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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO http://sportv.globo.

com/platb/blog-do-
gaciba/tag/cartao-vermelho/
TEORIA 1 - BÁSICA
LINGUAGEM Charge do autor Tacho – exemplo de linguagem
Como estudar língua(gem)? verbal (óxente, polo norte 2100) e não verbal
Para alcançar uma boa nota na prova de (imagem: sol, cactus, pinguim).
‘Linguagens, códigos e suas tecnologias’ o aluno
deve ser conectado com a sociedade, com a
comunicação com o mundo. Assim, precisa
dominar a língua(gem) e saber aplicá-la na
vivência em eventos sociais. O destaque será a
interpretação textual, atividade que requer muita
atenção à leitura, visto que as questões mesclam
apreensão e compreensão texto. Desse modo, em
alguns momentos, nem tudo está explícito no texto
– precisa-se inferir, deduzir, relacionar algumas
informações para resolver as questões.

UNIDADE 1 http://salaladefrutas.blogspot.com/2012/05/oxente
.html
LINGUAGEM:
A linguagem é todo sistema verbal e não verbal
pré-estabelecido que nos permite a realização da Semáforo – indica ações através das cores
comunicação. Pode ser percebida pelos diversos
órgãos dos sentidos, o que leva a distinguirem-se
várias espécies ou tipos: linguagem visual,
corporal, gestual, etc., ou, ainda, outras mais
complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de
elementos diversos. Os elementos constitutivos da
linguagem são, pois, gestos, sinais, sons,
símbolos ou palavras, usados para representar
conceitos, ideias, significados e pensamentos.

Características do sistema verbal e não-verbal: http://circuitomt.com.br/editorias/cidades/129640-


a) Verbal: o destaque na comunicação são as ultrapassar-semaforo-amarelo-nao-gera-multas-
palavras.
ao-motorista-diz-secretario-de-transito-.html
b) Não-verbal: não considera as palavras,
mas outros sinais. Como exemplo de Placa de trânsito: cruzamento com linha férrea
linguagem não-verbal são os sinais de
sem barreira.
trânsito, gestos faciais, gestos corporais,
etc.
Observe alguns exemplos:

Cartão vermelho – falta grave no futebol.

https://noticias.ne10.uol.com.br/jc-
transito//noticia/2015/08/26/confira-algumas-
placas-de-transito-esquisitas-e-seus-significados-
564598.php
Símbolos que se colocam na porta para indicar
“sanitário masculino e feminino”.

https://blog.diretoriodaarquitetura.com.br/lei-do-
silencio-em-condominios-saiba-o-que-e-e-como-
funciona/

Mista ou híbrida
Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem
verbal e da linguagem não-verbal, usando
palavras escritas e figuras ao mesmo tempo.

Língua: é um código, um sistema organizado de


signos, que possibilita a comunicação.
https://www.renoveadesivos.com.br/adesivo-de- A língua é um código aceito por convenção. Por
porta-placa-de-banheiro-p3585 isso, um indivíduo, isoladamente, não consegue
modificá-la. As transformações da língua são
ocasionadas por alterações linguísticas surgidas
em comunidades ou grupos sociais. Além disso, a
língua é usada tanto na escrita quanto na fala.
No entanto, a fala e a escrita são usos distintos da
língua”, pois os indivíduos não falam e
escrevem da mesma forma.

https://www.americanas.com.br/produto/2646821
3/adesivo-porta-banheiro-ele-e-ela-blabla

Gesto indicativo de “pedir silêncio”

Exercícios

01
Classificação: os níveis de linguagem são
classificados de acordo com o contexto em que se
encontram, os principais exemplos de níveis de
linguagem estudados são: a linguagem coloquial,
informal ou popular, a linguagem culta, formal ou
padrão, a linguagem grupal, linguagem vulgar e a
linguagem regional.

Linguagem coloquial, informal: É a expressão


mais espontânea do falante, sai naturalmente e
sem policiamento da fala, por isso mesmo que
geralmente não está de acordo com as normas
gramaticais da língua e está sempre carregada de
vícios de linguagem como solecismo (erros de
regência, concordância e colocação), barbarismo
(erros na pronúncia ou grafia), ambiguidade,
cacofonia e pleonasmo. Outras características
marcantes da linguagem coloquial são as
expressões vulgares e as gírias.
A linguagem popular é usada geralmente durante
as conversações diárias entre amigos, situações
informais e descontraídas, programas de TV
(principalmente nos de auditório) e novelas. A
linguagem informal também se manifesta na forma
escrita, como quando escrevemos um bilhete,
uma carta e principalmente na internet, quando
utilizamos o MSN, Orkut, Twitter, blogs etc.

Linguagem culta, formal ou padrão


A linguagem culta obedece às regras da
A publicidade, de uma forma geral, alia elementos
gramática. Reflete mais prestígio social e cultural
verbais e imagéticos na constituição de seus
devido ao nível de instrução exigido para o seu
textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a
uso. Normalmente dominado por classes sociais e
sustentabilidade, o autor procura convencer o
intelectuais mais prestigiadas. Ela é mais artificial,
leitor a
mais estável e menos sujeita a variações.
a) assumir uma atitude reflexiva diante dos
A norma padrão está presente em todo povo
fenômenos naturais.
civilizado, pois ela é quem assegura a unidade
b) evitar o consumo excessivo de produtos
linguística de uma nação. Por isso é ensinada nas
reutilizáveis.
escolas, devido à sua importância político-cultural.
c) aderir à onda sustentável, evitando o
É regida pelas gramáticas normativas.
consumo excessivo.
A linguagem culta é utilizada pelas pessoas que
d) abraçar a campanha, desenvolvendo
projetos sustentáveis. detém maior nível de instrução, nivelado pelos
e) consumir produtos de modo responsável e estudos e/ou hábito da leitura. Ela é mais
ecológico. comumente utilizada na linguagem escrita e
literária. A linguagem formal está presente em
sermões, discursos, textos científicos, noticiários
UNIDADE 2
de TV, programas culturais etc.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Os níveis de linguagem variam de acordo com o Linguagem grupal
contexto onde se está emitindo uma comunicação,
alguns dos principais fatores que determinam o
nível de linguagem utilizado podem ser a origem e
posição social do falante, o local e a ocasião em
que o interlocutor se encontra, a região do país
onde o mesmo adquiriu sua maneira de falar, e
também se a linguagem utilizada é a falada ou a
escrita. Quem realmente determina os níveis de
linguagem a serem utilizados são os usuários da
língua.
A linguagem inculta infringe quase que totalmente
as convenções gramaticais, ela está ligada a como
analfabetos e pessoas que não tiveram nenhum
contato com o sistema de ensino formal da escola
ou alguma orientação prática da escrita.

Exercícios

01
Aí, galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de
estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar
um jogador de futebol dizendo ‘estereotipação’? E,
no entanto, por que não?
– Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
– Minha saudação aos aficionados do clube aos
demais esportistas, aqui presentes ou no recesso
dos seus lares.
– Como é?
– Aí, galera.
https://www.flickr.com/photos/cnj_oficial/8692862 – Quais são as instruções do técnico?
848 – Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho
de contenção coordenada, com energia otimizada,
A linguagem grupal é aquela própria de grupos na zona de preparação, aumentam as
fechados, ou seja, apenas quem faz parte do probabilidades de, recuperado o esférico,
grupo em questão pode entender com total clareza concatenarmos um contragolpe agudo com
as mensagens que estão sendo passadas. A parcimônia de meios e extrema objetividade,
linguagem grupal pode ser de natureza social ou valendo-nos da desestruturação momentânea do
etária. Elas são classificadas em técnica (jargão) sistema oposto, surpreendido pela reversão
ou gírias. inesperada do fluxo da ação.
A linguagem grupal pode ser encontrada em – Ahn?
grupos sociais, profissionais, culturais etc. – É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles
Podemos usar como exemplos as gírias utilizadas sem calça.
pelos surfistas, traficantes dos morros cariocas, – Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
– Posso dirigir uma mensagem de caráter
marginais das grandes cidades, prostitutas,
sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e
homossexuais, pichadores etc. Além das gírias, piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por
temos os jargões, que são linguagens técnicas razões, inclusive, genéticas?
que só são entendidas por quem faz parte do – Pode.
grupo profissional que atua na área, ou que ao – Uma saudação para a minha genitora.
menos seja instruído para isso. Dentre os jargões – Como é?
podemos exemplificar a linguagem dos hackers, – Alô, mamãe!
– Estou vendo que você é um, um...
dos geeks, nerds, o juridiquês, economês etc.
– Um jogador que confunde o entrevistador, pois
não corresponde à expectativa de que o atleta seja
Linguagem inculta
um ser algo primitivo com dificuldade de
expressão e assim sabota a estereotipação?
– Estereoquê?
– Um chato?
– Isso.
(VERISSIMO, Luis Fernando. In: Correio
Brasiliense, 12/maio/1998.)
O texto mostra uma situação em que a linguagem
usada é inadequada ao contexto. Considerando
as diferenças entre língua oral e língua escrita,
assinale a opção que representa também uma
inadequação da linguagem usada ao contexto:
a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra
https://www.willcarvalho.com/2017/04/veja-
vê direito.” (Um pedestre que assistiu ao
alguns-dos-erros-de-portugues-mais.html
acidente comenta com o outro que vai denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do
passando.) singular. Linguagem usada na ciência, na arte
b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” (Um realista, no jornal, no “campo” do referente e das
jovem que fala para um amigo.) notícias de jornal e livros científicos.
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas,
fazer uma observação.” (Alguém comenta duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma
em um uma reunião de trabalho.) maçã vermelha e uma pera.
d) “Venho manifestar meu interesse em
candidatar-me ao cargo de secretária 2. Função emotiva (ou expressiva)
executiva desta conceituada empresa.” É aquela centralizada no emissor, revelando sua
(Alguém que escreve uma carta opinião, sua emoção. Nela prevalece a primeira
candidatando-se a um emprego.) pessoa do singular, interjeições e exclamações. É
e) “Porque se a gente não resolve as coisas a linguagem das biografias, memórias, poesias
como têm que ser, a gente corre o risco de líricas e cartas de amor. Primeira pessoa do
termos, num futuro próximo, muito pouca singular (eu), Emoções, Interjeições;
comida nos lares brasileiros.” (Um Exclamações; Blog; Autobiografia; Cartas de
professor universitário em um congresso amor.
internacional.) Ex: a) Ah, que coisa boa!
b) Tenho um pouco de medo...
UNIDADE 3 c) Nós te amamos!
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
 o locutor (aquele que diz algo a alguém) 3. Função apelativa (ou conativa)
 o interlocutor (aquele com quem o locutor É aquela que centraliza-se no receptor; o emissor
se comunica) procura influenciar o comportamento do receptor.
 a mensagem (o texto, isto é, o que foi Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o
transmitido entre os falantes)
uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além de
 o código (a língua portuguesa)
 o canal (a língua oral, ou seja, o meio físico vocativos e imperativos. Usada nos discursos,
que conduz a mensagem até o interlocutor) sermões e propagandas que se dirigem
 o referente (o assunto da mensagem) diretamente ao consumidor. Segunda pessoa do
Esses elementos podem ser esquematizados: singular, Imperativo; Figuras de linguagem,
Discursos políticos, Sermões, Promoção em
pontos de venda - Propaganda.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Partindo dos elementos da comunicação, existem
as chamadas funções da linguagem, que são
muito úteis para a análise e produção de textos.

As seis funções são:

1. Função referencial (ou denotativa)


É aquela centralizada no referente, pois o emissor
oferece informações da realidade. Objetiva, direta,
É aquela centralizada na mensagem, revelando
recursos imaginativos criados pelo emissor.
Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica.
Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a
linguagem figurada apresentada em obras
literárias, letras de música, em algumas
propagandas. Subjetivida de Figuras de
linguagem, Brincadeiras com o código, Poesia,
Letras de música.
Exemplo:

Tecendo a manhã - João Cabral de Melo Neto


Um galo sozinho não tece uma manhã: ele
precisará sempre se outros galos. De um que
apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um
outro galo que apanhe o grito que um galo antes e
o lance a outro; e de outros galos que com muitos
outros galos se cruzem os fios de sol de seus
gritos de galo, para que a manhã, desde uma tela
tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.

6. metalinguística
É aquela centralizada no código, usando a
linguagem para falar dela mesma. A poesia que
fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto
que comenta outro texto. Principalmente os
dicionários são repositórios de metalinguagem.
Referência ao próprio código, Poesia sobre
poesia, Propaganda sobre propaganda,
Dicionário.
https://br.pinterest.com/pin/805933295789230494
/?autologin=true Ex: - Não entendi o que é metalinguagem, você
poderia explicar novamente, por favor? -
4. Função Fática
Metalinguagem é usar os recursos da língua para
É aquela centralizada no canal, tendo como
objetivo prolongar ou não o contato com o explicar alguma teoria, um conceito, um filme, um
receptor, ou testar a eficiência do canal. relato, etc.
Linguagem das falas telefônicas, saudações e
similares. Interjeições, Lugar comum, Saudações,
Comentários sobre o clima.
Ex: - Olá, como vai, tudo bem? - Alô, quem está
falando?

Exercícios
01 A biosfera, que reúne todos os ambientes onde
se desenvolvem os seres vivos, se divide em
unidades menores chamadas ecossistemas, que
podem ser uma floresta, um deserto e até um lago.
Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que
regulam o número de organismos dentro dele,
controlando sua reprodução, crescimento e
migrações.
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/fu
DUARTE, M.O guia dos curiosos. São Paulo:
ncao-fatica.htm Companhia das Letras, 1995.
5. Função poética Predomina no texto a função da linguagem:
a) emotiva, porque o autor expressa seu LINGUAGEM COLOQUIAL: usada em
sentimento em relação à ecologia. situações informais ou familiares. Caracteriza-se
b) fática, porque o texto testa o pela espontaneidade, já que não existe uma
funcionamento do canal de comunicação.
preocupação com as normas estabelecidas
c) poética, porque o texto chama a atenção
para os recursos de linguagem. (aceita o uso de gírias e de palavras
d) referencial, porque o texto trata de noções dicionarizadas). Embora seja uma linguagem
e informações conceituais. informal, não é necessariamente inculta, pois a
e) conativa, porque o texto procura orientar desobediência a certas normas gramaticais se
comportamentos do leitor. deve à liberdade de expressão e à sensibilidade
estilística do falante. É facilmente encontrada na
UNIDADE 4
correspondência pessoal (MSN, e-mail etc.), na
literatura, história em quadrinhos, nos jornais e
revistas. Veja o exemplo:
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Pra que
A linguagem é qualquer conjunto de sinais então ficar esquentando tanto? Me parece que as
que nos permite realizar atos de comunicação. coisas no fim sempre dão certo.
Dependendo dos sinais escolhidos, teremos uma
comunicação verbal, visual, auditiva, etc. Damos o LINGUAGEM TÉCNICA (profissional): é a
nome de fala à utilização que cada membro da modalidade utilizada por alguns profissionais
comunidade faz da língua, tanto na forma oral (policiais, vendedores, advogados, economistas,
quanto na escrita. A forma oral se caracteriza por etc.) no exercício de suas atividades. Exemplo:
maior espontaneidade do que a forma escrita.
“Vamos direto ao assunto: interface gráfica ou
Em decorrência do caráter individual da não, muitas vezes, é preciso trabalhar com o
língua, podemos destacar algumas modalidades: prompt do DOS, sendo aborrecedor esforçar-se na
redigitação de subdiretórios longos ou comando
NORMA CULTA: é a modalidade de mal digitados”. Revista PC World, ago/2007. p. 98
linguagem utilizada em situações formais,
principalmente na escrita OBS.: Não se deve confundir vocabulário
técnico com jargão (modalidade coloquial).
– mais planejada e bem elaborada.
Caracteriza-se pela correção da linguagem em LITERÁRIA (artística): é utilizada com
diversos aspectos: um cuidado maior com o finalidade expressiva, como a que é feita pelos
vocabulário, obediência às regras estabelecidas artistas da palavra (poetas e romancistas, por
pela gramática, organização rigorosa das orações exemplo). Observe:
e dos períodos etc. Confira no texto abaixo:
“O céu jogava tinas de água sobre o noturno
“(...) O mais forte e apreciável motivo para um que devolvia a São Paulo. O comboio brecou,
estudo dos assuntos humanos é a curiosidade. lento, para as ruas molhadas, furou a gare
Esse é um dos traços distintivos da natureza suntuosa e me jogou nos óculos menineiros de um
humana. Ao que parece, nenhum ser humano é grupo negro.
dele totalmente destituído, apesar de seu grau de
intensidade variar enormemente de indivíduo para “Sentaram-me num automóvel de pêsames”.
indivíduo. No campo dos assuntos humanos, a ANDRADE, Oswald de. Memórias Sentimentais
curiosidade nos leva a buscar uma óptica de João Miramar.
panorâmica, através da qual se possa chegar a
uma visão da realidade, tão inteligível quanto
possível para a mente humana.” VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
TOYNBEE, Arnold. Um estudo da história. São as variações que uma língua apresenta,
Brasília: EdUnB. 1987. p. 47 (com daptações). de acordo com as condições sociais, culturais,
regionais e históricas em que é utilizada. A língua
é um organismo vivo, que se modifica no tempo, a
todo instante. Os tipos de variações mais professores, etc.) e que, por sua expressividade,
cobrados em provas são: acabam sendo incorporadas à linguagem de
outras camadas sociais. Exemplos: positivo, bico
EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS: fino, X9 (policiais); caroço (vendedores) e outros.
vocábulos incorporados ao nosso idioma
em sua forma original ou aportuguesados. No REGIONALISMOS: São as variações
português usado hoje no Brasil, existe influência originadas das diferenças de região ou de
de várias línguas: do contato com o índio, território. Veja o exemplo de uma variedade
incorporamos palavras como cipó, mandioca, regional, também conhecida como “fala caipira”,
peroba, carioca, etc.; a partir do processo de própria do interior de alguns estados brasileiros:
escravidão no Brasil, incorporamos inúmeros
“Cheguei na bera do porto onde as onda se
vocábulos de línguas africanas, tais como quiabo,
espaia.
macumba, samba, vatapá e muitos outros.
As garça dá meia vorta, senta na bera da
Podemos encontrar também, no português
praia;
atual, palavras provenientes de línguas
estrangeiras modernas, principalmente do inglês. “E o cuitelinho não gosta que o botão de rosa
Veja alguns exemplos: do italiano (maestro, pizza, caia.”
tchau, espaguete); do francês (abajur, toalete,
champanhe); do inglês (recorde, sanduíche, (Milton Nascimento)
futebol, bife, gol, clube, e muitos outros mais).

NEOLOGISMOS: São palavras novas, que


vão sendo logo absorvidas pelos falantes no seu Existem duas maneiras de se classificar os
processo diário de comunicação. Umas, surgem textos, quanto ao conteúdo e à forma:
para expressar conceitos igualmente novos; POESIA é um gênero textual que se
outras, para substituir aquelas que deixam e ser caracteriza pela escrita em versos (o verso é
utilizada. Os neologismos podem ser criados a ordenador rítmico e melódico do poema), que
partir da própria língua do país (cegonheiro, por pode apresentar rima e métrica e uma elaboração
exemplo), ou a partir de palavras estrangeiras muito particular da linguagem. A poesia em geral
(deletar, escanear, etc.). reflete o momento, o impacto dos fatos sobre o
RECRIAÇÕES SEMÂNTICAS: Existem, homem e a criação de imagens que reflitam esse
também, aquelas palavras que adquirem novos impacto.
sentidos ao longo do tempo. Por exemplo: Leia:
cegonha (carreta que transporta automóvel, desde
as montadoras até as concessionárias), laranja Eu canto porque o instante existe
(testa de ferro, pessoa que empresta o nome para
a realização de negócios ilícitos). E a minha vida está completa.

GÍRIAS: São palavras características da Não sou alegre nem sou triste
linguagem de um grupo social (os jovens), que,
Sou poeta.
por sua expressividade, acabam sendo
incorporadas á linguagem coloquial de outras (...)
camadas sociais. São exemplos de gírias: véi
(velho), mano, bro (brother), Maneiro! Radical! Sei que canto. E a canção é tudo.

OBS.: como as gírias também evoluem (elas Tem sangue eterno a asa ritmada.
surgem e desaparecem com o passar do tempo)
E um dia sei que estarei mudo:
pode ser que os exemplos dados já tenham caído
em desuso! – mais nada.

JARGÕES: São os vocábulos característicos Cecília Meireles - Motivo


da linguagem utilizada por alguns grupos
profissionais (médicos, policiais, vendedores,
PROSA é um discurso que reproduz a Só bebi um copo.
maneira natural de falar, sem métrica nem
rima. As linhas ocupam quase toda a b) marca pelo produto Comeu Mc Donalds
extensão horizontal da página, demarcada, sozinho. Limpou com Omo.
fisicamente, pelo parágrafo – pequeno
afastamento em relação à margem esquerda c) causa pelo efeito Sócrates tomou a morte.
da folha. O parágrafo é o ordenador lógico
da prosa. Cigarro incomoda os vizinhos

São recursos estilísticos utilizados por d) autor pela obra


quem fala ou escreve para dar maior
Vamos curtir Gilberto Gil.
expressividade, intensidade, força ou beleza à
comunicação. Ocorrem com mais frequência nas Ela adora ler Machado de Assis.
obras literárias, mas, para realçar uma ideia,
aparecem também em: e) abstrato pelo concreto

Amanhã irei aos Correios.

FIGURAS DE LINGUAGEM Estou com a cabeça em Roma.

f) Símbolo pelo simbolizado


1. FIGURAS DE PALAVRAS
A balança impôs-se à espada.
Apresentam uma mudança do sentido real
para o sentindo figurado da palavra. A cruz é a salvação.
Comparação (Analogia): é uma figura que g) instrumento pelo ser
consiste em tomar equivalentes coisas diferentes,
para realçar uma possível semelhança entre elas. O violão foi a grande atração.
Em uma construção, quase sempre utilizamos
João é um ótimo garfo
algumas conjunções entre os termos comparados:
assim como..., tanto..., quanto, como, tal qual, feito
etc.; Exemplos: “Tal qual um dois de paus ela
ficou calada”. A metonímia que estabelece relação entre as
palavras do tipo parte pelo todo recebe
“A sombra das roças é macia e doce, é como denominação específica de sinédoque.
uma carícia”.
Os faróis apontaram na avenida.
Metáfora é o emprego de uma palavra ou
expressão fora de seu sentido normal, por haver Havia mais de cem cabeças no pasto
semelhança real ou imaginária entre os seres que
ela designa. A metáfora é a mais importante das
figuras de palavras: Antonomásia (Epíteto) é a substituição de
Meu pai é um leão quando joga futebol. um nome próprio pela qualidade ou atributo que o
distingue. Exemplos:
Voltou da praia um peru assado.
Os brasileiros já esqueceram o Águia de Haia.
Eu não acho a chave de mim.
(Rui Barbosa)
Metonímia ocorre quando empregamos uma
palavra em lugar de outra, com a qual aquela se O poeta dos escravos é o autor de célebre
achava relacionada. Os principais mecanismos de poema “O navio negreiro”. (Castro Alves)
substituição se dão pelas relações de: Sinestesia é uma variante de metáfora que
a) continente pelo conteúdo Passe-me a consiste em atribuir, a um ser, sensações que não
manteiga. lhe são próprias, misturando sensações de
sentidos diferentes:
Isso me cheira a confusão. As quaresmeiras abriam a flor depois do
carnaval, os ipês (abriam) em Junho.
O sol caía com uma luz pálida e macia.
O rei da brincadeira-ê José
Catacrese é o emprego de um tempo figurado
por falta de palavra mais apropriada. Não é O rei da confusão-ê João
propriamente uma figura de estilo, pois ela só
existe em razão de um esquecimento etimológico. Um trabalhava na feira-ê José
Veja os exemplos: Outro (trabalhava) na construção-ê João.
formigueiro humano (Formigueiro
= porção de formigas);
Pleonasmo (estilístico) é a repetição de um
realidade das coisas (Res = coisa); temo já expresso ou de uma ideia já sugerida, com
espalhar dinheiro (espalhar = separa a palha); o objetivo de realçá-la, torná-la mais expressiva...
Pode ser:
péssima caligrafia (caligrafia= boa letra);
Semântico: “E rir meu riso e derrama meu
embarcar num avião (embarcar = tomar a pranto” (Vinicius de Moraes)
barca)...
“E quem sabe sonhavas meus sonhos por fim”
(Cartola)

PERSONIFICAÇÃO (PROSOPOPEIA) é a Sintático: A mim, só me resta esperar.


figura que consiste em atribuir sentimentos ou
O que você pensa, isso não me interessa.
qualidades humanas a seres inanimados ou
abstratos. Exemplos

“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o CUIDADO! Há o pleonasmo é vicioso,


brado retumbante de um povo heroico...” (Hino quando a repetição for considerada desnecessária
Nacional) ou quando a redundância não trouxer reforço
algum à ideia: Acabamento final, Adiar para o dia
“O cravo brigou com a rosa debaixo de uma
seguinte, Agora já Ainda mais, Almirante da
sacada...” (Cantiga Popular)
Marinha, Alocução breve, Antecipar para antes,
Bonita caligrafia, Brigadeiro da Aeronáutica, Brisa
matinal da manhã, Canja de galinha, Chutou com
2. FIGURAS DE SINTAXE os pés, Conclusão final, Consenso geral,
Continuar ainda, Conviver junto, Criar novos, Dar
Caracterizam-se por apresentarem uma de graça, Decapitar a cabeça, Demente mental,
mudança na estrutura da oração. Descer para baixo, Efusivos parabéns, Elo de
ligação, Emulsão do óleo, Encarar de frente,
Enfrentar de frente, Entrar dentro (ou para dentro),
Elipse consiste na omissão de um termo Erário público, Estrelas do céu, Exultar de alegria,
facilmente subentendido, ou ainda, que por ser Fato verídico, Faz muitos anos atrás, Fraternidade
depreendido pelo contexto. Existe elipse de humana, Ganhar grátis (ou de graça), General do
preposição, conjunção integrante, de verbo e de Exército, Goteira no teto, Há muitos anos atrás,
outros elementos do texto. Veja os exemplos: Hábitat natural, Hemorragia de sangue, Hepatite
do fígado, Inaugurar novo, Introduzir dentro, Já
“Ele estava bêbado, (com) a calça rasgada e não há mais, Labaredas de fogo, Lançar novo,
(com) a camisa na mão”. Manter o mesmo, Metades iguais, Monopólio
exclusivo, Novidade inédita, Panorama geral,
Zeugma consiste em suprimir, ocultar verbos Países do mundo, Pequenos detalhes, Prefeitura
(expressos anteriormente) para evitar sua Municipal, Protagonista principal, Regra geral,
repetição. Observe os exemplos: Relação bilateral entre dois…, Repetir de novo,
roeu com os dentes, Sair fora (ou para fora),
Sentidos pêsames, Sorriso nos lábios, Sua própria
autobiografia, Subir para cima, Surpresa
inesperada, Vereadores da Câmara Municipal, Gradação consiste na sequência, que se
Viúva do falecido. agrava, de ações.

Balbuciou, sussurrou, falou, gritou,...

Silepse ocorre quando efetuamos a A menina sentou-se, os olhos encheram


concordância não com os termos expressos, mas d’água, chorou.
com a ideia que associamos, em nossas mentes.
Divide-se em:
Anacoluto consiste na quebra da estrutura
Silepse de gênero: sintática da oração.
A criança nasceu. Era magnífico. A menina, para não passar a noite só, era
“Quando a gente é novo, gosta de fazer melhor que fosse dormir na casa de uns vizinhos”.
bonito.” (Rachel de Queiroz)

Silepse de pessoa: “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha


e escura”. (Manuel Bandeira)
“Todos os sertanejos somos assim”.

“Os cinco estávamos no automóvel”. 3. FIGURAS DE PENSAMENTO


São processos expressivos que introduzem
Silepse de número: uma ideia diferente da que a palavra
habitualmente exprime.
O pelotão chegou à praça e estavam
cansados.
Antítese (Contraste) é a figura que salienta o
“Coisa curiosa é gente velha. Como comem!” confronto oposto entre si num contexto possível de
sentido.

“Toda guerra finaliza por onde devia ter


Polissíndeto repetição da conjunção
começado: a Paz!”
coordenativa:
“Tristeza não tem fim, felicidade sim!”
“Suspira, e chora, e geme, e sofre, e sua...”
(Vinícius de Moraes)
(Olavo Bilac)

“Mãe gentil, mas cruel, mas traiçoeira”


(Alberto de Oliveira) Oxímoro (Paradoxo) é a antítese levada ao
extremo num contexto sem sentido
aparentemente impossível.
Assíndeto ausência da conjunção
Exemplos:
coordenativa: “Suspira, chora, geme, sofre, sua...”
(Olavo Bilac - adaptação) “Mãe gentil, cruel, “Tem, mas acabou!” (discurso proferido por
traiçoeira” (Alberto de Oliveira - adaptação) vendedores para justificar a ausência de um
produto na loja).

Amor é fogo que arde sem se ver


Hipérbato consiste na inversão da ordem
natural das palavras na frase. É ferida que dói e não se sente
Os bons vi sempre passar É um contentamento descontente
No mundo graves tormentos. (Luis Vaz de É dor que desatina sem doer. (Luís Vaz de
Camões) Camões)
O pobre homem entregou a alma a Deus.
(morreu)
Hipérbole é uma afirmação exagerada ou
uma deformação da verdade, visando a um efeito Quem faltar com a verdade, será punido.
expressivo: Chorar rios de lágrimas, dizer um (mentir)
milhão de vezes, desconfiar da própria sombra,
morrer de rir.

Esotérico FIGURAS DE SONORIDADE


Não adianta nem me abandonar São processos expressivos que relacionam
Porque mistério sempre os sons das palavras.
há de pintar por aí.
Pessoas até muito mais Aliteração consiste repetição de sons
vão lhe amar, consonantais próximos.
Até muito mais difíceis que eu, pra você.
Que eu, que dois, que dez, que dez milhões. “Gil engendra em Gil rouxinol (Caetano
Veloso)
Todos iguais. (Gilberto Gil)
Assonância consiste repetição de sons
vocálicos próximos.
Ironia é a figura pela qual dizemos o contrário
Cunhã poranga na manhã louçã.
do que pensamos, quase sempre com intenção
sarcástica: O ministro foi sutil como uma jamanta Onomatopeia consiste na tentativa de
e delicado como um hipopótamo... imitação de um som natural ou mecânico.

Coxixo, tique-taque, zum-zum, toc-toc, miau, .

Poeminha à glória televisiva Paranomásia (Trocadilho) consiste no


emprego de palavras parônimas (com sonoridade
Não me contem!
semelhante) numa mesma frase.
Ele era tão famoso
Contudo ... ele está com tudo.
Antes de ontem! (Millôr Fernandes)
São alterações defeituosas que sofre a língua
em sua pronúncia e escrita devidas à ignorância
do povo ou ao descaso de alguns escritores. São
OBS.: A ironia consiste em sugerir pela devidas, em grande parte, à suposta ideia da
entonação e pelo contexto. Por isso, os sinais que afinidade de forma ou pensamento.
mais evidenciam um pensamento irônico são:
ponto de exclamação e reticências. Os vícios de linguagem são: barbarismo,
anfibologia, cacofonia, eco, arcaísmo, vulgarismo,
estrangeirismo, solecismo, obscuridade, hiato,
colisão, neologismo, preciosismo, pleonasmo.
PERÍFRASE consiste em usar expressões ou
frase em lugar de uma palavra, com o objetivo de
destacar uma característica que a palavra sozinha
não evoca. Veja: Pretendo visitar o país do sol BARBARISMO:
nascente. (O Japão)
É o vício de linguagem que consiste em usar
EUFEMISMO é a figura que suaviza a uma palavra errada quanto à grafia, pronúncia,
expressão de uma ideia desagradável, por meio significação, flexão ou formação. Assim sendo,
da substituição do termo exato por outro menos divide-se em: gráfico, ortoépico, prosódico,
ofensivo, menos inconveniente. Observe os semântico, morfológico e mórfico.
exemplos:
Gráficos: hontem, proesa, conssessiva, aza,
por: ontem, proeza, concessiva e asa.
Prosódicos: pegada, rúbrica, filântropo, por: ECO:
pegada, rubrica, filantropo.
Espécie de cacofonia que consiste na
Semânticos: Tráfico (por tráfego) indígena sequência de sons vocálicos, idênticos, ou na
(como sinônimo de índio, em vez de autóctone). proximidade de palavras que têm a mesma
terminação. Também se chama assonância.
Morfológicos: cidadões, uma telefonema,
proporam, reavi, deteu, por: cidadãos, um Ex.: É possível a aprovação da transação
telefonema, propuseram, reouve, deteve. sem concisão e sem associação.

Mórficos: antidiluviano, filmeteca, Na poesia, a "rima" é uma forma normal de


monolinear, por: antediluviano, filmoteca, unlinear. eco. São expressivas as repetições vocálicas a
curto intervalo que visam à musicalidade ou à
OBS.: Diversos autores consideram imitação de sons da natureza (harmonia imitativa);
barbarismo palavras, expressões e construções "Tíbios flautins finíssimos gritavam" (Bilac).
estrangeiras, mas, nesta apostila, elas serão
consideradas "estrangeirismos."

ARCAÍSMO:

AMBIGUIDADE OU ANFIBOLOGIA Palavras, expressões, construções ou


maneira de dizer que deixaram de ser usadas ou
É o vício de línguagem que consiste em usar passaram a ter emprego diverso.
diversas palavras na frase de maneira a causar
duplo sentido na sua interpretação. Na língua viva contemporânea: asinha (por
depressa), assi (por assim) entonces (por então),
Ex.: Não se convence, enfim, o pai, o filho, vosmecê (por você), geolho (por joelho), arreio (o
amado. O chefe discutiu com o empregado e qual perdeu a significação antiga de enfeite), catar
estragou seu dia. (nos dois casos, não se sabe (perdeu a significação antiga de olhar), faria-te um
qual dos dois é autor, ou paciente). favor (não se coloca mais o pronome pessoal
átono depois de forma verbal do futuro do
indicativo), etc.
CACOFONIA:

Vício de linguagem caracterizado pelo


VULGARISMO:
encontro ou repetição de fonemas ou sílabas que
produzem efeito desagradável ao ouvido. É o uso linguístico popular em contraposição
Constituem cacofonias: às doutrinas da linguagem culta da mesma região.
A colisão. O vulgarismo pode ser fonético, morfológico e
sintático.
Ex.: Meu Deus não seja já.
Fonético:
O eco
A queda dos erres finais: anda, comê, etc. A
Ex.: Vicente mente constantemente.
vocalização do "L" final nas sílabas.
o hiato
Ex.: mel = meu , sal = saú etc.
O cacófato
A monotongação dos ditongos.
o Ex.: Tem uma mão machucada:
Ex.: estoura = estóra, roubar = robar.
A aliteração - Ex.: Pede o Papa paz ao povo.
A intercalação de uma vogal para desfazer
O antônimo é a "eufonia".
um grupo consonantal.
Ex.: advogado = adevogado, rítmo Grecismos: batismo, farmácia, o limpo, bispo
= rítimo, psicologia = pissicologia. etc...

Latinismos: index, bis, memorandum, quo


vadis etc...
Morfológico e sintático:
Tupinismos: mirim, pipoca, peteca,
Temos a simplificação das flexões nominais e
caipira etc...
verbais.
Americanismos: canoa, chocolate,
Ex.: Os aluno, dois quilo, os homê brigou.
mate, mandioca etc...
Também o emprego dos pronomes pessoais
Orientalismos: chá, xícara, pagode,
do caso reto em lugar do oblíquo.
kamikaze etc...
Ex.: vi ela, olha eu, ó gente, etc.
Africanismos: macumba, fuxicar, cochilar,
samba etc...

ESTRANGEIRISMO:

Todo e qualquer emprego de palavras, Estrangeirismos Sintáticos:


expressões e construções estrangeiras em nosso
Saltar aos olhos (francesismo);
idioma recebe denominação de estrangeirismo.
Classificam-se em: francesismo, italianismo, Pedro é mais velho de mim. (italianismo);
espanholismo, anglicismo (inglês), germanismo
(alemão), eslavismo (russo, polaço, etc.), O jogo resultou admirável. (espanholismo);
arabismo, hebraísmo, grecismo, latinismo,
tupinismo (tupi-guarani), americanismo (línguas Porcentagem (anglicanismo), guerra fria
da América) etc... (anglicanismo) etc...

O estrangeirismo pode ser morfológico ou


sintático.
SOLECISMOS:
São os erros que atentam contra as normas
Estrangeirismos morfológicos: de concordância, de regência ou de colocação.

Francesismo: abajur, chefe, carnê, matinê


etc...
Solecimos de regência:
Italianismos: ravioli, pizza, cicerone,
Ontem assistimos o filme (por: Ontem
minestra, madona etc...
assistimos ao filme).
Espanholismos: camarilha, guitarra,
Cheguei no Brasil em 1923 (por: Cheguei ao
quadrilha etc...
Brasil em 1923).
Anglicanismos: futebol, telex, bofe,
Pedro visava o posto de chefe (correto: Pedro
ringue, sanduíche breque.
visava ao posto de chefe).
Germanismos: chope, cerveja, gás, touca
etc...
Solecismo de concordância:
Eslavismos: gravata, estepe etc...

Arabismos: alface, tarimba, açougue, bazar Haviam muitas pessoas na festa (correto:
Havia muitas pessoas na festa)
etc...

Hebraísmos: amém, sábado etc...


O pessoal já saíram? (correto: O pessoal já OBS.: Os neologismos populares são
saiu?). constituídos pelos termos de gíria. "Manjar"
(entender, saber do assunto), "a pampa", legal
Solecismo de colocação: (excelente), Zico, biruta, transa, psicodélico etc...
Foi João quem avisou-me (correto: Foi João
quem me avisou).
PRECIOSISMO:
Me empresta o lápis (Correto: Empresta-me o
lápis). Expressão rebuscada. Usa-se com prejuízo
da naturalidade do estilo. É o que o povo chama
de "falar difícil", "estar gastando".
OBSCURIDADE: Ex.: "O fulvo e voluptoso Rajá celeste
Vício de linguagem que consiste em construir derramará além os fugitivos esplendores da sua
a frase de tal modo que o sentido se torne obscuro, magnificência astral e rendilhara d‟alto e de leve
embaraçado, ininteligível. Em um texto, as as nuvens da delicadeza, arquitetural, decorativa,
principais causas da obscuridade são: o abuso do dos estilos manuelinos."
arcaísmo e o neologismo, o provincianismo, o OBS.: O preciosismo também pode ser
estrangeirismo, a elipse, a sínquise (hipérbato chamado de PROLEXIDADE.
vicioso), o parêntese extenso, o acúmulo de
orações intercaladas (ou incidentes) as
circunlocuções, a extensão exagerada da frase, as
palavras rebuscadas, as construções intrincadas e PLEONASMO:
a má pontuação.
Emprego inconsciente ou voluntário de
Ex.: Foi evitada uma efusão de sangue inútil palavras ou expressões involuntárias,
(Em vez de efusão inútil de sangue). desnecessárias, por já estar sua significação
contida em outras da mesma frase.

O pleonasmo, como vício de linguagem,


NEOLOGISMO: contém uma repetição inútil e desnecessária dos
elementos.
Palavra, expressão ou construção
Voltou a estudar novamente.
recentemente criadas ou introduzidas na língua.
Costumam-se classificar os neologismos em: Ele reincidiu na mesma falta de novo.
Extrínsecos: que compreendem os Primeiro subiu para cima, depois em seguida
estrangeirismos. entrou nas nuvens.
Intrínsecos: (ou vernáculos), que são O navio naufragou e foi ao fundo. Neste caso,
formados com os recursos da própria língua. também se chama perissologia ou tautologia.
Podem ser de origem culta ou popular.

Os neologismos de origem culta subdividem-


se em:

Científicos ou técnicos: aeromoça,


penicilina, telespectador, taxímetro (redução: táxi),
fonemática, televisão, comunista, etc...

Iterários ou artísticos: olhicerúleo,


sesquiorelhal, paredro (= pessoa importante,
prócer), vesperal, festival, recital, concretismo,
modernismo etc...
aspecto da língua com base em duas
perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são
dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao
código. Daí vem o entendimento de que a escrita
é mais complexa que a fala, e seu ensino
restringe-se ao conhecimento das regras
gramaticais, sem a preocupação com situações de
uso. Outra abordagem permite encarar as
diferenças como um produto distinto de duas
modalidades da língua: a oral e a escrita. A
questão é que nem sempre nos damos conta
disso.
S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril,
Ano XXV, nº- 231
O assunto tratado no fragmento é relativo à língua
portuguesa e foi publicado em uma revista
destinada a professores. Entre as características
próprias desse tipo de texto, identificam-se marcas
linguísticas próprias do uso

a) regional, pela presença de léxico de


determinada região do Brasil.
b) literário, pela conformidade com as
normas da gramática.
c) técnico, por meio de expressões próprias
de textos científicos.
d) coloquial, por meio do registro de
informalidade.
e) oral, por meio do uso de expressões
típicas da oralidade.

Exercícios
02
Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no
texto, destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a
Exercícios linguagem referir-se à própria linguagem.
01 S.O.S Português b) intertextualidade, na qual o texto retoma e
Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito reelabora outros textos.
diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário O repertório é a bagagem de conhecimento que
do que se pensa, com intenção crítica. possibilita a percepção de correlações entre os
d) denotação, caracterizada pelo uso das sentidos inscritos no texto sob interpretação e
palavras em seu sentido próprio e objetivo. outros textos (verbais ou não verbais) conhecidos
e) Conotação que busca personificar o ao longo da vivência cultural.
comportamentos dos cidadãos da cidade. Cabe ressaltar que só devemos aliar leitura,
interpretação e conhecimento de mundo se o texto
UNIDADE 5 assim solicitar, pois, do contrário, cometeremos
INTERPRETAÇÃO I um equívoco.
(primeiros procedimentos)
É notório que nas provas do Enem existe um
predomínio das questões referentes à Intertextualidade
interpretação de textos de textos, que se diferem Relação que um texto estabelece – através de
quanto ao tipo: podem solicitar apenas apreensão referência implícita ou explícita – com um ou mais
de sentidos ou a plena compreensão textual. textos produzidos anteriormente. Entende-se aqui
O total entendimento de um texto solicita duas o texto em sentido amplo: verbal, não verbal, oral,
ações: enfim toda forma de comunicação entre um
emissor e um receptor para dizer que a
Apreensão: captura dos sentidos apresentados intertextualidade parte de um conhecimento de
ao longo do texto-base. Para isso, é necessário mundo prévio.
ressaltar que o sentido de um trecho do texto não
é autônomo, mas depende das partes com as Tipos de intertextualidade
quais está relacionado. Para uma melhor A comunicação entre os textos pode ocorrer de
apreensão, deve-se considerar contexto em que variadas formas. Para observarmos tais tipos,
se enquadra o segmento proposto para análise. partimos do seguinte texto:

Canção do exílio
Compreensão consiste na percepção das Minha terra tem palmeiras,
correlações entre os sentidos inscritos no texto e Onde canta o Sabiá;
outros sentidos já definidos e abordados em As aves, que aqui gorjeiam,
outros textos do cenário cultural. Sendo assim, a Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
instância da compreensão pressupõe a da
Nossas várzeas têm mais flores,
apreensão. Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Domínio do código
Onde canta o Sabiá.
Deve-se conhecer os signos utilizados para a
Não permita Deus que eu morra,
construção do sentido do texto, bem como o modo
como eles podem combinar-se entre si, levando Sem que eu volte para lá;
sempre em conta o contexto. Nas questões que Sem que desfrute os primores
apresentam linguagem mista, ou seja, em que a Que não encontro por cá;
linguagem verbal vem associada a linguagens não Sem qu'inda aviste as palmeiras,
verbais, os códigos se complementam e a Onde canta o Sabiá.
interpretação exige o domínio das regras de Poesia do poeta romântico Gonçalves Dias.
ambos. Percebe-se claramente uma visão ufanista e
saudosista da terra natal.
Repertório
Compreende-se como todo tipo de conhecimento  Paráfrase
acumulado ao longo da vida escolar, transmitidos Termo grego “para-phrasis”, que significa a
pelas várias disciplinas, e também os que são repetição de uma sentença. Esse tipo de relação
adquiridos com a participação na vida social e a intertextual consiste em reproduzir um texto ou
assimilação de seus saberes e valores.
parte dele explicitamente, com outras palavras, aspas. Vejam, na tirinha a seguir, um
sem que a ideia original seja alterada. exemplo de citação:
Nova Canção do Exílio
Carlos Drummond de Andrade
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar  Epígrafe
para onde é tudo belo Termo grego “epi = posição superior”; “graphé =
e fantástico: escrita”. Esse tipo de intertextualidade ocorre
a palmeira, o sabiá, quando um autor recorre a algum trecho de um
o longe. texto já existente, para introduzir o seu texto. É um
trecho introdutório para outro que venha a ser
 Paródia: o texto original é retomado, de produzido. A famosa “Canção do exílio” possui
forma que seu sentido passa a ser uma epígrafe, com versos de um escritor alemão
alterado. Normalmente, a paródia – Wolfgang Goethe:
apresenta um tom crítico, muitas vezes, Kennst du das Land, wo die Citronen bluhen,
marcado por ironia. Im dunkeln die Gold-Orangen gluhen,
Kennst du es wohl? — Dahin, dahin!
Canção do exílio Möcht ich... ziehn.
Murilo Mendes Goethe
Minha terra tem macieiras da Califórnia Canção do exílio
onde cantam gaturamos de Veneza. Minha terra tem palmeiras,
Os poetas da minha terra Onde canta o Sabiá;
são pretos que vivem em torres de ametista, As aves, que aqui gorjeiam,
os sargentos do exército são monistas, cubistas, Não gorjeiam como lá.
os filósofos são polacos vendendo a prestações. (...)
A gente não pode dormir Tradução da epígrafe feita pelo poeta Manuel
com os oradores e os pernilongos. Bandeira:
Os sururus em família têm por testemunha a [Conheces o país onde florescem as laranjeiras?
Gioconda. Ardem na escura fronde os frutos de ouro...
Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!]
Eu morro sufocado Goethe
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas Exercícios
nossas frutas mais gostosas 01 Quem não passou pela experiência de estar
mas custam cem mil réis a dúzia. lendo um texto e defrontar-se com passagens já
Ai quem me dera chupar uma carambola de lidas em outros? Os textos conversam entre si em
verdade e ouvir um sabiá com certidão de idade! um diálogo constante. Esse fenômeno tem a
denominação de intertextualidade.
Leia os seguintes textos:
 Citação acontece quando há uma
transcrição de um texto ao longo de I.
outro, marcada normalmente pelo uso de Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra Para um melhor desempenho nas provas,
Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida veremos ambos:
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma Os gêneros textuais estão diretamente ligados às
poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964) situações cotidianas de comunicação,
fortalecendo os relacionamentos interpessoais por
II. meio da troca de informações. Tais situações
Quando nasci veio um anjo safado referem-se à finalidade que possui cada texto,
O chato dum querubim sendo estas, inúmeras. Alguns exemplos: texto
E decretou que eu tava predestinado utilizadas para a comunicação: propagandas,
A ser errado assim cartas, bulas de remédio, canções, artigos de
Já de saída a minha estrada entortou jornal, rótulos, receitas, charges etc.
Mas vou até o fim. Para a identificação de um gênero, deve-se levar
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: em conta três critérios básicos: o conteúdo, o
Cia das Letras, 1989)III. estilo e a estrutura de composição.
No caso do gênero “bula de remédio”, por
III. exemplo, o conteúdo do texto deve ser marcado
Quando nasci um anjo esbelto por informações sobre o medicamento em
Desses que tocam trombeta, anunciou: questão. O estilo deve ser objetivo, formal,
Vai carregar bandeira. caracterizado pela linguagem técnica. A forma de
Carga muito pesada pra mulher composição desse texto apresenta uma estrutura
Esta espécie ainda envergonhada. típica: “formas farmacêuticas e apresentações”
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: (em frasco, comprimido ou em pomada, por
Guanabara, 1986) exemplo), “composições”(aspectos químicos do
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem produto), “informação ao paciente” (ação
intertextualidade, em relação a Carlos Drummond esperada, prazo de validade, reações adversas),
de Andrade, por “contraindicações e precauções” etc. Sem essas
a) reiteração de imagens. características de conteúdo, estilo e estrutura, um
b) oposição de ideias. texto não pode ser classificado como “bula de
c) falta de criatividade. remédio”.
d) negação dos versos. Os gêneros textuais são fenômenos históricos,
e) ausência de recursos. que nascem e se desenvolvem no seio de dada
cultura, de certa sociedade: a “bula de remédio” é
um tipo de texto que não existe, por exemplo, em
UNIDADE 6 comunidades primitivas, que desconhecem a
alopatia, a ciência e a escrita.
INTERPRETAÇÃO II O surgimento de novas tecnologias é um fator que
impulsiona o surgimento de novos gêneros: se não
IDENTIFIQUE GÊNERO, existisse o telefone, não existiria o gênero
REFERÊNCIAS E OUTROS conversa telefônica; se não existissem o
DETALHES computador e a internet, não haveria o bate-papo
virtual, o e-mail e o blogue.
Após a leitura e ao fazer questionamentos para si Os gêneros servem de modelo de escrita para o
sobre o que está estudando, o aluno deve enunciador (aquele que fala ou escreve) e
identificar cada detalhe disposto no texto. Saber funcionam como horizonte de leitura para o
se é uma reportagem ou outro gênero, é uma interlocutor: do mesmo modo que orientam como
forma, ou seja, identificar característica
escrever, orientam também como o texto deve ser
importantes do texto são vitais para uma melhor
interpretação. lido e interpretado. Como cada gênero apresenta
suas próprias características, cada gênero
Gêneros x Tipos Textuais determina o que se deve e o que se pode dizer, o
Ao longo de nossa vivência enquanto falantes, que se deve e o que se pode interpretar. Cada
temos a oportunidade de convivermos com uma profissão, cada esfera da atividade humana tem
enorme diversidade de textos. Basta sairmos às seus gêneros: advogados escrevem petições,
ruas que tão logo está confirmada esta ocorrência.
médicos interpretam radiografias, arquitetos
São panfletos, outdoors, cartazes, dentre
outros. Podemos classificar os textos sob duas desenham plantas, cozinheiros preparam
vertentes: os gêneros e os tipos textuais. receitas, professores dão aulas. Saber ler com
Antigamente, os vestibulares solicitavam a desenvoltura é ser capaz de interpretar e de
produção utilizando propostas pautadas nos tipos. produzir textos pertencentes a diferentes gêneros
Hoje em dia, o foco maior tem sido nos gêneros. que circulam na sociedade no dia a dia.
Na escola, os conteúdos das diversas disciplinas I - Descrição Subjetiva
são transmitidos por meio de gêneros diversos, É aquela em que o observador apresenta o tema-
como gráficos, poemas, canções, quadros, núcleo de maneira pessoal, empregando a
documentos históricos, histórias em imaginação e externando suas impressões
quadrinhos, grafites, etc. pessoais.

Importante ter sempre em mente: conhecer as  Texto narrativo: tem sua base em fatos,
características de cada gênero ajuda tanto a ações as quais fazem com que o enredo se
interpretá-los quanto a produzi-los. Já a desenvolva. Para que a narrativa tenha
classificação em tipos textuais, relaciona-se com sucesso, é imprescindível que haja o
a natureza linguística expressa pelos mesmos, conhecimento do tema e se defina o enredo,
classificando-se em instrucionais/injuntivos, para só então escolher os personagens. Por
narrativos, descritivos e dissertativos. quê? Porque a escolha prévia dos
personagens é “um convite” à prolixidade, pois
Textos da tradição escolar acabamos preocupando-nos com a
Além do conhecimento dos gêneros textuais, para participação de cadaum deles e nos
ter um bom desempenho na produção escrita e na esquecemos de enriquecer nosso
interpretação textual é necessário também o desenvolvimento.
reconhecimento das características dos tipos de
texto mais comuns na tradição escolar: a ELEMENTOS DA NARRATIVA
injunção, a descrição, a narração e a I – Enredo (apresentação, conflito, desfecho.
dissertação Destaque: ‘Clímax’)
II – Narrador (1ª ou 3ª pessoa)
 Texto instrucional/ injuntivo: Indica como III – Personagem (principais, secundários)
realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e IV – Tempo (cronológico, histórico, psicológico, do
simples. Os verbos são, na sua maioria, discurso)
empregados no modo imperativo, porém nota- V - Espaço
se também o uso do infinitivo e o uso do futuro
do presente do modo indicativo. Além do narrador, outras vozes podem surgir
no texto. Para inserir falas, faz-se uso do que
Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e chamamos discurso, que podem se apresentar
instruções para montagem ou uso de aparelhos e de diferentes formas:
instrumentos; textos com regras de 1. Discurso direto: reproduz fiel e
comportamento; textos de orientação (ex: literalmente algo dito por alguém.
recomendações de trânsito); receitas, cartões com Normalmente usa-se aspas ou travessões
votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). para demarcar a reprodução da fala de
outra pessoa.
 Texto descritivo: é um retrato verbal. Então Exemplo: “Não gosto disso” – disse a menina em
para que esse tipo de texto seja bem-sucedido, tom zangado.
deve ser capaz de fazer com que o leitor
visualize o que ou em está sendo descrito. 2. Discurso indireto: o narrador, usando
Compare: suas próprias palavras, conta o que foi dito
a) A casa é pequena. Nela, há somente um por outra pessoa. Temos então uma
dormitório, um banheiro, sala, cozinha e uma área mistura de vozes, pois as falas dos
de serviço. O jardim, embora também seja personagens passam pela elaboração da
pequeno, é bonito e repleto de flores. fala do narrador.
b) A casa é pequena. Nela, há somente meu Exemplo: A menina disse em tom zangado, que
aconchegante cantinho de dormir, um banheiro, não gostava daquilo.
sala para acolher meus amigos quando me
presenteiam com sua visita. Há também o meu 3. Discurso indireto livre: É um discurso
terror: a cozinha. É nela que fica o fantasma das misto onde há uma maior liberdade, o
colorias – a geladeira! A área de serviço é o beco narrador insere a fala do personagem de
do trabalho! O jardim é um encanto. Lindo e forma sutil, sem fazer uso das marcas do
colorido! discurso direto. É necessário que se tenha
atenção para não confundir a fala do
I - Descrição Objetiva narrador com a fala do personagem, pois
É aquela em que o observador apresenta o tema- esta surge de repente em meio a fala do
núcleo de maneira impessoal, empregando a narrador.
representação fiel ao aspecto exterior.
Exemplo: A menina perambulava pela sala irritada materiais – sua confiança virá da intimidade com
e zangada. Eu não gosto disso! E parecia que os assuntos da alma.
ninguém a ouvia. Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.

 Dissertação é um texto que se caracteriza O reconhecimento dos diferentes gêneros


pela exposição, defesa de uma ideia que será textuais, seu contexto de uso, sua função
analisada e discutida a partir de um ponto de específica, seu objetivo comunicativo e seu
vista. Para tal defesa o autor do texto formato mais comum relacionam-se aos
dissertativo trabalha com argumentos, com conhecimentos construídos socioculturalmente.
fatos, com dados, os quais utiliza para reforçar análise dos elementos constitutivos desse texto
ou justificar o desenvolvimento de suas ideias. demonstra que sua função é
Organiza-se, geralmente, em três partes: a) vender um produto anunciado.
b) informar sobre astronomia.
Introdução - onde você explicita o assunto a ser c) ensinar os cuidados com a saúde.
discutido, com a apresentação de uma ideia ou de d) expor a opinião de leitores em um jornal.
um ponto de vista que pretende defender. e) aconselhar sobre amor, família, saúde,
Desenvolvimento ou argumentação - em que irá trabalho.
desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve
argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos,
se necessário. UNIDADE 7
Conclusão - em que dará um fecho coerente com
o desenvolvimento e com os argumentos
apresentados. Em geral, a conclusão é uma Interpretação Textual – Questões
retomada da ideia apresentada na introdução, metalinguísticas
agora com mais ênfase, de forma mais conclusiva,
onde não deve aparecer nenhuma ideia nova, uma Metalinguagem (uma das funções da linguagem,
vez que você está fechando o texto. já abordada em aulas anteriores) consiste em usar
a linguagem para fazer comentários sobre a
própria linguagem utilizada num texto.
Em resumo: A "metalinguagem" nada mais é do
que usar um tipo de linguagem para falar dela
própria. Ou seja: um filme sobre um filme, um livro
sobre um livro, uma música sobre uma música,
uma pintura com a imagem de alguém pintando,
um desenhando com alguém desenhando e assim
por diante. Nas provas do Enem, são uma
constante, nesse tipo de questão, aquelas
relativas à variação linguística. Sem usar
nomenclatura ou termos específicos, as questões
que envolvem metalinguagem cobram a
identificação de determinada particularidade
Exercícios linguística presente no texto ou a explicação de
01 quais recursos de linguagem foram acionados
Câncer 21/06 a 21/07 para produzir determinado sentido ou efeito de
O eclipse em seu signo vai desencadear sentido. É comum também aparecerem questões
mudanças na sua autoestima e no seu modo de que envolvam metalinguagem e literatura, uma
agir. O corpo indicará onde você falha – se anda vez que seu uso é bastante comum entre os
engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O escritores.
que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo Vale ressaltar que a metalinguagem não é
exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em exclusividade de textos verbais, como vemos nos
suas ações, já que precisará de energia para se exemplos abaixo:
recompor. Há preocupação com a família, e a
comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se:
palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso
ajuda também na vida amorosa, que será testada.
Melhor conter as expectativas e ter calma,
avaliando as próprias carências de modo maduro.
Sentirá vontade de olhar além das questões
Outras dicas:
Avaliação da leitura correta
No ENEM, avalia-se a competência da leitura por
meio de testes a respeito de um texto. O leitor
deve ser capaz de distinguir as alternativas que
contêm interpretações corretas das que contêm
interpretações erradas. Devem ser consideradas
corretas as que encontram sustentação no que
vem exposto no texto; erradas, as que contêm
distorções interpretativas.
As alternativas corretas podem ser de vários tipos:
 Reprodução literal do que vem explícito
no texto – é o tipo mais fácil de reconhecer
como interpretação correta do texto. Na
verdade não exige esforço interpretativo
além da alfabetização, pois se trata de uma
cópia do que vem exposto no texto. Há, no
entanto, alternativas que reproduzem
literalmente trechos do texto, mas que
reclamam competências interpretativas
mais sofisticadas do que o mero
reconhecimento da cópia. Trata-se de
transcrições literais para o leitor escolher
qual delas traduz ou exemplifica melhor
determinado significado ou efeito de
sentido.
 Paráfrase de palavras ou expressões do
texto – alternativa que traduz por meio de
outras palavras o significado de uma
palavra, uma expressão ou ainda um
segmento mais extenso de um texto.
 Explicitação de sentidos pressupostos
– trata-se de um tipo de alternativa que
traduz significados que, embora não ATIVIDADES PRÁTICAS
venham expressos por palavras contidas
nos enunciados, estão implicados sob a
1. Leia o texto:
forma de pressupostos ou subentendidos
por trás das palavras expressas.
Hubble detecta nascimento de estrelas em galáxias
Exercícios envelhecidas
01 Fusão com galáxias menores rejuvenesce as
Não tem tradução antigas galáxias elípticas
[...] Cientistas costumavam acreditar que galáxias
Lá no morro, se eu fizer uma falseta elípticas eram relíquias antigas, onde o auge do
A Risoleta desiste logo do francês e do inglês surgimento de novas estrelas teria ficado bilhões de
A gíria que o nosso morro criou anos no passado.
Bem cedo a cidade aceitou e usou Mas novas observações do Telescópio Espacial
[...] Hubble estão ajudando a mostrar que as galáxias
Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição elípticas ainda têm algum vigor juvenil, graças ao
Não entende que o samba não tem tradução no contato com galáxias menores.
idioma francês Imagens do núcleo da galáxia NGC 4150, feitas
Tudo aquilo que o malandro pronuncia na faixa do ultravioleta próximo, revelam fiapos de
Com voz macia é brasileiro, já passou de poeira e gás e aglomerados de jovens estrelas azuis,
português com bem menos de um bilhão de anos de idade. A
Amor lá no morro é amor pra chuchu evidência indica que o nascimento de es- trelas foi
As rimas do samba não são I love you desencadeado pela fusão com uma galáxia anã.
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny (O Estado de S. Paulo, 18/11/2010.
Só pode ser conversa de telefone http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,hubbledet
ecta- nascimento-de-estrelas-em-galaxias-
ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos bambas. envelhecidas,641805,0.htm.)
Revista Língua Portuguesa. Ano 4, no 54. São Paulo:
Segmento, abr. 2010 (fragmento). A leitura apenas do título do texto não permite concluir
que Hubble é o nome de um telescópio. Somente com
As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro conhecimento prévio o leitor associaria o instrumento
de Vila Isabel, apesar de revelarem uma aguçada (telescópio) ao seu nome. Esse processo configura
preocupação do artista com seu tempo e com as uma:
mudanças político-culturais no Brasil, no início dos a. antítese.
anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento b. metonímia.
do samba” Não tem tradução”, por meio do recurso c. paradoxo.
da metalinguagem, o poeta propõe d. alegoria.
a) incorporar novos costumes de origem e. ironia.
francesa e americana, juntamente com
vocábulos estrangeiros. 2. Leia a charge:
b) respeitar e preservar o português padrão
como forma de fortalecimento do idioma do
Brasil.
c) valorizar a fala popular brasileira como
patrimônio linguístico e forma legítima de
identidade nacional.
d) mudar os valores sociais vigentes à época,
com o advento do novo e quente ritmo da
música popular brasileira.
e) ironizar a malandragem carioca,
aculturada pela invasão de valores étnicos
de sociedades mais desenvolvidas. (Laerte. Folha de S. Paulo, 18/11/2010.)
Que elemento do desenho é responsável pelo humor
na charge?
GABARITO POR UNIDADES a. máscara
b. rastro do arado
UNID. 1 – E UNID. 2 – E UNID. 3 – D UNID. 4 –
c. linguagem do personagem
1.E 2.C UNID. 5 – A UNID. 6 – E UNID. 7 - C d. trajes
e. homem flechado, ao fundo
Texto para as questões 3 e 4: na rosa, mas não pensei na cor. Cor-de-rosa, digo. Ela
faz uma carinha de quem não aprova. Rosa cor-de-
João Grande sentou para espiar, Pedro Bala se rosa, que falta de imaginação! Branca, me cor- rijo.
afastou com o Professor para um canto. Queria Branca, não, ela corta. Vermelha. Tá bem. Uma rosa
combinar uma maneira de roubar a imagem de Ogum vermelha. Vermelhinha? Sim, vermelhíssima. Da cor do
da polícia. Discutiram parte da noite e já eram onze sangue vivo.
horas quando Pedro Bala, antes de sair, falou para Digamos que você tem uma rosa, recomeço. É a
todos os Capitães da areia: — Minha gente, eu vou única que existe no mundo. A última? Não interessa.
fazer um troço difícil. Se eu não aparecer até de manhã, No caso é a única. E é sua. Digamos que você quer dar
vocês fica sabendo que eu tou na polícia e não demoro essa rosa a alguém. E se eu não quiser dar? Aí a história
a tá no reformatório, até fugir. Ou até vocês me tirar acaba. Continuo? Continua. Você tem que dar essa rosa
de lá... a alguém. Uma pessoa só? Sim, uma só. Fui dar corda,
a menina não para de falar. Verdadeira matraca. Já
(Jorge Amado. Capitães da areia. São Paulo: Cia. das quer saber por que tem de dar a rosa. Se é dela e é
Letras, 2008.) única, não vai dar a ninguém. Vai vender.
Mas a história é assim: é a única, a última rosa do
O livro Capitães da areia, de autoria de Jorge Amado, mundo.
foi publica- do em 1937 e trata da vida de menores E você tem que passar pra frente. Se não der, ela
abandonados, em Salvador, Bahia. Pedro Bala é um dos explode e queima a sua mão. Carinha de nojo, ela
líderes do grupo. resmunga: rosa que explode e pega fogo, essa não.
Finjo que não ouço e vou adiante. Você vai entregar
No episódio narrado, uma imagem de Ogum, divindade essa rosa a quem mais a merece.
cultuada em rituais religiosos afro-brasileiros, está em A faladeira quer saber se a rosa é bonita. Lindíssima,
poder da polícia. Pelas leis brasileiras da época já disse. Fresquinha. A última e mais bela rosa do
retratada na obra, manifestações religiosas que não mundo. Não, não pode guardar. Nem pode vender.
fossem ligadas à Igreja Católica eram proibidas. Novas tentativas de sair do script, mas eu fecho
todas as portas. Não pode mudar. Não interessa quem
3. No trecho, para obter o efeito da verossimilhança, inventou. É o teste da rosa. Existe desde o princípio do
o autor utilizou, na fala de Pedro Bala: mundo, digo convicto. E cale a boca, por favor. Mais um
a. a linguagem típica do nordestino. minuto e a rosa estoura na sua mão. Não é bomba, mas
b. o jeito de falar de quem busca esconder estoura. História inventada é assim. Rosa estoura e
alguma coisa. pronto. Você tem que dar a rosa pra alguém que a
c. o jeito de falar típico de quem tem pouca merece. A pessoa que você mais ama. Dona do seu
idade. coração. Vale, vale tudo. Gente grande, ou criança.
d. uma linguagem diferente da norma-padrão. Quem você quiser. Não, não podem ser duas pessoas.
e. uma linguagem bem mais coloquial, diferente Mesmo casa- das, morando na mesma casa, não pode.
da do narrador. Também não vale. Pétala por pétala, não. É a rosa
inteira, perfumada. Uma beleza. Já disse que é a mais
4. No trecho, há uma expressão ambígua, ou seja, bonita do mundo. Nunca mais vai existir outra igual. E
que pode ter mais de um sentido. Assinale a depressa, senão explode. Na sua mão, não no vaso.
alternativa que apresenta a expressão e também a Fresquinha, com gotas de orvalho que brilham como
solução para a ambiguidade, no contexto da pequenos sóis. Vamos logo, quem? A quem você dá
narrativa. essa rosa? Ela sorri, zombeteira e me faz a pergunta
a. “a imagem de Ogum da polícia” / a imagem de fatal: você está crente que eu dou pra você, não está?
Ogum que estava em poder da polícia (Otto Lara Resende. Bom dia para nascer. São Paulo:
b. “com o Professor para um canto” / com o Cia. das Letras, 1993.)
Professor para uma música
c. “Discutiram parte da noite” / Debateram em 5. No texto de Otto Lara Resende, os termos matraca
nome da noite e zombeteira podem ser substituídos por quais
d. “uma maneira de roubar” / um jeito de furtar outros, sem perda de sentido?
e. “vocês fica sabendo” / todos fiquem a. tagarela e autoritária
conhecendo b. papagaio e piadista
c. tagarela e piadista
Texto para as questões 5 e 6: d. rádio e nervosinho
e. megafone e delicadinha
O teste da rosa
6. As palavras corda, nojo e fresquinha, empregadas
Digamos que você tem uma rosa. Uma só. Antes que na crônica de Otto Lara Resende, obedecem à
eu continue, ela me interrompe: de que cor? Pensei mesma regra de acentuação?
a. Sim, pois todas são proparoxítonas.
b. Não; uma delas é paroxítona e as demais são
oxítonas.
c. Não; uma delas é paroxítona e as demais são
proparoxítonas.
d. Sim, pois as três são oxítonas.
e. Sim, porque todas são paroxítonas. 8. Qual é a função da linguagem relacionada ao
objetivo de que a revista seja lida ou comprada?
7. O cartunista procurou, no cartum abaixo, produzir Que expressão corresponde a essa função?
humor por meio da metalinguagem. O cartum a. fática / “alimentos que despertam o desejo”
mostra uma situação atípica para um vampiro: ver- b. referencial / “segundo médicos e
se em um espelho. nutricionistas”
c. emotiva / “aumentam a fertilidade”
d. conativa / “conheça esse cardápio do prazer
e. poética / “dieta da sexualidade”

9. A capa da revista associou termos como orgasmo,


fertilidade e desejo à figura da fruta. Qual efeito
de sentido o autor da capa buscou obter com essa
associação?
a. Juntar o apetite sexual ao principal elemento
que o brasileiro consome: maçãs.
b. Estimular a curiosidade sobre um tema
tradicionalmente tratado como tabu.
c. Desmitificar a ideia de que a vida sexual pode
(Adão. Folha de S. Paulo, 11/8/2010.) fazer uma pessoa emagrecer.
d. Sugerir que a maçã tem efeito afrodisíaco e,
Os termos cartum e obcecado, na fala do desenhista, com isso, vender mais revistas.
poderiam ser substituídos, respectivamente, por: e. Ridicularizar o mito do “pecado original”.
a. arte e obstinado
b. cartão e apaixonado 10. Atenção para as afirmações:
c. tirinha e enganado 1. Pedro e Lúcia são crianças. Os dois estão
d. desenho e vampiresco em livros de Monteiro Lobato.
e. piada e difamado 2. Personagens de Monteiro Lobato, Pedro e
Lúcia são crianças.
Texto para as questões 8 e 9: 3. Crianças espertas, Pedro e Lúcia podem ser
vistos em livros de Monteiro Lobato.
Em qual dos três itens está explícita a informação sobre
o caráter literário de Pedro e Lúcia? Por quê?
a. No item 1, pois nele há o nome Monteiro
Lobato, no final.
b. No item 2, em razão de o termo personagens
ser associado a Pedro e Lúcia.
c. No item 3, apenas, pois nele fica claro que o
público-alvo é o infantojuvenil.
d. No item 1, pois a palavra livro só pode indicar
“ficção”.
e. No item 2, uma vez que a referência é
“crianças”.

11. Leia esta capa de livro:


c. A palavra boazinha, associada ao desenho,
torna a frase contraditória.
d. O uso do diminutivo sugere que a professora
não sabe ensinar.
e. A preposição mas torna a frase ambígua: a
professora pode não ser “boazinha”.

13. O diminutivo empregado na capa da revista tem


sua formação e seu sentido explicitados em qual
das alternativas abaixo?
a. uso do prefixo inha / carinhoso
b. uso do prefixo inha / medida
O enunciado “frases soltas que deveriam ser presas”, c. presença do sufixo zinha / carinhoso
que aparece como subtítulo na capa do livro, tem mais d. presença do radical zinha / carinhoso
de um sentido. Qual alternativa explicita melhor um e. uso da desinência nha / medida
dos sentidos desse subtítulo?
a. As frases são engraçadas, mas proibidas para Texto para as questões 94 e 95.
menores de idade.
b. O conteúdo do livro é constituído por Eles não usam black-tie (1981)
charadas. Em 22 de fevereiro de 1958 estreava a primeira
c. O livro é constituído por frases de pessoas montagem de “Eles não usam black-tie” no Teatro de
procuradas pela Justiça. Arena e é surpreendente como, ao chegar ao cinema
d. As frases do livro são bem-humoradas e 23 anos depois, a história não tenha envelhecido nada.
divertidas. Autor do texto, Gianfrancesco Guarnieri, dava sua
e. O conteúdo do livro é ofensivo. chancela à adaptação do cinema-novista Leo Hirszman
ao viver o líder operário Otávio, pai do metalúrgico Tião
12. Leia esta capa de revista:
(Carlos Alberto Riccelli). [...]

No início da década de 80, época de grande


turbulência social no ABC paulista, Hirszman enxergou
nas greves de metalúrgicos, o contexto perfeito para
reencenar o texto engajado, mas atento às fraquezas
do ser humano.
Seu Otávio, um homem de tradição na
militância política, entra em rota de colisão com o filho,
cujo pragmatismo diante da possibilidade de perda do
emprego o leva à condição de fura-greve. Embora
claramente alinhado com o pensamento político de
Otávio, o filme procura não vilanizar Tião, mesmo
pintando-o como fraco de espírito. Romana, sua mãe,
na interpretação internacionalmente aclamada de
Fernanda Montenegro (o filme causou sensação e
levou o grande prêmio do júri do Festival de Veneza), é
o ponto de equilíbrio da trama, e seu olhar compassivo
aponta para o real vilão: a tragédia social brasileira.
[...]
(Veja, 3/3/1971.) (Steven J. Schneider. 1001 filmes para ver
antes de morrer. Rio de Janeiro: Sextante.)
A capa da revista Veja apresenta a frase: “ela [a minha
professora] é boazinha mas”. Lendo com cuidado, 14. Na tentativa de traduzir certa intenção do filme, o
pode-se perceber, por trás do elogio, uma crítica à autor do texto empregou uma palavra nova. Em
atuação da professora. Por quê? qual das alternativas abaixo aparece essa palavra?
a. O desenho da professora sugere um a. fura-greve
comportamento oposto ao sugerido pela b. vilanizar
palavra boazinha. c. militância
b. A presença da conjunção mas sugere algo que d. black‑tie
pode contrastar com boazinha. e. aclamada
15. Com base na construção, no nome da obra em que a. Receita
foi publicado e no assunto de que trata, o texto lido b. relato pessoal
pode ser considerado como representativo do c. texto religioso
gênero: d. texto poético
a. Notícia e. biografia
b. Crônica
c. Editorial Texto para as questões 18 e 19:
d. Resumo O assassino era o escriba
e. Resenha
Meu professor de análise sintática era o tipo do
Texto para as questões 18 e 19 : sujeito [inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua
Mãe, vida, regular como um paradigma da 1a. conjugação.
O chefe da nação morreu e não declararam Entre uma oração subordinada e um adjunto
luto oficial, as bandeiras não ficaram a meio-pau e os adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um
governos estrangeiros não vieram ao funeral. jeito assindético de nos torturar com um aposto.
O chefe da nação morreu e as rádios não mudaram sua Casou com uma regência.
programação habitual, continuaram tocando animados Foi infeliz.
bailes de carnaval. Era possessivo como um pronome.
O chefe da nação morreu e os jornais não E ela era bitransitiva. Tentou ir para os EUA.
publicaram sua biografia, não saíram edições Não deu.
extraordinárias e nem escreveram editoriais Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
destacando as qualidades do grande homem, grande A interjeição do bigode declinava partículas
patriota, grande chefe e amantíssimo pai. expletivas, conectivos e agentes da passiva o tempo
O chefe da nação morreu e as escolas não todo.
suspenderam suas aulas, as fábricas não paralisaram Um dia, matei-o com um objeto direto na
suas máquinas e os bancos e repartições públicas cabeça.
funcionaram normalmente. (Caprichos e relaxos. Paulo Leminsky. São Paulo:
O chefe da nação morreu e a seleção nacional Brasiliense, 1983.)
sequer respeitou um minuto de silêncio antes da 18. Qual era a principal qualificação do professor,
partida sensacional. segundo o texto?
O chefe da nação morreu, mas as igrejas não a. ser bitransitivo
repicaram seus sinos, os padres não vestiram seus b. ser viajante
paramentos roxos e nenhuma missa foi celebrada em c. ser redundante
sufrágio de sua alma imortal. d. ser muito velho
O chefe da nação morreu e deputado algum, e. ser nacionalista
vereador nenhum pediu que o novo aeroporto, aquela
pracinha, o grande estádio de futebol, eternizassem 19. Pelos versos, pode-se supor que a relação do eu
seu nome para todo o sempre. lírico com a gramática era:
Perdoai-os não, cacique Apoena. Eles sabem o a. leve e engraçada.
que fazem. b. conflitante.
c. fantástica.
(Henfil. Cartas da mãe. Porto Alegre: Codecri, 1980.) d. pior do que com a língua inglesa.
e. uma aventura.
16. Sabendo que o texto é da época da ditadura militar
(1964-1985) e com base em seus conhecimentos Textos para as questões 21 e 22:
sobre esse período da história brasileira, indique
quem seria o sujeito do termo não declararam, no Texto 1
primeiro parágrafo.
a. os índios
b. a polícia política de Vargas
c. os representantes do governo militar
d. escolas e jornais
e. deputados e vereadores

17. A repetição da expressão “O chefe da nação


morreu” e o trecho “Perdoai-os não, cacique
Apoena. Eles sabem o que fazem”, aproximam o
texto lido de qual tipo de texto?
homossexuais e até imigrantes. Entre outubro e
novembro deste ano, a SaferNet Brasil, associação civil
de direito privado com atuação nacional, registrou
mais de mil denúncias contra esse tipo de
manifestação. Além disso, pelo menos 20 mil sites
hospedados no Brasil produzem conteúdo
discriminatório.
A maior parte das denúncias é contra manifestações
xenofóbicas, com 1.042 registros. Em seguida,
homofobia (781), racismo (269), crimes neonazistas
(220) e intolerância religiosa (176). No primeiro
semestre de 2010 foram registradas 16.636 denúncias
de material discriminatório. Homofobia ficou em
primeiro lugar nas denúncias (5.937), seguida por
xenofobia (4.541), crimes neonazistas (3.019), racismo
(Fernando Gonzales. Folha de S. Paulo.) (1.675) e intolerância religiosa (1.464).

Texto 2 (Jornal do Brasil, 21/11/2010. http://www.jb.com.br/


Dos pontos de vista pais/noticias/2010/11/21/conteudo-preconceituoso-e-o-que-
predomina-na-internet/)
A mosca, a debater-se: “Não! Deus não existe!
Somente o Acaso rege a terrena existência!” 22. Em relação ao emprego da palavra apesar, logo no
A aranha: “Glória a Ti, Divina Providência, que à minha início do texto, podemos afirmar:
humilde teia essa mosca atraíste!” a. trata-se de uma noção de acréscimo à
informação que segue: denúncias.
(Mário Quintana. Espelho mágico. São Paulo: Globo. b. é uma ressalva diante das manifestações das
© by Elena Quintana.) vítimas.
20. Considerando-se o sentido que as palavras rede c. trata-se da construção de uma ironia, relativa
(texto 1) e teia (texto 2) têm nas duas narrativas, às questões legais.
que relação elas estabelecem entre si? d. é uma ressalva que destaca a contradição
a. oposição entre existência de lei e ocorrência de crime.
b. sinonímia e. significa introdução de informação que pode
c. coordenação não ser verdadeira.
d. homonímia
e. coesão 23. Para referir-se a crimes e hostilidades contra
imigrantes, judeus e negros, o texto empregou,
21. De acordo com os pontos de vista da mosca e da respectivamente, os termos:
aranha expressos no poema de Mário Quintana, a. antissemitismo – xenofobia – homofobia
qual teria sido a causa da captura de um inseto b. xenofobia – antissemitismo – racismo
pelo outro? Indique a alternativa que apresenta os c. neonazismo – antissemitismo – xenofobia
termos correspondentes a essa “causa”. d. xenofobia – neonazismo – racismo
a. “terrena” e “humilde” e. racismo – homofobia – xenofobia
b. “somente” e “minha”
c. “acaso” e “Divina Providência” Leia o poema:
d. “Deus” e “Divina”
e. “terrena” e “teia” O bom marido

Texto para as questões 22 e 23: Nunca vou esquecer a palavra ingrediente no


plural. À tarde, Arabela conversava com Teresa, na sala
Conteúdo preconceituoso é o que predomina na de visitas. Passei perto, ouvi:
internet — Custódio tem todos os ingredientes
para ser bom marido.
Em um mês foram registradas cerca de mil denúncias Se me pedir a mão, papai não nega.
de crimes — Quais são os ingredientes? a outra lhe
pergunta.
Brasília — Apesar das punições previstas em lei para Arabela sorri, sem responder. Guardo a palavra
atitudes preconceituosas, a internet se tornou terreno com cuidado, corro ao dicionário: continua o mistério.
fértil para que milhares de pessoas divulguem e
consumam material contra negros, judeus, religiosos,
(Carlos Drummond de Andrade. Boitempo. Rio de a. a busca pela reordenação do cotidiano por
Janeiro: Record. © Graña meio do humor.
Drummond_www.carlosdrummond.com.br) b. a possibilidade de se escolher melhor uso para
24. Na segunda estrofe do poema, há um pronome a água, dentro de casa.
indefinido. Qual é esse pronome e a quem ele se c. a crítica àqueles que não usam água encanada
refere? d. ordens de ação ligadas ao público infanto
a. “outra” / Teresa juvenil.
b. “outra” / Arabela e. a necessidade de seguir à risca as
c. “lhe” / Custódio recomendações.
d. “lhe” / papai
e. “ao” / livro
26. Na tira a seguir, de Adão, podemos observar que
em cada quadrinho há uma relação entre o
Texto para as questão 24: desenho e o que se lê entre aspas. O humor é
obtido:

(Adão. Folha de S. Paulo)

a. pela necessidade de criticar profissões ligadas


à arte.
b. pela relação de similaridade entre as
profissões das personagens.
c. por meio das expressões faciais.
d. no duplo sentido que os termos entre aspas
apresentam.
e. a partir da relação de oposição entre termos
estabelecida em cada quadro.

Texto

O medo
“Porque há para todos nós um problema sério...
Este problema é o do medo.”
(Antônio Cândido, Plataforma de uma
geração)

Em verdade temos medo. Nascemos escuro.


As existências são poucas: Carteiro, ditador, soldado.
(Diário de Pernambuco) Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo. Cheiramos flores de
25. O discurso dos textos instrucionais caracteriza-se medo.
pela clareza de linguagem e pelo seu Vestimos panos de medo. De medo, vermelhos rios
direcionamento a quem lê. O emprego das formas vadeamos.
verbais no modo imperativo (feche, mantenha, Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.
etc.) evidencia: Há as árvores, as fábricas, doenças galopantes, fomes.
Refugiamo-nos no amor, este célebre sentimento, e o
amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.
29. Considere o valor semântico do conectivo grifado
Fazia frio em São Paulo...
Nevava. no seguinte trecho: “as necessidades dos seres
O medo, com sua capa, nos dissimula e nos berça. humanos não são apenas de ordem material, como
Fiquei com medo de ti, meu companheiro moreno, De os alimentos, a roupa, a moradia”. Essa expressão
nós, de vós; e de tudo. Estou com medo da honra. [...] tem o mesmo sentido na alternativa seguinte:
(Carlos Drummond de Andrade. A. Como só nos afirmamos na convivência com os
A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record. © Graña
Drummond_www.carlosdrummond.com.br.) outros, ninguém pode sobreviver sozinho.
B. Todos conhecemos como é difícil viver sem a
27. Neologismos são palavras novas, criadas para participação dos outros.
designar ideias ou objetos novos. No poema, que C. A convivência social também implica a
palavra ou expressão constitui um neologismo? existência de limites; como acontece até
a. Berça
mesmo com os grupos familiares.
b. Galopantes
c. flores de medo D. Falamos ou calamos como permitem os
d. nevava contextos sociais em que atuamos.
e. vermelhos rios E. Como aprender a conviver com as diferenças
de pessoas e grupos?

28. Observe esta capa de revista:


30. Observe o trecho: “Os seres humanos não vivem
em sociedade apenas porque escolhem esse modo
de vida, mas também porque a vida em sociedade
é uma necessidade da natureza humana.” O
conectivo destacado expressa um sentido de:
A) oposição.

B) concessão.

C) conclusão.

D) adição.

E) comparação.

Gabarito: 1.b 2.b 3.d 4.a 5.c 6.a 7.b 8.d 9.b 10.b 11.e 12.b 13.c 14.b
15.e 16.c 17.b 18.c 19.a 20.b 21.c 22.d 23.b 24.a 25.e 26.e 28.a
29.c 30.d

(Época, 14/6/2010.) TEORIA 2 -


Que relação há entre a imagem estampada na capa da
APROFUNDAMENTO
revista e o título da reportagem principal anunciada?
a. A imagem retrata uma passagem de tempo: antes PRINCIPAIS TÓPICOS DE ESTUDOS
e depois do vício do uso de drogas. COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
b. A imagem mostra o sofrimento da mãe, de um COERÊNCIA E COESÃO
lado, e a felicidade da filha, sem drogas, do outro. SEMÂNTICA
c. Na montagem da imagem há duas jovens
diferentes: uma que usa drogas e outra saudável. NÍVEIS DE LINGUAGEM
d. A pessoa que aparece na foto tem mais idade na VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
metade em que aparece saudável do que na outra FORMA E CONTEÚDOS OS TEXTOS
metade. VÍCIOS DE LINGUAGEM
e. A divisão da imagem, feita verticalmente, procura
mostrar a divisão de classes sociais. TIPOLOGIA TEXTUAL
GÊNEROS TEXTUAIS
INTERTEXTUALIDADE secundárias), estabelecendo as relações
EQUIVALÊNCIA E TRANDFORMAÇÃO DE entre as partes.
ESTRUTURAS
3. Procure compreender todos os vocábulos e
PROCESSOS DE COESÃO TEXTUAL
expressões. Muitas vezes, o próprio texto já
TIPOS DE PARALELISMO
fornece o significado da palavra. Mas, na
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
medida do possível, use o dicionário sempre
que estiver lendo, pois com isso aumentará
Em provas de concursos, os candidatos que os seus conhecimentos e ampliará o seu
não têm o hábito de ler ou que não compreendem vocabulário. Lembre-se de que é bastante
um texto, não têm êxito nas outras matérias frequente a cobrança do significado (tanto
também. É bastante comum encontrar aqueles que literal quanto contextual) das palavras
não sabem ler os enunciados e não compreendem nessas provas.
o que está sendo pedido que se faça.
4. Leia atentamente as instruções para a
A compreensão e a interpretação dos textos resolução das questões – analise com
devem ser a base dos estudos, tendo em vista que cuidado o que cada enunciado pede. Muitas
o desempenho da leitura interfere na vezes, o erro é proveniente do descuido (da
aprendizagem de todas as outras matérias, além pressa) na hora de ler as questões
de promover a socialização e a cidadania do (principalmente se quando se subestima as
candidato-leitor. O bom leitor sabe selecionar o informações dos comandos).
que deve ler e que efetivamente pode contribuir
COMANDOS PARA COMPREENSÃO DE TEXTOS
para sua compreensão sobre a complexidade do
mundo atual. Esses comandos baseiam-se em verbos que
indicam ações visuais, ou seja, orientam o
Interpretar é criar sentido, pois toda
candidato às ideias explícitas. Por exemplo:
interpretação provoca a criação de “outro
texto”. Cada leitor é um sujeito singular, que Percebe-se que...Constata-se que...
utiliza diferentes estratégias (sua experiência
prévia, suas crenças, seus conflitos, suas Observa-se que... O texto informa
expectativas e suas relações com o mundo) para que...
dar sentido ao que lê, sem, no entanto, eliminar o
O narrador do texto diz que...
sentido original do texto. Cabe, porém, ressaltar
que é quase impossível determinar o grau de Segundo o texto, é correto (incorreto) dizer
fidelidade de um leitor em relação ao texto que...
original.
COMANDOS PARA INTERPRETAÇÃO DE
O ato de interpretar possibilita a construção TEXTOS
de novos conhecimentos a partir daqueles que
existem previamente na memória do leitor. Esses Esses comandos baseiam-se verbos que
conhecimentos são ativados e confrontados com indicam inferências, ou seja, orientam o candidato
as informações do texto, permitindo-lhe atribuir às ideias implícitas. Por exemplo:
coerência àquilo que está lendo.
Depreende-se do texto que...
1. Leia todo o texto, com atenção, procurando
Subentende-se das ideias e informações do
entender o seu sentido geral.
texto que... A partir das ideias do texto, infere-se
2. Identifique as ideias o texto (cada parágrafo que...
contém uma ideia central e outras
O texto permite deduzir que...
Pode-se concluir do texto que...  Subentendido: Cansada talvez pelo
A intenção do narrador é...
salário baixo ou más condições de
trabalho;
Pressupostos e
Subentendidos Pressupostos

Pressupostos e subentendidos são Pressupostos são informações que, como o


informações expressas implicitamente em próprio nome diz, se pressupõe de outras
um texto e não expressas de forma direta. informações adicionais. Elas são facilmente
identificadas e compreendidas a partir de
Elas são, geralmente, sugeridas pelo texto,
expressões ou até mesmo palavras
através do contexto inserido ou por marcas presentes nas orações.
linguísticas.

É o leitor que deverá realizar uma leitura Assim, o pressuposto se destaca por
eficiente e ordenada para ir além da permitir que o leitor consiga identificá-la
informação explícita. Por meio do que é por meio do implícito. O pressuposto,
apresentado no texto, ele será capaz dessa maneira, se torna verdadeiro e
pressupor e subentender ideias implícitas irrefutável por estar presente na oração.
nas entrelinhas.
Exemplos de pressupostos
A diferença entre pressupostos e
subentendidos se dá na identificação. Decidi parar de comer carne.
Enquanto pressupostos são sugeridos pelo Pressuposto: A pessoa comia carne antes.
texto, sob mais fácil identificação, os
subentendidos são uma dedução do
próprio leitor a partir do texto.
Finalmente acabei meu livro.

Pressupostos e Pressuposto: Demorou um longo tempo


subentendidos: conceitos e para finalizar o livro.

exemplos
Alunos que estudam pela manhã têm
Para entender pressupostos e melhor rendimento.
subentendidos, um exemplo inicial pode
muito bem auxiliar nas identificações
Pressuposto: Alguns alunos não estudam
respectivas. Veja:
pela manhã.

Andreia estava cansada de ser professora.


Marcas linguísticas dos pressupostos
 Pressuposto: Andrei ainda é
professora;  Identificar verbos que indicam
sentido de fim, mudança,
continuidade: começar, deixar, Subentendido: Oferecer uma carona ou
acabar, continuar e etc…; alertando sobre o perigo de andar sozinho
 Advérbios dos mais variados tipos: no horário.
finalmente, já, depois, felizmente e Referências
Novíssima Gramática da Língua Portuguesa –
demais…; Domingos Paschoal Cegalla
 Pronome de introdução: que;
 Locuções indicadoras de
COMANDOS PARA MEDIR CONHECIMENTOS
circunstância: depois que, visto que,
GERAIS
desde que…;
Esses comandos visam testar o conhecimento
do candidato a respeito do assunto abordado no
Subentendido texto.

Enfocando o assunto (tema, tese) abordado


Subentendidos, tal como o próprio nome no texto.
sugere, é aquilo que se subentende; Considerando a amplitude do tema
insinuações que dependem da abordado no texto.
interpretação do leitor. Não possuem
marcas linguísticas ou avaliação de Tendo o texto como referência inicial...
contexto. COMANDOS PARA MEDIR
CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS
Eles podem ser verdadeiros ou não, além
Esses comandos visam testar o conhecimento
de serem facilmente refutáveis. Isso se
gramatical do candidato e podem abordar
deve ao fato de depender única e assuntos de morfologia, de sintaxe, de semântica,
exclusivamente de quem interpreta o de estilística, de coesão ou de coerência.
texto.
Considerando as estruturas linguísticas do
texto, ... Assinale a alternativa que apresenta erro
Exemplos de subentendidos
gramatical. Aponte a construção que foge aos
preceitos da norma culta.
Diana virou vegetariana mês passado.
Com relação aos aspectos gramaticais do
texto, ... Aponte a opção que preserva a
Subentendido: Ela comia carne antes de manutenção do registro da norma culta da
virar vegetariana. língua portuguesa.

1. Extrapolação – consiste em acrescentar


Quando sair de casa, pegue o casaco. informações ausentes no texto original ou
mesmo aplicá- lo em outros contextos.
2. Redução – ocorre quando o leitor diminui
Subentendido: Está frio na rua. as informações ou a intensidade do texto.

Você vai voltar a pé a esta hora da Inversão – acontece quando o leitor perde
madrugada? passagens do desenvolvimento do texto ou altera
a orientação de seu sentido (fato que pode levá-lo
a conclusões opostas às expressas pelo autor).
COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAIS Significante: é o elemento concreto, material,
perceptível: os sons (fonemas) ou as letras.
Coerência e coesão textuais são dois
conceitos importantes para uma melhor Significado: é o elemento inteligível (o
compreensão do texto e para a melhor escrita de conceito) ou a imagem mental. As palavras
trabalhos de redação de qualquer área. possuem significados que podem ser:

A coerência diz respeito à ordenação das Literal (denotativo, real): é o sentido


ideias e dos argumentos, ou seja, aborda a relação convencional, que não permite mais de uma
lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, interpretação, igual para todos os falantes da
apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, língua. Aparece na linguagem científica,
de natureza gramatical ou lexical, e no informativa ou técnica.
conhecimento compartilhado entre os usuários da
Contextual (conotativo, figurado): é o
língua. Pode-se dizer que o conceito de coerência
sentido diferente do convencional e que raramente
está ligado ao conteúdo, no sentido constituído
se encontra no dicionário. Só é possível descobri-
pelo leitor. A coerência depende da coesão. Um
lo quando se observa o contexto em que
texto com problemas de coesão terá,
aparecem. É apropriado à linguagem artística ou
provavelmente, problemas de coerência.
literária, cujas palavras mais sugerem do que
A coesão trata basicamente das articulações informam.
gramaticais existentes entre as palavras, as orações
Campo lexical é o emprego de famílias de
e frases para garantir uma boa sequenciação de
palavras – ou de palavras cognatas (aquelas que
eventos, ou seja, é a correta ligação entre os
descendem de um mesmo radical, de uma mesma
elementos de um texto, que ocorre no interior das
raiz). Cognação quer dizer parentesco. Por
frases, entre as próprias frases e entre os vários
exemplo, do latim Stella derivam estrela, estelar,
parágrafos. Pode-se dizer que um texto é coeso
estrelar, estrelado.
quando elementos coesivos (conjunções,
preposições, advérbios e pronomes) são Veja também:
empregados corretamente.
Campo lexical de terra: aterrar, terremoto,
SEMÂNTICA desenterrar, aterrissar, desterro, terraplanagem,
térreo, terrestre, território, terráqueo, terracota,
A semântica é o estudo da significação das
etc.
palavras e das mudanças de sentido ocasionadas
pelo contexto. Campo lexical de luz: aluno, iluminar,
luminosidade, ilustre, ilustrado, iluminado, etc.
O sentido original é a sua própria significação
etimológica, mas este também sofre constantes Campo semântico é o emprego de palavras
alterações no decorrer do tempo, devido à sua que pertencem ao mesmo universo de
expansão ou generalização. Por exemplo, carrasco significação, formando “famílias ideológicas”.
era o nome do algoz Belchior Nunes Carrasco e Tais palavras se associam por meio de uma espécie
generalizou-se para todos os algozes. Anfitrião de imantação semântica, ou seja, embora não
era personagem de uma comédia de Plauto e se sejam sinônimas, remetem um às outras em
expandiu a todos aqueles que à sua casa reúnem determinado contexto. Elas se dividem em:
convidados e amigos.
Hiperônimos: palavras que possuem um
A palavra (signo linguístico) é uma sentido mais genérico. Exemplos: Economia,
combinação de conceito (ideia) e palavra (escrita Direito, futebol, componentes automotivos,
ou falada), que são: disciplinas escolares, pássaros, etc.
Hipônimos: palavras que possuem caráter feliz/infeliz bem/mal
mais específico. Observe os exemplos:
rico/pobre amor/ódio
Hipônimos de Economia: deflação, déficit,
euforia/melancolia sagrado/profano
superávit, juros, câmbio, balança, etc.
claro/escuro
Hipônimos de Direito: mandado, arrolamento,
alçada, ementa, agravo, etc. PARONÍMIA: ocorre quando palavras ou
expressões possuem grafia e pronúncia parecidas,
Hipônimos de Futebol: gol, pênalti, escanteio,
com sentidos diferentes. Observe os exemplos:
etc.
Ir ao encontro de = estar de acordo.
OBS: A relação entre hipônimos e hiperônimos
não é absoluta, pois um mesmo termo pode Ir de encontro a = chocar-se, opor-se.
exercer as duas funções, dependendo do contexto:
Vertebrado é um hipônimo de animal, mas é um Na medida em que (Loc. Causal) = tendo em
hiperônimo de mamífero. Mamífero é um vista que. À medida que (Loc. Proporcional) = à
hipônimo de animal e de vertebrado, mas é um proporção que.
hiperônimo de roedor, de ruminante, etc.
Infração = violação da lei.
Relações semânticas entre as palavras
Inflação = desvalorização da moeda.
SINONÍMIA: ocorre quando palavras podem
Cível = relativo ao direito civil.
ser substituías umas pelas outras, sem prejudicar a
compreensão das ideias do texto. Civil = relativo ao cidadão.

Por exemplo, em uma prova de concurso, a


banca fez a seguinte assertiva: “pode-se substituir
o vocábulo hemisférica por ”minuciosa” sem HOMONÍMIA: ocorre com palavras que
que isso altere as relações de sentido do texto.” possuem grafia ou pronúncia igual, por casa de sua
A princípio, parece ser impossível estabelecer uma origem, mas que têm sentidos distintos. As
relação de sinonímia entre tais vocábulos, mas o palavras homônimas podem ser:
texto trazia o seguinte conteúdo: “Eu me
Homógrafas (heterófonas): possuem mesma
considero um consumidor tão educado que nunca
grafia e pronuncia diferente, com sentidos também
compra nada sem antes fazer uma tomada
diferentes.
hemisférica de preços”. Neste caso, o vocábulo
minuciosa não somente substitui hemisférica Sede (ê) = vontade de beber.
como também é o mais adequado.
Sede (é) = administração de empresa / casa de
Veja outros exemplos: fazenda.

rival/adversário/ antagonista cara/rosto Almoço (ô) = substantivo.

cloreto de sódio/sal unhas/garras Almoço (ó) = verbo.

aguardar/esperar pessoa/indivíduo Colher (ê) = verbo.

íntegro/probo/correto/justo/honesto Colher (é) = substantivo

ANTONÍMIA: ocorre quando duas ou mais Homófonas (heterógrafas): possuem mesma


palavras se opõem quanto ao significado dentro pronúncia e grafia diferente, com sentidos também
do texto. Veja: diferentes.
Acender = atear fogo. POLISSEMIA: consiste no fato de uma mesma
palavra possuir significados diferentes, que se
Ascender = subir, elevar-se.
explicam pelo contexto. Veja exemplos:
Coser = costurar
Passar uma mão de tinta no portão = uma
Cozer = cozinhar demão;

Cessão = doação (verbo doar). Dar uma mão = ajudar;

Seção = repartição / departamento, divisão. Passar a mão no dinheiro do outro= roubar;

Sessão = duração de um evento. Abrir mão de= prescindir, dispensar;

Perfeitas: Possuem mesma grafia e mesma Lançar mão de = utilizar;


pronúncia, com sentidos diferentes.
Abrir a mão = gastar;
OBS: As homônimas perfeitas são também
Pegar a mão errada da via = sentindo, direção.
chamadas de palavras polissêmicas, polifônicas,
plurívocas ou, ainda, plurissignificativas. Obs.: O antônimo de polissemia é
monossemia
Real: verdadeiro / relativo à realeza / moeda
brasileira (quando uma palavra apresenta apenas um
sentindo).
Sentença: condenação / frase
AMBIGUIDADE ou ANFIBOLOGIA: Consiste
Mente: intelecto / verbo / sufixo
no fato de uma frase admitir mais de uma
interpretação. É um recurso linguístico muito
utilizado em textos literários e publicitários.
FORMAS VARIANTES: palavras que, embora Observe os exemplos:
tenham um mesmo sentido, admitem grafia e
pronúncia diferentes. Exemplos:  Anúncio em bancas de revistas:
“Aprenda a fazer uma galinha no
cota/quota catorze/quatorze ponto!”.

cociente/quociente traslado/translado O anuncio dá a ideia de que querem


vender livros de receitas, mas, na
aspecto/aspecto assoviar/assobiar verdade, o que será vendido é uma
revista de ponto-cruz. Ou seja, aprenda
percentual/porcentual necrópsia/necropsia a fazer uma galinha no ponto–cruz,
para bordar em panos de pratos.
céptico/cético projétil/projetil
 Interpretação do sétimo mandamento,
malformação/má-formação
segundo Bastos Tigres: “
conectivos/conetivos Não furtarás – prega o Decálogo; e
cada homem deixa para amanhã a
caráter/carácter/caractere (só um plural:
observância do sétimo
caracteres) mandamento”.
aterrissar/aterrizar
A graça vem do fato de que pelo fato
de se utilizar o verbo no tempo futuro,
as pessoas estão sempre prorrogando
o prazo para começar a respeitar o
mandamento.
Não se esqueça de que a ambiguidade vários narradores (um para cada história que
se transforma em um vício de desejar contar).
linguagem quando comprometem a
clareza do enunciado: Personagens: são os seres que estão

 Vende-se leite de cabra em envolvidos com a história, que vivem os fatos e que
pó/ são caracterizados física e psicologicamente.
 .Vende-se leite em pó de Qualquer tipo de ser – gente, bicho, criaturas
cabra. inanimadas – pode ser personagem de uma
 O deputado disse que narrativa. Classificam-se em:
sempre lutou contra a
corrupção e a ética na política. Principais: quando participam diretamente da
trama.

TIPOS TEXTUAIS Secundários: quando participam de forma


pouco intensa da história.
Os tipos textuais designam uma sequência
definida pela natureza linguística de sua Caricaturais: tem os traços de personalidade
composição e, para a sua classificação, são ou padrões de comportamento realçados,
observados aspectos lexicais, sintáticos, tempos acentuados (às vezes beirando o ridículo).
verbais e, principalmente, as relações lógicas. Por
sua estrutura composicional, os textos se dividem Enredo: e a história em si, o conjunto
em: encadeado dos fatos, organizado de acordo com a
vontade do escritor. Todo enredo supõe um
NARRATIVO conflito.

Texto em que se discorre sobre fatos, sobre OBS.: Uma narrativa pode apresentar um
fazer relatos. Consiste na elaboração de um texto enredo linear
que relate episódios, acontecimentos e histórias
– quando os fatos vão se desenrolando um
(verdadeiras ou fictícias). São exemplos de textos
depois do outro, em ordem cronológica de tempo
narrativos: romance, novela, conto, crônica,
– ou um enredo não-linear – quando a história é
anedota e, até, histórias em quadrinhos.
interrompida por uma volta ao passado (para algo
A narrativa é um texto que possui uma ser lembrado). E o que chamamos de flashback,
sequência de acontecimentos: começo, meio e fim. muito comum em filmes.
No entanto, o escritor pode alterar essa ordem,
começando a contar pelo meio ou pelo fim, Espaço: o espaço da narrativa é o local
dependendo do efeito que pretende alcançar. onde se desenvolve a história, o cenário. A
descrição do espaço serve para criar o clima que
Narrador: é quem conta a história, um envolve o leitor nos acontecimentos. A descrição
ser ficcional a quem o autor transfere a tarefa de do espaço serve, também, para caracterizar, de
narrar os fatos. Há textos narrativos quase forma indireta, um personagem. Pode ser:
totalmente – ou totalmente – dialogados. Nesse
Físico: é o cenário por onde circulam os
caso, o narrador aparece muito pouco, ou fica
personagens e onde se desenrola a trama.
subentendido.
Mental: é o retrato de uma época, a ênfase
Atenção: não confunda o narrador com o
nos costumes de determinado período da história.
autor da história. Este é um escritor, com uma
biografia civil, um ser humano, que pode construir
Tempo: o tempo da narrativa é o O DISCURSO INDIRETO ocorre
“quando acontece” a história. quando o narrador utiliza sua própria fala para
reproduzir a fala de um personagem. O tempo
Cronológico: é o tempo marcado pelo verbal, no discurso indireto, será sempre passado
relógio, pelo calendário ou por outros índices em relação ao tempo verbal do discurso direto.
exteriores (momentos do dia, estações do ano, Confira:
fatos históricos).
“D. Evarista ficou aterrada. Foi ter com o
Psicológico: é os tempos subjetivos, variáveis marido, disse-lhe que estava com desejos.”
de indivíduo para indivíduo. Esse tempo marca-se (Machado de Assis)
pelas sensações ou pensamentos do personagem.

Foco narrativo (ou ponto de


O DISCURSO INDIRETO LIVRE
vista):
é uma mescla do discurso direto com o indireto.
Quando o narrador participa do enredo, é No discurso indireto livre, a fala do personagem se
personagem atuante, diz-se que é um narrador- insere sutilmente no discurso do narrador,
personagem. Isso constitui o foco narrativo ou permitindo-lhe expor aspectos psicológicos do
ponto de vista da primeira pessoa. pensamento do personagem. Compare os dois
exemplos: “Achamos o nome engraçado. Qual o
Narrador-observador é o que serve de padrinho que pusera o nome de Milagre naquele
intermediário entre o episódio e o leitor – é o foco afilhado? E o português explicou que não, que o
narrativo de terceira pessoa. nome do pretinho era Sebastião. Milagre era
apelido”. (Stanislaw Ponte Preta)
Ocorrem casos em que o narrador é
classificado como onisciente, pelo fato de dominar “Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano
o lado psíquico de seus personagens, antepondo- franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves
se às suas ações, percorrendo-lhes a mente e a matarem bois e cavalos, que lembrança! Olhou a
alma – também sob o foco narrativo de terceira mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse
pessoa. tresvariando”. (Graciliano Ramos)

Formas de discurso:
Características de uma narrativa:
O DISCURSO DIRETO caracteriza-se
 Encadeamento de ações e fatos.
pela reprodução fiel da fala do personagem.
 As frases se organizam em uma progressão
Estrutura-se normalmente com a precedência de
temporal (relação de anterioridade /
dois-pontos e inicia- se após travessão. Via de posterioridade), tanto que não se pode alterar
regra, vem acompanhada por verbos de elocução a sequência sem afetar basicamente o texto.
(dizer, falar, responder, berrar, retrucar, indagar,  Texto dinâmico, uma vez que existem muitos
etc.). Observe o exemplo: verbos indicando movimento, ação, e, ainda, a
passagem do tempo.
“...Botou as mãos na cabeça e a boca no
mundo:
Dois textos narrativos bastante comuns em
- Nossa senhora, meu patrãozinho me mata!” provas de concursos são:
(Fernando Sabino
CRÔNICA – é toda narrativa que obedece
à ordem do tempo (etimologicamente, a palavra
vem do grego chrónos, que significa “tempo”).
Modernamente, crônica é um relato sobre os Se notícia é o inusitado, o que sai da
acontecimentos do cotidiano escrita numa banalidade e escapa ao lixo do cotidiano, então
linguagem leve e normalmente de caráter por que essa foto na primeira página? Esse
jornalístico. Ela difere do conto não apenas no personagem será assim tão insólito? Imagino que
tamanho, mas também na linguagem. Ela busca a o leitor já esqueceu a foto de ontem e o impacto
intimidade e o humor da linguagem. Ela busca a que ela nos causou. Esquecer um mecanismo é um
intimidade e o humor da anedota, numa ato confortável. É essencial. É o que nos permite
linguagem cotidiana que encontra receptividade continuar vivendo na santa paz de nossa
em todos os leitores. consciência. Que diabo, a gente tem que se
defender. Eu, por exemplo, quando dei com a foto,
Ao mesmo tempo em que a crônica tem o
logo pensei com meus botões: deve ser coisa de
caráter transitório de um jornal – uma vez que
Biafra. Você se lembra de Biafra.
nasceu dentro desse veículo de comunicação de
massa -, ela apresenta também um narrador (que Biafra ou Blangladesh. Lá nos cafundós, onde
é o próprio autor), personagens que se aproximam Judas perdeu as botas. Nada a ver comigo. E decidi
muito das pessoas da vida real, enredo, tempo e fugir da legenda. Por via das dúvidas, preferia não
espaço. Na maioria dos casos, todos esses saber onde vive, ou sobrevive, aquela coisinha de
elementos são trabalhados numa linguagem olhos fechados. Ainda bem. Se tivesse os olhos
poética. Muitos cronistas contemporâneos abertos, grampeava o meu olhar e adeus café da
conseguem captar flashes, circunstâncias do manhã. A mão direita no peito lhe dá um ar
cotidiano, de uma maneira tão lírica que fica difícil contrito. A mão esquerda segura o pé direito.
dizer que tais textos não assumem um caráter Segue a firme, a perna direita cruzada sobre a
literário. esquerda. Tem até graça. Uma graça horrível, mas
tem.
híbrido (uma mescla de modalidades), que
não prescinde da reflexão e do comentário. Leia: E aquela fralda imensa. Branca, farta, não o
deixa nu. Ou nua. Não está dito qual o sexo do top
Mas é coisa nossa model que posou para o fotógrafo. Tem quatro
meses, diz a legenda. Está internado na Paraíba,
Eu ainda estava em jejum quando abri o jornal.
com suspeita de cólera. Como será o nome do
Pensei: quem sabe tomo café primeiro? A foto é
serzinho tão indefeso? Aí me ocorreu que seu
tão chamativa que não dá para desviar a atenção.
nome é legião. Seu sobrenome? Brasil. Por falar
Todo leitor da Folha deve ter tido o mesmo
nisso, quando é que a gente vai tomar vergonha
choque. Mas eu confesso que resisti. Pra que, meu
na cara?
Deus, uma foto dessas na primeira página? Posso
falar porque tenho vivido em jornal a vida toda: RESENDE, Otto Lara. Bom dia para nascer.
jornalista tem essa inclinação para o que é São Paulo, Companhia das Letras.
negativo. Há quem diga que é um traço mórbido.
Hoje todo mundo sabe, na teoria e na prática, que
o corriqueiro não é notícia.
CRÔNICA REFLEXIVA é uma
Aquele exemplo clássico que já está careca de modalidade de crônica bastante utilizada nas
tanto ser citado. Se um cão morde um homem, provas de concurso, por causa de sua presença
nada a noticiar. Se um homem morde um cão, está marcante em jornais e revistas de grande
aí a matéria-prima. Cumpre apurar tudo direitinho. circulação.
Se homem foi vacinado contra raiva. Se o cão
estava quieto no seu canto ou se partiu dele a Na crônica reflexiva, o autor apenas tece
provocação. Nome, cor e idade da vítima. Enfim, reflexões filosóficas, ou seja, produz opiniões e
um prato cheio. impressões (humorísticas ou líricas) sobre um
assunto, cativando a sensibilidade do leitor numa BRAGA, Rubem. O homem rouco. Rio: editora
abordagem descontraída. do autor, 1963.

 não há preocupação com a forma, já que o


fluxo das ideias é livre.
 Admite tanto a linguagem culta quanto FÁBULA é uma narrativa de caráter
coloquialismos, repetições enfáticas e
alegórico, que trabalha o imaginário e que
gírias. É a expressão espontânea do
pensamento. pretende transmitir alguma lição de fundo moral,
tendo geralmente animais como personagens.
Quando ela utiliza objetos inanimados, recebe o
Observe o texto que segue: nome de apólogo. A fábula constitui uma forma
simples de narrativa. Suas raízes remontam à
Os olhos de Isabel
Antiguidade greco-romana, com Esopo e Fedro. La
Instalou-se ontem no rio, um banco de olhos. Fontaine, poeta francês, foi quem introduziu e
Ali será conservada na geladeira uma parte dos aprimorou as fábulas antigas, fazendo com que
olhos tirado de pessoas que acabam de morrer, de chegassem até nós.
acidentados e natimortos.
No Brasil, coube a monteiro Lobato recriar as
Os cegos serão capazes de distinguir a fabulas de La Fontaine. E, mais recentemente,
claridade; nos olhos a córnea da pessoa morta. Já Millôr Fernandes atualizou algumas histórias
houve muitos casos dessa operação no Brasil, clássicas e criou outras de humor e filosofia, como
como o da jovem Isabel, de 18 anos, cega desde mostra o exemplo abaixo:
nascença, que passou a ver bem. Não a conheço; e
A causa da chuva
estimo que seja feliz e alegre em suas visões e veja
sempre coisas que a façam alegre. Não chovia há muitos e muitos meses, de
modo que os animais ficaram inquietos. Uns
É pelos olhos que entra em nós a maior parte diziam que ia chover logo, outros diziam que
das alegrias e tristezas. Os meus, ainda que ainda ia demorar. Mas não chegava a uma
bastante usados, enxergam bem, e mesmo, em conclusão.
certas circunstâncias, demais. São, é natural,
-Chove só quando a água cai do telhado do
sujeitos a muitas ilusões: de muitas já fui ao empós,
meu galinheiro - esclareceu a galinha.
e eram miragens que me levaram ao meio de um
deserto onde me alimentei de gafanhotos e -Ora, que bobagem! – disse o sapo de dentro
lágrimas, tomando sopa de vento, comendo pirão da lagoa. Chove quando a água da lagoa começa
de areia, como diz a canção. a borbulhar as gotinhas.

-Como assim? – disse a lebre. Está visto só que


A fina membrana dos olhos não guarda a
só chove quando as folhas das árvores começam
lembrança das visões; mas que sabemos? A a deixar cair as gotas d‟água que têm dentro.
matéria viva é uma coisa sutil e sensível que
ninguém entende. O jornal não diz de quem eram Nesse momento começou a chover.
os olhos com que hoje vê a moça Isabel; e ela, Viram? – gritou a galinha. O telhado de meu
nunca tendo visto antes, não sabe se as visões de galinheiro está pingando. Isso é chuva.
hoje são verdade ou fantasia; talvez esteja a ver
– Ora, não vê que a chuva é a água a lagoa
este mundo através do filtro emocional de uma
borbulhando? – disse o sapo.
criatura já morta; (...) mas tenham visto o que
tiveram antes, que ora vejam tudo em suave e belo – Mas, como assim? – tomou a lebre. Parecem
azul, a cor dos sonhos e descobrimentos das cegos!
navegações dos 18 anos. Que são tontas, mas Não vêem que a água cai das folhas das
belas navegações. árvores.
Moral: Todas as opiniões estão erradas. Insulam-se os cômoros escalvados,
repentinamente verdejantes. A vegetação recama
Millôr Fernandes (adaptado)
de flores, cobrindo-os, os grotões escancelados, e
disfarça a dureza das barracas, e arredonda em
DESCRITIVO
colinas os acervos de blocos disjungidos- de sorte
Texto em que é feito a caracterização de uma que as chapadas grandes, intermeadas de
pessoa, um animal, um objeto ou uma situação convales, se ligam em curvas mais suaves aos
qualquer, inseridos num certo momento estático tabuleiros altos. Cai a temperatura. Com o
do tempo. desaparecer das soalheiras anula-se a secura
anormal dos ares. Novos tons da paisagem: a
Diferentemente do texto narrativo, que relata transparência do espaço salienta as linhas mais
as transformações de estado que vão ocorrendo ligeiras, em todas as variantes da forma e da cor.
progressivamente com pessoas ou coisas, o texto
descritivo põe em relevo as propriedades e Dilatam-se os horizontes. O firmamento, sem
aspectos desses elementos num certo estão, o azul carregado dos desertos, alteia-se, mais
considerado como se estivesse parado. profundo, ante o expandir revivescente da terra. E
o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo,
Nos enunciados descritivos, podem até sem dono.
aparecer verbos que exprimam ação, movimento,
mas os movimentos são sempre simultâneos, não Depois tudo isso acaba. Voltam os dias
indicando progressão de um estado anterior para torturantes; a atmosfera asfixiadora; o
outro posterior. Se ocorrer essa progressão, inicia- empedramento do solo; a nudez da flora; e nas
se um percurso narrativo. O fundamental na ocasiões em que os estios se ligam sem a
descrição é que não haja progressão temporal. intermitência das chuvas - o espasmo
assombrador da seca. A natureza compraz-se em
Características de uma descrição: um jogo de antíteses.

 Encadeamento de informações. Todos os CUNHA, Euclides. Os sertões - campanha de


enunciados apresentam ocorrências Canudos. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves.
simultâneas.
1982. Pagina 37-38.
 Riqueza de detalhes e a presença abundante
dos adjetivos. A apresentação conjunta de traços físicos e
 Não existe temporalidade (datas), tanto que
psicológicos permite que a descrição se torne mais
se pode alterar a sequência, sem afetar
basicamente o sentido. concreta, mais sensível e mais capaz de fazer o
 Uso dos cinco sentidos. leitor realizar em sua imaginação o objeto
Texto estático, pois faz um uso reiterado de descrito/ ser descrito. Mesmo assim, às vezes. E
verbos de estado (e não de ação). possível visualizar a descrição sob dois enfoques:

A descrição é um processo de caracterização OBJETIVO – que procura descrever a


que exige sensibilidade daquele que descreve, realidade. De maneira direta e objetiva, sem
para sensibilizar também aquele que lê. Sendo acrescentar nenhum juízo de valor. O autor torna-
assim, ela se baseia na percepção – nos cincos se impessoal e a linguagem utilizada é denotativa.
sentidos: visão, tato, audição, paladar e olfato.
Observe o trecho a seguir: Leia a descrição abaixo e observe que, à
medida que você avança no texto, a imagem do ser
A Terra descrito vai- se formando em sua mente:

Ao sobrevir das chuvas, a terra (...) transfigura- Era um burrinho pedrês. Miúdo e resignado,
se em mutações fantásticas, contrastando com a vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou
desolação anterior. Os vales secos fazem-se rios. não sei onde no sertão. Chamava-se de Sete-de-
Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e da poetisa Cecília Meirelles, num determinado
nem pode haver igual. momento de sua vida:

Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Eu não tinha esse rosto de hoje,
Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila
Assim calmo, assim triste, assim magro,
teimosa para espiar os cantos dos dentes. Era
decrépito mesmo a distância: no algodão bruto do Nem estes olhos tão vazios,
pelo – sementinhas escuras em rama rala e
encardida: nos olhos remelentos, cor de bismuto, Nem o lábio amargo,
com pálpebras rosadas, quase sempre oclusas, em
Eu não tinha estas mãos sem força
constante semissono; e, na linha, fatigada e
respeitável – uma horizontal perfeita, do começo Tão paradas, e frias, e mortas.
da testa à raiz da cauda em pêndulo amplo, para
cá, para lá, tangendo as moscas. Eu não tinha esse coração que nem se mostra

ROSA, João Guimarães. Sagarana. Rio de Eu não dei por essa mudança
Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1976.
Tão simples, tão certa, tão fácil.

Em que espelho ficou perdida a minha face?


Observe a descrição objetiva de uma personagem
feminina, de Aluísio de Azevedo:
Observe a descrição subjetiva de uma
Rita havia parado no pátio. personagem feminina, de Machado de Assis:
Cercavam-na homens, mulheres e crianças; Assomado à porta, levantou o reposteiro e
todos queriam novas dela. Não vinha em traje de deu entrada a uma mulher, que caminhou para o
domingo; trazia casaquinho branco, uma saia que centro da sala. Não era uma mulher, era uma
lhe deixava ver o pé sem meia num chinelo de sílfide, uma visão de poeta, uma criatura divina.
polimento com enfeites de marroquim de diversas
cores. No seu farto cabelo, crespo e reluzente, Era loura; tinha os olhos azuis, que buscavam
puxado sobre a nuca, havia um molho de o céu ou pareciam viver dele. Os cabelos,
manjericão e um pedaço de baunilha espetado por desleixadamente penteados, faziam-lhe em volta
um gancho. E toda ela respirava o asseio das da cabeça, um como resplendor de santa; santa
brasileiras e um odor sensual de trevos e plantas somente, não mártir, porque o sorriso que lhe
aromáticas. Irrequieta, saracoteando o atrevido e desabrochava os lábios era um sorriso de bem–
rijo quadril baiano, respondia para a direita e para aventurança, como raras vezes há de ter tido a
a esquerda, pondo à mostra um fio de dentes terra.
claros e brilhantes que enriqueciam a sua
Um vestido ranço, de finíssima cambraia ,
fisionomia com um realce fascinador.
envolvia-lhe o corpo, cujas formas, aliás,
AZEVEDO, Aluísio de. O Cortiço. São Paulo: desenhava, pouco para os olhos, mas muito para a
Editora Scipione, 1995, p. 37 imaginação.

A chinela turca. In: obra Completa. Rio de


Janeiro: Editora Aguilar. 1986 p.301 (adaptado)
SUBJETIVO – que busca transmitir o
estado de espírito do autor diante da coisa
observada ou sua opinião sobre ela. Ele faz uma
representação particular do objeto, normalmente
DISSERTATIVO
usado à linguagem conotativa. Leia o autorretrato
ofereça uma sugestão para o problema levantado.
Mas, às vezes, ele se limita a passar a solução do
Texto em que se faz uma exposição de opiniões,
problema para o leitor, por meio de uma pergunta.
de pontos de vista, fundamentados em
argumentos e raciocínios baseados na vivência, na
leitura, na conclusão a respeito da vida, dos
homens e dos acontecimentos. O discurso na dissertação:

O texto dissertativo baseia-se, sobretudo, em 1° pessoa do singular – imprime extrema


afirmações que transmitem um conceito relativo, subjetividade no texto e é encontrada com mais
pois suscitam dúvidas, hesitações. Nele, aparecem frequência nos textos literários.
os pontos de vista diferentes e conflitantes e os
São exemplos do uso da 1° pessoa nos textos:
graus de verdade e/ou falsidade.
Eu acho, eu acredito, a meu ver, no meu entender,
Em um texto dissertativo devem ser usados para mim, na minha opinião, etc.
adequadamente os pronomes, as conjunções;
1° pessoa do plural – também atribui certo
observadas a concordância, a regência, a crase e as
grau de subjetividade ao texto. Autores que optam
corretas relações semânticas entre as palavras.
pela 1° pessoa do plural buscam maior
interatividade com o leitor, no sentido de incluí-
lo como participante das ideias do texto. Exemplo:
Características de uma dissertação: Vivenciamos atualmente tempos de globalização
Encadeamento de ideias e raciocínio. da pobreza... (consenso)
Os assuntos são tratados de maneira
Cuidado! Existe uma 1° pessoa do plural que
abstrata e genérica.
As relações internas e a coerência entre as não inclui o leitor – é o chamado plural de
frases é que lhe garantem o sentido, já que são os modéstia. Isso acontece quando um autor produz
mecanismos de coesão (conjunções, preposições e e assina, sozinho, um texto no qual ele expressa
pronomes relativos, demonstrativos) e as palavras “Para citarmos um exemplo...”.
abstratas que integram a estrutura básica do texto. 3° pessoa (ideológica) – imprime
objetividade no texto, dano à expressão do
Estrutura padrão da pensamento um caráter mais universal. O uso da
dissertação: 3° pessoa facilita a persuasão, já que confere maior
credibilidade às ideias. Ex: “A política econômica
Introdução: é o parágrafo de abertura, do governo Lula não promove, de fato, o bem-
responsável pela apresentação do assunto, em que estar social.”
é lançada a tese (tópico frasal ou ideia principal) a
ser desenvolvida nos parágrafos seguintes.

Desenvolvimento: é a parte fundamental da ARGUMENTATIVO – texto em que o


dissertação, em que se desenvolve o raciocínio ou autor quer provar a veracidade (ou falsidade) de
o ponto de vista sobre o assunto, por meio de ideias, por meio de uma argumentação lógica.
argumentos convincentes. Do desenvolvimento, Nesse tipo de texto, o autor visa a
depende a profundidade, a coerência e a coesão convencer/persuadir o leitor – por meio de
do texto. Cada argumento (ideia secundária) a ser argumentos, provas evidentes, testemunhos - de
trabalhado deverá ocupará um parágrafo. forma impessoal e objetiva, o que confere ao texto
um caráter imparcial, facilitando a aceitação das
Conclusão: É a parte final o texto, em que se
ideias expostas. Observe o exemplo:
faz um arremate das ideias apresentadas. É mais
comum, na conclusão de um texto que o autor
CARO DATA VERMIBUS o morto. O direito, ainda dentro do mínimo ético,
colocaria esse ato em face do estado de
Carne dada aos vermes. Alguns gramáticos
necessidade, que o Código Penal considera
extravagantes veem nas sílabas iniciais da
excludente de ilicitude.
expressão latina CAro DAta VERmibus a origem
da palavra cadáver. A ciência, no seu esforço de O artigo 24 do Código Penal calha, no caso,
salvar vidas, logrou, no entanto, a dar-lhe outra como uma luva. Se a única alternativa para salvar
finalidade mais nobre: a de suprir a falência de uma vida é o transplante de órgão de cadáver, a
órgãos de pessoas vivas, substituídos por partes sua retirada, para esse fim, é inteiramente abonada
que dele possam ser retiradas. Contra esse pelo estado de necessidade. Conduta em sentido
benefício para a humanidade, levantam-se inverso é irrelevante para a configuração de crime
barreiras à utilização de órgãos removidos de por omissão, se o médico podia e devia evitar a
cadáveres, se não há, para isso, consentimento morte ou curar a doença.
familiar, com a invocação de princípios que
É inconcebível que todo o pensamento penal
orientam a ética meica.
tenha sido formulado contra a Ética. Não há ética
Benjamim Bentham estabeleceu que o direito que se sustente contra da vida. Por sentimento da
e a moral ocupam círculos concêntricos; o raio família, leve-se em maior conta o daquela ligada
maior seria o da moral. O direito, portanto, seria o ao paciente que espera pelo órgão. Se é inevitável
mínimo ético. Posta a premissa, o debate da a dor de uma, pela falta do órgão, ou de outra, pela
retirada de órgãos de cadáveres deve, retirada, a solução, sempre conflituosa, deve ser
necessariamente, ferir-se no campo da Ética. buscada na tabela de valores. O cadáver servirá
Contudo, grande diferença vai entre a Ética, como aos vermes ou ao paciente vivo. Este morrerá ou
é considerada no âmbito da Filosofia, e a disciplina viverá penosamente. Vida ou saúde versus morte
imposta ao exercício de profissões liberais pelos ou doença. Para que lado deveria pender a Ética?
seus órgãos de classe. Na Axiologia, os valores são
SILVA, Edelberto Luiz da. Correio Braziliense.
vistos dentro de uma escala, estabelecida segundo
os costumes e a cultura os povos.

O sentido dessa escala é o de oferecer


EXPOSITIVO – texto que consiste na
fundamentos para dirimir o conflito que se instale
ordenação/exposição de ideias sobre um
entre esses valores. O conflito é inerente à vida de
determinado assunto. Sua característica básica é o
relação, tanto que, na organização do estado, é
cunho reflexivo- teórico. A dissertação-expositiva
prevista a instituição de um poder só para dirimi-
segue a mesma estrutura de uma dissertação
lo: o judiciário. Nenhum país, com foros de
argumentativa: introdução, desenvolvimento e
civilização há de colocar a vida em segundo plano
conclusão. A diferença reside no fato de que na
na escala de valores. Tudo o que se fizer para a
introdução, em lugar da tese, apresenta-se a ideia
salvação de uma vida é, por princípio, ético. A ética,
principal o texto. Admite essencialmente a
aplicada no uso de partes do cadáver, para restituir
linguagem culta – simples ou mais elaborada.
a saúde de pessoas ou salvar-lhes a vida, põe-se
Lembre-se de que linguagem culta não significa
diante o seguinte dilema: preservar o cadáver para
rebuscamento. Leia:
satisfazer o desejo da família?
A maioria dos comentários sobre crimes ou se
A discussão a lei da doação presumida de
limitam a pedir de volta o autoritarismo ou a culpar
órgãos é, diante da ética, absolutamente estéril. Os
a violência do cinema e da televisão, por excitar a
primeiros transplantes não dependeram de lei e
imaginação criminosa dos jovens. Poucos pensam
ainda hoje, como antes, a ética lhes dá o necessário
que vivemos em uma sociedade que estimula, de
suporte. A retirada de órgãos de cadáveres, para
forma sistemática, a passividade, o rancor, a
transplante, é ética até contra a vontade, em Vida,
impotência, a inveja e o sentimento de nulidade Veja um exemplo de texto injuntivo (extraído
nas pessoas. Não podemos interferir na política, da prova do Ministério da Saúde – aplicada pelo
porque nos ensinaram a perder o gosto pelo bem CESPE/UnB)
comum; não podemos tentar mudar nossas
relações afetivas, porque isso é assunto de
cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos Cuidados para evitar envenenamentos:
de viver mais dignos, mais cooperativos e
solidários, porque isso é coisa de obscurantista,  Mantenha sempre medicamentos e produtos
idealista, perdedor ou ideólogo fanático, e mundo tóxicos fora do alcance das crianças;
 Não utilize medicamentos sem orientação de
é os fazedores e dinheiro.
um médico e leia a bula antes de consumi-los;
Somos uma espécie que possui o poder da  Não armazene restos de medicamentos e
tenha atenção ao seu prazo de validade;
imaginação, da criatividade, da afirmação, e da
 Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de
agressividade. Se isso não pode aparecer, surge, no usar qualquer medicamento;
lugar, a reação cega ao que nos impede de criar,  Evite tomar remédio na frente de crianças;
de colocar no mundo algo de nossa marca, de  Não ingira nem dê remédio no escuro para que
nosso desejo, de nossa vontade de poder. Quem não haja trocas perigosas;
sabe e pode usar – com firmeza, agressividade,  Não utilize remédios sem orientação médica e
criatividade e afirmatividade – a sua capacidade de com prazo de validade vencido;
 Mantenha os medicamentos nas embalagens
doar e transformar a vida, raramente precisa matar
originais;
inocentes de maneira bruta. Existem mil outras  Cuidado com os remédios de uso infantil e de
maneiras de nos sentirmos potentes, de nos uso adulto com embalagens muito parecidas;
sentirmos capazes de imprimir um curso à vida que erros de identificação podem causar
não seja pela força das armas, da violência física ou intoxicações graves e, às vezes, fatais;
da evasão pelas drogas, legais ou ilegais, pouco  Pílulas coloridas, embalagens e garrafas
bonitas, brilhantes e atraentes, odor e sabor
importa.
adocicados despertam a atenção e a
COSTA, Jurandir Freire. In: Quatro autores curiosidade natural das crianças; não estimule
essa curiosidade; mantenha medicamentos e
em busca do Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2000,
produtos domésticos trancados e fora do
p.43 (com adaptações).
alcance dos pequenos.
Internet: <189.28.128.100/portal/aplicações/noticias>
(com adaptações) – Extraio da prova do Ministério da Saúde.

INJUNTIVO
É um texto instrucional, que indica
procedimentos a serem realizados. A intenção
CARACTERÍSTICAS DE
pode ser persuasiva ou apenas instrutiva. São ALGUNS DISCURSOS (VOZ
exemplos de textos injuntivos as receitas, os
manuais de instruções, as bulas de remédios, etc. IDEOLÓGICA)
Neles, predominam:
Discurso é prática social de produção de
 Verbos empregados no modo imperativo; textos. Todo discurso é uma construção social (e
 Emprego do padrão culto da língua;
não individual), que só pode ser analisada
 Linguagem clara e acessível a todo tipo de
considerando-se o seu contexto histórico-social,
pessoas;
 Função referencial da linguagem. A função suas condições de produção e, essencialmente, a
conativa também é bastante recorrente. visão e mundo vinculados ao autor do texto e á
sociedade em que ele vive. Os discursos que
podem aparecer, frequentemente, em provas de • Verbos empregados predominantemente no
concursos são: presente do indicativo;

Acadêmico é um discurso que tem a • Linguagem clara, objetiva e impessoal, de


finalidade de expor a investigação de um fato, de acordo com o padrão culto da língua.
um acontecimento ou de uma experiência
científica, com bastante rigor nos conceitos e
informações utilizados. Tem como característica: Literário (ficcional) é um discurso que
tem função estética, no qual o escritor busca não
• Geralmente explica ou fundamenta as
apenas traduzir o mundo, mas recriá-lo nas
afirmações com base em dados objetivos,
palavras, de modo que nele importe não apenas o
cientificamente comprovadas;
que se diz, mas o modo como se diz. Este domínio
• Pode servir-se de descrições, de enumerações, discursivo aparece em: contos, fábulas, lendas,
de exposições narrativas, de relatos de fatos, poemas, peças de teatro, crônicas, roteiros de
de gráficos, de estatísticas, etc. filmes, histórias em quadrinhos, etc.

• Normalmente segue um roteiro Tem como característica:


preestabelecido: apresenta, normalmente,
• Predomínio da linguagem conotativa, já que,
introdução, desenvolvimento e conclusão. Em
por sua função estética, o autor sempre atribui
alguns casos, pode apresentar outras partes,
novos sentidos às palavras.
como folha de rosto, anexos, sumário, etc.
• Utiliza múltiplos recursos estilísticos: ritmos,
• Linguagem objetiva e impessoal, de acordo
sonoridades, repetição de palavras ou de sons,
com o padrão culto da língua.
repetição de situações ou descrições.

Científico é um discurso de natureza


Jornalístico é um texto que tem função
expositiva e tem por finalidade expor um assunto
utilitária, pois visa informar o leitor. Nesse caso, o
de cunho científico. Possui uma estrutura
plano da expressão não tem muita importância, já
relativamente simples: apresentação de uma tese
que sua finalidade é apenas veicular conteúdo. Este
(explicação sobre o objeto de estudo) a ser
domínio discursivo aparece em editoriais, notícias,
desenvolvida por meio de “provas” (exemplos,
reportagens, artigos de opinião, comentários,
comparações, relações de causa e efeito,
cartas ao leitor, crônica policial, crônica esportiva,
resultados de testes, dados estatísticos, etc.). Nesse
entrevistas jornalísticas, expediente, boletim do
tipo de texto, a conclusão é facultativa. Este
tempo, erratas e charges.
domínio discursivo aparece em artigos e relatórios
científicos, teses, dissertações, monografias, Temo com característica:
verbetes de enciclopédias, artigos de divulgação
• Predomínio da narração, com a presença dos
científica, etc.
elementos essenciais de um texto narrativo:
Tem como característica: fato, pessoas envolvias, tempo em que
ocorreu o fato, o lugar onde ocorreu, como e
• O máximo de precisão e rigor nos conceitos e
por que ocorreu o fato.
informações utilizados;
• Normalmente apresenta um título.
• Presença obrigatória de terminologia
científica de uma ou mais áreas do • Predomínio da função referencial, na qual se
conhecimento; privilegia a linguagem denotativa e as
construções gramaticais em ordem direta e comuns a vários domínios discursivos. Alguns
clara. gêneros utilizados em provas de concurso:

Publicitário é um discurso de natureza EDITORIAL


dissertativa que tem por finalidade apresentar
argumentos (diretos ou indiretos) para persuadir o É um texto dissertativo, que manifesta a
interlocutor sobre as eventuais “vantagens” de opinião do jornal ou da revista a respeito de um
um produto: quantitativos (rende mais, é mais assunto da atualidade, quase sempre polêmico,
barato); qualitativos (o melhor, o mais saboroso, o com a intenção de esclarecer ou alterar pontos de
mais nutritivo) e ideológicos (mais moderno, mais vista dos leitores, alertar a sociedade e, as vezes,
arrojado, mais exclusivo). Este domínio discursivo até mobilizá-la.
aparece em propagandas, anúncios classificados,
O editorial, como texto argumentativo que é,
cartazes, folhetos, outdoors, inscrições em muros,
tem por finalidade persuadir o leitor e, por isso,
placas, front lights, logomarcas, publicidade em
precisa dar a impressão de que detém a verdade,
geral.
evitando opiniões pessoais, afirmações
generalizantes e sem fundamento. No
desenvolvimento das ideias de um editorial, os
Tem como característica: recursos empregados para dar maior consistência
ao texto e aproximá-lo da verdade são exemplos,
• É quase sempre constituído por imagem e
depoimentos, dados estatísticos, pesquisas,
texto.
comparações ou relações de causa e efeito.
• O nível de linguagem utilizado varia de acordo
Semelhante a outros textos argumentativos, o
com o público que se quer atingir.
editorial normalmente apresenta uma estrutura
• Utiliza verbos geralmente no modo imperativo organizada em torno de três partes: introdução,
ou no presente do indicativo. em que se anuncia a tese a serem defendidas pelo
jornal; o desenvolvimento, em que são
• Faz uso de recursos tais como: figuras de apresentados os argumentos que fundamentam
linguagem, ambiguidades, jogos de palavras essa tese; e a conclusão, em que se faz uma síntese
(trocadilhos), provérbios, etc. das ideias expostas.
• A estrutura pode variar, mas é geralmente Leia o editorial abaixo, extraído da revista
composta por: título (que chame a atenção GAZETA DO POVO, de 22 de janeiro de 2022.
sobre o produto); texto (que amplie o
argumento do título) e a assinatura (logotipo A comunidade ocidental ainda está incerta
ou marca do anunciante). sobre os reais planos de Vladimir Putin; as
possibilidades vão desde uma pressão sobre o
GÊNEROS TEXTUAIS ocidente sem uma verdadeira intenção de invadir
a Ucrânia, até um cenário já mencionado por
Os gêneros textuais também estão ligados às autoridades segundo o qual a Rússia avançaria
práticas sociais e, portanto, são inúmeros – textos suas tropas até Kiev para derrubar o governo
orais ou escritos produzidos por falantes de uma ucraniano. Entre esses extremos, há a hipótese de
língua em determinado momento histórico. uma invasão apenas no leste do país para
Podem ser definidos de acordo com o estilo, a estabelecer uma ligação terrestre entre a Rússia e
função, a composição e, principalmente, o a península da Crimeia, anexada por Putin em
conteúdo. Vale lembrar que muitos gêneros são 2014. Há uma semana, surgiu a informação,
levantada pela inteligência norte-americana, de
que os russos preparavam uma ação para simular e norte-americanas ou europeias teria
um falso ataque ucraniano, que seria usado como consequências inimagináveis, e nem a Otan
justificativa para a invasão. trabalha com essa possibilidade, preferindo ajudar
os ucranianos com armas e inteligência. Por isso, a
O ocidente precisaria estar disposto a
aplicação imediata de sanções drásticas aparece
responder sem hesitação com sanções drásticas –
como a primeira alternativa em caso de invasão; se
e isso inclui as potências europeias que dependem
houver a menor hesitação da parte de algum dos
das commodities russas para suprir sua demanda
parceiros ocidentais, Putin farejará a fraqueza.
de energia
Leia mais em:
Putin sabe que muitas de suas exigências não https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/a-ucrania-a-
beira-da-guerra/
têm como ser atendidas. O autocrata russo
gostaria de ver a Otan bem longe não apenas de
suas fronteiras, mas também de qualquer país
sobre o qual a Rússia queira exercer influência. A NOTÍCIA DE JORNAL
Otan já deixou claro que não retirará tropas da
Romênia e da Bulgária, que integram a aliança É um texto narrativo, que expressa um fato
militar há quase 15 anos, e que não há como se novo, buscando despertar o interesse do público a
comprometer em não incluir outros países, entre que o jornal se destina. Gênero tipicamente
os quais a própria Ucrânia. Quando invadiu e jornalístico, a notícia pode ser veiculada em jornais,
anexou a Crimeia, Putin gerou comoção escritos ou falados, e em revistas.
internacional, mas no fim das contas conseguiu
Uma notícia deve ser imparcial e objetiva, ou
escapar relativamente impune da agressão. Estaria
seja, deve expor fatos e não opiniões, em
ele convencido de que poderia fazer o mesmo com
linguagem clara, direta e bastante precisa. É
um pedaço de terra ainda maior?
encabeçado por um título (anuncia o assunto a ser
A resposta depende da real disposição das desenvolvido), no qual são empregadas palavras
democracias ocidentais em responder às curtas e de uso comum.
agressões e defender as populações atacadas. O
Elementos que compõem a notícia: são a
sírio Bashar al-Assad cruzou várias “linhas
resposta a estas seis perguntas básicas.
vermelhas” estabelecidas pela administração
Obama durante a guerra civil síria, inclusive com o O quê? - os fatos;
uso de armas químicas contra sua população, e
recebeu em troca apenas ataques pontuais. A Quem? – os personagens, as pessoas;
China desrespeita abertamente o acordo feito com
Quando? – em que tempo;
o Reino Unido quando da devolução de Hong
Kong, elimina as liberdades democráticas na Onde? – em que lugar;
região, e segue impune. Esses precedentes, que
também incluem a desastrada retirada norte- Como? – de que maneira, por meio de quê;
americana do Afeganistão, poderiam levar Putin a Por quê? – por que motivo(s).
acreditar que, mais uma vez, a comunidade
internacional reagiria com indignação, mas não
muito mais que isso.

Por isso, o ocidente precisaria estar disposto a


responder sem hesitação – e isso inclui as
potências europeias que dependem das
commodities russas para suprir sua demanda de
energia. Um confronto aberto entre tropas russas
Estrutura textual Corpo são os demais parágrafos da notícia,
nos quais se apresenta o detalhamento do assunto
Lead é um resumo do fato em poucas linhas exposto no Lead, fornecendo ao leitor novas
e compreende normalmente o primeiro parágrafo informações, em ordem cronológica ou de
da notícia. Contém as informações mais importância. Leia a notícia a seguir:
importantes e deve fornecer ao leitor a maior parte
das respostas às perguntas formuladas Asfalto cede e cratera é aberta em
anteriormente. rua no bairro da Mooca, em São
Paulo.
Buraco foi aberto entre as ruas Canuto
Saraiva e Visconde Cairú; uma tubulação de
água passa no local do incidente

Uma cratera se abriu na manhã desta


terça-feira, 8, entre as ruas Canuto Saraiva e
Visconde Cairú no bairro da Mooca, Zona
Leste de São Paulo. O asfalto desabou com
parte da faixa de pedestres, ocasionando o
buraco. Uma tubulação de água passa por
baixo do local onde a cratera foi aberta.
Vídeos e imagens divulgadas nas redes
sociais indicam o rompimento. Marcos
Monteiro, secretário municipal de
Infraestrutura Urbana e Obras, afirmou à
equipe da Jovem Pan que a intervenção no
local é de responsabilidade da Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo
(Sabesp). Questionada, a empresa ainda não
se manifestou sobre um possível vazamento,
mas informou que uma equipe foi enviada ao Enquanto a notícia nos diz no mesmo dia ou
local e está apurando os danos. Segundo no seguinte se o acontecimento entrou para a
a Comgás, a rede de gás não foi impactada. história, a reportagem nos mostra como é que isso
Relatos de moradores da região dão conta de se deu. Tomada como método de registro, a
que a área já foi isolada por agentes da notícia se esgota no anúncio; a reportagem,
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), porém, só se esgota no desdobramento, na
que estão orientando o tráfego de motoristas pormenorização, no amplo relato dos fatos.
e pedestres na região. A SP Trans (São Paulo
Transporte), companhia que realiza a gestão O salto da notícia para a reportagem se dá no
dos ônibus metropolitanos na capital paulista, momento em que é preciso ir além da notificação
informou através das suas redes sociais que a – em que a notícia deixa de ser sinônimo de nota -
circulação dos ônibus no local está afetada e e se situa no detalhamento, no questionamento de
desvios possibilitam a passagem dos causa e efeito, na interpretação e no impacto,
coletivos. adquirindo uma nova dimensão narrativa e ética.
Porque, com essa ampliação de âmbito, a
https://jovempan.com.br/noticias/brasil/asfalto-cede-e-
reportagem atribui à notícia um conteúdo que
cratera-e-aberta-em-rua-no-bairro-da-mooca-em-sao-paulo-
veja-video.html privilegia a versão. Se a nota é geralmente a
história de uma só versão [...], a reportagem é, por
dever e método, a soma das diferentes versões de
um mesmo acontecimento.
REPORTAGEM
[...]É fundamental ouvir todas as versões de um
É uma modalidade de caráter opinativo, que fato para que a verdade apurada não seja apenas
estabelece uma conexão entre o fato central e os a verdade que se pensa que é e, sim, a verdade que
fatos paralelos, questiona causas e efeitos desses se demonstra e tanto que possível se comprova.
fatos, interpretando-os e orientando o leitor sobre
eles. Jornal, história e técnica: as técnicas do
jornalismo. São Paulo: Ática.
Não possui uma estrutura rígida: de modo
geral, é introduzida por um lead e é sempre
encabeçada por um título (que anuncia o fato em
si) e pode ou não apresentar subtítulo. ARTIGO DE OPINIÃO
Na reportagem, o autor desenvolve a narrativa É um texto jornalístico de caráter
pormenorizada dos fatos, compondo-a por meio dissertativo, com assinatura do autor, no qual ele
de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, expressa uma opinião ou comenta um assunto a
pequenos resumos e textos de opinião e depois partir de determinada posição. É uma modalidade
emite sua opinião a respeito do assunto. na qual o articulista geralmente apresenta
opiniões, que refletem apenas a forma como ele
Embora seja um texto de linguagem clara,
compreende e interpreta os fatos.
dinâmica e objetiva (de acordo com o padrão
culto), a maioria dos jornais e revistas brasileiros Leia o artigo de opinião de Leandro Karnal:
costuma empregar uma linguagem mais informal,
dependendo do público a que esses veículos se Por que nunca chegaremos à
destinem. verdade

Leia o excerto abaixo:


Eu não acredito na transparência do olhar
sobre mim ou sobre os outros. O olhar puro e
transparente pressupõe uma essência e uma
capacidade que eu acredito que não sejamos
portadores. Eu não poderia olhar para mim,
porque não tenho uma essência e nem sou doloroso, mas, é mais uma etapa de tornar o
permanentemente algo. Eu sou uma soma de opaco translúcido
muitas coisas e posso ter, sobre mim, opiniões
muito variadas e distintas. Desejar a utopia como transparência,
rejeitar como autismo ontológico a opacidade, e
Uma fábula indiana de que gosto aceitar como realidade subjetiva o translúcido são,
muitíssimo narra que quatro cegos se aproximam hoje, as minhas crenças aos 50 anos. É um pouco
de um elefante. O primeiro cego, que nunca tinha complexo traduzir assim, mas, é a ideia de
visto um elefante diz, ao apalpar seu abdômen, que, sim, é possível ver.
que ele se parece com uma parede. Outro cego
diz que ele se parece com uma corda, ao apalpar Digo isso por que há pessoas que eu
sua cauda. O terceiro diz que ele se parece com conheço que se veem mais do que outras. E há
quatro colunas, ao apalpar suas pernas, e o último pessoas que têm uma ideia de si inteiramente
cego diz que o elefante se parece com uma equivocada, entendendo como equívoco uma
espada, ao apalpar o marfim. Todos os quatro têm ideia única da pessoa sobre si, não compartilhada
razão e todos eles deram uma visão parcial do por mais ninguém ao redor dela. Convivi a vida
elefante. A verdade não é a soma dos quatro, inteira com alunos, professores e colegas que têm
porque o elefante não é uma parede, corda, de si uma ideia inteiramente diferente do que os
colunas e espada: é algo ainda além disso outros pensam dessa pessoa, mas, isso não quer
dizer que a pessoa esteja errada, porque ela
Eu não acredito na transparência. Porém, sozinha pode estar correta e o mundo pode estar
não acredito também que estamos condenados ao errado.
olhar opaco. Ao defender que não existe o olhar
opaco, quero dizer que não estamos condenados Volto à velha ideia do homem que,
ao narciso permanente de nós mesmos num andando na contramão numa estrada, vê todos
espelho, como uma velha que pergunta ao buzinando para ele e ouve no rádio que há um
espelho se haverá alguém mais bela do que ela, e louco andando na contramão, e ele diz: um não,
que só aceita uma resposta ou ameaça quebrar o milhares de loucos andando na contramão.
espelho, caso a resposta não seja aquela Provavelmente, este homem, além de sua falta de
senso de direção, é uma pessoa autocentrada e
Eu não acredito na transparência e nem na feliz.
opacidade do olhar. Eu acredito que o exercício
crítico, a filosofia, a psicanálise, a história, a Leandro Karnal: Por que nunca chegaremos
antropologia, a sabedoria, a idade, a experiência, à verdade
a dor – todas essas coisas podem tornar o meu
olhar cada vez mais translúcido https://www.fronteiras.com/artigos/leandro-karnal-por-que-
nunca-chegaremos-a-verdade
Cada vez mais eu olho para os outros, mas
nunca os verei. Cada vez mais eu olho para mim,
mas nunca captarei, pois sempre me falta a
experiência totalizadora, a última, a absoluta - que EPISTOLAR
é morrer. Logo, nunca terei domínio de tudo, por
que não sei ainda como é morrer. É um texto narrativo, escrito sob a forma de
Como diz Woody Allen: “Não tenho nada carta, que se caracteriza por apresentar opiniões,
contra a morte. Só não gostaria de estar presente.” manifestos e discussões, as quais vão muito além
dos meros interesses pessoais ou utilitários. Texto
Há a ideia de que a morte é a dor, mas, na
verdade, é o último grande aprendizado. Padre que combina paixões e apelos subjetivos com o
Vieira diz que a morte é o espaço entre duas debate de temas abrangentes e abstratos.
portas de diamante e que eu não posso retroceder
diante delas, só avançar. Logo, o medo é natural A partir o renascimento, antes do surgimento
da imprensa jornalística, as cartas exerciam a
Todos falam de uma angústia em quem
está morrendo, em uma vontade de estar função de informar sobre fatos que ocorriam no
acompanhado, mas, ninguém vai conosco. mundo. Por isso, as epistolas de um autor,
Mesmo que seja um avião caindo, mesmo que reunidas, poderiam vir a ser publicadas devido a
seja a pessoa que está do meu lado caindo, ela
seu interesse histórico, literário ou documental,
não vai comigo para o mesmo lugar. Eu não sei
para onde ela vai e não sei para onde ninguém vai. como no caso das Epístolas de São Paulo (na
O resultado é que este aprendizado é o mais Bíblia), destinadas às comunidades cristãs e das
cartas do padre Antonio Vieira e de Pero Vaz de
Caminha.
INTERTEXTUALIDADE
Na modernidade, com difusão dos meios Ocorre quando há um diálogo (implícito ou
eletrônicos de escrita, o gênero epistolar tende a explícito) entre textos ou gêneros textuais. Ela
se reinventar – em outros moldes e estilos, como serve para ilustrar a importância do conhecimento
mensagens de e-mail, por exemplo. de mundo e como este interfere no nível de
compreensão de um texto. Assim, mesmo quando
Leia, abaixo, trechos da Carta de Caminha, não há citação explícita da fonte inspiradora, é
escrita nos primórdios do descobrimento do Brasil, possível reconhecer elementos do outro texto, já
impressa em 1817 pela imprensa Régia do Rio de que ele é normalmente bastante conhecido. Esse
Janeiro: conhecimento, porém não se dá por acaso, nem
por obra da intuição e, sim, pelo exercício da
Senhor
leitura. Quanto mais experiente for o leitor, mais
Mesmo que o capitão-mor desta vossa possibilidades ele terá de compreender os
frota e também os outros capitães escrevam a caminhos percorridos por um determinado autor
vossa alteza a notícia do achamento desta vossa em sua produção e, da mesma forma, mais
Terra Nova que, agora, nesta navegação se achou, possibilidades ele terá de utilizar seus próprios
não deixarei, também, de dar disso minha conta a caminhos.
Vossa Alteza, tal como eu melhor puder ainda que
São exemplos de intertextos: epígrafe (escrita
para bem contar e falar o saiba fazer pior que
introdutória a uma outra); citação (transcrição e
todos. Mas tome Vossa Alteza minha ignorância
texto alheio, marcada por aspas); paráfrase
por boa vontade; e cria, como certo, que não hei
(reprodução do texto do outro, com palavras
de pôr aqui mais que aquilo que vi e me pareceu,
daquele que o reproduz); paródia (forma de
nem para aformosear, nem para afear.
apropriação que, em lugar de endossar o modelo
(...) retomado, rompe com ele, sutil ou abertamente,
visando a ironia ou à critica) e tradução (recriação
Mas o melhor fruto que nela se pode fazer, me de um texto).
parece que será salvar esta gente; e esta deve ser
a principal semente que Vossa Alteza nela deve Em sua forma implícita, a intertextualidade é
lançar. E que não houvesse mais do que ter aqui bastante comum nos textos publicitários e, neste
esta disposição para se cumprir nela e fazer o que caso, serve para persuadir o leitor e levá-lo a
Vossa Alteza tanto deseja, ou seja: consumir um produto ou, até mesmo, para difundir
acrescentamento da nossa Santa Fé. E desta a cultura.
maneira Senhor, dou aqui a Vossa Alteza notícia do
Em sua forma explícita, a superposição de um
que nesta vossa terra vi. E se algum pouco me
texto sobre outro pode promover uma atualização
alonguei, Ela me perdoe, que o desejo que tinha
ou modernização as ideias do primeiro texto,
de vos dizer tudo me fez assim por pelo miúdo.
fazendo chegar ao leitor, de maneira mais efetiva,
Pois que, Senhor, é certo que, assim, neste cargo
o pensamento do autor. Esta forma aparece com
que levo, como em outra qualquer coisa, que de
frequência nos textos utilizados pelas Bancas
Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser, por mim,
examinadoras em provas de concursos. No texto
muito bem servida. A ela peço que, para me fazer
que segue, por exemplo, o poeta Mário Quinatana
singular mercê, mande vir a Ilha de São Tomé,
faz alusão a uma passagem da Bíblia e a uma
Jorge de Osório, meu genro, o que dela receberei
famosa frase do escritor francês Voltaire. Veja:
em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro de vossa ilha de Vera Cruz,
hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.
Da imparcialidade possibilidades de se fazer paráfrases. As mais
comuns são:
A imparcialidade é uma atitude desonesta. Das
duas uma: ou o imparcial está mentindo, traindo,
assim, as suas mais legítimas preferências, ou
a) Substituição Lexical (sinonímia ou
então não passa de um exato robô, mero boneco
antonímia):
mecânico, sem opinião pessoal, sem nada de
humano. I Apesar de ser prolixo, falou apenas o
essencial
Aquela frase de Voltaire, tão citada: “não
creio em uma só palavra do que dizes, mas II Embora não fosse lacônico, falou apenas o
defenderei até a morte teu direito de o dizer. É uma essencial
das coisas mais demagógicas que alguém já
poderia ter inventando. Se achamos que algo é
nocivo, meu Deus, como conseguiremos dormir b) Inversões gramaticais (hipérbatos):
tranquilos sem evitar sua propagação?
I Nada melhor que procurar ajuda divina em
Pilatos também é um exemplo de momentos de crise emocional ou financeira.
imparcialidade. Ao condenar Cristo,
aparentemente deixou de tomar posição. Porém, a II Em momentos de crise emocional ou
realidade insurge-se contra os fatos. Frente à financeira, nada melhor que procurar ajuda divina.
massa, procurou preservar seu governo.
Desempenhou na História uma pontinha. Mas que
pontinha! Condenou um inocente, desconhecido a c) Substituição de orações subordinadas
posteridade. Esqueceu Pilatos, entretanto, que a pelas classes gramaticais correspondentes (ou
verdade deve ser reconhecida e proclamada em vice-versa):
qualquer situação.
I Ele é uma pessoa que tem fé.
Mário Quintana, In: caderno H. Porto Alegre.
II Ele é uma pessoa fervorosa.

EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO
d) Transformação de orações reduzidas em
DE ESTRUTURAS desenvolvidas (ou vice-versa):

I Ele afirma sempre ter fé.

PARÁFRASE: consiste no II Ele afirma sempre que tem fé.


desenvolvimento explicativo (ou interpretativo) de
um texto. A paráfrase é uma espécie de
“tradução” (com palavras da própria língua) e) Transformação de discursos diretos em
das ideias de um texto, sem comentários indiretos (ou vice-versa):
marginais, sem nada acrescentar e sem nada
I O aflito suplicou:
omitir sobre aquilo que está no original. A
paródia, por exemplo, é um tipo de paráfrase - Valha-me, minha Nossa Senhora.
satírica, com intenção crítica, que tem por II O aflito suplicou para que Nossa Senhora o
características a caricatura, a jocosidade e a fuga à velesse.
intenção primeira do autor. Existem várias
PERÍFRASE (ou amplificação):
consiste no emprego de um rodeio de palavras
– e outros adornos de linguagem – para
exprimir, ampliar uma ideia, às vezes, uma
parte de um texto. A perífrase textual é útil ao
escritor porque o leva a tentativas de dizer a
mesma coisa de maneiras diferentes, o que
contribui para o enriquecimento de seu
vocabulário.

RESUMO: é uma condensação fiel das


ideias ou dos fatos contidos no texto original. É
reduzi-lo ao seu esqueleto essencial sem perder de
Os principais mecanismos de coesão
vista três elementos: captar cada uma as ideias
textual são:
relevantes, obedecer à progressão em que elas
se sucedem o encadeamento (correlação) que o
PREPOSIÇÕES – palavras invariáveis
texto estabelece entre cada uma das partes.
que ligam outras palavras, estabelecendo entre
elas determinadas relações de sentindo e de
dependência.
SÍNTESE: consiste em reunir em um todo
As preposições podem ser:
coerente, estruturado e homogêneo,
conhecimentos referentes a um domínio particular. Essenciais (sempre têm essa função): a, ante,
Na síntese, é importante agrupar os fatos após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,
particulares em um todo, dando-lhes uma visão perante, por, sem, sob, sobre, trás.
geral.
Acidentais (circunstanciais, pois podem
MECANISMOS DE COESÃO pertencer a outras classes gramaticais): afora,
conforme, consoante, durante, exceto, fora,
TEXTUAL mediante, tirante, salvo, segundo.

A coesão de um texto é decorrente das Ao ligarem os termos, as


relações de sentindo que se operam entre os seus
preposições podem estabelecer
elementos. Muitas vezes, a compreensão de um
termo depende da interpretação de outro ao qual
relações de:
ele faz referência.
Assunto: O ministro falou sobre Educação.
Os elementos de que a língua dispõe para
Causa: Ele vibrava de
relacionar termos ou segmentos na construção de
entusiasmo.
um texto são os recursos vocabulares, sintáticos
e semânticos – chamados de conectivos, Companhia: Estava com o
coesivos ou conectores. secretário particular.
Direção/sentido: Depois
seguiu para o Sul.

Especialidade: Ele é
especialista em Sociologia.
Instrumento: Atrapalhou-se Para mim ela está mentindo (referência); ter
com o microfone. Lugar: Ele água para dois dias apenas (tempo); nascer para o
mora em Brasília. trabalho (finalidade); ser inteligente para não cair
numa cilada (consequência); vou para Goiânia
Matéria: Aqui comprou uma bota de avião.
(lugar) – neste caso, para dá a ideia de estada
Meio: Certamente voltará de avião. permanente ou definitiva, ao contrário da
Oposição: Mostrou-se contra a estatização do preposição „a‟, que exprime breve regresso. Desse
ensino. modo, vamos para o céu ou para o inferno, já que
Origem: Na verdade, é natural de Maceió. de tais lugares não há regresso.
Posse: Em Brasília, hospeda-se na
casa de Erundina. Entre outras...

CONJUNÇÕES – palavras invariáveis


Uma mesma preposição pode
atribuir ideias distintas a um texto. que ligam duas orações ou duas palavras de
Portanto, desista de decliná-las apenas mesma função em que oração. Podem ser:
e atente para os possíveis sentidos que
podem trazer ao contexto. Observe:
Coordenativas ligam orações, estabelecendo
Ficar de pé (modo); morrer de
entre elas apenas dependência semântica. São
fome (causa); pulseira de ouro
elas: aditivas, adversativas, alternativas,
(material); maço de cigarros
conclusivas e explicativas.
(conteúdo); casa de Luís (posse); falar
de futebol (assunto); descendente de
alemães (origem); viajar de avião
(meio); atitude de imbecil Subordinadas ligam orações, estabelecendo
(semelhança), etc. relação de dependência semântica e gramatical, ou
seja, uma oração é termo de outra. São elas:
Cuidado!!! integrantes, causais, comparativas, concessivas,
condicionais, conformativas, consecutivas,
temporais, finais e proporcionais.
A preposição de não deve contrair-se com:
O artigo que precede o sujeito de um verbo. As orações se apresentam como elementos
capazes de estabelecer relações de significado ao
Ex: É tempo de a polícia agir com eficácia.
texto. A troca de uma conjunção por outra muda
O artigo que faz parte de um título. completamente a relação semântica o período.
Observe:
Ex: O fato de O Globo ter noticiado a
negociação... a) Todos os seres humanos são iguais e
nenhum é superior ou inferior aos outros. (e =
adição entre as orações)
Tratar com carinho (modo); ficar pobre com a b) Todos os seres humanos são iguais,
inflação (causa); vinho se faz com uva (matéria); ir portanto nenhum é superior ou inferior aos
ao cinema com o Jonas (companhia); jogar com outros. (portanto = relação de conclusão)
(contra) os argentinos (oposição).
c) Todos os seres humanos são iguais, porque
Escrever em francês (modo); televisor em nenhum é superior ou inferior aos outros. (porque
cores (qualidade/estado); pagar em cheque (meio); = relação de causa e feito)
ficar em casa (lugar); pedir em casamento
(finalidade).
Observe as ideias atribuías por determinas Certos elementos de coesão servem para
conjunções e expressões estabelecer gradação entre os componentes de
uma escala. Alguns (mesmo, até, até mesmo)
O conectivo “e” anuncia o
situam a ideia no topo da escala; outros (ao
desenvolvimento do discurso e não a
menos, pelo menos, no mínimo) situam-na no
repetição do que foi dito antes; indica uma
progressão semântica que adiciona, que plano mais baixo. Exemplos:
acrescenta um dado novo. É necessário
tomar cuidado na análise dessa conjunção, “O homem é ambicioso, quer ser dono de
pois em alguns casos, seu uso se constitui bens materiais, da ciência, o próprio semelhante;
apenas um recurso estilístico: serve para até mesmo o futuro e da morte”.
enfatizar uma ideia!
“É preciso garantir ao homem seu bem-estar:
o lazer, a cultura, a liberdade, ou, no mínimo, a
O mecanismo Ainda serve para introduzir moradia, o alimento e a saúde”.
mais um argumento a favor de determinada
conclusão ou incluir um elemento a mais dentro de Os conectivos que estabelecem ao mesmo
um conjunto qualquer. Exemplo: “o nível de vida tempo uma relação de contradição e de concessão
dos brasileiros é baixo porque os salários são (embora, ainda que, mesmo que) servem para
pequenos. Convém lembrar ainda que os serviços admitir um dado contrário e depois negar seu valor
públicos são extremamente deficientes”. e argumento. É preciso ficar atento ao seu uso, pois
se essa relação não for apropriada, deixará o
Alguns termos servem para introduzir um enunciado descabido. Veja:
argumento decisivo (Aliás, além do mais, além de
tudo, além disso), apresentado como acréscimo, “Embora o Brasil possua um solo fértil e
como se fosse desnecessário, justamente para dar imensas áreas de terras plantáveis, vamos resolver
o golpe final no argumento contrário. Exemplo: o problema da fome”.
“Os salários estão cada vez mais baixos porque o
processo inflacionário diminui consideravelmente
seu poder de compra. Além de tudo, são PRONOMES RELATIVOS –
considerados como renda e taxados com
pronomes que retomam um termo já citado numa
impostos”.
oração, substituindo- o no início da oração
Algumas expressões (isto é, quer dizer, ou seguinte. Veja:
seja, em outras palavras) introduzem
esclarecimentos, retificações, desenvolvimento ou
Eu trouxe os lápis. Você
desdobramento da ideia anterior. Exemplo: precisará desses lápis. Eu
“Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade trouxe os lápis de que você
em relação aos fatos, isto é, de seu não precisará.
comprometimento com nenhuma as forças em
ação no interior a sociedade”.
Os pronomes relativos podem ser:
Alguns conectivos adversativos (mas, todavia,
Variáveis: o/a qual, os/as quais; cujo(s),
porém, contudo, entretanto) marcam oposição
cuja(s); quantos(s), quantas(s).
entre dois enunciados ou dois segmentos do texto.
Não é possível ligar, por meio desses conectivos, Invariáveis: que, quem, onde, como, quando.
segmentos que não se oponham.
Principais características dos pronomes
relativos:
1°) Os relativos sempre iniciam uma nova
oração.
6°) Os relativos onde, aonde: essas duas
Visitaremos a cidade / onde eu nasci. formas sempre indicam lugar e têm empregos
Oração A Oração B diferentes.

Onde – indica “lugar em que”. Exemplo:

2°) A maioria das bancas examinadoras do país Fui à cidade onde você nasceu. (quem nasce,
gosta de cobrar os pronomes relativos atrelados à nasce em).
regência (nominal ou verbal). Exemplos:
Aonde – indica “lugar a que”. Exemplo:
Ele é o rapaz a cujas ideias me refiro.
Conheço a cidade aonde você vai. (quem vai,
Ele é o rapaz de cujas ideias vai a ).
discordo.

Ele é o rapaz com cujas ideias


concordo. 7°) Os relativos quanto(s) e quanta(s) são
precedidos de tudo, todo, tanto (e variações).
Ele é o rapaz de cujas ideias Exemplos:
desconfio.
Esqueceu-se de tudo quanto prometera.

Todos quantos assistiram ao filme


3°) O relativo que: ficaram decepcionados.

a) Pode retornar palavras que nomeiam Você quer provas de concurso? Pois pegue
pessoas ou coisas. tantas quantas quiser.

Ex: O rapaz que chegou é meu vizinho. (o qual)

8°) O relativo como tem sempre as palavras


“modo”, “maneira” ou “forma” como
Pode se referir aos demonstrativos o, a, os, as.
antecedentes e equivale semanticamente a pelo
Ex: Sei o que você faz neste lugar! (o = aquilo) qual (e variações). Exemplos: Contaram-se a
maneira como você se comportou.

(pela qual)
4°) O relativo quem só é usado para retomar
palavras que designam pessoas. Vamos acertar o modo como irei trabalhar.

Ex: Ela é a pessoa com quem você conversava. (pelo qual)

5°) Os relativos cujo(a), cujos (as) são usados 9°) O relativo quando sempre terá um
entre dois substantivos, estabelecendo entre eles antecedente que dê ideias de tempo. Nesse caso,
uma ideia de posse. ele equivale semanticamente a em que. Veja os
exemplos:
Discutiremos um assunto cujas causas são
complexas. Era chegado o dia quando teríamos que
resolver o caso.
(cujas causas = as causas do assunto)
(em que)
Exemplo: Brasil e Uruguai são dois países sul-
americanos. Aquele foi colonizado pelos
Bendita a hora quando você apareceu aqui!
portugueses; este, pelos espanhóis.
(em que)
Aquele – Brasil (citado primeiro);

Este – Uruguai (citado por último).

PRONOMES
DEMONSTRATIVOS – pronomes que
situam elementos dentro do texto, ou seres – no
MECANISMOS DE
tempo e no espaço – em relação a cada uma das REFERÊNCIA NO ESPAÇO
três pessoas gramaticais. São eles:

(Têm função dêitica) – localizam seres ou


MECANISMOS DE coisas no espaço.

ARTICULAÇÃO TEXTUAL Usa-se este, esta, isto, deste, desta,


disto, neste, nesta e nisto para o que
(Têm função anafórica e catafórica) – está próximo da pessoa que fala.
servem para situar elementos no contexto
linguístico. Usa-se esse, essa desse, dessa, nesse
e nessa para o que está próximo da
pessoa com quem se fala.

Esse, essa, isso, nesse, nessa, nisso, desse,


dessa e disso são termos anafóricos (retomam o Aquele, aquela, aquilo, naquele, naquela,
que foi mencionado). naquilo, daquele, daquela e daquilo indicam o
que está longe de quem fala e também longe de
quem ouve.

Este, esta, isto, neste, nesta, nisto, deste, Exemplo: “O que é aquilo que está lá no fim
desta e isto são termos catafóricos (referem-se ao da rua?”
que será mencionado).

Aquele(s), aquela(s), aquilo são usados –


MECANISMOS DE
conjuntamente com os pronomes este(s), esta(s) REFERÊNCIA NO TEMPO
– para fazer referência a elementos já citados.
Sendo assim: (Têm função dêitica) – localizam seres
ou coisas no tempo.

Este, esta, isto, neste, nesta, nisto, deste,


Aquele (e variações) – refere-se ao elemento
desta e disto indicam um tempo presente atual.
citado primeiro;
Exemplo: “Este ano tem sido muito bom para
Este (e variações) – refere-se ao elemento quem quer passar em um concurso público”. (ano
citado por último. de 2009).
Usa-se esse, essa, isso, nesse, nessa, nisso,
desse, dessa e isso indicam um tempo passado ou
futuro, mas não muito distante. Paralelismo semântico é a
relação de semelhança (correspondência de
Exemplos: “A seleção brasileira jogará no
sentidos) quanto ao sentido das orações. Observe
Chile nesse fim de semana.”
os exemplos:
Aquele, aquela, aquilo, naquele, naquela,
1) Nas ondas da praia quero ser feliz
naquilo, daquele, daquela e daquilo indicam um
tempo distante. Nas ondas do mar quero me afogar (Manuel
Bandeira) (Nesse caso, o paralelismo ocorre pela
Exemplos: “Mudei para Brasília há vinte
correspondência do desejo, da atração pelo mar e
anos. Naquela época aqui não havia tantos
pela morte).
mendigos nas ruas”.
2) A semente que tu semeias, outro colhe;

A riqueza que tu achas, outro guarda;


Atenção!
As roupas que tu teces, outro veste;
Os pronomes adjetivos (último, penúltimo,
antepenúltimo, anterior, posterior) e os numerais
ordinais (primeiro, segundo, etc.) também podem As armas que tu forjas, outro empunha.
ser usados para se fazer referências em geral. (Shelley) (Nesse caso, o paralelismo põe em relevo
o mesmo tema: quem faz alguma coisa não a faz
para si; ou ainda, ninguém usufrui dos bens que

FATORES LINGUÍSTICOS DE produz).

Anúncio de uma exposição das obras de


COESÃO TEXTUAL:
Salvador Dali, no MASP:
PARALELISMOS E DÊIXIS
“Quem viu, viu. Quem não viu, ainda pode
ver”.

Nesse caso, houve uma quebra intencional do


Paralelismo sintático é a paralelismo, que seria algo como “Quem não viu,
combinação de palavras em estruturas sintáticas não viu ou “quem não viu, não vai ver mais”. Por
que se repetem ao longo o texto. Nesse caso, não meio dessa quebra, o anunciante procura atrair a
se repetem as palavras, mas a mesma construção atenção do leitor e persuadi-lo a ver a exposição
sintática (o mesmo tipo de sujeito, seguido do enquanto há tempo.
mesmo tipo de verbo com o mesmo tipo de
complemento, etc.). O paralelismo sintático serve
para mostrar que os sentidos transmitidos pelas
construções paralelas mantêm entre si algum tipo DÊIXIS
de simetria ou de assimetria. Exemplos:
Os elementos dêiticos têm a função de
Nas ondas da praia quero ser feliz / Nas ondas localizar entidades no contexto espaço-temporal,
do mar quero me afogar. social ou discursivo, já que eles apontam para
elementos exteriores ao texto e mudam de sentido
Os amores (estão) na mente / As flores (estão)
conforme o contexto, isto é, não possuem valor
no chão / A certeza (está) na frente / A história
semântico em si mesmos, podendo variar a cada
(está) na mão.
nova enunciação. Observe o exemplo da manchete
de um jornal:
PRÁTICA I
ONTEM, AQUI, CAIU UM TEMPORAL
Questão 1)
(A compreensão que se terá da ideia expressa
Ensinar o leitor-aluno a fixar objetivos e a ter
pelos advérbios “ontem” e “aqui somente será
possível pela situação do texto, ou seja, necessito estratégias de leitura, de modo a perceber que
saber em que cidade e em que data tal texto foi esta depende da articulação de várias partes
publicado). que formam um todo. É, então, um pressuposto
metodológico a ser considerado. O leitor está
inserido num contexto e precisa considerar isso
Dêixis pessoal indica as pessoas do para compreender os textos escritos. Em sala de
discurso, permitindo selecionar os participantes na aula, configuram- -se como estratégias de
interação comunicativa. Integram este grupo: preparação para a leitura as ações de descobrir
pronomes pessoais (tu, me, nós etc.);
conhecimentos prévios dos alunos, discutir o
determinantes e pronomes possessivos (meu,
vosso, seu, teu, etc.); sufixos flexionais de número vocabulário do texto, explorar a seleção do
e pessoa (falas, falei, falamos, etc.) bem como tema do texto, do assunto tratado, levantar
vocativos. palavras-chave ligadas a esse tema/ assunto, e
exercitar inferências sobre o texto.

Espírito Santo (Estado). Secretaria da Educação. Ensino


Dêixis temporal localiza os fatos no fundamental: anos finais: área de Linguagens e Códigos /
tempo, tomando como ponto de referencia o Secretaria da Educação. Vitória: SEDU, 2009, p. 69. v.1.
momento da enunciação. Os elementos que
desempenham esta função são advérbios, O ato de \"exercitar inferências sobre o texto\"
locuções adverbiais ou expressões denotativas de pressupõe desenvolver atividades pedagógicas
tempo, como por exemplo: amanhã, ontem, na que permitam ao leitor-aluno
semana passada, de noite, na semana seguinte, à
tarde, etc. a) ler em voz alta o texto de leitura.

b) localizar informações explícitas no texto.

Dêixis espacial assinala os elementos c) apreender informações implícitas no texto.


espaciais, tendo como referência o lugar em que
foi feita a enunciação, evidenciando a relação de d) destacar o que é do seu interesse no texto.
maior ou menor proximidade em relação aos
e) produzir novo texto com base no texto lido.
lugares ocupados por locutor e interlocutor. Os
elementos que cumprem esta função são
advérbios e locuções adverbiais de lugar (aqui, lá,
lá de cima, perto de), determinantes e pronomes
demonstrativos (esse, aquela, a outra), bem como Questão 2)
alguns verbos que indicam movimento (chegar,
TEXTO I
entrar, subir).

O controle dos genes envolvidos no processo


de envelhecimento será uma das maiores
conquistas da história da sociedade humana. A Do lado de fora dos muros da Febem, a
grande maioria das doenças, entre elas o realidade da infância no Brasil é igualmente
câncer, o diabetes e os problemas cardíacos, revoltante. Segundo dados do IBGE, 40% das
está relacionada ao envelhecimento e crianças brasileiras entre zero e 14 anos vivem
raramente acomete os jovens. Em sua versão em condições miseráveis, ou seja, a renda
final, o controle genético do processo de mensal familiar não passa de metade do salário
envelhecimento resultará em pessoas que se mínimo.
mantêm por muito tempo com saúde física
O desafio é tão dramático que muita gente
semelhante à de um jovem de 20 anos. Mas o
acaba dando de ombros, convencida de que se
corpo humano na sua forma atual não é
chegou a uma situação da qual não há retorno.
compatível com a imortalidade física. Nem é
É um erro. Neste momento, milhares de ONGs
nosso objetivo criar pessoas imortais. Para nós,
estão demonstrando como boas ideias, um
o importante é como se vive durante a velhice.
pouco de dinheiro e muita disposição podem
Não se trata de prolongar simplesmente a
mudar essa realidade para melhor. Se elas
velhice de forma indefinida, com velhos vivendo
conseguem realizar transformações positivas
limitadamente, mas de garantir que as
em universos limitados, o bom senso indica que
condições físicas da juventude sejam mantidas
basta copiar o exemplo apropriado. Estima-se
por mais tempo.
que só as fundações (...) estejam investindo 500
TEXTO II milhões de reais por ano numa infinidade de
programas de cunho educacional, cultural,
Com a morte da mãe, o lar desmoronou e o
esportivo, de saúde, de lazer e até mesmo de
menino foi internado, por ordem judicial, em
estímulo a iniciativas governamentais bem-
um orfanato da cidade de Pirajuí, onde ficou até
sucedidas. Estão mostrando como é possível, se
os 17 anos. Quando saiu, voltou para casa,
não resolver o problema de milhões, pelo
reencontrou o pai e os irmãos, mas nenhuma
menos prevenir o de centenas de milhares e
esperança. Vivia de biscates, trabalhou num
recuperar outros tantos.
mercado e numa borracharia, depois na
lanchonete. Até que um dia atendeu um rapaz Os três fragmentos indicam, explícita e
forte e espigado no balcão. \"Como você implicitamente, um aspecto importante para as
conseguiu ficar assim?\", perguntou Claudinei. finalidades a que se propõem. Trata-se do
\"Fazendo atletismo\", respondeu o outro, aspecto de
orgulhoso. No dia seguinte, começava a tardia
a) relações interpessoais.
carreira de campeão. \"A vida transformou o
Claudinei num forte\", diz Jayme Netto Júnior, b) empenho coletivo.
seu treinador no Clube Funilense de Presidente
c) condição de saúde.
Prudente, interior de São Paulo. \"Quanto maior
a pressão, maior é a sua capacidade de d) confiança no futuro.
superação.\"
e) descrença na humanidade.
TEXTO III
Questão 3)

O acervo do Museu da Língua Portuguesa é o


nosso idioma, um \"patrimônio imaterial\" que
não pode ser, por isso, guardado e exposto em
uma redoma de vidro. Assim, o museu, De acordo com o cartum, subentende-se que
dedicado à valorização e difusão da língua
a) a maioria das pessoas são ignorantes, mas
portuguesa, reconhecidamente importante
entendem a necessidade de conhecimento.
para a preservação de nossa identidade cultural,
apresenta uma forma expositiva diferenciada b) o conhecimento é tratado como uma
das demais instituições museológicas do país e ameaça.
do mundo, usando tecnologia de ponta e
c) as pessoas não entendem a curiosidade
recursos interativos para a apresentação de
alheia.
seus conteúdos.

Disponível em: www.museulinguaponuguesa.org.br. d) o público é formado por pessoas


Acesso em: 16 ago. 2012 (adaptado). analfabetas.

De acordo com o texto, embora a língua e) o conhecimento é apresentado como


portuguesa seja um \"patrimônio imaterial\", entretenimento.
pode ser exposta em um museu. A relevância
desse tipo de iniciativa está pautada no Questão 5)
pressuposto de que

a) a língua é um importante instrumento de


constituição social de seus usuários.

b) o modo de falar o português-padrão deve


ser divulgado ao grande público. Pode-se inferir quanto às informações que

c) a escola precisa de parceiros na tarefa de a) o personagem adulto observa a ação da


valorização da língua portuguesa. criança com paternalismo.

d) o contato do público com a norma-padrão b) a ação do jovem é um reflexo de sua


solicita o uso de tecnologia de última geração. condição social.

e) as atividades lúdicas dos falantes com sua c) a reação do homem foi inesperada devido à
própria língua melhoram com o uso de recursos sua resposta.
tecnológicos.
d) os problemas sociais não podem ser

Questão 4) entendidos como razões de algo.

e) pode-se perceber um tratamento igualitário


da vida aos personagens.
Questão 6)

As mães deploram as más escolhas dos filhos, e


os pais lastimam o provável futuro de sua prole.

Os verbos \"deplora\" e \"lastima\" mantêm


entre si relação de

a) sinonímia.

b) antonímia binária.

c) antonímia inversa.

d) antonímia gradativa.

e) hiperonímia.
A polissemia também pode estar presente nas
Questão 7) histórias em quadrinhos e tirinhas. O efeito
humorístico da tirinha foi produzido pelo(a)

a) uso do termo "Falaí".

b) referência à luta.

No contexto da tira, a palavra que apresenta c) efeito sonoro provocado pela onomatopeia
caráter polissêmico é "POW".

a) treinando. d) jogo de sentidos provocados pelo uso da


palavra "sujo".
b) coelho.
e) displicência de Hagar ao fazer o
c) academia.
questionamento ao amigo.
d) pensou.
Questão 9)
e) escrever.
Assinale a opção com um par de palavras (em
Questão 8) negrito) que possa caracterizar uma antonímia
gradativa:

a) "Tudo o que está morto como fato, continua


vivo como ensino". (Victor Hugo)

b) "Entre mãe e filho se gera um laço maior que


a vida e um amor que tudo supera."

c) "O tempo é a imagem móvel da eternidade


imóvel." (Platão)
d) "Quente, frio, amargo ou doce o que a) opção pela abordagem, em linguagem
importa é que o beijo contenha amor e paixão." simples e direta, de temas filosóficos e o
nacionalismo.
e) "Há mais felicidade em dar do que receber".
(Jesus Cristo) b) prevalência do lirismo amoroso e intimista
em relação à temática nacionalista e a temática
Questão 10 materialista.

Cárcere das almas c) refinamento estético da forma poética e o


tratamento metafísico de temas universais.
Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,

d) evidente preocupação do eu lírico com a


Soluçando nas trevas, entre as grades
realidade social expressa em imagens poéticas
Do calabouço olhando imensidades, inovadoras e o engajamento político.

Mares, estrelas, tardes, natureza. e) liberdade formal da estrutura poética que


dispensa a rima e a métrica tradicionais em
Tudo se veste de uma igual grandeza
favor de temas do cotidiano e a subjetividade.
Quando a alma entre grilhões as
liberdades Questão 11)

Sonha e, sonhando, as imortalidades Saudade

Rasga no etéreo o Espaço da Pureza. Hoje que a mágoa me apunhala o seio,

Ó almas presas, mudas e fechadas E o coração me rasga atroz, imensa,

Nas prisões colossais e abandonadas, Eu a bendigo da descrença, em meio,

Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! Porque eu hoje só vivo da descrença.

Nesses silêncios solitários, graves, À noite quando em funda soledade

que chaveiro do Céu possui as chaves Minh’alma se recolhe tristemente,

para abrir-vos as portas do Mistério?! P’ra iluminar-me a alma descontente,

CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Se acende o círio triste da Saudade.


Fundação Catarinense de Cultura / Fundação Banco do
Brasil, 1993. E assim afeito às mágoas e ao tormento,

São elementos formais e temáticos E à dor e ao sofrimento eterno afeito,


relacionados com o contexto cultural do
Para dar vida à dor e ao sofrimento,
Simbolismo encontrados no poema Cárcere das
almas, de Cruz e Sousa, o(a) Da saudade na campa enegrecida

Guardo a lembrança que me sangra o peito,


Mas que no entanto me alimenta a vida. Da saudade na campa enegrecida

Augusto dos Anjos Guardo a lembrança que me sangra o


peito,
A partir da leitura do poema, podemos afirmar
que o eu lírico está Mas que no entanto me alimenta a vida.

a) triste, uma vez que a falta de alguém o Os versos que melhor indicam a contradição do
dilacera. eu lírico são

b) solitário, porque a mulher que ele amava a) Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
morreu.
E o coração me rasga atroz, imensa.
c) amargurado, já que não realizou os sonhos
b) À noite quando em funda soledade
que tinha.
Minh’alma se recolhe tristemente.
d) irritado, porque sente saudade de alguém
que morreu. c) E assim afeito às mágoas e ao tormento,

e) agressivo, porque sente raiva de todas as E à dor e ao sofrimento eterno afeito,


pessoas ao seu redor.
d) Porque eu hoje só vivo da descrença

Questão 12)
À noite quando em funda soledade

Leia o poema de Augusto dos Anjos para


e) Guardo a lembrança que me sangra o peito,
responder à questão:
Mas que no entanto me alimenta a vida.
Saudade
Questão 13)
Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
\"Era uma casa enorme que parecia estar
E o coração me rasga atroz, imensa,
deserta; estava maltratada, mas não sei porque
Eu a bendigo da descrença, em meio, me veio pensar que nesse mau tratamento
havia mais desleixo e cansaço de viver que
Porque eu hoje só vivo da descrença.
mesmo pobreza.
À noite quando em funda soledade
Devia haver anos que não era pintada. As
Minh’alma se recolhe tristemente, paredes descascavam e os beirais do telhado,
daquelas telhas vidradas dos outros tempos,
P’ra iluminar-me a alma descontente,
estavam desguarnecidos aqui e ali, como
Se acende o círio triste da Saudade. dentaduras decadentes ou malcuidadas.

E assim afeito às mágoas e ao tormento, Olhei um pouco o jardim e vi a pujança


vingativa com que a tiririca e o carrapicho
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
tinham expulsado os tinhorões e as begônias.
Para dar vida à dor e ao sofrimento, Os crótons continuavam, porém, a viver com a
sua folhagem de cores mortiças. Bati. Custaram- Do esforço; e a trama viva se construa
me a abrir. Veio, por fim, um antigo preto
De tal modo, que a imagem fique nua,
africano, cujas barbas e cabelo de algodão
davam à sua fisionomia uma aguda impressão Rica mas sóbria, como um templo grego.
de velhice, doçura e sofrimento.\"
Não se mostre na fábrica o suplício
BARRETO, Lima. O homem que falava javanês.
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
O trecho apresentado pode ser interpretado
Sem lembrar os andaimes do edifício:
dentro da narrativa como
Porque a beleza, gêmea da Verdade,
a) uma passagem que demonstra o
preconceito do autor com a figura do negro, Arte pura, inimigo do artifício,
algo muito comum nos tempos em que fora
É a força e a graça na simplicidade.
escrito o conto.
BILAC, Olavo. Poema digitado e conferido por mim
b) o indicativo de resistência dos valores da
mesmo, publicado em Antologia poética − Porto
casa-grande que não se deterioram com o Alegre, RS: L&PM, 2012. p. 68.
tempo.

c) uma volta à idealização dos costumes da


A partir da leitura do poema, pode-se afirmar
classe abastada em descrever prioritariamente
que o texto é um modelo de poesia parnasiana
a casa patriarcal.
porque Bilac
d) o posicionamento do olhar descritivo que
a) apresenta uma linguagem simples e
desqualifica a casa burguesa, representando os
informal.
seus valores de classe negados e que nos textos
românticos foram tão elogiados. b) faz uso do soneto, confirmando o rigor
formal.
e) o indicativo de ressurgimento da elite
burguesa, que não poderia ficar muito tempo c) deixa claro quão fácil é criar um soneto.
longe do seu patamar de destaque.
d) trata o fazer poético como algo rotineiro.
Questão 14)
e) compara o poeta a um homem displicente.
A um poeta
TEXTO PARA QUESTÕES 15 E 16
Longe do estéril turbilhão da rua,
Uma vela para Dario
Beneditino, escreve! No aconchego
Dario vem apressado, guarda-chuva no
Do claustro, na paciência e no sossego, braço esquerdo. Assim que dobra a esquina,
diminui o passo até parar, encosta-se à parede
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
de uma casa [...]. Dois ou três passantes
Mas que na forma se disfarce o emprego rodeiam-no e indagam se não está bem. Dario
abre a boca, move os lábios, não se ouve TREVISAN, Dalton. \"Uma vela para Dario\". In: Ítalo
Moriconi (org.). Os cem melhores contos brasileiros do
resposta. O senhor gordo, de branco, diz que
século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 279-280.
deve sofrer de ataque.

Ele reclina-se mais um pouco, estendido na Questão 15)

calçada, e o cachimbo apagou. O rapaz de Identificamos termo adverbial indicando


bigode pede aos outros que se afastem e o circunstância de modo em
deixem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho,
a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, a) "encosta-se à parede de uma casa."

Dario ronca feio, bolhas de espuma surgem no b) "Ele reclina-se mais um pouco."
canto da boca.
c) "Dario ronca feio."
A velhinha de cabeça grisalha grita que ele
está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi d) "Dario levou duas horas para morrer."

da esquina. Já no carro a metade do corpo,


e) "A cabeça agora na pedra."
protesta o motorista: quem pagará a corrida?
Concordam chamar a ambulância. Dario
conduzido de volta e recostado à parede — não
tem os sapatos nem o alfinete da pérola da Questão 16)
gravata.
Na oração \"Ocupada a loja próxima pelas
Alguém informa da farmácia na outra rua. pessoas que apreciam o incidente [...]\", o termo
Não carregam do mais, muito peso. É largado destacado funciona como agente da ação do
na porta de uma peixaria. [...] verbo \"ocupar\". Uma oração em que também
há agente da passiva, porém implícito, é
Ocupado o café próximo pelas pessoas que
apreciam o incidente e, agora, comendo e a) "Dois ou três passantes rodeiam-no [...]"
bebendo, gozam as delícias da noite. Dário fica
b) "Já no carro a metade do corpo, protesta o
torto como o deixaram, no degrau da peixaria,
motorista [...]"
sem o relógio de pulso. [...]
c) "Dario conduzido de volta e recostado à
A última boca repete — Ele morreu, ele
parede [...]"
morreu. A gente começa a se dispersar. Dario
levou duas horas para morrer, ninguém d) "Alguém informa da farmácia na outra rua
acreditava que estivesse no fim. [...] [...]"

Fecham-se uma a uma as janelas e, três horas e) "A gente começa a se dispersar."
depois, lá está Dario à espera do rabecão. A
cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo
sem a aliança. O toco de vela apaga-se às
primeiras gotas da chuva, que volta a cair.
Questão 17) Sabe-se que existem diferentes formas de falar
podem contribuir para a construção da
Leia a tirinha abaixo:
identidade de diversos grupos humanos . Em
outras palavras , pode-se partilhar uma mesma
variedade linguística.

O trecho acima aproxima-se da variação


denominada

a) Intertextual

b) técnica

c) regional

d) situacional

e) social
Disponível em:
http://www.google.com.br/images?q=tiras+do+charlie+ Questão 19)
brown
Na sentença O racismo, baseado em
A articulação dos modos e das formas nominais
preconceito, nasce da discriminação, o fato de a
dos verbos, nos quadrinhos, permite apreender,
expressão baseado em preconceito vir entre
por exemplo, características relevantes quanto
vírgulas indica que
ao(à)
a) todo racismo se apoia em preconceito
a) ideia de início do processo verbal, pelo
emprego do particípio. b) há um racismo apoiado em preconceito e
outro não apoiado em preconceito
b) aspecto inacabado do processo verbal, pelo
uso do infinitivo. c) há diferença entre o racismo apoiado e o não
apoiado em preconceito
c) encerramento do processo verbal, pela
utilização do imperativo. d) há mais racismo apoiado em preconceito do
que racismo não apoiado em preconceito
d) aspecto momentâneo do processo verbal,
pelo uso do particípio. e) há menos racismo apoiado em preconceito
do que racismo apoiado em preconceito
e) aspecto durativo do processo verbal, pelo
emprego do gerúndio. Questão 20)

Questão 18)

TEXTO
e) rigidez quanto aos preceitos normativos da
língua, conforme o uso do imperativo em
"Procure a filial mais próxima de você!".

Questão 21)

Motivadas ou não historicamente, normas


prestigiadas ou estigmatizadas pela
comunidade sobrepõem-se ao longo do
território, seja numa relação de oposição, seja
de complementaridade, sem, contudo, anular a
interseção de usos que configuram uma norma
nacional distinta da do português europeu. Ao
focalizar essa questão, que opõe não só as
normas do português de Portugal às normas do
português brasileiro, mas também as chamadas
normas cultas locais às populares ou
vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas
normas se consolidaram em diferentes
momentos da nossa história e que só a partir do

Divulgação século XVIII se pode começar a pensar na


bifurcação das variantes continentais, ora em
No cartaz, a estratégia de aproximação com o consequências de mudanças ocorridas no
leitor, a qual visa à adesão de doadores, decorre Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os
em função, dentre outros aspectos, de marcas territórios.
linguísticas que manifestam

a) uso de jargão técnico, a exemplo do CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.;
emprego das formas nominais "agasalho" e BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de Gramática: descrição e
uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).
"doação".

b) predomínio de linguagem regionalista,


O português do Brasil não é uma língua
como em "Com a Cruz Vermelha o calor é de
uniforme. A variação linguística é um fenômeno
qualidade!".
natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas.
c) acentuado grau de formalidade, a exemplo Ao considerar as variedades linguísticas, o texto
de "Separamos as doações nos tamanhos mostra que as normas podem ser aprovadas ou
certos para quem passa frio". condenadas socialmente, chamando a atenção
do leitor para a
d) concessão ao registro mais informal e à
interlocução, como em "Se serve pra você, a) desconsideração da existência das normas
também servirá pra quem tem frio". populares pelos falantes da norma culta.
b) difusão do português de Portugal em todas Resposta Correta: C
A alternativa C é a correta, pois \"academia\" pode
as regiões do Brasil só a partir do século XVIII. significar lugar de treino físico ou lugar em que se
reúnem escritores.
c) existência de usos da língua que caracterizam Resolução 8
uma norma nacional do Brasil, distinta da de Resposta Correta: D
A alternativa D é a correta, pois a palavra \"sujo\" tanto
Portugal. se refere à sujeira física do personagem quanto à
sujeira que se refere à falta de honestidade.
d) inexistência de normas cultas locais e
Resolução 9
populares ou vernáculas em um determinado Resposta Correta: D
A alternativa D é a correta, pois a relação entre os
país. antônimos quente/frio são opostos em uma escala
crescente (frio, morno, quente)
e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os
Resolução 10
usos frequentes de uma língua devem ser Resposta Correta: C
A alternativa C é a correta, pois é perceptível o cuidado
aceitos. com a linguagem, a musicalidade, a subjetividade e a
abordagem da questão mística (metafísica) em que o
GABARITO COMENTADO corpo é visto como cárcere da alma do eu-lírico.

Resolução 1 Resolução 11
Resposta Correta: C Resposta Correta: A
A alternativa C é a correta, pois exercitar inferências A alternativa A é a correta, pois o eu-lírico apresenta
implica deduzir, compreender as informações que uma tristeza profunda que beira ao desespero e, como
estão presentes no texto, especialmente o que está o próprio nome do poema indica, sente a ausência de
implícito, subjacente. alguém em sua vida.

Resolução 2 Resolução 12
Resposta Correta: D Resposta Correta: E
A alternativa D é a correta, pois em todos os textos há A alternativa E é a correta, pois ao mesmo tempo em
a percepção de que o futuro pode ser promissor se que o eu-lírico guarda a lembrança que o mata, que o
houver empenho pessoal ou coletivo e houver a crença faz sangrar de dor, essa lembrança alimenta a alma. O
de que o futuro pode trazer boas coisas. uso da conjunção adversativa \"no entanto\" já dá um
indicativo de que as ideias são opostas.
Resolução 3
Resposta Correta: A Resolução 13
A alternativa A é a correta, pois o museu é muito Resposta Correta: D
relevante para a representação da língua portuguesa A alternativa D é a correta, pois o trecho evidencia de
como parte da identidade cultural do povo brasileiro, o maneira muito clara a decrepitude com que é descrita a
que contribui para a constituição social dos usuários. casa e o olhar condescendente, quase amoroso, com
que descreve a pessoa afrodescendente que vem
Resolução 4 atender o narrador-personagem.
Resposta Correta: B
A alternativa B é a correta, pois o cartum mostra o Resolução 14
quanto a leitura, geradora de conhecimento, é Resposta Correta: B
considerada uma ameaça para as pessoas que não A alternativa B é a correta, pois trata-se de um soneto
leem, mostrando um homem com um livro sendo em que há um rigor formal, em que se observam rimas
tratado como um bandido armado. ricas e versos decassílabos. O eu-lírico, Beneditino, ao
escrever no aconchego do claustro, \"na paciência e no
Resolução 5 sossego, trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!\". Nos
Resposta Correta: B versos, fica evidente o quanto é trabalho duro o fazer
A alternativa B é a correta, pois a falta de educação poético. Nas estrofes seguintes, evidencia que o poema
(sinalizada pelo adulto) é uma das tantas ausências na não deve mostrar todo esse sofrimento que houve para
vida da criança carente, sendo todas reflexos das produzi-lo.
condições sociais precárias.
Resolução 15
Resolução 6 Resposta Correta: C
Resposta Correta: A A alternativa C é a correta, pois o advérbio \"feio\"
A alternativa A é a correta, pois os verbos destacados modifica a forma verbal \"ronca\", indicando modo.
são sinônimos, ou seja, têm o mesmo significado, a Poderia ser substituído por \"feiamente\".
mesma carga semântica.
Resolução 16
Resolução 7
Resposta Correta: C
A alternativa C é a correta, pois está implícito que Dario PRÁTICA II
foi conduzido e recostado à parede por alguém, agente
da voz passiva, que fez a ação de recostá-lo e conduzi-
lo.
Bohemian Rhapsody, do diretor Bryan
Resolução 17 Singer, é uma cinebiografia do Freddie
Resposta Correta: E Mercury, e não do Queen
A alternativa E é a correta, pois as formas verbais no
gerúndio, como \"mastigando\" e \"olhando\" indicam Entendido isso, a imersão na história de Farrokh
que a ação é contínua, não sendo momentânea, ou Bulsara, nascido em Zanzibar, em 1946, é imediata.
seja, ocorrem de forma duradoura, repetitiva, durativa. Em mais de duas horas, o filme conta como Farrokh
encontra os membros fundadores do Queen, se
Resolução 18
Resposta Correta: E transforma em Freddie Mercury e inicia a escalada
A alternativa E é a correta, pois na conversão da voz cada vez mais rápida rumo ao sucesso. Com
ativa para a passiva o objeto passa a ser o sujeito, bastante ênfase na concepção e produção do
mantendo-se o tempo verbal e utilizando-se da locução mítico álbum A Night at the Opera, quarto disco de
verbal de voz passiva: \"coisas sem importância
estúdio da banda. […] Algumas imprecisões
voltassem a ser faladas\".
podem incomodar a alguns fãs do Queen, como
Resolução 18 eu. Principalmente, porque a produção executiva
Resposta Correta: E do filme ficou a cargo de Brian May e Roger Taylor,
Sem dúvidas , os falantes de uma mesma língua têm respectivamente guitarrista e baterista fundadores
diferentes idades , pertencem a classes
da banda.
socioeconômicas distantes , como também níveis de
escolarização e atividades profissionais , BOHEMIAN Rhapsody, do diretor Bryan Singer, é
caracterizando os diferente contextos sociais nos quais uma cinebiografia do Freddie Mercury, e não do
estão inseridos.
Queen. Whiplash. Disponível em:
Resolução 19 <https://whiplash.net>. Acesso em: 14 fev. 2019.
Resposta Correta: A
A expressão entre vírgulas denota um valor explicativo, 1. Em relação ao gênero textual, o fragmento é
que generaliza o sentido.
um exemplo de
Resolução 20 A. sinopse, haja vista que se limita a resumir
Resposta Correta: D trechos do filme analisado.
A Campanha do Agasalho, já tradicional em muitas B. resenha, já que avalia de forma pessoal e
localidades do país, estabelece como principal
finalidade a adesão de doadores de roupas e crítica a peça cinematográfica.
cobertores – novos ou em bom estado – para pessoas C. resumo, visto que destaca passagens
carentes. Nesse sentido, a campanha se direciona a centrais do enredo cinematográfico.
um variado público leitor, portanto recorre à linguagem D. reportagem, uma vez que esmiúça em
coloquial, como no uso da forma coloquial \"pra\", e
detalhes os bastidores da produção
estabelece interlocução com o leitor por meio do
pronome \"você\", como forma de estratégia de artística.
aproximação. E. artigo de opinião, pois defende um
posicionamento pessoal acerca da obra em
Resolução 21 questão.
Resposta Correta: C
O texto é muito claro e objetivo quando, na passagem
\"que opõe não só as normas do português de Portugal
RESOLUÇÃO
às normas do português brasileiro\", afirma a existência
de usos da língua que marcam um padrão brasileiro a) (F) A sinopse consiste em um breve resumo da obra anali-
diferente do de Portugal. sada, enquanto o texto em questão analisa criticamente o
filme. b) (V) O texto é caracterizado como uma resenha, pois
analisa criticamente aspectos relevantes da obra analisada,
no caso, o filme Bohemian Rhapsody. c) (F) O foco do texto
não são passagens centrais do enredo, que ocorre de forma
mais superficial, mas a análise crítica do filme. d) (F) O texto
faz uma análise crítica da obra pautada em impressões
pessoais do autor, o que foge dos objetivos de uma
reportagem. e) (F) Não se trata de um artigo de opinião, pois
não há um tema (assunto) alvo de discussão. Há uma análise
crítica de uma obra cinematográfica.
Com seus rodopios embriagantes, o Sama
Quando a maioria da população, com razão, procura colocar o dançarino em harmonia com o
está escandalizada com a violência que impera nas movimento dos astros e do cosmos, produzindo
cidades do país, um outro número não recebe nele uma forma de êxtase místico. Os movimentos
tanta atenção quanto os cerca de 60 mil corporais e os exercícios mentais, bem como a
assassinatos registrados anualmente no Brasil. respiração ritmada dos dervixes dançantes,
Segundo estimativas oficiais, cerca de 80 mil associados à música da flauta pastoril na qual são
pessoas serão vitimadas por acidentes de trânsito. executados, são o produto de um método especial
Da mesma forma que todos condenam o grande destinado a colocar o discípulo em afinidade com
número de mortes violentas por conta do tráfico a corrente mística. Rumi organizou suas danças de
de drogas, entre outras causas, pouca atenção é acordo com o que considerava a melhor maneira
dada para o massacre que ocorre no trânsito. Da de desenvolver nos discípulos as experiências
mesma forma que se pede mais educação, sufistas: “Isso foi feito, como revelam antigos
devemos nos lembrar que a educação no trânsito documentos, em harmonia com a mentalidade e o
é mais do que importante. temperamento da gente de Konya (Turquia).
Imitadores tentaram exportar o sistema para fora
TRÂNSITO mata mais do que assassinatos no Brasil. Jornal do dessa área cultural, mas disso resultou que eles só
Comércio. ficaram com uma pantomima, e o efeito original
Disponível em: <https://www.jornaldocomercio.com>. dos movimentos desapareceu.”
Acesso em: 27 fev. 2019. (adaptado)
CAMARGO, Giselle Guilhon Antunes. Entre o
camelo e o leão a dialética do giro dervixe: uma
2. A principal opinião expressa no editorial
etnografia do Sama – a dança girante dos
anterior é o fato de que a(s)
dervixes da ordem Sufi Mevlevi. Disponível em:
A. sociedade está chocada com o número de
<https://repositorio.ufsc.br>. Acesso em: 23 fev.
homicídios.
2019.
B. violência no trânsito não é considerada um
assunto importante.
3. A linguagem corporal descrita tem sua
C. educação para o trânsito é negligenciada
manifestação associada à
no currículo escolar brasileiro.
D. mortes por acidentes de trânsito A. adaptação à multiplicidade de expressões
superaram o número de homicídios. religiosas locais.
E. mortes por acidentes de trânsito não B. incorporação de elementos oriundos da
geram tanta comoção quanto as por diversidade cultural mundial.
violência. C. busca por transcendência espiritual em um
RESOLUÇÃO contexto cultural determinado.
D. necessidade de reprodução da dimensão
a) (F) De fato, isso é dito no texto, mas o caráter opinativo do humana física em meio à natureza.
texto é evidenciado, principalmente, na manifestação de que
as pessoas não mostraram a mesma comoção com a
E. difusão de práticas corporais e religiosas
violência no trânsito. b) (F) A opinião expressa no texto não é para a atração de discípulos pelo mundo.
a de que as pessoas não consideram a violência no trânsito
algo importante. O que o texto afirma é que as pessoas
deveriam se importar mais com o problema. c) (F) Embora o RESOLUÇÃO
texto mencione a importância da educação no trânsito, a
opinião principal se concentra no fato de a sociedade a) (F) As raízes da dança giratória (Sama ou Sema) dos
minimizar o problema da violência no trânsito. dervixes (praticantes da prática meditativa) na Turquia estão
ligadas ao sufismo, corrente mística islâmica que utiliza músi-
d) (F) A informação do texto é a de que as mortes por ca e dança como formas de comunhão com a divindade.
acidentes de trânsito, em breve, irão superar aquelas Assim, percebe-se, pelo texto, que essa manifestação
causadas por homicídios. Trata-se de uma informação que corporal está associada a uma determinada expressão
serve de sustentação à tese de que as pessoas se preocupam religiosa, e não à multiplicidade de expressões locais. b) (F)
menos do que deveriam com o problema da violência no Embora haja, no sufismo (corrente mística na qual a dança
trânsito. e) (V) De fato, no entendimento do editorial, as giratória dos dervixes se insere), traços culturais com origens
pessoas minimizam a gravidade do problema, a despeito de ligadas a outras correntes religiosas, o texto não permite a
que as mortes por acidentes de trânsito irão superar as por compreensão de que são incorporados elementos de
homicídio. Resposta correta: E culturas diversas nessa expressão corporal. c) (V) O texto
apresenta o Sama como uma prática corporal meditativa, em
que, por meio da dança, deseja-se alcançar um estado de
plena comunhão com o divino. Essa busca pode ser notada
em todo o texto quando há referências ao “êxtase
místico”, a “movimentos corporais e exercícios mentais” produção do texto não é o aspecto responsável pelo
etc. Nota-se, ainda, a busca daquele que desenvolveu o reconhecimento da fusão entre os dois gêneros, afinal
Sama, Rumi (século XII), pela associação dessa dança ao grupos de WhatsApp são criados nos mais diversos
contexto cultural específico da Turquia. d) (F) Os dervixes, contextos, assim como as charges. d) (F) A temática
por meio do Sama, com base no texto, procuram, na abordada não é algo que permitiria associar, por si só, a
verdade, uma comunhão plena com a manifestação divina. charge à página ou a mensagens do aplicativo em questão.
Assim, não é correto afirmar que há uma busca pela e) (F) O suporte da mensagem de WhatsApp geralmente é a
reprodução da dimensão física humana, mas por uma tela de um celular, enquanto o suporte da charge pode ser
transcendência espiritual. e) (F) Como pode ser visto nas tanto virtual quanto impresso, como páginas de jornais. Esse
últimas linhas do texto, o grande objetivo dos praticantes da aspecto não está explícito no texto e não constitui o
religião não é a atração de discípulos pelo mundo, visto que elemento que permite relacionar os dois gêneros. Resposta
é defendida a “restrição” do Sama ao contexto cultural da correta: B
Turquia. Resposta correta: C

4. O texto apresenta fusão de traços


característicos de dois gêneros textuais. O
principal elemento que possibilita identificar
essa fusão é o(a)
A. propósito comunicativo.
B. estrutura composicional.
C. contexto de produção.
D. temática abordada.
E. suporte utilizado. 5. A peça publicitária retratada tem o objetivo de
incentivar uma mudança de comportamento
RESOLUÇÃO no leitor por meio do(a)
a) (F) No texto, que funde características de charge e página
A. divulgação de formas de se evitar acidentes
de grupo de WhatsApp, o propósito comunicativo que se entre ciclistas.
sobressai é o da charge, pois chama a atenção para um B. incentivo para que os motoristas respeitem
assunto de interesse da sociedade. A página do aplicativo os ciclistas.
serve apenas para ilustrar a mensagem que o chargista quer
C. indução à condução de veículos em alta
passar. Portanto, o propósito comunicativo não é o elemento
que permite identificar a fusão entre os gêneros. b) (V) O velocidade.
texto apresenta a fusão de traços característicos dos gêneros D. informação aos motoristas sobre suas
página de grupo de WhatsApp e charge, configurando um obrigações.
caso de hibridização ou intergenericidade. O elemento que E. alerta aos ciclistas sobre os riscos no
possibilita a identificação dessa fusão é a estrutura
composicional do texto, o qual tem características de uma
trânsito.
charge, pois possui um formato quadrado, trata de um RESOLUÇÃO
assunto pertinente para a sociedade e traz a assinatura do
chargista. Além disso, parodia uma página de grupo do a) (F) Embora o foco da peça seja a proteção dos ciclistas no
aplicativo WhatsApp, contendo o nome do grupo (“Animais trânsito, o cartaz não explicita formas de evitar acidentes.
em Extinção”), os nomes dos participantes (Arara-azul, Além disso, o enunciado solicita a mudança de compor-
Lobo-guará etc.), a data das mensagens, a foto do perfil do tamento que se deseja provocar no leitor. b) (V) O objetivo
grupo etc. Essa foi uma forma que o chargista encontrou da peça publicitária é mostrar, por meio de apelo visual, as
para expor, de forma atualizada, simulando uma rede social, consequências do desrespeito ao ciclista por parte do
a lista de animais em extinção, mostrando qual animal pas- motorista, buscando levar este a respeitar as pessoas que
sou a fazer parte da lista e qual saiu dela. c) (F) O contexto de
utilizam a bicicleta nas vias. c) (F) Na verdade, é o oposto. A confiabilidade a ela, pois o provérbio é tido como
peça argumenta que atletas devem superar limites, mas “verdade”. b) (F) A interjeição é utilizada no texto, mas não
motoristas não, o que faz referência ao fato de que não se é dado a ela destaque em relação ao restante da mensagem.
deve dirigir em alta velocidade. d) (F) Embora a atenção aos Além disso, o uso da interjeição não tem o propósito de
ciclistas seja uma obrigação dos condutores de veículos, a paralisar as pessoas, mas de alertá-las. c) (F) A expressão fake
peça não lista as obrigações dos motoristas. news é utilizada por corresponder ao assunto tratado na
propaganda, e não como uma estratégia de convencimento
e) (F) O foco da peça são os condutores de veículos, o que do leitor. d) (F) Embora o zeugma possa dar mais
torna incorreta a alternativa. Resposta correta: B expressividade à mensagem, não é utilizado nesse caso
como um recurso que contribua para o convencimento do
leitor, mas apenas com a função de evitar a repetição do
verbo. e) (F) O destaque dado à palavra confiabilidade,
assim como à palavra fonte, tem o propósito de chamar a
atenção do leitor para os aspectos que ele deve analisar ao
receber uma notícia, mas não é uma estratégia utilizada no
anúncio para convencer o público a confiar na mensagem da
propaganda. Resposta correta: A

TEXTO I

Embora não seja reconhecido como um


gênero literário – sendo associado às tendências
de vanguarda e ao minimalismo –, os
“microcontos” ganharam um grande número de
adeptos nas duas últimas décadas. Mesmo não
havendo nenhuma regra clara, uma das definições
para o microconto seria o limite de 150 caracteres,
incluindo espaços.

Disponível em: <https://www.revistabula.com>.


Acesso em: 25 fev. 2019. (adaptado)
6. No texto verbal da campanha, destaca-se
como estratégia de convencimento o uso do(a) TEXTO II
A. provérbio, que evoca uma sabedoria
“Uma gaiola saiu à procura de um pássaro.”
popular e promove a aproximação das
Franz Kafka
pessoas com a mensagem.
B. interjeição “cuidado”, que tem o 7. Além da peculiaridade mencionada no texto I,
propósito de paralisar as pessoas, outro aspecto do gênero microconto que pode
deixando-as sem ação diante das fake ser evidenciado no texto II é o(a)
news. A. necessidade de adaptação aos meios
C. expressão fake news, com a qual as pessoas tecnológicos.
já se sentem familiarizadas devido à B. simplicidade da discussão em torno de
utilização frequente dela na mídia. fatos cotidianos.
D. zeugma após a palavra “também”, o C. crítica direcionada à prolixidade literária
qual evita a repetição do verbo tradicional.
“enganar” e dá mais expressividade à D. reflexão sobre temas de cunho filosófico-
mensagem. moral.
E. destaque dado à palavra E. trabalho com o poder interpretativo do
“confiabilidade”, que pode despertar a leitor.
empatia do público, levando-o a confiar na
mensagem do anúncio.
RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO

a) (V) O uso do provérbio “As aparências enganam” é um a) (F) Apesar de o gênero microconto estar associado à con-
recurso que possibilita uma aproximação maior da campanha temporaneidade pela similaridade com padrões de limites de
com o público, pois se trata de uma expressão conhecida e caracteres de determinadas redes sociais, a autoria do texto
que evoca a sabedoria popular. As pessoas geralmente têm II em questão permite perceber que o objetivo primordial
familiaridade com esse tipo de mensagem e atribuem desse microconto não é a adaptação à tecnologia. b) (F) A
concisão vocabular, apesar de expressar, muitas vezes, E. dificuldade de algumas pessoas em se
simplicidade, no caso em questão, abre precedentes para a preparar para o mercado de trabalho.
complexidade de assuntos amplos e profundos, vindos de
uma “janela” aberta, a qual permite entrever horizontes
encobertos. c) (F) Não há, nem na estrutura nem no tema
RESOLUÇÃO
abordado pelo texto II, uma crítica plausível à literatura
tradicional, pois a pretensão é outra: a oferta de
a) (F) A autora critica justamente o excesso de proteção, em-
possibilidades criativas ao leitor. d) (F) Apesar de o texto em
bora não fale diretamente do comportamento dos pais em
questão possibilitar uma reflexão de cunho filosófico, não se
relação aos filhos. b) (V) Ao discorrer sobre aspectos das
pode generalizar e afirmar que essa é uma característica do
novas gerações, a autora critica o excesso de proteção que
gênero microconto. e) (V) Além do limite de caracteres que
os jovens creem ter na atualidade, pois, para ela, isso não os
orienta a composição dos microcontos, uma das
ajuda a conviver com as frustrações. Os jovens, na visão da
características que podem ser percebidas nesse gênero é a
autora, acreditam que foram destinados ao sucesso, mas, na
abertura às possibilidades interpretativas do leitor.
verdade, é importante eles saberem que todos acabam
Geralmente, a escrita concisa desses textos abriga histórias
passando por problemas um dia. c) (F) A autora fala da
que vão ganhando forma de acordo com a recepção
tecnologia para demonstrar que os jovens nascem cada vez
daqueles que entram em contato com o microconto.
mais preparados para conviver com essas novas ferramentas,
Resposta correta: E
mas não que eles têm a obrigação de se preparar para o
futuro tecnológico. d) (F) A autora não enfatiza o fato de não
haver pessoas acostumadas à competição contemporânea,
mas destaca a necessidade de estas estarem preparadas para
Meu filho, você não merece nada lidar com as frustrações inevitáveis advindas dessa dinâmica.
e) (F) O mercado de trabalho não é uma preocupação da au-
A crença de que a felicidade é um direito tem
tora, pois ela expressa uma ideia mais geral, sobre a vida
tornado despreparada a geração mais preparada como um todo. Resposta correta: B

Ao conviver com os bem mais jovens, com


aqueles que se tornaram adultos há pouco e com
aqueles que estão tateando para virar gente
grande, percebo que estamos diante da geração
mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais
despreparada. Preparada do ponto de vista das
habilidades, despreparada porque não sabe lidar
com frustrações. Preparada porque é capaz de usar
as ferramentas da tecnologia, despreparada
porque despreza o esforço. Preparada porque
conhece o mundo em viagens protegidas,
despreparada porque desconhece a fragilidade da
matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito,
porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o 9. As mídias digitais de comunicação
patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar modificaram diversos hábitos e
a partir da dor. comportamentos. A tirinha, de forma bem-
humorada, reproduz algumas dessas
BRUM, Eliane. Meu filho, você não merece nada.
mudanças no ambiente escolar, relacionadas
Época, 11 jul. 2011. Disponível em:
principalmente ao(à)
<http://revistaepoca.globo.com>. Acesso em: 3
A. comportamento dos alunos.
dez. 2018.
B. documentação de informações.
C. infraestrutura das salas de aula.
8. No texto apresentado, a autora procura
D. didática ao transmitir o conteúdo.
dialogar com o público na tentativa de E. falta de atenção aos professores.
convencê-lo sobre a
A. falta de atenção dos pais em protegerem
seus filhos dos problemas.
RESOLUÇÃO
B. necessidade de se conviver bem com os
fracassos inevitáveis da vida. a) (F) A mudança não está relacionada à disciplina dos
C. obrigação dos jovens de se preparar para o alunos, pois fica implícito que as conversas paralelas e a
dispersão já faziam parte do cotidiano escolar. b) (V) A
futuro tecnológico que virá.
documentação ou registro do conteúdo ministrado, que
D. escassez de pessoas acostumadas a antes se dava por meio da cópia escrita do conteúdo
lidarem com o mundo competitivo atual. transmitido na lousa, agora se dá com uma foto tirada de um
smartphone. c) (F) A infraestrutura, de acordo com a tirinha, do advérbio indicam que o sentido almejado no ato
não sofreu alterações significativas. Permanece o uso de comunicativo, muitas vezes, é alcançado pelo uso
lousa e giz ou pincel. d) (F) A forma de transmitir conteúdos, complementar das linguagens verbal e corporal, e não
de acordo com a tirinha, permaneceu tradicional, com a apenas desta última. d) (F) Não é possível inferir das
cópia do conteúdo reproduzido em lousa. e) (F) A falta de informações do verbete que o sentido de um enunciado
atenção aos professores, que ocorre na tira, não está resulte, principalmente, da interpretação do interlocutor. O
relacionada a uma mudança trazida pelas mídias digitais. que é considerado no verbete é a relação entre linguagem
Resposta correta: B verbal e gestos na produção de sentido. e) (V) As
informações contidas no verbete mostram que, nas acepções
3 e 4, o uso do advérbio assim geralmente é acompanhado
de gestos feitos com as mãos, indicando quantidade ou
tamanho; esses gestos são essenciais, em alguns casos, para
o entendimento do que está sendo dito. Dessa forma,
compreende-se que o sentido almejado no ato
comunicativo, muitas vezes, depende do uso complementar
das linguagens verbal e não verbal. Resposta correta: E

Os memes se tornaram o formato de


imagem característico da internet. […]
Agregadores de linguagem, constituem o que o
filósofo francês Jacques Rancière chamou de
“frase-imagem”. Um formato em que o texto
não funciona como complemento explicativo da
imagem nem a imagem ilustra o texto, mas os dois
elementos encadeiam-se para produzir um
terceiro sentido.
O termo meme foi cunhado muito antes da
internet pelo biólogo inglês Richard Dawkins, em
1976, em O gene egoísta. Na teoria de Dawkins, o
meme é uma unidade replicadora que se alastra
por imitação, sempre sujeita à mutação e à mistura,
e que funciona como resistência crítica. Isso
porque nos dá o poder “de nos revoltar contra
10. Alguns dicionários apresentam informações nossos criadores” e de “nos rebelar contra a
que estão além da análise estrutural da língua. tirania dos replicadores [os genes] egoístas”. Foi
No verbete, as informações relacionadas ao nos anos 2000 que o termo ganhou força e a
uso do advérbio “assim” mostram que, no compreensão que temos na atualidade,
ato de comunicar, muitas vezes, o sentido explodindo nas redes sociais. […]
almejado
BEIGUELMAN, Giselle. Ocupar os memes é
A. prescinde da linguagem corporal.
preciso. Revista Zum, 30 maio 2018.
B. dispensa o conhecimento do código verbal.
Disponível em: <https://revistazum.com.br>.
C. provém do uso de gestos sem linguagem
Acesso em: 23 set. 2018.
verbal.
D. resulta principalmente da interpretação do
interlocutor. 11. Considerando o que é dito no texto sobre a
E. depende da união entre as linguagens origem do termo meme, identifica-se que a
verbal e não verbal. atribuição dessa nomenclatura ao gênero
textual tem um caráter
RESOLUÇÃO
A. eufêmico, pois promove humor e suaviza as
a) (F) As informações sobre o uso do advérbio, no verbete, críticas veiculadas nessas imagens.
indicam justamente o contrário, ou seja, que, muitas vezes, a B. antonomástico, pois substitui o nome real
linguagem corporal acompanha a expressão verbal. b) (F)
do gênero por outro nome mais sugestivo.
Conforme indicado nas informações sobre o uso do ad-
vérbio, a utilização de gestos, nesse caso, dá-se em conjunto C. onomatopaico, pois a palavra imita o som
com a expressão por meio do código verbal, sendo o que acompanha essas imagens na internet.
conhecimento do código verbal (língua portuguesa),
portanto, imprescindível. c) (F) Como já exposto nos
comentários anteriores, as informações relacionadas ao uso
D. irônico, pois remete ao contrário da
significação que o termo adquiriu no 12. Os gêneros textuais presentes no dia a dia
contexto original. apresentam diferentes linguagens e recursos
E. metafórico, pois resulta do uso de um expressivos como elementos de caracterização.
termo de outro contexto por relação de Com base na leitura do texto e na identificação
semelhança. dele como um editorial, é possível identificar
como seu elemento constitutivo o(a)
RESOLUÇÃO A. presença de opinião de cunho crítico
emanada por um jornalista de prestígio.
a) (F) O humor é um dos aspectos característicos do gênero
meme, mas provém do conteúdo verbal e não verbal
B. emprego de adjetivações e afirmações
apresentado em exemplares do gênero, e não do uso do categóricas como marcas argumentativas.
termo meme para nomear o gênero. b) (F) O uso do termo C. predomínio de uma abordagem
meme ocorre devido à ausência de outra nomenclatura para informativa com foco na impessoalidade e
o gênero textual em questão, e não em substituição à sua
imparcialidade.
nomenclatura real. c) (F) A palavra meme não constitui uma
onomatopeia. Sua origem etimológica é mímesis, D. confronto de pontos de vista heterogêneos
“imitação”, em grego. Além disso, a palavra não imita os acerca da realidade das escolas públicas
sons que acompanham os memes na internet. d) (F) A brasileiras.
atribuição do termo meme ao gênero textual não remete a E. uso de dados de fontes oficiais com o
um sentido contrário ao que o termo adquiriu em seu
contexto original, mas deve-se justamente a uma relação de
objetivo principal de explicitar o
semelhança com esse sentido original, que diz respeito a posicionamento do censo.
uma unidade que se replica e alastra por imitação. e) (V)
Conforme evidencia o texto, na teoria biológica de Richard RESOLUÇÃO
Dawkins, “o meme é uma unidade replicadora que se
alastra por imitação, sempre sujeita à mutação e à mistura, e a) (F) De fato, o texto apresenta uma opinião; porém, por se
que funciona como resistência crítica”. Assim, a atribuição tratar de um editorial, ela não pertence a um jornalista
dessa nomenclatura ao gênero tem um caráter metafórico, específico, e sim ao meio de comunicação. b) (V) De fato,
pois provém de uma relação de semelhança entre este e o para ressaltar a precariedade da educação brasileira, o texto
significado de meme no contexto biológico, afinal o gênero, apela para adjetivos – inquietante, degradante, precário etc.
assim como o meme de Dawkins, caracteriza-se por alastrar- – e afirmações categóricas, contundentes – “O cenário que
se rapidamente (mas na internet), está sujeito a sofrer emerge das estatísticas é desolador”, “O pior é que
alterações e pode ter conteúdo crítico. Como já se trata de escolas desequipadas muitas vezes não têm nem mesmo
um emprego corrente, a metáfora, nesse caso, constitui uma eletricidade”, “O Censo fala por si”. c) (F) O texto não é
catacrese. Resposta correta: E imparcial. Por ser o editorial um gênero do tipo
argumentativo, sua função é emitir um juízo de valor, uma
opinião. d) (F) Não há uma divergência entre pontos de vista.
Todas as informações apresentadas dizem respeito à
O Censo Escolar é uma inquietante denúncia da
precariedade das escolas públicas brasileiras. e) (F) O
realidade das escolas públicas, no contexto de posicionamento apresentado no texto não é o do Censo
deficiências que o Brasil não consegue reduzir. […] Escolar, e sim do jornal que publica o texto. A referência aos
O cenário que emerge das estatísticas é desolador dados visa a corroborar a opinião do jornal.
para um país que tem assumido a condição de Os serviços de streaming oferecem uma solução
protagonista internacional. […] Apenas 29% das para a indústria fonográfica e para o setor da
escolas dispõem de um espaço para abrigar livros, radiofonia, no qual as características da
tão precário que nem sempre pode ser chamado comunicação no ambiente digital exigem repensar
de biblioteca. Para quem reclama da falta de a maneira de lidar com os conteúdos sonoros e a
aparelhos e de acesso à internet, a secretária de relação entre profissionais de rádio e ouvintes. Seu
Educação Básica informa que, por mais absurdo modelo de negócio é baseado em uma experiência
que pareça, isso não é o mais grave. O pior é que de consumo de conteúdos digitais que substitui a
escolas desequipadas muitas vezes não têm nem lógica da compra de um disco pelo acesso a uma
mesmo eletricidade. […] O Censo fala por si: grande quantidade de fonogramas hospedados
mesmo com tarefas bem definidas, todas as nas redes digitais, permitindo que seu desfrute
esferas de poder têm falhado, ressalvadas as possa ser realizado sem que se precise baixar,
exceções. Se cada um fizesse o que deve, o retrato arquivar e organizar esse conteúdo em dispositivos
da estrutura do ensino público do país não seria individuais. Por essas características, eles já foram
tão degradante. entendidos como plataformas sociais de música,
EDITORIAL: Educação e desigualdade. Opinião Zero Hora. sistemas telemáticos que simulam estações de
Disponível em: <http://wp.clicrbs.com.br>. Acesso em: 3 set. rádio, mídias sociais de base radiofônica. Na
2018. (adaptado) prática, porém, podem ser mais bem descritos
como portais de consumo, promoção e circulação são usadas como provas em processos judiciais.
de conteúdos sonoros, operando também como Assim como o culto da mercadoria, o culto da
mídias sociais, ou de modo articulado a estas, fotografia também se origina do apagamento do
constituindo espaços híbridos de comunicação papel do sujeito na produção do objeto. É como se
social e consumo cultural que escapam às as fotos brotassem do relacionamento entre duas
tentativas de classificação generalizantes. coisas: a lente da câmera e a cena. Para o senso
KISCHINHEVSKY, M.; VICENTE, E.; DE MARCHI, L. comum, boas máquinas produzem boas fotos,
Em busca da música infinita: os serviços de independentemente da intervenção do homem.
streaming e os conflitos de interesse no mercado PULS, Mauricio. Verdadeiro ou falso. Revista Zum,
de conteúdos digitais. Fronteiras – Estudos 27 maio 2017. Disponível em:
midiáticos, 17(3), 302-311. 2015. (adaptado) <https://revistazum.com.br>. Acesso em: 25 out.
2018. (adaptado)
13. A definição de serviços de streaming,
apresentada no texto, revela uma preocupação 14. De acordo com o texto, no entendimento do
do autor em senso comum, a fotografia é uma captação fiel
A. diferenciar esse tipo de serviço, da realidade. No texto, uma marca linguística
demonstrando euforia quanto a esse meio que introduz um fato que se contrapõe a esse
de consumo de música. entendimento é a
B. estabelecer o que são esses serviços na A. conjunção subordinativa “embora”.
prática, para além do entendimento teórico B. locução conjuntiva “assim como”.
sobre o tema. C. locução prepositiva “em vez de”.
C. criticar os usuários de internet que D. construção “é como se”.
consomem música por meio desses E. expressão “tanto que”.
serviços.
D. propor uma nova utilização para esses RESOLUÇÃO
serviços na indústria musical.
a) (V) A conjunção subordinativa concessiva embora é
E. partilhar experiências pessoais na utilização utilizada para expressar algo que se contrapõe ao fato
desses serviços. mencionado na oração principal, mas que não o impede de
ser possível. Assim, a informação de que as fotografias
RESOLUÇÃO resultam de ações humanas, estando, portanto, sujeitas a
serem provenientes de um ponto de vista, contraria a ideia
a) (F) No excerto apresentado, o autor procura definir o que de que a fotografia é uma projeção fiel e imparcial dos
são os serviços de streaming, diferenciando-os dos meios acontecimentos, mas não impede o fato de as pessoas
tradicionais de consumo de música, mas não demonstra considerarem essa projeção fiel. b) (F) A locução conjuntiva
euforia, apenas faz uma análise objetiva do que ele entende “assim como” está comparando, no texto, o culto da
que seriam esses serviços. b) (V) O autor revela uma mercadoria ao que o autor chama de “culto da fotografia”.
preocupação, ao final do excerto, em explicitar o que são os A semelhança entre os dois conceitos estaria no fato de
serviços de streaming na prática, pois todas as definições haver o apagamento do sujeito na produção do objeto, ou
apresentadas anteriormente eram teóricas, abrangendo seja, no caso da fotografia, o culto
aspectos técnicos dos serviços, mas que não definiam o que estaria em conceber a imagem como retrato imparcial e fiel
eles são de fato no cotidiano das pessoas. c) (F) O autor não da realidade, independentemente do fotógrafo. c) (F) A
apresenta críticas aos serviços ou aos usuários, mas discorre locução prepositiva “em vez de” não introduz um fato que
sobre os primeiros de forma mais analítica. d) (F) Não há se contrapõe ao entendimento mencionado, mas
proposição do autor nesse sentido, apenas uma tentativa de é utilizada, no texto, para contrapor a fotografia, que é
definir o que são os serviços de streaming, tanto na teoria proveniente de instrumentos mecânicos e digitais, a
como na prática. e) (F) O autor não partilha suas próprias desenhos, pinturas e esculturas, deixando claro que, para a
experiências com os serviços nem se declara um usuário maioria das pessoas, a fotografia é mais fiel à realidade. d) (F)
deles. Ele se propõe apenas a analisar e definir o que são A expressão “é como se” é utilizada no texto para unir
esses serviços. Resposta correta: B dois períodos que se relacionam por uma ideia de
exemplificação. e) (F) A expressão “tanto que” é utilizada
no texto para introduzir um fato que exemplifica o que foi
mencionado anteriormente.
[…] Muitas pessoas acreditam que as Resposta correta: A
imagens fotográficas não mentem porque são
captadas por meio de instrumentos mecânicos e
digitais, em vez de serem desenhadas, pintadas ou Lembrete
esculpidas. Embora sempre resultem de ações Se procurar bem, você acaba encontrando
humanas, as fotografias são vistas como projeções não a explicação (duvidosa) da vida,
fiéis e imparciais dos acontecimentos, tanto que
mas a poesia (inexplicável) da vida.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Corpo. 21. ed. 16. A progressão textual no poema
Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 99. drummondiano se dá por um recurso
A. eufemístico, suavizando as dúvidas para o
15. A obra de Carlos Drummond de Andrade é interlocutor.
permeada de diferentes manifestações B. personificador, com o eu lírico
poéticas. No poema em questão, o eu lírico representando a incerteza.
estabelece relações C. sonoro, repetindo as consoantes para criar
A. épicas, simulando a estrutura de grandes um baque.
poemas narrativos. D. anafórico, retomando elementos e
B. metafísicas, refletindo sobre o sentido de acrescentando outros.
sua própria existência. E. sinestésico, misturando sentidos e
C. sentimentais, declarando o seu apreço pela sensações do eu lírico.
poesia concretista.
RESOLUÇÃO
D. saudosistas, utilizando a poesia como
a)(F) A intenção não é atenuar as dúvidas do interlocutor, e
metáfora de sua infância. sim salientá-las; por isso, este é questionado o tempo inteiro.
E. sociais, questionando hierarquias b) (F) O eu lírico questiona a todo tempo o interlocutor, mas
socioeconômicas estabelecidas. não é ele em si que personifica as incertezas, e sim o próprio
José. c) (F) Não são as consoantes que se repetem apenas,
mas palavras e expressões. d) (V) Toda a construção do texto
RESOLUÇÃO
se dá pela repetição de termos, que, dispostos dessa forma,
a) (F) Drummond possui poemas, como “A máquina do
ajudam no desenvolvimento do poema. e) (F) As relações
mundo”, cuja estrutura flerta com Camões e ainda com A
entre os sentidos não são trabalhadas fundindo dois ou mais,
Divina Comédia, de Dante Alighieri; no entanto, esse não é o
o destaque fica para as repetições de palavras. Resposta
caso do poema em questão. b) (V) O poema apresenta uma
correta: D
reflexão metafísica ao versar acerca do que valeria ser
observado na vida, refletindo sobre aquilo que é ou não
possível. c) (F) O poema não apresenta traços que o
configurem como concretista, e essa não era uma das A voz foi infiel trocando de traqueia
preocupações criativas de Drummond. d) (F) Os temas da E o dono foi perdendo a voz
infância e de Itabira, cidade natal do poeta, não são abordados
pelo eu lírico nesse poema. A alternativa, portanto, está E o dono foi perdendo a linha – que tinha
incorreta. e) (F) Existe um questionamento no poema sobre E foi perdendo a luz e além
tópicos que dizem respeito ao ser humano como ser vivente,
E disse: Minha voz, se vós não sereis minha
e não sobre suas particularidades socioeconômicas.
Resposta correta: B Vós não sereis de mais ninguém
BUARQUE, Chico. A voz do dono e o dono da voz.
Intérprete: Chico Buarque. In: ______. Almanaque.
Rio de Janeiro: Marola Edições Musicais, p1981.
Faixa 4.

17. A letra da canção trabalha de forma criativa a


E agora, José? plurissignificação. Para tanto, utiliza como
A festa acabou, elemento de progressão textual a
a luz apagou, A. similaridade fonológica, produzindo um
o povo sumiu, jogo semântico de ambiguidade.
a noite esfriou, B. estrutura dramática, utilizando
e agora, José? características próprias do texto teatral.
e agora, você? C. intertextualidade, pois o eu lírico menciona
você que é sem nome, outras canções populares.
que zomba dos outros, D. alusão a termos médicos, como as
referências feitas ao corpo humano.
você que faz versos,
E. presença de um eu lírico feminino, típico
que ama, protesta?
das canções do compositor.
e agora, José?
[...]
ANDRADE, Carlos Drummond de. José. São Paulo: RESOLUÇÃO
Companhia das Letras, 2012.
a) (V) O jogo entre os termos voz e vós, iguais na pronúncia, moralizante é um elemento característico do gênero fábula,
mas diferentes em sentido, pauta todo o jogo irônico não sendo propriamente um diferencial do texto
presente na letra da canção. b) (F) O texto apresenta uma apresentado. c) (F) A estruturação em versos e estrofes não é
progressão, usando discurso direto e indireto, que o incomum em textos do gênero fábula. Além disso, não é esse
aproxima dos textos narrativos, e não dos textos dramáticos. o aspecto que singulariza essa fábula, mas o seu desfecho
c) (F) A letra não menciona direta ou indiretamente outras politicamente incorreto. d) (V) O padrão recorrente nas
letras de canções – como seria necessário para configurar-se fábulas é de um ensinamento virtuoso. A fábula apresentada
intertextual. Logo, a alternativa está incorreta. d) (F) O texto diverge desse padrão ao desvalorizar o mérito para alcançar
faz alusão ao corpo humano, mas não evoca termos médicos objetivos. e) (F) A linguagem conotativa não é incomum nos
que sustentem a afirmação como verdadeira. e) (F) A textos do gênero fábula. Logo, a alternativa está incorreta.
despeito da palavra voz ser feminina, não aparecem Resposta correta: D
elementos que possam determinar o gênero do eu lírico, e
tal característica não é relevante para a letra. Resposta
correta: A
Os invasores

A Coruja mestra de canto Há muito que os marcianos invadiram o


A Majestade Dona Águia mundo:
Quis aprender a cantar,
são os poetas
E mandou por seus arautos
Os bons mestres convocar. e
Piam logo as andorinhas
como não sabem nada de nada
Que o canário vencerá,
Pondo as honras outras aves limitam-se a ter os olhos muito abertos
No canoro sabiá.
e a disponibilidade de um marinheiro em
Foi preferida a coruja terra...
Dando-se como razão:
Que tinha um ar mais sisudo, Eles não sabem nada nada
Na vista certa expressão.
... e só por isso é que descobrem tudo.
Mire-se bem neste espelho
Quem lugares pretender, QUINTANA, Mario. A vaca e o hipogrifo. São
Agrade, nisto vai tudo, Paulo: Globo, 2006.
Largue aos tolos o saber.
TEIXEIRA, Joaquim José. Fábulas. Rio de Janeiro:
Tipografia Episcopal de Antônio Gonçalves 19. A metáfora que relaciona o poeta a um
Guimarães & Ca, 1864. p. 1-2. marciano, no texto, sugere que a criação
poética resulta de um(a)
A. devaneio artístico, que permite a divagação
18. A fábula anterior tem como principal e a invenção de ideias ilusórias sobre todas
diferencial em relação a outros textos de as coisas.
mesmo gênero o(a) B. desconhecimento da realidade, que atende
A. encorajamento do esforço e do mérito, à necessidade de alienação própria do
tema incomum em produções desse tipo. exercício artístico.
B. desfecho moralizante, que induz o leitor a C. interpretação destoante do cotidiano, a
uma mudança de comportamento. qual possibilita uma reflexão mais voltada
C. ]estruturação em versos e estrofes, padrão para as questões espirituais.
incomum em produções similares. D. contemplação curiosa do mundo, a qual
D. ensinamento politicamente incorreto, tem por desígnio a descoberta objetiva de
divergente do padrão virtuoso típico. verdades passíveis de comprovação
E. linguagem predominantemente científica.
conotativa, avessa à objetividade. E. olhar livre e atento sobre as coisas da terra,
o qual se surpreende com aquilo que as
demais pessoas consideram natural e
RESOLUÇÃO
a) (F) Na verdade, há uma valorização do bom
insignificante.
relacionamento em detrimento do mérito. b) (F) O tom RESOLUÇÃO
a) (F) Não é à ideia de devaneio que remete a metáfora da sob uma perspectiva de baixo para cima. Esses modos de
forma como está construída no texto; a associação entre representação do corpo da personagem contribuem para a
poeta e marciano se dá pelo modo como olhariam as coisas reflexão sobre o passado, o presente e o futuro na tirinha,
terrenas, com um olhar de descoberta. b) (F) A comparação possibilitando a interpretação tanto das relações de
entre poeta e marciano até remete ao desconhecimento dos ascendência na juventude e decadência na velhice quanto da
marcianos sobre as coisas da terra, mas associando-o à ideia ideia de que o ser humano passeia pelos três tempos
de que o poeta observa as coisas de forma diferente das continuamente, estando mais inteiro no presente, que
pessoas que as olham de modo objetivo. Não se trata de dialoga com o passado, e com um pé apenas no futuro, que
alienação, mas de ter um modo mais sensível de observação. é ainda obscuro. b) (F) Não se percebe, na tirinha, uma
c) (F) Pelo que se apreende do texto, não se trata de vincular mudança no corpo da personagem que caracterize o
a criação poética ou o poeta a uma interpretação destoante processo de envelhecimento. c) (F) A forma como a
da realidade ou a questões espirituais. O que ocorre é uma personagem segura uma espécie de tampa, no primeiro
vinculação do poeta a uma forma mais sensível de enxergar plano, não é uma informação que contribui para a reflexão
o mundo. d) (F) Até seria possível inferir, a partir do poema, sobre a passagem do tempo na tirinha. d) (F) Embora o
que a criação poética resulta de uma contemplação curiosa semblante da personagem mude do primeiro para o
do mundo, mas esta não tem por desígnio a objetividade ou segundo plano, essa informação não contribui
a possibilidade de comprovação. e) (V) A comparação entre fundamentalmente para a reflexão proposta na tirinha sobre
poeta e marciano, no texto, remete à ideia de que o a passagem do tempo. e) (F) A ausência de balão de fala não
marciano desconhece as coisas da Terra, possivelmente sugere necessariamente fragmentação; já o uso de diferentes
dirigindo a elas um olhar atento e livre de toda conceituação planos, no caso, está relacionado ao propósito de
ou informação anterior. É esse mesmo olhar, pelo que se representar algo sequencial e, portanto, com certa
infere do texto, que o poeta direciona às coisas, observando- linearidade. Resposta correta: A
as de forma livre e sensível, como se as descobrisse pela
primeira vez. Os seguintes versos evidenciam essa noção de
desconhecimento e esse olhar de descoberta: “Eles não
sabem nada nada / ... e só por isso é que descobrem tudo”.
Resposta correta: E

21. A repetição pode ser usada como um recurso


fundamental na construção de sentido de um
texto. Na campanha, o uso proposital da
repetição restringe a significação do enunciado
20. Nos gêneros textuais multimodais, a com o objetivo de
significação é construída por meio do uso de A. contestar um discurso que objetifica a
diversos recursos gráfico-visuais. Na tirinha, mulher e a culpabiliza para justificar
além do texto verbal, promove a reflexão sobre atitudes machistas.
a passagem do tempo a(o) B. promover uma reflexão sobre o uso
A. representação do corpo da personagem inadequado de roupas femininas curtas em
em diferentes planos e perspectivas. situações formais.
B. exposição da degradação do corpo C. conscientizar as mulheres sobre a
humano ocasionada pelo envelhecimento. importância de priorizar o uso de roupas
C. forma como a personagem sustenta uma curtas como forma de protesto.
tampa na cabeça nos dois quadrinhos. D. corroborar a fala de pessoas que procuram
D. mudança de semblante da personagem em explicar a violência contra a mulher com
cada uma das situações representadas. atitudes da própria vítima.
E. fragmentação sugerida pela ausência de E. reiterar a vontade das mulheres de serem
balão de fala e pelo uso de diferentes definidas pelas suas vestimentas nos
planos. diversos ambientes sociais que
frequentam.
RESOLUÇÃO
a) (V) No primeiro e no segundo quadrinhos, a personagem RESOLUÇÃO
é representada em dois e três planos, respectivamente; no a) (V) A campanha tem por objetivo conscientizar as
segundo quadrinho, nos dois primeiros planos, o corpo da pessoas a não reproduzirem discursos machistas
personagem é representado de modo que o leitor o observa que culpam a vítima pela violência promovida
sob uma perspectiva de cima para baixo; já no último plano, contra ela. Assim, no texto, a repetição expressa o
com a representação apenas das pernas, o leitor o observa óbvio, restringindo a significação do enunciado a
apenas uma possibilidade, que é: o fato de a mulher D. conservam a mesma formatação de um
usar roupa curta significa apenas que ela quer usar cartaz de divulgação impresso, com
roupa curta. Desse modo, a campanha contesta o
discurso machista de que há outras intenções por
descrição do enredo e do elenco.
trás do uso de roupas curtas. b) (F) A campanha não E. configuram uma espécie de resumo que
trata da inadequação do uso de roupas curtas nem conta com texto verbal e não verbal para
de adequação à situação formal ou informal, mas
descrever o enredo do filme.
promove uma reflexão sobre a liberdade que a
mulher deve ter para se vestir conforme a sua
própria vontade. c) (F) Não há, no texto, uma RESOLUÇÃO
tentativa de convencer as mulheres a usar roupas a) (V) O propósito comunicativo do tweet em questão é a di-
curtas como forma de protesto, mas uma tentativa vulgação tanto do filme Benzinho quanto da crítica sobre ele
de conscientizar a população sobre a liberdade da escrita para a Revista Continente. O uso da hashtag
mulher para escolher suas vestimentas. d) (F) A antecedendo o nome do filme (#Benzinho) direciona o leitor
campanha não busca corroborar esse tipo de fala, e desse tweet para outras páginas virtuais com outras
sim contestá-lo e conscientizar a população sobre o informações sobre o filme; por sua vez, o link indicado ao final
quão equivocado ele é. e) (F) O texto contrapõe-se do texto verbal direciona o leitor para a página em que está
justamente a essa noção de que as mulheres podem disponível a crítica do filme no site da Revista Continente.
ser definidas e estigmatizadas pelas roupas que Portanto, o uso desses direcionamentos possibilita ao leitor a
usam. Resposta correta: A incursão por outras leituras, caracterizando a liberdade de
exploração própria do hipertexto, e contribui para a finalidade
comunicativa do texto, de divulgar o filme e a crítica. b) (F) Os
aspectos estruturais do tweet possibilitam ao leitor o acesso à
crítica, mas não o ajudam a compreendê-la. Além disso, a
crítica é divulgada apenas por meio do link; a imagem e a
hashtag contribuem para a divulgação do filme. c) (F) O texto
faz menção ao fato de o filme Benzinho ter sido premiado no
Festival de Cinema de Gramado, mas não possibilita ao leitor
participar de nenhuma votação para premiação da obra. d) (F)
O tweet não tem a mesma formatação de um cartaz impresso,
uma vez que utiliza elementos que podem direcionar o leitor
imediatamente para outras páginas, o que não ocorre no
cartaz impresso. Além disso, não há, no texto, descrição do
enredo, mas apenas referência ao elenco e ao nome do filme.
e) (F) Não há resumo nem descrição do enredo do filme no
tweet, que faz referência apenas ao nome do filme e direciona
o leitor para a crítica sobre a obra. Resposta correta: A

[...] Não é difícil constatar que nos últimos dois


séculos foram as novas tecnologias, em especial as
ligadas à área da comunicação, que propiciaram o
surgimento de novos gêneros textuais. Por certo,
não são propriamente as tecnologias per se que
originam os gêneros, e sim a intensidade dos usos
22. Com a continuidade dos avanços tecnológicos, dessas tecnologias e suas interferências nas
os gêneros textuais digitais têm assumido atividades comunicativas diárias. Assim, os grandes
diferentes formas e apresentado funções suportes tecnológicos da comunicação, tais como
comunicativas diversas. No tweet anterior, o rádio, a televisão, o jornal, a internet, por terem
além da presença da imagem, outros aspectos uma presença marcante e grande centralidade nas
estruturais contribuem para a finalidade atividades comunicativas da realidade social que
comunicativa do texto, tendo em vista que ajudam a criar, vão, por sua vez, propiciando e
A. compõem um hipertexto em que hashtag e abrigando gêneros novos bastante característicos.
link direcionam o leitor para aquilo que é Daí surgem formas discursivas novas, tais como
divulgado. editoriais, artigos de fundo, notícias, telefonemas,
telegramas, videoconferências, reportagens ao
B. ajudam o leitor a compreender a crítica
vivo, cartas eletrônicas (e-mails), bate-papos
sobre o filme, que é divulgada por meio de
virtuais, aulas virtuais e assim por diante.
link, hashtag e imagem.
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Gêneros textuais: definição e
C. possibilitam a participação ativa do leitor funcionalidade. In: DIONISIO, Angela Paiva et al. Gêneros
na escolha de um filme para receber uma textuais e ensino. Lucerna, 2005.
determinada premiação.
23. No texto, o autor faz uma análise da relação serviço para fazer, vive falando invenções só lá dele
entre os meios de comunicação e os novos mesmo, coisas que as outras pessoas não sabem e
gêneros textuais. Ao fazer essa relação, ele nem querem escutar.
observa que novos gêneros surgem ROSA, João Guimarães. Conversa de bois. In:
diretamente do(a) ______. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
A. invenção de novas tecnologias de 2015. p. 268.
comunicação.
B. intensidade de uso de determinadas 24. O conto apresenta um narrador que
tecnologias.
A. procura contar uma história atestando com
C. realidade social em que surgem as novas
provas aquilo que sustenta no início do
tecnologias.
texto.
D. necessidade crescente de investimento em
B. conversa com o leitor para sugerir que este
tecnologia.
não deveria ler o conto se tiver outro
E. permanência de um suporte tecnológico
serviço.
da comunicação.
C. duvida do interesse do leitor pelo assunto
que vai tratar, mas decide narrar mesmo
RESOLUÇÃO assim.
a) (F) Como o autor destaca no início do excerto, a existência
de novas tecnologias não gera, por si (ou seja, não de forma
D. dá voz à personagem para confirmar a
direta), novos gêneros, mas a intensidade com que cada uma história, mas duvida da veracidade desse
é usada. b) (V) Para o autor, não é a mera existência de depoimento.
tecnologias que gera novos gêneros textuais, mas a E. utiliza linguagem rebuscada para
intensidade de uso delas. Isso faz sentido quando se
considera, por exemplo, que, se uma tecnologia deixa de ser representar o registro formal do ambiente
utilizada, ela deixa de gerar novos gêneros, como o fax, por em que se encontra.
exemplo, que perdeu seu lugar para os meios digitais, esses
sim gerando novos gêneros a cada dia. c) (F) A realidade
social dos falantes seria um fator a ser considerado na RESOLUÇÃO
questão, mas a alternativa trata da realidade social em que a) (F) O narrador não apresenta provas, ele apenas utiliza a
surgem as tecnologias, e, como o autor deixa explícito no voz de uma personagem para tentar confirmar a história,
texto, não é o surgimento de tecnologias que dá origem a mas demonstra, em sua própria fala, duvidar que a persona-
novos gêneros, e sim a utilização destas. d) (F) O autor não gem fale a verdade. b) (F) Ao falar que a personagem não
trata de uma suposta necessidade de investimentos, mas de tinha outro serviço a fazer a não ser contar histórias, o
como as tecnologias surgem e dão origem a novos gêneros. narrador constrói um processo metalinguístico, mas de
e) (F) Os suportes tecnológicos dos meios de comunicação forma alguma sugere ao leitor que este não deveria ler o
(rádio, TV, internet) não são responsáveis diretos, segundo o conto. Ainda que dissesse isso explicitamente, sua intenção
autor, pois é a utilização das tecnologias que dá origem a seria apenas a de gerar mais curiosidade. c) (F) O narrador
novos gêneros. A mudança desses suportes (um texto que não parece duvidar do interesse do leitor, pois, ao falar de
era publicado em jornais passa a ser publicado na internet, “coisas que as outras pessoas não sabem e nem querem
por exemplo) pode gerar novos gêneros, mas não a escutar”, ele apresenta um julgamento sobre a história, não
permanência do suporte por si. Resposta correta: B sobre quem está lendo. d) (V) O narrador apresenta o
depoimento de Manuel Timborna como forma de confirmar
sua ideia de que os animais falavam, mas, logo após a fala da
Que já houve um tempo em que eles personagem, duvida dessa história ao afirmar que Manuel
conversavam, entre si e com os homens, é certo e Timborna inventava histórias em vez de “caçar serviço pra
fazer”. e) (F) A linguagem usada no texto é simples, próxima
indiscutível, pois que bem comprovado nos livros do cotidiano do ambiente retratado: o interior do Brasil.
das fadas carochas. Mas, hoje-em-dia, agora, Resposta correta: D
agorinha mesmo, aqui, aí, ali, e em toda parte,
poderão os bichos falar e serem entendidos, por
você, por mim, por todo o mundo, por qualquer Alô, alô, Marciano
um filho de Deus?! Aqui quem fala é da Terra
— Falam, sim senhor, falam!… — afirma o Pra variar, estamos em guerra
Manuel Timborna, das Porteirinhas, – filho do [...]
Timborna velho, pegador de passarinhos, e pai LEE; Rita. Alô, alô, Marciano. Intérprete: Elis
dessa infinidade de Timborninhas barrigudos, que Regina. In: REGINA, Elis. Saudade do Brasil. p1980.
arrastam calças compridas e simulam todos o Faixa 5.
mesmo tamanho, a mesma idade e o mesmo bom-
parecer; – Manuel Timborna, que, em vez de caçar
25. A letra da canção utiliza um expediente muito RASHID. Música de guerra. Intérprete: Rashid. In:
comum nas ligações telefônicas: a interjeição ______. Crise. p2018. Faixa 1.
“alô”. O uso dessa interjeição evidencia a
A. referência ao estilo emocional da ligação. 27. A presença da variação linguística na letra da
B. forma de convencimento do interlocutor. canção chama atenção para
C. ligação com o interlocutor do enunciado. A. aspectos mais ligados à escrita.
D. reflexão sobre a linguagem telefônica. B. contextos regionais e de grupo.
E. presença de linguagem metafórica. C. referências ditas anacrônicas.
D. contextos de uso mais formal.
RESOLUÇÃO E. situações de cunho ilógico.
a) (F) Não existem elementos suficientes que possam mostrar
um aspecto de emotividade no trecho em destaque. b) (F) O
trecho não tenta convencer o interlocutor, mas passar uma RESOLUÇÃO
informação. c) (V) A interjeição em questão é utilizada para a) (F) A variação claramente privilegia aspectos mais ligados
manter contato com o interlocutor, ressaltando a função ao conhecimento da expressão oral. b) (V) Pode-se perceber
fática da linguagem. d) (F) Não existe uma reflexão sobre o que o trecho em questão trabalha com uma variação
modo de usar o telefone, apenas o uso de um código aplicada a um determinado lugar e a uma certa comunidade
próprio desse tipo de linguagem. e) (F) Não existe nenhum de falantes. A presença de gírias mais utilizadas em
elemento que marque a linguagem metafórica no termo em determinada região do país (como “trampando” e
destaque. Resposta correta: C “mano”) e de outros elementos (ausência de plural, como
em “2 pé” e “dos guardinha”) evidenciam uma
variedade linguística relacionada a determinado contexto
regional e social. Ou seja, a linguagem utilizada na canção
aquele poema em que saiu seu nome exemplifica a fala de indivíduos que vivem provavelmente na
não liga não é você Região Sudeste do país e que fazem parte de um grupo
não vou te comprometer com a minha ilusão social popular e marginalizado. c) (F) A variante é utilizada
atualmente, o que invalida essa alternativa. d) (F) O grupo de
foi erro de revisão
usuários da língua a quem a mensagem se destina não está
MEDEIROS, Martha. Poesia reunida. Porto Alegre: preocupado com o aspecto formal da língua, privilegiando
L&PM, 2010. p. 51. outros aspectos. e) (F) O contexto da letra da canção faz
sentido do ponto de vista lógico. Sendo assim, a variação
não chama atenção para nenhum defeito desse tópico.
26. Ao fazer referência a outro poema, o texto Resposta correta: B
destaca o uso da função
A. referencial, fazendo alusão a si.
B. metalinguística, evidenciando o código. Meu caro crítico,
C. emotiva, lamentando um erro de revisão. Algumas páginas atrás, dizendo eu que tinha
D. conativa, convencendo-se de sua função. cinquenta anos, acrescentei: “Já se vai sentindo
E. fática, com várias marcas no próprio texto. que o meu estilo não é tão lesto como nos
primeiros dias”. Talvez aches esta frase
RESOLUÇÃO incompreensível, sabendo-se o meu atual estado;
a) (F) A função referencial faz alusão a algo que se pode mas eu chamo a tua atenção para a sutileza
verificar, e não a si própria. b) (V) Ao falar sobre o ato da daquele pensamento. O que eu quero dizer não é
escrita no próprio poema, ocorre uma reflexão
metalinguística, pois o código faz referência ao próprio que esteja agora mais velho do que quando
código. c) (F) A alusão a um erro de revisão é metafórica, e comecei o livro. A morte não envelhece. Quero
não literal. Logo, não existe função emotiva em relação a dizer, sim, que em cada fase da narração da minha
esse fato. d) (F) A alternativa está incorreta, pois a função vida experimento a sensação correspondente.
conativa serve para convencer o interlocutor, e não o próprio
Valha-me Deus! É preciso explicar tudo.
texto. e) (F) O texto não apresenta marcas linguísticas de
conexão com o interlocutor, o que não configura, então, o ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás
uso da função fática. Resposta correta: B Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

28. Tendo em vista o objetivo principal do trecho,


2 pé na porta, não tem disputa
infere-se que a função de linguagem
Minha caneta tá trampando mais que a dos
predominante é a
guardinha dando multa
A. referencial, pois se explicam
Corta! Cansei de falso elogio, mano, pra mim
detalhadamente aspectos característicos
já deu
de construção da obra.
Eu rimo fácil, difícil é rimar que nem eu
B. emotiva, pois o relato está centrado na B. ausência de um elemento mudaria
exposição sentimental de um narrador paradoxalmente o slogan.
queixoso com a velhice. C. tempo verbal deveria ser o presente,
C. conativa, haja vista que o autor contesta o reforçando as mudanças.
crítico por este considerar incompreensível D. código utilizado diferia daquele
um trecho da obra. compreendido pelos convidados.
D. fática, pois o canal de comunicação é usado E. público não compreendeu a que se referia
de forma bidirecional, partindo do leitor o determinado slogan.
para o autor e vice-versa.
E. metalinguística, pois o narrador se expressa
RESOLUÇÃO
no trecho com o objetivo de esclarecer uma
a) (F) Não são os valores numéricos em si que constituem o
passagem de sua obra. problema interpretativo, mas o fato de que a omissão da
vírgula traria um sentido oposto ao que se quer dar a
entender. b) (V) A omissão da vírgula faria o sentido da frase
RESOLUÇÃO ser o contrário do pretendido originalmente. A ideia do
a) (F) Embora a função referencial se faça presente em slogan é mostrar crescimento, mas sem a vírgula ele poderia
alguma medida no texto, pois informações são transmitidas representar retrocesso. c) (F) O tempo está corretamente
ao leitor, o trecho não se ocupa em explicar aspectos carac- empregado no pretérito perfeito, seguindo a ideia de que as
terísticos da construção da obra. b) (F) O texto não tem como mudanças realizadas já surtiram efeito. d) (F) O código
intenção principal a exposição de sentimentos. A intenção do utilizado tanto no convite quanto pelos convidados é a
narrador é esclarecer ao crítico o que se quis dizer na obra língua portuguesa, o que não causou ruído na interpretação
com a afirmação “Já se vai sentindo que o meu estilo não é do slogan. e) (F) Pelo que se compreende das informações
tão lesto como nos primeiros dias”. c) (F) O autor até do texto, os convidados tinham a situação comunicativa que
contesta o crítico na parte final, mostrando-se impaciente levou ao convite. Logo, isso torna a alternativa incorreta.
com o teor de sua indagação, mas prioriza, ao longo do Resposta correta: B
texto, explicar o que se quis dizer na obra com a afirmação
“Já se vai sentindo que o meu estilo não é tão lesto como
nos primeiros dias”. d) (F) A função fática prioriza estimular
a continuidade da comunicação, focando no elemento canal.
Não é o caso do texto em questão, haja vista que a
comunicação apresentada é unidirecional, partindo do autor
para o leitor. e) (V) O autor usa a metalinguagem, porque,
por meio do texto, o narrador explica o próprio texto ao
esclarecer o significado de uma expressão não
compreendida, em um primeiro momento, pelo crítico.
Resposta correta: E

30. A tirinha estabelece o seu efeito cômico a partir


de dois conceitos. Para tanto, considera o
Mote “20 anos em 2” provoca crise na A. fator psicológico para explicar a diferença
comunicação e é retirado de convite física entre os oponentes.
O convite para uma cerimônia marcada para terça- B. valor de ambos como igual, utilizando o
feira, 15, pelo Palácio do Planalto, provocou uma ponto de vista semântico.
crise e teve de ser alterado de última hora. C. contraste físico como elemento que
Expedido pelo cerimonial, o convite trazia o slogan complementa o sentido metafórico.
“O Brasil voltou, 20 anos em 2”. [...] D. juiz como elemento fundamental, pois é
nele que a metáfora se manifesta.
MONTEIRO, Tânia; ROSA, Vera. Mote ‘20 anos em 2’ E. boxe como exemplo, já que tais conceitos
provoca crise na comunicação e é retirado de convite. O
são oriundos desse esporte.
Estado de S. Paulo, São Paulo, 14 maio 2018. Disponível em:
<https://politica.estadao.com.br>. Acesso em: 29 maio 2018.
RESOLUÇÃO
(adaptado)
a) (F) Na verdade, o fator físico é utilizado como ferramenta
para explicar a diferença psicológica entre os dois conceitos.
29. A dubiedade contida no slogan se assenta no b) (F) Semanticamente, os dois conceitos são diferentes, o
que invalida a alternativa em questão. c) (V) O efeito de
fato de que o(a)
humor da tirinha relaciona-se à associação dos termos
A. valor numérico apresenta erro em relação à expectativa e realidade à constituição física das
projeção feita. personagens. Por ser o boxe uma luta que demanda
preparação física, a personagem magra e sem musculatura
aparente, nesse contexto, é associada à expectativa,
enquanto a personagem grande e forte é vinculada à atendesse a seu pedido, e não uma quebra de expectativa. d)
realidade. Tal contraste metafórico contribui para o sentido (F) A alternativa está incorreta, pois a mãe não se irrita com o
de que a realidade sempre derrota as expectativas. d) (F) O filho; na verdade, ela se comove com a narrativa dele. e) (V)
juiz apresenta os combatentes, mas a metáfora se realiza De fato, o questionamento ambíguo do garoto faz com que
nestes, não no juiz. e) (F) Os conceitos de “expectativa” e a mãe o interprete de uma forma diferente da que ele
“realidade” não são oriundos do boxe e se aplicam a imaginou ter expressado, o que colabora com o humor na
qualquer situação. Resposta correta: C tirinha. Resposta correta: E

Uma personagem de Clarice Lispector indaga:


“Você sabe que a pessoa pode encalhar numa
palavra e perder anos de vida?”.
Vejam só: encalhar numa palavra. A pessoa vai
no seu barquinho vida adentro e, de repente,
encalha numa palavra. Pode ser “marxismo”,
“Deus”, “pai”, “vanguarda”, “revolução”,
“Paris”, “aposentadoria”. As palavras são
paralisantes. O Brasil, por exemplo, no princípio do
século, estava encalhado na “febre amarela”.
Nos últimos anos, reencalhou na “ditadura” e na
“censura”. Tem hora que encalha na
“inflação”. Agora encalhou no “desemprego”.
E está difícil desencalhar da “reforma agrária”,
da “corrupção” e do “subdesenvolvimento”.

SANT’ANNA, Affonso Romano de; COLASANTI,


Marina. Com Clarice. São Paulo: Unesp, 2013.

32. As palavras normalmente são utilizadas como


uma representação para fazer referência às
coisas do mundo. No texto, ao atribuir às
palavras o poder de paralisar as pessoas e até
o país, o autor
A. distancia a língua da função social que lhe
é própria.
31. O efeito de humor presente na tirinha se deve B. anula a relação entre a forma gráfica e o
principalmente ao(à) significado desta.
A. forma dissimulada como o filho se dirige à C. relaciona as formas linguísticas ao modo de
mãe, tentando convencê-la. pronunciá-las.
B. reação de espanto desproporcional por D. confere à palavra o valor do conteúdo por
parte da mãe, que reprime o desejo do ela representado.
filho. E. associa o poder da palavra ao que ocorre
C. pergunta feita no último quadrinho, que de ruim no mundo.
demonstra a quebra de expectativa do
RESOLUÇÃO
filho. a) (F) Não se pode afirmar que o autor distancia a língua de
D. semblante de ingenuidade do garoto no sua função social básica, que é a de comunicar. O autor
segundo quadrinho, o que irrita sua mãe. expõe o fato de algumas pessoas se deixarem paralisar por
E. confusão de entendimento da mãe ante o determinadas palavras, ou seja, por aquilo que estas
representam. b) (F) O autor não anula a relação entre a grafia
questionamento ambíguo feito pelo filho.
e o significado das palavras; ao contrário disso, ele estreita
essa relação entre as palavras e aquilo que elas representam.
RESOLUÇÃO c) (F) Não há, no texto, referência explícita ou implícita à pro-
a) (F) A alternativa está incorreta, pois não se trata de uma núncia das palavras; o que é tematizado é a relação entre as
postura dissimulada, mas ingênua. É possível concluir isso palavras e as coisas do mundo que são representadas por
pelo semblante do garoto. b) (F) Na tira, a mãe não reprime elas. d) (V) Ao dizer que as palavras são paralisantes, o autor
o desejo do filho, mas o atende. c) (F) A pergunta ao final do do texto confere a elas o valor daquilo que elas representam,
quadrinho indica que o garoto já esperava que sua mãe ou seja, ele estreita a relação palavra-coisa. Assim, quando
afirma que algumas pessoas se deixam paralisar por palavras Sempre achei ridículos os “excelentíssimos”,
como marxismo e revolução ou que o Brasil encalhou em “ilustríssimos” e “meritíssimos”. Uma vez, no
palavras como inflação e desemprego, ele está se referindo
às ideias e às coisas que essas palavras designam, pois a
conselho diretor, recordei um texto evangélico. Um
palavra, enquanto forma linguística, por si só, não teria o jovem, dirigindo-se a Jesus, chamou-o de “bom
poder de paralisar uma pessoa ou um país. e) (F) Não se mestre”. Levou logo uma reprimenda. “Por que
pode dizer que o autor faz essa associação no texto; ele diz me chamas bom? Bom há um só, que é Deus.”
que as palavras têm o poder de paralisar as pessoas, mas não
Pois nossos políticos, magistrados e membros de
faz juízo de valor sobre isso nem relaciona isso ao que ocorre
de ruim no mundo. As palavras referidas são as mais conselhos não se contentam com o “bom”.
diversas, como Paris e aposentadoria, e não apenas Exigem ser tratados por “excelentíssimo”.
associadas a eventos ruins. Resposta correta: D Quando ouço tais palavras sinto-me transportado
para a corte dos reis antigos, com suas roupas
brilhantes, minuetos, saltos altos, perucas e pó-de-
arroz. [...] O espírito democrático se contentaria
com um simples “senhor”. “Senhor reitor...”:
para que mais que isso? Trata-se de uma medida
de honestidade linguística: de uma universidade
não se pode esperar nada menos que isso – que
cada palavra seja usada em seu justo sentido. E
esse programa de assepsia linguística, iniciado
com a eliminação do “Magnífico”, deveria se
transformar em um programa geral de limpeza na
universidade, pois a vida universitária sofre de uma
infecção generalizada provocada por palavras
33. Na tirinha, o autor discute, pelas falas
suntuosas e ocas. Muitos nomes solenes só servem
apresentadas, uma questão existencial. A fala
para encobrir o vazio.
do último quadrinho revela que o autor
ALVES, Rubem. “Magnífico...”: carta ao reitor da
acredita no(a)
Unicamp. In: ______. Entre a ciência e a sapiência: o
A. possibilidade de os sonhos de infância se dilema da educação. São Paulo: Edições Loyola,
tornarem realidade na vida adulta. 2008. (adaptado)
B. oportunidade de as crianças de hoje se
tornarem adultos mais conscientes.
C. benefício de as crianças sonharem com 34. Ao contrapor-se ao uso de algumas formas de
profissões pouco convencionais. tratamento, o autor do texto direciona uma
D. dificuldade de as pessoas se tornarem crítica ao(à)
adultos satisfeitos com a vida.
A. influência de histórias bíblicas no uso do
E. eficácia de uma educação que privilegie os
tratamento formal.
sonhos das crianças.
B. utilização de uma linguagem informal
dentro das universidades.
RESOLUÇÃO
a) (F) O autor até acredita que alguns sonhos de infância po- C. excesso de formalidade e rebuscamento no
dem se tornar realidade, mas a fala do último quadrinho ambiente universitário.
indica que ele não acredita no que o menino quer ser: um D. uso da norma-padrão por autoridades
adulto feliz. b) (F) O autor demonstra discordar da como políticos e magistrados.
possibilidade de ser feliz na vida adulta, não discutindo se as
crianças podem se tornar adultos mais conscientes no futuro.
E. simplificação linguística em ambientes que
c) (F) O autor não considera que os sonhos da criança são requerem o uso da norma culta.
benéficos e sugere as profissões pouco convencionais
porque acredita que elas seriam objetivos mais fáceis de RESOLUÇÃO
atingir do que tentar ser feliz. d) (V) Como a resposta dada a) (F) A referência ao texto bíblico, no excerto, é utilizada jus-
ao menino desencoraja-o de tentar se tornar um adulto feliz, tamente como um exemplo de simplicidade, opondo-se à
presume-se que o autor não acredita na possibilidade de um formalidade excessiva, para corroborar a ideia do autor de
adulto ficar satisfeito com a vida, ou seja, ser feliz. e) (F) que as formas de tratamento que indicam muita formalidade
Como a resposta sugere ao menino que tenha outro sonho, são desnecessárias. b) (F) O autor do texto propõe que a
verifica-se que o autor não acredita nessa eficácia. Resposta formalidade não seja excessiva no ambiente acadêmico, não
correta: D se opondo, portanto, ao uso de uma linguagem mais
informal na universidade. c) (V) Ao insistir que é
desnecessário o uso de determinadas formas de tratamento
que indicam muita cerimônia, o autor critica também o
excesso de formalidade no ambiente universitário, inclusive,
propõe que seja realizada uma “limpeza” nas
universidades, afirmando que estas sofrem de uma
“infecção generalizada provocada por palavras suntuosas e
36. O gráfico foi veiculado como parte de uma
ocas”. d) (F) O que o autor critica não é o uso da norma- notícia sobre o índice de abandono do Ensino
padrão da língua, mas o excesso de rebuscamento da Médio em um estado brasileiro. Com base na
linguagem utilizado em alguns contextos de uso da norma análise dos dados apresentados e tendo em
culta. e) (F) A proposta é justamente de que se simplifique a
vista a coerência entre as informações,
linguagem em determinados contextos de uso da norma
culta, deixando de lado o excesso de formalidade. Resposta identifica-se que a expressão mais apropriada
correta: C para compor o título da notícia é:
A. “Taxa de evasão escolar no estado chega
a ser a menor do país em 2017”.
Rota B. “Com taxa de 6,6%, evasão escolar na
Que arda em nós rede estadual é a menor em 10 anos”.
tudo quanto arde C. “Taxa de evasão escolar na rede estadual
e que nos tarde a tarde. cai por 10 anos consecutivos”.
SAVARY, Olga. Rota. In: GUTTILLA, Rodolfo Witzig D. “Nos últimos 5 anos, a taxa de evasão
(Org.). Boa companhia: haicai. São Paulo: escolar na rede estadual se manteve
Companhia das Letras, 2009. p. 148. estável”.
E. “Em 2014 e 2017,houve as menores taxas
de evasão escolar na rede estadual”.
35. O último verso do haicai concentra sua
poeticidade no uso do(a) RESOLUÇÃO
A. exagero, repetindo assim palavras com o a) (F) Não se pode inferir essa informação do gráfico, pois os
mesmo sentido. dados apresentados são referentes apenas ao estado, e não a
todo o país. Além disso, o gráfico considera somente a rede
B. mesmo termo para fazer referência clara ao estadual de ensino. Assim, com base na análise do gráfico
título do poema. apenas, seria incoerente afirmar que a notícia apresenta esse
C. referência temporal a dois períodos de título. b) (V) A alternativa é coerente com os dados
tempo que são iguais. apresentados no gráfico, se forem comparadas as taxas de
evasão de 2007 a 2017; portanto, esse seria um título coerente
D. repetição com objetivo de retomar
para a notícia. c) (F) Observando as informações do gráfico,
elementos do segundo verso. não é coerente afirmar que a taxa de evasão tem caído de
E. polissemia de termos iguais, mas de classes forma consecutiva nos últimos dez anos até 2017, pois ela
gramaticais diferentes. sofreu variações, de aumentos e quedas, ao longo desses
anos. d) (F) De 2012 a 2017, a taxa de evasão escolar passou
RESOLUÇÃO por aumentos e quedas, não tendo, portanto, permanecido
a) (F) Os dois usos do termo tarde possuem sentidos estável. e) (F) Com base no recorte feito no gráfico, as menores
diferentes, o que invalida a alternativa. b) (F) A repetição de taxas de evasão escolar na rede estadual ocorreram em 2015
tarde não possui uma ligação clara com o título do poema. e 2017. Resposta correta: B
Sendo assim, tal alternativa não se configura correta. c) (F) Os
períodos de tempo não são iguais. Um representa a demora
do tempo em si, e o outro especifica o período vespertino. d)
(F) Embora a repetição esteja presente, não é nenhuma re-
ferência ao segundo verso que causa a poeticidade do
último. e) (V) O primeiro termo tarde é uma conjugação do
verbo tardar, enquanto a segunda ocorrência está se
referindo ao substantivo tarde, como momento do dia.
Resposta correta: E

37. Sobre a tirinha, a personagem revela, em seu


discurso, que o(a)
A. fala pode mascarar ou atenuar situações
difíceis.
B. uso das aspas marca a utilização de uma
citação.
C. situação econômica é boa para RESOLUÇÃO
empreendimentos. a) (F) As telas às quais se faz referência não são de uma mesma
época. Tratam-se das obras Mona Lisa e O Grito, a primeira,
D. quantidade de peças é insuficiente para clássica, e a segunda, vanguardista. b) (V) De fato, faz-se uma
“desapegar”. paródia, ou seja, uma subversão do conteúdo original, com
E. vocábulo “desapegando” possui um finalidades satíricas ou jocosas. No caso, trata-se de uma
único significado. adaptação humorística de dois estilos distintos: um clássico e
um vanguardista expressionista. c) (F) Não são personagens
de um mesmo pintor: o quadro Mona Lisa, de fato, é obra de
RESOLUÇÃO
Leonardo da Vinci; mas o quadro O Grito é de Edvard Munch.
a) (V) Segundo a personagem do texto, o termo desapego é
d) (F) A finalidade da paródia não é depreciativa, mas
utilizado, hoje, para suavizar as dificuldades financeiras, pois,
humorística. e) (F) As duas telas às quais se faz referência
de acordo com ela, quando alguém diz “estou de-
pertencem a estilos artísticos distintos: tratam-se das telas
sapegando”, na verdade, quer dizer “estou duro/sem di-
Mona Lisa e O Grito, a primeira, clássica, e a segunda,
nheiro”, de modo que se trata de um desapego forçado, não
vanguardista. Resposta correta: B
necessariamente havendo perda de afeição ou de
envolvimento pelas coisas, mas necessidade de dinheiro. b) (F)
A despeito das aspas também possuírem essa função, não é a
que estão exercendo no caso. Na tira, elas marcam um sentido
figurado. c) (F) O desejo de vender algumas roupas, visto na
fala e na expressão, é marcado pela necessidade, e não pela
TEXTO I
oportunidade. d) (F) O número de peças que a personagem Lar doce lar
venderá é irrelevante, visto que não existem elementos no Minha pátria é minha infância:
texto que se alterem por esse fator. e) (F) A tirinha apresenta
Por isso vivo no exílio.
o vocábulo com, pelo menos, dois significados distintos.
Resposta correta: A CACASO. Beijo na boca e outros poemas. São
Paulo: Brasiliense, 1985.

TEXTO II
Rápido e rasteiro
Vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
aí eu paro
tiro o sapato
e danço o resto da vida.
CHACAL. Muito prazer. Rio de Janeiro: 7Letras,
1997.

39. Os textos são de autoria de poetas da


“geração mimeógrafo”, que, na década de
1970, propôs uma poética inovadora. Portanto,
além das liberdades formais, pode-se afirmar
que, em sua dimensão temática, ambos os
38. Os textos contemporâneos se valem de
poemas tratam da
artifícios que lhes dão destaque e
A. relação do eu lírico com sua experiência de
originalidade. Na peça reproduzida, observa-se
vida.
o(a)
B. experiência da morte como algo por que se
A. adaptação intertextual de telas
anseia.
consagradas de uma mesma época.
C. incapacidade de ser feliz em meio a um
B. paródia de telas ícones de diferentes
caos político.
correntes artísticas.
D. infância como etapa de aprendizagem por
C. diálogo fictício entre personagens famosas
meio da poesia.
de Leonardo da Vinci.
E. fugacidade da vida em relação à duração
D. caricatura depreciativa de obras de
dos sofrimentos.
destaque artístico.
E. reprodução satírica de obras de estética RESOLUÇÃO
clássica. a) (V) A questão busca o que há de comum entre os dois
poemas se considerados em seu nível de conteúdo. Pode-se
perceber que, no texto I, Cacaso fala sobre “viver” em exí-
lio, já que não pode retornar à infância, que seria sua pátria,
indicando, com isso, que o homem vive como quem se perde
de sua própria casa, já que não é possível permanecer
criança para sempre. No texto II, por sua vez, usando a
metáfora da festa e da dança, ao indicar que, um dia, terá de
tirar os sapatos e dançar “o resto da vida”, o poeta dá a
entender que seu poema toca também a temática de como
se vive – no caso, dançando em uma festa, calçado – até o
dia da morte – o instante de tirar os sapatos, e seguir
dançando para sempre. Assim, pode-se perceber que o
ponto em comum entre esses poemas, em sua dimensão
temática, seria o fato de que ambos mencionam o aspecto
da vida, indiciado por seus eu líricos. b) (F) É possível
entender o texto II como um elogio à morte se esta for lida
como o momento em que se pode dançar para sempre,
tirando os sapatos. Contudo, não se pode dizer que essa
busca pelo instante da morte esteja presente também no
texto I, de Cacaso, que versa sobre a vida em relação à
infância. c) (F) O aluno poderia até pensar que o contexto
brasileiro em que os poemas foram escritos, a década de
1970, teria alguma vinculação com um engajamento político,
expressando uma análise ou reclamação do panorama
nacional da época. Todavia, em ambos os textos não se 40. O anúncio da loja de roupas infantis utiliza as
observam referências a esse tipo de crítica social, sendo, ao linguagens verbal e não verbal para associar à
contrário, dois poemas que se voltam para a dimensão lírica marca a ideia de
e íntima da vida de sujeitos, na voz do eu lírico, que A. resgate da infância e valorização de um
comunicam experiências pessoais. d) (F) O aluno poderia ser
ideal eurocêntrico.
levado a julgar essa alternativa como correta pela menção à
“infância”, que é um fator temático presente no texto I. B. elogio ao português padrão culto e
Contudo, a infância não aparece no texto II, nem por meio de ludicidade na moda infantil.
sugestão. Para além disso, no poema de Cacaso, único que C. enaltecimento de países antigos e
fala sobre infância, não se observa um trabalho com a ideia incentivo ao confronto de gêneros.
de poesia ou de leitura como meio de se aprender qualquer
coisa, já que ele não afirma nada no sentido pedagógico D. identidade e união entre o Brasil e os
sobre a infância, mas apenas constata a infância como seu outros países que falam português.
ponto de partida e de saudade. e) (F) A efemeridade da vida E. promoção de um comportamento afetivo e
não é temática central nos textos I e II, ainda que o aluno preservação da fauna brasileira.
pudesse ser conduzido a pensar assim pelo fato de que os
poemas, de modo geral, comentam a trajetória de vida dos
RESOLUÇÃO
eu líricos, que se expressam em seus textos. Essa fala de cada
a) (F) De fato, há um resgate da infância no anúncio, no
eu lírico, contudo, não faz menção a uma efemeridade da
entanto não há predomínio de um ideal eurocêntrico, pois o
vida ou ao fator de que ela passaria muito rápido por causa
centro do anúncio são as referências a países de língua
dos sofrimentos experimentados enquanto se está vivendo.
portuguesa, sendo Portugal o único país europeu listado. b)
Resposta correta: A
(F) A propaganda utiliza a norma-padrão sem qualquer exa-
gero formal que sugira o enaltecimento da norma culta em
detrimento da linguagem coloquial. Já no que se refere à
linguagem não verbal, de fato, há uma valorização de
elementos lúdicos, que se materializa na imagem da silhueta
de um animal à esquerda da foto e na bolsa da menina em
forma de boneca. c) (F) O que a marca quer destacar é o fato
de Angola, Moçambique e Portugal também falarem a língua
portuguesa, não sendo correto afirmar que se tratam de
países “antigos”. Além disso, a imagem de um menino e
uma menina virados um contra o outro não sugere qualquer
confronto entre ambos, e, ao contrário disso, vê-se eles em
posturas relaxadas e o menino sorrindo. d) (V) Na
propaganda, a associação dos trechos “Nós também
falamos português!” e “Uma viagem por Angola, Mo-
çambique e Portugal!” busca transmitir a ideia de identi-
dade e união entre o Brasil e os outros países que com-
partilham a língua portuguesa, a chamada “comunidade
lusófona”. A marca de roupas pretende, assim, atribuir à sua
nova coleção de inverno o conceito de respeito e de
integração entre a cultura brasileira e a dos países irmãos do
Brasil. e) (F) Embora a propaganda use uma linguagem verbal
carregada de afetividade para provocar a emoção no leitor- busca se afastar do mundo, ou religar-se a um sentido
consumidor, não há, por outro lado, qualquer indício de que superior, que exceda as decepções da vida terrena. d) (F) O
o texto proponha a valorização da fauna brasileira, uma vez eu lírico parte de observações íntimas para descrever seus
que o único elemento que aparece na imagem e é ligado ao sentimentos e a imagem que contempla com os olhos e que
meio ambiente é a silhueta de um animal, cujo objetivo é também compõe em sua interioridade – o que designaria
primordialmente transmitir ludicidade. Resposta correta: D essencialmente uma experiência de foro privado. Contudo,
não há registro no poema analisado de uma dimensão social
assim organizada, de modo que possa se identificar qualquer
conflito entre a dimensão íntima do eu lírico e uma
Sobre um mar de rosas que arde organização social. e) (F) A menção à “cor local” e à
Em ondas fulvas, distante, “natureza nativa” na verdade designam signos poéticos
Erram meus olhos, diamante, muito mais constantes na estética do Romantismo do que na
do Simbolismo. Não existe, no Simbolismo, um apego ao
Como as naus dentro da tarde. local em que vive ou de que fala o poeta, nem uma
Asas no azul, melodias, vinculação ao nativo, ao terreno, para o poeta simbolista.
E as horas são velas fluidas Resposta correta: B
Da nau em que, oh! alma, descuidas
Das esperanças tardias.
Eu também já fui brasileiro
KILKERRY, Pedro. Sobre um mar de rosas que
arde. In: MORICONI, Ítalo (Org.). Os cem melhores moreno como vocês.
poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Ponteei viola, guiei forde
Objetiva, 2011. e aprendi na mesa dos bares
que o nacionalismo é uma virtude.
41. As relações sinestésicas visualizadas no poema Mas há uma hora em que os bares se fecham
do simbolista Pedro Kilkerry evidenciam o fato e todas as virtudes se negam.
de que o movimento buscava em suas Eu também já fui poeta.
produções estabelecer um(a) Bastava olhar para mulher,
A. lamento religioso que se dirigisse pensava logo nas estrelas
diretamente à figura inalcançável de Deus. e outros substantivos celestes.
B. experiência mística a partir de versos Mas eram tantas, o céu tamanho,
exuberantes voltados à sensibilidade. minha poesia perturbou-se.
C. retorno à união primária com a natureza Eu também já tive meu ritmo.
por meio da música e do ritmo. Fazia isto, dizia aquilo.
D. contraste estético entre a experiência E meus amigos me queriam,
privada e a experiência social. meus inimigos me odiavam.
E. elogio à cor local, dedicando-se ao louvor
Eu irônico deslizava
da natureza nativa.
satisfeito de ter meu ritmo.
RESOLUÇÃO Mas acabei confundindo tudo.
a) (F) No poema de Kilkerry não se encontram referências à Hoje não deslizo mais não,
imagem de Deus ou menção a um fervor religioso, o que não sou irônico mais não,
aproxima o poema, portanto, de outros recursos simbolistas
para construir sua estética, que não a ideia de religiosidade.
não tenho ritmo mais não.
Para além disso, não se pode também fechar a busca da ANDRADE, Carlos Drummond de. Também já fui
estética do Simbolismo, de maneira global, como a busca por brasileiro.
Deus – o que sugere a assertiva –, nem mesmo designar o
In: ______. Alguma poesia. São Paulo: Companhia
poema de Kilkerry especificamente como um lamento, ainda
que o eu lírico assuma um tom pesaroso. b) (V) O misticismo das Letras, 2013.
designado na alternativa pode ser entendido como o
sobrenatural e a exuberância que se verificam, de fato, no 42. Na poesia da segunda fase modernista
poema de Kilkerry. Além disso, no poema são manipuladas brasileira, marca presença uma espécie de
características sensíveis da percepção, pois Kilkerry se utiliza
vivamente da sinestesia como figura de linguagem
consciência social e uma poética mais reflexiva.
dominante. c) (F) A ideia de vínculo com a natureza material No poema, esse equilíbrio entre preceito
não pode ser atribuída aos preceitos fundamentais da estético e ação no mundo é revelado,
estética simbolista, sobretudo porque os simbolistas metaforicamente, pelo eu lírico por meio do(a)
buscavam um escape, uma fuga para regiões superiores, para
A. revisão de antigos comportamentos dos
universos oníricos e mundos remotos. Assim, a menção à
natureza como traço do Simbolismo é equivocada, porque a quais o poeta acaba por abrir mão.
natureza não é figura constante de uma busca de religação B. troca que o poeta faz de outras mulheres
com o mundo pelo poeta simbolista. Ao contrário, o poeta pela fidelidade a uma única musa.
C. ritmo que ele confessa ter perdido, em dá de comer
nome da manutenção de sua ironia. se tem gente com fome
D. transformação de velhos inimigos em dá de comer
amigos, ao longo da vida. [...]
E. perda do nacionalismo que designava seus TRINDADE, Solano. Cantares ao meu povo. São
primeiros versos. Paulo: Editora Brasiliense, 1981.
TEXTO II
RESOLUÇÃO
Café com pão
a) (V) No poema, eu lírico enumera uma série de comporta-
mentos de que vai abrindo mão ao longo da vida, por Café com pão
receber em si um amadurecimento, por meio de sua Café com pão
caminhada no mundo. Assim, a perda desses compor- Virge Maria que foi isso maquinista?
tamentos funciona, no poema, como um imenso painel de [...]
capitulações e conquistas operadas na vida do eu lírico pelo
amadurecimento de seu temperamento, o que pode ser lido Oô...
como a metáfora que indica a passagem para uma fase de Foge, bicho
poesia também mais amadurecida, identificada na segunda Foge, povo
etapa do Modernismo brasileiro, geração a qual Drummond Passa ponte
integra. b) (F) O eu lírico não escolhe uma única musa, ou
Passa poste
figura feminina inspiradora, mas abre mão dessa ou dessas
musas líricas – a quem, como fonte de poesia, inspirava seus Passa pasto
versos a partir de comparações com astros celestes – ao Passa boi
perceber que o céu está povoado de outras estrelas, o que [...]
indica, portanto, a troca de um amor uno – a musa – pelo BANDEIRA, Manuel. Antologia poética. Rio de
nutrir de várias outras paixões e outros afetos femininos. c)
(F) O eu lírico indica o fato de que, agora, não possui mais Janeiro: José Olympio, 1976.
ritmo nem ironia em seu modo de viver, de maneira que a
alternativa se faz incorreta ao afirmar que a ironia é mantida 43. Considerando que os dois textos apresentam
na vida em troca da perda daquilo que ele designa como uma relação de intertextualidade entre si,
ritmo. Assim, antes mesmo de considerar esta como a
identifica-se que, em comparação com o texto
metáfora possível ao amadurecimento do movimento
modernista em sua segunda fase, é necessário notar que as II, o texto I consiste em um(a)
informações descritas na assertiva não se coadunam com as A. paráfrase, mantendo implícitas as ideias do
informações obtidas a partir dos dados do poema. d) (F) A texto original.
alternativa está incorreta porque não fica claro, no poema, se B. paródia, apresentando um teor crítico que
os velhos inimigos do eu lírico terminaram por se tornar seus
amigos. O eu lírico apenas afirma, ao mencionar as relações o texto II não contém.
entre amizades e inimizades, fazendo referência a uma C. pastiche, conservando o mesmo estilo e o
espécie de “ritmo” que determinava seus conflitos e tom humorístico do texto II.
alianças, o fato de que, agora, depois de toda uma vida D. citação, utilizando explicitamente a mesma
amadurecida, ele acabou “confundindo tudo”, em relação
referência ao trem de ferro.
aos limites entre suas amizades e inimizades. e) (F) Embora
haja no verso a menção a um nacionalismo, aprendido e E. tradução, recriando a mensagem do texto
apregoado nas mesas de bar, o que se lê na estrofe inicial, o II em linguagem contemporânea.
eu lírico não canta o nacionalismo como traço característico
dos versos que uma vez compusera enquanto poeta. RESOLUÇÃO
Resposta correta: A a) (F) O texto I aproxima-se do texto II em relação à forma,
mas não ao conteúdo, pois o primeiro não apresenta, de
forma implícita ou explícita, as mesmas ideias do texto
TEXTO I original. b) (V) O texto I constitui uma paródia do texto II,
mantendo forma semelhante, mas diferenciando-se deste em
Trem sujo da Leopoldina relação ao conteúdo, pois, enquanto o segundo texto con-
correndo correndo templa a paisagem campestre observada pelo eu lírico
parece dizer durante uma viagem de trem, o primeiro texto utiliza a
tem gente com fome onomatopeia, que representa o barulho do trem para fazer
uma crítica social, chamando atenção para a presença da
tem gente com fome
miséria e da fome nos percursos pelos quais o trem passa. O
tem gente com fome texto II utiliza como onomatopeia para o barulho do trem a
Piiiiii expressão “café com pão” dita velozmente, já o texto I
[...] utiliza as frases “tem gente com fome” e “se tem gente
Só nas estações com fome / dá de comer”. c) (F) O texto I não apresenta um
tom humorístico, mas de crítica social. d) (F) A referência ao
quando vai parando trem de ferro no texto I não configura uma citação, pois não
lentamente começa a dizer há reprodução explícita de nenhuma das partes que
se tem gente com fome compõem o texto II. e) (F) Não ocorre tradução no texto I,
pois, além de ele expressar uma mensagem diferente da que desses erros. c) (V) Ao citar especialistas da área, o texto
é passada no texto II, é escrito na mesma língua que este. busca maior credibilidade para convencer o leitor, reforçando
Resposta correta: B argumentos a respeito do que é um bom currículo. d) (F) De
acordo com o texto, um currículo com mais páginas não
chama mais a atenção dos recrutadores, pelo contrário. e) (F)
O número que aparece no texto é a média de quantos
currículos são de fato analisados, não o número de quantos
Ele é a porta de entrada para uma nova rotina deixaram de ser. Resposta correta: C
de vida. Não há vaga de emprego que não passe
por um currículo. Por isso, quanto mais bem feito
o seu resumo profissional, maiores as chances de
se recolocar (ou de começar) no mercado de
trabalho. Segundo especialistas de empresas de
recursos humanos, os principais erros dos
currículos que eles analisam estão relacionados ao
excesso: de experiências narradas, de inovação
gráfica, de números de documentos. Marina
Tchalian, coordenadora da área de recrutamento e
seleção de uma consultoria, conta que um
consultor da empresa analisa uma média de 200 45. Levando em conta as linguagens verbal e não
currículos por dia. Assim, não adianta entregar verbal, ao proferir que é um “sujeito
calhamaços, cheios de ”perfumaria”, mas indeterminado”, o menino da tira faz
carentes de dados objetivos e, pior, com erros de referência a um conteúdo gramatical,
português. Uma ou duas páginas (para os mais procurando salientar que
experientes) é suficiente. [...] A. desconhece os agentes das ações expostas
na lousa.
COMO fazer um currículo: excessos
B. está se sentindo desmotivado após a aula
comprometem busca pela vaga. UOL. Disponível
de gramática.
em: <https://economia.uol.com.br>. Acesso em: 4
C. consegue finalmente entender o processo
abr. 2019. (adaptado)
de formação do sujeito.
D. quer se isentar da responsabilidade por
44. A importância de se produzir um bom currículo uma ação realizada.
para apresentar às empresas é sempre E. desconsidera a importância das ações
reforçada para os candidatos a novos listadas na lousa.
empregos, principalmente aos mais jovens. Da
forma como o assunto é apresentado no texto, RESOLUÇÃO
a) (F) O “indeterminado” da fala do menino não tem
a importância de se elaborar um bom currículo
relação com o sujeito gramatical em si, mas com a sua falta
é reforçada pelo(a) de determinação em relação à gramática. b) (V) A palavra
A. dica oferecida para tornar o currículo mais indeterminado sugere o contrário do termo determinado,
visualmente atraente. ou seja, o menino não está motivado, sobretudo após a aula
B. declaração de um entrevistado sobre os de gramática. A colocação de sujeitos indeterminados na
lousa (embora o último exemplo esteja mais ligado à voz
próprios erros de português. passiva sintética, e não ao sujeito, e contenha um erro de
C. declaração de especialistas, que dá mais concordância verbal) serve apenas como introdução ao tema
credibilidade aos conselhos elencados. e compõe o humor da tira. c) (F) Como o menino se sente
D. revelação de que os recrutadores preferem desmotivado, o que pode ser confirmado por sua expressão
facial, o leitor entende que ele ainda não compreendeu o
currículos mais completos, com mais
processo de formação do sujeito. d) (F) O sujeito
páginas. indeterminado serve para isentar a responsabilidade de um
E. número que revela quantos currículos sujeito por uma ação, mas, no caso, trata-se apenas de uma
deixam de ser analisados por erros dos piada com o termo, não havendo relação direta com a
candidatos. gramática. e) (F) O menino não se denomina um sujeito
indeterminado por causa das ações listadas no quadro, mas
da sua desmotivação. Resposta correta: B
RESOLUÇÃO
a) (F) O texto chama a atenção para o fato de que não
adianta um currículo ser visualmente atraente e não
apresentar dados objetivos. b) (F) Não é um entrevistado que
fala de seus erros de português, mas há no texto a citação de
especialistas, o que corrobora os argumentos a respeito

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