpíadas de
Tóquio, em 2021.
Combinando as diversas perspectivas da temática cultura-futebol, vamos analisar cada alternativa.
(A) Errada. O próprio futebol é cultura e sempre esteve ligado, de alguma maneira, a posicionamentos críticos, políticos,
religiosos, entre outros.
(B) Errada. Há vários exemplos na história do futebol brasileiro de manifestações culturais e até políticas.
(C) Gabarito. O futebol é esporte e, como tal, é cultura. Além disso, por meio das equipes e dos jogadores representa a
diversidade. A atitude do jogador, mencionada no texto, representa uma das religiões de matriz africana e demonstra que
não há apenas o cristianismo.
(D) Errada. A cultura brasileira é marcada pelo sincretismo religioso e por múltiplas crenças.
(E) Errada. A alternativa faz uma inferência que não faz sentido. Não é porque atuam profissionalmente fora do país
que os jogadores não se identificam com seu país de origem, o Brasil.
Gabarito: C.
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História
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Prof.ª Alê Lopes
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Introdução
Olá, aluno/aluna do Estratégia Vestibulares!

É com grande alegria que apresento a você a correção das questões de
História do nosso 8º Simulado do ENEM 2021 do Estratégia Vestibulares. Espero
que você tenha ido muito bem!
Para que você me conheça um pouquinho, peço licença para apresentar-me.
Meu nome é Alessandra Lopes, mas pode chamar-me de Alê. Permita-me uma breve
apresentação da minha trajetória. Sou formada pela UNICAMP, Mestra em Ciência
Política pela mesma Universidade. Desde 2004, dou aulas de História, Sociologia e
Humanidades em cursos preparatórios para vestibulares, para o ENEM e até para concursos
públicos.
Conheço muitos sistemas de ensino, materiais e abordagens que existem nesse “mundo dos vestibulares”. Já escrevi
muitos materiais preparatórios. Posso afirmar, com segurança, que já contribuí para a aprovação de muitos alunos nas mais
variadas e concorridas universidades Brasil afora: USP, UNICAMP, UNIFESP, UNESP, UFRJ, UFSC, UEA, UEL, UFBA, FGV,
PUC-SP, UnB, UERJ, UFGRS, UFPR, PUC, FGV, EsPCEx, entre outras.
Nesse tempo todo, tenho acompanhado tudo o que os vestibulares cobram, quais são seus padrões e surpresas,
bem como as mudanças feitas ao longo dos anos. Essa experiência toda me permitiu criar um método de ensino
capaz de fazer você APRENDER História e gabaritar as questões dessa matéria nos principais vestibulares do país.
Assim, é com grande alegria que faço um convite para você conhecer mais profundamente o Estratégia Vestibulares.
Sei que podemos ajudar você nessa jornada até sua aprovação!
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Venha comigo: com foco, força, fé e café você chegará lá!!!!

Já aproveite para seguir-me nas redes sociais. Com as dicas de lá, você complementa seus estudos!
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Questões de História
Resolvidas e comentadas por: Prof.ª Alê Lopes
61.
“Durante algum tempo, os astecas acreditaram que estes ‘seres horríveis’ [espanhóis] fossem deuses; como
costumavam oferecer vidas humanas a suas divindades, sacrificaram prisioneiros de guerra em louvor dos recém-
chegados. Todavia, ‘quando os espanhóis viram as vítimas, grande foi o seu desgosto; eles cuspiam, esfregavam os
cílios, fechavam os olhos [...] e quanto aos manjares, que estavam sempre cobertos de sangue, foram por eles
rejeitados [...]’. O que mais impressionava os astecas era a atitude dos espanhóis diante de um metal amarelo, comum
e sem valor, chamado ouro: ‘Iguais a macacos, enchiam as mãos com ouro; depois sentavam-se, trêmulos de prazer
[...] sem dúvida, eles o desejavam com uma sede furiosa’”.
Fonte: Saga: a grande História do Brasil. São Paulo: Abril, 1981.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) A reação dos europeus quando defrontados com os
nativos americanos ocorreu em função da(s)
(A) suas diferenças culturais e econômicas na organização da sociedade.
(B) incompatibilidade entre organizações republicanas e monarquistas.
(C) predisposição dos europeus em declarar guerra aos nativos.
(D) resistência asteca em fazer acordos com os europeus.
(E) interferência e sabotagem de outras nações europeias.
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Comentários:
O tema da questão é o encontro entre povos e culturas distintos, no caso espanhóis e indígenas americanos, nos séculos
XV e XVI. Os espanhóis foram os primeiros europeus a chegarem oficialmente à América, em 1492. Contudo, inicialmente,
mantiveram-se apenas nas ilhas caribenhas, procurando introduzir a economia de plantation voltada para exportação,
enquanto enviavam eventuais expedições ao continente, em busca de metais preciosos. Somente em 1519 é que uma
expedição partiu da atual ilha de Cuba rumo ao México, para tentar conquistar os astecas. Primeiramente, o imperador
asteca recebeu os europeus e tentou negociar uma saída sem violência. Contudo, a guerra de conquista eclodiu pouco tempo
depois e durou até 1521, quando a capital Tenochtitlán foi tomada pelas tropas espanholas. No trecho, são enfocados esses
primeiros encontros com os astecas, que governavam a região da península de Yucatã, no México. Na história, buscamos
interpretar com cuidado especial o encontro de culturas diferentes, uma vez que os registros desses encontros são sempre
produzidos por um dos lados e contêm uma visão parcial dos acontecimentos, imbuída de valores culturais específicos, o
que pode levar a uma compreensão equivocada sobre os comportamentos e escolhas feitas pelo grupo adversário. Com isso
em mente, vejamos qual alternativa melhor apresenta uma razão para o estranhamento dos europeus em relação aos
indígenas:
(A) Correta! É importante lembrar que americanos e europeus nunca se haviam encontrado até então, portanto
desconheciam-se uns aos outros completamente, gerando uma incompreensão entre ambos. Eles não falavam a mesma
língua, não cultuavam a mesma religião, não se organizavam social nem militarmente da mesma forma e não praticavam as
mesmas dinâmicas econômicas. Assim, podemos dizer que cada lado tinha expectativas e interpretações completamente
distintas sobre o encontro entre eles. Lembre-se de que a Europa vivenciava uma expansão comercial, de caráter
mercantilista, além de estar em um contexto de guerras religiosas. Portanto, os espanhóis chegavam à América com o
objetivo de conseguir ouro, terras, mão de obra barata e novos fiéis para converter ao catolicismo. Por sua vez, o império
asteca vivia seu auge, dominando uma grande porção da Mesoamérica, mas enfrentava certa resistência de algumas nações
indígenas sob seu controle, o que gerava suspeita e temor em relação a um novo povo estrangeiro, altamente armado, que
chegava ao seu território. Além disso, eles eram politeístas e praticavam sacrifícios humanos para fins religiosos, dinâmicas
culturais não só diferentes, como condenadas pela maioria dos cristãos europeus.
(B) Incorreta. Nenhum dos dois povos em contato organizava-se em regime republicano. Na verdade, tanto espanhóis
quanto astecas organizavam suas sociedades na forma de monarquias, apesar de haver diferenças entre elas.
(C) Incorreta. De fato, havia uma predisposição dos europeus de provocar guerra nos novos territórios. Porém, essa
predisposição tinha origem nas diferenças culturais e econômicas entre os dois povos, como expliquei na justificativa da
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letra A, o que faz da C uma resposta incompleta e superficial. Vale lembrar que nos primeiros contatos ainda no século XV,
a intenção inicial era encontrar uma rota para a Índia e estabelecer entrepostos comerciais (feitorias) pelo caminho, para
fortalecer a economia mercantilista da Espanha. Todavia, ao chegarem ao Caribe, os espanhóis logo perceberam as
vantagens naturais da região para a economia agroexportadora e a possibilidade de usar os nativos supostamente primitivos
como mão de obra barata. Mais tarde, a descoberta da existência de ouro no continente intensificou a disposição à guerra
e à conquista.
(D) Incorreta. Na realidade, ao receber Hernán Cortés e suas tropas em Tenochtitlán, o imperador Montezuma procurou
negociar, evitando um conflito armado. Cortés aproveitou o acolhimento imperial para inteirar-se da situação interna do
império asteca e conhecer melhor as disputas e a resistência de povos submetidos a ele. A luta só começou de fato em 20
de maio de 1520, quando soldados espanhóis invadiram o Templo Maior, na capital, durante uma cerimônia religiosa, e
massacraram as pessoas que lá estavam.
(E) Incorreta. Os espanhóis não tiveram que lidar com interferências de outras nações europeias na América, após o
Tratado de Tordesilhas (1494) e até, mais ou menos, a segunda metade do século XVI, quando Holanda, França e Inglaterra
também se lançaram à empreitada de conquistar um território nas Américas, inclusive no Caribe.
Gabarito: A.
62.
“Em 1868, Gabriel, escravo de Francisco Corsino dos Santos, agrediu Manoel Lopes, agregado na fazenda do
mesmo senhor, quando este tentava suspender uma função de danças realizadas pelos escravos, na ausência do
fazendeiro. Os mesmos motivos levaram a ‘preta Josefa, escrava de Antonio Ferreira dos Santos Borges e de sua
mulher, moradores no Bairro do Pouso, crioulla, 35 annos mais ou menos’, a agredir sua senhora. Tendo organizado
uma festa nas vésperas do Natal em ‘louvor do Senhor Menino’, Josefa convidara escravos e libertos da vizinhança.
No decorrer da madrugada, não conseguindo dormir devido ao barulho dos cantos e danças, a senhora solicitou à
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escrava que interrompesse a festa, ao que a mesma respondeu com agressões, ‘pegando-a pelos cabelos, deitou-a
no chão e deo-lhe pancadas e unhadas, ameaçando-a com uma foice, exclamando que ‘ia acabar com essa diaba’’...”.
MACHADO, Maria Helena Pereira Toledo. Crime e escravidão: trabalho, luta e resistência nas lavouras paulistas, 1830-1888. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 117.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) Nessa passagem, a indignação e a reação violenta dos
escravizados foi motivada pelo(a)
(A) intensificação dos castigos físicos.
(B) indiferença do senhor em relação ao seu bem-estar.
(C) intolerância religiosa da sociedade colonial.
(D) descumprimento de acordos negociados cotidianamente.
(E) caráter bárbaro e violento dos escravos.
Comentários:
Aqui, o tema são as relações entre senhores e escravizados no Brasil, na segunda metade do século XIX. Em primeiro
lugar, lembre-se de que, nesse contexto, a escravidão estava sofrendo críticas de vários lados: dos cativos, que sempre
resistiram à exploração, mas que ficavam mais radicais agora; do abolicionismo legal, que se dava nas lutas na justiça e nas
discussões no parlamento por novas leis abolicionistas; de nações estrangeiras, como a Inglaterra, que tinham interesses
econômicos no Brasil e consideravam o cativeiro um obstáculo para realizá-los. Vale recordar também que a convivência
entre formas de trabalho livre e compulsório, cada vez mais gritante com a imigração europeia, gerou uma série de tensões.
Considerando esse contexto, vejamos qual pode ser a motivação das reações dos escravizados narradas no texto:
(A) Incorreta. Atenção para a interpretação de texto! Apesar de os castigos físicos terem se tornado, cada vez mais,
motivação para indignação e revolta dos escravizados, e da sociedade em geral também, esse fator não é mencionado no
trecho destacado.
(B) Incorreta. Pela mesma razão que a alternativa anterior. De fato, existiam senhores que quase ou nada se importavam
com o bem-estar de seus cativos. Porém, a maioria deles preocupava-se em mantê-los vivos e minimamente saudáveis para
poderem trabalhar; afinal eram considerados um investimento por seus donos. Por outro lado, também havia a preocupação
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em manter os escravizados sob controle. Alguns preferiam usar a força, até de forma exagerada. Outros tinham medo que
castigos exagerados gerassem revoltas violentas, por isso tentavam uma abordagem mais flexível, negociando dias e horários
em que os cativos pudessem dedicar-se as suas próprias roças e ter algum momento mínimo de lazer. No entanto, note que
os senhores mencionados no trecho não estão demonstrando indiferença quanto ao bem-estar dos cativos. No caso do
proprietário de Gabriel, ele nem estava presente no momento do conflito e, considerando a indignação do cativo, é possível
que ele tenha negociado a realização daquelas danças com o senhor antes deste ausentar-se. Por seu turno, a senhora de
Josefa demonstrou incômodo com o barulho da celebração feita pelos escravizados e forros em sua propriedade, não
indiferença. Lembrando que indiferença não é gostar nem desgostar. No caso aqui discutido, seria não se importar se os
cativos fazem ou deixam de fazer a festa, o que não sustenta nenhuma das experiências apresentadas.
(C) Incorreta. Aqui temos um erro cronológico. O texto aborda a sociedade imperial, não colonial, ou seja, o Brasil já
era independente. Ademais, é importante ressaltar que, tanto no período colonial quanto no Império, a sociedade era
bastante intolerante quanto às religiões e crenças de matriz africana e indígena. Contudo, não é isso que está sendo
abordado no texto. Inclusive, a festa de Josefa era em razão da celebração do Natal, um feriado cristão, e o incômodo de
sua senhora deu-se em vista do barulho produzido pela reunião, não pela crença ali expressada.
(D) Correta! Veja, desde o início da escravidão, no período colonial, até o fim do império, em 1889, a escravidão envolvia
negociações e barganhas cotidianas entre senhores e escravizados a respeito das condições de trabalho e de vida. Você
pode até estranhar: “mas, profe, escravidão não era trabalho forçado?” Sim, era, com direito a muita violência e castigos
físicos. Mas, pense comigo: desde que esse regime de trabalho teve início no Brasil, era muito comum os colonos e
fazendeiros viverem em lugares muitas vezes isolados em meio a uma massa de trabalhadores cativos. Até mesmo nas
cidades, a quantidade de escravizados e libertos era superior à quantidade de brancos. Por isso, como disse antes, a força
era um meio importante para mantê-los sob controle, mas muitos avaliavam que se fosse usada em exagero poderia provocar
o efeito contrário ao desejado: geraria indignação e revolta dos cativos, que, em maior quantidade, poderiam facilmente
causar um grande número de mortes e um enorme prejuízo econômico, mesmo que fossem reprimidos em seguida. Assim,
era frequente autoridades administrativas e religiosas incentivarem os senhores a ter uma postura mais benevolente, fazendo
concessões estratégicas no cotidiano para conseguir a simpatia e lealdade voluntária de seus cativos. Na verdade, a proposta
era equilibrar violência e benevolência. Entretanto, como muitos escravizados não eram nada burros, conseguiam pressionar
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seus donos a conceder melhores condições de vida e trabalho, mesmo que isso significasse liberar um dia da semana para
eles fazerem suas danças e folguedos, ou simplesmente ceder um pequeno roçado e os domingos para eles plantarem seus
próprios gêneros agrícolas. Esses acordos eram entendidos como costume, pois eram negociados no dia a dia, por isso
tinham legitimidade. Dessa forma, quando esses acordos eram quebrados de alguma forma, seja pelo senhor seja por um
representante seu, a reação podia ser muito violenta. Provavelmente, Gabriel e Josefa tinham acordos com seus senhores
para a realização desses eventos e ao vê-los, ou outra pessoa, romper o combinado ficavam indignados. Conforme o
abolicionismo popularizou-se, no final do século XIX, os cativos sentiram-se ainda mais legitimados a cobrar esses “direitos”
adquiridos pelo costume, além daqueles conquistados pelas novas leis abolicionistas, como o pecúlio.
(E) Incorreta. No estudo da História, devemos evitar caracterizar qualquer povo como “bárbaro” ou “primitivo”, pois ao
fazer isso sempre estamos usando como parâmetro de comparação nossa própria cultura, ou outra qualquer, considerada
“mais evoluída”. Entenda que é impossível determinar se tal ou qual sociedade é mais evoluída, pois a história da humanidade
não é linear e as culturas humanas são diversas, baseadas em pressupostos e valores distintos. Esses adjetivos carregam
juízos de valores e concepções deterministas sobre a humanidade.
Gabarito: D.
63.
“A primeira irmandade de negros de Lisboa nasceu na Igreja do Convento de São Domingos. Neste convento
havia uma irmandade de N. S. do Rosário instituída por pessoas brancas, provavelmente no final do século XV, mas
a partir do século XVI, paulatinamente, os negros foram ocupando espaço na instituição. Em 1551, a Confraria do
Rosário do Convento de São Domingos estava ‘repartida em duas, uma de pessoas honradas, e outra dos pretos
forros e escravos de Lisboa’. Uma série de conflitos entre ‘os irmãos pretos’ e as ‘pessoas honradas’ levou à cisão
definitiva do grupo. Em 1565, os irmãos negros tiveram seu primeiro compromisso aprovado pela autoridade régia.
Apesar disto, o acirramento das disputas, que chegou a envolver os superiores do convento e até o Papa, levou à
expulsão da irmandade dos negros do templo dominicano no fim do século XVI.”
REGINALDO, Lucilene. Os Rosários dos Angolas: Irmandades Negras, Experiências Escravas e Identidades Africanas na Bahia Setecentista. Campinas-SP:
Tese de doutorado, UNICAMP, p. 47.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) A organização dos fiéis em irmandades em Lisboa, no
século XVI, descrita no texto, expressava a
(A) fraternidade entre os grupos sociais.
(B) apropriação subversiva de espaços de controle.
(C) ausência de interferência do clero.
(D) ineficiência dos métodos de conversão.
(E) benevolência e empatia do povo português.
Comentários:
O tema da questão é a hierarquia social em Lisboa, no século XVI, abordada por meio da organização em torno das
irmandades católicas. É preciso abrir um parêntese aqui para dizer que, sim, existiam negros em Portugal naquela época.
Lisboa era o porto mais importante do reino, principalmente a partir da expansão ultramarina. Com a adoção da escravidão
nas colônias lusitanas, o porto lisboeta tornou-se ponto de passagem ou mesmo destino de boa parte dos africanos
escravizados. Muitas famílias e indivíduos possuíam cativos na capital portuguesa, assim como parte deles, eventualmente,
concedia alforrias, possibilitando a formação de uma população negra tanto liberta quanto cativa na cidade. De volta às
irmandades, estas eram associações de fiéis, que se reuniam para promover o culto a um santo específico e financiar
mutuamente seus próprios enterros, já que nem a Igreja nem o Estado se responsabilizavam pelos sepultamentos naquele
período. Porém, cada grupo social costumava organizar-se nas suas próprias irmandades e evitava a entrada de pessoas de
outras camadas da sociedade, ou pelos menos impediam-nas de assumir cargos importantes dentro da associação. Por outro
lado, as irmandades tiveram um papel importante na conversão dos povos conquistados. Com isso, era comum que os
senhores colocassem seus cativos nas suas próprias irmandades, de modo a comprovar que cumpriam suas obrigações de
evangelizá-los. Todavia, os escravizados e negros em geral foram apropriando-se desses espaços para galgar algum respeito
e reconhecimento na sociedade portuguesa, assim como no Brasil. Santos como Nossa Senhora do Rosário, São Benedito,
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Santa Ifigênia e São Elesbão eram os mais recorrentes nas irmandades de negros, apesar de haver brancos que também os
cultuassem. Sabendo disso, vejamos o que essa forma de organização dos fiéis expressava naquele contexto.
(A) Incorreta. Como o texto deixa explícito, não havia um sentimento de fraternidade entre as “pessoas honradas” e
“pretos forros e escravos”; pelo contrário, vemos um flagrante episódio de rivalidade e discriminação que resultou na
expulsão dos últimos da Igreja que lhes servia de sede.
(B) Correta! É como eu disse no comentário, negros livres e libertos que eram convertidos e introduzidos nas irmandades
acabavam apropriando-se delas para usá-las a seu favor, com o passar das gerações. Em geral, em torno das irmandades,
formavam-se comunidades cujos membros ajudavam-se de várias formas, para além dos objetivos religiosos que mencionei
antes. Há casos em que irmandades de negros saíram em socorro de irmãos cativos que sofriam abusos senhoriais,
conseguindo sua alforria. Porém, não se engane, a maioria delas não militava explicitamente pelo fim da escravidão; tratava-
se de episódios isolados. Portanto, essas associações serviam aos negros tanto para afirmarem-se como bons súditos e
cristãos como para reunirem-se e ajudarem-se sem tanta perseguição da sociedade, por mais que esses espaços fossem, a
princípio, dedicados a discipliná-los e controlá-los.
(C) Incorreta. No caso narrado pelo texto, é evidente que houve interferência do clero, inclusive a favor dos irmãos
brancos. De fato, era comum que o clero interferisse nos assuntos das irmandades, tanto de brancos quanto de negros.
Contudo, a capacidade de uma interferência eficaz variava de acordo com o período, o lugar e os recursos disponíveis. No
coração do Império português seria difícil evitar tal interferência.
(D) Incorreta. Mesmo com todo o sincretismo e a apropriação subversiva dos negros de espaços como as irmandades,
não podemos dizer que os métodos de conversão do catolicismo eram ineficientes. Na realidade, isso é bem difícil de avaliar.
Por um lado, sim, a maioria dos negros que chegaram a Lisboa foram convertidos, mas era possível que determinadas
tradições e práticas de matriz africana fossem preservadas nesses espaços. No caso brasileiro, por exemplo, havia a festa
de Coroação de Rei Congo, na qual se encenava uma corte africana festiva, um tipo de celebração que também existia em
Portugal, no século XVI.
(E) Incorreta. Pela mesma razão explicitada na letra A.
Gabarito: B.
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64.
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Sabonete Arêgos, 1917. Disponível em: https://www.propagandashistoricas.com.br. Acesso em: 20 jul. 2021.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) O anúncio publicitário da década de 1910 reforça o
seguinte estereótipo atribuído historicamente a uma suposta natureza negra:
(A) Promiscuidade sexual.
(B) Desejo de ostentação.
(C) Lapso de masculinidade.
(D) Falta de higiene.
(E) Disposição para o trabalho.
Comentários:
Aqui temos uma questão de interpretação de imagem. Então, vamos identificar tempo, tema e espaço para facilitar
nossa interpretação. Antes de tudo, repare que se trata de um anúncio de sabonete, veiculado em Portugal, em 1917. Nessa
época, as teorias raciais que defendiam a superioridade do povo branco europeu em relação aos demais grupos humanos
eram amplamente aceitas como verdades científicas. Surgidas no século XIX, essas teorias buscaram inferiorizar
principalmente o povo negro e africano, como reação ao aumento desses grupos entre os cidadãos livres de vários países,
sobretudo nas ex-colônias nas Américas. Em outras palavras, como se tornava cada vez mais impróprio retirar direitos e
perpetrar opressões contra certos grupos humanos com base na escravidão, agora ilegal em muitos lugares, era necessário
encontrar outras justificativas para a superioridade europeia. Inclusive porque, desde o final do século XIX, os europeus
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tinham dado início ao neocolonialismo na África e na Ásia, que vivia seu auge nas primeiras décadas do XX. Portugal era
uma dessas nações que praticava o imperialismo em países africanos, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Além
disso, os portugueses participaram ativamente do tráfico internacional de escravizados até meados do século XIX. Portanto,
não faltavam motivações e propensão para eles simpatizarem com as teorias raciais. É importante destacar que, ao longo
do século XX, essas teorias foram completamente descreditadas pela ciência.
Agora, repare com mais vagar no anúncio exposto aqui. Nele, vemos uma menina branca passando o sabonete no rosto
de um homem negro. No lugar onde o sabão encosta, no rosto do homem, a pele fica branca. No canto superior direito,
vemos escrito: “... só falta metade”. Na base da imagem, entre o nome do produto e os endereços dos depósitos, lê-se:
“EMBRANQUECE E CURA A PELLE”. Há uma alusão evidente à hierarquia simbólica entre branco-limpeza-superior e negro-
sujeira-inferior. Com essas considerações em mente, analisemos qual alternativa apresenta corretamente um estereótipo
racial historicamente atribuído aos negros.
(A) Incorreta. É verdade que os europeus acreditavam que os africanos e seus descendentes eram mais promíscuos,
isto é, não tinham pudores quanto à nudez ou à sexualidade explícita. Esse estereótipo tinha origem na crença de que os
brancos, mais evoluídos, era mais racionais, logo, menos susceptíveis aos desejos carnais. Por outro lado, acreditava-se que
os negros eram mais afeitos às emoções, seres mais irracionais, por supostamente estarem mais próximos dos animais. No
entanto, repare que no anúncio não há nenhuma referência à sexualidade de nenhuma das figuras retratadas.
(B) Incorreta. O fato de o homem representado estar muito bem vestido poderia levar-nos a considerar essa alternativa
como correta. Porém, não se apresse! No Brasil e em Portugal, realmente havia um preconceito sobre os negros não
economizarem esforços e dinheiro na realização de seus festejos e cerimônias religiosas, seja de matriz africana seja nos
cultos católicos. Algumas autoridades até consideravam, e realmente tentaram, proibir tais celebrações, sobretudo no
período da escravidão. Entretanto, repare que o único elemento que nos leva a considerar a referência a esse preconceito
seria a forma pomposa como o homem negro está representado no anúncio. Por outro lado, é muito mais gritante a
referência à limpeza e à higiene pessoal.
(C) Incorreta. Nada no anúncio nos leva a pensar que esteja sendo sugerido um lapso de masculinidade do homem
negro aqui representado. Note que ele até está trajado com uma roupa de gala considerada elegante para os padrões de
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masculinidade da época. Por outro lado, o que existia no imaginário racista da época era a ideia de o homem negro ser
muito mais bruto e, portanto, mais másculo, do que o homem branco, por estar supostamente mais próximo do estágio
evolutivo dos animais, segundo as teorias raciais. Assim, havia o estereótipo de uma masculinidade bestial dos homens
negros.
(D) Correta! A resposta é autoevidente, uma vez que o anúncio é de um sabonete, produto de higiene pessoal. Todavia,
vale explicar a origem desse estereótipo em relação aos negros no imaginário português. Como sabemos, Portugal empregou
mão de obra escravizada de origem africana e negra, tanto em suas colônias como em algumas cidades do reino, como
Lisboa. Apesar de terem existido libertos e até negros nascidos livres que enriqueceram com o passar das gerações, a
maioria deles eram trabalhadores braçais. Lembre-se de que, naquela época, o uso de perfumes não era tão difundido na
sociedade, justamente por serem produtos caríssimos, geralmente importados, logo inacessíveis aos trabalhadores em geral
e, principalmente, aos escravizados. Por isso, naturalmente, a maioria deles tinha um odor pouco agradável aos narizes mais
ricos da sociedade. Imagine trabalhar por horas, muitas vezes embaixo do sol, e não ter perfume nem desodorante à
disposição. Qualquer um ficaria cheirando mal, né? Pois então, com a difusão das teorias raciais a partir do século XIX e sua
hegemonia na primeira metade do XX, certas características, como o odor das pessoas, foram caracterizadas como inatas
às “raças” a que elas pertenciam. Com isso, mesmo depois de anos do fim da escravidão e mesmo da ascensão social de
muitos negros, esse estereótipo persistiu por muitos anos nas sociedades mais racistas. Por essa razão, o homem negro
retratado no anúncio é considerado sujo, mesmo parecendo ser alguém rico, haja vista a roupa que usa.
(E) Incorreta. Realmente, um estereótipo que foi fortalecido com a difusão das teorias raciais era o de que os negros
aguentavam trabalhar mais que os brancos, por acreditar-se que eram seres menos racionais e mais brutos. Havia toda uma
explicação de que os negros estavam mais próximos dos animais do que dos brancos, na cadeia evolutiva. Logo, entendia-
se que eles eram ideais para o trabalho. Porém, novamente, não há nenhuma referência a esse fator no anúncio. A questão
da higiene e da limpeza são muito mais marcantes.
Gabarito: D.
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65.
“Nossa milícia, Senhor, é diferente da regular que se observa em todo o mundo. Primeiramente nossas tropas
com que vamos à conquista do gentio bravo desse vastíssimo sertão não são de gente matriculada no livro de Vossa
Majestade, nem obrigada por soldo, nem por pagamento de munição.”
Carta de Domingos Jorge Velho ao rei de Portugal, em 1694.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) A partir da missiva, podemos afirmar que o
bandeirantismo caracterizava-se pelo(a):
(A) convívio pacífico com os indígenas do sertão.
(B) rejeição completa de financiamento estatal.
(C) autonomia das tropas arregimentadas em relação à Coroa.
(D) despreparo técnico dos bandeirantes.
(E) preocupação exclusiva com a busca por ouro.
Comentários:
Note que o tema da questão é o bandeirantismo, um movimento de expedições organizadas pelos habitantes da
Capitania de São Vicente, no Brasil, ao longo dos séculos XVII e XVIII. Essas expedições adentravam o interior da colônia
em busca de três coisas, basicamente: metais preciosos, indígenas para escravizar ou gêneros silvestres comercializáveis.
Além disso, também eram contratados para atacar quilombos e recuperar escravizados fugidos. O texto destacado é um
trecho da carta de um líder bandeirante, em 1694. Naquele momento, a bandeira de Domingos Jorge Velho estava na
Capitania de Pernambuco, pois havia sido contratada para combater o famoso Quilombo dos Palmares, o que realizou com
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sucesso, inclusive capturando uma de suas principais lideranças: Zumbi. Conhecendo esse contexto, vejamos o que podemos
afirmar sobre os bandeirantes, com base nessa carta.
(A) Incorreta. A relação dos bandeirantes com os indígenas era bastante complexa. Por um lado, os habitantes de São
Vicente miscigenavam-se havia gerações com os nativos locais que a eles se aliavam, devido à distância da capitania em
relação à metrópole e aos custos altos de transporte, o que resultava no isolamento daquela região. Inclusive, isso dificultou
até mesmo a prosperidade econômica da capitania, que recebeu poucos investimentos e atenção da Coroa na instalação da
empresa açucareira, diferentemente de Pernambuco e Bahia. Assim, não restaram muitas opções aos colonos paulistas, a
não ser misturarem-se aos nativos para conhecer a região e aprender a sobreviver nela. Por outro lado, esse isolamento e
a desvantagem econômica também dificultaram a aquisição de escravizados africanos pelos paulistas, pois eram muito caros.
Por isso, esses colonos decidiram fazer uso da escravidão indígena, mais acessível, uma vez que bastava fazer acordos com
alguma tribo local que tivesse prisioneiros de guerra ou adentrar o sertão para apresar nativos. De uma forma ou de outra,
os bandeirantes paulistas acabavam tendo um grande convívio com os indígenas, incorporando muitos de seus costumes.
Vale dizer que eles até falavam mais tupi do que português. No entanto, esse convívio frequentemente envolvia violência e
isso fica evidente no trecho da carta que diz que as tropas bandeirantes iam “à conquista do gentio bravo desse vastíssimo
sertão”. “Gentio” e “bravo” eram adjetivos comumente usados para designar povos pagãos, mas principalmente indígenas
que ainda não tinham sido escravizados ou assimilados pela sociedade colonial, justamente aqueles com os quais os
bandeirantes mais entravam em conflito.
(B) Incorreta. Como disse antes, era comum os bandeirantes serem contratados para destruir quilombos e capturar
escravizados fugidos. Pois bem, não era raro que o contratante fosse a Coroa ou as autoridades coloniais. No próprio caso
da guerra contra Palmares, foi o Governador Geral do Brasil quem contratou a bandeira de Domingos Jorge Velho para
combater o quilombo. Por seu turno, a Coroa também contratou muitos bandeirantes para procurar metais preciosos no
interior da América portuguesa. Essas eram as chamadas bandeiras de prospecção.
(C) Correta! As bandeiras eram organizadas por particulares, isto é, pelos próprios colonos, justamente porque, nos
primeiros séculos de colonização, a Coroa não se importava tanto com o sudeste da América portuguesa. Por mais que o
Estado eventualmente os contratasse para missões específicas, como a busca por ouro ou a destruição de quilombos, quem
comandava e organizava as tropas eram os próprios bandeirantes. Isso fica evidente quando Domingos Jorge Velho fala que
suas tropas “não são de gente matriculada no livro de Vossa Majestade, nem obrigada por soldo, nem por pagamento de
munição”.
(D) Incorreta. O preparo técnico dos bandeirantes variava de expedição para expedição. Alguns deles eram mais ricos,
outros mais pobres. No caso de Domingos Jorge Velho, ele tinha uma das bandeiras mais famosas e bem-sucedidas da
época, frequentemente procurada por fazendeiros e pela própria Coroa para prestar-lhes serviços. Por isso, no seu caso,
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podemos concluir que despreparo técnico não fosse um problema. Além disso, é evidente que na carta ele buscou gabar-se
de que não necessitava do governo para ter soldo ou munições, pois tinha seus próprios meios de conseguir tais coisas de
forma autônoma.
(E) Incorreta. Como mencionei no comentário, os bandeirantes podiam ter vários objetivos, entre os quais a busca pelo
ouro. Ressalto também que, no trecho aqui exposto, não se menciona nada sobre o ouro e, sabendo que naquele ano
Domingos Jorge Velho estava em Pernambuco para combater Palmares, fica evidente que o metal valioso não era sua única
preocupação.
Gabarito: C.
66.
“Em 1500 – quando os artistas estavam extremamente preocupados com proporções, simetrias e a estética do
belo –, eles nem imaginavam que cerca de três séculos depois um quadro ‘tão grotesco’ como ‘Saturno devorando
um filho’ de Francisco Goya, estaria sendo cultuado dentro de um museu. [...]
O artista visual, Renan Archer, explica que a produção artística da Idade Média [...] a representação do medo [...]
tinha um propósito além do estético. ‘Esse tipo de mensagem traz o medo como um reforço da mensagem religiosa
[...]’.
É difícil delimitar um momento na História da Arte no qual a temática do medo parou de ser usada como
ferramenta educacional e se tornou algo estético, uma vez que se trata de processos lentos e de adaptações.
[...] Para Renan Archer, a nova forma de representação aconteceu com a aproximação da arte moderna [...]
[enquanto] Luciana Pacheco Favoretto acredita que a mudança começou pelo Romantismo Europeu. ‘Esse foi
especialmente o movimento artístico que trouxe para o universo pictórico o interesse pelo tema e também a
representação do macabro, do oculto e do sobrenatural. Neste momento da arte, a representação do medo pertence
a diversas obras do período’, afirma”.
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COLOMBO, Mariah Eduarda. Consciência diante do perigo: as representações do medo ao longo da História da Arte. Disponível em https://dasartes.com.br/de-arte-a-
z/consciencia-diante-do-perigo-as-representacoes-do-medo-ao-longo-da-historia-da-arte/ Acesso em 20 jul. 2021.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) As mudanças das representações sobre o medo ao longo
da história são provenientes da(o)
(A) influência da sociedade na construção de sentidos e significados sociais relacionados às emoções humanas.
(B) busca permanente por segurança e bem-estar em um mundo dominado pela guerra.
(C) ruptura brusca nas formas de perceber o mundo.
(D) isolamento da sociedade europeia em relação ao resto do mundo durante a modernidade.
(E) persistência de valores e tradições artísticas de origem medieval graças à rigidez da formação dos artistas renascentistas.
Comentários:
Esta é uma questão teórica e seu tema são as mudanças na percepção sobre o medo na história da arte. Portanto,
acaba abarcando mais de um período histórico. A arte caminha ao lado de grandes mudanças sociais, acompanhando a
história e a filosofia, ajudando a refletir e a questionar a realidade. Por meio dos artistas, a arte intervém, muda e transforma
a sociedade, cumprindo um papel social e político. Existem muitas interpretações a respeito das funções da arte. Enquanto
alguns a veem como forma de comunicação ou reação estética, outros a definem como ferramenta de construção social.
Portanto, por abarcar tantas funções e usos na sociedade, através do tempo, seu valor como fonte histórica destaca-se.
(A) Correta! As mudanças na organização social, portanto nas necessidades objetivas dessa sociedade resultaram em
funções diferentes para a interpretação do medo. Assim, a cultura predominante em determinada época pode ser
compreendida a partir de objetos artísticos. Logo, as representações do medo na história da arte dependeriam de como a
sociedade de cada período destacado enxergava-se e representava-se.
(B) Incorreta. As representações do medo na arte até têm a ver com guerras ou períodos de paz, mas não só. Elas
surgem em momentos muito diferentes da história humana, sendo reflexo de como as sociedades organizavam-se de
maneira estética, religiosa etc.
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(C) Incorreta. Devemos compreender que as mudanças na forma de representação artística, desde a Idade Média, não
ocorreram de modo abrupto, da noite para o dia, mas deram-se lentamente, por meio de uma série de adaptações, levando
séculos para que instituições e modos de vida se transformassem.
(D) Incorreta. É justamente o contrário: durante a Idade Moderna, a Europa conecta-se com o restante do mundo. Vale
lembrar que as Grandes Navegações e a descoberta do Novo Mundo acontecem nesse período, que vê o mapa geopolítico
transformar-se profundamente.
(E) Incorreta. A arte do Renascimento é caracterizada pelo equilíbrio das formas, pelo retorno aos valores greco-romanos
e pelo antropocentrismo, contrastando com a rigidez religiosa da arte medieval e com os exageros do Barroco, período que
o sucede. Como a arte transforma-se ao longo do tempo, é de esperar-se que certas características, estilos e modos de
fazer artísticos retornem ou deixem de ser relevantes.
Gabarito: A.
67.
LEI Nº 2.040, DE 28 DE SETEMBRO DE 1871
A Princeza Imperial Regente, em nome de Sua Magestade o Imperador e Senhor D. Pedro II, faz saber a todos
os subditos do Imperio que a Assembléa Geral Decretou e ella Sanccionou a Lei seguinte:
[...]
Art. 4º É permittido ao escravo a formação de um peculio com o que lhe provier de doações, legados e heranças,
e com o que, por consentimento do senhor, obtiver do seu trabalho e economias. O Governo providenciará nos
regulamentos sobre a collocação e segurança do mesmo peculio.
[...]
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§ 2º O escravo que, por meio de seu peculio, obtiver meios para indemnização de seu valor, tem direito a alforria.
Se a indemnização não fôr fixada por accôrdo, o será por arbitramento. Nas vendas judiciaes ou nos inventarios o
preço da alforria será o da avaliação.
§ 3º É, outrossim, permittido ao escravo, em favor da sua liberdade, contractar com terceiro a prestação de
futuros serviços por tempo que não exceda de sete annos, mediante o consentimento do senhor e approvação do Juiz
de Orphãos.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim2040.htm. Acesso em: 20 jul. 2021 (adaptado).
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) Um dos fatores que levaram à promulgação da lei
apresentada foi o(a)
(A) pressão estrangeira pelo fim da escravidão.
(B) sentimento humanitário da Coroa e das classes proprietárias.
(C) convergência da resistência escrava e do abolicionismo legal.
(D) pressão popular resultante da solidariedade entre pobres livres e cativos.
(E) persistência da campanha republicana associada ao abolicionismo.
Comentários:
A Lei do Ventre Livre foi assinada pela Princesa Isabel e promulgada em 28 de setembro de 1871, decretando que todos
os filhos de mulheres escravizadas nascidos a partir de então eram livres. Essa lei surge como resposta às revoltas de
escravizados, movimentos abolicionistas brasileiros e pressões internacionais. O seu objetivo era possibilitar o processo de
abolição da escravidão de forma lenta e gradual, com menos prejuízo possível para os senhores.
(A) Incorreta. A pressão estrangeira foi mais relevante em relação ao fim do tráfico Atlântico. No momento de aprovação
da Lei do Ventre Livre, os movimentos abolicionistas e de resistência tiveram papel determinante, portanto, essa alternativa
estaria sendo reducionista.
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(B) Incorreta. Não havia qualquer tipo de sentimento humanitário proveniente da Coroa ou de proprietários de
escravizados. Uma prova é que mesmo com a abolição legal da escravidão, não houve qualquer tipo de planejamento e
assistência para que os libertos sobrevivessem ou fossem incluídos na sociedade, como acesso a moradias decentes e à
educação, ou indenizações pelos horrores à que os ex-escravizados foram submetidos pelo processo colonial.
(C) Correta! O movimento abolicionista no Brasil agrupou pessoas de diferentes classes sociais e diversas formas de luta
pela abolição da escravatura. Faz parte do movimento a resistência de escravizados. A ação dos grupos era diversa e o
crescimento do debate abolicionista alcançou a política, apesar da forte resistência contra a abolição. Entre as diferentes
formas de resistência dos escravizados podemos mencionar as fugas individuais e coletivas, as revoltas contra feitores e
senhores, a criação de quilombos, entre outras. Todos esses fatores convergiram nas aprovações de leis antiescravagistas
e mudanças na sociedade daquele período. Vale dizer que era muito comum, antes e depois dessa lei, a briga de famílias
na justiça, principalmente de mães, para conquistar a liberdade de seus parentes ou impedir sua separação mediante a
venda de um deles para outra região. O pecúlio, quantia em dinheiro acumulada pelo cativo para comprar sua alforria,
também era uma prática comum, mas antes da lei era apenas um costume e nem todos os senhores permitiam isso. Contudo,
como esse artificio era cada vez mais usado pelos advogados abolicionistas que defendiam os cativos na justiça, o movimento
abolicionista cobrou para que o pecúlio se tornasse um direito reconhecido por lei, o que ocorreu com a Lei do Ventre Livre,
no seu artigo 4º, destacado pelo enunciado.
(D) Incorreta. O que propiciou a mudança política foi o reconhecimento da escravidão enquanto uma instituição
desacreditada, que demandava importantes restrições para continuar existindo. Entretanto, essa discussão só ganhou força
a partir da década de 1860, dentro do movimento abolicionista e da resistência negra, que já defendiam a abolição desde
muito tempo. Vale mencionar que a solidariedade entre trabalhadores livres e escravizados ocorrias às vezes, mas não era
algo garantido, pois esses dois setores da sociedade não se viam como iguais.
(E) Incorreta. A abolição da escravatura foi adiada no Brasil porque o trabalho escravo ainda constituía a base da
economia brasileira, o que tornou o regime escravocrata no Brasil um dos mais longos do mundo, independentemente das
campanhas abolicionistas ou de ideais republicanos.
Gabarito: C.
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68.
Coroação do Imperador Carlos Magno a 25 de Dezembro de 800 em Roma pelo Papa Leão III, iluminação de "Les Grandes Chroniques de France" de Jean Fouquet, c. 1455-
1460.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) A escolha de um artista renascentista para representar
a cena acima mais de seiscentos anos depois de seu acontecimento foi motivada pelo(a)
(A) aumento da autoridade do clero.
(B) necessidade de reforçar o absolutismo francês.
(C) pressão da nobreza feudal para descentralizar o poder.
(D) resultado da vitória francesa sobre alemães após cem anos de guerra.
(E) reação da burguesia, principal aliada do clero.
Comentários:
O Renascimento, ocorrido entre os séculos XIV e XVII, foi a expressão do Humanismo nas artes, na literatura, na filosofia
e nas ciências. Durante esse período, a Europa transformou-se. As condições para o início do Humanismo e do Renascimento
relacionam-se com o Absolutismo e a ascensão da burguesia. Desse modo, junto com a política de centralização monárquica,
deparamo-nos com o estímulo à produção artística e literária como forma de promover soberanos e nobres a figuras
proeminentes entre as cortes. Assim, esses senhores despontaram como mecenas e patrocinadores dos mais importantes
artistas da época. A imagem acima retrata esse delicado equilíbrio entre um monarca absoluto e a Igreja, responsável por
legitimar seu poder. Outra relação que podemos estabelecer é a de que o período carolíngio foi também conhecido como
um renascimento, o que aumenta a identificação entre os períodos do evento histórico e da cena retratada.
(A) Incorreta! O Absolutismo foi o resultado de um processo de centralização política nas mãos dos reis. Portanto, a
Igreja perdeu a hegemonia de poder, tendo que se submeter aos monarcas absolutos, ainda que esses dependessem da
autoridade eclesiástica para legitimar seus poderes. Por essa razão, vemos a representação do Papa coroando Carlos Magno,
que só poderia ser aclamado imperador a partir do reconhecimento da Igreja.
(B) Correta! A Guerra dos Cem Anos, da qual a França saiu vitoriosa, está inserida na transição da Idade Média para a
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Idade Moderna, período em que se formaram os Estados Nacionais. Assim, ao invocar a coroação de Carlos Magno,
importante conquistador medieval e defensor dos dogmas católicos, coroado pelo Papa Leão III imperador do Sacro Império
Romano-Germânico, em 800, vemos a reafirmação do poder investido na figura do rei francês.
(C) Incorreta. O absolutismo foi uma forma de governo que prezava pelo poder absoluto do rei e que surgiu para atender
as demandas da nobreza feudal e da burguesia mercantil. Assim, ambos viam com bons olhos a concentração do poder na
figura do monarca, como forma de garantir o controle das terras e da riqueza e, desse modo, assegurar que suas demandas
fossem atendidas.
(D) Incorreta. A Guerra dos Cem Anos foi um conflito caracterizado por várias batalhas, que ocorreu entre 1337 e 1422,
envolvendo França e Inglaterra (e não a Alemanha) e que teve papel determinante na formação das monarquias europeias.
(E) Incorreta. Historicamente, nobreza e clero uniam seus valores, interesses e laços familiares. Muito antes de os
europeus dividirem-se em nações, o Cristianismo constituiu-se como identidade para esses grupos. O mesmo não aconteceu
com a burguesia. Na disputa por garantir êxito em suas relações comerciais, a burguesia buscou como aliado o rei absolutista,
uma vez que, enquanto crescia o poder e a riqueza dos reis (e da burguesia), declinavam os da Igreja.
Gabarito: B.
69.
“Atos de revolta marcaram os primeiros dias do ano de 1880 no Rio de Janeiro. Esses dias de verão foram dias
confusos e incertos. Comícios públicos, destinados a protestar contra o imposto de um vintém sobre as passagens
dos bondes urbanos, acabaram em violência nas ruas. O confronto armado entre os manifestantes e as autoridades
persistiu por umas poucas horas somente, mas, assim mesmo, o Motim do Vintém marcou profunda e duradouramente
a vida política, tanto da cidade quanto do império. Ele redefiniu, nada menos, os atores, a plateia e a encenação da
cultura política.”
GRAHAM, Sandra Lauderdale (1991). “O Motim do Vintém e a Cultura Política do Rio de Janeiro 1880. Revista Brasileira de História. 10 (20): 211-232.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) A referida revolta, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro,
no final do Império, caracterizou-se pela
(A) reação das elites locais contra insurreições de escravizados.
(B) atitude de resistência dos indígenas tamoios na zona rural da cidade.
(C) tática de guerrilha dos quilombolas da Baía da Guanabara.
(D) ação direta dos sindicatos de cocheiros e condutores de bondes.
(E) mudança na realização da ação política e dos atores envolvidos.
Comentários:
A Revolta do Vintém, ou Motim do Vintém, representou uma série de manifestações de caráter popular, que ocorreram
entre 28 de dezembro de 1879 e 4 de janeiro de 1880, contra o aumento das passagens de bonde, no Rio de Janeiro. O
imposto era uma forma de tentar conter o défice da Coroa e consistia na cobrança de um vintém sobre o valor dos bilhetes
do transporte público. Os protestos começaram logo após o anúncio do aumento da taxa e foram estimulados por
republicanos. Além de questionar a taxação que aumentava em 10% o valor do bilhete do bonde, a população queria
manifestar o seu descontentamento com outros problemas, como os altos níveis de desemprego, a falta de moradia, as
baixas condições sanitárias etc.
(A) Incorreta. O Motim do Vintém foi uma revolta de caráter popular urbano, não tendo relação com revoltas escravas
do período.
(B) Incorreta. A Confederação dos Tamoios foi um conflito de resistência indígena de maioria Tupinambá (Tupiniquins,
Aimorés e Temiminós), que aconteceu entre 1554 e 1567, no período denominado Brasil Colônia, nas áreas que
compreendem o litoral norte paulista e sul fluminense.
(C) Incorreta. Os quilombos foram símbolos de resistência africana contra a escravidão no Brasil. Contudo, a questão
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trata da Revolta do Vintém, organizada por populares na cidade do Rio de Janeiro.

(D) Incorreta. A revolta foi orquestrada pelo povo insatisfeito com o aumento da passagem dos bondes. Inclusive, os
manifestantes tomaram os veículos, agrediram os condutores, esfaquearam os animais, além de depredarem as vias públicas
em sinal de protesto.
(E) Correta! Apesar de terem sido contidos pelas autoridades policiais, os revoltosos adotaram a violência como
estratégia de pressão ao governo. Essa revolta foi marcada pelo uso da imprensa para denunciar o ocorrido e na incitação
dos revoltosos, além do fato de que a população reagiu aos abusos com seus próprios meios.
Gabarito: E.
70.
“Até o fim de seus dias, Gavrilo Princip, o assassino do arquiduque Francisco Fernando, não conseguiu acreditar
que sua minúscula iniciativa tivesse ateado fogo ao mundo. A crise final de 1914 foi tão completamente inesperada,
tão traumática e, vista retrospectivamente, tão persistente porque foi essencialmente um incidente na política
austríaca que exigia, na opinião de Viena, que se desse uma lição na Sérvia. A atmosfera internacional parecia calma.
Nenhum ministério das relações exteriores esperava problemas em junho de 1914, e personalidades públicas há
décadas eram assassinadas com uma certa frequência. Em princípio, ninguém se preocupou com o fato de uma grande
nação intervir pesadamente num vizinho pequeno e problemático. Desde então cerca de cinco mil livros foram escritos
para explicar o aparentemente inexplicável: como dentro de pouco mais de cinco semanas após Sarajevo, a Europa
se encontrava em guerra.”
HOBSBAWM, Eric J. A era dos impérios (1875-1914). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p. 446. Adaptado.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) O contexto precedente à Primeira Guerra Mundial descrito
pelo texto contribuiu para a eclosão do conflito armado, pois
(A) facilitou a adesão a ideologias de viés socialista.
(B) criou um clima de paz armada sustentada por um tênue equilíbrio.
(C) representou o fim do imperialismo europeu.
(D) deteriorou a crença no nacionalismo.
(E) abriu oportunidade para uma nova revolução na França.
Comentários:
As causas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) são extremamente complexas e envolvem uma série de
acontecimentos que vinham diretamente do século XIX, como o imperialismo, as rivalidades econômicas, as tensões
nacionalistas e as alianças militares. O estopim foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono
austríaco, por grupos nacionalistas, na Bósnia. A consequência direta do ato foi uma crise política gravíssima que não
encontrou saída diplomática, resultando em declarações de guerra sucessivas.
(A) Incorreta. O movimento político socialista parte de um conjunto de filosofias políticas que se originaram nos
movimentos revolucionários de meados ao final do século XVIII. Além disso, foi influenciado por problemas sociais associados
ao capitalismo. Contudo, ele não contribuiu diretamente para que a Primeira Guerra ocorresse. Na verdade, ele está no
cerne da Revolução Russa de 1917, que eclodiu durante a Grande Guerra.
(B) Correta! A paz armada foi um período da história, anterior ao início da Primeira Guerra Mundial, em que os principais
países europeus lançaram-se numa intensa corrida armamentista. Esse período caracteriza-se pelo forte desenvolvimento
da indústria bélica das grandes potências e a crescente tensão nas relações internacionais.
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(C) Incorreta. O imperialismo ou neocolonialismo do século XIX constituiu-se como um movimento de domínio, conquista
e exploração política e econômica das nações industrializadas europeias (Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Holanda)
sobre os continentes africano e asiático. Com o final da Primeira Guerra Mundial, quatro impérios, considerados sólidos antes
de 1914, desintegraram-se: o alemão, o austro-húngaro, o russo e o otomano. Com o Tratado de Versalhes, a partir desses
impérios surgiram novos países e as colônias foram divididas entre as nações vitoriosas.
(D) Incorreta. O discurso nacionalista foi utilizado politicamente como estímulo à participação popular na I Guerra
Mundial. Inclusive, serviu para fomentar a expansão territorial de alguns estados, situação que era apresentada como
necessária para unificação dos povos. Foi nesse contexto que surgiram alguns dos movimentos nacionalistas que
influenciariam a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
(E) Incorreta. Na verdade, o país acometido por uma revolução foi a Rússia, que abandonou uma monarquia absolutista
para tornar-se a primeira nação socialista do mundo, em 1917. Já a França, saiu da guerra como uma das nações vitoriosas.
Gabarito: B.
71.
“O Orlando Furioso também é considerado uma obra-prima em termos de construção poética e da narrativa
complexa. Os valores estéticos e literários da Renascença, como a busca pela harmonia e pelo equilíbrio, encontraram
nele expressão. A fantasia caminha de mãos dadas com a loucura e o caos da guerra. Ariosto celebrou os ideais da
corte e cavalaria, embora com certo tom de desencanto.”
ANDRADE, Karen de. Os Substitutos: tradução comentada de I Suppositi de Ludovico Ariosto. Campinas-SP: Dissertação de mestrado, UNICAMP, p. 14.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) O movimento cultural mencionado, inserido no processo
de transição da modernidade europeia, caracterizou-se pela(o)
(A) reafirmação dos valores do pensamento medieval.
(B) rejeição de influências culturais estrangeiras.
(C) antipatia pelo modo de vida nas cortes europeias.
(D) apego aos ideais socialistas.
(E) renovação artística e intelectual.
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Comentários:
O Renascimento foi um importante movimento artístico, cultural e científico, surgido na Itália no século XIV, e que se
estendeu por toda a Europa até o século XVII. Esse período marca a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica e sustentado pelas modificações econômicas, o Renascimento reformulou a
vida medieval, contudo não pode ser visto como uma ruptura radical, uma vez que certos valores medievais permaneceram
na sociedade europeia, ainda que modificados, como os ideais cortesãos e a religiosidade cristã.
(A) Incorreta. Na verdade, durante o Renascimento há um retorno aos valores da Antiguidade Clássica. Nesse
movimento, o interesse pelas culturas greco-latinas contribuiu para a construção do ideal humanista. Essa corrente de
pensamento opunha-se à cultura medieval, teocêntrica, colocando o ser humano como centro do universo
(antropocentrismo).
(B) Incorreta. Período de enorme intercâmbio comercial e cultural, o Renascimento espalhou-se pela Europa a partir da
influência das cortes e de ricos mercadores italianos e holandeses que investiam no comércio marítimo. O contato comercial
com a França, Espanha, Inglaterra e, em menor escala, Portugal, era frequente; portanto, não se pode dizer que havia
rejeição de influências estrangeiras no âmbito cultural.
(C) Incorreta. Pelo contrário, a vida cortesã era um ideal a ser buscado por nobres e artistas. Nas cortes, por meio do
mecenato de grandes senhores, a arte renascentista tomou forma. Portanto, podemos afirmar que as cortes renascentistas
tiveram um papel basilar na produção e divulgação cultural e científica do período.
(D) Incorreta. O socialismo originou-se nos movimentos revolucionários do século XVIII, enquanto o Renascimento
ocorreu entre os séculos XIV e XVII.
(E) Correta! O Renascimento foi um movimento artístico, cultural e científico que surgiu na Itália, no século XIV, e
expandiu-se para outras regiões da Europa, trazendo renovação nas áreas de filosofia, política, economia, cultura, artes,
ciência, entre outras. O movimento representou uma das principais mudanças de mentalidade na história da humanidade e
seu ápice deu-se no século XVI.
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Gabarito: E.
72.
Rebeldes paulistas na Estrada de Ferro Sorocabana, 1924. Museu Histórico do Exército, Rio de Janeiro.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) Um dos objetivos do movimento político que esses
rebeldes integravam era
(A) eleição de uma Assembleia Constituinte.
(B) deposição do presidente Epitácio Pessoa.
(C) reprimir os movimentos sindicais dos trabalhadores urbanos.
(D) restaurar a monarquia no Brasil.
(E) instaurar a ditadura do proletariado.
Comentários:
A Revolta Paulista de 1924, também chamada de Revolução Esquecida, Revolução de 1924, entre outros nomes, foi a
segunda revolta tenentista do período. A cidade de São Paulo foi palco do maior conflito urbano da história do Brasil. O
conflito teve início em 5 de julho e terminou em 28 de julho de 1924, com os revoltosos derrotados. Foi motivada pelo
descontentamento dos militares com a crise econômica e a concentração de poder nas mãos de políticos de São Paulo e
Minas Gerais.
(A) Correta! Suas críticas giravam em torno da corrupção eleitoral que assolava o país. Por essa razão, desejavam a
eleição de uma nova Assembleia Constituinte, instauração do voto secreto e reformas nas instituições de ensino.
(B) Incorreta. Em 5 de julho de 1924, unidades do Exército e da Força Pública rebelaram-se e tomaram as ruas da
capital para tentar derrubar o presidente Arthur Bernardes (1875-1955).
(C) Incorreta. A repressão e a perseguição a trabalhadores e sindicalistas deu-se, principalmente, durante o período da
ditadura militar.
(D) Incorreta. O movimento desejava a deposição imediata do presidente da república, reformas governamentais e o
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fim do governo da República Velha.

(E) Incorreta. Os integrantes do segundo movimento tenentista tentaram promover um movimento de caráter nacional,
mas não de cunho socialista.
Gabarito: A.
73.
“Num período relativamente curto de cinquenta anos, de 1930 até o início dos anos 80, mais aceleradamente,
nos anos que vão de 1950 ao final da década de 70, tínhamos sido capazes de construir uma economia moderna,
incorporando padrões de produção e de consumo próprios aos países desenvolvidos. Fabricávamos quase tudo. [...]
Dispúnhamos, também, de todas as maravilhas eletrônicas: o ferro elétrico, que substituiu o ferro a carvão; o
fogão a gás de botijão, que veio tomar o lugar do fogão elétrico, na casa dos ricos, ou do fogão a carvão, do fogão a
lenha, do fogareiro e da espiriteira, na dos remediados ou pobres; em cima dos fogões, estavam agora panelas –
inclusive a de pressão – ou frigideiras de alumínio e não de barro ou de ferro; o chuveiro elétrico; o liquidificador e a
batedeira de bolo; a geladeira; o secador de cabelos, a máquina de barbear, concorrendo com a gilete; o aspirador
de pó, substituindo as vassouras e o espanador; [...]”.
SCHWARCZ, L. M. (org.) História da Vida Privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, v. 4.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) As políticas econômicas que causaram essa mudança
nos padrões de consumo no Brasil, no período destacado no texto, são:
(A) substituição de importações e desenvolvimentismo.
(B) nacional-desenvolvimentismo e integralismo.
(C) anarquismo e socialismo.
(D) mercantilismo e liberalismo.
(E) protecionismo e planificação da economia.
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Comentários:
O texto enfatiza dois momentos importantes para entendermos o desenvolvimento econômico do Brasil na primeira
metade do século XX. Durante a Era Vargas (1930-1945), o governo privilegiou investir nas indústrias de bens não duráveis
e de base. No caso do governo de JK (1956-1961), motivado pelo plano de ação "Cinquenta anos em cinco", os investimentos
na indústria de bens duráveis foram fundamentais, resultando em maior circulação de diferentes tipos de bens, gerando
empregos e renda e aumentando o consumo no Brasil. Ambos foram períodos em que o desenvolvimentismo esteve no
centro da economia.
(A) Correta! A substituição das importações refere-se a um modelo de planejamento a favor da industrialização,
baseando-se em produzir internamente tudo aquilo que antes era importado de outras nações, fomentando, assim, a
indústria nacional. O projeto para o país no segundo governo de Getúlio Vargas foi pautado pelo nacional-
desenvolvimentismo, principalmente na defesa da intervenção do Estado em áreas consideradas de interesse nacional. As
indústrias e aquelas atividades vinculadas à diversificação do mercado interno também foram privilegiadas. Os pontos altos
desse período foram a criação da Petrobras e a do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).
(B) Incorreta. O nacional-desenvolvimentismo foi uma estratégia política de desenvolvimento adotada durante o governo
de Juscelino Kubitschek (1956-1961), que visava acelerar o processo de industrialização e tirar o país da condição de
subdesenvolvimento. Por sua vez, o movimento político do integralismo ocorreu entre 1932 e 1937, sendo considerado um
braço político, ultranacionalista, conservador e fascista da Igreja Católica.
(C) Incorreta. O anarquismo é uma ideologia política que se opõe a todo tipo de hierarquia e dominação, seja ela política,
econômica, social ou cultural, e que pretende superar a ordem social a partir de um projeto baseado na defesa da autogestão.
Já o socialismo propõe a instalação do comunismo a partir da criação do Estado controlado por trabalhadores. Por meio da
chamada Ditadura do Proletariado, as etapas do desenvolvimento social e econômico culminariam na eliminação do governo
e na adoção de um regime comunista. Portanto, nenhum dos casos se aplica à questão.
(D) Incorreta. A teoria do liberalismo econômico surgiu no contexto do fim do mercantilismo, período em que o
capitalismo encontrava-se em ascensão. A principal diferença entre o liberalismo e o mercantilismo é que o primeiro defende
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a não intervenção do Estado na economia, enquanto o segundo entende a intervenção como sendo necessária para garantir
a proteção da economia nacional.
(E) Incorreta. A política econômica do protecionismo surgiu com o objetivo de incentivar a produção nacional,
tornando-a mais competitiva em relação aos produtos internacionais. O protecionismo pode ser comercial, econômico e
alfandegário, sempre com o mesmo objetivo de proteger o comércio nacional. Por outro lado, a economia planificada é um
modelo no qual as autoridades governamentais controlam todo o processo econômico do país. Toda renda obtida com a
comercialização de bens é dividida igualmente entre a população. Portanto, esse tipo de economia não é baseado em lucros,
mas no desejo de manter o mercado abastecido e garantir o atendimento das necessidades sociais da população.
Gabarito: A.
74.
“Da televisão aos jornais, da publicidade a todo tipo de epifania mercantil, nossa sociedade se caracteriza por um
crescimento canceroso da visão, medindo a tudo por sua capacidade de se mostrar ou de ser visto e transformando
a comunicação num percurso visual.”
CERTAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994. v. 1, p. 48.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) No período do pós-guerra, entre as décadas de 1950 e
1960, a expansão da sociedade de consumo e a difusão de imagens sedutoras pela mídia teve como resultado
(A) a difusão do marxismo cultural e de valores socialistas.
(B) a flexibilização das rivalidades entre EUA e URSS.
(C) o aumento da comunicação e da fraternidade entre os povos.
(D) a aceitação de valores consumistas chamados de contracultura.
(E) a passividade do indivíduo e a renúncia à consciência crítica.
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Comentários:
O pós-guerra, iniciado em 1945, impôs grandes desafios às populações e governantes de todo o mundo. A grande
devastação provocada na Europa e na Ásia necessitava de amplos esforços de reconstrução econômica e social. Por sua vez,
as potências vencedoras, principalmente os EUA e a URSS, tornaram-se potências rivais logo após o fim do conflito, opondo
o capitalismo ocidental ao chamado comunismo soviético. Além disso, nesse período ocorre a expansão da sociedade de
consumo, um dos conceitos usados para caracterizar a época contemporânea, que é a era das massas. Os Estados Unidos
foram o primeiro país em que se verificou a ocorrência da sociedade de consumo, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial.
(A) Incorreta. No séc. XX, além do surgimento da União Soviética, outras nações tornaram-se socialistas, como a China,
a partir da revolução de Mao Tsé-Tung, e Cuba, a partir da Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro e Ernesto “Che”
Guevara. Ainda que o marxismo seja amplamente estudado pelas ciências sociais e economia, setores conservadores da
sociedade acusam os movimentos de esquerda de infiltrarem os ideais marxistas nas instituições de educação, na mídia e
na cultura em geral, formando o que eles chamam de “marxismo cultural”, o que não passa de pura conspiração.
(B) Incorreta. No pós-guerra, o mundo viu-se dividido em duas partes por uma “cortina de ferro”, que separava o mundo
em dois polos: EUA e URSS. Com a Guerra Fria, hostilidade sem confrontos diretos, esses dois países pretendiam influenciar
o planeta com seus sistemas socioeconômicos. O medo de uma nova guerra mundial, ironicamente, justificava o porte de
arsenal nuclear em ambos os países.
(C) Incorreta. A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) foi uma tentativa de instituir um organismo capaz de
manter a paz e a segurança internacionais, bem como promover o desenvolvimento da cooperação entre os povos em vários
aspectos. Entretanto, esse esforço de unificação de ações governamentais em nível internacional coexistiu com as rivalidades
do pós-guerra.
(D) Incorreta. A contracultura foi um movimento de rebeldia e insatisfação, que atingiu seu auge nos anos 60, nos
Estados Unidos. O principal foco da contracultura era opor-se às normas e padrões estabelecidos pela sociedade, dando voz
às culturas marginalizadas. A contracultura abalou diversas áreas, como a literatura, a música, a filosofia e mesmo a
indústria, por meio de sua ideologia anticomunista e libertária.
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(E) Correta! Com a Guerra Fria, o consumismo torna-se mais presente nas relações sociais. O conceito de cultura de
massa é proveniente da lógica de uma cultura transformada em mercadoria, pautada pela ausência de pensamento crítico
dos indivíduos sobre o que consomem e como afetam o mundo, sejam mercadorias ou mesmo a produção cultural. A
popularização da TV e o papel da publicidade podem ser apontados como fatores que contribuíram para a massificação da
população e popularização do consumismo.
Gabarito: E.
75.
Família ouvindo rádio, charge de Seth, c. 1930.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Alê Lopes) Sobre a popularização do rádio durante a Era Vargas,
pode-se afirmar que
(A) não era usado para propaganda política.
(B) acarretou novos costumes e hábitos na sociedade brasileira.
(C) favoreceu apenas a classe musical, entre os artistas.
(D) era um veículo de informação livre de censura.
(E) serviu como instrumento de propaganda dos “caras pintadas”.
Comentários:
O rádio teve sua expansão mundial após a Primeira Guerra (1914-1918), quando houve grande desenvolvimento nos
meios eletrônicos e de comunicação para fins militares. No Brasil, o rádio atingiu seu apogeu na década de 1930, como
principal veículo de comunicação em massa, na mesma época em que o país era governado por Getúlio Vargas. Nesse
período, iniciou-se a chamada “Era de Ouro do Rádio”, quando ele se popularizou e tornou-se um meio de entretenimento.
(A) Incorreta. Getúlio Vargas resolveu explorar o rádio e passou a utilizá-lo como um grande aliado político, sendo um
meio de divulgação de seu governo interna e externamente. Na época, o presidente estabeleceu concessões às empresas
particulares para o uso do rádio e, em troca, utilizava o meio como propaganda para divulgar seus feitos e enviar mensagens
políticas aos ouvintes no programa obrigatório “A hora do Brasil”, que mais tarde tornou-se “A voz do Brasil”.
(B) Correta! O cenário cultural brasileiro durante a Era Vargas foi marcado pelo rádio como o mais relevante meio de
comunicação. Além de diferentes ritmos musicais, o rádio também era muito utilizado na divulgação de notícias, de músicas
e radionovelas, acompanhadas por milhares de pessoas. Assim, como a charge ilustra, tornaram-se comuns as reuniões de
família em volta do rádio.
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(C) Incorreta. Além do uso do rádio pelo presidente Vargas como meio de comunicação que possibilitava falar com as
massas, não foram apenas artistas da música que se beneficiaram na Era de Ouro do Rádio. A variada programação contava
com radionovelas, programas de auditório, noticiários, entre outros.
(D) Incorreta. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), órgão subordinado diretamente ao presidente da
República, exercia, de forma severa, a censura sobre os jornais, as revistas, o teatro, o cinema, a literatura, o rádio e as
demais manifestações culturais. O rádio foi, sem dúvida, um dos órgãos mais fiscalizados, pois era o meio de comunicação
que atingia as mais diversas classes.
(E) Incorreta. O “caras-pintadas” foi o movimento estudantil brasileiro realizado no decorrer do ano de 1992 que teve,
como objetivo principal, o impeachment do presidente do Brasil na época, Fernando Collor de Mello.
Gabarito: B.
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Geografia
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Prof. Saulo Teruo Takami
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Questões de Geografia
Resolvidas e comentadas por: Prof. Saulo Teruo Takami
76.
A anamorfose geográfica é uma forma de representação cartográfica na qual os limites são distorcidos para
estabelecer uma relação proporcional entre a área e a quantidade de dados de interesse da geografia.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Cartografia – Prof. Saulo Teruo Takami) O mapa acima representa os
países com maior
(A) arsenal nuclear.
(B) número de mortes por Covid-19.
(C) número de habitantes.
(D) índice de desmatamento.
(E) economia do mundo.
Comentários:
(A) Incorreta: o mundo tem nove potências nucleares: Estados Unidos e Rússia (juntos detêm 90% do arsenal atômico
do planeta), China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte.
(B) Incorreta: até junho de 2019, os países com maior número de mortes por Covid-19 foram: EUA, Brasil, Índia, México
e Peru.
(C) Correta: o mapa representa a população mundial em 2017. Os polígonos foram deformados, levando em
consideração o tamanho da população para cada país. Pode-se notar que o continente africano tem tamanho um pouco
menor que a Índia ou a China, quando se deformam os países em função do tamanho da população de cada país.
(D) Incorreta: o Brasil lidera o ranking de países que mais desmataram, com quase um terço das perdas. Apenas na
Amazônia, foi destruído 1,7 milhão de hectares, uma extensão três vezes maior do que o segundo colocado na lista, a
República Democrática do Congo.
(E) Incorreta: as maiores economias do mundo são: EUA, China, Japão, Alemanha, Reino Unido e Índia.
Gabarito: C.
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77. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Climatologia – Prof. Saulo Teruo Takami) As secas severas nas
áreas centrais e norte da região Nordeste, que afetam, principalmente, a região conhecida como Polígono das Secas e
provocam crises dramáticas relativas à escassez hídrica, são potencializadas pela anomalia climática
(A) La Niña.
(B) El Niño.
(C) Massa tropical continental.
(D) Ciclone tropical.
(E) Sistema de baixa pressão atmosférica.
Comentários:
(A) Incorreta: o fenômeno La Niña é um evento climático que ocorre quando as águas do Oceano Pacífico esfriam,
desencadeando uma sucessão de efeitos climáticos nas cinco regiões brasileiras.
(B) Correta: o El Niño é gerado pelo aquecimento da água da superfície do Pacífico oriental, próximo à linha do Equador.
O fenômeno provoca a formação de uma massa quente e seca sobre o Brasil, que impede que as frentes frias atinjam o
Nordeste.
(C) Incorreta: A massa tropical continental tem sua atuação mais intensa no Sul e no Centro-Oeste do Brasil.
(D) Incorreta: os ciclones tropicais são centros de baixa pressão que se formam em torno dos trópicos e apresentam
grande umidade e alta temperatura, formando tempestades torrenciais associadas a ventos em alta velocidade.
(E) Incorreta: na atmosfera, a baixa pressão do ar é associada à formação de muitas nuvens, com chuva e eventualmente
com tempo severo, com tempestades.
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Gabarito: B.
78.
De agosto de 2019 a julho de 2020, o desmatamento do Cerrado foi de 7,3 mil km2. A área representa 13,21% a
mais do que o total registrado no período anterior. O desmatamento foi maior nos estados do Maranhão, Tocantins e
Bahia, que fazem parte do território do Matopiba, atual fronteira agrícola do Cerrado, que também inclui o Piauí.
Desmatamento no Cerrado aumenta 13% e bioma perde 7,3 mil km² de vegetação nativa. WWF. 23/12/2020. Disponível em:> https://www.wwf.org.br/?77608/cerrado-prodes-
desmatamento-aumenta-123-perde-73-mil-km2> Acesso em: 01/07/2021.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Meio Ambiente – Prof. Saulo Teruo Takami) Uma das consequências
do desmatamento no cerrado está relacionada ao(à)
(A) maior acidez do solo.
(B) proliferação de espécies vegetais exóticas.
(C) aumento da biomassa vegetal.
(D) contaminação dos cursos d´água.
(E) diminuição da vazão dos grandes mananciais de água.
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Comentários:
(A) Incorreta: o solo do cerrado já possui elevados índices de acidez.
(B) Incorreta: o desmatamento dificulta o desenvolvimento de espécies vegetais, mesmo que exóticas.
(C) Incorreta: ocorre uma diminuição da biomassa.
(D) Incorreta: os cursos d’água são contaminados por agrotóxicos.
(E) Correta: uma das mais graves consequências do desmatamento do cerrado é a destruição das nascentes. A
vegetação original do cerrado tem raízes longas, que entram profundamente no solo e criam caminhos por onde a água
pode passar. Com o desmatamento, o volume de água diminui, podendo secar as nascentes.
Gabarito: E.
79.
Um levantamento sobre a situação humanitária e proteção global da Organização das Nações Unidas (ONU) prevê
que, em 2021, o mundo poderá vivenciar a maior crise social desde a 2ª Guerra Mundial. Segundo a organização, a
crise humanitária vai se aprofundar e atingir diretamente um recorde de 235 milhões de pessoas.
ONU prevê a maior crise humanitária desde a 2ª Guerra Mundial. Andes. 08/12/2020. Disponível em: https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/oNU-preve-a-maior-crise-
humanitaria-desde-a-2a-guerra-mundial1 Acesso em: 29/06/2021.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – População – Prof. Saulo Teruo Takami) As crises humanitárias são
provocadas por diversos fenômenos, entre eles podemos destacar, principalmente,
(A) a concentração de riquezas e a miséria.
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(B) o desenvolvimento econômico e a estiagem.

(C) as epidemias e as correntes migratórias para vacinação.
(D) os conflitos armados e o saneamento básico.
(E) as eleições fraudulentas e o fechamento de universidades.
Comentários:
(A) Correta: enquanto a ONU denuncia o aumento da miséria em todo o mundo e do número de pessoas em situação
de extrema pobreza, um pequeno grupo de bilionários segue enriquecendo em meio à pandemia da Covid-19. O processo
de concentração de riquezas é o responsável direto pela miséria e consequentes crises humanitárias.
(B) Incorreta: o desenvolvimento econômico minimiza os impactos da pobreza; a estiagem pode gerar crises hídricas
periódicas.
(C) Incorreta: as epidemias são fatores que podem levar a crises humanitárias, mas não desencadeiam a migração de
pessoas de outros países para um determinado país apenas com a intenção de vacinarem-se.
(D) Incorreta: os conflitos armados são um dos principais fatores de crises humanitárias. O saneamento básico minimiza
o risco de doenças.
(E) Incorreta: as eleições fraudulentas podem levar a instabilidades políticas e podem, em um período mais longo, gerar
crises humanitárias. O fechamento de universidades acarreta prejuízos acadêmicos para a população, mas não é um fator
determinante para crises humanitárias.
Gabarito: A.
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80.
Dados sobre violência contra os povos indígenas mostram que casos de invasão aumentaram cerca de 135% de
2018 para 2019; infrações estão associadas a desmatamento, mineração e queimadas.
Invasões em Terras Indígenas mais que dobraram em 2019.OECO. 03/09/2020. Disponível em<https://www.oeco.org.br/noticias/invasoes-em-terras-indigenas-mais-que-
dobraram-em-2019/> Acesso em: 29/06/2021.
(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Regionalismo – Prof. Saulo Teruo Takami) A invasão de terras indígenas
está relacionada à percepção e ao interesse dos criminosos no(a)
(A) valor econômico da terra.
(B) preconceito cultural contra a população indígena.
(C) projeto de construção de barragens hidrelétricas.
(D) biopirataria das espécies de seringais.
(E) demarcação de terras indígenas, limitando os espaços das aldeias.
Comentários:
(A) Correta: os criminosos possuem interesses econômicos nos recursos naturais das terras indígenas.
(B) Incorreta: o preconceito, apesar de existir, não é a justificativa para essas invasões.
(C) Incorreta: as barragens são construídas a partir de projetos propostos e autorizados pelo governo.
(D) Incorreta: espécies de seringueiras já estão distribuídas por boa parte da zona equatorial do planeta.
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(E) Incorreta: a demarcação de terras é um instrumento de defesa jurídica e de propriedade das terras para a população
indígena.
Gabarito: A.
81.
Observe a figura.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Climatologia – Prof. Saulo Teruo Takami) As faixas de nuvens
distribuídas pelo território brasileiro representam um importante fenômeno atmosférico considerado um dos principais
provedores de chuva sobre o Brasil durante o verão.
Esse fenômeno é denominado:
(A) Ventos alísios.
(B) Ventos contra-alísios.
(C) Massa tropical continental.
(D) Massa polar atlântica.
(E) Zona de Convergência do Atlântico Sul.
Comentários:
(A) Incorreta: ventos alísios podem ser entendidos como deslocamentos de massas de ar quente e úmido que ocorrem
de forma concêntrica em direção às áreas de baixa pressão atmosférica das zonas equatoriais do globo terrestre, a Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT).
(B) Incorreta: os ventos contra-alísios sopram no sentido contrário, ou seja, do Equador em direção aos trópicos, de
Oeste para Leste. Eles podem ser definidos como ventos secos que possuem incidência em altitudes mais elevadas e atuam
das zonas equatoriais de baixa pressão para as zonas subtropicais de alta pressão.
(C) Incorreta: a massa tropical continental é um sistema de baixa pressão e tem o seu centro de origem na região do
Chaco, no Paraguai, em uma zona de alta temperatura e pouca umidade. Por essas razões, é uma massa de ar quente e de
pouca umidade.
(D) Incorreta: a massa polar atlântica é um sistema anticiclonal. Ela tem o seu centro de origem no Atlântico Sul, nas
proximidades da Patagônia. Por essas razões, é uma massa de ar de alta pressão, baixa temperatura e baixa umidade.
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(E) Correta: A Zona de Convergência do Atlântico Sul é uma grande e prolongada zona de convergência de umidade
sobre o Brasil, resultado da interação da circulação de ventos de vários sistemas meteorológicos que atuam ao mesmo
tempo: frente fria na costa do Sudeste, Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) no Nordeste, sistema de baixa pressão
atmosférica (circulação ciclônica, horária) que se forma em torno de 10 km de altitude, a Alta da Bolívia, grande sistema de
alta pressão atmosférica (circulação anticiclônica, anti-horária) que se estabelece em torno de 10 mil metros de altitude, e
também a presença de um cavado atmosférico (ondulação na circulação de ventos no sentido horário) em médios níveis da
atmosfera, em torno de 5 mil metros de altitude.
Gabarito: E.
82. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Urbanização – Prof. Saulo Teruo Takami) Normalmente essa
designação é exclusiva de grandes centros urbanos, onde existem pessoas de vários países diferentes e onde é possível
notar a influência de diversas culturas na alimentação, arquitetura, costumes, forma de vestir, artes, tradições, alimentação
etc. Cidades como Nova Iorque e Londres são exemplos de
(A) cidades continentais.
(B) cidades cosmopolitas.
(C) megacidades.
(D) centros financeiros.
(E) metrópoles regionais.
Comentários:
(A) Incorreta: não são cidades que abrangem todo o continente.
(B) Correta: são cidades que possuem uma grande diversidade cultural, conectadas ao mundo.
(C) Incorreta: as megacidades possuem mais de 10 milhões de habitantes.
(D) Incorreta: apesar de serem importantes centros financeiros, essas cidades não se resumem a essa característica.
(E) Incorreta: são metrópoles globais.
Gabarito: B.
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83. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Geopolítica – Prof. Saulo Teruo Takami) No dia 8 de dezembro de
1991, foi criado um bloco de países, cujo principal objetivo era estabelecer um sistema econômico e de defesa entre as
nações da extinta URSS. Os primeiros integrantes do bloco foram: a Rússia, a Bielorrússia e a Ucrânia. Posteriormente,
integraram-se ao bloco os seguintes países: Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Moldávia, Quirquistão, Tadjiquistão,
Uzbequistão, além do Turcomenistão. A Geórgia desligou-se do grupo em 2009 e os três países bálticos (Lituânia, Estônia e
Letônia) são os únicos países que compunham a União Soviética que nunca fizeram parte do bloco.
O referido bloco foi denominado de:
(A) Pacto de Varsóvia.
(B) CEI - Comunidade dos Estados Independentes.
(C) Perestroika.
(D) APEC - Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico.
(E) UELE - União Econômica do Leste Europeu.
Comentários:
(A) Incorreta: o Pacto de Varsóvia foi um acordo militar firmado em 14 de maio de 1955, estabelecendo uma aliança
entre os países socialistas do leste europeu (Hungria, Romênia, Alemanha Oriental, Albânia, Bulgária, Tchecoslováquia e
Polônia) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
(B) Correta: o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em 1991, proporcionou a independência de
várias nações que a integravam. Porém, o vínculo estabelecido entre esses países gerou entre eles uma grande dependência
nas relações políticas, militares e econômicas, possibilitando a criação da CEI – Comunidade dos Estados Independentes.
(C) Incorreta: perestroika foi, em conjunto com a glasnost, uma das políticas introduzidas na União das Repúblicas
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Socialistas Soviéticas por Mikhail Gorbachev, em 1986. A palavra perestroika, que, literalmente, significa reconstrução,
recebeu a conotação de reestruturação econômica.
(D) Incorreta: a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC) é um dos principais blocos da atualidade,
envolvendo gigantes como Estados Unidos, China, Japão, Austrália e Rússia.
(E) Incorreta: esse organismo nunca existiu.
Gabarito: B.
84.
Observe o climograma.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Climatologia – Prof. Saulo Teruo Takami) De acordo com as informações
apresentadas no climograma, as condicionantes climáticas são:
(A) Índices pluviométricos elevados durante o inverno e temperaturas mais altas durante o verão.
(B) Baixa amplitude térmica e índices pluviométricos maiores durante o verão e menores durante o inverno.
(C) Índices pluviométricos elevados durante o verão e temperaturas mais baixas durante o inverno.
(D) Alta amplitude térmica e índices pluviométricos baixos durante o inverno.
(E) Índices pluviométricos bem distribuídos ao longo do ano e baixa amplitude térmica.
Comentários:
(A) Correta: o climograma em questão é da cidade de Vancouver (Canadá), que está localizada no hemisfério norte.
Para conseguir identificar se é hemisfério norte ou sul no climograma, é preciso considerar que o inverno no hemisfério sul
é de junho a setembro. Dessa forma, as temperaturas em geral são mais baixas, o que não acontece nesse climograma.
Essa mesma associação pode ser feita em relação às temperaturas. O verão no hemisfério sul é de dezembro a março,
quando as temperaturas são mais elevadas. Nesse climograma, nos meses de dezembro a março, as temperaturas são mais
baixas. Após fazer essa distinção, é só interpretar o climograma, que, nesse caso, aponta para índices pluviométricos
elevados durante o inverno e temperaturas mais elevadas durante o verão.
(B) Incorreta: a amplitude térmica é alta.
(C) Incorreta: os índices pluviométricos são elevados durante o inverno.
(D) Incorreta: os índices pluviométricos são elevados durante o inverno.
(E) Incorreta: os índices pluviométricos não são bem distribuídos ao longo do ano.
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Gabarito: A.
85. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Vegetação – Prof. Saulo Teruo Takami) Considerada na classificação
de domínios morfoclimáticos como “mata de transição”, está localizada entre as florestas úmidas da Amazônia e o clima
semiárido do sertão. Está centrada no planalto do Maranhão-Piauí, ocupando parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará,
Pará e o norte do Tocantins.
A denominação dessa área de transição é:
(A) Mata de várzea.
(B) Mata de terra firme.
(C) Mata de cocais.
(D) Mata de igapós.
(E) Veredas.
Comentários:
(A) Incorreta: floresta de várzea é um tipo de floresta de planícies inundáveis invadidas por enchentes sazonais na bacia
Amazônica, ao longo de rios de "águas brancas" (isto é, turvas, barrentas). O resultado é aumento no nível de águas
carregadas de nutrientes entre 10 e 15 metros.
(B) Incorreta: mata de terra firme desenvolve-se em áreas que não estão sujeitas a inundações por estarem situadas
em relevos mais elevados. Essa característica favorece a proliferação de árvores de grande porte, que podem alcançar até
50 metros de altura.
(C) Correta: a mata dos cocais é uma vegetação presente no território brasileiro, considerada como uma faixa de
transição, ou seja, uma área de encontro entre dois grandes domínios vegetais. As principais espécies de plantas são o
babaçu, que é o mais abundante na região, a carnaúba, o buriti e muitas outras.
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(D) Incorreta: mata de igapó compreende uma cobertura vegetal que ocorre nas áreas de relevo suave (planícies) que
se encontram às margens de rios; portanto, sofre inundações frequentes. A mata de igapó possui aspecto de difícil acesso
devido à incidência de árvores baixas, que não superam 20 metros de altura, além de cipós, epífitas e plantas aquáticas.
(E) Incorreta: as veredas são caracterizadas pelos terrenos úmidos e estáveis que mantêm a umidade nas camadas mais
superficiais do solo, garantindo a sua hidratação, mesmo em épocas de seca. Elas surgem nos afloramentos dos lençóis
freáticos, onde se formam as nascentes.
Gabarito: C.
86. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Hidrografia – Prof. Saulo Teruo Takami) O Acqua Alta é um
fenômeno que ocorre periodicamente em Veneza, quando o Mar Adriático sobe de nível. Quando esse fato acontece, Veneza
fica inundada em maior ou menor medida. Entende-se que Acqua Alta é quando a maré sobe 90 centímetros do seu nível
normal.
O fenômeno do Acqua Alta está relacionado ao movimento das marés. Sobre as marés, é correto afirmar que:
(A) estão relacionadas à força gravitacional da Lua, que exerce força sobre a água. Em períodos de lua cheia e lua nova, os
movimentos de preamar (maré alta) e baixa-mar (maré baixa) ocorrem de forma mais intensa. Esse fenômeno ocorre
em períodos de 6 horas.
(B) estão relacionadas à força gravitacional do Sol, que exerce uma força predominante no movimento das águas do mar.
As marés altas ocorrem na primavera e no verão e a maré baixa no outono e no inverno.
(C) a força gravitacional da lua é responsável pelo movimento das águas. A cada 4 horas a maré sobe, intercalando esse
movimento de preamar e baixa-mar seis vezes por dia, com maior intensidade no período de lua minguante.
(D) o movimento do magma abaixo do assoalho oceânico é responsável pelo movimento das águas profundas, que associado
às forças dos ventos, formam ondas que proporcionam as marés baixas e altas. Esse fenômeno ocorre duas vezes ao
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dia.
(E) as marés são formadas pelos abalos sísmicos no assoalho oceânico. Os tremores diários são responsáveis pelo
movimento da água. Quanto mais forte a liberação de energia, mais alta é a maré. Quando o tremor ultrapassa 5 graus
na Escala Richter, ocorrem os tsunamis.
Comentários:
(A) Correta: as marés são movimentos oceânicos que ocorrem periodicamente, caracterizadas pela subida e descida no
nível de água. Esse fenômeno ocorre em virtude da atração gravitacional exercida pela Lua e pelo Sol sobre o mar. As marés
altas ocorrem nas regiões que estão mais próximas ao Sol e à Lua, enquanto nas demais regiões ocorrem as marés baixas.
Quando a água do mar está mais próxima da Lua, aquela é atraída por esta com uma força de maior intensidade do que
nos demais pontos. Enquanto isso, na parte oposta da Terra, a água tende a afastar-se. Consequentemente, nos pontos
intermediários, o nível do mar abaixa e ocorre a maré baixa. Cada uma das marés acontece duas vezes em todos os pontos
do planeta. Quando há o alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua, as forças gravitacionais sobrepõem-se e as marés ficam
bem mais elevadas.
(B) Incorreta: o sol contribui para o fenômeno das marés, mas não é o fator predominante, sendo a Lua responsável
pela maior parte do movimento das marés. Ao movimento das marés não está condicionada a variação das estações do ano.
(C) Incorreta: as variações do movimento das marés ocorrem a cada 6 horas e não 4 horas e são mais intensas nas luas
cheia e nova.
(D) Incorreta: as marés não estão relacionadas ao movimento do magma.
(E) Incorreta: as marés não estão relacionadas aos abalos sísmicos e tsunamis.
Gabarito: A.
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87. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – População – Prof. Saulo Teruo Takami) Pelo menos 82,4 milhões
de pessoas ao redor do mundo foram forçadas a deixar suas casas. Entre elas, estão cerca de 26,4 milhões de refugiados,
e quase metade deles tem menos de 18 anos. Há também milhões de pessoas apátridas, a quem a nacionalidade foi negada.
Pessoas apátridas têm acesso a direitos básicos, como educação, plano de saúde, emprego e liberdade de movimento. Em
um momento em que 1 em cada 95 pessoas na Terra fugiram de suas casas por causa de conflitos e perseguições, o trabalho
do ACNUR é mais importante do que nunca.
Sobre os movimentos migratórios de refugiados e apátridas no mundo, é correto afirmar:
I- Com a secessão do Sudão em Sudão e Sudão do Sul, muitos sudaneses tornaram-se apátridas, ou seja, não são
reconhecidos nem com sudaneses nem como sul-sudaneses.
II- O fluxo de venezuelanos e venezuelanas é o maior êxodo da história recente da América Latina e a ONU estima que mais
de 4,7 milhões de pessoas já deixaram seu país de origem. O Brasil é o país com maior número de refugiados venezuelanos.
III- O país que recebe o maior número de refugiados é a Itália. Parte do seu território está localizado no mar Mediterrâneo,
porta de acesso de milhares de líbios que fogem da guerra civil no país, iniciada em 2011, após a morte do ditador Muamar
Kadafi.
IV- Uma das primeiras medidas de Joe Biden, presidente dos EUA, foi regularizar os imigrantes ilegais em território
estadunidense, o que gerou um fluxo sem precedentes de refugiados da América Latina em busca do Green Card.
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e III.
(E) III e IV.
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Comentários:
I- Correta: muita gente que havia estabelecido relações duradouras no Norte (do Sudão) e tem poucos contatos no Sul
ficaram num limbo sem o reconhecimento de sua nacionalidade por nenhum dos dois Estados.
II- Correta: o Brasil continua com a aplicação do procedimento facilitado e tem um total de 37 mil refugiados
venezuelanos, que migram para o Brasil fugindo da crise político-econômica instalada no país.
III- Incorreta: a Itália, junto com a Grécia e a Turquia, são países portas de entrada de imigrantes refugiados, advindos
principalmente da Síria. A maioria desses imigrantes buscam refúgio, posteriormente, em países como Inglaterra e
Alemanha.
IV- Incorreta: o governo Joe Biden não regularizou todos os imigrantes ilegais em território estadunidense.
Gabarito: A.
88. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Geopolítica – Prof. Saulo Teruo Takami) Com a grande dependência
do petróleo acentuando-se no século XX, os países com grandes reservas dessa matéria-prima passaram a ser bastante
cobiçados. Por conta disso, decidiram juntar com o intuito de fortalecer os países produtores de petróleo perante o comércio
mundial. Essa união foi estabelecida com o nome de Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
A OPEP foi criada no seguinte contexto:
(A) Na década de 1950, com o intuito de fortalecer ainda mais o domínio de mercado das empresas 7 irmãs. Oligopólio
constituído por 5 empresas americanas (Chevron, Exxon, Gulf, Mobil e Texaco), uma anglo-holandesa (Shell) e uma
britânica (British Petroleum).
(B) Na década de 1960, com o objetivo de contrapor-se ao domínio global exercido pelas maiores empresas do ramo
petrolífero na época. Com sede em Viena, foi fundada pela Arábia Saudita, Venezuela, Irã, Iraque e Kuwait. Atualmente,
ela conta com 13 membros, que foram aderindo à associação ao longo do tempo e representam 78,7% das reservas de
petróleo do mundo.
(C) Em 1973, com o primeiro choque do petróleo. Em protesto ao apoio prestado pelos Estados Unidos a Israel durante a
Guerra do Yom Kippur, os países árabes associaram-se com outros países produtores de petróleo e fundaram a OPEP,
aumentando o preço do petróleo em mais de 400%.
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(D) Em 1979, com o segundo choque do petróleo. A organização foi criada com o objetivo de aumentar a distribuição global
de petróleo no mundo após o Irã, grande produtor de petróleo, diminuir sua produção, ocasionando uma grande
escassez e aumento dos preços no mundo.
(E) Foi criada após a II Guerra Mundial, em 1947, com o desdobramento da constituição da ONU. Os maiores produtores
de petróleo do ocidente são os principais acionistas do conselho diretivo da OPEP, tomando decisões que tornam o
petróleo desses países competitivos com o petróleo dos países árabes.
Comentários:
(A) Incorreta: a OPEP foi criada para contrapor-se ao oligopólio das 7 irmãs.
(B) Correta: é composta por países com grandes reservas de petróleo; dessa forma, esse organismo tem condições de
estabelecer flutuações no preço do petróleo, seja para aumentar o preço através da diminuição da produção, ou diminuir o
preço, aumentando a produção.
(C) Incorreta: em 1973, a OPEP já existia e participou do primeiro choque do petróleo
(D) Incorreta: em 1979, a OPEP já existia e participou do segundo choque do petróleo.
(E) Incorreta: a OPEP não foi criada após a constituição da ONU.
Gabarito: B.
89.
Observe a ilustração.
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(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Relevo – Prof. Saulo Teruo Takami) A imagem acima representa um tipo
de relevo presente no estado de São Paulo e estende-se quase que continuamente na direção nordeste–sudeste do estado,
sendo atravessado pelos principais rios: Tietê, Paranapanema, Grande, Pardo e Mogi-Guaçu.
A ilustração e o excerto referem-se ao(à):
(A) Planície costeira.
(B) Planalto ocidental.
(C) Planalto atlântico.
(D) Depressão periférica.
(E) Cuesta basáltica.
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Comentários:
(A) Incorreta: a planície costeira é encontrada no litoral, estendendo-se de norte a sul, abrangendo, além do litoral, os
morros, as serras (Serra do Mar, Paranapiacaba e Itatins) e o Vale do Ribeira, no sul do estado.
(B) Incorreta: o planalto paulista ou planalto ocidental paulista, encontra-se a oeste, formado a partir de bacias
sedimentares do Paraná, com rochas do cretáceo e sedimentos do cenozoico, sendo arenitos do Grupo Bauru, e basaltos da
Formação Serra Geral, além de depressões tectônicas, que cobrem praticamente metade do estado de São Paulo.
(C) Incorreta: o planalto atlântico estende-se desde o sul do Estado, próximo ao litoral, até partes do Vale do Paraíba,
no leste do estado e o nordeste paulista, abrangendo uma grande faixa de rochas cristalinas.
(D) Incorreta: a depressão periférica paulista é formada, majoritariamente, por sedimentos da Bacia do Paraná,
existentes desde os períodos paleozoico e mesozoico, estendendo-se desde o planalto atlântico às cuestas basálticas. Nessa
forma de relevo, as altitudes concentram-se em torno de 600 e 750 metros.
(E) Correta: as cuestas basálticas são encontradas desde o sudoeste até o extremo nordeste do estado de São Paulo.
Nessa forma de relevo, existem sedimentos erosivos compostos por rochas vulcânicas. E, por fim, o planalto ocidental
paulista, que cobre quase metade do território do estado de São Paulo, abrange o norte, oeste e o noroeste do estado. Seu
relevo é composto por ondulações, com colinas de topos aplainados, amplos e baixos.
Gabarito: E.
90. (Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Meio Ambiente – Prof. Saulo Teruo Takami) A sigla IPCC,
corresponde às iniciais de Intergovernmental Panel on Climate Change, que quer dizer Painel Intergovernamental para a
Mudança de Clima. Esse é o nome de uma entidade criada em 1988, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Nessa época, já havia preocupações acerca do aquecimento
global. Muitos estudos a respeito estavam sendo desenvolvidos e o IPCC foi estabelecido com a missão de avaliar as
pesquisas, interpretá-las e reunir todas as informações relevantes, tanto técnicas quanto socioeconômicas, em relatórios
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abrangentes, de fácil compreensão e acessíveis a todos.

Na década de 1990, através de um relatório sobre mudanças climáticas, o IPCC foi um dos grandes articuladores para a
proposição de um acordo entre os países com objetivo de minimizar os efeitos das mudanças climáticas para as próximas
décadas, que ficou conhecido e consistia em:
(A) Protocolo de Kyoto, um acordo internacional com o objetivo de diminuir o lançamento de gases causadores do efeito
estufa e o consequente aquecimento global. O Protocolo foi assinado na cidade de Kyoto, no Japão.
(B) Protocolo de Montreal, um dos tratados ambientais mais bem-sucedidos do mundo que, desde sua adoção, incentivou
os países a comprometerem-se com a eliminação gradual da produção e do consumo de substâncias que destroem a
camada de ozônio.
(C) Acordo de Paris, um compromisso firmado entre 195 países com meta na redução da emissão de gases do efeito estufa.
O objetivo é deter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2ºC, quando comparado à temperatura média pré-
industrial.
(D) O Protocolo de Nagoya, que estabelece a necessidade de equidade no que diz respeito ao proveito e à remuneração
sobre o uso de recursos genéticos entre os países. Verifica-se, através desse protocolo, a segurança jurídica nas relações
internacionais que dizem respeito à biodiversidade.
(E) A Agenda 21 é um documento assinado no Rio de Janeiro, por 179 países, resultado da “Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento” – Rio 92, podendo ser definida como um “instrumento de planejamento
participativo visando o desenvolvimento sustentável”.
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Comentários:
(A) Correta: é um acordo internacional que estabelece metas de redução de gases poluentes para os países
industrializados. O protocolo foi finalizado em 1997, baseado nos princípios do Tratado da ONU sobre Mudanças Climáticas,
de 1992. O IPCC foi um organismo que atuou com relatórios científicos com o objetivo de respaldar com dados os problemas
relacionados ao aquecimento global.
(B) Incorreta: em 16 de setembro de 1987, 46 países assinaram o Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem
a camada de ozônio.
(C) Incorreta: no dia 12 de dezembro de 2015, 195 países e a UE comprometeram-se, na Conferência das Nações Unidas
sobre as Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, a deter o aumento da temperatura do planeta abaixo dos 2ºC, quando
comparado à temperatura média pré-industrial.
(D) Incorreta: o Protocolo de Nagoya foi adotado pelos participantes da COP-10, em 29 de outubro de 2010, em Nagoya,
Japão. O documento estabelece regras internacionais para a utilização e a repartição de benefícios do uso econômico de
recursos genéticos da biodiversidade. Contando com o Brasil (2021), 130 países já o ratificaram.
(E) Incorreta: a Agenda 21 é um documento assinado em 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro, e propunha um
planejamento sobre desenvolvimento sustentável e não relacionado exclusivamente às mudanças climáticas.
Gabarito: A.
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REDAÇÃO
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Prof. Fernando Andrade
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Introdução
Olá, prezado aluno.
Meu nome é Fernando Andrade. Sou Bacharel e Licenciado em Filosofia, ambos

os graus obtidos na Universidade de São Paulo (USP). Além disso, sou Mestre em
Teoria Literária pela mesma instituição. Atualmente, sou Professor de Literatura
Portuguesa em Curso de Graduação e professor de Redação e Filosofia do Estratégia.
Tenho mais de 20 anos dedicados ao magistério, sendo 15 no tablado de algum curso
pré-vestibular.
Redação
Prof. Fernando Andrade
Textos Motivadores
Texto I
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A era dos protestos conectados

O “manifestante de sofá” sai de cena. Com o tempo, os cidadãos descobriram a verdadeira utilidade das redes
sociais: levar mais gente para a rua
Não há nada mais eficiente para pressionar um político do que ir para as ruas. Quando as redes sociais começaram
a se popularizar, em meados dos anos 2000, havia quem acreditasse que os protestos migrariam do mundo físico
para o mundo virtual. Surgiu então a figura do manifestante de sofá. Aquela pessoa que se engajava em diversas
campanhas on-line, defendendo seus ideais, mas que se recusava a colocar o nariz para fora de casa. Com o tempo,
os manifestantes de sofá perceberam que eram irrelevantes. Como forma de pressão, grupos de discussão em redes
sociais ou abaixo-assinados virtuais eram pouco efetivos. Foi aí que mudou o papel das redes sociais na política. Os
manifestantes descobriram que elas eram mais eficazes como ferramentas de mobilização no mundo físico.
O primeiro exemplo ocorreu em 2009, no Irã. Como é comum no mundo da tecnologia, a inovação surgiu a partir
de uma necessidade. Iranianos insatisfeitos com a suspeita de fraude nas eleições que levaram Mahmoud
Ahmadinejad ao poder iniciaram um protesto. Foram perseguidos pelo regime autoritário, que colocou os meios
tradicionais de comunicação sob vigilância. A saída foi recorrer a redes sociais. Desenvolvedores do mundo inteiro se
mobilizaram para criar redes seguras de comunicação entre os manifestantes.
(...)
Fonte: https://epoca.oglobo.globo.com/ideias/noticia/2015/03/era-dos-protestos-conectados.html
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Texto II
Brasileiros ‘descobrem’ mobilização em redes sociais durante protestos

A mobilização de usuários do Facebook e do Twitter, os dois sites de redes sociais mais acessados do Brasil, foi
considerada uma das principais forças por trás das manifestações que atingiram todo o país durante o mês de junho.
Na internet, tanto usuários experientes quanto iniciantes se tornaram organizadores, comentaristas e protagonistas
dos protestos.
O Twitter é apontado por usuários entrevistados pela BBC Brasil como uma das principais fontes de informação
em tempo real sobre o que acontecia durante as manifestações. O Facebook, por outro lado, foi usado principalmente
para organizar atos de protesto e demonstrar posicionamentos políticos.
(...)
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/07/130628_protestos_redes_personagens_cc
Texto III
O que é ativismo nas redes sociais?

Ativismo nas redes sociais é um conceito que faz referência a atividades que utilizam páginas do Facebook, Twitter,
Instagram, Youtube e outros locais para promover o apoio a uma causa específica. Nesta reportagem do site El País,
o consultor Oscar Howell-Fernández, autor da obra “La mano emergente” (“A mão emergente”, em tradução livre),
define o ativismo nas redes sociais como:
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“Uma representação mais ou menos exata de nossas preferências e de nossa atividade social que se desenvolve
de maneira constante e diária online, diante de instituições públicas ou privadas, governamentais ou comerciais .”
Igualdade de gênero, diversidade nas empresas, combate ao trabalho escravo, ao abuso infantil e à crueldade
contra animais são exemplos de causas amplamente difundidas com o auxílio das redes sociais, caracterizando o
ativismo nesses locais.
Há postagens, vídeos, “textões”, stories, frases, links, áudios e outros tipos de conteúdo publicados nesses
espaços. Todos têm a capacidade de dar voz a cidadãos comuns, alcançando milhares ou mesmo milhões de pessoas,
dependendo de fatores como a popularidade do tema e os algoritmos das redes.
O apoio a essas publicações é expresso através de curtidas, compartilhamentos, repostagens e comentários,
aumentando a possibilidade de que apareçam para cada vez mais usuários.
(...)
Fonte: https://fia.com.br/blog/ativismo-nas-redes-sociais/
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Texto IV
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Fonte: https://climatescience.org/pt/advanced-activism/
PROPOSTA DE REDAÇÃO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Como tornar o
ativismo nas redes sociais em promoção da cidadania”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.
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Comentários:
A proposta apresenta quatro textos motivadores, sendo um deles um infográfico com informações a respeito do ativismo
on-line e as ações que são realizadas como meio para os ativistas alcançarem seus objetivos protestados. Por meio da leitura
dos textos, podemos compreender melhor quais os aspectos do ativismo nas redes sociais e qual a sua importância, tendo
em vista a visibilidade que alcançam nas redes.
Interpretação dos textos motivadores

No texto I, temos uma reportagem que aponta que os manifestantes nas redes sociais eram "manifestantes de sofá",
mas que ao decorrer do tempo, esses indivíduos descobriram que as redes poderiam ter outra função mais ativa, ou seja, a
função de chamar os cidadãos para protestarem na rua. Como exemplo dessa revolução o texto indica exemplo ocorrido no
Irã, em 2009, após a insatisfação com os resultados das eleições. Nesse momento, a convocação de protestos por meio das
redes sociais foi uma saída para afastar-se da constante vigilância dos meios tradicionais de comunicação.
Desse modo, o texto indica que essa popularização das redes sociais, por volta dos anos 2000, também foi um fator
relevante para o engajamento on-line de temas relacionados ao âmbito social de temas relacionados à cidadania e como
forma de defesa dos direitos de cada cidadão.
Em seguida, o texto II complementa a visão relacionada às redes sociais como forma de mobilizar os cidadãos brasileiros
frente às necessárias mudanças políticas; por exemplo, os protestos realizados no ano de 2013 tendo em vista o aumento
das passagens de maneira abusiva em alguns estados do país. A mobilização ocorreu por meio das redes sociais de grande
destaque, como o Facebook e o Twitter. A onda de eventos relacionados aos protestos de junho de 2013 mostrou-se
expressiva no Brasil. Importante ressaltar que esse texto é uma reportagem que também foi elaborada no ano de 2013,
sendo assim, ela é essencial para compreendermos os reflexos à época.
No texto III é apresentada a definição do que seria o ativismo nas redes sociais. Logo, o texto indica que esse termo
faz referência às atividades de protesto nas páginas de redes que incluem uma quantidade grande de usuários, como
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Facebook, Twitter e Instagram. Essas plataformas são utilizadas como forma de conseguir visibilidade para temas
necessários para discussão. Dessa maneira, o texto apresenta algumas questões fundamentais que são discutidas nessas
plataformas pelos ativistas, entre eles a igualdade de gênero e diversidade nas empresas.
Durante o texto ainda temos exemplos de como ocorrem essas ações, sendo realizadas por meio de postagens, vídeos
que falam sobre as temáticas que merecem atenção da sociedade e até mesmo os famosos "textões" que ganharam destaque
nas redes como forma de protesto.
Por fim, temos um infográfico que apresenta uma relação entre a porcentagem e ações dos ativistas nas redes sociais,
indicando a forma como eles agem para dar visibilidade às causas defendidas por eles. Sendo assim, apesar desses dados
levarem em consideração a população dos EUA, podemos encontrar semelhança nas ações desses cidadãos com o ativismo
no Brasil. Por exemplo, é comum o uso de avatares nas redes sociais que indiquem o apoio às causas defendidas, assim
como o levantamento de tags e hashtags relacionadas ao tema-alvo de protesto, como aponta o infográfico. Essas são
algumas das ações indicadas no infográfico, sendo a participação de grupos que compartilham o mesmo interesse nos
problemas ressaltados um número de grande expressividade, pois representam 34% dos adultos que fizeram parte do
estudo. Já encorajar determinada ação visando ao engajamento de outras pessoas em relação ao tema de defesa configura
32%.
Dessa maneira, por meio das atitudes atribuídas aos ativistas on-line, podemos destacar que elas têm como objetivo
levar temáticas de importância à discussão.
Teses possíveis (ideias a serem defendidas)

Como é de hábito, a proposta de redação do Enem já situa uma situação-problema, que pressupõe uma tese fechada,
em concordância com a problematização exposta na frase temática. Essa proposta é um pouco mais complexa. Há, nesse
caso, dois termos:
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Esses dois termos permitem pensar em dois problemas diferentes:
O ativismo passivo
•Esse seria um problema, pois não tem impacto na promoção da cidadania
As pessoas não se envolvem ativamente na promoção da cidadania.

• Esse problema poderia ser atenuado pelo ativismo.
Em outras palavras, é possível uma variação de teses que explorem o acento, ou na cidadania ou no ativismo. Para
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exemplificar, observe duas possibilidades de introdução segundo o esquema tradicional de apresentar uma situação ideal e
contrapor o que ocorre no Brasil, levando em consideração esses dois “problemas”.
Introdução que problematiza o ativismo passivo.

A internet revolucionou a forma tradicional de nos relacionarmos em todos os aspectos, inclusive na política. Hoje é
possível que as pessoas se juntem através das redes para exigir seus direitos. Apesar dessa ferramenta maravilhosa, no
Brasil, há a tentação de transformar a participação pública em “ativismo de sofá”, levando a uma falsa impressão de
participação cidadã.
Introdução que problematiza a participação cidadã

A cidadania, palavra que remete aos direitos e deveres dos cidadãos, supõe um constante agir proativo para que,
principalmente, os direitos sejam garantidos. Contudo, essa participação, no Brasil, é bastante precária devido, sobretudo,
ao ativismo passivo relacionado à internet.
Encaminhamentos possíveis:
Das causas/discussão sobre o novo meio
- A necessidade de gerar visibilidade para temas relevantes na sociedade impulsionou a participação dos ativistas sociais
no meio digital, como forma de ganhar cada vez mais discussão para o tema, de maneira global.
- Com o advento das redes sociais e a necessidade global de lidar cada vez mais com a tecnologia, as redes tornaram-
se um meio de comunicação essencial para discutir temas relacionados às problemáticas sociais, como a violência contra
mulher, racismo, questões relacionadas à identidade de gênero, questões políticas, entre outros temas sociais.
- Devido ao alcance maior de pessoas, até mesmo de regiões mais distantes do país e do mundo, as redes sociais são
uma forma essencial de comunicação. São importantes também para a divulgação de protestos e manifestações políticas.
Além disso, o meio digital é um aliado em tempos de pandemia e distanciamento social.
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Das causas/ativismo passivo

- No mundo informacional em que vivemos, estamos informados do que ocorre na política e isso leva à indignação; as
pessoas valem-se da internet para expressar a indignação e compartilhar revolta.
- A ideia de participação política tornou-se uma espécie de valor moral; ser alienado, quase um xingamento. Nas redes
sociais, o indivíduo pode ter a ilusão de uma participação sem precisar efetivá-la através de ações mais contundentes.
- O mundo virtual cria uma realidade paralela na qual a luta por discursos parece ter algum efeito, quando na verdade,
na política, o discurso sem a ação não vale nada.
Das causas/ necessidade de participação
- Há uma inércia social das classes mais privilegiadas em manter seus direitos especiais; somente com a participação e
o engajamento consciente na luta pela garantia de direitos é que, historicamente, os grupos excluídos conseguiram
reconhecimento de suas pautas.
Da função do ativismo
- É preciso entender que a opinião pública exerce forte pressão sobre os congressistas. Atualmente, o ativismo das
redes sociais ou é visto como termômetro da opinião da maioria ou exerce grande influência sobre o público em geral, vide
o estrago que as fake news podem fazer. O ativismo, nesse caso, pode incluir a luta para fazer emplacar as narrativas que
possam promover os direitos sociais.
- Tendo em vista a importância das manifestações nas redes sociais, como forma de dar visibilidade aos temas sensíveis
na sociedade, pode-se conseguir sim essa visibilidade e um caminho para a resolução de problemáticas recorrentes na
sociedade, como, por exemplo, o racismo.
- A presença de protestos em prol de determinada causa política pode gerar revoluções sociais ao ponto de ser
responsável também pela definição de eleições. Além disso, também pode ter influência sobre leis que podem ou não vigorar
de acordo com as exigências dos ativistas
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Proposta de intervenção
A seguir, são apresentadas algumas sugestões de propostas de intervenção, mas elas não esgotam o assunto.
1. Cabe aos ativistas sociais (agente), por terem grande visibilidade social, estimularem (ação) a passagem da
prática a ação, por meio (meio) de postagens e vídeos nas redes sociais, com o objetivo (finalidade) de instruírem
o melhor uso das redes sociais para a defesa de causas de interesse comum.
2. A população (agente) – como maior interessada nas mudanças sociais – deve ultrapassar o “ativismo de sofá”
(ação) por meio (meio) do comparecimento em manifestações sociais com o objetivo (finalidade) de
verdadeiramente lutar coletivamente pelas mudanças que deseja ver realizadas.
3. O usuário consciente (agente) de seu papel cidadão deve ficar atento para agir ativamente, denunciar (ação)
fake news e compartilhar narrativas (ação) que promovam a defesa de direitos, através (meios) dos próprios
canais das redes sociais, no caso de fake news, ou do compartilhamento de ideias em sua própria conta nas
plataformas sociais, com a finalidade (finalidade) de disseminar a tolerância e demolir os discursos
preconceituosos.
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CAPA

Prof.ª Andrea Belo

(E) A consciência de que a humanidade precisa mudar.

Adapted from Pablo Helguera poems

Prof.ª Nailla Malta

Cuántas veces he intentado

Por que este amor siempre sabe

(Estratégia Vestibulares 2021 – Inédita – Prof.ª Nailla Malta) O texto acima:

Prof.ª Marina Ferreira

(Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/trip/o-pai-do-armandinho-o-menino-de-cabelo-azul-que-reflete-sobre-arte-a-politica-e-direitos-humanos Acesso em 22 de julho de

(B) metáfora no primeiro quadrinho.

Desesperança das desesperanças...

— É mais belo o fulgor do céu que neva

Eu sigo o meu caminho incompreendido

Às vezes vem cantando um passarinho

(B) não se tratar de um problema para os indivíduos.

(Disponível em: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/ Acesso em 22 de julho de 2021)

(Disponível em: https://vejasp.abril.com.br/blog/arte-ao-redor/15-tirinhas-mafalda-quino/ Acesso em 22 de julho de 2021)

Passeio pelo escuro

Eu ando pelo mundo

Pela janela do quarto

Eu ando pelo mundo

Exponho o meu modo

Ó, meu bem, ó, meu bem

(Disponível em: https://cs.ufgd.edu.br/download/Lacos%20de%20Familia%20-%20Clarice%20Lispector.pdf Acesso em 22 de julho de 2021)

(D) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.

(Disponível em: https://deborasebriam.wordpress.com/2011/07/09/seguranca-na-internet/ Acesso em 22 de julho de 2021)

(Disponível em: https://www.todamateria.com.br/violencia-urbana/ Acesso em 22 de julho de 2021)

A letra D está incorreta pois trata-se de uma obra ficcional

Quando nasci, um anjo torto

Quando nasci veio um anjo safado

Já de saída a minha estrada entortou

(Disponível em: http://www.domingocompoesia.com.br/2012/04/intertextualidade-na-poesia-ii.html Acesso em 22 de julho de 2021)

Prof. Wagner Santos / Prof.ª Marina Ferreira

(D) Jorge Amado, em sua obra Seara Vermelha.

(C) a valorização do pensamento científico como explicativo do ser humano.

açula a atenção, isca-a como o risco.

Um poeta agarra um lápis

um tronco velho de pau

Ah! Um urubu pousou na minha sorte!

Dissolva-se, portanto, minha vida

Mas o agregado abstrato das saudades

A letra B está incorreta pois não se apresenta o desejo de morte no texto.

(Disponível em: https://www.historiadasartes.com/nobrasil/arte-no-seculo-18/barroco/#jp-carousel-2697 Acesso em 25 de julho de 2021)

Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,

Neste lance, por ser o derradeiro,

Mui grande é o vosso amor e o meu delito;

Esta razão me obriga a confiar,

Que, por mais que pequei, neste conflito

(E) uma visão contrária à proposição modernista.

contemporâneo, pois é um procedimento capaz de

(Disponível em <https://unsplash.com/photos/3ugLSp6jNxo> Acesso em 21 jul. 2021)

conhecimentos sobre a filosofia de David Hume assinale a alternativa correta.

Prof.ª Alê Lopes

Olá, aluno/aluna do Estratégia Vestibulares!

Eleições Partidos Alternância Imprensa

(D) resolver problemas sociais.

Prof.ª Alê Lopes

Olá, aluno/aluna do Estratégia Vestibulares!

Venha comigo: com foco, força, fé e café você chegará lá!!!!

trata da Revolta do Vintém, organizada por populares na cidade do Rio de Janeiro.

fim do governo da República Velha.