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2º SIMULADO LINGUAGENS 2023

PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
(CONTEÚDO COMPLETO)

QUESTÕES 100% AUTORAIS

2023 1º DIA
CADERNO

1
AZUL

ATENÇÃO: transcreva no espaço apropriado do seu CARTÃO-RESPOSTA,

com sua caligrafia usual, considerando as letras maiúsculas e minúsculas, a seguinte frase:

Vem aí a última SLE do ano!

LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES:

1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 45 questões numeradas de 01 a 45, dispostas da seguinte

maneira:
questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias;
ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às
questões relativas à língua estrangeira (inglês ou espanhol) escolhida no ato de sua inscrição.
2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo
com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer
divergência, comunique o professor Felipe Pereira :)
3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente
à questão.
4. O tempo disponível para esta prova é de 1 hora e quarenta e cinco minutos.
5. Reserve tempo suficiente para preencher o CARTÃO-RESPOSTA
6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na
avaliação.
7. Quando terminar as provas, observe como você se sentiu fazendo o ENEM e se matricule na Plataforma
Linguagens IHM do Professor Felipe Pereira.
8. Faz 4 anos seguidos que algum elemento do nosso simulado autoral aparece depois IDÊNTICO no
Enem. Fazer este simulado com máxima atenção pode ser uma oportunidade de você viver o Enem
antes do Enem. Não desperdice.
 2023
LINGUAGENS, CÓDIGOS Questão 02
E SUAS TECNOLOGIAS The odds that Elon Musk and Mark Zuckerberg fight
in a cage match are nil, according to Musk’s biographer
Questões de 01 a 45 Walter Isaacson. The silly talk began when Musk a cou-
ple of weeks ago said he would fight Zuckerberg, who
Questões de 01 a 05 (opção inglês) has recently gotten very into jiu-jitsu. Zuckerberg seemed
to take the comment seriously, and posted on Instagram
that all Musk needed to do was “send me location.”
Questão 01 The prospect of a fight has become something of
Once upon a midnight dreary, while I pondered, a fantasy scenario among the too-online masses. Musk
weak and weary, can’t seem to step away from confrontations, despite
Over many a quaint and curious volume of forgotten admitting he’s not in shape for such a physical clash.
lore— Isaacson sees the whole situation as more symbolic of
While I nodded, nearly napping, suddenly there the growing rivalry between two of the wealthiest men in
came a tapping, the world. Isaacson pointed to Threads, the Twitter-like
As of some one gently rapping, rapping at my cham- app Zuckerberg is set to launch, as another element of
ber door. the rivalry between the two. The author noted that Musk
“’Tis some visitor,” I muttered, “tapping at my cham- has put his “finger on the scale” of Twitter and “frightened
ber door— off” notable people and media brands, from PBS to John
Meecham. This could weigh in the favor of a new app
Only this and nothing more.”
that is able to avoid being such an “echo chamber” and
remain “fun” for users.
And the silken, sad, uncertain rustling of each purple Despite his bravado on social media, it’s unclear
curtain whether Musk is taking the cage fight seriously. The
Thrilled me—filled me with fantastic terrors never billionaire did take part in an hours-long “impromptu”
felt before; training session with podcaster Lex Fridman. Last week,
So that now, to still the beating of my heart, I stood Fridman posted several photos of the two men training
repeating in martial arts.
“’Tis some visitor entreating entrance at my cham-
Disponível em: www.businessinsider.com. Acesso em: 09 jul. 2023
ber door—
Some late visitor entreating entrance at my chamber A relação dos vocábulos “cage match” e “cage fight”, no
door;— texto, refere-se à/ao
This it is and nothing more.” A discurso violento típico do mundo dos negócios
Edgar Allan Poe, E. The Raven, 1845 B modalidade esportiva sendo promovida pelos
famosos
A poesia, muitas vezes é uma forma de manifestar sen-
C luta entre dois desafetos que será transmitida
timentos e emoções da vida cotidiana. Por exemplo, o
mundialmente
medo retratado nesse poema foi causado
D desafio simbólico entre dois magnatas americanos
A devido ao fato das cortinas produzirem um E tentativa de rivalizar a internet com as mídias
estranhamento tradicionais
B pela surpresa causada por um suposto visitante que
bate
C pelos batimentos acelerados do coração do eu-lírico
D pela leitura de livros com fatos apavorantes do
passado
E a partir da entrada de um visitante na cena solitária

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Questão 03
Hard Knock Life
From standin’ on the corners,
boppin’
To drivin’
some of the hottest cars New York has ever seen
From droppin’
some of the hottest verses rap has ever heard
From the dope spot, with the smoke Glock
Fleein’ the murder scene, you know me well
From nightmares of a lonely cell, my only hell
JAY Z, Vol. 2... Hard Knock Life, 1998
O trecho da letra de Hard Knock Life revela que essa
canção, lançada em 1998, é um(a)
A composição com situações sociais antagônicas
B manifesto contra a violência urbana em Nova York
C relato descritivo de situações de exclusão social
D poema que evita o uso de rimas em toda a composição
E tentativa de se igualar ao consumo das classes
dominantes
Questão 04
2023
Questão 05
As the Bolivian government negotiates business
dealings with foreign lithium companies, questions re-
main about the future of local desert ecosystems and
the Indigenous communities that steward them. Lithium
extraction, often used for lithium-ion batteries, has been
known to deplete and contaminate freshwater, impacting
wildlife populations and the livelihoods of residents who
rely on tourism and salt mining. While many communi-
ty leaders in Bolivia are hopeful they can avoid similar
pitfalls in the early stages of development, others are
worried that foreign interests will once again exploit the
country’s natural resources, leaving many residents in
poverty.
Disponível em: https://news.mongabay.com. Acesso em: 08 jul. 2023
Ao abordar o assunto da mineração do lítio na Bolívia,
em um artigo, o autor
A aponta melhorias para regiões desérticas com a
mineração
B mostra como a mineração pode aumentar o potencial
turístico
C abre caminho para o investimento estrangeiro no lítio
D defende a melhoria dos indicadores econômicos da
Bolívia
E aponta iminentes danos causados pela extração de
lítio

Disponível em: https://www.demilked.com. Acesso em: 10 jul. 2023

A observação dos elementos verbais e visuais do anún-

cio leva-nos à compreensão de que a companha publici-
tária sobre o destino do lixo
A usa elementos reais para formar uma palavra
inovadora
B ofende cidadãos que não devem ter compromisso
com seu consumo
C estabelece um juízo de valor a partir da relação com
o lixo
D atribui aos serviços de coleta a responsabilidade pelo
lixo
E registra um momento curioso onde uma palavra se
formou

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 2023
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS O uso da língua guarani nas igrejas católicas do Para-
TECNOLOGIAS guai revela que
A a mescla entre o idioma nativo e o espanhol reduz o
Questões de 01 a 45 número de fiéis.
B a adesão da população ao discurso dos padres se dá
Questões de 01 a 05 (opção espanhol) através da língua nativa.
C o domínio da língua nativa representa uma crescente
Questão 01 ameaça ao espanhol.
D o espanhol tende a ser um idioma que transmite mais
Las huellas digitales
clareza nas missas.
Yo nací y crecí bajo las estrellas de la Cruz del Sur.
E a hegemonia do espanhol nas missas vem prejudi-
Vaya donde vaya, ellas me persiguen. Bajo la cruz del
cando a comunicação.
sur, cruz de fulgores, yo voy viviendo las estaciones de
mi suerte.
No tengo ningún dios. Si lo tuviera, le pediría que no Questão 03
me deje llegar a la muerte: no todavía. Mucho me falta
andar. Hay lunas a las que todavía no ladré y soles en
los que todavía no me incendié. Todavía no me sumergí
en todos los mares de este mundo, que dicen que son
siete, ni en todos los ríos del Paraíso, que dicen que son
cuatro.
En Montevideo, hay un niño que explica:
- Yo no quiero morirme nunca, porque quiero jugar
siempre.
GALEANO, E. El libro de los abrazos. Madri: Siglo Veintiuno, 2015

No texto, o autor faz uma crítica ao:

A uso excessivo de novas tecnologias.
ACCIÓN POÉTICA MURCIA. Disponível em: www.cadenaser.com. Acesso em: 10
B comportamento imaturo de muitos adultos.
jul 2023
C vício em jogos de aposta.
D desequilíbrio emocional das novas gerações. Neste grafite, realizado por um grupo que faz interven-
E modo como alguns jovens levam a vida. ções artísticas na cidade de Múrcia (Espanha), há um
jogo de palavras entre “camino” e “zapatos”, o qual
transmite o valor da
Questão 02
Sin duda, la iglesia Católica ha sido históricamente A crítica
la institución que más ha usado la lengua guaraní desde B apatia
el tiempo del mestizaje, y luego el jopara con propósito C liberdade
evangelizador, y porque considero es la institución más D igualdade
cercana a la población rural y quizás, la más confiable E empatia
para el pueblo en general. Sin embargo, en el sector
urbano el celebrante, aún con su preferencia cada vez
más acentuada del castellano en la actualidad, usa pa-
labras o expresiones en guaraní para dar más énfasis al
mensaje, por un lado. Por otro, la disminución de sacer-
dotes en general y, particularmente, de los provenientes
del interior del país, influye en el menor uso del guaraní,
a lo largo de toda la homilía en las misas domingueras.
En este punto es necesario indicar que la creciente pro-
fusión de nuevas iglesias y sectas, de diferentes deno-
minaciones, también ha contribuido con el uso eventual
de la lengua nativa para cooptar más feligreses.
CORVALÁN, G. La vitalidad de la lengua guaraní en el Paraguay.
Educación y cultura, CONEC, 2003. Disponível em: www.dialnet.unirioja.es. Acesso
em: 10 jul 2023.

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Questão 04 Questões de 06 a 45
Mi madre me pidió que la acompañara a vender la
casa. Había llegado a Barranquilla esa mañana desde el
pueblo distante donde vivía la familia y no tenía la menor Questão 06
idea de cómo encontrarme. Preguntando por aquí y por
allá entre los conocidos, le indicaron que me buscara en
la librería Mundo o en los cafés vecinos, donde iba dos
veces al día a conversar con mis amigos escritores. El
que se lo dijo le advirtió: «Vaya con cuidado porque son
locos de remate». Llego a las doce en punto. Se abrió
paso con su andar ligero por entre las mesas de libros
en exhibición, se me plantó enfrente, mirándome a los
ojos con la sonrisa pícara de sus días mejores, y antes
que yo pudiera reaccionar, me dijo:
—Soy tu madre.
MARQUEZ, G. G. Vivir para contarla. Barcelona: Diana, 2002.

No trecho autobiográfico de Gabriel García Marquez, a

expressão “locos de remate” expressa uma opinião que
A revela a boa reputação que seus amigos tinham.
B critica a incapacidade laboral de seus amigos.
C alerta sobre possíveis comportamentos inesperados
de seus amigos.
D evidencia os preconceitos sofridos por seus amigos
com transtorno mental.
E apresenta o verdadeiro interesse de seus amigos.

Questão 05

Francis Picabia - Desfile Amoroso, 1917

O Dadaísmo configurou-se como uma das vanguardas

artísticas europeias do início do século XX. Francis Pica-
bia, pintor francês, apresenta elementos dessa vanguar-
da em suas produções. Um traço do Dadaísmo presente
nessa pintura é o(a)
A busca da expressão da realidade interior do artista
B tentativa de quebrar os planos geométricos na pintura
C quebra de paradigmas presentes na pintura europeia
D uso de cores contrastantes para dar um efeito visual
Disponível em: www.facebook.com/MafaldaDigital. Acesso em: 10 jul 2023 E instauração de um novo ideal de beleza nas artes
A charge evoca o tema da qualidade de vida no trabalho. visuais
Seu efeito humorístico reside na/no
A surpresa da Mafalda.
B semblante do pai.
C cenário laboral.
D inversão de papéis.
E exploração dos funcionários.

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Questão 07
TEXTO I
Disponível em: www.facebook.com/SenadoFederal. Acesso em: 09 jul 2023.
TEXTO II
Parente próximo comete 8 em cada 10 casos de
violência contra crianças de até 6 anos no Brasil,
diz pesquisa
28 março 2023
O Brasil registra 673 casos de violência contra
crianças de até 6 anos por dia ou 28 a cada hora, e
84% dessas agressões têm pais, padrastos, madrastas
ou avós como suspeitos, segundo dados da Ouvidoria
Nacional de Direitos Humanos, analisados em estudo
produzido pelo comitê científico do Núcleo Ciência pela
Infância (NCPI).
“A violência contra a criança no ambiente familiar tem
impacto negativo a curto, médio e longo prazos na saúde
física e mental das vítimas e pode levar a um ciclo inter-
geracional de violência — quando a vítima de violência na
infância repete com os filhos os abusos que vivenciou”,
alerta Maria Beatriz Linhares, professora da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo (FMRP-USP) e coordenadora do estudo.
Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 09 jul 2023 (adaptado)
Na comparação entre os textos, conclui-se que a Lei do
Menino Bernardo:
A dificulta a imposição de limites para as crianças.
B é ignorada pelas famílias responsáveis pelas
crianças.
C garante o respeito aos direitos básicos de todas as
crianças.
D precisa ser revista em razão das novas formas de
educar crianças.
E contrasta com a realidade vivida por muitas crianças.
Linguagens | Caderno 1 - AZUL - Página 6
2023
Questão 08
Malfatti, A. Homem amarelo, 1917
Inovando os padrões estéticos de sua época, a obra de
Anita Malfatti foi produzida utilizando características de
um movimento artístico que
A explora a expressividade das formas
B usa formas geométricas na imagem
C produz imagens do inconsciente
D ataca a tradição buscando renovação
E lança mão de influências primitivistas
Questão 09
Recapitulemos os caracteres da língua:
Ela é um objeto bem definido no conjunto heterócli-
to dos fatos da linguagem. Pode-se localizá-la na porção
determinada do circuito em que uma imagem auditiva
(significante) vem associar-se a um conceito (significa-
do). Ela é a parte social da linguagem, exterior ao indi-
víduo, que, por si só, não pode nem criá-la, nem modi-
ficá-la; ela não existe senão em virtude duma espécie
de contrato estabelecido entre os membros da comu-
nidade. Por outro lado, o indivíduo tem necessidade de
uma aprendizagem para conhecer-lhe o funcionamento;
somente pouco a pouco a criança assimila. A língua é
uma coisa de tal modo distinta que um homem, mesmo
privado do uso da fala, conserva a língua.
Saussure, F. Curso de Linguística Geral. Cultrix, São Paulo: 2006 (adaptado)
Na composição de textos técnicos, é muito importante
o uso de elementos coesivos que retomem e que anun-
ciem estruturas frasais. Dos termos abaixo, aquele que
anuncia uma informação é:
A “localizá-la”
B “em que”
C “associar-se”
D “Por outro lado”
E “conhecer-lhe”
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Questão 10
O heavy metal do Angra e a suavidade da voz de
Sandy criaram um contraste em “Black Widow’s Web” –
música que integra o nono e mais novo disco do Angra,
“ØMNI”, lançado recentemente – que foi crucial para o
grupo paulista alcançar o topo da playlist “As 50 Virais
do Brasil” do Spotify, ultrapassando “Envolvimento”, de
MC Loma e as Gêmeas Lacração nesta semana. E tam-
bém contribuiu para alçar o álbum ao primeiro lugar nos
charts do Itunes #topalbuns.
A canção também reitera uma tradição do grupo
de promover parcerias com grandes nomes da música
brasileira, como Milton Nascimento em “Late Redemp-
tion” – do álbum “Temple of Shadows” (2004) – e Carli-
nhos Brown, no Camarote Andante “Black Rock”, bloco
de Carnaval de Salvador, realizados em 2016 e neste
ano. E as brasilidades do conjunto não ficam restritas
às parcerias.
Ingredientes vindos de estilos como MPB e mú-
sica clássica também foram adicionados à fórmula do
novo álbum, assim como ocorreu em grande parte da
discografia da banda – o exemplo mais claro, talvez,
seja “Holy Land” (1996), o segundo full-lengh, que fler-
ta inclusive com ritmos nordestinos. Elementos, porém,
descartados nos primórdios da história do grupo, como
atesta o líder, guitarrista e único remanescente da for-
mação original, Rafael Bittencourt.
Disponível em www.otempo.com.br. Acesso em: 06 jul. 2023
No texto, a concepção musical presente na trajetória da
banda brasileira Angra está relacionada à intenção de
A expandir as fronteiras do metal em regiões interiora-
nas do Brasil
B determinar que gêneros musicais são efêmeros e po-
dem ser transgredidos
C disputar espaço e se sobrepor a gêneros musicais
menos refinados
D dialogar com elementos e artistas de diferentes gê-
neros musicais
E resgatar artistas do passado para o topo das paradas
de sucesso
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2023
Questão 11
Texto I
Rococó é o estilo artístico que surgiu na França
como desdobramento do barroco, mais leve e intimista
que aquele e foi usado inicialmente em decoração de in-
teriores. Primeiramente, desenvolveu-se na França, no
século XVIII, e difundiu-se por toda a Europa.
A arte rococó refletia, portanto, os valores de uma
sociedade fútil que buscava nas obras de arte algo que
lhe desse prazer e a levasse a esquecer de seus pro-
blemas reais. Os temas utilizados eram cenas eróticas
ou galantes da vida cortesã e da mitologia, pastorais,
alusões ao teatro da época, motivos religiosos e farta
estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos nas
molduras.
O Rococó denota uma nova maneira de viver e sen-
tir a arte. Os temas trazem cenas pastoris, festas ga-
lantes, traduzindo amor, sedução, erotismo e hedonismo
(doutrina filosófica que faz do prazer o objeto da vida).
Temas tratados de forma ligeira e superficial, com re-
ferência à deuses e a pequenos cupidos. Teatralidade
próprias do estilo rococó, opostas à ansiedade e tristeza
do barroco.
Disponível em: https://www.historiadasartes.com. Acesso em: 11 jul. 2023
TEXTO II
Jean-Antoine Watteau. A Escala do Amor, c.1715, National Gallery, Londres.
Na pintura, o ideário do Rococó a que se refere o Texto
I manifesta-se na(no)
A tema pastoril e vestimenta simples das figuras
humanas
B representação de um momento de ócio e hedonismo
C busca de uma perfeição e verossimilhança na cena
D tentativa de resgatar a cultura greco-romana
E destaque para a vida cortesã nos palácios europeus
Linguagens| Caderno 1 - AZUL - Página 7

Questão 12
Vênus de Willendorf, 28.000-22.000 a.C. Museu de História Natural de Viena
Essa escultura foi produzida durante o período paleolíti-
co, e representa o(a)
A tipo de padrão de corpo exigido pela sociedade da
época
B visão zoomórfica que a arte ancestral tinha do
humano
C trabalho dos artistas em destacar pontos positivos do
seu povo
D presença de arte com formas inovadoras em diver-
sos períodos
E destaque para elementos de fertilidade e continuida-
de da vida
Questão 13
Um movimento geral de virtualização afeta hoje não
apenas a informação e a comunicação, mas também os
corpos, o funcionamento econômico, os quadros coleti-
vos da sensibilidade ou o exercício da inteligência. A vir-
tualização atinge mesmo as modalidades do estar junto,
a constituição do “nós”: comunidades virtuais, empresas
virtuais, democracia virtual... Embora a digitalização
das mensagens e a extensão do ciberespaço desem-
penhem um papel capital na mutação em curso, trata-se
de uma onda de fundo que ultrapassa amplamente a
informatização.
LÉVY, P. O que é virtual? São Paulo, Ed. 34, 1996.
No contexto das novas tecnologias de informação e co-
municação, a virtualização
A permite que empresas tenham maior lucratividade.
B afeta o desenvolvimento das sociedades e os conhe-
cimentos que elas produzem.
C prejudica as eleições de diferentes sociedades, ferin-
do princípios democráticos.
D desenvolve formas de dependência em seus
usuários.
E gera consequências para a sensibilidade e reduz a
inteligência da população.
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2023
Questão 14
E, agora, já se sabia: baixado o caixão na cova, à
queima-bucha o matavam; no expirar de um credo. A
chuvinha já abrandava. Não se ia passar na igreja? Não,
no lugar não havia padre.
Prosseguia-se.
E entravam no cemitério. “Aqui, todos vêm dormir”
— era, no portão, o letreiro. Fez-se o airado ajuntamen-
to, no barro, em beira do buraco; muitos, porém, mais
para trás, preparando o foge-foge. A forte circunspec-
tância. O nenhum despedimento: ao uma-vez Dagobé,
Damastor. Depositado fundo, em forma, por meio de ri-
jas cordas. Terra em cima: pá e pá; assustava a gente,
aquele som. E agora?
O rapaz Liojorge esperava, ele se escorregou em si.
Via só sete palmos de terra, dele diante do nariz? Teve
um olhar árduo. À pandilha dos irmãos. O silêncio se tor-
cia. Os dois, Dismundo e Derval, esperavam o Doricão.
Súbito, sim: o homem desenvolveu os ombros; só agora
via o outro, em meio àquilo?
Olhou-o curtamente. Levou a mão ao cinturão?
Não. A gente, era que assim previa, a falsa noção do
gesto. Só disse, subitamente ouviu-se: — “Moço, o se-
nhor vá, se recolha. Sucede que o meu saudoso Irmão é
que era um diabo de danado...”
Disse isso, baixo e mau-som. Mas se virou para os
presentes. Seus dois outros manos, também. A todos,
agradeciam. Se não é que não sorriam, apressurados.
Sacudiam dos pés a lama, limpavam as caras do respin-
gado. Doricão, já fugaz, disse, completou: — “A gente,
vamos’embora, morar em cidade grande...” O enterro
estava acabado. E outra chuva começava.
ROSA, G. Primeiras Estórias, 1962
A situação narrada revela uma tensão fundamentada na
perspectiva de um/uma
A presença de marcas regionais na fala dos
personagens
B temática fúnebre presente na passagem do conto
C correspondência da meteorologia e a tensão da cena
D presença de cangaceiros armados em um ambiente
familiar
E possibilidade de um assassinato ser perpetrado no
enterro

Questão 15
Delenda Carthago!
Brandem o pílum no ar. Ressona, a espaços, rouca,
A bélica bucina. A tuba cava à boca
Dos eneatores troa. Hordas de sagitários
Vêem-se, de arco e carcás armados. O ouro e os
vários
Ornamentos de prata embutem-se, em tauxias
De um correto lavor, nas armas luzidias
Dos generais. E, ao sol, que, entre nuvens, cintila,
Em torno de Cartago o exército desfila.
BILAC, O. Panóplias, 1888
A cultura clássica constitui um viés temático muito pre-
sente nos poetas parnasianos. No trecho do poema,
essa abordagem ressalta o(a)
A tentativa de se produzir uma poesia com temas
abstratos
B temática que busca mataforizar a realidade da época
C busca de temas supostamente elevados para os
poemas
D crítica social velada usando um tema deslocado
E presença de rimas raras em diversos versos do
poema
Questão 16
Quando você corrige alguém, a pessoa geralmente
se sente mais constrangida do que ajudada.
Eu imagino que alguns vão generalizar e achar
que estou fazendo uma apologia ao erro de Português,
quando na verdade estou apenas propondo uma re-
flexão sobre os efeitos causados por quem tripudia ou
alardeia em público o erro alheio. Sempre que eu vejo
gente corrigindo alguém na frente dos outros, ou pos-
tando terrorismos em relação aos erros de linguagem no
“Facebook”, só consigo enxergar uma pessoa tentando
se autoafirmar e diminuir o outro, apenas para ostentar
uma suposta superioridade linguística. Isso acaba mos-
trando apenas um cidadão tentando provar que sabe
mais, para talvez alimentar as carências do próprio ego,
dentro daquela medíocre lógica comparativa que forta-
lece uma autoinsegurança em cima de uma insuficiência
alheia.
BENESI, E. Disponível em: www.eoh.com.br. Acesso em: 06 jul 2023. (adaptado)
Na situação descrita, o uso da norma padrão revela:
A impulsividade emocional.
B nível intelectual.
C baixa escolaridade.
D carência econômica.
E falsa superioridade.
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2023
Questão 17
“Existe uma literatura latino-americana?”
“Não me faça rir. Não existe nem mesmo uma lite-
ratura brasileira, com semelhanças de estrutura, estilo,
caracterização, ou lá o que seja. Existem pessoas es-
crevendo na mesma língua, em português, o que já é
muito e tudo. Eu nada tenho a ver com Guimarães Rosa,
estou escrevendo sobre pessoas empilhadas na cidade
enquanto os tecnocratas afiam o arame farpado. Passa-
mos anos e anos preocupados com o que alguns cien-
tistas cretinos ingleses e alemães (Humboldt?) disse-
ram sobre a impossibilidade de se criar uma civilização
abaixo do Equador e decidimos arregaçar as mangas,
acabar com os papos de botequim e, partindo de nossas
lanchonetes de acrílico, fazer uma civilização como eles
queriam, e construímos São Paulo, Santo André, São
Bernardo e São Caetano, as nossas Manchesteres tropi-
cais com suas sementes mortíferas. Até ontem o símbo-
lo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
eram três chaminés soltando grossos rolos negros de
fumaça no ar. Estamos matando todos os bichos, nem
tatu aguenta, várias raças já foram extintas, um milhão
de árvores são derrubadas por dia, daqui a pouco todas
as jaguatiricas viraram tapetinho de banheiro, os jacarés
do pantanal viraram bolsa e as antas foram comidas nos
restaurantes típicos, aqueles em que o sujeito vai, pede
capivara à Thermidor, prova um pedacinho, só para con-
tar depois para os amigos, e joga o resto fora. Não dá
mais para Diadorim.”
FONSECA, R. Feliz Ano Novo, São Paulo: Companhia das Letras, 1975.
O romance, de 1975, traz à cena tipos e situações que
espelham o Brasil daquela década. No fragmento, o nar-
rador delineia esse contexto centrado no
A alinhamento à linha do tempo da história literária
brasileira
B processo de urbanização que caracteriza o momento
histórico do país
C admiração pelos autores do passado, irmanados
pela temática nacional
D destaque positivo às culturas locais de diferentes lu-
gares do Brasil
E elogio à urbanização comparável à de grandes cen-
tros europeus
Linguagens| Caderno 1 - AZUL - Página 9

Questão 18
Romance XXXIV ou de Joaquim Silvério
Melhor negócio que Judas
fazes tu, Joaquim Silvério:
que ele traiu Jesus Cristo,
tu trais um simples Alferes.
Recebeu trinta dinheiros..
- e tu muitas coisas pedes:
pensão para toda a vida,
perdão para quanto deves,
comenda para o pescoço,
honras, glórias, privilégios.
E andas tão bem na cobrança
que quase tudo recebes!
Melhor negócio que Judas
fazes tu, Joaquim Silvério!
Pois ele encontra remorso,
coisa que não te acomete.
Ele topa uma figueira,
tu calmamente envelheces,
orgulhoso e impenitente,
com teus sombrios mistérios.
(Pelos caminhos do mundo,
nenhum destino se perde:
Há os grandes sonhos dos homens,
e a surda força dos vermes.)
MEIRELES, C. Romanceiro da Inconfidência, 1953
Nesse poema de Cecília Meireles, a singularidade da
expressão lírica manifesta-se na
A repetição de vogais nos versos que apresentam rima
B rimas com correspondências perfeitas de sons
C denúncia de corrupção na história brasileira
D tentativa de justificar os atos de Joaquim Silvério
E narrativa descritiva de eventos da Inconfidência
Mineira
Linguagens | Caderno 1 - AZUL - Página 10
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Questão 19
O super-herói Groot, popularizado na série de filmes
Guardiões da galáxia, é um alienígena que tem seus
poderes inspirados nas plantas. O personagem tem a
aparência híbrida de uma árvore com um fisioculturista!
Como resultado dessa combinação, ele pode promover
ataques com galhos superfortes que crescem instanta-
neamente! Além disso, como um verdadeiro herói, Groot
é capaz de grandes gestos de altruísmo, tendo arrisca-
do sua vida diversas vezes para salvar outros heróis do
universo cinematográfico da Marvel. Mas, mesmo com
todas essas habilidades, Groot tem uma enorme dificul-
dade para se comunicar. Por mais complexos que sejam
seus pensamentos, o herói só consegue pronunciar uma
única frase: “Eu sou Groot!”
Na vida real, as plantas são muito mais eficientes
que o personagem da Marvel no quesito comunicação.
É o que revela o livro A vida secreta das árvores. Nes-
sa obra, o engenheiro florestal alemão Peter Wohlleben
apresenta detalhes surpreendentes da ecologia das
plantas. Ele destaca que, na luta pela sobrevivência,
as árvores trabalham de maneira coletiva e organizada,
tendo como principal estratégia um excelente meio de
comunicação.
A linguagem das árvores é baseada principalmen-
te no alfabeto químico. Lançando moléculas ao vento,
as plantas conseguem enviar mensagens umas para as
outras, mesmo que estejam afastadas por dezenas de
metros!
Disponível em: www.cienciahoje.org.br. Acesso em 07 jul 2023.
Como estratégia de progressão do texto, o autor faz
uma referência a uma personagem de um filme para
A apresentar sua opinião acerca de um livro científico.
B criticar a falta de precisão científica na produção
cinematográfica.
C estabelecer um fio condutor de sentido antes do tema
principal do texto.
D atrair a atenção do público jovem para assuntos da
área da botânica.
E detalhar as habilidades sociocomunicativas de todas
as plantas.
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Questão 20 Percebe-se a presença de duas personagens na letra da
Um soneto começo em vosso gabo; canção. No diálogo entre elas, há uma primeira pergun-
Contemos esta regra por primeira, ta. A resposta a essa pergunta sugere, em relação às
funções da linguagem,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo. A que o caráter fático da pergunta não foi compreendido.
B que a expectativa do interlocutor foi correspondida.
Na quinta torce agora a porca o rabo: C que existe um quadro sintomático de depressão.
A sexta vá também desta maneira, D que a ironia é predominante na construção da
na sétima entro já com grã canseira, resposta.
E saio dos quartetos muito brabo. E que o interlocutor usa predominantemente a função
conativa da linguagem.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais, Questão 22
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei. Eleição Fantasma
Ano atípico este de 2016. Impeachment presiden-
Nesta vida um soneto já ditei, cial, cassação do mandato de um presidente da Câmara,
Se desta agora escapo, nunca mais; prisões, delações, Lula acusado de corrupção, lavagem
de dinheiro e obstrução de Justiça, meio mundo político
Louvado seja Deus, que o acabei.
na mira da Lava Jato, suspeita de que ministro coman-
DAMASCENO, D. (Org.). Melhores poemas: Gregório de Matos. São dava a economia enquanto arrecadava fundos “por fora”
Paulo: Globo, 2006. para o PT. Com tudo isso e muito mais, a campanha
eleitoral municipal passou praticamente em branco no
O processo de construção do texto formata uma mensa- cenário nacional.
gem por ele dimensionada, uma vez que
Quando a gente se dá conta de que a eleição de
A a religiosidade é predominante no poema, sendo o prefeitos e vereadores é daqui a uma semana, soa muito
sentido principal repentino. Já? Pois é. O rebuliço reinante na Repúbli-
B a presença do “arte pela arte” é visível pela referên- ca atraiu todas as atenções e deixou em segundo plano
cia à escrita a movimentação dos aspirantes a administradores do
C a metalinguagem é utilizada para produzir sentido nosso cotidiano. Das decisões dos eleitos dependerá o
alegórico maior ou menor grau de conforto ou desconforto na vida
D vemos uma descrição do próprio processo da escrita das cidades e de seus habitantes. Portanto, o voto de
a cada verso domingo próximo é crucial para o próprio bem (ou mal)
do eleitor.
E o uso do soneto é irônico pela crítica apresentada ao
gênero O resultado dessa situação de peculiar desinte-
resse, veremos daqui a uma semana. Dois indicadores
políticos, no entanto, já se destacam nas pesquisas de
Questão 21 opinião: a dispersão partidária entre os apontados como
Oi, tudo bem? favoritos nas capitais e o desempenho sofrível, e já es-
- Tudo Bem... perado, do PT nessas localidades. O partido lidera a dis-
...Fora o tédio que me consome, puta apenas em Rio Branco (AC).
todas as 24 horas do dia, Estadão, Colunista Dora Kramer, 25/09/2016.
fora a decepção de ontem a decepção de hoje,
e a desesperança crônica no amanhã, No título proposto para esta coluna, ao se utilizar de uma
metáfora, a autora revela a intenção de
tenho vontade de chorar,
raiva de não poder, A revelar a irrelevância das eleições municipais.
quero gritar até ficar rouco, B elaborar uma crítica a um partido específico.
quero gritar até ficar louco, C defender argumentos em favor do voto em branco.
isso sem contar com a ânsia de vômito, D evidenciar a falta de atenção da população com as
reação a tal pergunta idiota eleições.
...Fora tudo isso, tudo bem E ironizar a política valendo-se de um recurso literário.

Garotos Podres. Tudo bem. Disponível em: www.letras.mus.br.

Acesso em: 18 jun 2019

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Questão 23
Muitas vezes, as críticas ao internetês são apres-
sadas e não têm embasamento científico algum, visto
que são operadas mais pelo estranhamento das formas
do que pela tentativa de depreender sua “lógica” ou fun-
cionalidade. Como pode alguém falar de um novo uso
(que choca/causa estranhamento) da língua sem levar
em conta o que seja língua, palavra, léxico, norma, va-
riante, dialeto ou escrita? Equacionar essas noções, tão
básicas, é essencial para entender estrutura do funcio-
namento do uso da língua na Internet, uma faceta da
língua adaptada às circunstâncias exigidas para a co-
municação utilizando o computador.
Bisognin, T. Reflexões Linguisticas e Redação no Vestibular. UFRGS, Porto Alegre:
2010 org. Sabrina de Abreu
No texto, há uma discussão sobre o uso da variante lin-
guística chamada “internetês”, que
A é informal e inadequada em qualquer situação
comunicativa.
B expressa falta de interesse em aprender a
norma-padrão.
C deve tornar-se a variedade a ser seguida como
padrão.
D corresponde às necessidades comunicativas na
Internet.
E representa a dificuldade de comunicação dos jovens.
Questão 24
Num gastou nem bater palmas pra Maria do Céu
apontar na porta da frente de sua casa, enxugando as
mãos nas alvuras de seu avental, protejedô de seu ves-
tido multicolorido. Depois dos primeiros cumprimentos,
cacei jeito de assentar num banco antigo, disposto no
avarandado da casa simples e fresca. Maria também
se acomodou na outra ponta e deu de me contar so-
bre o casamento da filha de sua vizinha de roçado. E
daí a se lembrar dos antigos, foi um tim. “Pois é seu
Marcos, quando tinha casamento por aqui, as muierada
se ajuntava formando um rodeiro lá no meio do mato,
fechado em derredor da noiva, prela se trocar da roupa
de poeira que vinha se ajuntando indesde a roça. E os
home tamém fazia a merma coisa pra dar tratamento no
noivo”.
GUIAO, M. Disponível em: www.ervanariamarcosguiao.com. Acesso em: 07 jul 2023
A variedade linguística deste trecho literário é adequada
à descrição dos fatos. Por isso, as escolhas lexicais pre-
sentes no texto estão a serviço do/da
A idealização da variedade regional.
B ridicularização da fala rural.
C autenticidade das personagens.
D narração dos acontecimentos.
E crítica à norma gramatical.
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Questão 25
A língua geral era hegemônica, sendo usada por to-
das as camadas sociais, passando do domínio privado
para o público e, apenas aí, encontrando alguma resis-
tência da língua portuguesa. No espaço doméstico, as
índias, unindo-se a portugueses e mamelucos, transmi-
tiam por sucessivas gerações não só a língua, mas os
costumes, enfim, uma cultura.
Fator importante de reforço da língua geral no es-
paço doméstico era a escravidão indígena. O português
estava restrito aos documentos oficiais que, contudo,
deveriam ser comunicados à população em língua ge-
ral, para que pudessem ser entendidos. Não por outro
motivo sabemos que foram frequentes os pedidos das
autoridades portuguesas para que se enviassem à capi-
tania vigários versados na língua dos índios.
Tal situação levou a Coroa portuguesa, através de
seu ministro, Marquês de Pombal, a tomar uma atitude
vigorosa no sentido de implantar a língua portuguesa
definitivamente em terras brasileiras.
O Diretório dos Índios vigorou entre 1757 e 1798
com a finalidade de instruir o comportamento do coloni-
zador no que se refere às populações indígenas, à de-
finição da fronteira norte do Brasil e seu povoamento.
Através das diretrizes propostas pelo Diretório, Portugal
buscou a construção de uma nova ordem social com a
incorporação dos índios à colonização.
Gonçalves Trouche, L. M. Marquês do Pombal e a implantação da língua portuguesa
no Brasil. Disponível em: www.filologia.org.br. Acesso em: 04 jul 2023
Relacionando-se as ideias do texto a respeito da con-
vivência de diferentes idiomas no período histórico do
Brasil colonial, constata-se que
A a preferência pela língua geral dos índios era uma
forma de resistência organizada contra a língua do
colonizador.
B a hegemonia da língua portuguesa se evidenciava
em ambientes públicos e privados.
C a língua portuguesa facilitava a comunicação entre
pessoas de diferentes níveis sociais.
D a língua geral dos índios era mais usada por apre-
sentar uma estrutura sintática mais simples.
E a implementação da língua portuguesa fazia parte
de um projeto ideológico de ampliação do domínio
imperial.
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Questão 26
Uma coisa é lutar para que certas palavras marca-
das negativamente sejam trocadas por outras, mais ami-
gáveis. Outra é querer resolver o problema no interior da
gramática.
Palavras marcam certas culturas. Eventualmente,
culturas definem seu gênero: ‘arte’ é feminino em por-
tuguês (a arte), masculino em espanhol (el arte). Não
é fácil sustentar que, em um caso, se trata de feminino
ou de masculino para além do gênero gramatical. É um
fato neutro, provavelmente, quanto a qualquer laivo de
sexismo.
Mas a tese a ser levada em conta é a de John Mar-
tin. Se o leitor digitar o nome do linguista e a palavra
“gênero”, encontrará seu célebre (entre alguns linguis-
tas) artigo chamado justamente “Gênero?” . Tem quatro
páginas e deveria provocar uma revolução.
Sua tese é que não há masculino e feminino em por-
tuguês, mas apenas palavras marcadas e não marcadas
quanto ao gênero. O que impressiona em sua breve e
certeira argumentação é que se usam formas masculi-
nas tanto relacionadas a nomes não femininos (“Pedro
é alto”) quanto em todos os casos em que não há nome
com o qual relacionar, por exemplo, um predicado:
“navegar é preciso” (nunca ‘precisa’)
“aqui faz frio” (nunca ‘fria’)
“aqui é bom” (nunca ‘boa’)
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Questão 27
Nesse debate sobre perdas observei como lidamos
mal com a dor uns dos outros. Entre nós, estar alegrinho
e parecer feliz é quase um dever, uma questão de higie-
ne, como tomar banho e estar perfumado. Mas às vezes
a gente tem de se permitir sofrer - ou permitir que o outro
sofra. Todos nós, amigos, família, terapeutas, médicos,
sentimos duramente nossa própria limitação quando al-
guém sofre e não podemos ajudar. Em certos momen-
tos é melhor não tentar interferir, apenas oferecer nossa
presença e atender se formos chamados.
LUFT, L. Perdas e Ganhos. Record: 2003. Conversão para EPUB: Eremita.
No texto, a autora usa a metáfora da higiene como
recurso para:
A representar os prejuízos do pessimismo no nosso dia
a dia.
B simbolizar sua crítica a um tipo de comportamento.
C defender a necessidade de que precisamos aprender
a sofrer.
D estilizar seu texto como forma de torna-lo poético.
E argumentar em favor da limpeza como imprescindí-
vel para a qualidade de vida.
Questão 28

Que não se diga que “navegar” é masculino. Por

favor. Uma boa causa, como o feminismo e a igualdade
de gêneros, merece argumentos melhores.
POSSENTI, S. Meninxs, eu vi! Disponível em: www.cienciahoje.org.br. Acesso
em: 04 jul 2023

O texto traz uma crítica ao uso da linguagem neutra, isto

é, sem marcação de gênero (como todes, ou alunxs,
etc). Qual passagem exemplifica linguisticamente essa
crítica?
A “Uma coisa é lutar para que certas palavras marca-
das negativamente sejam trocadas por outras, mais
amigáveis. Outra é querer resolver o problema no in-
terior da gramática.”
B “É um fato neutro, provavelmente, quanto a qualquer
laivo de sexismo.”
C “Se o leitor digitar o nome do linguista e a palavra
“gênero”, encontrará seu célebre (entre alguns lin-
Disponível em: www.techtudo.com.br. Acesso em: 09 jul 2023.
guistas) artigo chamado justamente “Gênero?” . Tem
quatro páginas e deveria provocar uma revolução.” Pela análise do meme, infere-se que o uso de diferentes
D “Sua tese é que não há masculino e feminino em por- redes sociais
tuguês, mas apenas palavras marcadas e não mar-
A gera diferentes tipos de comportamento.
cadas quanto ao gênero.”
B influencia, de diferentes formas, o nível de atenção.
E “Que não se diga que “navegar” é masculino. Por fa-
vor. Uma boa causa, como o feminismo e a igualdade C aumenta as diferentes formas de consumo.
de gêneros, merece argumentos melhores.” D permite diferentes formas de compartilhamento de
conteúdo.
E limita as diferentes formas de reação.

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Questão 29 Questão 30
Instagram lança Threads, rede social para rivalizar
com o Twitter
Rede social foi revelada dias após o Twitter anunciar
um limite para leitura de posts. Usuários poderão fazer login
e encontrar amigos por meio de suas contas no Instagram.
Anunciada como um espaço de “atualizações em tempo
real e conversas públicas”, a nova rede se parece muito
com plataformas como Twitter, Bluesky e Mastodon.
Ela suporta posts com até 500 caracteres, além de
links, fotos e vídeos de até 5 minutos. Também é possí-
vel curtir, comentar e compartilhar o que outras pessoas
publicaram.
Uma diferença para o Twitter é que o Threads não
tem área de trending topics, que mostra assuntos mais Disponível em: www.observatorioderedessociais.blogspot.com. Acesso em: 06 jul
comentados na rede. Segundo a nova rede social, esse 2023
recurso será lançado no futuro. A charge aborda a questão do uso de computadores
Disponível em: www.g1.globo.com. Acesso em: 06 jul 2023 atualmente. A relação entre os recursos verbais e não
verbais revela que
Além de apresentar a nova rede social Threads, essa
reportagem, ao se referir ao Twitter, cumpre, paralela- A o uso excessivo de novas tecnologias causa o
mente, a função de chamar a atenção para envelhecimento.
B crianças não deveriam usar novas tecnologias sem
A a concorrência mercadológica entre redes sociais.
supervisão.
B o interesse principal de distração e entretenimento
C é possível perder muito tempo usando excessiva-
da nova rede.
mente novas tecnologias.
C as diferentes funções sociais desempenhadas pelas
D o sedentarismo é a principal consequência do uso de
diferentes redes sociais.
novas tecnologias.
D a semelhança entre o tipo de conteúdo compartilha-
E o aumento de peso pode ser causado pelo uso de
do nas duas redes.
novas tecnologias.
E a cooperação entre a nova rede social e as outras
redes concorrentes do Twitter.
Questão 31
Introdução
A Língua Geral na Amazônia assumiu diferentes pa-
péis ao longo da história da ocupação da região (séc.
XVII – XX). Vamos tratar aqui de três momentos histó-
ricos em que a Língua Geral foi considerada sucessi-
vamente como “língua de branco”, na Colônia; “língua
brasileira”, no Império; e “língua de índio”, nas últimas
décadas no Rio Negro.
Barros, M. Borges, L. Meira, Márcio. A Língua Geral como Identidade
construída. USP, 1995. Disponível em: www.revistas.usp.br.
Acesso em: 18 jun 2019

Compreendendo a Língua Geral como parte do patrimô-

nio linguístico nacional, a sua transição de “língua de
branco” no séc. XVII para “língua de índio” no séc. XX
representa
A expansão do domínio político indígena no território
brasileiro.
B processo de transformação estrutural de um idioma.
C mudança na forma como um povo percebe um
idioma.
D modernização política desenvolvida após a
Independência.
E surgimento de novos idiomas ao longo do tempo.

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Questão 32
As redes sociais deram a oportunidade para que to-
dos estivessem igualitariamente em um mesmo espaço
de fala, seja de qualquer lugar do mundo. Celebridades
e anônimos compartilham deste mesmo ambiente. Isto
também vale para empresas, que utilizam deste espaço
para responder comentários. Foi o caso de Anitta e a
Netflix.
Neste fim de semana, a cantora deu sua opinião
sincerona sobre a sexta temporada de Black Mirror: “Al-
guém mais assistiu Black Mirror e não entendeu nada
por que a série não é mais o que era?“. Em outra pos-
tagem, ela fez críticas mais ácidas e chega a chamar a
nova temporada de “mal feita“.
“Não é mais sobre tecnologia, agora é thriller alea-
tório, os diálogos mal feitos, as histórias bobas sem pro-
pósito… Que doideira! O único episódio que segue o es-
tilo da série é o primeiro. O resto vai só ladeira abaixo“,
avaliou Anitta.
A Netflix, por sua vez, respondeu a opinião com um
deboche. Na resposta, a plataforma de vídeo ironizou a
trajetória profissional trilhada pela cantora: “[A série] mu-
dou porque Black Mirror agora está focado na carreira
internacional“.
Disponível em: www.guiadeseries.com. Acesso em: 06 jul 2023
Ao apresentar uma discussão em um ambiente on-line,
o texto aponta como impacto advindo do surgimento das
redes sociais
A a possibilidade de que uma empresa tenha espaço
de fala.
B a obrigatoriedade de que todos opinem sobre as no-
vas séries.
C a necessidade de que empresas se defendam de
críticas.
D a ascensão internacional de cantoras brasileiras.
E a liberdade de opinião a qualquer custo.
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Questão 33
Utilizando a mídia como fonte, é possível apreciar
criticamente e ter acesso a informações sobre surfe, luta
livre, sumô, esporte radicais, modalidades que, na maio-
ria das escolas, têm poucas possibilidades de vivência
no plano prático, mas que permitem, por outro lado, tra-
balhar no plano dos conceitos e atitudes, pois são con-
teúdos importantes da cultura esportiva contemporânea.
Uma outra etapa consiste em aprender a interpre-
tar o discurso da mídia de maneira crítica, o que impli-
ca compreender sua linguagem específica e aprender a
identificar outros modelos de práticas corporais que não
o hegemônico.
O professor atento poderá descobrir matérias que
apresentam o esporte como realização pessoal, socia-
bilização e autoconhecimento, assim como matérias
que denunciam a exploração do atleta profissional (em
especial no futebol) pelos clubes, os baixos salários da
maioria dos jogadores, a escravidão da lei do passe, o
doping.
A linguagem da televisão tende a apresentar os
assuntos de maneira rápida e superficial e utilizando
muitos estereótipos; ela busca atingir a emoção, e não
a razão, do telespectador. Uma atividade interessante,
nesse sentido, é assistir à transmissão de uma partida
de futebol sem o som de narradores e comentaristas ou,
ainda, substituindo a narração por uma transmissão de
rádio da mesma partida. Em ambos os casos, é possível
perceber claramente quanto da emoção é induzida pelo
discurso do narrador.
BRASIL, Ministério da Educação, (1997). Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília, MEC/SEF.
Ao abordar as possíveis influências da mídia sobre a for-
ma como a prática esportiva é percebida pelos jovens,
o texto propõe
A que seja revelada a falsidade midiática.
B que os discursos midiáticos sejam incluídos entre os
objetos de estudo.
C que as aulas de educação física ensinem surfe, luta
livre e sumô.
D que a espetacularização esportiva seja valorizada.
E que os jogos de futebol sejam acompanhados pelo
rádio.
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Questão 34 Questão 35
Antes de Edee (Robin Wright) partir para o seu reti- TEXTO I
ro, ela passa por uma sessão de terapia onde é questio- Nunca vos aconteceu, ao ler um livro, interromper
nada sobre o que está sentindo e o porquê de não com- constantemente vossa leitura, não por desinteresse,
partilhar sua dor com as pessoas, nesse momento suas mas, pelo contrário, por afluxo de ideias, de excitações,
respostas mostram claramente que para ela é neces- de associações? Numa palavra, não vos aconteceu ler
sário o distanciamento das pessoas e de certa maneira e, por conta da leitura, levantar a cabeça?
para estar consigo mesma e assim poder confrontar sua Foi esta leitura, simultaneamente desrespeitadora,
dor e encontrar o sentido da vida. pois corta o texto, e enamorada, pois volta a ele e dele
Na cabana é perceptível a dificuldade inicial de ela se alimenta, que tentei escrever.
se adaptar, sozinha, ao ambiente selvagem em que se
encontra, sua ida para à montanha serve tanta para re- BARTHES, R. O Rumor da Língua. Signos, Lisboa, 1984, pg. 27
fletir sobre o momento de dor e luto; e, de forma para- TEXTO II
doxal, distrair-se com a adaptação a uma rotina como
caçar e plantar, contrária a tudo que ela viveu até então.
Todo o sofrimento que Edee passa diante do urso
que invade a sua cabana e come todo seu estoque de
comida enlatada, somado à falta de comida inesperada
junto a forte tempestade de neve que a faz desmaiar
transforma-se em metáfora ao nascimento de Edee à
uma nova vida.
No filme Land, Edee Mathis é uma mãe de família
que se encontra dilacerada e quase afogada na dor do
luto. É impressionante a forma intimista em que o tema
é explorado ao longo do filme. Land compõe uma foto-
grafia carregada da beleza natural canadense, cenário
perfeito para a protagonista passar o seu tempo longe
de tudo e de todos e assim poder enfrentar – e talvez
superar – toda a dor depositada na raiz da alma.
Disponível em: www.leiaeassista.com.br. Acesso em: 09 jul 2023. (adaptado)

O texto é exemplar de um gênero discursivo que cumpre

Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=hipertexto.
a função social de:
Acesso em: 15 mai 2016
A narrar, de forma poética, cenas do filme Land.
A leitura tem sido objeto de estudo das mais diferentes
B descrever, por meio do luto de Edee, os detalhes do
vertentes linguísticas. O modo como nos relacionamos
seu retiro.
com o que é lido é um campo novo de investigações
C sintetizar, por meio das principais cenas do filme, a científicas. Considerando esse contexto, pode-se afir-
história de Edee. mar que os textos I e II abordam a leitura de modo
D lançar, por meio de uma história de vida, um filme
verossímil. A tradicional, abordando o texto como um depósito de
E avaliar, por meio de análise crítica, o filme em informações.
referência. B idealizado, revelando o quão românticas podem ser
as leituras.
C empírico, buscando explicar o que de fato acontece
ao leitor quando lê.
D negativo, destacando as irregularidades e as emo-
ções de toda leitura.
E objetivo, promovendo uma explicação convencional
do que é leitura.

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Questão 36
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário, os honestos, simpáticos e não fuman-
tes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por
magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se
espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela
deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela
detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você
adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
MEDEIROS, M. Crônica do amor. Disponível em: www.pensador.com. Acesso em: 06 jul 2023

Defendendo a ideia de que “Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem”, a autora usa como principal
estratégia argumentativa
A o uso do senso comum, para enfatizar que as qualidades importam mais do que o caráter.
B a enumeração de características emotivas, para dar destaque aos detalhes.
C a importância da intimidade, para a manutenção de uma relação saudável.
D a relevância dos gostos em comum, para a construção da afinidade.
E o apelo à razão, para garantir relações duradouras.

Questão 37
Verificou-se nas aulas de professores de Educação Física a presença de uma “gramática corporal” manifestada;
e por fim identificaram-se os espaços “perdidos” pela Educação Física no Ensino Médio Noturno, relacionados à
prática de seus professores com a crença manifesta nas aulas de sua disciplina.
Etimologicamente a palavra gramática advém do termo latim grammatike, descrita como estudo ou tratado dos
fatos e leis que regulam o funcionamento de uma língua (HOLANDA, 1986). A expressão “corporal” refere-se ao
corpo que em sua raiz latina é oriundo do vocábulo corpus, que designa oposição à alma e do qual derivou o sentido
de cadáver. No que se refere à raiz indo-europeia é derivado do radical semântico “krp” que significa forma. Assim,
o corpo adquiriu o sentido de “objeto em sua organização visível”.
Portanto, a definição de gramática associada à compreensão do corpo, entendido como produto das ações
humanas intermediadas pela cultura, representa aquilo que nomeamos neste estudo, por “gramática corporal”.
Complementa essa percepção, o entendimento do papel da cultura com base em Geertz (1989), que a considera
como um “[...] conjunto de mecanismos de controle que orientam o comportamento humano em situações especí-
ficas sendo esses mecanismos construídos, reconstruídos e transformados num processo dinâmico de um grupo
específico” (GEERTZ, 1989, p.10).
COFFANI, M. C. O LUGAR DO CORPO NA ESCOLA: ASPECTOS SÓCIO-CULTURAIS DA GRAMÁTICA CORPORAL APREENDIDA EM
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO NOTURNO.

Dissertação de Mestrado, UFMT, 2008.

Disponível em: www.old.cev.org.br. Acesso em: 12 jul 2023

A autora lança mão da expressão “gramática corporal” para tratar de determinados “mecanismos de controle” que se
manifestam tanto no ambiente escolar como na sociedade como um todo. Desse modo, o conceito de “gramática”
associado ao conceito de “corpo” nos permite perceber que
A os mesmos princípios de controle linguístico podem ser evidenciados no controle corporal.
B os comportamentos linguísticos são passíveis de controle, enquanto os comportamentos corporais não.
C a gramática padrão da língua escrita influencia, também, na expressão corporal dos indivíduos
D o rigor dos comportamentos corporais tem efeitos na língua padrão.
E a opressão corporal é evidente, assim como a opressão linguística.

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Questão 38
A proposta do presente estudo partiu da inquietação quanto ao ensino do futebol na Educação Física escolar,
sobretudo à possibilidade de desvincular este processo de uma perspectiva tecnicista, pautada apenas no saber
fazer. Com essa problematização, elaboramos um currículo para o ensino dos futebóis para os anos finais do Ensino
Fundamental. Futebóis estes entendidos como um fenômeno plural, que tem espaço para a diversidade, superando
a ideia de que o futebol espetacularizado é o único futebol possível.
Consideramos que o currículo dos futebóis possibilitou aos(às) alunos(as) experiências positivas e inclusivas,
e uma aprendizagem pautada pelos saberes corporais, conceituais e atitudinais, tendo os(as) alunos(as) acesso à
dimensão sociocultural do futebol, através da lógica externa do jogo.
BARRETO, M. Implementação de um currículo dos futebóis para a Educação Física nos anos finais do ensino fundamental. 2023. Mestrado
Profissional em Educação Física, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2023. (adaptado)

Ao apresentar o futebol no plural, “futebóis”, o texto propõe

A que sejam apresentadas diferentes formas de jogar futebol.
B que a espetacularização do futebol seja melhor compreendida.
C que o futebol oportunize aprendizados interdisciplinares.
D que o futebol seja praticado juntamente a outros esportes.
E que a escola se torne um espaço de preparo de futuros jogadores de futebol.

Questão 39
Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do colégio Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão,
designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para
aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua
A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos
e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela gravidade sombria que a gente nota nas foto-
grafias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação total pelo Português ainda estar
vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua
autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele sozinho não informa nada, como a Gramática é
a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse tudo isso para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática
na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas — isto eu disse —
vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão dispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha
total inocência na matéria.
VERISSIMO, Luís Fernando. In. LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino. Porto Alegre:
L&PM, 1985.

Luís Fernando Verissimo defende a tese de que “a Gramática é a estrutura da língua, mas sozinha não diz nada”.
Assim sendo, o domínio da língua portuguesa implica
A reservar o uso da norma padrão aos textos literários.
B descartar as marcas de informalidade dos textos.
C desconsiderar as regras da norma gramatical.
D entender a importância da clareza comunicativa.
E dominar a maior quantidade possível de variedades linguísticas.

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 2023
Questão 40
O Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS, instituição da Secretaria de Estado da Cultura do RS – Se-
dac, apresenta a exposição “Camila Proto — TERRALÍNGUA”.
Aberta para visitação a partir do sábado, dia 01.07.2023, em evento de inauguração às 10h30 aberto ao público,
a mostra segue em exibição até 08.10.2023, ocupando as Salas Negras do MARGS, no 1º andar do Museu.
Com apoio e colaboração do MARGS para sua realização, a exposição “Camila Proto — TERRALÍNGUA” é
apresentada integrando o programa expositivo do Museu intitulado “Poéticas do agora”, voltado a artistas atuais cujas
pesquisas recentes em poéticas visuais têm se mostrado promissoras e relevantes no campo artístico contemporâ-
neo, tendo por objetivo destacar produções que investem na pesquisa e experimentação de linguagem, bem como
na transdisciplinaridade dos meios, operações e procedimentos. A exposição também integra a ampla programação
comemorativa ao longo do próximo ano, alusiva ao aniversário de 70 anos do MARGS, a ser celebrado em 27.07.2024.
Disponível em: www.margs.rs.gov.br. Acesso em: 07 jul 2023

A função da linguagem que predomina nesse texto se caracteriza por

A evidenciar a subjetividade da reportagem com base na opinião do autor.
B convencer o leitor a visitar a exposição, levando-o a conhecer as obras de arte.
C divulgar a exposição por meio de informações objetivas.
D estabelecer interlocução com o leitor, oferecendo informações curiosas sobre as obras.
E enaltecer a arte, buscando elaborar reflexões metalinguísticas.

Questão 41
Quando oiei’ a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu preguntei’ a Deus do céu, uai
Por que tamanha judiação?

Que braseiro, que fornaia’

Nenhum pé de prantação’
Por farta’ d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté’ mesmo a asa branca

Bateu asas do sertão
Entonce’ eu disse: adeus, Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe, muitas légua

Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar’ pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar’ pro meu sertão

Quando o verde dos teus óio’

Se espaiar’ na prantação’
Eu te asseguro, não chore, não, viu
Que eu vortarei’, viu, meu coração
GONZAGA, L. e TEIXEIXA, H. Asa Branca. RCA Victor: 1947 (fragmento)

Na letra da canção, há uma referência ao sertão em uma ambientação linguisticamente apoiada no(a)
A uso recorrente interrupções frasais.
B variedade popular da língua portuguesa.
C referência às consequências da seca nordestina.
D exploração de instrumentos musicais eruditos.
E preponderância de regionalismos lexicais.

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 2023
Questão 42 Questão 43
Nascimento e Santos propõem que o esporte de- Exagerado
senvolvido no currículo deve servir para a formação do Amor da minha vida
indivíduo como um todo, tratando aspectos físicos, cog- Daqui até a eternidade
nitivos, psicológicos, afetivos, sociais, críticos, tornando- Nossos destinos
-o um cidadão pensante e atuante sobre a sociedade e
Foram traçados na maternidade
a cultura à qual está vinculado, onde os ideais de vencer
ou perder, presentes no esporte competitivo, devem
estar longe dos objetivos destes. Paixão cruel, desenfreada
Deste modo, pensando na construção crítica que Te trago mil rosas roubadas
o esporte pode oferecer aos alunos dentro da escola, Pra desculpar minhas mentiras
propõem que este seja desenvolvido através da metodo- Minhas mancadas
logia crítica emancipatória, onde o esporte é colocado
para fins educacionais não como a base da pirâmide Exagerado
do rendimento esportivo; assim, o aluno adquire a base Jogado aos teus pés
para a sua autonomia, dando a este esporte uma con-
Eu sou mesmo exagerado
dição transformadora, ou melhor, a referência não está
Adoro um amor inventado
no esporte da mídia; e sim, na prática vivenciada por
cada indivíduo, propondo uma Educação Física Escolar
crítica, onde o ensino das destrezas motoras esportivas Eu nunca mais vou respirar
são dotadas de novos sentidos, subordinadas a novos Se você não me notar
objetivos, construindo um novo sentido para o esporte, Eu posso até morrer de fome
que leve o aluno a ser um ser melhor, com valores, que Se você não me amar
o conduzirão para a vida, ou seja, o esporte deve ser
tão pedagógico quanto qualquer disciplina para que não E por você eu largo tudo
fuja do seu objetivo principal, o educar.
Vou mendigar, roubar, matar
Medeiros, T. N., Pelisser, M., Lemos, C. de O., Cunha, F. M., & Bossle, F. (2018). O Até nas coisas mais banais
ESPORTE NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: Pra mim é tudo ou nunca mais
UM ESTUDO DE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA NOS PERIÓDICOS
DA CAPES. Corpoconsciência, 22(2), 73–84. Disponível em: www. CAZUZA. Exagerado. Rio de Janeiro: Som Livre, 1985.
periodicoscientificos.ufmt.br. Acesso em: 09 jul 2023 Todo gênero apresenta características formais que se
No contexto apresentado, a relação entre a prática do relacionam com seu uso em sociedade. A letra de can-
esporte e os alunos deve ser caracterizada pelo/a ção identifica-se com o gênero carta de amor, essencial-
mente, pela utilização da sequência textual
A espírito competitivo.
B busca por excelência. A expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
C desenvolvimento interdisciplinar. B narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
D irrelevância de aspectos físicos. C injuntiva, por se dirigir a um interlocutor.
E preponderância teórica. D descritiva, por enumerar características da pessoa
amada.
E argumentativa, por tentar convencer o leitor de um
posicionamento.

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Questão 44
Pierre Lévy (importante pensador da comunicação
na nossa era) parte da ideia de que o hipertexto (evento
que ocorre em toda leitura) é uma definição anterior às
novas mídias, pois faz parte da própria lógica humana do
pensamento. Para melhor entendimento, Pierre Lévy or-
ganizou critérios para a caracterização dos hipertextos.
1º Princípio da metamorfose: é o processo de cons-
tante construção e renegociação de sentidos que se dá
nos hipertextos durante a leitura.
2º Princípio da heterogeneidade: tanto as informa-
ções organizadas em uma determinada seção de um hi-
pertexto (imagens, sons, textos) como as conexões que
se estabelecem entre as diversas partes dele (critérios
lógicos, afetivos, ocasionais, etc.), têm um caráter extre-
mamente heterogêneo.
3º Princípio da multiplicidade e de encaixe das es-
calas: o hipertexto se organiza de forma ‘fractal’, ou seja,
cada nó ou conexão pode revelar uma rede de novos
nós ou conexões e cada novo nó pode apresentar outro
universo de conexões e assim por diante.
4º Princípio de exterioridade: a construção, defini-
ção e manutenção da internet dependem de múltiplas
interações, conexões entre pessoas e equipamentos.
Disponível em: www.sociedadedeinformacaoetecnologias.blogspot.com.br. Acesso
em: 15 mai 2016 (adaptado)
Entendendo que o hipertexto é um evento que ocorre
durante a leitura e partindo dos princípios propostos por
Pierre Lèvy para explicar como funciona a hipertextuali-
dade, podemos afirmar que a heterogeneidade é
A secundária, já que todas as conexões hipertextuais
são previamente organizadas e se dão de modo
uniforme.
B essencial, afinal ela determina as conexões virtuais,
que determinam a leitura humana.
C importante, pois sua manifestação faz parte do
hipertexto.
D primordial, visto que a própria existência humana é
heterogênea, o que também se evidencia nas tecno-
logias de comunicação.
E válida, na medida em que contribui para uma leitura
unilateral e concentrada.
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2023
Questão 45
TEXTO I
Disponível www.rede.novaescolaclube.org.br. Acesso em: 21 ago 2016
TEXTO II
Assim como a maioria das provas do atletismo, o
salto com vara é considerado uma atividade completa,
pois exige do atleta diversas habilidades do corpo hu-
mano: concentração, força, velocidade e precisão de
movimentos.
Esta modalidade esportiva implica numa técnica ex-
tremamente complexa composta por quatro fases:
1- Corrida de aproximação: fase em que o atle-
ta corre numa pista de, no mínimo, 45 metros, para se
aproximar do sarrafo. Essa corrida é extremamente téc-
nica, pois além de exigir correta empunhadura e posi-
cionamento da vara, o atleta deve saber o número de
passos e o ponto em que iniciará a impulsão;
2- Impulsão: imediatamente antes de iniciar essa
fase, a velocidade da corrida diminui.
3- Salto ou voo: é nesta fase em que se alcança a
flexão máxima da vara, visando o melhor posicionamen-
to do corpo para a transferência de energia para a barra,
o que impulsiona o atleta para cima num deslocamento
vertical.
4- Queda: é realizada na continuidade dos mo-
vimentos feitos anteriormente, com o atleta caindo de
costas para o colchão.
Disponível em: www.salto-com-vara.ardois.com.br. Acesso em: 21 ago 2016
Pensando nas práticas esportivas como práticas
corporais, as descrições do texto II e a sequência de
movimentos do texto I são formas de entender a expres-
são corporal como
A uma ferramenta de estética corporal, visando à
beleza.
B uma forma de se posicionar na sociedade de forma
crítica.
C uma maneira de inserção social.
D um instrumento técnico, passível de aprimoramentos.
E um mecanismo competitivo, com o objetivo de con-
quistar vitórias.
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