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SUMÁRIO

Língua Portuguesa........................................................pág - 03
Noções de Informática................................................pág - 319
Direito Constitucional.................................................pág - 502
Direito Penal................................................................pág - 640
Direitos Humanos e Cidadania..................................pág - 783
Legislação Especial....................................................pág - 832
Legislação Específica.................................................pág - 954
Específica para PPCE.................................................pág - 993
Estatuto dos Serv. Públicos e Civis do CE.............pág - 1082
LÍNGUA PORTUGUESA

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ASSUNTO: COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO
Procedimentos, etapas e competência leitora

Guerreiro (a),

Há etapas significativas que facilitam o processo de leitura. Inicialmente, pode


parecer algo “mecânico”; mas a fluidez virá conforme a prática e, quando menos
perceber, estará gabaritando questões que exigem competência leitora,
elemento fundamental e divisor de águas em concurso público. Apresento- lhes
um esquema favorável à metodologia adotada à sua aprovação:

É preciso seguir três etapas para se obter uma leitura ou uma abordagem eficaz
de um texto:

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a) Pré-compreensão: toda leitura supõe que o leitor entre no texto já com
conhecimentos prévios sobre o assunto ou área específica. Isso significa dizer,
por exemplo, que se você pegar um texto do 3º ano do curso de Direito estando
ainda no 1º ano, vai encontrar dificuldades para entender o assunto, porque você
não tem conhecimentos prévios que possam embasar a leitura.
b) Compreensão: já com a pré-compreensão ao entrar no texto, o leitor vai se
deparar com informações novas ou reconhecer as que já sabia. Por meio da pré-
compreensão o leitor “prende” a informação nova com a dele e “agarra”
(compreende) a intencionalidade do texto. É costume dizer: “Eu entendi, mas
não compreendi”. Isso significa dizer que quem leu entendeu o significado das
palavras, a explicação, mas não as justificativas ou o alcance social do texto.
c) Interpretação: agora sim. A interpretação é a resposta que você dará ao
texto, depois de compreendê-lo (sim, é preciso “conversar” com o texto para
haver a interpretação de fato). É formada então o que se chama “fusão de
horizontes”: o do texto e o do leitor. A interpretação supõe um novo texto.
Significa abertura, o crescimento e a ampliação para novos sentidos.

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EXERCÍCIO

1- (CESPE – 2018) Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto


precedente, julgue o item seguinte.
De acordo com o texto, o português deixou de ser “língua de comunicação”
(l.28) em Cingapura e na Índia.
2- (CESPE – 2018) Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto
precedente, julgue o item seguinte.
A forma verbal “caldeou-se” (l.7) relaciona-se, no texto, ao sentido de
mistura, fusão ou associação.
3- (CESPE – 2018) Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto
precedente, julgue o item seguinte.
A expressão “esse papel” (l.6) refere-se à penetração do latim “na Península
Ibérica e nos demais espaços conquistados pelo Império Romano” (l. 3 a 5).

GABARITO
1- E
2- C
3- C

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ASSUNTO: COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO
Procedimentos, etapas e competência leitora
Compreensão de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou
seja, coletar dados do texto. Os comandos de compreensão (está no texto)
são:
• Segundo o texto...
• O autor/narrador do texto diz que...
• O texto informa que...
• No texto...
• Tendo em vista o texto...
• De acordo com o texto...
• O autor sugere ainda...
• O autor afirma que...
• Na opinião do autor do texto...
Interpretação de texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está
escrito. Os comandos de Interpretação (está fora (além) do texto) são:
• Depreende-se/infere-se/conclui-se do texto que...
• O texto permite deduzir que...
• É possível subentender-se a partir do texto que...
• Qual a intenção do autor quando afirma que...
• O texto possibilita o entendimento de que...
• Com o apoio do texto, infere-se que...
• O texto encaminha o leitor para...
• Pretende o texto mostrar que o leitor...

Recapitulando...

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Embora os conceitos estejam bem claros, há erros comuns e determinantes em
situações de
prova. Vale salientar que as bancas usam estratégias a fim de confundir e
dificultar o nível de alguns itens. Não se permita errar!

Muitos candidatos preterem as questões de competência leitora às de gramática,


mas acabam “remando contra a maré”. É importante ter em mente que a sua
prova exigirá, em língua portuguesa, conhecimentos dos níveis ortográfico,
fonético/fonológico, morfológico, sintático e SEMÂNTICO. Portanto, as relações
de sentido também serão pontos fundamentais para a sua tão sonhada
aprovação. Candidato que foge das questões de leitura, no período de
preparação, geralmente são os mesmos que deslizam em tais situações:

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EXERCÍCIO

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Antônio Vieira.Sermão vigésimo sétimo do rosário.In:Essencial padre Antônio Vieira.
Organização e introdução de Alfredo Bosi. São Paulo: Penguin Classics, Companhia das
Letras, 2011, p. 532-3 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto


precedente, julgue o item que segue.

1- (CESPE – 2018) A expressão “pelo costume de cada dia” (ℓ.2) exprime a


causa por que, conforme o texto, não se admirava “a transmigração imensa de
gentes e nações etíopes” (ℓ. 2 e 3).
2- (CESPE – 2018) Depreende-se dos sentidos do texto que o vocábulo
“naquela” (ℓ.12) refere-se a
“América” (ℓ.9).
3- (CESPE – 2018) No trecho “e para os que se chamam seus senhores” (ℓ.19),
o verbo chamar é sinônimo de intitular.

GABARITO
1- C
2- E
3- C

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ASSUNTO: COMPREENSÃO X INTERPRETAÇÃO
Procedimentos, etapas e competência leitora

DENOTAÇÃO
Quando a linguagem está no sentido denotativo, significa que ela está sendo
utilizada em seu sentido literal, ou seja, o sentido que carrega o significado
básico das palavras, expressões e enunciados de uma língua. Em outras
palavras, o sentido denotativo é o sentido real, dicionarizado das palavras.
De maneira geral, o sentido denotativo é utilizado na produção de textos que
tenham função referencial, cujo objetivo é transmitir informações, argumentar,
orientar a respeito de diversos assuntos, como é o caso da reportagem,
editorial, artigo de opinião, resenha, artigo científico, ata, memorando,
receita, manual de instrução, bula de remédios, entre outros. Nesses
gêneros discursivos textuais, as palavras são utilizadas para fazer referência
a conceitos, fatos, ações em seu sentido literal.
EXEMPLOS:
• A professora pediu aos alunos que pegassem o caderno de
Geografia.
• A polícia capturou os três detentos que haviam fugido da
penitenciária de Santa Cruz do Céu.
• O hibisco é uma planta que pode ser utilizada tanto para
ornamentação de jardins quanto para a fabricação de chás
terapêuticos a partir das suas flores.
• Amor: forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de
consanguinidade ou de relações sociais.

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CONOTAÇÃO

Quando a linguagem está no sentido conotativo, significa que ela está sendo
utilizada em seu sentido figurado, ou seja, aquele cujas palavras, expressões
ou enunciados ganham um novo significado em situações e contextos
particulares de uso. O sentido conotativo modifica o sentido denotativo (literal)
das palavras e expressões, ressignificando-as.

De maneira geral, é possível encontrarmos o uso da linguagem conotativa nos


gêneros discursivos textuais primários, ou seja, nos diálogos informais do
cotidiano. Entretanto, são nos textos secundários, ou seja, aqueles mais
elaborados, como os literários e publicitários, que a linguagem conotativa
aparece com maior expressividade. A utilização da linguagem conotativa nos
gêneros discursivos literários e publicitários ocorre para que se possa atribuir
mais expressividade às palavras, enunciados e expressões, causando diferentes
efeitos de sentido nos leitores/ouvintes.

Exemplo:

Leia um trecho do poema Amor é fogo que arde sem se ver, de Luiz Vaz de
Camões, e observe a maneira como o poeta define a palavra/sentimento 'amor'
utilizando linguagem conotativa:

Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;


É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se de contente;


É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;

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É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

(Luís Vaz de Camões, séc. XVI)

Recapitulando...

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EXERCÍCIOS

1- (CESPE – 2018)
Com relação aos aspectos linguísticos do texto X, julgue (C ou E) o item a
seguir.
As expressões “tomar isso ao pé da letra” (l.4) e “colcha de retalhos” (l.5) são
exemplos da função denotativa da linguagem.
As garras do Leão estão mais afiadas. A partir deste ano, os bancos terão de
informar à Receita Federal qualquer movimentação financeira mensal acima de
R$ 2 mil feita por pessoas físicas. No caso das empresas, o valor será de R$ 6
mil.
2- (CESPE – 2018) Na primeira oração do texto, o termo “Leão” foi
empregado de forma simbólica, para denotar a força política exercida pelo
Estado sobre a nação brasileira.

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3- (CESPE – 2016) A expressão “armar ali a minha tenda” (l.3) foi empregada
no texto em sentido figurado.

GABARITO
1- E
2- E
3- C

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TESE

Afinal, o que é a TESE de um texto?

Tese é um assunto, um tema, um objeto. É uma proposição que se apresenta


para ser discutida e defendida por alguém, com base em determinadas hipóteses
ou pressupostos. Do grego “thesis” que significa “proposição”.
A expressão “em tese” significa “de modo geral”, “de acordo com o que se
supõe”, “em princípio”, “em teoria”.

Leia o texto abaixo:


Unesco quer que escola ensine a mediar conflitos

Adotado em países como Argentina, Espanha, França e Austrália, a mediação


dos conflitos pode entrar na grade curricular das escolas como uma forma de
reduzir a violência. A Unesco tem dialogado com o Ministério da Educação nesse
sentido. No Rio de Janeiro, pelo menos 20 escolas públicas adotaram a ideia e
mantêm projetos que ajudam as crianças a mediar conflitos por meio de
conversa. O objetivo é atacar a cultura da hipermasculinidade que reforça a ideia
de que a solução para os conflitos é feita por meio da
força. [...] [...] "É preciso conscientizar os alunos de que existem formas não-
violentas de resolução de conflitos", afirma o sociólogo Jorge Werthein, da
Unesco. Para ele, a cultura de mediação propiciaa prática do diálogo, a
resolução de conflitos, diminui o sentimento de insegurança dos alunos, interfere
nos níveis de violência e pode contribuir para a melhoria na qualidade do ensino
e da aprendizagem, [...]"
COLLUCCI, Cláudia. Folha de S. Paulo, 25 jul, 2005. p. C 4. Fragmento.
(P090859ES_SUP)

1- A tese defendida pelo autor desse texto é que a mediação de conflitos

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a) deve ser uma disciplina escolar das escolas públicas do Rio de Janeiro.
b) melhora a aprendizagem nas escolas públicas.
c) propicia a prática do diálogo e diminui a violência.
d) reforça a ideia de que a resolução de desentendimentos ocorre pela força.

Hoje em dia, o tipo de texto mais cobrado em vestibulares e concursos é o


dissertativo argumentativo. Isso já não é novidade mais. Entretanto, mesmo que
isso não seja algo novo, muitas pessoas encontram dificuldades em
compreender os aspectos que constituem esse tipo de texto e,
consequentemente, encontram dificuldades para desenvolver essa produção
textual.
Ao produzirmos um texto, o nosso foco principal deve ser a função social que
ele tem, ou seja, devemos tentar entender as razões que nos levam a produzir
determinado tipo de texto. No caso dos textos argumentativos, devemos ter em
mente que a principal função é: defesa de posicionamento crítico.
Logo, de forma resumida, ao construirmos um texto dissertativo argumentativo,
estamos apresentando a nossa opinião sobre determinado tema e
desenvolvendo ideias que possam fundamentar o nosso ponto de vista.
Você deve ter percebido que as palavras que mais apareceram no texto até
agora foram: opinião, ponto de vista, posicionamento. E nós temos uma
explicação bem simples para que isso tenha acontecido. Tendo em vista que a
principal função social de um texto argumentativo é a defesa de nosso ponto de
vista, podemos afirmar que a essência desse tipo de texto é a nossa opinião,
também conhecida como tese.
Tese, como já observamos anteriormente, é o que, comumente, chamamos de
opinião, ponto de vista, posicionamento crítico. É ela a parte fundamental para a
existência de um texto argumentativo. Talvez isso possa ter parecido muito
radical, mas pense comigo: um texto argumentativo será um [bom] texto
argumentativo se não apresentar uma tese?

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EXERCÍCIOS

2- (FDC – FUNASA) A tese basicamente defendida pela reportagem é a de que:

a) as leis brasileiras em relação aos agrotóxicos não devem ser modificadas.


b) as doenças hormonais são provocadas pelo uso de agrotóxicos.
c) os agrotóxicos devem ter sua utilização proibida pelo governo.
d) o Brasil deve importar progressivamente menos agrotóxicos.
e) a agricultura brasileira devia ser basicamente orgânica.

Pronto para outra?


Ricardo Freire

Para muita gente, esta é a semana mais difícil do ano. Você volta das férias,
tenta se adaptar de no- vo à rotina e já pressente as surpresas que vai ter ao
receber a conta do cartão de crédi- to. Quando se dá conta, é mais uma vítima
da depressão pós-viagem. Eu só conheço uma maneira de sair dessa: começar
a pensar já na próxima. Não, não é cedo demais. Nem sintoma de descaso pelo
trabalho. Acalentar uma viagem é uma maneira segura de manter aceso o
interesse pelo fato gerador de suas férias: seu emprego.

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Além do que, planejar uma viagem com antecedência é o melhor jeito de
rentabilizar seu investimento. Por que se contentar em aproveitar apenas os dias
que você passa longe de casa, quando dá para começar a viajar muito antes de
embarcar e sem pagar nada mais por isso?
Eu gosto de comparar o planejamento de uma grande viagem ao preparo de
um desfile de escola de samba no Carnaval. Assim como as férias, o Carnaval
em si dura pouco mas é o grand finale de um ano inteiro de divertida preparação.
É fácil trazer o know how do samba pa- ra suas férias. Use os três primeiros
meses depois da volta para definir o "enredo" de sua próxima viagem.
Tire os meses seguintes para encomendar guias e colecionar as informações
que caírem em sua mão revistas, jornais, dicas de quem já foi. Vá montando o
itinerário mais consistente, descobrindo os meios de transporte mais adequados,
decidindo quais são os hotéis imperdíveis. Quando faltarem quatro meses para
a partida, tome coragem e reserve a passagem e os hotéis.
Passe os últimos três meses fazendo a sintonia fina: escolhendo
restaurantes, decidindo o que merece e o que não merece ser visto.
Depois de tudo isso não tem erro: é partir direto para a apoteose.

Revista Época, 29/01/2007, p. 112 (fragmento).

3- O texto defende a tese de que:


a) nunca é cedo demais para começar a aproveitar os prazeres do hábito de
viajar;
b) viagens devem ser bem planejadas para evitar problemas e prejuízos futuros;
c) acalentar desejo de viajar constantemen- te pode revelar descaso pelo
trabalho;
d) planejar uma viagem pode estender o prazer advindo da mesma;
e) viajar durante o Carnaval é especialmen- te prazeroso e compensador.

GABARITO
1- C
2- C
3- D

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COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO
COESÃO TEXTUAL

A coesão textual é a conexão linguística que permite a amarração das ideias


dentro de um texto.
Bem utilizada, a coesão permite a eficiência na transmissão da mensagem ao
interlocutor e, por consequência, o entendimento.
Dentro do texto, a coesão pode ser compreendida pelas relações linguísticas,
como os advérbios, pronomes, o emprego de conectivos, sinônimos, dentre
outros.
Para ser melhor empregada, a coesão necessita de recursos, como palavras e
expressões que têm como objetivo estabelecer a interligação entre os
segmentos do texto. Esses recursos são chamados de elementos de coesão.
Quando o texto é incoerente, prejudica o processo de comunicação.

A coesão referencial e a coesão sequencial são chamadas de recursos


coesivos por estabelecerem vínculos entre as palavras, orações e as partes
de um texto.
Coesão referencial
A coesão referencial é responsável por criar um sistema de relações entre as
palavras e expressões dentro de um texto, permitindo que o leitor identifique
ostermos aos quais se referem. O termo que indica a entidade ou situação a

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que o falante se refere é chamado de referente.
Exemplo:

• Ana Elisabete gritou. Ela fica apavorada quando fica sozinha, apesar de
ser uma menina calma e inteligente.
Nesse exemplo, o termo referente é Ana Elisabete. Todas as vezes que o
referente precisa ser retomado no texto, podemos utilizar outras palavras para
que os leitores possam retornar e recuperar a ideia.
É bastante frequente o uso de figuras de construção/sintaxe para a coesão
referencial, como as anáforas, catáforas, elipses e as correferências não
anafóricas (contiguidades, reiterações).
Coesão sequencial
A coesão sequencial é responsável por criar as condições para a progressão
textual. De maneira geral, as flexões de tempo e de modo dos verbos e as
conjunções são os mecanismos responsáveis pela coesão sequencial nos
textos.
Os mecanismos de coesão sequencial são utilizados para que as partes e as
informações do texto possam ser articuladas e relacionadas. Além da
progressão das partes do texto, os mecanismos de coesão sequencial
contribuem para o desenvolvimento do recorte temático. Dessa forma, o autor
do texto evita falta de coesão, garantindo boa articulação entre as ideias,
informações e argumentos no interior do texto e, principalmente, a coerência
textual.

EXERCÍCIOS

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A respeito de aspectos linguísticos e semânticos do texto, julgue o item
a seguir.
1- (CESPE – 2018) A substituição da palavra “só” (l.26) por somente não
alteraria os sentidos do texto, já que ambas são sinônimos no contexto
linguístico considerado.

Mapa dos sonhos


A guerra devastou nosso país. Os prédios ruíram, viraram pó. Perdemos tudo
o que tínhamos e fugimos de mãos vazias.
Percorremos um longo caminho, rumo ao leste, e chegamos a um país de
verões quentes e invernos gelados, a uma cidade cujas casas eram de barro,
palha e estrume de camelo, rodeada por estepes poeirentas, abrasadas pelo sol.
Fomos morar num quartinho, com um casal que não conhecíamos.
Dormíamos no chão de terra batida. Eu não tinha brinquedos nem livros. E o
pior: a comida era pouca.
Um dia, meu pai foi ao mercado comprar pão. A tarde foi caindo, e ele não
voltava. Minha mãe e eu o esperávamos, preocupados e famintos. Já estava
escurecendo quando ele chegou, trazendo um rolo de papel embaixo do braço.
- Comprei um mapa – anunciou, triunfante.
- onde está o pão? Minha mãe perguntou.
- comprei um mapa – ele repetiu.
Mamãe e eu não dissemos nada.
- Meu dinheiro só dava para comprar um pedaço minúsculo de pão, que não
mataria nossa fome – ele explicou, se desculpando.
- Não temos nada para comer – minha mãe disse, amargurada.
- Em compensação, temos um mapa.
Fiquei furioso. Achei que não ia conseguir perdoá-lo, e fui para a cama com
fome, enquanto o casal que morava conosco comia seu jantar minguado.
O marido era escritor. Ele escrevia em silêncio, mas fazia um barulhão
danado quando mastigava. Mastigava uma casquinha de pão com o maior
entusiasmo, como se fosse a guloseima mais deliciosa do mundo. Senti inveja
do pão dele. Quem dera eu pudesse mastigá-lo! Cobri a cabeça com o cobertor
para não ouvi-lo estalar os lábios com aquela satisfação tão barulhenta.
No dia seguinte, meu pai pendurou o mapa. Ele ocupou a parede inteira!
Nosso quartinho sem graça inundou- se de cores.
Fiquei fascinado pelo mapa e passei horas olhando para ele, examinando
cada detalhe. E durante muitos dias eu o desenhei em cada pedacinho de papel

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que me aparecia pela frente.
Eu encontrava nomes desconhecidos naquele mapa. Lia-os em voz alta, me
deliciando com seu som estranho e usando-os para compor quadrinhas rimadas:
Fukuoka Takaoka Omsk,
Fukuyama Nagayama Tomsk,
Okasaki Miyasaki Pinsk,
Pensilvânia Transilvânia Minsk!
Eu repetia esses versos como uma fórmula mágica, e, sem nunca sair do
quarto, me transportava para longe. Aterrissei em desertos abrasadores.
Percorri praias, sentindo a areia entre os dedos dos pés.
Escalei montanhas nevadas onde o vento gelado me lambia o rosto.
Vi templos maravilhosos com esculturas de pedra dançando nas paredes e
pássaros de todas as cores cantando nos telhados.
Atravessei pomares cheios de frutas, comi mamões e mangas até me fartar. Bebi
água fresquinha e descansei à sombra de palmeiras.
Cheguei a uma cidade de arranha-céus e tentei contar suas janelas. Eram
tantas que caí no sono antes de acabar.
E assim passei horas de encantamento longe da fome e da miséria.
E perdoei meu pai. Afinal, ele fez a coisa certa.
Nota do autor: Nasci em Varsóvia, na Polônia. O bombardeio de Varsóvia
aconteceu em 1939, quando eu tinha 4 anos. Lembro-me das ruas afundando,
dos edifícios queimados ou desmoronando, virando pó, e de uma bomba que
caiu no vão da escada do nosso prédio. Pouco depois, fugi da Polônia com minha
família. Durante seis anos moramos na União Soviética, a maior parte do tempo
na Ãsia Central, na cidade de Turquestão, onde hoje é o Casaquistão. Por fim
chegamos a Paris, em 1947, e nos mudamos para Israel em 1949. Vim para os
Estados Unidos em 1959. A história desse livro é de quando eu tinha quatro ou
cinco anos, nos primeiros tempos de nossa permanência no Turquestão. O mapa
original se perdeu há muito tempo.
SHULEVITZ, Uri. Mapa dos sonhos. São Paulo: Martins Fontes, 2009. (Colégio
Pedro II – 2018)
Releia a frase do Texto:
“Minha mãe e eu o esperávamos, preocupados e famintos.”

2- Assinale a alternativa em que o pronome obliquo se refere ao mesmo


termo que na frase destacada acima.

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a) “Achei que não ia conseguir perdoá-lo, e fui para a cama com fome, enquanto
o casal que morava conosco comia seu jantar minguado.”
b) “Cobri a cabeça com o cobertor para não ouvi-lo estalar os lábios com aquela
satisfação tão barulhenta.”
c) “Nosso quartinho sem graça inundou-se de cores.”
d) “E durante muitos dias eu o desenhei em cada pedacinho de papel que
aparecia pela frente.”

Machado de Assis. O Espelho.


3- (CESPE – 2018) No que se refere aos aspectos linguísticos e aos sentidos do
texto CB1A4-I, julgue o item que se segue.

O referente do sujeito da oração “Tinha vinte e cinco anos” (ℓ.1) é o próprio


narrador, o que só pode ser confirmado ao longo do restante do parágrafo.

GABARITO
1- ERRADO
2- A
3- CERTO

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GÊNEROS TEXTUAIS
Diferentemente dos tipos textuais, que apresentam uma estrutura bem
definida, além de um número limitado de possibilidades (podem variar entre
cinco e nove tipos), os gêneros textuais são diversos e cumprem uma função
social específica. Além disso, os gêneros podem sofrer modificações ao longo
do tempo, embora muitas vezes preservem características preponderantes.
Como exemplo dessa “evolução”, temos a carta, que depois do advento da
tecnologia foi transformada no e-mail, meio de comunicação que substituiu o
papel, a caneta e a necessidade de postagem pelos correios, visto que pode ser
recebido instantaneamente pelo destinatário. Contudo, alguns elementos
linguísticos foram preservados, como as saudações, o remetente e, claro, o
destinatário.
Os gêneros são utilizados todas as vezes que os falantes estão inseridos em
alguma situação comunicativa. Ainda que inconscientemente, selecionamos um
gênero que melhor se adapta àquilo que desejamos transmitir aos nossos
interlocutores, sempre com a intenção de sobre ele obter algum efeito. Seja no
bilhetinho deixado na porta da geladeira, seja nas postagens feitas nas redes
sociais ou até mesmo nas piadas que contamos para os nossos amigos, os
gêneros estão lá, trabalhando a serviço da comunicação e da linguagem.

EXERCÍCIOS

1- (FUNRIO – 2018) A tirinha é um gênero textual constituído por uma sequência


de quadrinhos que, geralmente, de forma humorística, faz uma crítica a valores
sociais. A intenção crítica da tirinha precisa ser interpretada através dos recursos
verbais e não verbais utilizados pelo autor. Sendo assim, pode-se inferir que o
Texto (tira do Armandinho) coloca em discussão a seguinte experiência
moderna:
a) As crianças, cada vez mais, aprendem, por meio de seus celulares, a conviver
com a natureza e admirá-la.
b) As crianças e os adultos convivem de forma distinta com os meios de
reprodução eletrônica de imagens e textos.
c) A representação do mundo, através de imagens, afasta cada vez mais o ser
humano da interação com o meio natural.
d) As crianças não sentem falta do contato com a natureza, uma vez que os
meios eletrônicos simulam essa proximidade.

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Panorama do falar amapaense
Um atlas linguístico tem por finalidade registrar a diversidade na forma de
falar do povo de uma região geograficamente definida. No Brasil, a língua
portuguesa apresenta diversidades que estão relacionadas, entre outros
aspectos, às diferentes formas de colonização das regiões. Não há uma língua
portuguesa padronizada, única, falada do Oiapoque ao Chuí.
O primeiro atlas linguístico brasileiro – Atlas prévio dos falares baianos –
foi publicado em 1963, por Nelson Rossi. Nem mesmo dentro dos limites de cada
região há uma uniformidade de falares. A partir de 1996, com o lançamento do
projeto “Atlas Linguístico do Brasil”, houve um aumento significativo de
publicações de atlas regionais e estaduais por todo o país. Na Região Norte, aos
dois primeiros atlas publicados, do Pará e do Amazonas, veio somar-se o Atlas
linguístico do Amapá, lançado em 2017 pela editora Labrador, fruto do trabalho
conjunto desenvolvido pelo pós-doutor em linguística pela Université de
Toulouse e pesquisador da UFPA, Abdelhak Razky, pela docente da UNIFAP,
Celeste Maria da Rocha Ribeiro, e pelo doutorando pela UFPA, Romário Duarte
Sanches.
O atlas possibilita vislumbrar o panorama da realidade linguística do Amapá,
buscando contribuir para o entendimento mais coerente da língua e de suas
variantes e preocupando-se também em eliminar a visão distorcida que tende a
privilegiar uma variante, geralmente a mais culta, e estigmatizar as demais.
(Adaptado de: PINTO, Walter. Disponível em: www.beiradorio.ufpa.br)
2- (FCC – 2018) A julgar pela estrutura e pelo conteúdo que apresenta, é correto
afirmar que o texto seja condizente com
a) um artigo científico circunscrito à comunidade de linguistas.
b) uma resenha voltada para a divulgação científica.
c) um artigo de opinião com argumentação polarizada.
d) um resumo que omite qualquer juízo de valor.
e) uma reportagem acerca das variedades do português.

GABARITO
1- C
2- B

26
GÊNEROS TEXTUAIS
TIPOLOGIA TEXTUAL

Ao contrário da tipologia textual, o gênero discursivo tem inúmeras


possibilidades, tais como: o conto, a palestra, o gibi, notícia e assim por diante.
Quando se fala em tipologia textual há apenas cinco tipos: narração, dissertação,
descrição, injunção e exposição.

Narração
Um tipo textual muito conhecido é a narração que geralmente é apresentada
em formato de livros e histórias que contam o que, onde, como, quando e quem.
A narração deve ser uma história que envolve personagens e acontecimentos,
além do clímax. O espaço, o tempo e o enredo fazem parte da estrutura.

Descrição
Já a descrição pode ser um complemento de qualquer tipo de texto (e de
gênero), afinal, ela serve para situar o leitor, fazendo-o imaginar a cena que está
sendo retratada. Geralmente, ela acompanha muito a narração, para descrever
o lugar, os personagens. Na descrição, há recursos extras que podem melhorar
a qualidade do texto:

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Enumeração: é quando você descrever a ação em ordem, como se fosse
retratar uma ação em movimento, por exemplo, para que o leitor compreenda o
processo.
Comparação: na descrição é possível fazer comparações para permitir que
o leitor faça associações e compreenda o que queremos dizer. É um recurso
muito valioso, visto que podemos comparar situações e facilitar a interpretação
de texto.
Os cinco sentidos: é muito comum usar esse recurso no momento de
descrever alguma ação, personagem. Podemos utilizar o olfato, tato, paladar,
visão e audição para que o leitor visualize e sinta as palavras, imaginando
perfeitamente. Você pode descrever um prato de comida, por exemplo,
caracterizando-o pelo cheiro e pelo paladar.
Quem descreve pode ser tanto objetivo quanto subjetivo, ou seja, pode decidir
se suas opiniões ficarão de fora ou não. Assim, o texto pode se tornar imparcial
ou íntimo, dependendo do objetivo. E em um texto descritivo há muita utilização
de três classes gramaticais, os adjetivos, substantivos e locuções adjetivas, além
de verbos no passado e no presente.
A descrição é apresentada em 3 estruturas: introdução (o que será descrito),
desenvolvimento (caracterização) e conclusão (finalização).
Dissertação
A dissertação é um tipo de texto muito conhecido, principalmente em
vestibulares. O objetivo da dissertação é debater e expor um tema com
argumentos fortes, apresentando a sua opinião de forma clara. É permitido que
você exponha seu ponto de vista. Na dissertação você deve conhecer o assunto,
de modo que o texto fique claro e que aparenta autoridade sobre o tema. A
estrutura da dissertação é dividida em três: introdução, desenvolvimento e
conclusão. Na introdução, deve-se apresentar o tema; no desenvolvimento,
deve-se apresentar argumentos que vão de encontro ao seu ponto de vista sobre
o assunto, guiando o leitor; e na conclusão, deve ser retomado o tema para
finaliza-lo ou concluir sobre o assunto.
Exposição
O texto expositivo é aquele totalmente imparcial e neutro, que serve apenas
para informar e não trazer a opinião do autor. É apenas uma exposição sobre o
assunto que será retratado. Um exemplo claro são as notícias vinculadas no
jornal. Não deve ter interferência nenhuma da opinião do autor e o objetivo é
explicar.
Injunção
Já a tipologia textual da injunção diz respeito a instruções. Isso quer dizer que
são textos que nos guiam e nos instruem para completar uma tarefa, seja por
meio de um manual ou uma receita, por exemplo. Há duas formas: o instrucional,
que é apenas uma sugestão de como você pode fazer tal coisa; e a prescrição,

28
que enaltece uma norma, uma regra, como no caso da bula de remédios ou uma
receita.

EXERCÍCIOS
A Política de Tolerância Zero
Suas vozes frágeis e seus corpos miúdos sugerem que elas não têm mais de 7
anos, mas já conhecem a brutal realidade dos desaventurados cuja sina é cruzar
fronteiras para sobreviver. O drama dessas crianças tiradas dos braços de seus
pais e mães pela “política de tolerância zero” do governo americano tem
comovido o mundo e dividido o país do presidente Donald Trump. Os relatos são
de solidão e desespero para essas famílias divididas, que, não raro, mal podem
se comunicar com o mundo exterior e não conseguem informações sobre o
paradeiro de seus parentes após terem cruzado a fronteira do México para os
EUA em busca de uma vida menos difícil. Em vez de encontrarem a realização
de seu “sonho americano”, elas vêm sendo recebidas por essa prática de
hostilidade reforçada na zona fronteiriça, que já separou mais de 2300 crianças
de seus pais desde abril.
Época, nº 1043. Adaptado.
1- (FGV - 2018) O texto 1 é classificado como argumentativo já que apresenta
uma condenação da política americana para os imigrantes. O conjunto de ideias
apresentadas se fundamenta
a) na autoridade da política até então empregada pelos EUA.
b) no racionalismo que sempre caracterizou o povo americano.
c) no sentimentalismo social da separação de pais e filhos.
d) na pressão política exercida pelos demais países.
e) no aspecto totalitário da medida empregada pelos EUA.

29
2- (IADES - 2018) Acerca da relação existente entre as sequências linguísticas
e as informações do texto, é correto afirmar que nele prevalece a
a) dissertação, pois discorre a respeito de um assunto sob o seguinte ponto de
vista: o aposentado deve procurar se manter ativo para preservar o sentido da
própria vida e combater o surgimento de problemas que comprometem o próprio
bem-estar.
b) narração, pois pretende esclarecer o leitor relativamente a como vivem as
pessoas depois que se aposentam.
c) dissertação, pois apresenta argumentos favoráveis à aposentaria.
d) dissertação, pois expressa a opinião da autora quanto aos desejos e aos
tormentos das pessoas recém-aposentadas.
e) narração, pois os dois primeiros parágrafos relatam, respectivamente, a rotina
de uma pessoa antes da aposentadoria e a maneira como ela vive depois de
aposentada.

30
Cristiano Paixão e Ronaldo C Fleury Trabalho portuário — a modernização dos
portos e as relações de trabalho no Brasil São Paulo: Método, 2008, p 17-8 (com
adaptações)
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue
o próximo item.
3- (CESPE – 2018) O texto é predominantemente descritivo, na medida em que
apresenta detalhadamente as características dos portos na Antiguidade.
A influência da cultura na formação do cidadão
Os costumes, a música, a arte e, principalmente, o modo de pensar e agir
fazem parte da cultura de um povo e devem ser preservados para que nunca se
perca a singularidade do coletivo.
Durante muito tempo, o termo cultura foi estudado e acabou sendo dividido
em algumas categorias. Cultura segundo a filosofia: conjunto de manifestações
humanas, de interpretação pessoal, que condizem com a realidade. Cultura
segundo a antropologia: soma dos padrões aprendidos, e que foram
desenvolvidos pelo ser humano.
Por ser um agente forte de identificação pessoal e social, a cultura de um
povo se caracteriza como um modelo comportamental, integrando segmentos
sociais e gerações à medida que o indivíduo se realiza como pessoa e expande
suas potencialidades.
(Adaptado de: ALMEIDA, Heraldo. www.diariodoamapa.com.br)

31
4- (FCC – 2018) Embora seja predominantemente dissertativo, o texto apresenta
traços próprios da narração em:
a) Cultura segundo a filosofia: conjunto de manifestações humanas, de
interpretação pessoal, que condizem com a realidade. (2o parágrafo)
b) Os costumes, a música, a arte e, principalmente, o modo de pensar e agir [...]
devem ser preservados para que nunca se perca a singularidade do coletivo. (1o
parágrafo)
c) Durante muito tempo, o termo cultura foi estudado e acabou sendo dividido
em algumas categorias. (2o parágrafo)
d) Cultura segundo a antropologia: soma dos padrões aprendidos, e que foram
desenvolvidos pelo ser humano. (2o parágrafo)
e) Por ser um agente forte de identificação pessoal e social, a cultura de um povo
se caracteriza como um modelo comportamental... (3o parágrafo)

GABARITO
1- C
2- A
3- ERRADO
4- C

32
GÊNEROS TEXTUAIS
REVISÃO
Os gêneros textuais são definidos pelas características dos diversos tipos
de textos, que apresentam características comuns em relação à linguagem e ao
conteúdo.
Lembre-se que existem muitos gêneros textuais, que promovem uma
interação entre os interlocutores (emissor e receptor) de determinado discurso,
seja uma resenha crítica jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do
restaurante, bilhete ou lista de supermercado. Porém, faz-se necessário
considerar sua função e sua finalidade.
Importante destacar que o gênero textual pode conter mais de um tipo textual,
ou seja, uma receita de bolo apresenta a lista de ingredientes necessários (texto
descritivo) e o modo de preparo (texto injuntivo).

Tipos de Gêneros Textuais

O Manual de Instruções é um tipo de gênero textual injuntivo.


Cada texto possui uma linguagem e estrutura; note que existem inúmeros
gêneros textuais dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras,
gêneros textuais são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de
textos: narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo.

33
Texto Narrativo

Ação, tempo e espaço.


Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço.
Sua estrutura é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos:
• Romance
• Novela
• Crônica
• Contos de Fada
• Fábula
• Lendas
• Texto Descritivo

“Sonho Causado pelo Voo de uma Abelha ao Redor de uma Romã um Segundo
Antes de Acordar”, Salvador Dali
– A análise minuciosa e descrita de uma obra de arte dá um excelente texto
descritivo.

Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa,


objeto, lugar, acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, que
descrevem ou apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor
(emissor). São exemplos de gêneros textuais descritivos:

• Diário
• Relatos (viagens, históricos etc.)
• Biografia e autobiografia
• Notícia
• Currículo
• Lista de compras
• Cardápio
• Anúncios de classificados

34
Texto Dissertativo-Argumentativo

Essa não está afim de fazer uma argumentação dissertativa sobre o sentido da
vida!
Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto
por meio de argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista e
pela tentativa de persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes:
tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão).
Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
• Editorial jornalístico
• Carta de opinião
• Resenha
• Artigo
• Ensaio
• Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado

Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, utilizando-
se de recursos como definição, conceituação, informação, descrição e
comparação. Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos:
• Seminários
• Palestras
• Conferências
• Entrevistas
• Trabalhos acadêmicos
• Enciclopédia
• Verbetes de dicionários

35
Texto Injuntivo

A propaganda é a alma do negócio.

O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica


uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o
interlocutor (receptor). Por isso, apresenta, na maioria dos casos, verbos no
imperativo. Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica
uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o
interlocutor (receptor). Por isso, apresenta, na maioria dos casos, verbos no
imperativo. Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:

• Propaganda
• Receita culinária
• Bula de remédio
• Manual de instruções
• Regulamento
• Textos prescritivos.

36
EXERCÍCIOS
Protestos contra a redução da maioridade
penal marcam os 25 anos do ECA

Movimentos sociais e entidades ligadas à defesa dos direitos da criança e


do adolescente fizeram hoje (13), em todo o país, uma série de atos contra a
redução da maioridade penal. O protestos foram organizados pela Frente
Nacional Contra a Redução da Maioridade Penal. A defesa do Estatuto da
Criança e Adolescente (ECA), que completa 25 anos hoje (13), também esteve
na pauta das manifestações.
Em São Paulo, o protesto ocorreu em frente à Catedral da Sé, no centro da
cidade. O ato foi marcado por discursos e apresentações culturais. “Temos que
cobrar a implementação de vários artigos, que são só na teoria, para garantir os
direitos totais das crianças e dos adolescentes, e ter menos violência”, disse
Katerina Volcov, uma das coordenadoras do protesto em São Paulo.
No Rio de Janeiro, a manifestação ocorreu na Candelária, no centro da capital
fluminense. Além de lembrar os 25 anos do ECA, a presidenta do Conselho
Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro,
Mônica Alkmim, disse que os protestos são para mostrar que muita gente é
contra a redução da maioridade penal. “A gente quer mostrar para a população
que temos argumentos para ser contra, que é preciso, primeiro, efetivar o ECA,
com todos tendo acesso a direitos”, afirmou.
Em Brasília, o protesto ocorreu na Rodoviária do Plano Piloto, onde
manifestantes distribuíram panfletos com mensagens contra a redução da
maioridade penal às pessoas que passavam pelo local.
A Câmara dos Deputados aprovou, no dia 1º deste mês, proposta de emenda à
Constituição (PEC) reduzindo a maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos
casos de crimes hediondos. Ela ainda precisa passar por um segundo turno de
votações na Câmara para então ser analisada pelo Senado, também em dois
turnos.
Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2015/07/13/inte
rna_brasil,586419/ protestoscontra-a-reducao-da-maioridade-penal-marcam-os-
25-anos-do-eca.shtm(adaptado para esta prova).

Em relação ao texto lido, é correto afirmar que é:

1- (FUNCERN - 2015) Em relação ao texto lido, é correto afirmar que é:


a) uma crônica e tem como tema a defesa do Estatuto da Criança e do
Adolescente.

37
b) um resumo e tem como tema os direitos humanos no Brasil.
c) uma notícia e tem como tema os protestos contra a redução da maioridade
penal.
d) um artigo de opinião e tem como tema a importância do Estatuto da Criança
e do Adolescente.
Trabalho infantil
Há muita gente conceituada que é a favor do trabalho infantil, principalmente
os mais velhos, pois ainda vivem o saudosismo, sem perceber que o mundo
mudou e as relações humanas e de trabalho também. Recentemente, um
vereador na Câmara Municipal de Birigüi manifestou-se favoravelmente em
discurso feito da tribuna.
Trabalho infantil é toda forma de trabalho exercido por crianças e
adolescentes, abaixo da idade de 14 anos. O trabalho infantil é proibido por lei.
As formas mais nocivas ou cruéis de trabalho infantil também constituem crime.
O programa Bolsa-Família é uma tentativa de diminuir o número de crianças em
idade escolar que estejam fora da escola.
É comum em países subdesenvolvidos o trabalho infantil. A maioria das vezes
ocorre devido à necessidade de ajudar financeiramente a família. Muitas destas
famílias são geralmente de pessoas pobres que possuem muitos filhos. Por isso
os programas sociais que unem o auxílio com alimentação e a obrigação de
presença escolar são importantes.
Apesar dos pais serem oficialmente responsáveis pelos filhos, não é hábito
dos juízes puni-los. A ação da justiça aplica-se mais a quem contrata menores.
Essa postura do Judiciário precisa mudar.
O trabalho apresenta duas consequências funestas. A primeira parece menos
sentida porque tem apenas consequências psíquicas. A pessoa que começa a
trabalhar muito cedo tem a sua infância roubada, quando adulto, tornase uma
pessoa despreparada para o lazer, na maioria das vezes, pois só sabe trabalhar.
É o conhecido workaholic. A outra consequência apresenta efeito mais visível,
porque é comum o trabalho deixar o adolescente ou a criança estressada e não
ir à escola. Assim, a sociedade estará produzindo mais um trabalhador de mão-
de-obra não qualificada, um futuro brasileiro de baixa renda ou desempregado.
Antigamente, um jovem não precisava se preparar tanto para se inserir no
mercado de trabalho, pois a sociedade era mais rural. Hoje, o mercado está cada
vez mais exigente, por isso se faz necessário estudar, se possível, adentrar os
portais da universidade.
Se a criança começar a trabalhar muito cedo e abandonar a escola, será um
desastre. A criança e o adolescente são o nosso futuro, cuidar deles é nossa
obrigação.

38
FOLHA DA REGIÃO. Araçatuba, 24/01/2018. Disponível em:
<http://www.folhadaregiao.com.br/2.633/editorial- trabalho-infantil-1.92332>.
Acesso em: 24 jan. 2018. (Adaptado).

2- (CS-UFG - 2018) Com relação ao gênero, o texto apresenta características


que o classificam como
a) editorial.
b) crônica.
c) parecer.
d) resenha.
Você adquiriu um CHIP para celular. Parabéns! Destaque com cuidado o
chip do cartão. Encaixe o chip conforme indicado no manual do seu
aparelho. Geralmente, esse local fica embaixo da bateria. Depois disso, utilize
normalmente seu celular. Após destacar o seu chip e instalá-lo em seu
aparelho, guarde o restante do cartão em local seguro e protegido. Nele constam
informações importantes, como as senhas de segurança do seu chip.
Folheto comercial de operadora de telefonia celular (com adaptações).

3- (CESPE - 2013) Em relação ao texto, assinale a opção correta.


a) No texto, não há interlocutor potencial explicitado por meio de pronomes
pessoais, característica típica da função instrucional desse gênero textual.
b) O predomínio de formas verbais no imperativo evidencia que se trata de texto
injuntivo.
c) O texto caracteriza-se como didático-pedagógico, destinado a leitores iniciais
em processo de aquisição da linguagem escrita.
d) Os sentidos do texto evidenciam função textual literária ou poética.
e) No que se refere ao gênero, o texto se caracteriza como discursivo híbrido,
sendo explícita a intertextualidade com outras publicações do mesmo tema.

GABARITO
1- C
2- A
3- B

39
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem são recursos linguísticos a que os autores recorrem
para tornar a linguagem mais rica e expressiva. Esses recursos revelam a
sensibilidade de quem os utiliza, traduzindo particularidades estilísticas do
emissor da linguagem. As figuras de linguagem exprimem também o
pensamento de modo original e criativo, exploram o sentido não literal das
palavras, realçam sonoridade de vocábulos e frases e até mesmo, organizam
orações, afastando- a, de algum modo, de uma estrutura gramatical padrão, a
fim de dar destaque a algum de seus elementos. As figuras de linguagem
costumam ser classificadas em figuras de som, figuras de construção e
figuras de palavras ou semânticas.
Dependendo da sua função, elas são classificadas em:
• Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado
das palavras. Exemplos: metáfora, comparação, metonímia, catacrese,
sinestesia e perífrase.
• Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e
pensamentos. Exemplos: hipérbole, eufemismo, litote, ironia,
personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe.
• Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical
da frase. Exemplos: elipse, zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto,
anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.
• Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das
palavras. Exemplos: aliteração, paronomásia, assonância e onomatopeia.
Figuras de Palavras
Metáfora
A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes
e cujo termo comparativo fica subentendido na frase.
Exemplo: A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

Uso da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num deserto
inefável"

40
Comparação
Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são
utilizados conectivos de comparação (como, assim, tal qual).
Exemplo: Seus olhos são como jabuticabas.

Uso da comparação por meio do conectivo "como": "o amor é como uma flor" e
"o amor é como o motor do carro"
Metonímia
A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor
pela obra.
Exemplo: Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de
Shakespeare.)

Uso da metonímia que substitui o vocábulo boi por "cabeças de gado"


Sinestesia
A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos
diferentes.
Exemplo: Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada. A
frieza está associada ao tato e não à visão.

41
Na tirinha, a expressão "olhar frio" é um exemplo de sinestesia
Perífrase
A perífrase, também chamada de antonomásia, é a substituição de uma ou mais
palavras por outra que a identifique.
Exemplo: O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros.
(O rugido do leão é ouvido a uma distância de 8 quilômetros.)

Na charge acima, a "Terra da Garoa" substitui "cidade de São Paulo"


Figuras de Pensamento Hipérbole
A hipérbole corresponde ao exagero intencional na expressão.
Exemplo: Quase morri de estudar.

42
A expressão "morrendo de inveja" é uma hipérbole

Eufemismo
O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.
Exemplo: Entregou a alma a Deus. Acima, a frase informa a morte de alguém.

Na charge acima, a explicação de fofoqueira é usada para suavizar o discurso

Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-
se ao eufemismo, bem como é a oposição da hipérbole.
Exemplo: — Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe.
Pelo discurso, percebemos que apesar de as suas companhias não serem más,
também não são boas.

43
No exemplo acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você
deveria aperfeiçoar essa técnica"
Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.
Exemplo: É tão inteligente que não acerta nada.

Nota-se o uso da ironia, uma vez que o personagem está zangado com a pessoa
e utilizou o termo "inteligente" de maneira irônica
Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos
humanos aos seres irracionais.
Exemplo: O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

44
A personificação é expressa na última parte do quadrinho onde o Zé Lelé afirma
que o espelho está olhando ele. Assim, utilizou-se uma caraterística dos seres
vivos (olhar) em um ser inanimado (o espelho)

Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.
Exemplo: Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.

Uso da antítese expressa pelos termos que têm sentidos opostos: positivo,
negativo; mal, bem; paz
e guerra

45
Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas
de termos (tal como no caso da antítese).
Exemplo: Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom. Como é possível
alguém estar cego e ver?

Uso do paradoxo pelas ideias com sentidos opostos realçada pelos termos que
explicam a
"certeza": relativa e absoluta

Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente
(clímax) ou decrescente (anticlímax).
Exemplo: Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total
nervosismo. No exemplo acima, acompanhamos a progressão da tranquilidade
até o nervosismo.

Na tirinha, o personagem foi explicando de forma crescente a ideia

46
Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.
Exemplo: Ó céus, é preciso chover mais?

Notamos a ênfase na segunda parte da tirinha com o uso dos pontos de


exclamação e
interrogação: "Ai meu Deus!!! Ele vai me matar" O que faço!? É o fim!"
Figuras de Sintaxe Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.
Exemplo: Tomara você me entenda (Tomara que você me entenda).

Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele


começou) a comer sanduíches entre as refeições..."
Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplo: Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a
conclusão.)

47
A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é) um
descongestionante nasal para o meu nariz"; (você é) um antiácido para meu
estômago!"

Hipérbato
O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração.
Exemplo: São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns
anjos.)

A ordem direta do nosso hino é "Das margens plácidas do Ipiranga ouviram um


brado retumbante de um povo heroico"

Polissíndeto
O polissíndeto é o uso repetido de conectivos.
Exemplo: As crianças falavam e cantavam e riam felizes.

48
Uso do polissíndeto pela repetição do conectivo "se for"

Assíndeto
O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo o contrário do
polissíndeto.
Exemplo: Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.

Anacoluto
o anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.
Exemplo: Eu, parece que estou ficando zonzo. (Parece que eu estou ficando
zonzo.)

49
Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o
significado.
Exemplo: A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está
errado.)

No tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair"
já significa "para fora"
Silepse
A silepse é a concordância com o que se entende e não com o que está implícito.
Ela é classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa.
Exemplos:
• Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na
bonita e agitada cidade de São Paulo.)
• A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de
número: A maioria dos clientes ficou insatisfeita com o produto.)
• Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso
concordância com nós, em vez de eles: Todos terminaram os exercícios)

50
Uso da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos
crianças" e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos"

Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.
Exemplo: Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer
coisa”, eu estarei aqui sempre para você.

Uso da anáfora pela repetição do termo "falta"

Figuras de Som Aliteração


A aliteração é a repetição de sons consonantais.
Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

51
Uso da aliteração em "O rato roeu a roupa do rei de Roma"

Paronomásia
Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são parecidos.
Exemplo: O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro =
homem que anda a cavalo, cavalheiro = homem gentil)

Uso da paronomásia por meio dos termos que possuem sons parecidos: "grama"
e "grana"

Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.
Exemplo:
"O que o vago e incógnito desejo de ser eu mesmo de meu ser me deu."
(Fernando Pessoa)

52
Na tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a"
em: "massa", "salga", "amassa"

Onomatopeia
Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.
Exemplo: Não aguento o tic-tac desse relógio.

No primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum,


Bum" e "Buááá...; Buááá...". O primeiro expressa o som do tambor, e o segundo,
o choro do cebolinha

EXERCÍCIOS
Figuras de linguagem são recursos utilizados normalmente para tornar mais
expressivo o que queremos dizer. As mais comuns são a metáfora e a
metonímia.
Analise as frases abaixo, indicando (1) para exemplo de metáfora e (2),
para exemplo de metonímia.

53
( ) A Amazônia é o pulmão do mundo.
( ) O marido relata ter bebido apenas dois copos de leite.
( ) O suspeito resolveu quebrar o silêncio.
( ) A mulher alega que tem cinco bocas para alimentar.

1- A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:


a) 1, 1, 2, 2.
b) 1, 2, 1, 2.
c) 2, 1, 2, 1.
d) 2, 2, 1, 1.

2- Neste período do escritor francês Charles Baudelaire – “ A gramática, a


mesma árida gramática, transforma-se em algo parecido a uma feitiçaria
evocatória; as palavras ressuscitam revestidas de carne e osso, o substantivo,
em sua majestade substancial, o adjetivo, roupa transparente que o veste e dá
cor como um verniz, e o verbo, anjo do movimento que dá impulso à frase.” –,
observa-se um recurso de estruturação frasal, o zeugma, o qual consiste na:
a) ruptura da organização gramatical da frase que deixa um dos termos sem
função sintática.
b) intercalação de uma ou mais palavras entre o verbo e o pronome átono
proclítico.
c) supressão, em orações subsequentes, de um termo expresso na primeira
oração.
d) coordenação de várias palavras, pela repetição de uma ou mais conjunções.

O cansaço democrático
Quem disse que a democracia era eterna? Ninguém. Mas palpita ainda no
coração do homem civilizado a crença de que essa forma de governo estará
entre nós até ao fim dos tempos.
Uma ideia tão otimista seria risível à luz da história do pensamento político.
Platão é o exemplo mais extremo: a democracia faz parte de um movimento
cíclico de regimes – e, para ele, é uma forma degenerada de governo.
Depois da democracia, haverá um tirano para pôr ordem no pardieiro; e,
depois do tirano, haverá novamente uma aristocracia, que será suplantada por
uma timocracia, que será suplantada por uma oligarquia, até a democracia
regressar. Nada perdura.

54
É precisamente esse pensamento lúgubre que percorre uma moda editorial
recente – livros sobre o fim, real ou imaginário, da democracia liberal.
Em seu recente “How Democracy Ends”, David Runciman lida com os
contornos desse hipotético fim: se a democracia chegar ao seu termo, não
teremos uma repetição da década de 1930, defende. Não teremos violência de
massas, movimentos armados, tanques nas ruas. Vivemos em sociedades
radicalmente diferentes – mais afluentes, envelhecidas, conectadas. E, além
disso, conhecemos o preço da brutalidade autoritária e totalitária. As nostalgias
reacionárias são coisa de jovens: eles desejam o que ignoram e ignoram o que
desejam.
Mas se os “golpes tradicionais” são improváveis, há formas invisíveis de
conseguir o mesmo objetivo: pela gradual suspensão da ordem legal; pelo
recurso a eleições fraudulentas; pela marginalização dos freios e contrapesos do
regime.
A democracia só sobrevive porque somos capazes de gerir as nossas
frustrações quando os resultados nos são desfavoráveis. Essa tolerância diminui
de ano para ano.
E diminui sob o chicote das redes sociais. Runciman acredita que o principal
problema do mundo virtual está no poder praticamente ilimitado que os gigantes
tecnológicos exercem sobre os usuários. Pessoalmente, o meu temor é outro: o
poder praticamente ilimitado que os usuários exercem sobre os poderes
Executivo, Legislativo e até Judiciário. A democracia representativa, como a
expressão sugere, sempre foi um compromisso feliz entre a vontade do povo e
a capacidade dos mais preparados de filtrar as irracionalidades do povo.
O filtro perdeu-se com essa espécie de “democracia direta” que é exercida
pela multidão sobre os agentes políticos.
Para que não restem dúvidas: não acredito em formas de governo eternas.
Mas, até prova em contrário, a democracia liberal é o único regime que garante
a liberdade política e a dignidade pessoal dos indivíduos, bem como a
prosperidade sustentada das suas sociedades. A história ilustra a tese. Mas a
história do presente também nos mostra que cresce no Ocidente um certo
“cansaço democrático”. E que partes crescentes do eleitorado, por ignorância ou
desespero, estão dispostas a trocar a liberdade e a dignidade da democracia por
expedientes mais radicais e securitários. Por quê?
Devolvo a palavra a David Runciman. Para o autor, a democracia disseminou-
se nos últimos dois séculos porque havia uma narrativa aspiracional a cumprir.

55
Era necessário dar voz política a todos os cidadãos (pobres, mulheres, negros
etc.) e integrá- los na mesma rede de direitos e deveres (a grande tarefa do pós-
Segunda Guerra). Os Estados tinham ainda recursos materiais e institucionais
para cumprir com razoável êxito esse programa. Eis a ironia: o cansaço
democrático explica-se pelo sucesso da própria experiência democrática.
Ninguém sabe como será o futuro dessa experiência – para Runciman, a
democracia vive a crise da meia-idade. Resta saber se essa crise destrói o
casamento ou o torna mais forte.
É uma boa metáfora. Que convida a outra: o casamento só irá sobreviver se
a maioria conseguir redescobrir, com novos olhos, as virtudes que permanecem
no lar.
(João Pereira Coutinho. Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br/> . Acesso em: 24 jul
2018. Adaptado)

3- No contexto dos dois últimos parágrafos, o autor faz referência a “uma boa
metáfora”, figura de linguagem que se caracteriza por
a) associar, em uma só unidade, expressões que designam sensações relativas
a diferentes órgãos dos sentidos.
b) aproximar termos contrários entre si, que coexistem e se associam numa
mesma expressão.
c) estabelecer relações de similaridade entre termos, com base no
compartilhamento de traços comuns de sentido.
d) atribuir qualificações e ações próprias do ser humano a seres não-humanos,
transferindo a estes traços daqueles.
e) empregar expressões atenuadas para fazer referências que seriam
consideradas chocantes ou grosseiras.

GABARITO
1- B
2- C
3- C

56
FIGURAS DE LINGUAGEM

57
EXERCÍCIOS
Leia os seguintes versos de Manoel de Barros, início do poema “Os deslimites
da palavra”:
Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.

1- Assinale a alternativa na qual consta a figura de linguagem expressa no


primeiro verso do poema (“Ando muito completo de vazios”):
a) Eufemismo
b) Metáfora
c) Hipérbole
d) Sinestesia
e) Paradoxo

Uma ode à estupidez

É inconcebível que no rol de desafios que se alinham diante da Nação esteja


a volta de problemas com os quais já tivemos de lidar no passado, e com relativo
sucesso. Já não há mais espaço em nossa arca de infortúnios – que não são
poucos ou triviais – para a morte de crianças por sarampo, por exemplo, ou para
a paralisia que pode ser causada pela poliomielite.
O sinal amarelo deve servir para o governo federal avaliar o que pode ser
melhorado no que concerne à comunicação oficial com a população e, se for o
caso, na capilaridade da oferta de vacinas, fazendo-as chegar a mais pessoas.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que “tem atuado fortemente na
disseminação de informações junto à sociedade alertando sobretudo sobre os
riscos de baixas coberturas”. A queda do número de crianças vacinadas com
menos de 5 anos, ainda de acordo com o documento, “é a principal preocupação
da pasta no momento”.
Mas a responsabilidade por este triste retrocesso também recai, em grande
medida, sobre os pais e responsáveis pelos menores. Por mais absurdo que
possa parecer, cresce no País uma espécie de “Revolta da Vacina moderna”,
com base em “novos estudos” que indicariam – pasme o leitor – os “riscos” a que
as crianças estariam submetidas caso fossem vacinadas.
A ode à estupidez é turbinada pelas redes sociais, terreno fértil para o

58
florescimento de informações falsas e teorias conspirativas que seriam tão
somente ridículas se não pusessem sob risco de morte milhares de crianças,
incluindo os filhos de pais ciosos de suas obrigações. Ao não vacinarem seus
filhos, os pais põem em risco todo o sistema de saúde pública.
Uma das fake news que circulam no meio digital dá conta de que a vacina
tríplice viral causaria autismo. A “tese” é sustentada por um “estudo” de 1998
elaborado por um médico do Reino Unido, mais interessado em ganhar dinheiro
do que em produzir ciência. A “falsificação elaborada” foi revelada por artigo
publicado no British Medical Journal em 2011, mas ainda produz efeitos em
mentes doentias.
Enquanto não houver vacina contra a insensatez, restanos valorizar e
amplificar, seja como órgãos de imprensa, seja como cidadãos, o alcance da boa
informação. Há vidas que dependem fundamentalmente disso.
Estadão. Opinião. Disponívelem:<https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,uma-ode-a-
estupidez,70002409637> . Acesso em: 22/07/2018.

2- No texto há a utilização da ironia como um recurso expressivo, o que se


evidencia sobretudo:
a) pela utilização de dados estatísticos que confirmam as ideias apresentadas.
b) pela adjetivação, como em “ridículas”, “ciosos” e “doentias”.
c) pelas marcas de autoria do editorial.
d) pela utilização das aspas em várias palavras referentes às falas trazidas em
fake news.
e) pelo nível e indignação, como revelado em expressões como “É inconcebível”.

GABARITO
1- E
2- D

59
As figuras de linguagem são recursos que tornam mais expressivas as
mensagens. Subdividem- se em figuras de som, figuras de construção, figuras
de pensamento e figuras de palavras.

Figuras de som

60
a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.
“Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais” (Luan Farigotini)
b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.
“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa)
c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas
de significados distintos.
“Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias” (Padre António
Vieira)

Figuras de construção
a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.
“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)
b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes. Ela come
pizza; eu, carne. (omissão de como)
c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou
elementos do período.
“Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!”
com calma sem sofrer” (Olavo Bilac)
d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.
“Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores”
(Osório Duque Estrada, em Hino Nacional Brasileiro)
e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o
que se subentende, com o que está implícito. A silepse pode ser:
• silepse de gênero
Vossa Excelência está preocupado.
• silepse de número
Os Lusíadas glorificou nossa literatura.
• silepse de pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa
coisinha verde e mole que se derrete na boca.”
f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso
ocorre porque se inicia uma determinada construção sintática e depois se opta
por outra.

61
“O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto” (Carlos Drummond de
Andrade) .
g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a
mensagem.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou
frases.
“ Amor é um fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer” (Camões)

Figuras de pensamento
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se
opõem pelo sentido.
“Eu vi a cara da morte, e ela estava viva”. (Cazuza)
b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual,
obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca;
em síntese, procura- se suavizar alguma afirmação desagradável.
Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de ele morreu)
d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática. Estava
morrendo de fome. (em vez de estava com muita fome)
e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados
predicativos que são próprios de seres animados.
“Devagar as janelas olham…” (Carlos Drummond de Andrade)
f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente
(clímax) ou descendente (anticlímax)
“O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário.” (Olavo
Bilac)
g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa
personificada).
“Ó Leonor, não caias!”
Figuras de palavras
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do

62
habitual, com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o
sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o conectivo
comparativo fica subentendido.
“Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa)
b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou
seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com
outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com
base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre
alguma relação lógica entre os termos. Observe: Sócrates tomou as mortes. (O
efeito é a morte, a causa é o veneno).
c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um
conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não
mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido figurado.
O pé da mesa estava quebrado.
d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão
que o identifique com facilidade:
O Rei do Futebol (em vez de Pelé)
e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por
diferentes órgãos do sentido.
“Como era áspero o aroma daquela fruta exótica” (Giuliano Fratin)

63
EXERCÍCIO

1- Na frase “Um mundo de ideias, de sonhos, de percepções, de desejos.”(l. 3-


4), há elipse de termos.

2- Quando Mario Quintana diz que “ ‘a mentira é uma verdade que se esqueceu
de acontecer’ ”( . 22), ele está, metaforicamente, traduzindo uma verdade
literária.

64
3- No período “Estão lá, pulsando, nas veias que correm sob a pele urbana.” (l.
11), há a personificação da cidade.

65
“NÃO HÁ VAGAS” - FERRERIRA GULLAR

4- O emprego do vocativo “senhores”, na terceira e na quarta estrofes, atenua o


tom irônico do poema.

GABARITO
1- C
2- C
3- C
4- E

66
67
FIGURAS DE LINGUAGEM
Figuras de linguagem são construções que transformam o significado
das palavras para tirar delas maior efeito ou para construir uma mensagem
nova.
“Toda gente homenageia Januária na janela.” (Chico Buarque)
Existe nesta mensagem uma figura de linguagem: a aliteração, que
provoca um efeito novo à frase (repetição de fonema j/g).
“Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu”. (Chico
Buarque de Holanda)
Há nesta mensagem uma figura de linguagem: a comparação, que
provoca um efeito novo à frase (sentir tanto que dá a impressão de ter
morrido).

Tipos de figuras de linguagem

FIGURAS DE SOM
1. Aliteração: é a repetição proposital e ordenada de sons consonantais
idênticos ou semelhantes.
O efeito serve para reforçar a imagem que se quer transmitir.
“Chove chuva chovendo
Que a cidade de meu bem
Está-se toda se lavando”
(Oswald de Andrade)
“A repetição do som ch enriquece a ideia de chuva.
A bela bola rola:
A bela bola do Raul.”
(Cecília Meireles)
Note como a repetição do fonema B pode sugerir a ideia de bola.
“Pelé, pelota, peleja. Bola, bolão, bolaço. Pelé sai dano balõeszinhos.
Vai, vira, voa, vara, quem viu, quem previu? GGGGoooolll.”
(Carlos Drummond de Andrade)
A repetição de alguns fonemas empresta ao enunciado o ritmo de jogo de
futebol.

68
2. Assonância: é a repetição proposital de sons vocábulos idênticos ou
semelhantes.
“A linha feminina é carimá
Moqueca, pititinga, caruru
Mingau puba, e vinho de caju
Pisado num pilão de Piraguá.”
(Gregório de Matos Guerra)
Note que, além das aliterações, existem sons vocálicos usados repetidamente:
a, i, u.

3. Paranomásia: é o uso de sons semelhantes em palavras próximas.


“Aquela estrela é dela
Vida, venta, vela, leva-me daqui.”
(Raimundo Fagner)
“Eu, você, João girando na vitrola sem parar
A fossa , a bossa, a nossa grande dor...”
(Carlos Lyra)

4. Onomatopéia: consiste na representação de certos sons, produzidos por


animais ou coisas, ou mesmo de certos sons humanos.
“o pato Vinha cantando alegremente
Quem, quem
Quando o marreco sorridente
Pediu
Para entrar também no samba...”
(João Gilberto)

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FIGURAS DE PALAVRAS OU DE PENSAMENTO
1. Comparação: é uma figura que consiste em identificar dois elementos a partir
de uma característica comum.
“Meu primo era belo como um Adônis.”(Lygia Fagundes Telles)
“Tio Dácio parecia bravo que nem fera.” (Alcântara Machado)
“Doramundo é alto feito um poste.” (Sergio Porto)

Uma comparação percorre as seguintes etapas:


• termo comparado → Doramundo
• termo comparante → poste
• termo comparativo→ feito
• ponto de comparação→ a altura
Na comparação é obrigatória a presença do termo comparativo (como, feito, que
nem etc.).

2. Metáfora: é o resultado de uma comparação mental.


“Tio Dácio era uma fera!”
“Doramundo era um poste.”
A metáfora consiste na semelhança entre a idéi a ser definida e a idéia que com
ela se relaciona.
- Meu primo = ideia a ser defendida.
Meu primo é um Adônis. → - Adônis= ideia com que se relaciona.
Na metáfora não aparece o termo da comparação (como, que nem, feito)
explicito.

3. Catacrese: consiste em fazer uso de uma metáfora forçada, já desgastada


pelo uso. O nome catacrese significa “abuso”.

4.Metonímia ou sinédoque
A associação de termos e ideias relacionados provoca, às vezes, a
substituição de um termo por outro. Essa figura de linguagem é chamada
metonímia, palavra que significa “mudança de nome”. Metonímia quer dizer
mudança de nome. A relação de sentido e a associação de ideias provocam, às
vezes, a substituição de um termo por outro.

70
Note, por exemplo, quando se diz: “Estou vendo o Spielberg de novo”, dando
a entender: “Estou vendo o filem de Spielberg”.
Trata-se da substituição do autor pela obra, figura bastante fácil de ocorrer.
Temos metonímia nas seguintes situações:
1. Substituição do autor pela obra:
“Ler Machado de Assis”, em vez de a obra de Machado de Assis.
2. Substituição de continente pelo conteúdo:
“Tomar um copo d’água”, em vez de a água que estava no copo.
3. Substituição da causa pelo efeito:
“Viver de trabalho”, em vez do produto do trabalho. “Ganhar a vida”, em vez de
ganhar os meios de vida.
4. Substituição do efeito pela causa:
“Sua a camisa para viver”, em vez de sua a camisa porque trabalha muito para
viver.
5. Substituição do todo pela parte ou da parte pelo todo:
“Morar na cidade”, em vez de numa parte da cidade. “Não ter teto onde morar”,
em vez de casa para morar.
6. Substituição da matéria pelo objeto:
“Ele não vale um níquel”, em vez de uma moeda feita de níquel.
7. Substituição do lugar ou marca pelo produto:
“Fuma um havana”, em vez de um charuto fabricado em Havana.
“Tomar uma brahmas”, em vez de cervejas fabricas pela Brahma.
5. Antítese e paradoxo: é o emprego de ideias contrastantes.
• No caso da antítese, o contraste se faz pela aproximação de ideias
opostas.
• No caso do paradoxo, pela aproximação de ideias absurdas.
A tristeza de uns é a alegria de outros. → antítese.
“Amo-te assim: meio odiosamente!” (Augusto dos Anjos) →paradoxo.
6. Eufemismo: é a atenuação de ideia desagradável, rude ou triste por uma ideia
mais suave.
Ir para o reino de Deus. (em vez de morrer)
Faltar com a verdade. (em vez de mentir)
Há eufemismos comuns:

71
Mal incurável → câncer, AIDS
Robusto → gordo
Esbelto → magro
Pessoa problemática → neurótica
Apropriar-se de → roubar
Amigo alheio → ladrão
Deixar o mundo dos vivos → morrer
7. Perífrase: consiste em designar um ser através de uma característica que o
tenha celebrizado.
A capital da república (em vez de Brasília)
A cidade-luz (em vez de Paris)
• Quando se trata de pessoas, as perífrases chamam-se antonomásias.
O poeta dos escravos (Castro Alves)
8. Hipérbole: consiste em exagerar uma ideia para obter maior impacto em sua
expressão. “Sonhava com milhões de estrelas iluminando a tua casa.” (Clarice
Lispector)
Chorou rios de lágrimas.
9. Ironia: consiste em inverter o sentido de uma afirmação visando à
ridicularização da ideia.
Bonzinho o teu vizinho, não? Acabou de puxar o cabelo da filha...
10. Prosopopeia: é a personificação ou animismo de seres que não são
humanos. “Milho foi o grande vilão da temporada.” (manchete de jornal)
11. Sinestesia: Figura que consiste na utilização simultânea de alguns dos cinco
sentidos. “Sons noturnos. Perfumes macios. Fresca música da brisa.” (Cecília
Meireles)
“Agora, o cheiro áspero das flores.” (Cecília Meireles)

EXERCÍCIOS
1- Muitas frases publicitárias ou poéticas utilizam repetições ou semelhanças
fônicas a fim de melhorar o seu efeito; a frase em que essa utilização NÃO está
presente é:
a) “Quem te viu, quem te vê”;
b) “Príncipe veste hoje o homem de amanhã”;

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c) “O rato roeu a roupa do rei de Roma”;
d) “Air France: vá e volte voando”;
e) “Um rei fraco faz fraca a forte gente”.

2- Há uma hipérbole no seguinte fragmento do texto:


a) “Todo mundo já passou por algo assim.”
b) “Seu consumo teve um crescimento de quase 300% na última década...”
c) “É uma estratégia bem-sucedida, que há centenas de milhares de anos tem
garantido nossa sobrevivência.”
d) “Você começa a pensar naquilo, imagina mil possibilidades...”

3- No trecho “[...] o vento chorava e soluçava como uma criança.”, observa-se a


presença de duas figuras de linguagem. São elas, respectivamente:
a) prosopopeia e comparação.
b) comparação e sinestesia.
c) sinestesia e metáfora.
d) metáfora e hipérbole.
e) hipérbole e prosopopeia.

GABARITO
1- B
2- D
3- A

73
FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem, também chamadas de figuras de estilo, ou ainda,


figuras de retórica, são recursos na comunicação que realçam e dão maior
intensidade, expressividade ao o que se quer comunicar.

Elas são divididas em figuras de palavras, figuras de pensamento, figuras


construção e figuras de som.

Vejamos abaixo um resumo com definições práticas das principais figuras de


linguagem

Metáfora
Definição: Metáfora é uma comparação implícita, ou seja, traz uma relação de
comparação entre duas coisas, mas não usa um conectivo comparativo.
Exemplo: Ela é uma flor!

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Comparação ou Símile

Definição: É a figura de linguagem que faz uma comparação explícita. Traz uma
relação de comparação entre duas coisas, utilizando um conectivo comparativo.
Exemplo: Ela é como uma flor!

Catacrese

Definição: é uma metáfora que se tornou tão comum e utilizamos como o nome
de algo.
Exemplo: A asa da xícara estava quebrada. Descascei três dentes de alho.
Ele consertou o pé da mesa.

Metonímia

Definição: uso de uma palavra pela outra com a qual tenha qualquer relação por
dependência de ideia.
Exemplo: José pediu a mão de Maria em casamento. (pediu Maria em
casamento)

Perífrase ou Antonomásia

Definição: expressão que identifica uma qualidade ou atributo mais marcante


de alguém.
Exemplo: O país do futebol. (para querer dizer “Brasil”). O rei dos animais. (para
querer dizer “leão”)
Perífrase e antonomásia são parecidos, porém a antonomásia se refere a nomes
próprios e perífrase a nomes em geral.

Sinestesia

Definição: figura de linguagem que mescla sentidos (paladar, olfato, audição…)


Exemplo: Gosto da sua voz doce (audição e paladar).

75
Hipérbole

Definição: figura de linguagem que expressa exagero


Exemplo: Essa mala pesa uma tonelada.

Eufemismo

Definição: suaviza o que se quer expressar


Exemplo: ele faltou com a verdade (ao invés de dizer que mentiu)

Prosopopeia (ou personificação ou animização)

Definição: figura de linguagem que dá vida a seres inanimados


Exemplo: O sol amanheceu alegre e cheio de esperanças.

Ironia

Definição: diz o contrário do que se queria dizer


Exemplo: Ele estudou tanto que tirou zero na prova.

Antítese

Definição: apresenta palavras opostas


Exemplo: Ela o amava, ela o odiava.

Paradoxo ou Oxímoro

Definição: apresenta contradição


Exemplo: Que seja eterno enquanto dure.

76
Gradação

Definição: apresenta uma sequência de ideias, que pode ser ascendente ou


descendente.
Exemplo: Ele engatinhou, andou, correu. (gradação ascendente)
O alteta Bolt disparou, caminhou e parou. (gradação descendente)

Apóstrofe

Definição: chamar ou invocar alguém.


Exemplo: José, venha já aqui.

Elipse

Definição: ocorre quando se omite um termo ou uma oração


Exemplo: Na mesa, um caderno e lápis. (omissão do verbo haver)

Zeugma

Definição: é um tipo de elipse, em que se omite uma expressão mencionada


anteriormente no texto.
Exemplo: Eu gosto de gato, ela de cachorro.

Pleonasmo

Definição: uso de palavras redundantes para dar um efeito estilístico ao texto.


Exemplo: Vi com meu próprios olhos. (ver com os olhos é redundância)

Assíndeto

Definição: ausência de conectivo coordenativo

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Exemplo: Ela pula, brinca, sorri.
Polissíndeto

Definição: caracterizado pelo uso repetitivo do conectivo coordenativo


Exemplo: Ela pula e brinca e sorri.

S ilepse

Definição: usa as regras de concordância de forma irregular para dar uma efeito
estilístico ao texto.
Exemplo: Fulano é um banana.

Repetição

Definição: repete palavras para enfatizar


Exemplo: “Tudo, tudo, parado”

Retificação

Definição: retifica, intencionalmente, para enfatizar


Exemplo: Ele foi bem na competição, ou melhor, foi excelente.

Anacoluto

Definição: quando um termo da oração vem “solto” que não integra


sintaticamente o restante da frase
Exemplo: Menina inteligente, Amanda fez toda a lição de casa.

Onomatopeia

Definição: usa a linguagem para reproduzir sons

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Exemplo: Trimm (som do telefone), au! (latido)
Aliteração

Definição: é a repetição de sons consonantais


Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.

EXERCPICIOS

1- Marque a opção em que há, especificamente, uma metáfora:


a) “A jandaia cantava ainda no olho do coqueiro.” (José de Alencar)
b) “John, eu não esqueço, a felicidade é uma arma quente” (Belchior)
c) “Sons noturnos. Perfumes macios. Fresca música da brisa” (Cecília Meireles)
d) “Olhe, meu filho, os homens são como formigas.” (Érico Veríssimo)
e) “Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom” (Zé Ramalho)

2- Assinale a alternativa que indica a figura de linguagem presente no


segundo quadrinho da tira.
a) Pleonasmo.
b) Metonímia.
c) Antonomásia.
d) Eufemismo.
e) Hipérbole.

79
Poeminho do Contra

Todos esses que aí estão


Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

3- Mario Quintana , In: Caderno H, Mario Quintana: Poesia Completa,


Editora Nova Aguilar, p. 257.

Sobre o terceiro verso do Poema acima, podemos afirmar que:


a) o autor utilizou uma metáfora para se referir àqueles que sairão de seu
caminho.
b) a ambiguidade é intencional, utilizada de forma brilhante pelo autor.
c) há uma hipérbole, dado o exagero da palavra “passarão” e das reticências.
d) há o uso da antítese para se opor ao “passarinho” do verso seguinte.
e) a metáfora, mãe de todas a figuras de linguagem, predomina nesse verso.

80
4- No trecho “aplaudir Pixis como se fosse Beethoven” (ℓ. 29 e 30), do texto
1A11- I, observa-se a figura de linguagem

81
a) catacrese.
b) metonímia.
c) eufemismo.
d) pleonasmo.
e) personificação.

Mundo arriscado
O próximo governo não encontrará um ambiente econômico internacional
sereno. Dúvidas sobre a continuidade do crescimento do Produto Interno Bruto
global, juros em alta nos EUA, riscos de conflitos comerciais e de queda do fluxo
de capitais para países emergentes são apenas alguns dos itens de um cardápio
de problemas potenciais.
Tudo indica, assim, que o governo brasileiro terá de lidar de pronto com as
fragilidades domésticas, em especial o rombo das contas públicas. Não tardará
até que investidores hoje aparentemente otimistas comecem a cobrar resultados
concretos.
As projeções para o avanço do PIB mundial têm sido reduzidas nos últimos
meses. O Fundo Monetário Internacional cortou sua previsão para 2018 e 2019
em 0,2 ponto percentual – 3,7% em ambos os anos – e apontou um cenário de
menor sincronia entre os principais motores regionais.
Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor, agora
acumulam-se decepções nos dois últimos casos.
Mesmo com juros ainda perto de zero, a zona do euro não deverá crescer
mais que 1,5% neste ano. Há crescente insegurança no âmbito político, neste
momento centrada na Itália e seu governo de direita populista, que propõe
expansão do déficit de um setor público já endividado em excesso.
Não é animador que a Comissão Europeia tenha tomado a decisão inédita de
rejeitar a proposta orçamentária da administração italiana. Embora o país ainda
conserve o selo de bom pagador, os juros cobrados no mercado para financiar
sua dívida dispararam.
Quanto à China, sua economia mostra menos vigor, e as autoridades
precisam tomar decisões difíceis entre conter as dívidas já exageradas e
estimular o crescimento.
O risco de escalada nos conflitos comerciais também é concreto, dado que o
governo americano ameaça impor uma terceira rodada de tarifas, desta vez
sobre os US$ 270 bilhões em vendas anuais chinesas que ainda não foram
taxadas.

82
Nos EUA, a alta dos juros, num contexto de emprego elevado e inflação perto
da meta, já leva parte do mercado a temer uma desaceleração abrupta do PIB
em 2019.
A vantagem do Brasil, hoje, é que há ampla ociosidade nas empresas, baixa
inflação e, portanto, espaço para uma retomada mais forte.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 01.11.2018. Adaptado)

5- Assinale a alternativa em que está transcrita do texto uma expressão


em sentido figurado, acompanhada da correta indicação do seu sentido.
a) “cardápio de problemas potenciais” (1° parágrafo) → indica que os países
não devem se preocupar com problemas que não existem.
b) “os principais motores regionais” (3º parágrafo) → indica que alguns países
propulsionam o desenvolvimento econômico da região a que pertencem.
c) ampla ociosidade nas empresas” (1° parágrafo) → indica que as empresas
brasileiras agem com precaução em um momento delicado da economia
mundial.
d) “as fragilidades domésticas” (2° parágrafo) → indica que cada país deve
estar atento ao que acontece com os seus pares comerciais.
e) “menos vigor” (7° parágrafo) → indica que a China tem deixado de investir
para que a sua economia volte a crescer como em outros tempos.

GABARITO
1-B
2-E
3-B
4-B
5-B

83
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

TABELA – REVISÃO DAS PALAVRAS PARÔNIMAS

Quanto à significação, as palavras são divididas nas seguintes categorias:

Sinônimos

As palavras que possuem significados próximos são chamadas sinônimos.


Veja alguns exemplos:

casa - lar - moradia - residência

84
longe - distante
delicioso - saboroso
carro - automóvel

Observe que os sentidos dessas palavras são próximos, mas não são
exatamente equivalentes. Dificilmente encontraremos um sinônimo perfeito, uma
palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra.

Há uma pequena diferença de significado entre palavras sinônimas. Veja que,


embora casa e lar sejam sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte
frase: Comprei um novo lar.

Antônimos

São palavras que possuem significados opostos, contrários. Exemplos:

mal / bem
ausência / presença
fraco / forte
claro / escuro
subir / descer
cheio / vazio
possível / impossível

85
EXERCÍCIOS

86
1- Que trio de palavras apresenta uma gradação no significado?
a) louvar – vangloriar-se – jactar-se (Texto I)
b) encomenda – pacote – recortes (Texto I)
c) passageira – imaginário – enrolada (Texto I)
d) registrar – preservar – transformar (Texto II)
e) necessidades – medos – sonhos (Texto II)

87
2- De acordo com o terceiro parágrafo do texto, só não se pode concluir
que:
a) o sentido das palavras está presente na forma como elas são expressas.
b) as palavras não têm significado efetivo fora de um contexto.
c) a direção dos pensamentos depende de como se efetiva a mensagem.
d) o significado efetivo das palavras independe de nossas intenções

Poema em linha reta (Ãlvaro de Campos)


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

88
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

3- No poema, as palavras vil, enxovalhos e infâmia têm o significado de:


a) Bondoso / intercessões / ato de alegrar.
b) Desprezível / afrontas / ato vergonhoso.
c) Bonançoso / interconexões / ato risonho.
d) Desconcatenado / mediações / ato triste.
e) Fossilizante / patuás / ato heroico.

CARLOS HEITOR CONY

O viés das palavras RIO DE JANEIRO - É comum as gentes eruditas


desprezarem a moda em suas diferentes modalidades e gêneros. Julgam-se
comprometidas com os valores eternos que repudiam o efêmero. Elas reclamam
de tudo o que pode ser transitório, mas são as primeiras a embarcar na canoa
furada das novidades em matéria de linguagem.
Já foi tempo em que era erudito falar em "a nível de", como foi radiante quem
descobriu que as coisas devem se inserir num contexto. Os jornalistas mais

89
escolados descobriram o verbo "disparar" para se referir a alguma coisa que é
respondida na bucha -e aí está uma palavra, "bucha", contemporânea das
Guerras Púnicas e da descoberta da roda.
Entrou em circulação, entre as cultas gentes, a palavra viés. Fui ao "Aurélio"
e ao "Houaiss" para saber do que se tratava. Para Aurélio, viés é uma direção
oblíqua ou uma tira de pano cortada no sentido diagonal da peça. Olhar de viés
equivale a olhar de esguelha.
Para Houaiss, que sempre foi moderadamente complicado, viés é "o meio
furtivo, esconso, de obter ou fazer concluir algo". Tive preguiça de consultar o
que era "esconso", mas acho que entendi mais ou menos.
O espantoso é que, há cinco, seis anos, ninguém se atrevia a mencionar essa
palavra, a não ser em matéria de costura, ou seja, da tira de pano cortada em
sentido diagonal da peça. De repente, tudo passa a ser viés, o econômico, o
social, o político, o artístico, o esportivo e o culinário.
Quem diz ou escreve "viés" sente-se um iluminado, um Moisés com as tábuas
da lei. Outra noite, numa palestra com estudantes, um deles me perguntou se
era legítimo o viés da literatura atual.
Sinceramente, não entendi bem a pergunta, porque ainda não havia ido ao
dicionário do Houaiss. Se tivesse ido, responderia que a literatura olha de
esguelha a sociedade. No fundo, é uma coisa esconsa.
4- O texto destaca a perenidade do significado das palavras consideradas
eruditas.

GABARITO
1-A
2-D
3-B
4-E

90
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

Ao falarmos sobre o significado das palavras, logo nos lembramos do


dicionário, não é verdade? Mas quando aprofundamos nossos estudos em
relação a esse assunto, ficamos cada vez mais surpresos, pois ele nos revela
grandes descobertas. Sendo assim, o propósito de nosso estudo refere-se
inteiramente a elas.
Até aqui pudemos conhecer somente sobre o sinônimo e o antônimo,
importantes elementos que também compõem esse processo de significação,
uma vez que estabelecem ideias semelhantes e ideias contrárias, como em:
gentil – bondoso, educado - sentido semelhante
alto – baixo - ideias de sentido contrário

Grupo das palavras homônimas


São aquelas que apresentam semelhanças quanto ao som ou quanto à grafia,
mas que possuem o mesmo sentido. Subdividem-se em:

# Homógrafas – iguais na escrita, mas diferentes no significado e na


pronúncia.

# Homófonas – iguais na pronúncia, mas diferentes na escrita e no


significado.

91
Palavras parônimas
São aquelas parecidas na escrita e na pronúncia, mas diferentes no significado.

92
EXERCÍCIOS

1- Observe as orações:I “O governo prepara decreto que muda a legislação


de concessões de rádio e TV” (início do texto).II Comprei um rádionovo
para ouvir os jogos da copa.Analisando as palavras destacadas,percebe-
se, especificamente, um caso de:
a) Homônimos homófonos.
b) Homônimos perfeitos.
c) Homônimos homógrafos.
d) Parônimos.
e) Antônimos.

“(...) quando se ACENTUOU a preocupação ambiental, em função do


racionamento de matérias-primas.”

2- No trecho acima a palavra em destaque se colocada em outro contexto


pode ter outro significado. A esse fenômeno chamamos de:

a) homônimos perfeitos.
b) parônimos
c) aliteração.
d) homônimos homófonos
e) homônimos homógrafos

3- As opções que preenchem adequadamente os espaços do fragmento


abaixo são prototípicas de um fenômeno denominado em língua
portuguesa de:

O ___ (acidente/incidente) que causou a ____ (delação/dilação) do presidente


da Amma revela uma __ (contravenção/ contraversão) dos magistrados por
muito tempo no estado do Maranhão. As ações consideradas ___
(imorais/amorais) foram apreciadas pelo PCA, cujo relator, o conselheiro Felipe
L. Cavalcanti que, ____ (ao encontro de/de encontro a) lei, ___ (aferir/ auferir)
resultados dignos de um ____ (censo/senso) de justiça exemplar.

93
a) Sinônimos.
b) Homônimos homófonos.
c) Homônimos homógrafos.
d) Antônimos.
e) Parônimos.

GABARITO
1-B
2-A
3-E

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

Significação contextual de palavras e expressões


Uma palavra possui por definição muitos significados os quais mudam
dependendo do contexto onde ele é inserido. Para sabermos essas diferenças
dentro dos contextos é preciso entender alguns termos e assim saber defini-los.
lembrando que uma palavra pode possuir mais de uma definição.
Denotação e Conotação
Denotação
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta
seu significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece.
Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele
imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado
que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
Conotação
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta
diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do
contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e
ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação
mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido

94
figurado e simbólico.
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da
mensagem, através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada
principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre
outros.

“Você tem um coração de pedra!”.

Antônimo e Sinônimo
Conhecer o significado das palavras é importante, pois só assim o falante ou
escritor será capaz de selecionar a palavra certa para construir a sua mensagem.
Por esta razão, é importante conhecer fatos linguísticos como: sinonímia e
antonímia.
Sinonímia (sinônimos): palavras que possuem significados iguais ou
semelhantes.
“adversário e antagonista”.
“transformação e metamorfose”.
Antonímia (antônimos): palavras que possuem significados opostos.

“bendizer e maldizer”.
“progredir e regredir”.

Homônimos e Parônimos

Homônimos são palavras com escrita ou pronúncia iguais, com significado


(sentido) diferente.

“A manga está uma delícia.”


“A manga da camisa ficou perfeita.”

Tipos de homônimos: homógrafos, homófonos e homônimos perfeitos.

Homógrafos – mesma grafia e som diferente.

95
“Eu começo a trabalhar em breve.”
“O começo do filme foi ótimo.”

Homófonos – grafia diferente e mesmo som.


“A cela do presídio está lotada.”
“A sela do cavalo está velha.”

Homônimos perfeitos – mesma grafia e som.


“Vou pegar dinheiro no banco.”
“O banco da praça quebrou.”

Parônimos são palavras com escrita e pronúncia parecidas, mas com


significado (sentido) diferente.

“O homem fez uma bela descrição da mulher”


“Use a sua discrição, Paulo”

Outro exemplo:

Amoral – nem contrário e nem conforme a moral


Imoral – contrário à moral

Ambiguidades

Ambiguidade ou anfibologia é o nome dado, dentro da linguística na língua


portuguesa, à duplicidade de sentidos, onde alguns termos, expressões,
sentenças apresentam mais de uma acepção ou entendimento possível. Em
outras palavras, ocorre quando, por falta de clareza, há duplicidade de sentido
da frase. Apesar de ser um recurso aceitável dentro da linguagem poética ou
literária, deve ser na maioria das vezes, evitado em construções textuais de
caráter técnico, informativo, ou pragmático.
O uso da ambiguidade pode resultar na má interpretação da mensagem,
ocasionando múltiplos sentidos. É importante lembrar que toda comunicação

96
estabelece uma finalidade, uma intenção para com o interlocutor, e para que isso
ocorra, a mensagem tem de estar clara, precisa e coerente.
Na publicidade observamos o uso e o abuso da linguagem plurissignificante, por
meio dos trocadilhos e jogos de palavras, procurando chamar a atenção do
interlocutor para a mensagem. Caso o autor não se julgue preparado para utilizar
corretamente a ambiguidade, é preferível uma linguagem mais objetiva, com
vocábulos ou expressões que sejam mais adequadas às finalidades requeridas.
Quando não é feito de forma proposital, ou seja, causado por algum tipo de erro
as ambiguidades são consideradas vícios de linguagem.

Os tipos comuns de ambiguidade, como vício de linguagem são:

Uso indevido de pronomes possessivos

A mãe pediu à filha que arrumasse o seu quarto.


Qual quarto? o da mãe ou da filha? Para evitar ambiguidade:
A mãe pediu à filha que arrumasse o próprio quarto.

Colocação inadequada das palavras

A criança feliz foi ao parque.


A criança ficou feliz ao chegar no parque, ou estava assim antes?
Feliz, a criança foi ao parque.

97
EXERCÍCIOS

TEXTO 1 TEXTO 2

Julgue o item a seguir, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do


texto precedente.

98
1- (TEXTO 1) Com o emprego do termo “pontapé” (ℓ.5), a autora dá a entender
que a língua portuguesa às vezes resiste furiosamente às tentativas de ser
domesticada.

Julgue o item a seguir, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do


texto precedente.

2- (TEXTO 2) No período em que aparece, o termo “tirando” (ℓ.8) introduz o modo


peculiar como alguns escritores desenvolvem o seu ofício.

99
TEXTO 3

100
3- (TEXTO 3) Infere-se do texto que, pelo emprego do adjetivo “compreensível”
(ℓ.7), o narrador transmite sua opinião, o que se confirma pela ponderação
exposta no último período do primeiro parágrafo.

TEXTO 4

101
4- (TEXTO 4) De acordo com o texto, em “O sacristão, agasalhando na algibeira
a nota de dez mil-4- réis que recebeu, achou que ela provava a sublimidade do
defunto...”, (linhas 17-20) “sublimidade” significa:
a) espiritualidade.
b) ostracismo.
c) passamento.
d) altruísmo.
e) prestígio.

5- Assinale a alternativa que apresenta o significado da palavra destacada em:


“Hoje, um peso que vem ganhando notoriedade é o da autocontemplação. Do
indivíduo perdido nesse cotidiano acelerado do século XXI permitindo-se parar
e se observar ao ser fotografado.”.
a) Estado de visibilidade, publicidade, representatividade.
b) Qualidade de ser original.
c) Característica do que vem se tornando inferior.
d) Propriedade do que é intelectualmente inteligente.
e) Natureza de algo ou alguém íntegro

QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA.

A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das


palavras. Essa escrita está relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à
origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas representados).
É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma
de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os
diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira de treinar
a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que houver dúvida.

O Alfabeto

O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada letra apresenta


uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja:

102
Observação: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das
letras: a, o, e u em determinadas palavras.

Emprego das letras K, W e Y

Utilizam-se nos seguintes casos:

a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados.


Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de
medida de curso internacional.
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

103
EXERCÍCIOS
1- (VUNESP – 2018) Assinale a alternativa em que as palavras estão
grafadas e acentuadas segundo o padrão ortográfico.
a) Para afastar a má-fé, é preciso suscitar os aspectos que possam caracterizá-
la, evitando que pretensões se digladiem e que omissões suscitem privilégios.
b) Deve-se atentar para que o exercício do poder discricionário evite o oprobrio,
a caracterização de favorecimento ou de tendenciosidade do agente ao po-lo em
prática.
c) O defensor do direito não deve enxergar obstaculos à persecussão de suas
metas saneadoras, agindo sempre objetivamente para afastar empecilhos.
d) O verdadeiro experto em qualquer área está sempre em ascenção, não
hesitando em buscar subsídios que o apoiem na defesa de suas teses.
e) O direito à dissenção assiste a todos, e não há mau nenhum em defender as
próprias convicções, por exêntricas que pareçam, sem condescender.

104
2- (FUNRIO - 2018) De acordo com a Nova Ortografia, está corretamente
escrito o termo
a) hiper-hidratação.
b) hiper-sensibilidade.
c) hiper-esfera.
d) hiperrrancoroso.

3- (FUNRIO - 2018) A palavra bem-te-vi é um substantivo composto que, de


acordo com o sistema ortográfico vigente, tem hífen.
Dentre os substantivos relacionados, o único que se escreve com hífen é
a) sub humano.
b) dia a dia.
c) sem teto.
d) microcomputador.

GABARITO
1-A
2-A
3–C

105
ORTOGRAFIA

O Novo Acordo Ortográfico está em vigor, mas muitas dúvidas sobre as novas
regras, como as do hífen, permanecem até hoje. Veja a seguir algumas das
principais regras elencadas em tópicos:
• HIPER e INTER exigem hífen diante de palavras iniciadas pelas
consoantes H e R. Exemplos: Hiper-habilidade / inter-relação / super-
homem.
• ALÉM, AQUÉM, BEM, EX, SUPER, PÓS, PRÉ, PRÓ, RECÉM, SEM,
SOTA, SOTO, VICE e VIZO sempre exigem hífen. Exemplos: Recém-
formado / além-túmulo / super-homem / ex- namorado / vice-diretor.
• Os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO,
PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA, ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE
passaram a exigir hífen diante de palavras iniciadas pela consoante H ou
por vogal idêntica à do prefixo. Exemplos: Auto-hipnose / contra-
hegemonia / extra-atividade / proto-história / arqui-inimigo / sobre-humano
/ sobreaviso.
• Os prefixos CIRCUM e PAN exigem hífen somente diante de palavras
iniciadas pelas consoantes H, M, N ou por vogal idêntica à do prefixo.
Diante de outras consoantes, o prefixo CIRCUM se aglutina. Exemplos:
Circum-navegação / circumponto / Pan-hispânico / Panamericano
• O prefixo SUB exige hífen somente diante de palavras iniciadas pelas
consoantes B, H e R. Exemplos: Sub-reino / Subatômico / Sub-humano
• O prefixo CO exige hífen somente diante de palavras iniciadas pela
consoante H, exceto em casos de aglutinação. Exemplos: Cooperação /
Correpresentante / Coerdeiro /Co-hiponimia
• Os falsos prefixos AERO, AGRO, BIO, ELETRO, ENTRE, GEO, HIDRO,
MACRO, MAX, MICRO, MINI, MULTI, PLURI, RETRO etc. exigem hífen
somente diante de palavras iniciadas pela consoante H ou por vogal
idêntica à do prefixo. Exemplos: Bio-óleo / entre-eixos / mini-horta.
Mais algumas considerações e dúvidas importantes sobre a nova regra
para o emprego do hífen:
Nos prefixos ou nos falsos prefixos terminados em vogal, diante de palavras
iniciadas pelas consoantes R e S, duplica-se a consoante. Nos prefixos ou nos
falsos prefixos terminados em consoante diante de palavras iniciadas pelas
consoantes R e S, não se duplica a consoante. Já os prefixos SUB, IN e MAL
não dobram a consoante S.

Exemplos:

Contrarreforma / pseudossábio / subsecretário.

106
EXERCÍCIOS
1- Segundo preconiza o Novo Acordo Ortográfico, o vocábulo
“contrassensos” (l.4) é grafado conforme as mesmas regras que
antissocial.
2- Assinale a opção em que a palavra sublinhada está corretamente
grafada.

107
a) “Esse previlégio de sentir-se em casa em qualquer lugar pertence apenas aos
reis.”
b) “A natureza brasileira apresenta aspetos bem diversos.”
c) “No alto do morro, um palacete com picina.”
d) “As seções espíritas eram realizadas todos os dias.”
e) “Na adolecência tudo é permitido.”

3- De acordo com a ortografia na Língua Portuguesa, assinale a alternativa


correta.
a) O plural de “cidadão” é “cidadões”.
b) “Tem” e “têm”, conjugações do verbo “ter”, indicam a mesma pessoa do
discurso a quem se direcionam.
c) Os seguintes termos podem ser grafados das duas formas apresentadas:
“quesitos/ quezitos” e “mexer/mecher”.
d) A palavra a seguir pode apresentar as duas formas ortográficas: “auto estima”
e “autoestima”.
e) A palavra “bônus” possui a mesma grafia, tanto no singular quanto no plural.

GABARITO
1 - CERTO
2-B
3–E

108
ORTOGRAFIA
Uso do X e CH

Uma das dificuldades no aprendizado da Língua Portuguesa diz respeito à


quantidade de exceções existentes em relação a determinadas regras. O uso do
“x” e do “ch”, por exemplo, traz essa dificuldade para os candidatos.
Mas podemos, de maneira geral, apontar as seguintes circunstâncias para o uso
ou não uso dessas estruturas na ortografia oficial:
• Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “me”. Exemplo: mexendo
e mexicano.
• Costuma-se utilizar o “X” depois da sílaba inicial “en”. Exemplo: enxergar
e enxugar.
• Costuma-se utilizar o “X” depois de ditongos. Exemplo: caixa, abaixar.
• Costuma-se utilizar o “X” em palavras de origem indígena e africana.
Exemplo: orixá e abacaxi.
Esses são os casos básicos onde você deverá usar o “x” no lugar do “ch”.

Uso de S ou Z

Outra pedra no sapato é a confusão que muitos de nós fazemos quando vamos
utilizar as letras “s” e “z”.
Aqui vão algumas regrinhas:
• Utiliza-se o “s” nas palavras derivadas de outras que já apresentam “s” no
radical. Exemplo: análise/analisar, casa/casinha/casarão.
• Utiliza-se o “s” nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título
ou origem. Exemplo: portuguesa, milanesa, burguesia.
• Utiliza-se o “s” nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa”.
Exemplo: gostoso, catarinense, populoso, amorosa.
• Utiliza-se o “s” nos sufixos “ese”, “isa”, “ose”. Exemplo: catequese, glicose,
poetisa.

Uso de C, Ç, S ou SS

Outro ponto um tanto confuso da Ortografia Oficial é essa parte de uso de c, ç,


s ou ss. Para começar, veja o vídeo a seguir, do professor Sérgio Nogueira. Só
2 minutinhos:

109
Aqui vai uma dica genial para quando você estiver no dilema de escrever “s” ou
“ss”: nas palavras em que empregamos apenas um “s”, ele aparece entre uma
vogal e uma consoante.
Exemplo: diversão, ofensa.
Quando estamos falando de dois “ss”, eles vêm entre duas vogais. Exemplo:
processo, passivo.

Uso de J e G

Vamos a outro ponto bem difícil de definir todas as regras, mas que podemos
facilitar um pouco: o uso de “j” e “g”.

• Usa-se “j” nas palavras de origem árabe, indígena, africana ou exótica.


Exemplo: jiboia e acarajé.
• Usa-se “j” nos verbos terminados em “jar” ou “jear”. Exemplo: sujar e
gorjear.
• Usa-se “j” na terminação “aje”. Exemplo: laje, traje.

EXERCÍCIOS
1- Assinale a alternativa na qual o hífen foi utilizado de forma INCORRETA.
a) O médico prescreveu um anti-inflamatório.
b) Ele se sente um semi-deus quando o assunto é futebol.
c) Vamos ao shopping de micro-ônibus.
d) Não coma sem lavar as mãos, é anti-higiênico.

2- Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do período abaixo.


Agora que há uma câmera de . isto provavelmente não
acontecerá, mas
vezes em que, no meio de uma noite , o poeta
levantava de seu banco [...]

a) investigação, mas, ouve, chuvosa


b) investigação, mais, houve, chuvoza
c) investigação, mais, houve, chuvosa
d) investigação, mas, houve, chuvosa
e) investigação, mais, ouve, chuvoza

110
Dadas as palavras:
I. Autoescola.
II. Coautor.
III. Antiinflaciónario.
IV. Sotomestre
3- De acordo com a regra vigente, deve-se empregar hífen na(s) palavra(s)
da(s) seguinte (s) assertiva(s):
a) Apenas I e II.
b) Apenas l e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III e IV.
e) I, II, IlI e lV.
4- Na palavra hiperconectividade não ocorre o emprego do hífen.
De acordo com a Nova Ortografia, está corretamente escrito o termo
a) hiper-hidratação.
b) hiper-sensibilidade.
c) hiper-esfera.
d) hiperrrancoroso.

GABARITO

1- B
2- C
3- D
4- A

111
ORTOGRAFIA
O Novo Acordo Ortográfico

Embora já esteja em vigor desde 2016, ainda tem muita gente sem saber direito
o que significa e o que mudou com o mais recente Acordo Ortográfico, que
mudou regras da nossa Ortografia Oficial. Veja aqui as regras de maneira
objetiva e simples:

Mudança no alfabeto
• Antes: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
• Depois: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Na prática, as letras “k”, “w” e “y” são usadas em várias situações, como na
escrita de símbolos de unidades de medida (Ex.: km, kg) e de palavras e nomes
estrangeiros (Ex.: show, William).

Uso do trema
Não se usa mais o trema, exceto em nomes próprios estrangeiros ou derivados,
como por exemplo: Müller, mülleriano, Hübner, hüberiano etc.
• Antes: cinqüenta, freqüente
• Depois: cinquenta, frequente
Acentuação
Perdem o acento os ditongos abertos “éi” e “ói” das palavras paroxítonas
(palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
• Antes: assembléia, jóia
• Depois: assembleia, joia
Perdem o acento o “i” e o “u” tônicos nas palavras paroxítonas, quando eles
vierem depois de ditongo.
• Antes: feiúra, Bocaiúva
• Depois: feiura, Bocaiuva
Perdem o acento as palavras terminadas em êem e ôo(s).
• Antes: abençôo, lêem
• Depois: abençoo, leem
Perdem o acento diferencial as duplas: pára/para, péla(s)/ pela(s),
pólo(s)/polo(s), pêlo(s)/pelo(s), pêra/pera.
• Antes: Ele foi ao Pólo Norte.

112
• Depois: Ele foi ao Polo Norte.
Atenção: Permanece o acento diferencial:
1. Nas duplas: - pôde/pode Ex.: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas
hoje ele pode. - pôr/por Ex.: Vou pôr o livro na estante que foi feita por
mim.
2. No plural dos verbos ter e vir, assim como das correspondentes formas
compostas (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Ex.:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Obs: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras
forma/fôrma. Ex.: Qual é a forma da fôrma do bolo? O circunflexo sai da palavra
côa (do verbo coar).
Perde o acento o u tônico das formas verbais rizotônicas (com acento na raiz)
nos grupos que e qui/gue e gui.
• Antes: ele argúi
• Depois: ele argui

Hífen

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento


começa com as letras r ou s, que serão duplicadas.
• Antes: auto-retrato e anti-social
• Depois: antissocial e autorretrato
Atenção: Mantém-se o hífen quando os prefixos hiper, inter e super se ligam a
elementos iniciados por r. Ex.: hiper-requisitado; inter-regional; super-resistente.
Usa-se o hífen quando o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o
segundo elemento.
• Antes: antiinflamatório
• Depois: anti-inflamatório
Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da que inicia o
segundo elemento.
• Antes: auto-escola
• Depois: autoescola
Atenção: Não se usa o hífen com o prefixo co, ainda que o segundo elemento
comece pela vogal o. Ex.: coocupante, cooptar.

113
Não se usa hífen em palavras compostas que, pelo uso, passaram a formar uma
unidade.
• Antes: manda-chuva
• Depois: mandachuva

EXERCÍCIOS

Disponível em: https://blogdoenem.com.br/gramatica-enem-hifen/. Acesso em: 24 jul. 2018.

1- Considerando que o Novo Acordo Ortográfico alterou o emprego do


hífen em palavras compostas, a sequência de palavras hifenizadas
grafadas corretamente é
a) intraracial / antissocial / alémtúmulo / vice-almirante.
b) auto-escola / minissaia / mandachuca / portarretrato.
c) hiperrenquitado / semiaberto / microondas / auto-peça.
d) anti-imperialista / pré-história / semianalfabeto / autoaprendizagem.

2- A ortografia da língua portuguesa considera incorreta a grafia percentagem no


lugar de "porcentagem" (L.8).

114
3- Para obedecer às regras ortográficas, seria necessário grafar reinvidicação no
lugar de “reivindicação” (L.6).

GABARITO

1- D
2- E
3- E
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Paroxítonas
Sílaba tônica: penúltima
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

Observações:

1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que


terminam em "ens", não (hifens, jovens).
2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).
3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s),
oa(s), eo(s), ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).
Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início

115
Oxítonas
Sílaba tônica: última
Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

Os monossílabos, conforme a intensidade com que se proferem, podem ser


tônicos ou átonos.
Monossílabos Tônicos
Possuem autonomia fonética, sendo proferidos fortemente na frase onde
aparecem. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em:

a(s): lá, cá
e(s): pé, mês
o(s): só, pó, nós, pôs

Monossílabos Átonos
Não possuem autonomia fonética, sendo proferidos fracamente, como se
fossem sílabas átonas do vocábulo a que se apoiam.

Exemplos:
o(s), a(s), um, uns, me, te, se, lhe nos, de, em, e, que, etc.
Observações:
1) Os monossílabos átonos são palavras vazias de sentido, vindo representados
por artigos, pronomes oblíquos, elementos de ligação (preposições,
conjunções).
2) Há monossílabos que são tônicos numa frase e átonos em outras.

Exemplos:

Você trouxe sua mochila para quê? (tônico) / Que tem dentro da sua mochila?
(átono)

116
Há sempre um mas para questionar. (tônico) / Eu sei seu nome, mas não me
recordo agora. (átono)

Acento de insistência
Sentimentos fortes (emoção, alegria, raiva, medo) ou a simples necessidade de
enfatizar uma ideia podem levar o falante a emitir a sílaba tônica ou a primeira
sílaba de certas palavras com uma intensidade e duração além do normal.

Exemplos:
Está muuuuito frio hoje!
Deve haver equilíbrio entre exportação e importação.

117
EXERCÍCIOS

Considerando o tema tratado no texto e a função da linguagem nele


predominante, julgue os seguintes itens.

1- Comparando‐se a forma padrão “registrar” com a grafia não padrão


“registrá”, verifica‐ se que não há alteração da posição da sílaba tônica da
palavra, que permanece oxítona, estando a acentuação gráfica de “registrá” de
acordo com o que prescreve a regra.

2- De acordo com a acentuação gráfica das palavras na Língua Portuguesa,


assinale a alternativa correta.
a) “Confortável” é acentuada por ser uma palavra proparoxítona.
b) “Psicológico” é acentuada por ser uma palavra paroxítona terminada em “o”.
c) “Sensível” é acentuada por ser uma palavra oxítona terminada em “l”.
d) “Bônus” é acentuada por ser uma palavra paroxítona terminada em “us”.

118
e) “Há” é exemplo de um monossílabo que possui acento opcional.
3- Marque a opção em que as palavras são acentuadas pela mesma regra.
a) memória – sítios.
b) pé – pêsames.
c) Esaú – ninguém.
d) lá – à
e) atraíra – lágrimas.

GABARITO
1-C
2-D
3-A

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
REGRAS ESPECIAIS
Além das regras fundamentais, há um conjunto de regras destinadas a pôr em
evidência alguns detalhes sonoros das palavras. Observe:
Ditongos Abertos
Os ditongos éi, éu e ói, sempre que tiverem pronúncia aberta em palavras
oxítonas (éi e não êi), são acentuados. Veja:

éi (s): anéis, fiéis, papéis


éu (s): troféu, céus
ói (s): herói, constrói, caubóis
Obs.: os ditongos abertos ocorridos em palavras paroxítonas NÃO são
acentuados.
Exemplos: assembleia, boia, colmeia, Coreia, estreia, heroico, ideia, jiboia, joia,
paranoia, plateia, etc.
Atenção: a palavra destróier é acentuada por ser uma paroxítona terminada em
"r" (e não por possuir ditongo aberto "ói").

119
Hiatos
Acentuam-se o "i" e "u" tônicos quando formam hiato com a vogal anterior,
estando eles sozinhos na sílaba ou acompanhados apenas de "s", desde que
não sejam seguidos por "-nh".
Exemplos:

sa - í - da e - go - ís -mo sa - ú - de

Não se acentuam, portanto, hiatos como os das palavras:

ju - iz ra - iz ru - im ca – ir

Razão: -i ou -u não estão sozinhos nem acompanhados de -s na sílaba.


Observação: cabe esclarecer que existem hiatos acentuados não por serem
hiatos, mas por outras razões. Veja os exemplos abaixo:

po-é-ti-co: proparoxítona
bo-ê-mio: paroxítona terminada em ditongo crescente.
ja-ó: oxítona terminada em "o".

VERBOS TER E VIR

Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos


verbos ter e vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir,
intervir, etc.). Veja:

Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente,


mesmo no singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de
agudo para circunflexo:

120
ele detém - eles detêm
ele advém - eles advêm.

EXERCÍCIOS

1- No tocante à acentuação da palavra “lençóis” (l. 04), qual é a afirmação


correta?
a) Esse vocábulo se acentua por ter um ditongo aberto e por ser oxítono.
b) Não deveria haver o acento agudo em razão de essa palavra ser paroxítona.
c) A colocação desse acento é facultativa, ou seja, também existe a forma
“lençois”.
d) O uso do acento agudo em ditongos abertos foi abolido pelo acordo ortográfico

O uso das regras de acentuação gráfica é um recurso que funciona como um


sinalizador a ser considerado na produção de sentido, tal como podemos
verificar no exemplo a seguir:
Só os cágados têm noção exata como é importante acentuar as palavras
corretamente.
(KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual.
São Paulo: Contexto, 2009. p. 38-39. Adaptado.)

2- O excerto que apresenta palavra(s) com uso INADEQUADO do acento


gráfico é:
a) A felicidade é frágil e volátil, pois só é possível senti-la em certos momentos.
Na verdade, se pudéssemos vivenciá-la de forma ininterrupta, ela perderia o
valor, uma vez que só percebemos que somos felizes por comparação.
b) Nosso tesouro está na colméia de nosso conhecimento. Estamos sempre
voltados a essa direção, pois somos insetos alados da natureza, coletores do
mel da mente.
c) O valor que damos ao infortúnio é tão grande que, se dizemos a alguém “Como
você é feliz!”, em geral somos contestados.
d) A amizade é um contrato tácito entre duas pessoas sensíveis e virtuosas.
Sensíveis porque um monge ou um solitário podem ser pessoas do bem e
mesmo assim não conhecer a amizade. E virtuosas porque os malvados só têm
cúmplices.

121
e) O indivíduo sempre lutou para não ser absorvido por sua tribo. Ser fizer isso,
você se verá sozinho com frequência e, às vezes, assustado. Mas o privilégio de
ser você mesmo não tem preço.
3- Considerando o uso adequado da acentuação gráfica, julgue as
assertivas e, na sequência, assinale a alternativa correta:

I - Meio ambiente pode ser definido como o conjunto das condições biológicas,
físicas e químicas ou conjunto de circunstâncias culturais, econômicas, morais e
sociais em que vivem os indivíduos.
II - Assistindo ao vídeo, você poderá ter idéias incríveis e também terá a
oportunidade de comprá-lo por um preço baixíssimo.
III - A saúde pública requer o controle da incidência de surtos epidêmicos,
através da vigilância sanitária.
IV - Reis, raínhas, príncipes e princesas: esse é o princípio da família dos contos
de fadas legítimos, apesar das críticas contemporâneas.
a) Apenas I e III estão corretas.
b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas I e IV estão corretas.
d) Apenas I e II estão corretas.
e) Apenas III e IV estão corretas.

122
Em relação a aspectos linguísticos do texto, julgue o item.

4- A acentuação gráfica em “têm” (linha 20) constitui marca


gramatical, sem implicações acústicas, para assinalar que a forma
verbal está conjugada na terceira pessoa do plural.

GABARITO
1-A
2-B
3-A
4 - CERTO

123
ACENTUAÇÃO GRÁFICA

REGRAS ESPECIAIS
Acentua-se com circunflexo a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos
verbos ter e vir, bem como nos seus compostos (deter, conter, reter, advir, convir,
intervir, etc.). Veja:

Obs.: nos verbos compostos de ter e vir, o acento ocorre obrigatoriamente,


mesmo no singular. Distingue-se o plural do singular mudando o acento de
agudo para circunflexo:

ele detém - eles detêm


ele advém - eles advêm.

EXERCÍCIOS
No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item a seguir.

1- As formas verbais “têm” e “há” são acentuadas graficamente de


acordo com a mesma regra de acentuação gráfica.

124
2- Assinale a alternativa que demonstra a acentuação correta da palavra
“que” grifada no quadrinho acima:
a) quê, quê, quê.
b) quê, que, quê.
c) que, que, quê.
d) que, que, que.
e) que, quê, quê.

Analise as frases abaixo elencadas:

3- Preenchem adequadamente as lacunas, respectivamente:


a) Intervém – por – por – magoo.
b) Intervêm – pôr – por – magôo.
c) Intervem – pôr – pôr – magôo.
d) Intervém – por – por – magôo.
e) Intervêm – pôr – por – magoo.

4- “Aquilo que têm, não detêm”. Os verbos “têm” e “detêm” recebem


acento circunflexo por quê?
a) São palavras oxítonas terminam em “EM”.
b) São palavras paroxítonas terminadas em “EM”.
c) Estão no singular e precisam ser diferenciadas da forma verbal no plural.
d) Estão no plural e precisam ser diferenciados da forma verbal no singular.

GABARITO
1- ERRADO
2- A
3- E
4- D

125
CRASE

Crase - Casos Proibidos


1 - Antes de substantivos masculinos
• andar a pé
• dinheiro a rodo

Exceção: quando se subentende: à moda de, à maneira de, faculdade,


universidade, empresa, companhia.
Exemplos: Concedeu privilégio à Ford Vestiu-se à Pierre Cardin

2 - Antes de verbo
• Condições a combinar
• Aprender a ler
3 - Antes do artigo indefinido uma e dos pronomes que não admitem o
artigo a (pronomes pessoais, indefinidos, demonstrativos, relativos)
• não me submeto a uma exigência dessas
• a mim, a ela, a si, a V.Exa
• a nenhuma parte
• a cada uma

126
• a qualquer hora
• a uma hora qualquer
• a ninguém
• a nada
• a certa hora
• a essa hora
• a quem respeito
• a cuja autoridade admiro
4 - Antes de numerais
• de 12 a 20
• de 1990 a 2008
Exceto para horários.
Exemplo: O avião sairá às 14h.

5 - Entre substantivos idênticos


• cara a cara
• gota a gota
• de parte a parte
6 - Quando está sozinho antes de palavra no plural
• a obras
• a pessoas ilustres
• a conclusões favoráveis
7- Antes de Nossa Senhora e nomes de santas
• Apelava a Nossa Senhora e a santa Clara
8 - Depois de preposições
• após as aulas
• ante a evidência
• conforme a ocasião
• contra a maré
• desde a véspera
• durante a palestra
• entre as palmeiras
• mediante a força
• para a paz
• perante a sociedade
• sob a jurisprudência
• sobre a questão do acordo
• segundo a lei

127
9 - Antes da palavra casa quando se refere ao próprio lar
• Voltara a casa pois esquecera o cartão.
10 - Antes da palavra terra quando se opõe a bordo
• Assim que desembarcaram, desceram a terra.
11 - Quando antes do feminino se subentende o artigo indefinido uma
• Encontrava-se presa a terrível melancolia
Subentende-se: Encontrava-se presa a [uma] terrível melancolia
12 - Antes de lugares que não admitem o artigo a
• Fui a Brasília, a Belém, a Recife, a Paris e a Roma

EXERCÍCIOS

1- O emprego do acento de crase na palavra em destaque está de acordo


com a norma-padrão em:
a) As construções cresciam à olhos vistos
b) A preservação ficava à cargo dos órgãos públicos.
c) Os moradores fizeram obras à revelia da legislação.
d) Os trabalhos encantaram à todos os que aqui viviam.
e) As obras nos subúrbios cresceram à partir do século XIX.

2- De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o acento grave


indicativo da crase é obrigatório na palavra destacada em:
a) A falta de transporte coletivo traz problemas para as pessoas que vivem na
periferia.
b) O centro das cidades foi o primeiro espaço a sofrer com o aumento dos carros.
c) O automóvel acabou por se confirmar como a forma de transporte dominante.
d) Os espaços centrais passaram a ser ocupados somente nos horários de
trabalho.
e) Os governos devem buscar soluções adequadas as necessidades das
pessoas.
Para responder à questão, considere o seguinte trecho do texto:

128
... apesar dos periódicos atestados de óbito conferidos à literatura e a tudo a ela
relacionado...
3 - Considerando o uso do acento indicativo da crase, a expressão que
substitui corretamente “... e a tudo a ela relacionado...” é:

a) e às coisas todas a ela relacionadas.


b) e à todas as coisas a ela relacionadas.
c) e a todas às coisas que a ela se relaciona.
d) e à qualquer coisa que a ela se relaciona.
e) e à quaisquer coisas que a ela se relaciona.
4 - Considere o seguinte trecho:

Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas, na ordem em


que aparecem no texto.
a) à – a – há.
b) a – a – a.
c) a – à – há.
d) à – à – à.
e) a – à – à.

GABARITO
1-C
2-E
3-A
4–A

129
CRASE

1- A sequência correta para o preenchimento das lacunas é

a) à / a / a / a / às.
b) a / a / à / à / as.
c) à / à / a / a / as.
d) a / a / a / a / às.

130
131
No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item a seguir.
2- O emprego do acento indicativo de crase em “à falta de água” (linhas 52
e 53) deve‐se à regência da forma verbal “responda” e à presença do artigo
definido que determina o nome “falta”.
3- Assinale a alternativa cujo conteúdo apresenta uso indevido do acento
grave, indicador de crase na língua portuguesa.
a) “Deixada à própria sorte, a metade ocidental durou pouco.” (4º§)
b) “... não seria nenhum absurdo que alguns costumes alimentares cristãos,
como comer peixe às sextas-feiras, tivessem a força de lei, ...” (6º§)
c) “... não seria nenhum absurdo que costumes alimentares cristãos tivessem a
força de lei com penas severas àquele que degustasse uma costelinha no dia
sagrado.”
d) “... assim seria o Velho Mundo se o Império Romano não tivesse se
desintegrado: uma única nação contornando o Mediterrâneo à caminho das
costas europeia, asiática e africana”.

4- Quanto ao acento grave de crase, todas as afirmações estão corretas,


EXCETO
a) “Obedecer às leis de trânsito”;
b) “Foi até à praia ontem pela manhã”;
c) “O casamento foi feito às pressas”;
d) “Assistimos à manifestações públicas”;
e) Chegou à casa dos pais no dia seguinte.

GABARITO
1- A
2- CERTO
3- D
4- D

132
CRASE

133
CRASE

134
CRASE – REVISÃO

EXERCÍCIOS

Dadas as afirmações:

1- Tudo correu as mil maravilhas.


2 – Caminhamos rente a parede.
3 – Ele jamais foi a festas.

1- Verificamos que o uso do acento indicador da crase no “a” é obrigatório:

a) apenas na sentença nº 1
b) apenas na sentença nº 2

135
c) apenas nas sentenças nºs 1 e 2
d) em todas as sentenças
2- Opção que preenche corretamente as lacunas: O gerente dirigiu-
se______sua sala e pôs-se______falar______todas as pessoas
convocadas.

a) à - à - à
b) a - à - à
c) à - a - a
d) a - a - à
e) à - a – à

3- Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto ao


lado: "Recorreu_____irmã e_____ela se apegou como_____uma tábua de
salvação."
a) à - à - a
b) à - a - à
c) a - a - a
d) à - à - à
e) à - a - a

4- Sentou-se_____máquina e pôs-se_____reescrever uma_____uma as


páginas do relatório.
a) à - à - a
b) a - à - à
c) à - à - à
d) à - a - a

5- Assinale a frase em que à ou às está mal empregado.


a) Amores à vista.
b) Referi-me às sem-razões do amor.
c) Desobedeci às limitações sentimentais.

136
d) Estava meu coração à mercê das paixões.
e) Submeteram o amor à provações difíceis.

GABARITO
1- C
2- C
3- E
4- D
5- E

CLASSES DE PALAVRAS
ARTIGO – antecede o substantivo para determinar- lhe:
• Modo: definido ou indefinido;
• Gênero: masculino ou feminino;
• Número: singular ou plural.

ANALISANDO
O garotinho que ficava sempre nas esquinas do meu colégio teve uma surpresa.
Sei que assaltos aconte- cem frequentemente, mas os assaltos que acontecem
na nossa frente causam danos irreparáveis.
“o” > Determina que o nome a que se refere será masculino e singular. (Qual
garotinho?; Amei o meu paletó novo. definido na frase; o que estava sempre nas
esquinas)
“uma” > Determina que o nome a que se refere será feminino e singular. (Qual
surpresa? Ainda não foi definida qual seria a surpresa.)
Na terceira linha do texto, a palavra "assaltos" é usado sem artigo, em sentido
genérico. Já na quarta linha, a palavra "assaltos" está definida pelo artigo “os”,
uma vez que tal palavra fora citada anteriormente.

137
EMPREGO DOS ARTIGOS

• Antecedem alguns nomes próprios indicativos de lugar:


(SEM) – São Paulo, Fortaleza, Belém, Londres
(COM) – O Rio de Janeiro, a Bahia, a Bélgica
• Depois do pronome indefinido todo, os artigos (o/a) conferem ideia de
totalidade. Sem eles, o pronome assume a noção de “qualquer”.
Toda a turma elogia o professor. (a totalidade da turma)
Nem toda turma elogia o professor. (qualquer turma)
Toda a equipe é premiada. (os componentes da equipe)
• Indicam espécie:
Os direitos e deveres do homem precisam ser esclarecidos.
• Denotam Ideia de aproximação numérica: Karla tem, no máximo, uns
quinze anos.
• Substantivam palavras oriundas de outras classes gramaticais:
Não compreendo o porquê de tanta fome se o jantar está servido
A casa é perfeita, tem apenas um senão.
• São usados depois do numeral “ambos”:
Ambos os turistas visitaram o museu.
• São facultativos antes de pronomes posses- sivos:
Usei meu paletó novo.

Obs.: Em consequência disso, a ocorrência de crase antes de pronome


possessivo feminino é facultativa:

Vou a minha repartição. (artigo ausente)


Vou à (a+a) minha repartição. (artigo presente)

Obs.: Outra consequência é que palavras antecedidas por crase são


sempre determinadas. Caso seja removido o sinal de crase, a palavra
deverá ser tomada em sentido genérico.

Não assisto à (a+a) novela. (determinada novela)


Não assisto a novela. (Nenhuma novela)

• Denota ideia de familiaridade ou afetividade: Marlene esteve


recentemente em Fortaleza. A Marlene esteve recentemente em
Fortaleza.
• Nunca aparecerão depois de pelo(s), pela(s), cujo(s) , cuja(s)

O garoto cuja prima viajou chorava pelos corredores da casa.

NUMERAL - quantifica o substantivo


Pode ser cardinal, ordinal, multiplicativo ou fracionário

138
EMPREGO DOS NUMERAL
• Designação de séculos, papas e reis:

De 1 a 10 – ordinais
Século V (quinto)
João Paulo II (segundo)
De 11 em diante – cardinais
Século XXI (vinte e um)
Bento XVI (dezesseis)

• Anteposto ao substantivo, é lido sempre como ordinal.

Participei do XI Simpósio Internacional de Ed cação (décimo primeiro).

• Em linguagem jurídica:

Até o nono – usa-se o ordinal.


A partir do dez – usa-se o cardinal.
Artigo segundo, parágrafo onze e artigo dez, parágrafo nono.
• Para designar dias do mês, utilizam-se os cardinais, exceto na indicação
do primeiro dia, que é tradicional- mente feita pelo ordinal:

A prova será no dia dois de setembro.


A convocação dos aprovados será no dia primeiro de dezembro.

• Nos endereços de casas, usa-se o cardinal.

O número da minha casa é 250 (duzentos e cinquenta).

• Nas referências a páginas, usa-se o cardinal.

Estudem o conteúdo da página 15 (quinze) da gramática.

• Indica também o cardinal, no sentido figurado, intensidade ou não


exatidão numérica.

Já conversamos mil vezes sobre isso.

• Ambos(as) e Zero são considerados numerais cardinais. Ambos(as)


significa "um e outro", "os dois" (ou "uma e outra", "as duas") e retomam
termos já citados.

Luciana e Fernanda são amigas queridas. Ambas pretendem passar em


um bom concurso.
Obs.: A forma "ambos os dois" é considerada enfática.

139
• Alguns numerais apresentam mais de uma forma.

quatorze ou catorze
décimo primeiro, undécimo ou onzeno
décimo segundo, duodécimo ou dozeno
décimo terceiro, tredécimo, trezeno ou tércio- décimo
septuagésimo ou setuagésimo
septingentésimo ou setingentésimo
nongentésimo ou noningentésimo
bilhão ou bilião
trilhão ou trilião

• Milhão e milhares são palavras masculinas.

Os milhares de devotas rezavam com fé.


Os milhões de concursadas aprovadas homenagearam nosso curso.

ATENÇÃO: “UM” numeral – vem acrescido de termo que indica


quantificação (apenas, único, suficiente, só).
Pode ser substituído por dois, três...

artigo indefinido – determina gênero e número.

Um único jardineiro plantará meu jardim. (numeral)


Um jardineiro é suficiente para plantar meu jar- dim. (numeral)
Basta um jardineiro para plantar meu jardim. (numeral)
Um jardineiro plantou meu jardim. (artigo)

PRONOMES – classe de palavra (variável em gênero, número e pessoa) que


acompanha ou repre- senta o substantivo, serve para apontar uma das três
pessoas do discurso e situá-lo no espaço e no tempo.
Pronome adjetivo: modifica (acompanha) o substantivo.
Este é meu carro.

Pronome substantivo: representa (substitui) o substantivo.


Este carro é meu.

140
CLASSIFICAÇÃO E EMPREGO DOS PRONOMES

Pronome Pessoal
1ª pessoa........... a que fala
2ª pessoa........... com quem se fala
3ª pessoa........... de quem se fala

Reto: deve atuar como sujeito da oração; Oblíquo: deve atuar como
complemento (objeto di- reto ou indireto).

Pronomes Pessoais do Caso Reto

Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo

Átonos – com preposição.


Tônicos – sem preposição.

Ela me ama. Ela ama a mim.


Ela te ama. Ela ama a ti.
Ela se ama. Ela ama a si.

Pronomes oblíquos podem exercer função de objeto direto [OD] ou indireto


[OI].

Os filhos nos respeitam. [OD]

141
Os filhos nos obedecem. [OI]
Eles se encontraram. [OD]
Eles se impuseram um pacto de amizade. [OI]

Obs.: A combinação entre alguns pronomes e a preposição com originou as


formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e convosco, as quais
costumam exercer função de adjunto adverbial de companhia.

Ela dançava comigo.


[Adj. Adv.]
Ele ficou furioso comigo.
[Complemento Nominal]

• Substitua [conosco] e [convosco] por [com nós] e [com vós] quando


vierem acompanha- dos por: outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou
algum numeral

Márcia terá de brincar com nós todos.


Convivi com vós outros por um ano.

• EU ou MIM

Este livro é para mim.


Este livro é para eu .

Associação de pronomes oblíquos a verbos:

Vender a casa.
Fiz o exercício.
Quis as violetas.

Associação de pronomes oblíquos a verbos:

142
Disseram a verdade
Põem a mesa.

• Os pronomes pessoais do caso oblíquo podem indicar reflexividade,


quando o sujeito é agente e paciente da ação verbal. Trata-se dos
pronomes reflexivos.

Ela se cortou.

• Em algumas circunstâncias, os pronomes refle- xivos “nos, vos e se”,


indicam que houve uma ação entre os elementos do sujeito. Neste caso,
são chamados de reflexivos recíprocos (ou apenas recíprocos).

Eu e ele nos cumprimentamos.


Eles se deram as mãos.

Obs.: Pode haver ambiguidade em alguns casos.

João e Maria enganaram-se.

Para eliminar a ambiguidade, pode-se acrescentar:

- Para enfatizar ação reflexiva: a si mesmos, a nós mesmos, a vós


mesmos
- Para enfatizar ação recíproca: um ao outro, uns aos outros, entre si,
reciprocamente, mutuamente

João e Maria enganaram a si mesmos.


João e Maria enganaram-se um ao outro.
João e Maria enganaram-se entre si.
João e Maria enganaram-se mutuamente.

Pronomes de tratamento – usados em tratamento cerimonioso ou em situações


de intimidade, substituem a terceira pessoa gramatical.

• senhor (Sr.), senhora (Srª.): tratamento de respeito


• senhorita (Srta.): moças solteiras

143
• você (v.): tratamento familiar (origem: Vossa Mercê; mercê = graça, no
sentido de benesse)
• Vossa Senhoria (V.Sª.): para pessoa de cerimônia
• Vossa Excelência (V.Exª.): para altas autoridades
• Vossa Reverendíssima (V. Revmª.): para sacerdotes
• Vossa Emiência (V.Emª.): para cardeais
• Vossa Santidade (V.S.): para o Papa
• Vossa Majestade (V.M.): para reis e rainhas
• Vossa Majestade Imperial (V.M.I.): para imperadores
• Vossa Alteza (V.A.): para príncipes, princesas e duques

Vossa Santidade, está com tempo para conversarmos um pouco?


Sua Santidade não nos recebeu no Vaticano.

Curiosidade!

"Doutor" não é um pronome de tratamento, é título acadêmico. Para médicos,


advogados, enfermeiros e veterinários que tenham apenas terminado a
graduação, pela regra geral, o correto é "senhor".
No entanto, não é um erro utilizar "doutor" se houver consentimento das partes
(assimcomo usamos "mestre" em "mestre de obras", "mestre-sala", para o
"mestre" que é educador..., mas exigir ser tratado por um título que não possui,
ou aplicar tal título em documentos oficiais, é uma demonstração de falta de
conhecimento.

Pronome Possessivo
Estabelece relação entre a pessoa do discurso e algo que lhe pertence.

Pronome Demonstrativo
Indicam a posição de algo em relação às pessoas do discurso.

144
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, tempo ou discurso.

No espaço:

Compro este livro (aqui).


O pronome este indica que o livro está perto da pessoa que fala.

Compro esse livro (aí).


O pronome esse indica que o livro está perto da pessoa com quem se fala, ou
afastado da pessoa que fala.

Compro aquele livro (lá).


O pronome aquele diz que o carro está afastado da pessoa que fala e daquela
com quem se fala.

Atenção: o emprego de este e esse são par- ticularmente importantes na


comunicação oral ou escrita. “Este” localiza os seres em relação ao emissor;
“esse”, em relação ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.

No tempo:

Este ano. O pronome este refere-se ao ano presente.


Esse ano. O pronome esse refere-se a um passado ou a um futuro próximos.
Aquele ano. O pronome aquele está se referindo a um passado distante.

• Os pronomes demonstrativos podem ser:

Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).


Invariáveis: isto, isso, aquilo.

145
Também aparecem como pronomes demonstrativos:

• o (s), a (s): quando estiverem antecedendo o que ou o de e equivalerem


aos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo.

Não entendi o que disseste.


(Não entendi aquilo que disseste.)

Quero beber o de sempre.


(Quero beber aquilo de sempre.)

• Mesmo, próprio, semelhante, tal e suas flexões

Estas são as mesmas garotas que o procuraram ontem.


Os próprios pesquisadores resolveram o problema.
Não compre semelhante terreno.
Tal era a resposta para a indagação.

Note que:
a) Demonstrativos, em construções redundantes, têm finalidade expressiva, para
salientar algum termo anterior.
Advocacia, essa é a carreira do sucesso!
b) O demonstrativo “o” pode representar um termo ou o conteúdo de uma oração
inteira, caso em que aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou
aposto.
O resultado do concurso seria um sucesso. Todos o pressentiam.
c) Para evitar a repetição de um verbo já expresso, pode-se empregar o verbo
fazer: verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de).
Ninguém teve coragem de reclamar antesque ela o fizesse.

Fique atento:
(V) Não sei que fazer.
(V) Não sei o que fazer.

d) “Este” refere-se à pessoa mencionada em último lugar; “aquele”, à


mencionada em primeiro lugar.
O professor e o coordenador eram amigos de infância: aquele, casado; este,
solteiro.

146
e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
A garota foi a tal que desrespeitou o professor?
f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com pronome
demonstrativo:
àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, no, etc.
Não acreditei no que estavam comentando. (no = naquilo)

Pronomes Indefinidos
São imprecisos, vagos. Referem-se à 3ª pessoa do discurso, dando-lhe sentido
vago (impreciso) ou expressando quantidade indeter- minada. De acordo com o
contexto, os pronomes indefinidos podem ser substantivos ou adjetivos.

• Pronome Indefinido Substantivo Assumem o lugar do ser ou da


quantidade aproximada de seres na frase.

No exemplo seguinte, não é difícil perceber que “Alguém” indica uma


pessoa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que
seguramente existe, mas cuja identidade é indefinida.

Alguém entrou na sala sem permissão.


Quem avisa amigo é.
Algo para beber?

• Pronome Indefinido Adjetivo Qualificam um nome.

Cada povo tem a sua história.


Certos alunos se destacam mais.
Certas roupas são mais estampadas.

Obs.: há pronomes indefinidos que podem ser substantivos ou adjetivos,


conforme o contexto:

Alguns têm sono leve. (Substantivo)


Alguns concurseiros têm sono pesado. (Adjetivo)

• Pronome indefinido ou advérbio?

Muito dinheiro e pouco trabalho podem gerar bastante dúvida na mente


das pessoas mais curiosas.

147
As palavras muito, pouco, mais, menos, bastante, demais, podem ser
pronomes indefinidos (quando variáveis) ou advérbios (quando
invariáveis).

Lembre-se de que o advérbio todo, quando puder ser substituído por


completamente, admitirá variação.

Para realizar a diferenciação, basta verificar que os pronomes indefinidos


equivalentes variam em número ou gênero, mas os advérbios não
admitem tal variação (exceto <todo> com sentido de <completamente>).

Fiquei muito feliz.


Ficamos muito felizes.

Conclusão: muito é advérbio, não varia.

Como muito feijão. (pronome indefinido)


Como muita carne. (pronome indefinido)

Conclusão: muito é pronome, varia.

O roupão ficou todo molhado. (exceção)

Conclusão: todo com sentido de completamente é advérbio.

Pronome Interrogativo
Formula perguntas diretas ou indiretas.

Quantos de vocês estudam diariamente?


Quem de vocês estuda diariamente?

Pronome Relativo

Relaciona o termo de uma oração a uma outra oração. Também se classificam


em variáveis e invariáveis.

148
Os pronomes relativos estarão precedidosde preposição se a regência assim
determinar.

O pronome relativo quem é usado com preposição quando se refere a uma


pessoa ou a uma coisa personificada.

Holdemar era o tio a quem ele amava.


Esse é o animalzinho a quem prezo como companheiro.

Quando o relativo quem aparecer sem ante- cedente claro, é classificado como
pronome relativo indefinido.

Foi irresponsável quem não veio ao curso.

O relativo que pode ter por antecedenteos demonstrativos o, a, os, as.

Sou o que sou. (o = aquilo)

149
Quando precedido de Preposição monossilábica, empregase o pronome
relativo que. Com preposições de mais de umasílaba, usa-se o relativo o qual (e
flexões).

Aquele é o martelo com que trabalho.


Aquele é o patrão para o qual trabalho.

O pronome relativo cujo e suas flexões são relativos possessivos. Equivalem a


“do qual, de que, de quem”. Devem concordarcom a coisa possuída.

Meninos cuja alegria...


Meninos cujas alegrias...
Meninos cujo pensamento...
Meninos cujos pensamentos...

Obs.: Não se usa artigo -o(s),a(s)- depois do pronome cujo.

(F) Aquelas são as mulheres cujos os maridos viajaram.


(V) Aquelas são as mulheres cujos maridos viajaram.

Os pronomes quanto(s), quanta(s) são relativos quando seguem os pronomes


indefinidos tudo, todos ou todas.

Estudou tudo quanto deveria.

O relativo onde deve ser usado para indicar lugar e tem sentido aproximado de
“em que, no qual”.

Este é o lugar onde aprendo tudo.

Colocação pronominal

150
Os pronomes átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes), em relação ao
verbo, podem ocupar três posições: antesdo verbo (próclise), no meio do verbo
(mesóclise) e depois do verbo (ênclise).

Próclise - O pronome pode ser atraído por:

1. Palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem,


demodo algum.

Nada me preocupa.
Ninguém se retirou.
De modo algum me recusarei a ajudar.
Ela nem se importou com a mudança da data.

2. Conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo.


Quando se trata de ensinar, ele é um “expert”.

É importante que a deixes crescer.


Fiz a lista conforme me vinham à mente os convidados.

3. Advérbios sem a vírgula

Aqui se trabalha em paz.


Aqui, trabalha-se em paz. (havendo vírgula depois do advérbio, usa-se ênclise)
Sempre me dediquei aos livros.
Talvez o encontre no trabalho.

4. Pronomes demonstrativos, indefinidos e relativos.

Isso me traz alegria. (demonstrativo)


Alguém me procurou? (indefinido)
A pessoa que te ligou é minha prima. (relativo)

151
5. Em frases interrogativas.

Quanto me devolverás de troco?

6. Em frases exclamativas.

Isso me faz pensar melhor!

7. Em frase optativa (que exprime desejo, pre- visão).

Deus o abençoe!
Bons ventos te levem!
Que o futuro lhe traga sucesso.

8. Com verbo no gerúndio antecedido da preposição em.

Em se plantando, tudo dá.


Em se tratando de concurso, ele passa em todos.

9. Com formas verbais proparoxítonas.

Nós o desprezávamos.

Mesóclise

1. No futuro do presente (que vai acontecer)

Convidar-me-ão para o evento.

2. No futuro do pretérito (que ia acontecer, mas não aconteceu).

152
Convidar-me-iam para o evento.

Obs.: Havendo palavra atrativa, a próclise prevalecerá.

Não me convidarão para o evento.

Ênclise

1. Com o verbo no início da frase.

Deram-me os recados.

2. Com o verbo no imperativo afirmativo.

Comportem-se.

3. Com o verbo no infinitivo impessoal.

Convém contar-lhe tudo.

4. Com o verbo no gerúndio.

Venceu, deixando-nos orgulhosos.

Obs.: Estando o gerúndio precedido de preposição “em” ou de “palavra atrativa”,


ocorrerá a próclise:

Em se tratando de romance, preferia o policial.


Protestou, não nos explicando os motivos.

Colocação Pronominal nas locuções verbais

153
Verbo auxiliar + Particípio: pronome depois do verbo auxiliar desde que não
haja palavra atrativa.

Havia-lhe dito o segredo.


Não lhe Havia dito o segredo.

Verbo auxiliar + Gerúndio ou Infinitivo: não havendo palavra atrativa, o


pronome oblíquo poderá ficar depois do verbo auxiliar oudo verbo principal.

Quero-lhe contar um segredo.


Quero contar-lhe um segredo.
Ia-lhe observando o comportamento.
Ia observando-lhe o comportamento.

Obs.: Havendo palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar
ou depois do verbo principal.

Não lhe quero contar o segredo.


Não quero contar-lhe o segredo.

SUBSTANTIVO – batiza pessoas, objetos, animais, emoções, sentimentos, tudo


que existe no mundo.
Cognata das palavras “substância, substancial” que estão associadas a algo
“necessário”, “fundamental”.
CLASSIFICAÇÕES:
• Substantivos simples - Formados por radical único.
pedra alegria Walmir peixe
• Substantivos compostos - Formados por dois ou mais radicais.
Passatempo couve-flor rodapé
• Substantivos primitivos - Originam outras palavras.
Classificam-se como aqueles que não derivam de outra palavra.
Pedra fogo campo fala
• Substantivos derivados - Provêm de palavras já existentes.
Pedreira fogaréu camponês
• Substantivos concretos - Possuem moléculas, ocupam lugar no espaço,

154
têm existência real ou imaginária, geralmente, podem ser desenhados.
Gato flor fogo cidade cimento Deus fada ar saci duende
• Substantivos abstratos - Não têm existência real, por isso necessitam
de outro ser para se manifestarem. Designam estados, qualidades, ações
e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais
não podem existir.
vida (estado) rapidez (qualidade)
viagem (ação) saudade (sentimento).
• Substantivos comuns - Designam seres, entidades e coisas diversas.
Pessoa animal cidade universidade praça planeta
• Substantivos próprios - Designam, de forma particular, seres, entida-
des e coisas diversas, devendo ser iniciados com letra maiúscula.
Walmir Marte Brasil

FLEXÃO DE NÚMERO
Flexão de Número do Substantivo

Singular - indica um ser ou um grupo de seres;


Plural - indica mais de um ser ou grupo de seres. A desinência de plural é o “s”
final.
Plural dos Substantivos Simples
a) Terminados em VOGAL fazem o plural com o acréscimo de S.

pai - pais
ímã - ímãs

Obs.: hífen - hifens (sem acento, no plural) ou hífenes;

cânon - cânones.

b) Os substantivos terminados em M fazem o plural em NS.

homem – homens
bombom – bombons

155
c) Os substantivos terminados em R e Z fa- zem o plural pelo acréscimo de ES.

Cor – cores
revólver - revólveres
raiz - raízes

Atenção: O plural de caráter é caracteres.

d) Os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL flexionam-se no plural,


trocando o L por IS.

quintal - quintais
anzol - anzóis
papel - papéis

Exceções: mal e males, cônsul e cônsules, real (moeda) – réis

e) Se terminados em IL, os substantivos fa- zem o plural de duas maneiras:

- Quando oxítonos, troca-se o L por S. canil - canis


- Quando paroxítonos, troca-se o IL por EIS. míssil - mísseis.

Obs.: as palavra réptil e projétil podem formar o plural de duas maneiras:


répteis ou reptis (pouco usada), projéteis ou projetis (pouco usada).

f) Os substantivos terminados em s fazem o plural de duas maneiras:

- Quando MONOSSÍLABOS ou OXÍTONOS, acrescenta-se ES. mês - meses


retrós - retroses
- Quando PAROXÍTONOS ou PROPAROXÍTONOS, são invariáveis.

156
o lápis - os lápis
o pires – os pires
o ônibus - os ônibus
o vírus – os vírus

g) As palavras terminadas em –ão podem for- mar plural de três modos

-ões: ação - ações


-ães: cão - cães
-ãos: grão – grãos

A maioria dos substantivos e adjetivos que terminam em –ão faz o plural em –


ões.

Balão - Balões
Botão - Botões
Cordão - Cordões
Estação - Estações
Limão - Limões
Paixão - Paixões
Visão - Visões
Razão - Razões

Quando a terminação –ão recair sob a sílaba átona (pronunciada mais


fracamente) o plural obedece a regra básica de acrescentar-se “s” no final:

Bênção - Bênçãos
Órgão - Órgãos
Sótão - Sótãos

Observe que as palavras acima são paroxíto- nas. Mas algumas oxítonas

157
também possuem a mesma formação de plural.

Mão - Mãos
Chão - Chãos
Grão - Grãos
Irmão – Irmãos
Artesão - Artesãos.

Poucos vocábulos têm seu plural em –ães. Ex.:

Alemão - Alemães
Cão - Cães
Capitão - Capitães
Catalão - Catalães
Charlatão - Charlatães
Escrivão - Escrivães
Guardião - Guardiães
Pão - Pães
Sacristão - Sacristães
Tabelião - Tabeliães

Outras palavras aceitam mais de uma forma de se fazer o plural.

Aldeão: Aldeãos / Aldeães / Aldeões


Ancião: Anciãos / Anciães / Anciões
Ermitão: Ermitãos / Ermitães / Ermitões
Sultão: Sultãos / Sultães / Sultões
Alazão: Alazães / Alazões
Anão: Anãos / Anões
Artesão: Artesãos (profissional) / Artesão: Artesões (enfeite de abóbora)

158
Cirurgião: Cirurgiães / Cirurgiões
Corrimão: Corrimãos / Corrimões
Deão: Deães / Deões
Faisão: Faisães / Faisões
Guardião: Guardiães / Guardiões
Hortelão: Hortelãos / Hortelões
Refrão: Refrãos / Refrães
Sacristão: Sacristãos / Sacristães
Verão: Verãos / Verões
Vilão: Vilãos / Vilões
Zangão: Zangãos / Zangões

h) Os substantivos terminados em x ficam in- variáveis.

o látex - os látex.

Plural dos Substantivos Compostos

• grafados sem hífen – comportam-se como os simples:

aguardente – aguardentes
minissaia – minissaias
malmequer – malmequeres

• grafados com hífen:

a) Quando as duas palavras forem substantivos, pode-se pluralizar o primeiro


elemento (mais aceito pelos gramáticos) ou ambos: navio-escola = navios-escola
ou navios-escolas
palavra-chave = palavras-chave ou palavras-chaves
couve-flor = couves-flor ou couves-flores
bomba-relógio = bombas-relógio ou bombas- relógios
peixe-espada = peixes-espada ou peixes-espadas

159
b) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:

substantivo + adjetivo
cachorros-quentes.

adjetivo + substantivo
gentis-homens

numeral + substantivo
quartas-feiras

c) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:

verbo + substantivo
guarda-roupas

palavra invariável + palavra variável


alto-falantes

palavras repetidas ou imitativas


reco-recos

d) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:

substantivo + preposição + substantivo


águas-de-colônia

cavalos-vapor
(preposição “a” subentendida)

160
e) Permanecem invariáveis, quando formados de:

verbo + advérbio
os bota-fora

verbo + substantivo no plural


os saca-rolhas

f) Casos Especiais

os louva-a-deus
os bem-te-vis
os bem-me-queres
os joões-ninguém.

Plural das Palavras Substantivadas

As palavras substantivadas apresentam, no plural, as flexões próprias dos


substantivos.

Analisemos os prós e os contras.


Confira com a prova dos noves.
Compreenda os sins e os nãos que a vida lhe dá.

Obs.: numerais substantivados terminados em -s ou -z não variam no plural.

Houve muitos seis e poucos dez nas redações corrigidas..

Plural dos Diminutivos

Barzinho =

161
1. coloca-se o substantivo primitivo no plural (bares)
2. acrescenta-se o sufixo ZINHO (bareS+zinho)
3. desloca-se o “s” para depois do sufixo
(bare+zinhoS)

pãe(s) + zinhos = pãezinhos


animai(s) + zinhos = animaizinhos
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos
túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
pai(s) + zinhos = paizinhos
pé(s) + zinhos = pezinhos
pé(s) + zitos = pezitos

Obs.: Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre que a


terminação se preste à flexão.

Por exemplo:

Os Napoleões também são derrotados.


Os Samuéis e Jaiíres não compareceram.

162
Obs.: Substantivos estrangeiros (ainda não aportuguesados) devem ser escritos
como na língua original mais o “s”. (exceto quando terminam em s ou z).

Por exemplo:

os shows
os shorts
os jazz
os garçons

Particularidades sobre o Número dos Substantivos

a) Há substantivos que só se usam no singular:

o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.

b) Outros só no plural:

as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus (naipes de baralho), as


fezes.

c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:

bem (virtude) e bens (riquezas)


honra (probidade, bom nome) e
honras (homenagem, títulos)

d) Substantivos no singular podem indicar plural:

Aqui viveu muito índio.


Havia um grupo de torcedores que, entre ho- mem, mulher e menino, ia bem

163
vinte mil."

e) Pode haver metafonia (mudança de timbre) na flexão do substantivo

corpo (ô) corpos (ó)


esforço esforços
fogo fogos
forno fornos
fosso fossos
imposto impostos
olho olhos

Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, esposos, estojos,
globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.

Obs.: distinga-se molho (ô), caldo (molho de carne), de molho (ó), feixe (molho
de lenha).

FLEXÃO DE GRAU

Flexão de Grau do Substantivo


Grau Normal - (tamanho normal).
casa

Grau Aumentativo - (aumento do tamanho).


• Analítico = vem acompanhado de um adjetivo que indica grandeza.

casa grande.

• Sintético = vem com sufixo indicador de aumento.

casarão.
Grau Diminutivo – (diminuição do tamanho).

164
• Analítico = vem acompanhado de adjetivo indicador de pequenez.

casa pequena.

• Sintético = vem com sufixo indicador de diminuição.

Casinha

TABELA DE AUMENTATIVOS

165
TABELA DE DIMINUTIVOS

ADJETIVO - modifica o substantivo, caracterizando-o.

Simples - um radical. bonito


azul

Composto - mais de um radical.


azul-escuro

Primitivo - origina outras palavras.


triste
bom
pobre

Derivado - deriva de outras palavras.

166
tristonho
bondoso
pobretão

Grau do adjetivo

Grau comparativo: ideia de igualdade, superioridade ou inferioridade.

1. Comparativo de superioridade

mais... que
mais... do que

João é mais competitivo (do) que Laura.

Alguns adjetivos possuem formas específicas para o comparativo de


superioridade:

pequeno - menor / mais pequeno


grande - maior
bom - melhor
mau - pior

Enquanto o uso de <mais pequeno> é aceito, as formas <mais grande, mais


bom, mais mau> só devem ser usadas quando comparamos qualidades
referentes a um mesmo ser (pessoa ou coisa).

José é mais alto do que forte.


Dario é mais bom do que inteligente.

(Dario possui a qualidade da bondade em quantidade superior relativamente à


qualidade da inteligência).

167
2. Comparativo de inferioridade

menos... que
menos... do que

Laura a é menos beijoqueira que João.


Maria Clara é menos forte do que Camila.

3. Comparativo de igualdade:

tão... quanto
como
tanto quanto (pospostos ao verbo)

Nicole é tão inteligente quanto você.


Thaís é feliz como Eduarda.
Dálton é alegre tanto quanto Juliana.

Grau superlativo

Superlativo Relativo: quando se faz sobressair, com vantagem ou desvantagem,


a qualidade de um ser em relação a outros (a um conjunto de seres). Pode ser
de superioridade ou de inferioridade.

Bárbara é a mais inteligente da turma. (superioridade)


José é o mais fraco da equipe. (inferioridade)

Superlativo Absoluto – qualidade intensificada sem relação com outros seres.


Analítico: modificado por advérbios como muito, extremamente, etc.

Marcos é muito esperto.

168
Letícia é extremamente simpática.

Sintético: com o sufixo “-íssimo, -rimo, -imo”. Passeio agradabilíssimo.

É um celebérrimo convidado.
A prova estava dificílima.
Ágil - agilíssimo, agílimo
Agudo - acutíssimo
Bom - boníssimo
Célebre - celebérrimo
Cruel - crudelíssimo, cruelíssimo
Doce - docíssimo, docilíssimo
Dócil - docílimo, docilíssimo
Fácil - facílimo, facilíssimo
Feio - feiíssimo
Feliz - felicíssimo
Fiel - fidelíssimo
Livre - libérrimo, livríssimo
Magnífico - magnificentíssimo
Pobre - paupérrimo, pobríssimo
Sábio - sapientíssimo
São - saníssimo
Útil - utilíssimo
Voraz – voracíssimo

Locução adjetiva - união de duas ou mais palavras que equivalem a um


adjetivo.

preposição + substantivo
preposição + advérbio

169
Dente de cão = dente canino
Conselho de mãe = conselho materno
Pneus de trás = pneus traseiros
Ataque de frente = ataque frontal
De aluno - discente
De abdômen - abdominal
De açúcar - sacarino
De anjo - angélico, angelical
De água - aquático, áqueo, hidráulico, hídrico
De ave - aviário, aviculário, ornítico
De cabeça - cefálico
De casamento - matrimonial, nupcial
De direito - jurídico
De estômago - estomacal, gástrico
De garganta - gutural
De intestino - celíaco, entérico, intestinal
De manhã - matinal, matutino, crástino
De mês - mensal
De pele - cutâneo
De peso - ponderal
De tarde - vesperal, vespertino

VERBO - Verbos Regulares: sem alterações no radical.

cantar, vender, partir...


Cantar, canto, cantei.

Verbos Irregulares: alterações no radical


Fazer, faço, fiz, fizer.

170
Verbos Anômalos: alterações significativas no radical.

Ser, sou, fui, for.


Ir, vou, fui, for.

Verbos Defectivos: sem conjugação completa.

Falir, reaver, precaver.

Eu ---, Tu ---, Ele ---, nós falimos, vós falis, eles ---

Verbos Abundantes: duas formas de mesmo valor.


Geralmente no particípio.

aceitar: aceitado e aceito


acender: acendido e aceso
corrigir: corrigido, correto
eleger: elegido e eleito
encher: enchido, cheio
entregar: entregado e entregue
fixar: fixado, fixo
enxugar: enxugado e enxuto
imprimir: imprimido e impresso
limpar: limpado e limpo
destruir: destrói e destrui
construir: constrói e construi

Obs.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pegar, pôr, ver e vir só
possuem o particípio irregular: aberto, coberto, dito, escrito, feito, pegado, posto,
visto e vindo.
Vozes verbais

171
a) Voz Ativa: sujeito agente.

Eles pediram férias antecipadas.


O público aplaudiu os cantores.

b) Voz Passiva: sujeito paciente.

Férias antecipadas foram pedidas por eles.


Os cantores foram aplaudidos pelo público.

c) Reflexiva: sujeito agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação.

A garota cortou-se.

Formação da Voz Passiva:


1- Voz Passiva Analítica
Verbo SER + particípio do verbo principal.
A tarefa foi realizada pelo servente. (sujeito paciente: a tarefa)

Obs.: o agente da passiva geralmente é acompanhado da preposição por, mas


pode ocorrer a construção com a preposição de.

A vítima ficou cercada de bandidos.


O agente da passiva pode não estar explícito na frase.
Os simulados serão realizados aos sábados.

a) Ele leu o livro. (pretérito perfeito do indicativo)

O livro foi lido por ele. (pretérito perfeito do indicativo)

172
b) Ele lê o livro. (presente do indicativo)

O livro é lido por ele. (presente do indicativo)

c) Ele lerá o livro. (futuro do presente)

O livro será lido por ele. (futuro do presente)

Obs.: O verbo SER das frases com locuções verbais assume o mesmo tempo e
modo do verbo principal da voz ativa.

O tempo ia varrendo as lembranças. (gerúndio)


As lembranças iam sendo varridas pelo tempo. (gerúndio)

2- Voz Passiva Sintética: verbo com transitividade direta na 3ª pessoa + SE


(pronome apassivador).

Vende-se casa.
Alugam-se casas.

Obs.: o agente da passiva não costuma vir expresso na voz passiva sintética.

REGRA DO DEDO:
Erros comuns
Existem algumas variáveis na conjugação de alguns verbos. Os linguistas os
chamam desvios de variáveis, enquanto os gramáticos tratam-nos como erros.

verbo VER e derivados.


Forma popular: se eu ver, se eu rever, se eu revesse.
Forma padrão: se eu vir, se eu revir, se eu revisse.

173
verbo VIR e derivados.
Forma popular: quando eu vier, se eu interviesse, eu intervi, ele interviu, eles
proviram.
Forma padrão: quando eu vier, se eu interviesse, eu intervim, ele interveio, eles
provieam.

verbo TER e derivados.


Forma popular: quando eu obter, se eu mantesse, ele deteu.
Forma padrão: quando eu obtiver, se eu mantivesse, ele deteve.

verbo PÔR e derivados.


Forma popular: quando eu compor, se eu disposse, eles disporam.
Forma padrão: quando eu compuser, se eu dispusesse, eles dispuseram.

verbo REAVER
Forma popular: eu reavi, eles reaveram, ela reavêu.
Forma padrão: eu reouve, eles reouveram, ela reouve.

CORRELAÇÃO ENTRE MODOS E TEMPOS VERBAIS


- Presente do indicativo + Pretérito Perfeito do Indicativo
Hoje compreendo que perdi tempo.

- Presente do Indicativo + Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo


Espero que o tempo tenha te transformado.

- Presente do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo


Só agora percebo que naquela época estudava menos.

- Presente do Indicativo + Futuro do Presente do Indicativo


Percebo que você passará no concurso.

174
- Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo
Quero que você passe no concurso!

- Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Sugeri que você lesse bastante.

- Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo


Notei que você ia aprender mais.

- Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do


Subjuntivo
Desejei que você tivesse ocupado o cargo.

- Pretérito Perfeito do Indicativo + Futuro do Pretérito do Indicativo


Disseram que você seria empossado logo.

- Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Desejava que você ocupasse a vaga.

- Pretérito Imperfeito do Subjuntivo + Futuro do Pretérito (simples ou composto)


do Indicativo
Se eu passasse, diria/teria dito a você.

- Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pre- térito Mais-Que-Perfeito Composto do


Subjuntivo
Ex.: Queria que tivesse sido aprovado.

- Pretérito Mais-Que-Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Apelara que você se dedicasse mais aos estudos.

- Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do Subjuntivo + Futuro do Pretérito


Composto do Indicativo

175
Se você tivesse estudado mais, teria se classificado em melhor posição.

- Futuro do Pretérito + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo


Desejaria que tivesses melhor classificação.

- Futuro do Pretérito do Indicativo + Pretérito Mais-Que-Perfeito Composto do


Subjuntivo
Gostaria que você tivesse ocupado o cargo.

- Futuro do Subjuntivo + Futuro do Presente Indicativo/Presente do Indicativo


Quando eu ocupar o cargo, apresentarei/apresento novo projeto.

- Futuro do Subjuntivo + Futuro do Presente Composto do Indicativo


Quando chegarmos até o local de prova, o nervosismo já terá ido embora.

ADVÉRBIO - indica as circunstâncias em que esse processo verbal se


desenvolve. Se acompanhado por preposição, é chamado de locução adverbial.

Modifica:

ADJETIVO - É muito estudioso.


VERBO - Estuda muito.
ADVÉRBIO - Lê muito bem.

Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente, decerto, deveras,


decididamente, indubitavelmente.

Vou sim.
Certamente passaremos.
Ele é realmente prestativo.
Falou o que efetivamente ouvimos.
Decerto estava aflito.

176
Negação: não, nunca, de modo algum, jamais, tampouco, de forma nenhuma,
de jeito nenhum.

Não quero reclamações.


Nunca diga nunca.
De modo algum farei isso.

Obs.:
1. Nunca vi um mico-leão [ Antôn.: sempre ]
2. A árvore está morta; nunca dará frutos. [=não]
3. Nunca faltaria àquele evento. [de maneira nenhuma]

Dúvida: acaso, porventura, talvez, quiçá, oxalá, caso, possivelmente,


provavelmente, casualmente, quem sabe.

Acaso é a verdade motivo para a angústia?


Porventura fizeste antecipadamente os exercícios?
Talvez haja muita gente sofrendo.
É difícil, quiçá impossível, reconhecer o egoísmo.

Tempo: logo, hoje em dia, a qualquer momento, de vez em quando, vez por
outra, de repente, antigamente, primeiramente, ontem, antes, dantes, cedo,
tarde, ora, agora, imediatamente, já, sempre, constantemente, às vezes,
amanhã, depois, outrora, breve, provisoriamente, sucessivamente, à tarde, à
noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a
qualquer momento, de tempos em tempos, hoje em dia.

Logo amanhecerá, a lua já está se despedindo.


Ninguém confia nos políticos hoje em dia.
O sucesso chegará a qualquer momento.
De vez em quando todos nós falhamos.
Ele surtou de repente.

177
Lugar: ali, perto, ao lado, aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além,
lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo,
defronte, adentro, afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à
distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em
volta.

Ela dorme ali.


Coloque isso atrás da cama, perto da parede.
O acidente se deu à distância de 100 metros da farmácia.

Existem os advérbios pronominais indefinidos de lugar que raramente se usam:


algures, em algum lugar alhures, em outro lugar e nenhures, em nenhum lugar;

Modo: bem, assim, às pressas, aos poucos, calmamente, desse jeito, em vão,
frente a frente, mal, devagar, depressa, às claras, às modo, dessa maneira, lado
a lado, a pé, de cor, e grande parte dos advérbios com o sufixo [-mente]:
tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente,
bondosamente.

Eu te quero bem. (quero deste modo)


Eu te quero assim como te conheci. (quero deste modo)
Está sempre caminhando às pressas. (caminhando deste modo)
Vai me convencendo aos poucos. (convencendo deste modo)
Terminou o discurso calmamente. (terminou deste modo)
Desse jeito eu desisto. (deste modo desisto)
Foi tudo em vão. (foi deste modo)
Ficamos frente a frente. (Ficamos deste modo)

Obs.: Quando os advérbios terminados em mente estiverem coordenados, é


comum o uso do sufixo só no último.

O boi andava lenta e silenciosamente.

178
Intensidade: muito, pouco, mais, em excesso, nada, menos, quase, mais,
demais, bastante, demasiado, tudo, assaz, que (equivalente a quão), bem
(relativo a quantidade), por demais.

Ele é muito esperto.


Esperou pouco para fazer a prova.
Bati mais forte.
Colocou açúcar no copo em excesso.
Tanto chorou que acabou rouco.
Não sabia quão bela a criança ficaria.
Não é tão simpático quanto parece.
Ficamos noivos de pouco, nos conhecemos de muito.
Ele não é de todo antipática.

ADVÉRBIOS INTERROGATIVOS
Aparecem tanto nas interrogativas diretas quanto nas interrogativas indiretas:
Quando => tempo
Como => modo
Onde => lugar
Por que => causa

Quando sairemos?
Não sei quando sairemos.

Como você caiu?


Não sei como você caiu.

Onde você mora?


Não sei onde você mora.

Por que você não veio?

179
Não sei por que você não veio.

ADJETIVOS ADVERBIALIZADOS – são mantidos invariáveis, não sofrem


flexão.

A aula passa muito rápido. (rapidamente)


O atleta venceu fácil a luta. (facilmente)
Há uma cerveja que desce redondo. (suavemente)
Algumas mulheres cantam muito baixo e outras muito alto. (fracamente,
fortemente)

ADVÉRBIO X PRONOME INDEFINIDO (Revisando)


Advérbio: modifica verbo, adjetivo ou outro advérbio e não sofre flexão nem de
gênero nem número.
Pronome indefinido: relaciona-se a substantivo e sofre flexões.

ANALISANDO
Existe pouco cabra que bebe bastante e bastante mulher muito valente.

FLEXÃO DE GRAU DO ADVÉRBIO


O advérbio admite dois graus: comparativo e superlativo.

GRAU COMPARATIVO
Igualdade: tão + advérbio + quanto

Renato joga tão bem quanto Emmanuel.

Inferioridade: menos + advérbio + que (do que)

Ele se porta menos orgulhosamente (do) que ela.

180
Superioridade

Analítico: mais + advérbio + que (do que)

Raphael fala mais corretamente (do) que os colegas.

Sintético: melhor que ou pior que.

Ele escreve melhor que os outros.


Ele escreve pior que os outros.

GRAU SUPERLATIVO ABSOLUTO

Analítico: acompanhado de outro advérbio.

Ele escreve bem.


Ele escreve muito bem.

Sintético: formado com sufixos.

Carla chorou baixíssimo.


Roberto bebeu muitíssimo.

Observações:
• Na linguagem popular, usam-se advérbios repetidos ou na forma
diminutiva, com ideia de superlativo.

Você precisa viajar cedinho amanhã.


Viajo cedo, cedo.
Vou já, já.
O shopping fica pertinho do trabalho.
Chegou cedinho, cedinho.
Entrou mansinho, mansinho.

181
• Prefiram-se as formas analíticas “mais bem” e “mais mal” às formas
“melhor” e “pior”, quando estas modificarem particípios.

Certamente seu projeto foi mais bem elaborada do que as outros.

PALAVRAS E LOCUÇÕES DENOTATIVAS


Assemelham-se a advérbios, mas não possuem, segundo a Nomenclatura
Gramatical Brasileira, classificação especial. Sintaticamente, são expletivas e,
semanticamente, exercem papel importante no contexto em que se inserem e
assumem valores de:

Adição: ainda, além disso; Bebeu tudo e ainda repetiu.

Afastamento: embora

Foi embora de casa.

Afetividade: ainda bem, felizmente, infelizmente.

Ainda bem que cheguei na hora

Aproximação: quase, lá por, bem, uns, cerca de, por volta de.

Ela quase denunciou o fofoqueiro.

Designação: eis

Eis nosso carro novo.

Exclusão: apesar, somente, só, salvo, unicamente, exclusive, exceto, senão,


sequer, apenas.

Não me pediu sequer um real.

182
Explicação: isto é, por exemplo, a saber.

Vi vários filmes, a saber, os românticos.

Inclusão: até, ainda, além disso, também, inclusive.

Ela também fará o concurso.

Limitação: só, somente, unicamente, apenas.

Só Raissa veio à festa.

Realce: é que, cá, lá, não, mas, é porque.

E você lá sabe o que quer.


O que não diria a senhora se soubesse que o namorado já fora detido.

Retificação: aliás, isto é, ou melhor, ou antes.

Somos parentes, ou melhor, primos.

Situação: então, mas, se, agora, afinal.

Mas quem disse isso?

PREPOSIÇÃO - subordina um termo ao outro, estabelecendo a coesão textual.


Semanticamente, indicam diversas circunstâncias.

Lugar = Estivemos em Fortaleza.


Origem = As uvas vinham do Chile.

183
Causa = Ele morreu por ter infartado.
Assunto = Falamos bastante sobre rios.
Meio = Passeei de bicicleta à noite.
Matéria = Vendem-se roupas de lã.

Sintaticamente, fazem parte de:

• Complementos verbais: obedecer “aos pais”.


• Complementos nominais: ser obediente “aos pais”.
• Locuções adjetivas: se uma pessoa “de fé”.
• Locuções adverbiais: dirigir “com cuidado”.
• Orações reduzidas: “Ao sair”, foi elogiado.

TIPOS

1. Preposições essenciais: a, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde,
em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás.

2. Preposições acidentais (emprestadas de outras classes gramaticais): como,


durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.

3. Locuções prepositivas: duas ou mais pala- vras com valor de preposição,


sendo a última palavra sempre preposição: atrás de, dentro de, abaixo de, acerca
de, acima de, ao lado de, a respeito de, à distância de, de acordo com, em cima
de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, perto de, por causa
de, por cima de, por trás de, para trás de, para com

Combinação X Contração PREPOSIÇÃO + ARTIGO (combinação) a + o = ao


(contração)
de + o(s) = do(s)

OBSERVAÇÕES:
1. Não se deve contrair a preposição [ de ] com [ artigo ] que inicia o sujeito de
um verbo, nem com os pronomes [ ele(s), ela(s) ] quando estes funcionarem

184
como sujeito. Por exemplo:

Isso não depende de o professor mandar. (CERTO)


Isso não depende do professor mandar. (ERRADO)
Isso não depende de ele mandar. (CERTO)
Isso não depende dele mandar. (ERRADO)

2. Uso da preposição entre:

a) Em referência a intervalo de quantidade, usar a preposição [ e ] após a


preposição [ entre ]:

Entre 10 a 15 candidatos faltaram ao exame. (ERRADO)


Entre 10 e 15 candidatos faltaram ao exame. (CERTO)

b) Não confundir entre com dentre (de + entre). Usa-se dentre com verbos que
exijam as duas preposições: “retirar”, “sair”, “surgir” e outros semelhantes.

Retirar dentre as cópias aquelas que estejam borradas. (CERTO)


Havia, dentre os candidatos, um que era cego. (ERRADO)

INTERJEIÇÃO - exprime emoções, sensações, estados de espírito. Quando a


expressa por mais de um vocábulo, a interjeição recebe o nome de locução
interjetiva.

Interjeições e locuções interjetivas podem expressar:

• Alegria: oh!, ah!, oba!, viva!


• Dor: ai!, ui!
• Espanto, surpresa: oh!, ah!, ih!, opa!, céus!, puxa!, porra!, chi!, gente!,
hem?!, uai!, meu Deus! ora bolas!
• Chamamento: olá!, alô!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó!
• Medo: uh!, ai!, credo!, cruzes!, cruz credo!
• Desejo: tomara!, oxalá!, queira Deus!, se Deus quiser! quem me dera!

185
• Pedido de silêncio: psiu!, quieto!, bico fe- chado!
• Estímulo: avante!, firme!, toca!
• Alívio: ufa!, uf!, safa!
• Decepção: aff! valha-me Deus!
• Afugentamento: xô!, fora!, rua!, toca!, passa!, arreda!

Obs.: A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma


estrutura à parte. Não desempenha função sintática.

CONJUNÇÕES - serão estudas conjuntamente com a classificação das orações.

TABELA DOS NUMERAIS

186
NUMERAIS COLETIVOS - indicam um número exato de elementos. Alguns já
são bastante conhecidos (bimestre, centena, dezena, semestre), mas há outros
que quase não usamos:

187
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Maneira como os morfemas se organizam para formar as palavras.

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda.


Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.

Inventei, por exemplo, a verbo teadorar.


Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970)

188
Os principais processos de formação são:

Derivação
Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra,
chamada de primitiva. Os processos de derivação são:

Derivação Prefixal

A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou


mais são acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente.

Derivação Sufixal

A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais


são acrescentados à palavra primitiva.

Ex.: realmente, folhagem.

Derivação Prefixal e Sufixal

A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são


acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem
a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.

Ex.: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). Você pode observar que os dois
afixossão independentes: existem as palavras, desleal e lealmente.

Derivação Parassintética

A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são


acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos

189
não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo tempo, pois sem um
deles a palavra não se reveste de nenhum significado.

Ex.: anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo), neste caso, não existem as palavras
anoite enoitecer, pois os afixos não podem se separar.

Derivação Regressiva

A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva


desaparecem. Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português).
Derivação Imprópria

A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a


palavra, pertencente a uma classe, é usada como fazendo parte de outra.

Exemplos:

coelho - substantivo comum, usado como substantivo próprio

Daniel Coelho da Silva.

verde, geralmente usado como adjetivo

Comprei uma camisa verde

é usado como substantivo:

O verde do parque comoveu a todos.

190
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Para nosso vocabulário atingir todo o grau de riqueza e complexidade que


apresenta hoje, as palavras passaram e ainda passam por diversos “estágios”
de formação. Às palavras que existem de modo “originário” em nossa língua,
damos o nome de palavras primitivas. Aquelas que advêm das primeiras,
sofreram um processo de formação. Esses processos são trabalhados a seguir:
• Composição – Há mais de um radical.

1) Justaposição – Não há perda de fonemas.

Ex.: minissaia, pé-de-moleque.

191
2) Aglutinação – Há perda de fonemas.

Ex.: planalto, aguardente.

• Derivação – Há apenas um radical.

1) Sufixal – Radical + Sufixo. Ex.: cafeteira, livraria.


2) Prefixal – Prefixo + Radical Ex.: prefixo, dissílabo.
3) Prefixal e Sufixal – Prefixo + Radical + Sufixo. Ocorre quando uma
palavra possui prefixo e sufixo, sem que um exija a presença do outro.

Ex.: deslealdade, infelizmente. Observe que estas palavras possuem


prefixo e sufixo, porém também existiriam sem a presença de um deles –
desleal e lealdade, infeliz e felizmente.

4) Parassintética – Prefixo + Radical + Sufixo. É quando uma palavra


possui prefixo e sufixo obrigatoriamente ao mesmo tempo, ou seja, um
exige a presença do outro.

Ex.: anoitecer, enlouquecer – Observe que estas palavras não podem


existir somente com prefixo e radical ou radical e sufixo: anoite e noitecer,
enlouco e enlouquecer.

5) Regressiva – Substantivo que se forma de verbo perdendo fonema.

Ex.: jogo (derivado de jogar), toque (derivado de tocar).

6) Imprópria – Palavra utilizada em classe gramatical diferente da de


origem.

Ex.: gilete (substantivo simples) – Gillette (substantivo próprio); o falar


(substantivo) – falar (verbo)

Obs. Necessário se faz informar que a efetivação deste caso só pode ser
observada no contexto.

7) Hibridismo – Palavra formada por morfemas de origens diferentes.

Ex.: burocracia (francês e grego); sociologia (latim e grego)

8) Abreviação – Parte da palavra representando o todo.

Ex.: moto (motocicleta), pneu (pneumático), cine (cinemateca)

9) Sigla – Iniciais das palavras.

192
Ex.: CRF (Clube de Regatas do Flamengo), IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística)

10) Neologismo – formação de novas palavras.

Ex.: Nhenhenhém, imexível.

Obs.: Quando um vocábulo já passou por vários processos de formação, deve-


se levar em consideração apenas a última fase. Por exemplo: A palavra enterrar,
por parassíntese, formou-se de terra e por sua vez, por regressão, forma enterro.
Sendo assim, para a palavra enterro, deve-se avaliar somente o último passo: a
regressão. Já a palavra empobrecer, por parassíntese, deriva-se de pobre.
Acrescendo-se o sufixo, forma empobrecimento. Para este vocábulo, leva-se em
conta só o último processo: derivação sufixal.

EXERCÍCIOS
1- Sob ponto de vista da Morfologia, a palavra formada pelo mesmo
processo de formação do termo “tratamento” é
a) ajuda
b) cerebral
c) hipertenso
d) autoestima
e) estresse

2- Dentre os processos existentes para formar novas palavras, verifica-se


que o substantivo
“responsa” é formado por
a) derivação prefixal.
b) derivação parassintética.
c) redução.
d) hibridismo.
e) composição por aglutinação.

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue


o próximo item.

193
3- As palavras “pedagogicamente” (l.8), “fortemente” (l.14) e
“historicamente” (l.27) são formadas por derivação sufixal e apresentam
dois acentos tônicos: o principal herdado das palavras primitivas e o
secundário, introduzido pelo sufixo “-mente”.

A partir do texto acima, julgue o item a seguir.

4- A palavra “só”, em “Sou só” (linha 7), é formada a partir da palavra


primitiva somente, por um processo denominado abreviação.

GABARITO
1-B
2-C
3-E
4–E

194
PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

A formação de palavras tem diferentes processos de combinação de morfemas


para formar novas palavras. Os principais processos de formação são a
derivação e a composição.

Derivação é o processo pelo qual palavras novas são criadas a partir de outras
já existentes na língua, alterando, assim, o sentido. AS palavras novas são

195
chamadas de Derivadas e as que lhe dão origem, Primitivas. A Derivação pode
ser dividida conforme abaixo:

Derivação prefixal ou por prefixação


É quando acontece um acréscimo de prefixo à palavra primitiva. Exemplo:

In + feliz -infeliz
In – prefixo
Feliz – palavra primitiva
Infeliz – palavra nova (derivada)

Derivação Sufixal ou Por Sufixação


É quando acontece um acréscimo de sufixo à palavra primitiva. Exemplo:

Mal + vado – malvado

196
Mal – palavra primitiva
Vado – sufixo
Malvado - palavra nova (derivada)

Essa derivação sufixal tem por finalidade formar séries de palavras da mesma
classe gramatical e a partir dela são formados novos substantivos, adjetivos,
verbos e até advérbios; por isso são classificados em:
• Nominal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a
um substantivo ou a um adjetivo. Exemplo: ponteira – pontinha –
pontudo.
• Verbal: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a
um verbo. Exemplo: amanhecer – atualizar - suavizar.
• Adverbial: quando é formado pela junção de um radical para dar origem a
um advérbio de modo. Exemplo: perigosamente – felizmente –
religiosamente.
Derivação prefixal e sufixal
É quando acontece um acréscimo de prefixo e sufixo à palavra primitiva.
Exemplo:
In + feliz = mente -infelizmente
In – prefixo
Feliz – palavra primitiva
Mente - sufixo
Infelizmente – palavra nova (derivada)
Na Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo ou apenas do
sufixo na palavra primitiva é suficiente para a formação de uma nova palavra –
infeliz ou felizmente.

Derivação parassintética
É quando acontece um acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra
primitiva. Exemplo:

Em + pobre + cer = empobrecer


Em – prefixo
pobre – palavra primitiva
cer - sufixo

197
Empobrecer – palavra nova (derivada)
Diferente da Derivação Prefixal e Sufixal, a presença apenas do sufixo e apenas
do prefixo na palavra primitiva não é suficiente para a formação de uma nova
palavra. No caso da palavra empobrecer, por exemplo, ela só existe com ambas
as derivações aplicadas simultaneamente.

Derivação regressiva
É quando acontece uma redução na palavra primitiva. Exemplo: flagra nte –
flagra, delegado - delegada, português – portuga

• Ajudar – a ajuda
• Perder – a perda
• Vender – a venda
• Debater – o debate
• Cortar – o corte
• Atacar – o ataque
• Atrasar – o atraso
• Chorar – o choro
• Apelar – o apelo

Derivação imprópria
As palavras podem mudar de classe gramatical sem sofrer alteração na forma.
Exemplo:
• Os bons sempre se prejudicam. – Adjetivo substantivado
• O argumento da advogada foi bem claro. – Adjetivo adverbializado

Composição
Composição é o processo pelo qual palavras novas são formadas pela junção
de duas ou mais palavras, ou seja, de dois ou mais radicais. Essas palavras são
chamadas de Compostas em oposição às simples, que possuem um só radical.
A Composição pode acontecer de duas formas, conforme abaixo:

Composição por aglutinação

É a junção das palavras em que elas sofrem alteração fonética. Exemplos:

198
Plano + Alto: planalto – queda doo
Água + ardente: aguardente – queda doa
Perna + alta: pernalta – queda doa
Em + boa + hora: embora – queda doa

Composição por justaposição

É a junção das palavras em que elas não sofrem alteração fonética. Exemplos:

Ponta + pé: pontapé


Gira + sol: girassol
Passa + tempo: passatempo
Madre + pérola: madrepérola

Além desses casos, existem casos especiais de palavras compostas que não
são formadas a partir de outras palavras da língua portuguesa, mas sim de
radicais pertencentes a outras línguas. Estes classificam-se em:

Compostos Eruditos

Quando as palavras são compostas de radicais apenas latinos ou gregos.


Exemplos:

Agrícola – agri- (latim) + -cola (latim)


Piscicultura – pisci- (latim) + -cultura (latim)
Pentágono – penta- (grego) + -gono (grego)

Hibridismo
Quando as palavras são compostas de radicais de idiomas diferentes.
Exemplos:

Monocultura: mono- (grego) + -cultura (latim)

199
Bicicleta: bi- (latim) + -ciclo (grego) + -eta (francês)
Automóvel: auto- (grego), -móvel (latim)

Outros meios usados para a criação de palavras é o Neologismo e a


Onomatopeia:

Neologismo
Quando novas palavras são criadas a partir de uma necessidade do falante em
contextos específicos que podem ser temporárias ou permanentes em vista de
um novo conceito. Exemplos:

Informática – informatizar

O Neologismo pode ser classificado em três tipos:

Neologismo semântico
Quando a palavra já existente ganha um novo significado. Exemplo:
Ana disse que deu zebra quando ela tirou o binóculo da bolsa. – deu errado
Marcelo faz bico para ajudar nas contas da casa. – trabalho temporário

Neologismo sintático
Quando existe uma combinação de elementos já existentes na língua como a
derivação ou a composição. Exemplo:

João Paulo II ganhou o mundo papalizando com carisma.


A não-informação conduz as pessoas à ignorância.

Neologismo lexical
Quando uma nova palavra é criada, com um novo conceito. Exemplo:

Deleter – apagar, eliminar


Internetês – a língua da internet

200
Onomatopeia
Quando a palavra imita, representa certos sons. Exemplos:

Tique-tique
Chuá-chuá
Atchim
Plaft
Dingo-dong

EXERCÍCIO
No que concerne às estruturas linguísticas e gramaticais do texto acima, julgue
os itens de 80 a 95.

1- As palavras “guarda-chuva” e “sobrecarga” são formadas pelo


processo de aglutinação. Considerando palavras do texto, julgue os itens
seguintes, com relação à estrutura e formação de palavras da língua
portuguesa.

2- Os vocábulos “responsabilidade” (L.7), “alternância” (L.8), “sucessão”


(L.11) e “efetividade” (L.21) são exemplos de substantivos derivados de
verbos abstratos e indicam resultado de ação.

201
3- O recurso a processos de formação de palavras derivadas pode ser
exemplificado em "habitável porém inabitado" (l.6).
Um texto de divulgação de um novo romance diz o seguinte:
“Um homem acorda gravemente ferido no meio de um lixão. Ao que
parece, tentaram matá-lo, mas ele não se recorda dos fatos que o levaram
até ali. Muito menos de seu passado recente. Seria dado como
desaparecido, se houvesse alguém para sentir sua falta. Essa dolorosa
ausência imperceptível é a brecha para dar vazão à sua revolta com o
mundo contemporâneo e começar uma nova vida. Entre seus planos:
executar criminosos intocados pela Justiça e escrever um best-seller. Mas
uma paixão verdadeira e arrebatadora coloca tudo em xeque”.
(Época, 14/01/2019, p. 37)

4- Um homem acorda gravemente ferido no meio de um lixão”; a palavra


“lixão”, apesar do sufixo aumentativo, não mostra esse valor, formando um
vocábulo com novo sentido (texto 3). O mesmo ocorre em:
a) casa / casarão;
b) papel / papelão;
c) homem / homenzarrão;
d) pacote / pacotão;
e) cão / canzarrão.

202
5- Assinale a alternativa em que todas as palavras retiradas do texto
possuem o mesmo processo de formação.
a) Misteriosas, velhinho, recompensada.
b) Recompensada, reconhecida, submerso.
c) Repetiriam, politicamente, impiedoso.
d) Amável, politicamente, bondade.
e) Conhecia, resposta, festa.

6- O termo “dignidade” (l. 26) é resultado de qual processo de formação de


palavras?
a) Onomatopeia.
b) Redução.
c) Composição.
d) Hibridismo.
e) Derivação.

7- No que se refere ao processo de formação de palavras, assinale a


alternativa que apresenta vocábulo formado por derivação prefixal e
sufixal.
a) “fundamental” (linha 17)
b) “comportamento” (linha 2)
c) “iniciativa” (linha 8)
d) “efetiva” (linha 14)
e) “proatividade” (linha 1)

GABARITO
1-E 2-E
3-C 4-B
5-D 6- E
7-E

203
SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO

As orações que compõem o período composto podem relacionar-se por


subordinação ou por coordenação.
Subordinação
Ocorre subordinação quando uma oração, chamada de oração subordinada,
exerce uma função sintática em outra oração, chamada de oração principal.
Exemplo: ele não sabia que a mãe estava em casa.
Coordenação
Ocorre coordenação quando as orações, chamadas de orações coordenadas,
são independentes sintaticamente.
Exemplo: eu estudei e voltei para casa.

Classificação das orações

Quanto à forma, as orações podem ser desenvolvidas ou reduzidas.


Orações desenvolvidas são introduzidas por conjunção ou por pronome
relativo.
Exemplo: as crianças sabem que comer é importante.

Na subordinação vamos ter de ficar atentos a duas conjunções importantes: o


que e o se.

204
Orações reduzidas apresentam verbo em uma de suas formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio) e não são introduzidas por conjunção nem por
pronome.
Exemplo: raciocinei que estava sempre certo. (Oração desenvolvida) Raciocinei
estar sempre certo. (Oração reduzida)

ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA


Orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem função
sintática típica de substantivo, isto é, função de sujeito, objeto direto, objeto
indireto, predicativo, aposto ou complemento nominal.
As orações subordinadas substantivas desenvolvidas normalmente são
introduzidas pelas palavras que ou se, denominadas conjunções integrantes.
Temos seis classificações para as orações subordinadas substantivas, veja no
quadro:

CONHECENDO OS TIPOS
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Oração subjetiva é aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração
principal. Havendo oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração
principal está necessariamente na terceira pessoa do singular.
Exemplo: Convém que haja muitos inscritos.
Isso convém.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta


Oração objetiva direta é aquela que exerce a função de objeto direto do verbo
da oração principal.
Exemplo: Não sei se fui bem na prova. Não sei isso.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

205
Oração objetiva indireta é aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo
da oração principal.
Exemplo: lembre-se de que você luta por muitos. lembre-se disso.

Oração Subordinada Substantiva Predicativa


Oração predicativa é aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da
oração principal.
Exemplo: A verdade é que ninguém confia naquele deputado. A verdade é isso.

Oração Subordinada Substantiva Apositiva


Oração apositiva é aquela que exerce a função de aposto de um termo da oração
principal.
Exemplo: Há uma única saída: fugir.
Este tipo de oração é pouco cobrado em provas de concurso uma vez que sua
identificação é muito simples, a pontuação (:) dois pontos indicará sua existência.

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal


Oração completiva nominal é aquela que exerce a função de complemento
nominal de um termo da oração principal.
Exemplo: Tenho necessidade de que me ajudes. Tenho necessidade disso.

Dentre as orações subordinadas substantivas, apenas as orações apositivas


podem vir separadas por vírgula (ou por dois pontos) da oração principal. Isso
ocorre porque sujeitos, objetos e complementos nunca são separados por
vírgula dos termos a que estão ligados.

EXERCÍCIOS

01. Nos versos “Queria que a minha voz tivesse um formato de canto
Porque eu não sou da informática:...”, as orações grifadas são
classificadas como:

a) 1. subordinada substantiva objetiva direta / 2. coordenada sindética


explicativa.

206
b) 1. subordinada substantiva subjetiva / 2. subordinada adjetiva explicativa.
c) 1. coordenada sindética explicativa / 2. subordinada adjetiva explicativa.
d) 1. subordinada substantiva objetiva indireta / 2. coordenada sindética
explicativa.

02. No período “...imprimir mais dinheiro do que livros é uma


monstruosidade!”, a oração destacada pode ser classificada como:
a) subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo.
b) subordinada adverbial consecutiva reduzida de infinitivo.
c) subordinada adverbial concessiva reduzida de infinitivo.
d) subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.

03. A oração destacada no trecho “Costumo dizer que sou um sábio do


minuto seguinte, um virtuoso sem timing” é classificada como oração
subordinada substantiva
a) completiva nominal.
b) objetiva direta.
c) objetiva indireta.
d) subjetiva.

04. “Pesquisas na área de neurociências comprovam que a memória, a


imaginação e a comunicação verbal e corporal ficam mais aguçadas...”
(4º§) O fragmento sublinhado exerce a função de oração subordinada:
a) adjetiva restritiva.
b) adjetiva explicativa.
c) substantiva objetiva direta.
d) substantiva objetiva indireta.

05. Relacione adequadamente os tipos de orações subordinadas


substantivas às respectivas orações.
1. Apositiva.
2. Subjetiva.
3. Objetiva indireta.

207
4.Completiva nominal.
( ) O paciente desrespeitou a recomendação de que não tomasse aquele
remédio à noite.
( ) Avisei-o de que deveria fazer repouso após a cirurgia.
( ) Não se sabe como ele conseguiu sobreviver.
( ) O irmão, preocupado, disse-lhe isto: não exagere com a bebida.

A sequência está correta em:


a) 3, 2, 1, 4.
b) 2, 3, 1, 4.
c) 1, 2, 3, 4.
d) 4, 3, 2, 1.
e) 4, 2, 3, 1.

GABARITO
1-A
2-D
3-B
4-C
5-D

208
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVA
Orações subordinadas adjetivas são aquelas que exercem função de adjetivo,
referindo-se a um termo da oração principal.
Exemplo: As pessoas que mentem não me agradam.

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva


Não Possui a marca de pontuação em sua estrutura, relaciona-se a uma parte.

Exemplo: as mulheres que não trabalham sofrem represálias.


Para saber se estamos diante de uma oração subordinada adjetiva, basta
apenas substituir o
que por um pronome relativo de mesmo valor, exemplo: o qual. Por não colocar
a pontuação, a frase restringe sua estrutura.

Oração Subordinada Adjetiva Explicativa


As orações explicativas sempre vêm separadas por vírgula da oração principal.
Exemplo: Os políticos, que são corruptos, envergonham a nação.
Para saber se estamos diante de uma oração subordinada adjetiva, basta
apenas substituir o
que por um pronome relativo de mesmo valor, exemplo: o qual.

EXERCÍCIOS
1. No período “Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão
dos números,...”, a oração destacada é classificada como:

a) subordinada adverbial final.


b) subordinada adjetiva restritiva.

209
c) coordenada sindética explicativa.
d) subordinada substantiva objetiva direta.

02. Numa parede de uma fábrica de cerveja de Tiradentes (MG), estava


escrita a seguinte frase: “Há bares que vêm para o bem”. Sobre a estrutura
e o conteúdo semântico desse texto, a única afirmativa INADEQUADA é:
a) a estrutura dessa pequena frase é de caráter intertextual;
b) a repetição fônica vêm/bem auxilia a apreensão da frase;
c) a oração “que vêm para o bem” explica o sentido de “bares”;
d) a forma plural “vêm” concorda com “bares”;
e) a forma verbal “Há” tem sentido de “existência”.

03. No período composto “Não posso ser uma mulher como nossas mães,
que se conformam em aprender corte e costura”, a oração destacada é
classificada como:
a) coordenada sindética conclusiva.
b) subordinada adjetiva explicativa.
c) subordinada adjetiva restritiva.
d) subordinada adverbial causal.

04. Acerca da estrutura da oração e do período, é CORRETO afirmar que a


partícula “que” (linha 5) introduz uma:
Texto: “o número expressivo de indivíduos que desenvolverão”
a) Oração subordinada substantiva completiva nominal.
b) Oração subordinada substantiva predicativa.
c) Oração subordinada adjetiva explicativa.
d) Oração subordinada adjetiva restritiva.

05. Tendo em vista a estrutura gramatical do texto, julgue (C ou E) o item a


seguir.

Texto: “se a emancipação, em 1867 e 1868, era tão urgente, que o imperador a
mandava estudar”.

210
A oração iniciada por “que” (linha 39) introduz uma explicação acerca da oração
que inicia o período, sendo classificada como adjetiva explicativa.

Certo ( ) Errado ( )

06. Assinale abaixo a alternativa que contem período composto por oração
subordinada adjetiva restritiva.
a) Eu preciso que você me explique melhor o que quer.
b) Os atletas que se prepararam com menos horas de treino ao longo da semana
foram os mais bem colocados no campeonato.
c) Eu preciso disso: que você se comunique melhor comigo.
d) Os atletas, que se prepararam com mais horas de treino ao longo da semana,
foram os mais bem colocados no campeonato.

GABARITO
1-A
2-D
3-C
4-B
5 - ERRADO
6-B

211
ESTUDO DO PRONOME RELATIVO

Os pronomes relativos são utilizados na oração subordinada para substituir um


termo da oração principal.
Exemplo: a menina cantava. A menina estava com a mãe.
A menina que cantava estava com a mãe.

O pronome relativo exerce, na oração subordinada, uma função sintática


correspondente à função sintática do termo que ele substitui.
Por exemplo: A menina que cantava estava com a mãe.
Substitui “menina”

• O pronome “que” está substituido a palavra menina, logo, sua


classificação sintática é de sujeito da oração.
Análise sintática: A menina (sujeito) cantava (verbo intransitivo). Como a palavra
“que” está substituindo o sujeito, ela funciona como sujeito.

Outro exemplo: O jogador que eu vi parecia-se com o pelé.


Substitui “o jogador”

• O pronome “que” está substituido a palavra “jogador”, logo, sua


classificação sintática é de objeto direto da oração.

Análise sintática: eu (sujeito), vi (verbo transitivo direto), o jogador(objeto direto).


Como a palavra “que” está substituido o objeto direto, ela funciona como objeto
direto.

FUNÇÕES DO PRONOME RELATIVO


1) Sujeito: As pessoas que estavam aqui são muito educadas.
1) Objeto Direto: O país que visitei estava em guerra.
2) Objeto Indireto: O médico a quem entreguei os exames tranquilizou-nos.
3) Predicativo: Lembro-me com saudade das crianças que nós éramos.
4) Complemento Nominal: A pessoa a quem fiz referência não estava presente.

212
5) Agente da Passiva: O policial por quem fomos salvos recebeu uma medalha.
6) Adjunto Adverbial: O lugar em que vivo é muito bonito. Observe que o
pronome relativo ―quem‖ sempre é precedido de preposição.

CUJO

Estabelece uma relação de posse entre o antecedente e o termo que especifica.


Sua função principal é de adjunto adnominal. Em alguns casos, pode ser também
complemento nominal.

Adjunto Adnominal: O autor cujos livros admiro fez uma palestra ontem. (livros
do autor)

Complemento Nominal: Os salários, cujo aumento foi adiado, são a causa da


greve. (aumento dos salários)

ATENÇÃO: o pronome cujo não aceita colocação de artigo nem antes nem após
seu uso.

Pronomes “onde”, “quando” e “como”


Esses pronomes exercem essencialmente função de adjunto adverbial.
• Adv. de lugar: O país onde vivo é um dos maiores do mundo.
• Adv. de tempo: No instante quando começamos a amar, tudo parece
melhor.
• Adv. de modo: Não gostei da forma como você foi atendido.

EXERCÍCIOS
01. O vocábulo “que” pode apresentar classificações e funções diversas
na construção de frases. Dentre as ocorrências do “que”, assinale aquela
cuja função sintática pode ser identificada como sujeito da oração.
a) “[...] a primeira coisa que fazia era bater os olhos na caixa [...]” (3º§)
b) “Era um tempo em que não havia internet, não havia Skype [...]” (4º§)
c) “[...] aquelas cartas que chegavam em envelopes verde-amarelos.” (1º§)
d) “Durante os anos que passei fora do Brasil, comunicava-me por cartas.” (1º§)

213
02. O termo que comumente pode se comportar como um elemento coesivo
anafórico, ao retomar informações já expressas no texto. Nesse caso, trata-
se de um pronome relativo, que pode desempenhar diferentes funções
sintáticas. Considerando as alternativas a seguir, aponte aquela cujo que
destacado exerce função sintática distinta dos demais.
a) “A prevenção policial corresponde a 80% da segurança que o Estado pode
exercer.” (4º§)
b) “Uma sociedade que tem um projeto calcado na repressão não é uma
sociedade saudável...” (8º§)
c) “... os saques envolvem ‘não-criminosos’ habituais, que cometem os crimes
pela facilidade que encontram...” (3º§)
d) “Na sexta-feira (10), o governo do Espírito Santo resolveu endurecer com os
polícias militares que participavam da mobilização.” (13º§)

03. A partícula "que" em “Sei que canto” (linha 13)


a) não possui função sintática.
b) possui função sintática de pronome relativo.
c) possui a função sintática de conjunção integrante.
d) é uma partícula de realce.
e) é uma partícula fossilizada.

04. O elemento de coesão “que” possui, no texto, a função sintática


idêntica ao do elemento sublinhado na sentença:

Ao verme
que
primeiro roeu as frias carnes
do meu cadáver

a) Machado escreveu doente Memórias Póstumas.


b) O narrador de Memórias Póstumas é onisciente.
c) Machado é um dos mais consagrados escritores no Brasil.
d) Machado foi fundador da Academia Brasileira de Letras.

214
e) A ideia de Machado era explicar a corrupção brasileira.

05. Em relação ao emprego do pronome relativo, marque C para certo e E


para errado. Em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Quero apresentar-lhe a filha cuja a mãe dela foi eleita a Mãe do Ano.
( ) Posso saber o motivo que você desistiu de concorrer àquele prêmio tão
sonhado?
( ) O futebol é o esporte pelo qual os homens brasileiros mais se interessam.
( ) As dificuldades por que passamos servem para nos tornar mais fortes na
caminhada.

a) E - C - C - C
b) C - C - E - E
c) E - E - C - C
d) C - E - E - E

GABARITO
1-C
2-A
3-A
4-D
5-C

215
Oração Subordinada Adverbial

Orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem função de adjunto


adverbial, estabelecendo uma circunstância em que se passa a ação verbal
expressa na oração principal. As orações subordinadas adverbiais são
classificadas de acordo por conjunções subordinativas circunstanciais.

Orações Subordinadas Adverbiais Causais:


Exemplo: Faltei à aula do ponto 40 porque fui ao médico.

Orações Subordinadas Adverbiais Comparativas:


Exemplo: Vive tal qual um leão na selva.

Orações Subordinadas Adverbiais concessivas:


Exemplo: embora tivesse estudado muito, foi mal na prova.

Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais:


Exemplo: se meu pai fosse mulher, eu teria duas mães.

Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas:


Exemplo: fiz o caderno do papiro como o professor mandou.

Orações Subordinadas Adverbiais finais:


Exemplo: o juiz apitou para que o jogo começasse.

Orações Subordinadas Adverbiais temporais:


Exemplo: antes de julgar, veja se você é bom.

Orações Subordinadas Adverbiais proporcionais:


Exemplo: à medida que estudo, aprendo.

216
EXERCÍCIOS

01. Em “...enquanto destacam-se como polo positivo uma Constituição


moderna, sintonizada com demandas do cidadão, embora carecendo ser
mais aplicada do que usada como componente retórico,...” a oração
iniciada pela conjunção “embora” é classificada como:
a) coordenada sindética explicativa.
b) coordenada sindética adversativa.
c) subordinada adverbial concessiva.
d) subordinada adverbial conformativa.

02. Assinale a alternativa que exprima corretamente a função sintática do


trecho grifado da oração “Os alunos percebem rapidamente quando
estamos desarticulados” (l. 22-23) retirada do Texto 1.
a) oração subordinada substantiva objetiva direta
b) oração subordinada adverbial de tempo
c) oração subordinada apositiva
d) oração coordenada assindética
e) complemento direto do verbo “perceber”

03. Há noção de causa no segmento sublinhado que se encontra em:


a) Ele tem grande percepção para o comportamento social e suas mudanças...
(1° parágrafo).
b) Há uma mescla de artigo e crônica nos seus textos, como se você estivesse
interessado nas ideias (4° parágrafo).
c) ...e tentar pensar bem, mas nunca esquecer que nada vai ficar gravado em
pedra...(4° parágrafo).
d)...a crônica pegou no Brasil pelo acidente de aparecerem bons cronistas... (2°
parágrafo).
e) Ser mais pessoal, mais coloquial, depende do estilo de cada um. (3°
parágrafo).

217
GABARITO
1-C
2-A
3-D

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

Um período composto por coordenação é constituído por duas ou mais orações


coordenadas.
Orações coordenadas são aquelas que independem sintaticamente umas das
outras

Orações coordenadas assindéticas são aquelas que não são ligadas por
conjunção.
Exemplo: As crianças trabalham, a infância não é tão bela.

Orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por conjunção.


Exemplo: Eu estive em sua casa, mas não o vi.

As conjunções que introduzem as orações coordenadas sindéticas são


chamadas de conjunções coordenativas.

1. Aditivas:
Ele trabalha e estuda.

2. Adversativas:
Eu gosto de carne, mas ela não.

3. Alternativas:
Ora chove, ora bate sol.

218
4. Conclusivas:
Ele estudou. Portanto, foi aprovado.

5. Explicativas:
Ele estudou, pois queria aprender.

Observação: A conjunção “pois” será explicativa se vier antes do verbo e


conclusiva se vier depois do verbo.

EXERCÍCIOS
01. A frase: "Ele correu pra ver a borboleta, ela nadava pelo óleo
lentamente" pode ser classificada como:
a) Oração Coordenada Sindética Adversativa
b) Oração Coordenada Assindética
c) Oração Assindética Explicativa
d) Oração Coordenada Conclusiva
e) Oração Coordenada Alternativa

02. Sobre o período: "Qual o motivo de tanta dificuldade para elaborar um


bom texto oficial, como: carta comercial, ofício, relatório, dentre muitos
outros?" Marque a alternativa INCORRETA:
a) Inicia com pronome indefinido interrogativo, a preposição: "de" é imposta pela
regência nominal, enquanto "para" enuncia finalidade.
b) O predicado pede objeto direto.
c) Os termos: "ofício" e "relatório" pertencem à mesma tonicidade paroxítona de:
"contexto" e "preparo".
d) As vírgulas separam orações coordenadas assindéticas.

03. Analise o período abaixo e responda ao que se pede.


“Ela e outros cientistas da conferência riram da situação, mas ela ficou
desconfortável com o acontecido.” Trata-se de um período composto:

219
a) Por coordenação, com duas orações independentes, sendo a segunda oração
classificada como sindética adversativa.
b) Por subordinação, com duas orações dependentes entre si, sendo a primeira
subordinada à segunda.
c) Por coordenação, com duas orações independentes, sendo a segunda oração
classificada como sindética aditiva.
d) Por subordinação, com duas orações independentes entre si.
e) Por coordenação, com duas orações independentes, sendo a segunda oração
classificada como assindética.

04. No texto temos


Texto: Você vista meu pensamento, rouba meu sono, acelera meu coração e me
enche de saudade.
a) Quatro orações coordenadas assindéticas.
b) Três orações coordenadas assindéticas e outra, coordenada sindética
adversativa.
c) Três orações coordenadas assindéticas e outra, coordenada sindética aditiva.
d) Quatro orações subordinadas adverbiais.

05. Leia o poema a seguir para responder à próxima questão. A um


passarinho: (Vinícius de Moraes).
Para que vieste
Na minha janela
Meter o nariz?
Se foi por um verso
Não sou mais poeta
Ando tão feliz!
Se é para uma prosa
Não sou Anchieta
Nem venho de Assis.
Deixa-te de histórias
Some-te daqui!

220
O verso do poema “Nem venho de Assis”, é uma oração coordenada:
a) Assindética.
b) Sindética explicativa.
c) Sindética aditiva.
d) Sindética adversativa

06. Assinale a alternativa cuja oração sublinhada exemplifica o processo


de coordenação.
a) "É dever do Estado (em atendimento a um direito inalienável) prover crianças
e adolescentes com cuidados, segurança, oportunidades, inclusive de
recuperação diante de deslizes sociais".
b) "Neste sentido, o ECA mantém dispositivos importantes, que asseguram
proteção a uma parcela da população em geral incapaz de discernir entre o certo
e o errado à luz das regras sociais".
c) "Mas, se estes são aspectos consideráveis, por outro lado é condenável o viés
paternalista de uma lei orgânica que mais contempla direitos do que cobra
obrigações daqueles a quem pretende proteger".
d) "É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como
o emprego de menores em ações - inclusive armadas - de quadrilhas
organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei".
e) "É um tipo de interpretação que anaboliza espertezas da criminalidade, como
o emprego de menores em ações - inclusive armadas - de quadrilhas
organizadas, ou serve de salvo-conduto a jovens criminosos para afrontar a lei".

GABARITO
1-B
2-D
3-A
4-C
5-C
6-D

221
CONCORDÂNCIA VERBAL

Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito


e verbo. Isso quer dizer que quando o sujeito está no singular, o verbo também
deve estar; quando o sujeito estiver no plural, o verbo também estará.

Exemplos:
Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera.
Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera.
Cristina e Eva entraram no hospital.

Regras para sujeito simples

1. Sujeito coletivo
Nesta situação, o verbo fica sempre no singular.

Exemplo:
A multidão ultrapassou o limite.
Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no
singular ou no plural.
Exemplo:
A multidão de fãs ultrapassou o limite.
A multidão de fãs ultrapassaram o limite.

2. Coletivos partitivos
O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como
"a maioria de", "a maior parte de", "grande número de".

Exemplo:
Grande número dos presentes se retirou.
Grande número dos presentes se retiraram.

222
3. Expressões "mais de", "menos de", "cerca de"
Nestes casos, o verbo concorda com o numeral.

Exemplo:
Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias.
Mais de duas pessoas chegaram antes do horário.
Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para
o plural.
Exemplo:
Mais de uma professora se abraçaram.

4. Nomes próprios
Com nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou
não de artigos.

Exemplo:
Os Estados Unidos influenciam o mundo.
Estados Unidos influencia o mundo.

5. Pronome relativo "que"


O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”.

Exemplo:
Fui eu que levei.
Foste tu que levaste.
Foi ele que levou.

6. Pronome relativo "quem"


O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar
com o antecedente do pronome "quem".

Exemplo:
Fui eu quem afirmou.

223
Fui eu quem afirmei.

7. Expressão "um dos que"


Este é mais um dos casos em que tanto o verbo pode ser conjugado no singular
como no plural.

Exemplo:
Ele foi um dos que mais contribuiu.
Ele foi um dos que mais contribuíram.

224
EXERCÍCIOS

1- A ocorrência de influências_____-nos a concluir que_____uma relação


profunda entre o homem e mídia que os_____mutuamente dependentes.
a) leva, existe, torna.
b) levam, existe, tornam.
c) levam, existem, tornam.
d) levam, existem, torna.
e) leva, existe, tornam

2- Já_____anos,_____, neste local lagos e árvores. Hoje, só_____prédios.


a) fazem, há, existe.
b) fazem, havia, existe.
c) faz, há, existem.
d) fazem, haviam, existem.
e) faz, havia, existem.

225
3- A estrutura linguística dessa charge se apresenta com verbo no modo
imperativo, concordando na 3ª pessoa do singular. Se o sujeito da
sentença estivesse na 2ª pessoa do singular, a redação adequada ao
padrão formal da língua seria:
a) Vai tomar! Vacina grátis!
b) Vem tomar! Vacina grátis!
c) Vens tomar! Vacina grátis!
d) Venhas tomar! Vacina grátis!

GABARITO
1-A
2-E
3-B
CONCORDÂNCIA VERBAL
Regras para sujeito composto

226
1. Sujeitos formados por sinônimos
O verbo tanto pode ir para o plural, como pode ficar no singular e concordar com
o núcleo mais próximo.
Exemplo:
Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência.
Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.

2. Sujeito formado por palavras em graduação e enumeração


Este é mais um caso em que tanto o verbo pode flexionar para o plural, como
também pode concordar com o núcleo mais próximo.
Exemplo:
Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde.
Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.

3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes


Nesta situação, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem
de prioridade.
Exemplo:
Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite.

(eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do
singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós
chegaremos".
Jair e eu conseguimos comprar um apartamento.

(eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que
tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos".

227
4. Sujeitos ligados por "ou"
Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal
estiver se referindo a todos os elementos do sujeito.
Exemplo:
Doces ou chocolate desagradam ao menino.
Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o
último elemento.
Exemplo:
A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios.
Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo
permanece no singular.
Exemplo:
Laís ou Elisa ganhará mais tempo.

5. Sujeitos ligados por "nem"


Quando os sujeitos são ligados por "nem", o verbo vai para o plural.
Exemplo:
Nem chuva nem frio são bem recebidos.

6. Sujeitos ligados por "com"


Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural.
Exemplo:
O ator com seus convidados chegaram às 6 horas.

Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o
antecedente e o segmento "com" é grafado entre vírgulas:
Exemplo:
O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.

7. Sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só,
como" Nesses casos, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo
mais próximo.

228
Exemplo:
Tanto Rafael como Marina participaram da mostra.
Tanto Rafael como Marina participou da mostra.

8. Partícula "se"
No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo
deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular.
Exemplo:
Confia-se em todos.
No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser
conjugado concordando com o sujeito da oração.
Exemplo:
Construiu-se uma igreja.
Construíram-se novas igrejas.

9. Verbos impessoais
Os verbos impessoais sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular.
Exemplo:
Havia muitos copos naquela mesa.
Houve dois meses sem mudanças.

10. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um"
Neste caso, o verbo fica no singular.
Exemplo:
Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião.

11. Sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como"


O verbo é conjugado no plural.
Exemplo:
O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.

12. Locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de"

229
Nestes casos, em que as locuções indicam preço, peso e quantidade, o verbo
fica sempre no singular.
Exemplo:
Três vezes é muito.

13. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora(s) O verbo sempre concorda com
o sujeito.
Exemplos:
Deu uma hora que espero.
Soaram duas horas.

14. Indicações de datas


O verbo deve concordar com a indicação numérica da data.
Exemplo:
Hoje são 2 de maio.

Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia.


Exemplo:
Hoje é dia 2 de maio.

15. Verbos no infinitivo

15.1 Infinitivo impessoal


Verbos no infinitivo não devem ser flexionados nas seguintes situações:
a) quando têm valor de substantivo.
Exemplo: Comer é o melhor que há.

b) quando têm valor imperativo.


Exemplo: Vá dormir!

c) quando são os verbos principais de uma locução verbal.

230
Exemplo: Íamos sair quando você chegou.

d) quando são regidos por preposição.


Exemplo: Começamos a cantar.

15.2 Infinitivo pessoal


Verbos no infinitivo devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e
queremos defini-los.
Exemplo:
Comprei a pizza para eles comerem.

EXERCÍCIOS

231
1- No trecho “Os processos de produção dos objetos que nos cercam
movimentam relações diversas entre os indivíduos” (ℓ. 10 a 12), o sujeito
da forma verbal “cercam” é “Os processos de produção dos objetos”.

2- Assinale a única alternativa em que a concordância verbal está


inadequada segundo a gramática normativa:
a) Dormiu o bebê e a mãe.
b) Enfrentou-se o leão e o elefante.
c) Nem o suco de maracujá nem o sedativo me mantiveram calmo.
d) Nem um nem o outro compareceu à reunião.
e) Motoristas de ônibus, motoristas de caminhão, ninguém aderiu à greve.

GABARITO
1 - ERRADO
2-B

232
CONCORDÂNCIA VERBAL: CASOS ESPECIAIS

233
EXERCÍCIOS

1- A relação de verbos que completam, conveniente e respectivamente, as


lacunas dos períodos abaixo é:

1- Hoje_____24 de janeiro.
2- Trinta quilômetros_____muito.
3- _____uma e vinte.
4- _____ser duas horas.

a) são – são – eram devem


b) é – são – era – deve
c) é – é – era – devem
d) são – é – era – deve
e) são – é – eram – deve.

2- Tendo em vista as regras de concordância, assinale a opção em que a


forma verbal está errada:
a) Existem na atualidade diferentes tipos de inseticidas prejudiciais à saúde do
homem.
b) Podem provocar sérias lesões hepáticas, os defensivos agrícolas à base de
DDT.
c) Faltam aos países subdesenvolvidos uma legislação mais rigorosa sobre os
agrotóxicos.
d) Persistem por muito tempo no meio ambiente os efeitos nocivos dos
inseticidas clorados.
e) Possuem elevado grau de toxidade os defensivos do tipo fosforado.

3- Indique a alternativa correta:


a) Tratavam-se de questões fundamentais.
b) Comprou-se terrenos no subúrbio.
c) Precisam-se de datilógrafas.

234
d) Reformam-se ternos.
e) Obedeceram-se aos severos regulamentos.

4- No trecho “a gente pode ter conversas literárias”, substituindo-se o


sujeito por outro de primeira pessoa do plural, no tempo pretérito perfeito,
o resultado é o seguinte:
a) podemos ter conversas literárias
b) podíamos ter conversas literárias
c) poderíamos ter conversas literárias
d) pudemos ter conversas literárias
e) pudéssemos ter conversas literárias

GABARITO
1-E
2-C
3-D
4-D

235
CONCORDÂNCIA NOMINAL

A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome,


ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo
(artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particípios).
Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.

Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da


oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.

A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:

1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único


substantivo. Por exemplo:
As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.

2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode


variar. Podemos sistematizar essa flexão nos seguintes casos:

a) Adjetivo anteposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.


Por exemplo:
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.

236
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.

- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve


sempre concordar no plural. Por exemplo:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.

b) Adjetivo posposto aos substantivos:

- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles


(assumindo forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino).
Exemplos:
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.

Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o
adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo
foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predominante quando há
substantivos de gêneros diferentes.

- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou


plural.

Exemplos:
A beleza e a inteligência feminina(s).
O carro e o iate novo(s).

3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:

a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado


de nenhum modificador. Por exemplo:

237
Água é bom para saúde.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo


ou qualquer outro determinativo. Por exemplo:
Esta água é boa para saúde.

4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que


se refere. Por exemplo:
Juliana as viu ontem muito felizes.

5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito,
tanto, etc.) + preposição DE + adjetivo, este último geralmente é usado no
masculino singular. Por Exemplo:
Os jovens tinham algo de misterioso.

6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda


normalmente com o nome a que se refere. Por exemplo:
Cristina saiu só.
Cristina e Débora saíram sós.

Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função


adverbial, ficando, portanto, invariável. Por exemplo:
Eles só desejam ganhar presentes.

7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no


singular, podem ser usadas as construções:

a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último


adjetivo. Por exemplo:
Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.

b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por


exemplo:
Admiro as culturas espanhola e portuguesa.

238
Obs.: veja esta construção: Estudo a cultura espanhola e portuguesa.

Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma
única, espano portuguesa? Procure evitar construções desse tipo.

EXERCÍCIOS
Cadê os plural?

É só impressão minha, ou está cada vez mais difícil ouvir plurais ortodoxos?
Aqueles de antigamente, arrematados com um ''s'' - plurais tradicionais,
quatrocentões? Os plurais agora estão cada vez mais enrustidos, dissimulados,
problemáticos. Cada vez menos plurais são assumidos. Os plurais agora
precisam ser subentendidos.
Verdade seja dita: não somos os únicos no mundo a ter problemas com a maldita
letra ''s'' no final das palavras. Os franceses, debaixo de toda aquela empáfia, há
séculos desistiram de pronunciar o ''s'' dos plurais. No francês oral, o plural é
indicado pelo artigo, e pronto. Ou seja: eles falam ''as mina'' e ''os mano'' desde
que foram promovidos de gauleses a guardiães da cultura e da civilização.
Os italianos também não podem com a letra ''s'' no fim das palavras. Fazem seus
plurais em ''i'' e em ''e'', dependendo do sexo, ops, do gênero das palavras.
Quando a palavra é estrangeira, entretanto, eles simplesmente desistem de falar
no plural: decretaram que termos forasteiros são invariáveis, e tudo bem. Una
foto, due foto; una caipirinha, quattro caipirinha. Quattro caipirinha? Hic! Zuzo
bem!
Os alemães, metódicos que só, reservam o ''s'' justamente a esses vocábulos
estrangeiros que os italianos permitem que andem por aí sem plural. Com as
palavras do seu próprio idioma, no entanto, os alemães são implacáveis. As
palavras mais sortudas ganham apenas um ''e'' no final, mas as outras são
flexionadas com requintes de tortura - com ''n'' (!) ou com ''r'' (!!), às vezes em
conjunto com um trema (!!!) numa vogal da penúltima sílaba (!!!!), só para
infernizar a vida dos alunos do Instituto Goethe ao redor do planeta.
Práticos são os indonésios, que formam o plural simplesmente duplicando o
singular: gado- gado, padang-padang, ylang-ylang. Pelo menos foi isso que eu li
uma vez. (Claro que não chequei a informação. Eu detestaria descobrir que isso
não é verdade.) Já pensou se a moda pega aqui, feito aquele pavoroso cigarro
de cravo? Os mano-mano. As mina-mina. Um chopps e dois pastel- pastel.
Nem mesmo nossos primos de fala espanhola escapam da síndrome dos
comedores de plural. Os andaluzes e praticamente todos os latino-americanos
também não são muito chegados a um ''s'' final. Em vez do ''s'' ríspido e

239
perigosamente carregado de saliva dos madrilenhos (que chiam quase tanto
quanto os portugueses), eles transformaram o plural num acontecimento sutil,
perceptível apenas por ouvidos treinados. Em Sevilha, Buenos Aires ou em
Santo Domingo, o ''s'' vira um ''h'' aspirado - lah cosah, lah personah, loh pluraleh.
Entre nós, contudo, a mutilação do plural não tem nada a ver com sotaques ou
incapacidade de pronunciar fonemas. Aqui em São Paulo, a falta de ''s'' é um
fenômeno sociocultural. Os pobres não falam no plural por falta de cultura. Da
classe média para cima, deixamos o plural de lado quando há excesso de
intimidade. É como se o plural fosse algo opcional, como escolher entre ''você''
e ''o senhor''. Se a situação exige, você vai lá e aperta a tecla PLURAL. Se a
conversa for entre amigos, basta desligar, e os esses desaparecem em algum
ponto entre o cérebro e a boca.
Na minha terra, não. Imagina. Lá não se permite isso. No Rio Grande NINGUÉM
fala os plurais. NUNCA. Considera-se PEDANTE quem fala plural. Trata-se de
um dos pontos mais importantes do nosso dialeto. Assim como no francês oral,
no gauchês oral o plural é indicado pelo artigo: os guri, as guria. Mas isso só vale
no gauchês falado. Você jamais verá escritas em Porto Alegre essas coisas que
se leem em placas e faixas de São Paulo, tipo COMIDAS TÍPICA ou 12 PRATOS
QUENTE.
Escrito, não. Para nós, a falta de plural escrito dói nos... ouvidos. [...]
O avanço da despluralização, no entanto, ameaça transformar São Paulo numa
nova Porto Alegre, onde concordar substantivo com artigo é coisa de maricas.
O que se deve fazer? Uma grande campanha educativa, com celebridades
declarando que é chique falar os plurais? Lançar pagodes e canções sertanejas
falando da dor-de-cotovelo causada por não usar ''s'' no final das palavras? Ou
contratar um grupo de artistas alternativos para sair pichando nos muros por aí
uma mensagem subversiva? Tipo assim: OS MANOS E AS MINAS.
FREIRE, Ricardo. Variedades. Jornal da Tarde, 5 de fevereiro 2001, p. 8c.

1- A qual mecanismo gramatical o autor se refere por meio da expressão


“plurais ortodoxos”?
a) Concordância Nominal.
b) Concordância Verbal.
c) Concordância Tratamental.
d) Concordância Pronominal.
e) Concordância Adnominal.

240
2- Em “Um grupo de neurocientistas alemães suspeitou que a resposta
estivesse no retorno positivo que a plataforma oferece por meio de
curtidas...” o termo destacado corresponde a uma flexão denominada de:
a) Concordância Nominal.
b) Concordância Verbal.
c) Concordância Pronominal.
d) Regência Nominal.
e) Regência Verbal.

3- A frase em que a concordância nominal está INCORRETA é:


a) A confusão formada diante do prédio da instituição era meio grande.
b) Enviaremos incluso no imposto a taxa de iluminação pública.
c) Ela não devia deixar as crianças sós por tantas horas.
d) Finalmente, meu colega está quite com a Receita Federal.
e) Elas próprias descobriram o teor daquele documento.

GABARITO
1-A
2-B
3-B

241
CONCORDÂNCIA NOMINAL

Concordância nominal (casos particulares)

É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido

a) Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis


se o substantivo a que se referem possuir sentido genérico (não vier precedido
de artigo).

Exemplos:
É proibido entrada de crianças.
Em certos momentos, é necessário atenção.
No verão, melancia é bom.
É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais

242
b) Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos,
pronomes ou adjetivos, tanto o verbo como o adjetivo concordam com ele.

Exemplos:
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação.

Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite

Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo


ou pronome a que se referem. Observe:
Seguem anexas as documentações requeridas.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.

Bastante - Caro - Barato - Longe

Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam


com o nome a que se referem quando funcionam como adjetivos, pronomes
adjetivos, ou numerais.

Exemplos:

As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)


Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo)
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco. (advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)

243
"Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília
Meireles) (advérbio)
"Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles).
(adjetivo)

Meio - Meia
a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente
com o nome a que se refere.

Por Exemplo:
Pedi meia cerveja e meia porção de polentas.

b) Quando empregada como advérbio (modificando um adjetivo) permanece


invariável.

Por Exemplo:
A noiva está meio nervosa.

Alerta - Menos
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis.

Por Exemplo:

Os escoteiros estão sempre alerta.


Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

EXERCÍCIOS

1- A frase em que a concordância nominal está INCORRETA é:


a) Bastantes feriados prejudicam, certamente, a economia de um país.
b) Seguem anexo ao processo os documentos comprobatórios da fraude.
c) Eles eram tais qual o chefe nas tomadas de decisão.

244
d) Haja vista as muitas falhas cometidas, não conseguiu a promoção.
e) Elas próprias resolveram, enfim, o impasse sobre o rumo da empresa.

2- A concordância nominal está INCORRETA em:


a) A mídia julgou desnecessária a campanha e o envolvimento da empresa.
b) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa desnecessária.
c) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da empresa e a campanha.
d) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa desnecessárias.

3- A concordância nominal está correta, EXCETO em


a) As crianças estavam sós.
b) É proibido a entrada de pessoas estranhas no recinto.
c) Eles mesmos vieram trazer os papéis.
d) Envio os documentos em anexo.

GABARITO
1) B
2) B
3) B

245
CONCORDÂNCIA NOMINAL

1- A concordância nominal está INCORRETA em:


a) Saíram desta briga bastantes pessoas em coma.
b) Os alimentos custam muito caro.
c) Segue em anexa a foto.
d) Ele saiu ileso do acidente.
e) As moças chegaram juntas à aula.

2- Assinale o erro de concordância nominal:


a) Foram precisas muitas horas de trabalho para concluir o relatório.

246
b) As responsáveis pelo projeto afirmaram que ficaram muito obrigadas à
comunidade.
c) A porta estava todo aberta quando a secretária, ainda meia confusa, chegou.
d) Já era meio-dia e meia quando ela percebeu meio desconfiada a presença de
alguém.

3- A concordância nominal está inadequada em:


a) Maria tem olhos azul-piscina.
b) Alguns alimentos custam caro.
c) A conta de luz está caro.
d) João comprou ternos azul-marinho.

GABARITO
1) C
2) C
3) C

247
CONCORDÂNCIA NOMINAL

Chamamos de concordância o princípio sintático segundo o qual, na frase, as


palavras determinantes adaptam-se às palavras das quais dependem. Isso
significa que os nomes e os verbos de uma oração devem concordar com os
demais termos, caso contrário, a concordância ficará prejudicada. Entender esse
princípio é indispensável para quem deseja produzir textos que estejam
devidamente adequados à norma-padrão da língua portuguesa.
A concordância pode ser de dois tipos: concordância nominal e concordância
verbal. Hoje nos dedicaremos à análise da concordância nominal e seus casos
especiais. Fique atento à explicação, boa leitura e bons estudos!
Concordância nominal:
Chamamos de concordância nominal a adequação entre o gênero e o número
de um substantivo com as flexões correspondentes de seus modificadores. Em
regra geral, o adjetivo e as palavras adjetivas devem concordar em gênero e
número com o nome a que se referem:
mulher bonita – homem bonito
mulheres bonitas – homens bonitos
Contudo, existem os casos especiais de concordância nominal, ou seja, casos
particulares aos quais devemos estar sempre atentos. São eles:
1. Se na oração houver mais de um substantivo e se eles estiverem no singular
e forem do mesmo gênero, o adjetivo, exercendo função de adjunto adnominal,
poderá ficar no singular ou irá para o plural:
Marcelo agiu com paciência e coragem admirável.
Marcelo agiu como paciência e coragem admiráveis.
2. Quando os substantivos estiverem no singular e pertencerem a diferentes
gêneros, o adjetivo deverá concordar com o mais próximo ou ir para o masculino
plural:
Ele vestia casaco e calça vermelha.
Ele vestia casaco e calça vermelhos.
3. Quando os substantivos estiverem no plural e forem de gêneros diferentes, o
adjetivo, quando desempenhar o papel de adjunto adnominal, deverá concordar
com o mais próximo ou ir para o masculino plural:
Fomos a um antiquário e vimos objetos e pinturas antigas.
Fomos a um antiquário e vimos objetos e pinturas antigos.

248
4. Quando os substantivos pertencerem a gênero e número diferentes, o
adjetivo, exercendo o papel de adjunto adnominal, deverá concordar com o mais
próximo ou ir para o masculino plural:
Interesso-me pelo cinema e pelas tradições francesas.
Interesso-me pelo cinema e pelas tradições franceses.
Interesso-me pelas tradições e pelo cinema francês.

5. Quando, ao exercer a função de adjunto adnominal, o adjetivo estiver


anteposto a dois ou mais substantivos, ele deverá concordar com o mais
próximo:
Víamos estranhos homens e mulheres.
Víamos estranhas mulheres e homens.

6. Quando o adjetivo exercer a função de predicativo do sujeito, ele deverá


concordar com todos os elementos do sujeito:
A cozinha e os banheiros estavam sujos.

Sujeito-----verbo de ligação-----predicativo do sujeito

7. Quando o adjetivo exercer a função de predicativo do objeto, ele deverá


concordar em gênero e número com o núcleo do objeto. Se houver dois ou mais
núcleos de gêneros diferentes, ele deve ir para o masculino plural:
Vimos as portas e o carro destruídos.
↓ ↓ ↓
VTD OD predicativo do objeto

Vimos destruídos as portas e o carro.


↓ ↓ ↓
VTD predicativo do objeto OD

8. As expressões um e outro e nem um e nem outro deixam o substantivo no


singular, mas o adjetivo deve ir para o plural:
Abordamos um e outro caso inacreditáveis.
Não encontramos nem um nem outro diretor reeleitos.

249
9. Quando houver na oração numerais ordinais, o substantivo pode ficar tanto no
singular quanto no plural, contanto que todos os numerais estejam antecedidos
de artigo:
Perdi a primeira e a segunda sessão.
Perdi a primeira e a segunda sessões.

10. Mesmo, próprio, quite, leso, incluso, anexo, obrigado, entre outros, devem
concordar normalmente com a palavra a que fazem referência:
Ele mesmo disse isso.
Eles mesmos disseram isso.
Ela mesma disse isso.
Elas mesmas disseram isso.

11. Palavras como bastante, meio, caro, barato e só sofrem variação quando
têm valor de adjetivo:
Havia bastante gente no supermercado.
Tenho bastantes discos de vinil.
Tomei meia taça de vinho.
Tomei várias meias taças de vinho.
Ela sempre gostou de sapatos caros.
Ela nunca gostou de roupas baratas.
Meus primos sempre moraram sós.

12. Quando estiverem antepostos a vários adjetivos, os substantivos admitem


três construções:
Estudo as culturas angolana e portuguesa.
Estudo a cultura angolana e a portuguesa.
Estudo a cultura angolana e brasileira.

13. O adjetivo permanecerá invariável quando o sujeito não for determinado por
artigo ou por pronome demonstrativo:
Pizza é gostoso.
Dieta é bom para emagrecer.
É proibido entrada.

Caso o sujeito for determinado por artigo ou pronome demonstrativo, a


concordância deverá ser feita normalmente:
A pizza daquele restaurante é gostosa.

250
A dieta dos pontos é boa para emagrecer.
É proibida a entrada de menores de dezoito anos.

14. As palavras pseudo, alerta, monstro e menos são invariáveis:


Aqueles voluntários são pseudocaridosos.
Para evitar assaltos, é preciso estar sempre alerta.
Houve manifestações monstro em frente ao Congresso Nacional.
Os brasileiros ganharam menos medalhas que os cubanos.

15. Quando houver um adjetivo composto, somente o último elemento sofrerá


flexão, tanto de gênero quanto de número:
Meus avós são franco-brasileiros.
As guerras greco-romanas marcaram a civilização ocidental.
Em São Paulo, há várias comunidades nipo-brasileiras.

16. Palavras que indicam cor


a) Geralmente, deverão concordar em gênero e número com o substantivo a que
se referem quando desempenhar função de adjetivo:
Ficou com os olhos vermelhos de tanto chorar.
Nuvens negras cobriam a cidade.
Estas bananas ainda estão verdes.

b) Quando a palavra que indica cor derivar de um substantivo, deverá


permanecer invariável:
Comprei duas blusas rosa.
Alice gostava de vestidos violeta.

c) Quando for um nome composto e o segundo termo for um substantivo, ficará


invariável:
Ela comprou cortinas amarelo-ouro para a sala.
Carlos está vestindo uma camisa verde-bandeira.

d) Quando os termos “claro” e “escuro” indicarem tonalidade da cor, somente


eles sofrerão flexão:
O rapaz tem belos olhos azul-claros.
Quero aquelas saias verde-escuras que vi na vitrine.

251
e) Azul-marinho e azul-celeste são sempre invariáveis:
A empresa comprou uniformes azul-marinho para os funcionários.
Ele gosta de camisas azul-celeste.

EXERCÍCIOS

1- A concordância nominal está CORRETA em:


a) É necessário a atenção de todos para a leitura do texto.
b) Ela tomou decisões o mais sensatas possíveis.
c) Somente após bastantes ameaças, ele arrumou o quarto.
d) Quando a moça terminou de arrumar as malas, já era meio-dia e meio.

2- Indique a opção na qual a concordância nominal está adequada.


a) Alguns pseudos-ecologistas se opõem ao Bolsa-Floresta.
b) Há partes da floresta que estão menas devastadas que outras.
c) Visto a grande devastação, alguma atitude deve ser tomada.
d) Seguem anexo os documentos para a certificação.
e) Todos devemos ficar alerta para salvar a Amazônia.

3- A concordância verbal e nominal está inteiramente correta em:


a) O mundo moderno, apesar das pesquisas que se desenvolve atualmente,
ainda dependem dos derivados de petróleo.
b) É sabido de todos as situações que resulta em desastre para o meio ambiente
do uso excessivo de pesticidas agrícolas.
c) Tem sido feito, em todo o planeta, esforços no sentido de preservar os
recursos naturais, muitos dos quais já vem se esgotando.
d) A água, um dos recursos naturais essenciais à vida no planeta, já se mostram
escassos em regiões bastante populosas.
e) A garantia de sobrevivência de nossa espécie deverá basear-se na
conscientização sobre a necessária preservação dos recursos naturais.

4- Assinale a alternativa em que não há erro de concordância nominal.

252
a) É necessário a presença dos pais na reunião do conselho escolar.
b) Há bastantes pessoas insatisfeitas com a política econômica.
c) Nós mesmo providenciamos comida aos desabrigados.
d) É proibido a entrada de pessoas estranhas neste local.
e) Seguem anexo os documentos enviados pelos novos clientes.

GABARITO
1-C
2-E
3-E
4-B

REGÊNCIA
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo
(ou um nome) e seus complementos.
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não
ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas
e claras.
A regência pode ser classificada em regência verbal ou regência nominal,
conforme a natureza do termo regente:
• Na regência verbal o termo regente é um verbo;
• Na regência nominal o termo regente é um nome.
O termo regente depende do termo regido. O sentido do termo regente
permanece incompleto sem a presença do termo regido.

Regência verbal:
Termo regente: verbo
Termos regidos: objeto direto e objeto indireto

253
Regência nominal:
Termo regente: nome
Termo regido: complemento nominal

Regência verbal

Na regência verbal, se o verbo regente for transitivo direto, terá como termo
regido um objeto direto (não preposicionado). Se o verbo regente for transitivo
indireto, terá como termo regido um objeto indireto (preposicionado).

Exemplos de regência verbal não preposicionada


• Leu o livro.
• Comeu a sobremesa.
• Bebeu o refrigerante.
• Ouviu a notícia.
• Estudou a lição.
• Fez o recheio.
Exemplos de regência verbal preposicionada
• Procedeu à construção de um novo prédio.
• Pagou ao funcionário.
• Desobedeceu aos pais.
• Apoiou-se na parede.
• Apaixonou-se por seu primo.
• Meditou sobre o assunto.

254
Quando a regência verbal é estabelecida através de uma preposição, as mais
utilizadas são: a, de, com, em, para, por, sobre.
• agradar a;
• obedecer a;
• assistir a;
• visar a;
• lembrar-se de;
• simpatizar com;
• comparecer em;
• convocar para;
• trocar por;
• alertar sobre;
• ...

Leia tudo sobre a regência verbal.

Regência nominal

Na regência nominal, o nome que atua como termo regente pode ser um
substantivo, um adjetivo ou um advérbio. Já o complemento nominal, que atua
como termo regido, pode ser um substantivo, um pronome ou um numeral.

Exemplos de regência nominal


• acessível a todos;
• diferente de mim;
• amoroso com ambos;
• perito em criminologia;
• mau para a saúde;
• ansioso por férias.

A regência nominal é estabelecida através de uma preposição, sendo a, de, com,


em, para, por as preposições mais utilizadas:

• inerente a;
• idêntico a;
• livre de;

255
• seguro de;
• descontente com;
• interesse em;
• pronto para;
• respeito por;
• ...

EXERCÍCIOS

Regência Verbal é o estudo das relações estabelecidas entre o verbo (termo


regente) e seus complementos (termos regidos).

1- INDIQUE a alternativa em que houve ERRO de Regência Verbal,


comprometendo o sentido da frase.
a) A maioria dos delegados compareceu à reunião do Sindicato.
b) O convênio implica a aceitação dos novos profissionais no setor de protocolo.
c) O plano diretor aspira a estabilidade econômica da empresa.
d) O secretário informou à autoridade interessada o teor da nova proposta.

Regência Nominal é a relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou


advérbio) e os termos regidos por esse nome.

2- INDIQUE a alternativa que apresenta Regência Nominal INCORRETA.


a) Os arquivos do convênio não estão acessíveis à consulta.
b) O interrogado mostrou-se insensível pelas perguntas feitas.
c) O aluno é residente na Avenida Afonso Pena.
d) Devo obediência aos meus pais.

3- Qual é a regência do verbo sublinhado neste trecho: “ Meu erro, no


entanto, devia ser o caminho de uma verdade” (l. 04)?
a) Verbo de ligação.
b) Verbo intransitivo.
c) Verbo transitivo direto.

256
d) Verbo transitivo indireto.

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.

4- No trecho “com aquela voz que ele gostava” (linha 23), a inserção do
elemento de antes de “que” prejudicaria a correção gramatical e os
sentidos originais do texto.

GABARITO
1-C
2-B
3-A
4-E

257
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos e


os termos que se seguem a ele e completam o seu sentido.
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e
adjuntos adverbiais são os termos regidos.
Para entender melhor sobre esse assunto e não errar mais, confira abaixo alguns
exemplos e suas respectivas explicações:

Nos exemplos acima, morar é um verbo que exige a preposição em (morar em


algum lugar = adjunto adverbial).
No segundo exemplo, implicar é um verbo transitivo direto, pois não exige
preposição (implicar algo, e não implicar em algo).
No terceiro exemplo, ir exige a preposição a, o que faz dele um verbo transitivo
direto.

258
Na forma padrão, a oração “Isso implica em mudança de horário” não está
correta.
Vamos ver exemplos de alguns verbos e entender como eles são regidos.
Alguns, conforme o seu significado, podem ter mais do que uma forma de
regência.

1. Assistir
a) com o sentido de ver exige preposição:
Que tal assistirmos ao filme?
b) com o sentido de dar assistência não exige preposição:
Sempre assistiu pessoas mais velhas.
c) com o sentido de pertencer exige preposição:
Assiste aos prejudicados o direito de indenização.

No último quadrinho Calvin fala corretamente "assistir ao vídeo"


2. Chegar
O verbo chegar é regido pela preposição “a”:
Chegamos ao local indicado no mapa.
Essa é a forma padrão. No entanto, é comum observarmos o uso da
preposição “em” nas conversas informais, cujo estilo é coloquial: Chegamos no
local indicado no mapa.

3. Custar
a) com o sentido de ser custoso exige preposição:
Aquela decisão custou ao filho.

259
b) com o sentido de valor não exige preposição:
Aquela casa custou caro.

4. Obedecer
O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige preposição:
Obedeça ao pai!
Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como verbo transitivo direto:
Obedeça opai!

5. Proceder
a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo:
Essa sua desconfiança não procede.
b) com o sentido de origem exige preposição:
Essa sua desconfiança procede de situações passadas.

6. Visar
a) com o sentido de objetivo exige preposição:
Visamos ao sucesso.
Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo utilizado sem preposição, ou
seja, como verbo transitivo direto: Visamos o sucesso.
b) com o sentido de mirar não exige preposição:
O policial visou o bandido à distância.

7. Esquecer
O verbo esquecer é transitivo direto, logo não exige preposição:
Esqueci o meu material.
No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com preposição: Esqueci-me
do meu material.

8. Querer
a) com o sentido de desejar não exige preposição:

260
Quero ficar aqui.
b) com o sentido de estimar exige preposição:
Queria muito aos seus amigos.

9. Aspirar
a) com o sentido de respirar ou absorver não exige preposição:
Aspirou todo o escritório.
b) com o sentido de pretender exige preposição:
Aspirou ao cargo de ministro.

10. Informar
O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige um complemento sem e
outro com preposição:
Informei o acontecimento aos professores.

11. Ir
O verbo ir é regido pela preposição “a”:
Vou à biblioteca.

12. Implicar
a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é transitivo direto, logo não
exige preposição:
O seu pedido implicará um novo orçamento.
b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto, logo exige preposição:
Implica com tudo!

13. Morar
O verbo morar é regido pela preposição “em”:
Mora no fim da rua.

14. Namorar

261
O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as pessoas o usarem sempre
seguido de preposição:
Namorou Maria durante anos.
"Namorou com Maria durante anos" não é gramaticalmente aceito.

15. Preferir
O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim:
Prefiro carne a peixe.

16. Simpatizar
O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a preposição "com":
Simpatiza com os mais velhinhos.

17. Chamar
a) com o sentido de convocar não exige complemento com preposição:
Chama o Pedro!
b) com o sentido de apelidar exige complementos com e sem preposição:
Chamou ao João de Mauricinho.
Chamou João de Mauricinho.
Chamou ao João Mauricinho.
Chamou João Mauricinho.

18. Pagar
a) quando informamos o que pagamos o complemento não tem preposição:
Paga o sorvete?
b) quando informamos a quem pagamos o complemento exige preposição:
Paga o sorvete ao dono do bar.

Regência Nominal
Há também a regência nominal, que é a relação entre nomes e seus
complementos. Essa relação é estabelecida através de preposições.
Exemplos:

262
• O bacharel em Direito pode ser defensor público. (e não “O bacharel de
Direito pode ser defensor público.”)
• Tenho horror às baratas. (e não “Tenho horror de baratas.”)
• Essa máquina é compatível com a que temos. (e não “Essa máquina é
compatível a que temos”.)

EXERCÍCIOS

263
No que se refere ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item a
seguir.

1- O emprego do acento indicativo de crase em “à falta de água” ( Linhas


52 e 53) deve se à regência da forma verbal “responda” e à presença do
artigo definido que determina o nome “falta”.

2- Das alternativas a seguir, qual obedece a norma culta quanto à regência


verbal?
a) Os alunos devem obedecer os professores.
b) Pedro aspira ser gerente da empresa.
c) Esta prova visa escolher o candidato mais bem preparado.
d) A sogra de Maria assiste naquela casa.
e) Gastar muito implica em desequilíbrio nas finanças.

264
A influência da cultura na formação do cidadão

Os costumes, a música, a arte e, principalmente, o modo de pensar e agir


fazem parte da cultura de um povo e devem ser preservados para que nunca se
perca a singularidade do coletivo.
Durante muito tempo, o termo cultura foi estudado e acabou sendo dividido
em algumas categorias. Cultura segundo a filosofia: conjunto de manifestações
humanas, de interpretação pessoal, que condizem com a realidade. Cultura
segundo a antropologia: soma dos padrões aprendidos, e que foram
desenvolvidos pelo ser humano.
Por ser um agente forte de identificação pessoal e social, a cultura de um
povo se caracteriza como um modelo comportamental, integrando segmentos
sociais e gerações à medida que o indivíduo se realiza como pessoa e expande
suas potencialidades.
(Adaptado de: ALMEIDA, Heraldo.www.diariodoamapa.com.br)

3 - Atendendo às regras de regência e preservando-se o sentido do texto,


em linhas gerais, os dois pontos, no segundo parágrafo, estarão
corretamente substituídos por
a) corresponde a
b) é resultante de
c) conforma-se sob
d) é compatível em
e) confronta-se entre

GABARITO
1 - CERTO
2-D
3-A

265
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

REVISÃO: COMPLEMENTOS VERBAIS

266
EXERCÍCIOS
Num mundo em que as coisas e as pessoas são descartáveis, a filosofia e o
filósofo também se tornam dispensáveis, sempre havendo uma doutrina ou um
profissional capaz de enaltecer uma trama de interesses privados. A constante
exposição à mídia acaba levando o filósofo a dizer o que o grande público espera
dele e, assim, também pode usufruir de seus quinze minutos de celebridade.
Diante do perigo de ser engolfado pela teia de condutas que inverte o sentido
original de suas práticas, o filósofo, principalmente o iniciante, se pretende ser
amante de um saber autêntico, precisa não perder de vista que assumiu o
compromisso de afastar-se das ideias feitas − ressecadas pela falta da seiva da
reflexão − e de desconfiar das novidades espalhafatosas. Se aceita consagrar-
se ao estudo das ideias, que reflita sobre o sentido de seu comportamento.
(Adaptado de: GIANNOTTI, José Arthur. Lições de filosofia primeira. São Paulo: Companhia
das Letras, 2011, edição digital)

... e de desconfiar das novidades espalhafatosas. (último parágrafo)

1- No trecho acima, o emprego da preposição em destaque justifica-se pela


regência do
a) compromisso.
b) desconfiar.
c) afastar-se.
d) reflexão.
e) assumiu.

267
2- Seriam mantidos o sentido e a correção do texto caso o trecho
“complemento de renda dos casados com filhos e regras que privilegiavam
os homens casados e com filhos” (l. 12 e 13) fosse reescrito da seguinte
forma: complementar à renda dos casados com filhos e privilegiar aos
homens casados e com filhos.

268
Fonte: As ilustrações de Carol Rossetti . Disponível em:
<http://tpmmoderna.com/2014/07/ilustracoes-de- carol-rosseti.html>. Acesso em: 8 fev. 2018.

Analise as afirmativas a seguir, em relação aos aspectos gramaticais do


texto.

I. Na oração: “Marina adora seu vestido listrado”, o elemento destacado é


considerado verbo transitivo direto, segundo a gramática normativa.
II. Nas orações: “Marina adora seu vestido listrado” e “Liga pras revistas não,
Marina”, os termos em destaque desempenham a função de apostos.
III. Nas orações: “Marina adora seu vestido listrado, mas as revistas de moda
disseram [...]”, o excerto destacado é uma oração coordenada sindética,
introduzida por conjunção adversativa.

3- Assinale a alternativa CORRETA.


a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

269
d) Todas as afirmativas estão corretas.

GABARITO
1-A
2-E
3-B

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL


- VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS -

São os verbos que possuem os dois complementos - objeto direto e objeto


indireto.
Chamar será VTDI, com a prep. a, quando significar repreender.
Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula.
Chamei-o à atenção.
Obs.: A expressão Chamar a atenção de alguém não significa repreender, e sim
fazer se notado. Por exemplo: O cartaz chamava a atenção de todos que por ali
passavam.
Implicar será VTDI, com a prep. em, quando significar envolver alguém.
Implicaram o advogado em negócios ilícitos.

270
Custar será VTDI, com a prep. a, quando significar causar trabalho,
transtorno.
Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.
Agradecer, Pagar e Perdoar são VTDI, com a prep. a. O objeto direto sempre
será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Agradeci a ela o convite.
Paguei a conta ao Banco.
Perdôo os erros ao amigo.

Pedir é VTDI, com a prep. a. Sempre deve ser construído com a expressão
Quem alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.
Pedimos a todos que tragam os livros.

Preferir é sempre VTDI, com a prep. a. Com esse verbo, não se deve usar
mais, muito mais, mil vezes, nem que ou do que.
Prefiro estar só a ficar mal-acompanhado.

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar,


noticiar, notificar, prevenir são VTDI, admitindo duas construções: Quem
informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.
Advertimos aos usuários que não nos responsabilizamos por furtos ou
roubos.
Advertimos os usuários de que não nos responsabilizamos por furtos ou
roubos.

Quando houver, na oração, um verbo transitivo direto e indireto, com a


prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá
o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento
grave (à ou às).
Advertimos às alunas que não poderiam usar a sala fora do horário de
aula.

271
EXERCÍCIOS

A era do descartável: seu lixo diz muito sobre você


Imagine se um dia todos os lixeiros de sua cidade decidirem não trabalhar. O
caos será generalizado, se a greve se prolongar e, talvez só assim, esses
profissionais serão valorizados pela população. O serviço social da limpeza
urbana é imensurável: trata-se de saúde, segurança e conforto público.
De uns anos para cá, o poder aquisitivo das famílias brasileiras tem
aumentado. Ao consumir mais, produzimos mais lixo. Fato ! Em 2013, foram três
milhões de toneladas a mais em relação ao ano anterior – o que significa um
aumento de 4,1%. O Brasil é o quinto país que mais produz lixo no mundo.
Frequentemente vejo – no trabalho, na faculdade, na rua – pessoas jogando
embalagens descartáveis com a maior naturalidade. Já faz parte do cotidiano:
ficou com sede? Passa lá na copa do escritório, saca um copo descartável, toma
um gole de água e… LIXO! Daqui uma hora a história se repete. A naturalidade
destes hábitos e a quantidade de lixo que produzimos dizem muito sobre nós.
Somos seres que vivem em uma correria louca, onde a comida rápida e
pronta é praticamente essencial, onde sobra pouco tempo para refletir e até
mesmo para colocar em prática aquilo que acreditamos, onde o consumo é muito
valorizado e lavar um copo é desnecessário.
Conheci, há dois anos, uma mulher na faixa dos trinta que morava sozinha. Ela
trabalhava durante o dia e frequentava a academia três vezes por semana.
Quando fui à casa dela, logo me alertou: não tem pratos, talheres ou copos. “É
tudo de plástico, para eu não precisar lavar!”, explicou. Fiquei um tanto quanto
chocada.
Com a mesma naturalidade e nesta mesma época, descartei por alguns
meses os copos do café que comprava diariamente ao lado da faculdade, no
Starbucks. “O copo é feito de papel e pode ser facilmente reciclado”, pensava
eu. Depois de um período, o hábito começou a me incomodar – e não foi pouco.
Até tentei levar uma caneca, mas era muito pesada e ocupava muito espaço em
minha bolsa. Minha presença na lojinha passou a ser evento mais raro.
Este ano resolvi experimentar uma composteira caseira. Aqueles minhocários
práticos, pensados para quem vive como nós: na correria, sem espaço e etc.
Estou adorando a experiência. Tudo que é lixo orgânico jogo lá. Tenho um
professor que jura que suas minhocas comem até carne. Eu nunca tentei. Mas
parece mágica: nada de cheiro ruim ou de demora. Em alguns meses seu adubo
está pronto. Como matéria seca, que é preciso colocar em proporção aos
orgânicos, recorto a caixa de pizza em pedacinhos – e, assim, reciclo sua
embalagem em casa mesmo. Então, se é para pedir comida em casa, eu já sei:
pizza do restaurante ao lado.

272
Alguns podem pensar: “Besteira, a prefeitura recolhe o lixo, recicla e dá
destino correto. Por que iria me esforçar tanto para reduzir meu lixo?”. Aí, meu
amigo, vai de cada um. Mas a reflexão é importante (...).
PS: os três famosos “Rs” da sustentabilidade são claros: reduza, reutilize, recicle.
A opção da reciclagem é ótima, mas é a última medida a ser tomada.
Jéssica Miwa (Disponível em: thegreensestpost.com) Acesso em 14/03/2018.

1- De acordo com a norma culta, o verbo destacado no trecho: “até mesmo


para colocar em prática aquilo que ACREDITAMOS”, aceita outra regência;
portanto, também estaria correto:
a) de que acreditamos.
b) com que acreditamos.
c) a que acreditamos.
d) em que acreditamos.
e) pelo qual acreditamos.

273
2- Na linha 32, o emprego do acento indicativo de crase em “à saúde”
justifica-se pela regência da forma verbal “traz” e pela determinação do
substantivo “saúde” por artigo definido feminino.

3- O fragmento no qual a regência do verbo em destaque é a mesma do


verbo referir no trecho “que não referisse a ninguém o que se passara entre
nós” (ℓ. 40-41) é
a) “Como adorasse a mulher” (ℓ. 2)
b) “Virgília era a perfeição mesma” (ℓ. 3-4)
c) “Um dia confessou-me que trazia uma triste carcoma na existência” (ℓ. 7-8)
d) “Mas para que o estou a fatigar com isto?” (ℓ. 28-29)
e) “Entraram dois deputados e um chefe político da paróquia” (ℓ. 42-43)

GABARITO
1-D
2 - CERTO
3-C

274
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
- COMPLEMENTO NOMINAL E PREDICAÇÃO DO VERBO
HAVER -

VERBO HAVER, QUANDO IMPESSOAL, SERÁ VTD!

275
EMPREGOS DO VERBO HAVER

276
EXERCÍCIOS

1- Os termos “de gênero” (ℓ.19), “da igualdade racial” (ℓ. 19 e 20) e “dos
direitos humanos” (ℓ.20) complementam a palavra “justiça” (ℓ.19).

277
2- Acerca do trecho “ao Dia nacional da luta antimanicomial” (linhas 3 e 4),
assinale a alternativa correta.
a) Trata‐se deum complemento nominal, que ajuda a completar o sentido de um
substantivo abstrato.
b) Trata‐se de um adjunto adnominal, que atua como qualificador de um adjetivo.
c) Constitui‐se como termo expletivo, já que não deveria aparecer na constituição
do período.
d) Gera ambiguidade, pois deixa obscura a ideia a que se faz alusão.
e) Causa perda de coerência porque torna o texto truncado e pouco
compreensível.

3- Sobre a sintaxe do período Parece haver um abismo de mútua


incompreensão entre os médicos e seus pacientes, é CORRETO afirmar
que o termo abismo de mútua incompreensão é um
a) complemento nominal.
b) complemento verbal.

278
c) adjunto adnominal.
d) adjunto adverbial.

4- Classificam-se como sujeito (S) e complemento (C) da mesma forma


verbal os termos destacados em

a) Uma pessoa complexa (S) só pode ser compreendida (C), jamais explicada.
b) A transcendência (S) constitui o seu projeto (C) como ser-no-mundo.
c) Pode-se explicar a lei da gravidade (C) pelos princípios da Física (S).
d) Sem liberdade interior (C) não há história (S) a ser compreendida.
e) A queda de um homem desesperado (S) não é equivalente (C) à de uma
pedra.

GABARITO
1 - ERRADO
2-A
3-B

279
COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Em relação ao verbo os pronomes oblíquos átonos (me, nos, te, vos, o, a, os,
as, lhe, lhes, se) podem aparecer em três posições distintas:

Antes do verbo – PRÓCLISE;


No meio do verbo – MESÓCLISE;
Depois do verbo – ÊNCLISE

REGRA PRINCIPAL

Proibições
1. Começar frases, oração ou período com pronome oblíquo átono;
2. Utilizar pronome oblíquo átono depois de pausa;
3. Utilizar pronome oblíquo átono depois de verbos no futuro;
4. Utilizar pronome oblíquo átono depois de verbos no particípio.

PRÓCLISE
Esse tipo de colocação pronominal é utilizada quando há palavras que atraiam
o pronome para antes do verbo. Tais palavras são:

1) Advérbio e locuções adverbiais.


Exemplo:
aqui no objetivo, se estuda muito.

2) Palavras ou expressões negativas.


Exemplo:
Não me arrependo de nada.

3) Pronomes Indefinidos
Exemplo:

280
Ninguém me deu apoio.

4) Pronomes Demonstrativos
Exemplo:
Isso me deixou irritado.

5) Conjunções subordinativas
Exemplo:
Embora me interesse pelo carro, não posso comprá-lo.

6) Frases interrogativas
Exemplo:
Quem lhe deu a bola?

7) Frases exclamativas
Exemplo:
Isso me deixou feliz!

8) Frases optativas
Exemplo:
Deus o ilumine

ATENÇÃO!!!
Existem casos que se pode utilizar tanto a próclise como a ênclise: - Pronomes
pessoais do caso reto. Se houver palavra atrativa, usa-se a próclise.
Exemplo:
Ele lhe entregou a carta.
Ele entregou-lhe a carta.

Com infinitivo não flexionado precedido de palavra negativa ou preposição.


Exemplo:

281
Vim para te ajudar.
Vim para ajudar-te.

MESÓCLISE

Essa colocação pronominal é usada apenas com verbos no futuro do presente


ou futuro do pretérito, desde que não haja uma palavra que exija a próclise.
Exemplo:
Contar-te-ei um grande segredo. (futuro do presente)

Observação: nunca ocorrerá a ênclise quando a oração estiver no futuro do


presente ou no futuro do pretérito.

ÊNCLISE

Sempre ocorre ênclise nos casos abaixo:

1) A oração é iniciada por verbo, desde que não esteja no futuro.


Exemplo:
Informei-o sobre o resultado do concurso.

2) Com o verbo no imperativo afirmativo.


Exemplo:
Levanta-te.

3) Orações reduzidas de infinitivo.


Exemplo:
Espero contar-lhe tudo.

282
MUDANÇAS SOFRIDAS PELOS PRONOMES O, A, OS, AS
QUANDO COLOCADOS EM ÊNCLISE

Dependendo da terminação verbal os pronomes O, A, OS, AS, podem sofrer


alterações em sua forma. Veja: Quando o verbo terminar em vogal, os pronomes
não sofrem alterações.
Exemplo: Cantando-o.

Se o verbo terminar em R, S, ou Z, perde essas consoantes e os pronomes


assumem a forma LO, LA, LOS, LAS.
Exemplo: Fazer; fazé-lo

Se o verbo terminar em som nasal (am, em, -ão), os pronomes assumem a


forma NO, NA, NOS, NAS.
Exemplo: Estudam-na.

EXERCÍCIOS
1. A educação para a cidadania é um objetivo essencial, mas comprometem
essa educação para a cidadania os que pretendem praticar a educação para
a cidadania sem dotar a educação para a cidadania da visibilidade das
atitudes públicas.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os segmentos
sublinhados, respectivamente, por:
a) comprometem-lhe − praticá-la − dotar-lhe
b) comprometem ela − praticar-lhe − dotá-la
c) comprometem-na − praticá-la − dotá-la
d) comprometem a mesma − a praticar − lhe dotar
e) comprometem a ela − lhe praticar − a dotar

2. Ao tratar uma letra de música como sendo um poema, o agente está a


elogiar a música, como se o fato de uma letra de música ser um poema
tornasse a letra mais relevante para o mundo. Do mesmo modo, chamar
um compositor de poeta é exaltar o compositor. Pergunto: ser poeta aos
olhos do mundo é mais importante do que ser compositor?

283
(Adaptado de: MENEZES, Raquel. Disponível em:
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/literatura)

Fazendo-se as devidas alterações, os elementos sublinhados acima foram


corretamente substituídos por um pronome em:
a) elogiar-lhe – a tornasse – exaltá-lo
b) elogiá-la – a tornasse – exaltá-lo
c) elogiá-la – lhe tornasse – lhe exaltar
d) lhe elogiar – tornasse-lhe – lhe exaltar
e) elogiá-la – tornasse-lhe – o exaltar

3. É inegável que o século XX deixou-nos um legado de impasses, a


gravidade desses impasses se faz sentir até hoje, uma vez que não
solucionamos esses impasses nem mesmo amenizamos as consequências
desses impasses. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima
substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:
a) em cuja gravidade − lhes solucionamos − suas consequências;
b) cuja gravidade − os solucionamos − suas consequências;
c) da qual gravidade − solucionamo-los − as consequências dos mesmos;
d) onde a gravidade − lhes solucionamos − as próprias consequências;
e) gravidade de cujos − os solucionamos − as consequências em si mesmas.

4. Certos cientistas ______ que os mosquitos, em países tropicais e


subdesenvolvidos, _____ graves causadores de doenças a partir da década
de 2000, em virtude de _____ sérios problemas de saneamento básico.
Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada, as
formas verbais em:
a) declaram – se tornaram − haverem
b) declaram – tornaram-se – existir
c) declaram − tornaram-se − haver
d) declara – tornara-se – existirem
e) declara – se tornara – haver

284
GABARITO
1-C
2-B
3-B
4-C

EXERCÍCIOS

01. Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos


governadores de alguns estados...

A substituição da expressão “serão definidos” por definir-se-ão garante a


correção gramatical do período.

Certo ( ) Errado ( )

02. O Ministério Público Federal impetrou mandado de segurança contra a


decisão do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do júri, indeferiu
pedido do impetrante para que às testemunhas indígenas fosse feita a pergunta
sobre em qual idioma elas se expressariam melhor, restando incólume a decisão
do mesmo juízo de perguntar a cada testemunha se ela se expressaria em
português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o depoimento nesse idioma,
sem prejuízo do auxílio do intérprete.

A posposição do pronome “se” ao verbo em “colher-se-ia” (linha 9) —


colheria-se — comprometeria a correção gramatical do trecho.

Certo ( ) Errado ( )

03. Na variedade culta da língua portuguesa falada ou escrita no Brasil, além da


ocorrência de expressões como “podem assinalar-se” (linha 1), em que o
pronome aparece em ênclise à forma verbal infinitiva, verifica-se a ocorrência de
próclise a essa forma verbal — podem se assinalar —, ambas consideradas
corretas pela gramática.

285
Certo ( ) Errado ( )

04. Poucas vezes a gente pensa nisso, do mesmo jeito que devem ser poucas
as pessoas que acordam se sentindo primatas, mamíferos ou terráqueos, outros
rótulos que nos cabem por força da natureza das coisas.

A correção gramatical do texto seria mantida caso o pronome “se”, em “se


sentindo”, fosse deslocado para imediatamente após a forma verbal
“sentindo”, da seguinte maneira: sentindo-se.

Certo ( ) Errado ( )

05. O trecho “Quanto mais escapa o tempo dos falsos educandários, mais a dor
é o documento que os agride e os separa” (v.18-21) poderia, sem prejuízo para
a correção gramatical, ser reescrito da seguinte forma: À medida que escapa o
tempo dos falsos educandários, a dor vai se tornando o documento que os agride
e os separa.

Certo ( ) Errado ( )

GABARITO
1 - ERRADO
2 - CERTO
3 - ERRADO
4 - ANULADA
5 - ERRADO

286
PONTUAÇÃO

Observe o uso dos dois-pontos nos enunciados abaixo:

(1) Olhou para mim e disse: - Queira entrar, por favor!


(2) A Revolução Francesa defendia três ideais: liberdade, igualdade e
fraternidade.
(3) Abriu mão do que mais gostava: estar em sala de aula.

Como é possível notar, em cada um dos casos acima, o uso dos dois-pontos
possui justificativas diferentes, não é mesmo? Em (1), tal pontuação é utilizada
antes da fala de alguém; em (2), a razão do uso está no fato de que os dois-
pontos iniciam uma enumeração (os três ideais da Revolução Francesa); e, por
último, em (3), observa-se o uso para introduzir uma explicação de algo que
foi mencionado anteriormente no enunciado.
Assim, podemos conceituar que os dois-pontos são utilizados para:

• anteceder uma citação ou fala de alguém:


Exemplo:

287
Sobre o ato de ensinar, Paulo Freire disse: “Ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua
construção.”
• iniciar uma enumeração:
Exemplo:
Mamãe foi ao supermercado e comprou: dois pacotes de arroz, um quilo
de feijão e dois quilos de frango a passarinho.
Introduzir um esclarecimento ou explicação a respeito de algo já mencionado
anteriormente:

Exemplo:
Ela conquistou tudo o que desejava: sua realização pessoal.
Introduzir um exemplo, uma observação, uma nota ou informação importante:

Exemplo:
Observação: o ponto de interrogação pode indicar surpresa.

TRAVESSÃO
O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:
- No discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de
interlocutor nos diálogos.
Por Exemplo:
– O que é isso, mãe?
– É o seu presente de aniversário, minha filha.

- Para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.


Por Exemplo:
"E logo me apresentou à mulher, – uma estimável senhora – e à filha."
(Machado de Assis)
- Para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para
realçar o aposto.
Por Exemplo:
"Junto do leito meus poetas dormem

288
– O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron –
Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)

- Para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos.


Por Exemplo:
“Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a
superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das
religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e
como o êxtase." (Raul Pompeia)

ASPAS
As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas:
- Antes e depois de citações ou transcrições textuais.
Por Exemplo:
Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo
de moça namorada."

- Para representar nomes de livros ou legendas.


Por Exemplo:
Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI.

Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos
grifar as palavras, conforme o exemplo:

Ontem assisti ao filme Central do Brasil.


- Para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares,
ironia.
Exemplos:
O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados
no Brasil está cada vez mais descarado.(Veja)

Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram"rapidamente.

289
Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!

- Para realçar uma palavra ou expressão.


Exemplos:
Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não". Quem foi o "inteligente" que
fez isso?
Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las
novamente, empregam-se aspas simples.
Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos
de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas
dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar
e examinar." (Machado de Assis)

EXERCÍCIOS
Releia o trecho a seguir.
“Quando só a urgência é capaz de captar a atenção, é hora de rever se o FOMO
(sigla para Fear Of Missing Out, que é o medo de estar por fora, de não aproveitar
o que você poderia estar aproveitando, o que gera ansiedade) ainda é capaz de
assustar.”
1- Os parênteses apresentados nesse trecho podem, de acordo com as
funções de cada sinal de pontuação, ser substituídos por:
a) travessões.
b) aspas
c) pontos-finais.
d) dois-pontos.

2- Analise o trecho: “Esparramada sobre o Mar Mediterrâneo – a via que lhe


trouxe influências francesas, italianas, gregas e árabes – a base de sua
gastronomia aproveita-se bem de pescados”. Considerando o contexto de
utilização, os travessões aplicados nesse excerto poderiam ser
substituídos, sem perda de sentido, por:
a) Hifens.
b) Parênteses.
c) Aspas.
d) Pontos e vírgulas.

290
e) Dois-pontos.
Casa de canário
Casara-se havia duas semanas. Por isso, em casa dos sogros, a família resolveu
que ele é que daria cabodo canário:
- Você compreende. Nenhum de nós teria coragem de sacrificar o pobrezinho,
que nos deu tanta alegria. Todos somos muito ligados a ele, seria uma
barbaridade. Você é diferente, ainda não teve tempode afeiçoar-se ao bichinho.
Vai ver que nem reparou nele, durante o noivado.
- Mas eu também tenho coração, ora essa. Como é que vou matar um pássaro
só porque o conheço há menos tempo do que vocês?
- Porque não tem cura, o médico já disse. Pensa que não tentamos tudo? É para
ele não sofrer mais e não aumentar o nosso sofrimento. Seja bom; vá.
O sogro, a sogra apelaram no mesmo tom. Os olhos claros de sua mulher
pediram-lhe com doçura:
- Vai, meu bem.
Com repugnância pela obra de misericórdia que ia praticar, ele aproximou-se da
gaiola. O canário nem sequer abriu o olho. Jazia a um canto, arrepiado, morto-
vivo. É, esse está mesmo na última lona, e dói ver a lenta agonia de um ser tão
gracioso, que viveu para cantar.
- Primeiro me tragam um vidro de éter, e algodão. Assim ele não sentirá o horror
da coisa.
Embebeu de éter a bolinha de algodão, tirou o canário para fora com infinita
delicadeza, aconchegouo na palma da mão esquerda e, olhando para outro lado,
aplicou-lhe a bolinha no bico. Sempre sem olhar para a vítima, deu-lhe uma
torcida rápida e leve, com dois dedos no pescoço.
E saiu para a rua, pequenino por dentro, angustiado, achando a condição
humana uma droga. As pessoas da casa não quiseram aproximar-se do cadáver.
Coube à cozinheira recolher a gaiola, para que sua vista não despertasse
saudade e remorso em ninguém. Não havendo jardim para sepultar o corpo,
depositou-o na lata do lixo.
Chegou a hora de jantar, mas quem é que tinha fome naquela casa enlutada? O
sacrificador, esse, ficara rodando por aí, e seu desejo seria não voltar para casa
nem para dentro de si mesmo.
No dia seguinte, pela manhã, a cozinheira foi ajeitar a lata de lixo para o
caminhão, e recebeu uma bicada voraz no dedo.
- Ui!
Não é que o canário tinha ressuscitado, perdão, reluzia vivinho da vida, com uma
fome danada?

291
- Ele estava precisando mesmo era de éter - concluiu o estrangulador, que se
sentiu ressuscitarpor sua vez.
Carlos Drummond de Andrade

3- Ao longo de toda a crônica, percebemos as falas dos personagens


através da ocorrência de:
a) dois pontos.
b) travessões.
c) pontos.
d) aspas
e) pontos de interrogação.

4- Os dois pontos (linha 1) são usados para


a) interromper ideias.
b) indicar citações.
c) enumerar informações.
d) isolar aposto.

292
GABARITO
1-A
2-B
3-B
4-C

PONTUAÇÃO
- EMPREGOS DA VÍRGULA –

O PODER DA VÍRGULA

Por meio da pontuação, indica-se, na escrita, as várias possibilidades de


entonação da fala. Ela ajuda também a expressão de pensamentos, de
emoções, de sentidos e assim torna mais precisa a compreensão de um texto.
Dentre os sinais de pontuação, a vírgula é a que mais requer atenção. Existem
situações em que o uso desse sinal é obrigatório levando em conta a estrutura
da frase; em outras, se o deslocarmos, o sentido da frase será totalmente
alterado.

293
Em que casos a vírgula é obrigatória e em que casos é proibida?
A estrutura da frase em Língua Portuguesa é formada por pares indissociáveis:
sujeito + verbo; verbo + complemento. A primeira regra de ouro do uso da
vírgula é: não se separam esses elementos com vírgula.
Veja o exemplo:
O professor devolveu as provas corrigidas
O professor = sujeito
devolveu = verbo
as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu"
Quando algo "se intromete" nessa estrutura, a vírgula será usada:
O professor, durante a aula, devolveu, em silêncio, as provas corrigidas.
O professor = sujeito
durante a aula = adjunto adverbial de tempo
devolveu = verbo
em silêncio = adjunto adverbial
as provas corrigidas = complemento do verbo "devolveu"

Quando usar a vírgula:


1) Separar o aposto (termo explicativo):
Recife, a Veneza brasileira, se desenvolveu muito nos últimos anos.

2) Isolar vocativo (termo que chama a atenção):


Marcos, estamos a sua espera!
Estamos, Marcos, a sua espera!
Estamos a sua espera, Marcos!

3) Isolar expressões que indicam circunstâncias variadas como tempo, lugar,


modo, companhia, entre outras (adjuntos adverbiais invertidos ou intercalados
na oração):
Todos, em meio à festa, se puseram a fazer brindes aos convidados.
Durante muitos anos, fiz trabalho voluntário. Isso foi muito gratificante!

294
4) Antes dos conectivos mas, porém, contudo, pois, logo:
Faça suas escolhas, mas seja responsável por elas.
Estudou muito durante o ano, logo deve conseguir uma vaga na faculdade.

5) Isolar termos explicativos tais como isto é, a saber, por exemplo, digo, a
meu ver, ou melhor, as quais servem para retificar, continuar ou concluir o que
se está dizendo:
O amor, isto é, o maior dos sentimentos deve reger nossas atitudes.
Voltaremos a nos falar na quinta-feira, ou melhor, na sexta.

6) Separar termos coordenados (uma lista, por exemplo):


Amor, fortuna, ciência. Apenas isso não traz felicidade.
Durante a juventude viveu no Brasil, na França, na Itália.
Saiu de casa, fechou a porta e foi-se, para sempre, daquele lugar.

Quando NÃO usar a vírgula:


1) Para separar sujeito e predicado:
O tapete persa (sujeito, ser de quem se diz alguma coisa) nos serviu de cama
durante muitos anos (predicado, tudo o que se diz do sujeito).
2) Entre verbo e complemento:
O presidente mudou (verbo) os planos de viagem (complemento do verbo).
O homem deve obedecer (verbo) a princípios éticos (complemento do verbo).

EXERCÍCIOS
Cada vez mais, a tecnologia é usada no processo de aprendizagem infantil, com
ferramentas interativas que facilitam a aquisição de conhecimento, o
compartilhamento de pontos de vista e a discussão de diferentes ideias,
auxiliando no desenvolvimento de um pensamento crítico e colaborativo. O Brasil
vem em queda no ranking mundial de aprendizado de inglês. De acordo com o
Índice de Proficiência em Inglês da Education First, em apenas 5 anos o país
caiu 10 posições no ranking. Em 2011 ocupava o 31º lugar entre 80 países.
Atualmente, a performance dos brasileiros com o inglês desceu até o posto 41.
1- A primeira vírgula, que aparece no primeiro parágrafo do texto, foi
utilizada para:

295
a) Separar um adjunto adverbial.
b) Realçar uma locução conjuntiva anteposta.
c) Realçar termos importantes.
d) Separar uma expressão explicativa.
e) Separar uma oração adverbial reduzida.

Atente para as seguintes frases:


I. Há muito tempo valorizam-se os fotógrafos, que suplantaram os maus pintores.
II. Desde o século passado, pintores e fotógrafos disputam a fidelidade ao real.
III. Dentro de poucos dias, farei uma visita à sua exposição de fotos.

2- A supressão da vírgula altera o sentido do que está em


a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, apenas.

296
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos e estruturais do texto, julgue
o item

3- Na linha 7, a substituição da vírgula pelo elemento “e” preserva a


correção gramatical e os sentidos originais do texto.

GABAITO
1-A
2-E
3 – ERRADO

297
PONTUAÇÃO

REVISÃO – EMPREGO DA VÍRGULA

298
EXERCÍCIOS

Julgue o item que segue, em relação ao texto e a seus aspectos


linguísticos.
1- A inserção de vírgula após o termo “sementes” (linha 25) não prejudicaria a
correção gramatical do texto e serviria para destacar o sujeito da oração.

299
2- O emprego da vírgula após “forma” (linha 2) justifica-se por separar termos
em enumeração.

Em relação à tipologia do texto e às ideias nele expressas, julgue o item.

3- Na linha 6, as vírgulas empregadas após “Esparta” e “eugenia” isolam oração


de sentido explicativo.

300
Julgue o item em relação ao texto e a seus aspectos linguísticos.

4- O emprego da vírgula após “hedonismo” (linha 12) justifica-se por isolar termo
apositivo.

GABARITO.
1. ERRADO
2. ERRADO
3. CERTO
4. CERTO

301
PONTUAÇÃO

Estando a oração em ordem direta (seus termos se sucedem na seguinte


progressão: sujeito → verbo → complementos do verbo (objetos) → adjunto
adverbial), isto é, sem inversões ou intercalações, o uso da vírgula é, de modo
geral, desnecessário. Assim:

1. Não se usa vírgula:


Não se usa vírgula separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se
diretamente entre si:
a) entre sujeito e predicado.
Todos os alunos da sala foram advertidos.

Sujeito predicado

b) entre o verbo e seus objetos.

302
O trabalho custou sacrifício aos realizadores.

V.T.D.I. O.D. O.I.


c) Entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto adnominal.

2. Usa-se a vírgula:
⇒ Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial
O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.
b) da conjunção:
Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas:
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;
As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
querem abrir mão dos lucros altos.

⇒ Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo:
Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas:
Recife, 15 de maio de 1982.

⇒ Usa-se vírgula para separar entre si elementos coordenados (dispostos


em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
⇒ Usa-se a vírgula para marcar elipse (omissão) do verbo:
Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
⇒ Usa-se a vírgula para isolar:

303
- o aposto:
São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um trânsito
caótico.
- o vocativo:
Ora, Thiago, não diga bobagem.

PONTUAÇÃO

Emprego dos sinais de pontuação

Vírgula
Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):

304
a) para separar os elementos mencionados numa relação: Exemplos:
A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas
de sistemas e secretárias.
O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de
serviço e dois banheiros.

OBSERVAÇÃO
Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos elementos da e
numeração, a vírgula deve ser empregada.
Exemplo:
Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em
voz alta, e ria, e roía as unhas.

b) para isolar o vocativo:


Exemplos:
Cristina, desligue já esse telefone!
Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.

c) para isolar o aposto:


Exemplos:
Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no
elevador.
Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.

d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto


é, ou melhor, aliás, além disso etc.):
Exemplos:
Gastamos R$ 20.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que
tínhamos economizado durante anos.
Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá.

e) para isolar o adjunto adverbial antecipado:


Exemplos:
Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas.
Ontem à noite, fomos todos jantar fora.

305
f) para isolar elementos repetidos:
Exemplos:
O palácio, o palácio está destruído.
Estão todos cansados, cansados de dar dó!

g) para isolar, nas datas, o nome do lugar:


Exemplos:
São Paulo, 22 de maio de 1995.
Roma, 13 de dezembro de 2005.

h) para isolar os adjuntos adverbiais:


Exemplos:
• A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.
• Os candidatos serão atendidos, das sete às onze horas, pelo próprio
gerente.

i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela


conjunção e:
Exemplos:
Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de confiança.
Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir.
Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.

j) para indicar a elipse de um elemento da oração:


Exemplos:
Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como
um animal.
Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um
acidente.

k) para separar o paralelismo de provérbios:


Exemplos:
Ladrão de tostão, ladrão de milhão.
Ouvir cantar o galo, sem saber onde.

306
l) após a saudação em correspondência (social e comercial):
Exemplos:
Com muito amor,
Respeitosamente,

m) para isolar as orações adjetivas explicativas:


Exemplos:
Marina, que é uma pessoa maravilhosa, levou todas as crianças para
passear.
Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano
Ramos.

n) para isolar orações intercaladas:


Exemplos:
Não lhe posso garantir nada, respondi secamente.
O filme, disse ele, é fantástico.

Ponto
1. Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase
declarativa de um período simples ou composto. Nesse caso, ele recebe o
nome de ponto-final.
Exemplo:
Desejo-lhe uma feliz viagem.
A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no
seu interior era conservado com primor.

2. O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas.


Exemplos:
fev. = fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia.

Ponto e vírgula
Utiliza-se o ponto e vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula,
praticamente uma pausa intermediária entre o ponto-final e a vírgula.
Geralmente, emprega-se o ponto e vírgula para:

307
a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que
Exemplo:
Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora,
mulher madura, tornou-se uma doidivanas.

b) separar vários itens de uma enumeração:


Exemplo:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a
arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições
públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;
(Constituição da República Federativa do Brasil)

Dois-pontos
Os dois-pontos são empregados para:
a) uma enumeração:
Exemplo:
• Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o
grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível. (Machado de
Assis)

b) uma citação:
Exemplo:
Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:
– Afinal, o que houve?

c) um esclarecimento:
Exemplo:
Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não
porque o amasse, mas para magoar Lucila.
Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de observações,
notas ou exemplos.

308
OBSERVAÇÃO
A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-
pontos ou de vírgula:
Exemplos:
Querida amiga:
Prezados senhores,

Ponto de interrogação
O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta.
Exemplos:
– O senhor não precisa de mim?
– Não, obrigado. A que horas janta-se?

Ponto de exclamação
1. O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer
enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime
admiração, surpresa, assombro, indignação etc.
Exemplos:
– Viva o meu príncipe!
– Que bom que você veio!

2. O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções


interjetivas:
Exemplos:
Oh!
Valha-me Deus!

Reticências
As reticências são empregadas para:

a) assinalar interrupção do pensamento:


Exemplo:
– Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o
meu dever. Mas o mundo saberá... (Júlio Dinis)

309
b) indicar trechos que foram suprimidos de um texto:
Exemplos:
O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure focalizou
dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de
signos (...). Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma
ciência mais geral, a ciência dos signos. (Mattoso Camara Jr.)

c) marcar aumento de emoção:


Exemplo:
As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da
turvação do infeliz, foram estas: “Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao
meu destino... Perdi-te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e morro,
porque não posso, nem poderei jamais resgatar-te”. (Camilo Castelo
Branco)

Aspas
As aspas são empregadas:
a) antes e depois de citações textuais:
Exemplo:
Roulet afirma que “o gramático deveria descrever a língua em uso em
nossa época, pois é dela que os alunos necessitam para a comunicação
quotidiana”.

b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões


populares ou vulgares:
Exemplos:
O “lobby” para que se mantenha a autorização de importação de pneus
usados no Brasil está cada vez mais descarado. (Veja)
Na semana passada, o senador republicano Charles Grassley apresentou
um projeto de lei que pretende “deletar” para sempre dos monitores de
crianças e adolescentes as cenas consideradas obscenas. (Veja)
Preso no “xilindró”, o prefeito perdeu o apoio da população.
Com a chegada da polícia, os três suspeitos “puxaram o carro”
rapidamente.

c) para realçar uma palavra ou expressão:

310
Exemplos:
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro.
Aquela “vertigem súbita” na vida financeira de Ricardo afastou-lhe os
amigos dissimulados.

Travessão
Emprega-se o travessão para:
a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo:
Exemplos:
— Que gente é aquela, seu Alberto?
— São japoneses.
— Japoneses? E... é gente como nós?
— É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são
amarelos.
— Mas, então não são índios? (Ferreira de Castro)

b) colocar em relevo certas palavras ou expressões:


Exemplos:
Maria José sempre muito generosa — sem ser artificial ou piegas — a
perdoou sem restrições.
Um grupo de turistas estrangeiros — todos muito ruidosos — invadiu o
saguão do hotel no qual estávamos hospedados.

c) substituir a vírgula ou os dois-pontos:


Exemplos:
Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte
é a superioridade humana — acima dos preceitos que se combatem,
acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige;
embriaga como a orgia e como o êxtase. (Raul Pompeia)

Parênteses
Os parênteses são empregados para:
a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário:
Exemplo:

311
Todo signo linguístico é formado de duas partes associadas e
inseparáveis, isto é, o significante (unidade formada pela sucessão de
fonemas) e o significado (conceito ou ideia).

b) incluir informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página


etc.):
Exemplo:
Mattoso Camara (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitos da
gramática e os registros dos dicionários são discutíveis: consideram erro
o que já poderia ser admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser
posto de lado.

c) indicar marcações cênicas numa peça de teatro:


Exemplos:
Abelardo I – Que fim levou o americano?
João – Decerto caiu no copo de uísque!
Abelardo I – Vou salvá-lo. Até já!
(sai pela direita). (Oswald de Andrade)

d) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à


vírgula e aos travessões:
Exemplo:
• Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina
para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das
multas.

Asterisco
O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, é um recurso empregado para:
a) remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um capítulo de um
livro:
Exemplos:
Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e
muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria,
chegamos à conclusão de que esse afixo está ligado a estabelecimento
comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em
bruxaria, gritaria, patifaria etc.

312
* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado
a outras palavras.

b) substituição de um nome próprio que não se deseja mencionar:


Exemplo:
O dr.* afirmou que a causa da infecção hospitalar na Casa de Saúde
Municipal está ligada à falta de produtos adequados para assepsia.

EXERCÍCIOS

313
1- As aspas da linha 38 foram usadas para
a) Indicar a impropriedade do termo usado no contexto.
b) Evidenciar uma transcrição.
c) Ressaltar o tom pejorativo empregado pelo enunciador.
d) Destacar um neologismo.

As flores das quase 800 espécies de plantas da família das anacardiáceas,


comuns em regiões tropicais, (1) produzem néctar, que serve de recompensa
para os polinizadores. Raríssimas, porém, liberam odores, que podem funcionar
como pista de onde está o néctar. Os botânicos, Elisabeth Tolke e Sandra
Guerreiro, da Universidade Estadual de Campinas, e Diego Demarco, da
Universidade de São Paulo, já haviam notado que as flores do cajueiro, (2) da
mangueira e do cajuzinho-do-campo liberam um aroma adocicado. Agora, com
técnicas de microscopia, viram que, nas flores do cajuzinho e da mangueira, as

314
glândulas de odor estão na base interna das pétalas. A primeira produz 39
compostos voláteis, a segunda, (3) 21.
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/04/24/shoyu-produzido-no-brasil-e-feito-a-
base-de-milho/. Acesso em: 14 fev. 2019. (Excerto).

2- Assinale a alternativa que apresenta corretamente as justificativas para


o uso da vírgula nos trechos apontados no texto.
a) (1) Isolar elementos que exercem a função de aposto; (2) separar elementos
que exercem a mesma função sintática; (3) indicar a supressão de uma palavra.
b) (1) Isolar o adjunto adverbial antecipado; (2) isolar as orações subordinadas
adjetivas explicativas; (3) isolar o adjunto adverbial anteposto.
c) (1) Separar elementos que exercem a mesma função sintática; (2) separar
orações coordenadas sindéticas; (3) isolar o adjunto adverbial anteposto.
d) (1) Isolar elementos que exercem a função de aposto; (2) indicar a supressão
de uma palavra; (3) isolar o adjunto adverbial anteposto.
e) (1) Isolar expressões explicativas; (2) separar orações coordenadas
assindéticas; (3) isolar as orações intercaladas.

Se eu pudesse aliviar o mundo de um sofrimento, seria o de remover as


culpas indevidas que a maioria das mulheres carrega dentro de si, na função de
mãe.
Para qualquer problema comportamental apresentado por uma criança ou por
um adolescente, ou até mesmo por alguns adultos, há uma mãe se
responsabilizando por ele. Há, sem dúvida, responsabilidades de que as mães
não podem se furtar na educação dos filhos, mas uma boa parte da culpa é
devida à cultura da época e do local, e pode ser evitada.
Hoje a grande culpa indevida é a que a maioria das mães pensa/sente que
está “em falta” com os filhos quando trabalha fora. Essa culpa, que sabota a
felicidade familiar, deve-se ao pensamento de que ela deveria se dedicar mais
aos filhos.
Algumas mães podem ter a opção de não trabalhar (fora) e permanecer mais
tempo com os filhos. Mas estes não precisam delas o tempo todo e, se
precisarem, é porque já existe uma dinâmica de comportamentos problemáticos:
o sufocado produz e sustenta um folgado. Ou seja: embaixo de um sufocado
(mãe) tem sempre um ou vários folgados (filhos e, às vezes, também outros
adultos).
Enquanto a mãe não resolver essa equação, ficará cada vez mais sufocada,
e os filhos, cada vez mais folgados, malcriados e tiranos. Essa sufocada mãe vai
achar que 24 horas por dia são insuficientes para atender a tantos folgados e…

315
lá vem a culpa indevida!
A sufocada vai se sufocando porque quer deixar todos os filhos satisfeitos
somente quando aprenderem a cuidar de si e dos seus pertences e ajudar os
conviventes necessitados. Essa prática entra em conflito com outro pensamento:
é obrigação da mãe fazer sempre tudo e mais alguma coisa para os filhos.
Quem foi que estabeleceu essa lei? Quem ensinou a mãe a ser sufocada?
Vem da época do machismo, quando surgiu a figura da “boa mãe”, que todas as
mulheres buscavam e buscam ser, cujo resultado final é perpetuar os filhos no
folgado e inadequado machismo.
A boa mãe ensina o filho a fazer o que é capaz e cobra. Cobrança,
estabelecimento de limites, responsabilidade que gera liberdade, ética para ser
bem tratada, mesmo estando ausente, perde quem não cuida do que tem, prazos
existem para serem cumpridos, necessidades têm que ser satisfeitas e vontades,
quando puder, são costumes que devem ser adotados em casa para que a mãe
tenha prazer e paz ao voltar para o “lar, doce lar”.

TIBA, Içami.
Disponível-em:https://editoraintegrare.com.br/blogs/educacao/indevida-culpa-materna-por-
icami-tiba. Acesso em 30.jan.2019.

Considere os seguintes trechos recortados do texto.

“Vem da época do machismo, quando surgiu a figura da “boa mãe”


“... são costumes que devem ser adotados em casa para que a mãe tenha prazer
e paz ao voltar para o “lar, doce lar”.

3- As aspas que foram empregadas nas expressões destacadas cumprem


a função de
a) destacar expressões não peculiares à linguagem normal esperada para o
texto.
b) acentuar o valor significativo das expressões.
c) construir um efeito de ironia.
d) marcar o início e o fim de uma citação.

A questão da segurança pública no Brasil

316
Essa responsabilidade não é só da União e dos Estados, mas
também, e sobretudo, dos municípios.

A maior preocupação da população brasileira na atualidade é, inegavelmente,


a segurança pública e por motivos plenamente justificáveis. Invariavelmente,
todo cidadão, independente de raça, cor, condição social ou credo religioso, tem
sido atormentado de forma tão violenta por esse tema que a questão se
transformou em problema de saúde pública nos últimos anos, tais os reflexos no
comportamento dos brasileiros. No lar, no trabalho, na escola, nos campos de
futebol, seja quem for, esteja onde estiver, lá está ela, ou melhor, a ausência
dela, a nos atormentar, como assombração impiedosa a nos perseguir. Nesse
ponto, não podemos nos esquecer de que a segurança pública está elencada
entre as necessidades essenciais de todo ser humano.
O tema adquiriu tamanha relevância que, hoje, se fala de segurança pública
com tanta propriedade que surgiram, nos últimos anos, vários especialistas na
matéria, tal como os milhares de técnicos de futebol, a maioria com diagnósticos
elaborados, muitas das vezes, sem qualquer base científica ou fonte segura para
os números que são apresentados.
Cite‐se, como exemplo, o índice de reincidência criminal no Brasil, enunciado
categoricamente pelo honrado Presidente do Supremo Tribunal Federal e do
Conselho
Nacional de Justiça, na semana passada, para a mídia nacional e
internacional, como sendo de setenta por cento, percentual repetido por
tagarelas de plantão, sem que, na verdade, jamais tenha sido elaborada
qualquer pesquisa nesse sentido, fato que, além de servir de base falsa para a
formulação de políticas públicas para o setor, constitui‐se em forma perversa de
discriminação daqueles que passaram pelo cárcere.
Mas se, de um lado, a (in) segurança pública causa fascínio no público e na
mídia em geral, com discussões amplas e apaixonadas, do outro, os tais
“especialistas" na matéria entraram em um círculo vicioso de repetição de velhas
fórmulas ultrapassadas, obsoletas e inadequadas no enfrentamento de tão grave
questão. “O crime evoluiu, o seu combate regrediu" é o que mais se ouve em
qualquer esquina. Afinal, é preciso mudar essa antiga cultura, questionando‐se,
em primeiro lugar, qual o papel do Estado e qual o da polícia.
Não se pode olvidar: pior que a existência do crime organizado é o seu
combate com instituições arcaicas, viciadas e corrompidas, orientadas por
modelos equivocados de repressão, importados, muitas vezes, de países que,
antes de adotá‐los, promoveram mudanças significativas no seu sistema
criminal, fato lamentavelmente esquecido por muitas das pessoas envolvidas.
Acreditamos, portanto, que só há uma forma de salvar o sistema de
segurança da chaga da corrupção e do fracasso: a reforma das instituições, com

317
seleção e controle rigorosos dos seus membros.
Mas isso, como já comentamos, é apenas o começo! Muito mais ainda precisa
e deve ser feito.
(Lélio Lauria. Disponível-em: http://acritica.uol.com.br/blogs/blog_do_lelio_lauria/seguranca‐
publica Brasil_7_551414854.html. Acesso em: 01/12/2015. Adaptado.)

4- Em “Mas isso, como já comentamos, é apenas o começo!", o ponto de


exclamação ( ! ) tem como objetivo
a) substituir a vírgula.
b) indicar uma pergunta.
c) finalizar frase imperativa.
d) expressar sentimentos diversos.

GABARITO
1-C
2-A
3-C
4-D

318
INFORMÁTICA

319
Para iniciarmos o estudo de informática é de fundamental importância que você
saiba o conceito básico de Hardware e Software esse é o primeiro passo para
se fragmentar a informática em partes ao ponto de que se possa entendê-la e
assim obter êxito na mesma.

Hardware VS Software

Hardware
É a Parte física do Computador, ou seja, tudo que eu posso tocar, tudo que for
palpável, tudo que pode ser utilizado para matar alguém, por exemplo os
periféricos. Os periféricos se subdividem em três tipos:

320
321
Processador (CPU)
Erroneamente somos levados a comparar CPU com o gabinete. Então vamos
entender o que é cada um e como funcionam.

“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa e a mesma coisa é um
caminhão cheio de japonês comendo caranguejo” Queiroz, Túlio 2021.

Gabinete
É somente o compartimento ou como algumas bancas chamam “o invólucro”
onde será alocado TODOS os outros periféricos do computador como por
exemplo a placa-mãe, os pentes de memória RAM, a Fonte, inclusive a CPU.

CPU (UCP)
É a Unidade de Processamento Central que é considerado o coração do
computador, que por sua vez é o dispositivo mais veloz do mesmo, também é
considerado o principal componente do computador.

O processador se subdivide em Quatro partes:


ULA - Unidade Lógica Aritmética A ULA é encarregada de resolver ou realizar
todo e qualquer calculo matemática que aja no computador.
UC - Unidade Central de Controle (Que as bancas adoram chamar de Unidade
Central, Cuidado!) É responsável por realizar: Controle de entrada e saída de
Dados;
• Controla o funcionamento da CPU;
• Recebe a Instrução do Kernel;

322
Registradores - Os Registradores por sua vez realizam a tarefa fazer uma lista
de todas as tarefas que são executadas pelo processador.

Cache
• Considerada memória de acesso rápido
• Armazena resultados do processamento;
• Pode ser dividida em níveis. L1, L2 e L3.

Arquitetura de Processamento

RISC - (Reduced Instruction Set Computer) Computador de consumo de


instruções reduzidas;
CISC - (Complex Instruction Set Computer) Computador de consume de
instruções complexas;

Overclock
Forçar o desempenho, por exemplo se fizermos uma analogia com a moto de
50cc vulgo cinquentinha, quando o dono com alta taxa de QI, coloca um motor
mais potente e força o desempenho do ciclomotor, momentaneamente é algo
bem bacana, mas com o decorrer do tempo pode comprometer o funcionamento
do veículo, da mesma forma é com o processador, quando o usuário força o
desempenho.

323
Overflow
Sobrecarga de dispositivo;

EXERCÍCIOS

1. Sobre os componentes de um computador, verifique as assertivas e assinale


a correta.

a) O software corresponde aos componentes físicos do computador, ou seja, são


as peças e aparatos eletrônicos que, ao se conectarem, fazem o equipamento
funcionar.
b) O hardware é a parte referente aos sistemas que executam as atividades, ou
seja, são os programas e aplicativos que fazem com que a máquina funcione.
c) Compreende-se como hardware elementos físicos que formam o equipamento
enquanto os programas ou sistemas que fazem o equipamento funcionar são
denominados software.
d) Monitor, teclado e mouse são exemplos de software.

2. O invólucro onde os componentes eletrônicos como placa de vídeo e placa de


som são dispostos em um computador convencional é denominado

a) Memória RAM.
b) CPU.
c) Switch.
d) Gabinete.

3. Com base nos conceitos de hardware e software, analise as afirmativas a


seguir:

I. O Software Básico de Entrada e Saída (BIOS) é gravado na memória ROM.


Assim, não é possível desinstalar o BIOS do computador, apenas atualizá-lo ou
modificar as opções permitidas.
II. O touchpad de um notebook é considerado um dispositivo de entrada/saída
sensível ao toque.

324
III. A menor unidade de medida do computador é o bit, que é representado por 0
(zeros) e 1 (uns); um conjunto de 8 (oito) bits equivale a um byte, que representa
um caractere. Assinale

a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se somente a afirmativa II estiver correta.

GABARITO

1-C
2-D
3-D

325
Placa-mãe (MotherBoard)

A placa-mãe - é o dispositivo com maior importância do computador, pois é


responsável pela comunicação entre TODOS os componentes, ou seja,
absolutamente todos os componentes de Hardware são ligados pela placa-mãe.
São exemplos de componentes a ela interligados: vários chips, trilhas,
capacitores e encaixes.

Chipset - É o principal componente da placa-mãe, esse nome é dado ao


conjunto de chips (ou circuitos integrados) utilizado na placa-mãe e cuja função
é realizar diversas funções de hardware, como controle dos barramentos (PCI,
AGP e o antigo ISA), controle e acesso à memória, controle da interface IDE e
USB...

Barramento
São os caminhos de conexão, basicamente são as trilhas utilizadas para ligação.
Barramento é um conjunto de linhas utilizadas para a comunicação que permite
com que haja a interligação entre dispositivos tais como: CPU, a memória dentre
outros dispositivos.

On-Board e Off-Board
On-Board - é o tipo de placa que traz recursos embutido na placa mãe, e
Off-Board - É quando existe uma placa extra (Externa). A grosso modo é a
melhor definição que podemos trazer, mas vamos aprofundar mais um pouco:
As placas on-board são mais comuns, atualmente quase todas placas mãe tem
vídeo on-Board, só que o desempenho não é tão bom assim, então pra suprir
essa necessidade coloca-se uma placa de vídeo off-Board para melhorar o
desempenho da parte gráfica.

326
As placas off-board não possuem seus dispositivos integrados a placa mãe,
precisando de placas extras com esses dispositivos, que serão instalados nos
seus respectivos Slots, tem o seu desempenho superior as placas on-board pois
tem sua própria central de processamento e a transferência superior as que
rodam na memória RAM.

Hierarquia de Memórias
As memórias do computador são organizadas hierarquicamente formando assim
uma pirâmide e essa hierarquia se deve a vários quesitos como por exemplo a
velocidade das memórias, a sua tecnologia sua capacidade e seu custo
benefício. Encontram-se as memórias mais velozes, com maior tecnologia, e
bem menor relacionado a sua capacidade no pico dessa pirâmide. Já no alicerce
encontram-se as memórias com menor custo benefício, entretanto que suportam
a maior quantidade de dados

Grupos de Memórias

Memória Principal (Memória de Leitura)


• RAM
• ROM
Memória Intermediária (Não físicas)
• Cache
• Virtual
Memória Secundária (Armazenamento)
• HD, CD, DVD, Blu-ray.

327
EXERCÍCIOS

1. Na informática, memórias são dispositivos capazes de guardar dados de forma


temporária ou permanente. Sobre os diversos tipos de memória, considere as
afirmações a seguir:

I. A memória ROM é uma memória somente de leitura e é um tipo de memória


volátil, sendo assim, o conteúdo não desaparecerá quando o dispositivo for
desligado;
II. Podemos afirmar que um disco rígido (Hard Disk Drive – HDD) é um tipo de
memória não volátil. Isto significa que os dados permanecem gravados neste
tipo de memória, mesmo com o dispositivo sendo desligado.
III. Uma memória do tipo USB Flash Drive, também conhecida como pen drive,
é um tipo de memória não volátil.
IV. A memória RAM é uma memória somente de leitura, cujos dados podem
acessados de maneira aleatória e são do tipo não volátil;

Estão CORRETAS APENAS:


a) II, III;
b) I, II e III;
c) III e IV;
d) I, II e IV;
e) I, III e IV.

2. A memória RAM é um dos componentes essenciais em todo computador. A


função da memória RAM em um computador é:

a) Armazenar os dados de forma permanente, mesmo após o desligamento do


computador.
b) Ser utilizada como reserva para o disco rígido, quando o espaço no disco
estiver escasso.
c) Armazenar dados relevantes ao funcionamento do sistema, durante a sua
operação.
d) Aumentar a memória Cache do processador.

328
3. “Considerada um tipo de memória mais rápida e cara para se armazenar um
dado. Tipicamente utilizadas como um dispositivo de armazenamento
temporário”. O trecho apresentado define CORRETAMENTE a memória do tipo:

a) Cache.
b) EEPROM
c) Registradores.
d) RAM.

4. O termo memória, em informática, refere-se aos componentes que


armazenam dados no computador. Dentre as memórias utilizadas, qual
geralmente é utilizada para fornecer as instruções de inicialização do
computador ao processador?

a) HD
b) RAM
c) ROM
d) SATA

GABARITO

1-A
2-C
3-C
4-C

329
Unidades de Medidas

BIZU CAVERNOSO DA SOFRÊNCIA!!!

Unidades de medida

330
EXERCÍCIOS

1. Considerando as grandezas computacionais, 2 Kilobytes correspondem a


quantos bytes?

a) 1024
b) 20486
c) 1000
d) 2048
e) 1048

2. Embora os discos rígidos (HD) sejam ainda muito utilizados, as unidades de


estado sólido (SSD) vêm cada vez mais sendo utilizadas. Comparando os HDs
convencionais com os SSDs, tem-se que

a) a vida útil dos SSDs é maior do que a dos HDs.


b) o consumo dos SSDs é maior do que o dos HDs.
c) o preço por bit de armazenamento dos SSDs é menor do que o dos HDs.
d) os tempos de leitura e escrita dos SSDs são maiores do que os dos HDs.
e) os SSDs são mais resistentes do que os HDs em relação a movimentos,
quedas ou interferências magnéticas.

3. Em relação à capacidade de armazenamento de dados, o mercado


disponibiliza hoje uma série de opções de mídias. Entre as mais conhecidas
estão as mídias CD, DVD e Blu-Ray. A respeito desta última, assinale a
alternativa que indica corretamente a máxima capacidade de uma mídia Blu-Ray
do tipo duas camadas.

a) 700 Mb
b) 4.7 Gb
c) 50 Gb
d) 8.5 Gb
e) 850 Mb

331
4. 5 TB (Terra bytes) equivalem a:

a) 5120 MB
b) 5000 GB.
c) 5000 MB.
d) 5120 GB.

5. Foi especificada a aquisição de um microcomputador com uma porta USB-C.


Essa porta apresenta como uma de suas características

a) a transferência de dados de até 1 Gbps, insuficiente para a transmissão de


vídeos de padrão 4K para monitores externos ao computador.
b) compatibilidade mecânica com as portas USB 3.1.
c) permitir que a carga de dispositivos, como smartphones, seja mais lenta, pois
esse padrão fornece menos potência do que portas USB 3.1.
d) possuir encaixe simétrico sem polarização, podendo ser encaixado de
qualquer um de seus lados.
e) suportar cargas de até 10 W.

6. Um técnico de manutenção de microcomputadores de uma empresa precisa


substituir o seu disco rígido (HD) com padrão SATA e capacidade de
armazenamento de 1 t B, que apresenta defeito. O computador faz o uso intenso
desse disco e permanece em operação continuamente (24 horas, todos os dias).
Esse técnico cogita substituir esse HD por uma unidade de estado sólido (SSD)
com a mesma capacidade de armazenamento. Sobre essa substituição, é
correto afirmar que o SSD

a) apresenta um consumo de energia superior ao do HD, podendo exigir a


substituição da fonte de alimentação por uma de maior capacidade.
b) apresentará como desvantagem, em relação ao HD, uma vida útil inferior, pois
o número de gravações em cada célula é limitado.
c) apresenta, atualmente, um custo para a capacidade requerida equivalente ao
dos HDs convencionais.
d) exigirá cuidados especiais na instalação, como blindagem da unidade SSD,
que é mais sensível a interferências magnéticas do que os HDs.

332
e) não pode ser utilizado, pois as unidades SSD possuem apenas conexão
padrão IDE.

7. Os dispositivos para armazenamento de dados com tecnologia do tipo SSD


(do inglês: Solid State Drive) estão substituindo gradativamente os tradicionais
dispositivos com tecnologia do tipo magnética. Em comparação à tecnologia do
tipo magnética, a SSD apresenta, de forma geral,

a) menor tempo de acesso e maior consumo de energia.


b) maior tempo de acesso e maior consumo de energia.
c) menor tempo de acesso e menor consumo de energia.
d) maior tempo de acesso e menor consumo de energia.

GABARITO

1-D
2-E
3-C
4-B
5-D
6-B
7-C

333
SOFTWARE

Conceitos Iniciais
Software nada mais é do que a Parte Lógica do Computador, ou seja, tudo
que eu não posso tocar tudo que for impalpável. O mesmo também pode ser
considerado um conjunto de instruções lógicas para se executar uma
informação/instrução. Como exemplo de programas, temos algumas subclasses
por exemplo as suítes de escritório (Word, Excel Power Point) , um Browser que
é um navegador de internet (Google Chrome, Mozilla Firefox, Internet Explorer)
, ou um sistema Operacional ( Windows , Linux) . Abaixo relacionamos os tipos
de softwares que podem ser cobrados na sua prova.

BIZU CAVERNOSO MATADOR!!!


Tipos de Softwares F-A-Ma-S

Firmware - Programa Inerente ao HARDWARE geralmente vem com seu


conteúdo gravado de fábrica como por exemplo a BIOS (Basic Input/Output
System) (SISTEMA BÁSICO DE ENTRADA/SAÍDA).
A BIOS é utilizada para executar a inicialização da parte física( Hardware), e
para prover serviços de tempo de execução para sistemas operacionais e
programas. A BIOS vem pré-instalado na memória permanente da placa mãe do
computador e é o primeiro software a ser executado quando se liga a máquina.
Aplicativos - Podem ainda serem subdivido em 3 grupos:
• Escritórios - (Suíte Ms-Office (Word, Excel, Power Point), Suite Libre
Office (Writer, Calc, Impress.)).
• Utilitários - (Nessa classe podemos enquadrar os compactadores de
arquivos como por exemplo Winrar, os leitores de pdfs (Adobe acrobat
reader) e as ferramentas Antimalwares.
• Entretenimento - Aqui podemos citar o VLC (Reprodutor de Áudio e
vídeo), Windows Media Player também da mesma classe.
Malwares_ São programas maliciosos, desenvolvidos com o intuito de causar
dados, realizar alguma prática maléfica ao usuário. Podem ser desenvolvidos
por HACKERS (pessoa com bastante conhecimento na área que usa seus
conhecimentos para o bem) ou Crackers (pessoa com bastante conhecimento
na área que usa seus conhecimentos para o mal.
Sistema Operacional É o Principal programa do computador, é dele a função de
realizar todo o gerenciamento do computador tanto a parte de Hardware (Física),
quando a parte de Software (Parte Lógica). Também é função do Sistema

334
Operacional ser uma espécie de intermediário entre homem e máquina,
deixando assim o sistema mais convidativo.

Licenças de Software

Software Proprietário ou Não Livre


Quando falamos em softwares proprietários logo nos remetemos a algo que não
pode ser redistribuído ou modificado, sem o consentimento de seu criador ou
distribuidor. O conceito vai de encontro ao conceito de software livre.
Normalmente, para que se possa: utilizar, copiar, ter acesso ao código-fonte ou
redistribuir, o usuário deve realizar uma solicitação de permissão ao proprietário,
ou pagar para poder fazê-lo.

BIZU CAVERNOSO MATADOR!!!


Um software proprietário não necessariamente será pago, porém manter-se-á
sua característica principal de não disponibilização do código-fonte.
Software Proprietário - é o software que não permite ao usuário acessar o
Código Fonte (receita).

Exemplos de Softwares proprietários.


Alguns dos softwares proprietário gratuitos mais conhecidos estão abaixo
citados:
• Google Chrome, Winzip, Avast etc.
Em contrapartida existe um grande gama de softwares proprietário que são
pagos como por exemplo:
• Microsoft Windows, o Adobe Photoshop, o Mac OS, Corel Draw, Microsoft
Office.

Software Livre
Já o software livre é regido quase que por uma lei, digamos que seja a CF
(Constituição Federal dos Softwares Livres. Que nós chamamos de GPL
(General Public Licence) que tem por base 4 liberdades
• Liberdade 00 - Executar o software seja qualquer finalidade.
• Liberdade 01 - Acessar o código-fonte do programa e modificá-lo
conforme sua necessidade e distribuir suas melhorias ao público, de
modo que elas fiquem disponíveis para a comunidade.

335
• Liberdade 02 - Fazer cópias e distribuí-las para quem desejar de modo
que você possa ajudar ao seu próximo.
• Liberdade 03 - Melhorar o programa e distribuir suas melhorias ao
público, de modo que elas fiquem disponíveis para a comunidade. Para
tais ações é indispensável o acesso ao código fonte, por isso todos os
softwares livres liberam para os usuários o mesmo.

BIZU CAVERNOSO MATADOR!!!


Executar (Liberdade 0) acesso para adaptar (Liberdade 1) fazer cópias
(Liberdade 2) e melhorar o programa (Liberdade 3).
Executar acesso para adaptar, fazer cópias e melhorar o programa.

Licenças de Software Gratuito


Freeware - São programas distribuídos gratuitamente, os mesmos não expiram
e você pode usá-los livremente e nunca terá que pagar nada por isso. Nesse
tipo, o usuário poderá utilizar de todos os recursos fornecidos pelo fabricante,
por um tempo indeterminado.
Shareware - São softwares que após um dado tempo de uso e esse tempo vai
ser relativo, ou seja, pode variar de programa para programa. Tal tempo será
definido pelo desenvolvedor. Após número de utilizações, o programa perde
algumas ou todas as suas funcionalidades. Após este período decorrido o
usuário deverá ou apagá-lo do computador ou registrá-lo através do pagamento
de uma taxa ao desenvolvedor.

EXERCÍCIOS

1. Com relação a hardware e software, é correto afirmar:

a) Um Sistema Operacional é uma camada de software que opera entre o


hardware e programas.
b) Os aplicativos de edição de texto, reprodução de mídia e editor gráfico são
exemplos de hardware.
c) Discos, memórias e portas USB são componentes de software.
d) O software é constituído de aplicativos e de circuitos eletrônicos.
e) A impressora é um exemplo de software, porque depende da instalação de
aplicativo específico para funcionar.

336
2. Considerando que é necessário anexar um arquivo de 12 bytes em um sistema
Web que aceita apenas arquivos com tamanho máximo de 10 bytes, qual
programa deve ser utilizado para resolver esse problema?

a) Adobe Reader.
b) Winrar.
c) Outlook Express.
d) Conexão para a Área de Trabalho Remota.

3. Relacione a coluna da esquerda com o respectivo componente da coluna da


direita:

(1) Hardware
(2) Software

(A) banco de dados.


(B) memórias RAM e ROM.
(C) placa-mãe
(D) editor de texto.

a) 1AD - 2BC
b) 1AC - 2BD
c) 1BD - 2AC
d) 1BC - 2AD

GABARITO

1-A
2-B
3-D

337
Malwares

Conceitos Iniciais

A Primeira definição de Malwares:


É um software, porém, entretanto, contudo, todavia, é um Software Malicioso.
Qual a principal Função do Malware? Causar Danos e esses danos podem ser
de três tipos:

Lógico
Por exemplo: O Usuário está acessando uma página da web de repente a
mesma é fechada. Outro exemplo: Sem que o usuário ordene páginas são
abertas, computador desligado, dados perdidos, Computador fica lento, sem
motivo aparente o computador reinicia, dentre outros.

Físico
Suponhamos que um processador rode a 20km/h estamos supondo. E o um
Malware faz com que ele rode a 100km/h ou seja 5X mais do que a sua
capacidade, o mesmo irá danificar, isso é um exemplo de um dano Físico que
pode ser causado pelo Malware.

Moral
Digamos que o usuário tenha fotos intimas em seu computador ou smartphone
e de alguma forma um usuário utilizando um tipo de malware tem acesso a foto
e publica nas redes Sociais (Facebook, WhatsApp, Instagram etc) é exemplo de
um dano Moral que pode ser causado pelo Malware.

BIZU CAVERNOSO!!!
todo vírus é um malware, mas nem todo malware é um vírus.

338
Um Malwares pode ser desenvolvido tanto por Hackers, quanto por Crackers.
- Ain mais professor qual a diferença?
Hackers e Cracker’s são pessoas com vasto conhecimento na área de TI
(Tecnologia da informação), mas que utilizam de formas distintas, por exemplo:
O hacker é o cara do bem, e o Cracker o cara do mal.

Hacker - Usa de todo conhecimento técnico pra invadir sistemas com alto nível
de segurança e quando obtém êxito, mostra os resultados ao proprietário que o
contratou, para que as falhas sejam sanadas.
Cracker - Usa seu conhecimento para obter vantagem ilícita, roubar dados, obter
dados bancários, etc.

Um conceito atual que vem sendo cobrado em prova são os insiders:

Abaixo a Lista de Malwares mais cobrados pelas bancas organizadores de


concursos públicos:
BOT, EXPLOIT, BACKDOOR, WORM, VÍRUS, TROJAR HORSE (CAVALO DE
TRÓIA) SPYWARE, ADWARE, ROOTKIT, RANSOWARE.

BOT - A Definição de Bot parte do nome Robôt que significa robô em inglês, é
um robô controlado A distância. É uma espécie de acesso remoto NÂO
AUTORIZADO, ou seja, o usuário não sabe que está sendo lesado. Não
confundir com o Acesso remoto autorizado, que nesse caso o usuário tem total
conhecimento da “invasão”.

339
Uma característica que vale salientar é que o bot pode ser confundido pelo
elaborados na hora da prova com o Worm, devido algumas características serem
semelhantes, por exemplo:
Um bot pode se replicar, e também é autoexecutável.
- Ain mais professor como vou diferenciar na hora da prova?
- O bot tem como intuito com salientado acima de permitir o acesso remoto.

EXPLOIT - é um Explorador de falhas e/ou comportamentos.

BACKDOOR - abre uma porta dos fundos para o computador espião. Backdoor
é um programa que permite o retorno de um invasor a um computador
comprometido, por meio da inclusão de serviços criados ou modificados para
este fim.

VÍRUS - "Vírus nada mais são do que pequenos programas desenvolvidos com
o objetivo de causar algum dano ao usuário do computador". NECESSITA da
ação do usuário. Precisa de um programa para se hospedar.
Ao contrário do que é pregado por aí, o vírus pode sim se replicar, ou seja, criar
cópias de sí mesmo pelo computador, só que ele faz isso dentro dos arquivos, e
não diretamente como faz o worm, sem a necessidade de um hospedeiro. Abaixo
listamos alguns dos tipos de vírus mais comuns de serem abordados pelas
bancas organizadoras:
• Vírus de Boot - Corrompe os dados os inicialização do Sistema
Operacional
• Vírus de Macro - Um macro vírus é um vírus de computador que altera
ou substitui uma macro, que é um conjunto de comandos usados por
programas para executar ações comuns. Alguns desses vírus causam
anomalias em documentos de texto, como palavras faltantes ou inseridas,
enquanto outros acessam contas de e-mail e enviam cópias de arquivos
infectados para todos os contatos do usuário que, por sua vez, abrem e
acessam esses arquivos porque eles vêm de uma fonte confiável.
• Vírus Stheath - é um malware complexo que se esconde depois de
infectar um computador. Uma vez escondido, ele copia as informações de
dados não infectados para si mesmo e retransmite-as para o software
antivírus durante uma verificação.

340
EXERCÍCIOS

1. Segundo a Cartilha de Segurança para Internet


(http://cartilha.cert.br/malware/), códigos maliciosos (malware) são programas
especificamente desenvolvidos para executar ações danosas e atividades
maliciosas em um computador. Sobre códigos maliciosos, é correto afirmar que:

a) Spyware é um programa que permite o retorno de um invasor a um


computador comprometido, por meio da inclusão de serviços criados ou
modificados para esse fim;
b) Backdoor é um programa capaz de se propagar automaticamente pelas redes,
enviando cópias de si mesmo, de computador para computador;
c) Bot é um programa que dispõe de mecanismos de comunicação com o invasor
que permitem que ele seja controlado remotamente;
d) Rootkit é um programa projetado para monitorar as atividades de um sistema
e enviar as informações coletadas para terceiros;
e) Worm é um conjunto de programas e técnicas que permite esconder e
assegurar a presença de um invasor ou de outro código malicioso em um
computador comprometido.

2. Um funcionário de uma empresa percebeu que seu computador estava sendo


controlado remotamente sem seu consentimento, quando foi notificado pelo
administrador da rede que, a partir de seu computador, estavam sendo enviados
spams, realizados ataques de negação de serviço e propagação de outros
códigos maliciosos. Com base nestas características e ações, conclui-se que o
computador deve estar infectado por um

341
a) vírus.
b) rootkit.
c) keylogger.
d) spyware.
e) bot.

3. Em uma situação hipotética, um tipo de código malicioso foi detectado no TRE-


SP e tinha a característica de ser controlado pelo invasor via processo de
infecção e propagação automática. Ele explorava diversas vulnerabilidades
existentes em programas instalados. Foi verificado, ainda, que a comunicação
entre os infectados e o invasor ocorria de várias formas, via servidores Web,
canais IRC, redes tipo P2P, entre outros meios e eram recebidos,
automaticamente, pela rede. Um Programador de Sistemas analisou estas
características e observou que os computadores atingidos ficavam semelhantes
a zumbis (zombie computer) pelo fato de serem controlados remotamente, sem
o conhecimento de seu usuário. Trata-se de um código malicioso conhecido
como

a) Trojan DoS.
b) Screenlogger.
c) Rootkit.
d) Keylogger.
e) Bot.

GABARITO

1-C
2-E
3-E

342
WORM

TROJAN HORSE (CAVALO DE TRÓIA) - O cavalo de Troia é um malware


(programa malicioso) que ataca como na famosa história do Cavalo de Troia,
entrando no computador e criando uma porta para uma possível invasão; e é
fácil de ser enviado, clicando na ID do computador e enviando para qualquer
outro computador. têm como objetivo manterem-se ocultos, enquanto baixam e
instalam ameaças mais robustas em computadores. Podem ser transportados
em arquivos de música, mensagens de e-mail, escondidos em downloads e sites
maliciosos, aproveitando as vulnerabilidades do navegador utilizado para instalar
a praga no computador.
• NECESSITA da ação do usuário.
• Pode carregar consigo outros Malwares;

SPYWARE - Programa espião de computador, que tem o objetivo de


observar(espiar) e roubar informações pessoais do usuário que utiliza o PC em
que o programa está instalado, retransmitindo-as para uma fonte externa na
internet, sem o conhecimento ou consentimento do usuário. Os Spywares podem
ser divididos em 3 grupos:

343
BIZU CAVERNOSO!!!
3 Espiãs Demais
Alex (Adware)
Sam (Screenlogger)
Klover (Keylogger)

ADWARE - Anúncios/propagandas (utiliza de costumes do usuário como por ex:


visitar sites de compras, quando o mesmo for em suas redes sociais o produto
aparece lá de forma “mágica”

SCREENLOGGER - Captura os quadros da tela (Bate o Retrato) onde o mouse


clicar. (Teclado Virtual)

KEYLOGGER - Captura senhas digitadas através do teclado. (Teclado Físico).

ROOTKIT - Consiste em um malware que comunica aos outros malwares


quando o antivírus tá chegando, os ajuda a esconder-se e em seguida se
esconde, ou seja, é um programa muito difícil de ser encontrado. criado para
esconder ou camuflar a existência de certos processos ou programas de
métodos normais de detecção e permitir acesso exclusivo a um computador e
suas informações.

RANSOWARE - é um tipo programa que torna inacessíveis os dados


armazenados em um equipamento, geralmente usando criptografia, e que exige
pagamento de resgate (ransom) para restabelecer o acesso ao usuário. O valor
a ser cobrado vai ser definido pelo atacante.

344
EXERCÍCIOS

1. Segundo Machado (2014), aos programas de computador que se duplicam e


passam de um sistema para outro, sem necessidade de um arquivo hospedeiro,
a fim de atacar um sistema qualquer e explorar uma vulnerabilidade específica
nesse sistema, dá-se o nome de

A) Trojan.
B) Worm.
C) Vírus.
D) Spyware.
E) Backdoor.

2. Os malwares são programas maliciosos cujo objetivo é roubar informações ou


contaminar os computadores. O malware que tem a capacidade de se propagar
na rede de computadores é o

A) vírus.
B) worm.
C) netmal.
D) trojan.

3. Quanto à Segurança da Informação analise as afirmativas abaixo e assinale


a alternativa correta.

I. Spyware, mais conhecidos como antivírus, são softwares específicos para a


devida Segurança da Informação individual e corporativa.
II. Trojan é um tipo de programa malicioso que pode entrar em um computador
disfarçado como um programa comum e legítimo.
III. Malware são programas de computador destinados a infiltrar-se em um
sistema de computador de forma ilícita, com o intuito de causar danos, alterações
ou roubo de informações.

345
a) Apenas as afirmativas I e II são tecnicamente verdadeiras
b) Apenas as afirmativas II e III são tecnicamente verdadeiras
c) Apenas as afirmativas I e III são tecnicamente verdadeiras
d) As afirmativas I, II e III são tecnicamente verdadeiras

GABARITO

1-B
2-B
3-B

346
ATAQUES E PRAGAS

Conceitos Iniciais
ENGENHARIA SOCIAL - É a arte de enganar, normalmente um engenheiro
social é condenado por estelionato e/ou falsidade ideológica. Pois, para realizar
suas artimanhas ele se passa por outras pessoas e com um bom papo convence-
as a fornecer dados, que por vezes não tem muito significado para a pessoa que
os está fornecendo ao Engenheiro Social.

PHISHING - É uma expressão derivada do termo pescar em inglês, pois o que


esse tipo de ataque faz é induzir o usuário a informar seus dados pessoais
através de páginas da Internet ou e- mails falsos. Criam páginas semelhantes a
original, com promoções bem abaixo do preço convencional, ludibriando o
usuário, que por sua vez, insere seus dados com intuito de comprar um produto
abaixodo valor, e acaba se f* ferrando.

VISHING - é um ataque que ocorre por meio do telefone, seja por meio de
chamadas ou mensagens de texto, utilizando a boa-fé das pessoas, “premiando-
a” de alguma forma.

PHARMING - é uma prática fraudulenta semelhante ao phishing, com a diferença


que, no pharming, o tráfego de um site legítimo é manipulado para direcionar
usuários para sites falsos, que vão instalar softwares maliciosos nos
computadores dos visitantes ou coletar dados pessoais, tais como senhas ou
informações financeiras.
A FRAUDE DE ANTECIPAÇÃO DE RECURSOS, OU ADVANCE FEE FRAUD
- É aquela na qual um golpista procura induzir uma pessoa a fornecer
informações confidenciais ou a realizar um pagamento adiantado, com a
promessa de futuramente receber algum tipo de benefício. É só lembrar de
político.

BRUTE FORCE - O outro tipo de ataque bem comum é o ataque (Brute Force)
ou força bruta, que realiza uma busca exaustiva de chave, é um ataque
considerado criptoanalítico que pode, em teoria, ser usado contra quaisquer
dados criptografados (salvo para dados criptografados de uma maneira segura.
Ele realiza uma verificação sistemática de todas as possibilidades de chaves e
senhas até que as corretas sejam encontradas.

347
DoS (Denial os Service) é um ataque individual, geralmente com o intuito de
tornar um serviço inoperante para o usuário.

DDoS (Distribuited Denial os Sevice) é um ataque realizado em massa, utiliza-


se de vários computadores contaminados que dispara solicitações de acesso a
determinados sites ou serviços, derrubando o serviço.

SPAM é uma prática que tem como finalidade divulgar propagandas por e-mail,
ou mesmo utilizar de e-mails que chamem a atenção do usuário e incentivem ele
a encaminhar para inúmeros outros contatos, para que com isso levantem uma
lista de contatos que pode ser vendida na Internet ou mesmo utilizada para
encaminhar mais propagandas.

Tipos de Spam:
• Propaganda

348
• Hoax
• Filantrópicos
• Correntes

SPOOFING - Nesse ataque o que é fraudado é o remetente. Um exemplo


comum é você receber um e-mail de você mesmo, sem tê-lo enviado. Os
servidores possibilitam realizar esse procedimento facilmente, pois é uma
necessidade para serviços rotineiros de sites, em que o servidor envia um e-mail
de uma conta, mas envia para o usuário os dados do cabeçalho do e-mail como
se fosse de outro endereço.

DEFACEMENT - Também conhecido como pichação, é o ataque que consiste


em alterar ou inserir dados nos sites normalmente usados como forma de
protesto ou mostrar que o site possui segurança fraca ou inexistente.

EXERCÍCIOS

1. Relacione as colunas e assinale a alternativa que apresenta a sequência


correta de cima para baixo:

1ª COLUNA
1 - Phishing.
2 - Advance fee fraud.
3 - Hoax.

2ª COLUNA
( ) É um tipo de fraude na qual o golpista procura induzir uma pessoa a fornecer
informações confidenciais ou a realizar um pagamento adiantado, com a
promessa de futuramente receber algum tipo de benefício.
( ) É uma mensagem que possui conteúdo alarmante ou falso e que, geralmente,
tem como remetente, ou aponta como autora, alguma instituição, empresa
importante ou órgão governamental.
( ) É um tipo de fraude por meio da qual um golpista tenta obter dados pessoais
e financeiros de um usuário, pela utilização combinada de meios técnicos e
engenharia social.

349
a) 3, 2, 1.
b) 2, 1, 3.
c) 2, 3, 1.
d) 1, 2, 3.

2. O funcionário de uma empresa recebeu, pelo webmail, uma mensagem


supostamente do banco no qual tem conta, informando que ele havia sido
sorteado e ganhara um prêmio de um milhão de reais. Para resgatar o prêmio, o
funcionário foi orientado a clicar em um link e digitar seus dados pessoais e
bancários. Após seguir as orientações e enviar os dados digitados, percebeu que
o endereço do banco era falso, mas muito semelhante ao endereço verdadeiro.
O funcionário foi vítima de um tipo de fraude conhecida como

a) defacing.
b) worming.
c) phishing.
d) keylogging.

GABARITO

1-C
2-C

350
Sistema Operacional

Características
• Principal Programa de um computador
• Gerencia todo o Funcionamento do computador SOFTWARE e
HARDWARE.
• Programa Intermediário Entre o Usuário e máquina

Existem duas formas de interação (Comunicação)


• Forma Interativa (Modo Gráfico).
• Sistema Batch (Modo Shell).

Vamos tentar descomplicar o conceito, O File System (Sistema de Arquivos) é


um conjunto utilizado tanto em Discos Rígidos (HDD) quanto em Disco de estado
Sólido (SSD) além de chips de memória flash. Caso tais componentes acima
listados não tenham o sistema, os dados armazenados não poderão ser
localizados e muito menos lidos em computadores.
Na prática, um sistema de arquivo é um conjunto de estruturas lógicas, ou seja,
feitas diretamente via software, que permite ao sistema operacional ter acesso e
controlar os dados gravados no disco.
Cada S.O trabalha com um sistema de arquivos diferente e cada sistema de
arquivos tem suas particularidades. Exemplos de Sistema de Arquivos no
Windows:
• FAT 12
• FAT 16
• FAT 32
• NTFS

351
Programas Nativos
São programas que já vem instalado junto ao Sistema Operacional, sem ter a
necessidade do usuário ao instalar, por exemplo:
• Aplicativos
• Programas
• Software
• utilitários

Editores e leitores de texto


O Windows possui nativamente tanto leitores quanto editores de texto, porém
estes sofreram inclusões e alterações nas diferentes versões do sistema
operacional Windows.
Bloco de Notas (Notepad) –O mais simples editor de textos do Windows, o
mesmo encontra-se presente em todas as versões do Windows. Sua extensão
padrão de arquivos para criação de arquivos é .txt.

Como citado acima o Bloco de Notas é um editor de textos bem simples e


portando traz algumas limitações:
• Não é permitido a inserção de Imagens;
• Não é permitido modificar a cor do Texto;
• Não é permitido realizar nenhum alinhamento;
• Não é permitido Sublinhar o Texto.

352
Wordpad - O Wordpad é um editor de texto que também está presente nas
diferentes versões do Windows e possui mais recursos do que o Bloco de Notas.
A extensão padrão de arquivos é .rtf (Rich Text Format)

BIZU CAVERNOSO!!!
A partir do Windows Vista, o Wordpad consegue ler arquivos com a extensão
das mais recentes versões do Microsoft Word (.docx)

Notas autoadesivas (Stickinotes) - São os famosos post-Its, marcadores


digitais que está presente também a partir do Windows Vista ele funciona como
um lembrete virtual, que pode ser “adesivado” em qualquer janela do Windows.

353
Editor de imagens (Paint)
O editor de imagens “Profissional” do Windows, é o famoso Paint, o mesmo
sofreu alterações importantes nas versões mais recentes do Windows, mudou
desde a extensão padrão de arquivos que passou a ser .PNG a partir do
Windows 8, quanto algumas ferramentas. As últimas versões do Windows (a
partir do Vista) apresentaram novas funções para o Paint, como as que seguem:

Editores e Players Multimídia


O Sistema Operacional da Microsoft possui programas que permitem tanto a
reprodução quanto a edição de conteúdo multimídia (de áudio e/ou vídeo). O
programa nativo padrão que realiza essa função de reprodução de áudio é
denominado Windows Media Player, já o editor de vídeos nativo é Windows
Movie Maker. Caso não seja possível a reprodução de determinada extensão de
arquivo de áudio ou vídeo é necessário atualizar a lista de extensões que estes
programas podem reproduzir.

EXERCÍCIOS

1. Sobre sistemas operacional Windows e linux julgue o próximo item.


O Windows 10 trouxe inúmeras novidades uma delas foi a implementação de um
software antimalware denominado Windows Defender que não se tinha nas
Versões anteriores.

2. Um usuário está utilizando o WordPad, que é integrante do MS-Windows 7,


em sua configuração padrão, para editar um documento. Assinale a alternativa
que contém o formato de extensão de arquivo utilizado como padrão por esse
programa aplicativo.

a) .csv
b) .pcx
c) .pdf
d) .rtf
e) .xls

354
3. Usando o Microsoft Windows 7, em sua configuração padrão, um usuário está
editando uma frase no Wordpad e a formatou como negrito, sublinhado e itálico.
Ao selecionar toda essa frase, pressionar as teclas CTRL+C, abrir o Bloco de
Notas, em sua configuração original, e pressionar as teclas CTRL+V, assinale a
alternativa que indica, corretamente, como estará formatada essa frase no Bloco
de Notas.

a) Com todas as mesmas formatações: negrito, sublinhado e itálico.


b) Com negrito, apenas.
c) Com negrito e itálico, apenas.
d) Com sublinhado, apenas.
e) Sem nenhuma das formatações de negrito, sublinhado e itálico.

GABARITO

1 - ERRADO
2-D
3-E

355
Gerenciador de dados

Um dos programas nativos mais importantes do Windows é o gerenciador de


dados denominado Windows Explorer, também podendo ser chamado pelas
bancas organizadoras de Explorador de arquivos ou Explorador de pastas, ele
tem por função ORGANIZAR os arquivos e pastas do computador.

Windows Explorer por padrão traz 4 bibliotecas que tem como intuito ajudar na
organização do usuário, como podemos ver são: DOCUMENTOS, IMAGENS,
MÚSICAS E VIDEOS. O Explorador ainda possibilita que o usuário vincule
atributos aos arquivos, tanto básicos quanto avançados, que seguem abaixo:

Atributos Simples: Oculto e Somente Leitura.

356
Gerenciador de Tarefas:
• Mostra o % de CPU
• Mostra o % de RAM
• Mostra todos os processos, tarefas e atividades em execução, tanto em
primeiro plano, quanto em segundo plano;
• Permite que um processo seja encerrado abruptamente;

357
Ferramentas usadas para economia de Energia.

358
EXERCÍCIOS

1. No Windows, é possível identificar os aplicativos e os processos em segundo


plano, correntemente ativos, por meio do:

a) Explorador de Arquivos;
b) Gerenciador de Tarefas;
c) Internet Explorer;
d) Microsoft Visio;
e) Windows Firewall.

2. O botão Desligar na tela de início do Windows oferece algumas opções


complementares, dentre elas, Bloquear, Fazer logoff, Reiniciar, Suspender,
Trocar usuário. Dessas opções, as únicas que preservam o estado da sessão
atual, tais como aplicativos abertos e arquivos em edição, de modo que o usuário
corrente possa a ela voltar, é:

a) Bloquear, Suspender;
b) Bloquear, Suspender, Trocar usuário;
c) Bloquear, Fazer logoff, Suspender, Trocar usuário;
d) Suspender, Trocar usuário, Fazer logoff;
e) Suspender, Trocar usuário.

3. Em um computador com o Windows 10, em português, um usuário possui


duas janelas do Explorador de Arquivos abertas, uma ao lado da outra. Na
primeira janela estão listados os arquivos e pastas de um pen drive (unidade E)
e na outra, uma pasta do HD (unidade C). Ao arrastar um arquivo do pen drive
para o HD este arquivo será

a) apenas copiado para o HD.


b) movido para o HD.
c) apagado do pen drive.
d) compactado para o HD.

359
e) enviado para a lixeira.

GABARITO

1-B
2-B
3-A

Otimizar unidades (Windows 8 e 10)


Quanto mais o disco rígido é alterado, com a instalação de programas, edição
de arquivos ou exclusão de conteúdo, mais ele fica fragmentado, com programas
que não são utilizados de forma regular em setores de leitura inicial do Hard Disk
e programas utilizados regularmente em setores de leitura final. Além disso, é
possível que partes de um mesmo arquivo estejam localizados em setores
distantes, não contínuos, o que torna diminui o desempenho na leitura destes
arquivos.
O Defrag - O seu objetivo é sanar tais problemas, através da reorganização do
disco, eliminado fragmentos, para aumentar o desempenho na leitura de dados.
Para isso, o Defrag regrava partes de um mesmo arquivo em setores contínuos
do HD, podendo ou não ser no mesmo setor.

Scandisk (Verificação de disco)


Dentro de um computador pode existir tanto erros físicos quanto erros lógicos
que comprometem o pleno funcionamento do Disco rígido, e o Scandisk tem por
função realizar a verificação do disco em busca de erros.

360
Ao identificar os Erros Lógicos o Scandisk efetivamente os corrige, já ao localizar
os possíveis erros físicos ele simplesmente isola a área afetada para que assim
o usuário não possa ter prejuízos ao salvar seus dados nessa zona.

O BitLocker
É uma ferramenta da Microsoft, disponível no Windows Vista, Windows 7,
Windows 8 e Windows 10 que tem por finalidade criptografia de disco, esse
recurso permite ao usuário encriptar o disco rígido do computador, protegendo
assim seus documentos e arquivos contra o acesso não autorizado. Ao ativar, o
sistema cifra as informações e impede que hackers façam uso delas sem inserir
a chave definida pelo usuário.

Painel de Controle
É uma poderosa ferramenta administrativa do Microsoft Windows, na qual
permite ao usuário personalizar as configurações do seu computador. Está
diretamente ligado com as com as configurações tanto da parte física(hardware)
quando da parte lógica (software) do computador. Nele o usuário poderá
configurar diversas funções tais como: Segurança, Rede e Internet, Contas de
usuário Programas dentre outros.

361
Restauração de sistema
Toda vez que o usuário altera Drivers, que são controladores de dispositivos, o
Windows registra a configuração do sistema com a estrutura antiga de Drives.
Este registro da situação anterior do Driver gera o ponto de restauração, que
permite ao usuário retornar ao ponto de restauração anterior caso ocorra algum
problema com o computador.

Windows 10 – Windows Defender e Firewall


O Mais novo sistema da Microsoft o Windows 10 possui dois recursos centrais
de segurança, um antimalware (antivírus) e o firewall, com cada um tendo uma
característica distinta. Seguem abaixo as características de ambos:
Windows Defender - É o antimalware (antivírus) nativo do Windows 10, porém,
entretanto, contudo, todavia, não impede a instalação de um outro antimalware.
Ele tem como característica, além de ser antimalware, também ser antispyware,
pois opera em segundo plano durante todo o funcionamento do computador. O
Windows Defender é um programa de segurança permissivo.
Firewall - É um programa de segurança nativo do Windows que impede que
acessos externos ataquem o sistema interno, protegendo o computador ou a
rede contra backdoors. O Firewall é um programa de segurança restritivo.

Histórico de Arquivos
Essa poderosa ferramenta presente dentro do sistema operacional Windows faz
uma cópia de segurança (backup) regular das versões de seus arquivos, caso
haja uma eventual perda dos arquivos originais, ou caso sejam perdidos
acidentalmente, o usuário poderá restaurar todos eles porem só salva em
algumas pastas:

362
EXERCÍCIOS

1. Com o objetivo de restringir o acesso à Internet a um determinado aplicativo


em um computador com sistema operacional Windows 10, deve-se configurar o
componente do sistema chamado

a) Firewall.
b) Blacklist.
c) tabela IP.
d) painel de controle.
e) driver de rede.

2. Um Assistente de TI utilizou a ferramenta administrativa do Windows,


denominada Histórico de Arquivos, para

a) verificar os arquivos manipulados pelos usuários.


b) verificar os arquivos baixados pela internet.
c) checar a integridade dos arquivos de sistema.
d) listar arquivos que foram colocados em quarentena.
e) salvar cópias de arquivos em outra unidade de disco.

3. Todo arquivo deveria ter cópias de segurança para evitar perda de


informações ou mesmo para evitar ter que refazer atividades. No MS-Windows
10, em sua configuração padrão, entre seus vários aplicativos, um usuário pode
fazer cópias de segurança de seus arquivos usando o recurso:

a) Restauração.
b) Hardware.
c) Personalização.
d) Contas de Usuário.
e) Histórico de Arquivos.

363
GABARITO

1-A
2-E
3-E

MS-EDGE

Ms Edge - O Microsoft Edge é um navegador da internet desenvolvido pela


Microsoft. O Windows 10 tem uma diferença em relação as demais versões, ele
vem com dois browser’s nativos, o próprio Ms Edge é o da velha guarda, internet
Explorer, mas o padrão de uso é o Edge vale salientar.
Central de Ações - Uma das novidades trazidas pelo Windows 10 é a Central
de Ações. Nela o usuário do Windows recebe as notificações de aplicativos e
pode ainda realizar algumas ações rápidas. Essa ferramenta concentra todas as
notificações de aplicativos, mensagens instantâneas, recebimento de novos e-
mails e alertas de redes sociais.
Windows Hello - O Windows 10 possui o recurso Windows Hello, que é uma
maneira de se obter acesso rápido aos dispositivos com esse sistema
operacional. O acesso aos dispositivos pode ser feito por meio do
reconhecimento facial e da impressão digital.
Cortana

364
A Cortana é a assistente digital da Microsoft que tem por intuito a automação de
certas atividades dentro do sistema operacional, ela tem o objetivo de ajudar ao
usuário realizar tarefas, tais como:
• Enviar lembretes com base na hora, em locais ou em pessoas;
• Rastrear times, interesses e voos;
• Enviar emails e SMSs;
• Gerenciar seu calendário e manter você atualizado;
• Criar e gerenciar listas;
• Tocar músicas, podcasts e estações de rádio;
• Bater papo e jogar;
• Encontrar fatos, arquivos, locais e informações;
• Abrir qualquer aplicativo no sistema.

Múltiplas áreas de trabalho


Ter várias áreas de trabalho é ótimo para manter organizados os projetos em
andamento e não relacionados ou para trocar de área de trabalho antes de uma
reunião. Para criar várias áreas de trabalho:
Na barra de tarefas, selecione Exibir tarefas > nova área de trabalho. Abra os
aplicativos que você quer usar nessa área de trabalho.
Para alternar entre áreas de trabalho, selecione Visão de tarefas novamente.

Botão “Task view”

Explorador de Arquivos
O que mudou no explorador de arquivos Como muitas das coisas mais refinadas
da vida, o Explorador de Arquivos ficou melhor com a idade. Para conferir o

365
check-out no Windows 10, selecione o ícone na barra de tarefas ou no menu
iniciar ou pressione a tecla de logotipo do Windows + E no teclado.

ATALHOS WINDOWS

WINDOWS + E EXPLORADOR DE ARQUIVOS ( WINDOWS EXPLORER)


WINDOWS + D EXIBE OU OCULTA A ÁREA DE TRABALHO/DESKTOP
WINDOWS + TAB VISÃO DE TAREFAS
WINDOWS + C CORTANA (ASSISTENTE VIRTUAL DO WINDOWS)
WINDOWS + H INICIAR O DITADO
WINDOWS + M MINIMIZA TUDO
WINDOWS + G BARRA DE JOGOS(GAMES)
WINDOWS + L BLOQUEAR
WINDOWS + SETA PRA CIMA MAXIMIZAR A JANELA
WINDOWS + A CENTRAL DE AÇÕES.
WINDOWS + SETA PRA BAIXO MINIMIZAR A JANELA

366
EXERCÍCIOS

1. O sistema operacional da Microsoft Windows 10 (Configuração Local, Idioma


Português-Brasil), por padrão, oferece quatro opções de entrada para o sistema
as quais fornecem uma maior segurança ao usuário. Essas opções incluem:
senha, PIN, senha com imagem e a identificação biométrica através de
impressões digitais, facial ou reconhecimento da íris. Porém, esse recurso só
estará disponível nos computadores que possuem hardware de identificação,
como, por exemplo, um leitor de impressão digital (biometria), seja ele interno ou
externo. Esse recurso de segurança, que permite a identificação biométrica nos
sistemas Windows denomina-se:

a) Windows WiDi.
b) Windows Hello.
c) Windows To Go.
d) Windows ReadyBoost.

2. Considere as seguintes afirmativas sobre teclas de atalho no Sistema


Operacional Microsoft Windows 10 (Configuração Padrão – Idioma Português
Brasil).

I. F6 é utilizado para renomear o item selecionado.


II. Ctrl+Esc é utilizado para abrir o gerenciador de tarefas.
III. Alt+Enter é utilizado para exibir as propriedades do item selecionado.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) Alternativas

a) I.
b) II.
c) III.
d) II e III.

3. Que atalho de teclado pode ser usado no Windows 10 para percorrer


ciclicamente os aplicativos em execução?

367
a) Tecla com o logotipo do Windows + Tab
b) Alt + seta para cima
c) Tecla com o logotipo do Windows + M
d) Alt + Tab
e) Ctrl + Q

GABARITO

1-B
2-C
3-D

Criptografia
A criptografia, palavra que tem origem nos termos gregos kryptós (escondido) e
gráphein (escrita), é uma área de estudo que analisa princípios e técnicas para
transformar uma informação, como um arquivo de texto, em um código cifrado,
o qual não possibilita a leitura, pois é ilegível, sendo compilada apenas pelo seu
emissor e receptor, que são os elementos que detém as chaves (códigos) para
criptografar e reverter a criptografia, garantindo com isso a confidencialidade,
pois se for interceptada por outra pessoa, não poderá ser lida. Nesse sentido,
esse ramo da matemática visa o estudo dos métodos para garantir o sigilo da

368
informação, por meio da utilização de duas chaves possíveis, a pública e a
privada, gerando duas formas de criptografia:

EXERCÍCIOS

1. A segurança da informação baseia-se em três pilares: Confidencialidade,


Integridade e Disponibilidade. Com base nessa informação, analise as
afirmativas a seguir:

I. Garantir o acesso por pessoa ou dispositivo devidamente autorizados a todo o


hardware, software e dados sempre que necessário.
II. As informações devem ser armazenadas da forma como foram criadas, de
modo que não sejam corrompidas ou danificadas.
III. As informações não poderão ser vistas ou utilizadas sem as devidas
autorizações de acesso por pessoas ou dispositivos.

Assinale a alternativa que apresente a ordem correta de associação com os três


pilares da segurança da informação.
a) I – Disponibilidade, II – Integridade, III – Confidencialidade
b) I – Confidencialidade, II – Integridade, III – Disponibilidade
c) I – Integridade, II – Confidencialidade, III – Disponibilidade
d) I – Confidencialidade, II – Disponibilidade, III – Integridade
e) I – Disponibilidade, II –Confidencialidade, III – Integridade

369
2. O recurso que estuda os princípios e técnicas pelas quais a informação pode
ser transformada da sua forma original para outra ilegível, com o objetivo de
dificultar a leitura de pessoas não autorizadas, denomina-se

a) Backup.
b) Webgrafia.
c) criptografia.
d) quarentena.

3. Para o estabelecimento de padrões de segurança, um dos princípios críticos


é a necessidade de se verificar a legitimidade de uma comunicação, de uma
transação ou de um acesso a algum serviço. Esse princípio refere-se à

a) confidencialidade.
b) autenticidade.
c) integridade.
d) conformidade.
e) disponibilidade.

4. A criptografia é um dos elementos principais para garantir a segurança em


redes de computadores. Quando o remetente e destinatário precisam
compartilhar uma mesma chave secreta para criptografar e descriptografar as
mensagens, é correto afirmar que se está utilizando o sistema de chaves:

a) combinadas.
b) escondidas.
c) assimétricas.
d) simétricas.
e) criptografadas.

370
GABARITO

1-A
2-C
3-B
4-D

RESTAURAÇÃO

371
EXERCÍCIOS
1. Backup é um termo inglês que tem o significado de cópia de segurança. Como
se chama o backup que contém apenas os arquivos que foram criados ou
modificados a partir do último backup realizado, e que, depois de fazer a cópia
do arquivo, desmarca o atributo (flag) de arquivamento?

a) Diferencial
b) Incremental
c) Completo
d) Seletivo

2. As cópias de segurança (backup) são imprescindíveis nas organizações. Elas


podem ser armazenadas de diversas formas. O tipo de backup onde cópias são
feitas apenas dos arquivos que foram modificados desde a última interação é
denominado:

a) Backup cumulativo.
b) Backup diferencial.
c) Backup incremental.
d) Backup completo.

3. Uma rotina de backup de uma determinada empresa consiste na utilização de


backups normais e incrementais. Acerca de desse cenário, assinale a alternativa
correta:

a) Para a recuperação do sistema no caso de acontecer algum problema, deve-


se recuperar primeiramente o último backup normal e todos os backups
incrementais seguintes até o dia em que o problema aconteceu.
b) O primeiro backup incremental deve sempre ser mantido porque sem ele não
é possível recuperar os backups normais posteriores.
c) Antes de realizar um backup normal, é necessário que seja realizado pelo
menos um backup incremental.
d) Não será necessário recuperar nenhum backup normal se os incrementais
são realizados diariamente.

372
e) Caso se utilize apenas um conjunto para backups normais, recomenda-se que
esse backup nunca seja apagado, por questões de segurança e de atualização
dos dados presentes no backup.

GABARITO

1-B
2-C
3-E

Certificado Digital
O Certificado digital que ao contrário da Assinatura Digital, não há validade
jurídica por não conter uma terceira parte confiável envolvida.
O certificado digital tem validade jurídica justamente por haver essa terceira parte
confiável e independente, que é a organização pública ou privada a qual cria o
certificado digital que por sua vez é regulamentado pela Medida Provisória
2200/02.
O certificado digital nada mais é do que um arquivo de forma digital que contém
informações sobre um emissor (quem emite e informação) (no qual pode ser
pessoa física ou jurídica) por meio da chave pública referente à chave privada
que deve ser de posse exclusiva do receptor (que é quem recebe a informação),
do conteúdo em que foi solicitado tal certificado.

Elementos do certificado digital


As Informações pessoais que deverão ser referentes ao emissor (entidade) para
o qual o certificado foi emitido
Ex: (nome, CPF/CNPJ, e-mail, endereço, ETC).
Uma chave pública vinculada à chave privada de posse da entidade especificada
no certificado digital emitido.
• O prazo de validade do certificado.
• Número de série do certificado.
• O chamado “centro de revogação” que geralmente é uma URL para LCR.

373
Assinatura Digital
Em relação a assinatura digital, apesar de ter bastante relevância em se tratando
de ferramenta de segurança na transmissão de dados, não tem validade jurídica
em nosso país, pelo simples motivo de ser uma relação entre duas pessoas
(emissor e receptor), e pelo fato de não haver uma terceira parte independente
envolvida. A assinatura digital representa um método de autenticação de
informação enviada digitalmente, e tem a mesma relação da assinatura
manuscrita.
Seguem abaixo quais critérios a assinatura digital visa garantir
• Autenticidade.
• Integridade.
• Irretratabilidade (Não repúdio).

Legislação
A Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 define as regras para
a criação da ICP-Brasil:
Art. 1º Fica instituída a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras -
ICP-Brasil, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade
jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e
das aplicações habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a
realização de transações eletrônicas seguras.
Art. 2º A ICP-Brasil, cuja organização será definida em regulamento, será
composta por uma autoridade gestora de políticas e pela cadeia de
autoridades certificadoras, integrada pela Autoridade Certificadora Raiz -
AC Raiz, pelas Autoridades Certificadoras - AC e pelas Autoridades de
Registro - AR.
Art. 3º A função de autoridade gestora de políticas será exercida pelo
Comitê Gestor da ICP-Brasil, vinculado à Casa Civil da Presidência da
República e composto por cinco representantes da sociedade civil,
integrantes de setores interessados, designados pelo Presidente da
República, e um representante de cada um dos seguintes órgãos,
indicados por seus titulares: As informações obrigatórias são:

• Número de série.
• Prazo de validade.

374
EXERCÍCIOS

1. Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta.


Um(a) __________ se usado(a) de forma maliciosa e instalado(a) pode permitir
estabelecer conexões cifradas com sites fraudulentos, sem que o navegador
emita alertas indicativos de risco.

a) certificado EV SSL
b) certificado auto-assinado
c) criptografia de chaves assimétricas
d) criptografia de chave simétrica

2. Certificados Eletrônicos, no Brasil, são emitidos:

a) por autoridades certificadoras;


b) pela Receita Federal;
c) pela Polícia Federal;
d) pelas prefeituras;
e) pelos cartórios.

3. Para que serve um Certificado Digital?

a) Para atribuir a um documento a autenticidade, confidencialidade, integridade


e não repúdio.
b) Para que um documento não pegue vírus.
c) Para o Firewall criptografar as informações de um documento.
d) Evitar o conflito de hardware.
e) Colocar um programa na “queue” do sistema operacional.

4. O certificado digital, emitido por uma Autoridade Certificadora (AC), visa a


prover uma identidade virtual que permite a identificação segura e inequívoca do

375
ator de uma mensagem ou transação feita em meios eletrônicos. Dentre as
informações presentes no certificado digital, emitido por uma AC para um
indivíduo, existe a

a) chave privada da AC
b) chave pública da AC
c) chave privada do indivíduo
d) chave pública do indivíduo
e) assinatura digital do indivíduo

GABARITO

1-B
2-A
3-A
4-D

Assinatura Digital
Quando falamos assinatura digital, embora seja considerado um importante
instrumento de segurança na transmissão de dados, o mesmo por sua vez não
tem validade jurídica no Brasil, devido ao fato de ser uma relação entre duas
pessoas (emissor e receptor), ou seja não tendo uma terceira parte independente
envolvida.

A assinatura digital representa um método de autenticação de informação


enviada digitalmente, e tem a mesma relação da assinatura propriamente dita. A
principal diferença é que a assinatura digital, que é criada pelo Emissor, tem
como objetivo a comprovação do autor da mensagem, se o emissor é de fato o
dito cujo que desenvolveu a mensagem. O que, quando confirmado, impede o
emissor de repudiar o conteúdo como não tenha sido ele o autor.

376
abaixo os critérios da assinatura digital:
• Autenticidade.
• Integridade.
• Irretratabilidade (Não repúdio).

Aplicação da Assinatura Digital


Os principais navegadores de internet do mercado trabalham com assinatura
digital tais como: Mozilla, Chrome, Opera. Isso pode muitas vezes não ser
perceptível para o usuário, mas é recorrente na navegação em diversos sites.
Cada browser tem sua própria forma de identificação, e no caso do Google
Chrome, por exemplo, a identificação segue abaixo:
• Cadeados verdes - Identificam certificados reconhecidos.
• Cadeados amarelos - Identificam problemas na certificação.
• Cadeados vermelhos - Não identificados.

Funcionamento da Assinatura Digital


O usuário pode utilizar dos diversos métodos fornecidos para assinar um
documento digital, e pela necessidade de aumentar os níveis de segurança na
internet, esses modos estão constantemente em alteração e consequentemente
em evolução. Centralmente, as assinaturas digitais têm dois elementos, o hash
(resumo do conteúdo) e a encriptação desse mesmo hash.
• Primeiro é gerado resumo criptografado do conteúdo por meio de
algoritmos, e esses reduzem as mensagens. Depois, esse resumo,
denominado hash, é analisado sobre as características que seguem
abaixo:
• Não pode haver vínculo entre a mensagem original e o hash, para que
essa não seja encontrada facilmente.
• Mesmo que seja gerado por meio de um algoritmo padrão, o hash deve
dar a impressão de ser aleatório, e é eficaz quando consegue identificar
a alteração de um bit da mensagem original para a que chega até o
receptor.

Não deve existir hash vinculado a mais conteúdo com assinatura digital, por essa
razão ele deve manter a característica de exclusividade.

377
EXERCÍCIOS

1. A segurança de redes de computadores representa uma necessidade cada


vez mais presente no mundo moderno. Sobre conceitos relacionados a esse tipo
de segurança, assinale a alternativa CORRETA.

a) A criptografia é uma técnica utilizada para garantir a confidencialidade da


informação transmitida.
b) O controle de autenticidade visa garantir que o acesso à informação seja feito
apenas por agentes (pessoas ou máquinas) autorizados.
c) Um firewall é um recurso exclusivamente de hardware, que garante a
segurança de uma rede a partir da filtragem de toda informação que chega a
essa rede.
d) A assinatura digital é uma técnica que objetiva substituir a assinatura
convencional, garantido apenas a autenticidade de quem envia uma mensagem.
e) Vírus é um termo utilizado para se referir a uma grande categoria de software
que tem o objetivo de monitorar atividades de um sistema e enviar as
informações coletadas para terceiros.

2. A assinatura digital tem entre suas características principais:

a) exigir que o usuário compareça a uma AR com a documentação necessária


para cadastramento
b) garantir a confidencialidade dos dados, não sendo necessário nenhum
método adicional
c) fornecer uma prova inegável de que uma mensagem veio de um emissor
d) coexistir em dois modelos: malha de confiança e hierárquico

3. Um dos benefícios fornecidos por assinaturas digitais de documentos


eletrônicos é a possibilidade de verificar que o conteúdo assinado não foi
alterado em trânsito. Ou seja, a possibilidade de verificar que um terceiro que
teve acesso ao conteúdo antes que o mesmo chegasse em seu destinatário não
alterou os dados. Esse conceito é chamado de

a) imutabilidade.

378
b) integridade.
c) persistência.
d) não repúdio.
e) autenticação.

4. É propriedade de uma Assinatura Digital, além de Autenticidade e Integridade:

a) Quebras.
b) Irretratabilidade.
c) Derivação.
d) Motivação.
e) Data.

5. Os critérios garantidos pela assinatura digital são os da autenticidade, da


integridade e da irretratabilidade.

Certo ( ) Errado ( )

6. Ícones em navegadores, como o Google Chrome, indica o nível de segurança


existente nos sites da internet.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

1-A 4-B
2-C 5 - CERTO
3-B 6 - ERRADO

379
Cloud Computing (Computação em Nuvens)

Cloud Computing Refere-se ao armazenamento, edição e aplicação de


softwares se utilizando de servidores da Internet ou Intranet.
Quando é utilizado a nuvem para armazenamento e edição, não existe a
necessidade de dispositivos
de armazenamento em massa tais como: pen-drives,Cd, Blu-ray , HD, etc. E
essa situação traz várias vantagens para quem faz uso desses serviços.

Principais vantagens de Cloud Computing:


• Disponibilidade – As informações (Dados) ficando gravados nos
servidores da Internet ou da Intranet, o uso pode ser feito de múltiplos
pontos, sendo necessário apenas o acesso à internet.
• Serviços sobre demanda (on demand) – O uso e contratação do
serviço, ou mesmo a utilização de algum aplicativo on-line, só são feitos
quando existe real demanda de trabalho por parte do usuário de tal
serviço.
• Escalabilidade – É possível, de acordo com a necessidade de uso,
aumentar o espaço para armazenamento ou atualizar o serviço fornecido.
• Segurança – Os dados salvos nas nuvens ficam armazenados em
servidores corporativos, ou seja, os níveis de segurança são geralmente
mais elevados do que os encontrados em computadores de uso pessoal.

Mas como todo serviço também apresenta as suas desvantagens.

Principais desvantagens de Cloud Computing:


• Comprometimento de dados –
• Velocidade de acesso
• Custo
• Disponibilidade

Tipos de Clouds Computings


Podem existir algumas classificações e tipos de Cloud, e essa se dá pela
natureza do serviço e objetivos da empresa que é a provedora Cloud. Abaixo
listaremos os tipos de Cloud Computing existentes:
• Cloud Privado
• Cloud Público

380
• Cloud em Comunidade
• Cloud Híbrido

EXERCÍCIOS

1. De acordo com os conceitos de cloud computing julgue a assertiva a seguir:


No serviço de Cloud Computing, o usuário mantém total autonomia frente aos
servidores da internet.

Certo ( ) Errado ( )

2. De acordo com os conceitos de cloud computing julgue a assertiva a seguir:


Serviços privados de Cloud são aqueles em que apenas empresas privadas
podem oferecer serviços aos usuários, terceirizando o acesso.

Certo ( ) Errado ( )

3. De acordo com os conceitos de cloud computing julgue a assertiva a seguir:


O serviço de cloud computing tem como característica a escalabilidade, podendo
gradativamente agregar mais espaço de armazenamento e tecnologia.

Certo ( ) Errado ( )

GABARITO

1- ERRADO
2- ERRADO
3- ERRADO

381
Cloud Computing(Computação em nuvem)
O sistema de Cloud Computing faz referência ao uso de sistemas
computacionais, armazenamento, processamento, segurança, sem que esses
recursos estejam fisicamente no computador do usuário.
O serviço de nuvem pode ser oferecido de diversas maneiras, desde um simples
espaço para armazenamento de dados, até um serviço que disponibiliza
programas que podem ser acessados de qualquer lugar do mundo desde que
haja conexão com internet, ou um serviço completo de infraestrutura
computacional, processamento, memória, armazenamento, segurança. Existe
diversos tipos de serviços fornecidos e uma tipologia de arquitetura como por
exemplo:

IaaS – Infrastructure As A Service (Infraestrutura Como Serviço)


Esse tipo de nuvem o próprio usuário faz a adesão de uma infraestrutura que já
vem pronta, tanto hardware como software (“máquinas virtuais”). Nesse serviço
contratado, o usuário possui total controle sobre os recursos aderidos e se
desejar pode fazer uso desses recursos sempre que quiser, bastando apenas do
uso da Internet.
As grandes empresas que necessitam de um servidor controlador de acesso ou
servidor de segurança, mas que não há necessidade de instalar um computador,
utilizam muito esse tipo específico de serviço. Exemplo de empresas que
prestam esse tipo de serviço é a Amazon, Google Cloud Platform e a IBM.

SaaS – Software As A Service (Software como Serviço)


Já esse tipo específico é muito usado para acesso de softwares sem haver a
necessidade destes estarem instalados na máquina do cliente. Quando o usuário
recebe um e-mail com anexos do tipo .docx ou .pdf e consegue abrir o conteúdo
desses anexos no próprio navegador de internet sem a necessidade de ter
instalado na máquina o Word ou um leitor de .pdf. Outro serviço muito utilizado
na Tipologia SaaS é o de armazenamento de dados na nuvem Cloud Storage
(armazenamento em nuvem), onde o usuário contrata um serviço de
armazenamento em nuvem e utiliza programas específicos do serviço contratado
para gerenciar os arquivos armazenados ou utiliza o próprio navegador de
Internet para poder acessar seus recursos salvos em nuvem. Exemplos de
empresas que prestam esse tipo de serviço são Dropbox, iCloud, google docs.

PaaS – Platforme As A Service (plataforma como Serviço)


Essa tipologia por sua vez é usada basicamente para desenvolvimento de
programas, justamente para os garotos de programa, brincadeira a parte com

382
essa tipologia não há necessidade de instalar na máquina do usuário os
programas necessários para isso.
Esse tipo de nuvem é bastante aderido por empresas de desenvolvimento de
software, pois em grandes projetos os desenvolvedores podem estar em lugares
diferentes do mundo e com isso é possível utilizar sempre o mesmo serviço para
continuar o desenvolvimento sem a necessidade de ficar transportando o que já
foi programado por todos os lados, já que toda estrutura necessária é
disponibilizada na tipologia PaaS. Exemplo de empresas que prestam esse tipo
de serviço é a Azure, Drupal, Squarespace.

Nuvem pública
• Os servidores são alocados em data centers externos.
• É um serviço de nuvem terceirizado.
• Serviço gerenciado pelo provedor de nuvem.
• Geralmente usadas para: Web e-mail, aplicativos de escritório online,
armazenamento etc.

Vantagens
• Redução de custos – não há necessidade de comprar hardware ou
software.
• Sem manutenção – seu provedor de serviços fornece a manutenção.
• Escalabilidade.
• Alta confiabilidade.

Nuvem privada
• Recursos usados exclusivamente por uma única empresa ou
organização.
• Localizada fisicamente na organização ou hospedada por um provedor de
serviços terceirizado dedicado.
• Recursos são mantidos na rede privada
• Geralmente usadas por órgãos governamentais, instituições financeiras e
outras organizações de grande porte.

Vantagens
• Maior flexibilidade – personalizar o ambiente de nuvem para atender a
necessidades específicas.
• Segurança aprimorada – serviço não compartilhado. Maior de controle e
segurança.
• Alta escalabilidade.

383
Nuvem híbrida
Assim como o nome sugere, nuvem mista ou nuvem híbrida é quando uma
empresa ou organização utiliza os recursos de nuvem pública e nuvem privada
ao mesmo tempo. Na teoria, esse tipo de nuvem seria o modelo mais indicado
para as empresas, pois esse tipo de implementação oferece muitos recursos de
operação. Mas, a implantação desse tipo de serviço em nuvem é mais cara que
a nuvem pública ou privada, pois ao mesclar os dois tipos de implantação em
nuvem, o recurso pode se tornar economicamente inviável para Pequenas e
Médias Empresas

EXERCÍCIOS

1. considere hipoteticamente que Ana, analista do Conselho de Arquitetura e


Urbanismo, emitiu um parecer de caráter público e, após a aprovação dele por
instâncias superiores, disponibilizou-o, em formato PDF, no Google Drive, para
acesso de todos os respectivos colegas de trabalho. No caso apresentado, o tipo
de serviço que Ana utilizou se denomina

a) armazenamento em nuvem.
b) armazenamento por correio eletrônico.
c) armazenamento em pen drive.
d) upload em rede social.

2. A computação em nuvem, ou cloud computing, trata a computação como um


serviço oferecido por meio da internet de forma gratuita ou paga. A esse respeito,
assinale a alternativa correspondente à categoria de cloud computing em que os
softwares Google Docs e Gmail são classificados.

a) Documentação de serviços
b) Software como serviço
c) Infraestrutura de redes sociais
d) Redes sociais como serviço
e) Hardware como serviço

3. A respeito de computação em nuvem, julgue o próximo item.

384
A computação em nuvem do tipo software as a service (SaaS) possibilita que o
usuário acesse aplicativos e serviços de qualquer local usando um computador
conectado à Internet.

Certo ( ) errado ( )

4. Um Analista utiliza um conjunto de aplicativos de escritório (Google Docs) que


não estão instalados em seu computador, mas em servidores espalhados em
pontos diversos da internet. Além de acessar os aplicativos, guarda também os
documentos produzidos por meio deles nesses servidores, de forma a poder
acessá-los a partir de qualquer computador com acesso à internet. O Analista
utiliza um tipo de computação em nuvem conhecido como

a) Development as a Service.
b) Software as a Service.
c) Plataform as a Service.
d) Infrastructure as a Service.
e) Communication as a Service.

GABARITO

1-A
2-B
3 - CERTO
4-B

385
Internet

Tema dos mais recorrentes em provas, a internet demanda atenção redobrada


na hora da prova, pois de todos os assuntos de informática é aquele que mais
induz o candidato ao erro, e essa indução se dá pelos hábitos que temos no uso
da internet e de suas ferramentas. Aquilo que na prática é extremamente
intuitivo, em provas é exclusivamente teórico.
A definição de Internet, ao contrário do conceito generalizado, não é uma rede
de alcance global e sim um conjunto de redes que compartilham serviços por
meio de determinados protocolos. Esses representam a maneira que cada
serviço compartilha informações.
Quando assinamos um provedor de acesso, geralmente temos ingresso aos
múltiplos serviços da internet, como navegação, e-mail, download, entre outros,
porém cada serviço tem suas próprias regras para transmissão de dados, e
essas atendem pelo termo protocolos.

Introdução ao TCP/IP

Um protocolo é uma convenção que controla e possibilita uma conexão,


comunicação, transferência de dados entre dois sistemas computacionais, a
grosso modo podemos dizer que o protocolo veio para que os computadores
pudessem conversar na mesma linguagem, para que um possa entender o outro,
mesmo com diferentes linguagens, diferentes localidades, e até mesmo

386
diferentes sistemas Operacionais. O protocolo TCP/IP funciona em camadas
abaixo citaremos a divisão das camadas e suas respectivas funções.

Camadas do TCP/IP
De forma genérica, o TCP/IP pode ser considerado o principal protocolo da
internet, e dessa forma é amplamente abordado pelas bancas organizadoras de
concursos. Porém ele é, na verdade, uma pilha de protocolos, sendo composto
por 5 (cinco) na internet, que devem ser considerados do mais básico para o
avançado. Sem a camada inicial não é possível estabelecer a camada superior.

Camadas do TCP/IP

1ª Camada - Física
Na camada física são definidos os meios de conexão entre as máquinas. Ex:.
Modem, IEEE 802.11( Wi-Fi) , Bluetooth.

2º Camada - Enlace
Nessa camada tem por função interconectar redes independentes e
autônomas, sem que estas percam a sua autonomia, nessa camada também
tem a funcionalidade de controlar o fluxo de dados entre as máquinas.
Ex: Ethernet Switch

3ªCamada - Rede
Na camada de Rede é que será determinado a origem e o destino dos pacotes,
ou seja de onde eles estão saindo e para onde vão, lembrando que não é
função da camada de rede transportar o pacote.
Ex: IP, (IPV4,IPv6), NAT.

387
4ª Camada - Transporte
Ordena e envia os pacotes, vale salientar que temos dois protocolos que
trabalham na camada de transporte que são muito recorrentes em prova de
concurso público:
• TCP e UDP

TPC (Transmission Control Protocol)

UDP (User Datagram Protocol

388
1. O modelo TCP/IP, também chamado, por vezes, de modelo de internet, possui
cinco camadas, sendo que cada camada conversa com a sua camada
imediatamente superior e inferior. Em cada camada há um grupo de protocolos
que são responsáveis por vários serviços da rede, com as suas respectivas
aplicações. São consideradas algumas camadas desse modelo, EXCETO:

A) Rede.
B) Física.
C) Sessão.
D) Transporte.

2. Sobre redes de computadores, assinale a alternativa CORRETA.

a) O protocolo IPv4 trabalha com o tamanho de endereços de 32 bits e o IPv6


trabalha com endereços de 128 bits.
b) O protocolo UDPé um protocolo orientado à conexão, garantindo, portanto, a
entrega de dados sem erro.
c) O padrão de endereçamento IPv6 utiliza 4 conjuntos de 8 bits (4 octetos) para
expressar cada endereço IP.
d) O protocolo TCP é um protocolo não orientado à conexão, não garantindo,
portanto, a entrega de dados sem erro.
e) O protocolo HTTP é responsável pela comunicação junto ao servidor de e-
mails, para entrega destes, ao programa cliente que recebe as mensagens.

389
3. A internet é pautada em um paradigma. Que tipo de modelo de comunicação
é esse paradigma?

a) Cliente - Servidor.
b) Mainframe.
c) Data Centers.
d) Nenhuma das alternativas

GABARITO

1-C
2-A
3-A

390
5ª Camada - Aplicação
Nessa camada estão contidos os principais serviços usados pelo usuário,
também chamada de camada mais alta, ou seja, mais próxima do ser humano.

Na Internet nós dividimos em 3 níveis diferentes de navegação:

391
EXERCÍCIOS

1. Em comunicação de dados, a Camada de Aplicação, do modelo TCP/IP, é


utilizada pela maioria dos programas para comunicação em rede. Vários
protocolos operam nesta camada. Assinale-os.

a) UDP – IP – IMAP
b) RDP – UDP – DNS
c) HTTP – TCP – SSH
d) SMTP – POP – IMAP

2. Com relação aos protocolos de rede de computadores, marque a opção


CORRETA.

a) O protocolo FTP permite a transferência de arquivos entre máquinas da rede.


b) O protocolo SMTP possibilita a configuração dinâmica de endereços de rede.
c) O protocolo HTTP utiliza, por padrão, a porta TCP 443.
d) O protocolo SSH é utilizado para envio e recebimento de e-mails.
e) O protocolo POP3 é utilizado para navegação em sites da internet.

3. Com relação aos conceitos sobre Intranet, Internet e os protocolos envolvidos


nessas tecnologias, assinale a única alternativa INCORRETA.

a) O protocolo FTP permite realizar transferência de arquivos entre diferentes


computadores.
b) HTTPS é um protocolo de comunicação seguro, utilizado para entregar
mensagens de correio eletrônico na Internet.
c) A Intranet é uma rede de computadores privada dentro de uma organização.
d) O padrão TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação utilizados na
Internet.
e) O protocolo IP é responsável por endereçar e encaminhar pacotes que
trafegam pela rede mundial de computadores.

392
INTRANET

É uma rede privada, geralmente de uma empresa ou órgão público, que tem as
seguintes características.
• Acesso restrito por senha ou por autorização de IP.
• Geralmente tem o servidor interno.
• Utiliza os mesmos serviços e protocolos da Internet.
Como as bancas amam colocar em prova:
“Rede Circunscrita aos limites internos de uma instituição”.

Mas a Intranet também pode usar de tecnologias para se comunicar com o


mundo externo, pra isso temos a EXTRANET:

EXTRANET
A extranet é uma extensão da Intranet, é uma rede particular e também de
acesso restrito, vamos imaginar uma situação hipotética:
Kid trabalha com uma empresa de vendas de produtos eróticos, usa uma
intranet, uma rede de acesso restrito, porém ele necessita de que outros
vendedores trabalhem de forma externa, os vendedores, porta a porta, e esses
vendedores precisam ter acesso a intranet, para isso eles usam da EXTRANET.

393
VPN

É uma rede de comunicações privada construída sobre uma rede de


comunicações pública (como por exemplo, a Internet). O tráfego de dados é
levado pela rede pública utilizando protocolos padrões, não necessariamente
seguros. Em resumo, cria uma conexão segura e criptografada, que pode ser
considerada como um túnel, entre o seu computador e um servidor operado pelo
serviço VPN.
• Baixo custo de implementação;
• Forma segura de comunicação (Uma VPN é uma conexão estabelecida
sobre uma infraestrutura pública ou compartilhada, usando tecnologias de
tunelamento e criptografia para manter seguros os dados trafegados.
VPNs seguras usam protocolos de criptografia por tunelamento que
fornecem a confidencialidade, autenticação e integridade necessárias
para garantir a privacidade das comunicações requeridas.)
• Usada para interligar INTRANET’s.

394
Classificação das Redes de Computadores

PAN (PERSONAL ÁREA NETWORK)


Conceito novo que surgiu devido o crescimento das redes pessoais de
comunicação sem fio dos equipamentos (equipamentos com bluetooth, sistemas
ópticos e sem fio).
Ela serve a um único usuário, e a sua área de atuação se limita a alguns poucos
metros.

LAN (Local Área Network)


É um rede que permite a conexão em uma pequena área geográfica (casa,
escritório, empresa, condomínio). Elas conectam-se a velocidades de 10 a
10000 Mbps, as mais modernas chegam a 10Gbps.Pode servir a um ou mais
usuários, mas a sua principal característica é a sua área de atuação, que se
limita a alguns poucos metros.

WAN
São redes remotas, extensas ou geograficamente distribuídas. Esses termos são
equivalentes e se referem a redes que abrangem uma grande área geográfica,
como um país ou um continente. Devido à grande extensão, possuem taxa de
transmissão menor, maior retardo e maior índice de erros de transmissão.
Domínio é um nome que serve para localizar e identificar conjuntos de
computadores na internet. O nome de domínio foi concebido com o objetivo de
facilitar a memorização dos endereços de computadores na Internet. Sem ele,
teríamos que memorizar uma sequência grande de números.

395
MAN
São redes que abrangem uma cidade. Normalmente são compostas por
agrupamentos de LANs, ou seja, há várias redes menores interligadas.

EXERCÍCIOS
1. A respeito das Intranets, analise as afirmativas abaixo:

I. São redes restritas. As Intranets são criadas para atender a necessidade de


grupos de usuários específicos, logo uma Intranet possui quantidade de usuários
pequena, quando comparada com a Internet.
II. Por se tratar de uma rede sempre restrita, uma Intranet não permite que
usuários autenticados nesta rede consigam acessar informações externas a ela.
III. Computadores ligados a uma Intranet nunca utilizam números IPs para sua
identificação dentro da rede. Assinale

a) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.


b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente a afirmativa 1 estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

2. Uma rede de computadores apresenta as seguintes características: utiliza


protocolo TCP/IP, é embasada no modelo web, oferece serviços de email,
transferência de arquivos e acesso a páginas HTTP a um conjunto restrito de

396
usuários internos de uma empresa, para troca de informações corporativas. As
características dessa rede de computadores são típicas de

a) rede de correio eletrônico.


b) extranet.
c) Internet.
d) intranet.
e) World Wide Web (WWW).

3. Assinale a opção correta a respeito dos conceitos de Internet e intranet.

a) Os serviços disponibilizados na intranet de uma corporação nunca estão


disponíveis a usuários que não estejam diretamente usando tal rede.
b) Uma intranet pode ser construída simplesmente pelo uso de endereços IP em
uma rede na qual se compartilhem recursos.
c) Entre as ferramentas necessárias para o uso da Internet estão os browsers.
d) Embora tenha público restrito, a intranet de uma corporação pode ser ligada
à Internet

GABARITO

1-C
2-D
3-D

397
Redes de Computadores

Podemos definir o conceito de Rede de Computadores como a conexão entre


duas ou mais máquinas computacionais, estando essas interligadas por meio de
um sistema de transmissão de dados podendo ser ou não físico e estabelecendo
uma comunicação entre as máquinas.
O compartilhamento de dados é um dos principais propósitos para a utilização
de uma rede de computadores. A grosso modo, podemos dizer que uma rede de
computadores é quando duas ou mais máquinas estão conectadas essa
conexão pode ser via cabo ou wireless (Sem fio), estabelecendo comunicação
entre elas, para o compartilhamento de informações entre as máquinas da rede.

Redes de Comunicação de Dados:


Redes de Comunicação são estruturas físicas (equipamentos) e lógicas
(programas, protocolos) que permitem que dois ou mais dispositivos de
processamento de dados possam compartilhar suas informações e recursos
entre si.

398
Modos de Transmissão de Dados

Nesse modo os papeis NUNCA se invertem, ou se envia, ou se recepciona o


sinal.

399
EXERCÍCIOS
1. Julgue o item a respeito do Microsoft Word 2013, do sistema operacional
Windows 10 e dos conceitos de redes de computadores.
As redes de difusão, uma das tecnologias de transmissão utilizadas em redes de
computadores, possuem vários canais de comunicação, sendo que todos eles
são compartilhados por todas as máquinas da rede.

2. Acerca do Microsoft Excel 2013, do sistema operacional Windows 10 e dos


conceitos de redes de computadores, julgue o item.
Em redes de computadores, a transmissão full‐duplex, um tipo de transmissão
síncrona, é realizada nos dois sentidos, porém apenas em um sentido por vez.
Na prática, enquanto um pacote é enviado do computador X para o computador
Y, este último somente conseguirá enviar pacotes quando o computador X
finalizar seu envio.

3. Acerca do Microsoft Excel 2013, do sistema operacional Windows 8 e dos


conceitos de redes de computadores, julgue o próximo item.
Em redes de computadores, o mecanismo de transmissão simplex é o menos
complexo em relação aos demais, transmitindo dados nos dois sentidos, mas
apenas em um sentido por vez.

4. Acerca do Microsoft Word 2013, do sistema operacional Windows 10 e de


redes de computadores, julgue o item subsequente.
Embora sejam amplamente utilizadas em redes de computadores, as fibras
ópticas não podem ser usadas para fornecer comunicação do tipo full-duplex.

400
GABARITO

1 - ERRADO
2 - ERRADO
3 - ERRADO
4 - ERRADO

TIPOS DE CONEXÃO DE REDES

Topologia de Redes
• Define a aparência da rede
• Localização dos nós na rede.

Ponto-a Ponto: A definição mais simples é a que a conexão p2p é a união de


dois computadores, através de um meio de transmissão qualquer. Quando feita
com o famoso cabo azul (Redes Ethernet), tal cabo é denominado Cross-over.

401
Barramento: Nesse caso todos os computadores são ligados em um mesmo
barramento físico de dados. Uma única máquina poderá “escrever” no
barramento num determinado momento. Todas as outras “escutam” e recolhem
para si os dados que foram destinados a ela.

Anel: Nessa topologia por sua vez todos os dispositivos são conectados em
série, formando um ciclo fechado (anel). Os dados são transmitidos
unidirecionalmente, ou seja, em uma única direção de nó em nó até atingir o seu
destino. Uma mensagem enviada por uma estação passa por outras estações,
através das retransmissões, até ser retirada pela estação destino ou pela
estação fonte.

402
EXERCÍCIOS

1. Uma empresa deseja configurar uma rede de computadores para o


compartilhamento de serviços, na qual cada computador atuara´ tanto como
cliente quanto como servidor, sem que essa rede possua um servidor central. A
topologia mais recomendada que essa empresa devera´ empregar para construir
essa rede e´

a) anel.
b) árvore.
c) daisy chain.
d) estrela.
e) ponto-a-ponto (peer-to-peer).

2. A topologia é o mapa de uma rede, podendo ser físico ou lógico. Sobre


topologias de rede é possível citar:

a) Barramento, anel, planeta


b) Anel, estrela, Wi-Fi
c) Hibrida, estrela, barramento
d) Wi-Fi, anel, planeta

3. Em uma rede de comunicação, quando um dispositivo transmite um sinal, toda


a rede fica ocupada; se outro dispositivo tentar enviar um sinal ao mesmo tempo,
ocorrera´ uma colisão e a transmissão devera´ ser reiniciada. Nessa situação, a
topologia dessa rede de comunicação e´ do tipo

a) barramento
b) anel
c) estrela
d) árvore
e) ponto a ponto.

403
GABARITO

1-E
2-C
3-A

TOPOLOGIAS: PARTE II

ANEL UNIDIRECIONAL E BIDIRECIONAL

UNIDIRECIONAL:
• A rede opera e um sentido.
• Caso haja falha com um ponto, toda rede será comprometida

BIDIRECIONAL “anel duplo”


• Anel duplo;
• Pode operar em 2 sentidos;
• Uma falha não afeta toda a rede;

Estrela (hub-and-spoke): Atualmente a topologia com maior utilização é a


topologia em estrela a mesma utiliza cabos de par trançado e um concentrador
como ponto central da rede. O concentrador tem a tarefa de realizar a
retransmissão de todos os dados para a estação de destino, mas com a
vantagem de tornar mais fácil a localização dos problemas, já que se um dos
cabos, uma das portas do concentrador ou uma das placas de rede estiver com
problemas, apenas o nó ligado ao componente defeituoso ficará fora da rede.

404
Topologia em Árvore

Topologia Linha

Topologia Totalmente conectada

405
EXERCÍCIOS
1. Com relação a conceitos básicos de redes de computadores e ao programa
de navegação Mozilla Firefox, julgue o próximo item. A topologia física de uma
rede representa a forma como os computadores estão nela interligados, levando
em consideração os tipos de computadores envolvidos. Quanto a essa topologia,
as redes são classificadas em homogêneas e heterogêneas.

Certo ( ) errado ( )

2. Um projetista de redes adotou no seu projeto uma das topologias de rede mais
comuns atualmente, que e´ a que utiliza cabos de par trançado e um ponto
central na rede, no qual e´ colocado um concentrador. Essa topologia de rede e´
conhecida como

a) Anel
b) Árvore
c) Estrela
d) Malha
e) Ponto a ponto

3. Em redes de computadores, o termo topologia de rede significa a disposição


do meio que é utilizado para conectar os computadores e, com isso, viabilizar a
comunicação entre eles. O meio de rede pode ser avaliado de duas formas
quando falamos em topologia, são elas: topologia física e topologia lógica.
Considerando a topologia física de uma rede de computadores do tipo árvore,
assinale a alternativa correta.

a) A topologia física de árvore tem como principal característica o fato de possuir


um barramento u´ nico, onde todos os computadores se encontram conectados.
b) Nas redes de topologia física de árvore não há padrão estrutural bem definido.
Este tipo de rede pode perfeitamente concentrar duas ou mais diferentes
topologias, desde que se encontrem devidamente conectadas.
c) Uma rede com topologia física de árvore pode ser visualizada como um
conjunto de redes com topologia estrela que encontram-se interligadas de forma
hierarquizada.
d) Na topologia de árvore, qualquer dos computadores presentes na rede possui

406
uma conexão direta com os demais.

4. Assinale a alternativa correta.

a) A topologia estrela possibilita interligar até 12 equipamentos.


b) A topologia estrela possibilita interligar até 48 equipamentos.
c) A interligação de equipamentos e´ feita por HUB ou Switch na topologia de
barramento.
d) Na topologia em estrela, a falha de um equipamento não afeta o restante da
rede.
e) A topologia em anel e´ uma rede hierárquica dividida em vários níveis.

5. Assinale a alternativa que NÃO representa uma topologia de rede.

a) Estrela.
b) Barramento.
c) Mesh.
d) Anel.
e) Anycast.

GABARITO

1 - ERRADO
2-C
3-C
4-D
5-E

407
Serviço de Hipertexto
O hipertexto é de longe um dos temas que mais é cobrado em provas de
concursos, em se tratando de Internet, pois é o serviço mais utilizado tanto pelos
usuários no acesso privado à internet quanto no uso corporativo, em
organizações públicas e privadas, uma vez que se trata do serviço que possibilita
a navegação em sites. O Hipertexto representa uma linguagem que possibilita a
navegação na internet por meio de link e hiperlinks em que sites se vinculam a
outros, possibilitando a navegação. O sistema de hipertexto utilizado por padrão
na Internet é o WWW (Word Wide Web).

Protocolos
Cada serviço da internet tem um modo distinto para transmissão de dados,
recebendo e enviando informações, e esses modos são chamados de
protocolos. São considerados os principais protocolos do serviço de navegação
o HTTP e o HTTPs, os dois tendo características bem semelhantes, porém
algumas distintas, que seguem abaixo:

HTTP – Protocolo de hipertexto que possibilita visualização de terceiros, pois


não estabelece uma conexão criptografa, e portanto não possui o critério de
segurança da confidencialidade.

HTTPS – Protocolo de hipertexto que possibilita não visualização de terceiros,


pois estabelece uma conexão criptografada, e portanto possui o critério de
segurança da confidencialidade

Obs. Não é possível estar, de forma simultânea, em um site utilizando os


protocolos HTTP e HTTPs, porém em um mesmo site é possível estar em HTTP
e em outra página ou após acesso restrito migrar para HTTPs, como em sites de
bancos, comércio eletrônico ou webmail.

Browsers
São os programas utilizados para navegação, em WWW, por meio dos
protocolos específicos para hipertexto. Dentre eles se destacam:
• Internet Explorer
• Google Chrome
• Mozzila
• Firefox
• Opera
• Safari

408
• Netscape Navegator

URL (Uniform Resource Locator)


A URL a Sua tradução literal significa a Localização universal de registro é a
estrutura utiliza pelos usuários para acessar determinado site. Ex.
WWW.PREPARATORIOOBJETIVO. COM.BR. As partes de uma URL são:
• WWW – Identificação do serviço de hipertexto.
• PREPARATORIOOBJETIVO – Domínio (nome do site).
• COM.BR – EXTENSÃO DE DOMINIO.

Endereço IP
É o Internet Protocol, simplesmente o endereço do dispositivo, computador em
que o site está fisicamente armazenado/hospedado.
Representa de fato o endereço de um site, o local onde ele se encontra nas
redes que compõe a internet. Essa está migrando do IP V4 para o IP V6, uma
vez que o V4 está com sua capacidade de

Endereços esgotada.
• IPV4 – Composto por 4 octetos. (32 bits)
• IPV6 – Composto por 8 duoctetos. (128 bits)

EXERCÍCIOS

1. Um auxiliar administrativo, utilizando um computador, quer acessar o


navegador nativo e padrão do sistema operacional Windows 10. Qual é ele?

a) Google Chrome.
b) Internet Explorer.
c) Safari.
d) Mozila Firefox.
e) Microsoft Edge.

409
2. Considere que Carlos está navegando pela Internet Explorer, e pretende
salvar a página da Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá/MG para que possa
acessá-la em um outro momento. Para isto Carlos DEVERÁ utilizar o recurso de:

a) Downloads.
b) Favoritos.
c) Histórico.
d) Preferências.

3. No Microsoft Internet Explorer, a função do histórico é:

a) Exibir o histórico do programa (data de criação, história etc.) e itens de ajuda


ao usuário.
b) Armazenar e exibir os sites preferidos dos usuários, permitindo seu acesso
rápido.
c) Armazenar os links das páginas visitadas recentemente, e permitir seu acesso
rápido e verificação das páginas acessadas. Exibir o histórico do Sistema
Operacional (Versão, configuração atual etc.) e itens de ajuda do Windows.
d) Exibir o histórico do Sistema Operacional (Versão, configuração atual etc.) e
itens de ajuda do Windows.

4. Alguns navegadores utilizados na internet, como o Microsoft Edge e o Chrome,


permitem um tipo de navegação conhecida como privada ou anônima.
Sobre esse recurso, é correto afirmar que ele foi concebido para, normalmente:

a) não permitir que sejam realizados downloads de quaisquer tipos de arquivos.


b) substituir os dados do usuário por outros fictícios, definidos pelo próprio
usuário, e evitar que propaganda comercial e e-mails do tipo spam sejam
posteriormente encaminhados ao usuário.
c) impedir que o provedor de internet e os sites visitados tenham acesso aos
dados relativos à navegação do usuário.
d) permitir que sites sejam acessados sem que sejam guardados quaisquer
dados ou informações que possam ser usados para rastrear, a partir do
navegador, as visitas efetuadas pelo usuário.

410
GABARITO

1-E
2-B
3-D
4-D

Motor De Pesquisa Ou Ferramenta De Busca


Um motor de pesquisa ou ainda chamado de ferramenta de busca, nada mais é
do que um programa que é desenvolvido com o intuito de pesquisar por palavras-
chave, que são fornecidas pelos usuários do serviço, e realizar a busca desejada
em determinados documentos ou em bases de dados dos sites.

Tipos De Motores De Pesquisa


Buscadores globais – Os motores do tipo globais são buscadores que
pesquisas em todos os documentos e sites da Internet. A baixo temos alguns
exemplos.
• Google
• Yahoo
• Terra

Buscadores verticais – Já os verticais realizam pesquisas “especializadas”,


particulares, em bases de dados próprias, de acordo com suas intenções e áreas
de interesse que motivam tal busca. Geralmente, a inserção de um termo em um
buscador vertical está ligada à procura de algum produto ou mesmo ao
pagamento de uma mensalidade ou de um valor por cliques na internet,
migrando de um site para outro. A seguir, encontra-se a listagem dos principais
buscadores verticais:
• AchaNoticias
• Catho
• BuscaPe
• Decolar.com

411
Funcionamento do Google
O Google que é a o motor mais utilizado faz a utilização do denominado
PageRank que é um algoritmo
Utilizado com intuito de posicionar, na listagem de relevância, entre os resultados
de suas buscas. O PageRank mede a importância de uma página contabilizando
a quantidade e qualidade de links apontando para ela em outras páginas da
Internet.

Comandos avançados do Google


• Busca Exata - Comando: Entre Aspas “ ”
• Excluir Termo - Comando:_–_ (isso, um simples sinal de menos).
• Coringa / Wildcard - Comando: * (asterisco)
• Definição - Comando:_ define:
• Tipo de Arquivo - Comando: filetype:.pdf (pode ser “.gif, .jpg e etc).

EXERCÍCIOS
01. Motores de busca como o Google, Bing e Yahoo apresentam os mesmos
resultados para as mesmas pesquisas, pois têm a mesma base de dados.

Certo ( ) Errado ( )

02. Guias locais são aqueles que apresentam resultados exclusivamente


vinculados às intranets das empresas e não resultados em buscas.

Certo ( ) Errado ( )

03. O comando que possibilita encontrar arquivos específicos é filetype:.pdf.

Certo ( ) Errado ( )

GABARITO
1 - ERRADO 2 - ERRADO 3 - CERTO

412
Navegador (Browser)

podemos defini-lo como o programa para utilizado para abrir e exibir as


páginas da Web.
Existem diversos navegadores diferentes, alguns são gratuitos tais como: o
Mozilla Firefox, o Opera, o Netscape Navigator e o Konqueror; outros são
proprietários como o Internet Explorer.

A principal função de um navegador (browser) é trazer informações que estão


armazenadas em recursos da Internet para o usuário. É através dos browsers
que o usuário tem a possibilidade de interagir com os documentos HTML que
por sua vez ficam hospedados em um servidor web, ou seja, é a partir deles
que podemos visualizar os documentos na rede.

Além de arquivos em HTML, os browsers podem também exibir qualquer tipo de


conteúdo que pode fazer parte de uma página web. Em sua grande parte, os
browsers podem exibir imagens, áudio, vídeo e arquivos XML (eXtended Markup
Language), e muitas vezes têm plug-ins (funções adicionais) que permitem que
o usuário use aplicações Flash e applets Java.

Todos os navegadores têm algumas funções básicas em seu menu, como:


botões para retroceder e avançar páginas carregadas, um para atualizar, outro
que interrompe o carregamento do site acessado, um botão que nos permite ir
diretamente à página inicial.

Abaixo alguns conceitos que podem ser cobrados na hora da Prova...


P.Q.P (Potencial Questão de Prova)!

HTML (Hiper Text Markup Language) Linguagem de Marcação de


Hipertexto):
É Linguagem usada para criação de páginas da Web, parte de layout,
organização etc. Existem outras linguagens usadas em conjunto com o HTML,
como o Javascript, VBscript e Flash. Todo browser consegue ler HTML.

Servidor Web (Servidor de Páginas)


Lembre-se de que o servidor é quem fornece, quem prover o serviço.

413
Cliente Web ou Navegador (Browser)
É um software que é instalado nos computadores dos usuários, que vai ler e
interpretar as mensagens (páginas) enviadas pelos servidores. O browser é
quem faz a leitura e a interpretação do código HTML São Exemplos de
navegador: Internet Explorer, Mozilla Firefox, Opera e Netscape Navigator,
Chrome são alguns browsers comuns.

Site (Website ou Sítio da Web)


É uma página, um diretório localizado em algum computador servidor de
páginas. Essa página pode conter os arquivos das páginas isso é textos, fotos,
vídeos, etc.

Home-Page
nada mais é do que a PRIMEIRA página de um sitio (site). É a página padrão de
um site que aparecerá caso seja digitado no endereço do site sem especificar
outra página. Se você digitar:
http://www.ronaldobandeira.com.br
aparecerá para você, a Home-Page do site.

Internet Explorer (IE)


Desenvolvido pela poderosa empresa Microsoft e distribuído integrado como um
programa nativo, ou seja, vindo junto com o Sistema Operacional Windows. É
um browser, que permite ao usuário visualizar páginas HTML disponíveis na
Internet.

414
Barra de títulos
Nessa barra são exibidos o título da página do qual o usuário está visitando, bem
como os botões tradicionais das janelas do Windows.

Importante PQP!
Um dos itens mais importantes do menu Ferramentas é o Bloqueador de Pop-
ups e o Opções da Internet. O primeiro porque é fruto de uma atualização de
segurança do IE. O segundo porque concentra todas as configurações do
navegador.

O item sincronizar permite que o usuário baixe o conteúdo das páginas e acessar
este de forma off-line (Isso é feito a partir do menu Favoritos). Como estão em
menus diferentes, atenção redobrada.

Na guia Geral encontramos opções de configuração da página inicial do


navegador, gerenciamento dos arquivos temporários, histórico e cookies.

BIZU CAVERNOSO!!!
Os cookies são pequenos arquivos de texto armazenados em nosso computador
que são gerenciados pelos navegadores. Eles têm por função enviar algumas
informações aos servidores web dos diversos sites que visitamos para que
saibam quem somos, quando foi nossa última visita àquele site etc.

Navegação InPrivate IMPORTANTE!!!


Permite ao usuário navegar na Web sem deixar rastros no Internet Explorer. Isso
ajuda a impedir que as outras pessoas que usam seu computador vejam quais
sites você visitou e o que você procurou na Web, salvando assim seu
relacionamento rs. A Navegação InPrivate ajuda a impedir que seu histórico de
navegação, os arquivos de Internet temporários, dados de formulários, cookies,
nomes de usuários e senhas sejam retidos pelo navegador.

Mozilla Firefox
Esse Browser conta com recursos bastante interessantes e uma vasta
diversidade de recursos adicionais isso tem de certa forma conquistado o
mercado, especialmente dos defensores do software livre. O Firefox é um
navegador baseado na filosofia open source. Diz-se que um software é open
source quando o seu código fonte é público, não proprietário.

415
Figura. Tela Principal do Mozilla Firefox

Barra de Navegação

Menu Favoritos
O Firefox permite que o usuário adicione as páginas aos favoritos para isso
utilizando as teclas de atalho (Ctrl + D):
os favoritos (marcadores) são atalhos criados para facilitar a vida do usuário,
indo diretamente a uma página pré-determinada. Para criar um favorito para a
página, abra a página e depois clique em Favoritos->Adicionar página.

Para adicionar todas as páginas aos favoritos... (CTRL + SHIFT + D):


para adicionar uma aba, abra mais de uma aba para exibição, e depois clique
em Favoritos Adicionar todas as abas.:

Menu Ferramentas
Pesquisar na web (ctrl + k): abre automaticamente a página de procura do
Mozilla Firefox.
Downloads (ctrl + J): possibilita ao usuário visualizar os downloads feitos dos
arquivos. Durante o processo de download também aparece esta mesma tela e

416
enquanto acontece o download ele mostra a porcentagem de conclusão.

Complementos: permite ao usuário personalizar o browser, para que ele se


encaixe nas suas necessidades.

Extensões são pequenos “addons” que adicionam novas funcionalidades para


o Mozilla Firefox. Eles podem adicionar botões nas barras e até novos atributos
ao navegador.

Modo Offline: trabalha de forma Offline, em estar vinculado à Internet.

Iniciar navegação privativa: conforme visto em outros browsers tem função


semelhante, este recurso faz uma navegação sem o registro das informações
sobre a utilização de sites e gravação de logs.

Firefox Sync
A partir do Firefox 4, o navegador conta com integração ao Firefox Sync. Para
quem não está familiarizado com o nome, a ferramenta era um complemento
para o browser, que permitia sincronizar os seus favoritos, histórico e
preferências entre computadores.

EXERCÍCIOS

1. O navegador Firefox, versão 66.x, permite acessar vários sites


simultaneamente, em uma mesma janela através do sistema de abas. Quais
teclas de atalho são utilizadas para criar uma nova aba e navegar entre as abas
existentes, respectivamente?

a) SHIFT+T e ALT+TAB
b) SHIFT+T e SHIFT+TAB
c) CTRL+N e SHIFT+TAB
d) CTRL+A e CTRL+TAB
e) CTRL+T e CTRL+TAB

417
2. A navegação na internet e intranet ocorre de diversas formas, e uma delas é
por meio de navegadores. Quanto às funções dos navegadores, assinale a
alternativa correta.

a) A navegação privada do navegador Chrome só funciona na intranet.


b) O acesso à internet com a rede off-line é uma das vantagens do navegador
Firefox.
c) A função atualizar recupera as informações perdidas quando uma página é
fechada incorretamente.
d) Na internet, a navegação privada ou anônima do navegador Firefox se
assemelha funcionalmente à do Chrome.
e) Os cookies, em regra, não são salvos pelos navegadores quando estão em
uma rede da internet.

3. Quanto ao programa de navegação Mozilla Firefox, em sua versão mais atual,


ao programa de correio eletrônico MS Outlook 2016 e ao sítio de busca e
pesquisa na Internet Google, julgue o item a seguir.
Embora o Mozilla Firefox possua diversos recursos, ele não permite que atalhos
sejam criados, na área de trabalho do Windows, com a finalidade de acessar
uma página que o usuário já tenha visitado. O acesso ao site deve ser realizado
unicamente pela barra de endereços do Firefox.

Certo ( ) errado ( )

4. Em navegadores web como o Google Chrome, Mozilla Firefox ou Microsoft


Edge há a opção de abrir as páginas de interesse em um modo de navegação
conhecido como privativo ou anônimo, que tem como uma de suas
características

a) ter um tempo máximo de exibição de cada página visitada.


b) não salvar o histórico de navegação das páginas visitadas.
c) exigir o cadastro do usuário a cada página visitada.
d) ser exclusivo de dispositivos móveis, como os smartphones.
e) exigir a solicitação da digitação de uma senha a cada página visitada.

418
5. Julgue o item seguinte quanto aos conceitos básicos de redes de
computadores, ao programa de navegação Mozilla Firefox, em sua versão mais
recente, e aos conceitos de organização e de gerenciamento de arquivos e

pastas. No Mozilla Firefox, as teclas de atalho e são


usadas para abrir uma nova aba e uma nova janela, respectivamente.

GABARITO

1-E
2-D
3 - ERRADO
4-B
5 - ERRADO

Camadas do TCP/IP

419
CAMADA DE APLICAÇÃO

Estrutura do e-mail
Desde que foi desenvolvido por volta dos anos 70, a estrutura do e-mail
praticamente continua a mesma:
abaixo temos a listagem dos campos de um e-mail:
• Cabeçalho (header)
• Corpo (body)

Campos de um e-mail
• Remetente
• Destinatário, PARA
• Destinatário CC
• Destinatário CCO

Protocolos de e-mail
O serviço de e-mail tem as suas próprias formas tanto para o envio do conteúdo
quanto para o recebimento do mesmo e esses respectivos serviços são
chamados de protocolos.
Abaixo citados os principais protocolos de e-mail:
• Protocolo de Envio – SMTP
• Protocolos de Recebimento- POP3 e IMAP4

Formas de acesso
Temos duas formas básicas de acesso a um e-mail
• Webmail
• Cliente de e-mail

420
EXERCÍCIOS

1. Em um envio padrão de e-mail, é utilizado o protocolo SMTP para o envio e


POP3 ou IMAP4 para recebimento, dependendo do serviço utilizado.

Certo ( ) Errado ( )

2. Característica importante dos clientes de e-mail é não ter a necessidade de


dispor de espaço físico para armazenamento.

Certo ( ) Errado ( )

3. Gustavo preparou uma mensagem de correio eletrônico no Microsoft Outlook


2010, em sua configuração padrão, com as seguintes características:
Para: Aline, Livia, Alexandre. Cc: Joana, José Cco: Edmundo
Alexandre, ao receber a mensagem, clicou em Responder a todos. Assinale a
alternativa que indica quantos destinatários aparecem automaticamente em sua
mensagem.

a) 1, apenas o remetente original, Gustavo.


b) 3, sendo Gustavo, Aline e Livia.
c) 4, sendo Aline, Livia, Joana e José.
d) 5, sendo Gustavo, Aline, Livia, Joana e José.
e) 6, sendo Gustavo, Aline, Livia, Joana, José e Edmundo.

4. Em um correio eletrônico, o endereço do destinatário secundário, que irá


receber uma cópia de uma mensagem, é preenchido no campo

a) Cc
b) Cco
c) Para

421
d)Assunto
e) Anexo

5. O Reitor de uma Universidade precisa enviar um E-mail ao Governador do


Estado, utilizando o Microsoft Outlook, copiando o Secretário de Educação e o
Profissional de Secretariado que o assessora, solicitando uma audiência. Para
que nem o Governador nem o Secretário saibam que o Profissional de
Secretariado está sendo informado do assunto, o Reitor enviará um único e-mail
para os 3 destinatários, preenchendo o campo ___________ com o título da
mensagem, o campo ___________ endereçando o e-mail para o Governador do
Estado. Preencherá, ainda, os campos ___________ e ___________ com o
endereço de e-mail do Secretário de Educação e do Profissional de Secretariado,
respectivamente.

Assinale a alternativa que preenche, CORRETAMENTE, os espaços em branco.


a) Para / Assunto / Cc / Cco
b) Assunto / Para / Cco / Cc
c) Assunto / Para / Cc / Cco
d) Para / Cc / Cco / Assunto
e) Cc / Assunto / Cco / Para

GABARITO

1 - CERTO
2 - CERTO
3-D
4-A
5-C

422
Webmail
O acesso realizado ao e-mail por meio do webmail consiste em utilizar o
navegador web para a visualizar e inclusive
editar e-mails, de forma que as mensagens recebidas e enviadas permanecem
armazenadas nos servidores da internet e não nos computadores dos usuários.
Como todo serviço o webmail traz muitas vantagens, mas, entretanto, contudo,
todavia, também tem suas desvantagens para o usuário, e entre as vantagens:
• possibilidade de acesso de múltiplos pontos
• Como desvantagem, está o fato da total dependência da internet

Serviços Mais Comuns De Webmail


Segue abaixo a lista dos principais provedores de serviço de e-mail.
• Gmail
• Outlook.com (antigo Hotmail)
• Terra
• Bol
• Zipmail

Motor De Pesquisa Ou Ferramenta De Busca


É na verdade uma ferramenta de busca, nada mais é que programa desenvolvido
com o intuito de buscar palavras-chave, que são fornecidas pelos usuários do
serviço.

Tipos De Motores De Pesquisa


• Buscadores globais
• Buscadores verticais
• Guias locais

Funcionamento do Google
De acordo com a própria definição da empresa Google, o PageRank é um
algoritmo desenvolvido para ser utilizado pela ferramenta de busca Google para
posicionar, na listagem de relevância, entre os resultados de suas buscas.
O Google possui buscas direcionadas: Imagens, Vídeos, Livros, Notícias, Blogs.

423
EXERCÍCIOS

1. Neste exato momento foi excluído um e-mail, por exemplo, do Gmail. Sobre o
que foi apontado, analise as afirmativas e selecione a única alternativa que esteja
tecnicamente correta.

a) O e-mail é excluído instantaneamente e jamais poderá ser recuperado


b) O e-mail permanece na lixeira do Gmail por até 30 dias e poderá ser
recuperado
c) O e-mail será excluído definitivamente nas próximas 24 horas, e não poderá
ser recuperado
d) O e-mail será arquivado na pasta de spam e poderá ser recuperado a qualquer
instante

2. Os Webmails são clientes de e-mail que se utilizam da própria Web para ser
utilizados, sem que seja necessária a instalação de programa cliente em seu
dispositivo. Empresas como Google e Microsoft possuem seus próprios
Webmails: Gmail e Outlook. Ambos podem ser acessados através da Web.
Sobre as características e funcionamento dos webmails, assinale a alternativa
correta.

a) O tamanho máximo total para anexos combinados no Gmail é de 25Mb.


b) No Outlook, o número máximo de pastas que podem ser criadas é de 20
(vinte).
c) Os filtros, tanto no Gmail quanto no Outlook, são utilizados para bloquear
mensagens com anexo.
d) A pasta “Lixo Eletrônico”, no Gmail, armazena os e-mails apagados pelo
usuário.

3. Um correio eletrônico (e-mail) é uma tecnologia que aceita enviar e receber


mensagens por meio de sistemas eletrônicos de comunicação. O webmail é um
serviço de e-mail fundamentado em cloud, ou seja, o servidor disponibiliza os
dados em nuvem para que o usuário acesse o conteúdo de qualquer lugar do
mundo e em qualquer horário. Porém o webmail tem uma desvantagem, que é:

a) Em regra, sem conexão à Internet não se tem acesso ao webmail.

424
b) Consome espaço no disco rígido do computador.
c) O webmail não é seguro.
d) Não existe webmail gratuito.
e) O webmail é arcaico.

4. O correio eletrônico é um instrumento utilizado para enviar e receber


mensagens de maneira instantânea através da Internet. Normalmente é um
serviço gratuito e é possível incluir arquivos anexo nas mensagens. Assinale a
alternativa que conste os provedores de correio eletrônico mais utilizados:

a) Gmail, Outlook e Yahoo.


b) Yandex, AOL e Mail.
c) Uol, Mozila e Explorer.
d) Windows, Zoho e Linux.
e) GMX, Inbox e Myspace.

5. Uma característica dos serviços de correio eletrônico como o WebMail vem a


ser:

a) Permite anexar arquivos aos e-mails, independente de formato e de tamanho.


b) Emprega o protocolo SMTP para envio das mensagens no trajeto origem ao
destinatário.
c) Exige que os e-mails sejam criados conforme o padrão
usuário&domínio.com.br para serem válidos.
d) Armazena os e-mails oriundos da internet em uma caixa postal padrão do
usuário de destino, padronizada como Mensagens.

GABARITO

1-B 4-A
2-A 5 -B
3-A

425
Microsoft Excel
O Excel - é uma poderosa ferramenta de planilhas eletrônicas desenvolvido pela
Empresa Microsoft, a sua formação dar-se-á por Células, que é a junção de
Colunas e Linhas:
Sendo que as Colunas são representadas pelas Letras (de A até XFD)... e as
Linhas Representadas por Números (de 1 até 1.048,576).

Pergunta: O Valor 10 está localizado em qual Célula? Primeiro precisamos


analisar a coluna (Formada pelas Letras) e em seguida a linha (Formada por
Números) obtendo-se assim o Valor A1.

Guias e Menus

O editor de planilhas Microsoft Excel tem uma configuração padrão pré-definida


e tem sua estrutura básica de menus e guias que segue abaixo:
• Menu-Arquivo
• Guias, Página Inicial, Inserir, Layout da Página, Fórmulas , dados,
Revisão, e exibir.

426
BIZU CAVEIRA!!!
PAin INiciou Linguagens e Formulas dos dados revisados e exibidos.

Operadores
> Maior Que
= Igual
< Menor Que
<> Diferente
>= Maior ou igual
<= Menor ou igual.
^ Exponenciação & Concatenar
+ Adição
- Subtração
* Multiplicação
/ Divisão

BIZU CAVERNOSO!!!
• Toda e qualquer fórmula do Excel deverá iniciar com o sinal de
igualdade (=)
• podendo ainda ser iniciadas com sinal de subtração (-) e também com
sinal de adição (+).

Funções do Excel BLOCO 01


Função SOMA
= Soma (A1 : A4)
= Soma (A1 ; A4)
= (A1+A2+A3+A4)

427
Nesse caso por exemplo temos em 3 Modelos distintos de realizar a função de
soma.
Por exemplo no primeiro método teremos:
= Soma (A1 : (dois pontos) A4, ou seja, nesse caso a soma vai ser feita de todos
os valores da célula A1 até a Célula A4, resultando assim no resultado 80.
No segundo método:
= Soma (A1;(ponto e vírgula) A4), ou seja, nesse caso a soma vai ser feita
apenas dos valores contidos em A1 e A4, resultando assim no resultado 30.
No terceiro método teremos:
=(A1+A2+A3+A4), ou seja, a soma dos 4 valores contidos nas células citadas.

Função SOMAQUAD
=SOMAQUAD (A1:A4)
Nesse caso essa FO' RMULA específica deseja saber o resultado da soma
Quadrada, ou seja, o resultado da soma dos número elevados a potência de 2...
Por exemplo:
=SOMAQUAD (A1:A4) --- somaria os valores 2²+3²+4²+5²
Assim teríamos como valor: 2x2=4+ 3x3=9+4x4=16+5x5=25 Somando todos os
valores obtidos teríamos: 54.

428
Função MÉDIA
=MÉDIA (A1 : B4)
=MÉDIA (A1 ; B4)
=(A1+ A2+ A3+ A4+B1+B2+B3+B4)/8
Nessa Fórmula é trabalhada a média Aritmética, ou seja, significa somar os
valores e dividir pela quantidade de valores que se tem por exemplo:
A fórmula vai ser lida da seguinte forma:
Calcule a média de A1 até B4, ou seja, todos os valores que estiverem contidos
nesse intervalo deverão ser somados e consequentemente divididos:
Então teremos:
A1(2) + A2(4) + A3(4) + A4 (10) + B1(4) +B2(8) + B3(6) + B4(6) somar todos e
dividir por 8, haja vista que temos em questão 8 valores obtendo na soma 44 e
dividindo por 8 (5,5).

Função MÉDIASE
=MÉDIASE (A1:B4; ‘>3”)
Nesse Caso teremos uma média calculada, seguida de uma condição, ou seja,
só será somado e consequentemente divido, caso atenda ao critério por
exemplo:
Analisaremos de A1 ATÉ B4 quais os valores maiores que 3, obteremos assim
os valores 6+4+8+12, então somaremos os que satisfizeram a condição e como
foram 4 valores será realizado a divisão por 4, obtendo assim: 32/4=8.

429
EXERCÍCIOS

1. Calcule o resultado da fórmula:


“=MÉDIASE(A1:C2;”>=10”)”, com base na planilha abaixo, retirada dos
aplicativos clássicos (Microsoft Office) para elaboração de planilhas eletrônicas:

a) 30
b) 20
c) 76,5
d) 72,5

2. Em uma planilha criada no MS-Excel 2010, foi inserida a seguinte fórmula na


célula D4:

= SOMA(A1:C2) Considere os valores presentes em outras células da planilha,


conforme ilustrado a seguir: O resultado gerado na célula D4 é 73,785.

GABARITO

1-B
2 - CERTO

430
Função MED
=MED (A1 : A4)

Nesse caso será calculada a mediana, existe uma sucessão de passos pra
resolver essa FÓRMULA:

1º Passo - Identificar quais valores estão no intervalo: (8,2,3,5)


2º Passo - Ordenar de forma crescente (2,3,5,8)
3º Passo - identificar se é par ou ímpar a quantidade de número e no caso como
é par, pegar os dois números centrais
(2,3,5,8) --- Somar e dividir por 2.

Função MÁXIMO E MÍNIMO/ MAIOR E MENOR


=MÁXIMO (A1:A5)
=MÍNIMO (A1:A5)
Primeiro iniciaremos falando sobre as funções Máximo e Mínimo, são fórmulas
bem simples e intuitivas, nesse caso dos exemplos acima citados teremos que:
1º Caso = Máximo (A1:A5)
1º - Analisar quais valores se encontram dentro do intervalo citado:
2º - Identificar qual é o valor imediatamente maior e só, obtendo assim:8.

431
2º Caso = Mínimo (A1:A5)
1º - Analisar quais valores se encontram dentro do intervalo citado:
2º - Identificar qual é o valor imediatamente menor e só, obtendo assim: 2.

Já no caso da Função Maior e Menor é um pouco diferente

=Maior(A1:A4;2) Nessa caso serão divididos em duas partes:


Primeira é a parte a ser analisada e a segunda é qual termo se deseja como
maior se é o 1º o 2º e aí por diante, então teremos:
De A1:A4 o 2º maior, como resultado obteremos: 5.

=Menor(A1:A4;2) Nessa caso serão divididos em duas partes:


Primeira é a parte a ser analisada e a segunda é qual termo se deseja como
menor se é o 1º o 2º e aí por diante, então teremos:
De A1:A4 o 2º menor, como resultado obteremos: 3.

EXERCÍCIOS

1. Observe a tabela abaixo, ela foi criada no Microsoft Excel.

432
Qual será o resultado da expressão =MAIOR (A1:A6;3) aplicada na tabela:

a) R$ 4.500,00
b) R$ 2.750,00
c) R$ 2.800,00
d) R$ 1.000.00

GABARITO

1-C

FORMULAS CONTADORAS DE CÉLULAS


=CONT.NUM, CONT.VALORES, CONTAR.VAZIO, CONT.SE

Esse bloco vamos dividir especificamente para as Fórmulas que servem para
contar células, vamos iniciar com a (CONT.NUM)

=Cont.Núm(A1:C5) - Nesse caso serão contadas as células que contém


números, então retornará o valor 5.

No caso da célula

433
=Cont.valores (A1:C5) - Nesse caso serão contadas as células que não
estiverem vazias ou seja que tiverem qualquer valor nela, seja letra ou número,
então será retornado o valor: 9.

Já em se tratando da fórmula
=CONTAR.VAZIO(A1:C5) - Nesse caso serão contadas as células vazias.
Temos ainda uma fórmula bem recorrente em prova de concurso público que e´
a CONT.SE
=Cont.se (A1:C5; >3) - Será contado nesse caso as células que são maiores
que 3, ou seja, só será contado mediante a condição.

Função CONCATENAR
=A1&A2
=CONCATENAR(A1;B2)

A Função concatenar tem somente a função de juntar (amancebar) células,


--Ai mas professor, como assim?
No exemplo acima citado temos: =A1&A2, ou seja, o valor que seria retornado
seria, 1020, nesse caso não há soma apenas a junção dos termos.

Função INTERSEÇÃO
=Soma(A1:C4 B2:C4)
=Média(A1:C4 B2:C4)

434
Nesse Caso, vamos remeter a ideia da teoria dos conjuntos, no primeiro caso
ele desejo calcular a soma da interseção, ou seja, a soma dos valores que fazem
parte dos dois intervalos ao mesmo tempo, assim no primeiro caso
teremos=Soma(A1:C4 B2:C4) : 10+4+4+5+12+8=43.
No segundo caso teremos que calcular a média aritmética dos valores que
fazem parte dos dois intervalos ao mesmo tempo, assim teríamos que pegar a
soma 43 e dividir por 6.

EXERCÍCIOS
1. Na seguinte Planilha eletrônica do programa EXCEL, se for aplicada a função
contida na célula

B6, o resultado será:


a) 8,75.
b) 12.
c) 6.
d) 35.
e) 4.

435
2.

Ao ser aplicada a célula A5 a formula =Soma(A1:C4 B2:D4). Obtém-se como


resultado o seguinte valor

a) 250
b) 100
c) 109
d) 108

GABARITO

1-E
2-C

436
Modo de referenciação de células:

Relativo
Os valores tanto das colunas quanto das linhas poderão ser alterados quando
copiado e colado em uma célula distinta da original.

Absoluto
Os valores tanto das colunas quanto das linhas NÃO poderão ser alterados
quando copiados e colados em uma célula distinta da original.

Misto
Os valores das colunas ou das linhas poderão ser alterados quando copiado e
colado em uma célula distinta da original.

Função ARRED
A função ARRED arredonda um número para um número especificado de
dígitos. Por exemplo, se a célula A1 contiver 23,7825 e você quiser arredondar
esse valor para duas casas decimais, poderá usar a seguinte fórmula:
=ARRED(A1, 2) O resultado dessa função é 23,78.

Função TRUNCAR
Essa função tem como o intuito quebrar o valor, ou seja, diferente do ARRED
que faz o arredondamento vejamos o exemplo:
=Truncar(98,98787676987;2) essa segunda parte (;2) significa o número que se
deseja quebrar após a (Vírgula), então assim teríamos, 98,98.

EXERCÍCIOS

1. Com relação ao Microsoft Office Excel 2013, o resultado de se aplicar a função


=ARRED(MÉDIA(5;6,7;7);2) em uma dada célula é:

a) 6

437
b) 6,25
c) 5
d) 6,23

2. No Microsoft Excel, se na célula C1 está o resultado da divisão de 71 por 14


e na célula D1 está digitado o número 2, a execução da função =ARRED(C1;D1)
retorna como resultado,

a) 5,07
b) 5,1
c) 5,06
d) 5,071
e) 5,2

GABARITO

1-B
2-A

438
Funções do Excel

Função SE
A função SE é a mais importante função de Excel para concursos, pois é a que
tem maior incidência em provas de concursos.

Função SOMASE

SOMASES EM EXERCÍOS:
1. Uma planilha do MS-Excel 2010, a partir da sua configuração padrão, utilizada
por uma empresa de contabilidade para controlar os salários de funcionários de
diversas empresas, conforme ilustra a figura, contém, na coluna A, o nome do
funcionário, na coluna B, o nome da empresa em que o funcionário trabalha, na
coluna C, o nome do setor a que o funcionário pertence e, na coluna D, contém
o salário do funcionário.

439
A fórmula a aplicada na célula C12 para calcular o total de salários do Setor B
da Empresa Indústria de Panela Sousa foi
=SOMASES(D2:D10;B2:B10;"Indústria de Panela Sousa";C2:C10;"B") e o valor
obtido com a mesma foi de 1.200.

EXERCÍCIOS

1. Seja a seguinte planilha, criada via MS Excel 2016 em português.

A execução da fórmula:
"=SOMASES(E5:E11;C5:C11;"=Nome2";D5:D11;"=X")" produz como resultado
o valor

440
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

2. Considere que a fórmula =SOMASE(A1:A5;">17";B1:B5) foi inserida na célula


B6 do trecho de planilha EXCEL representado abaixo.

O resultado obtido na célula B6 é

a) 31
b) 52
c) 76
d) 96
e) 172

GABARITO

1-C
2-B

441
Mensagens de ERRO EXCEL:
#nome? Ocorre quando o usuário digita erroneamente a fórmula/função por
exemplo:
A fórmula correta é SOMA e o usuário por equivoco escreveu SONA, nesse dado
momento será exibido uma mensagem de erro “#NOME?”

#valor!
Argumento errado como parâmetro
Essa Mensagem ocorre quando o usuário tenta realizar por exemplo uma soma
entre caracteres,
Exemplo: A1=maria, a2= João, =a1+a2, nesse caso a mensagem de erro será
exibida.

#ref!
Referência inexistente (Célula Excluída)
Exemplo o usuário realizou uma fórmula de soma com valores contidos em A1
hipoteticamente falando, depois por algum motivo essa célula foi excluída, nesse
caso será exibido a mensagem de erro “#ref!”

#num!
Número muito grande
Existem números que até o poderoso EXCEL, pica das galáxias não consegue
calcular, por exemplo =9999999999999^9999999999999999 nesse caso será
exibido a mensagem #num!

EXERCÍCIOS

1. Uma planilha criada no Microsoft Excel 2010, em sua configuração padrão,


está preenchida como se apresenta a seguir.

442
A fórmula =PROCV(A10;A2:C7;3;0), se digitada na célula B10, trará como
resultado

a) #N/A
b) #ERRO
c) 3
d) Guarulhos
e) 22/10/2015

2. A planilha abaixo foi criada no Excel 2016 BR.

443
Na planilha foi inserida a expressão =PROCH(C9;A9:C13;4;1) em C15. Como
resultado, o valor mostrado em C15 é:

a) CURRAIS NOVOS
b) 32326543.
c) VERA CRUZ
d) S1.
e) S4.

3. Considerando o Microsoft Excel 2007, em sua configuração padrão, assinale


a alternativa que apresenta o resultado da fórmula
=PROCV(10;B2:D9;3;VERDADEIRO), aplicada na planilha a seguir.

a) R$ 0,00
b) R$ 500,00
c) R$ 800,00
d) Vídeo game

4. A tabela abaixo representa os dados em uma planilha Excel 2007.

444
Assinale a alternativa que apresenta o resultado da função
=PROCV(C7;B2:E6;3;FALSO), levando em consideração que o valor de C7 é
A003.

a) SP003
b) B3
c) Filtro de Ar
d) R$ 15,40
e) Indisponível

5. Considere no Microsoft Excel a planilha que está parcialmente ilustrada na

imagem a seguir.
Suponha que alguém clicou no canto inferior direito da alça (que está
selecionada) da célula C1 e a arrastou para a célula C2. Depois fez o mesmo
com a alça na célula C2, arrastando-a para a célula D2. Assinale a alternativa
que apresenta o valor que foi mostrado na célula D2 após essas operações.

a) 5.
b) 6.
c) 7
d) 8
e) 9.

6. Observe a imagem abaixo do uso de uma função na Planilha eletrônica MS


Excel 2013.

445
O resultado obtido através do uso desta função no valor contido nesta planilha
é:

a) 51,38.
b) 25,69.
d) 20.
d) 128,4.
e) 0.

7. Numa planilha do MS Excel constam células com os seguintes valores: A1=20;


B1 = 12 ; C1= 4. O valor contido na célula D1 se ela contiver a seguinte
expressão:=PAR(4)+A1-B1/C1 será:

a) 6.
b) 8.
c) 21.
d) 16.
e) 12.

8. Observe a Figura a seguir extraída do MS Excel.

446
Se a célula K1 for copiada para J2, qual será o valor em J2?

a) 6
b) 7
c) 14
d) 15
e) #REF!

GABARITO

1-D
2-A
3-B
4-D
5-D
6-B
7-C
8-A

447
Microsoft Word
O Word é uma poderosa ferramenta de edição de textos desenvolvido Microsoft,
e traz uma série de recursos a fim de facilitar a vida do usuário. Há muito vem
sendo recorrente em provas de concursos a suíte de escritório, então é de
fundamental importância que estudemos afim esse assunto. Dependendo do
certame, pode ser abordado também o editor de textos do pacote BrOffice –
LibreOffice, o Writer, porém o mais comum, particularmente em concursos
federais, é serem abordados os dois programas. Uma diferença fundamental
entre o Word e o Writer são as extensões de arquivos, pois enquanto o Word
tem a extensão padrão “.docx” e de modelos “.dotx”, o Writer tem como extensão
padrão “.odt” e de modelos “.ott”.

Guias e Menus

A suíte da Microsoft utilizadas para desenvolvimento de Textos Word já vem com


sua configuração padrão pré-definida e também com sua estrutura básica de
menus e guias.
• Menu-Arquivo
• Guias -Página Inicial, Inserir, Design, Layout da página, Referências,
Correspondências, revisão e exibir.

BIZU CAVERNOSO!!!
PAin INSERIU DESIGN E LAYOUTS Referentes as correspondências
revisadas e exibidas.

OBS: Existem algumas guias dentro do pacote office que são semelhantes aos
demais programas do pacote, e existem guias que por sua vez são exclusivas.
As guias que são exclusivas do Word, ou seja, que não existem em outros
aplicativos, são aquelas que estão no PLURAL (e agora é aula de português
professor?) e são as guias REFERÊNCIAS e CORRESPONDÊNCIAS.

448
Configuração Padrão do Word
As últimas versões do Word permaneceram com as mesmas definições de
configuração padrão, esse tema é bastante relevância e comumente explorado
em concursos públicos.

Hiperlink

No Word ainda é possível acrescentar hiperlinks, que são atalhos que podem ser
tanto externos (para um site, por exemplo http://www.ronaldobandeira.com.br),
quanto internos (para outra página do mesmo documento, por exemplo). Por
padrão, um hiperlink inserido e ainda não

habilitado é indicado na cor azul e sublinhado simples, Já um hiperlink habilitado


é indicado na cor roxa e sublinhado simples.

O Caminho para inserir um hiperlink em um texto no Word é:


1º Selecionar o elemento
2º Ir na guia “Inserir”

449
3ºEscolher no grupo “links” a ferramenta “hiperlink”. Ao abrir a janela de
formatação do hiperlink
é escolhido o endereço do atalho interno ou externo.

BIZU CAVERNOSO!!!

Para habilitar um hiperlink, por meio do curso do mouse, é necessário manter


pressionada a tecla Ctrl.

Pincel de Formatação

Uma ferramenta de grande relevância no MS-Word é o pincel de formatação,


que tem por função copiar e aplicar a formatação de um texto em outras partes.
Existem dois métodos de se trabalhar com o pincel de formatação:
• Clique simples no pincel de formatação - Copia, aplica e desabilita a
ferramenta;
• Clique duplo no pincel de formatação - Copia, aplica e mantém
habilitada a ferramenta para aplicação em outras áreas do texto.

Estilos e Efeitos
No Ms-Word é possível inserir estilos e efeitos ao texto em edição, e esses
seguem abaixo:
• Regular (Normal)
• Negrito (Crtl + N) (EXEMPLO)
• Itálico (Crtl + I) (EXEMPLO)
• Negrito Itálico (Crtl + N+I) (EXEMPLO)
• Tachado (EXEMPLO)
• Subscrito (Crtl + =) (EXEMPLO)exemplo
• Sobrescrito (Crtl + Shift + +) (EXEMPLO)12345

450
EXERCÍCIOS
1. Observe as palavras digitadas e formatadas no MS-Word 2010, na sua
configuração padrão.

Após selecionar a palavra BALANÇO, assinale a alternativa com a formatação


que será aplicada nas palavras após a execução das ações a seguir:

I. Clique em

II. Seleção das palavras ativos e passivos simultaneamente

III. Seleção da palavra

a) ativos; passivos:
b) ativos; passivos; PATRIMÔNIO
c) ATIVOS; PASSIVOS; PATRIMÔNIO.

d) ATIVOS; PASSIVOS;

e) ativos; passivos;

2. Em um documento criado no Microsoft Word 2010, em sua configuração


padrão, um usuário selecionou dois parágrafos e a caixa de seleção com o
tamanho da fonte ficou em branco, situação que não aconteceu com a caixa de
seleção do tipo da fonte, conforme imagem a seguir, do grupo Fonte da guia
Página Inicial.

451
Assinale a alternativa que indica corretamente a explicação para a caixa de
seleção com o tamanho da fonte ter ficado em branco.

a) O tamanho da fonte de letra nos dois parágrafos selecionados é o mesmo e


maior do que o máximo exibido na caixa de seleção, que é 72.
b) O tamanho da fonte de letra nos dois parágrafos selecionados é o mesmo e
menor do que o mínimo exibido na caixa de seleção, que é 6.
c) O tamanho da fonte de letra é 8,5, sendo o mesmo nos dois parágrafos e a
caixa de seleção só exibe números inteiros.
d) Os dois parágrafos selecionados são uma marca d’água.
e) Há diferentes tamanhos de fonte de letra nos dois parágrafos selecionados.

3. No MS Word, o “pincel de formatação” é utilizado para

a) estabelecer critérios de cores de fundo nas células de uma tabela.


b) definir padrões de bordas para uma tabela.
c) alternar tipos de layout de exibição.
d) copiar a formatação de um trecho e aplicá-la em outro.
e) desenhar formas, tais como retângulos, setas e linhas.

4. Um usuário do MS-Word 2016 selecionou uma letra de uma palavra e, em


seguida, pressionou simultaneamente duas teclas: Ctrl e =. Essa ação aplicará,
no caractere a formatação

a) Itálico.
b) Subscrito.
c) Sublinhado.
d) Sobrescrito.
e) Tachado

452
Seleção De Textos No Microsoft Word
A seleção de texto é uma ferramenta muito importante já que o Word é um editor
de texto, que irôria não? O assunto seleção de texto no Microsoft Word é um
tema bastante cobrado em provas de concursos. Existem basicamente duas
formas de seleção de textos no Editor:
Uma por meio do cursor do mouse
e outra por meio da seta de seleção, que é habilitada quando o cursor do mouse
é levado para a margem
esquerda do documento em edição.

Regras de seleção por meio do cursor do mouse:

Regras de seleção por meio da seta de seleção.

Inserindo planilhas do Excel no Ms-Word


No word é possível ainda, a inserção de planilhas de cálculos do excel devido à
compatibilidade existente entre os diferentes aplicativos do pacote Microsoft
Office.

O caminho para inserção de uma planilha do Excel em um documento em edição


no Word é :
• 1º Ir na guia “INSERIR”,
• 2º Selecionar o grupo “TABELAS
• 3º ferramenta planilha do Excel.

453
Seguem as regras de trabalho com uma planilha de Excel do Word:

1ª Regra - A planilha que for inserida irá seguir todas as regras do Excel e não
de tabela do Word.
2ª Regra - Se o usuário clicar fora da área de edição da planilha, ela
automaticamente se transformará em uma imagem e nunca em uma tabela.
Caso o usuário clique novamente na área de edição, ela volta a ser uma planilha
editável do EXCEL
3ª Regra - Se o usuário selecionar a imagem e copiar, colocando em outro
documento de qualquer aplicativo do pacote MS office, será colada como
imagem, porém poderá ser editada no Ms-Word. De acordo com os termos desta
constituição.

Por padrão como já dito em outrora o alinhamento do Ms-Word é alinhado à


esquerda, mas ainda existem outros três tipos de alinhamentos:
• Alinhamento Centralizado (Alinha o texto ao centro)
• Alinhamento à Direita (Alinha o texto à direita)
• Alinhamento Justificado; (Alinha o texto de maneira uniforme entre às
bordas).

EXERCÍCIOS

1. Utilizando o Word 2016, para o Windows 10, ambos na versão PT-BR, com o
objetivo de aplicar uma formatação específica de fonte na palavra
contemporânea, na linha 2, pode- se clicar

a) três vezes com o botão esquerdo do mouse e, depois, pressionar as teclas


Ctrl + F.
b) duas vezes com o botão esquerdo do mouse e, depois, pressionar as teclas
Ctrl + D.

454
c) duas vezes com o botão direito do mouse e, depois, pressionar as teclas Ctrl
+ F.
d) uma vez com o botão direito do mouse e, depois, pressionar as teclas Ctrl +
D.

2. Durante o processo de edição de um documento no MS-Word 2016, um


usuário decidiu formatar um parágrafo selecionado, clicando sobre o botão
“Justificar”, presente no grupo

Parágrafo da guia Página Inicial. Essa ação fará com que o texto do parágrafo
selecionado seja

a) distribuído uniformemente entre as margens superior e inferior.


b) distribuído uniformemente entre as margens esquerda e direita.
c) centralizado na página.
d) alinhado apenas à margem esquerda.

03. A seleção de um texto com o cursor do mouse tem no clique duplo a seleção
da palavra e espaços existentes até o próximo caractere.

Certo ( ) Errado ( )

GABARITO

1-B
2-B
3 - CERTO

455
Menu Arquivo

Delete e Backspace
São botões muito utilizados ao longo da digitação, principalmente para a
correção de erros.

DELETE - Irá apagar o elemento que se encontra imediatamente à direita do


cursor
BLACKSPACE - Irá apagar o elemento que se encontra imediatamente à
esquerda do cursor.

apague com BACKSPACE l apague com DELETE


Ainda, utilize CTRL + Backspace para excluir uma palavra à esquerda, e CTRL
+ Delete para excluir uma palavra à direita.

Cursor
• Home - Inicio da linha
• End - Final da linha
• Ctrl+Home - Inicio da 1ª Página
• Ctrl+End - Final da última Página
• Ctrl+PGUP - Inicio da página Anterior
• Ctrl+PgDown - Início da próxima Página.

Erros gramaticais:
• Versão 2010 - Sublinhado verde;
• Versão 2013 - Sublinhado Azul;
• Versão 2016 - Duplo Sublinhado Azul;
• Versão 365 - Sublinhado Azul;

456
EXERCÍCIOS

1. Durante a digitação do terceiro parágrafo da página 5 de um documento, no


Word 2016 em português, um assistente administrativo pressionou a
combinação de teclas Ctrl+Home.
Tal combinação de teclas fez com que o cursor se deslocasse para o

a) início da página anterior


b) início do parágrafo anterior
c) início da linha em que estava
d) início do documento
e) final da linha em que estava

2. Trabalhando no Word 2016 e desejando que o tamanho da fonte do texto seja


aumentado em 1 ponto, por meio de teclas de atalho, deve-se utilizar

a) Shift+Q
b) Alt+U
c) Ctrl+]
d) Ctrl+Alt+I
e) Alt+[

3. Uma das formas de se inserir Índices e Notas de Rodapé no Microsoft Word


2013, em português, é por intermédio da guia

a) Design.
b) Layout da Página.
c) Referências.
d) Correspondência.
e) Inserir.

457
4. Um usuário está editando um documento de 10 páginas no Microsoft Word
2010, em sua configuração original. Com o cursor no meio da página 5, assinale
a alternativa que indica a posição do cursor após o usuário pressionar
CTRL+Page Up.

a) Página 1, início do documento.


b) Página 4, início da página.
c) Página 5, início da página.
d) Página 5, início do parágrafo onde está o cursor.
e) Página 10, final do documento

GABARITO

1-D
2-C
3-C
4-B

458
EXERCÍCIOS

1. No Microsoft Word 2019, na guia Página Inicial, grupo Área de Transferência,


é possível utilizar o recurso Pincel de Formatação por meio do ícone/botão
destacado na figura a seguir.

A função do Pincel de Formatação é

a) copiar e colar o texto selecionado.


b) copiar e colar a formatação do texto selecionado.
c) remover a formatação do texto selecionado.
d) realçar o texto selecionado.
e) pintar o conteúdo de uma forma geométrica selecionada.

2. No editor de textos Word 2016, para selecionar uma única palavra do texto,
basta:

a) Pressionar <Ins> com o cursor sobre a palavra.


b) Pressionar <Delete> com o cursor sobre a palavra.
c) Pressionar <Ctrl> com o cursor sobre a palavra.
d) Clicar uma vez na palavra.
e) Clicar duas vezes na palavra.

3. No contexto do MS Word, os termos Normal, Título 1, Título 2 são empregados


para a identificação de

459
a) Estilos.
b) Fontes.
c) Formas.
d) Padrões ortográficos.
e) Símbolos especiais.

4. Assinale a opção correspondente à aba utilizada para criar tabelas no MS


Word.

a) Design
b) Inserir
c) Arquivo
d) Exibir

5. Em relação às funcionalidades do Word 2016, sobre os atalhos do teclado,


assinalar a alternativa CORRETA:

a) Ctrl + N é utilizado para sublinhar o texto selecionado.


b) Ctrl + S é utilizado para deixar o trecho selecionado com formatação subscrito.
c) Ctrl + Z é utilizado para repetir a última ação.
d) Ctrl + C é utilizado para centralizar o trecho selecionado.
e) Ctrl + W é utilizado para fechar o documento.

6. Considerando o editor de texto Microsoft Word 2010, versão em português em


sua instalação padrão, ao selecionar uma palavra no documento e em seguida
utilizar as respectivas teclas de atalho Ctrl + N e Ctrl + S o que ocorrerá? Obs.:
O caractere “+” foi utilizado apenas para interpretação da questão.

a) A palavra selecionada será duplicada e, em seguida, o documento será salvo.


b) A palavra selecionada será formatada no estilo negrito e, em seguida, o
documento será salvo.
c) A palavra selecionada será formatada no formato negrito e, em seguida, no
formato sublinhado.

460
d) Será aberto um Novo documento e, em seguida, irá aplicar o estilo de
formatação sublinhado.
e) Será aberto um Novo documento e, em seguida, será salvo.

7. No MS-Word 2016, a opção de formatação em que o texto é uniformemente


distribuído entre as margens é chamado de:

a) Centralizado;
b) Alinhado ao centro;
c) Alinhado às margens;
d) Justificado.

8. O Microsoft Word é o editor de textos do Microsoft Office. Extremamente,


completo, o programa permite um alto nível de controle das suas funções e
ferramentas a partir do uso de atalhos de teclado. A tecla de atalho CTRL+Q, no
Word 2016:

a) Centralizar o texto.
b) Alinha à esquerda.
c) Alinha à direita.
d) Justifica o texto.
e) Sublinhar o texto.

EXERCÍCIOS

1-B 5-E
2-E 6-C
3-A 7-D
4-B 8-B

461
POWER POINT

O Power Point é o editor de Apresentação de Slides da Microsoft. Cuidado,


algumas provas podem citar o termo slides em Português “Eslaide”.
Programa utilizado para criação e apresentações de Slides. Para iniciá-lo basta
clicar no botão Iniciar da barra de tarefas do Windows, apontar para Todos os
Programas, selecionar Microsoft Office e clicar em Microsoft Office PowerPoint.

Na esquerda da tela é possível observar duas guias Slides e Tópicos, como


nosso slide está vazio ao clicar em tópicos não será mostrado nada. No rodapé
à direita temos o controle de Zoom e sendo mostrados anteriores a ele três
botões que permite visualizar a sua apresentação.

O primeiro deles é botão Normal ele mostra a tela como está no momento, o
segundo botão é Classificação de Slides é através dele que podemos visualizar
os slides em miniatura, essa opção é útil quando precisamos mover excluir
slides, quando se aplica transição de slides, etc... O terceiro botão é a
Apresentação de Slides, como o próprio nome diz, é através dele que podemos
ver como fica a apresentação pronta.

462
Layout e Design
Para definirmos qual o layout a ser utilizado no slide na ABA Início, existe o
grupo Slides.

Neste grupo temos o botão de Novo Slide que permite adicionar slides a sua
apresentação. Ao clicar nele será aberta à possibilidade de escolha do tipo de
slide, a opção de duplicar um slide existente.

Nesta guia temos o grupo Configurar Página que permite configurar o slide e
definir a orientação do mesmo, a guia ao lado Temas, permite que você possa
aplicar diversos temas a sua apresentação, estes temas mudam as cores de
fundo e fonte, e o tipo de letra a ser utilizado, ao clicar no canto a direita do grupo

463
serão mostrados mais alguns modelos e a possibilidade de buscar temas o Office
On-line.

Formatação de Textos
A formatação de textos é semelhante ao Word e Excel, a grande diferença é que
no Power Point todo texto é baseado em caixas de texto. No slide que se abriu
junto com a apresentação temos uma caixa de texto para o título e uma caixa de
texto para o subtítulo.

Para formatar nossa caixa de texto temos os grupos da aba inicio

O primeiro grupo é a Fonte, podemos através deste grupo aplicar um tipo de


letra, um tamanho, efeitos, cor, etc..., podemos também clicar na faixa Fonte
para abrir a janela de fonte.

464
O grupo Parágrafo permite definir o alinhamento do texto, colocar o texto em
colunas, o espaçamento entre as linhas, direção do texto, alinhamento do texto
em relação à caixa e Converter em SmartArt. Podemos também clicar na faixa
parágrafo.

O grupo ao lado Desenho

Temos a área de formas a serem desenhadas. Ao lado o botão de Organizar que


permite ordenar os objetos dentro dos slides, agrupar dois ou mais objetos,
alinhar os objetos.

Smart Art (Fluxograma)


Em nosso próximo slide vamos adicionar um Smart Art, inicie um novo slide e
coloque como título Produção de Vídeo.

465
Áudio e Vídeo
Atualmente o recurso de uso de áudio e vídeo em apresentações se tornou muito
comum devido a equipamentos mais potentes e a novos formatos de vídeo. Para
adicionar um arquivo de áudio ou vídeo a sua apresentação, inicie um novo slide
coloque como título 3D Modelagem e Animação, depois no formato do slide
escolha a opção Inserir Clipe de Mídia. Ao escolher um arquivo de áudio ou
vídeo, será solicitado se o arquivo deve ser tocado imediatamente ao entrar no
slide ou ao ser clicado no mesmo.

Se precisar modificar a forma de exibição do filme, visualizar, etc..., você pode


utilizar a ABA Ferramentas de filme.

466
Classificação de Slides
O modo classificação de slides permite organizar os slides, reposiciona-los na
apresentação, excluir slides desnecessários, aplicar transição de slides, etc...
Para visualizar sua apresentação neste modo de visualização clique no
respectivo botão no rodapé a direita da tela.

Transição de slides
É a forma como os slides vão aparecer em sua apresentação, ou seja, qual será
o movimento que será feito toda vez que estiver terminando um slide e
começando outro.

Hiperlink
Um grande atrativo do Power Point é a possibilidade de apresentar documentos
com o conceito de hipertexto: um slide se liga a outros slides, páginas da web,
documentos de texto etc... por meio de conexões especiais chamadas vínculos
(hiperlinks). Estas conexões podem ser dadas através de uma palavra, texto ou
um objeto como uma imagem, gráfico, forma ou WordArt. No Power Point, os
hiperlinks tornam-se ativos quando você executa sua apresentação, não
enquanto você a cria. Durante a apresentação, quando apontamos para um
hiperlink, automaticamente, a seta do mouse se transforma em um símbolo de
mão, indicando que consiste em algo que se pode clicar. O texto que representa
um hiperlink é exibido sublinhado.

467
Slide Mestre
Quando você quiser que todos os seus slides contenham as mesmas fontes e
imagens (como logotipos), poderá fazer essas alterações em um só lugar — no
Slide Mestre, e elas serão aplicadas a todos os slides. Para abrir o modo de
exibição do Slide Mestre, na guia Exibir, selecione Slide Mestre:

Quando você edita o slide mestre, todos os slides subsequentes conterão essas
alterações. Entretanto, a maioria das alterações feitas se aplicarão aos layouts
de slide relacionados ao slide mestre.

Quando você faz alterações nos layouts e no slide mestre no modo de exibição
de Slide Mestre, outras pessoas que estejam trabalhando em sua apresentação
(no modo de exibição Normal) não podem excluir nem editar acidentalmente
suas alterações.
Por outro lado, se você estiver trabalhando no modo de exibição Normal e
perceber que não consegue editar um elemento em um slide (por exemplo, "por
que não posso remover esta imagem?"), talvez o que você está tentando alterar
seja definido no Slide Mestre.
Para editar esse item, você deve alternar para o modo de exibição de Slide
Mestre.

468
EXERCÍCIOS

1. No Power Point, a opção exibir em “Slide Mestre” contribui para

a) o efeito de transição entre dois slides sucessivos.


b) o controle do tempo de exibição de um slide entre os modos “avançar ao clique
do mouse" ou “avançar após um intervalo de tempo".
c) o controle da aparência na apresentação inteira e pode inserir uma forma ou
logomarca para que ela seja mostrada em todos os slides.
d) a geração de um índice dos slides da apresentação e, dessa forma, permitir
que se vá diretamente para um determinado slide durante uma apresentação.
e) a inserção de um slide no início da apresentação e executa um clip ou um
programa.

2. A extensão “.ppt” está associada a qual programa:

a) Adobe Photoshop.
b) Microsoft Power Point.
c) Microsoft Picture Publisher.
d) Adobe Acrobat.

3. A Microsoft® é uma empresa detentora de diversas ferramentas para a edição


de dados, uma delas é o pacote de ferramentas Microsoft Office que contém a
ferramenta PowerPoint. Assinale a alternativa correta em relação a esta
ferramenta em destaque.

a) Editor de banco de dados


b) Exibir e editar apresentações
c) Navegador internet
d) Editor de Planilha eletrônica

469
GABARITO

1-C
2-B
3-B

LIBRE OFFICE WRITER - Parte I


Por ser uma ferramenta aberta, (uma suÍte de programas de escritório livre (free
software), disponível de forma totalmente gratuita na Internet.) o Writer prioriza
o padrão Open Document para salvar seus arquivos. No caso, o Open Document
Text (ODT). Contudo, ele também é compatível com os formatos .doc e .docx da
suíte Microsoft Office.
Destaque, na janela Salvar Como..., o oferecimento do recurso Salvar com
Senha, que protege o arquivo de acessos indevidos (usuários que não possuam
a senha).

odt - Documento de texto do BrOffice.org/LibreOffice Writer.


.ods - Planilha do BrOffice.org/LibreOffice Calc.
.odp - Apresentação de slides do BrOffice.org/LibreOffice Impress.

470
BIZU CAVEIRA!!!
Diferentemente do Microsoft Office, as aplicações do LibreOffice não oferecem
o PDF entre as extensões de salvamento. Para salvar um arquivo em formato
PDF, é preciso ir na Guia Arquivo e selecionar a opção Exportar como PDF...

Vantagens em adotar o pacote LibreOffice


• Sem taxas de licenciamento
• Qualquer um pode usar e distribuir cópias sem pagar nada. Mesmo alguns
recursos que são pagos em outros pacotes (como a exportação para PDF)
são gratuitos no LibreOffice.
• Open Source (Código aberto) Você pode distribuir, copiar e modificar o
software o quanto quiser, de acordo com as licenças de código aberto do
LibreOffice.
• Multiplataforma O LibreOffice roda em várias arquiteturas de hardware e
múltiplos sistemas operacionais, como o Microsoft Windows, Mac OS X e
Linux.

Interface do writer

Barra de Menus

471
Barra de Ferramentas padrão

Cumpre observar que os botões possuem setas para baixo. Logo, se forem
apresentados com tais sinais gráficos na questão, o candidato deve lembrar que
será aberta uma lista de opções referente ao recurso utilizado.

Alinhamentos

Pincel de Formatação

No LibreOffice Writer, o “Pincel de formatação” permite replicar as opções de


formatação de um trecho para outro. Nesse contexto, considere as opções de
formatação a seguir.

I. Cor da fonte.
II. Cor de realce.
III. Fonte sublinhada.
IV. Fonte em negrito.
V. Tipo da fonte.

472
SELEÇÃO DE TEXTO

CLIQUE SIMPLES - ALTERA A POSIÇÃO DO CURSOR


CLIQUE DUPLO - SELECIONA A PALAVRA
CLIQUE TRIPLO - SELECIONA O PERÍODO OU FRASE.
CLIQUE QUADRUPLO - SELECIONA O PARÁGRAFO.

EXERCÍCIOS

1. Quais são as extensões-padrão dos arquivos gerados pelo LibreOffice Writer


e LibreOffice Calc, ambos na versão 5.2, respectivamente?

a) .odt e .ods
b) .odt e .odg
c) .ods e .odp
d) .odb e .otp
e) .ods e .otp

2. É muito comum nas repartições públicas da esfera federal a utilização do


pacote MS LibreOffice como forma de diminuição dos custos com aquisições de
licenças dos aplicativos proprietários. Qual a tecla de atalho para utilizar uma
fonte NEGRITO utilizando o LibreOffice Writer?

a) CTRL + B
b) CTRL + P
c) CTRL + N
d) CTRL + A
e) CTRL + I

3. Considere o texto a seguir, escrito utilizando-se o editor de textos LibreOffice:


“Na década de 1990, começou o programa de industrialização em Aparecida de

473
Goiânia de forma mais intensa, cujo processo já se desenvolvia de modo
espontâneo, tendo em vista que o município se localiza na região sul da capital
do Estado e possui ligação com a região Sudeste do País, pela BR-153.” Para
formatar este texto em negrito, o usuário pode clicar

a) três vezes com o botão esquerdo do mouse em qualquer parte do texto e


pressionar Ctrl+B.
b) duas vezes com o botão esquerdo do mouse em qualquer parte do texto e
pressionar Ctrl+B.
c) três vezes com o botão direito do mouse em qualquer parte do texto e
pressionar Ctrl+N.
d) duas vezes com o botão direito do mouse em qualquer parte do texto e
pressionar Ctrl+N.

4. Fonte padrão de um novo documento do OpenOffice Writer 4.1.3, versão


português, logo após a instalação:

a) Arial.
b) Calibri.
c) Times New Roman.
d) Verdana.

5. No editor de texto LibreOffice Writer, quando é feito um triplo clique numa


palavra de um parágrafo,

a) toda a frase é selecionada.


b) toda a palavra é selecionada.
c) todo o parágrafo é selecionado.
d) toda a página é selecionada.

6. No LibreOffice Writer, o “Pincel de formatação” permite replicar as opções de


formatação de um trecho para outro. Nesse contexto, considere as opções de
formatação a seguir.

474
I. Cor da fonte.
II. Cor de realce.
III. Fonte sublinhada.
IV. Fonte em negrito.
Assinale a opção que indica as opções de formatação que são replicadas quando
o “Pincel de formatação” é acionado.

a) I e II, somente.
b) I, II e III, somente.
c) II e III, somente.
d) II, III e IV, somente.
e) I, II, III e IV.

7. Com relação ao LibreOffice Writer, marque (V) para as afirmativas


VERDADEIRAS e (F), para as FALSAS, considerando a configuração padrão
dos botões do mouse.

( ) É possível selecionar uma palavra, clicando uma vez com o botão esquerdo
do mouse sobre ela.
( ) É possível selecionar uma frase, clicando três vezes com o botão esquerdo
do mouse sobre uma palavra contida nela.
( ) É possível selecionar um parágrafo, clicando quatro vezes com o botão
esquerdo do mouse sobre uma palavra contida nele.
( ) É possível selecionar múltiplas palavras não sequenciais, combinando o clique
do mouse com a tecla shift. Assinale a alternativa que contém a sequência
CORRETA, de cima para baixo.

a) V – V – F – F
b) F – F – F – V
c) F – V – F – V
d) V – V – F – V
e) F – V – V – F

475
8. A extensão padrão do software LibO Writer para arquivos do tipo texto é:

a) “.odt”.
b) “.doc”.
c) “.wdoc”.
d) “.odx”.

9. No editor de textos Writer, Configuração Local, Idioma Português-Brasil,


presente na suíte de escritórios BrOffice e LibreOffice, uma forma de selecionar
todo o texto é usar uma combinação de teclas; assinale-a.

a) Ctrl + A
b) Ctrl + B
c) Ctrl + S
d) Ctrl + T

10. É uma opção de alinhamento de parágrafo em um documento-texto do


LibreOffice Writer

a) Normal.
b) Realçado.
c) Justificado.
d) Sobrescrito.

11. No BrOffice Writer, Configuração Local, Idioma Português-Brasil, quando se


aciona as teclas [CTRL+ S] o resultado é:

a) Salvar.
b) Fechar.
c) Salvar como.
d) Abrir arquivo.

476
12. No processador de textos Writer, componente da suíte de aplicativos
LibreOffice 6.x.x, após a digitação completa de um texto obediente à norma culta
da nossa língua pátria, se um usuário destro pretende selecionar um bloco de
texto equivalente a uma determinada frase de um dos parágrafos desse texto,
ele deverá posicionar o ponteiro do mouse sobre uma das palavras pertencente
à frase escolhida e, com o auxílio do botão esquerdo, executar um

a) clique simples.
b) clique duplo.
c) clique triplo.
d) clique quádruplo

GABARITO

1-A
2-A
3-A
4-C
5-A
6-E
7-E
8-A
9-A
10 - C
11 - A
12 - C

477
LIBREOFFICE CALC

Operadores
Sobre operadores aritméticos assim como sobre células de absorção a maioria
das perguntas é direta, mas as pegadinhas são colocadas na matemática destes
operadores, ou seja, as regras de prioridade de operadores devem ser
observadas para que não seja realizado um cálculo errado.

Operador de Texto
Os editores também contam com um operador de que permite operar com texto.
O operador de concatenação & que junta o conteúdo das células na célula
resultado. Cuidado nesse caso a ordem dos operadores altera o resultado.
A figura a seguir ilustra as células com operações de concatenação.

A figura abaixo mostra os resultados obtidos pelas fórmulas inseridas, atente aos
resultados e perceba que a ordem dos fatores muda o resultado. Também
observe que por ter sido utilizado um operador de texto o resultado por padrão
fica alinhado à esquerda.

478
Referência
Os operadores de referência são aqueles utilizados para definir o intervalo de
dados que uma função deve utilizar.

Considerando o seguinte conjunto de dados em uma planilha em edição no Calc.

=SOMA(A1 : A4)
A função é lida como Soma de A1 até A4, ou seja, todas as células que estão no
intervalo de A1 até A4 inclusive. Para o caso de exemplo o resultado = 100.
De forma equivalente pode-se escrever a função como se segue:
=SOMA(A1 ; A2 ; A3 ; A4 )
A qual se lê Soma de A1 e A2 e A3 e A4, assim é possível especificar células
aleatórias de uma planilha para realizar um cálculo. Contudo cuidado com a
situação a seguir.
=SOMA(A1 ; A4)

479
Neste caso a leitura é Soma de A1 e A4, ou seja, apenas estão sendo somadas
as células A1 com A4 as demais não entram no conjunto especificado. Para esse
caso o resultado seria 50.
=SOMA(A1 : A4 ! A3 : A5)
Já nesta situação apresentada deseja-se somar apenas as células que são
comuns ao intervalo de A1 até A4 com A3 até A5, que no caso são as células
A3 e A4, assim a soma destas células resulta em 70.

EXERCÍCIOS

1. Um programa de planilha eletrônica como Microsoft Excel ou BrOffice Calc


permite realizar cálculos através de números e fórmulas armazenadas em
células. Suponha as seguintes células preenchidas com números: A1=6, A2=5,
A3=4, B1=3, B2=2, B3=1. Que valor será calculado e exibido na célula C3 caso
esta tenha o conteúdo =SOMA(A2:B3)?

a) 5
b) 12
c) 6
d) 15
e) 21

2. No que se refere ao Microsoft Excel e ao BrOffice.org Calc, considere as


planilhas abaixo, elaboradas na mesma pasta de trabalho, estando a planilha do
item I na primeira aba e a do item II na segunda aba.

480
Considerando que, no Excel, o valor 475, apresentado na célula E6, resulta da
aplicação da fórmula
=SOMA(E2:E5;C2:C5), é correto afirmar que a seleção dos intervalos foi
realizada pelo mouse com o auxílio:

a) Das teclas Ctrl + Alt.


b) Da tecla Shift.
c) Da tecla Ctrl.
d) Das teclas Ctrl + Shift.
e) Da tecla Alt.

GABARITO

01 - B
02 - C

481
EXERCÍCIOS

1. Considere a figura a seguir, extraída do LibreOffice 5.0 Calc.

Note que a figura apresenta os valores numéricos das células A1:A5 e a fórmula
na célula B1. Todas as outras células estão vazias. Assinale a opção que indica
o valor da célula B2, se a célula B1 for copiada para a célula B2 através de uma
operação Ctrl+C e Ctrl+V.

a) 1
b) 2
c) 4
d) 8
e) 16

2. João criou a seguinte planilha no programa LibreOffice Calc, versão 5.2. Após
ter criado a planilha, ele selecionou a célula C1 e digitou a seguinte fórmula:

=SE(MÁXIMO(A1:A5)>MÁXIMO(A1:B5);SOMA( A1:B5);SOMA(A1:B3))

482
Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta corretamente valor
exibido na célula C1.

a) 24
b) 12
c) 10
d) 23
e) 36

3. No contexto das planilhas eletrônicas, analise a fórmula a seguir. =B$2+$C3


Considere que a célula localizada na primeira coluna da primeira linha de uma
planilha, contendo a fórmula acima, tenha sido copiada e colada na célula
localizada na terceira coluna da décima linha. Ao final da operação de copiar e
colar, a fórmula na célula que recebeu a cópia será

a) =B2+C3
b) =D$2+$C12
c) =D$2+$C13
d) =D$3+$C12
e) =D$3+$C13

4. É CORRETO afirmar que o LibO Calc é um programa:

a) De cálculo contido no Sistema Operacional Linux.


b) Que possibilita a criação, edição e apresentação de planilhas eletrônicas.
c) De proteção dos computadores para rastreamento de arquivos nocivos.
d) Com fórmulas matemáticas sendo capaz de criar fórmulas para funções
algébricas, logarítmicas, trigonométricas e estatísticas.

5. ODF é um formato padrão internacional ISO para documentos de escritório,


criado em 2006. É um padrão aberto que qualquer empresa pode implementar
nos seus programas. O LibreOffice 5.2 e versões anteriores usam o formato ODF
como formato padrão de documentos. Qual a extensão de um arquivo padrão

483
ODF com o respectivo programa no LibreOffice 5.2:?

a) ods: Extensão de arquivos criada pela Planilha eletrônica Calc.


b) odw: Extensão de arquivos criada pelo Editor de Textos Writer.
c) odd: Extensão de arquivos criada pelo banco de dados Base.
d) odi: Extensão de arquivos criada pelo programa de apresentações Impress.
e) odm: Extensão de arquivos criada pelo programa de equações Math

6. Com base no programa Calc do Pacote LibreOffice 5.0, em sua configuração


padrão, presuma que o usuário digitou no endereço de célula A4 o seguinte:
=B1+$C1+D1 e, logo após, copiou e colou a fórmula para o endereço de célula
B5. Qual a fórmula que estará regravada em B5?

a) =B1+$C1+D1
b) =B2+$D2+E3
c) =C2+$C4+E6
d) =E2+$C5+D9
e) =C2+$C2+E2

7. No Apache Open Office Calc 4.1.2, em sua configuração original, a célula A1


contém o valor 3,1461. Assinale a alternativa que apresenta o resultado da
fórmula =ARRED(A1;2) inserida na célula A2.

a) 3
b) 3,1461
c) 3,15
d) 6,2922
e) 6,30

GABARITO
1-A
2-A

484
3-B
4-B
5-A
6-E
7-C

Redes Sociais (Detalhamento)


Cada rede social possui uma característica que a destaca das outras quanto ao
objetivo, formas
de relacionamentos e ferramentas existentes. Seguem as características das
principais redes sociais.

Facebook
• Criado em 2004 por mark Zuckerberg
• Abrangência – Até 2005 apenas nos Estados Unidos.
• A partir de 2005 – Mundo (sem restrição).
• Final de 2012 – 1 bilhão de usuários.
• Gratuito e gera receitas provenientes de publicidade.

Subsidiárias:
• Instagram.
• Whatsapp.

Características
• Adicionando pessoas.
• Publicar vídeos.
• Publicar imagens.
• Publicar fotos.
• Executar aplicativos.
• Fan-page (característica de mídia social).

485
Twitter
• É uma rede social que funciona como um microblog.
• Criação – 2006.

Interação:
• Seguir contas.
• Mensagens de texto (280 caracteres).

Ferramentas:
• Retweet.
• Twitter List ou Lista do Twetter
• Trending Topics ou Assuntos do Momento

Google Plus – Google +


• Criado em 2011 pela empresa Google Inc.
• Rede social baseada em criação de círculos de relacionamentos.

Ferramentas
• Círculos
• Hangout On Air
• Sparks_
• Instant Upload
• Fotos
• Hangouts

EXERCÍCIOS

1. Sobre redes sociais, analise as afirmações a seguir:

I. O Twitter é uma rede social que permite que os usuários enviem e recebam
mensagens de texto com uma
quantidade limitada de caracteres. Essas mensagens são conhecidas como
“tweets”.

486
II. Os Trending Topics (TTs) ou Assuntos do Momento, são uma lista em tempo
real das frases mais publicadas no Twitter pelo mundo todo.
III. O LinkedIn é uma rede social utilizada principalmente por profissionais, com
o intuito de apresentar suas aptidões buscando oportunidades oferecidas por
outros profissionais e empresas.
IV. Após a criação de outras redes sociais para postagem de fotos e vídeos por
parte de seus usuários, o Facebook foi extinto em 2014.
V. São exemplos de redes sociais Facebook, Twitter, LinkedIn e LibreOffice.
Apenas estão CORRETAS:

a) I, III e IV;
b) II, III, IV e V;
c) I, II e III;
d) II, IV e V;
e) I e V.

2. Facebook, Instagram e Twiter são softwares conhecidos como:

a) Redes Sociais.
b) WebMail.
c) Correio Eletrônico.
d) Sistema operacional.
e) Comércio Eletrônico.

3. Com o avanço tecnológico surgiu várias Redes Sociais buscado espaço na


rede de internet. Observe o contexto: “maior rede profissional do mundo, com
aproximadamente 550 milhões de usuários, com objetivo de conectar
profissionais de todo o mundo, focando no crescimento de suas carreiras,
permitindo assim, a empresa a buscar pelos perfis profissionais nessa rede
social”. O texto apresentado descreve sobre a Rede Social:

a) Hotmail.
b) Linkedin.
c) Facebook.

487
d) Twitter.
e) Instagram.

4. A criptografia de ponta a ponta de uma rede social assegura que somente


você e a pessoa com que você está se comunicando possam ler o que é enviado
e ninguém mais, nem mesmo essa rede social. Essa rede social descreve que
“as suas mensagens estão seguras com cadeados e somente você e a pessoa
que as recebe possuem as chaves especiais necessária para destrancá-los e ler
as mensagens”. Segundo essa rede social, a criptografia de ponta a ponta
assegura que suas mensagens, fotos, vídeos, mensagens de voz, atualizações
de status, documentos e ligações estão seguras e não cairão em mãos erradas.
Além disso, cada grupo criado nela pode ter no máximo 256 membros. Essa rede
social é conhecida pelo nome de

a) Whatsapp.
b) Telegram.
c) Instagram.
d) Flickr.

5. Atualmente é muito comum o uso dos recursos das redes sociais, definidas
como estruturas formadas na internet, por pessoas e organizações que se
conectam a partir de interesses ou valores comuns, sites e aplicativos que
operam em níveis diversos, como profissional e de relacionamento, mas sempre
permitindo o compartilhamento de informações entre pessoas elou empresas.
Entre as redes sociais, uma é direcionada particularmente para reunir
profissionais, com interesses empresariais e de trabalho, permitindo a
interatividade entre os profissionais, ao passo que outra visa prioritariamente o
compartilhamento de fotos e vídeos entre usuários. São exemplos desses dois
tipos de redes sociais, respectivamente:

a) Linkedin e Instagram.
b) Instagram e Dropbox.
c) Dropbox e Spotify.
d) Spotify e Linkedin.

6. Considerando o conceito de engajamento nas redes sociais, é correto afirmar


que

488
a) a periodicidade ideal de postagens para aumentar o nível médio de
engajamento de um perfil varia de acordo com fatores como público, conteúdo
das postagens e plataforma de publicação.
b) a definição do engajamento de uma postagem se limita ao número de
comentários deixados nela.
c) o impulsionamento pago de conteúdo é sinônimo de alcance orgânico e serve
para desacelerar o engajamento de uma publicação.
d) o nível de engajamento médio do perfil de uma marca em uma rede social
equivale à quantidade de produtos que ela vende em sua loja física.
e) o engajamento da publicação de uma transmissão de vídeo ao vivo se resume
ao número de pessoas que assistiram o vídeo em tempo real.

7. Marcela é compositora e cantora solo. Ela sempre filma suas performances e


seus shows, mas gostaria muito de divulgar seu trabalho em uma rede social
para ficar mais conhecida. Para isso, deve encontrar uma rede social que possa
criar seu espaço e postar seus vídeos. Assim, a melhor rede social para Marcela
fazer a divulgação de seu trabalho é o

a) Telegram.
b) Youtube.
c) Flickr.
d) LinkedIn.

8. A rede social Linkedin, fundada em 2002, tem como um dos seus principais
diferenciais permitir que qualquer pessoa estabeleça uma rede de contatos
profissionais. Entre uma das principais funcionalidades, está a possibilidade de
submissão de currículos para diversas vagas registradas na plataforma. Um dos
requisitos para submissão de arquivos é que o currículo seja, exclusivamente,
em formato

a) Word e tenha menos de 10 MB.


b) PDF ou Word e tenha menos de 10MB.
c) PDF e tenha menos de 5MB.
d) Word ou PDF e tenha menos de 5 MB.

489
GABARITO

1-C
2-A
3-B
4-A
5-A
6-A
7-B
8-D

Manipulação de Arquivos e Pastas.


O que é uma pasta, como vivem, do que se alimentam? Essas e outras
informações você vai descobrir hoje.
• Pastas são estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos
variados;
• Pasta é o nome que damos as “gavetas” do disco;
Pode armazenar arquivos e outras pastas (subpastas).

O que é um arquivo?
• É a representação de dados/informações no computador;
• Ficam dentro das pastas;
• Possuem uma EXTENSÃO que identifica o tipo de dado que ele
representa.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


• Os arquivos e pastas devem ter um nome;
• O nome é dado no momento da criação;
• Os nomes podem conter até 256 caracteres (letras, números, espaço em
branco, símbolos), com exceção de:

490
BIZU CAVERNOSO!!!
B-A-S-I-A-DO
• BARRAS (/ \ |)
• ASTERISCO (*)
• SETAS (> <)
• INTERROGAÇÃO (?)
• ASPAS (“ ”)
• DOIS PONTOS (:)

Windows Explorer
É o gerenciador de arquivos e pastas que acompanha o sistema operacional
Windows, todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda
pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.

Extensões de Arquivos

491
EXERCÍCIOS

1. Em uma pasta do Microsoft Windows 10, em sua configuração geral original,


mas com uma configuração específica para que os arquivos ocultos sejam
exibidos, existem 4 arquivos e 1 pasta, tal qual apresentado na imagem a seguir.

O arquivo Arq1.txt está configurado como oculto. O arquivo Arquivo A.txt está
configurado como apenas leitura. Os demais arquivos e a pasta Pasta 1 não
possuem nenhuma configuração específica. Assinale a alternativa que indica
qual(is) item(ns) será(ão) apagado(s) quando o usuário selecionar todos,
pressionando as teclas CTRL+A e pressionando, em seguida, a tecla Delete.

a) Pasta 1, apenas.
b) Arq1.txt, Arq2.txt, Arquivo A.txt e Arquivo B.txt, apenas.
c) Pasta 1, Arq2.txt, e Arquivo B.txt, apenas.
d) Arq2.txt, e Arquivo B.txt, apenas.
e) Pasta 1, Arq1.txt, Arq2.txt, Arquivo A.txt e Arquivo B.txt.

2. Na Área de Trabalho do MS Windows 7, existem dois arquivos nomeados


“Arq1” e “Arq2”. Sabendo que estes arquivos foram criados pelos programas MS
PowerPoint e MS Excel, respectivamente, tentar renomear “Arq2” para “Arq1” irá
resultar em:

a) erro, pois o mesmo diretório não pode conter dois arquivos com o mesmo
nome.
b) erro, pois os arquivos possuem extensões diferentes e não podem ser
mesclados.
c) sucesso, pois os arquivos foram gerados por programas que geram arquivos

492
de extensões diferentes.
d) sucesso, pois a Área de Trabalho permite a existência de arquivos com o
mesmo nome e extensão
e) sucesso, mas o conteúdo dos arquivos será mesclado em um único arquivo.

3. Tem-se o seguinte conteúdo de uma pasta sendo exibido por meio do


Windows Explorer, no Microsoft Windows 7, em sua configuração original.

Considerando que os itens Pasta 1, Arquivo A.txt e Arquivo C.bmp estão


selecionados, assinale a alternativa que indica a tecla que foi mantida
pressionada enquanto o usuário clicou com o botão principal do mouse sobre
os itens, para selecioná-los.

a) SHIFT
b) ALT
c) TAB
d) CTRL
e) BACKSPACE

GABARITO

1-E
2-C
3-D

493
Deep Web

Definição
Deep Web se refere ao conteúdo da World wide web que não é indexado pelos
mecanismode busca padrão, ou seja, não faz parte da surface (superfície) web.

Tipos de classificação
O conteúdo da deep web pode ser classificado como:

• Conteúdo Dinâmico
Páginas dinâmicas que são retornadas em resposta a um pedido
(requisição) feito pelo usuário.

Páginas dinâmicas - São páginas que utilizam linguagens de


programação como por exemplo :PHP,JSP,ASPNET,ETC

• Conteúdo Isolado
São páginas que não contém nenhuma ligação ou referências vindas de
outras páginas da web, podemos dizer que essas páginas não possuem
backlinks.

Backlinks - Também podem ser chamados de links de entrada, são links


recebidos por um sitio ou página da web. Significa qualquer ligação
recebida de fonte para fonte.

• Web Privada
São sítios que exigem um registro do usuário como por exemplo um login
e uma senha.

• Conteúdo de acesso limitado


Sites que limitam o acesso às suas páginas de modo técnico como por
exemplo usando o CAPTHA’s.

Riscos
O risco que pode ocorrer na Deep Web é, basicamente, a finalidade com que o
usuário irá acessá-la. Por conter páginas com conteúdo ilícito, as mesmas
podem conter malwares (softwares maliciosos), prejudicando a segurança do
computador. Vale ressaltar que ela também, por ser criptografada e anônima,
por isso muito utilizada por criminosos.

494
As ferramentas de busca só podem acessar 0,03% da internet. O restante que
não consegue ser buscado é conhecido como deep web e, dentro desta, há a
dark web
Existem sites que tem por finalidade realizar denúncias de casos de violência
doméstica, opressão do governo, ETC. A mesma também pode ser usada pelos
governos para operações secretas.

A dark web
A definição ao pé da letra de DARK WEB é Rede Obscura ou endereço obscuro.
Ou seja, todo o conteúdo que não está na surface web ou seja na superfície. A
Dark web é uma pequena parte que não é indexada e restrita da deep web. Para
poder realizar o acesso, é necessário a utilização de um software específico e
autenticação. Esta parte da web é realmente mais escondida e possui um
enorme mercado ilegal tais como: Pornografia infantil, venda ilegal de drogas,
venda de órgãos humanos, torturas, etc. Por incrível que possa parecer dentro
da rede obscura você também pode contratar hackers e assassinos.
Em regra, na dark web, é necessário que o usuário ofereça algum conteúdo
antes de entrar, ou seja de certa forma está se aliando ao “crime”. pois isso
diminui as chances de denúncia. Depois de ter o acesso, o usuário pode adquirir
bens e serviços ilegais. A ferramenta de busca mais comum desta web é
chamado TOR e um dos “mercados” de maior sucesso é Silk Road, onde
produtos e serviços são comprados com bitcoins – dinheiro digital – em completo
anonimato.
A Dark Web Tem suas URL’s (Localizador Uniforme de Recursos/ Uniform
Resource Locator) como um conjunto de números e letras seguidos do domínio.
ONION
Sites desse domínio não são indexados por navegadores comuns como: Mozilla
Firefox, google Chrome, Opera e etc. Sendo amplamente acessado pelo TOR
BROWSER .

TOR BROWSER - Foi um projeto desenvolvido pela agência de inteligência


naval americana, que se tornou um projeto OPEN SOURCE, ou seja, que tem o
seu código fonte aberto, permitindo assim que qualquer usuário possa navegar
de forma anônima.
Para gerar essa navegação anônima, o navegador encripta (criptografa) o
endereço IP (Internet Protocol) do usuário e o roteia através de vários outros
roteadores conectados ao redor do mundo que também façam uso do browser.

Esse sistema de criptografar o IP gera como resultado uma grande complexidade


de se encontrar, rastrear e identificar usuários que usem esse navegador.

495
EXERCÍCIOS

1. Analise as seguintes definições e assinale a INCORRETA:

a) A Deep Web refere-se ao conteúdo da World Wide Web que não é indexada
pelos mecanismos de busca padrão, ou seja, não faz parte da Surface Web.
b) Moedas virtuais, como o Bitcoin, são moedas criptografadas. Trata-se de uma
forma de dinheiro que existe apenas digitalmente. O Banco Mundial define as
regras e efetua o monitoramento do comércio deste tipo de moeda.
c) A Dark Web é uma parte não indexada e restrita da Deep Web e é
normalmente utilizada para comércio ilegal e pornografia infantil.
d) A computação em nuvem refere-se a um modelo de computação que fornece
acesso a um pool compartilhado de recursos de computação (computadores,
armazenamento, aplicativos e serviços) em uma rede.

2. A Dark Web Tem suas URL’s (Localizador Uniforme de Recursos/ Uniform


Resource Locator) como um conjunto de números e letras seguidos do domínio.
ONION.

Certo ( ) errado ( )

3. Sites desse domínio não são indexados por navegadores comuns como:
Mozilla Firefox, google Chrome, Opera e etc. Sendo amplamente acessado pelo
TOR BROWSER

Certo ( ) errado ( )

GABARITO:

1-B
2 - CERTO
3 - CERTO

496
LibreOffice Impress
É também conhecido como editor de slides convém atentar às palavras
aportuguesadas, como eslaide, que aparenta estar errada, e comumente é
usada justamente com o propósito de induzir o candidato ao erro

Formatos de Arquivos
O formato de arquivo salvo por padrão no BrOffice (LibreOffice) Impress é o ODP
(Open Document Presentation) Contudo, é possível salvar uma apresentação no
formato PPT do Power-Point (2003) ou PPTX do PowerPoint 2007 e 2010.

Abertura do Programa

497
Janela do programa
Devemos entender algumas partes da janela do editor para melhor compreender
os seus recursos. A primeira barra ao topo onde encontramos os botões Fechar,
Maximizar/Restaurar e Minimizar é a chamada de Barra de Título, pois expressa
o nome do arquivo e o programa no qual está sendo trabalhado.

498
A barra logo abaixo é a Barra de Menu, onde se encontram as ferramentas do
programa.
Na sequência, são exibidas as duas barras de ferramentas (Padrão e de
Formatação). Convém atentar às divisões da janela: na lateral esquerda está o
painel Slides, nele são exibidas as miniaturas dos slides com a finalidade de
navegação na apresentação, bem como de organização. Para trocar slides de
lugar, basta clicar e, mantendo-se o mouse pressionado sobre o slide que se
deseja mover, deve-se clicar e arrastá-lo, e ele será disposto na posição
desejada.

Mestre
“Um mestre é aquele que deve ser seguido”, ou seja, o slide mestre nada mais
é do que uma estrutura base para a criação de um conjunto de slides. Por meio
desse recurso podemos criar um modelo no qual se definem estilos de título,
parágrafo, tópicos, planos de fundo e os campos de data/hora, rodapé e número
do slide, conforme pode ser visualizado na imagem abaixo.

499
Para acionar o modo acima exibido, basta clicar:
• no menu Exibir
• Mestre
• Slide Mestre

Já a opção Notas Mestre serve para formatar as características das anotações


(notas) que podem ser associadas a cada slide, conforme ilustrado a seguir. Já
o item Elementos do Slide Mestre serve para indicar quais elementos se deseja
que apareçam nos slides ou notas.

EXERCÍCIOS

1. Na suíte LibreOffice 42, o componente Impress destina-se:

a) à edição de fórmulas matemáticas para documentos


b) ao gerenciamento de uma ou mais impressoras
c) à edição de imagens e arquivos congêneres
d) à edição de apresentações de slides

500
2. Os arquivos do Microsoft PowerPoint dos tipos ppt, pps e pptx podem ser
abertos pelo módulo Impress do BrOffice
Assinale a alternativa correta em relação à suíte de programas de escritório
BrOffice

a) O BrOffice Impress é utilizado para criar e gerenciar bancos de dados


b) O aplicativo Presentation da suíte BrOffice cria e edita apresentações em
slides para reuniões
c) Arquivos com extensão ppt não podem ser abertos diretamente do BrOffice
Para ler esse tipo de arquivo, deve-se usar um aplicativo específico de conversão
de ppt para odp
d) O BrOffice Impress pode, a partir de um documento, gerar arquivos no formato
PDF

3. No Impress, existe a possibilidade de se utilizar um slide “superior”, em uma


hierarquia de slides, que armazena informações sobre layouts de tema e slide
de uma apresentação, incluindo plano de fundo, cores, fontes, efeitos, tamanhos
de espaço reservado e posicionamento. Esse tipo de slide é tecnicamente
conhecido como

a) Layout Mestre.
b) Link Mestre.
c) Slide Mestre.
d) Notas Mestre.

GABARITO

1-E
2-B
3-C

501
DIREITO
CONSTITUCIONAL

502
Apresentação da Disciplina: Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988

A Constituição é a Lei Suprema e fundamental de um Estado, criada pela


vontade soberana do povo. É ela que determina a organização político-jurídica
do Estado, dispondo sobre sua forma, os órgãos que o integram e as
competências destes e, finalmente, a aquisição e o exercício do poder.
O Conceito de Constituição pode variar de acordo com as suas diversas
acepções. Contudo, neste momento, o que nos interessa é o seu conceito
jurídico, que pode ser assim definido:
“Conjunto sistematizado de normas originárias e estruturantes do Estado cujo
objeto nuclear são os direitos fundamentais, a estruturação do Estado e a
organização dos Poderes.”

É a norma mais importante de todo o ordenamento jurídico brasileiro! Trata-se


de um pacto social e político, dotado de força jurídico – normativa.

Pirâmide de Kelsen

O que torna a CF a norma mais importante do Direito Brasileiro é o seu


fundamento de validade = POVO! Os valores fundamentais de uma sociedade é
que fundamentam a norma suprema. -> Tem como fundamento material: a
dignidade da pessoa humana.

➢ É importante observar que, a partir da Emenda Constitucional n° 45 de 2004,


os tratados e convenções internacionais de Direitos Humanos aprovados em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por 3/5 dos votos respectivos
membros, passaram a ser equivalentes às emendas constitucionais. Sendo
assim, situam-se no topo da pirâmide de Kelsen, tendo “status” de emenda
constitucional.

503
➢ Os demais tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelo
rito ordinário, têm, segundo o STF, “status” supralegal. Isso significa que se
situam logo abaixo da Constituição e acima das demais normas do ordenamento
jurídico.

Estruturas das Constituições

As Constituições, de forma geral, dividem-se em três partes: preâmbulo, parte


dogmática e disposições transitórias.

➢ O Preâmbulo é a parte que antecede o texto constitucional propriamente dito.


Serve para sintetizar a ideologia do poder constituinte originário, expondo os
valores por ele adotados e os objetivos por ele perseguidos. De acordo com o
SFT, ele não dispõe de força normativa, não tendo caráter vinculante.

➢ A Parte Dogmática da Constituição é o texto constitucional propriamente dito


que prevê os direitos e deveres criados pelo poder constituinte. Trata-se do corpo
permanente a Carta Magna que, na CF/88, vai do art. 1° ao 250.

➢ A Parte Transitória da Constituição visa a integrar a ordem jurídica à nova,


quando do advento de uma nova Constituição, garantindo a segurança jurídica
e evitando o colapso entre um ordenamento jurídico e outro

Principais Fontes do Direito Constitucional

➢ a Constituição Federal;

➢ a Doutrina Constitucional;

➢ a Jurisprudência, em especial a do STF – que é o guardião da Constituição.

Pacto Federativo – Indissolubilidade do Vínculo Federativo.

Princípio Federativo -> É CLÁUSULA PÉTREA!


“§ 4° - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a forma federativa de Estado;”

Tipos de Federalismo

➔ Agregação x Desagregação

504
O federalismo por agregação: é caracterizado pela reunião de vários Estados
para a formação de um novo Estado, um Estado Federal. Movimento Centrípeto.
O federalismo por desagregação, ao contrário, ocorre quando um Estado unitário
se descentraliza. Movimento Centrífugo.

➔ Dual x Cooperativo
O federalismo dual é caracterizado por uma rígida separação de competências
entre o ente central (União) e os entes regionais (Estados-Membros).
No federalismo cooperativo não há uma separação rígida de competências entre
os entes federados, justamente para promover aproximação, cooperação entre
a União e os Estados- Membros.

➔ Simétrico x Assimétrico
O federalismo simétrico é caracterizado pela igualdade formal, eis que os
Estados-Membros são rigorosamente iguais em termos de representação no
legislativo do Estado Federal.
No federalismo assimétrico, por seu turno, há um certo balanceamento das
diferenças naturalmente existentes, a partir de fatores socioeconômicos ou
mesmo territoriais.

➔ Federalismo de segundo grau: de acordo com a doutrina, no Brasil existe


uma TRIPLICE estrutura do Estado Brasileiro (União, Estados e Municípios);
contudo, quanto à auto-organização, os municípios devem obedecer a duas
ordens constitucionais: a CF e as CEs, por isso a doutrina classifica como
federalismo de segundo grau.

ATENÇÃO: a banca CESPE entende que o federalismo é de terceiro grau . *

➔ O federalismo de equilíbrio busca estabelecer repartição equilibrada de


competências entre os entes que compõem a Federação. A ideia é a
manutenção da harmonia entre os entes, reforçando suas instituições.

➔ No federalismo de integração há uma predominância do Governo Central


sobre os demais entes, com a imposição aos Estados-Membros do modelo
adotado para o ente central. Nele, há uma tendência de estabelecer um Estado
unitário descentralizado e não um verdadeiro Estado federal. Seria um
federalismo apenas formal.

➔ O federalismo orgânico: o Estado é visto como organismo, com a presença


marcante do Estado Federal sobre os entes.

505
EXERCÍCIOS

1. De acordo com o princípio federativo, os interesses dos entes federados não


podem ser sobrepostos aos interesses da Federação, visto que o federalismo é
baseado na relação de hierarquia entre o poder central, representado pela União,
e as entidades que formam a Federação, representadas pelos Estados e
Municípios.
( ) certo ( ) errado

2. A Federação brasileira – formada, de acordo com o disposto na CF, pela união


indissolúvel da União, dos Estados – Membros, do Distrito Federal e dos
Municípios – é um federalismo do tipo assimétrico, em razão da falta de
homogeneidade entre os entes federativos.
( ) certo ( ) errado

3. Em reconhecimento à internacionalização da matéria relativa a direitos e


garantias fundamentais, a Constituição da República estabelece que tratados
internacionais, em matéria de direitos humanos, serão equivalentes a emendas
constitucionais se foram aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.
( ) certo ( ) errado

GABARITO
1. Errado
2. Certo
3. Certo

506
Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil

Os princípios fundamentais, também chamados de princípios constitucionais,


formam a base de toda a organização do Estado Brasileiro.
Antes de conhecer esses princípios, vamos conhecer a figura do Estado.

Estado
Sociedade política dotada de características próprias e elementos essenciais.
São eles:

➔ Povo – (Elemento humano) – Conjunto de indivíduos que se encontram em


determinado território de um Estado.

➔ Território – (Elemento material) – Espaço onde o Estado exerce de modo


efetivo sua supremacia sobre as pessoas e bens.

➔ Governo Soberano – (Elemento formal) – Poder de autodeterminação plena.


Supremacia na ordem interna e independência na ordem externa.

Princípio federativo
Considere o caput do Art. 1° da Constituição Federal,
Art. 1° A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito...

Esse princípio apresenta a Forma de Estado adotada no Brasil: Federação.

➔ Conceito de Federalismo – Trata-se de uma aliança de Estados para a


formação de um Estado Único, em que as unidades federadas preservam
autonomia política, enquanto a soberania é transferida para o Estado Federal.
A forma de Estado reflete o modo de exercício do poder político em função
do território. Ela está baseada na descentralização política do Estado, cuja
representação se dá por meio dos entes federativos:

✓ União

✓ Estados

507
✓ Distrito Federal

✓ Municípios

Os entes federativos possuem autonomia político, o que não deverá ser


confundido com a soberania, pertence apenas à República Federativa do Brasil.
→ Entes federativos são:
• Pessoas jurídicas de direito público;

• Sujeitos ao princípio da indissolubilidade do vínculo federativo


➢ Não existe no Brasil o direto a secessão.

• Pessoas jurídicas descentralizadas, que possuem poder de:


➢ Auto-organização
➢ Competência legislativa e administrativa
➢ Autonomia financeira

FICA LIGADO!!
O federalismo brasileiro é clausula pétrea
Art. 60 § 4°, da CF - § 4° Não será objetivo de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir:
I – á forma federativa de Estado;

Princípio Republicano
Esse princípio apresenta a Forma de Governo adotada no Brasil: República.

A forma de governo reflete o modo de aquisição e exercício do poder político,


além de medir a relação existente entre governante e governado.

Características

1. Temporariedade – Esse atributo revela o caráter temporário do exercício do


poder político. Por causa desse princípio, no Estado brasileiro, o governante
permanece no poder por tempo determinado.

508
2. Eletividade – Em uma República, o governante é escolhido pelo povo. O
poder político é adquirido através das eleições, ou seja, através da vontade
popular.
3. Responsabilidade – Em um Republica, o governante pode ser
responsabilizado por seus atos.

➔ Desrespeito ao princípio republicano pelo Estados-membros ou pelo DF


enseja intervenção federal.
Art. 34. A União não intervira nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana sistema representativo e regime democrático (grifo
nosso)

Princípio do Sistema Presidencialista

Esse princípio apresenta o Sistema de governo adotado no Brasil:


Presidencialismo.
O sistema de governo rege a relação entre o Poder Executivo e o Legislativo,
medindo o grau de dependência entre eles.
A Constituição Federal declara que o Poder Executivo da União é exercido
pelo Presidente da República auxiliado por seus Ministros de Estado:
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado
pelos Ministros de Estado.
O Presidencialismo possui umas características importante, que é a
concentração das funções executivas em uma só pessoa, o Presidente, eleito
pelo povo, e que exerce ao mesmo tempo três funções. Chefe de Estado, Chefe
de Governo e Chefe da Administração Pública.

➔ Chefe de Estado – Diz respeito a todas as atribuições do Presidente nas


relações externas do País

➔ Chefe de Governo – Diz respeito às diversas atribuições internas no que


tange à governabilidade do país.

➔ Chefe da Administração Pública – O Presidente exercerá as funções


relacionadas com a chefia da Administração Pública Federal.

Princípio Democrático
Esse princípio revela o Regime de Governo adotado no Brasil: Democracia.

509
Caracteriza-se pela existência do Estado Democrático de Direito e pela
preservação da dignidade da pessoa humana.
A democracia significa o governo do povo, pelo povo e para o povo. É
chamada soberania popular. Sua fundamentação constitucional encontra-se no
artigo 1° da CF:
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Esse princípio também é conhecido como princípio sensível, e no Brasil,
caracteriza-se por seu exercício se dar de forma direta e indireta. Por esse
motivo, a democracia brasileira é conhecida como semidireta ou participativa.

Princípio da Tripartição dos Poderes

Também chamado de Princípio da Separação dos Poderes, originou-se na


tentativa de limitar os poderes do Estado.
A previsão constitucional desse princípio encontra-se no artigo 2° da
Constituição:
Art. 2° São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Esses são os três poderes, cada qual responsável pelo desenvolvimento de


uma função principal do Estado:

➔ Poder Executivo – Função principal (típica) de administrar o Estado;

➔ Poder Legislativo – Função principal (típica) de legislar e fiscalizar as contas


públicas;

➔ Poder Judiciário – função principal (típicas) jurisdicional.

510
Além da sua própria função, a Constituição criou uma sistemática que permite
a cada um dos poderes o exercício da função do outro poder. A essa função
acessória, damos o nome de função atípica.

➔ Poder Executivo – Função atípica de legislar e julgar;

➔ Poder Legislativo – Função atípica de administrar e julgar;

➔ Poder Judiciário – Função atípica de administrar e julgar.

Dessa forma, pode-se dizer que além da própria função, cada poder exerce
de forma acessória a função do outro poder.

Exercícios

1. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos


Estados, Municípios e Distrito Federal, adota a federação como forma de Estado.
( ) certo ( ) errado

2. O regime político adotado na CF caracteriza a República Federativa do Brasil


como um Estado Democrático de Direito em que se conjuga o princípio
representativo com a participação direta do povo por meio do voto, do plebiscito,
do referendo e da iniciativa popular.
( ) certo ( ) errado

3. A função típica do Poder Legislativo é legislar, do Poder Executivo, administrar


e do Poder Judiciário, exercer a jurisdição. Contudo, cada um dos poderes
exerce, em pequena proporção, função que seria originariamente de outro. Isso
ocorre para assegurar-se a própria autonomia institucional de cada poder e para
que um poder exerça, em última instancia, um controle sobre o outro, evitando-
se o arbítrio e o desmando.
( ) certo ( ) errado

511
GABARITO
1. certo
2. certo
3. certo

Princípios Fundamentais da República Federativa do Brasil

Fundamentos da República Federativa do Brasil


Os fundamentos da República Federativa do Brasil devem ser entendidos
como os pilares de sua organização, a sua base ideológica, sem os quais ela
não pode existir tal como foi conhecida pelo Poder Constituinte Originário.
Sobre esses fundamentos, dispõe o Art. 1° da Constituição:
1° A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados
e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como fundamentos:
I – A soberania
II – A cidadania
III – A dignidade da pessoa humana
IV – Os valores socais do trabalho e da livre inciativa
V – O pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que exerce por meio de
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Soberania
Por esse princípio, o Brasil deve preservar e afirmar a exclusividade de seu
poder dentro do território nacional, devendo ser tratado de forma igual em seu
relacionamento com outros países.

➢ Ordem Interna
O Poder do Estado brasileiro é superior a todas as demais manifestações
de poder.
O Não é superado por nenhuma forma de poder

512
➢ Ordem Internacional
O Brasil encontra-se em igualdade com os demais Estados
independentes.

Cidadania
Não existe um conceito unanime para a cidadania. Modernamente esse termo
vem sendo interpretado como o direito do brasileiro a uma vida digna, como a
possibilidade de definir o seu futuro e de intervir na vida política de seu país,
tendo para isso, acesso a serviços de saúde e educação de qualidade, bem
como à informação transparente por parte do Estado.

Dignidade da Pessoa Humana


A razão de ser do Estado brasileiro se funda na dignidade da pessoa humana.
Há o reconhecimento de duas posições jurídicas ao indivíduo.
I – Direito de proteção individual.
Em relação ao Estado e aos demais indivíduos.
II – Dever fundamental de tratamento igualitário aos seus semelhantes.

Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa


O Brasil reconhece a importância do trabalho individual e coletivo para o
desenvolvimento econômico e social da nação o qual deve ser exercido com
dignidade e mediante condições mínimas.
• Estado capitalista
• Reconhecimento de um valor social na relação entre capital e trabalho.
Art. 170 da CF – A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humana e na livre inciativa, tem por fim assegurar a todos a existência
digna, conforme os ditames da justiça social (grifo nosso).

Pluralismo Político
Dever de reconhecer e garantir a inclusão das diversas correntes de
pensamento e grupos representantes de interesse existentes no seio do corpo
comunitário.

513
Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil

Art. 3° Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil I –


construir uma sociedade livre, justa e solidaria;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Esse dispositivo constitucional elege os objetivos principais de nossa republica
as principais metas a serem alcançadas, cuja persecução não deve ser
interrompida enquanto não alcançadas.

Finalidade dos objetivos fundamentais

✓ Assegurar a igualdade material entre os brasileiros

✓ Possibilitar a todos iguais oportunidade


Para alcançar o pleno desenvolvimento de sua personalidade
Para autodeterminar e lograr atingir suas aspirações materiais e
espirituais

Princípios das Relações Internacionais


Art. 4° A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacifica dos conflitos;
VIII – repudio ao terrorismo e o racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo políticos.

514
Independência Nacional
Decorre da própria soberania o princípio de que o Brasil deve manter uma
posição independente frente a outros países, nunca subordinado os interesses
nacionais aos estrangeiros.

Prevalência dos Direitos Humanos


Corolário dos fundamentos da dignidade da pessoa humana, tal princípio
determina que, em suas relações internacionais, no país deve sempre respeitar
e fazer respeitar os direitos humanos contra qualquer violação por parte dos
Estados ou particulares, não sobrepondo a esse respeito qualquer interesse
econômico ou político.

Autodeterminação dos Povos e Não Intervenção


Assim como o Brasil deseja ser respeitado como um país soberano, também
deve respeitar a soberania das demais nações.
O princípio da não intervenção, porém, é relativo, não impedindo que o Brasil
venha a participar de missões organizadas pela ONU, ou intervir em outros
países para resguardar os interesses dos cidadãos brasileiros, ou quando
houver justificativa humanitária para tal.

Igualdade Entre os Estados


Diante do Estado brasileiro, todas as outras nações são iguais, merecendo,
em princípio, o mesmo tratamento e respeito, não havendo quaisquer Estados
“naturalmente” merecedores de tratamento especial em relação aos outros.

Defesa da Paz e Solução Pacifica dos Conflitos


O Brasil deve pautar sempre pela manutenção da paz e a busca de soluções
pacificas para os conflitos, embora se reconheça, em casos excepcionais, a
utilização da força, de forma proporcional e apenas durante o tempo estritamente
necessário.

Repudio ao Terrorismo e ao Racismo


O Brasil deve deixar claro, em suas relações internacionais, o seu repudio ao
terrorismo e ao racismo, rejeitando qualquer acordo que os estimule de qualquer
forma.

515
Cooperação dos Povos para o Progresso da Humanidade
O país entende que deverá haver cooperação, não apenas a nível militar, mas
nos demais aspectos (econômico, tecnológico, etc), buscando o bem estar da
humanidade.

Concessão de Asilo Politico


A concessão do asilo político é ato de soberania estatal, discricionário e de
competência do Presidente da República.

INdependência nacional
Prevalência dos direitos humanos
Autodeterminação dos povos
Não intervenção
Igualdade entre os estados
Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade
Solução pacifica dos conflitos
DEfesa da paz
COncessão de asilo politico
REpúdio ao terrorismo e ao racismo

EXERCÍCIOS

1. O fundamento do Estado Democrático de Direito, previsto no art. 1° da


Constituição Federal, que torna o cidadão titular de direitos e qualifica como
participante da vida do Estado é
a) a livre iniciativa e os valores sociais do trabalho
b) a soberania
c) a dignidade da pessoa humana
d) a cidadania

516
e) o pluralismo politico

2. NÃO é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil


a) garantir o desenvolvimento nacional
b) construir uma sociedade livre, justa e solidaria
c) construir uma supremacia perante os países da América Latina]
d) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e
regionais
e) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
e quaisquer outras formas de discriminação.

GABARITO
1. D
2. C

517
Direitos e Garantias Fundamentais: Origem e
Características

Direitos Fundamentais - Regra Gerais


Os Direitos Fundamentais são institutos jurídicos que foram criados no decorrer
do desenvolvimento da humanidade e são normas protetivas que formam um
núcleo de prerrogativas inerentes ao ser humano, ou seja, seu objetivo principal
é a proteção do indivíduo, tanto na relação indivíduo-Estado-relação vertical-,
como também em relação aos outros indivíduos da sociedade - relação
horizontal

Características

➢ Historicidade
Essa características revela que os Direitos Fundamentais são frutos da
evolução histórica da humanidade. O indivíduo evolui com o passar do tempo.

➢ Inalienabilidade
Os Direitos Fundamentais não podem ser alienados, não podem ser
negociados, não podem ser transigidos.

➢ Irrenunciabilidade
Os Direitos Fundamentais não podem ser renunciados

➢ Imprescritibilidade
Os Direitos Fundamentais não se sujeitam aos prazos prescricionais. Não se
perde um direito fundamental com o passar do tempo.

➢ Universalidade
Os Direitos Fundamentais pertencem a todas as pessoas,
independentemente de sua condição.

➢ Máxima Efetividade
Essa característica é mais uma imposição ao Estado, que está coagido a
garantir a máxima efetividade dos direitos fundamentais. Esses direitos não
podem ser ofertados de qualquer forma. É necessário que eles sejam garantidos
da melhor forma possível.

➢ Concorrência
Os direitos fundamentais podem ser utilizados em conjunto com os outros
direitos. Não é necessário abandonar um para usufruir outro direito.

518
➢ Complementariedade
Um direito fundamental não é interpretado sozinho. Cada direito é analisado
juntamente com os outros direitos fundamentais.

➢ Proibição do Retrocesso
Essa característica proíbe que os direitos já conquistados sejam perdidos.

➢ Limitabilidade
Não existe direito fundamental absoluto. Todos são direitos relativos.

➢ Não Taxatividade
O rol de direitos fundamentais é meramente exemplificativo, tendo em vista a
possibilidade de novos direitos.

Dimensões dos Direitos Fundamentais


Embora hoje se fale muito em direitos fundamentais até a sétima geração, a
doutrina tradicionalmente identifica três gerações – ou dimensões – de direitos
fundamentais, de acordo com a sua evolução histórica.

➢ DIREITOS DA 1ª GERAÇÃO – Direitos civis e políticos. Estão ligados à ideia


de liberdades negativas, pois impõem ao Estado o direito de não fazer.
Constituem limites ao Estado em relação à vida das pessoas, trazendo a ideia
de direitos individuais.
Ligados fundamentalmente aos valores de liberdade dos indivíduos

➢ DIREITOS DE 2ª GERAÇÃO – Direitos sociais, econômicos e cultuais. Os


direitos sociais foram criados no intuito de reduzir as diferenças sociais, sendo
necessária nesse caso a intervenção do Estado através de ações prestacionais,
buscando garantir uma existência digna aos cidadãos. São chamadas de
liberdades positivas, e podem estar associadas à igualdade.

➢ DIREITOS DE 3ª GERAÇÃO – Direitos difusos ou transindividuais. Surgem


aproximadamente em meados de 1970. São direitos de titularidade coletiva, não
se limitando aos direitos dos indivíduos, mas de toda a coletividade como, por
exemplo, o direito ao meio ambiente. Pois, em casos de degradação do meio
ambiente, todas as pessoas, independente de onde morem, serão atingidas.

➢ Estão relacionados à ideia de Solidariedade/Fraternidade.

519
EXERCÍCIO

1) São direitos fundamentais classificados como de segunda geração:

a) os direitos econômicos e culturais


b) os direitos de solidariedade e os direitos difusos
c) as liberdades públicas
d) os direitos e garantias individuais e coletivos

2) Direito fundamental pode sofrer limitações, mas é inadmissível que se atinja


seu núcleo essencial de forma tal que se lhe desnature a essência.

GABARITO:
1) A
2) CERTO

520
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

O caput do Art. 5° elenca os cincos grupos de direitos previstos no artigo 5°, a


saber:
• Direito à Vida
• Direito à Igualdade;
• Direito à Propriedade;
• Direito à Segurança.

Art. 5° “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros e aos residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I – Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
Constituição

Direito à Vida

O direito à vida assegura não somente o direito de permanecer vivo, mas


também o direito a ter uma vida digna.
Assim como os demais direitos, o direito à vida não é absoluto. A Carta Magna
e outras leis infraconstitucionais estabelecem a relativização destes direitos.

✔ Pena de Morte:
XLVII. Não haverá penas:
a) De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art 84. XIX.

521
✔ Aborto
O aborto é proibido no Brasil em respeito ao direito à Vida, porém a lei o
permite em alguns casos.
O art. 128 do Código Penal Brasileiro apresenta duas possibilidades de aborto
que são verdadeiras excludentes de ilicitude.

“Art. 128. – Não se pune o aborto praticado por médico:


Aborto necessário
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da
gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.”

Feto anencéfalo – O STF, em 2012, por decisão majoritária ( 8 votos a 2),


legalizou o aborto de tais fetos.

Células tronco embrionárias:


O STF decidiu através da ADI 3.510, pela legitimidade da pesquisa cientifica
com a utilização de células – tronco embrionárias, conforme art. 5° da lei n°
11.105/2005
Art. 5° É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células –
tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidas por fertilização in
vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes
condições:
I – sejam embriões inviáveis ou
II – sejam embriões congelados há (três) anos a mais, na data da publicação
desta Lei, ou que, já congeladas na data da publicação desta Lei, depois de
completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.

Direito à Igualdade

Igualdade formal x igualdade material

522
É uma igualdade jurídica, que apenas evita que alguém seja tratado de forma
discriminatória.
Na lei: vincula o legislador (dá uma direção ao legislador)

Igualdade material

É a igualdade que se preocupa com a realidade. Chamada ou substancial.


Dá-se através de ações afirmativas.

DICA:
A igualdade formal é a regra utilizada pelo Estado, buscando promover um
tratamento isonômico à sociedade. No entendo, em alguns casos, se faz
necessário a aplicação da igualdade material, para que se atinja a equidade e a
verdadeira isonomia.
I – Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos temos desta
Constituição.

523
O inciso I da Carta Magna traz a igualdade formal. Contudo, em algumas
situações, homens e mulheres serão tratados de forma diferente:

✔ Licença Maternidade

• Mulher – 120 dias


• Homens – 5 dias

✔ Aposentadoria

• A mulher se aposenta 5 anos mais cedo que o homem

✔ Serviço Militar Obrigatório

• Obrigatório apenas para os homens

Igualdade nos Concursos


É possível restringir o acesso a um cargo público em razão de sexto ou idade?
- Sim. Desde que preenchidos alguns requisitos:
1) Deve ser fixado em Lei

Como exemplo para este requisito, podemos citar os cargos para policiais, que
exigem altura mínima ou ainda idade máxima, tendo em vista a complexidade
das atividades desempenhadas.

EXERCÍCIOS

1. Conforme preceitua o Art. 5° da Constituição Federal, todos são iguais perante


a lei, sendo todos iguais em direitos e obrigações.
Esse princípio constitucional é o da

a) Isonomia
b) Segurança Jurídica
c) Legalidade
d) Moralidade
e) Autonomia

524
2. Em razão do caráter absoluto do princípio da isonomia, não se admite o
estabelecimento de proibições relativas ao acesso em determinadas carreiras
por critério de idade.
( ) certo ( ) errado

GABARITO
1. A
2. Errado

525
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Direito à Liberdade
O direito à liberdade pertence à primeira geração dos direitos fundamentais e
expressa um dos direitos mais ansiados pela sociedade.
Esta ideia de liberdade trazida pela Constituição Federal é bem ampla e
abrange liberdades como locomoção, pensamento, reunião, consciência, entre
outros. Conforme analisaremos a seguir.

Liberdade de Ação
De acordo com o inciso II da Carta Magna:
II. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei.
Esta é a liberdade em sentido amplo. Aqui a Constituição traz que o particular
só será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, se houver lei ou norma que
venha a proibir ou compelir determinada atitude ou comportamento. Por este
motivo, este inciso também é chamado de Princípio da Legalidade.

❖ Para o particular: Para o particular, a liberdade significa “fazer tudo aquilo


que não lhe é proibido.” Há aqui uma autonomia de vontade.

❖ Para o agente público: Para o agente público, a liberdade significa “fazer


apenas o que a lei manda ou permite”.

526
Liberdade de Manifestação do Pensamento e Direito de Resposta

Assim como os demais direitos fundamentais, o direito à manifestação do


pensamento não é absoluto. A própria Constituição faz restrição ao anonimato.
IV - É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
A exigência da vedação ao anonimato citada acima, não impede o jornalista
de resguardar o sigilo de suas fontes. No entanto, em caso de opção pelo
resguardo do sigilo da fonte, em casos de informações injuriosas, caluniosas ou
difamantes, será o jornalista quem responderá perante o Poder Judiciário.
XIV - É assegurado a todo o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional;
A vedação ao anonimato, além de ser uma garantia à liberdade do
pensamento, traz consigo a possibilidade do exercício do direito de resposta
constante do inciso V.
V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem.
O termo “proporcional ao agravo” significa que a resposta deverá ser o
mesmo veículo de comunicação, pelo mesmo tempo e com o mesmo destaque
que foi dado à notícia injuriosa.
A lei 13.188/2015 regulamenta o direito de resposta e assegura que o
exercício deste direito seja de forma gratuita, conforme texto do Art. 2°.
“Art. 2° Ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por
veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação,
gratuito e proporcional ao agravo”.

Se liga!!!
1. De acordo com o Art. 3° da Lei 13.188/2015, o prazo para o exercício do direito
de resposta é decadencial de 60 dias;
2. As indenizações por dano Material, Moral e à Imagem são cumulativas;
3. O direito de resposta se dá nas esferas cíveis, administrativa e penal.

-Direito – Indenização – Dano Material – Perda financeira


-Dano Moral – Ligado ao sofrimento da pessoa
-Dano à Imagem – Como a pessoa ficou perante a sociedade diante da agressão

527
E a denúncia anônima?
De acordo com o entendimento do STF, a denúncia anônima poderá servir
como ferramenta de comunicação de crime, no entanto, não poderá servir como
amparo para a instauração de inquérito policial, ou como fundamento para a
condenação de qualquer indivíduo.

Liberdade de Consciência e Crença


De acordo com o inciso VI.
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantia, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e suas liturgias;
Este inciso marca a liberdade religiosa do Brasil, que se consagra como um
Estado laico, leigo ou não confessional. Isso não quer dizer que o Brasil é um
País ateu, mas sim que deve respeitar as convicções religiosas existentes.
No Brasil existe uma relação de separação entre Estados e Igreja. Esta
vedação está expressa na Carta Magna (Art. 19,I, CF)
“Art. 19 É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
I – Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-las, embaraçar- lhes o
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de
dependências ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse
público”.
Enquanto a liberdade de crença está ligada à convicção íntima do indivíduo,
a liberdade de culto está relacionada à exteriorização desta convicção. Sendo
assim, a Carta Magna se preocupou não somente em garantir a liberdade de
culto, mas também em proteger os locais de culto e liturgias, contra a ação de
terceiros.
Outros incisos interessantes a ser visto é o seguinte:
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis e militares de internação coletiva;
Aqui o Estado garante o exercício do direito de crença também daqueles que
estão custodiados, enfermos ou em quaisquer outros locais de internação
coletiva.

→ Escusa de Consciência
VIII – ninguém será privada de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

528
O inciso VII permite que qualquer indivíduo deixe de cumprir uma obrigação
importa por convicção religiosa, filosófica ou política, sem que sofra qualquer
punição. No entanto, no caso de obrigação a todos imposta, caso o indivíduo se
recuse a cumprir, lhe será oferecida uma prestação alternativa. Se ainda assim,
este indivíduo se recusar a cumprir essa prestação, ele sofrerá as punições
previstas no Art. 15, IV.
Art. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se
dará nos casos de: IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII;
Em relação à presença de símbolos religiosos em repartições públicas, o STF
entende que tais símbolos não destituem a laicidade do País, mas fazem parte
da cultura.
Já no que diz respeito ao ensino religioso nas escolas públicas de ensino
fundamental, a matricula será facultativa.
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de
maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e
artísticos, nacionais e regionais.
§ 1° O ensino religioso, de matricula facultativa, constituirá disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental.

O conteúdo ministrado deve ser não confessional (conhecimento da história e


características das diversas religiões) ou interconfessional (princípios comuns a
diversas religiões).

EXERCÍCIOS

1. A liberdade de manifestação de pensamento pode ser exercida de modo


anônimo, se assim o preferir o indivíduo.
( ) certo ( ) errado

2. De acordo com a CF, e com base no direito à escusa de consciência, o


indivíduo pode se recusar a praticar atos que conflitem com suas convicções
religiosas, políticas ou filosóficas, sem que essa recusa implique restrições a
seus direitos.
( ) certo ( ) errado

529
3. No Brasil, está garantida a liberdade do exercício de culto religioso, uma vez
que é inviolável a liberdade de consciência e de crença.
( ) certo ( ) errado

GABARITO
1. errado
2. certo
3. certo

530
Direito à Liberdade

Liberdade de Locomoção

“XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo


qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com
seus bens”.

Não haverá qualquer limitação à locomoção dos indivíduos no território nacional.


Esse direito, como todos os demais direitos fundamentais, não possui caráter
absoluto, visto que a liberdade citada se refere aos tempos de paz. Em
momentos de guerra é possível haver restrições a tal direito. É o caso do Estado
de Sítio e Estado de Defesa.

Caso a liberdade de locomoção seja restringida por ilegalidade ou abuso de


poder, a Constituição reservou um poderoso instrumento garantidor, o chamado
Habeas Corpus.
“Art. 5°, LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.

Liberdade de Reunião
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público independentemente de autorização, desde que não frustrem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente.

A respeito desse inciso, é de grande importância ressaltar as condições


estabelecidas pela Constituição Federal.

531
1. A reunião deve ser pacifica;
2. Sem armas;
3. Locais abertos ao público.
4. Independente de autorização;
5. Necessidade de aviso prévio;
6. Não frustrar outra reunião convocada anteriormente para o mesmo local.

Esse direito de reunião poderá ser restringido em caso de estado de defesa e


estado de sitio.

→ ESTADO DE DEFESA

532
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da Republica e
o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem publica
ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
§ 1° O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua
duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I – Restrições aos direitos de?
a) reunião, ainda que exercida no seio da Associações;

→ ESTADO DE SÍTIO

Art. 139. Na vigência do estado de sitio decretado com fundamento no art. 137,
I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
IV – Suspensão de liberdade de reunião;

LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO

A Constituição Federal traz diversos dispositivos que tratam de liberdade de


associação:
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
Entende-se como associação de caráter paramilitar toda organização
paralela ao Estado, sem legitimidade, com estrutura e organização tipicamente
militar.

533
É importante destacar ainda a dispensa de autorização e interferência estatal
em seu funcionamento. O Estado não poderá interferir nas associações e
cooperativas, que tem o direito de se organizarem da forma que lhe convir,
atendidas as normas legais. Ademais, o Estado não poderá exigir qualquer
autorização para a criação de associações.
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o
trânsito em julgado;
Para a suspensão (interrupção temporária) ou para a dissolução (extinção
definitiva) das associações, exige-se sempre uma decisão judicial.

“XX – Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer


associados;”
A Carta Magna assegura o direito de se associar ou deixar de sê-lo a qualquer
momento. Lembrando que o desrespeito a este inciso poderá configurar crime,
conforme Art. 199 do Código Penal.
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, tem
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Às associações é permitido representar seus associados perante terceiros,
bem como perante o Poder Judiciário, desde que expressamente autorizado
para tal.

Liberdade Profissional

“XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer;”
De acordo com o STF, trata-se de uma norma de eficácia, contida, já que a
restrição poderá ocorrer por meio de Lei. Ainda de acordo com o entendimento

534
do STF, a regra é a liberdade, sendo assim a restrição será aplicada quando a
atividade representar potencial lesivo.

EXERCÍCIOS

1. As entidades associativas, se expressamente autorizadas, possuem


legitimidade para representar seus filiados na esfera judicial.
( ) certo ( ) errado

2. O prévio aviso à autoridade para realizar uma reunião limita-se, tão somente,
a impedir que se frustre outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
loca.
( ) certo ( ) errado

3. Considere que determinada associação será ré em ação judicial que pleiteie


a suspensão de suas atividades. Nessa situação hipotética, caso o juiz
competente julgue procedente o pleito, será necessário aguardar o trânsito em
julgado da decisão judicial para que a referida associação tenha suas
atividades suspensas.
( ) certo ( ) errado

GABARITO
1. certo
2. errado
3. errado

535
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Direito à Propriedade
XXII – é garantido o direito de propriedade;

A Constituição Federal reconhece o direito de propriedade, como o direito de


usar, usufruir e dispor da coisa.

Função Social da Propriedade


XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
No entanto, a propriedade deverá atender sua função social, ou seja, o direito
de propriedade não poderá ser exercido em detrimento da sociedade.
A Constituição estabelece ainda as condições para que as propriedades
urbanas e rurais atendem sua função social.

→ Propriedade Urbana
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, conforme diretrizes gerias fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de
seus habitantes.
§ 2° A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

→ Propriedade Rural
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, a
simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei,
aos seguintes requisitos:
I – Aproveitamento racional e adequados;
II – Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do
meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – Exploração que favoreça o bem – estar dos proprietários e dos
trabalhadores.

536
Desapropriação
Desapropriação é o ato administrativo pelo qual o Estado retira a propriedade
do
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para a desapropriação por
necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
A Carta Magna traz em seu bojo as razões pelas quais isso pode ser feito.
São elas: interesse social ou utilidade pública.
→ Necessidade Pública: a administração está diante de uma situação de risco
iminente.
→ Utilidade Pública: a desapropriação é conveniente ao interesse público.
→ Interesse Social: finalidade de reduzir as desigualdades sócias.

Desapropriação pelo mero interesse público

Ocorre quando o interesse social ou a utilidade pública prevalecem sobre o


interesse individual. O proprietário não fez algo fora da lei ou que gere sanção,
mas o interesse público exige que determinada área seja desapropriada. Isso
ocorre, por exemplo, quando há a necessidade de construção de rodovias ou
obras de metrô. Neste caso, a indenização é prévia, justa e em dinheiro.

537
Desapropriação-sanção

O proprietário, neste caso, não observou a função social da propriedade. A


chamada desapropriação-sanção é uma punição, e a indenização deverá ser
paga em títulos da dívida pública (no caso de propriedade urbana) ou títulos da
dívida agrária (o caso de propriedade rural).
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de
seus habitantes.
§ 4° É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei especifica para área
incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo
urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I – Parcelamento ou edificação compulsória;
II – Impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no
tempo;
III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de
emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de
até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
da indenização e os juros legais.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de
reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social,
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.

538
Desapropriação confiscatória

Ocorre quando a propriedade é utilizada para o cultivo de plantas


psicotrópicas.
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde
foram localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de
trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma
agraria e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no
que couber, o disposto no art. 5°.
Nesse caso o proprietário, além de não ser indenizado, poderá ser processado
pelo ilícito penal.

Requisição Administrativa
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar
de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;

539
Nesse caso, não se trata de desapropriação, uma vez que o dono não perde
a propriedade, apenas a empresta para uso público temporariamente, e em caso
de iminente perigo público.
→ Atende-se que este dispositivo deixa claro que somente haverá indenização
se houver dano.

Bem de Família

XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que


trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
funcionar o seu desenvolvimento.
O inciso XXVI proíbe que a pequena propriedade rural, que seja trabalhada
pela família, seja penhorada apara quitar débitos decorrentes de sua própria
atividade produtiva.

Atende-se-aos requisitos constantes no inciso:


• Pequena Propriedade Rural - Não é qualquer propriedade.
• Definida em Lei
• Trabalhada pela Família – A família tira seu sustento do seu trabalho na
propriedade
• Débitos Decorrentes da Atividade Produtiva

Propriedades Imaterial

➢ Direito dos Autores


XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
A propriedade autoral é vitalícia ao autor. Mas para os herdeiros a terão por
tempo limitado, estabelecido em lei ordinária.

➢ Direitos de Participação
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;

540
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem
ou de que participam aos criadores, aos interpretes e às respectivas
representações sindicais e associativas;
Esse dispositivo garante a participação econômica nas obras coletivas, assim
como o direito de fiscalização de tal aproveitamento econômico.

➢ Direitos do Inventor e Proteção da Marca


XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilegio temporário
para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em
vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
Diferente dos autores de obras literárias, neste caso a titularidade sobre os
direitos de criação é temporária.
O inciso XXIX prevê ainda a proteção às marcas, logotipos, entre outros. Esta
proteção é de interesse do País, além do interesse do titular.

Direito à Herança

XXX – é garantido o direito de heranças;


XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de cujus”;
Além de a Constituição garantir o direito de herança, ela estabelece que, no
caso de um estrangeiro falecer no Brasil, a lei aplicada para regular a sucessão
dos bens situados do País, será aplicada a lei brasileira, a não ser que seja mais
favorável aos herdeiros a lei do País do falecido.

541
EXERCÍCIOS

1. A Constituição Federal estabelece, em diversas normas, a proteção à


propriedade individual. Há normas, no entanto, que incluem limitações diversas
e a possibilidade de perda da propriedade, com ou sem indenização, a depender
das circunstâncias.
Como regra geral, estabelece-se a necessidade de que a propriedade tenha
função

a) pessoal
b) regional
c) social
d) própria
e) concorrencial

2. Analise-as assertivas abaixo.


I - No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedades particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano.
II - Será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
III - São gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e, na forma da
lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
IV - O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos.

De acordo com os direitos e deveres individuais e coletivos elencados a


Constituição Federal de 1988, quais estão corretas?
a) I e II.
b) II e III;
c) I, III e IV;
d) todas

542
3. No caso de iminente perigo público, um policial rodoviário federal, sendo a
autoridade competente, poderá utilizar propriedade privada, garantindo ao
proprietário ressarcimento posterior, em caso de dano.
( ) certo ( ) errado

GABARITO
1–C
2–C
3–C

543
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Direito à Segurança
A segurança tratada aqui é a “segurança jurídica” que trata de normas de
pacificação social e que produz segurança nas relações sociais.

Inviolabilidade Domiciliar
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

Como regra, ninguém pode adentrar o domicílio sem o consentimento do


morador. No entendo existem 4 exceções:

✓ Flagrante delito;

✓ Desastre;

✓ Prestar socorro;

✓ Determinação judicial, durante o dia.

DICA

1. CASA: De acordo com a jurisprudência, é considerado casa qualquer


compartimento habitado ou aposento coletivo, ou ainda compartimento não
aberto ao público, ou individuo exerce sua profissão ou atividade.
2. DIA: A doutrina adota dois posicionamentos
Das 6h ás 18h
Da aurora ao crepúsculo

Sigilo das Comunicações


XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas,
de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal;

544
Esta garantia abrange também as comunicações por meios eletrônicos.
Das quatro opções apresentadas, note que, de acordo com o texto
constitucional, apenas a comunicação dos Dados Telefônicos poderá ser
violada, para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Cabe observar também que apenas um juiz poderá decretar a quebra do
sigilo telefônico, respeitadas as condições previstas em lei.
No que diz respeito ao sigilo dos dados bancários, fiscais, informáticos e
telefônicos, a jurisprudência permite a sua quebra através de CPI – Comissão
Parlamentar de Inquérito.

Inadmissibilidade de Provas Ilícitas


LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
O atual sistema processual não admite as provas produzidas por meios ilícios.
Os fins não justificam os meios.
No âmbito processual, a prova ilícita produz nulidade de todo o processo.
Esse feito decorre da Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada. Segundo a
teoria, se a árvore estiver envenenada, seus frutos também estarão.

Gratuidade das Certidões de Nascimento e de Óbito


LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

O texto constitucional diz que as gratuidades do registro civil e da certidão


de óbito são apenas para os reconhecidamente pobres. A Lei 6.015/73 diz que:

Art. 30 – Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nascimento e


pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão respectiva,
§ 1° Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de emolumentos
pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil.
A referida lei amplia a abrangência da gratuidade citada no texto
constitucional.

Segurança nas Relações Jurídicas

545
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;

→ Direito Adquirido - pode ser conceituado como o direito que já se incorporou


ao patrimônio de seu detentor.
→ Ato Jurídico Perfeito - Foi realizado em conformidade com a lei, e reuniu
todos os requisitos necessários à sua formação.
→ Coisa Julgada - Já não cabe mais recurso da decisão. Diz-se que a decisão
foi Transitada em Julgado.

Devido Processo Legal


LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem devido processo
legal.
O devido processo legal poderá ser resumido como um processo justo, onde
as partes terão direito ao contraditório, ampla defesa, que seja conduzido por um
juiz competente e que respeite as prescrições legais.
Daí surge a garantia à razoabilidade e à proporcionalidade.

EXERCÍCIOS

1. Assinale a alternativa correta considerando as disposições da Constituição


Federal quanto aos direitos e garantias fundamentais.

a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delido ou desastre, ou
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
b) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo ou,
subsidiariamente, a indenização por dano material, moral ou à imagem.
c) É assegurada, nos temos da lei, a prestação de assistência religiosa nas
entidades civis de internação coletiva, inexistindo tal garantia nas entidades
militares.
d) É inviolável o sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de
dados e das comunicações telefônicas, salvo, em todos os casos, por ondem
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal.

546
2. A conversa telefônica gravada por um dos interlocutores não é considerada
interceptação telefônica.
( ) certo ( ) errado

3. É inviolável o sigilo das comunicações telefônicas, salvo por ordem da


autoridade judicial ou administrativa, para instrução de processo criminal, civil ou
administrativo.
( ) certo ( ) errado

GABARITO

1. A
2. Certo
3. Errado
4. Errado

547
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Direito à Segurança

Contraditório e Ampla Defesa

LV – Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em


geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes.

✓ Contraditório: Direito de conhecer e rebater os argumentos e provas


apresentados.
✓ Ampla Defesa: Produzir todas as provas que julgarem necessárias.

Como regra, a ampla defesa e o contraditório são garantidos em todos os


processos, sejam eles administrativos ou judiciais. No entanto, há alguns casos
em que não caberá o exercício desse direito.
• Inquérito Policial;
• Sindicância investigativa;
• Inquérito Civil.

Proporcionalidade e Razoabilidade

A referida garantia não está expressa no texto constitucional. Trata-se de um


princípio implícito que decorre do Princípio do Devido Processo Legal.
Esse instituto está ligado à necessidade e a adequação de acordo com a
situação. É um ato discricionário do agente público.
Para exemplificar, imaginemos que um determinado fiscal sanitário, ao
inspecionar um supermercado, se depara com uma embalagem de iogurte com
a data de validade vendida há um dia. Imediatamente, ele prende o dono do
mercado, realiza revista manual em todos os clientes e funcionários do mercado
e aplica uma multa de dois bilhões de reais. Diante disso, perguntamo-nos: será
que a medida adotada pelo fiscal foi necessária? Foi adequada? Certamente que
não. Logo, a medida não observou os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade.

548
Inafastabilidade da Jurisdição
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito.
Nenhuma lei pode impedir o Judiciário de aprecia uma alegada lesão ou
ameaça de lesão a direito, e, por outro lado, os juízes não podem se omitir em
cumprir sua função jurisdicional.
Inexiste a obrigatoriedade de esgotamento da via administrativa para que a
parte possa acessar o Judiciário.
O texto constitucional não proíbe que os particulares, por sua livre e
espontânea vontade, ao invés de submeterem a questão ao Judiciário, acordem
por delegar a resolução da questão a terceiro, através do instituto da arbitragem.
Há, no entanto, casos em que será necessário que se esgote as vias
administrativas antes de buscar o Poder Judiciário, como é o caso da justiça
desportiva.
Art. 217, § 1° O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva,
regulada em lei.

Razoável Duração do Processo

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a


razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação.
A Constituição não define o que seja razoável duração do processo, no
entanto essa definição está diretamente ligada à necessidade de o processo ser
concluído o mais rápido possível, sem prejudicar a busca da justiça.
Existem diversas vias para acelerar a duração do processo no atual
ordenamento jurídico:
• Juizados especiais
• Sumulas vinculantes
• Realização de inventários e partilhas por vias administrativas
• Informatização do processo

Direito de Petição e Certidões


XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contar
ilegalidade ou abuso de poder;

549
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Todos têm direito de peticionar perante o Poder Público, visando a busca de
seus direitos ou para denunciar qualquer ilegalidade ou abuso de poder, não
sendo permitida a exigência de pagamento de taxadas para o exercício desse
direito.
O direito de petição pode ainda ser definido como o direito de invocar a
atenção do Poder Público sobre uma questão ou situação.
Já a CERTIDÃO é um atestado que prova determinado fato. Ex.: A Certidão
de Nascimento. Ambas servem para defesa de direitos.

Tribunal do Júri

O Tribunal do Júri pertence ao Poder Judiciário, e possui competência para o


julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
Esse instituto é regido por alguns princípios, conforme Art. 5° XXXVIII.
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos vereditos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

✓ Plenitude de defesa – Permite que no Júri sejam utilizadas todas as provas


permitidas em direito;

✓ Sigilo das votações – O voto dos jurados é sigiloso. Durante o julgamento


não é permitido que os jurados conversem sobre o julgamento, sob pena de
nulidade deste.

✓ Soberania dos veredictos – A decisão dos jurados é soberana, não podendo


ser modificada pelo juiz.

✓ Competência para julgar os crimes dolosos contra a vida - O júri julga


apenas os crimes dolosos contra a vida. Crimes dolosos são aqueles praticados
intencionalmente, ou quando o agente assume o risco de matar.

550
Crimes Imprescritíveis, Inafiançáveis e Insuscetíveis de Graça e Anistia

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à


pena de reclusão, nos termos da lei;
A Carta Magna, no Art. 4°, VIII, traz o repúdio ao racismo no que diz respeito
às relações internacionais.
Art. 4° A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
A vedação ao Racismo constitui crime inafiançável e imprescritível e está
sujeito à pena de reclusão. Segundo entendimento do STF, a expressão racismo
abrange todas as formas de discriminação que acarretem distinções entre
pessoas em razão de origem, cor, raça, credo.
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia
a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo
e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evita-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados,
civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

551
EXERCÍCIOS

1. Alberto, reconhecidamente pobre na forma da lei, necessita obter a sua


certidão de nascimento e a certidão de óbito do seu pai, Ataulfo, que acabara de
falecer. Segundo a Constituição Federa, o Cartório de Registro Civil competente
deverá fornecer, em regra,

a) onerosamente o registro civil de nascimento de Alberto e gratuitamente a


certidão de óbito de Ataulfo, mediante o pagamento de vindo reais para cada
certidão.
b) gratuitamente o registro civil de nascimento de Alberto e onerosamente a
certidão de óbito de Ataulfo.
c) gratuitamente as certidões de registro civil de nascimento de Alberto e de óbito
de Ataulfo.
d) as certidões de nascimento e óbito mediante o pagamento de taxa simbólica
de cinco reais para cada certidão.
e) as certidões de nascimento e óbito mediante o pagamento de taxa simbólica
de dois reais para cada certidão.

2. A Constituição Federal assegura, com exclusividade, ao Tribunal do Júri:

a) Soberania dos veredictos, competência para julgar crimes dolosos contra a


vida, contraditório e plenitude de defesa.
b) Sigilo das votações, soberania dos veredictos, competência para julgar crimes
dolosos contra a vida e plenitude de defesa.
c) Contraditório, soberania dos veredictos, competência para julgar crimes
dolosos contra a vida e plenitude de defesa.

552
d) Competência para julgar crimes dolosos contra a vida, sigilo das votações,
incomunicabilidade do conselho de sentenças e plenitude de defesa.

3. Considerando o regime constitucional dos direitos e garantias fundamentais,


julgue o item a seguir.

A CF determina que os crimes de racismo, a pratica da tortura e o terrorismo são


imprescritíveis, inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia.
( ) certo ( ) errado

GABARITO

1. C
2. B
3. ERRADO

553
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Remédios Constitucionais
Os incisos LXVIII a LXXIII do Art. 5° tratam dos chamados “remédios
constitucionais”, que são garantias fundamentais que visam oferecer meios de
proteção eficientes para a defesa dos direitos fundamentais.

Habeas Corpus
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
O Habeas Corpus tutela a liberdade de locomoção do indivíduo. O Habeas
Corpus poderá ser utilizado de forma preventiva ou repressiva.

→ Habeas Corpus preventivo – cabe quando há a ameaça à liberdade de


locomoção do indivíduo.
Nesse caso e concedido um salvo-conduto buscando prevenir a efetivação da
ameaça.
→ Habeas Corpus repressivo – nesse caso já houve a violência ou a coação à
liberdade de locomoção. Seu objetivo é fazer cessar o desrespeito à liberdade
de locomoção.
É importante ficar atento, pois o Habeas Corpus só será utilizado quando
houver ilegalidade ou abuso de poder.

É possível identificar três figuras nas relações processuais que envolvem o


habeas corpus.

➢ Impetrante – aquele que apresenta, protocolizar o habeas corpus. Este


poderá impetrar o remédio constitucional para si ou para outrem. Vale ressaltar
que esse remédio poderá ser impetrado por qualquer pessoa, física ou jurídica,
e não precisa de advogado.

➢ Autoridade Coatora (impetrado) - Autoridade pública ou privada que


restringiu o direito à liberdade de ir e vir.

➢ Paciente – é o indivíduo que precisa do remédio. Aquele em favor de quem


está sendo impetrado o pedido de Habeas Corpus.

554
FICA LIGADO!

✓ A pessoa jurídica pode ser apenas impetrante, porem jamais poderá ser
paciente, em virtude de sua natureza jurídica.

✓ O habeas corpus é gratuito, conforme consta no Art. 5°, LXXVII


“LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania.”

✓ O Habeas Corpus não pode ser apócrifo, ou seja, sem assinatura.

Legitimação Ativa
É a capacidade jurídica de alguém de impetrar um Habeas Corpus. Em outras
palavras, é a capacidade de ser autor em uma ação de Habeas Corpus.
Esta legitimação é a mais ampla possível, não se exigindo sequer que seja
assinado por um advogado

Habeas Corpus e Punições Disciplinares Militares

O Art. 142, § 2°, da CF, proíbe a utilização do Habeas Corpus em relação às


punições disciplinares militares.
“§ 2 ° - Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.”

No entanto, o STF tem admitido o remédio quando impetrado por razões da


ilegalidade da prisão militar. Em relação ao mérito, considera-se o texto
constitucional; porém, em relação a legalidade, prevalece o entendimento do
STF de que será possível.

Habeas Data
Previsto no Art. 5°, LXXII, o Habeas Data objetiva a proteção ao direito da
liberdade de informação.

LXXII – conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;

555
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo
sigiloso, judicial ou administrativo;
O Habeas Data poderá ser usado de duas formas:
→ Para conhecimento da informação;
→ Para retificação da informação.

Legitimação Ativa
O Habeas Data poderá ser impetrado por pessoa física ou jurídica, brasileira
ou estrangeira.
O Habeas Data tem caráter personalíssimo, ou seja, poderão ser requeridas
apenas as informações do próprio impetrante, nunca de terceiros.

Legitimação Passiva
Poderão ser sujeitos passivos do Habeas Data ou responsáveis por entidades
governamentais, da administração pública direta e indireta. Além desses,
poderão ser sujeitos passivos também, as pessoas jurídicas privadas, desde que
tenham caráter público.

FICA LIGADO!

✓ Assim como o habeas corpus, o habeas data também é gratuito, conforme


consta no Art. 5°, LXXVII.
“LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma
da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.”

✓ Só poderão ser conhecidas as informações do próprio impetrante.

✓ A petição inicial do Habeas Data deve ser sempre subscrita por um advogado.

EXERCÍCIOS

1. Segundo a Constituição Federal, sempre que alguém sofrer ou achar


ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder, conceder-se-á

a) mandado de segurança

556
b) alvará de soltura
c) habeas corpus
d) habeas data
e) mandado de injunção

2. Em relação ao habeas corpus assinale a alternativa correta:


a) Necessariamente deverá ser interposto por advogado;
b) O direito brasileiro contemplou apenas o preventivo;
c) Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem;
d) O direito brasileiro contemplou apenas o repressivo;
e) A concessão de habeas corpus sempre por á fim ao processo criminal.

3. Deoclécio adquiriu um exemplar da Constituição da República Federativa do


Brasil e, ao analisar os direitos e deveres individuais e coletivos, constatou a
existência do instituto do habeas data. Curioso, procurou Inércio para lhe
esclarecesse quais as características desse instituto. À luz da sistêmica
constitucional, é correto afirmar que:

a) trata-se de instrumento de programação à disposição do setor de informática


dos poderes constituídos;
b) o habeas data permite a retificação de dados, quando o impetrante não prefira
fazê-lo por processo sigiloso;
c) o objetivo do habeas data é o de garantir a liberdade de locomoção,
protegendo-se contra qualquer ato ilegal.
d) o habeas data será concedido para proteger qualquer direito líquido e certo
violado por ilegalidade ou abuso de poder;
e) o fim almejado com o habeas data é o de evitar que o depositário infiel seja
preso por dívida.

GABARITO
1. C
2. C
3. B

557
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Remédios Constitucionais
Mandado de Injunção
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável, o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade à soberania e à
cidadania;
O mandado de injunção é o remédio utilizado para combater a inércia do
Poder Legislativo ou Executivo na regulamentação de direitos e liberdades
constitucionais e os relacionados à nacionalidade, soberania e cidadania.
O mandado de injunção visa combater a falta de efetividade de normas
constitucionais de eficácia limitada, relacionada a determinados assuntos.

Competência
É de competência do STF processar e julgar, originalmente, o mandado de
injunção, sempre que a norma regulamentadora for atribuição do Presidente da
República do Congresso Nacional, da Câmara Federal, do Senado Federal, da
Mesa de uma dessas Casas, do TCU, de um dos Tribunais Superiores, ou do
próprio STF.
É de competência do STJ julgar, originalmente, o mandado de injunção,
quando a norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
autoridade federal, exceto os casos de competência do STF, Justiça Eleitoral,
Justiça do Trabalho e da Justiça Federal.
As Justiças Estaduais também têm competência para julgar originalmente o
mandado de injunção conforme previsto nas Constituições Estaduais.

Efeitos da Decisão
Em relação à efetividade do mandado de injunção, há a possibilidade de
adoção pelo STF, de duas correntes doutrinarias, a saber:
→ Teoria concretista geral - O Judiciário estabelece como a ausência da norma
será cumprida. Essa decisão terá efeito erga ominis, ou seja, será aproveitada
para todos os casos iguais.
→ Teoria concretista individual – O Judiciário estabelece como o impetrante
poderá exercer o direito prejudicado pela falta de norma regulamentadora, mas
os efeitos da decisão caberão apenas ao impetrante.

558
Ação Popular
LXXIII – qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à modalidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência.
A Ação Popular é um instrumento importante de que a sociedade dispõe para
controlar os atos dos agentes públicos e anular atos lesivos:

➢ Ao patrimônio da União, Estados, DF e Municípios, bem como de qualquer


entidade em que o tesouro público participe;

➢ À moralidade administrativa;

➢ Ao meio-ambiente;

➢ Ao patrimônio histórico, cultural, econômico, artístico, estético ou turístico.

Legitimação Ativa
Qualquer CIDADÃO pode propor ação popular.
→ Cidadão – o indivíduo que possui capacidade eleitoral ativa. A prova de
cidadania se faz com a apresentação do título do eleitor.

Legitimação Passiva
Deverão figurar no polo passivo:

✓ União, Estados, DF ou Municípios do qual emanou o ato lesivo;

✓ Autoridades, funcionários ou administradores que autorizaram, aprovaram,


ratificaram, praticaram ou se omitiram em relação a ato;

✓ Beneficiários diretos do ato.


FICA LIGADO!

559
✓ O Ministério Público não pode ajuizar ação popular, visto que essa é uma
prerrogativa apenas do cidadão. No entanto, em caso de abandono ou omissão
do autor, o MP poderá substitui-lo na ação. Nos demais casos o MP atua como
fiscal da lei.

✓ O autor de Ação Popular está isento do pagamento das custas judiciais ou


ônus da sucumbência, salvo em caso de má fé.

✓ Não existe competência originaria para o julgamento da Ação Popular.

✓ A Ação Popular é regulada pela Lei n° 4.717/65

EXERCÍCIOS

1. Leia as assertivas abaixo.


• Conceder-se-á __________ para proteger direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público.
• Conceder-se-á __________ para assegurar o conhecimento de informações

560
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bando de dados de
entidades governamentais ou de caráter público; para retificação de dados,
quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
• Conceder-se-á __________ sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou
abuso de poder.
• Conceder-se-á __________ sempre que a falta de norma regulamentadora
torna inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Marque a sequência dos institutos que preenche correta e
respectivamente as lacunas:

a) mandado de segurança, habeas data, habeas corpus, mandado de injunção.


b) mandado de injunção, habeas corpus, habeas data, mandado de segurança.
c) mandado de injunção, habeas data, habeas corpus, mandado de segurança.
d) mandado de segurança, mandado de injunção, habeas corpus, habeas data.

2. Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, sempre que a falta


de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania, será concedido

a) mandado de injunção
b) habeas-data
c) mandado de segurança
d) habeas corpus
e) ação popular

GABARITO
1. A
2. A

561
DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Remédios Constitucionais

Mandado de Segurança
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito liquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Direito líquido e certo – Direito certo é aquele que não necessita de mais
provas. O Mandado de Segurança não admite dilatação probatória.
Direito liquido é aquele que já tem seu valor definido. Não precisa de
averiguações para verificar a extensão econômica.

FICA LIGADO!

✓ O direito é sempre certo. O que podem ser duvidosos são os fatos


apresentados.

✓ O direito pode ser certo, mas não ser liquido.

O cabimento do Mandado de Segurança só é cabível quando não amparado


pro Habeas Corpus ou Habeas Data, sendo assim, nem toda violação a direito
líquido e certo será amparado por Mandado de Segurança Essa é a
característica do caráter residual e subsidiário do mandado de segurança.

Espécies de Mandado de Segurança


Assim como o Habeas Corpus, o mandado de segurança pode ser:

➢ Preventivo – quando há o receio de o impetrante sofrer uma violação do


direito líquido e certo por parte da autoridade impetrada.

➢ Repressivo – quando o direito líquido e certo já foi atingido.

Legitimidade Ativa
A legitimidade é do titular do direito líquido e certo. Seja pessoa física ou
jurídica, nacional ou estrangeiro, domiciliada ou não em nosso país.

562
Legitimidade Passiva
Só poderá figurar no polo passivo do Mandado de Segurança, a autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica com atribuições do Poder Público.

FICA LIGADO!
→ O mandado de segurança possui prazo decadencial de 120 dias.

XX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituídas em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados.
Sua finalidade é permitir que algumas pessoas jurídicas defendam os
interesses de seus membros ou associados, ou ainda da sociedade em geral.

Legitimados para a propositura

➢ Partido Político, com representação no Congresso Nacional;

➢ Organização Sindical ou entidade de classe;

➢ Associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 01


ano.

Os Partidos Políticos podem defender direitos relativos a seus integrantes ou


relacionados à finalidade partidária, enquanto que os demais legitimados podem
defender direitos dos seus membros ou associados, desde que pertinentes às
finalidades da entidade.
No caso de sindicatos e associações, não se exige que estes apresentem
autorização expressa de cada um dos associados representados em juízo, basta
apenas uma autorização genérica em seus estatutos.
Não há necessidade de constar na petição inicial o nome de todos os
associados, no entanto a situação individual de cada um será levada em conta
na execução da sentença.

Objeto

563
O Mandado de Segurança tem por objeto a defesa dos mesmos direitos
amparados pelo Mandado de Segurança individual, porem direcionado à
coletividade.

EXERCÍCIOS

1. Sobre os remédios constitucionais, a Constituição Federal estabelece que


a) qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais de do ônus
de sucumbência.
b) o habeas corpus somente pode ser impetrado quando alguém sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção.
c) mandado de segurança coletivo somente pode ser impetrado por organização
sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos dois anos, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados.
d) será concedido habeas data para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante e de terceiros, constantes de registro ou banco
de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
e) será concedido mandado de injunção para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

564
2. Sobre o Mandado de Segurança, considere:
I. O partido ‘D’ possui representação no Congresso Nacional.
II. O partido ‘H’ não possui representação no Congresso Nacional.
III. A Associação ‘QQ’ legalmente constituída e em funcionamento há oito meses
em defesa dos interesses de seus associados.
IV. A Associação ‘XX’ legalmente constituída e em funcionamento há sete meses
em defesa dos interesses de seus associados.

De acordo com a Constituição Federal, o Mandado de Segurança coletivo poderá


ser impetrado APENAS nas hipóteses indicadas em
a) III e IV
b) I e II
c) II e IV
d) II e III
e) I

GABARITO
1. A
2. E

565
DIREITOS SOCIAIS

Os direitos sociais são direitos fundamentais típicos da chamada segunda


geração, e visam garantir uma existência digna aos cidadãos.
São obrigações que o Estado possui para com seus nacionais, e
precipuamente, buscam garantir melhores condições de vida aos menos
favorecidos, funcionando assim como instrumentos de equalização de condições
sociais desiguais.
O Art. 6° da CF, define esses direitos:
Art. 6° São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

Fique atento para a diferença entre direitos à Moradia x Propriedade


Características dos Direitos Sociais
A) Imperatividade: é um fazer do Estado-provedor; não podem ser alterados
pela vontade das partes;
B) Invioláveis: assim como todos os direitos fundamentais.
C) Aplicação imediata – podendo ser implementada no caso de omissão
legislativa (mandado de injunção e ADO – ação direta de inconstitucionalidade
por omissão).

Direitos Fundamentais Trabalhistas – Art. 7°


O Art. 7° da CF traz os principais direitos trabalhistas. Importante observar
que nem todos se aplicam aos servidores públicos e, mesmo os que se
aplicam, podem ser regulamentados de maneira diferente por leis especificas,
uma vez que os servidores são regidos por estatutos próprios.
Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social;
O capút do Art. 7° deixa claro que os direitos sociais apresentados em seus
incisos se aplicam indistintamente aos trabalhadores urbanos e rurais, e que não
excluem outros, previstos na própria Constituição ou em leis especificas. Ou
seja, tal artigo traz somente o mínimo considerado necessário pelo constituinte
para que o trabalhador possa ter condições de trabalho e de vida digna.

566
Veremos a seguir esses direitos:
Proteção contra Despedida sem Justa Causa
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitraria ou sem justa causa,
nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos;
A demissão arbitraria ou sem justa causa pode trazer graves consequências
para o trabalhador, inclusive no que se refere a seu sustento e de sua família.
Diante disso, a Constituição exige que lei complementar o proteja dessa
situação, buscando amenizar os impactos decorrentes de tal despedida com o
pagamento de uma indenização, entre outras providencias que podem ser
adicionadas.

Seguro-Desemprego
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
A lei do seguro-desemprego, além de trazer o pagamento do chamado
auxilio- desemprego, também dispõe que o Governo deve oferecer meios para
ajudar o trabalhador a encontrar um outro emprego.

FGTS
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
Trata-se do FGTS, equivalente a aproximadamente um salário por um ano
(8% do salário por mês), depositado pelo empregador em conta vinculado e
exclusiva do empregado, administrada pela Caixa Econômica Federal e sujeito
a saques em hipóteses especificas, como despedida sem justa causa e
aposentadoria.

Salário-Mínimo
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;
O salário mínimo deveria garantir uma existência digna para uma família com
filhos. Embora saibamos que está longe disso, sabemos também que um
aumento repentino poderia trazer consequências desastrosas para a economia

Piso Salarial

567
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho.
Além do salário mínimo, que se aplica a todos os trabalhadores brasileiros, a
Constituição prevê que haja também pisos salariais, que são salários mínimos
aplicáveis a determinadas categorias profissionais e, cujo valor deve levar em
conta a extensão e a complexidade do trabalho em cada um deles.
Esse pisos são negociados pelos sindicatos de cada categoria profissional
junto aos sindicatos dos empregadores, ou podem ser obtidos pelos sindicatos
profissionais mediante dissídios coletivos na Justiça do Trabalho.

Irredutibilidade do Salário
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
Uma vez estabelecido o valor do salário mínimo, no contrato de trabalho, ele
não pode ser reduzido mesmo que o empregado concorde, exceto se tal redução
for aceita por negociação feita junto à entidade sindical respectiva.

Salário-Mínimo para os que recebem Remuneração Variável


VII - garantia de salário, nunca inferido ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
O inciso acima busca garantir que aqueles que percebem remuneração
variável, recebem todo mês, no mínimo, o valor de um salário mínimo.

13° Salário
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria.
O décimo terceiro salário, ou gratificação natalina, deve ser pago até o final
do ano, podendo ser dividido em duas parcelas, sendo a primeira paga até o dia
30 de novembro e a segunda até dia 20 de dezembro.
Adicional Noturno
IX – Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
A Constituição entende que quem trabalha durante o período noturno,
trabalha fora de seu horário natural, e, por isso, deverá receber uma
compensação.

Proteção ao Salário
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

568
O salário do trabalhador é o seu sustento, sendo que o empregado conta com
ele para o entendimento de suas necessidades básicas e de sua família.
Portanto, a lei deverá protege-lo, inclusive considerando crime sua retenção
intencional por parte do empregador.

Participação nos Lucros e na Gestão das Empresas


XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
A CF estabelece a possibilidade de que os trabalhadores venham a ter
participação nos lucros da empresa (conhecida como PLR), conforme definido
em lei, além de haver a possibilidade excepcional de participação na gestão da
própria empresa, também nas hipóteses previstas em lei.
Salário – Família
XII – salário – família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;
O salário – família tem a função de auxiliar o trabalhador de baixa renda a
sustentar a família, cabendo à lei definir qual seria o valor de salário considerado
como baixo.

Jornada de Trabalho
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
No Brasil a duração da jornada semanal de trabalho é de, no máximo, 44
horas semanais e 8 horas diárias. O que for trabalhado além disso, seja no limite
diário ou semanal, deve ser pago como hora extra, como os acréscimos legais.
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
Turno ininterrupto de revezamento é aquele no qual o trabalhador é obrigado
a trabalhar ora em um horário, ora em outro, como no regime de escala, por
exemplo.
Descanso Semanal Remunerado
XV – Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
O serviço extraordinário condiz com as chamadas horas extras.
Deve-se observar que o valor de 50% é o mínimo de acréscimo. É comum
que algumas categorias consigam acréscimos maiores.

569
Férias

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;
Durante as férias, o trabalhador receberá, além de seu salário normal, um
adicional correspondente a 1/3 desse salário. É o conhecido adicional de férias.

Licença – Maternidade
XVIII – licença a gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração
de cento e vinte dias;
O objetivo da licença-maternidade é principalmente proteger o recém –
nascido, permitindo o contato cm a mãe durante um período mínimo.

Licença – Paternidade
XIX – licença – paternidade, nos termos fixados em lei;
Em relação à licença paternidade, a CF não prevê mínimo de duração, sendo
que atualmente, a legislação prevê no mínimo 5 dias de afastamento, contados
do dia do nascimento da criança.

Proteção ao Mercado de Trabalho Feminino


XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
Essa disposição visa combater a desigualdade entre gêneros em termos de
oportunidade no mercado de trabalho.

Aviso – Prévio
XXIII – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta
dias, nos termos da lei;
Aviso prévio é o intervalo de tempo entre as comunicações da intenção da
ruptura do contrato de trabalho por uma das partes e sua efetiva rescisão, a fim
de que a outra parte se prepare para essa ruptura.

Redução dos Riscos do Trabalho


XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;

570
A legislação deve cuidar de proteger o trabalhador contra os acidentes e demais
riscos no trabalho, como prejuízo à sua saúde, por exemplo.

Adicionais de Penosidade, Insalubridade e Periculosidade


XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
Atividades penosas – são as tarefas árduas, difíceis, que causam grande
desgaste mental ou físico ao trabalhador.
Atividades insalubres – são aquelas que causam prejuízo ou risco à saúde do
trabalhador, como, por exemplo, os trabalhadores que trabalham em minas
subterrâneas.
Atividades perigosas – são aquelas que causam risco imediato.

Aposentadoria
XXIV – aposentadoria.
É o direito que o trabalhador que preencheu os requisitos legais de tempo de
contribuição e/ou idade tem de receber do estado um auxílio para o seu sustento

Assistência em Creches e Pré-Escolas


XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas.
A partir dos seis anos, a criança deve ser matriculada no ensino regular que
começa com o fundamental. Antes disso, porém, o Poder Público deve garantir
às crianças em creches e pré-escolas públicas.

Convenções e Acordos Coletivos


XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
As negociações entre os empregados e os sindicatos representantes das
categorias profissionais têm força de lei entre as partes, desde que não
desrespeitem os limites impostos pela legislação.

Proteção Face à Automação


XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;

571
A automação, embora necessária para aprimorar a competitividade da
indústria nacional, pode causar sérios prejuízos ao emprego, se seus efeitos não
forem bem administrados.

Seguro Contra Acidente de Trabalho


XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;
A lei deve instituir seguro que indenize o trabalhador em caso de acidente
labora, sendo que esse seguro deve ser pago pelo empregador.

EXERCÍCIOS

1. É direito constitucional dos trabalhadores urbanos e rurais:

a) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de


cento e oitenta dias.
b) remuneração do serviço extraordinário superior em, no mínimo, trinta por
cento à do serviço normal.
c) seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
d) aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, no máximo de trinta dias, nos
termos da lei.
e) assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até os 06
(seis) anos de idade em creches e pré-escolas

2. De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 –


Art. 7°. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitraria ou sem justa causa,


nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre
outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;

572
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
vinculação para qualquer fim;

Está correto o que se afirmam em:


a) Apenas I e II
b) Apenas II e III
c) Apenas III e IV
d) Todas as afirmativas
e) Nenhuma das afirmativas

3. O reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho

a) está previsto na Constituição Federal de forma implícita


b) não está previsto na Constituição Federal, expressa ou implicitamente
c) está previsto expressamente na Constituição Federal no capítulo dos direitos
e deveres individuais e coletivos
d) está previsto expressamente na Constituição Federal no capítulo dos direitos
sociais
e) está previsto expressamente na Constituição Federal no capitulo pertinentes
ao Supremo Tribunal Federal

GABARITO

1. C
2. D
3. D

573
DIREITOS SOCIAIS – PARTE II

“Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite
de dois anos após a extinção do contrato de trabalho.”
Este inciso prevê as chamadas regras de PRESCRIÇÃO TRABALHISTA.
Como se pode depreender do inciso, existem dois tipos de prescrição: uma de 2
anos e outra de 5 anos. Importa distinguir a aplicação desses prazos.
O período de 2 anos refere-se ao prazo que o trabalhador possui para
ingressar com uma ação trabalhista reivindicando seus direitos. Esse prazo inicia
sua contagem a partir do dia em que houve a rescisão do contrato de trabalho.
O período de 5 anos diz respeito aos anos de verbas trabalhistas vencidas a
que o empregado terá direito quando entrar com a ação, a contar do momento
em que se entra com a ação.

→ A prescrição de 2 anos conta-se para frente, e a de 5 anos conta-se para trás.

Proibições

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério


de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou
entre os profissionais respectivos; Ex.: faculdade.
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de
dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição
de aprendiz, a partir de quatorze anos;” Ex.: menor de 17 anos trabalhar em
cemitério – (trabalho penoso).

A Constituição nos diz que é proibido o trabalho para os menores de 16 e, em


seguida, excepciona esta regra dizendo que é possível, a partir dos 14, na
condição de aprendiz. Ela objetivou dizer que o trabalho no Brasil se inicia aos
14 anos

574
Direitos dos Trabalhadores Domésticos
“Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX,
XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições
estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das
obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e
XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.” (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 72, de 2013)

Direitos Coletivos Trabalhistas


O direitos sociais coletivos são aqueles exercidos pelos trabalhadores,
coletivamente ou no interesse de uma coletividade, e podem ser classificados
em:

➢ direito de associação profissional ou sindical;

➢ direito de greve;

➢ direito de substituição processual;

➢ direito de participação;

➢ direito de representação classista.

Regras de Associação Profissional ou Sindical


“Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,
ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a
interferência e a intervenção na organização sindical;”
“II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados,
não podendo ser inferior à área de um Município;”

Princípio da Unidade Sindical


“IV – a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista
em lei;”

575
→ Existem duas contribuições neste inciso: uma chamada de Contribuição
Confederativa e outra, de Contribuição Sindical.
Mas surge uma pergunta: qual das duas é paga diretamente para o sindicato?
Apesar de o nome induzir ao erro, a contribuição paga diretamente ao sindicato
é a Confederativa!
→ A Contribuição Confederativa é a prevista neste inciso, fixada pela assembleia
geral, descontada em folha para custear o sistema confederativo. Esta é aquela
paga às organizações sindicais e é facultativa (só é obrigada aos filiados aos
sindicatos).
→ A Contribuição Sindical, que é a contribuição prevista em lei, mais
precisamente na Consolidação das Leis trabalhistas (CLT) deve ser paga por
todos os trabalhadores, ainda que profissionais liberais. Sua natureza é
obrigatória e possui caráter tributário.

Liberdade de Associação
“V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;” Estabilidade Sindical
“VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos
termos da lei.”
A estabilidade sindical constitui norma de proteção aos dirigentes sindicais.
Ela possui grande utilidade ao evitar o cometimento de arbitrariedades por parte
das empresas, em retaliação aos representantes dos empregados.

Direito de Substituição Processual


“III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais
da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.”

Direito de Greve
“Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio
dele defender.

576
§ 1º – A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade
§ 2º – Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.”

O direito de greve é um direito fundamental de todo trabalhador. Entretanto,


no Brasil, há uma lei específica regulamentando-o, somente aos trabalhadores
da iniciativa privada, a Lei 7783/89. Assim, é importante lembrar, no momento
da prova que, por não haver uma lei garantindo os serviços essenciais que
devam ser prestados enquanto durar a greve dos servidores públicos, entende
o STF que esses servidores deverão fazer greve nos termos da lei da iniciativa
privada.

Direito de Participação
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou
previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.”

Direito de Representação Classista


“Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a
eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes
o entendimento direto com os empregadores.”

EXERCÍCIOS

01. Em relação aos princípios fundamentais e aos direitos e garantias


fundamentais estabelecidos na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os
itens que se seguem.
A criação de sindicatos depende de autorização prévia do Estado, já que na CF
é prevista a regra da liberdade sindical condicionada.
Certo ( ) Errado ( )

02. Ainda com base no que determina a CF, julgue os itens a seguir. O servidor
público civil tem direito à livre associação sindical.
Certo ( ) Errado ( )

577
03. Ao trabalhador doméstico são garantidos todos os direitos previstos no art.
7.º da CF.
Certo ( ) Errado ( )

04. Acerca dos direitos dos trabalhadores, sobretudo os considerados na


Constituição Federal de 1988, julgue o seguinte item. A licença à gestante tem a
duração de cento e vinte dias, sem prejuízo do salário e do emprego pelo período
desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto.
Certo ( ) Errado ( )

GABARITO

01 - Errado
02 - Certo
03 - Certo
04 - Errado

578
DIREITO DE NACIONALIDADE – PARTE I

Disposições Gerais
Os Arts. 12 e 13 da Constituição Federal estão na Seção dos direitos
conhecidos como direitos de nacionalidade.
Tais direitos dizem respeito à condição, ao status, do indivíduo em relação ao
Estado.
Em relação ao Estado o indivíduo pode assumir os status ou condições.

➢ Nacional: São aqueles que possuem um vÍnculo permanente com o Estado.

➢ Estrangeiro: Quem possui outra nacionalidade que não é daquele país ou


não possui qualquer nacionalidade (apátrida), mas deve se submeter às leis do
país onde estiver.

A aquisição de nacionalidade se dá de dois modos: modo originário e modo


derivado.
Aqueles que possuem a nacionalidade originária são chamados cidadãos
natos, já os que possuem a nacionalidade secundária são os chamados
naturalizados.

Dessa forma, o nacional poderá ser:

➢ Nato: aquele que já nasce com aquela nacionalidade ou é equiparado para


todos os efeitos aos que nascem. Temos aqui a nacionalidade originária.

➢ Naturalizado: aquele que possui outra nacionalidade originaria, mas que


optar, em algum momento, na forma da lei, por tornar-se nacional daquele país.
É o que chamamos de nacionalidade derivada.

Existem dois critérios para definir a nacionalidade originaria de um indivíduo,


ou seja, para definir quem são os cidadãos natos.

➢ Jus solis – (Critério Territorial) – Local de nascimento – É cidadão daquele


Estado quem nascer em seu território, independentemente de progenitores
serem daquele país.

➢ Jus sanguinis – (Critério sanguíneo) – Sangue, filiação, ascendência, não


importando onde o indivíduo nasceu.

579
Brasileiros Natos

“Art.12. São brasileiros:


I – natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de país estrangeiro,


desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que
sejam registrados em repartição brasileira competente OU venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira;”

➢ Jus solis – (alínea “a”) é a REGRA – Nascidos no Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que eles não esteja a serviço de seu país. Caso estejam a
serviço, não será brasileiro nato.

➢ Jus sanguinis + critério funcional – (alínea “b” primeira parte) – nascidos


no estrangeiro de pai OU mãe brasileiros E um dos dois esteja a serviço da RFB
(critério funcional) – Administração Direta ou Indireta.

➢ Jus sanguinis + registro – (alínea “c”) – nascidos no exterior de pai ou mãe


brasileiros E faça registro em repartição brasileira.

➢ Jus Sanguinis + opção – Nacionalidade potestativa – (alínea “c” segunda


parte) – nascido no exterior de pai ou mãe brasileiro E nenhum deles esteja a
serviço da RFB E fixarem residência no Brasil E realizarem a opção pela
nacionalidade, após a maioridade.

FICA LIGADO!!!
Caso a manifestação de vontade do indivíduo pela nacionalidade brasileira
ocorra antes da maioridade, este passará a ser considerado brasileiro nato. No
entanto, conforme o STF, essa nacionalidade ficará sujeira à confirmação, após
atingida a maioridade.

Quadro Resumo

580
Brasileiros Naturalizados

“Art. 12 São brasileiros:


II – Naturalizados
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa
do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde
que requeiram a nacionalidade brasileira. “
Essa é uma norma de eficácia limitada, ou seja, precisa ser regulamentada
por lei. Ela estabelecerá os critérios exigidos para a naturalização do estrangeiro,
podendo exigir, por exemplo, que fale o idioma, tenha emprego, endereço fixo,
etc.

➢ Naturalização ordinária

• Estrangeiro de outras nacionalidades “na forma da lei” (Art.112 da Lei


6815/80 – Estatuto do estrangeiro);
• Estrangeiro de países de língua portuguesa – residência por mais de 01
ano no país E idoneidade moral.

➢ Naturalização Extraordinária

• Estrangeiros de países de língua não portuguesa – residência no país por


mais de 15 anos ininterruptos E sem condenação penal E requisição do
interessado.

581
Português Equiparado

“§ 1º. Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.”
Esse dispositivo equipara um estrangeiro específico – o português – ao
brasileiro, desde que presentes os seguintes requisitos:

• O português seja residente no País;


• Haja reciprocidade nesse tratamento diferenciado, ou seja, para que seja
válido, os brasileiros residentes em Portugal devem ter os mesmos
direitos do português;
• Haja respeito às diferenciações elencadas pela Constituição.

Distinção Entre Brasileiros Natos e Naturalizados

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

→ A Lei não pode fazer essa distinção, mas a CF pode!!

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:


I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas.
VII – de Ministro de Estado da Defesa

Determinados cargos públicos são considerados vitais para a segurança e


desenvolvimento do país. Sendo assim, o constituinte entendeu que os cargos
mais importantes para a condução dos destinos da nação ou para a conservação
de sua segurança deveriam ser ocupados somente por brasileiros natos.

582
• Carreiras Diplomáticas – o Diplomata representa o Brasil em outras
nações, negocia acordos em nome do País, dá apoio aos brasileiros em
viagem ou que vivem no exterior e obtém informações importantes para a
política externa.
• Forças Armadas – constituem o conjunto das suas organizações e forças
de combate e de defesa. No Brasil, as Forças Armadas são compostas
pela Marinha do Brasil, pelo Exército Brasileiro e pela Força Aérea
Brasileira.

Em regra, os oficiais das forças armadas são: Tenente, Capitão, Major,


Tenente- Coronel, Coronerl General.
Cargos Privativos de Brasileiros Natos

EXERCÍCIOS

1. Considerando as normas da Constituição Federal, assinale a alternativa


correta sobre os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que eles não estejam a serviço de seu país.

a) São brasileiros naturalizados


b) São estrangeiros
c) São estrangeiros naturalizados
d) São estrangeiros natos
e) São brasileiros natos

583
2. Maria, brasileira, estava grávida quando viajou para a Alemanha. Em virtude
de complicações de saúde, seu bebê nasceu antes do tempo, quando Maria
ainda estava na Alemanha. Considerando apenas os dados apresentados, pode-
se afirmar que, nos termos da Constituição Federal, o filho de Maria será
considerado

a) brasileiro nato, bastando que venha a residir na República Federativa do Brasil


b) brasileiro nato se Maria estiver, na Alemanha, a serviço da República
Federativa do Brasil.
c) brasileiro nato, bastando que o pai do bebê também seja brasileiro, nato ou
naturalizado
d) brasileiro naturalizado desde que opte, em qualquer tempo, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
e) brasileiro nato, pois Maria é brasileira.

3. Considere as situações abaixo.

I - Airton é brasileiro e sua esposa Carmela é italiana. Bernardo, filho do casal,


nasceu em Londres, enquanto seu pai lá estava a serviço da República
Federativa do Brasil.
II - Benjamin nasceu no Brasil enquanto seus pais, que são alemães, aqui
estavam a serviço da Alemanha
III - João, filho de Maria, brasileira, nasceu nos Estados Unidos e foi registrado
na repartição brasileira competente.

São brasileiros natos:


a) Bernardo, Benjamin e João.
b) Bernardo e João, apenas.
c) Bernardo e Benjamin, apenas
d) Benjamin e João, apenas.
e) João, apenas.

584
GABARITO

01 - E
02 - B
03 - B

DIREITO DE NACIONALIDADE – PARTE II

Cargos Privativos

Perda de Nacionalidade
§ 4° - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade naciva ao interesse nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos;
a) de reconhecimento de nacionalidade originaria pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente
em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou
para o exercício de direitos civis;

585
➢ Perda Mudança – Aplica-se tanto aos brasileiros natos como naturalizados:
adquirindo o brasileiro outra nacionalidade, deixará ele de ser brasileiro, exceto
em duas situações:
• De reconhecimento de nacionalidade, pela norma estrangeira: que dizer
que o país em relação ao qual o brasileiro está se nacionalizando o
considera como um cidadão nato e não naturalizado.
• De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condições para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis: nesse caso o brasileiro
não tem opção, ou seja, a naturalização não foi totalmente voluntaria.
Sendo assim, a Constituição admite que sejam acumuladas as duas
nacionalidades. Ex: Jogador de futebol.

➢ Perda Punição – Aplica-se apenas a brasileiros naturalizados, que poderão


ter sua naturalização cancelada por praticar atividade nociva ao interesse
nacional. Nesse caso, porém, a perda da nacionalidade somente poderá ocorrer
após o trânsito em julgado, ou seja, da qual não caberá mais recurso.
→ Uma vez perdida a nacionalidade, ela somente poderá ser readquirida por
meio de Ação Rescisória e nunca por outro procedimento de naturalização.

Extradição
Art. 5°
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
opinião;

➢ Brasileiro nato: NUNCA

➢ Brasileiro naturalizado: PODERÁ

• Crime comum antes da naturalização;


• Tráfico de entorpecentes – antes ou depois da naturalização
NÃO PODE EXTRADITAR – Crime político ou de opinião.
2016 – Jurisprudência do STF – Ex.: Mulher brasileira nata, que teve o
cancelamento da nacionalidade, casou-se nos EUA com um americano e foi
acusada de matar o marido. Esta voltou ao Brasil. STF – pode extraditar.

586
EXERCÍCIOS

1. Considere a situação hipotética a seguir:


Nascidos na Itália, Piero é naturalizado brasileiro.
Segundo o que dispõe a Constituição da República Piero não poderá:
a) ser extraditado.
b) perder a nacionalidade brasileira
c) ocupar cargo de deputado federal
d) ocupar cargo de careira diplomática

2. Analise as assertivas abaixo e, no final, assinale a opção correta:

I – Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro nato que, já sendo


milionário e exclusivamente por ter se apaixonado pelos céus de Paris, obtém a
nacionalidade francesa, por naturalização;
II – Incorre em causa de perda de nacionalidade o brasileiro que tiver
reconhecida outra nacionalidade originaria por Estado estrangeiro;
III – Sujeito nascido no estrangeiro, filho de mãe brasileira e de pai estrangeiro,
que veio a residir no território brasileiro e aqui, após a maioridade, optou e
adquiriu a nacionalidade brasileira pode, oportunamente, candidatar-se a ser
eleito Presidente da República.

a) Todas as assertivas são corretas


b) Apenas a assertiva I está correta
c) Apenas as assertivas I e III estão corretas
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas
e) Apenas as assertivas I e II estão corretas.

3. O brasileiro naturalizado

a) poderá ocupar o cargo de presidente do Senado Federal


b) poderá ocupar o cargo de ministro de Estado da Defesa.

587
c) não poderá ocupar cargo de carreira diplomática
d) poderá a nacionalidade brasileira no caso de reconhecimento de
nacionalidade originaria pela lei estrangeira
e) poderá ocupar o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.

GABARITO

1. D
2. C
3. C

588
DIREITOS POLÍTICOS – PARTE I

Os direitos políticos são aqueles que garantem a participação no processo


político e nos órgãos governamentais, por meio das diversas formas de sufrágio:
direito de voto, direito à elegibilidade, direito à participação popular etc.

Direitos Políticos Positivos


Decorrem da Soberania Popular e são aqueles que asseguram a participação
do indivíduo no processo político, ou seja na tomada de decisões políticas do
Estado.
Art. 14: A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – Plebiscito;
II – Referendo;
III – iniciativa popular;

➢ Direitos de Sufrágio: É o direito de eleger, ser eleito e participar da vida


política do Estado. É o que caracteriza os direitos políticos.

➢ Voto: Ato por meio do qual se exercita o sufrágio.

➢ Escrutínio: a maneira como se realiza o voto, se público ou secreto.


De acordo com a doutrina, o sufrágio pode ser de dois tipos:

➢ Universal: quando o direito de votar é concedido a todos os nacionais,


independentemente de condições econômicas, culturais, sociais ou outras
condições especiais;

➢ Restrito (qualificativo): quando o direito de votar depende do preenchimento


de algumas condições especiais, sendo atribuído a apenas uma parcela dos
nacionais. O sufrágio restrito pode ser censitário, quando depender do
preenchimento de condições econômicas (renda, bens, etc.) ou capacitário
quando exigir que o indivíduo apresente alguma característica especial (ser
alfabetizado, por exemplo).

Capacidade Eleitoral Ativa

589
A capacidade eleitoral ativa é aquela que assegura ao nacional o direito de
votar nas eleições, plebiscitos e referendos.
Além da capacidade de votar, a qualidade de eleitor dá, ao nacional, a
condição de cidadão, tornando-o apto a exercer vários direitos políticos, mas
nem todos. Para fruir de todos os direitos políticos, é necessário o preenchimento
de outras condições. Assim, com o alistamento o cidadão garante seu direito de
votar, mas não o de ser votado, uma vez que o alistamento é apenas uma das
condições da elegibilidade.
Art. 14. § 1° - O alistamento eleitoral e o voto são:
I – Obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – Facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2° - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período


do serviço militar obrigatório os conscritos.

Capacidade Eleitoral Passiva

A capacidade eleitoral passiva está relacionada ao direito de ser votado, de ser


eleito (elegibilidade).
→ Requisitos

590
➢ Nacionalidade brasileira; (natural ou naturalizado), em alguns casos apenas
os brasileiros natos;

➢ Pleno exercício dos Direitos Políticos;

➢ Alistamento eleitoral;

➢ Domicilio eleitoral – na circunscrição onde pretende se eleger – vínculo com


a população;

➢ Filiação partidária – não se admite candidaturas avulsas;

➢ Idade mínima;

• trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e


Senador;
• trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
• vinte e um anos para Deputado Federal, e Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
• dezoito anos para Vereador;

EXERCÍCIOS

1. A capacidade eleitoral ativa consiste na possibilidade de se tornar candidato


a cargo eletivo, e se traduz no direito de ser votado
Certo ( ) Errado ( )

2. Os direitos políticos são titularizados e livremente exercidos por todos os


brasileiros e garantem a participação na vida política e a influência nas decisões
públicas.
Certo ( ) Errado ( )

3. Não são alistáveis como eleitores nem os estrangeiros nem os militares


Certo ( ) Errado ( )

591
GABARITO

1. Errado
2. Errado
3. Errado

DIREITOS POLÍTICOS – PARTE II

Direitos Políticos Negativos

O § 4° do art. 14 estabelece inelegibilidade absolutas, como se pode ver a seguir:


§ 4° - São inelegíveis ou inalistáveis os analfabetos.

Veja que os analfabetos, apenas têm o direito de poderem votar, não podem
ser votados. E que, entre os inalistáveis, temos os estrangeiros e os conscritos,
durante o período do serviço militar obrigatório.
Já o §5º do art. 14 traz uma hipótese de inelegibilidade relativa por motivos
funcionais:
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente
Art. 14, § 6º – Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República,
os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
Esse dispositivo exige que os titulares desses cargos renunciem aos seus
respectivos mandatos até seis meses antes da eleição. É a chamada
“desincompatibilização”
§ 7º – São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

592
No §7º do art. 14, temos as causas de inelegibilidade relativa por motivos de
casamento, parentesco ou afinidade. São denominadas inelegibilidade reflexa,
pois o fato de uma pessoa ocupar um cargo reflete sobre terceiros.

→ §8º MILITARES

➢ 1 - 10 anos = Afastamento

➢ 2. + 10 anos: Agregado. Se eleito: inatividade com a diplomação


§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.

→ § 9º OUTRAS HIPÓTESES A CF estabelece a possibilidade de se criar,


através de Lei Complementar novas hipóteses de inelegibilidades relativas.
Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos
de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade
para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a
normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta
ou indireta

Perda ou Suspensão dos Direitos Políticos: Art. 15, CF (Rol Taxativo)


Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só
se dará nos casos de:
→ Perda
I – Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado
IV – Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, nos termos do art. 5º,VIII;

→ Suspensão
II – Incapacidade civil absoluta;
III – Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
V – Improbidade Administrativa, nos termos do art. 37, § 4º

593
→ Impugnação Mandato Eletivo – 15 dias
§ 10 – O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso
do poder econômico, corrupção ou fraude.

Ação de Impugnação de Mandato


§ 11 – A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

→ Anterioridade ou anualidade eleitoral


Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência.

EXERCÍCIOS

1. A capacidade eleitoral passiva consistente na possibilidade de o cidadão


pleitear determinados mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que
preenchidos certos requisitos, conceitua-se em:

a) Alistamento eleitoral.
b) Direito de voto.
c) Direito de sufrágio
d) Elegibilidade
e) Dever sociopolítico

2. Para concorrer a outros cargos, o governador do Distrito Federal não está


obrigado a renunciar o respectivo mandato.
Certo ( ) Errado ( )

594
GABARITO

1. D
2. Errado

PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,


resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo,
os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos:
Veja que é plena a liberdade de criação dos partidos políticos, desde que
resguardados: a soberania nacional (não pode haver partido vinculado a
entidade ou governo estrangeiro), o regime democrático, o pluripartidarismo
(que, afinal, é um dos fundamentos da nossa República) e os direitos
fundamentais da pessoa humana (não pode haver partido nazista ou racista, por
exemplo).
I – Caráter nacional;
Não pode haver um partido político envolvendo só um Estado-membro ou
município, ou o Distrito Federal. Só poderá ser reconhecido como partido político
aquele que tiver repercussão em todo o país. Isso visa a evitar que interesses
de grupos minoritários tenham legitimidade, em detrimento daqueles que
representam toda a sociedade.
II – Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – Funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Com o intuito de favorecer a democracia, foi assegurada autonomia aos
partidos políticos no §1º do art. 17, mas exigiu-se que seus estatutos
estabelecessem normas de disciplina e fidelidade partidária. Com o mesmo
objetivo, também foram assegurados aos partidos políticos recursos de fundo
partidário e acesso ao rádio e à televisão (na forma da lei) e foi vedada a
utilização de organização paramilitar pelos mesmos.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre

595
as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
A autonomia partidária assegurada no § 1º do art. 17 visa a impedir qualquer
controle do Estado sobre os partidos políticos, criando uma “área de reserva
estatutária absolutamente indevassável pela ação normativa do Poder Público,
vedando, nesse domínio jurídico, qualquer ensaio de ingerência legislativa do
Poder Estatal (STF, ADI 1.407-MC, DJ de 17.04.2001).
Nesse sentido, garante-se aos partidos a liberdade para estabelecerem
normas sobre seu funcionamento, escolha de seus candidatos, critérios de
filiação e militância e duração do mandato de seus dirigentes. Não pode o
legislador ordinário interferir nessa matéria, que é de competência dos partidos,
observadas as disposições constitucionais.

Natureza Jurídica dos Partidos Políticos


Os partidos políticos, segundo previsão expressa da Constituição, possuem
natureza jurídica de direito privado. Vejamos o disposto no Art. 17, § 2º:
§ 2º – Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da
lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
Quando a Constituição determina que os partidos devem adquirir sua
personalidade jurídica na forma da lei civil, praticamente afirma que devem ser
considerados como pessoa jurídica de direito privado, apesar de ser exigido seu
registro no TSE.
§ 3º – Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
No que se refere ao fundo partidário, seu objetivo é garantir o financiamento das
atividades dos partidos políticos. Os recursos desse fundo são distribuídos pelo
TSE aos órgãos nacionais dos partidos (Lei 9.096/95, art. 41, II).
§ 4º – É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar
essa proibição se coaduna com o art. 5º, XVII, CF.

Criação e Limites de Partidos


Apesar da liberdade estampada no caput do Art. 17, é possível perceber que
a criação dos partidos políticos possui algumas limitações:
“Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo,
os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes
preceitos:
I – caráter nacional;

596
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 4º – É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.”
Seriam exemplos de organizações paramilitares as milícias do Rio de Janeiro ou
uma facção criminosa.

Direitos
Os partidos possuem vários direitos previstos expressamente na
Constituição, dentre os quais podemos destacar:
• recursos do fundo partidário;
• acesso gratuito ao rádio e à televisão (Lei 9.096/95).

Verticalização
No sistema atual, não é mais exigida a regra da verticalização. Isto é, não é
preciso haver vinculação das candidaturas nos diversos níveis federativos
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
“§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura
interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.”

EXERCÍCIOS

01. Julgue o item subsecutivo, referentes aos direitos políticos e à organização


político- administrativa do Estado brasileiro.
Em respeito à autonomia dos entes da Federação, a Constituição Federal
autoriza a criação de partido político estadual, desde que seja feito o devido
registro dos estatutos do partido no tribunal regional eleitoral correspondente no
prazo legal.
Certo ( ) Errado ( )

02. Julgue o item que se segue, no que concerne aos direitos e garantias
fundamentais e à aplicabilidade das normas constitucionais.

597
O direito de antena, previsto pela Constituição Federal (CF), assegura aos
partidos políticos a propaganda partidária mediante o acesso gratuito ao rádio e
à televisão, na forma da lei.
Certo ( ) Errado ( )

03. A respeito dos direitos e garantias fundamentais, julgue o item seguinte.


O formato e a estrutura dos partidos políticos relacionam-se menos com a sua
origem e história e mais com as condições de competição com outros partidos.
Certo ( ) Errado ( )

GABARITO

01 - Errado
02 - Certo
03 - Errado

598
Administração Pública

Os órgãos que compõem a Administração Pública no Brasil dividem-se em dois


ramos:
Administração Pública Direta e Administração Pública Indireta.

Administração Direta
É formada pelos chamados entes federados ou pessoas políticas, e
compreendem a União, os Estados, o Distrito Federal e municípios, assim como
suas secretarias, gabinetes e departamentos.
São Pessoas Jurídicas de Direito Público e exercem suas atividades
administrativas por meio dos órgãos e agentes que pertencem aos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário.

Administração Indireta
É formada pelos chamados entes administrativos, criados pela Administração
Direta, através de Lei, para o exercício de determinadas atividades, possuem
autonomia, personalidade jurídica própria (podem ter patrimônio) e capacidade
processual (capacidade para ser autor e réu nas relações processuais).
Quaisquer dos membros da Administração Direta poderão criar entidades da
Administração Direta. As entidades que compõem a Administração Direta
dividem-se de acordo com o Decreto n° 200/67, são elas: Autarquias,
Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
As autarquias são criadas diretamente por lei, enquanto que as demais
entidades serão autorizadas por lei.

599
Princípios Explícitos da Administração Pública
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federa e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
Do caput do texto constitucional podemos extrair os cinco princípios
norteadores da Administração Pública Direta e Indireta.
Além destes cinco princípios expressos, há ainda os princípios implícitos, que
serão estudados posteriormente.

Princípio da Legalidade
O princípio da Legalidade pode ser analisado sob duas óticas: a legalidade
para o particular e a legalidade em relação à Administração Pública.
Para os particulares, é lícito fazer tudo aquilo que não é proibido por lei.
Temos como base o inciso II do Art. 5°,
II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei;
Já para a Administração Pública, a legalidade significa que o agente somente
poderá fazer aquilo que a lei permite ou determina.
Nesse caso, quando se fala em lei, é a lei em sentidos estrito, ou em sentido
formal. A lei tanto pode exigir ou proibir o agente público de fazer algo, como
pode dar a ele permissão para agir.

Princípio da Impessoalidade
Esse princípio determina que a Administração deve ser impessoal, ou seja,
deve haver uma separação entre a pessoa ocupante de cargo público e o agente
público.
A Administração Pública deve ser exercida com imparcialidade, jamais se
baseando em interesses pessoais do agente. Agir de forma impessoal é agir
visando o interesse público.

600
Como exemplo de que a finalidade da administração sempre será o interesse
público, é que se realizam os concursos público e as licitações. Tais ações
impendem que o administrador aja com interesse pessoal. Sendo assim, fica
proibido inserir nomes, símbolos, imagens ou siglas de partidos em obras
públicas.
O princípio da Impessoalidade, também conhecido com o princípio da
finalidade ou isonomia, poderá ser analisada sob três acepções:
Isonomia – Igualdade material. Trata a todos de forma igualitária, ou em alguns
casos, quando se fizer necessário, faz uso da chamada discriminação positiva
que consiste em tratar os iguais com igualdade e os desiguais com
desigualdade, na medido de suas desigualdades, buscando a equidade.
Finalidade – A conduta do agente deve ter fins públicos. Quando o ato for
praticado com desvio desse princípio, será nulo, por desvio de finalidade.
É importante ainda ressaltar o conteúdo da Súmula Vinculante n° 13 do STF,
que veda o nepotismo:
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações reciprocas, viola a
Constituição Federal.
Vedação a promoção pessoal – O agente público não pode se valer da função
pública para promoção pessoal.
Conforme Art. 37, § 1°:
§ 1° A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos
órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informático ou de orientação social,
dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Fica ligado!!!
Não podem constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a promoção
pessoal do agente.

Moralidade
A moralidade complementa a legalidade. Não basta ao administrador agir
conforme a Lei, ele deve agir com ética, probidade, razoabilidade e boa-fé.

601
A não observância desse princípio poderá ser combatida por meio de Ação
Popular, conforme Art. 5°, LXXIII,
LXXIII – qualquer cidadão é parte legitima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais de
ônus dá sucumbência;
É importante ainda ressaltar que a Constituição prevê, no Art. 37, § 4°, que
se o agente público agir em desconformidade com o principio da moralidade,
sua conduta poderá ensejar improbidade administrativa.
§ 4° - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível.

EXERCÍCIOS

1. Sobre o tema dos princípios constitucionais da Administração Pública, pode-


se afirmar que:

a) o princípio da publicidade dos atos administrativos tem como objetivo tornar


exigível o conteúdo do ato.
b) a nomeação de parente para ocupar cargo em comissão de livre nomeação
não constitui afronta ao princípio da moralidade.
c) no princípio da impessoalidade está contida a ideia de que o atendimento ao
administrado deve levar em consideração o seu prestigio social junto à sua
comunidade.
d) o princípio da eficiência na Administração Pública deve ser aplicado e
analisado tento como base a lógica da iniciativa privada de como administrar.
e) o princípio da legalidade não impede que a Administração Pública crie
qualquer tipo de direito mediante simples ato administrativo.

2. Considerando o disposto no texto constitucional, a Administração Pública


direta e indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios
obedecerá a alguns princípios, exceto:

a) legitimidade

602
b) publicidade
c) moralidade
d) impessoalidade
e) eficiência

GABARITO
1. A
2. A

603
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Princípios Explícitos (Continuação...)

Publicidade
O Princípio da Publicidade determina que, em regra, os atos administrativos
deverão ser públicos. Esse princípio deve ser analisado sob duas óticas.
→ A Publicidade como requisito de Eficácia do ato administrativo.
→ A Publicidade é necessária para que a sociedade tome conhecimento dos
atos da Administração Pública.
A Publicidade encontra limitação na própria Carta Magna, uma vez que esta
prevê o sigilo dos atos administrativos sempre que for necessário para preservar
a segurança da sociedade e do Estado.
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Eficiência
O Princípio da Eficiência foi acrescentado pela Emenda Constitucional 19/98.
Para esse princípio, não basta que a Administração Pública aja com legalidade,
é preciso fazê-la da melhor forma possível e com o mínimo de gastos.
Decorre desse princípio ainda, a necessidade de avaliação periódica de
desempenho para a concessão de estabilidade para o servidor público, assim
como uma avaliação periódica de desempenho como uma das condições de
perda de cargo, conforme Art. 41 da CF:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla
defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

604
Princípios Implícitos da Administração Pública

Supremacia do Interesse Público


Este é um dos princípios norteadores ou pilares do regime jurídico
administrativo.
O Estado representa o interesse público ou da coletividade, e a coletividade
deverá, em regra se sobressair ao interesse público.
Esse princípio não tem caráter absoluto, uma vez que o Estado também age
como se fosse particular em suas relações jurídicas, geralmente econômicas.

Indisponibilidade do Interesse Público


Junto com o Princípio da Supremacia do Interesse Público, esse princípio
também é considerado basilar do regime jurídico administrativo.
Os bens públicos são indisponíveis, sendo assim, os administradores e seus
agentes não poderão renunciar quaisquer direito ou prerrogativas inerente ao
Poder Público. O administrador é um mero gesto da coisa alheia.

Razoabilidade e Proporcionalidade
Decorrem do princípio do devido processo legal e são usados principalmente
como limitadores da discricionariedade administrativa.
Esses princípios são a adequação dos meios com a finalidade proposta pela
Administração Pública, visando evitar os excessos cometidos pelo agente
público. Há uma adequação entre meios e fins, proibindo excessos na aplicação
de medidas.
Continuidade dos Serviços Públicos

605
Esse princípio exige que a atividade administrativa seja contínua, sem sofrer
interrupções, além de adequada, com qualidade, visando evitar prejuízos tanto
para a administração quanto para os administrados.
O responsável pela prestação do serviço público só ficará desobrigado de sua
prestação em caso de emergência e desde que haja aviso prévio em situações
de segurança, ordem técnica ou inadimplência do usuário.

Autotutela
Permite que a Administração reveja seus próprios atos, seja em relação à
legalidade ou ao mérito. O princípio da Autotutela foi consagrado na Súmula
Vinculante 473 do STF:
A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
A autotutela poderá rever seus atos de ofício ou a requerimento

Segurança Jurídica.
Em relação à aplicabilidade na Administração Pública, esse princípio veda a
aplicação retroativa da norma, conforme Art. 5º,
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada;

EXERCÍCIOS

1. São princípios constitucionais expressos voltados à administração pública


direta e indireta:

a) celeridade e transparência.
b) isonomia e pessoalidade.
c) legalidade e imparcialidade.
d) moralidade e proporcionalidade.
e) legalidade e eficiência

606
2. Os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência devem ser obedecidos pela Administração pública.

a) direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, mas não dos Estados e
dos Municípios, que poderão dispor sobre a matéria diferentemente.
b) direta e indireta do Poder Executivo da União, dos Estados, Distrito Federal e
dos Municípios, não se aplicando, todavia, aos Poderes Legislativo e Judiciário.
c) direta, mas não pela indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
d) direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
e) indireta, mas não pela direta, de qualquer dos Poderes da União, Estados,
Distrito Federal e dos Municípios.

GABARITO
1. E
2. D

607
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Regras Aplicáveis aos Servidores Públicos Cargos, Empregos e Funções


Públicas
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na
forma da lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação previa em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e
a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargos em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;
Investidura em cargo público significa tomar posse em um cargo. Vejamos
agora a diferença entre cargo, emprego e função pública.

✓ Cargo Público – são criados por lei, com denominação especifica e


quantidade certa. Quem ocupa um cargo público prestou concurso público e é
submetido a um regime estatutário. O cargo pode ser de provimento efetivo ou
em comissão. Os cargos efetivos são preenchidos através de concurso público
e permite estabilidade a seu titular. Já os cargos em comissão, de livre
nomeação e exoneração, podem ser preenchidos por servidores ou não.

✓ Emprego Público – Área desempenhada por agentes contratados sob o


regime celetista. Quem ocupa um emprego público tem uma relação trabalhista
com a Administração Pública e não possui estabilidade.

✓ Função Pública – São ocupadas por indivíduos que não possuem cargo ou
emprego público.
Ocorre em duas situações:
• Contratações temporárias;
• Funções de confiança.

“Art. 37, IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado


para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.”
O acesso aos cargos e empregos públicos depende de aprovação em
concurso público de provas ou de provas e títulos, já os cargos em comissão são
de livre nomeação e exoneração (ad nutum).

608
Validade do Concurso Público
Segundo o Art. 37, III –
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele
aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira;
O prazo de validade do concurso será de até 2 anos, podendo uma vez, por
igual período. Esse prazo começa a contar da data de homologação do
resultado.
De acordo com o STF aqueles que são aprovados dentro do número de vagas
tem direito subjetivo à nomeação durante o prazo de validade do concurso.
De acordo com a CF, durante o prazo improrrogável do concurso, os
aprovados terão prioridade de convocação sobre os novos aprovados.

Fica ligado!!!
A Lei 8.112/90 veda a abertura de novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Sendo
assim, caso seja exigida a referida lei em sua prova, fique atento (a) ao comando
de questão.

Cargos em Comissão e Função de Confiança


V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores
de carreiras nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Os cargos de confiança são divididos em duas categorias:

609
✓ Função de Confiança – São cargos de livre designação e livre dispensa, que
só podem ser ocupados por servidores efetivos do próprio órgão

✓ Cargos em Comissão – São cargos de livre nomeação e exoneração, que


podem ser ocupados por qualquer pessoa, ocupante de cargo efetivo ou não,
embora a lei possa estabelecer percentual mínimo de servidores efetivos que os
ocupem.

Fica Ligado!!!
Os cargos em comissão e as funções de confiança destinam-se apenas às
atividades de direção, chefia e assessoramento.

Contratação por Tempo Determinado.


IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
A Constituição permite que em casos de excepcional interesse público,
possam ser contratados servidores públicos temporários. Cabe à lei definir as
hipóteses e a forma de contratação desses servidores. Trata-se de uma norma
de eficácia limitada.

Vedação à Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Públicas


XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,
quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o
disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou cinético;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas;
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange
autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
subsidiarias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder
público;
A regra geral é a de que o servidor não poderá acumular cargos, porem o
inciso XVI cita três exceções em que o servidor poderá acumular até dois cargos
públicos, desde que haja compatibilidade de horário.
A vedação (com suas exceções) se estende a todas as entidades da
Administração Direta e Indireta assim como todas as sociedades controladas,
direta ou indiretamente, pelo poder público.

610
EXERCÍCIOS

1) Ainda com relação aos princípios inerentes à Administração Pública, de


acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, caput, é
INCORRETO afirmar-se que

a) permitida a acumulação remunerada de cargos públicos, sem qualquer


exceção.
b) a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo.
c) a Constituição Federal de 1988 disciplina a representação contra o exercício
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública.
d) a lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer
agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
respectivas ações de ressarcimento.

2) Segundo a Constituição Federal, o servidor público que for eleito para exercer
o mandato de vereador

A) deverá pedir exoneração do cargo público.


B) poderá exercer simultaneamente o cargo público e a vereança,
independentemente de qualquer condição.
C) terá seu tempo de serviço contado para todos os efeitos legais, quando
afastado para exercer o mandato, exceto para promoção por merecimento.
D) poderá exercer simultaneamente o cargo e a vereança, havendo
compatibilidade de horários, mas não poderá optar pela remuneração e

611
vantagens do cargo público.

3) O princípio que objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve


dispensar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica,
previsto na Constituição Federal de 1988, em relação à administração pública
direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, é o princípio da

A) impessoalidade.
B) legalidade.
C) moralidade.
D) eficiência.

GABARITO
1) A
2) C
3) A

612
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Regras Aplicáveis aos Servidores Públicos

Direitos Sociais dos Servidores


A CF reservou aos servidores públicos os direitos trabalhistas previstos no
Art. 39, § 3°.
§ 3° Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art.
7°, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quanto a natureza do cargo o
exigir.
Sendo assim, são direitos dos servidores públicos, de acordo com a
Constituição:
“IV - Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender
a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável.
VIII - decimo terceiro salário, com base na remuneração integral ou no valor
da aposentadoria;
IX - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa
renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta
e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da
jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, ao mínimo, em
cinquenta por centro à do normal;
XVII - gozo e férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais
do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a
duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-maternidade, nos termos fixados em lei;

613
XX - Proteção ao mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
XXII - redução dos ricos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança.
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de função e de critérios
de admissão por motivos de sexo, idade, cor ou estado civil”

Embora a Constituição garanta aos servidores públicos tais direitos, eles


poderão ser regulamentados de forma diferente do que quando aplicados ao
trabalhador da iniciativa privada.

Direito à Liberdade de Associação Sindical e Direito à Greve


VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
De acordo com a doutrina, essa é uma norma autoaplicável, que não
depende de regulamentação para ser exercida.
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
especifica;
A Constituição permite que o servidor tenha o direito à greve. No entanto,
determina que lei especifica deverá definir como a greve no serviço público se
dará.
Enquanto essa lei não é aprovada, o SFT decidiu que se aplicará à greve no
serviço público, a mesma lei que rege a paralisação no serviço privado.

Fica ligado!!!
O Servidor Público militar continua impedido de realizar greve e se
sindicalizar, uma vez que a permissão se aplica somente ao servidor civil.

Estabilidade
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício aos servidores
nomeados para cargo de provimento efetivos em virtude de concurso público.
§ 1° O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da
lei complementar, assegurada ampla defesa.

614
§ 2° Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3° Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável
ficará em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço,
até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4° Como condição para a aquisição da estabilidade é obrigatória a avaliação
especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Os servidores efetivos terão direito à estabilidade depois de decorridos 3 anos


(EC n° 19/98) de efetivo exercício.
Uma vez adquirida a estabilidade, o servidor somente a perdera nas
seguintes hipóteses:
• Sentença Judicial transitada em julgado;
• Processo Administrativo disciplinar em que seja assegurada a ampla
defesa;
• Desempenho insuficiente em procedimento de avaliação periódica.

Servidores em Exercício de Cargo Eletivo

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autarquia e fundacional,


no exercício de mandado eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
I – tratando-se de mandado eletivo federal, estadual ou distrital, ficara afastado
de seu cargo, emprego ou função;
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou
função, sendo0lhe facultado optar pela remuneração;
III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários,
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato
eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto
para a promoção por merecimento;
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores
serão determinados como se o exercício estivesse.
No caso do servidor ser eleito para os cargos de Presidente da República,
Deputado Federal, Senador, Deputado Estadual/Distrital ou Governador, ou

615
seja, para qualquer cargo federal e estadual, será sempre afastado e receberá a
remuneração do cargo eletivo.
No caso do servidor ser eleito para o cargo de Prefeito Municipal, será
afastado do cargo, podendo escolher qual remuneração receber.

Já no caso do servidor ser eleito para o cargo do vereador, há duas


possibilidades:

➢ Caso haja compatibilidade de horários, o agente público não será afastado do


cargo e, nesse caso, receberá tanto o salário de vereador quanto o do cargo
efetivo;

➢ Caso não haja compatibilidade de horários, o agente será afastado do cargo,


podendo optar pela remuneração.

Em quaisquer das hipóteses de afastamento, assim que terminar o mandato


eletivo, o servidor deverá retornar ao cargo.

616
EXERCÍCIOS

1. Considerando os princípios e as normas constitucionais da administração


pública, assinale a alternativa correta.

a) Os cargos, os empregos e as funções públicas são vedados aos estrangeiros


residentes no território nacional.
b) Os acréscimos pecuniários de qualquer natureza percebidos por servidor
público serão computados e acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores.
c) O prazo de validade do concurso público será de até três anos, prorrogável
por igual e sucessíveis períodos
d) É permitida a acumulação remunerada de cargos públicos de qualquer
natureza, exceto quando houver compatibilidade de horários.
e) É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.

2. O servidor público estável só perdera o cargo:

a) se preso em flagrante por crime inafiançável


b) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa
c) no caso de extinção do cargo
d) quando posto em disponibilidade há mais de cinco anos
e) mediante procedimento de avaliação mensal de desempenho

Gabarito

1. E
2. B

617
Administração Pública e regras constitucionais

O art. 37 da Constituição Federal possui grandes regras constitucionais que


se acoplam à administração pública em geral, em todas as esferas de governo.
Lá, existem regras aplicáveis ao servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional que esteja no exercício de mandato eletivo, também.
Isso, precisamente no art. 38, da CF.
O art. 39, CF traz importantes regras aos estatutários. No art. 40, CF, está
disciplinado o regime previdenciário desses servidores públicos (Regime Próprio
de Previdência Social – RPPS). Por fim, o art. 42, CF, trata dos militares.
Para que ocorra o preenchimento dos cargos, funções e empregos públicos
no Brasil, aplica-se o princípio da ampla acessibilidade, garantindo essa
possibilidade a todos os brasileiros, natos ou naturalizados, que, por sua vez,
preencham os requisitos e aos estrangeiros, de acordo com a previsão na lei.
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza
e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.
Quanto às pessoas portadoras de necessidades especiais, a lei reservará
percentual dos cargos e empregos públicos e definirá os critérios para que haja
sua admissão.
O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável
uma vez, por igual período.
Ainda de acordo com a CF, durante o prazo improrrogável previsto no edital
de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas
e títulos, será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir
cargo ou emprego, na carreira.
É importante aqui registrar a detida análise que o candidato deve ter nas
semelhanças e diferenças entre função de confiança e cargo em comissão, que
são destinados apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
A função de confiança é exercida exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo. Por sua vez, o cargo em comissão é exercido por qualquer
pessoa, desde que cumpridos os requisitos legais e obedecidos os percentuais
mínimos previstos em lei para servidores de carreira.
A Constituição Federal expressa, ainda, acerca da contratação por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público, cujos casos serão estabelecidos em lei. Esse caso remonta à Função
Pública.

618
Ao servidor público civil, de acordo com a CF, é garantido o direito à livre
associação sindical e o direito de greve, sendo que esta última será tratada
em lei especifica.
Quanto à remuneração ou subsídio dos servidores públicos, somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, analisada a iniciativa
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data
e sem distinção de índices, tudo isso de acordo com a letra da lei maior.
A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e
os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas ás vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, deverão limitar-se ao teto remuneratório previsto no art. 37, inciso XI,
da CF.
A mesma análise deve também se aplicar às empresas públicas e às
sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral.
Não serão computadas, para efeito do teto remuneratório, as parcelas de
caráter indenizatório previstas em lei.
Tema importante ao assunto diz respeito à acumulação remunerada de
cargos públicos, empregos e função pública, sendo que a regra geral é sua
vedação.
Ocorre que o texto constitucional, em seu art. 37, inciso XVI, traz exceções,
desde que haja compatibilidade de horários e seja respeitado o referido teto
remuneratório:
• Dois cargos de PROFESSOR;
• Um cargo de PROFESSOR com outro, TÉCNICO OU CIENTÍFICO;
• Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE PROFISSIONAIS DE
SAÚDE, com profissões regulamentadas.

Essa é a base das exceções.


Em se tratando do exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes regras:
1) Mandato eletivo federal, estadual ou distrital: afastamento do cargo, emprego
ou função;
2) Mandato de Prefeito: afastamento do cargo, emprego ou função, com
possibilidade de escolher sua remuneração;
3) Mandato de Vereador; Há duas possibilidades:

619
a) Compatibilidade de horários: vantagens de seu cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) Sem compatibilidade de horários: aplicação da regra do mandato de
prefeito;
4) No caso de afastamento do cargo, emprego ou função, o tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento. Além disso, para efeito de benefício previdenciário, os valores
serão determinados como se no exercício estivesse.

Os policiais e bombeiros militares dos estados e do Distrito Federal agora


podem acumular a função militar com cargos públicos nas áreas de saúde e
educação. A permissão está prevista em uma Emenda Constitucional (EC 101,
de 2019) promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado.
Desde 1988, o exercício simultâneo de cargos valia apenas para servidores
públicos civis e para militares das Forças Armadas que atuam na área de saúde.
De acordo com a Constituição, a acumulação só é possível “quando houver
compatibilidade de horários”. O texto autoriza o exercício de dois cargos de
professor; de um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou de dois
empregos privativos de profissionais de saúde. No caso de policiais e bombeiros,
deve haver “prevalência da atividade militar”.
Com base no art. 39 da Constituição Federal, a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime
jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas.
Essa é a redação original do texto constitucional e significa que as pessoas
da Administração Direta e Indireta precisavam uniformizar o regime para o seu
quadro de pessoal, aplicando um único regime de servidor público para
determinada ordem política, ou seja, uma lei que regule todos os servidores
públicos de cargos efetivos de cada ente político (União, Estados, DF e
municípios).
O STF, no dia 2 de agosto de 2007, concedeu medida cautelar na ADI nº
2135 e suspendeu, até decisão final da ação, a eficácia da nova redação do
dispositivo para manter a redação original da Constituição.
O STF afastou a EC 19/98 e fez prevalecer a necessidade de regime jurídico
único até os dias atuais.

4 modalidades de aposentadoria, de acordo com a CF:


1. INVALIDEZ PERMANENTE: com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, em todos os casos, exceto quando a invalidez decorrer de
acidente de serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
incurável, na forma da lei.

620
2. COMPULSÓRIA (invalidez presumida): aos 70 anos de idade,
independente de ser homem ou mulher, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição.
3. VOLUNTÁRIA: pode se dar com proventos integrais ou proporcionais.
4. ESPECIAL: Dentre todas as formas de aposentadoria, a aposentadoria
especial do professor é a única que tem seus requisitos expressos já no
texto constitucional.
No caso de professor ou professora que comprove exclusivamente tempo de
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e ensino
fundamental e médio, o tempo de contribuição e o limite de idade dão reduzidos
em 5 anos para a concessão de aposentadoria voluntária com proventos
integrais. Perceba que os professores universitários estão excluídos desse
tratamento diferenciado. Ademais, não inclui a aposentadoria voluntária com
proventos proporcionais. As demais hipóteses de aposentadoria especial
possuem sua concretização condicionada à definição por lei complementar.
O art. 41 da Constituição Federal trata da estabilidade do servidor público,
que consiste em uma garantia constitucional de permanência no serviço público,
e não no cargo, vinculado à atividade de mesma natureza de quando ingressou.
A EC 19/98 trouxe diversas alterações no ordenamento jurídico brasileiro que
versaram acerca da estabilidade, que passou a ser conferida somente após três
anos de efetivo exercício e não mais dois anos apenas.
Com a EC nº 19/98, passaram a ser requisitos concomitantes para aquisição
de estabilidade:
1. concurso público;
2. cargo público de provimento específico;
3. três anos de efetivo exercício;
4. aprovação em avaliação especial de desempenho por comissão instituída
para essa finalidade.

Quanto ao instituto da perda do cargo, a partir da EC nº 19/98, serão 4 as


hipóteses de rompimento não voluntário do vínculo funcional do servidor já
estável, expressas no texto constitucional (art. 41, §1º e art. 169, §4º):
1. Sentença judicial transitada em julgado;
2. Processo administrativo, desde que assegurados o contraditório e a
ampla defesa;
3. Insuficiência de desempenho, verificada mediante avaliação periódica, na
forma de lei complementar, assegurados também o contraditório e a
ampla defesa;
4. Excesso de despesa com pessoal.
Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele
reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de

621
origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará
em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo.

EXERCÍCIOS

1. No caso de servidor público da administração direta, autárquica e fundacional,


no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes regras: Em se tratando
de Mandato eletivo federal, estadual ou distrital ocorrerá o afastamento do cargo,
emprego ou função.

2. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele


aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos, será convocado
com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira.

3. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical e o


direito de greve, que acontecerá nos termos definidos em lei específica.

GABARITO:

1-C
2-C
3-E

622
DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS – PARTE I

Estado de Defesa e Estado de Sítio


A Constituição Federal de 1988, nos arts 136 e 141, prescreve as regras
relativas ao Estado de Defesa e ao Estado de Sitio. São normas que visam à
estabilização e à defesa da Constituição contra processos violentos de mudança
ou perturbação da ordem constitucional, mas também à defesa do Estado
quando a situação crítica derive de guerra externa, momento em que a
legalidade normal é substituída por uma legalidade extraordinária.

Princípios do Sistema Constitucional de Crises


O sistema constitucional de crises, formado pelo Estado de Defesa e Estado
de Sítio, possui três princípios:
1) Principio Fundante da Necessidade: os estados de defesa e de sitio só
podem ser decretados à luz de fatos que os justifiquem e nas situações previstas
taxativamente na constituição;
2) Principio da Temporariedade: os estados de defesa e de sitio são medidas
temporárias, mesmo que, em alguns casos, se admira a prorrogação dos prazos
previstos na Carta Magna;
3) Princípio da Proporcionalidade: as medidas a serem empreendidas nos
estados de defesa e de sitio devem guardar relação de proporcionalidade com
os fatos de justificaram sua adoção.

Estado de Defesa
Art. 136. O presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República
e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou
prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública
ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou
atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

Do artigo acima poderemos extrair 03 pontos:


1° - Cabe ao presidente decretar;
2° - O presidente pode e não deve decretar;
3° - Há necessidade de ouvir os conselhos, mas não há obrigação de seguir o
que for decidido por eles.

623
Veja como se dá o processo para decretar e manter o estado de defesa:

De acordo com o fluxograma acima, podemos destacar alguns pontos


importantes:
• Há a obrigatoriedade de consulta aos conselhos, mas não há a
obrigatoriedade em segui-los;
• O presidente tem o prazo de 24 horas para encaminhar o ato com a
justificação ao Congresso Nacional;
• O Congresso decide em maioria absoluta;
• O prazo para o Congresso apreciar o ato é de 10 dias;
• Enquanto permanecer o Estado de Defesa, o congresso deverá
permanecer em funcionamento;
• O prazo de vidência do Estado de Defesa é de até 30 dias, podendo ser
renovado uma única vez, por igual período.

Quando o Estado de Defesa é decretado, ocorre diversas mudanças no Estado


Democrático.
§ 1° O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua
duração, especificara as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:
I – restrições aos direitos de:

624
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
b) sigilo de correspondências;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
II – ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de
calamidade pública, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.
§ 2° O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias,
podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões
que justificaram a sua decretação
§ 3° Na vigência do estado de defesa:
I – a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida,
será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se
não for legal, facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade
policial;
II – a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado
físico e mental do detido no momento de sua autuação;
III – a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez
dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso.

O estado de defesa tanto pode ser preventivo, na condição da ocorrência


desses fatos, como pode ser repressivo, concretizando-se após os
acontecimentos previstos. Configura-se no meio adequado para enfrentar
instabilidades sociais que ocorram em partes determinadas e restritas do
território da nação. Se houver uma grave ofensa ao País inteiro, o meio mais
indicado será o estado de sitio.

Medidas do Estado de Defesa


As medidas que podem ser tomadas no estado de defesa tem um caráter
menos intenso do que as necessárias para o estado de sitio, já que no estado
de sitio as ameaças são mais gravosas.

EXERCÍCIOS

1. De acordo com o exposto na CF/88, o Presidente da República pode, ouvidos


o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de
defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente

625
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções
na natureza. Diante disso, na vigência do estado de defesa, a Constituição
determina que

a) pode haver restrições ao sigilo de comunicação telegráfica e telefônica


b) é impossível se estabelecer restrições aos direitos de reunião
c) a prisão ou detenção de qualquer pessoa poderá ser superior a dez dias
d) é permitida a incomunicabilidade do preso

2. Presidente da República constara no decreto que instituir o estado de defesa,


as medidas adiante coercitivas que poderão restringir direitos, exceto:

a) Reunião, ainda que exercida no seio das associações.


b) Sigilo de correspondência
c) Sigilo de comunicação telegráfica
d) Sigilo de comunicação telefônica
e) Violabilidade domiciliar

GABARITO

1. A
2. E

626
DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES
DEMOCRÁTICAS – PARTE II

Estado de Sítio
É uma medida provisória de proteção ao Estado quando o mesmo se
encontrar, parcial ou totalmente, sobre ameaça de guerra ou calamidade pública.
O Presidente da República é quem, depois de ouvido pelo Conselho de Defesa
Nacional e pelo Conselho da República, pode decretar estado de sítio se o
Congresso Nacional autorizar o decreto.
O estado de sítio é decretado quando estado de defesa não resolveu o
problema, quando o problema atinge todo o país, ou em casos de guerra.

Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República


e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização
para decretar o estado de sitio nos casos de:
I – comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa;
II – declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

Paragrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para


decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes
do pedido, devendo o Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.

Art. 138. O decreto do estado de sitio indicará sua duração, as normas


necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão
suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o
executor das medidas especificas e as áreas abrangidas.
§ 1° - O estado de sitio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais
de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior, no do inciso II,
poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão
armada estrangeira.
§ 2° - Solicitada autorização para decretar o estado de sitio durante o recesso
parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará
extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir dentro de cinco dias,
a fim de apreciar o ato.
§ 3° - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das
medidas coercitivas.

627
Art. 139. Na vigência do estado de sitio decretado com fundamento no art. 137,
I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:
I – obrigação de permanência em localidade determinada.
II – detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes
comuns;
III – restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das
comunicações à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão, na forma da lei;
IV – suspensão da liberdade de reunião;
V – busca e apreensão em domicilio;
VI – intervenção nas empresas de serviços públicos;
VII – requisição de bens

Paragrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de


pronunciamento de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde
que liberada pela respectiva Mesa.

Motivos para decretar o Estado de Sítio

➢ Comoção grave de repercussão nacional;

• Ineficácia da medida tomada durante o estado de defesa;


• Declaração de estado de guerra ou resposta à agressão armada
estrangeira.

➢ De acordo com o art. 139 CF/88 no estado de sítio decretado por


comoção grave ou ineficácia do estado de defesa às consequências serão
as seguintes:
• Obrigação de permanência em localidade determinada;
• Detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por
crimes comuns;
• Restrições relativas à inviolabilidade de correspondência, a sigilo de
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão;
• Suspensão da liberdade de reunião;
• Busca e apreensão em domicilio;
• Intervenção nas empresas de serviços públicos;
• Requisição de bens.

628
Forças Armadas
De acordo com a Constituição Federal, art. 142, as Forças Armadas são
constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica. Instituições
permanentes e regulares, organizadas com base n;
a hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se:

➢ À defesa da Pátria;

➢ À garantia dos poderes constitucionais;

➢ Por iniciativa de qualquer dos Poderes, da lei e da ordem.

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob autoridade suprema do Presidente
da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1° Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na
organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
§ 2° Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3° Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se
lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições;
I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são
conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais
da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das
Forças Armadas;
II – o militar em atividade que tomar posso em cargo ou emprego público civil
permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, será
transferido para a reserva, nos termos da lei;
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego
ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração
indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea “c”, ficará
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa
situação,, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço
apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de
dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos
termos da lei;
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

629
V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos
políticos;
VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato
ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente,
em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de
liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será
submetido o julgamento previsto no inciso anterior;
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7°, incisos VIII, XII, XVII, XVIII,
XIX e XXV, e no art. 37 incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e
com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea “c”;
IX – Revogado pela Emenda Constitucional n° 41, de 19.12.2003
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a
estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os
direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades,
inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de
guerra.

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.


§ 1° Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos
que, em tempo de paz, alistados, alegarem imperativo de consciência,
entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção
filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente
militar.
§ 2° As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório
em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

EXERCÍCIOS

1. De acordo com a Constituição da República de 1988, o Estado de Sítio é


medida de exceção decretada quando:

a) for declarada situação de emergência decorrente de catástrofe nacional


b) reconhecida pelo exército nacional a impossibilidade de atuação
c) houver declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira

630
d) houver conflito entre duas ou mais unidades da Federação
e) comprovada a falta de efetivo militar para o policiamento ostensivo.

2. No caos de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio, a


convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á pelo

a) Ministro das Forças Armadas


b) Presidente da Câmara dos Deputados
c) Presidente do Senado Federal
d) Ministro Chefe da Casa Civil
e) Ministro da Justiça

GABARITO

1. C
2. C

631
Segurança Pública
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
A doutrina divide a polícia de segurança em duas áreas:
• Polícia Judiciária (repressiva ou de investigação);
• Polícia Administrativa (preventiva ou ostensiva).

Enquanto a polícia administrativa age preventivamente, evitando que o crime


aconteça na área do ilícito administrativo, a polícia judiciária age
repressivamente, punindo os atos após a ocorrência do ilícito penal.

O Decreto n° 5.289/2004 regula as regras de organização da administração


pública, para o desenvolvimento da Força Nacional de Segurança Pública, ao
qual poderão aderir de forma voluntária, os Estados interessados.
A força Nacional de Segurança Pública poderá ser empregada em qualquer
parte do território nacional, mediante expressa solicitação do Governador de
Estado ou do Distrito Federal, cabendo ao Ministro de Estado da Justiça
determinar a oportunidade para tal. Seu emprego será esporádico e planejado.
O grupo mobilizável da Força Nacional de Segurança Pública será formado
por servidores que tenham recebido treinamento especial do Ministério da
Justiça, integrantes das policias federais e órgãos de segurança pública dos
Estados que aderiram ao programa de cooperação federativa.

Órgãos de Segurança Pública

632
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - a polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.

Os Estados, Distrito Federal e Municípios não podem criar novos órgãos de


segurança pública. Esse é um Rol Taxativo.

POLÍCIA FEDERAL, RODOVIÁRIA FEDERAL E FERROVIÁRIA FEDERAL

§ 1° A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e


mantido pela União e estruturado em careira, destina-se a
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de
bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja pratica tenha repercussão
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser
em lei;
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros
órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da
União.

A competência da Policia Federal para apurar infrações penais se estende á


União ou ás suas entidades autárquicas e empresas públicas. Essa competência
não se estende às Sociedades de Economia Mista.

Polícia Rodoviária Federal e Polícia Ferroviária Federal

633
§ 2° A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreiras, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das rodovias federeis.
§ 3° A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento
ostensivo das ferrovias federais.

634
EXERCÍCIO

1. Os Órgãos apresentados nas alternativas a seguir estão incluídos no art. 144


da Constituição como responsáveis pelos exercícios da preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, à exceção de um.
Assinale-o

a) Policias Militares e Corpos de Bombeiros Militares


b) Policia Ferroviária Federal
c) Policias Civis
d) Forças Armadas
e) Policia Federal

2. A defesa das instituições democráticas é exercida por meio da segurança


pública, da qual os corpos de bombeiros militares são órgãos integrantes.
( ) certo ( ) errado

3. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é


exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas
e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: polícia federal, policia rodoviária
federal, policia ferroviária federal, policias civis, policias militares, corpos de
bombeiros militares e guardas municipais.
( ) certo ( ) errado

GABARITO

1. D
2. Certo
3. Errado

635
Segurança Pública

Polícia dos Estados


A segurança dos Estados é atribuição da Polícia Civil, Corpo de
Bombeiros, Polícias Militares e Policiais Penais.
Conforme Art. 22 da Constituição, as referidas polícias, embora mantidas
pelos Estados, deverão obedecer e observar as normas gerais da União
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,
convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

Polícia Civil
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária
e a apuração de infrações penais, exceto as militares. (grifo nosso).
De acordo com o entendimento do STF, compete à Polícia Civil apurar os crimes
comuns praticados por militares, isto é, os crimes estranhos à atividade militar.

Policial Penal
§ 5º A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema
penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos
estabelecimentos penais.,

Polícia Militar
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em
lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
As polícias militares bem como os corpos de bombeiros militares,
subordinam-se aos Governos dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios,
assim com a Polícia Civil As Polícias Militares são forças auxiliares e reserva do
exército
De acordo com o STF, a polícia militar poderá realizar flagrante ou participar
de apreensão determinada por ordem judicial, ainda que não seja polícia
judiciária

636
Polícias do Distrito Federal
§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e
reserva do Exército, subordinam se, juntamente com as polícias civis, aos
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Conforme Súmula Vinculante 647 do STF, caberá à União legislar sobre
vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal

Guardas Municipais
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
A guarda municipal, segundo a doutrina, objetiva proteger o patrimônio contra
a depredação de destruidores do patrimônio público e da coisa alheia No
entanto, não tem a competência para fazer policiamento ostensivo

Segurança Viária
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
I – compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de
outras atividades previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à
mobilidade urbana eficiente; e
II – compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos
respectivos órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei.

637
A Segurança Viária foi incluída pela Emenda Constitucional nº 82/2014 Essa
Emenda criou a carreia de agentes de trânsito dentro do sistema de segurança
pública, tornando constitucional a competência desses agentes
A Emenda Constitucional nº 82/2014 objetiva a diminuição de acidentes no
trânsito → Lembre-se!!
˃ A segurança viária é exercida para a “preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas”
˃ No conceito de segurança viária, estão a educação, a engenharia e a
fiscalização de trânsito, além de outras atividades previstas em lei. Com isso,
busca-se garantir ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente.

EXERCÍCIOS

1. Com relação ao tema Segurança Pública analise as afirmativas a seguir:

I. Os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de


seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei
II. Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração
de infrações penais, exceto as militares.
III. A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e
mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a prevenir e reprimir o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho,
sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência. Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta


b) se somente a afirmativa II estiver correta
c) se somente a afirmativa III estiver correta
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas
e) se todas as afirmativas estiverem corretas

2. O município está constitucionalmente autorizado a criar guarda municipal para


que exerça a função de polícia judiciária em assuntos de interesse local
Certo ( ) Errado ( )

638
3. As polícias militares e os corpos de bombeiros militares subordinam-se aos
governadores dos estados, com exceção do DF, onde a subordinação se dá em
relação ao chefe de governo da União
Certo ( ) Errado ( )

GABARITO

1-E
2 - Errado
3 - Errado

639
DIREITO PENAL

640
FATO TÍPICO I
CONDUTA

INFRAÇÃO PENAL – Sistema Dicotômico. Se divide em:

👉 CRIMES: A lei comina pena de Reclusão ou Detenção isoladamente ou


cumulativamente com pena de multa (art.1° da LICP).
Há territorialidade e extraterritorialidade. Pune-se a tentava.

👉 CONTRAVENÇÕES: A lei comina pena de prisão simples isoladamente ou


cumulativamente com pena de multa (art.1°, LICP).
Não há extraterritorialidade. Não se pune a tentava.

SANÇÕES PENAIS - Sistema Vicariante. Se divide em:

👉 PENAS: Privativa de liberdade, restritiva de direito e multa (gravidade do


delito)

☠ O tempo máximo de cumprimento de pena privativa de liberdade no Brasil,


não pode ser superior a 40 anos – art.75, CP (redação dada pela Lei
13.964/2019)
MEDIDAS DE SEGURANÇA: Cuida dos inimputáveis e do semi imputáveis que
apresentam periculosidade (periculosidade do agente)

☠ SÚMULA 527, STJ: O tempo de duração da medida se segurança não deve


ultrapassar o limite máximo de pena abstratamente cominada ao delito praticado.
CONCEITO DE CRIME: Crime é fato típico, ilícito e culpável, segundo o
conceito analítico de crime (TEORIA TRIPARTIDA DO CRIME).

641
FATO TÍPICO

O Fato Típico, é o primeiro elemento do crime, a ilicitude é seu pressuposto,


estudaremos cada um deles de forma minuciosa.
CONDUTA
Antes de iniciar o estudo sobre a conduta, você precisa entender a diferença
entre sujeito ativo e passivo do crime:

👉 SUJEITO ATIVO: aquele que pratica a ação ou omissão (autor)

👉 SUJEITO PASSIVO: aquele que sofre a ação ou omissão (vítima)


Pessoa Jurídica pode cometer crime???
Art. 225, §3°, CF. (dupla imputação objetiva).
A teria adotada pelo Código Penal para explicar a conduta é a TEORIA
FINALISTA, desenvolvida por Hans Welzel, essa teoria considera conduta
como um comportamento humano voluntário psiquicamente dirigido a um fim.
CONDUTA = VONTADE + AÇÃO

☠ AÇÃO = Ação ou omissão

☠ VONTADE = Dolo ou culpa

FORMAS DE CONDUTA.

☠ COMISSIVA : fazer

☠ OMISSIVA : não fazer

👉 Próprio – a lei prevê apenas um deixar de fazer do agente quando ele poderia
agir para evitar o resultado, não havendo uma caraterística própria do agente,
qualquer pessoa, naquela situação, poderia ser responsabilizada pelo crime.
Ex: omissão de socorro – art. 135, CP.

👉 Impróprio - a lei prevê um deixar de fazer, agora quando existe a obrigação


de fazer.
Ex: salva vidas que não impede um afogamento – art. 13, § 2°, CP.

642
1.2 . EXCLUDENTES DA CONDUTA
• COAÇÃO FÍSICA IRRESISTÍVEL
• HIPINOSE/ SONAMBULISMO
• ATOS REFLEXOS
• CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR

CUIDADO!!! Coação Moral Irresistível, esta atua no terceiro elemento do tipo


penal (Culpabilidade – inexigibilidade de conduta diversa).

EXERCICIOS

01 - A babá que, distraída com o último capítulo da novela, observa impassível


o sufocamento da criança sob os seus cuidados comete crime:
A) omissivo impróprio.

B) omissivo próprio.

C) omissivo por comissão.

D) comissivo impróprio.

E) comissivo próprio.

02 - Considerando-se o conceito analítico de crime, exclui-se a conduta quando


A) presente coação moral irresistível.
A) presentes caso fortuito e força maior.
B) presente doença mental do agente da conduta.
C) presente coação física, seja resistível, seja irresistível.
D) presente embriaguez preordenada.

03 - Aquele que for fisicamente coagido, de forma irresistível, a praticar uma


infração penal cometerá fato típico e ilícito, porém não culpável.

CERTO ( ) ERRADO ( )

643
GABARITO
01 - A
02 - B
03 - E

FATO TÍPICO II
1 . CONDUTA

1.3 – CRIME DOLOSO – art. 18, I, CP


“O agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”.

☠ DOLO DIRETO – o agente quer praticar a conduta e alcançar o resultado.


Ex: quero causar a morte de alguém e dolosamente, dou um tiro.

☠ DOLO EVENTUAL – o agente tem dolo na conduta, quanto ao resultado, ele


não se importa com a sua ocorrência.
Ex: dirijo imprudentemente em uma via em que passam muitos pedestres,
se atropelar alguém, não me importo!

☠ DOLO GERAL/ ERRO SUCESSIVO/ ABERRATIO CAUSAE – ocorre


quando o agente, acreditando que o resultado desejado já aconteceu, pratica
outra conduta posterior, no entanto, é essa nova conduta que ocasiona o
resultado, nesse caso, ele responde pelo crime de acordo com o seu dolo,
mesmo que o resultado tenha sido ocasionado por uma segunda conduta.
Ex: dou um tiro na vítima, acreditando que ela já estava morta, jogo o
corpo ao mar, no entanto, ela morre afogada, respondo pelo meu dolo,
morte pelos tiros.

1.4 – CRIMES CULPOSOS – art. 18, II, CP


“O agente deu causa ao resultado por Imperícia, Imprudência ou
Negligencia”.

644
ELEMENTOS DO CRIME CULPOSO
• Conduta voluntária
• Violação do dever de cuidado
• Resultado involuntário
• Nexo causal
• Previsibilidade objetiva
• Tipicidade

Crimes culposos não admitem tentativa.

ESPÉCIES DO CRIME CULPOSO

☠ CULPA PRÓPRIA: Culpa propriamente dita, o agente não quer o resultado e


não assumiu o risco de produzi-lo. Se divide em duas espécies:

👉 CULPA INCONSCIENTE: O agente não prevê o resultado que era previsível


de acordo com a análise do homem médio.
Ex: por falta de atenção não vejo que o sinal fechou e acabo atropelando
um pedestre.

👉 CULPA CONSCIENTE: Culpa com previsão, aqui, o agente prevê o


resultado, mas acredita seriamente que ele não ocorrerá por confiar em suas
habilidades pessoais.
Ex: vejo que o sinal vai fechar, mas confio que tenho a capacidade de
dirigir com rapidez adequada para ultrapassar antes que ele feche e eu
atropele um pedestre.

☠ CULPA IMPRÓPRIA: Ocorre nos casos de Erro Evitável quanto a Ilicitude do


fato, ou seja, o agente tem um dolo porque credita estar amparado por uma
excludente de ilicitude, apesar do dolo, ele responde pela culpa (art.20 §1°,
segunda parte do CP) – DESCRIMINANTE PUTATIVA - admite tentativa.
Ex: mato meu tio que entra bêbado na minha casa, achando ser um
ladrão.

1.5 – ERRO DE TIPO


Há uma falsa percepção da realidade, o agente sabe que determinada
conduta é considerada crime, mas ele não tem consciência que está
praticando essa conduta, ou seja, o agente não sabe o que faz.

645
☠ ERRO DE TIPO ESSENCIAL – Art. 20, CP: o agente tem uma falsa
percepção da realidade, o erro recai sobre elementares do tipo, devendo-se
analisar se ele poderia ou não evitar sua ocorrência.

👉 ESCUSÁVEL/INEVITÁVEL: qualquer pessoa naquela situação também


erraria – exclui o dolo e a culpa

👉 INESCUSÁVEL/EVITÁVEL: se o agente tomasse um pouco mais de cuidado,


ele poderia evitar esse erro – exclui o dolo, mas permite a punição por culpa
se previsto em lei.

☠ ERRO DE TIPO ACIDENTAL – É um erro na execução do fato criminoso ou


um desvio no nexo causal da conduta com o resultado. Pode ser:

👉 ERRO SOBRE A PESSOA/IN PERSONA (art. 20, §3°, CP): o agente erra
quanto a vítima com a qual ele quer praticar a conduta criminosa, confunde, o
erro é irrelevante e ele responde pelo crime considerando as qualidades da
vítima pretendida (virtual);

👉 ERRO NA EXECUÇÃO/ ABERRATIO ICTUS (art. 73, CP): o agente não


confunde a vítima, porém, por um erro na execução ele acerta outra pessoa, ele
responde pelo crime considerando as qualidades da vítima pretendida (virtual),
porém, se além de atingir a vítima virtual ele também consegue atingir a vítima
desejada, responde pelos dois crimes em concurso formal (art.70, CP).

👉 RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO / ABERRATIO CRIMINIS (Art.


74, CP): quando por erro na execução, sobrevém resultado diverso daquele
pretendido pelo agente, o agente responde a título de culpa se o fato é previsto
como crime culposo, se o correr também o resultado pretendido, o agente
responde pelos dois crimes em concurso formal (art.70, CP).

EXERCÍCIOS

01 - Assinale a alternativa correta:


A) O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato,
se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um
terço.
B) Se o fato é cometido sob coação resistível, só é punível o autor da coação.
C) Se o fato é cometido em estrita obediência à ordem, ainda que
manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da ordem.
D) O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado isenta de pena.

646
02 - Situação hipotética: Um agente, com a livre intenção de matar desafeto seu,
disparou na direção deste, mas atingiu fatalmente pessoa diversa, que se
encontrava próxima ao seu alvo. Assertiva: Nessa situação, configurou-se o erro
sobre a pessoa e o agente responderá criminalmente como se tivesse atingido
a pessoa visada.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O erro sobre elementos constitutivos do tipo penal, essencial ou acidental,


em todas as suas formas, exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – E
03 – E

647
FATO TÍPICO III

RESULTADO
É quando o crime chega na fase de consumação (nem todos os crimes exigem
o resultado naturalístico para estarem consumados).
• CRIMES MATERIAIS: exigem um resultado para a consumação.
Ex: homicídio
• CRIMES FORMAIS: não exigem um resultado para a consumação,
embora ele possa ocorrer.
Ex: extorsão
• CRIMES DE MERA CONDUTA: não existe um resultado
naturalístico.
Ex: porte de arma

O resultado pode ser:

☠ NATURALÍSTICO (Físico): transformação do mundo exterior perceptível aos


olhos. Só é exigido nos crimes materiais.

☠ JURÍDICO (Normativo): violação do tipo penal. Todos os crimes possuem


resultado jurídico.

2.1 INTER CRIMINIS


Caminho imaginário do crime, se divide em:
• COGITAÇÃO: fase interna não punível, representação mental do
agente
• PREPARAÇÃO: começa a adotar algumas medidas para a
realização do crime, só é punível se constituir crime autônomo
• EXECUÇÃO: início da conduta delituosa, é punível
• CONSUMAÇÃO: final da tentativa, o agente consegue realizar
completamente sua conduta, crime acabado, é punível

2.2 CONSUMAÇÃO
“Art. 14 - Diz-se o crime:
I – Consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição
legal”

648
2.3 TENTATIVA
“Art. 14 - Diz-se o crime:
II - Tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias
alheias à vontade do agente.
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços”
Observe que o crime tentado não é punido da mesma forma que o crime
consumado, pois o resultado naturalístico não chegou a ocorrer, temos a
aplicação da pena do crime consumado, com uma redução que varia de 1/3 a
2/3 – o quanto dessa redução fica a critério do juiz, que analisará a proximidade
da conduta ao resultado.

ESPÉCIES DE TENTATIVA

☠ BRANCA/INCRUENTA: o objeto do crime não é atingido;

☠ VERMELHA/CRUENTA: o objeto do crime é atingido;

☠ PERFEITA/ACABADA: esgoto todos os meios necessários a consumação;

☠ IMPERFEITA/INACABADA: o agente ainda não esgotou todos os meios


para a execução.
NÃO ADMITEM TENTATIVA

☠ CULPOSOS: imperícia, imprudência ou negligencia;

☠ PRETERDOLOSOS: tenho dolo na conduta e culpa no resultado;

☠ UNISSUBSISTENTES: não admite fracionamento, uma conduta já produz o


resultado;

☠ OMISSIVOS PRÓPRIOS: deixo de fazer, quando eu poderia fazer, não


evitando o resultado;

☠ PERIGO ABSTRATO: não exigem lesão ao bem jurídico, nem comprovação


de perigo;

☠ CONTRAVENÇÕES: infrações de menor potencial ofensivo, previstas no


Decreto-lei nº 3.688/41.

☠ HABITUAIS: o crime se consuma com diversos atos, praticados


habitualmente;

649
EXERCÍCIOS

01 - Becket saca de um revólver e desfere seis tiros em Bebezão para resolver


um desentendimento ocorrido em determinado bar. Nenhum dos tiros atinge a
vítima. Nesse caso, deve ser classificada a tentativa como:
a) cruenta
b) vermelha
c) branca
d) inadmissível

02 - Iter criminis corresponde ao percurso do crime, compreendido entre o


momento da cogitação pelo agente até os efeitos após sua consumação. Há
relevância no estudo do iter criminis porque, conforme o caso, podem incidir
institutos como desistência voluntária, princípio da consunção e tentativa.
Considera-se punível o crime tentado no caso de
a) o agente ser flagrado elaborando os planos para a prática do crime.
b) o agente ser flagrado realizando atos de preparação para o crime.
c) o crime, iniciada a execução, não se consuma por ineficácia absoluta do
meio empregado para sua prática.
d) o agente, iniciada a execução, desistir de prosseguir com a ação,
impedindo seu resultado.
e) o crime, iniciada a execução, não se consumar por circunstâncias alheias
à vontade do agente.

03 - A fim de garantir o sustento de sua família, Pedro adquiriu 500 CDs e DVDs
piratas para posteriormente revende-los. Certo dia, enquanto expunha os
produtos para venda em determinada praça pública de uma cidade brasileira,
Pedro foi surpreendido por policiais, que apreenderam a mercadoria e o
conduziram coercitivamente até a delegacia.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente.
Se a conduta de Pedro não se consumar em razão de circunstâncias alheias à
sua vontade, ele responderá pelo crime tentado, para o que está prevista a pena
correspondente ao crime consumado diminuída de um a dois terços.

CERTO ( ) ERRADO ( )

650
GABARITO

1-C
2-E
3-C

FATO TÍPICO IV

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ

“Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou


impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.”
Para o agente ser beneficiado por estes institutos, o resultado jamais poderá
ocorrer, são denominadas “pontes de ouro”
do direito penal, pois afastam a figura da tentativa e o agente só responderá
pelos atos já praticados.
• DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: eu desisto de continuar na execução do
crime, mesmo ainda possuindo essa oportunidade, ainda não foram
esgotados os atos executórios.
• ARREPENDIMENTO EFICAZ: eu desisto de continuar nos atos
executórios, porém, os meios executórios aqui, já estão esgotados.

2.5 ARREPENDIMENTO POSTERIOR

“Art. 16. - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
terços.”

Diferentemente do art. 15, em que o agente só responderá pelos atos já


praticados, aqui, preenchidos os requisitos do arrependimento posterior, o
agente responderá pelo crime com uma redução de pena, observe que aqui, o

651
crime já está consumado, por isso não há de se falar em responsabilização
apenas dos atos já praticados.
Temos o que a doutrina chama de “ponte de prata” do direito penal, já que o
agente não pode ser beneficiado pela exclusão da tipicidade do crime.

2.6 CRIME IMPOSSÍVEL


“Art. 17. - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou
por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.”
No crime impossível, que também pode aparecer na sua prova com o nome de
tentativa inidônea, a ineficácia absoluta do meio ou a absoluta impropriedade
do objeto devem ser “absolutas”, ou seja, não pode haver a mínima possibilidade
de o crime chegar a consumação.
O Código Penal adota como teoria a: TEORIA OBJETIVA DA PUNIBILIDADE
DO CRIME IMPOSSÍVEL, em que há a impossibilidade de punição da tentativa
inidônea, tornando a conduta atípica.
Súmula 567, STJ: sistema de vigilância realizado por monitoramento
eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento
comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
Súmula 145, STF: não há crime quando a preparação do flagrante pela
polícia torna impossível a sua consumação.

Exercícios.
01 - À luz do que dispõe o Ordenamento Penal brasileiro,
a) o agente que desiste de forma voluntária de prosseguir na execução do
crime, ou impede que o resultado se produza, terá sua pena reduzida de
um a dois terços.
b) o arrependimento posterior, nos crimes cometidos sem violência ou grave
ameaça à pessoa, deve ocorrer até o oferecimento da denúncia ou da
queixa.
c) não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna
impossível a sua consumação.
d) crime impossível é aquele em que o agente, embora tenha praticado todos
os atos executórios à sua disposição, não consegue consumar o crime
por circunstâncias alheias à sua vontade.
e) diz-se crime culposo, quando o agente assumiu o risco de produzi-lo.

652
02 - O arrependimento eficaz
a) configura-se quando a execução do crime é interrompida pela vontade do
agente.
b) dá-se após a execução, mas antes da consumação do crime.
c) decorre da interrupção casuística do iter criminis.
d) é causa inominada de exclusão da ilicitude.
e) exige que a manifestação do autor do crime seja posterior à consumação
do delito.

03 - Considere que Pedro, penalmente imputável, pretendendo matar Rafael,


seu desafeto, aponta em sua direção uma arma de fogo e aperta o gatilho por
diversas vezes, não ocorrendo nenhum disparo em razão de defeito estrutural
da arma que, de forma absoluta, impede o seu funcionamento. Nessa situação,
Pedro será punido pela tentativa delituosa, porquanto agiu com manifesta
vontade de matar José.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – C
02 – B
03 – E

653
FATO TÍPICO V
3 . NEXO CAUSAL
“Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a
qual o resultado não teria ocorrido.”
O nexo causal é o elo entre a conduta do agente e o resultado. Ausente esse
componente, não teremos crime. Existem algumas teorias que buscam explicar
a causa, são elas:

☠ TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES/ CAUSALIDADE


SIMPLES (CONDITIO SINE QUA NON) – THYRÉN:
Causa, é toda conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido. Para saber o
que seria causa, é necessário retirar a conduta e observar se mesmo assim o
resultado teria ocorrido, é o chamado “MÉTODO DE THYRÉN”. Se analisada
apenas por esse método, teríamos uma regressão infinita do que seria causa,
para eliminar essa hipótese de regressão infinita, torna-se necessário a análise
do dolo, agregando-se a essa teria, tem-se a CAUSALIDADE OBJETIVA.

☠ TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA – KARL LARENZ: Busca evitar a


regressão ao infinito. Desenvolvida por Roxin, aqui, a imputação somente
poderia ocorrer se o agente tivesse dado causa ao fato (causalidade fática), mas
também houvesse uma relação de criação ou aumento de risco não permitido
com essa conduta (causalidade normativa).

☠ TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA: Adotada pelo CP apenas quanto


a causa superveniente relativamente independente que por si só produziu
o resultado, onde o agente não responderá pelo resultado, apenas pelos fatos
anteriores.
Nem sempre o resultado é causado apenas por uma causa, podendo haver uma
junção para a produção do resultado.

Elas podem ser:

👉 ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTES: a causa que ensejou o resultado é


absolutamente independente da conduta do agente, o resultado ocorreria sem a
conduta do agente. Sempre adoto a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS
ANTECEDENTES (o autor da causa efetiva responde pelo resultado, e o autor
do comportamento paralelo responde pela tentativa).

👉 RELATIVAMENTE INDEPENDENTES: a causa que ensejou o resultado é


relativamente independente da conduta do agente, somente com a junção das

654
duas, sou capaz de produzir o resultado. Adoto a TEORIA DA EQUIVALÊNCIA
DOS ANTECEDENTES (o agente responde pelo resultado) em relação as
causas preexistente e concomitante e em relação a superveniente que não
produziu por si só o resultado. E a TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA
(o agente responde pelos atos já praticados) em relação a causa superveniente
que produziu por si só o resultado.

Quanto ao tempo em que ocorreu o resultado, a causa do resultado pode ser,


em relação a conduta do agente:

☠ PREEXISTENTE: a conduta que produziu o resultado foi anterior a conduta


do agente

☠ CONCOMITANTE: a conduta que produziu o resultado se deu ao mesmo


tempo da conduta do agente

☠ SUPERVENIENTE: a conduta que produziu o resultado foi posterior a


conduta do agente, se divide em:

☠ POR SI SÓ PRODUZIU O RESULTADO: o resultado sai da linha de


desdobramento da conduta, é como se tivesse sozinha produzido o resultado.
Ex: efetuo um tiro em uma pessoa, e no caminho do hospital ela vem a óbito por
um acidente com a ambulância – O agente responde apenas elos atos já
praticados (tentativa de homicídio/lesão corporal... a depender do dolo), não
podendo ser responsabilizado pelo resultado morte.

☠ NÃO PRODUZIU, POR SI SÓ O RESULTADO: resultado está na linha de


desdobramento da conduta inicial do agente. Ex: tento matar uma pessoa com
um tiro e ela morre em decorrência de um erro médico durante a cirurgia ou de
uma infecção hospitalar – O agente responde pelo resultado consumado

655
4. TIPICIDADE
• FORMAL: Adequação da conduta do agente à norma;
• MATERIAL: Lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico.

Princípio da Insignificância é incide sobre a TIPICIDADE MATERIAL.

EXERCÍCIOS
01 - Relação de causalidade é o liame ou vínculo de causa e efeito entre atos
passíveis de serem imputados ao suspeito de determinado delito e seu resultado
material. É certo que nosso direito positivo adotou um posicionamento sobre o
assunto.
A teoria da relação causal adotada pelo Código Penal brasileiro é:
a) causalidade adequada.
b) relevância jurídica.
c) totalidade das condições.
d) causa eficaz.
e) equivalência das condições.

02 - O Código Penal, ao tratar da relação de causalidade do crime, considera


causa a
a) emoção ou a paixão.
b) delação.
c) ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
d) excludente de ilicitude.
e) descriminante putativa.

03 - Como a relação de causalidade constitui elemento do tipo penal no direito


brasileiro, foi adotada como regra, no CP, a teoria da causalidade adequada,
também conhecida como teoria da equivalência dos antecedentes causais.

CERTO ( ) ERRADO ( )

656
GABARITO
01 – E
02 – C
03 – E

ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE I

ILICITUDE
Art. 23- Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - Em estado de necessidade;
II - Em legítima defesa;
III - Em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.
Parágrafo único- O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá
pelo excesso doloso ou culposo.
Segundo elemento do crime, a ilicitude é a contrariedade entre a conduta do
agente e o ordenamento jurídico. Passamos a analisar da ilicitude após a análise
do fato típico.

Existem algumas teorias sobre o elemento negativo do tipo:

☠ TEORIA DA RATIO ESSENDI – Há uma absoluta relação de dependência


entre a ilicitude e o fato típico, analiso os dois no mesmo momento. A doutrina
majoritária afasta essa teoria.

☠ TEORIA DA RATIO COGNOSCENDI (INDICIARIEDADE) – Todo fato típico


é presumidamente ilícito, ou seja, é função da defesa comprovar a presença de
uma exclusão de ilicitude para afastar o crime, na dúvida, o réu deve ser
absolvido (art.286, CPP). Teoria adotada!

👉 observe que, a ação do agente tem que ser necessária e suficiente para
reprimir a conduta injusta, seu excesso será punido.
Podemos dividir as excludentes de ilicitude em:

☠ GENÉRICAS: aplicadas a todos os crimes, está fora do tipo penal– art. 23,
CP

☠ ESPECÍFICAS: próprias de determinados crimes, está dentro do tipo penal –


ex: art. 151, CP (o “indevidamente” do crime de violação de correspondência é
uma espécie de conduta ilícita que é exigida para o crime em específico).

657
1. EST ADO DE NECESSIDADE
“Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de
outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º- Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo.
§ 2º- Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena
poderá ser reduzida de um a dois terços.”

✍ Estado justificante – o bem protegido deve ser maior ou igual ao bem


sacrificado, caso contrário, haverá a redução de pena prevista no § 2º.

A teoria adotada pelo estado de necessidade foi a TEORIA UNITÁRIA

TEORIA UNITÁRIA: O bem protegido deve ser igual ou maior que o sacrificado.

TEORIA UNITÁRIA

BEM PROTEGIDO BEM SACRIFICADO CONCLUSÃO

MAIOR VALOR MENOR VALOR Exclusão de ilicitude

IGUAL VALOR IGUAL VALOR Exclusão de ilicitude

MENOR VALOR MAIOR VALOR Pena reduzida: - 1/3 a 2/3

👉 PERIGO ATUAL: não há estado de necessidade em detrimento de perigo


eminente, só atual.

👉 NÃO PROVOCADO: não posso ter provocado a situação de perigo

👉 DETRIMENTO PRÓPRIO OU ALHEIO: direito meu ou de outra pessoa


Existe ESTADO DE NECESSIDADE PUTATIVO???
A situação de perigo atual só ocorre na mente do autor, por constituir erro sobre
a situação fática- ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO, pode ser causa justificante
que atua na culpabilidade do agente, isentando ou reduzindo a pena. Se o erro
era evitável – diminuirá a pena, na medida da sua evitabilidade, se, porém,
o erro era inevitável – excluirá a culpabilidade por inexigibilidade de
conduta diversa. (regras do art. 21, CP).

658
EXERCÍCIOS

01 - Sobre as excludentes de ilicitude previstas no Código Penal, é correto


afirmar:
a) Quem exerce função de guarda ou vigilância privada não pode alegar
legítima defesa.
b) Quem tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode alegar estado de
necessidade.
c) O excesso culposo não é punível no exercício regular de direito.
d) Não é possível alegar legítima defesa se houver alternativa mais cômoda
(commodus discessus).
e) O vigilante que repele injusta agressão, atual ou iminente, age em estrito
cumprimento do dever legal.

02 - No CP brasileiro, a situação correspondente ao estado de necessidade


somente exclui a ilicitude do fato, e por isso não afeta a culpabilidade da conduta.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Agirá em estado de necessidade o motorista imprudente que, após abalroar


um veículo de passageiros, causando-lhes ferimentos, fugir do local sem prestar
socorro, para evitar perigo real de agressões que possam ser perpetradas pelas
vítimas.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – E
03 – C

659
ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE II
ILICITUDE
1 . LEGÍTIMA DEFESA
“Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou
de outrem.”
Parágrafo único: observados os requisitos previstos no caput desse artigo,
considera-se também em legítima defesa o agente de segurança pública que
repele agressão ou risco da agressão a vítima mantida refém durante a prática
de crime
(Lei 13.964/2019)

☠ INJUSTA AGRESSÃO: aquela não provocada pelo agente

☠ ATUAL OU IMINENTE: está acontecendo ou está prestes a acontecer

EXISTE LEGÍTIMA DEFESA FUTURA?


NÃO – mas cuidado com o que a doutrina denomina de OFENDÍCULO ( ex:
cerca elétrica, vidro em muros, cachorros de grande porte...)
A doutrina diverge quanto a classificação dos ofendículos, alguns entendem se
tratar de exercício regular do direito por ser direito meu proteger minha
propriedade e minha vida, integridade física e etc. Outra parte da doutrina
entende se tratar de legítima defesa, não se trata de legítima defesa futura, pois,
não havia de fato agressão atual ou iminente no momento da instalação do
ofendículo, porém, ele só é capaz de produzir efeito com uma injusta agressão.
O ofendículo tem que ser sinalizado, se estiver “escondido” e a pessoa, mesmo
com uma injusta agressão, foi vítima do ofendículo, não estará configurada a
excludente de ilicitude.

☠ DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO: direito seu ou de outra pessoa. Não preciso


de autorização para salvar um bem de terceiro (STF).

☠ USO MODERADO DOS MEIOS: se não for moderado, estarei diante do


excesso, que pode ser punido a título de dolo ou de culpa. STF entende pela
mitigação.

☠ AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA: Se o agente de segurança pública,


observando os requisitos necessários exigidos para a configuração da legítima
defesa, estando em uma situação de a vítima ser mantida refém, cabe a atuação
em legítima defesa de terceiros durante a prática criminosa, respeitando sempre
a possibilidade de punição pelo excesso.

660
• LEGÍTIMA DEFESA SUCESSIVA: é legitima defesa real, prevista no
excesso, cessada a agressão, a vítima passa a agredir o autor.
• LEGÍTIMA DEFESA DE MENOR DE IDADE: cabe contra um ataque de
menor.
• LEGÍTIMA DEFESA DE ATAQUE DE ANIMAL: DEPENDE! Se esse
ataque foi provocado por um humano, o animal funciona como um
instrumento e caberá legítima defesa contra esse ataque do humano, se
o animal não foi provocado, não há de se falar em legítima defesa, poderá
haver estado de necessidade
• LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA: A situação de injusta agressão atual ou
iminente só ocorre na mente do autor, por constituir erro sobre a situação
fática- ERRO DE PROBIÇÃO INDIRETO, pode ser causa justificante que
atua na culpabilidade do agente, isentando ou reduzindo a pena. Se o
erro era evitável – diminuirá a pena, na medida da sua evitabilidade,
se, porém, o erro era inevitável – excluirá a culpabilidade por
inexigibilidade de conduta diversa. (regras do art. 21, CP).

LEGÍTIMA DEFESA X ESTADO DE NECESSIDADE (SIMULTANEIDADE)


➢ É POSSÍVEL que ocorram ao mesmo tempo – ex: Caio, para
defender-se de uma agressão injusta de Mévio (legítima defesa),
pega rapidamente a arma de Tício para de defender (estado de
necessidade).

661
EXERCÍCIOS

01 - Bruna é atacada a tiros desferidos por arma de fogo por Otávio, que não
logra acertar os dois primeiros tiros.
Antes de desfechar o terceiro tiro, Bruna saca de arma que carrega em sua bolsa
com autorização legal e vem a atingir Otávio, que veio a óbito. Nesse caso, pode
ser assentado que ficou caracterizado, nos termos do Código Penal, por parte
de Bruna:
a) exercício regular de direito
b) estado de necessidade
c) arrependimento eficaz
d) legitima defesa

02 - A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude da conduta, mas não é


aplicável caso o agente tenha tido a possibilidade de fugir da agressão injusta e
tenha optado livremente pelo seu enfrentamento.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Bruno, vendo seu inimigo Rodolfo aproximar-se com um revólver em mãos


e, supondo que seria morto, antecipou-se e desferiu contra ele um tiro fatal.
Posteriormente, verificou-se que a arma que Rodolfo segurava era de brinquedo.
Nessa situação, Bruno responderá por homicídio culposo.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – E
03 – E

662
ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE III:
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL E
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO

EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO

Direito de exercer o que é permitido pela lei, estabelecido por uma norma. Esse
direito autoriza a realização de uma conduta reprovável.
Ex: art.128, CP; Art. 301, CPP.
“DIREITO” deve ser entendido de maneira ampla. Essa excludente de ilicitude
destina-se ao cidadão em geral. Deve sempre ser analisado com base na
proporcionalidade.

☠ EXCESSO – Pune-se o excesso doloso ou culposo.

☠ LESÕES ESPORTIVAS – respeitadas as regras do esporte, serão lícitas –


sempre punidas se em excesso.

☠ INTERVENÇÃO MÉDICA – quando um médico age para salvar a vida de


alguém, estará amparado pelo ESTADO DE NECESSIDADE, e também pelo
EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO.

☠ OFENDÍCULO – doutrina diverge.

ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL


Ordem emanada por autoridade competente para o devido cumprimento do
dever legal – eu estou cumprindo de forma estrita o que foi mandado.
Ex: não comete o crime de invasão de domicílio, o policial que ingressa
na casa de uma pessoa com mandado judicial.
O “DEVER LEGAL”, deve ser entendido de forma ampla, como uma obrigação
que deriva de uma lei em sentido genérico ou de atos administrativos de
caráter geral. Esse dever legal, não precisa ter conteúdo penal.

👉 Aquele dever que decorre de concepções morais, filosóficas ou religiosas,


NÃO É ENTENDIDO COMO ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER
LEGAL.

☠ CRIME CULPOSO – essa descriminante é incompatível com os crimes


culposos.

663
☠ EXCESSO – O excesso doloso ou culposo será punido.

☠ CONCURSO DE PESSOAS – estende-se aos coautores e partícipes, o crime


é excluído em relação a todos.

EXERCÍCIOS

01 – Não há de se falar em crime quando o autor pratica a conduta:


a) em estrito cumprimento de dever legal e no exercício regular de direito
b) em estrito cumprimento de dever legal e na obediência hierárquica
c) no exercício regular de direito e na coação moral irresistível
d) em excesso de estado de necessidade e na inimputabilidade
e) em legítima defesa recíproca e no erro de direito

02 - Situação hipotética: Um policial, ao cumprir um mandado de condução


coercitiva expedido pela autoridade judiciária competente, submeteu, embora
temporariamente, um cidadão a situação de privação de liberdade. Assertiva:
Nessa circunstância, a conduta do policial está abarcada por uma excludente de
ilicitude representada pelo exercício regular de direito.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O agente policial, ao submeter o preso aos procedimentos estabelecidos na


lei, como, por exemplo, à identificação datiloscópica, quando autorizada, e ao
reconhecimento de pessoas e de coisas, no curso do inquérito policial, encontra-
se amparado pelo exercício regular de direito, respondendo criminalmente nos
casos de excesso doloso ou culposo.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – E
03 – E

664
CULPABILIDADE I

Último elemento da teoria do crime, diferentemente do que ocorre no Fato Típico


e na Ilicitude em que analiso o fato, na Culpabilidade, analiso a figura do agente.
Seria a possibilidade de o agente entender o caráter ilícito do fato e determinar-
se de acordo com esse entendimento, ou seja, é o juízo de reprovabilidade da
conduta do agente. Existem algumas teorias que buscam explicar a
culpabilidade:

☠ TEORIA PSICOLÓGICA: Tenho que analisar a imputabilidade e a vontade


do agente (dolo e culpa), ou seja, o agente seria culpável se, a época do fato,
era imputável e agiu com dolo ou culpa. Como o nosso código penal adota a
TEORIA FINALISTA da conduta, esta teoria não pode ser aplicada já que, dolo
e culpa não analisados no fato típico, e não na culpabilidade.

☠ TEORIA NORMATIVA/PSICOLÓGICO-NORMATIVA: Possui os mesmos


elementos da teoria anterior, mas acrescenta a “exigibilidade de conduta
diversa”. Para essa teoria, além do agente ser imputável e ter agido com dolo ou
culpa, só seria culpável se lhe pudesse ser exigido outro comportamento.

☠ TEORIA EXTREMADA: todo erro que recaia sobre uma causa de justificação,
seria equiparado ao ERRO DE PROIBIÇÃO

☠ TEORIA LIMITADA: divide o erro sobre a causa de justificação em dois,


ERRO SOBRE O PRESSUPOSTOS FÁTICOS = ERRO DE TIPO PERMISSIVO;
ERRO SOBRE A EXISTÊNCIA OU LIMITE JURÍDICO DA NORMA = ERRO DE
PROIBIÇÃO.

👉 O Código Penal adota a TEORIA LIMITADA DA CULPABILIDADE!!!

ELEMENTOS EXCLUDENTES

IMPUTABILIDADE Menor idade ( -18 anos T.


BIOLÓGICA)

Embriaguez

Doença mental

POTENCIAL CONHECIMENTO DA Erro de proibição


ILICITUDE

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA Coação moral irresistível


DIVERSA
Obediência hierárquica

665
IMPUTABILIDADE

Quando tratamos de imputabilidade, a teoria adotada pelo código penal é a


TEORIA BIOPSICOLÓGICA, além de analisar o biológico, ou seja, a idade da
vítima, devo analisar seu psicológico, a plena capacidade de entender o caráter
ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento.

MENORIDADE
“Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.”
Exceção a adoção da regra da teoria Biopsicológica, quando tratamos da
menoridade, o Código Penal adota a teoria BIOLÓGICA, ou seja, não
interessa, para análise da imputabilidade, se o agente tinha o potencial
conhecimento sobre seus atos, sendo ele menor de 18 anos, sempre será
considerado inimputável.

EMBRIAGUEZ
“Art.28 - Não excluem a imputabilidade penal
II- A embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
§ 1º- É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
§ 2º- A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao
tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.”

NÃO ACIDENTAL

PREORDENADA VOLUNTÁRIA CULPOSA

O agente se embriaga para cometer O agente só queria ficar bêbado, não O agente não queria ficar bêbado,
o crime. tinha nenhum dolo específico. porém, bebeu demais.
Aumento de pena: art. 61, I, CP

666
ACID ENTAL

FORTUITA PATOLÓGICA

Não deu causa a embriaguez Dependente, ébrio habitual

👉 Só a embriagues acidental é excludente de culpabilidade pela teoria da


actio libera in causa.

DOENÇA MENTAL
“Art. 26- É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Parágrafo único- A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental
incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”
Devo fazer a análise com base no caso concreto, se o crime foi cometido em um
momento de lucidez, a culpabilidade não será afastada.
As consequências para uma pessoa que comete o crime e possui doença mental
são as seguintes:

667
Exercícios

01 - Quanto à imputabilidade em Direito Penal, assinale a alternativa


INCORRETA.
a) Para o menor de 18 anos, nosso Código Penal adotou o sistema
puramente biológico.
b) Para o doente mental, nosso Código Penal adotou um misto do sistema
biológico com o sistema psicológico.
c) Para a teoria clássica (teoria psicológica da culpabilidade), o doente
mental cometeria crime, uma vez que possui capacidade de dolo e culpa.
d) A embriaguez voluntária ou a culposa não excluem a imputabilidade
penal, segundo a actio libera in causa. Da embriaguez culposa, contudo,
só pode advir um crime culposo.

02 - Pessoas doentes mentais, que tenham dezoito ou mais anos de idade,


mesmo que sejam inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito da
conduta criminosa ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, são
penalmente imputáveis.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Comprovado que o acusado possui desenvolvimento mental incompleto e


que não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, é
cabível a condenação com redução de pena.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – E
03 – C

668
CULPABILIDADE II

POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE


ERRO DE PROIBIÇÃO
“Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do
fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a
um terço.
Parágrafo único- Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem
a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias,
ter ou atingir essa consciência.”
É a possibilidade de o agente conhecer o caráter ilícito do seu comportamento,
o agente sabe o que está fazendo, mas não sabe que sua conduta é considerada
crime.
Pode ser de duas espécies:

☠ ESCUSÁVEL/INEVITÁVEL/INVENCÍVEL – Qualquer pessoa, nas mesmas


condições, cometeria o mesmo erro. Afasta a culpabilidade (o agente fica
isento de pena).

☠ INESCUSÁVEL/EVITÁVEL/VENCÍVEL – O erro não é tão perdoável, pois era


possível, mediante algum esforço, entender que se tratava de conduta
penalmente ilícita. Não afasta a culpabilidade. Há diminuição de pena de um
sexto a um terço.
• CUIDADO!!! Erro de Proibição é diferente de Erro de Tipo

EXERCÍCIOS

01 - Na confraternização de final de ano de um tribunal de justiça, Ulisses,


servidor do órgão, e o desembargador ganharam um relógio da mesma marca
— em embalagens idênticas —, mas de valores diferentes, sendo
consideravelmente mais caro o do desembargador. Ao ir embora, Ulisses levou
consigo, por engano, o presente do desembargador, o qual, ao notar o sumiço
do relógio e acreditando ter sido vítima de crime, acionou a polícia civil.
Testemunhas afirmaram ter visto Ulisses com a referida caixa. No dia seguinte,
o servidor tomou conhecimento dos fatos e dirigiu-se espontaneamente à
autoridade policial, afirmando que o relógio estava na casa de sua namorada,
onde fora apreendido.
Nessa situação hipotética, a conduta de Ulisses na festa caracterizou

669
a) erro de tipo.
b) excludente de ilicitude.
c) arrependimento posterior.
d) erro de proibição.
e) crime impossível.

02 - Antony, estrangeiro que reside no Brasil há dois meses, inicia em seu quintal
uma plantação de maconha, com a intenção de utilizar aquele material para fins
medicinais, já que sua doença respiratória melhora com o uso da droga. Ao
tomar conhecimento de que seu vizinho, João, possui a mesma doença, decide
transportar o material até a residência de João, mas vem a ser abordado por
policiais civis. Após denúncia pela prática do crime de tráfico, durante seu
interrogatório, Antony esclarece que tinha conhecimento de que transportar
maconha no Brasil era crime, mas acreditava na licitude de sua conduta diante
da intenção de utilizar o material para fins medicinais, esclarecendo, ainda, que
essa conduta seria válida em seu país de origem.
Com base apenas nas informações expostas, Antony agiu:
a) em erro de proibição, podendo gerar reconhecimento de causa de
redução de pena ou afastamento da culpabilidade;
b) em erro de tipo, o que gera o reconhecimento de causa de diminuição de
pena;
c) com desconhecimento da lei, o que não afasta a culpabilidade; D) em erro
de proibição, afastando a tipicidade da conduta;
d) em erro de tipo, afastando a tipicidade da conduta.

03 - Na legislação brasileira as consequências do erro evitável sobre os


pressupostos fáticos de uma excludente de ilicitude são as mesmas do erro de
tipo, e não as do erro de proibição.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – A
03 – C

670
CULPABILIDADE III

EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA


“Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência
a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor
da coação ou da ordem”
Aqui, analisa-se de poderia ser exigido do agente uma conduta diversa daquela
que ele efetivamente tomou no caso concreto.
Na exigibilidade de conduta diversa, podemos analisar alguns elementos, como
os seguintes:

☠ COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL – o agente não pode ter a oportunidade


de resistir a coação.
Se for “resistível”, e mesmo assim o agente pratica o crime, haverá concurso
de pessoas em relação ao coautor, com agravante de pena para o mandante
(art. 62, II, CP)

☠ OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA – a obediência tem que derivar de uma relação


de hierarquia dentro da relação pública, não pode derivar de relações privadas,
mesmo que haja hierarquia entre os agentes.
Não pode ainda ser manifestamente ilegal, pois aqui não há obrigatoriedade
de ser cumprida.
Sendo manifestadamente ilegal e cumprindo o subordinado essa ordem, haverá
concurso de pessoas.

• CUIDADO!!! Coação Moral Irresistível é diferente de Coação


Física Irresistível

EXERCÍCIOS

01 - De acordo com o Código Penal, aquele que pratica o fato em estrita


obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior hierárquico
a) responde criminalmente como partícipe de menor importância.
b) não comete crime, pois tem a ilicitude de sua conduta afastada.
c) não é punido criminalmente.
d) responde criminalmente como partícipe.
e) responde criminalmente como coautor.

671
02 - No que concerne à exigibilidade de conduta diversa e hipóteses de sua
exclusão, é correto afirmar que a:
a) embriaguez proveniente de caso fortuito é hipótese de inexigibilidade de
conduta diversa.
b) exclusão da culpabilidade pela obediência hierárquica exige ordem não
manifestamente ilegal.
c) coação moral resistível é considerada causa supralegal de inexigibilidade
de conduta diversa.
d) coação irresistível. física ou moral, conduz á inexigibilidade de conduta
diversa.
e) exigibilidade de conduta diversa é elemento da culpabilidade criado pelas
teorias funcionalistas.

03 - Arnaldo, gerente de banco, estava dentro de seu veículo juntamente com


familiares quando foi abordado por dois indivíduos fortemente armados, que
ameaçaram os ocupantes do veículo e exigiram de Arnaldo o fornecimento de
determinada senha para a realização de uma operação bancária, o que foi por
ele prontamente atendido. Nessa situação, o uso da senha pelos indivíduos para
eventual prática criminosa excluirá a culpabilidade de Arnaldo.

CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Situação hipotética: Um oficial de justiça detentor de porte de arma de fogo,


ao proceder à citação de um réu em processo criminal, foi por este recebido a
tiros e acabou desferindo um disparo letal contra o seu agressor. Assertiva:
Nessa situação, a conduta do oficial de justiça está abarcada por uma excludente
de culpabilidade representada pela inexigibilidade de conduta diversa.

CERTO ( ) ERRADO ( )

Gabarito
01 – C
02 – B
03 – C
04 – E

672
CONCURSO DE PESSOAS

Temos o Concurso de Pessoas quando existe a participação de mais de um


agente no cometimento do crime ou da contravenção penal, regulado pelo
Código Penal dos artigos 29 à 31.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de
um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-
á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de
ter sido previsível o resultado mais grave.

REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS


• PLURALIDADE DE AGENTES;
• CONDUTA RELEVANTE;
• VINCULO SUBJETIVO;
• UNIDADE DE CRIMES.

👉 A teoria adotada pelo CP para definir a responsabilização dos agentes em


crimes praticados em concurso de pessoas é a TEORIA MONISTA
TEORIA MONISTA/MONÍSTICA/UNITÁRIA: Todos os agentes responderão
pelo mesmo crime, isso não significa que todos terão a mesma pena imposta,
pois, cada um responderá na medida de sua culpabilidade, significa apenas que
os agentes responderão dentro da mesma tipificação penal.
Por haver essa diferenciação no quanto da aplicação da pena, pode se dizer que
o Código Penal adotou a teoria monista temperada/mitigada.

O concurso de pessoas pode ainda ser de duas espécies:


NECESSÁRIO: A tipificação do crime exige que a conduta seja realizada por
mais de uma pessoa.
EVENTUAL: A tipificação do crime NÃO exige que a conduta seja realizada por
mais de uma pessoa, mas nada impede que assim seja praticada.

Quanto as modalidades de concurso de pessoas, existem algumas


diferenciações de extrema importância para a sua prova, observe:

673
☠ AUTORIA - Algumas teorias dever ser estabelecidas sobre o que seria
autoria:

👉 Teoria Objetivo Formal/ Objetiva/ Restritiva/ Dualista: AUTOR é quem


realiza o núcleo do tipo, PARTÍCIPE é quem concorre para o crime sem realizar
o núcleo do tipo. Adotada pelo CP, porém, deve ser completada pela Teoria da
Autoria Mediata.

👉 Teoria Objetivo Material: AUTOR é quem presta uma contribuição mais


relevante para a consumação do fato, PARTÍCIPE é aquele que contribui de
forma menos relevante. 👉Teoria Extensiva: não distingue autor e partícipe.

👉 Teoria do Domínio do Fato/ Teoria objetivo-subjetiva: AUTOR é aquele


que detém o controle sobre o fato, mesmo sem realizar diretamente o núcleo do
tipo, PARTÍCIPE é quem concorre para o cometimento do crime, porém, sem
deter o domínio do fato e sem realizar o núcleo do tipo.

☠ COAUTORIA – existe mais de um autor praticando o verbo do tipo, os atos


de execução podem ou não serem iguais ☠ PARTICIPAÇÃO – existe uma
colaboração de terceira pessoa, que não pratica o verbo do tipo, de acordo com
a teoria restritiva (majoritária).
Quanto a participação, observe as regras estabelecidas pelo próprio art. 29, CP:
▪ PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA: Pena reduzida: - 1/6 a 1/3 ▪
PARTICIPAÇÃO DE CRIME MENOS GRAVE: Aplicada a pena deste!

👉 No caso de ser previsível o resultado mais gravoso – a pena será aumentada


de metade.

COMUNICABILIDADE
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.
Elementar é tudo aquilo que é fundamental para a tipificação da conduta, cuja
ausência pode provocar uma atipicidade absoluta ou uma desclassificação para
outro crime.
Se existem circunstâncias pessoais, elas só serão transmitidas a outra pessoa
(concurso de pessoas) se forem elementares do crime

CASOS DE IMPUTABILIDADE
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a
ser tentado.

674
Exercícios.

01 - Segundo o Código Penal brasileiro, bem como o entendimento dos Tribunais


Superiores, sobre o concurso de pessoas,
A) se a participação no crime for de menor importância, isenta o agente da pena.

B) a pena imposta aos autores do crime será a mesma, independentemente de


um dos concorrentes participar de crime menos grave.
C) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda
quando elementares do crime.
D) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser consumado.
E) para caracterizar o concurso, basta que duas ou mais pessoas concorram para
a prática delituosa, não sendo necessária a identificação dos corréus.
02 - João e Manoel, penalmente imputáveis, decidiram matar Francisco. Sem
que um soubesse da intenção do outro, João e Manoel se posicionaram de tocaia
e, concomitantemente, atiraram na direção da vítima, que veio a falecer em
decorrência de um dos disparos. Não foi possível determinar de qual arma foi
deflagrado o projétil que atingiu fatalmente Francisco. Nessa situação, João e
Manoel responderão pelo crime de homicídio na forma tentada.
CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - De acordo com a teoria objetivo-subjetiva, o autor do delito é aquele que


tem o domínio final sobre o fato criminoso doloso.
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 – C
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

675
DETRAÇÃO PENAL
Art. 42- Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão
administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
artigo anterior
Não cabe detração em pena de multa, pois esta não pode ser convertida em
pena privativa de liberdade.
Nem para medidas cautelares diversas da prisão.
Quanto a pena restritiva de direito, é cabível nas hipóteses de:

👉 PRESTAÇÃO SE SERVIÇO A COMUNIDADE;

👉 INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS;

👉 LIMITAÇÃO DE FINS DE SEMANA.

• CUIDADO!!! A prescrição tem como base a pena aplicada na


sentença, sem a detração.

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

São de três espécies:

☠ RECLUSÃO – art. 33, CP – cumprida em regime fechado, semiaberto ou


aberto

☠ DETENÇÃO - art. 33, CP - cumprida em regime semiaberto ou aberto

☠ PRISÃO SIMPLES – Aplicável somente as contravenções penais.

REGIME PENITENCIÁRIO

👉 FECHADO: Estabelecimento de segurança máxima ou média.

👉 SEMIABERTO: Colônia agrícola, Industrial ou estabelecimento similar.

👉 ABERTO: Casa de Albergado ou estabelecimento adequado.

Súmula 440 – STJ: Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o


estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão
da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.

676
👉 Súmula 269 STJ:“É admissível a adoção do regime prisional semiaberto
aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se
favoráveis as circunstâncias judicias.”

CUIDADO!!! Aqui, o regime inicial não será o fechado, mas nada impede que o
indivíduo passe a esse regime por uma regressão.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 4º - O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão
de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que
causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos
legais.

LIMITE DAS PENAS


Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode
ser superior a 40 (quarenta) anos.
( Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

REGRAS DOS REGIMES PRISIONAIS

☠ REGIME FECHADO: Art. 34, CP

677
👉 EXAME CRIMINOLÓGICO - Será submetido, no início do cumprimento de
pena pana classificação e individualização

👉 TRABALHO – período diurno.

👉 ISOLAMENTO - período noturno

👉 O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, nas conformidades


das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis
com a execução da pena.

👉 TRABALHO EXTERNO – admissível, em serviços ou obras públicas.

☠ REGIME SEMIABERTO: Art. 35, CP

👉 EXAME CRIMINOLÓGICO - Será submetido, no início do cumprimento de


pena pana classificação e individualização

👉 TRABALHO – período diurno.

👉 O trabalho será em comum em colônia agrícola, industrial ou


estabelecimento similar.

👉 TRABALHO EXTERNO – admissível, bem como a frequência em cursos


supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.

☠ REGIME ABERTO: Art. 35, CP

👉Autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.

👉 TRABALHO – o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem


vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada.
Permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.

👉 TRANSFERÊNCIA DO REGIME ABERTO – se pratica fato definido como


crime doloso, se frustrar os fins da execução, ou se, podendo, não paga a
multa cumulativamente aplicada.
Súmula Vinculante 56: “A falta de estabelecimento penal adequado não
autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso.

EXERCÍCIOS

678
01 - As penas privativas de liberdade devem ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados determinados critérios
e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso. Nesse
sentido, assinale a alternativa correta:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deve começar a cumpri-la
em regime semiaberto
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e
não exceda a 8 (oito), deve cumpri-la em regime fechado
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime semiaberto
d) o condenado por crime contra a administração pública deve ter a
progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação
do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com
os acréscimos legais
e) ao condenado transferido para o regime disciplinar diferenciado é vedada
a realização de exame criminológico de classificação para
individualização da execução

02 - É possível que réu primário portador de circunstâncias judiciais


desfavoráveis condenado à pena de quatro anos de reclusão inicie o
cumprimento da reprimenda em regime semiaberto.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - A gravidade abstrata do delito justifica o estabelecimento de regime prisional


mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, independentemente
de a pena-base ter sido fixada no mínimo legal.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – C
03 – E

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

679
Consideradas como penas alternativas ao cárcere. Quando acontece a
sentença, aplicada a pena privativa de liberdade e fixado o regime inicial de
cumprimento de pena, o juiz analisará se é caso de substituição por pena
restritiva de direitos.
Existindo os pressupostos que autorizam a substituição, o juiz, efetivamente,
deve substituir, caso contrário, deverá fundamentar sua não aplicação.

Essas são algumas das diferenças estabelecidas quanto a substituição para


crimes culposos e dolosos, porém, existem outros requisito comum: “A
culpabilidade, os antecedentes, a personalidade, a conduta social do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição é suficiente”.
E o reincidente em crime doloso???
Art. 44, §3º, CP: Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude
da prática do mesmo crime
DURAÇÃO DA MEDIDA – Art. 55, CP
Art. 55 - As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do
art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída,
ressalvado o disposto no § 4 o do art. 46.

REGRAS DA SUBSTITUIÇÃO – Art. 44, §2º, CP

👉 PENA DE ATÉ 1 ANO: Multa ou PRD

👉 PENA MAIOR DO QUE 1 ANO: PRD + Multa ou PRD + PRD

ROL DAS PRDs – Art. 43, CP.

680
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
I- prestação pecuniária;
II- perda de bens e valores;
III- limitação de fim de semana.
IV- prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V- interdição temporária de direitos;
VI- limitação de fim de semana.

👉 Trata-se de um rol taxativo

👉 Súmula 588 do STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a


mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a
substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

REGRESSÃO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

☠ OBRIGATÓRIA – Art. 44, §4º, CP – Descumprimento injustificado das


restrições impostas.

☠ FACULTATIVA – Art. 44, §5º, CP – Sobrevindo condenação a pena


privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução decidirá sobre a
conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a
pena substitutiva anterior.

EXERCÍCIOS

681
01 - No que concerne à aplicação das penas restritivas de direitos dos
arts. 43 a 48 do CP, é correto afirmar que
a) ao reincidente é vedada a substituição da privativa de liberdade.
b) o benefício não pode ser aplicado mais de uma vez no interregno de 5
(cinco) anos ao mesmo réu.
c) a pena restritiva de direitos se converte em privativa de liberdade sempre
que ocorrer o descumprimento da restrição imposta.
d) os crimes culposos admitem sua aplicação em substituição às privativas
de liberdade, independentemente da pena aplicada.
e) penas privativas de até 2 (dois) anos em regime aberto podem ser
substituídas por uma multa ou por uma pena restritiva de direitos.

02 - É espécie de pena de interdição temporária de direitos


a) proibição de saída temporária no regime semiaberto.
b) proibição de frequentar determinados lugares.
c) obrigação de se desculpar com a vítima do delito.
d) prestação de serviços à comunidade.
e) suspensão do direito ao indulto.

03 - A reincidência em qualquer crime na modalidade dolosa impede a


substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – B
03 – E

PENA DE MULTA

682
Trata-se de uma pena de cunho patrimonial. Pagamento feito ao fundo
penitenciário, da quantia fixada na sentença e calculada em dias multa.
FASES DA APLICAÇÃO DA PENA DE MULTA
1º FASE - art. 49, CP: fixar o percentual de dias-multa, será de 10 a 360,
obedecendo as fases de dosimetria da pena do art. 68.
2ºFASE – art. 49, §1º, CP: fixar o valor de dias-multa , será de 1/30 até
5 vezes o salário mínimo, observando as condições econômicas do réu.
3º FASE – art. 60, §1º, CP: o valor poderá ser aumentado até o triplo,
se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz,
embora aplicada no máximo
SÚMULA 693, STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a
pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena
pecuniária seja a única cominada.

PAGAMENTO DA MULTA – art. 50, CP


Art. 50- A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de
transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as
circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas
mensais.
Esse requerimento de parcelamento deverá ser solicitado, antes de
esgotado o prazo para o pagamento.
PAGAMENTO COM DESCONTO – art. 50, §1º, CP
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no
vencimento ou salário do condenado quando:
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
c) concedida a suspensão condicional da pena.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao
sustento do condenado e de sua família

EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA

683
Art. 51 -Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor,
aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no
que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada
dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas da legislação relativa à dívida ativa
da Fazenda Pública, inclusive em relação às causas interruptivas e suspensivas
da prescrição, não se permitindo a conversão de pena de multa em detenção
pela ausência de pagamento.
SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA MULTA
Art. 52- É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao
condenado doença mental.
PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA
Art. 114- A prescrição da pena de multa ocorrerá:
I- em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;
II- no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada
ou cumulativamente aplicada.

Exercícios.

684
01 - O critério judicial legalmente estabelecido para a fixação da pena
pecuniária, na Parte Geral do Código Penal, vincula o juiz à observância,
preponderantemente quanto

a) aos danos sociais provocados pelo crime.


b) à situação econômica do réu.
c) à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do
agente e aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime.
d) à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do
agente e ao prejuízo sofrido pela vítima.
e) às consequências do crime para a vítima.

02 - A prescrição da pena de multa ocorrerá em 3 anos, quando a multa for a


única cominada ou aplicada

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada


perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, podendo
ocorrer a sua conversão em pena privativa de liberdade, caso haja
inadimplência de forma injustificada.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – E
03 – E

CONCURSO DE CRIMES

685
Aqui, eu não tenho mais a figura de várias pessoas cometendo um ou mais
crimes, tenho a figura de uma pessoa cometendo um ou mais crimes.
O concurso de crimes ocorre quando o agente pratica inúmeros crimes
mediante uma ou mais condutas, pode ser de três espécies:

☠ CONCURSO MATERIAL – art. 69, CP


“Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas
privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa
de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente
as demais.”
O agente mediante + de 1 ação/omissão, praticou + de 1 crime = SISTEMA
DO CÚMULO MATERIAL: As penas serão somadas.
Se os crimes praticados forem iguais, chamaremos de concurso material
homogêneo, porém, se distintos, chamaremos de concurso material
heterogêneo. Se imposta pena de detenção em relação a um crime e de
reclusão em relação ao outro, será executada primeiramente a de reclusão.
Só poderei aplicar PRD em relação a um dos crimes se também foi aplicada
em relação ao outro, ou, em caso de aplicação de PPL, esta foi suspensa (§
1º).
Posso simultaneamente cumprir PRD desde que compatíveis.

☠ CONCURSO FORMAL/ IDEAL – art. 70, CP


Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou
mais crimes, idênticos ou não, aplica-se lhe mais grave das penas cabíveis ou,
se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um
sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a
ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único: NÃO poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra
do art. 69 deste Código.
O agente mediante 1 ação/omissão, praticou + de 1 crime. Se os crimes
praticados forem iguais, chamaremos de concurso formal homogêneo, porém,
se distintos, chamaremos de concurso formal heterogêneo.

686
Concurso formal pode ser dividido em perfeito e imperfeito:

👉 PERFEITO: 1° parte do artigo 70 – não deriva de desígnios autônomos, o


agente não quis mais de um resultado – SISTEMA DA EXASPERAÇÃO:
Aplico apenas umas das penas, se iguais e a mais grave, se distintas,
aumentando em qualquer caso de 1/6 até metade.

👉 IMPERFEITO: 2° parte do artigo 70 – deriva de desígnios autônomos e a


ação ou omissão é dolosa. – SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL: Não
existe diferença se as penas são iguais ou distintas, somarei todas elas
O sistema de Exasperação não poderá ser mais prejudicial ao réu do que o
sistema de Cúmulo Material, quando isso ocorrer, usarei o cúmulo material e o
denominarei de SISTEMA DE CÚMULO MATERIAL BENÉFICO.

☠ CRIME CONTINUADO – art. 71, CP.


“Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser
havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer
caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.”
Modalidade de concurso de crimes em que o agente mediante diversas
condutas, pratica vários crimes, mas se preenchidos os requisitos
estabelecidos, essas condutas ensejarão crime único.
REQUISITOS DO CRIME CONTINUADO GENÉRICO/ SIMPLES- (caput do
art. 71)
• CRIMES DA MESMA ESPÉCIE

• MESMA CONDIÇÃO DE TEMPO

• MESMA CONDIÇÃO DE LUGAR

• MESMA MANEIRA DE EXECUÇÃO

• ELEMENTO SUBJETIVO

O crime continuado pode ainda ser ESPECÍFICO – previsto no parágrafo único


do art. 71, CP. Alguns requisitos devem ser seguidos para a sua configuração

687
REQUISITOS DO CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO - (parágrafo único do
art. 71)
• REQUISITOS DO CAPUT DO ART. 71

• CRIMES DOLOSOS

• VÍTIMAS DIFERENTES

• VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA

Em todos os casos, o sistema adotado é o SISTEMA DA EXASPERAÇÃO, a


distinção será relacionada ao quantum de aumento de pena.

👉 CRIME CONTINUADO GENÉRICO/SIMPLES: Mais grave das penas se


diversas/ uma delas se iguais --- +1/6 a 2/3.

👉 CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO: Mais grave das penas se diversas/


uma delas se iguais --- + Até o triplo

Exercícios

01 - O concurso formal de crimes ocorre quando

688
a) o agente pratica dois ou mais crimes mediante uma só ação ou omissão.
b) as circunstâncias pessoais do crime se comunicam aos coautores.
c) a sentença aplica pena privativa de liberdade e pena de multa para o
mesmo crime.
d) praticam-se dois ou mais crimes, mediante mais de uma ação ou
omissão.
e) um crime é praticado por duas ou mais pessoas previamente ajustadas
para tanto.

02 - A pena, no concurso formal imperfeito de crimes, onde há desígnios


autônomos do agente em ação ou omissão dolosa, deverá ser
a) aumentada do dobro.
b) aumentada de 1/3 (um terço) a 1/2 (metade).
c) aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/2 (metade).
d) aplicada cumulativamente, consoante a regra do artigo 69 do CP.
e) aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços).

03 - No concurso formal, caso o agente tenha praticado dois crimes mediante


uma ação dolosa, devem-se aplicar cumulativamente as penas se os crimes
concorrentes resultarem de desígnios autônomos.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – D
03 – C

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA


Depois de aplicada a pena privativa de liberdade e fixado o seu regime inicial, o
juiz analisará a possibilidade da substituição por restritiva de direitos. Caso não

689
seja possível a substituição, devem ser analisadas as possibilidades de
aplicação da suspensão condicional da pena (sursis).
REQUISITOS DO SURSIS – Art. 77, CP
Art. 77- A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois)
anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:
I- o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II- a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias
autorizem a concessão do benefício;
III-Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44
deste Código.
Requisitos que devem ser preenchidos cumulativamente.
SURSIS ETÁRIO OU PROFILÁTICO - Art. 77, §2º, CP
§2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos,
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja
maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
Difere-se da modalidade anterior apenas pela quantidade de pena imposta e
pelo período de provas. As condições necessárias do “caput” do artigo, são as
mesmas.
SURSIS ESPECIAL – Art. 78, §2º, CP
§ 2º- Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-
lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente
favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas
seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
a) proibição de frequentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar
e justificar suas atividades.
Nesse caso, necessito que a pena imposta não seja superior a 2 anos, período
de provas estabelecido entre 2 a 4 anos, reparado o dano, salvo a
impossibilidade de fazê-lo, e presentes as circunstâncias do art. 59 de forma
totalmente favoráveis.

REVOGAÇÃO DO SURSIS – Art. 81, CP


Art. 81- A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:

690
I- é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
II- frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não
efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III- descumpre a
condição do § 1º do art. 78 deste Código.

Revogação facultativa
§ 1º- A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer
outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou
por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVAS - Art. 81, §2º e §3º, CP


§ 2º- Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção,
considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.
3º- Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar
o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

No caso do §2º, a prorrogação será automática, independe de ordem judicial, já


no §3º, a prorrogação deverá ser decidida pelo juiz

EXTINÇÃO – Art. 82, CP


Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta
a pena privativa de liberdade.

EXERCÍCIOS

691
01 - O benefício da suspensão condicional da pena — sursis penal —
a) pode ser concedido a condenado a pena privativa de liberdade, desde
que esta não seja superior a quatro anos e que aquele não seja
reincidente em crime doloso.
b) é cabível nos casos de crimes praticados com violência ou grave ameaça,
desde que a pena privativa de liberdade aplicada não seja superior a dois
anos.
c) pode estender-se às penas restritivas de direitos e à de multa, casos em
que se suspenderá, também, a execução dessas penas.
d) deverá ser, obrigatoriamente, revogado no caso da superveniência de
sentença condenatória irrecorrível por crime doloso, culposo ou
contravenção contra o beneficiário.
e) impõe que, após o cumprimento das condições impostas ao beneficiário,
seja proferida sentença para declarar a extinção da punibilidade do
agente.

02 - A revogação da suspensão condicional da pena é facultativa no caso de ser


o agente irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção,
a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Somente a pena privativa de liberdade admite o sursis, não sendo cabível o


instituto nas penas restritivas de direitos e na pena pecuniária.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – C
03 – C

LIVRAMENTO CONDICIONAL

692
Advém do sistema progressivo e consiste na liberdade antecipada concedida
ao indivíduo que cumprir seus requisitos, e será condicionado a algumas
exigências quanto ao tempo restante de cumprimento de pena.

REQUISITOS DO LIVRAMENTO CONDICIONAL


Art. 83- O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I- cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
II- cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em
crime doloso;
III- comprovado: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) bom comportamento durante a execução da pena; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019)
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV- tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado
pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V- cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em
crimes dessa natureza.
Parágrafo único- Para o condenado por crime doloso, cometido com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinquir.

REQUISITOS OBJETIVOS:

☠ PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE IGUAL OU SUPERIOR A 2 ANOS;

☠TER REPARADO O DANO (salvo impossibilidade)

☠ TER CUMPRIDO:

693
👉 + 1/3 DA PENA – Não reincidente em crime doloso ou portador de bons
antecedentes;

👉 +1/2 DA PENA – Se for reincidente

👉 +2/3 DA PENA – Tratando-se de crime hediondo ou equiparado, tráfico


de pessoas, desde que o agente não seja reincidente específico em crime
desta natureza

☠ NÃO COMETIMENTO DE FALTA GRAVE NOS ÚLTIMOS 12 MESES


➢ Falta grave interrompe o prazo para o livramento condicional???
Não, poderá interromper o prazo para a progressão de regime – súmula 534,
STJ, mas não para o livramento condicional por falta de previsão legal.
Praticada a falta grave nos 12 meses anteriores a sua pretensão, o prazo para
o benefício não recomeça.
REQUISITOS SUBJETIVOS:

☠ BOM COMPORTAMENTO DURANTE A EXECUÇÃO DA PENA;

☠ TENHA APTIDÃO PARA PROVER A PRÓPRIA SUBSISTÊNCIA


MEDIANTE TRABALHO HONESTO;

☠ BOM DESEMPENHO NO TRABALHO QUE LHE FOI ATRIBUÍDO;

☠ NOS CRIMES PREVISTOS NA LEI DE CRIMES HEDIONDOS, NÃO SEJA


REINCIDENTE ESPECÍFICO
SOMA DAS PENAS – Art. 84, CP
Art. 84- As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se
para efeito do livramento.
O art. 83, estabelece que será aplicado o livramento condicional a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 anos, para que seja atingido esse
limite mínimo, o art. 84 autoriza as somas das infrações diversas, mesmo que
aplicadas em processos distintos.
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA – Art. 86, CP
Art. 86- Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena
privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:
I- por crime cometido durante a vigência do benefício;
II- por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código

A condenação a pena restritiva de direito ou a de multa NÃO GERA a


revogação do benefício.

694
REVOGAÇÃO FACULTATIVA – Art. 87, CP
Art. 87- O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de
cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for
irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade
EFEITOS DA REVOGAÇÃO – Art.88, CP
Art. 88- Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo
quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele
benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado
A revogação poderá ser determinada de ofício pelo juiz, ouvido o liberado – art.
730, CPP.

EXERCÍCIOS

01 - Consoante prescreve o Código Penal, é incorreto afirmar sobre o


livramento condicional:
a) O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que
cumpridos mais de metade da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo.
b) O juiz poderá revogar o livramento se o liberado deixar de cumprir
qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for
irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que
não seja privativa de liberdade.
c) Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo
quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior
àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto
o condenado.
d) O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em
julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime
cometido na vigência do livramento.

02 - O condenado por crime hediondo, prática de tortura, terrorismo ou tráfico


ilícito de entorpecentes e drogas afins poderá obter livramento condicional,
desde que cumpridos mais de dois terços da pena e desde que não seja
reincidente específico em crimes dessa natureza.

CERTO ( ) ERRADO ( )

695
03 - O condenado pela prática de crime de tortura, por expressa previsão legal,
não poderá ser beneficiado por livramento condicional, se for reincidente
específico em crimes dessa natureza.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – C
03 – C

MEDIDA DE SEGURANÇA

Destina-se ao tratamento do inimputável e do semi imputável que apresentam


periculosidade. Possui duração máxima indeterminada. Obedece ao
princípio da legalidade.

PRÁTICA DE UM ILÍCITO PENAL + PERICULOSIDADE + PUNIBILIDADE


NÃO EXTINTA

ESPÉCIES DE MEDIDA DE SEGURANÇA


Art. 96.As medidas de segurança são:
I- Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à
falta, em outro estabelecimento adequado;
II- sujeição a tratamento ambulatorial.
Parágrafo único. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança
nem subsiste a que tenha sido imposta.

👉 INCISO I: Medida de segurança DETENTIVA. Aplicada aos crimes punidos


com RECLUSÃO

👉 INCISO II: Medida de segurança RESTRITIVA. Aplicada aos crimes punidos


com DETENÇÃO
Obs: STF e STJ já tem admitido de forma excepcionalmente, o tratamento
ambulatorial aos crimes punidos com reclusão.
PRAZO – Art. 96, §1º, CP

696
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado,
perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação
de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos
§ 2º- A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá
ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da
execução
Observe que a medida de segurança ocorre por tempo indeterminado,
existindo, porém, um prazo mínimo, que é de 1 a 3 anos. Após esse prazo
mínimo, o condenado deverá realizar a primeira perícia. Após a realização
dessa primeira perícia, ocorrerão as próximas de ano em ano, ou sempre que
determinar o juiz da execução.

👉 SISTEMA VICARIANTE: a medida de segurança não poderá ser aplicada


ao mesmo tempo com a pena privativa de liberdade.

👉 SÚMULA 527, STJ: "O tempo de duração da medida de segurança não


deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito
praticado."
Para evitar a prisão perpétua, o STF entende ainda que deve ser obedecido o
limite estabelecido no art. 75, CP, ou seja, de 40 anos.

👉 Súmula 525 STF: “A medida de segurança não será aplicada em


segunda instância, quando só o réu tenha recorrido."
DESINTERNAÇÃO OU LIBERAÇÃO CONDICIONAL – Art. 97, §3º, CP.
§ 3º- A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser
restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano,
pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade
§ 4º- Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a
internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.
Cessada a periculosidade, o juiz determinará a desinternação ou liberação do
indivíduo, e, em seguida, determinará as condições do livramento condicional.
Essa liberação ou desinternação ficará em análise por um período de um ano,
se nesse período o agente pratica fato que indica a persistência de sua
periculosidade, que não necessita ser um crime, a situação anterior será
reestabelecida.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR MEDIDA DE
SEGURANÇA PARA SEMI-IMPUTÁVEIS
Art. 98- Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando
o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade
pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo
mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos
§§ 1º a 4º.

697
☠ IMPUTÁVEL: Cumprir pena

☠ INIMPUTÁVEL: Medida de segurança

☠ SEMI-IMPUTÁVEL: Pena ou medida de segurança, a depender do caso.

EXERCÍCIOS

01 - Levando-se em conta o instituto da Medida de Segurança, assinale a


alternativa correta.
a) Tendo em vista as suas especificidades, a medida de segurança poderá
durar perpetuamente.
b) Havendo recurso apenas por parte da acusação, fica vedado ao Tribunal
de Justiça aplicar a Medida de Segurança.
c) A duração da medida de segurança está limitada ao quantum mínimo de
pena privativa de liberdade cominada ao delito praticado.
d) Havendo recurso apenas por parte da defesa, fica vedado ao Tribunal
de Justiça aplicar a Medida de Segurança.
e) O período de reavaliação da medida de segurança é de no mínimo 2 e
no máximo 5 anos.

02 - Lúcio, inimputável por doença mental, após três anos de internação em


hospital de custódia, foi liberado pelo juiz da execução, em decorrência de
parecer favorável da perícia médica da instituição. Depois de sete meses da
liberação, Lúcio foi detido novamente pela prática de conduta delitiva de
natureza sexual.
Nesse caso, o restabelecimento da internação
a) é cabível, porque o novo fato delituoso ocorreu antes de completado um
ano da liberação, que é condicional.
b) não é cabível, porque a liberação foi regular e transitou em julgado antes
da ocorrência do novo fato delituoso.
c) não é cabível, porque o novo fato delituoso ocorreu mais de seis meses
após a liberação.
d) é cabível, porque a liberação é incondicional e não depende da
ocorrência de novo fato delituoso a qualquer tempo

03 - Bruna, de vinte e quatro anos de idade, processada e julgada pela prática


do crime de latrocínio, foi absolvida ao final do julgamento, por ter sido
considerada inimputável, apesar de sua periculosidade. Nessa situação, mesmo
tendo Bruna sido absolvida, o juiz pode impor-lhe medida de segurança.

698
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – A
03 – C

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

HOMICÍDIO – Art. 121, CP

A conduta de tirar a vida de alguém se amolda a figura típica do Homicídio, ou


seja, estará consumado com a realização do verbo “matar” uma pessoa
humana.

☠ BEM JURIDICAMENTE TUTELADO: Vida extrauterina

☠ SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa – crime comum

☠ CONSUMAÇÃO: Morte – parada total das funções encefálicas. Admite a


modalidade tentada

☠ CRIME OMISSIVO/COMISSIVO – pode ser praticado por ação ou omissão


(omissão imprópria)

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo ou culpa

☠ AÇÃO PENAL – Pública Incondicionada

HOMICÍDIO SIMPLES – “caput” do art. 121, CP Art. 121. Matar alguém:


Pena: reclusão, de seis a vinte anos.

➢ Homicídio simples pode ser considerado CRIME HEDIONDO???


Apenas se praticado em ação típica de grupo de extermínio, ainda que por um
só agente (homicídio condicionado). A regra é que o homicídio simples NÃO é
considerado crime hediondo.

699
➢ Categoria residual, será simples quando não for qualificado.
Inicia-se o homicídio com o início do parto, ou seja, início da vida extrauterina.
STJ entende ser desnecessário que o nascituro respire, desde que presentes
outros elementos que comprovem a vida. A análise de viabilidade de vida da
vítima também é desnecessária.

HOMICÍDIO PRIVILEGIADO – Art. 121, § 1º, CP


§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

👉 RELEVANTE VALOR MORAL: interesse subjetivo do autor

👉 RELEVANTE VALOR SOCIAL: interesse de toda a sociedade

👉 DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO LOGO EM SEGUIDA A INJUSTA


PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA: impulso imediato à provocação da vítima, crime
em curto circuito, é incompatível com a premeditação, se o agente está apenas
sob a influência de violenta emoção – atenuante do art. 65, III, “c”, CP.

☠ Homicídio privilegiado NÃO É CONSIDERADO CRIME HEDIONDO.

☠ Causas de diminuição do homicídio privilegiado são circunstâncias


subjetivas, não se comunicam em concurso de pessoas (art. 30, CP).
HOMICÍDIO QUALIFICADO – Art. 121, § 2º, CP
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe;
II - Por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro
recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015)

700
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído
pela Lei nº 13.142, de 2015)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos
§ 2°-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o
crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - Violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I
I - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)

👉 PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, OU POR OUTRO MOTIVO


TORPE: homicídio mercenário – a paga ou promessa de recompensa não se
comunica automaticamente para o mandante e para o mandado. Motivo torpe é
aquele motivo repugnante, a valoração sempre se dá pela análise do caso
concreto.

👉 MOTIVO FÚTIL: motivo pequeno, desproporcional, banal.

👉 EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTURA OU


OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU QUE POSSA RESULTAR EM
PERIGO COMUM: meio insidioso é aquele que sai da esfera de conhecimento
da vítima, é oculto. Cruel é aquele que aumenta, sem necessidade, o
sofrimento da vítima.

👉 TRAIÇÃO, EMBOSCADA, DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE


DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO: na traição,
há uma relação de confiança entre autor e vítima.

👉 PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OU


VANTAGEM DE OUTRO CRIME: homicídio qualificado pela conexão teológica
ou consequencial.

👉 FEMINICÍDIO: por razões de condição de ser do sexo feminino (§2°- A, CP)


ou que englobam caso de violência doméstica.

👉 HOMICÍDIO FUNCIONAL: quando praticados contra os agentes abaixo


descritos, no exercício da função ou em razão dela, ou contra seu cônjuge /
companheiro ou parentes consanguíneos até 3° grau em razão dessa
condição.

701
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/
Aeronáutica) Contra pessoa menor de 14 anos ou maios de 60 anos
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/
Aeronáutica) Contra pessoa deficiente ou portador de doença
degenerativa
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/
Aeronáutica) Na presença de ascendente ou descendente
✓ MEMBROS DAS FORÇAS ARMADAS (Marinha/ Exército/
Aeronáutica) Em descumprimento de medida protetiva e urgência.

☠ Também podem ser vítimas os guardas municipais e os agentes de


segurança viária. Também foram mencionados no art. 144, CF, nos §8° e §9°

☠ São excluídos os aposentados e os parentes por afinidade.

HOMICÍDIO QUALIFICADO-PRIVILEGIADO!
➢ É possível desde que a qualificadora seja de ordem objetiva, ou seja,
quanto aos meios e modos de execução. O privilegio afasta a hediondez.
HOMICÍDIO CULPOSO – Art. 121, § 3º, CP
§ 3º Se o homicídio é culposo
Pena - detenção, de um a três anos.

Deriva da Imprudência, Imperícia ou Negligencia.

IMPORTANTE!!! Homicídio Culposo na direção de veículo automotor será


punido de acordo com o art. 302, CTB, e não com base no CP.

702
AUMENTO DE PENA

HOMICÍDIO CULPOSO – art. 121, § 4º CP


• Inobservância das regras técnicas de profissão, arte ou ofício
• Omissão de socorro ou não procura minimizar as consequências de
seus atos +1 / 3
• Foge para evitar flagrante

HOMICÍDIO DOLOSO - Art. 121, §§4°, 6° e 7°, CP


• Contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos. (§4°): +1/3
• Praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio (§6°) : +1 /3 até
a metade
• Feminicídio (§7°): +1 /3 até a metade

PERDÃO JUDICIAL – Art. 121, § 5º, CP


§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena,
se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave
que a sanção penal se torne desnecessária.

☠ Causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX, CP) – É exigido um


insuportável abalo físico ou emocional por parte do autor, é exigido um vínculo
afetivo prévio entre os envolvidos.
Súmula 18 STJ: “A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória
da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

INFANTICÍDIO – Art. 123, CP


Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o
parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos

☠ BEM JURÍDICO TUTELADO: Vida extrauterina

☠ SUJEITO ATIVO: Apenas a mãe – crime próprio (bipróprio)

☠ CONSUMAÇÃO: Morte. Admite a modalidade tentada.

☠ CRIME OMISSIVO/COMISSIVO – Pode ser praticado por ação ou omissão


(omissão imprópria)

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo

☠ AÇÃO PENAL – Pública Incondicionada

703
EXERCÍCIOS

01 - Assinale, dentre as alternativas a seguir, a única que NÃO majora de 1/3


até a metade a pena para o autor do delito de feminicídio.
a) Praticar o crime nos 5 meses posteriores ao parto.
b) Praticar o crime contra pessoa menor de 14 anos.
c) Praticar o crime contra pessoa com deficiência.
d) Praticar o crime na presença física ou virtual de descendente ou de
ascendente da vítima
e) Praticar o crime contra pessoa maior de 60 anos.

02 - Sobre o Crime de Homicídio, assinale a alternativa INCORRETA


a) Se o agente age sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a
injusta provocação da vítima, ele comete homicídio privilegiado.
b) Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) ano.
c) No homicídio culposo, a pena é aumentada, se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o
agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.
d) O perdão judicial pode ser aplicado em caso de homicídio culposo ou
privilegiado.
e) A pena do feminicídio é aumentada se o crime for praticado na presença
de descendente ou de ascendente da vítima.

03 - Considere que uma mulher, logo após o parto, sob a influência do estado
puerperal, estrangule seu próprio filho e acredite tê-lo matado. Entretanto, o
laudo pericial constatou que, antes da ação da mãe, a criança já estava morta
em decorrência de parada cardíaca. Nessa situação, a mãe responderá pelo
crime de homicídio, com a atenuante de ter agido sob a influência do estado
puerperal.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito
01 – A
02 – D
03 – E

704
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU
A AUTOMUTILAÇAO

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou


prestar-lhe auxílio material para que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
➢ IMPORTANTE!!! NOVIDADE...
A primeira alteração operada, no preceito primário, foi a inclusão da figura da
participação em automutilação. Isto é, também passa a ser típica a conduta de
instigar, induzir ou auxiliar alguém a praticar a automutilação, anteriormente,
não havia essa previsão de forma expressa.

☠ Autolesão passa a ser punida???


Pelo princípio da alteridade, não posso punir condutas que não ultrapasse a
figura do próprio agente, o que se pune é a instigação, o auxílio ou o
induzimento.
No preceito secundário, existem alterações referentes a não necessidade de
resultado naturalístico
para que haja punição. Com isso, o crime passa a admitir a modalidade
tentada.

FORMA QUALIFICADA – Art. 122, §§ 1° E 2°, CP

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de


natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste
Código:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

Antes da alteração pela Lei 13.968/2019, o artigo 122 só estabelecia pena no


caso de o suicídio se consumar ou de a tentativa de suicídio resultar lesão
corporal de natureza grave. Atualmente, essas condutas ensejarão a incidência
da qualificadora.

705
FORMA MAJORADA – Art. 122, §3º, CP
§ 3º A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer
causa, a capacidade de resistência.

Nessa modalidade, com a nova redação, foram incluídas, como causas de


aumento de pena:

👉 Motivo Torpe

👉 Motivo Fútil.

NOVA FORMA MAJORADA – Art. 122, §§ 4° E 5°, CP


§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da
rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de
grupo ou de rede virtual.
Lembre-se que a pena só será aumentada se a conduta do agente for
voltada contra pessoa determinada.

CONDUTA RESULTA CRIME MAIS GRAVE – Art. 122, §§ 6° E 7°, CP


§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de
natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou
contra quem, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art.
129 deste Código.
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14
(quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discernimento para a
prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência,
responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste
Código.”

706
ABORTO – Art. 124 ao 128, CP
✓ ABORTO NATURAL/ ACIDENTAL – não é punido
✓ ABORTO CRIMINOSO – punível
✓ ABORTO LEGAL/ PERMITIDO – não é punível

ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM O SEU


CONSENTIMENTO – art. 124, CP
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe
provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
É um crime de mão própria, admitindo apenas a figura da participação.
Para o terceiro ser partícipe, não pode praticar atos executórios.

☠ AUTOABORTO (1° parte): a própria gestante realiza o aborto, com o


sem participação de terceira pessoa.

☠ ABORTO CONSENTIDO (2° parte): a gestante não realiza manobras


abortivas em si mesma, mas permite que terceira pessoa faça. Se o agente
praticar atos executórios, responderá pelo art. 126, CP. Exceção pluralista a
teoria monista do concurso de pessoas.
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO – art. 125, CP
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena -
reclusão, de três a dez anos.
O feto e a gestante são vítimas desse crime. Admite participação e
coautoria.

707
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM O CONSENTIMENTO DA
GESTANTE– art. 126, CP
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não
é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento
é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
A gestante que consentiu, responderá pelo 124, e o terceiro pelo 126.

☠ Pode ocorrer a hipótese de a gestante consentir para o aborto, porém, se ela


se enquadra nas hipóteses do parágrafo único, é como se não houvesse
consentido, respondendo assim pela pena no art. 125, os casos são:
✓ GESTANTE MENOR DE 14 ANOS
✓ ALIENADA OU DÉBIL MENTAL
✓ CONSENTIMENTO OBTIDO ATRAVÉS DE FRAUDE,
GRAVE AMEAÇA OU VIOLÊNCIA

FORMA QUALIFICADA – art. 127, CP


Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são
aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave;
e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

☠ Aplicada apenas aos artigos 125 e 126. Não se aplica ao artigo 124, CP.

☠ Lesões leves são absolvidas pelo aborto.

ABORTO PERMITIDO – art. 128, CP


Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto
no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu
representante legal.

☠ ABORDO NECESSÁRIO: praticado por médico para salvar a vida da


gestante. Não necessita de autorização judicial, enfermeiro pode praticar e
alegar estado de necessidade ou inexigibilidade de conduta diversa.

708
☠ ABORTO HUMANITÁRIO/ SENTIMENTAL: decorrente de estupro, apenas o
médico pode praticar

☠ ABORTO ANENCÉFALO: ADPF: 54, aplicável

☠ ABORTO NO PRIMEIRO TRIMESTRE: jurisprudência do STF em um único


caso – Inter partes.

EXERCÍCIOS

01 - Ana, após realizar exame médico, descobriu estar grávida. Estando convicta
de que a gravidez se deu em decorrência da prática de relação sexual
extraconjugal que manteve com Pedro, seu colega de faculdade, e temendo por
seu matrimônio decidiu por si só que iria praticar um aborto. A jovem comunicou
a Pedro que estava grávida e pretendia realizar um aborto em uma clínica
clandestina. Pedro, por sua vez, procurou Robson, colega que cursava medicina,
e o convenceu a praticar o aborto em Ana. Assim, alguns dias depois de
combinar com Pedro, Robson encontrou Ana e realizou o procedimento de
aborto.
Sobre a questão apresentada, é correto afirmar que a conduta de Ana se amolda
ao crime previsto no
a) art. 124, segunda parte, do Código Penal (consentimento para o aborto).
Robson, por sua vez, tem sua conduta subsumida ao crime previsto no
art. 126, do Código Penal (aborto provocado por terceiro com
consentimento). Já Pedro responderá como partícipe no crime de
Robson.
b) art. 124, segunda parte, do Código Penal (consentimento para o aborto).
Robson, por sua vez, tem sua conduta subsumida ao crime previsto no
art. 124, segunda parte, do Código Penal. Já Pedro responderá como
partícipe no crime de Ana.
c) art. 125, segunda parte, do Código Penal (consentimento para o aborto).
Robson, por sua vez, tem sua conduta subsumida ao crime previsto no
art. 124 do Código Penal (aborto provocado por terceiro sem
consentimento). Já Pedro responderá como partícipe no crime de
Robson.
d) art. 124, primeira parte, do Código Penal (autoaborto). Robson, por sua
vez, tem sua conduta subsumida ao crime previsto no art. 126 do Código
Penal (aborto provocado por terceiro com consentimento). Já Pedro
responderá como partícipe no crime de Ana.
e) art. 126, primeira parte, do Código Penal (autoaborto). Robson, por sua
vez, tem sua conduta subsumida ao crime previsto no art. 124 do Código
Penal (aborto provocado por terceiro com consentimento). Já Pedro
responderá como participe no crime de Ana.

709
02 - A pena do crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio ou a
automutilação é aumentada de metade se o crime é praticado por motivo
egoístico, torpe ou fútil Certo ( ) Errado ( )

03 –José, inconformado com o fato de sua irmã Marta ter engravidado, e


temendo “falatórios”, decide entregar a ela um copo de suco contendo substância
abortiva, ao ingerir a bebida, Marta passa mal e acaba perdendo a criança.
Nesse caso, José praticou o crime de aborto provocado por terceiro, previsto no
art. 125, CP

Certo ( ) Errado ( )

04 – Com a inovação trazida pela Lei 13.968/19, existe agora a possibilidade de


punição da autolesão, conforme o art. 122, CP.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito
01 - A
02 - E
03 - C
04 - E

710
DAS LESÕES CORPORAIS

LESÃO CORPORAL – Art.129, CP


Estará configurado o crime de lesão corporal sempre que houver ofensa a
integridade corporal ou a saúde de outra pessoa.

👉 A autolesão, em regra, não é punida (princípio da alteridade).


LESÃO CORPORAL LEVE – Art. 129, “caput”, CP.
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Possui conceito residual, feito por exclusão, sempre que a lesão não se
enquadrar em nenhuma das modalidades do art. 129, será simples.
É um crime de menor potencial ofensivo.

☠ Ação Penal Pública Condicionada a Representação (art. 88 da Lei


9.099/95)
➢ CUIDADO!!! Tratando-se de Lesão Corporal no âmbito de Lei Maria da
Penha, a ação será sempre pública incondicionada (art. 41, da Lei
11.340/06)

LESÃO CORPORAL GRAVE – Art. 129, §1°, CP.


§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

☠ Ação Penal Pública Incondicionada

711
LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA – Art. 129, §2°, CP.
§ 2º Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos

A expressão “lesão corporal gravíssima” é doutrinária, você não encontrará


essa nomenclatura no Código Penal.

☠ Ação Penal Pública Incondicionada


➢ Crime Hediondo???
A lesão corporal gravíssima será considerada como CRIME HEDIONDO
quando praticada contra autoridades ou agentes descritos nos arts. 142 e 144,
CF, Integrantes do Sistema Prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em razão dela, ou contra o seu cônjuge ou
companheiro, ou parentes consanguíneos até o 3° grau.

LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE – Art. 129, §3°, CP


§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o
resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

➢ Crime Preterdoloso – O agente tem dolo da lesão e culpa no


resultado morte.
✓ Se houver dolo na morte, o agente deverá responder pelo
homicídio.
✓ Se houver culpa na lesão e na morte, o agente responde por
homicídio culposo.
✓ Se houver vias de fato seguida de morte, o agente responde por
homicídio culposo.

712
☠ Ação Penal Pública Incondicionada
➢ Crime Hediondo???
A lesão corporal seguida de morte será considerada como CRIME
HEDIONDO quando praticada contra autoridades ou agentes descritos nos
arts. 142 e 144, CF, Integrantes do Sistema Prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em ra zão dela, ou contra o seu
cônjuge ou companheiro, ou parentes consanguíneos até o 3° grau.

LESÃO CORPORAL CULPOSA – Art. 129, §6°, CP


§ 6º Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano.

A lesão culposa não será dividida em grave ou gravíssima.


Decorre da Imperícia, Imprudência ou Negligência.
➢ CUIDADO!!! Quando praticada na direção de veículo automotor,
será aplicado o art. 303 do CTB.

☠ Se a lesão culposa tem como resultado a morte, também culposa, o agente


responderá pelo homicídio culposo.

☠ Ação Penal Pública Condicionada a Representação (art. 88 da Lei


9.099/95)

Tratando-se de Lesão Corporal no âmbito de Lei Maria da Penha, a ação


será sempre pública incondicionada (art. 41, da Lei 11.340/06)

DECORRENTE DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA – Art. 129, §9°, CP


§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge
ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

713
Configura-se quando a lesão é praticada contra:

☠ Ação Penal Pública Incondicionada

AUMENTO DE PENA:
➢ Se a vítima for pessoa portadora de deficiência, a pena: + 1/3 (art.
129, § 11, CP). AUMENTO DE PENA:
➢ Se a lesão foi grave, gravíssima ou seguida de morte: + 1/3 (art. 129,
§ 10, CP).

DIMINUIÇÃO DE PENA - LESÃO DOLOSA – Art. 129, §4°, CP


§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social
ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Causas de diminuição de pena aplicável somente à lesão leve, grave,


grassíssima e seguida de morte – não posso aplicá-la à lesão culposa nem a
decorrente de violência doméstica. Por serem circunstâncias de natureza
subjetiva, são incomunicáveis as demais pessoas (art. 30, CP).

SUBSTITUIÇÃO DA PENA – Art. 129, §5°, CP


§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de
detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.

➢ Aplicável apenas à lesão corporal leve.

714
PERDÃO JUDICIAL – Art. 129, §8°, CP
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121, CP

Aplicado à lesão culposa, quando as consequências do crime atingem o agente


de forma tão grave que a pena se torna desnecessária.

☠ Causa de extinção da punibilidade (art. 107, IX e Súmula 18, STJ).

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – LEVE, GRAVE, GRAVÍSSIMA E


SEGUIDA DE MORTE Art. 129, §§7° e 12, CP
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142
e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços
➢ É a denominada LESÃO CORPORAL FUNCIONAL, ocorre quando
praticada em detrimento:

➢ NO EXERCICIO DA FUNÇÃO OU RAZÃO DELA

• AGENTES DOS ARTS. 142 E 144, CF


• SISTEMA PRISIONAL
• FORÇA NACIONAL

➢ EM RAZÃO DA FUNÇÃO

• CÔNJUGE/COMPANHEIRO
• PARENTES CONSANGUINEOS ATÉ O 3° GRAU

👉 No Homicídio é qualificadora

👉 Na Lesão Corporal é causa de aumento de pena

👉 Sendo a lesão, grave, gravíssima ou seguida de morte, será CRIME


HEDIONDO.

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses


dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código
➢ Casos de majorantes genéricas aplicadas às lesões culposas e
dolosas

715
✓ LESÃO CULPOSA: +1/3

• INOBSERVÂNCIA DAS REGRAS TÉCNICAS DE PROFISSÃO,


ARTE, OFÍCIO
• OMISSÃO DE SOCORRO
• NÃO PROCUROU DIMINUIR AS CONSEQUÊNCIAS DOS SEUS
ATOS
• FOGE PARA LIVRAR O FLAGRANTE

✓ LESÃO DOLOSA: +1/3

• MENOR DE 14 ANOS
• MAIOR DE 60 ANOS
• MILÍCIA PRIVADA
• GRUPO DE EXTERMÍNIO.

716
EXERCÍCIOS

01 - De acordo com o art. n° 129 do Código Penal Brasileiro, assinale a


alternativa correta.
a) Perigo de vida não é considerado lesão corporal.
b) Aborto é lesão corporal de natureza grave.
c) Uma criança que sofreu lesão corporal que a incapacita para as
ocupações habituais por 20 dias se enquadra nesse art. 129 do CPB.
d) Incapacidade permanente para o trabalho é lesão grave.
e) Considera-se lesão corporal seguida de morte quando o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.

02 - Lesão corporal de natureza grave é aquela da qual resulta


a) deformidade permanente.
b) incapacidade permanente para o trabalho.
c) violência doméstica.
d) Feminicídio.
e) aceleração de parto.

03 - Fernando trabalhava em um circo como atirador de facas. Em uma de


suas apresentações, deveria atirar uma faca em uma maçã localizada em cima
da cabeça de Mércia. Acreditando sinceramente que não lesionaria Mércia, em
face de sua habilidade profissional, atirou a faca. Com tal conduta, lesionou
levemente o rosto da vítima, errando o alvo inicial. Nessa situação, Fernando
praticou lesão corporal dolosa de natureza leve, na modalidade dolo eventual.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito
01 – C
02 – E
03 – E

717
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
CALÚNIA – Art. 138, CP
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou
divulga.
§2º - É punível a calúnia contra os mortos. Exceção da verdade
§3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no
nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.

☠ CONSUMAÇÃO: conhecimento da falsa imputação por terceira pessoa

☠ TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita

☠ CONDUTA EQUIPARADA: quem sabe que a acusação é falsa, propala ou


divulga

☠ CALÚNIA CONTRA OS MORTOS: o sujeito passivo é a família

☠ Ofende a HONRA OBJETIVA


➢ EXCEÇÃO DA VERDADE – REGRA, não sendo cabível nos casos de:

✓ FATO IMPUTADO É DE AÇÃO PRIVADA E O OFENDIDO


NÃO FOI DEFINITIVAMENTE CONDENADO
✓ FATO IMPUTADO CONTRA O PRESIDENTE DA
REPÚBLICA OU CHEFE DO GOVERNO ESTRANGEIRO
✓ FATO IMPUTADO É DE AÇÃO PÚBLICA E O OFENDIDO
FOI DEFINITIVAMENTE ABSOLVIDO
DIFAMAÇÃO – Art. 139, CP
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

718
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

☠ CONSUMAÇÃO: conhecimento da falsa imputação por terceira pessoa

☠ TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita

☠ O fato não precisa ser crime e não precisa ser falso

☠ Ofende a HONRA OBJETIVA

➢ EXCEÇÃO DA VERDADE – EXCEÇÃO - só sendo cabível no caso de:


✓ OFENDIDO É FUNCIONÁRIO PÚBLICO E A OFENSA É
RELATIVA AO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO

INJÚRIA – Art. 140, CP


Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza
ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa

➢ “Animus Iocandi” – vontade de brincar, não constituis crime

☠ CONSUMAÇÃO: a vítima toma ciência da ofensa

☠ TENTATIVA: doutrina entende ser cabível de forma escrita

☠ Ofende a HONRA SUBJETIVA

719
PERDÃO JUDICIAL – Art. 140, §1°, CP
§ 1º- O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I- quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II- no caso de extorsão imediata, que consista em outra injúria.

✓ OFENDIDO PROVOCOU DIRETAMENTE A INJÚRIA


✓ RETORÇÃO IMEDIATA QUE CONSISTE EM OUTRA
INJÚRIA

INJÚRIA REAL – Art. 140, §2°, CP


§ 2º- Se a injúria consiste em violência ou vias de fato,
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena
correspondente à violência.

✓ VIOLÊNCIA/VIAS DE FATO – POR SUA NATUREZA OU


MEIOS EMPREGADOS, SE CONSIDEREM AVILTANTES.

INJÚRIA RACIAL/PRECONCEITUOSA– Art. 140, §3°, CP


§3º- Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de
deficiência:
Pena - reclusão de um a três anos e multa.
✓ RAÇA
✓ COR
✓ ETNIA
✓ RELIGIÃO
✓ ORIGEM
✓ PESSOA IDOSA
✓ PESSOA DEFICIENTE

👉 No racismo, existe uma segregação de raças, na injúria racial, quero


ofender aquela pessoa.

☠ racismo impróprio

720
MAJORANTE APLICADA A TODOS OS CRIMES – Art. 141, CP
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se
qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo
estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de
deficiência, exceto no caso de injúria.
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de
recompensa, aplica-se a pena em dobro.

☠ Maior de 60 anos e portador de deficiência, NÃO se aplica a INJÚRIA!

EXCLUSÃO DO CRIMES – Art. 142, CP


Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela
parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou
científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou
difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público,
em apreciação ou informação que preste no cumprimento de
dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela
difamação quem lhe dá publicidade.

☠ NÃO aplico a CALÚNIA!

RETRATAÇÃO – Art. 143, CP


Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da
calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a
difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se
assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.

721
☠ NÃO aplico a INJÚRIA!

AÇÃO PENAL – Art. 145, CP


Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante
queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão
corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no
caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação
do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º
do art. 140 deste Código.

REGRA: Ação Privada


EXCEÇÕES:
1. Injúria real com violência: AÇÃO PENAL PÚBLICA
INCONDICIONADA
2. Contra Presidente/ Chefe do Governo Estrangeiro:
AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REQUISIÇÃO DO
MINISTRO DA JUSTIÇA
3. Contra Funcionário Público em razão da função –
legitimidade concorrente: FUNCIONÁRIO. PÚB. (QUEIXA) X
MP (REP. DO OFENDIDO)
4. Injúria racial: AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA A
REPRESENTAÇÃO.

722
EXERCÍCIOS

01 - Quanto aos crimes contra a honra, correto afirmar que


a) não constitui difamação ou calúnia punível a ofensa irrogada em juízo,
na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador.
b) cabível a exceção da verdade na difamação e na injúria.
c) há isenção de pena se o querelado, antes da sentença, se retrata
cabalmente da difamação ou da injúria.
d) a ação penal é pública incondicionada na injúria com preconceito.
e) possível a propositura de ação penal privada no caso de servidor público
ofendido em razão do exercício de suas funções.

02 - A configuração do crime de difamação pressupõe a


a) existência de fato não tipificado.
b) atribuição de qualidade negativa ao ofendido.
c) atribuição a outrem da prática de crime ou de contravenção penal.
d) impossibilidade de retratação.
e) ofensa irrogada em juízo.

03 - Nos crimes contra a honra previstos no Código Penal, todas as hipóteses


delituosas enumeradas admitem a exceção da verdade.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito
01 – E
02 – A
03 – E

723
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

AMEAÇA – Art. 147, CP


Art. 147- Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação

👉 A ameaça poderá ser:

✔ VERBAL;
✔ POR ESCRITO;
✔ REAL;
✔ SIMBÓLICA
O “mal injusto” estabelecido no artigo, deve ser possível de realização pelo
sujeito, e não necessita ser um crime.

☠ CRIME SUBSIDIÁRIO: somente ocorre se não constituir crime mais grave e


específico.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica

☠ ADMITE-SE A TENTATIVA

☠ CONSUMAÇÃO: ocorre no momento em que a vítima toma conhecimento


da ameaça. Não importa se o agente tinha mesmo a intenção de realizar o mal
injusto prometido ou não, configurando o crime desde que a ameaça passe a
causar um temor a vítima.

☠ AÇÃO PENAL: Pública Condicionada a Representação

SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO – Art. 148, CP


Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere
privado: Pena - reclusão, de um a três anos.
O indivíduo restringirá a liberdade de locomoção da vítima total ou
parcialmente, mediante o sequestro e o cárcere privado.

☠ CRIME SUBSIDIÁRIO: somente ocorre se não constituir crime mais grave e


específico.

724
☠ CRIME PERMANENTE: a consumação permanece enquanto não cessada a
restrição da liberdade

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica

☠ CONSUMAÇÃO: com a privação da liberdade da vítima, que durará durante


determinado período de tempo, até a cessação.

☠ ADMITE-SE A TENTATIVA

☠ AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada

QUALIFICADORAS Art. 148, §§ 1 º e 2º, CP


§ 1º- A pena é de reclusão, de dois a cinco anos :
I- se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do
agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
II- se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de
saúde ou hospital;
III- se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias.
IV- se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V- se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 2º- Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção,
grave sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

725
SÚMULA 711, STF: A lei penal mais grave aplicasse aos crimes permanentes
e continuados se a sua vigência é anterior a cessação da permanência ou da
continuidade.
A prescrição começa a correr do dia em que cessou a permanência, e não do
início do sequestro (art. 111, III, CP)

VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO – Art.150 CP


Art. 150- Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a
vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas
dependências Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Estará configurado o crime sempre que o agente praticar qualquer das duas
condutas:
• ENTRAR NA CASA SEM O CONSENTIMENTO DO MORADOR;
• APÓS TER ENTRADO NA COM O CONSENTIMENTO DO
MORADOR, NELA PERMANECE CONTRA A SUA VONTADE.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não existe uma finalidade específica

☠ CONSUMAÇÃO: com a entrada ou permanecia do indivíduo sem a


permissão da vítima

☠ ADMITE-SE A TENTATIVA quanto ao verbo “entrar”

☠ AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO: Lei 9.099/95

☠ CRIME DE MERA CONDUTA: não necessito de um resultado determinado


➢ O que é casa???
§ 4º- A expressão "casa" compreende:
I- Qualquer compartimento habitado;
II- Aposento ocupado de habitação coletiva;
III- Compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce
profissão ou atividade.

👉 Casa não é apenas aquele local que o indivíduo estabelece sua residência.

726
➢ O que não posso considerar como casa???
§ 5º- Não se compreendem na expressão "casa":
I- Hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação
coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do
parágrafo anterior;
II- Taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

QUALIFICADORAS – Art.150, § 1º CP
§ 1º- Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego
de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à
violência.

👉 Não podemos estabelecer uma hora em exatidão para o que seria


considerado noite, tudo se faz com análise do caso concreto.

EXCLUDENTES DE ILICITUDE – Art.150, § 2º CP


§ 3º- Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas
dependências:
I- Durante o dia, com observância das formalidades legais,
para efetuar prisão ou outra diligência;
II- A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está
sendo ali praticado ou na iminência de o ser.

727
EXERCÍCIOS

01 – Quanto ao crime de Ameaça, é correto afirmar que:


a) pressupõe a injustiça do mal prometido
b) é de ação penal privada.
c) não admite transação penal.
d) não pode ser praticado por meios simbólicos.
e) quando usado como meio executório de um roubo, coexiste com este em
concurso de crimes.

02 - Assinale a afirmação correta em relação ao crime de ameaça (artigo 147 do


Código Penal).
a) O Ministério Público e o ofendido têm legitimidade para promover a ação
penal.
b) Trata-se de crime de ação penal privada.
c) Somente se procede mediante representação.
d) O Ministério Público tem a faculdade de oferecer denúncia a qualquer
tempo, sem restrições legais.
e) Só pode ser praticado por meio da palavra ou por escrito, não sendo
possível a consumação por meio de gesto ou qualquer outro meio
simbólico.

03 - Quanto à classificação dos delitos, é correto afirmar-se que o sequestro


caracteriza-se como crime:
a) comum, permanente e unissubsistente.
b) comum, permanente e plurissubsistente.
c) comum, instantâneo e unissubsistente.
d) próprio, instantâneo e plurissubsistente.
e) próprio, permanente e unissubsistente.

04 - A violação de domicílio é crime de mera conduta, não se exigindo resultado


determinado.

Certo ( ) Errado ( )

728
Gabarito
01 – A
02 – C
03 – B
04 – C

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO I

FURTO – Art. 155, CP


Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

👉 Estará configurado sempre que o agente “subtrai” coisa alheia, não


interessando se para ele ou para terceira pessoa, preciso da finalidade especial
o “animus rem sibi habendi” – intenção de ter a coisa alheia para si ou para
terceira pessoa.
Por se tratar de crime comum, não se exige qualidade especial do sujeito ativo
ou do passivo, o sujeito passivo pode ser tanto quem tem a posse, como quem
tem a propriedade, cuidado com a figura do DETENTOR, este não pode ser
vítima do crime.

☠ Admite-se a forma tentada.

☠ Ação Pública Incondicionada.

❖ COISA ABANDONADA (res derelicta) – Não pode ser objeto de furto –


não preenche a qualidade de coisa alheia
❖ COISA DE NINGUÉM (res nullius) - Não pode ser objeto de furto – não
preenche a qualidade de coisa alheia.
❖ COISA PERDIDA (res deperdita) - Não pode ser objeto de furto, mas
poderá configurar o crime de apropriação de coisa achada – art. 169, II CP.

➢ TEORIA SOBRE A CONSUMAÇÃO DO FURTO E DO ROUBO: T.


Amotio/Apprehensio - “Inversão da posse” – Súmula 582, STJ

AUMENTO DE PENA – Art. 155, §1°, CP

729
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno

FURTO CIRCUNSTANCIADO – essa causa de aumento de pena pode ser


aplicada tanto a forma simples quanto a qualificada (STJ e STF).

☠ Repouso noturno: estabelecido de acordo com os costumes de cada


região. Não interessa se a vítima está ou não dormindo, nem se tenha ocorrido
em estabelecimento comercial ou se a residência está desabitada (STJ).

FURTO PRIVILEGIADO – Art. 155, §2°, CP


§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois
terços, ou aplicar somente a pena de multa.
➢ Necessito dos dois requisitos cumulativamente:

PRIMARIEDADE DO AGENTE + PEQUENO VALOR DA COISA FURTADA.


Trata-se de direito subjetivo do autor, ou seja, presentes os requisitos, o juiz
tem que aplicar a redução, a faculdade está presente apena aplicação da pena.

➢ FURTO PRIVILEGIADO X PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ???


Não confunda esses dois institutos. Primeiro você analisará se é caso de
insignificância (afastar o fato típico é mais beneficial do que reduzir a penal),
sendo afastado o princípio, analise o privilégio.
• INSIGNIFICÂNCIA: análise geral com base na mínima ofensividade da
conduta, ausência de periculosidade da ação, reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento e inexpressividade de lesão ao bem
jurídico. STJ considera insignificante o valor de até 10% do salário mínimo.
Cabe o juiz a análise do caso concreto. O fato é atípico e o agente será
absolvido.
• PRIVILÉGIO: requisitos específicos de cada agente, o juiz não pode
acrescentar outros requisitos. O fato é típico e o agente condenado, porém
sua pena será reduzida.

FIGURA EQUIPARADA – Art. 155, §3°, CP

730
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha
valor econômico.

👉 Única modalidade de furto que configura crime permanente.


Para o STJ, não posso dar a essa modalidade de crime, o mesmo tratamento
referente ao inadimplemento tributário, ou seja, mesmo havendo o pagamento
antes do recebimento da denúncia, não ensejará a extinção da punibilidade,
podendo, no entanto, ser analisado no arrependimento posterior.

☠ GATO – configura furto.

☠ TV A CABO – STF – fato atípico, não é energia, não pode ser objeto do
crime de furto. STJ – fato atípico, não pode ser equiparado a energia elétrica.
Fato típico, pode ser equiparado a energia elétrica. Para a sua prova, considere
a atipicidade do fato.

☠ SUBTRAÇÃO DE CADÁVER – será o crime do art. 211, CP (destruição,


subtração ou ocultação de cadáver).

☠ FURTO FAMÉLICO – praticado unicamente para saciar a fome do agente.


Podem ocorrer três hipóteses
1°: Afastar a Ilicitude - Estado de Necessidade
2°: Afastar a Culpabilidade – Inexigibilidade de Conduta Diversa
3°: Aplicação do Princípio da Insignificância

☠ FURTO DE USO – fato atípico – o agente não tem o dolo de ter a coisa para
si, porém, a coisa furtada tem que ser devolvida no mesmo estado de
conservação, não posso aplicar a bens consumíveis.

Súmula 567, STJ: Sistema de vigilância realizado por monitoramento


eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento
comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto.
FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §4°, CP
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
destreza;

III - com emprego de chave falsa;

731
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas

Súmula 442, STJ: “É inadmissível aplicar, no furto qualificado, a majorante do


roubo”.

FURTO QUALIFICADO PRIVILEGIADO???


Súmula 511, STJ: “É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º
do art. 155 do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de
ordem objetiva”.
Todas as qualificadoras do furto têm natureza objetiva, com exceção do abuso
de confiança que possui natureza subjetiva.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §4°-A, CP


§ 4º-A - A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum
Uso o explosivo para cometer o crime, incluída no rol de qualificadoras pela
Lei 13.654/18.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §5°, CP


§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de
veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior
➢ É necessário o efetivo transporte para outro estado ou para o exterior.

FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §6°, CP


§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de
semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes
no local da subtração

Denominado abigeato, o animal tem que ser domesticável e de produção, ou


seja, aqueles destinados a abate, não entram animais domésticos.

732
FURTO QUALIFICADO – Art. 155, §7°, CP
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração
for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente,
possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego
Aqui, eu não tenho a figura do uso do explosivo para cometer o crime, como
previsto no § 4ºA, mas sim a subtração do próprio explosivo ou substâncias
análogas, incluída no rol de qualificadoras pela Lei 13.654/18.

FURTO DE COISA COMUM – Art. 156, CP


Art. 156- Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a
quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º- Somente se procede mediante representação
De maneira geral, posso aplicar as peculiaridades referentes ao crime de Furto
(Art.155, CP), aqui, serão tratadas apenas as regras referentes ao tipo penal.

☠ CRIME PRÓPRIO: Posso considerá-lo como bi próprio, pois exige uma


característica particular tanto do sujeito ativo, como do sujeito passivo.

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ AÇÃO PENAL: Pública Condicionada a Representação

CAUSAS ESPECIAIS DE EXCLUDENTES DE ILICITUDE - Art. 156, §2°, CP


§ 2º- Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não
excede a quota a que tem direito o agente
Se o agente se apropria de uma coisa fungível, mas o valor da coisa não
ultrapassa a sua cota, estará se apropriando do que é seu!

EXTORSÃO – Art. 158, CP


Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer,
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro
a dez anos, e multa.
A “indevida vantagem econômica” é analisada pelo juiz.
Quanto a grave ameaça prevista no tipo, o STJ considera que pode ser contra
o patrimônio também.

733
☠ DOLO ESPECIAL: intuito de obter para si ou para outrem, indevida
vantagem econômica.

☠ Não admite a modalidade culposa.

☠ Admite a forma TENTADA.

☠ CONSUMAÇÃO: consuma-se com a mera exigência da vantagem indevida.


Crime formal e instantâneo. Súmula 96 do STJ.

AUMENTO DE PENA – Art. 158, §1°, CP


§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de
arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
Abrange qualquer espécie de arma (de fogo, branca), não houve alteração
pela Lei 13.654/18.

EXTORSÃO QUALIFICADA PELA LESÃO GRAVE E PELA MORTE – Art.


158, §2°, CP
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do
artigo anterior.

Considerada uma norma penal em branco ao revés, pois, a complementação


normativa é referente a sanção e não ao tipo penal.
À extorsão qualificada pela lesão grave ou pela morte, aplica-se as penas
relacionadas ao roubo qualificado nessa modalidade.

➢ CUIDADO!!! Cuidado com as alterações estabelecidas para o crime de


roubo pela Lei 13.654/18.

ESTORSÃO QUALIFICADA PELA RESTRIÇÃO DE LIBERDADE DA


VÍTIMA– Art. 158, §3°, CP
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa
condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal
grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º,
respectivamente.

👉 É o denominado SEQUESTRO RELÂMPAGO!.

734
Aqui, é necessária a participação da vítima para se alcançar a vantagem
indevida.

☠ PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: o STF e o STJ negam a aplicação do


princípio da insignificância aos crimes praticados mediante violência ou grave
ameaça.

EXERCÍCIOS

01 - Artêmis, maior de idade, estava passando em frente a uma loja de


produtos eletrônicos e, com o uso de uma chave falsa, logrou êxito em adentrar
ao estabelecimento para subtrair várias mercadorias de elevado valor.
Segundo o Código Penal, o crime cometido por Artêmis se enquadra como
a) roubo simples.
b) roubo qualificado.
c) furto simples.
d) furto qualificado.
e) furto simples, com aumento de pena pelo uso de chave falsa.

02 -João exerce a função de guarda municipal em uma Unidade de Saúde da


Família (USF) do Município do Brejo. Na última sexta-feira, foi ameaçado por
um colega, que portava um canivete, para que não o denunciasse por levar
consigo cinco caixas de luvas descartáveis da USF. De acordo com o Código
Penal Brasileiro, a situação acima, caracteriza que João foi vítima de
a) furto.
b) furto de coisa comum.
c) extorsão.
d) furto qualificado.
e) extorsão indireta.

03 – O crime de furto de coisa comum, previsto no Art. 165, CP, é de ação


pública incondicionada a representação.

Certo ( ) Errado ( )

735
Gabarito
01 – D
02 – C
03 – E

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO II

ROUBO – Art. 157, CP


Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio,
reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa
Para configurar o crime de roubo, o agente tem que “subtrair” coisa alheia,
porém, aqui, é indispensável o uso da violência/grave ameaça ou de meios que
impossibilitem ou tornem impossíveis a defesa do ofendido.
Podemos aplicar o mesmo raciocínio adotado no crime de furto, em relação a
coisa própria, coisa abandonada, coisa sem dono ou uso comum (não está
presente a elementar “coisa alheia”).

☠ CRIME COMUM: não se exige qualidade especial do sujeito ativo ou do


passivo.

☠ Admite-se a forma tentada.

☠ Ação Pública Incondicionada.

👉 Não existe a figura do ROUBO DE USO como sendo uma figura atípica!

👉 Não existe a figura do ROUBO PRIVILEGIADO!

👉 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA – O STJ e o STF não reconhecem o


princípio da insignificância sendo aplicado aos crimes que contenham violência
ou grave ameaça à pessoa, mesmo sendo a coisa subtraída de pequeno valor.

👉 CRIME IMPOSSÍVEL – a ausência de patrimônio pela vítima não gera crime


impossível, pois, para configurar o roubo, tenho a incidência de duas condutas,
SUBTRAÇÃO + VIOLÊNCIA – sofrendo o bem jurídico qualquer risco, tem-se o
crime na modalidade tentada.

736
ROUBO IMPRÓPRIO – Art. 157, §1°, CP
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,
emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

☠ Violência empregada contra a pessoa.

☠ A finalidade da violência é assegurar a vantagem ou impunidade do crime.


☠ Não admite tentativa

➢ VIOLÊNCIA PRÓPRIA: Violência física ou grave ameaça


exercida contra a pessoa
➢ VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA: Meios que reduzem a possibilidade de
defesa da vítima.

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°, CP


§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 até metade
I – (revogado); revogado pela Lei 13.654/18
II - Se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
agente conhece tal circunstância.
IV - Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior;
V - Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo
sua liberdade
VI – Se a subtração for de substâncias explosivas ou de
acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego. (Incluído pela Lei nº 13.654,
de 2018)

737
VII – Se a violência ou grave ameaça é exercida com o
emprego de arma branca. (Incluído pela Lei nº 13. 964, de
2019)
Aplicado tanto ao roubo próprio como ao roubo impróprio.
A alteração feita pela Lei 13.654/18, revogou o termo “uso de arma” que era
previsto no § 2º, I, e inseriu no parágrafo seguinte e termo “arma de fogo”,
afastando assim, toda e qualquer arma que não fosse a de fogo, como causa
de aumento. Com a Lei 13. 964, de 2019, foi inserido o inciso IV ao § 2º,
voltando a prevê a possibilidade da “arma branca” como causa de aumento de
pena.
AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°- A, CP
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei nº 13.654, de
2018)
I – Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – Se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei nº
13.654, de 2018)

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §2°- B, CP


§ 2º-B Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de
fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput
desse artigo. (Incluído pela Lei nº 13. 964, de 2019)

👉 Não existia diferença de a arma de fogo ser de uso restrito ou proibido. Por
se tratar de Novatio Legis In Pejus, seus efeitos não retroagem.

AUMENTO DE PENA – Art. 157, §3°, CP


§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de 2018)
I – Lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18
(dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – Morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e
multa. (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)

👉 O resultado que agrava o crime pode ser cometido tanto a título de dolo
como de culpa, porém, a violência usada para se alcançar o resultado deve ser
necessariamente dolosa.

👉 Não posso aplicar as majorantes dos §§2° e 2°- A.

738
👉 Quanto ao LATROCÍNIO, observe o disposto na súmula 610 do STF:

❖ Súmula 610 – STF: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma,


ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO – Art. 159, CP


Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate
Pena - reclusão, de oito a quinze anos

👉 Tenho que ter a finalidade especial de obter qualquer vantagem como


condição ou preço do resgate.

👉 Não há a modalidade culposa.

☠ A consumação ocorre com a simples privação da liberdade da vítima, por


tempo juridicamente relevante. Crime formal.

EXTORSÃO QUALIFICADA Art. 159, §1°, CP


§ 1° Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é
cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

👉 A vítima deve ser menor de 18 anos no momento do sequestro, não


importando se quando foi liberada, já tenha atingido a maioridade. Com o
mesmo raciocínio, não importa se no momento do sequestro a vítima era
menor de 60 anos, se atingiu essa idade antes de cessar a permanência do

739
crime, incidirá a qualificadora.

EXTORSÃO QUALIFICADA Art. 159, §§2° e 3°, CP


§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

👉 A lesão grave e a morte devem decorrer do fato, e não, necessariamente do


emprego da violência.

👉 A doutrina é divergente quando a morte, Cleber Masson entente que a


morte, necessariamente tem que ser do sequestrado, de maneira diversa
entende Rogério Sanches, entendendo que configura com a morte de qualquer
pessoa.

DELAÇÃO PREMIADA Art. 159, §4°, CP


§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à
autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de
um a dois terços.

👉 A redução de pena desse parágrafo aplica-se tanto a modalidade simples


como a qualificada, trata-se de direito subjetivo do autor.

740
EXERCÍCIOS

01 - João invade um museu público disposto a furtar um quadro. Durante a


ação, quando já estava tirando o quadro da parede, depara-se com um
vigilante. Diante da ordem imperativa para largar o quadro, e temendo ser
alvejado, vulnera o vigilante com um projétil de arma de fogo. O vigilante vem a
óbito; e João, impressionado pelos acontecimentos, deixa a cena do crime sem
carregar o quadro. De acordo com o entendimento sumulado pelo Supremo
Tribunal Federal, praticou-se
a) furto qualificado tentado em concurso com homicídio qualificado
consumado.
b) roubo próprio tentado em concurso com homicídio consumado.
c) roubo impróprio tentado em concurso com homicídio consumado.
d) latrocínio tentado.
e) latrocínio consumado.

02 - Conforme jurisprudência dominante no STJ, nos crimes de furto e roubo


(arts. 155 e 157 do CP) a consumação do fato típico somente ocorre com a
posse mansa e pacífica, o que não se verifica no caso de perseguição imediata
do agente e recuperação da coisa subtraída.

Certo ( ) Errado ( )

03 - O crime de extorsão mediante sequestro, desde que se prove que a


intenção do agente era, de fato, sequestrar a vítima, se consuma no exato
instante em que a pessoa é sequestrada, privada de sua liberdade,
independentemente de o(s) sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou
receber(em) o resgate.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito
01 - E
02 - E
03 - C

741
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO III

EXTORSÃO INDIRETA– Art. 160, CP


Art. 160- Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de
alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a
vítima ou contra terceiro: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
O agente se vale da condição de necessidade da outra pessoa para fazer com
que esta assine documento que pode dar causa a procedimento criminal, que
pode ser tanto contra a própria pessoa que está assinando, como contra
terceiros

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ CRIME FORMAL: quanto a “exigência” do documento.

☠ CRIME MATERIAL: quanto ao “recebimento”

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

DANO– Art. 163, CP


Art.163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Tenho que ter a destruição, inutilização ou deterioração de coisa alheia, não
existirá o crime se o agente destrói o próprio bem, também não existirá nos
casos de:

👉 COISA ABANDONADA

👉 COISA SEM DONO

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ CRIME MATERIAL: necessito da destruição, inutilização ou deterioração da


coisa

742
☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ AÇÃO PRIVADA – Art.167, CP.

DANO QUALIFICADO Art. 163, Parágrafo Único, CP


Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o
fato não constitui crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, Estado, do Distrito Federal,
de Municípios ou de Autarquias, fundações públicas, empresas
públicas, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público.
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a
vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.

👉 Na hipótese qualificada, a única modalidade em que a ação penal será


privada, vai ser a do Inciso IV (art. 167, CP), nos demais casos, a ação será
pública incondicionada.
No caso do Inciso I, a violência à pessoa ou a grave ameaça, são meios de
execução do crime de dano, se for posterior a sua prática, o agente responderá
por ambos os crimes em concurso material. No caso do Inciso II, temos a
hipótese de um crime na modalidade subsidiária.

vai ser a do Inciso IV (art. 167, CP), nos demais casos, a ação será pública
incondicionada.
No caso do Inciso I, a violência à pessoa ou a grave ameaça, são meios de
execução do crime de dano, se for posterior a sua prática, o agente responderá
por ambos os crimes em concurso material. No caso do Inciso II, temos a
hipótese de um crime na modalidade subsidiária.

743
EXERCÍCIOS

01 - É qualificado, se cometido contra o patrimônio do Município, o crime de


a) furto (CP, art. 155, § 4º ).
b) usurpação de águas (CP, art. 161, I).
c) esbulho possessório (CP, art. 161, II).
d) dano (CP, art. 163).
e) apropriação indébita (CP, art. 168).

02 - Considerando o que dispõe o Código Penal, o crime de dano é qualificado


se cometido
a) durante o repouso noturno.
b) mediante concurso de duas ou mais pessoas.
c) com destreza.
d) com escalada.
e) por motivo egoístico.

03 - O filho de João tem grave problema de saúde e precisa realizar custoso


procedimento cirúrgico, que a família não tem condição de pagar. Imagine que
Pedro empresta R$ 50.000,00 a João, mas como garantia de tal dívida exige
que João, de próprio punho e em documento escrito, confesse ter traído a
própria esposa, bem como ter fraudado a empresa em que ambos trabalham,
desviando recursos em proveito próprio. João cede à exigência a fim de obter o
empréstimo. A conduta de Pedro
a) é isenta de pena, por incidir causa supra legal que afasta a
culpabilidade, qual seja, o consentimento da vítima.
b) configura exercício arbitrário das próprias razões.
c) é atípica, por ausência de previsão legal.
d) configura constrangimento ilegal
e) configura extorsão indireta.

04 - Considere que determinada pessoa, indignada por não ter resolvido uma
questão particular em órgão público da União, destrua o balcão de recepção do
referido órgão. Nessa situação, a conduta do agente classifica-se como dano
qualificado, para o qual é prevista multa e pena de detenção de seis meses a
três anos.

CERTO ( ) ERRADO ( )

744
GABARITO
01 – D
02 – E
03 – E
04 – C

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO IV

APROPRIAÇÃO INDÉBITA – Art. 168, CP


Art. 168- Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção.
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Aumento de pena

👉 O sujeito ativo tem a posse ou a detenção desvigiada ou legítima do bem


móvel, daí, o sujeito ativo investe o domínio daquele bem e passa a dispor como
se a coisa fosse sua.

☠ CRIME PRÓPRIO: Apenas o possuidor ou detentor da coisa poderá praticar


o crime

☠ CRIME MATERIAL: O agente precisa dispor como se fosse dono da coisa

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

AUMENTO DE PENA– Art. 168,§ 1º CP


§ 1º- A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I- em depósito necessário;
II- na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário,
inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III- em razão de ofício, emprego ou profissão.
A questão referente ao depósito necessário previsto no incido I, é tratada nos
arts. 647 a 652, do CC. No inciso II, encontramos um rol taxativo, sem a
possibilidade de aumento de pena em casos fora os estabelecidos. Quanto ao
inciso III, temos hipóteses de circunstâncias pessoais, incomunicáveis em
concurso de pessoas.

745
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA– Art. 168-A, CP
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições
recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa

Trata-se de um crime que afeta a ordem tributária, é um crime omissivo próprio


já que só pode ser praticado por quem tinha o dever de repassar contribuições,
através de uma omissão. Para o STF e para o STJ, estará consumado o crime
na data da constituição definitiva do crédito tributário, com o esgotamento da via
administrativa.

☠ CRIME PRÓPRIO: Apenas aquele a quem cabe recolher as contribuições e


repassá-las pode ser sujeito ativo. O sujeito passivo será a UNIÃO

☠ CRIME MATERIAL

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ NÃO ADMITE TENTATIVA: trata-se de um crime omissivo próprio.

CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 168-A, §1º CP


§1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I– recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à
previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II– recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado
despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de
serviços;
III- pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores
já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE– Art. 168-A, §2º CP


§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e
efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou
regulamento, antes do início da ação fiscal

746
O STF já decidiu que a quitação, mesmo depois do trânsito em julgado, pode
beneficiar o agente, já que a Lei 10.684/03 não estabelece tempo, e não cabe
ao judiciário estabelecê-lo.
Não cabe outra interpretação a não ser a de que o adimplemento do débito
tributário, a qualquer tempo, é causa extintiva da punibilidade (HC 362,478/SP,
rel. Min. Jorge Mussi DJe 20/09/2017)

PERDÃO JUDICIAL– Art. 168-A, §3º CP


§ 3ºÉ facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
I– tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia,
o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
(Revogado tacitamente pelo art. 9º da Lei 10.684/03)
II– o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior
àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
INAPLICABILIDADE DO PERDÃO JUDICIAL– Art. 168-A, §4º CP
§ 4º A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior
àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais
No âmbito federal, o valor mínimo para o ajuizamento da execução fiscal é de
R$20.000,00 (Portaria MF 75 /2002). Qualquer valor acima, não cabe ao juiz
deixar de aplicar a pena.

APROPIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA


MAIOR– Art. 169, CP
Art. 169- Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro,
caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

CUIDADO!!! Não confunda este crime com o crime de apropriação indébita, na


apropriação indébita, o agente entrega, voluntariamente a coisa ao sujeito ativo,
que passa a dispor como se dono fosse. No crime em tela, o agente entregou a

747
coisa ao sujeito ativo, por uma falsa percepção da realidade, ou seja, é
imprescindível o erro na entrega da coisa.

☠ CRIME COMUM: Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo

☠ CRIME MATERIAL: A consumação ocorre com a apropriação da coisa alheia

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 169, Parágrafo Único, CP


Parágrafo único- Na mesma pena incorre:
Apropriação de tesouro
I- quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da
quota a que tem direito o proprietário do prédio; Apropriação de coisa achada
II quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,
deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à
autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
➢ Mas qual a definição de tesouro???
Trata-se de uma norma penal em branco homogênea, estando sua definição
prevista no Código Civil.
➢ Achando não é roubado???
De fato, achado não é roubado, mas isso não torna a conduta do agente atípica,
quem se apropria de coisa achada responderá pelo crime do art. 169, parágrafo
único, incido II.
Importante salientar que não cometerá este crime aquele que se apropria de
coisa abandonada, pois falta o requisito “coisa alheia”.
Posso considerar a conduta do art. 169, parágrafo único, incido II, como sendo
um CRIME A PRAZO, pois, preciso do decurso de 15 dias para estar
consumado.

748
EXERCÍCIOS

01 - Ao anoitecer de 28 de abril de 2017, o funcionário público municipal Mário


Pança, ao sair da prefeitura de Pasárgada, onde trabalha, encontra um pacote
contendo cerca de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em notas de R$ 100,00. Feliz
com a possibilidade de saldar todas as suas dívidas, leva tal numerário para casa
e, no dia seguinte, procura seus credores, saldando um a um. Marta Rochedo,
que havia perdido tal numerário, procura a Delegacia de Polícia local pedindo
providências a respeito. Os policiais civis realizam investigações, conseguindo
apurar que Mário Pança havia encontrado tal numerário, dando cabo de suas
dívidas com o mesmo. Diante de tal enunciado, a opção em que se enquadra a
conduta praticada por Mário Pança é:
I- Apropriação indébita de coisa alheia achada.
II- Furto privilegiado.
III- Furto simples.
IV- Peculato apropriação.

02 - Durante um ano e cinco meses, a empresa L&X recolheu as contribuições


previdenciárias de seus empregados, mas não as repassou à previdência social,
o que caracterizou o crime de apropriação indébita previdenciária. Nessa
situação, se os representantes legais da empresa L&X, espontaneamente,
confessarem e efetuarem o pagamento das contribuições, ficará extinta a
punibilidade.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - A apropriação de veículo do patrão por empregado doméstico que detinha


o bem para utilização em tarefas afetas às suas obrigações é delito de
apropriação indébita, devendo a pena-base ser majorada de um terço por
determinação legal.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – A
02 – C
03 – C

749
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO V

ESTELIONATO – Art. 171, CP


Art. 171- Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa

O sujeito ativo usa de uma fraude para ludibriar uma pessoa, induzindo-a em
erro, ou mantendo em erro quem já se encontra, para obter uma vantagem ilícita.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ CRIME MATERIAL: é necessário a obtenção da vantagem indevida

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO


CUIDADO!!! O Pacote Anticrime (Lei 13.964/19) inseriu o §5º ao art. 171,
modificando, assim, a ação penal, antes era pública incondicionada, hoje, para
a ser, em regra, ação pública condicionada a representação, com exceção
dos casos previstos no próprio parágrafo que veremos a seguir.

FORMA PRIVILEGIADA– Art. 171, §1º CP


§ 1º- Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode
aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.

Nossa jurisprudência entende como sendo coisa de pequeno valor, aquela que
não ultrapassa um salário mínimo. Nesse caso, o juiz poderá:

👉 SUBSTITUIR A PENA DE RECLUSÃO PENA DE DETENÇÃO;

👉 REDUZI-LA DE 1/3 A 2/3;

👉 APLICAR SOMENTE A PENA DE MULTA

750
CONDUTAS EQUIPARADAS– Art. 171, §2º CP

Disposição de coisa alheia como própria


I- Vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa
alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II- Vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria
inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a
terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
Defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro
III-
modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV- Defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar
a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V- Destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio
corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o
intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI- Emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou
lhe frustra o pagamento.

AUMENTO DE PENA– Art. 171, §3º CP


§ 3º- A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento
de entidade de direito público ou de instituto de economia popular,
assistência social ou beneficência

Também recebe o nome de ESTELIONATO CIRCUNSTANCIADO, porém,


quando for cometido em detrimento da Previdência Social, que é entidade de
direito público, recebe o nome de ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO.

751
QUALIFICADORA– Art. 171, §4º CP
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso

AÇÃO PENAL – Art. 171, §5º CP


§ 5ºSomente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I- A Administração Pública, direta ou indireta; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
II- Criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III- Pessoa com deficiência mental; ou (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
IV- Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

V- 13.964, de 2019)
VI- Maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)

EXERCÍCIOS

01 - Hugo estava em via pública com seu currículo na mão, considerando o fato
de estar desempregado. Ao observar aquela situação, Carlos apresentou-se
como funcionário da sociedade empresária que funcionava naquela rua e
afirmou que teria um emprego para oferecer a Hugo. Para isso, Hugo precisaria
inicialmente apresentar seus documentos. Posteriormente, Carlos solicitou que
Hugo lhe entregasse seu aparelho de telefonia celular, afirmando que iria ao
interior do estabelecimento comercial para registrar o wi-fi no aparelho. Hugo,
então, entregou a Carlos seu celular e permitiu que ele fosse ao estabelecimento,
combinando de aguardá-lo em via pública. Uma hora depois, entendendo que
Carlos estava demorando, Hugo o procurou no estabelecimento, descobrindo
que, na verdade, Carlos nunca trabalhara no local e que deixara a localidade na
posse do seu telefone assim que o recebeu.
Os fatos são informados ao Ministério Público.
Com base apenas nas informações expostas, a conduta de Carlos condiz com a
figura típica do crime de:
a) apropriação indébita majorada em razão do ofício, emprego ou profissão;
b) furto qualificado pelo emprego de fraude;

752
c) apropriação indébita simples;
d) furto simples;
e) estelionato.

02 - Para a caracterização do estelionato, é necessário haver o emprego de


fraude, a provocação ou a manutenção em erro, a vantagem ilícita e a lesão
patrimonial de outrem

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - Aquele que lesar o próprio corpo ou agravar as consequências de uma lesão


com o intuito de buscar indenização será, ao mesmo tempo, sujeito ativo e
passivo do delito em razão da sua própria conduta.

CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Saulo, utilizando-se da fraude conhecida como conto do bilhete premiado,


ofereceu o falso bilhete a Salete para que esta resgatasse o prêmio. Encantada
com a oferta e desconhecendo a falsidade do bilhete, Salete entregou a Saulo
vultosa quantia, sob a crença de que o bilhete representasse maior valor. Após
dirigir-se à casa lotérica, Salete descobriu o engodo e procurou uma delegacia
de polícia para registrar o fato. Nessa situação, não cabe qualquer providência
na esfera policial, porquanto a vítima também agiu de má-fé (torpeza bilateral),
ficando excluído o crime de estelionato.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 – E
04 – E

753
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO VI

RECEPTAÇÃO – Art. 180, CP


Art. 180- Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio
ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de
boa-fé, a adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e
multa.
Podemos conceituar a receptação como sendo um CRIME ACESSÓRIO, pois
necessita da ocorrência de um crime anterior.

☠ RECEPTAÇÃO PRÓPRIA – ocorre quando o agente “adquire”, “recebe”,


“transporta”, “conduz” ou “oculta”

☠ RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA – ocorre quando o agente “influi” para que


terceiro de boa-fé, adquira, receba, ou oculte.
A receptação própria é CRIME MATERIAL, já a receptação imprópria classifica-
se como CRIME FORMAL.

👉 Somente a RECEPTAÇÃO PRÓPRIA admite tentativa.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo direto – “coisa que sabe ser produto de crime”
(a modalidade culposa encontra-se no §3º)

☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

QUALIFICADORAS – Art. 180, §§1º, 2º CP


§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º- Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência.
A figura contida no parágrafo primeiro foi inserida para que aqueles proprietários
de desmanche de carro pudessem ser punidos mais severamente.
Aqui, eu tenho a figura de um CRIME PRÓPRIO, ou seja, somente pode ser
sujeito ativo deste crime, o comerciante ou industrial.

754
O § 2º traz a figura de uma NORMA PENAL EXPLICATIVA.

FORMA CULPOSA – Art. 180, §3°, CP


§ 3º- Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre
o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida
por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

Único crime culposo contra o patrimônio. Crime de menor potencial


ofensivo.

AUTORIA DO CRIME ANTERIOR – Art. 180, §4º, CP


§ 4º- A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que proveio a coisa
Não importa se o autor do crime anterior é desconhecido, ou, se conhecido, for
isento de pena, irei punir a receptação da mesma forma.

FORMA PRIVILEGIADA – Art. 180, §5º, CP


§ 5º- Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em
consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa
aplica-se o disposto no § 2º do art. 155

☠ RECEPTAÇÃO CULPOSA – Juiz poderá:

👉 Deixar de aplicar a pena

☠ RECEPTAÇÃO DOLOSA – Sendo o criminoso primário e a coisa de pequeno


valor, o juiz poderá:

👉 Substituir a reclusão pena detenção

👉 Diminuir a pena de 1/3 a 2/3

👉 Aplicar somente a pena de multa

755
QUALIFICADAS – Art. 180, §6º, CP
§ 6º -Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal,
de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em
dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.531,
de 2017)
Aplica-se somente a receptação simples, própria e imprópria.

Exercícios.
01 -Um indivíduo, sem antecedentes criminais, que, consertando e vendendo
telefones celulares novos e usados, exercia comércio clandestino no quintal de
casa, expôs à venda, em certa ocasião, um celular roubado avaliado em R$
3.000. Ao ser indagado sobre a procedência do bem, o comerciante alegou que
o comprara de um desconhecido, sem recibo ou nota fiscal. Embora não tenha
ficado esclarecido como o celular chegara às suas mãos ou quem o subtraíra, é
inquestionável a procedência criminosa, já que a vítima, quando do roubo, havia
registrado na delegacia a ocorrência do fato, o qual fora confirmado por
testemunhas oculares.
Nessa situação hipotética, tal indivíduo responderá pela prática de crime de
receptação
a) preterdolosa, por ter agido com dolo na conduta e culpa no resultado.
b) qualificada, mesmo que a autoria do crime anterior não seja apurada, por
tratar-se de crime parasitário ou acessório.
c) culposa, já que agiu com imprudência ao comprar produtos sem exigir
recibo ou nota fiscal.
d) simples, porque não explorava comércio regular.
e) dolosa com forma privilegiada, por ser primário e ter bons antecedentes.

02 - Sobre o crime de receptação, é correto afirmar que:


a) cuida-se de crime subsidiário ao delito de favorecimento real.
b) não é possível a receptação que tenha como crime prévio uma outra
receptação.
c) a receptação qualificada admite a modalidade culposa.
d) aquele que encomenda a prática de crime patrimonial prévio não
responde por receptação ao receber para si o produto do crime.

03 - A extinção da punibilidade pela prática do crime de furto alcança o crime de


receptação, haja vista que este último só foi possível em razão do primeiro.

756
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 - B
02 - D
03 - E

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO VI

ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS – Art. 181 e 182, CP

IMUNIDADE ABSOLUTA – Art. 181 CP


Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
título, em prejuízo:
I - Do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - De ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo
ou ilegítimo, seja civil ou natural.

👉 Recebe o nome de IMUNIDADE ABSOLUTA pois o agente fica ISENTO DE


PENA

IMUNIDADE RELATIVA - Art. 182 CP


Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto
neste título é cometido em prejuízo: I - Do cônjuge desquitado ou judicialmente
separado;
II - De irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - De tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

757
👉 Aqui, a imunidade é relativa tendo em vista não mais existir isenção de pena,
mas, se a ação penal for pública incondicionada, passará a ser PÚBLICA
CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.

RESSALVAS DO Art. 183 CP


Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - Se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II - Ao estranho que participa do crime.
III - Se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos.

👉 Existem determinados casos em que não posso aplicar nem a imunidade


absoluta nem a imunidade relativa, como estabelecido no art. 183, CP

EXERCÍCIOS

01 - Sobre as disposições gerais aplicáveis aos crimes contra o patrimônio,


previstas nos artigos 181 a 183 do Código Penal, assinale a alternativa correta.
a) Maria, apesar de divorciada de José, com este mantém amizade, e
constantemente se encontram para jantar. Em um desses encontros,
Maria furtou o relógio e as abotoaduras de ouro pertencentes a José.
Nesse caso, por ter sido casada com José, Maria estará isenta de pena,
nós temos do art. 181, I, do Código Penal.
b) Se o crime for cometido em prejuízo de irmão, legítimo ou ilegítimo, a ação
penal será pública incondicionada.
c) Manoel, para sustentar o vício em jogos, furtou R$ 70.000,00 de seu pai,
referente a todo o dinheiro economizado durante a vida do genitor, um
senhor de 65 anos de idade à época do fato. Por ter praticado crime sem
violência contra seu genitor, Manoel ficará isento de pena.
d) As causas de isenção de pena previstas nos artigos 181 e 182 também
se estendem ao estranho que participa do crime.
e) Se o crime for cometido em prejuízo de tio ou sobrinho com quem o
agente coabita, a ação penal será pública condicionada à representação.

02 - Nilson, na companhia de sua namorada, Ana Paula, ambos maiores e


capazes, subtraem a quantia de R$ 200,00 da carteira do avô de Nilson que, na

758
data do furto, contava 62 anos de idade. Diante da situação hipotética
apresentada,
a) Nilson ficará isento de pena, em razão do crime ter sido praticado contra
seu ascendente. Contudo, tal isenção não alcançará Ana Paula.
b) Haverá isenção da pena para Nilson, circunstância que também alcançará
sua namorada Ana Paula.
c) Nilson e Ana Paula responderão pelo crime de furto qualificado, não
incidindo a isenção de pena para nenhum dos agentes.
d) Nilson responderá por furto qualificado, enquanto que Ana Paula
responderá por furto simples.
e) A responsabilização penal de Nilson e Ana Paula dependerá de queixa-
crime.

03 - É correto afirmar que é isento de pena a esposa que pratica crime de furto
qualificado com emprego de chave falsa contra seu marido na constância do
casamento, gozando está de imunidade penal absoluta.

CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - G. S., primário e de bons antecedentes, furta R$ 10.000,00 de seu próprio


pai, um senhor de 55 anos. Na hipótese, conclui-se que G. S.
a) fica isento de pena.
b) responde pelo crime de furto privilegiado.
c) responde pelo crime de furto simples.
d) responde pelo crime de furto agravado.
e) responde pelo crime de furto qualificado.

05 - As escusas absolutórias previstas no art. 181 do Código Penal favorecem


ao estranho que participa do crime, desde que tenha ciência de estar
participando de prática de fato envolvendo parentes.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E 04 – A
02 – C 05 – E
03 – C

759
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA I

PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM


GERAL
CRIMES FUNCIONAIS
• PRÓPRIOS - quando não existir o funcionário público – FATO ATÍPICO
• IMPRÓPRIOS - quando não existir o funcionário público – OUTRO CRIME

O particular poderá ser sujeito ativo???


✓ Art.30, CP

✓ Ciência da condição de funcionário público

☠ Princípio da insignificância – Súmula 599, STJ

CAUSA DE AUMENTO DE PENA APLICÁVEL A TODOS OS CRIMES


PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
EM GERAL – Art. 327, §2°, CP
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função
de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.

PECULATO – Art. 312, CP


Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos,
e multa.

☠ Peculato de uso: Fato atípico (mas há a improbidade administrativa)

☠ Utilização de mão-de-obra: se o servidor utiliza a mão-de-obra de


subordinado seu para assuntos exclusivamente particulares, cometerá peculato.

760
Se utiliza tanto para assuntos inerentes ao cargo como para assuntos
particulares, a conduta será atípica.

☠ O Peculato apropriação e o Peculato desvio, também podem ser chamados


de PECULATO PRÓPRIO (o funcionário público tem a posse do objeto ou valor).

➢ PECULATO APROPRIAÇÃO – Apropriar-se o funcionário público de


dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel.
➢ PECULATO DESVIO - Desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.

PECULATO FURTO – Art. 312, §1°, CP


§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a
posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário.

👉 Não é necessário que o agente tenha a posse em razão do cargo, mas a


qualidade de funcionário público é exigida para facilitar a prática da subtração.

☠ Também pode ser chamado de PECULATO IMPRÓPRIO (o Funcionário


Público não tem a posse do objeto ou valor em razão do cargo)

PECULATO CULPOSO – Art. 312, §2°, CP


§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

👉 O agente não subtrai, mas contribui para a subtração de terceira pessoa, é


praticado na modalidade de negligência. Há dois crimes, peculato culposo por
parte do funcionário público e furto ou apropriação indébita por parte do terceiro.

👉 Não há concurso de pessoas pela ausência do vínculo subjetivo.

REPARAÇÃO DE DANO NO PECULATO CULPOSO – Art. 312, §3°, CP


§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta.

➢ PECULATO DOLOSO (§§1° e 2°)

761
👉 Antes do recebimento da denúncia – arrependimento posterior: -1 a 2/3
(art.16, CP)

👉 Após o recebimento da denúncia – atenuante (art. 6, III, b, CP)

➢ PECULATO CULPOSO (§3°)

👉 Antes da sentença irrecorrível – extinção da punibilidade

👉 Após a sentença irrecorrível – redução de pena: metade

PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM– Art. 313, CP


Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do
cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

☠ Não se configura pelo mero recebimento, mas pelo assenhora mento.


☠ “Qualquer utilidade” deve ser e entendida como uma utilidade patrimonial
que tenha valor econômico.

☠ O erro de terceiro deve ser espontâneo, se o funcionário público induziu a


pessoa em erro, será o crime de estelionato.

☠ Admite-se tentativa e não há a modalidade culposa.

EXERCÍCIOS

01 - “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem


móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-
lo, em proveito próprio ou alheio” é o texto do crime praticado por funcionário
público contra a administração em geral denominado
a) prevaricação.
b) Concussão.
c) Peculato.
d) corrupção passiva.
e) excesso de exação.

02 - Situação hipotética: Um médico de hospital particular conveniado ao


Sistema Único de Saúde praticou conduta delituosa em razão da sua função,

762
configurando-se, a princípio, o tipo penal do peculato-furto. Assertiva: Nessa
situação, como não detém a qualidade de servidor público, o agente responderá
pelo crime de furto em sua forma qualificada.

CERTO ( ) ERRADO ( )

03 - O Guarda Civil que se apropria de dinheiro ou de qualquer utilidade que, no


exercício do cargo, recebeu por erro de outrem
a) não comete crime, pois o erro de outrem afasta a tipificação penal.
b) comete o crime de peculato mediante erro de outrem.
c) comete o crime de corrupção passiva, apenado com reclusão.
d) não comete crime, pois a conduta não está descrita no Código Penal.
e) comete os crimes de furto e prevaricação.

04 - No que concerne ao peculato, é correto afirmar que, se o funcionário público


concorre culposamente para o crime de outrem,
a) fica sujeito a pena de detenção.
b) fica sujeito a pena de reclusão e multa.
c) a reparação do dano ocorrida depois do trânsito em julgado de sentença
condenatória não tem qualquer consequência penal.
d) a reparação do dano ocorrida antes do trânsito em julgado de sentença
condenatória reduz de metade a pena imposta.
e) a conduta é considerada atípica, por não haver expressa previsão legal
para punição por crime culposo.

GABARITO
01 – C
02 – E
03 – B
04 – A

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA II

763
PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

CONCUSSÃO – Art. 316, CP


Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

👉 Por ser crime formal, consuma-se com a simples exigência, sendo o


recebimento da vantagem mero exaurimento do crime.

👉 Embora de difícil constatação, admite-se a tentativa

EXCESSO DE EXAÇÃO – Art. 316, §1°, CP


Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório
ou gravoso, que a lei não
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa

👉 Apesar de integrar o art. 316, CP, é um crime autônomo em relação a


Concussão. Aqui, o agente também, faz uma exigência, mas não pra ele, mas
para o próprio estado.

QUALIFICADORA – Art. 316, §2°, CP


§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu
indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

No §1°, o agente exige tributo ou contribuição social indevida, o recebimento e o


recolhimento aos cofres públicos é mero exaurimento do crime, estamos diante
de um crime formal. Já na modalidade qualificada, os valores são desviados pelo
agente em proveito próprio ou alheio.

👉 É uma forma qualificada referente ao §1°.

CORRUPÇÃO PASSIVA – Art. 317, CP

764
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

👉 Tipo misto alternativo, a realização de qualquer das condutas, ou mais de uma


configurará crime único.

☠ BIZU: SRA!!!

➢ SOLICITAR - Crime formal


➢ RECEBER – Crime material
➢ ACEITAR PROMESSA – Crime formal

☠ CORRUPÇÃO PASSIVA PRÓPRIA: o ato a ser praticado pelo funcionário é


ilícito

☠ CORRUPÇÃO PASSIVA IMPRÓPRIA: o ato a ser praticado pelo funcionário


é lícito

AUMENTO DE PENA – Art. 317, §1°, CP


§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o
pratica infringindo dever funcional.

👉 Denominada corrupção exaurida, por ser o crime formal em quase todas as


modalidades, estará consumado com a solicitação, recebimento ou aceitação da
vantagem, o fato de o funcionário público deixar de praticar o ato, retardá-lo ou
praticar infringindo dever funcional, torna a conduta ainda mais reprovável,
gerando agravamento de sua pena.

FUNC.PÚB. SOLICITOU, NÃO RECEBEU ART. 317, CONSUMADO


E NÃO PRATICOU O ATO

FUNC.PÚB. RECEBEU, MAS NÃO ART. 317, CONSUMADO


PRATICOU O ATO

FUNC.PÚB. RECEBEU, E PRATICOU O ART. 317,§ 1º, CONSUMADO


ATO

CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA – Art. 317, §2°, CP

765
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

👉 Aqui, não existe vantagem indevida, por isso a corrupção é privilegiada, ocorre
quando o agente cede a pedido ou influência de terceira pessoa, existindo
assim, a interferência direta de terceira pessoa na tomada de decisão do agente.

☠ É considerada infração de menor potencial ofensivo.

☠ Crime material, o funcionário deverá deixar de praticar, retardar ou praticar


ato de ofício, infringindo dever funcional.

EXERCÍCIOS

01 - O que significa concussão?


a) Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em
lei
b) Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função, ou antes, de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida
c) Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou
descaminho (art. 334)
d) Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal
e) Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la

02 - João, oficial de justiça, solicita o pagamento de dois mil reais para não
cumprir rapidamente um mandado de citação, o que acaba ocorrendo.
Nessa situação, João sujeita-se às penas previstas para o crime de:
a) concussão;
b) corrupção passiva simples;
c) prevaricação;
d) corrupção passiva com aumento de pena;
e) tráfico de influência.

03 - João, policial civil, exigiu vantagem indevida de particular para não prendê-
lo em flagrante. A vítima não realizou o pagamento e prontamente comunicou o
fato a policiais civis. Nessa situação, como o delito de concussão é formal, o
crime consumou-se com a exigência da vantagem indevida, devendo João por
ele responder.

766
CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – B
02 – D
03 – C

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA III

767
PRATICADO POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
GERAL

PREVARICAÇÃO – Art. 319, CP


Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

O servidor extravasa os limites de sua atribuição, o ato de ofício deve estar


contido na sua esfera de atribuição.
Aqui não existe pedido de ninguém, não há influência externa interferindo na
vontade do agente, partirá sempre da sua esfera subjetiva.

👉 É uma infração de menor potencial ofensivo.

PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA – Art. 319-A, CP


Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir
seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

👉 Trata-se de crime próprio, só podendo ser cometido pelo Direitos de


Penitenciária ou o agente público que tenha a responsabilidade de vedar
aparelhos de comunicação ao preso.

👉 Por ser crime formal, sua consumação ocorre quando o sujeito ativo
permite o acesso indevido do preso.

☠ Não admite a forma tentada.

☠ É considerado infração de menor potencial ofensivo

CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA – Art. 320 CP

768
Art. 320- Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

👉 Aplica-se a majorante do art. 327, §2º, CP


A autoridade, ciente da irregularidade do serviço público, tem a obrigação de
promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou PAD, assegurando
o acusado, a ampla defesa.

☠ CRIME PRÓPRIO: somente pode ser praticado por funcionário público

☠ CONSUMAÇÃO: ocorre quando o funcionário deixa de responsabilizar o


subordinado que cometeu a infração, no exercício do cargo, ou, quando lhe
falta a competência, não leva o caso a quem é de fato competente.

☠ CRIME FORMAL: não necessito da ocorrência do resultado naturalístico

☠ NÃO ADMITE TENTATIVA

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

ADVOCACIA ADMINISTRATIVA – Art. 321 CP


Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

👉 Aplica-se a majorante do art. 327, §2º, CP

☠ CRIME PRÓPRIO: somente pode ser praticado por funcionário público

☠ CONSUMAÇÃO: o agente patrocinará, direta ou indiretamente, interesse


privado perante a administração pública

☠ CRIME FORMAL: não necessito da ocorrência do resultado naturalístico

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

769
QUALIFICADORA – Art. 321, parágrafo único CP
Parágrafo único- Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

EXERCÍCIOS

01 - Oficial de justiça que deixa de dar cumprimento integral a mandado de


penhora em razão de sentir pena do proprietário do bem penhorado comete,
em tese, o crime de:
a) corrupção passiva privilegiada;
b) abandono de função
c) violação de sigilo profissional;
d) corrupção passiva simples;
e) prevaricação.

02 - De acordo com Jesus (2006), aquele que se valendo de sua qualidade de


funcionário público patrocina interesse privado perante a administração pública
pratica qual crime?
a) Condescendência criminosa.
b) Advocacia administrativa.
c) Excesso de exação.
d) Concussão.

03 - Na condescendência criminosa do funcionário público, o qual, por


indulgência, deixa de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo, para a configuração do crime é necessário que o subalterno
seja sancionado pela transgressão cometida.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E 03 – E
02 – B

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA IV

770
PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

RESISTÊNCIA – Art. 329, CP


Art. 329- Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

👉 Ocorre quando o indivíduo, usando de violência ou grave ameaça, se opõe a


execução de ato legal, se, em virtude dessa oposição o ato não for executado, o
crime será qualificado (§ 1º)

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ CRIME FORMAL: a consumação ocorre quando o indivíduo opõe-se a


execução de um ato legal mediante violência ou grave ameaça, não necessito
de nenhum resultado naturalístico

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não necessitando de finalidade específica.

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

QUALIFICADORA – Art. 329, § 1º CP


§ 1º- Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.

Aqui, existe uma modalidade de crime material, é o exaurimento da figura do


“caput”.

CONCURSO MATERIAL DE CRIMES – Art. 329, §2º CP


§ 2º- As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência

DESOBEDIÊNCIA – Art. 330, CP

771
Art. 330- Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Saiba que, para existir o crime, é necessário que a ordem legal tenha sido
dirigida de forma expressa a quem tem o dever de obedecê-la, além disso, é
necessário que haja notificação pessoal do responsável pelo cumprimento da
ordem, para que fique demonstrada a sua ciência da existência e, depois, a sua
intenção de não cumpri-la

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não necessitando de finalidade específica.

☠ CRIME FORMAL: a consumação ocorre quando o indivíduo desobedece uma


ordem legal de um funcionário público, não necessito de nenhum resultado
naturalístico.

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA – apenas em sua forma comissiva

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

DESACATO – Art. 331, CP


Art. 331- Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Posso considerar como uma espécie de injúria, no sentido de ser uma ofensa a
honra e o prestígio dos órgãos da administração pública.
Acontece quando o indivíduo usa palavras ou gestos contra o funcionário público
objetivando ofendê-lo.

👉 É necessário que o funcionário público esteja presente

👉 Não necessito que o funcionário público se sinta ofendido

☠ CRIME FORMAL: a consumação ocorre quando o indivíduo disfere palavras


ou gestos ofensivos ao funcionário público, não necessito de nenhum resultado
naturalístico.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não necessitando de finalidade específica.

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

772
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA – Art. 332, CP
Art. 332- Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou
promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário
público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

👉 TIPO MISTO ALTERNATIVO – a realização de qualquer dos verbos irá


configura crime único

☠ CRIME FORMAL em relação aos verbos “solicitar”, “exigir”, “cobrar”.

☠ CRIME MATERIAL em relação ao verbo “obter”

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo, não necessitando de finalidade específica.

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

AUMENTO DE PENA – Art. 329, PARÁGRAFO ÚNICO CP


Parágrafo único- A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário.

EXERCÍCIOS

01 - A recusa à prestação de informações e o desrespeito às determinações e


convocações do Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor
(DECON) caracterizam crime de
a) resistência.
b) fraude processual.
c) omissão de informação.
d) Prevaricação.
e) desobediência.

02 - Marino, desempregado, agrediu física e gravemente Josias, funcionário


público competente para a realização de determinado ato legal. Agredido,

773
Josias foi impedido de executar sua função. Nesse caso, de acordo com o
Código Penal, Marino responderá pelo crime de
a) resistência, aplicando-se somente a pena de detenção prevista para
esse crime.
b) resistência, aplicando-se a pena de detenção, sem prejuízo da
correspondente à violência.
c) resistência, aplicando-se a pena de reclusão, sem prejuízo da
correspondente à violência.
d) desobediência, aplicando-se a pena de reclusão, sem prejuízo da
correspondente à violência.
e) desobediência, aplicando-se somente a pena de detenção prevista para
esse crime.

03 - Constitui crime de resistência bloquear o ingresso de oficial de justiça


munido de mandado de intimação no domicílio durante o período noturno do
sábado.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – E
02 – C
03 – E

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA V

774
PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

CORRUPÇÃO ATIVA – Art. 333, CP


Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

☠ BIZU: PÓ!!!

Também é exemplo de tipo misto alternativo.


Consuma-se com a simples promessa ou oferta de vantagem, sendo o seu
recebimento mero exaurimento do crime – crime formal.
Não há a modalidade culposa e admite-se a tentativa.

☠ “Dar ou “pagar”, a tendendo a uma solicitação ou exigência – FATO


ATÍPICO

☠ Oferecer ou prometer após a prática do ato (corrupção subsequente) – FATO


ATÍPICO

AUMENTO DE PENA – Art. 333, §ÚNICO, CP


Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo
dever funcional

A conduta é ainda mais reprovável, se, em virtude da promessa ou oferta de


vantagem, o funcionário público infringe seu dever funcional.

👉 Observe que a existência do crime de corrupção passiva não pressupõe,


necessariamente, a ocorrência do crime de corrupção ativa, são figuras
independentes.

DESCAMINHO – Art. 334, CP

775
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Antes da Lei 13.008/14, o descaminho e o contrabando eram previstos no


mesmo tipo penal, após a lei, ambos passaram a ser tratados em dispositivos
diferentes em continuidade típico normativa.

👉 O agente, ilude, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto


devido pela entrada, saída ou consumo de mercadoria.

☠ MERCADORIA LÍCITA

☠ PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: exceção à regra de que não se aplica o


princípio da insignificância nos crimes contra a administração pública, a regra é
pela não admissibilidade, porém, atualmente, nossos tribunais superiores (STF
e STJ) já entendem que quando o débito tributário verificado não ultrapassar o
limite de R$20.000,00 (vinte e mil reais) será irrelevante para fins de execução
fiscal.

CONDUTA EQUIPARADA – Art. 334, §1°, CP


§ 1 º Incorre na mesma pena quem:
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos
permitidos em lei;
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência
estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou
fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução
clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem;
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de
procedência estrangeira, desacompanhada de documentação
legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos

NORMA PENAL EXPLICATIVA – Art. 334, §2°, CP

776
§ 2 º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras,
inclusive o exercido em residências

AUMENTO DE PENA – Art. 334, §3°, CP


§ 3 º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvia

CONTRABANDO – Art. 334-A, CP


Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:
Pena - reclusão, de 2 a 5 anos.

👉 No contrabando, o agente importará ou exportar mercadoria proibida, aqui,


ele não estará mais burlando o pagamento de tributos, e sim, importando
mercadoria proibida

☠ MERCADORIA ILÍCITA

CONDUTA EQUIPARADA – Art. 334-A, §1°, CP


§ 1 º Incorre na mesma pena quem:
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que
dependa de registro, análise ou autorização de órgão público
competente
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira
destinada à exportação;
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de
qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei
brasileira;
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria
proibida pela lei brasileira.

NORMA PENAL EXPLICATIVA – Art. 334-A, §2°, CP

777
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
estrangeiras, inclusive o exercido em residências.

AUMENTO DE PENA – Art. 334-A, §3°, CP


§ 3 º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial.

EXERCÍCIOS

01 - O crime de corrupção ativa é caracterizado por:


a) solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida.
b) extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em
razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente.
c) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal.
d) oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
e) patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.

02 - Considerando os Crimes contra a Administração, nos exatos termos do art.


334-A, § 1°, III, quem reinsere no território nacional mercadoria brasileira
destinada à exportação incorre na mesma pena do crime de
a) sonegação fiscal.
b) Descaminho.
c) fraude de concorrência.
d) Contrabando.
e) corrupção ativa em transação comercial internacional.

03 - Em razão do princípio da proteção da coisa pública, o tipo penal que prevê


o crime de descaminho não permite a aplicação do princípio da insignificância.

CERTO ( ) ERRADO ( )
GABARITO

778
01 – D
02 – D
03 – E

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VI

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – Art. 339, CP


Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial,
instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe
inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Ocorre com a instauração de investigação policial, de processo judicial, de
investigação administrativa, inquérito covil, ou ação de improbidade
administrativa. Bastando que o agente dê causa mediante qualquer
comunicação, escrita ou oral.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime.

☠ CRIME MATERIAL: necessito na efetiva instauração do procedimento

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ NÃO É CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

AUMENTO DE PENA– Art. 339, §1º CP


§ 1º- A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato
ou de nome suposto.

DIMINUIÇÃO DE PENA– Art. 339, §2º CP

779
§ 2º- A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de
contravenção.

👉 CRIME DETERMINADO: a denúncia tem que especificar quais crimes


teriam sido praticados pelo agente.

👉 Além da vítima ser inocente, o agente tem que conhecer dessa inocência da
vítima, portando, não existirá crime de o agente acha que a vítima, de fato,
cometeu o crime.

FAVORECIMENTO PESSOAL, Art. 348, CP


Art. 348- Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime
a que é cominada pena de reclusão:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
Temos uma terceira pessoa que cometeu um crime anterior, e o sujeito ático
deste crime o ajuda a subtrair-se de ação de autoridade pública.

👉 Caso o sujeito ativo também tenha praticado o crime anterior, responderá


por ele como coautor ou partícipe, e não pelo crime de favorecimento pessoal.
O auxílio é dirigido a pessoa que cometeu o crime, e não ao objeto do crime.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo do crime.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

FORMA PRIVILEGIADA– Art. 348, §1º CP


§ 1º- Se ao crime não é cominada pena de reclusão
Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.

ISENÇÃO DE PENA– Art. 348, §2º CP


§ 2º- Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão
do criminoso, fica isento de pena.
CUIDADO!!! A isenção de pena só é aplicada nos casos de favorecimento
pessoal, quando trato de favorecimento real, não existe qualquer isenção de
pena.

780
FAVORECIMENTO REAL, Art. 349, CP
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de
receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa
Neste crime, o que se busca proteger, não é a figura do agente, mas o produto
do crime.

👉 Caso o sujeito ativo também tenha praticado o crime anterior, responderá


por ele como coautor ou partícipe, e não pelo crime de favorecimento real.

☠ CRIME COMUM: qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo do crime.

☠ ELEMENTO SUBJETIVO: dolo

☠ CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

☠ ADMITE TENTATIVA

☠ AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA

EXERCÍCIOS

01 - Policial Militar que forja situação de flagrância, a fim de increpar indivíduo


que sabe inocente e, com isso, dá causa à instauração de inquérito policial,
comete crime de
a) falso testemunho (CP, art. 342).
b) calúnia qualificada (CP, art. 138, § 3o ).
c) exercício arbitrário (CP, art. 350).
d) denunciação caluniosa (CP, art. 339).
e) comunicação falsa de crime (CP, art. 340).

02 - Rui e Lino, irmãos, combinaram a prática de furto a uma loja. Depois de


subtraídos os bens, Pedro, pai de Rui e de Lino, foi procurado e permitiu, em
benefício dos filhos, a ocultação dos objetos furtados em sua residência por
algum tempo, porque eles estavam sendo investigados. Nesta situação
hipotética, a conduta de Pedro configura
a) receptação.
b) favorecimento real.
c) favorecimento pessoal.

781
d) hipótese de isenção de pena.
e) furto.

03- Situação hipotética: Com o intuito de prejudicar a candidatura de Flávio,


seu concorrente eleitoral, Alberto procurou uma delegacia de polícia e imputou
falsamente a Flávio os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Reduzida a termo essas declarações, a autoridade policial instaurou inquérito
policial para apurar os delitos. Assertiva: Nessa situação, Alberto responderá
pelo crime de fraude processual.

CERTO ( ) ERRADO ( )

04 - Considere que José, penalmente imputável, tenha fornecido abrigo para


que o seu irmão Alfredo, autor de crime de homicídio, se escondesse e
evitasse a ação da autoridade policial. Nessa situação, a conduta de José é
isenta de pena em face de seu parentesco com Alfredo.

CERTO ( ) ERRADO ( )

GABARITO
01 – D
02 – B
03 – E
04 – C

782
DIREITOS HUMANOS
E CIDADANIA

783
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Principal documento internacional que trata de direitos humanos, é a partir


dela que iniciamos todo o estudo de diretos humanos dentro do sistema global
(ONU), a DUDH influencia diretamente as Constituições, a exemplo do Brasil,
em seu art. 5°. Aprovada em forma de resolução no ano de 1948, passaremos a
estuda-la agora, na integra, destacando os principais tópicos de maior incidência
em provas de concursos público

PREÂMBULO
Como base introdutória de nossa resolução, podemos destacar que a DUDH tem
como referência, a dignidade da pessoa humana, que constitui o núcleo dos
Direitos Humanos. É destacado ainda no preâmbulo a necessidade de os países
se comprometam em desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o
respeito aos diretos humanos e liberdades fundamentais.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA - (Artigos I e II)

Artigo I
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com
espírito de fraternidade.

Artigo II
1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de
raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 2 - Não será
também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de
um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
qualquer outra limitação de soberania

O princípio da isonomia representa a Igualdade Material entre os serres


humanos, ou seja, devo tratar de forma igual os iguais, e de forma desigual, os
desiguais, na medida de sua desigualdade. É expressamente vedada qualquer
forma de discriminação.

784
DIREITO A VIDA, LIBERDADE E SEGURANÇA PESSOAL - (Artigo III)

Artigo III
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”
Constituem direitos de primeira dimensão, todo ser humano tem direito a viver
de forma digna, à liberdade de ir e vir, a segurança pessoal.

VEDAÇÃO À ESCRAVIDÃO, TORTURA, TRATAMENTO DESUMANO,


CRUEL OU DEGRADANTE (ARTIGOS IV e V)

Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas

Artigo V
Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.”

Nenhum ser humano pode ser submetido a escravidão, tratamento desumano,


degradante, castigo cruel ou de qualquer outra modalidade em que possa violar
seus direitos humanos, sua dignidade. Existem outros dispositivos legais como
a Constituição Federal de 1988 e o Código Penal que também cuidam dessa
proteção aos Direitos Humanos.

PRINCÍPIO DA IGUALDADE FORMAL - (ARTIGOS VI e VII)

Artigo VI
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei.

Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação
que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal
discriminação.

785
Não confunda a igualdade formal com a igualdade material estudada
anteriormente quando tratamos da isonomia, na igualdade formal, destacamos
a igualdade perante a lei, ou seja, a lei funciona como mecanismo de proteção
que deverá ser aplicada a todas as pessoas igualmente, sem qualquer distinção
e sem qualquer discriminação.

EXERCÍCIOS

1. A Declaração Universal dos Direitos Humanos busca firmar compromissos


entre as nações pela paz mundial, tendo como principal fundamento:

a) Direitos Sociais.
b) Dignidade da pessoa humana.
c) Respeito e dignidade.
d) Respeito às diferenças sociais, culturais, religiosas, econômicas.

2. A República Federativa do Brasil celebrou tratado internacional sobre Direitos


Humanos. A respeito da incorporação desse tratado à ordem jurídica interna, é
correto afirmar, considerando a sistemática estabelecida na Constituição da
República, que ele equivalerá

a) sempre à lei ordinária.


b) sempre à lei complementar.
c) sempre à emenda constitucional.
d) a emenda constitucional, se cada Casa do Congresso aprová-lo, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos membros.
e) emenda constitucional, se cada Casa do Congresso a aprovar, em dois turnos,
por dois terços dos votos dos membros

3. Considerando a Declaração Universal dos Direitos Humanos, é incorreto dizer


que todo homem tem direito:

a) á segurança nacional.
b) á liberdade.

786
c) á propriedade.
d) á vida.
e) de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.

4. Aprovada em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) é


um prolongamento da Carta da Organização das Nações Unidas, documento
que assinala o surgimento da instituição após a ocorrência de duas guerras
mundiais na primeira metade do século XX. Com referência à DUDH, julgue o
item subsequente.
A DUDH pode ser considerada o ato inaugural de uma nova concepção da vida
internacional justamente por proclamar, para a comunidade das nações, a
importância dos direitos humanos para a boa convivência coletiva.

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito

01 - B
02 - D
03 - A
04 - C

GARANTIAS PROCESSUAIS - (Artigos VIII à XI)

Artigo VIII
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei.
O artigo afirma que todas as pessoas tem direito ao devido processo legal.

Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

787
É vedada de forma opressora.

Artigo X
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública
audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre
seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra
ele.

Toda pessoa tem direito a um julgamento imparcial, a igualdade dentro do


processo e que tais atos sejam públicos.

Artigo XI
Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser
presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de
acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no


momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou
internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela
que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

O artigo XI é claro em destacar expressamente dois princípios já conhecidos por


todos nós, o princípio da presunção da inocência, quando afirma que todo ser
humano é presumidamente inocente até que sua culpabilidade seja comprovada,
e o princípio da irretroatividade da lei, ao afirmar que ninguém poderá ser
culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito
perante o direito nacional ou internacional.

DIREITO À INTIMIDADE, VIDA PRIVADA E


INVIOLABILIDADE DOMICILIAR (Artigo XII)

Artigo XII
Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em
seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo
ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

788
Todos temos direto a intimidade, a vida privada e a proteção contra atos que
violem o domicílio.

LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO (Artigo XIII)

Artigo XIII
Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência
dentro das fronteiras de cada Estado.

Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio,
e a este regressar.

É consagrado o direto de todos de, além de transitar livremente dentro do


território nacional, o de deixa-lo ou regressar quando preferir.

ASILO (Artigo XIV) (Artigo XIV)


Artigo XIV
Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de
gozar asilo em outros países.

Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente


motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos
e princípios das Nações Unidas.”

Em regra, toda pessoa vítima de perseguição tem direto a asilo em outros países,
observe, no entanto, as causas em que o asilo não é permitido: perseguição
legítima por crimes de direito comum, e também por atos contrários aos objetivos
das Nações Unidas.

NACIONALIDADE (Artigo XV)

Artigo XV
Todo homem tem direito a uma nacionalidade.

Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do


direito de mudar de nacionalidade.

789
Toas as pessoas tem direto a nacionalidade, a DUDH repudia a condição de
apátrida.

DIREITO DE CONSTITUIR FAMÍLIA (Artigo XVI)

Artigo XVI
Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça,
nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar
uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua
duração e sua dissolução.

O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento


dos nubentes.

A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à


proteção da sociedade e do Estado.

Todos têm direito de construir família de sua livre escolha.

PROPRIEDADE (Artigo XVII)


Artigo XVII
Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com
outros.

Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Direito a propriedade é um direito fundamental aplicado a todas as pessoas.

EXERCÍCIO

1. Para Norberto Bobbio, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi uma
inspiração e orientação para o crescimento da sociedade internacional, com o
principal objetivo de torná‐la num Estado e fazer la num Estado e fazer também
com que os seres humanos fossem iguais e livres. A respeito de seus termos, é
INCORRETO afirmar que

790
a) é admitida a conduta arbitrária, quando se trata de caso de exílio.
b) ninguém será submetido à tortura nem a penas ou tratamentos cruéis,
desumanos ou degradantes.
c) o documento defende que todos têm o direito de receber dos tribunais
nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos
fundamentais, não apenas aqueles que lhe sejam reconhecidos pela
constituição, como também pela lei.
d) todo aquele que for vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar
asilo em outros países, exceto quando esta for legitimamente motivada por
crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das
Nações Unidas.

2. Sobre os direitos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948-ONU),


considere as afirmativas a seguir.

I. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção fora das fronteiras de
cada Estado.
II. Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel,
desumano ou degradante.
III. Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei.
IV. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.


b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

3. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela


Assembleia Geral das Nações Unidas (Resolução 217 A III) em 10 de dezembro
1948, destaca:

791
I. Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
II. Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei.
III. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido
culpado até que a sua inocência tenha sido provada de acordo com a lei.
IV. Todo ser em julgamento público pode ter asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa dependendo do delito praticado.
V. Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública
audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus
direitos e deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.

Assinale a alternativa correta:


a) I, II, V apenas
b) II, III, IV, apenas
c) II, IV apena
d) III apenas
e) I, II, III apenas

GABARITO

01 - A
02 - E
03 - A

792
LIBERDADE DE EXPRESSÃO (Artigos XVIII e XIX)

Artigo XVIII
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião;
este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de
manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela
observância, em público ou em particular.
Artigo XIX
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito
inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e
transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de
fronteiras.

Todo ser humano tem direto de ter sua liberdade de expressão preservada,
liberdade essa que pode ser entendida como direito de pensamento, de crença,
religião, opinião dentre outros.

DIREITO DE REUNIÃO (Artigo XX)

Artigo XX
Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação”.

Desde que de forma pacífica, não posso impedir a reunião de pessoas nem a
obrigar a associar-se ou manter-se associada.

DIREITOS POLÍTICOS (Artigos XXI e XXII)


Artigo XXI
Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu país
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu
país.
A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade
será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal,
por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de
voto.

793
Artigo XXII
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social,
à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo
com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais
e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua
personalidade.

Comportam os direitos de primeira dimensão.

DIREITOS TRABALHISTAS (Artigos XXIII e XXIV)

Artigo XXIII
Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a
condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o
desemprego.
Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual
remuneração por igual trabalho.
Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e
satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência
compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se
necessário, outros meios de proteção social.
Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar
para proteção de seus interesses.

Artigo XXIV
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação
razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

São direitos trabalhistas de acordo com a DUDH:


• direito ao trabalho
• liberdade de escolha de emprego
• condições justas de trabalho
• proteção contra o desemprego
• igualdade de remuneração para igual trabalho
• remuneração justa
• liberdade de associação em sindicato
• direto ao repouso e ao laser
• jornada limitada

794
• direito a férias

DIREITOS SOCIAIS (Artigos XXV a XXIX)

Artigo XXV
Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-
lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário,
habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e
direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez,
velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em
circunstâncias fora de seu controle.

A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais.


Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da
mesma proteção social.

Relacionado ao direito de uma vida digna

Artigo XXVI
Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar
será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos,
bem como a instrução superior, está baseada no mérito.

A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da


personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos
humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos
raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em
prol da manutenção da paz.

Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que


será minis trada a seus filhos.

Relacionado ao direto a cultura.

795
Artigo XXVII
Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de
seus benefícios.

Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual
seja autor.

Artigo XXVIII
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que
os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser
plenamente realizados.

Artigo XXIX
Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e
pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.

No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito


apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades
de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública
e do bem estar de uma sociedade democrática.

Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser


exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas

Para finalizarmos nosso estudo sobre a DUDH, seu último artigo prevê que os
artigos devem ser interpretados de forma a possibilitar sua ampliação.

Artigo XXX
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como
o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de
exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição
de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

796
EXERCÍCIO

1. O direito humano à alimentação adequada está contemplado no artigo 25 da


Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Para garantir a realização
do direito humano à alimentação adequada, o Estado brasileiro tem a obrigação
de

a) distribuir, gratuita e universalmente, alimentação balanceada à toda a


população.
b) estimular o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos para aumentar a
produção, garantindo o direito de todos à alimentação.
c) apoiar programas de alimentação com base na distribuição de ração humana
balanceada.
d) respeitar, proteger, promover e prover a alimentação da população.
e) financiar os conglomerados transnacionais para zelarem pela soberania
alimentar.

Gabarito
01 – D

CARTA DA ONU I

A ONU surge após Guerras Mundiais que trouxeram muito sofrimento a toda
humanidade. Busca reafirmar a fé, a dignidade e os valores da pessoa humana.
Em decorrência desses objetivos traçados, o respectivo Governo busca, por
intermédio de representantes, concordando com a Carta das Nações Unidas,
estabelecer por meio dela, um Organização Internacional que será conhecida
como Nações Unidas.
Essa previsão é encontrada já no preambulo da presente Carta.
No nosso estudo sobre a Carta Das Nações Unidas, abordaremos os tópicos
mais importantes, com os artigos de maior incidência em concursos públicos.

PROPÓSITOS
Artigo 1. Os propósitos das Nações unidas são:

797
Manter a paz e a segurança internacionais e, para esse fim: tomar,
coletivamente, medidas efetivas para evitar ameaças à paz e reprimir os
atos de agressão ou outra qualquer ruptura da paz e chegar, por meios
pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito
internacional, a um ajuste ou solução das controvérsias ou situações que
possam levar a uma perturbação da paz;

Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito


ao princípio de igualdade de direitos e de autodeterminação dos povos, e
tomar outras medidas apropriadas ao fortalecimento da paz universal;

Conseguir uma cooperação internacional para resolver os problemas


internacionais de caráter econômico, social, cultural ou humanitário, e
para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades
fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião;
e

Ser um centro destinado a harmonizar a ação das nações para a


consecução desses objetivos comuns.

Quando nos referimos a propósitos, estamos nos referindo aquilo que a ONU
busca alcançar com sua criação, para a sua prova memorize. São propósitos da
ONU:

• manutenção da paz e segurança no âmbito internacional;


• relação amigáveis entre os países, observando a igualdade e a
autodeterminação dos povos;
• respeito e estímulo aos direitos e liberdades fundamentais;
• harmonização entre as nações dentro da ONU para buscar a prática de
objetivos comuns.

PRINCÍPIOS

Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos


mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
A Organização é baseada no princípio da igualdade de todos os seus
Membros.

Todos os Membros, a fim de assegurarem para todos em geral os direitos


e vantagens resultantes de sua qualidade de Membros, deverão cumprir

798
de boa-fé as obrigações por eles assumidas de acordo com a presente
Carta.

Todos os Membros deverão resolver suas controvérsias internacionais


por meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a
segurança e a justiça internacionais.

Todos os Membros deverão evitar em suas relações internacionais a


ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a dependência
política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os
Propósitos das Nações Unidas.

Todos os Membros darão às Nações toda assistência em qualquer ação


a que elas recorrerem de acordo com a presente Carta e se absterão de
dar auxílio a qual Estado contra o qual as Nações Unidas agirem de modo
preventivo ou coercitivo.

A Organização fará com que os Estados que não são Membros das
Nações Unidas ajam de acordo com esses Princípios em tudo quanto for
necessário à manutenção da paz e da segurança internacionais.

Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a


intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição de
qualquer Estado ou obrigará os Membros a submeterem tais assuntos a
uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não
prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capitulo
VII.

Os princípios são usados para assegurar a realização dos objetivos


anteriormente traçados. Temos:
• igualdade
• boa fé
• paz, segurança e justiça internacionais
• assistência
• concordância implícita
• não intervenção interna

MEMBROS

Artigo 3.
Os Membros originais das Nações Unidas serão os Estados que, tendo
participado da Conferência das Nações Unidas sobre a Organização

799
Internacional, realizada em São Francisco, ou, tendo assinado
previamente a Declaração das Nações Unidas, de 1 de janeiro de 1942,
assinarem a presente Carta, e a ratificarem, de acordo com o Artigo 110.

A ONU possui membros originais e estados-membros, o Brasil pertence


ao grupo de membros originais. Quanto aos membros que ingressam, é
necessário decisão favorável pela Assembleia Geral da ONU logo após a
recomendação pelo Conselho de Segurança, é o que está previsto art. 4.

Artigo 4.
A admissão como Membro das Nações Unidas fica aberta a todos os
Estados amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na
presente Carta e que, a juízo da Organização, estiverem aptos e dispostos
a cumprir tais obrigações.

A admissão de qualquer desses Estados como Membros das Nações


Unidas será efetuada por decisão da Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança.

Para que o membro seja suspenso da ONU, é necessária a mesma exigência


estabelecida para sua admissão, qual seja, decisão da Assembleia Geral e
recomendação do Conselho de Segurança. Seu reestabelecimento depende do
Conselho de Segurança. Semelhante regra, temos em relação a expulsão,
observe nos dois artigos seguintes

Artigo 5.
O Membro das Nações Unidas, contra o qual for levada a efeito ação
preventiva ou coercitiva por parte do Conselho de Segurança, poderá ser
suspenso do exercício dos direitos e privilégios de Membro pela
Assembleia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança.

O exercício desses direitos e privilégios poderá ser restabelecido pelo


conselho de Segurança.

Artigo 6.
O Membro das Nações Unidas que houver violado persistentemente os
Princípios contidos na presente Carta, poderá ser expulso da
Organização pela Assembleia Geral mediante recomendação do
Conselho de Segurança.

800
Artigo 7.
Ficam estabelecidos como órgãos principais das Nações Unidas: uma
Assembleia Geral, um Conselho de Segurança, um Conselho Econômico
e Social, um conselho de Tutela, uma Corte Internacional de Justiça e um
Secretariado.

Serão estabelecidos, de acordo com a presente Carta, os órgãos


subsidiários considerados de necessidade.

Para a sua prova memorize, são órgãos da ONU:


• assembleia geral
• conselho de segurança
• conselho econômico e social
• conselho de tutela
• corte internacional de justiça
• secretariado

ASSEMBLEIA GERAL
Constituída por todos os membros da ONU, é um órgão deliberativo. Cada
membro poderá ter até cinco representantes.

Artigo 9.
A Assembleia Geral será constituída por todos os Membros das Nações
Unidas.

Cada Membro não deverá ter mais de cinco representantes na


Assembleia Geral.

Em relação as atribuições da Assembleia Geral, poderá discutir qualquer


assunto que esteja dentro das finalidades da presente carta ou que digam
respeito as atribuições e funções de quaisquer dos órgãos nela previstos. Muito
cuidado com a exceção, se o assunto estiver sendo discutido no Conselho de
Segurança, o Secretário-Geral comunicará a Assembleia e membros da ONU.

Artigo 10.
A Assembleia Geral poderá discutir quaisquer questões ou assuntos que
estiverem dentro das finalidades da presente Carta ou que se
relacionarem com as atribuições e funções de qualquer dos órgãos nela

801
previstos e, com exceção do estipulado no Artigo 12, poderá fazer
recomendações aos Membros das Nações Unidas ou ao Conselho de
Segurança ou a este e àqueles, conjuntamente, com referência a
qualquer daquelas questões ou assuntos

Artigo 12.
Enquanto o Conselho de Segurança estiver exercendo, em relação a
qualquer controvérsia ou situação, as funções que lhe são atribuídas na
presente Carta, a Assembleia Geral não fará nenhuma recomendação a
respeito dessa controvérsia ou situação, a menos que o Conselho de
Segurança a solicite.

O Secretário-Geral, com o consentimento do Conselho de Segurança,


comunicará à Assembleia Geral, em cada sessão, quaisquer assuntos
relativos à manutenção da paz e da segurança internacionais que
estiverem sendo tratados pelo Conselho de Segurança, e da mesma
maneira dará conhecimento de tais assuntos à Assembleia Geral, ou aos
Membros das Nações Unidas se a Assembleia Geral não estiver em
sessão, logo que o Conselho de Segurança terminar o exame dos
referidos assuntos.

Com o objetivo de promover a cooperação internacional de acordo com o art. 13,


os Estados-Membros devem efetuar recomendações:
• político
• econômico
• social
• cultural
• educacional
• sanitário

Artigo 13.
• A Assembleia Geral iniciará estudos e fará recomendações, destinados a:

a) Promover cooperação internacional no terreno político e incentivar


o desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua
codificação;
b) Promover cooperação internacional nos terrenos econômico,
social, cultural, educacional e sanitário e favorecer o pleno gozo
dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, por parte de
todos os povos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.

802
• As demais responsabilidades, funções e atribuições da Assembleia Geral,
em relação aos assuntos mencionados no parágrafo 1(b) acima, estão
enumeradas nos Capítulos IX e X.

Os Estados-Membros tem a função de promover a cooperação internacional nas


áreas de:
• político
• econômico
• social
• cultural
• educacional
• sanitário

Artigo 15.
A Assembleia Geral receberá e examinará os relatórios anuais e especiais
do Conselho de Segurança. Esses relatórios incluirão uma relação das
medidas que o Conselho de Segurança tenha adotado ou aplicado a fim
de manter a paz e a segurança internacionais.

A Assembleia Geral receberá e examinará os relatórios dos outros órgãos


das Nações Unidas.

O relatório encaminhado pela Assembleia Geral ao Conselho de segurança


deverá ser especial e anual.

VOTAÇÃO

Artigo 18.
Cada Membro da Assembleia Geral terá um voto.

As decisões da Assembleia Geral, em questões importantes, serão


tomadas por maioria de dois terços dos Membros presentes e votantes.
Essas questões compreenderão: recomendações relativas à manutenção
da paz e da segurança internacionais; à eleição dos Membros não
permanentes do Conselho de Segurança; à eleição dos Membros do
Conselho Econômico e Social; à eleição dos Membros dos Conselho de
Tutela, de acordo como parágrafo 1 (c) do Artigo 86; à admissão de novos
Membros das Nações Unidas; à suspensão dos direitos e privilégios de

803
Membros; à expulsão dos Membros; questões referentes o funcionamento
do sistema de tutela e questões orçamentárias.

As decisões sobre outras questões, inclusive a determinação de categoria


adicionais de assuntos a serem debatidos por uma maioria dos membros
presentes e que votem.

Artigo 19.
O Membro das Nações Unidas que estiver em atraso no pagamento de
sua contribuição financeira à Organização não terá voto na Assembleia
Geral, se o total de suas contribuições atrasadas igualar ou exceder a
soma das contribuições correspondentes aos dois anos anteriores
completos. A Assembleia Geral poderá, entretanto, permitir que o referido
Membro vote, se ficar provado que a falta de pagamento é devida a
condições independentes de sua vontade.

Com relação a votação, observe que existem dois quóruns, a regra é que as
decisões sejam tomadas por maioria relativa dos votos, porém, em questões
importantes, serão tomadas por maioria de 2/3.

PROCESSO
Artigo 20.
A Assembleia Geral reunir-se-á em sessões anuais regulares e em
sessões especiais exigidas pelas circunstâncias. As sessões especiais
serão convocadas pelo Secretário-Geral, a pedido do Conselho de
Segurança ou da maioria dos Membros das Nações Unidas.

Artigo 21.
A Assembleia Geral adotará suas regras de processo e elegerá seu
presidente para cada sessão.

Artigo 22.
A Assembleia Geral poderá estabelecer os órgãos subsidiários que julgar
necessários ao desempenho de suas funções.

As seções da Assembleia pode ser:


• REGULARES: ocorrendo anualmente

804
• ESPECIAIS: convocadas pelo Secretário Geral da ONU a pedido do
Conselho de Segurança ou pela maioria dos Estados-membros da
organização.

CONSELHO DE SEGURANÇA

Artigo 23.
O Conselho de Segurança será composto de quinze Membros das
Nações Unidas. A República da China, a França, a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do norte
e os Estados unidos da América serão membros permanentes do
Conselho de Segurança. A Assembleia Geral elegerá dez outros
Membros das Nações Unidas para Membros não permanentes do
Conselho de Segurança, tendo especialmente em vista, em primeiro
lugar, a contribuição dos Membros das Nações Unidas para a
manutenção da paz e da segurança internacionais e para os outros
propósitos da Organização e também a distribuição geográfica equitativa.

Os membros não permanentes do Conselho de Segurança serão eleitos


por um período de dois anos. Na primeira eleição dos Membros não
permanentes do Conselho de Segurança, que se celebre depois de haver-
se aumentado de onze para quinze o número de membros do Conselho
de Segurança, dois dos quatro membros novos serão eleitos por um
período de um ano. Nenhum membro que termine seu mandato poderá
ser reeleito para o período imediato.

Cada Membro do Conselho de Segurança terá um representante.

Os membros pode ser:


PERMANENTES
• China
• França
• Reino Unido
• EUA
• Rússia

NÃO PERMANENTES
• Eleitos pela Assembleia Geral o Mandato de 2 anos

805
EXERCÍCIOS

1. Quando nos referimos a propósitos, estamos nos referindo aquilo que a ONU
busca alcançar com sua criação, o objetivo principal é a busca de uma relação
amigável entre países.

Certo ( ) errado ( )

2. A Assembleia Geral, constituída por todos os membros da ONU, é um órgão


deliberativo. Cada membro poderá ter até cinco representantes.

Certo ( ) errado ( )

3. São membros permanentes da ONU:

a) China, França, México.


b) França, EUA, Paraguai.
c) Uruguai, Reino Unido e Rússia.
d) China, França, EUA.

4. As seções regulares da Assembleia Geral ocorrem anualmente

Certo ( ) errado ( )

GABARITO

01 - C
02 - C
03 - D
04 - C

806
CARTA DA ONU II

Dando continuidade ao nosso estudo sobre a Carta das Nações Unidas, observe:

VOTAÇÃO
Artigo 27.
Cada membro do Conselho de Segurança terá um voto.

As decisões do conselho de Segurança, em questões processuais, serão


tomadas pelo voto afirmativo de nove Membros.

As decisões do Conselho de Segurança, em todos os outros assuntos,


serão tomadas pelo voto afirmativo de nove membros, inclusive os votos
afirmativos de todos os membros permanentes, ficando estabelecido que,
nas decisões previstas no Capítulo VI e no parágrafo 3 do Artigo 52,
aquele que for parte em uma controvérsia se absterá de votar.

O quórum de votação, nos dois casos, é o mesmo, a diferença ocorre que,


relativo aos outros assuntos que não sejam questões processuais, os membros
permanentes poderão exercer o direito ao veto.

QUESTÕES PROECESSUAIS – 9 votos dos 15 membros;


OUTRAS QUESTÕES – todos os membros permanentes (5 membros) + 4 votos
dos 10 membro não permanentes.

PROCESSO
Artigo 28.
O Conselho de Segurança será organizado de maneira que possa
funcionar continuamente. Cada membro do Conselho de Segurança será,
para tal fim, em todos os momentos, representado na sede da
Organização.

O Conselho de Segurança terá reuniões periódicas, nas quais cada um


de seus membros poderá, se assim o desejar, ser representado por um
membro do governo ou por outro representante especialmente designado.

O Conselho de Segurança poderá reunir-se em outros lugares, fora da


sede da Organização, e que, a seu juízo, possam facilitar o seu trabalho.

807
Artigo 29.
O Conselho de Segurança poderá estabelecer órgãos subsidiários que
julgar necessários para o desempenho de suas funções.

Artigo 30.
O Conselho de Segurança adotará seu próprio regulamento interno, que
incluirá o método de escolha de seu Presidente.

Artigo 31.
Qualquer membro das Nações Unidas, que não for membro do Conselho
de Segurança, poderá participar, sem direito a voto, na discussão de
qualquer questão submetida ao Conselho de Segurança, sempre que este
considere que os interesses do referido Membro estão especialmente em
jogo.

Artigo 32.
Qualquer Membro das Nações Unidas que não for Membro do Conselho
de Segurança, ou qualquer Estado que não for Membro das Nações
Unidas será convidado, desde que seja parte em uma controvérsia
submetida ao Conselho de Segurança, a participar, sem voto, na
discussão dessa controvérsia. O Conselho de Segurança determinará as
condições que lhe parecerem justas para a participação de um Estado
que não for Membro das Nações Unidas.

Para a sua prova memorize a seguinte regra relativa à participação de países,


que são membros da ONU, porém, observe que, esses países são não-membros
do Conselho de Segurança.
• Poderão participar das discussões de questões submetidas ao Conselho
de Segurança;
• Não tem direito a voto.

SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS
Um dos objetivos da ONU é garantir que os países tenham boas relações, desse
modo, a Carta da ONU estabelece alguns mecanismos, de forma exemplificativa,
de solução de controvérsias que possam existir, para a sua prova observe os
presentes artigos.

808
Artigo 33.
As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à
paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a
uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação,
arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou
a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.

O Conselho de Segurança convidará, quando julgar necessário, as


referidas partes a resolver, por tais meios, suas controvérsias.

Artigo 34.
O Conselho de Segurança poderá investigar sobre qualquer controvérsia
ou situação suscetível de provocar atritos entre as Nações ou dar origem
a uma controvérsia, a fim de determinar se a continuação de tal
controvérsia ou situação pode constituir ameaça à manutenção da paz e
da segurança internacionais.

Os mecanismos que podem ser adotados, de forma exemplificativa são:


• inquérito;
• mediação;
• conciliação;
• arbitragem;
• solução judicial;
• recursos e entidades;
• acordos regionais.

Artigo 35.
Qualquer Membro das Nações Unidas poderá solicitar a atenção do
Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral para qualquer
controvérsia, ou qualquer situação, da natureza das que se acham
previstas no Artigo 34.

Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá solicitar a
atenção do Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral para
qualquer controvérsia em que seja parte, uma vez que aceite,
previamente, em relação a essa controvérsia, as obrigações de solução
pacífica previstas na presente Carta.

Os atos da Assembleia Geral, a respeito dos assuntos submetidos à sua


atenção, de acordo com este Artigo, serão sujeitos aos dispositivos dos
Artigos 11 e 12.

809
Observe que em relação a solicitação de atenção da ONU a determinados
assuntos, existem diferenças aos países membros e não-membros.
• MEMBROS: podem solicitar em relação a qualquer controvérsia
• NÃO-MEMBRO: podem solicitar, desde que aceitem as obrigações
impostas, com observância do que está previsto na carta.

AÇÕES RELATIVAS A AMEAÇAS A PAZ,


RUPTURA DA PAZ E ATOS DE AGRESSÃO

Artigo 39.
O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer ameaça
à paz, ruptura da paz ou ato de agressão, e fará recomendações ou
decidirá que medidas deverão ser tomadas de acordo com os Artigos 41
e 42, a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais.

Artigo 40.
A fim de evitar que a situação se agrave, o Conselho de Segurança
poderá, antes de fazer as recomendações ou decidir a respeito das
medidas previstas no Artigo 39, convidar as partes interessadas a que
aceitem as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou
aconselháveis. Tais medidas provisórias não prejudicarão os direitos ou
pretensões, nem a situação das partes interessadas. O Conselho de
Segurança tomará devida nota do não cumprimento dessas medidas.

Artigo 41.
O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver
o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas
suas decisões e poderá convidar os Membros das Nações Unidas a
aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou
parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários,
marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra
qualquer espécie e o rompimento das relações diplomáticas.

Artigo 42.
No caso de o Conselho de Segurança considerar que as medidas
previstas no Artigo 41 seriam ou demonstraram que são inadequadas,
poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a

810
ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a
segurança internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações,
bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou
terrestres dos Membros das Nações Unidas.

Artigo 45.
A fim de habilitar as Nações Unidas a tomarem medidas militares
urgentes, os Membros das Nações Unidas deverão manter,
imediatamente utilizáveis, contingentes das forças aéreas nacionais para
a execução combinada de uma ação coercitiva internacional. A potência
e o grau de preparação desses contingentes, como os planos de ação
combinada, serão determinados pelo Conselho de Segurança com a
assistência da Comissão de Estado Maior, dentro dos limites
estabelecidos no acordo ou acordos especiais a que se refere o Artigo 43.

Artigo 49.
Os Membros das Nações Unidas prestar-se-ão assistência mútua para a
execução das medidas determinadas pelo Conselho de Segurança.

Artigo 50.
No caso de serem tomadas medidas preventivas ou coercitivas contra um
Estado pelo Conselho de Segurança, qualquer outro Estado, Membro ou
não das Nações unidas, que se sinta em presença de problemas
especiais de natureza econômica, resultantes da execução daquelas
medidas, terá o direito de consultar o Conselho de Segurança a respeito
da solução de tais problemas.

Artigo 51.
Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa
individual ou coletiva no caso de ocorrer um ataque armado contra um
Membro das Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança tenha
tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da
segurança internacionais. As medidas tomadas pelos Membros no
exercício desse direito de legítima defesa serão comunicadas
imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo
algum, atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta
atribui ao Conselho para levar a efeito, em qualquer tempo, a ação que
julgar necessária à manutenção ou ao restabelecimento da paz e da
segurança internacionais

811
Contra qualquer questão que ameace a paz, serão feitas recomendações ou
outras medidas pelo Conselho de Segurança, dentre elas, a interrupção das
relações econômicas, dos meios de comunicação e relações diplomáticas. Após
a tomada dessas decisões, se forem, ainda, consideradas inadequadas, poderá
haver a adoção de medidas mais drásticas como a utilização das forças aéreas,
navais ou terrestres.

ACORDOS REGIONAIS
Artigo 52.
Nada na presente Carta impede a existência de acordos ou de entidades
regionais, destinadas a tratar dos assuntos relativos à manutenção da paz
e da segurança internacionais que forem suscetíveis de uma ação
regional, desde que tais acordos ou entidades regionais e suas atividades
sejam compatíveis com os Propósitos e Princípios das Nações Unidas.

Os Membros das Nações Unidas, que forem parte em tais acordos ou que
constituírem tais entidades, empregarão todo os esforços para chegar a
uma solução pacífica das controvérsias locais por meio desses acordos e
entidades regionais, antes de as submeter ao Conselho de Segurança.

O Conselho de Segurança estimulará o desenvolvimento da solução


pacífica de controvérsias locais mediante os referidos acordos ou
entidades regionais, por iniciativa dos Estados interessados ou a instância
do próprio conselho de Segurança.

Este Artigo não prejudica, de modo algum, a aplicação dos Artigos 34 e 35.

Artigo 53.
O conselho de Segurança utilizará, quando for o caso, tais acordos e
entidades regionais para uma ação coercitiva sob a sua própria
autoridade. Nenhuma ação coercitiva será, no entanto, levada a efeito de
conformidade com acordos ou entidades regionais sem autorização do
Conselho de Segurança, com exceção das medidas contra um Estado
inimigo como está definido no parágrafo 2 deste Artigo, que forem
determinadas em consequência do Artigo 107 ou em acordos regionais
destinados a impedir a renovação de uma política agressiva por parte de
qualquer desses Estados, até o momento em que a Organização possa,
a pedido dos Governos interessados, ser incumbida de impedir toda nova
agressão por parte de tal Estado.

812
O termo Estado inimigo, usado no parágrafo 1 deste Artigo, aplica-se a
qualquer Estado que, durante a Segunda Guerra Mundial, foi inimigo de
qualquer signatário da presente Carta.

Artigo 54.
O Conselho de Segurança será sempre informado de toda ação
empreendida ou projetada de conformidade com os acordos ou entidades
regionais para manutenção da paz e da segurança internacionais.

Desde que respeitados os princípios e normas da ONU, podem existir acordos


regionais com o propósito de garantir a manutenção da paz e da segurança
internacional.
Esses acordos, no entanto, não podem ser utilizados com medidas coercitivas,
essas dependerão de autorização do Conselho de Segurança.

COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ECONÔMICA E SOCIAL


Quando falamos em cooperação internacional econômica e social, estamos nos
referindo da preocupação da ONU em defender e garantir os direitos humanos.

Artigo 55.
Com o fim de criar condições de estabilidade e bem-estar, necessárias às
relações pacíficas e amistosas entre as Nações, baseadas no respeito ao
princípio da igualdade de direitos e da autodeterminação dos povos, as Nações
Unidas favorecerão:
a) níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e condições de progresso
e desenvolvimento econômico e social;
b) a solução dos problemas internacionais econômicos, sociais,
sanitários e conexos; a cooperação internacional, de caráter
cultural e educacional; e
c) o respeito universal e efetivo dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo,
língua ou religião.

• melhoria de vida
• solução dos problemas internacionais
• cooperação internacional
• respeito universal e efetivo dos direitos humanos

813
Artigo 57.
As várias entidades especializadas, criadas por acordos
intergovernamentais e com amplas responsabilidades internacionais,
definidas em seus instrumentos básicos, nos campos econômico, social,
cultural, educacional, sanitário e conexos, serão vinculadas às Nações
Unidas, de conformidade com as disposições do Artigo 63.

Tais entidades assim vinculadas às Nações Unidas serão designadas,


daqui por diante, como entidades especializadas.

Artigo 59.
A Organização, quando julgar conveniente, iniciará negociações entre os
Estados interessados para a criação de novas entidades especializadas
que forem necessárias ao cumprimento dos propósitos enumerados no
Artigo 55.

Artigo 60.
A Assembleia Geral e, sob sua autoridade, o Conselho Econômico e
Social, que dispões, para esse efeito, da competência que lhe é atribuída
no Capítulo X, são incumbidos de exercer as funções da Organização
estipuladas no presente Capítulo.

EXERCÍCIOS
1. Poderão participar das discussões de questões submetidas ao Conselho de
Segurança tendo, inclusive, direito a voto, membros da ONU que não sejam
membros do Conselho de Segurança.

Certo ( ) Errado ( )

2. Questões processuais relativas ao Conselho de segurança serão decididas


por:

a) 9 votos dos 10 membros


b) 9 votos dos 15 membros
c) 15 votos dos 20 membros
d) 15 votos dos 15 membros

814
3. Cada membro do Conselho de Segurança terá um voto

Certo ( ) Errado ( )

GABARITO

01 - E
02 - B
03 - C

CARTA DA ONU III


Dando continuidade ao nosso estudo sobre a Carta das Nações Unidas, observe:

CONSELHO ECONÔMICO E SOCIAL


Artigo 61.
O Conselho Econômico e Social será composto de cinquenta e quatro
Membros das Nações Unidas eleitos pela Assembleia Geral.

De acordo com os dispositivos do parágrafo 3, dezoito Membros do


Conselho Econômico e Social serão eleitos cada ano para um período de
três anos, podendo, ao terminar esse prazo, ser reeleitos para o período
seguinte.

Na primeira eleição a realizar-se depois de elevado de vinte e sete para


cinquenta e quatro o número de Membros do Conselho Econômico e
Social, além dos Membros que forem eleitos para substituir os nove
Membros, cujo mandato expira no fim desse ano, serão eleitos outros
vinte e sete Membros. O mandato de nove destes vinte e sete Membros
suplementares assim eleitos expirará no fim de um ano e o de nove outros
no fim de dois anos, de acordo com o que for determinado pela
Assembleia Geral.

Cada Membro do Conselho Econômico e social terá nele um


representante.

Quanto a composição, memorize que o Conselho Econômico e Social é


composto por:

815
• 54 membros
• eleitos em grupos de 18 membros todos os anos
• mandato de 3 anos
• cada membro terá nele 1 representante

Artigo 62.
O Conselho Econômico e Social fará ou iniciará estudos e relatórios a
respeito de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultural,
educacional, sanitário e conexos e poderá fazer recomendações a
respeito de tais assuntos à Assembleia Geral, aos Membros das Nações
Unidas e às entidades especializadas interessadas.

Poderá, igualmente, fazer recomendações destinadas a promover o


respeito e a observância dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais para todos.

Poderá preparar projetos de convenções a serem submetidos à


Assembleia Geral, sobre assuntos de sua competência.

Poderá convocar, de acordo com as regras estipuladas pelas Nações


Unidas, conferências internacionais sobre assuntos de sua competência.

Artigo 63.
O conselho Econômico e Social poderá estabelecer acordos com
qualquer das entidades a que se refere o Artigo 57, a fim de determinar
as condições em que a entidade interessada será vinculada às Nações
Unidas. Tais acordos serão submetidos à aprovação da Assembleia
Geral.

Poderá coordenar as atividades das entidades especializadas, por meio


de consultas e recomendações às mesmas e de recomendações à
Assembleia Geral e aos Membros das Nações Unidas.

Artigo 64.
O Conselho Econômico e Social poderá tomar as medidas adequadas a
fim de obter relatórios regulares das entidades especializadas. Poderá
entrar em entendimentos com os Membros das Nações Unidas e com as
entidades especializadas, a fim de obter relatórios sobre as medidas
tomadas para cumprimento de suas próprias recomendações e das que
forem feitas pelas Assembleia Geral sobre assuntos da competência do
Conselho.

816
Poderá comunicar à Assembleia Geral suas observações a respeito
desses relatórios.

Artigo 65.
O Conselho Econômico e Social poderá fornecer informações ao
Conselho de Segurança e, a pedido deste, prestar-lhe assistência.

Artigo 66.
O Conselho Econômico e Social desempenhará as funções que forem de
sua competência em relação ao cumprimento das recomendações da
Assembleia Geral.

Poderá mediante aprovação da Assembleia Geral, prestar os serviços que


lhe forem solicitados pelos Membros das Nações unidas e pelas
entidades especializadas.

Desempenhará as demais funções específicas em outras partes da


presente Carta ou as que forem atribuídas pela Assembleia Geral.

Quanto as funções e as atribuições do Conselho Econômico e Social, observe


as seguintes regras
• competência para fazer recomendações
• criar projetos e convenções
• convocar conferências internacionais

Artigo 67.
Cada Membro do Conselho Econômico e Social terá um voto.

As decisões do Conselho Econômico e Social serão tomadas por maioria


dos membros presentes e votantes.

Processo

Artigo 68.
O Conselho Econômico e Social criará comissões para os assuntos
econômicos e sociais e a proteção dos direitos humanos assim como

817
outras comissões que forem necessárias para o desempenho de suas
funções.

Artigo 69.
O Conselho Econômico e Social poderá convidar qualquer Membro das
Nações Unidas a tomar parte, sem voto, em suas deliberações sobre
qualquer assunto que interesse particularmente a esse Membro.

Artigo 70.
O Conselho Econômico e Social poderá entrar em entendimentos para
que representantes das entidades especializadas tomem parte, sem voto,
em suas deliberações e nas das comissões por ele criadas, e para que os
seus próprios representantes tomem parte nas deliberações das
entidades especializadas.

Artigo 71.
O Conselho Econômico e Social poderá entrar nos entendimentos
convenientes para a consulta com organizações não governamentais,
encarregadas de questões que estiverem dentro da sua própria
competência. Tais entendimentos poderão ser feitos com organizações
internacionais e, quando for o caso, com organizações nacionais, depois
de efetuadas consultas com o Membro das Nações Unidas no caso.

Artigo 72.
O Conselho Econômico e Social adotará seu próprio regulamento, que
incluirá o método de escolha de seu Presidente.

O Conselho Econômico e Social reunir-se-á quando for necessário, de


acordo com o seu regulamento, o qual deverá incluir disposições
referentes à convocação de reuniões a pedido da maioria dos Membros.

Cada membro do conselho terá um voto, e as decisões serão tomadas pela


maioria relativa dos membros votantes. Para o desempenho de suas funções,
poderão ser criadas comissões.
Se houver um assunto que interesse em específico um membro da ONU, o
Conselho poderá convoca-lo para tomar parte, porém, não terá direito a voto em
suas deliberações

818
O Conselho Econômico e Social terá competência de adotar seu próprio
regulamento, inclusive, poderá conter o método de escolha do seu presidente.
Quanto as reuniões, o Conselho reunir-se-á quando necessário, de acordo com
seu regulamento, nesse regulamento deverá contar ainda dispositivos referentes
a convocações de reuniões a pedido da maioria dos membros.
Cada membro do conselho terá um voto, e as decisões serão tomadas pela
maioria relativa dos membros votantes. Para o desempenho de suas funções,
poderão ser criadas comissões.
Se houver um assunto que interesse em específico um membro da ONU, o
Conselho poderá convoca-lo para tomar parte, porém, não terá direito a voto em
suas deliberações
O Conselho Econômico e Social terá competência de adotar seu próprio
regulamento, inclusive, poderá conter o método de escolha do seu presidente.
Quanto as reuniões, o Conselho reunir-se-á quando necessário, de acordo com
seu regulamento, nesse regulamento deverá contar ainda dispositivos referentes
a convocações de reuniões a pedido da maioria dos membros.

SISTEMA INTERNACIONAL DE TUTELA

Funciona como um mecanismo que busca assegurar a autodeterminação dos


povos e a descolonização. Tem como objetivo, fornecer a paz, a segurança, o
respeito aos direitos humanos, dentre outros.

Artigo 76.
Os objetivos básicos do sistema de tutela, de acordo com os Propósitos
das Nações Unidas enumerados no Artigo 1 da presente Carta serão:

a) favorecer a paz e a segurança internacionais;


b) fomentar o progresso político, econômico, social e educacional dos
habitantes dos territórios tutelados e o seu desenvolvimento
progressivo para alcançar governo próprio ou independência,
como mais convenha às circunstâncias particulares de cada
território e de seus habitantes e aos desejos livremente expressos
dos povos interessados e como for previsto nos termos de cada
acordo de tutela;
c) estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades
fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo língua ou
religião e favorecer o reconhecimento da interdependência de
todos os povos; e

819
d) assegurar igualdade de tratamento nos domínios social,
econômico e comercial para todos os Membros das nações Unidas
e seus nacionais e, para estes últimos, igual tratamento na
administração da justiça, sem prejuízo dos objetivos acima
expostos e sob reserva das disposições do Artigo 80.

Os objetivos do conselho de tutela são:


• fomentar o processo de descolonização;
• fomentar a autodeterminação dos povos;
• fornecer a paz e a segurança internacionais;
• estimular o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais;
• assegurar a igualdade de tratamento.

Artigo 78.
O sistema de tutela não será aplicado a territórios que se tenham tornado
Membros das Nações Unidas, cujas relações mútuas deverão basear-se
no respeito ao princípio da igualdade soberana.

Observe a vedação expressa quanto a aplicação do sistema de tutela aos


territórios que tenham se tornado membros da ONU.

Artigo 81.
O acordo de tutela deverá, em cada caso, incluir as condições sob as
quais o território tutelado será administrado e designar a autoridade que
exercerá essa administração. Tal autoridade, daqui por diante chamada a
autoridade administradora, poderá ser um ou mais Estados ou a própria
Organização.

Artigo 84.
A autoridade administradora terá o dever de assegurar que o território
tutelado preste sua colaboração à manutenção da paz e da segurança
internacionais. para tal fim, a autoridade administradora poderá fazer uso
de forças voluntárias, de facilidades e da ajuda do território tutelado para
o desempenho das obrigações por ele assumidas a este respeito perante
o Conselho de Segurança, assim como para a defesa local e para a
manutenção da lei e da ordem dentro do território tutelado.

820
CONSELHO DE TUTELA
Artigo 86.
O Conselho de Tutela será composto dos seguintes Membros das Nações
Unidas:
a) os Membros que administrem territórios tutelados;
b) aqueles dentre os Membros mencionados nominalmente no Artigo
23, que não estiverem administrando territórios tutelados; e
c) quantos outros Membros eleitos por um período de três anos, pela
Assembleia Geral, sejam necessários para assegurar que o
número total de Membros do Conselho de Tutela fique igualmente
dividido entre os Membros das Nações Unidas que administrem
territórios tutelados e aqueles que o não fazem.

Cada Membro do Conselho de Tutela designará uma pessoa


especialmente qualificada para representá-lo perante o Conselho.

Artigo 87.
A Assembleia Geral e, sob a sua autoridade, o Conselho de Tutela, no
desempenho de suas funções, poderão:
a) examinar os relatórios que lhes tenham sido submetidos pela
autoridade administradora;
b) Aceitar petições e examiná-las, em consulta com a autoridade
administradora;
c) providenciar sobre visitas periódicas aos territórios tutelados em
épocas ficadas de acordo com a autoridade administradora; e
d) tomar estas e outras medidas de conformidade com os termos dos
acordos de tutela.

Artigo 88.
O Conselho de Tutela formulará um questionário sobre o adiantamento
político, econômico, social e educacional dos habitantes de cada território
tutelado e a autoridade administradora de cada um destes territórios,
dentro da competência da Assembleia Geral, fará um relatório anual à
Assembleia, baseado no referido questionário.

Memorize:
• membros que administrem territórios tutelados

821
• membros permanentes do conselho de segurança que não estiverem
administrando territórios cada membro designará uma pessoa
especialmente qualificada para representa-lo.

Artigo 89
Cada Membro do Conselho de Tutela terá um voto.

As decisões do Conselho de Tutela serão tomadas por uma maioria dos


membros presentes e votantes.

As decisões são tomadas pela maioria relativa dos membros.

CORTE INTERNANCIONAL DE JUSTIÇA

Principal órgão judiciário da ONU


Artigo 92.
A Corte Internacional de Justiça será o principal órgão judiciário das
Nações Unidas. Funcionará de acordo com o Estatuto anexo, que é
baseado no Estatuto da Corte Permanente de Justiça Internacional e faz
parte integrante da presente Carta.

Artigo 93.
Todos os Membros das Nações Unidas são ipso facto partes do Estatuto
da Corte Internacional de Justiça.

Um Estado que não for Membro das Nações Unidas poderá tornar-se
parte no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, em condições que
serão determinadas, em cada caso, pela Assembleia Geral, mediante
recomendação do Conselho de Segurança.

Artigo 94.
Cada Membro das Nações Unidas se compromete a conformar-se com a
decisão da Corte Internacional de Justiça em qualquer caso em que for
parte.

Se uma das partes num caso deixar de cumprir as obrigações que lhe
incumbem em virtude de sentença proferida pela Corte, a outra terá direito

822
de recorrer ao Conselho de Segurança que poderá, se julgar necessário,
fazer recomendações ou decidir sobre medidas a serem tomadas para o
cumprimento da sentença.

Artigo 95.
Nada na presente Carta impedirá os Membros das Nações Unidas de
confiarem a solução de suas divergências a outros tribunais, em virtude
de acordos já vigentes ou que possam ser concluídos no futuro.

Artigo 96.
A Assembleia Geral ou o Conselho de Segurança poderá solicitar parecer
consultivo da Corte Internacional de Justiça, sobre qualquer questão de
ordem jurídica.

Outros órgãos das Nações Unidas e entidades especializadas, que forem


em qualquer época devidamente autorizados pela Assembleia Geral,
poderão também solicitar pareceres consultivos da Corte sobre questões
jurídicas surgidas dentro da esfera de suas atividades.

Competência da Corte
• CONSULTIVA – parecer oficial a respeito de determinadas matérias
• CONTENCIOSA – resolução de litígios, quando há violação de direitos
humanos

SECRETARIADO
É o principal funcionário administrativo da ONU

Artigo 97.
O Secretariado será composto de um Secretário-Geral e do pessoal
exigido pela Organização. O Secretário-Geral será indicado pela
Assembleia Geral mediante a recomendação do Conselho de Segurança.
Será o principal funcionário administrativo da Organização.

Artigo 98.
O Secretário-Geral atuará neste caráter em todas as reuniões da
Assembleia Geral, do Conselho de Segurança, do Conselho Econômico
e Social e do Conselho de Tutela e desempenhará outras funções que lhe

823
forem atribuídas por estes órgãos. O Secretário-Geral fará um relatório
anual à Assembleia Geral sobre os trabalhos da Organização.

Artigo 99.
O Secretário-Geral poderá chamar a atenção do Conselho de Segurança
para qualquer assunto que em sua opinião possa ameaçar a manutenção
da paz e da segurança internacionais.

Artigo 100.
No desempenho de seus deveres, o Secretário-Geral e o pessoal do
Secretariado não solicitarão nem receberão instruções de qualquer
governo ou de qualquer autoridade estranha à organização. Abster-se-ão
de qualquer ação que seja incompatível com a sua posição de
funcionários internacionais responsáveis somente perante a
Organização.

Cada Membro das Nações Unidas se compromete a respeitar o caráter


exclusivamente internacional das atribuições do Secretário-Geral e do
pessoal do Secretariado e não procurará exercer qualquer influência
sobre eles, no desempenho de suas funções.

Artigo 101.
O pessoal do Secretariado será nomeado pelo Secretário Geral, de
acordo com regras estabelecidas pela Assembleia Geral.

Será também nomeado, em caráter permanente, o pessoal adequado


para o Conselho Econômico e Social, o conselho de Tutela e, quando for
necessário para outros órgãos das Nações Unidas. Esses funcionários
farão parte do Secretariado.

A consideração principal que prevalecerá na escolha do pessoal e na


determinação das condições de serviço será a da necessidade de
assegurar o mais alto grau de eficiência, competência e integridade.
Deverá ser levada na devida conta a importância de ser a escolha do
pessoal feita dentro do mais amplo critério geográfico possível.

Observe que o Secretário-Geral será escolhido pela Assembleia Geral e


recomendado pelo Conselho de Segurança e desempenhará as funções que
forem a ele atribuídas.

824
EMENDAS

Artigo 108.
As emendas à presente Carta entrarão em vigor para todos os Membros
das Nações Unidas, quando forem adotadas pelos votos de dois terços
dos membros da Assembleia Geral e ratificada de acordo com os seus
respectivos métodos constitucionais por dois terços dos Membros das
Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do Conselho
de Segurança.

Artigo 109.
Uma Conferência Geral dos Membros das Nações Unidas, destinada a
rever a presente Carta, poderá reunir-se em data e lugar a serem fixados
pelo voto de dois terços dos membros da Assembleia Geral e de nove
membros quaisquer do Conselho de Segurança.
Cada Membro das Nações Unidas terá voto nessa Conferência.
Qualquer modificação à presente Carta, que for recomendada por dois
terços dos votos da Conferência, terá efeito depois de ratificada, de
acordo com os respectivos métodos constitucionais, por dois terços dos
Membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes
do Conselho de Segurança.

Se essa Conferência não for celebrada antes da décima sessão anual da


Assembleia Geral que se seguir à entrada em vigor da presente Carta, a
proposta de sua convocação deverá figurar na agenda da referida sessão
da Assembleia Geral, e a Conferência será realizada, se assim for
decidido por maioria de votos dos membros da Assembleia Geral, e pelo
voto de sete membros quaisquer do Conselho de Segurança.

A Carta da ONU poderá ser alterada por emenda, porém, para isso, um quórum
deve ser observado:
• 2/3 dos votos dos membros da assembleia geral
• retificada por 2/3 dos membros das nações unidas e todos os membros
permanentes do conselho de segurança.

825
EXERCÍCIO

1. O conselho econômico e social é composto por 54 membros, eleitos em


grupos de 18 membros todos os anos

Certo ( ) Errado ( )

2. O Secretário-Geral será escolhido pela Assembleia Geral e recomendado pelo


Conselho de Segurança e desempenhará as funções que forem a ele atribuídas.

Certo ( ) Errado ( )

3. Quanto as funções e as atribuições do Conselho Econômico e Social,


podemos destacar a competência para fazer recomendações

Certo ( ) Errado ( )

Gabarito
01 - C
02 - C
03 - C

826
CONVENÇÃO PARA PREVENÇÃO E REPRESSÃO
AO CRIME DE GENOCÍDIO

O crime de genocídio é totalmente contrário aos objetivos traçados pelas Nações


Unidas, é uma atitude condenada por todo o mundo civilizado, pois, diretamente
fere os direitos mais importante do ser humano, a integridade física, a vida, sua
dignidade.
Durante todo o período da história, o genocídio causou enormes percas e
sofrimentos a humanidade. Para a liberdade da sociedade, é necessária a
cooperação internacional.
Artigo 1º
As Partes Contratantes confirmam que o genocídio, seja cometido em
tempo de paz ou em tempo de guerra, é um crime do direito dos povos,
que desde já se comprometem a prevenir e a punir
O genocídio, como dito anteriormente, fere diretamente a dignidade do ser
humano, em qualquer tempo, ao ser cometido, viola direitos do povo, de toda a
humanidade, como a vida, integridade física, dentre outros.

Artigo 2º
Na presente Convenção, entende-se por genocídio os atos abaixo indicados,
cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional,
étnico, racial ou religioso, tais como:
a) Assassinato de membros do grupo;
b) Atentado grave à integridade física e mental de membros do grupo;
c) Submissão deliberada do grupo a condições de existência que
acarretarão a sua destruição física, total ou parcial;
d) Medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
e) Transferência forçada das crianças do grupo para outro grupo.

O conceito de genocídio consiste em:


• assassinato de membros de um grupo
• atentado grave a integridade física e mental de qualquer desses membros
• submissão de grupos que acarretam a sua destruição física, total ou
parcial
• medidas que impedem o nascimento no seio dos grupos
• transferência forçada de crianças entre grupos

827
Artigo 3º
Serão punidos os seguintes atos:
a) O genocídio;
b) O acordo com vista a cometer genocídio;
c) O incitamento, direto e público, ao genocídio;
d) A tentativa de genocídio;
e) A cumplicidade no genocídio.

Além da prática direta de genocídio, algumas condutas equiparadas também


serão punidas.

Artigo 6.º
As pessoas acusadas de genocídio ou de qualquer dos outros atos
enumerados no artigo 3.º serão julgadas pelos tribunais competentes do
Estado em cujo território o ato foi cometido ou pelo tribunal criminal
internacional que tiver competência quanto às Partes Contratantes que
tenham reconhecido a sua jurisdição

Observe, para a sua prova, como funciona o julgamento dos acusados de


praticar genocídio

Artigo 7º
O genocídio e os outros atos enumerados no artigo 3.º não serão
considerados crimes políticos, para efeitos de extradição.

Em tal caso, as Partes Contratantes obrigam-se a conceder a extradição


de acordo com a sua legislação e com os tratados em vigor.

Mesmo sendo o crime de genocídio considerado de extrema gravidade para toda


a humanidade, não posso considera-lo como sendo um crime político para
efeitos de extradição do agente, porém, cabe as partes contratantes do
respectivo acordo, conceder a extradição em conformidade com sua legislação.

Artigo 8°
As Partes Contratantes podem recorrer aos órgãos competentes da
Organização das Nações Unidas para que estes, de acordo com a Carta
das Nações Unidas, tomem as medidas que julguem apropriadas para a

828
prevenção e repressão dos atos de genocídio ou dos outros atos
enumerados no artigo 3º

Sempre que a parte contratante tomar conhecimento da pratica de crimes de


genocídio, poderá recorrer ao órgão competente da ONU para que tome as
medidas necessárias.

Artigo 14°
A presente Convenção terá uma duração de 10 anos contados da data da
sua entrada em vigor.

Após esse período, ficará em vigor por cinco anos, e assim


sucessivamente, para as Partes Contratantes que a não tiverem
denunciado seis meses pelo menos antes de expirar o termo.

A denúncia será feita por notificação escrita, dirigida ao Secretário-Geral


da Organização das Nações Unidas.

Observe que a notificação será feita de forma escrita e dirigida ao Secretário-


Geral da Organização das Nações Unidas.
Artigo 16°
As Partes Contratantes poderão, a todo o tempo, formular um pedido de
revisão da presente Convenção, mediante notificação escrita dirigida ao
Secretário-Geral.
A Assembleia Geral deliberará sobre as medidas a tomar, se for o caso,
sobre esse pedido.

O pedido de revisão pode ser formulado a qualquer tempo

Artigo 17°
O Secretário-Geral das Nações Unidas notificará todos os Estados
membros da Organização e os Estados não membros referidos no artigo
11.º:
a) Das assinaturas, ratificações e adesões recebidas em aplicação do
artigo 11.º;
b) Das notificações recebidas em aplicação do artigo 12.º;
c) Da data da entrada em vigor da presente Convenção, em aplicação
do artigo 13.º;

829
d) Das denúncias recebidas em aplicação do artigo 14.º;
e) Da revogação da Convenção em aplicação do artigo 15.º;
f) Das notificações recebidas em aplicação do artigo 16.

Observe que a notificação é feita pelo secretário geral da ONU a todos os


membros e não membros da ONU.

Exercícios

1. A transferência forçada de crianças de um grupo para outro, pode ser


considerado como um crime de genocídio

Certo ( ) Errado ( )

2. As Partes Contratantes poderão, a todo o tempo, formular um pedido de


revisão da presente Convenção.

a) mediante notificação oral ou escrita dirigida ao Secretário-Geral.


b) mediante notificação escrita dirigida ao Comitê da ONU.
c) mediante notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral.
d) mediante notificação escrita dirigida ao Secretário-Adjunto.

3. As Partes Contratantes podem recorrer aos órgãos competentes da


Organização das Nações Unidas para que estes, de acordo com a Carta das
Nações Unidas, tomem as medidas que julguem apropriadas para a prevenção
e repressão dos atos de genocídio

Certo ( ) Errado ( )

4. Por ser o genocídio um crime contra os mais preciosos valores do ser humano,
ele poderá ser considerado um crime político, o que autoriza a extradição

Certo ( ) Errado ( )

830
Gabarito

01 - C
02 - C
03 - C
04 - E

831
LEGISLAÇÃO
ESPECIAL

832
Lei De Drogas – 11.343/2006

Considerações iniciais:
Antes de iniciarmos falando sobre a Lei de Drogas em si, devemos observar
alguns pontos que as bancas podem nos confundir, como por exemplo a questão
da revogação de duas leis que tratavam sobre drogas, mas com assuntos
diferentes. A lei 11.343/2006 revogou expressamente Lei n. 6.368/1976 que
trazia o que estava escrito na lei, ou seja, a conduta em si e 10.409/2002 que
trazia os procedimentos que deveriam ser feitos sendo conhecidas como antiga
lei de drogas.

Pontos Importantes:
• A nova lei de drogas trouxe um tratamento diferenciado quanto a antiga para o
chamado usuário, pois na 11.343/2006 o usuário tem sua punição sendo feita de
forma menos rigorosa em comparação com a antiga lei que trazia uma permissão
de prisão de até 03 anos.
• Foi criado o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas.

A Lei de Drogas, além de instituir o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre


Drogas (SISNAD), acabou tipificando alguns crimes específicos, relacionados a
tal lei.

Art. 1º - Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
- SISNAD; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas
para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define
crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim
especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo
Poder Executivo da União.

Definição de drogas: Quaisquer substâncias ou os produtos capazes de causar


dependência, porém é necessário ainda que as substâncias estejam
relacionadas em lei específica ou em ato do Poder Executivo, sendo
regulamentadas hoje pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

833
BIZU MONSTRUOSO!!!
A lei de drogas contém tipos penais em branco, ou seja, são títulos que
precisam ter seu conteúdo estabelecido por outra forma.

Art. 2º - Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o


plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais
possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de
autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de
Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito
de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Regra geral: Proibição do uso de drogas. Do plantio, a cultura, a colheita e a


exploração de plantas que sirvam para a produção de drogas.

SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICA SOBRE DROGAS.


O SIANAD é o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos
materiais e humanos que envolvem as políticas, planos, programas, ações e
projetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas
Públicas sobre Drogas dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

EXERCÍCIOS

1) De acordo com a lei de drogas ficam proibidas, em todo o território nacional,


as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais
e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, inclusive
quando há autorização legal ou regulamentar.

2) De acordo com a lei 11.343/2006 consideram-se como drogas as substâncias


ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou
relacionados em listas que não necessitam de atualização periódica do Poder
Executivo da União.

834
3) A lei de drogas institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas-
SISNAD; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito
de drogas e define crimes.

GABARITO:
1-E
2-E
3-C

835
Lei De Drogas – 11.343/2006

Das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social


de usuários e dependentes de drogas
É possível observar no decorrer da lei que existem muitos dispositivos do
sistema nacional de políticas públicas sobre drogas que trazem como objetivos
da lei a prevenção ao uso indevido e a repressão à produção não autorizada e
ao tráfico ilícito, assim podemos observar que a lei de drogas trabalha em cima
de duas vertentes: uma é a prevenção, atenção e reinserção social dos usuários
e dependentes, e a outra é a repressão à produção e tráfico de drogas, aqui
voltado para a figura dos “TRAFICANTES”.

As atividades de prevenção dizem respeito à redução dos fatores de


vulnerabilidade e risco e à promoção e fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para
efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de
vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de
proteção.
• Outro ponto importantíssimo a ser citado é a instauração da semana
nacional de políticas sobre drogas, a ser comemorada anualmente na
quarta semana de junho.
• O art. 19-A traz a definição e detalha as ações que serão tomadas nessa
semana especial.

Art. 19. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas,


comemorada anualmente, na quarta semana de junho.
§ 1º No período de que trata o caput, serão intensificadas as ações de:
I - Difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas;
II - Promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas;

836
III - Difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção
social e econômica de usuários de drogas;
IV - Divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido
de drogas;
V - Mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e
enfrentamento às drogas;
VI - Mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na
realização de atividades de prevenção ao uso de drogas.

Outro fato a ser comentado é sobre as atividades de atenção ao usuário e ao


dependente de drogas que tem o objetivo de melhorar qualidade de vida e à
redução dos riscos e danos associados ao uso de drogas. A reinserção social
não deve ficar focada somente no usuário ou dependente, também deve focar
nos familiares.

Dos crimes e das penas


É aqui que começamos a falar sobre os assuntos mais cobrados dentro da prova
de concurso público, não negligenciando os aspectos introdutórios pois também
há chance de cair na sua prova. Estudaremos os artigos mais importantes desta
lei, analisando cada um de maneira aprofundada.

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério
Público e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - Advertência sobre os efeitos das drogas;


II - Prestação de serviços à comunidade;
III -Medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo.

OBS: Quando iniciamos a fala sobre o caput do art. 28, é importante salientar
que houve uma mudança em relação a lei anterior, que não trazia como delito
as condutas de “ter em depósito” e “transportar”.

837
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia,
cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de
substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

O §1º do art. 28 também considera crime a conduta de quem semeia, cultiva


ou colhe plantas destinadas à preparação de pequenas quantidades de
droga para uso pessoal.

Daí inicia-se uma discussão visando saber se houve ou não uma


descriminalização em torno deste tema. Luiz Flávio Gomes que é um jurista,
professor e político brasileiro afirma que houve uma descriminalização formal
das condutas previstas na lei, enquanto outros doutrinadores defendem que
houve descriminalização material, o chamado abolitio criminis.
De acordo com o STF no julgamento do Recurso Extraordinário 430.105-9-RJ
- identificou apenas a despenalização, e não a descriminalização.
De acordo com o STF no julgamento do Recurso Extraordinário 430.105-9-RJ
- identificou apenas a despenalização, e não a descriminalização.

BIZU MONSTRUOSO!!!
Não há descriminalização no artigo 28 e sim despenalização, para o STF as
medidas previstas no artigo 28 são pena

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá


à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em
que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à
conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput


deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

OBS: Temos que nos atentar as penas previstas no inciso II e III que tem um
limite temporal de 5 meses, e havendo reincidência 10 meses.

838
• E se caso o agente se recuse a cumprir as medidas?
Se o agente se recursar injustificadamente a cumprir as medidas previstas no
art. 28, o juiz deve submetê-lo, sucessivamente, a admoestação verbal e
multa.

EXERCÍCIOS

1) De acordo com a lei de drogas poderão ser aplicadas isolada ou


cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério
Público e o defensor.

2) De acordo com a doutrina majoritária é possível afirmar que quando se trata


de lei de drogas, em relação ao seu artigo 28 que trata da posse para consumo
pessoal houve a descriminalização de tal conduta.

3) De acordo com a lei 11.343/2006 caso o agente se recurse injustificadamente


a cumprir as medidas previstas no art. 28, o juiz deve submetê-lo,
sucessivamente, a admoestação verbal e multa.

GABARITO:

1-C
2-E
3-C

839
Lei De Drogas – 11.343/2006

POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL

Aspectos importantes
Posse: É o tipo penal que descreve a conduta de quem adquiri a droga.
Consumo pessoal: “Viciado”/usuário.

#CARACTERÍSTICAS:

1) Objeto jurídico: (O bem tutelado) a saúde pública.


2) Objeto Material: (É a matéria) é a droga ilícita.
3) Sujeito Ativo: É quem desenvolve a ação criminosa, podendo ser qualquer
pessoa (Crime Comum).
4) Sujeito Passivo: (A vítima) Estado.
5) Elemento Objetivo: Núcleos do tipo – Não precisa ser valorada pelo juiz.
• Adquirir
• Guardar
• Ter em depósito
• Transportar
• Trouxer consigo
6) Elemento Subjetivo: Dolo específico.

Exemplo de dolo específico: No artigo 28 a droga é adquirida com o fim


específico de ser consumida.
7) Consumação: O crime se consuma quando alguma das condutas é praticada
De acordo com a posição majoritária não se admiti forma tentada.

BIZU MONSTRUOSO!!!
De acordo com o princípio da reserva legal “USAR” não é crime, logo não se
pode punir alguém por conduta que não está descrita na lei.

840
É importante salientar que a apreensão da droga é obrigatória.

É uma norma penal em branco homogênea ou heterogênea?


Heterogênea, pois o termo droga precisa ser complementado por normas de
caráter administrativo.

BIZU MONSTRUOSO!!!
QUEM CULTIVA, SEMEIA OU COLHE PLANTAS PARA FABRICAÇÃO DE
DROGAS É TRAFICANTE?

Depende
1) Pequena quantidade de drogas
2) Destinado ao consumo pessoal

841
EXERCÍCIOS

1) De acordo com a posição majoritária quem cultiva, semeia ou colhe plantas


para fabricação de drogas é considerado como traficante.

2) De acordo com o STF as penas do artigo 28 não tem natureza de crime, pois
foi admitido a descriminalização destas condutas.

GABARITO:

1-E
2-E

842
Lei De Drogas – 11.343/2006

Da repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas

Aspectos penais
Art. 31 - É indispensável a licença prévia da autoridade competente para
produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito,
importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,
comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima
destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.

• REGRA GERAL: É a vedação que nós já vimos.


• EXCEÇÕES: é permitido requerer licença para manusear substâncias
ilícitas, caso a pessoa exerça atividade legítima relacionada a drogas. As
provas poderão trazer alguns exemplos como pesquisa científica,
produção de remédios assim como outros.

Qual o procedimento a ser feito pela autoridade competente ao se deparar com


plantações?
1) As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de
polícia.
BIZU MONSTRUOSO: Não necessita de autorização judicial.

2) Caso seja feita a destruição por meio de queimada, deve-se observar as


normas relacionadas a proteção ambiental.
BIZU MONSTRUOSO: não é necessária a autorização do Sistema Nacional
do Meio Ambiente (SISNAMA).

3) A autoridade policial deve atentar por recolher uma quantidade suficiente para
produção de prova que ficará constado no inquérito e nos autos.
BIZU MONSTRUOSO: Não deve ser destruída a droga sem antes recolher
uma quantidade suficiente para ser feito o exame pericial.

TRÁFICO DE DROGAS

843
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar,
prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500
(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

Já para darmos início a tal assunto devemos observar que o tráfico ilícito de
entorpecentes tem 18 núcleos do tipo, ou 18 verbos diferentes.

BIZU MOSNTRUOSO: Podemos dizer que se trata de um TIPO PENAL MISTO


ALTERNATIVO, ou seja, caso seja praticada mais de umas das condutas
citadas não há o que se falar em concurso de crimes.

BIZU MONSTRUOSO!!!
O cometimento de qualquer das 18 condutas não depende de lucro. Ainda
pratica o crime de tráfico aquele que fornece ou oferece drogas, mesmo que
gratuitamente.

STJ – A simples conduta de negociar a aquisição de drogas, ainda que por


telefone, já é suficiente para caracterizar o crime em sua forma consumada,
e não apenas tentada.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem:


I - Importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas;
II - Semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-
prima para a preparação de drogas;
III - Utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

844
IV - Vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente.

crimes equiparados ao tráfico


• não se exige que a substância já contenha o efeito farmacológico ou seja que
já esteja pronta propriamente dizendo, pois já é suficiente que a autoridade
policial e, posteriormente, o Ministério Público, entenda e veja que a substância
se destina ao preparo da droga.

ATENÇÃO!!!
1) De acordo com o STF a matéria-prima ou insumo deve ter condições e
qualidades químicas que permitam, mediante transformação ou adição, por
exemplo, a produção da droga ilícita. Não é esse o caso das sementes da planta
cannabis sativa, as quais não possuem a substância psicoativa THC, ou seja, as
sementes da maconha não configuram os elementos proibidos pelo texto
legal.
2) O inciso II criminaliza a conduta de quem planta ou colhe os vegetais que
servem de matéria prima para o preparo da droga. Devemos observar também
o que traz a constituição federal em seu artigo 243:
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde
forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de
trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no
que couber, o disposto no art. 5º.
3) O inciso III trata da utilização de bem ou local de qualquer natureza para o
tráfico. Este tipo penal pune o agente que não pratica o tráfico diretamente, mas
o admite em local da qual tem a posse, propriedade, administração, guarda ou
vigilância.

BIZU MOSNTRUOSO: Não incorrerá em crime caso um indivíduo permita o uso


de sua propriedade ou seu barco para seus amigos consumirem drogas pois o
inciso III só será tipificado quando o objetivo for permitir o tráfico.

845
EXERCÍCIOS

1) De acordo com a lei de drogas é indispensável a licença prévia da autoridade


competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir,
manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor,
oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas
ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências
legais.

2) De acordo com o STJ a simples conduta de negociar a aquisição de drogas,


ainda que por telefone, não é considerada suficiente para caracterizar o crime
em sua forma consumada.

GABARITO:

1-C
2-E

846
Lei De Drogas – 11.343/2006

TRÁFICO DE DROGAS

Aspectos importantes
§ 3º - Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu
relacionamento, para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700


(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas
previstas no art. 28.

Aqui é o que as bancas poderão trazer como uso compartilhado, ou tráfico


de menor potencial ofensivo, para ocorrer tal delito é importante que haja a
concomitância de alguns elementos:

1) o oferecimento da droga de forma eventual para pessoa do seu


relacionamento
2) a ausência do objetivo de lucro
3) e o consumo conjunto.

• Caso algum dos elementos citados não esteja presente o agente


responde pelo crime comum de tráfico ilícito de drogas.

§ 4º - Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser


reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização
criminosa.

#TRÁFICO PRIVILEGIADO

É uma causa de diminuição de pena, no qual o traficante não é profissional,


cometeu aquele delito eventualmente. Para haver o tráfico privilegiado deve-se
observar alguns requisitos:

847
1) que o agente seja primário.
2) tenha bons antecedentes.
3) não integre organizações nem se dedique a atividades criminosas.

OBS: As atividades criminosas mencionadas não precisam necessariamente ter


relação com o tráfico de drogas.

ATENÇÃO!!!

• para o STF, a quantidade de drogas apreendidas não importa na aplicação da


minorante do §4º, mesmo que seja uma quantidade muito grande.

A vedação da conversão da pena do tráfico privilegiado em penas restritivas de


direitos foi declarada inconstitucional pelo STF em sede de controle difuso, e
teve sua eficácia suspensa pela Resolução nº 5/2012 do Senado Federal.

O STF também tem aplicado a minorante do §4 o à “mula”, que, no caso, era


uma pessoa que engoliu cápsulas de cocaína para transportá-las.
Posteriormente o STF também entendeu que a atuação da pessoa como “mula”
não significa necessariamente que ela faça parte de organização criminosa.

INFORMATIVO 831 – STF


O chamado "tráfico privilegiado", previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006
(Lei de Drogas), não deve ser considerado crime equiparado a hediondo.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir,


entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação,
preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e
duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.

848
Este delito trata dos meios materiais para preparo da droga maquinário,
aparelhos, instrumentos ou quaisquer objetos que tenham relação com o
preparo, produção ou transformação de drogas.
ATENÇÃO!!!
A Doutrina diverge quanto à possibilidade de concurso material entre o crime
do art. 33 e o do art. 34. Na prática, os juízes não têm aplicado o concurso
material, determinando que o crime de tráfico absorve o do art. 34, por ser mais
grave.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o,
e 34 desta Lei:
- Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos)
a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
- Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se
associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação


destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o,
e 34 desta Lei:
- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a
700 (setecentos) dias-multa.
• Tal crime tem caráter subsidiário e relata normalmente uma
colaboração eventual, sem considerar uma participação direta no dia-
a-dia da organização criminosa e de sua estrutura.

ATENÇÃO!!!
Incorre neste crime o agente policial que tem conhecimento das ações de
repressão ao tráfico que serão realizadas e entrega as informações aos
criminosos.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite
o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar

ATENÇÃO!!!

849
Este é o único crime culposo da Lei de Drogas. A conduta tipificada é a daquele
que prescreve (autoriza o uso, concede a prescrição), ou ministra (entrega para
o consumo) drogas.
Se as condutas forem praticadas de forma dolosa, o crime será o de tráfico
ilícito de drogas.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo


a dano potencial a incolumidade de outrem:

ATENÇÃO!!!
Se o agente estiver conduzindo embarcação ou aeronave após consumir álcool,
ele não incorrerá no crime em estudo, pois o álcool não está presente na lista
publicada pela Anvisa, e por isso não é considerado droga.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um
sexto a dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

No tráfico internacional basta que o agente tenha a intenção de praticar o delito


com caráter transnacional, não sendo necessário que ele efetivamente consiga
entrar no país ou dele sair com a droga.

SÚMULA 528 - STJ


Compete ao juiz federal do local da apreensão da droga remetida do exterior
pela via postal processar e julgar o crime de tráfico internacional. Terceira Seção,
aprovada em 13/5/2015, DJe 18/5/2015.

SÚMULA 607 - STJ


A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei 11.343/06) se
configura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda que não
consumada a transposição de fronteiras.

A pena também é aumentada quando houver tráfico interestadual (inciso V), e


neste caso também não é necessário que as fronteiras estaduais sejam

850
efetivamente transpostas, conforme a jurisprudência do STJ, hoje consolidada
na Súmula 587.

A pena também é aumentada quando houver tráfico interestadual (inciso V), e


neste caso também não é necessário que as fronteiras estaduais sejam
efetivamente transpostas, conforme a jurisprudência do STJ, hoje consolidada
na Súmula 587.

SÚMULA 587 - STJ


Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é
desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação,
sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico
interestadual

→ O agente que envolve menor de idade no crime de tráfico de drogas pode ser
condenado por Corrupção de Menores?

NÃO. O entendimento do STJ é no sentido de que, se o crime praticado estiver


tipificado do art. 33 ao art. 37 da Lei n. 11.343/2006, o agente que envolveu
menor de idade será condenado à pena do tráfico de drogas aumentada de um
sexto a dois terços, em razão da aplicação da causa de aumento de pena.

Lei De Drogas – 11.343/2006


ASPECTOS IMPORTANTES

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a


investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores
ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no
caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços.

• Este instituto é conhecido como delação premiada.


• Para isso ocorrer a colaboração precisa ser voluntária.
• Deve haver informações úteis.
• identificação de outros envolvidos.
• recuperação total ou parcial do produto do crime.

851
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade
provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o
livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua
concessão ao reincidente específico.

ATENÇÃO!!
O STF negou, o indulto humanitário a uma pessoa condenada pelos crimes de
tráfico e associação para o tráfico de drogas.

Devemos observar também que tal artigo veda algumas situações:

1) A concessão da suspensão condicional da pena (sursis)


2) graça.
3) Indulto.
4) anistia.

INFORMATIVO 665 - STF


O STF já firmou a inconstitucionalidade da proibição da concessão de liberdade
provisória ao acusado de crimes relacionados tráfico de drogas

• De Acordo com o artigo 45 da lei de drogas é permitido isenção de pena quando


o criminoso age sob o efeito de drogas, porém deve-se observar dois requisitos:

1) quando ele for dependente.


2) estiver embriagado em razão de caso fortuito ou força maior.
3) Prova pericial.

ASPECTOS PROCESSUAIS

852
ATENÇÃO!!
A competência para processar e julgar os crimes de tráfico de drogas, inclusive
quando ultrapassarem os limites dos estados, é da Justiça Comum Estadual.

Aqui é tratado sobre a colaboração das testemunhas para elucidação dos fatos
e resolução dos delitos referente ao tráfico de drogas trazendo no texto de lei
que se usem os instrumentos de proteção que a lei prevê.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37
desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os
instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei no
9.807, de 13 de julho de 1999.

Aqui é tratado sobre a colaboração das testemunhas para elucidação dos fatos
e resolução dos delitos referente ao tráfico de drogas trazendo no texto de lei
que se usem os instrumentos de proteção que a lei prevê.

O usuário de drogas pode ser preso em flagrante?


A regra legal é de que não haverá prisão em flagrante do usuário de drogas.

853
• Não haverá auto de prisão em flagrante, mas deve ser elaborado termo
circunstanciado. (TCO)
• Deve ser encaminhado ao juízo competente.

Não havendo juiz disponível fica a cargo da autoridade policial, a requisição de


exames e perícias necessárias.

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará,


imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto
lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e
quatro) horas.

#PRISÃO EM FLAGRANTE:

1) comunicação imediata ao juiz.


2) autos do flagrante devem ser encaminhados ao juiz no prazo de 24h.

BIZU MONSTRUOSO!!!

O texto de lei fala sobre a autoridade policial judiciária, ou seja, trata da função
investigativa da PC e PF, não aceitando a Polícia militar lavrando um flagrante.

Art. 50 - A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em


flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado
da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização do laudo
definitivo.

854
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o
indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados
pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade
de polícia judiciária.

• Há prazos diferentes para conclusão do inquérito policial, levando em


consideração de se o indivíduo vai estar solto ou preso.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos
nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização
judicial e ouvido o
Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

855
I - A infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída
pelos órgãos especializados pertinentes;

II - A não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores


químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no
território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior
número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da
ação penal cabível.

856
EXERCÍCIOS

1) Apenas durante a fase do inquérito policial instaurado para apurar o crime de


tráfico de substância entorpecente, é permitida, além dos previstos em lei,
mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, o procedimento
investigatório da infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação,
constituída pelos órgãos especializados pertinentes.

2) É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,


proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou
da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.

GABARITO

1-E
2-C

857
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10. 826/03 I

O Estatuto do desarmamento trata de uma parte ADMINISTRATIVA,


relacionada as competências do SINARM, ao registro e ao porte de armas, e
possui outra parte, a PROCESSUAL E PENAL.

SISTEMA NACIONAL DE ARMAS – SINARM

O Sistema Nacional de Armas – SINARM, instituído no Ministério da Justiça,


no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional (Art.
1º).

SINARM controlará as armas de fogo da população.

Competência – SINARM
Art. 2° Ao sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante
cadastro
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no país:
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras
ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes
de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento
de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença
para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas,
exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e

858
munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões
de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e
testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito
Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos
territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo
das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus
registros próprios.
Observe que o SINARM não controlará todas as armas de fogo, serão
excluídas, por exemplo, as de Forças Armadas e Auxiliares – Exército, Marinha
e Aeronáutica, que possuem seus arsenais próprios. Tais armas estão sujeitas
ao seu próprio regramento – Sistema de Gerenciamento Militar de Armas –
SIGMA.

ATENÇÃO!!! Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares eram


conhecidos como Forças Auxiliares. Hoje, são considerados militares para todos
os efeitos.

Cadastro
O Decreto nº 9.847 de 2019 regulamenta a Lei nº 10.826/03 para tratar, inclusive,
sobre o cadastro:

SINARM - serão cadastradas as armas de fogo:


• DA POLÍCIA FEDERAL;
• DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL;
• DA FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA;
• DO DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL;

SIGMA - serão cadastradas as armas de fogo:


• DAS FORÇAS ARMADAS;
• DAS POLÍCIAS MILITARES E DOS CORPOS DE BOMBEIROS
MILITARES DOS ESTADOS
• DA AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA; E
• DO GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA
DA REPÚBLICA.

859
O Cadastro consiste em colocar a arma em um banco de dados, não está
vinculada a nenhuma pessoa.

DO REGISTRO
Diferentemente do Cadastro, o registro da arma de fogo consiste na matrícula
da arma que esteja vinculada à identificação do respectivo proprietário em banco
de dados, ou seja, aqui, há a vinculação a determinada pessoa.

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.


Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
comando do exército, na forma do regulamento desta Lei.

ARMAS DE USO PERMITIDO – Registro no SINARM, regido pela Polícia


Federal.
ARMAS DE USO RESTRITO - Registro no Comando do Exército, que rege o
SIGMA

AQUISIÇÃO DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO


Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de
declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos (Art. 4º):

I - COMPROVAÇÃO DE IDONEIDADE, COM A APRESENTAÇÃO DE


CERTIDÕES NEGATIVAS DE ANTECEDENTES CRIMINAIS FORNECIDAS
PELA JUSTIÇA FEDERAL, ESTADUAL, MILITAR E ELEITORAL E DE NÃO
ESTAR RESPONDENDO A INQUÉRITO POLICIAL OU A PROCESSO
CRIMINAL, QUE PODERÃO SER FORNECIDAS POR MEIOS ELETRÔNICOS;
II - APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DE OCUPAÇÃO
LÍCITA E DE RESIDÊNCIA CERTA;
III - COMPROVAÇÃO DE CAPACIDADE TÉCNICA E DE APTIDÃO
PSICOLÓGICA PARA O MANUSEIO DE ARMA DE FOGO, ATESTADAS NA
FORMA DISPOSTA NO REGULAMENTO DESTA LEI.

O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos


os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma
indicada, sendo intransferível esta autorização (§1º).

860
ATENÇÃO!!! A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre
correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (§2º)

A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada


a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco
de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos
previstos neste artigo (§3º).
A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde
legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade
enquanto não forem vendidas (§4º).
A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas
físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm (§5º).
A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou
recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado (§6º).
O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos
requisitos dos incisos I, II e III deste artigo (§7º).

CUIDADO!!!
Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo,
na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso
permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. (§8º)

Certificado de Registro – CRAF


Autoriza o proprietário de arma de fogo a mantê-la exclusivamente no interior
de sua residência ou no seu local de trabalho.

CUIDADO!!! É comum bancas de concursos associarem o CRAF ao PORTE, o


que está errado!
Polícia Federal expedirá o certificado de registro com autorização do SINARM.
Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo
o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência
desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou
o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

861
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do SINARM.

O CRAF não autoriza o proprietário a portar a arma de fogo dentro da residência


ou local de trabalho (ficar com ela em seu corpo, por exemplo);
Para mantê-la em seu local de trabalho, o proprietário tem que ser o titular.
Não sendo o titular, a outra única possibilidade de manter sua arma em seu local
de trabalho será se ele for o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

Lei nº 13.870/2019 estabeleceu uma norma penal explicativa, esclarecendo que


o conceito de residência ou domicílio em área rural para fins de interpretação da
autorização dada pelo Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF).

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo,
considera-se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural.
(Incluído pela Lei nº 13.870, de 2019)

EXERCÍCIOS

01 - Para fins de aquisição de arma de fogo de uso permitido e de emissão do


Certificado de Registro de Arma de Fogo, o interessado deverá: Comprovar a
idoneidade moral e a inexistência de inquérito policial ou processo criminal, por
meio de certidões de antecedentes criminais das Justiças Federal, Estadual,
Militar e Eleitoral.

02 - Para fins de aquisição de arma de fogo de uso permitido e de emissão do


Certificado de Registro de Arma de Fogo, o interessado deverá cumprir
determinados requisitos estabelecidos pelo Decreto nº 9.847 de 2019.
Cumpridos tais requisitos, a autorização para a aquisição da arma de fogo em
nome do interessado, contado da data do protocolo da solicitação, será expedida
no prazo de até:

A) 15 (quinze) dias.
B) 60 (sessenta) dias.
C) 45 (quarenta e cinco) dias.
D) 30 (trinta) dias.

862
03 - A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada
a comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco
de dados com todas as características da arma e cópia dos documentos
previstos no artigo 4° da Lei n° 10.826/2003

GABARITO

01 - C
02 - D
03 - C

863
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10. 826/03 II

PORTE DE ARMA DE FOGO

Podemos conceituar como sendo o documento que autoriza o cidadão a


portar, transportar e trazer consigo uma arma de fogo, de forma discreta, fora
das dependências de sua residência ou local de trabalho.

ATENÇÃO!!!
É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os
casos previstos em legislação própria.
Observe então, que a regra é de que o porte de arma de fogo é proibido, com
algumas ressalvas estabelecidas em lei.

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo


para os casos previstos em legislação própria e para:
I – Os integrantes das Forças Armadas (terão direito de portar arma de fogo de
propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
mesmo fora de serviço)
II – Os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art.
144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública
(FNSP) (terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou
fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 habitantes, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei (terão direito de portar arma de fogo de propriedade
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de
serviço)
IV – Os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000
e menos de
500.000 habitantes, quando em serviço;
V – Os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes
do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República (terão direito de portar arma de fogo de propriedade
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de

864
serviço)
VI – Os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII,
da Constituição Federal (terão direito de portar arma de fogo de propriedade
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de
serviço)
VII – Os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os
integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – As empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas,
nos termos desta Lei;
IX – Para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas,
cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do
regulamento desta Lei, observando- se, no que couber, a legislação ambiental.
X - Integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de
Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.
XI – Os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal
e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de
servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de
funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho
Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público -
CNMP.
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão
direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do
regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aquelas
constantes dos incisos I, II, V e VI.
§ 1º - B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais
poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
I - Submetidos a regime de dedicação exclusiva;
II - Sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e
III - Subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.

PORTE PARA GUARDAS MUNICIPAIS


Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo
para os casos previstos em legislação própria e para:
(…)

865
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 habitantes, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei;
(…)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram
regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço.

CUIDADO!!!
O STF AUTORIZA PORTE DE ARMA PARA GUARDAS MUNICIPAIS DE
CIDADES PEQUENAS

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou, por


meio de liminar, o uso de arma de fogo para guardas municipais de quaisquer
cidades. O Estatuto de Desarmamento previa a permissão apenas para capitais
e cidades com mais de 500 mil habitantes. Para o ministro, no entanto, é
"primordial" que os diversos órgãos governamentais estejam entrosados no
combate à "criminalidade violenta e organizada, à impunidade e à corrupção".

ADI 5.948: Diante do exposto, nos termos dos arts.10, § 3º, da Lei 9.868/99 e
21, V, do RISTF, CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR PLEITEADA, ad
referendum do Plenário, DETERMINANDO A IMEDIATA SUSPENSÃO DA
EFICÁCIA das expressões das capitais dos Estados e com mais de 500.00
(quinhentos mil) habitantes, no inciso III, bem como o inciso IV, ambos do art. 6º
da Lei Federal nº 10.826/2003.

Alexandre de Morais, 29/6/2018.

Com a decisão do STF, podemos afirmar que guarda municipal poderá arma
mesmo fora do serviço, independentemente da quantidade de população.

ATENÇÃO!!! Observe o que a questão pede, se com base na Lei ou no


entendimento do tribunal.

866
PORTE PARA CAÇADOR DE SUBSISTÊNCIA

Art. 6º § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 anos que comprovem


depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar
familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na
categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro
simples, com 1 ou 2 canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16, desde
que o interessado comprove a efetiva necessidade em requerimento ao qual
deverão ser anexados os seguintes documentos:
I - Documento de identificação pessoal
II - Comprovante de residência em área rural;
III - Atestado de bons antecedentes.
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso,
por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido.

Memorize os requisitos cumulativos que deverão ser observados:


• MAIOR DE 25 ANOS;
• RESIDENTE EM ÁREA RURAL;
• DEPENDA DE CAÇAR PARA SOBREVIVER

AUTORIZAÇÃO DO PORTE DE ARMA PARA OS RESPONSÁVEIS PELA


SEGURANÇA DE CIDADÃOS ESTRANGEIROS EM VISITA OU SEDIADOS NO
BRASIL
Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma
para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita
ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do
regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de
arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de
representantes estrangeiros em competição internacional oficial de tiro
realizada no território nacional.

Quando uma autoridade estrangeira visita o Brasil e necessita que sua


segurança entre armada, a autorização para o porte será de competência do
Ministério da Justiça.

COLECIONADORES

867
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei,
compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção,
exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de
armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o
porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e
caçadores.

Compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção,


exportação, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de
fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

EXERCÍCIOS

01 - O Estatuto do Desarmamento (Lei nº10.826/2003), determina que o porte


de arma de fogo:

A) é proibido para os integrantes das Guardas Municipais em qualquer hipótese.


B) é permitido para os integrantes das Guardas Municipais das capitais dos
Estados, nas condições estabelecidas em regulamento.
C) só é permitido de grosso calibre e para os integrantes das Guardas Municipais
dos municípios com menos de 50 mil habitantes.
D) para os integrantes das Guardas Municipais será disciplinado na Convenção
Americana de Direitos Humanos.
E) para os integrantes das Guardas Municipais será disciplinado em decreto
estadual.

02 - Compete às guardas municipais a autorização do porte de arma para os


responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no
Brasil

03 - Teotônio é proprietário rural, atuando em área de pequeno porte onde habita


com sua família e colhe para subsistência. E com pequeno excesso de produção,
atua vendendo os produtos nas feiras próximas. Tendo em vista que não existem
órgãos de segurança pública no distrito onde exerce a agricultura, requer
autorização para portar arma. Nos termos do estatuto do desarmamento, aos
residentes em áreas rurais, maiores de vinte e cinco anos, que comprovem

868
depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar
familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo,
comprovados os requisitos legais, na categoria:

A) atirador amador
B) competidor eventual
C) caçador para subsistência
D) profissional de segurança

GABARITO

01 – B
02 – E
03 – C

869
ESTATUTO DO DESARMAMENTO LEI 10. 826/03 III

DOS CRIMES E DAS PENAS

O Estatuto do Desarmamento não pune condutas envolvendo apenas Armas de


Fogo, com isso, podemos afirmar que é objeto material:

• ARMA DE FOGO
• ACESSÓRIO
• MUNIÇÃO

CUIDADO!!! Existem dois crimes que não possuem os três objetos materiais de
forma alternativa:

1º – OMISSÃO DE CAUTELA – Art. 13, “caput” – apenas a ARMA DE FOGO


2º – DISPARO DE ARMA DE FOGO – Art. 15 – apenas a ARMA DE FOGO e
MUNIÇÃO

ARMA DE FOGO

ARMA DE FOGO - Tipo de arma capaz de disparar um ou mais projéteis em alta


velocidade por meio de uma ação pneumática provocada pela expansão de
gases resultantes da queima de um propelente de alta velocidade.

Alguns entendimentos que você não encontra na letra da Lei são de extrema
importância para a sua prova, vamos a elas:

ARMA DESMUNICIADA – CRIME

O STJ tem jurisprudência pacificada no sentido de que o porte ilegal de arma de fogo
desmuniciada ou desmontada configura hipótese de perigo abstrato, bastando apenas a prática
do ato de levar consigo para a consumação do delito - STF (HC 119154/BA) e STJ (HC
248580/2014) STJ (1400337/2013) e STF (RHC 117566/2013)

ARMA DESMONTADA - CRIME

870
O STJ tem jurisprudência pacificada no sentido de que o porte ilegal de arma de fogo
desmuniciada ou desmontada configura hipótese de perigo abstrato, bastando apenas a prática
do ato de levar consigo para a consumação do delito - STF (HC 119154/BA) e STJ (HC
248580/2014) STJ (1400337/2013) e STF (RHC 117566/2013)

ARMA QUEBRADA – DEPENDE! (LAUDO PERICIAL)

O exame pericial, por ser crime de perigo abstrato, é DISPENSÁVEL e PRESCINDÍVEL. Obs:
Realizado o exame pericial, o resultado será vinculante:

Obs: Realizado o exame pericial, o resultado será vinculante:


• ARMA INAPTA PARA O DISPARO – FATO ATÍPICO – CRIME
IMPOSSÍVEL (Informativo 544/STJ)
• ARMA APTA PARA O DISPARO – É CRIME
• PERÍCIA NEM FOI REALIZADA – É CRIME

ARMA COM REGISTRO VENCIDO – NÃO É CRIME (Informativo 572 do STJ)


ARMA DE BRINQUEDO – NÃO É CRIME
Restringe-se à seara administrativa.

CUIDADO!!! O Estatuto do Desarmamento não criminaliza a conduta de portar


ou possuir arma de brinquedo, porém, veda a fabricação, venda,
comercialização e a importação (art.26).

CONCEITOS - DECRETO Nº 9.847, DE 25 DE JUNHO DE 2019

Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se:

I - Arma de fogo de uso permitido as armas de fogo semiautomáticas ou de


repetição que sejam:
a) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, não atinja,
na saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 1620
joules;

871
b) portáteis de alma lisa; ou
c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição
comum, não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e
duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules.

II - Arma de fogo de uso restrito Armas de fogo automáticas e as


semiautomáticas ou de repetição que sejam:
- não portáteis;
- de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum, atinja, na
saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200 libras-pé ou 1620
joules; ou
- portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de munição
comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a 1200
libraspé ou 1620 joules.

III - Arma de fogo de uso proibido:


- As armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados
internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou
- As armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos.

ACESSÓRIO

Quaisquer objetos que, acoplados a arma:


• POTENCIALIZAM SEUS EFEITOS (LUNETA, MIRA...);
• MODIFICAM UM EFEITO SECUNDÁRIO (SILENCIADOR…)

ATENÇÃO!!!
Partes isoladas da arma não configuram objeto material (cano, cabo…) nem
objetos que não alteram o funcionamento (coldre).

MUNIÇÃO
Projétil a ser disparado de uma arma de fogo (incluindo o cartucho)

MUNIÇÃO DESACOMPANHADA DA ARMA DE FOGO

872
• PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: A apreensão de ÍNFIMA
QUANTIDADE de munição DESACOMPANHADA DE ARMA DE FOGO,
excepcionalmente, a depender da análise do caso concreto, pode levar
ao reconhecimento de atipicidade da conduta, diante da ausência de
exposição de risco ao bem jurídico tutelado pela norma. (STF,
13/11/2017; STJ n.º 108/2018).
• MUNIÇÃO USADA COMO CHAVEIRO OU COLAR: A natureza do
projétil é descaracterizada mediante a utilização em obra de arte ou para
confecção de chaveiro, colar etc. (STJ, 16/05/2017).

EXERCÍCIOS

01 - Antônio foi preso em flagrante enquanto realizava assaltos em uma loja de


cosméticos, ao aprenderem a arma, observaram que se tratava de uma arma de
brinquedo, nesse caso, para o Estatuto do Desarmamento, não haverá crime
pela ineficácia absoluta do meio.

02 - O crime de porte de arma de fogo (art. 14 da Lei n. 10.826/2003) é um crime


de perigo concreto.

03 - O porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com


determinação legal ou regulamentar, ainda que a arma esteja desmuniciada ou
comprovadamente inapta a realizar disparos, configura delito de porte ilegal de
arma de fogo.

GABARITO

01 – C
02 – E
03 – E

873
ESTATUTO DO DESARMAMENTO LEI 10. 826/03 IV

ELEMENTO SUBJETIVO
A regra é que todos os crimes do Estatuto do Desarmamento tenham como
elemento subjetivo o dolo.

ATENÇÃO!!!
Existe um crime que é punido na modalidade culposa – OMISSÃO DE CAUTELA
(Art. 15, “caput”).

AÇÃO PENAL
Pública Incondicionada

NATUREZA JURÍDICA
Crimes de Perigo Abstrato

CRIMES EM ESPÉCIE
Quando estamos nos referindo aos crimes em espécie, é importante que você
observe essa sequência para melhor compreensão e memorização.

ARMAS DE USO PERMITIDO


• POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO - Art. 12
• PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO - Art. 14

ARMAS DE USO RESTRITO


• POSSE OU PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO- Art.16

OMISSÃO DE CAUTELA - Art.13


DISPARO DE ARMA DE FOGO - Art.15
COMÉRCIO ILEGAL - Art. 17
TRÁFICO INTERNACIONAL - Art.18

874
POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO - ART. 12.

Art. 12. possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou
munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou,
ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável
legal do estabelecimento ou empresa. pena – detenção, de 1 (um) a 3
(três) anos, e multa.

O crime ocorrerá quando o agente possuir ou manter a arma, acessório ou


munição, de uso permitido na SUA CASA (interior, dependências) ou LOCAL DE
TRABALHO (titular ou responsável legal), SEM O REGISTRO no órgão
competente.

CUIDADO!!!
O tipo penal fala em “possuir” ou “manter”, não se exigindo a propriedade para a
configuração do crime.

BOLEIA DE CAMINHÃO – STJ considera como PORTE ILEGAL (Art.14) por


entender não ser casa.

PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. INTERIOR DE CAMINHÃO.


CONFIGURAÇÃO DO DELITO TIPIFICADO NO ART. 14 DA LEI 10.826/2003.
1. Configura delito de porte ilegal de arma de fogo se a arma é apreendida no
interior de caminhão.
2. O caminhão não é um ambiente estático, não podendo ser reconhecido como
local de trabalho.
(REsp 1219901/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 24/04/2012, DJe 10/05/2012)

O momento consumativo do crime ocorre quando o objeto material entra na


residência ou no estabelecimento comercial. É possível a ocorrência da
tentativa. Podemos ainda classificá-lo como
• CRIME PERMANENTE
• DE MERA CONDUTA

875
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO - ART. 14

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob
guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem
autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena –
reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a
arma de fogo estiver registrada em nome do agente.

ATENÇÃO!!! Cuidado com a Inconstitucionalidade do Parágrafo Único, quando


determina que o crime é inafiançável.

O Tribunal, por maioria, julgou procedente, em parte, a ação para declarar a


inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 014 e 015 e do artigo
021 da Lei nº 10826, de 22 de dezembro de 2003.

Plenário, 02.05.2007.
Acórdão, DJ 26.10.2007.

POSSE OU PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU RESTRITO


- ART. 16

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter,
empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou
munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 a 6 anos, e
multa.

Não esqueça da natureza hedionda do art. 16 estabelecida pelo pacote


anticrime.

LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIMES


Antes do pacote anticrime, duas espécies de armas de fogo eram previstas no
art. 16 – USO RESTRITO e USO PROIBIDO – Hoje, as condutas são separadas:

876
• USO PROIBIDO – Qualificadora – art.16, §2º
• USO RESTRITO – Modalidade simples – art. 16, “caput”

Quanto a hediondez da conduta a redação foi mais detalhista, trazendo apenas


o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso PROIBIDO como crime
hediondo (art.1º, parágrafo único, II da Lei 8.072/1990).

CUIDADO!!! Há doutrinadores que acreditam que a hediondez vale para o art.


16 por completo, art. 16 caput e parágrafos, inclusive era decisão do STJ prévia
ao Pacote Anticrime.

CONDUTAS EQUIPARADAS

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:


I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo ou artefato;
II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la
equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de
dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou
juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar;
IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
suprimido ou adulterado;
V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente;
VI – Produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem
arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 a 12 anos.

As figuras previstas nos incisos se aplicam tanto a arma de fogo de USO


PERMITIDO quanto a arma de fogo de USO RESTRITO.

• SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE SINAL DE IDENTIFICAÇÃO


I – Suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo ou artefato;

877
A conduta aqui equiparada se aplica não apenas aquele que raspa a numeração
da arma, mas também para quem dificulta sua identificação de qualquer outra
forma.

ATENÇÃO!!! Artefato também é levado em consideração.

• TRANSFORMAÇÃO PARA ARMA DE FOGO DE USO PROIBIDO OU


PARA INDUZIR EM ERRO A AUTORIDADE.

II – Modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la


equivalente a arma de fogo de uso restrito ou para fins de dificultar ou de
qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

A arma permitida é transformada em arma restrita.


Posso ainda modificar as características da arma para dificultar ou induzir a erro
o policial, juiz ou perito - Dolo Específico.

ATENÇÃO!!!
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE – O crime do Estatuto do Desarmamento é
especial em relação ao crime de fraude processual (art. 347 do CP) Ou seja,
esse inciso II é norma especial em relação ao inciso 347 do CP.

• POSSE, FABRICAÇÃO OU EMPREGO DE ARTEFATO EXPLOSIVO OU


INCENDIÁRIO:
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou
incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar;

O objeto material desta conduta será o ARTEFATO explosivo ou incendiário.

• PORTE DE ARMA DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA


IV – Portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
suprimido ou adulterado;

Não importa, para a caracterização da conduta, se a arma é permitida ou

878
proibida.

CUIDADO!!!
Se a questão trouxer que a numeração desapareceu pelo simples decurso de
tempo (arma estava muito velha e ocorreu oxidação), a conduta não se amolda
aqui!

• VENDA, ENTREGA OU FORNECIMENTO DE ARMA DE FOGO A


CRIANÇA OU ADOLESCENTE
V – Vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente;

A conduta aqui é dolosa (cuidado para não confundir com a Omissão de


Cautela). Observe ainda a redação estabelecida no Estatuto da Criança e do
Adolescente.

“Art. 242. Vender, fornecer, ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer


forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo: Pena - reclusão,
de 3 (três) a 6 (seis) anos”

Já que o inciso V do art.16 trata apenas de arma de fogo, considera-se que


somente a entrega de ARMAS BRANCAS configuraria o crime do ECA.

ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou MUNIÇÃO – Estatuto do Desarmamento


ARMA BRANCA – Estatuto da Criança e do Adolescente

• PRODUÇÃO, RECARGA OU RECICLAGEM DE MUNIÇÃO OU


EXPLOSIVO
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.

A produção, recarga, reciclagem de munição, somente podem ser executadas


com a devida autorização

QUALIFICADORA

879
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem
arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de 4 a 12 anos.

Como já mencionado, o parágrafo 2º apenas se refere as armas de fogo de USO


PROIBIDO.

EXERCÍCIOS

01 - Juliano estava em dúvida após a aula de Direito Penal sobre o crime definido
pela conduta típica de “possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda
no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do
estabelecimento ou empresa” previsto na Lei nº 10.826/2003. Para sanar sua
dúvida, Juliano buscou auxílio do professor Gilmar que prontamente lhe informou
se tratar do crime de:

A) Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.


B) Porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
C) Posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
D) Disparo de arma de fogo.

02 - Se o objeto mediante o qual for praticado o crime de posse de arma de fogo


for uma arma de fogo com numeração suprimida pelo sujeito, ocorrerá um
concurso formal de delitos entre a posse e a supressão (Lei n. 10.826/2003).

03 - O crime de porte de arma de fogo (art. 14 da Lei n. 10.826/2003) é um crime


de perigo concreto.

GABARITO
01 - C
02 - E
03 - E

880
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI 10. 826/03 V

CRIMES EM ESPÉCIE

OMISSÃO DE CAUTELA - ART. 13


Art. 13 Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que
MENOR DE 18 ANOS ou PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
MENTAL se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que
seja de sua propriedade: Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e
multa.

Trata-se de um crime OMISSIVO praticado na modalidade CULPOSA, sendo


ainda de MENOR POTENCIAL OFENSIVO.
A conduta pode se dar em relação a qualquer modalidade de arma de fogo
(permitida ou não)

ATENÇÃO!!!
Não estão incluídas na tipificação do crime, ACESSÓRIOS ou MUNIÇÃO, ou
seja, de a omissão ocorrer em relação a esses elementos, o fato será atípico.

A consumação ocorre com o apoderamento da arma pelo menor ou pelo portador


de deficiência mental, independentemente de gerar ou não algum perigo.

CUIDADO!!!
Estamos tratando de um crime culposo, então, não será admitida a tentativa.

Se, voluntariamente o agente entrega a arma a uma criança – cometerá o crime


de PORTE ILEGAL.
Art. 13 - Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou
diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que
deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo,

881
acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24
horas depois de ocorrido o fato. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois)
anos, e multa.

Nessa modalidade, estamos tratando de um CRIME PRÓPRIO, POIS SÓ pode


ser praticado por empresário de segurança ou empresa de transporte de
valores.

O agente deverá:

• REGISTRAR OCORRÊNCIA.
• COMUNICAR À PF

A falta de qualquer desses elementos já confirma o crime.

ATENÇÃO!!! É unânime o entendimento segundo o qual o crime do Art. 13,


parágrafo único, é doloso.

CRIME A PRAZO – A consumação do crime só ocorrerá após 24 horas da


ocorrência do fato.

DISPARO DE ARMA DE FOGO - ART. 15


Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou
em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena –
reclusão, de 2 a 4 anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável

O indivíduo que tenha o porte legal de arma também poderá figurar como sujeito
ativo deste crime.

CRIME SUBSIDIÁRIO - só será configurado se a conduta não agente não se


enquadrar em crime mais grave.

As condutas podem ser:

882
• DISPARAR ARMA DE FOGO;
• ACIONAR MUNIÇÃO, SEM QUE OCORRA O DISPARO (EX.: FALHA DA
MUNIÇÃO).

CUIDADO!!!
Se essas condutas ocorrerem em local ERMO ou DESABITADO – FATO
ATÍPICO.

ATENÇÃO!!!
O parágrafo único, que estabelece ser o crime inafiançável, é considerado
INCONSTITUCIONAL.

COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU MUNIÇÃO - ART.


17

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda,
ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
§ 1º. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste
artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.
pena - reclusão, de 6 a 12 anos, e multa.
§ 2º. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo,
acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIMES

Três foram as mudanças estabelecidas pelo pacote anticrimes

1º - Tornou o crime hediondo


2º - Mudança na pena (Antes: rec. de 4 a 8 anos. Depois: rec. de 6 a 12 anos)

883
3º - Acrescentou o parágrafo 2º - Agente Disfarçado.

Temos um CRIME PRÓPRIO – Só pode ser comerciante ou industrial, legal ou


ilegal, de arma de fogo, acessório ou munição.

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo,


acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com a
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando
presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

O Pacote Anticrimes introduziu a figura do Agente Disfarçado. Para a validade


da atuação do agente disfarçado deve haver a demonstração de provas em grau
suficiente a indicar que o autor realizou antes uma conduta criminosa,
circunstância objeto da investigação proporcionada pelo disfarce.

TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO OU


MUNIÇÃO - ART. 18

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território


nacional, a qualquer título, de ARMA DE FOGO, ACESSÓRIO ou
MUNIÇÃO, sem autorização da autoridade competente:
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma
de fogo, acessório ou munição, em operação de importação, sem
autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado,
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal
preexistente.

LEI 13.964/19 – PACOTE ANTICRIMES

Três foram as mudanças estabelecidas pelo pacote anticrimes

1º - Tornou o crime hediondo


2º - Mudança na pena
3º - Acrescentou o parágrafo único - Agente Disfarçado.

884
Jurisprudência em teses/STJ n.º 108/2018

1. É típica a conduta de importar arma de fogo, acessório ou munição sem


autorização da autoridade competente, nos termos do Art. 18 da Lei n.
10.826/2003, mesmo que o réu
detenha o porte legal da arma, em razão do alto grau de reprovabilidade da
conduta.

2. O crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição,


tipificado no Art. 18 da Lei n. 10.826/03, é de perigo abstrato ou de mera conduta
e visa a proteger a segurança pública e a paz social.

3. Para a configuração do tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou


munição não basta apenas a procedência estrangeira do artefato, sendo
necessário que se comprove a internacionalidade da ação.

Princípio da insignificância
Não cabe princípio da insignificância no tráfico internacional de munição.
STF (HC97777) e STJ (HC 45099)

CAUSAS DE AUMENTO DE PENA – Art. 19

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade
se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

• COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO – ART.17


• TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO – ART.18

Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada
da metade se:
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos
arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.
A causa de aumento de pena engloba os seguintes crimes:

885
• PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO – ART. 14
• DISPARO DE ARMA DE FOGO – ART. 15
• PORTE OU POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO –
ART.16
• COMÉRCIO ILEGAL DE ARMA DE FOGO – ART.17
• TRÁFICO INTERNACIONAL DE ARMA DE FOGO – ART.18

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade
provisória.

ATENÇÃO!!!
O Art. 21 do Estatuto teve sua inconstitucionalidade declarada pelo STF na ADI
3112/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 02/05/2007.

EXERCÍCIOS

01 - Nos termos da Lei n.º 10.826/03, quem favorece a entrada ou saída do


território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização da autoridade competente, comete o crime de:
A) Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
B) Porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
C) Omissão de cautela.
D) Comércio ilegal de arma de fogo.
E) Tráfico internacional de arma de fogo.

02 - Samuel disparou, sem querer, sua arma de fogo em via pública. Nessa
situação, ainda que o disparo tenha sido de forma acidental, culposamente,
Samuel responderá pelo crime de disparo de arma de fogo, previsto no Estatuto
do Desarmamento.

03 - Comete crime o agente que deixa de observar as cautelas necessárias para


impedir que menor de dezoito anos de idade se apodere de arma de fogo que
esteja sob a sua posse, ainda que não haja consequências graves.

886
GABARITO

01 – E
02 – E
03 – C

Lei nº 9.455/1997 Definição dos Crimes de Tortura

Tortura – Crime
Art. 1º, I, “b” – Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego
de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou me para
provocar ação ou omissão de natureza criminosa.

FINALIDADE ESPECÍFICA OU ESPECIAL – para provocar ação ou omissão de


natureza criminosa.

TORTURA PRATICADA COM A FINALIDADE DE PRÁTICA E


CONTRAVENÇÃO PENAL – não configura o crime em análise. Por falta de
previsão legal, bem como por configurar analogia in malan partem, não configura
crime de tortura.

AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO ou ESPECIAL –


(DOLO ESPECÍFICO) – Ausentes as finalidades, não configura crime de tortura,
podendo caracterizar crime menos grave, como lesão corporal, ameaça ou
constrangimento ilegal.

CONCURSO DE CRIMES – TORTURA (ART. 1°, I, “b”) E O CRIME


PRATICADO PELO COATO (COAGIDO)

TORTURA DISCRIMINATÓRIA ou TORTURA RACIAL


Art. 1º, I, “c” – Constitui crime de tortura constranger alguém com
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental em razão de discriminação racial ou religiosa.

887
Rol Taxativo
A primeira observação a ser feita diz respeito ao motivo da discriminação.
Convém perceber que o legislador restringiu a discriminação racial ou religiosa,
não abarcando a hipótese de discriminação por opção sexual, social, política ou
outa qualquer.
A prática de racismo abrange a discriminação contra judeus.
O STF, em 2003, entendeu que a prática de racismo abrange a discriminação
contra judeus, portanto é crime imprescritível e inafiançável. (Habeas Corpus
82424; julgado em 17 de setembro de 2003). Transcrevemos parte do HC.
Vejamos:
O julgamento do pedido de Habeas Corpus (HC 82424) de Sigfried Ellwanger,
iniciado em dezembro do ano passado, levou nove meses para ser concluído. O
pedido, no entanto, foi negado em junho, quando a maioria dos ministros
entendeu que a prática de racismo abrange a discriminação contra os judeus.
(grifo nosso)
Tortura-Castigo (Art. 1°, II)
Art. 1°, II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Classificação do Crime

NÚCLEO DO TIPO Submeter – Sujeitar alguém a determinado comportamento,


minando sua resistência. Tirar a liberdade e a independência de; dominar,
subjugar, sujeitar. Reduzir à obediência, à dependência, ou render-se, obedecer
às ordens ou vontade de.

SUJEITO ATIVO – Pessoa que detém a guarda, poder ou autoridade,


exigindo-se qualidade especial. Portanto, sujeito ativo próprio.
SUJEITO PASSIVO – Pessoa que está sob a guarda, poder ou autoridade de
alguém. Portanto, sujeito passivo próprio.
ELEMENTO SUBJETIVO – Dolo, com a finalidade específica de aplicar
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO ou ESPECIAL –


(DOLO ESPECÍFICO)

888
Tortura-Castigo Art. 1°, II
Art. 1°, II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou
mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter
preventivo.
A diferença da tortura para o crime de maus-tratos (Art. 136 do CP) está
exatamente na intensidade do sofrimento da vítima.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

I. A figura do inc. II do artigo 1º, da Lei nº 9.455/97 implica na existência


de vontade livre e consciente do detentor da guarda, do poder ou da
autoridade sobre a vítima de causar sofrimento de ordem física ou moral,
como forma de castigo ou prevenção.
II. O tipo do artigo 136, do Código Penal, por sua vez, se aperfeiçoa com
a simples exposição a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
autoridade, guarda ou vigilância, em razão de excesso nos meios de
correção ou disciplina.
III. Enquanto na hipótese de maus-tratos, a finalidade da conduta é a
repreensão de uma indisciplina, na tortura, o propósito é causar o
padecimento da vítima.
IV. Para a configuração da segunda figura do crime de tortura é
indispensável a prova cabal da intenção deliberada de causar o
sofrimento físico ou moral, desvinculada do objetivo de educação.
V. Evidenciado ter o Tribunal a quo desclassificado a conduta de tortura
para a de maus-tratos por entender pela inexistência provas capazes a
conduzir a certeza do propósito de causar sofrimento físico ou moral à
vítima, inviável a desconstituição da decisão pela via do recurso especial.
(REsp 610.395/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em
25.05.2004, DJ 02.08.2004 p. 544).

INTENSO SOFRIMENTO – TORTURA x MAUS-TRATOS

Para configurar a Tortura-Castigo, deverá ser comprovado o intenso


sofrimento físico ou mental. Já no que diz respeito ao delito de maus-tratos (Art.
136), basta a exposição a perigo da vida ou da saúde da pessoa.
Outra diferença reside no fato de que o crime de maus-tratos é de perigo (dolo
de perigo); já é o de tortura é classificado como delito de dano (dolo de dano).
Dessa forma, a diferença entre os crimes de tortura e de maus-tratos deve ser
feita no caso concreto.

889
Tortura ou Tortura Equiparada
Art. 1°, § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de
ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988


Art. 1ºA República Federativa do Brasil (...) tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana;
Art. 5º – (...)
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação.

CÓDIGO PENAL de 1940


Art. 38 – O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da
liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade
física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

LEI DE EXECUÇÃO PENAL – LEI 7.210/84


Art. 1º – A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos
não atingidos pela sentença ou pela lei.
Art. 40 – Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física
e moral dos condenados e dos presos provisórios.

ELEMENTO SUBJETIVO – Dolo, que consiste na vontade livre e consciente


de praticar o crime, ou seja, de impor sofrimento à pessoa que está presa ou
submetida à medida de segurança, por meio de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal. OBSERVAÇÃO – FINALIDADE ESPECÍFICA: Aqui
não há qualquer finalidade específica, ou seja, não é exigido para seu
aperfeiçoamento o especial fim de agir por parte do agente, bastando, para a
configuração do crime, o dolo de praticar a conduta descrita no tipo objetivo.
SUJEITO ATIVO – PRÓPRIO OU COMUM? Divergência.
SUJEITO PASSIVO – a pessoa que está presa ou submetida à medida de
segurança. Portanto, sujeito passivo próprio.

890
CRIME DE TORTURA PELA TORTURA (OU TORTURA EQUIPARADA) e
ABUSO DE AUTORIDADE (ART. 4°, “b”)
Lei 4.898/65 –
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei.
Tortura-Omissiva – Tortura Anômala – Tortura Imprópria – Tortura Atípica.
Art. 1°, § 2º
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro
anos.
SUJEITO ATIVO – É crime próprio ou especial. Crime praticado por
funcionário público, especialmente aquele que tem o dever jurídico de evitar ou
apurar o crime de tortura.
CONSUMAÇÃO – O delito se consuma com a mera omissão. Isto é, consuma-
se com a inércia dolosa na apuração da tortura, não se exigindo qualquer
resultado naturalístico.
CRIME FORMAL – Não se exige qualquer resultado naturalístico para sua
consumação, uma vez que se consuma com a mera omissão.
ELEMENTO SUBJETIVO – Dolo, sem finalidade específica.
OMISSÃO CULPOSA – Como não existe participação culposa em crime
doloso, caso o omitente tenha agido culposamente, o fato será atípico.
PREVARICAÇÃO x TORTURA-OMISSIVA – A principal diferença entre os
dispositivos reside no fato de que a Prevaricação (Art. 319, CP) tem com fim a
satisfação de interesse ou sentimento pessoal. No delito de tortura, não há essa
finalidade específica.

Prevaricação
Art. 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal.
PRINCÍPIO DO NO BIS IN IDEM – Consiste na repetição (bis) de uma sanção
sobre mesmo fato (in idem). Para evitar o bis in idem, não se aplica a causa de
aumento de pena do Art. 1°, § 4º, I desta lei.
NÃO EQUIPARAÇÃO A HEDIONDO – Por força constitucional (como já
vimos acima) e conforme previsão expressa na Lei 8.072/90 (LCH), o delito de
tortura é equiparado a hediondo. No entanto, essa modalidade não é equiparada
a hediondo.

891
Tortura Qualificada
Art. 1°. § 3º – Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima,
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão
é de oito a dezesseis anos.

Tortura Qualificada pela Morte


De acordo com a segunda parte do dispositivo legal, qualifica a tortura se
resultar em morte.
Temos, portanto, um crime preterdoloso. Aqui, inicialmente, o sujeito ativo
quer apenas torturar, no entanto, por culpa na conduta consequente, ele acaba
matando a vítima. Dessa forma, temos a tortura dolosa + morte culposa.

Homicídio Qualificado pela Tortura – Art. 121, § 2º, III


Diferente da tortura qualificada pela morte (dolo + culpa), temos o homicídio
qualificado pela tortura (dolo + dolo). A grande diferença está no animus necand
(intenção de matar). No homicídio qualificado pela tortura, o sujeito ativo, desde
o início, quis a morte. No entanto, a tortura foi o meio para alcançar seu objetivo.

Concurso Material de Crimes – Tortura + Homicídio


É perfeitamente possível o concurso de crimes entre tortura e homicídio.
Temos, portanto, crime de tortura-prova (Art. 1°, I, “a”) em concurso com
homicídio qualificado pela conexão consequencial (Art. 121, § 2º, V).

Causas de Aumento de Pena – Majorantes

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador deficiência,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
III – se o crime é cometido mediante sequestro.

892
EXERCÍCIO

1) De acordo com as decisões recentes do STF aquele indivíduo que foi


condenado por crime de tortura poderá receber indulto.

Gabarito

01 - E

893
Lei nº 9.455/1997 (Definição dos Crimes de Tortura)

Constituição Federal
CF/88, Art. 5°, III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante. (grifo nosso)
CF/88, Art. 5° – XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e
insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem. (grifo nosso)

Tortura no Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069/90 – ECA


Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda
ou vigilância a tortura: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997)

Tortura na Lei dos Crimes Hediondos. Lei 8.072/90 – LCH


Mandado Constitucional de Criminalização
Art. 5° – XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los,
se omitirem. (grifo nosso)

Lei dos Crimes Hediondos – Equiparação da Tortura a Crime Hediondo


Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e o terro- rismo são insuscetíveis de:
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança.

Tortura no Contexto Internacional e no Brasil

Internacional
CRIME PRÓPRIO Conceito: A Convenção contra a tortura e outros
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes traz o conceito de
tortura em seu artigo 1°. Trata-se de um conceito amplo e abrangente.

894
Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,
desumanos ou degradantes – Adotada pela Resolução 39/46, da Assembleia
Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1984.
Artigo 1: Para os fins desta Convenção, o termo tortura designa qualquer
ato pelo qual uma violenta dor ou sofrimento, físico ou mental, é infligido
intencionalmente a uma pessoa, com o fim de se obter dela ou de uma
terceira pessoa informações ou confissão; de puni-la por um ato que ela
ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido;
de intimidar ou coagir ela ou uma terceira pessoa; ou por qualquer razão
baseada em discriminação de qualquer espécie, quando tal dor ou
sofrimento é imposto por um funcionário público ou por outra pessoa
atuando no exercício de funções públicas, ou ainda por instigação dele ou
com o seu consentimento ou aquiescência. Não se considerará como
tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência, inerentes ou
decorrentes de sanções legítimas.

CRIME IMPRESCRITÍVEL ESTATUTO DE ROMA DO TRIBUNAL PENAL


INTERNACIONAL: O Artigo 7 prevê os crimes contra a humanidade, dentre eles
o crime de tortura.
Crimes contra a Humanidade
Para os fins do presente Estatuto, entende-se por crime contra a humanidade
qualquer um dos seguintes atos quando praticados como parte de um ataque
generalizado ou sistemático contra uma população civil e com conhecimento de
tal ataque: (...)
– Tortura
O Artigo 29 traz a previsão da Imprescritibilidade.
Os crimes sob a jurisdição do Tribunal não prescrevem.

Nacional – Brasil
CRIME COMUM
Porém, no Brasil, o crime de tortura destoou da tortura dos Tratados
Internacionais, tratando o delito como crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.Dessa forma, não se exige a qualidade de representante
estatal.

PRESCRITÍVEL
A Constituição Federal de 1988, em seu Art.5°, incisos XLII e XLIV, apenas
dois crimes como imprescritíveis – Racismo e ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.

895
Vejamos:
CF/88 – Art. 5°XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático. (grifo nosso)

Generalidades Aplicadas ao Art. 1°, Inciso I, “A”, “B” e “C”


Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-
lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa.

NÚCLEO DO TIPO – “Constranger” – o verbo constranger significa obrigar


alguém a fazer algo contra sua vontade, retirando sua liberdade de
autodeterminação.

➢ MEIOS DE EXECUÇÃO violência – Ex.: choque, queimadura, breve


afogamento.

➢ GRAVE AMEAÇA – ameaça de mal injusto, grave e verossímil.

➢ OBJETO JURÍDICO PROTEGIDO – integridade física e mental da pessoa;


bem como a dignidade da pessoa humana.

➢ SUJEITO PASSIVO – é a pessoa que suporta o sofrimento

➢ SUJEITO ATIVO – sujeito ativo comum.

ELEMENTO SUBJETIVO – dolo; não admite a modalidade culposa.

AUSÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO ESPECÍFICO ou ESPECIAL –


(DOLO ESPECÍFICO) – ausentes as finalidades, não configura crime de tortura,
podendo caracterizar crime menos grave, como lesão corporal, ameaça ou
constrangimento ilegal.

896
CONSUMAÇÃO – consuma-se no momento em que são empregados a violência
ou grave ameaça, isto é, no momento em que o agente constrange,
efetivamente, a vítima, embora não consiga alcançar o resultado pretendido.

CRIME FORMAL – não há necessidade da obtenção do resultado naturalístico.

DESNECESSIDADE DA OBTENÇÃO DO RESULTADO – é dispensável que o


agente alcance sua finalidade, pois se trata de um crime formal.

TENTATIVA – é possível, uma vez que se trata de crime plurissubsistente,


podendo os atos serem fracionados.

CRIME DE MÁXIMO POTENCIAL OFENSIVO – são aqueles para os quais a


Constituição exigiu um tratamento diferenciado. São eles: tráfico, terrorismo,
tortura e os definidos como hediondos. Dessa forma, não se aplicam os institutos
da Lei 9.099/95, como transação penal; suspensão condicional do processo; rito
sumaríssimo.

SOFRIMENTO FÍSICO E MENTAL SIMULTANEAMENTE.

Tortura-Confissão – Tortura-Prova – Tortura Probatória


Art. 1º, I, “a” – Constitui crime de tortura constranger alguém com
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico
ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
vítima ou de terceira pessoa.

FINALIDADE ESPECÍFICA OU ESPECIAL – obter informação, declaração ou


confissão da vítima ou de terceira pessoa.

NATUREZA DA INFORMAÇÃO – não há necessidade de ser natureza criminal.


Poderá ser de natureza comercial ou amorosa, por exemplo.

897
EXERCÍCIO

1) Um agente de polícia foi condenado a seis anos de reclusão pela prática de


tortura contra preso que estava sobre sua autoridade. Nesse caso o policial
condenado deve perder o seu cargo e durante 12 anos ser-lhe-á vedado exercer
cargos e funções públicas.

Gabarito

01 - C

898
Análise geral para Concursos da Lei 8072, de 1990

Em 1977, entrou em vigor a Lei nº 6.416, modificando a Parte Geral do Código


Penal, principalmente no Título das Penas.

Ocorre que esta não conseguiu acompanhar a realidade social que existia no
Brasil.

A criminalidade vinha num intenso crescimento, onde se aproveitava de uma


justiça morosa e de uma lei liberal.

Desta forma, o Governo Federal viu-se na obrigação de realizar outra


reforma, em 1984, cuja finalidade era criar uma legislação mais repressiva e
eficiente. Daí surgiu a famosa Lei dos Crimes Hediondos.

Saliente-se que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, XLIII, estabeleceu


que os crimes definidos como hediondos seriam:

Insuscetíveis de fiança, graça ou anistia. Com essa medida, a Carta Magna


visou punir os agentes de crimes considerados mais repugnantes com maior
severidade.

A Lei n° 8.072, de 25 de julho de 1990, em seu parágrafo 1º, classificava como


hediondos os seguintes crimes: "latrocínio (art. 157, parágrafo 3º, in fine),
• extorsão qualificada pela morte (art. 158, parágrafo 2º),
• extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput e
parágrafos 1º, 2º e 3°),
• estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput e
parágrafo único),
• atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223,
caput e parágrafo único),
• epidemia com resultado morte (art. 267, parágrafo 1º), envenenamento
de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal,
• qualificado pela morte (art. 270, combinado com o art. 285), todos do
Código Penal, e de genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n° 2.889, de 01-10-
56),
• tentados ou consumados".

899
Perceba que o homicídio havia sido deixado de lado, fora da competência
dessa Lei, fato este que indignava as pessoas.

Houve então uma longa pressão da mídia e da sociedade, que se comoveu


com um caso em especial, o assassinato da atriz Daniela Perez, por ter sido
praticado com requintes de crueldade, levou o legislador a incluir tal delito –
homicídio qualificado (art. 121, parágrafo 2º, inc. I a VII do CP) e o homicídio
simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio (art. 121, caput) –
no rol dos hediondos.

Assim sendo, em 1994, a Lei dos Crimes Hediondos ganhou nova redação
com a promulgação da Lei n° 8.930/94.

Essa nova redação da Lei dos Crimes Hediondos não se limitou a inserir o
crime de homicídio no texto anterior, mas também exclui a conduta do
envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal,
qualificada pelo resultado morte do rol dos crimes hediondos.

Em 1998, a Lei n° 9.677/98 incluiu na classificação dos delitos considerados


hediondos a vulgarmente chamada "falsificação de remédios". Por se tratar de
uma conduta culposa, muitos juristas vêm criticando essa inclusa na lista dos
Crimes Hediondos.

As infrações apenadas com detenção são reservadas para os delitos mais


leves. O caráter hediondo atribuído a tal conduta é um contraditório ao objetivo
da Lei nº 8.072/90, que rotula como hediondo os crimes mais graves e
repugnantes, visando uma punição mais severa aos crimes de maior crueldade.

Em 2009, a Lei nº 12.015/09 modificou a Lei de crimes hediondos (inciso V e


VI do artigo 1º), como consequência da alteração de alguns crimes no Código
Penal. Tais alterações se referem ao estupro, modificando a indicação do artigo
213, agora com os §§ 1º e 2º, que foram acrescentados pela referida Lei ao
Código Penal, no lugar do antigo parágrafo único. Isso se deve a nova tipificação
do crime de estupro, evitando-se, assim, incongruências. Acrescentou ainda o
crime de estupro de vulnerável, inciso VI, indicando o artigo correspondente no
Código Penal.

As Leis nº 12.978/2014 e nº 13.142/2015 inseriram àquele rol o favorecimento


da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou

900
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º) e a lesão corporal
de natureza gravíssima (art. 129, §2º) e lesão corporal seguida de morte (art.
129, §3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142
e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela,
ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
em razão dessa condição.

Por fim, a Lei nº 13.497/2017 incluiu o crime de posse ou porte ilegal de arma
de fogo de uso restrito àquele rol.

DEFINIÇÃO

O Brasil adota o Sistema Legal para definição da hediondez, de modo que


cabe ao legislador, no plano abstrato, selecionar previamente os tipos penais
que serão considerados hediondos, quando vierem a ser praticados: O juiz não
tem liberdade alguma para definir a hediondez na apreciação do caso concreto.

A Doutrina (Alberto Toron), por sua vez, sugere que seja inserido na Lei nº
8.072/90 um dispositivo legal que permita ao juiz afastar a hediondez da infração
penal no caso concreto. É a chamada Cláusula Salvatória.

RESTRIÇÕES CONSTITUCIONAIS

Nos termos do art. 2º, incisos I e II, da Lei 8.072/90, os crimes hediondos, a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
são insuscetíveis de anistia, graça, indulto e fiança.

Note-se que o texto constitucional - art. 5º, XLIII não prevê expressamente a
restrição ao indulto. Diante disso, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do Habeas Corpus nº 81.810/SP, estabeleceu que a proibição do
indulto aos condenados por crimes hediondos é plenamente constitucional, pois
decorre diretamente da norma constitucional, e está contida no termo "graça",
que foi empregado pelo legislador constituinte em seu sentido amplo.
a) ANISTIA: Perdão decorrente do Poder Legislativo por meio de Lei Federal em
relação a um determinado fato;
b) GRAÇA: Perdão concedido pelo Presidente da República através de decreto
para indivíduo específico;

901
c) INDULTO: Perdão concedido pelo Presidente da República através de
decreto para uma coletividade.
d) FIANÇA: A CF/88 veda a fiança como condição para a concessão da
liberdade provisória aos acusados da prática de crime hediondo ou equiparado,
de forma que é possível a obtenção da liberdade provisória, desde que fixada
outra medida cautelar diversa da prisão que não seja a fiança

ROL DE CRIMES HEDIONDOS ATUALIZADO PARA


CONCURSOS:

Para efeito de hediondez, o art.1º, caput, equipara as formas consumada e


tentada, que conservam a qualidade da hediondez, independentemente de a
conduta ter se consumado ou não.

Estabelece o art. 1º da Lei 8.072/90:

Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no


Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados
ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de


extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art.
121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)

O crime homicídio doloso simples - art. 121, caput, CP, quando praticado em
atividade típica de grupo de extermínio, ou homicídio condicionado, como é
chamado pela doutrina, é hediondo ainda que cometido por um só agente. O
homicídio qualificado, por sua vez, será hediondo independentemente da
qualificadora.

Em razão da ausência de previsão legal, não são considerados hediondos o


homicídio simples, que não come- tido em atividade típica de grupo de extermínio
e o homicídio privilegiado - art. 121, caput, e § 1º, código penal.

I - A lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2°) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente

902
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei nº
13.142, de 2015)

II - roubo: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou
pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº
8.930, de 1994)

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de


lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
2019)

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo,


2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
2009)

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput
e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

903
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação
dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº
8.930, de 1994) VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VII - B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a


fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei
nº 9.695, de 1998)

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de


criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído
pela Lei nº 12.978, de 2014)

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause


perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto


nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou
consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio


previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de
posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da Lei
no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados.
(Redação dada pela Lei nº 13.497, de 2017)

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados:


(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de


outubro de 1956; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no


art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

904
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº
10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição,


previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime


hediondo ou equiparado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

AFASTAMENTO DO CARÁTER HEDIONDO DO CRIME DE POSSE OU


PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO.

A lei nº 13.964/19 (Anticrime) desmembrou o art. 16, caput, da lei nº 10.826/03


(Estatuto do Desarmamento), e manteve a mesma pena anteriormente prevista,
qual seja: reclusão de 03 a 06 anos, e multa, quando se tratar de posse ou porte
de arma de fogo de USO RESTRITO, munição ou acessório (fuzil, metralhadora,
etc), e criou, no § 2º, do art. 16, da referida lei de armas uma QUALIFICADORA,
a qual prevê a pena de reclusão de 04 a 12 anos, quando as condutas descritas
no caput e no § 1º envolverem arma de fogo de USO PROIBIDO.

Ocorre que o art. 2º, inciso III, alínas "a" e "b" do Decreto nº 9.847, de 25 de
junho de 2019, estabalece que: Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto,
considera-se:

III - arma de fogo de uso proibido:


a) as armas de fogo classificadas de uso proibido em acordos e tratados
internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja signatária; ou
b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;

Conclui-se, portanto, a que a Lei Anticrime declarou a hediondez APENAS para


as armas de fogo de USO PROIBIDO - art. 16, § 2º, da Lei nº 10.826/03 (Estatuto
do Desarmamento).

905
Em outras palavras, ao desmembrar o dispositivo legal acima mencionado,
fazendo distinção entre USO RES- TRITO e USO PROIBIDO, a posse ou o porte
ilegal de arma de fogo de USO RESTRITO DEIXOU DE SER HEDIONDO POR
FALTA DE REFERÊNCIA LEGAL.

Vale consignar que este também é o entendimento adotado pelo Ministério


Público do Estado de São Paulo em seus enunciados internos.

Trata-se, portanto, neste aspecto de novatio legis in mellius, uma vez que a Lei
Anticrime foi benéfica nesse sentido.

Registre-se que no final do ano de 2017 a posse ou porte de arma de fogo,


munição ou acessório de uso restrito havia sido inserida no rol de crimes
hediondos, sendo que, posteriormente, a Lei Anticrime veio a fazer referência
tão somente à arma de fogo de USO PROIBIDO.

Em razão disso, podem ser cogitadas duas posições a respeito da hediondez


prevista no art. 1º, parágrafo único, II, da Lei, 8.072/90:

1º Posição - RESTRITIVA: Como o inciso II, do parágrafo único da Lei de Crimes


Hediondos nº 8.072/90 faz referência apenas às armas de fogo de USO
PROIBIDO - art. 16, § 2º, lei 10.826/03 - Estatuto do Deserma- mento, a posse
ou o porte ilegal de armas de fogo de USO RESTRITO - art. 16, caput, do mesmo
diploma legal TERIA DEIXADO DE SER CRIME HEDIONDO, de modo que,
neste ponto, a Lei Anticrime teria sido bené- fica, portanto, retroativa.

2º Posição - AMPLIATIVA: Ao se referir GENERICAMENTE ao art. 16 da Lei de


Armas, a Lei dos Crimes Hedi- ondos estaria abrangendo todas as figuras típicas
do referido dispositivo legal, de modo que a posse ou o porte ilegal de arma de
fogo de fogo de uso restrito e proibido continuariam sendo consideradas
hediondas.

CONCLUSÃO
Como o Brasil adota o SISTEMA LEGAL para definição de crime hediondo, e a
Lei Anticrime nº 13.964/19, que entrou em vigor em 25 de janeiro de 2020,
equivocadamente, não fez referência à posse ou ao porte ilegal de arma de fogo
de USO RESTRITO, mas tão somente à posse ou porte ilegal de USO
PROIBIDO, a princípio, tem-se que tais condutas deixaram de ter natureza

906
hedionda, até que sobrevenham decisões dos Tribunais Superiores em sentido
contrário.

Já o Artigo 2º em diante da Lei dos crimes hediondos assim diz:

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes


e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)

I - anistia, graça e indulto;


II - fiança e liberdade provisória.
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em


regime fechado.

§ 1° A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se


o réu poderá apelar em liberdade.

§ 2° A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos


neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o
apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela
Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados pelos crimes previstos


neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o
apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente, observado o
disposto nos §§ 3º e 4º do art. 112 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei
de Execução Penal). (Redação dada pela Lei nº 13.769, de 2018) (Revogado
pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro


de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

907
§ 3° Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se
o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4° A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro


de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias,
prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
(Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,


destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta
periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a
ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

EXERCÍCIOS

1) A lei dos crimes hediondos nº 8.072/90 possui seu fundamento constitucional


no art. 5º, inciso XLIII, CF/88, o qual estabelece que:
"a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e
os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem"

2) A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados


ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja
permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade
pública.

3) Em caso de sentença condenatória, o membro do Ministério Público decidirá


fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.

4) Lei Anticrime declarou a hediondez para todos os crimes de armas de fogo de


USO PROIBIDO, PERMITIDO, dentre outras figuras típicas.

908
5) Mesmo que no final do ano de 2017 a posse ou porte de arma de fogo,
munição ou acessório de uso restrito tenha sido inserida no rol de crimes
hediondos, a Lei Anticrime veio a fazer referência tão somente à arma de fogo
de USO PROIBIDO, com natureza de hediondez.

GABARITO:

1-C
2-C
3-E
4-E
5-C

909
LEI Nº 7.210/1984 – Lei de Execuções Penais

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Sujeito ATIVO
ESTADO – Não podemos esquecer nunca que o jus puniendi é indelegável.

Sujeito PASSIVO
CONDENADO.

NATUREZA JURÍDICA DA EXECUÇÃO

PRINCÍPIOS NA APLICAÇÃO DAS PENAS

1) HUMANIDADE:
veda a tortura e o tratamento degradante àqueles que se encontram com a
liberdade restringida. Ele tem como base o Estado Democrático de Direito, o
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e os efeitos deles decorrentes.

2) LEGALIDADE:
conhecido por meio da expressão latina nullum crimen, nulla poena sine
lege, que significa que 'não há crime, nem pena, sem lei anterior que os defina'.

3) IGUALDADE:
pressupõe que as pessoas colocadas em situações diferentes sejam tratadas

910
de forma desigual: “Dar tratamento isonômico às partes significa tratar
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas
desigualdades”.

4) INTRANSCENDÊNCIA DA PENA:
princípio da intranscendência ou da pessoalidade ou, ainda, personalidade da
pena, preconiza que somente o condenado, e mais ninguém, poderá responder
pelo fato praticado, pois a pena não pode passar da pessoa do condenado. Este
princípio justifica a extinção da punibilidade pela morte do agente.

5) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA:
garante aos indivíduos no momento de uma condenação em um processo
penal que a sua pena seja individualizada, isto é, levando em conta as
peculiaridades aplicadas para cada caso em concreto.

DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL


Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado.

Onde ocorre a execução penal propriamente dita?


Para fins de prova o que precisamos saber é que a execução penal é uma
fase, que efetivamente ocorre após o devido processo legal.

911
Medidas de segurança: São impostas nos casos de sentenças absolutórias
impróprias.
Detentiva: Cumprida em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico.
Restritiva: cumprida com tratamento ambulatorial.

O que são sentenças absolutórias impróprias?


É quando o agente é absolvido por ser inimputável.

BIZU MONSTRUOSO!!!
Pode-se aplicar LEP a presos provisórios.

Objetivo da execução da pena: É propiciar a integração social do condenado


ou internado.

La dentro do direito penal e da criminologia, estudamos as funções da pena, e


temos que relembrar este assunto, pois no final do artigo primeiro da LEP, o
legislador traz como principal ponto a integração social do condenado ou
internado.

teoria relativa da pena:


prevenção geral, destinada a toda a sociedade; e
prevenção especial, destinada a própria pessoa do criminoso.

DICA: essas prevenções acabam se subdividindo cada uma em aspectos


positivos e negativos.

912
EXERCÍCIOS

1) O princípio da intranscendência da pena, preconiza que não só o condenado,


mas também aqueles que ele deixa como herdeiros, poderão responder a pena
deste condenado, pois não há previsão legal proibindo tal fato.

2) De acordo com a lei de execuções penais a execução penal tem por objetivo
efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar
condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.

GABARITO

1-E
2-C

913
LEI Nº 7.210/1984 – Lei de Execuções Penais

ABRANGÊNCIA DA LEI
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em
todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na
conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.

Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e


ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a
estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

- Jurisdição ordinária: é a jurisdição comum, podendo ser federal ou estadual.


- Jurisdição especial: É aquela que tem matéria específica definida pela
constituição.

De olho nos exemplos!!

1) Se um sujeito for condenado pela justiça militar e cumpre pena em


estabelecimento militar, ele será regido pelo código penal militar.

2) Se o sujeito for recolhido a um estabelecimento comum, seja ele federal ou


estadual, será regido pela LEP.

Súmula 192 do STJ


Compete ao juízo das execuções penais do Estado a execução das penas
impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando
recolhidos a estabelecimentos sujeitos à administração estadual.

A sumula 192 quer dizer que não importa de onde veio a sentença se o sujeito
está submetido a um presídio estadual, será o juiz estadual de execução penal
que vai ter a competência de ditar as regras da execução.

Aplica-se a lei no caso de presos provisórios?

914
SIM. São aqueles que estão em prisão cautelar. Aplica-se a lei antes do
encerramento do processo ou durante o inquérito policial.

Em via de regra a pena será cumprida em penitenciárias estaduais, tendo como


exceção aquelas penitenciárias que são mantidas pela união.

QPP: Se o detento for recolhido a prisão federa, a quem pertence a competência


para execução da pena?
Pertence a justiça federal comum.

BIZU MONSTRUOSO!!!
Não há aplicação da LEP em medidas socioeducativas de menores infratores.
Nesse caso, aplica-se o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos


não atingidos pela sentença ou pela lei.

Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial,


social, religiosa ou política.

Este artigo trata dos direitos, que mais na frente iremos aprofundá-los com mais
clareza, mas temos que entender que caso um indivíduo sofra uma condenação
criminal e a ele seja aplicada uma pena restritiva de liberdade não é caso de
abolir, acabar, alienar os outros direitos fundamentais que a pena não alcançou,
logo os direitos fundamentais que não foram alcançados ou atingidos tanto de
forma direta quanto indireta serão observados e respeitados, inclusive com
bastante ênfase quando se trata de direitos que protegem a integridade física e
mental do condenado.

E quanto aos direitos políticos do condenado?


Esta é uma questão que pode cair em prova, devemos atentar a isso, pois a
banca pode tentar fazer uma pegadinha, então lembre-se sempre os direitos
políticos do condenado são suspensos e não cassados.

ATENÇÃO!!!

915
O preso cautelar que é aquele que está em prisão preventiva ou temporária,
mantém seus direitos políticos e pode votar. Para confirmar isso ainda mais o
TSE determinou a criação de seções eleitorais especiais em
estabelecimentos penais e em unidades de internação de adolescentes.

É simples notar que o parágrafo único fala sobre o a igualdade, e a proibição de


preconceito referente aos condenados.

Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas


atividades de execução da pena e da medida de segurança.
O artigo 4º é bem simples pois trata simplesmente do objetivo da LEP, que é a
reinserção do condenado a sociedade, e ela enfatiza a importância da
participação da sociedade no processo do condenado, para que ele possa voltar
ás ruas sem cometer mais nenhum delito.

DA CLASSIFICAÇÃO
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus
antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da
execução penal.

A LEP estabelece em seu art. 5º que os condenados serão classificados,


segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização
da execução penal. Com isso, a LEP determina que os condenados devem ser
distribuídos em classes, de acordo com determinados critérios, a fim de que as
penas sejam cumpridas atendendo ao preceito constitucional de individualização
da pena.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação
que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade
adequada ao condenado ou preso provisório.

Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada


estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por
2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um)
assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de
liberdade.

Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da


Execução e será integrada por fiscais do serviço social.

916
1) A classificação de um condenado será feita por Comissão Técnica de
Classificação.

2) Quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade a Comissão


Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida
pelo diretor e composta, no mínimo, por 02 chefes de serviço, 01 psiquiatra, 01
psicólogo e 01 assistente social.

3) Nos demais casos (condenados à pena restritiva de direitos e/ou multa) a


Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do
serviço social.

EXAME CRIMINOLÓGICO
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em
regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção
dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à
individualização da execução.

Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido
o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime
semiaberto.

917
DIFERENÇAS ENTRE CLASSIFICAÇÃO E EXAME CRIMINOLÓGICO

o Juiz pode requerer a realização de exame criminológico antes de autorizar


a progressão de regime, pois antes de 2003, ou seja antes do surgimento da Lei
10.792/03, era um requisito legal para a progressão do regime o exame
criminológico, hoje em dia estas regras, que foram inclusive alteradas pela Lei
13.964/2019 o nosso Pacote Anticrime, não exigiu mais tal situação. No entanto,
pode o juiz solicitar a realização do exame, desde que seja de maneira motivada,
e é o que trata a súmula 439 do STJ.

Súmula 439 do STJ


Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em
decisão motivada.

RESUMINDO:

EXAME CRIMINOLÓGICO:

- OBRIGATÓRIO Cumprimento de pena em regime fechado

918
- FACULTATIVO Cumprimento de pena em regime semiaberto ou quando o
juiz precisar de informações para análise da progressão de regime, lembrando
que tem que motivar.

ATENÇÃO!!!
Os condenados por crime praticado, DOLOSAMENTE, com violência de
natureza GRAVE contra pessoa, ou por QUALQUER dos crimes previstos no
art. 1° da Lei no 8.072/90 (Crimes Hediondos), serão submetidos,
OBRIGATORIAMENTE, à identificação do perfil genético, mediante extração de
DNA, por técnica adequada e indolor.

EXERCÍCIOS

1) De acordo com a jurisprudência não é admitido o exame criminológico pelas


peculiaridades do caso, nem que seja com decisão motivada.

2) O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime


aberto, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos
necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da
execução.

GABARITO

1-E
2-E

919
LEI Nº 7.210/1984 – Lei de Execuções Penais

DAS ASSISTÊNCIAS

DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
DEFINIÇÃO: É aquela que cuida da preparação do preso para a volta para a
sociedade.
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o
internado e prepara-los para o retorno a` liberdade.

Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:


I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as
dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas
temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da
pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da
Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do
internado e da vítima.

DA ASSISTÊNCIA RELIGIOSA
O artigo 5º da constituição garante a prestação religiosa e a liberdade de
culto, e também permite a participação das instituições religiosas no interior dos
estabelecimentos penais.
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos
presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços
organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de
instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de
atividade religiosa.

DA ASSISTÊNCIA AO EGRESSO
Egresso é aquele indivíduo que não faz mais parte do sistema penitenciário, o
ex-detento.

920
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do
estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:


I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em
estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.

Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado


uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o
empenho na obtenção de emprego.

Art. 27. O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a


obtenção de trabalho.

DO TRABALHO
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de
dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções
relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das
Leis do Trabalho.

A execução do trabalho determinado constitui dever do condenado, estabelecido


pela própria LEP, e sua recusa é considerada falta grave. O trabalho, entretanto,
não pode, por si só, representar punição, pois a pena de trabalhos forçados é
vedada pela Constituição Federal.

921
BIZU MONSTRUOSO!!!
O preso trabalhador, diferentemente dos que estão em liberdade, não é regido
pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mas devem ser observadas as
regras relativas à higiene e à segurança.

ATENÇÃO!!!
Por não serem regidos pela CLT os presos não fazem jus a alguns direitos
trabalhistas como férias, 13º salário, horas extras e dentre outros, porém é
importante destacar que ele tem direito a benefícios previdenciários, que
estudaremos mais à frente.

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela,


não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados
judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família;
a pequenas despesas pessoais;
ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção
do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação
prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte
restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que
será entregue ao condenado quando posto em liberdade.

a LEP determina que o trabalho executado pelo preso deverá ser remunerado,
mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 do salário mínimo.

O que acontece com a remuneração do preso?


Após as devidas deduções, o que sobra é investido em uma caderneta de
poupança, que pode ser resgatada quando posto em liberdade.

É interessante saber também que essa obrigatoriedade de remuneração não


abrange a prestação de serviços à comunidade, que é o que podemos ver no
artigo 30 da lei.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade
não serão remuneradas.
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao
trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.

922
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e
só poderá ser executado no interior do estabelecimento.

Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem
superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos
presos designados para os serviços de conservação e manutenção do
estabelecimento penal.
Os presos não estão submetidos ao regime de trabalho da CLT, e por isso a LEP
estabelece limites de horários. Em regra, a jornada de trabalho não deve ser
inferior a 6h e nem superior a 8h.
Os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento prisional podem
ser realizados com atribuição de horário especial. Se houver condenados que
tenham a atribuição de realizar a manutenção corretiva do encanamento, por
exemplo, estes devem estar disponíveis para resolver problemas no momento
em que eles surgirem.
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime
fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da
Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que
tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina. § 1º O limite
máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de
empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa
1empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do
consentimento expresso do preso.

Pela própria natureza do regime fechado de cumprimento da pena, nós já


sabemos que não deve haver, em regra, trabalho externo. A LEP, contudo, abre
uma exceção, admitindo sua realização em serviços ou obras públicas, desde

923
que adotadas as cautelas contra fugas e mantida a disciplina. Para tanto, do total
de trabalhadores na obra, no máximo 10% (dez por cento) podem ser presos.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do
estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade,
além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao
preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta
grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos
neste artigo.

O trabalho externo é autorizado pela direção do estabelecimento, não sendo


necessária autorização judicial.

O preso deverá ter cumprido pelo menos 1/6 da pena e demonstrar aptidão,
disciplina e responsabilidade.

A progressão do preso para o regime semiaberto não autoriza, por si só, o


trabalho externo. Essa autorização deve ser concedida pela direção do
estabelecimento mediante pedido específico.

O benefício será revogado se o preso praticar crime (não se exigindo processo


nem condenação), bem como se for punido por falta grave ou se apresentar
comportamento incompatível.

ATENÇÃO: O trabalho externo pode ser autorizado a condenado em regime


semiaberto sem a necessidade de ter cumprido 1/6 da pena. Esse é o
entendimento do STJ e STF.

924
EXERCÍCIOS

1) De acordo com A Lei de execuções penais o trabalho do preso será


remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser maior que 3/4 (três
quartos) do salário mínimo.

2) De a cordo com a jurisprudência O trabalho externo pode ser autorizado a


condenado em regime semiaberto sem a necessidade de ter cumprido 1/6 da
pena.

GABARITO

1-E
2-C

925
LEI Nº 7.210/1984 – Lei de Execuções Penais

DOS DEVERES

• comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;


• obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva
relacionar-se;
• urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
• conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de
subversão à ordem ou à disciplina;
• execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
• submissão à sanção disciplinar imposta;
• indenização à vítima ou aos seus sucessores;
• indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a
sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do
trabalho;
• higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
• conservação dos objetos de uso pessoal.

ATENÇÃO!!!
Cumpre ao CONDENADO, além das obrigações legais inerentes ao seu estado,
SUBMETER-SE ÀS NORMAS DE EXECUÇÃO DA PENA. Aplica-se ao PRESO
PROVISÓRIO, no que couber, os deveres acima citados.

DOS DIREITOS
• alimentação suficiente e vestuário;
• atribuição de trabalho e sua remuneração;
• Previdência Social;
• constituição de pecúlio;
• proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e
a recreação;
• exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas
anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
• assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
• proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
• entrevista pessoal e reservada com o advogado;
• visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias
determinados;
• chamamento nominal;

926
• igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização
da pena;
• audiência especial com o diretor do estabelecimento;
• representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
• contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da
leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e
os bons costumes.
• atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
responsabilidade da autoridade judiciária competente.

O rol dos direitos citados é meramente exemplificativo, pois é impossível esgotar


todos os direitos atinentes à pessoa humana.

ATENÇÃO!!!
Aplica-se ao PRESO PROVISÓRIO e ao SUBMETIDO À MEDIDA DE
SEGURANÇA (o internado), no que couber, os direitos acima citados. IMPÕE-
SE A TODAS AS AUTORIDADES o respeito à integridade física e moral dos
condenados e dos presos provisórios.

O parágrafo único traz a possiblidade de alguns direitos serem suspensos pelo


diretor do presídio, diante de fundamentação.
Devemos atentar para uma jurisprudência importante, pois o STJ veda que
sejam estabelecidas sanções coletivas.

DA DISCIPLINA
• A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às
determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência
às determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do
trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa
de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório. Art. 45. Não
haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão
legal ou regulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e
moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou
da prisão, será cientificado das normas disciplinares.

927
• As sanções NÃO PODERÃO colocar em perigo a integridade física e moral
do condenado.

• É VEDADO o emprego de cela ESCURA.

vedação das chamadas “solitárias”.

ATENÇÃO!!!
Solitária ou cela escura são diferentes da cela individual, que é imposta no caso
de Regime Disciplinar Diferenciado.

• SÃO VEDADAS as sanções coletivas.

• Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal
ou regulamentar.

928
EXERCÍCIOS

1) De acordo com a lei de execuções penais aplica-se ao preso provisório e ao


submetido à medida de segurança, no que couber, os direitos que a LEP cita e
impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos
condenados e dos presos provisórios.

2) De acordo com a lei de execuções penais é vedado o emprego de cela escura.

GABARITO

1-C
2-C

929
LEI Nº 7.210/1984 – Lei de Execuções Penais

DAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES


Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves.
A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as
respectivas sanções. Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção
correspondente à falta consumada.

As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e GRAVES. A legislação


local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. Logo,
serão as faltas graves as que interessam aqui para o nosso estudo da LEP.

ATENÇÃO!!!
Seja qual for o tipo de falta, pune-se a TENTATIVA com a sanção
correspondente à falta consumada.

BIZU MOSNTRUOSO!!!
há faltas graves específicas para os condenados à pena restritiva de liberdade
e os condenados à pena restritiva de direitos, não podemos passar por esse
assunto sem saber diferenciá-las, pois são assuntos relevantes para a prova.

1) comete falta GRAVE o condenado à pena privativa de liberdade que:


• incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
• fugir;
• possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física
de outrem;
• provocar acidente de trabalho;
• descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
• inobservar os seguintes deveres: o de obediência ao servidor e respeito
a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se e o de execução do
trabalho, das tarefas e das ordens recebidas.
• tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo.
• As faltas GRAVES acima citadas aplicam-se, no que couber, ao PRESO
PROVISÓRIO.

930
Caso o indivíduo seja condenado à pena restritiva de direitos, comete falta
GRAVE aquele que:

• descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;


• retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
• inobservar os seguintes deveres: o de obediência ao servidor e respeito
a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se e o de execução do
trabalho, das tarefas e das ordens recebidas.

DICA DE PROVA!!!
A prática de fato previsto como CRIME DOLOSO constitui falta GRAVE e,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao REGIME
DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD).

nesse caso, é necessário o trânsito em julgado para a caracterização da infração


administrativa?
NÃO. Essa informação encontra-se na súmula a seguir:

Súmula 526 do STJ


O reconhecimento de falta grave decorrente de fato definido como crime doloso
no cumprimento da pena prescinde do trânsito em julgado de sentença penal
condenatória no processo penal instaurado para a apuração do fato.

Outras súmulas importantes para a prova:

Progressão de regime – Súmula 534 do STJ: A prática de falta grave


interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento
de pena, o qual se reinicia a partir do cometimento dessa infração. Destaco ainda
que a contagem do novo período aquisitivo do requisito objetivo (quantidade de
pena a ser cumprida) inicia-se da última falta grave e incidirá sobre o
remanescente da pena e não sobre a totalidade da pena.

Livramento condicional – Súmula 441 do STJ: A falta grave não interrompe o


prazo do livramento condicional. Motivo: Ausência de previsão legal.

931
Comutação e Indulto – Súmula 535 do STJ: A prática de falta grave não
interrompe o prazo para fim de comutação de pena. Motivo: Ausência de
previsão legal.

- O rol de faltas GRAVES é taxativo, não cabendo interpretação extensiva


dessas faltas.

REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO

trata-se de uma disciplina mais específica, diferenciada, que se pratica para


determinado público-alvo. E é isso a que se propõe o RDD.

É uma sanção disciplinar aplicável aos presos condenados ou provisórios,


que decorre da prática de fato previsto como crime doloso (falta grave),
ocasionando subversão (tumulto) da ordem ou disciplina internas,
independentemente de trânsito em julgado da sentença condenatória. Nesse
ponto tivemos diversas alterações pelo pacote anticrime. Na verdade, todo Art.
52 foi alterado para endurecer o RDD especialmente para aqueles presos que
fazem parte de organizações criminosas.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave
e, quando ocasionar subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará
o preso provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, sem prejuízo
da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado (RDD), com as
seguintes características: I - duração máxima de até 2 anos, sem prejuízo
de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas quinzenais, de 2 pessoas por vez, a serem realizadas em
instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de
objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado
judicialmente, com duração de 2 horas;
IV - direito do preso à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol,
em grupos de até 4 presos, desde que não haja contato com presos do
mesmo grupo criminoso;
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor,
em instalações equipadas para impedir o contato físico e a passagem de
objetos, salvo expressa autorização judicial em contrário; VI - fiscalização
do conteúdo da correspondência;
VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por
videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no mesmo
ambiente do preso.

932
§ 1º O regime disciplinar diferenciado (RDD) também será aplicado aos
presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros:
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do
estabelecimento penal ou da sociedade;
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou
participação, a qualquer título, em organização criminosa, associação
criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de falta grave.
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização
criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação
criminosa em 2 ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar
diferenciado (RDD) será obrigatoriamente cumprido em estabelecimento
prisional federal.
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar
diferenciado (RDD) poderá ser prorrogado sucessivamente, por períodos
de 1 ano, existindo indícios de que o preso: I - continua apresentando alto
risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem ou
da sociedade;
II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa
ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a função
desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do
grupo, a superveniência de novos processos criminais e os resultados do
tratamento penitenciário.
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o RDD deverá contar com
alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à
necessidade de se evitar contato do preso com membros de sua
organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de
grupos rivais.
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada
em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial,
fiscalizada por agente penitenciário.
§ 7º Após os primeiros 6 meses de RDD, o preso que não receber a visita
de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio
agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa
da família, 2 vezes por mês e por 10 minutos.

CARACTERÍSTICAS PARA ENTRAR NO RDD:

1) cometa um fato criminal doloso


2) ocasione subversão da ordem e disciplina
3) Apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal
ou da sociedade
4) Preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de
envolvimento ou participação, a qualquer título, em organização criminosa,

933
associação criminosa ou milícia privada, independentemente da prática de
falta grave.

DICA: O RDD é a única punição disciplinar que não pode ser aplicada
diretamente pelo Diretor do estabelecimento prisional. Ela só pode ser aplicada
pelo juiz da execução penal após requerimento diretor do presídio ou outra
autoridade administrativa, conforme Art. 54, §1º (doutrina e jurisprudência
consideram também o MP como legitimado para requisitar o RDD com fulcro no
Art. 68, II, “a”).

934
ATENÇÃO!!!
existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa,
associação criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2
ou mais Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado (RDD) será
obrigatoriamente cumprido em estabelecimento prisional federal.

ATENÇÃO!!!
As visitas quinzenais (antes eram semanais), de 2 pessoas por vez, serão
gravadas em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, com autorização judicial,
fiscalizadas por agente penitenciário.

ATENÇÃO!!!
Após os primeiros 6 meses de RDD, o preso que não receber visita poderá, após
prévio agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa
da família, 2 vezes por mês e por 10 minutos.

MUDANÇAS APÓS PACOTE ANTICRIME

935
936
937
938
LEI Nº 7.210/1984 – Lei de Execuções Penais

DAS SANÇÕES
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o
disposto no artigo 88 desta Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato
motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e
fundamentado despacho do juiz competente.
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar
dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do
estabelecimento ou outra autoridade administrativa.
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será
precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada
no prazo máximo de quinze dias.

Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os


motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem como a pessoa do
faltoso e seu tempo de prisão.

DAS RECOMPENSAS
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido
em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua
dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I - o elogio;

939
II - a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a
natureza e a forma de concessão de regalias.

As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do


condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.

São recompensas o ELOGIO e a CONCESSÃO DE REGALIAS. A legislação


local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de concessão de
regalias.

DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento
para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de
defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada

De acordo com o STJ é indispensável o procedimento, independente de qual


seja a pena imposta.

Súmula 533, STJ:


Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução
penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor
do estabelecimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por
advogado constituído ou defensor público nomeado.

Atente-se para esta súmula pois tal súmula diz que no âmbito da execução
penal é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo
diretor do estabelecimento penal, e isto é feito por advogado constituído ou
defensor nomeado, ou seja, quando falamos em punição adm no âmbito da
execução penal não se aplica a Súmula Vinculante nº 5 do STF.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento
preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no
regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da
averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente.
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime
disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da
sanção disciplinar.

940
ATENÇÃO!!!
Não confunda isolamento provisório com inclusão provisória no RDD.
Aquele pode ser determinado pelo diretor do presídio e consiste na sanção de
isolamento, que é baseada na necessidade imediata da medida. Já a inclusão
provisória do RDD também é medida precária e emergencial, mas que só pode
ser adotada pelo juiz competente, pelo prazo máximo de 10 dias. Ambas são
medidas cautelares para manutenção da ordem e disciplina no estabelecimento
penal, mas com aplicações distintas.

EXERCÍCIOS

1) Constitui sanção disciplinar prevista na Lei de Execução Penal, a:

a) Advertência por escrito.


b) Inclusão no regime disciplinar diferenciado.
c) Perda do contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita.
d) Restrição de direitos limitada a 60 (sessenta) dias.

2) De acordo com a lei de execuções penais, praticada a falta disciplinar, deverá


ser instaurado o procedimento para sua apuração, conforme regulamento,
assegurado o direito de defesa, não necessitando de motivação.

GABARITO

1-B
2-E

941
LEI Nº 7.210/1984 – Lei de Execuções Penais

REGIME ABERTO
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação
de seu programa e das condições impostas pelo Juiz. Art. 114. Somente
poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediata-
mente;
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a
que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com
autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime. Parágrafo
único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no
artigo 117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a
concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições
gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias
de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial; IV -
comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando
for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício,
a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do
condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.

- O regime aberto, é aquele que deve ser cumprido sem o rigor penitenciário em
casa de albergado.
- É a última fase da execução da pena e pressupõe que o indivíduo já está
praticamente pronto para voltar para a sociedade.

De acordo com o artigo 116 o juiz não pode determinar condições especiais que
importem em uma nova pena restritiva de direitos sob pena de se punir o
indivíduo duas vezes.

Súmula 493 do STJ:


É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como condição
especial ao regime aberto.

942
PRISÃO DOMICILIAR PARA PRESOS EM REGIME ABERTO
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime
aberto em residência particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.

Esta concessão é apenas para condenados no regime aberto, no entanto a


jurisprudência tem aceitado a aplicação da prisão domiciliar quando comprovado
que não há vaga em estabelecimento penal compatível com o regime semiaberto
ou aberto.

Súmula Vinculante 56:


A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do
condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa
hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

ATENÇÃO!!
O Superior Tribunal de Justiça, em hipóteses excepcionais, tem admitido
também o benefício a condenados portadores de doenças graves, que estejam
cumprindo pena em regimes semiaberto e fechado, desde que demonstrada a
impossibilidade de receberem o tratamento adequado no estabelecimento
prisional.

PROGRESSÃO DE REGIME
ASPECTOS IMPORTANTES
Só se defere à progressão de regime em crimes contra a Administração
Pública, quando houver prejuízo ao erário, com a integral reparação do
dano ou devolução do produto ilícito, salvo comprovada incapacidade de
fazê-lo.

Súmula 716 do STF:


Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou a aplicação
imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado
da sentença condenatória.

943
Súmula 717 do STF:
Não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença
não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.

A regra é que o preso cumpra pena em um presídio estadual. Contudo, no caso


de interesse da sociedade ou da segurança pública, pode o detento ser
transferido à esfera federal. Nesse caso o STF e o STJ entendem que não é
compatível com a progressão de regime, por ausência do requisito subjetivo
(mérito carcerário, bom comportamento) ou seja, se o preso estiver cumprindo
pena em penitenciária federal, não vai ter direito a progressão de regime ou a
banca pode trazer também progressão per saltum.

Súmula 491 do STJ:


É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime prisional

REGRESSÃO DE REGIME
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma
regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais
rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante
da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111). § 1° O
condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses
referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido
previamente o condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares
para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto
(artigo 36, § 1º, do Código Penal).
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá
adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:

Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste


artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a defesa:
I - a regressão do regime

944
EXERCÍCIOS

1) De acordo com a jurisprudência admite-se a progressão de regime de


cumprimento de pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela
determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

2) De acordo com a jurisprudência referente a lei de execuções penais é


permitida a fixação de pena substitutiva como condição especial ao regime
aberto.

GABARITO

1-C
2-E

945
LEI Nº 7.210/1984 – Lei de Execuções Penais

AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA

Tentando buscar um pensamento mais humanitário em relação ao preso, estes


têm algumas regalias que a LEP concede quanto a autorizações de saída.

1) PERMISSÃO DE SAÍDA
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou
semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do
estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes
fatos:
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente,
descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 141).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do
estabelecimento onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração
necessária à finalidade da saída.

1) É concedida a permissão ao preso provisório e ao condenado em regime


fechado e semiaberto.
2) autorização pode ser dada diretamente pelo diretor do presídio.
3) Não tem prazo definido.
4) É realizada com escolta.

2) SAÍDA TEMPORÁRIA

Objetivo: reinserir o preso à sociedade e manter os vínculos familiares, além de


abrandar o cumprimento da pena.
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto
poderão obter autorização para saída temporária do estabelecimento,
sem vigilância direta, nos seguintes casos:
I - visita à família;
II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução
do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;

946
III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio
social.
§1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de
equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim
determinar o juiz da execução.
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste
artigo o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo com
resultado morte. (incluído pela Lei 13.964/2019)

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da


execução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e
dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for
primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete)
dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as
seguintes condições, entre outras que entender compatíveis com as
circunstâncias do caso e a situação pessoal do condenado:
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde
poderá ser encontrado durante o gozo do benefício;
II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
congêneres.
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de
instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o
necessário para o
cumprimento das atividades discentes.
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser
concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo
entre uma e outra.

Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o


condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta
grave, desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo
grau de aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá
da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar
ou da demonstração do merecimento do condenado.

947
REMISSÃO
É a situação que o preso diminui os seus dias de pena por intermédio do trabalho
e do estudo.
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou
semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de
execução da pena.

948
§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: I - 1
(um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade
de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior,
ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três)
dias; II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.
§ 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão
ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a
distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais
competentes dos cursos frequentados.
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de
trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem.
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou
nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.
§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de
1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou
superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo
órgão competente do sistema de educação.
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o
que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso
de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de
execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso
I do § 1º deste artigo.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a defesa.

Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço)
do tempo remido, observado o disposto no art. 572, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar.

Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para
todos os efeitos.

Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo


da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam
trabalhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das
horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles.
§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal
deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva
unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar.
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos.

Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou


atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de
remição.

949
MONITORAÇÃO ELETRÔNICA
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração
eletrônica quando:
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
IV - determinar a prisão domiciliar;

Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá
adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações;
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer
forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
faça;
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste
artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a defesa:
I - a regressão do regime;
II - a revogação da autorização de saída temporária; VI - a revogação da
prisão domiciliar;

Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada:


I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito
durante a sua vigência ou cometer falta grave.

950
951
SUSPENSÃO CONDICIONAL
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2
(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde
que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão
do benefício;
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código.
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão
do benefício.
§ 2° A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro
anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o
condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde
justifiquem a suspensão.

Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à


observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art.
48).
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem
inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo
anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:
• proibição de frequentar determinados lugares;
• proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorização do juiz;
• comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente,
para informar e justificar suas atividades.

Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica


subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação
pessoal do condenado. Art. 80 - A suspensão não se estende às penas
restritivas de direitos nem à multa.

952
953
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

954
LEI COMPLEMENTAR Nº 258,
DE 26 DE NOVEMBRO DE 2021

DISPÕE SOBRE O REGIME DISCIPLINAR DOS POLICIAIS PENAIS E


DEMAIS SERVIDORES PÚBLICOS DO QUADRO PERMANENTE DA
SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO PENITENCIÁRIA DO ESTADO – SAP.
“Art. 1.º Esta Lei dispõe sobre o regime disciplinar aplicável aos agentes públicos
do quadro permanente da Secretaria da Administração Penitenciária – SAP,
definindo regras sobre o comportamento ético, bem como os procedimentos para
apuração da responsabilidade administrativa disciplinar”.

QUEM ESTÁ SUJEITO À ESSA LEI?


• Policiais Penais de Carreira
• Servidores públicos (quadro perm. SAP) Conforme dispõe o art. 2º da lei.
“Art. 2.º Estão sujeitos às disposições desta Lei os policiais penais de carreira e
demais servidores públicos do quadro permanente da SAP”.

Chega então em nosso Ordenamento para:


I. Definir regras sobre comportamento ético;
II. Definir os procedimentos para a apuração da responsabilidade administrativa
disciplinar.

APURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE

955
CONTROLADORIA GERAL DE DISCIPLINA - CGD (Dos Órgãos da Seg.
Pública e Sist. Penitenciário)
Esse referido órgão irá apurar a responsabilidade disciplinar:
• Policiais Penais de carreira.
De acordo com o que dispõe a Lei Complementar nº 98/2011.
“§ 1.º Compete à Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança
Pública e Sistema Penitenciário - CGD apurar a responsabilidade disciplinar dos
policiais penais de carreira, nos termos da Lei Complementar n.º 98, de 13 de
junho de 2011”.

PROCURADORIA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR –


PROPAD
Órgão de execução programática da Procuradoria-Geral do Estado Irá apurar a
responsabilidade disciplinar:
• Demais servidores públicos (Quadro perm. SAP)
De acordo com o que dispõe a Lei Complementar nº 58/2006
§ 2.º É da competência da Procuradoria de Processo Administrativo Disciplinar
– Propad, órgão de execução programática da Procuradoria-Geral do Estado,
apurar a responsabilidade disciplinar dos demais servidores públicos do quadro
permanente da SAP, nos termos da Lei Complementar n.º 58, de 31 de março
de 2006.”

DA RESPONSABILIDADE
“Art. 3.º Os policiais penais de carreira e os servidores públicos do quadro
permanente da SAP respondem civil, penal e administrativamente pelo exercício
irregular de suas atribuições, sujeitando-se, cumulativamente, às cominações
cabíveis nas respectivas esferas”.
De acordo com o dispositivo supracitado, os agentes públicos (englobam tanto
os policiais penais quanto os demais servidores do quadro permanente da SAP),
podem responder CUMULATIVAMENTE nas três esferas da justiça, conforme o
esquema abaixo.

956
*Respondem pelo exercício irregular de suas atribuições de acordo com as
cominações cabíveis em cada esfera.
“Parágrafo único. O agente público legalmente afastado do exercício funcional
não estará isento de responsabilidade, nos termos do caput deste artigo, por
infrações cometidas antes ou durante o afastamento, observadas as disposições
desta Lei”.

Conforme o dispositivo acima, trazido da Lei Complementar em questão, o


agente público (lembrando que engloba tanto os policiais penais quanto os
servidores públicos do quadro permanente da SAP) que, legalmente afastado de
seu exercício funcional, não estará isento de responsabilidade, por infrações
cometidas antes ou durante seu afastamento, conforme ilustrado no esquema
abaixo.

957
EXERCÍCIOS

1. A Lei Complementar nº 258/2021 dispõe sobre Regime Disciplinar aplicável,


de acordo com o seu art.1º, aos servidores públicos do Estado do Ceará.

( ) Certo ( ) Errado

2. De acordo com a referida lei, a apuração da responsabilidade disciplinar do


agente público será realizada pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos
de Segurança Pública e Sistema Penitenciário – CGD.

( ) Certo ( ) Errado

958
3. A Procuradoria de Processo Administrativo Disciplinar – Propad, órgão de
execução programática da Controladoria-Geral do Estado, compete apurar a
responsabilidade disciplinar dos policiais penais de carreira.

( ) Certo ( ) Errado

GABARITO

1. E
2. E
3. E

959
LEI COMPLEMENTAR Nº 258, DE 26 DE NOVEMBRO DE
2021

RESPONSABILIDADE CIVIL

Art. 4.º A responsabilidade civil do agente público decorre de ato doloso ou


culposo que, nos termos do § 6.º do art. 37 da Constituição Federal, importe em
dano ao Estado ou a terceiros.

Atente-se para esse dispositivo, de acordo com o artigo quarto, a


responsabilidade civil:
• Policial Penal
• Demais servidores
Irá decorrer de:
• Ato doloso
• Ato culposo
Desde que, importe em dano
• Estado
• Terceiros
De acordo com a Constituição Federal, em seu artigo 37 §6º:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa”.

OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR?
De acordo com o que foi visto acima, quando o ato do agente público acarretar
dano: A terceiros ou ao Estado, haverá a obrigação de indenizar, de acordo com
o que mostra no §1º deste artigo.

960
“§ 1.º A indenização devida em razão de responsabilização será descontada da
remuneração do agente público, não lhe excedendo o desconto a 1/10 (um
décimo) do valor total, exceto nos casos de danos decorrentes de atos dolosos
enquadrados na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992, situação em que
o ressarcimento se dará de uma só vez”.

Surge aí uma exceção de extrema importância para o nosso estudo, de acordo


com a lei, a indenização será descontada, sem exceder a 1/10 do valor total
recebido. Mas quando se fala em ato doloso, surge uma outra forma de
indenização:
“Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992 Dispõe sobre as sanções aplicáveis
em virtude da prática de atos de improbidade administrativa, de que trata o § 4º
do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras providências.

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando em


enriquecimento ilícito auferir, mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de
vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, de mandato, de
função, de emprego ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º desta Lei,
e notadamente: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente,
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
(Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os
deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por
uma das seguintes condutas: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)”

Nesses casos, em que a conduta do agente público se enquadre na lei de


Improbidade Administrativa, esse ressarcimento será de uma só vez.

NO CASO DE PREJUÍZO A TERCEIROS?


“§ 2.º Em caso de prejuízo a terceiros, o servidor responderá perante o Estado,
em ação regressiva proposta na forma da legislação”.

Sendo comprovado o prejuízo causado pelo agente público, surge para o Estado
uma ação que consiste em ressarcimento do prejuízo que o Estado teve de arcar

961
por conta do comportamento de seus agentes, Ação Regressiva.

APURAÇÃO
“Art. 5.º A apuração da responsabilidade funcional, nos termos desta Lei, se
processa por meio de investigação preliminar, de sindicância ou de processo
administrativo disciplinar, assegurados em ambos o contraditório e a ampla
defesa”.

Existem três formas distintas para a apuração da responsabilidade funcional.


• Investigação Preliminar;
• Sindicância;
• Processo Administrativo Disciplinar.

Vale ressaltar que, em ambos os casos, serão assegurados o contraditório e a


ampla defesa ao agente público.
“§ 1.º A investigação preliminar e a sindicância poderão tramitar perante a
Secretaria da Administração Penitenciária do Estado do Ceará – SAP, por
delegação do Controlador-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança
Pública”.

Através do dispositivo supracitado, surge uma exceção importante à regra, a


figura da delegação do poder de investigação.
Conforme visto, cabe ao Controlador-Geral de Disciplina apurar a
responsabilidade disciplinar dos policiais penais. Nesse caso, quando se tratar
de:
• Investigação Preliminar;
• Sindicância.
O Controlador-Geral poderá delegar sua competência à Secretaria da
Administração Penitenciária.

FUNÇÃO DE CHEFIA
“§ 2.º Sob pena de responsabilização, o agente público exercente de função de
chefia, ao tomar conhecimento de fato que possa configurar ilícito administrativo,
deve representar perante autoridade competente, para apuração do fato”.
O agente público, que esteja em função de chefia, assim que tomar
conhecimento de qualquer fato que possa vir a configurar um ilícito

962
administrativo, tem o dever legal de representar perante autoridade competente,
para que se inicie a apuração do fato, estando isento de qualquer
responsabilidade que possa vir a acarretar pela sua omissão, pois representou
acerca do fato.

TRÍPLICE RESPONSABILIZAÇÃO
“§ 3.º Configurando a conduta funcional irregular, a um só tempo, ilícito
administrativo, civil e penal, a autoridade competente para determinar a abertura
do procedimento disciplinar adotará providências para a apuração da
responsabilidade civil ou penal, quando for o caso, durante ou após concluída a
sindicância ou o processo administrativo disciplinar”.
Quando a conduta omissiva ou comissiva for irregular e, a um só tempo,
configurada como ilícito:
• Administrativo;
• Civil;
• Penal.
A autoridade competente abrirá o procedimento administrativo disciplinar, após
isso, tomará as devidas providências para a apuração nas demais esferas (civil
e penal). A apuração nas demais esferas só darão início, durante ou após a
conclusão da Sindicância ou PAD.

963
EXERCÍCIOS

1. A responsabilidade civil do agente público decorre de ato doloso ou culposo


que somente importe em danos a terceiros, de acordo com o § 6.º do art. 37 da
Constituição Federal.

( ) Certo ( ) Errado

2. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo.

( ) Certo ( ) Errado

3. A indenização devida em razão de responsabilização será descontada da


remuneração do agente público, não lhe excedendo o desconto a 1/10 (um
décimo) do valor total, inclusive nos casos de danos decorrentes de atos dolosos
enquadrados na Lei Federal n.º 8.429, de 2 de junho de 1992.

( ) Certo ( ) Errado

GABARITO

1. E
2. C
3. E

964
LEI COMPLEMENTAR Nº 258,
DE 26 DE NOVEMBRO DE 2021

EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

“§ 4º. A legítima defesa e o estado de necessidade excluem a responsabilidade


administrativa, assim como a alienação mental ao tempo do fato, comprovada
por perícia médica oficial.
§ 5.º Considera-se legítima defesa o revide moderado e proporcional à agressão
ou à iminência de agressão moral ou física, que atinja ou vise a atingir o servidor,
os seus superiores hierárquicos, colegas de trabalho ou o patrimônio da
instituição administrativa a que servir.
§ 6.º Considera-se em estado de necessidade o agente público cuja conduta se
revele indispensável ao atendimento de urgência administrativa, inclusive para
fins de preservação do patrimônio público.
§ 7.º A legítima defesa e o estado de necessidade não excluem a
responsabilização administrativa em caso de excesso, imoderação ou
desproporcionalidade do ato praticado, culposo ou doloso”.

De acordo com a referida lei:


1. Legítima Defesa: é um revide moderado e proporcional, tanto para a
agressão quanto para a iminência dela, ou seja, caso perceba que a agressão
estar por vir, pode-se agir. A agressão será tanto física quanto moral, mas com
a finalidade de atingir:
• Servidor;
• Superior Hierárquico;
• Colega de trabalho;
• Patrimônio da instituição a que serve.
2. Estado de Necessidade: A conduta aqui tem de se revelar indispensável ao
atendimento de urgência administrativa, como uma ocorrência de urgência, por
exemplo, inclusive para a preservação do patrimônio público.
3. Alienação Mental: Nesse caso, é uma questão patológica, diferente dos
demais. Aqui, essa alienação será verificada ao tempo do fato, não importando
o antes ou o depois, e sim, o momento do ato. Não basta intitular-se como
alienado, tem de ser provado através de perícia médica oficial.

965
EXCESSOS DECORRENTES DA CONDUTA
Nesse caso, o agente público que agir, mesmo amparado por uma dessas
excludentes, venha a se exceder, mesmo que culposamente, responderá pelo
excesso, afastando a excludente, conforme mostra o artigo abaixo.
§ 7.º A legítima defesa e o estado de necessidade não excluem a
responsabilização administrativa em caso de excesso, imoderação ou
desproporcionalidade do ato praticado, culposo ou doloso”.

DOS DEVERES FUNCIONAIS

Art. 6.º São deveres dos agentes públicos abrangidos por esta Lei:
I – desempenhar as atribuições legais e regulamentares inerentes ao cargo ou
função com zelo, dedicação, eficiência e probidade;
II – participar, no caso de policiais penais, de treinamentos ou cursos ofertados
pelo Estado que busquem manter a preparação física e intelectual necessária
para o exercício de sua função;
III – manter conduta pública e privada compatível com a dignidade da função;
IV – adotar as providências cabíveis e fazer as comunicações devidas, em face
das irregularidades que ocorram em serviço ou de que tenha conhecimento;
V – oferecer aos internos informações sobre as normas que orientarão seu
tratamento, regras disciplinares e seus direitos e deveres;
VI – cumprir suas obrigações de maneira que inspirem respeito e exerçam
influências benéficas aos internos;
VII – registrar as atividades de trabalho de natureza interna e externa em livros
de ocorrências;
VIII – preencher formulários próprios descritos no Procedimento Operacional
Padrão (POP), dentre outros;
IX – utilizar, conservar e guardar adequadamente aparelhos, materiais, veículos,
armamentos, equipamentos, banco de dados, operação de sistema de
monitoramento, sistemas de comunicação e outros disponíveis para o sistema
prisional;
X – desempenhar suas funções agindo sempre com discrição, honestidade,
imparcialidade, respeitando os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, bem como lealdade às normas constitucionais;
XI – respeitar e fazer respeitar a hierarquia do serviço público, obedecendo às
ordens superiores, exceto se manifestamente ilegal;

966
XII – fazer cumprir as regras, os princípios e fundamentos institucionais que
regem o Sistema Penitenciário;
XIII – comparecer no horário regular do expediente ou escala de plantão com
pontualidade para exercer os atos de seu ofício;
XIV – ter irrepreensível conduta profissional, colaborando para o prestígio do
serviço público e zelando pela dignidade de suas funções;
XV – desempenhar com zelo, presteza, eficiência e produtividade, dentro dos
prazos, os serviços a seu cargo e os que, na forma da lei, lhe sejam atribuídos;
XVI – tratar as pessoas com urbanidade;
XVII – zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado;
XVIII – fazer uso correto do uniforme, identidade funcional, brevês e distintivos
do Sistema Penitenciário, conforme disciplinado em regulamento próprio;
XIX – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
XX – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao
conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita do
envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para
apuração;
XXI – cumprir de forma pessoal e integral a carga horária do seu cargo e/ou
função pública;
XXII – representar contra ilegalidade, abuso de poder ou omissão no
cumprimento da lei;
XXIII – manter atualizados junto à Coordenadoria de Gestão de Pessoas da
Secretaria da Administração Penitenciária os dados pessoais, comunicando
qualquer alteração no estado civil, de endereço e/ou telefone.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exime o agente público da
obediência a outros deveres previstos em lei, regulamento e norma interna
inerentes à natureza da função.

967
EXERCÍCIOS

1. A legítima defesa e o estado de necessidade excluem a responsabilidade


administrativa, assim como a alienação mental.

( ) Certo ( ) Errado

2. A legítima defesa e o estado de necessidade não excluem a responsabilização


administrativa em caso de excesso, imoderação ou desproporcionalidade do ato
praticado, culposo ou doloso.

( ) Certo ( ) Errado

GABARITO

1. E
2. E

968
LEI COMPLEMENTAR Nº 258,
DE 26 DE NOVEMBRO DE 2021

TRANSGRESSÕES DISCIPLINARES

Art. 7.º Pela gravidade, as transgressões disciplinares classificam-se em:


I – de primeiro grau;
II – de segundo grau;
III – de terceiro grau;
IV – de quarto grau.
Parágrafo único. As transgressões previstas neste artigo aplicam-se aos
servidores do quadro permanente da SAP, no que for compatível com o exercício
das respectivas funções.
Fique atento para as Transgressões pois, antes elas eram conhecidas com outra
nomenclatura, agora, de acordo com sua gravidade, elas são nominadas em
grau.

TRANSGRESSÕES DE PRIMEIRO GRAU:

Art. 8.º Configuram transgressões disciplinares de primeiro grau:


I – permutar horário de serviço ou execução de tarefa sem expressa permissão
da autoridade competente;
II – usar vestuário inadequado para o serviço;
III – exibir desnecessariamente arma, distintivo ou algema;
IV – deixar de ostentar distintivo, quando exigido para o serviço;
V – não se apresentar ao serviço, sem justo motivo, ao término de licença de
qualquer natureza, férias ou dispensa de serviço;
VI – tratar de interesse particular na repartição;
VII – atribuir-se indevidamente qualidade funcional diversa do cargo ou da função
que exerce;
VIII – acionar desnecessariamente sirene de viatura policial;

969
IX – utilizar a chefia seus agentes de forma incompatível com o serviço policial
penal;
X – deixar de repassar ou de comunicar imediatamente ao superior hierárquico
qualquer objeto achado, recuperado ou que lhe seja entregue em razão de suas
atribuições;
XI – salvo justo motivo, chegar atrasado ao serviço ou plantão para o qual estiver
escalado, caso não reincidente.

TRANSGRESSÕES DE SEGUNDO GRAU:

Art. 9.º Configuram transgressões disciplinares de segundo grau:


I – negligenciar a guarda de bens, armas, instrumentos ou valores pertencentes
à repartição penitenciária ou valores e bens pertencentes a presos ou a terceiros,
que estejam sob sua responsabilidade;
II – deixar de comunicar à autoridade competente informação que venha a
comprometer a ordem pública ou o bom andamento do serviço;
III – fazer uso indevido da cédula funcional ou da arma que lhe haja sido confiada
para o serviço, caso não constitua falta mais grave;
IV – indicar ou insinuar nome de advogado para assistir pessoa que esteja presa;
V – deixar de frequentar com assiduidade, salvo justo motivo, cursos em que
haja sido matriculado pelo órgão responsável pelo sistema penitenciário ou por
este designado;
VI – abster-se, sem justo motivo, de aceitar encargos inerentes à categoria
funcional;
VII – ofender os colegas de trabalho e demais servidores que compõem o
sistema penitenciário, com palavras, atos ou gestos, qualquer que seja o meio
empregado;
VIII – agir com dolo ou culpa, provocando o extravio ou danificando objetos, livros
e material de expediente do estabelecimento penitenciário, caso não constitua
falta mais grave;
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento
da dignidade da função pública, caso não constitua falta mais grave;
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada
ou não, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;

970
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até
o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
XII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIII – praticar usura sob qualquer de suas formas; XIV – proceder de forma
desidiosa;
XV – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou
atividades particulares;
XVI – incumbir a terceiros o cumprimento da carga horária do seu cargo, salvo
se previamente autorizada a permuta de acordo com regulamento interno;
XVII – ausentar-se do serviço sem autorização superior;
XVIII – retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer
documento ou objeto da instituição, caso não constitua falta mais grave;
XIX – permitir visitas, inobservando a fixação dos dias e horários próprios, de
cônjuges, companheiros, parentes e amigos dos presos;
XX – deixar de cumprir ordens emanadas de autoridades competentes, salvo se
manifestamente ilegal;
XXI – eximir-se do cumprimento de suas funções;
XXII – recusar-se ou criar dolosamente obstáculo a prestar depoimento e/ou ser
acareado na qualidade de testemunha, ou recusar-se a executar trabalho
solicitado para instruir processo judicial ou administrativo;
XXIII – gerar por palavra ou gestos ofensivos descrédito à Instituição
Penitenciária; XXIV– desrespeitar decisão ou ordem judicial, ou procrastinar seu
cumprimento; XXV – praticar ato definido em lei como abuso de poder;
XXVI – salvo justo motivo, faltar ou chegar atrasado ao serviço ou plantão para
o qual estiver escalado, se reincidente, abandoná-lo ou deixar de comunicar,
com antecedência, à autoridade superior a que estiver subordinado a
impossibilidade de comparecer à instituição;
XXVII – veicular ou propiciar a divulgação de notícia falsa, documentação,
imagens, áudios e vídeos de fatos ocorridos na SAP, nos meios de comunicação
em geral, como jornais, sites, redes sociais, blogs, aplicativos, imprensa e
demais meios de comunicação e interação social;
XXVIII – apresentar-se ao trabalho alcoolizado ou sob efeito de substância que
determine dependência física ou psíquica;
XXIX – deixar de atender às requisições judiciais e administrativas ou deixar de
dar ciência à chefia imediata, em caso de impossibilidade de fazê-lo;

971
XXX – deixar de comunicar previamente à chefia imediata acerca da
necessidade de ausentar-se da unidade de serviço para atender requisição,
mediante apresentação de documentação comprobatória.

TRANSGRESSÕES DE TERCEIRO GRAU:

Art. 10. Configuram transgressões disciplinares do terceiro grau:


I – promover ou facilitar fuga de presos;
II – aplicar de forma irregular dinheiro público;
III - abandonar cargo, tal considerada a injustificada ausência ao serviço por mais
de 30 (trinta) dias consecutivos ou 60 (sessenta) dias intercalados, no período
de 12 (doze) meses;
IV – cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa;
V – praticar ato definido como crime que, por natureza e configuração, o
incompatibilize para o exercício da função;
VI – promover ou facilitar a entrada de equipamentos eletrônicos, armas, bebidas
alcoólicas e substâncias entorpecentes nas dependências das unidades
prisionais;
VII – praticar ato de improbidade administrativa;
VIII – adotar conduta que caracterize incontinência pública ou postura
escandalosa na repartição;
IX – provocar ou participar de greve ou paralisação total ou parcial, em prejuízo
do serviço policial penal ou outros serviços inerentes à administração
penitenciária;
X – cometer crime tipificado em lei quando praticado em detrimento de dever
inerente ao cargo ou função, ou quando o crime for considerado de natureza
grave, a critério da autoridade competente;
XI – executar medida privativa da liberdade individual sem as formalidades legais
ou com abuso de poder;
XII – negligenciar na revista do preso, deixando de apreender produtos ilícitos
ou proibidos, conforme disposições regulamentares;
XIII – permitir que os presos conservem em seu poder instrumentos que possam
causar danos nas dependências a que estejam recolhidos, ou produzir lesões
em terceiros;

972
XIV – dar, vender, ceder, alugar ou emprestar cédula de identidade, distintivo
funcional, peças de uniformes ou de equipamentos novos ou usados;
XV – agredir fisicamente, em serviço, servidor ou particular, salvo em legítima
defesa própria ou de outrem;
XVI – fazer uso, em serviço ou uniformizado, de substância que acarrete
dependência física ou psíquica;
XVII – acumular cargos, funções e empregos públicos remunerados, salvo nos
casos permitidos na Constituição Federal, permitida a opção, ao final do
processo disciplinar, caso constatada a boa-fé na acumulação.

TRANSGRESSÕES DE QUARTO GRAU:

Art. 11. Configuram transgressões disciplinares de quarto grau:


I – traficar substância que determine dependência física ou psíquica;
II – revelar dolosamente segredo ou assunto de que tenha conhecimento, em
razão de cargo ou função, que possam prejudicar o bom andamento e/ ou
funcionamento do serviço na repartição ou em unidades prisionais;
III – praticar tortura ou crimes definidos como hediondos;
IV – exigir, solicitar ou receber vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem, diretamente ou por intermédio de outrem, para si ou para terceiro, em
razão das funções, ainda que fora desta.

EXERCÍCIOS

1. Pela gravidade e circunstâncias do fato, as transgressões disciplinares


classificam-se em: de primeiro grau; de segundo grau; de terceiro grau; de quarto
grau.

( ) Certo ( ) Errado

2. As transgressões disciplinares elencadas nesta Lei, aplicam-se aos Policiais


penais de carreira da SAP, excetuando-se os demais servidores do quadro
permanente, pois as atribuições descritas na referida Lei referem-se à rotina
carcerária.

973
( ) Certo ( ) Errado

3. Cometer qualquer crime tipificado em lei quando praticado em detrimento de


dever inerente ao cargo ou função é considerada uma transgressão disciplinar
de Terceiro Grau.

( ) Certo ( ) Errado

GABARITO

1. E
2. E
3. E

974
LEI COMPLEMENTAR Nº 258,
DE 26 DE NOVEMBRO DE 2021

SANÇÕES DISCIPLINARES

As sanções disciplinares são aplicadas pela autoridade responsável quando


constatada alguma infração por parte do Agente público. As sanções
disciplinares são definidas depois de instaurado processo administrativo
(sindicância, investigação preliminar ou processo administrativo disciplinar),
ocasião em que o Agente público poderá apresentar sua defesa.
Art. 12. Constituem sanções disciplinares:
I – a repreensão;
II – a suspensão;
III – a demissão;
IV – a demissão a bem do serviço público;
V – a cassação de aposentadoria ou disponibilidade

REPREENSÃO
Art. 13. A pena de repreensão será aplicada por escrito no caso de inobservância
aos deveres funcionais previstos no art. 6.º desta Lei.
Ante ao exposto, podemos concluir que a pena de repreensão está atrelada aos
deveres funcionais, ou seja, ir de encontro aos deveres previstos em Lei.

SUSPENSÃO
Art. 14. A suspensão será aplicada:
I – por até 30 (trinta) dias na hipótese de transgressão de primeiro grau ou na
reincidência de falta já punida com repreensão;
II – de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias na hipótese de transgressão de segundo
grau. Temos aqui duas modalidades de suspensão:
1. Quando houver uma transgressão caracterizada de primeiro grau OU
na reincidência de uma falta já punida com repreensão, ou seja, não
somente as transgressões de primeiro grau estão sujeitas à suspensão,

975
mas também por reincidência de Inobservância dos deveres funcionais. –
ATÉ 30 DIAS.
2. Quando a transgressão for caracterizada de segundo grau. – DE 30 A
90 DIAS.
§ 1º. Durante o período de suspensão, o agente público não fará jus aos direitos
e vantagens inerentes ao exercício do cargo.
§ 2º. A autoridade competente para aplicar a pena de suspensão poderá
convertê-la, ANTES do início de sua execução, em multa equivalente a 50%
(cinquenta por cento) da remuneração correspondente ao período da
suspensão, devendo o agente público permanecer em serviço.

DEMISSÃO
Art. 15. A sanção cabível em casos de transgressão disciplinar de terceiro grau
é a demissão.

DEMISSÃO A BEM DO SERVIÇO PÚBLICO


Parágrafo único. A demissão dar-se-á a bem do serviço público na hipótese de
transgressão disciplinar de quarto grau e de transgressão disciplinar de terceiro
grau em que a gravidade da infração justificar a medida, a critério da autoridade
julgadora.
Nesse caso, tanto em transgressão de terceiro grau quanto a de quarto grau são
passíveis dessa sanção, caso em que na de terceiro grau só será aplicável se a
gravidade da infração cometida justificar, ficando a cargo da discricionariedade
da autoridade julgadora.

CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE


Art. 16. A sanção de cassação de aposentadoria ou de disponibilidade será
aplicada ao agente público que houver praticado, em atividade, transgressão
disciplinar sujeita à penalidade de demissão, inclusive a bem do serviço.
Art. 17. As sanções disciplinares resultarão de sindicância e de procedimento
administrativo disciplinar, os quais reger-se-ão conforme disposto no art. 20
desta Lei, assegurados o exercício do contraditório e da ampla defesa, bem
como os recursos e meios a ela inerentes.
Parágrafo único. Na aplicação da sanção, a autoridade competente levará em
consideração os antecedentes funcionais do agente público, as circunstâncias
em que o ilícito ocorreu, a natureza e a gravidade da infração e os danos que
dela provierem.

976
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
Art. 18. Extingue-se a punibilidade da transgressão disciplinar:
I – pela morte do agente público;
II – pela prescrição.
§ 1.º A prescrição se consuma nos seguintes prazos:
I – para infrações sujeitas à pena de repreensão, em 2 (dois) anos;
II – para infrações sujeitas à pena de suspensão, em 4 (quatro) anos;
III – para infrações sujeitas à pena de demissão, de demissão a bem do serviço
público e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, em 6 (seis) anos.
§ 2.º Não se aplica o disposto no § 1.º deste artigo:
I – a ilícitos caracterizados como crime, cuja prescrição dar-se nos prazos e
condições previstos na legislação penal;
II – no caso de abandono de cargo, cujo prazo de prescrição não se inicia
enquanto estiver em curso o ilícito.
§ 3.º O prazo de prescrição inicia-se na data em que conhecido o fato e
interrompe-se pela abertura de sindicância ou de processo administrativo,
quando for o caso.
§ 4.º Suspensa a tramitação de sindicância ou de processo administrativo
disciplinar por qualquer motivo imperioso devidamente justificado pela
autoridade competente, inclusive em razão de incidente de insanidade mental, o
curso da prescrição também se considerará suspenso, sendo retomado após o
definitivo julgamento do incidente ou quando findo o impedimento que motivou a
suspensão.

COMPETÊNCIA
Art. 19. Conforme previsto em legislação específica, são competentes o Chefe
do Executivo e o Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança
Pública e Sistema Penitenciário para aplicar as sanções previstas nesta Lei.
Art. 20. A apuração disciplinar de que trata esta Lei dar-se-á em atenção aos
princípios da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da justa motivação,
sem prejuízo da observância às demais normas éticas e comportamentais
definidas como padrão de conduta para a gestão administrativa estadual,
levando em consideração, em especial, o disposto na Lei n.º 15.036, de 18 de
novembro de 2011.
Art. 21. Ao regime disciplinar de que trata esta Lei aplicar-se-á subsidiariamente
as disposições estatutárias inerentes aos servidores públicos em geral do
Estado.

977
EXERCÍCIOS

1. De acordo com a Lei Complementar 258/2021, são competentes para aplicar


as sanções previstas na referida lei: O Controlador Geral de Disciplina – CGD e
Chefe do Executivo e, através da delegação, a investigação preliminar e a
sindicância poderão tramitar perante a SAP.

( ) Certo ( ) Errado

2. O prazo de prescrição da pretensão punitiva inicia-se na data em que


conhecido o fato e interrompe-se pela Investigação Preliminar, quando for o
caso.

( ) Certo ( ) Errado

3. A prescrição se consuma em 4 (quatro) anos, no caso de abandono de cargo,


pois a referida infração mencionada é sujeita a pena de demissão.

( ) Certo ( ) Errado

GABARITO

1. C
2. E
3. E

978
LEI Nº 14582, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009

REDENOMINA A CARREIRA GUARDA PENITENCIÁRIA, E DÁ OUTRAS


PROVIDÊNCIAS.
Art. 1º A carreira Guarda Penitenciária, integrante do Grupo Ocupacional
Atividades de Apoio Administrativo e Operacional, prevista no item 2, do anexo
I, da Lei nº 12.386, de 9 de dezembro de 1994, fica redenominada para carreira
Segurança Penitenciária e estruturada na forma do anexo l desta Lei, passando
os Agentes Penitenciários a ter as seguintes atribuições: atendimento, vigilância,
custódia, guarda, escolta, assistência e orientação de pessoas recolhidas aos
estabelecimentos penais estaduais.
(Redação dada pela lei nº14966, de 13.07.2011)

ATRIBUIÇÕES
• Atendimento,
• Vigilância, * Monitoramento Eletrônico.
• Custódia,
• Guarda,
• Escolta,
• Assistência e orientação de pessoas recolhidas aos estabelecimentos
penais estaduais.

REGIME DE PLANTÃO
Art. 4° Os servidores integrantes da carreira redenominada por esta Lei são
submetidos ao regime de plantão de 12 x 36 horas, podendo haver

979
Revezamento no período diurno e noturno.

OBS.: Fique atento na mudança legislativa, a escala atual é de 24 x 72, conforme


legislação vigente.
(Instrução Normativa 03/2020, art. 14)

ESTRUTURA REMUNERATÓRIA
Art. 5º A estrutura remuneratória dos Agentes Penitenciários, integrantes da
Carreira de Segurança Penitenciária, é composta pelo vencimento base
constante do anexo III, da Gratificação de Atividades Especiais e de Risco –
GAER, prevista no art. 7º e Adicional Noturno previsto no art. 8º, todos desta Lei.

VANTAGEM PESSOAL
Quando o policial penal está exercendo um cargo em comissão, é permitido
receber essa vantagem pessoal (valor já incorporado à remuneração).
Art. 5º §1º Além das parcelas previstas no caput deste artigo, o Agente
Penitenciário integrante da Carreira de Segurança Penitenciária, poderá receber
vantagem pessoal, sendo esta compreendida como o valor já incorporado à
remuneração do Agente decorrente do exercício de cargo em comissão e a
Gratificação por Adicional de Tempo de Serviço para aqueles que já tinham
implementado as condições para tanto quando da edição da Lei nº 12.913, de
18 de junho de 1999.

EXERCÍCIOS

1. De acordo com a Lei nº 14582/2009, analise as assertivas e marque a correta.

a) A carreira Guarda Penitenciária é integrante do Grupo Ocupacional Atividades


de Apoio Operacional.
b) A carreira Guarda Penitenciária, fica redenominada para carreira Segurança
Penitenciária, passando os Agentes Penitenciários a ter as seguintes
atribuições: vigilância, custódia, guarda, escolta, assistência e orientação de
pessoas recolhidas aos estabelecimentos penais estaduais.
c) Uma das atribuições da carreira Segurança Penitenciária é a custódia, que
consiste no ato de transportar a pessoa presa, com segurança e cautelas
necessárias, para um outro local.

980
d) Uma das atribuições da carreira Segurança Penitenciária é a escolta, que
consiste no ato de proteger a pessoa presa em um local diverso da prisão.

2. De acordo com a Lei nº 14582/2009 e suas atualizações, analise as assertivas


e marque a opção correta.

I. Os servidores integrantes da carreira redenominada por esta Lei são


submetidos ao regime de plantão de 12 x 36 podendo haver revezamento no
período diurno ou noturno.
II. A estrutura remuneratória dos Agentes Penitenciários, integrantes da Carreira
de Segurança Penitenciária, é composta pelo vencimento base, da Gratificação
de Atividades Especiais e de Risco – GAER e Adicional Noturno.
III. O Agente Penitenciário integrante da Carreira de Segurança Penitenciária,
poderá receber vantagem pessoal, sendo esta compreendida como o valor já
incorporado à remuneração do Agente decorrente do exercício de cargo em
comissão.

a) Apenas II.
b) Apenas I
c) Apenas I e II
d) Apenas III

GABARITO

1. B
2. D

981
LEI Nº 14582, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009

ABONO ESPECIAL POR REFORÇO OPERACIONAL – AERO

Art.5º. A. Fica instituído o Abono Especial por Reforço Operacional ao Agente


Penitenciário que, em caráter voluntário, participar de serviço para o qual seja
designado eventualmente, nos termos desta Lei e do respectivo regulamento.

• Primeiro ponto a merecer destaque aqui é a Natureza Voluntária do


abono, ou seja, só será realizado por quem se voluntariar para fazer.

§ 1º O Abono Especial por Reforço Operacional é de natureza voluntária e a


operação de reforço operacional deverá ser planejada pela Secretaria da Justiça
e Cidadania, utilizando-se no máximo 50% (cinquenta por cento) do efetivo de
Agentes Penitenciários ativos, conforme a natureza do trabalho de segurança
penitenciária a ser desenvolvido nos termos do anexo único desta Lei.

• Mais uma vez temos de frisar a natureza VOLUNTÀRIA do Abono, ou


seja, o valor pago pela realização dele é esporádico, sendo assim, não
tem como ser incorporado ao vencimento do servidor.
• Atualmente, o percentual do efetivo abordado nesta lei está alterado,
passando de 50% para 75%, conforme exposto na lei 16120.2016.

LEI N.º 16.120, DE 14.10.16 (D.O. 14.10.16)


Dispõe sobre o aumento provisório do percentual máximo do efetivo de agentes
penitenciários que pode ser empregado para atividades de reforço operacional,
nos termos da lei n.º 14.582, de 21 de dezembro de 2009, com redação dada
pela lei n.º 16.063, de 7 de julho de 2016.

Art. 1º Fica alterado para 75% (setenta e cinco por cento) o percentual máximo
de utilização do efetivo de agentes penitenciários do Estado para os fins do
disposto no art. 5º- A, da Lei n.º 14.582, de 21 de dezembro de 2009, com
redação dada pela Lei n.º 16.063, de 7 de julho de 2016, mediante a percepção
de Abono Especial por Reforço Operacional.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, sendo que a alteração
de que trata o art. 1º surtirá efeitos pelo prazo de 2 (dois) anos, contados da
publicação, período necessário à contratação pelo Estado, por concurso público,

982
de novos agentes penitenciários.
§ 2º O abono de que trata este artigo não será incorporado aos vencimentos para
nenhum efeito, inclusive previdenciário, bem como não será considerado para
cálculo de quaisquer vantagens pecuniárias.

• Um ponto a ser destacado nesta lei é justamente a não incorporação dos


valores percebidos pelo Abono, para nenhum efeito.
• Também vale destacar que não será passível de cálculos.

§ 3º O abono Especial por Reforço Operacional será limitado à execução de, no


máximo, 60 (sessenta) horas de reforços operacionais por mês, além da jornada
normal de trabalho do Agente Penitenciário. (Redação dada pela Lei N.º 16.063,
de 07.07.16)

Surge aqui mais um ponto importante a ser destacado: A quantidade de horas


que poderão ser realizado o Reforço Operacional.
OBS.:
O PERCENTUAL DESTACADO NESTA LEI FOI ATUALIZADO, PASSANDO A
SER PERMITIDO 84 HORAS DE REFORÇOS OPERACIONAIS POR MÊS,
através da Lei 16825.2019.
Art. 1º O § 3º do art. 5º-A da Lei nº 14.582, de 21 de dezembro de 2009, passa
a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 5º-A.
§ 3º O abono Especial por Reforço Operacional será limitado à execução de, no
máximo, 84 (oitenta e quatro) horas reforços operacionais por mês, além da
jornada normal de trabalho do Agente Penitenciário, dispensado, em situações
excepcionais e devidamente motivadas, o cumprimento de intervalo entre as
jornadas regular e especial.” (NR)

983
EXERCÍCIOS

1. De acordo com a Lei nº 14582/2009 e suas atualizações, analise os itens e


marque a alternativa que corresponde com a correta.

I. Fica instituído o Abono Especial por Reforço Operacional ao Agente


Penitenciário que, em caráter especial, participar de serviço para o qual seja
designado permanentemente.
II. A operação de reforço operacional deverá ser planejada pela Secretaria da
Justiça e Cidadania, utilizando-se no máximo 50% (cinquenta por cento) do
efetivo de Agentes Penitenciários ativos, conforme a natureza do trabalho de
segurança penitenciária a ser desenvolvido.
III. O Abono Especial por Reforço Operacional – AERO poderá ser incorporado
aos vencimentos, mas será considerado para cálculo de quaisquer vantagens
pecuniárias.

a) Apenas II.
b) Apenas I
c) Apenas II e III
d) Apenas I, II e III estão incorretas.

2. Conforme a Lei que alterou o quantitativo de horas para a realização do Abono


Especial por Reforço Operacional, este passou a ser limitado à execução de, no
máximo:

a) 60 horas por mês, além da jornada normal de trabalho.


b) 84 horas por mês, além da jornada especial de trabalho, dispensado, em
situações excepcionais e devidamente motivadas, o cumprimento de intervalo
entre as jornadas regular e especial.
c) 60 horas por mês, além da jornada especial de trabalho, dispensado, em
situações excepcionais e devidamente motivadas, o cumprimento de intervalo
entre as jornadas regular e especial.
d) 84 horas por mês, além da jornada normal de trabalho, dispensado, em
situações excepcionais e devidamente motivadas, o cumprimento de intervalo
entre as jornadas regular e especial.

984
GABARITO

1. D
2. D

LEI Nº 14582, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009

GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADES ESPECIAIS DE RISCO – GAER


Art. 7º Fica instituída a Gratificação de Atividades Especiais e de Risco – GAER,
devida aos servidores em atividades ocupantes dos cargos/funções de Agente
Penitenciário, integrantes da carreira de Segurança Penitenciária, no percentual
de 60% (sessenta por cento), incidente, exclusivamente, sobre o vencimento
base, em razão do efetivo exercício das funções específicas de segurança,
internas e externas, nos estabelecimentos prisionais do Estado. (Nova redação
dada pela Lei n.º 15.154, de 09.05.12)
• Devemos observar, primeiramente, que a GAER é devida aos servidores
EM ATIVIDADE.
• O valor da GAER incide EXCLUSIVAMENTE sobre o VENCIMENTO
BASE.
• Funções especificas, INTERNAS e EXTERNAS.
• OBS.:
O percentual abordado nesta lei já foi alterado, passando, atualmente, a
viger com o percentual de 100%, conforme disposto na lei 16102 de 2016.

LEI N.º 16.102, DE 02.09.16 (D.O. 06.09.16) DISPÕE SOBRE A


GRATIFICAÇÃO DE ATIVIDADES ESPECIAIS E DE RISCO – GAER,
PREVISTA NA LEI N.º 14.582, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009.
Art. 1º A Gratificação de Atividades Especiais e de Risco – GAER, de que trata
o art. 7º, da Lei n.º 14.582, de 21 de dezembro de 2009, a que fazem jus os
servidores ocupantes de cargo ou função de Agente Penitenciário, integrantes
da carreira de Segurança Penitenciária, passa a ser devida nos percentuais de
70% (setenta por cento), sobre o vencimento básico, a partir de fevereiro de
2017, 80% (oitenta por cento) a partir de janeiro de 2018, e 100% (cem por cento)
a partir de novembro de 2018.

985
§ 1° A GAER prevista no caput é devida aos integrantes da carreira prevista no
art. 1º desta Lei, como compensação do acréscimo da jornada, quando no efetivo
exercício sob regime de plantão de 12 (doze) horas de trabalho, com
revezamento no período diurno e noturno, perfazendo uma carga horária
semanal de 48 (quarenta e oito) horas.
• Lembre-se de que a carga horária do regime de plantão dos policiais
penais é de 24 x 72.
• A GAER é devida apenas aos integrantes da Segurança Penitenciária.
§ 2º Os servidores ocupantes dos cargos/funções de Agentes Penitenciários
quando no exercício de cargos comissionados nas unidades prisionais, na
Coordenadoria do Sistema Penal, cujas atribuições sejam de natureza
penitenciária, ou, ainda, na Célula de Inteligência Penitenciária, vinculada ao
Gabinete da Secretaria da Justiça e Cidadania, farão jus a GAER. (Nova redação
dada pela Lei n.º 14.966, de 13.07.11)
• Para se fazer jus à GAER não se faz necessário estar seguindo a escala
de plantão, bastando que as atribuições do cargo sejam de natureza
penitenciária.
• Tem direito também à GAER os policiais penais que exercem cargos em
comissão.

APOSENTADORIA
Art. 12. A Gratificação de que trata o art. 7° desta Lei, será incorporada aos
proventos de aposentadoria, desde que o servidor tenha contribuído por pelo
menos 60 (sessenta) meses ininterruptos para o Sistema Único de Previdência
Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos
Membros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC. (Nova redação dada pela
Lei n.º 15.154, de 09.05.12)
• Temos aqui uma observação muito importante!!!
A GAER será incorporada aos proventos de aposentadoria:
• Servidor tenha contribuído pelo menos 60 meses ININTERRUPTOS.

986
ADICIONAL NOTURNO
Art. 8° É devido aos servidores ocupantes dos cargos/funções de Agente
Penitenciário o adicional por trabalho noturno nas seguintes condições:
§ 1° O adicional por trabalho noturno é devido ao servidor cujo trabalho seja
executado entre 22 (vinte e duas horas) de um dia às 5 (cinco) horas do dia
seguinte;
§ 2° A hora de trabalho noturno será computada como de 52 (cinquenta e dois)
minutos e 30 (trinta) segundos;
§ 3° O trabalho noturno será remunerado com um acréscimo de 25% (vinte e
cinco por cento) sobre o valor da hora diurno.
• Horário considerado para Adicional Noturno: 22h as 05h.
• 1 hora noturna = 52 minutos e 30 segundos
• Remuneração com 25% de acréscimo sobre a hora diurna.

EXERCÍCIOS

1. De acordo com a Lei nº 14582/2009 e suas atualizações, analise os itens e


marque a alternativa que corresponde com a correta.

I. A Gratificação de Atividades Especiais e de Risco – GAER, é devida aos


servidores em atividades ocupantes dos cargos/funções de Agente
Penitenciário, integrantes da carreira de Segurança Penitenciária, no percentual
de 60% (sessenta por cento), incidente, exclusivamente, sobre o vencimento
base, em razão do efetivo exercício das funções específicas de segurança,
internas e externas, nos estabelecimentos prisionais do Estado.
II. Os servidores ocupantes dos cargos/funções de Agentes Penitenciários
quando no exercício de cargos comissionados nas unidades prisionais, não farão
jus a GAER.
III. A GAER será incorporada aos proventos de aposentadoria, desde que o
servidor tenha contribuído por pelo menos 60 (sessenta) meses ininterruptos.

a) Apenas II.
b) Apenas I
c) Apenas I e III
d) Apenas III

987
2. A respeito da Gratificação de Atividades Especiais de Risco:

a) Para se fazer jus à GAER não se faz necessário estar seguindo a escala de
plantão, bastando que as atribuições do cargo sejam de natureza penitenciária.
b) A GAER passa a ser devida nos percentuais de 80% sobre o vencimento
básico.
c) Atualmente, a GAER está no percentual de 100% sobre a remuneração.
d) O adicional noturno é devido aos servidores, cujo trabalho seja executado
entre 21 (vinte e uma horas) de um dia às 5 (cinco) horas do dia seguinte.

GABARITO

1. D
2. A

988
LEI Nº 17388, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021

DISPÕE SOBRE A DENOMINAÇÃO DO CARGO, A CARREIRA E A


ESTRUTURA REMUNERATÓRIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS REGIDOS
PELA LEI Nº 14.582, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009.
Art. 1º - A carreira de Segurança Penitenciária, disciplinada na Lei nº 14.582, de
21 de dezembro de 2009, passa a denominar-se, nos termos do art. 188-B, da
Constituição do Estado, carreira de Polícia Penal.

Atente-se para essa atualização:


• Antes a denominação do cargo era de GUARDA PENITENCIÁRIO;
• Passou a ser denominado de SEGURANÇA PENITENCIÁRIA;
• Agora, com a alteração legislativa, passou a denominar-se POLICIA
PENAL.

Parágrafo único. Em face do disposto no caput deste artigo, os cargos ou as


funções de Agente Penitenciário, integrantes da estrutura da Secretaria da
Administração Penitenciária - SAP passam à denominação de Policial Penal.

ALTERAÇÃO DA ESTRUTURA REMUNERATÓRIA


A estrutura remuneratória dos policiais penais era formada por:

Com o advento da referida lei, passa a fazer parte da estrutura remuneratória o


Auxílio- alimentação.

Art. 2º A remuneração do ocupante do cargo ou da função de Policial Penal, a


que se refere o art. 1.º desta Lei, fica alterada na forma do Anexo Único desta
Lei.

989
Art. 3º Fica estabelecido auxílio-alimentação no valor de R$ 259,57 (duzentos e
cinquenta e nove reais e cinquenta e sete centavos), a ser pago mensalmente e
de forma linear aos ocupantes do cargo estadual de Policial Penal.
Parágrafo único. O valor do auxílio-alimentação a que se refere o caput deste
artigo será atualizado conforme os índices de revisão geral remuneratória dos
servidores públicos estaduais, aplicando-se, quanto às condições de
recebimento, o disposto na Lei nº 15.173, de 22 de junho de 2012, com exceção
do art. 6.º da referida Lei.
Art. 4º O disposto nesta Lei aplica-se aos servidores inativos dos cargos a que
se refere seu art. 1.º, bem como à pensão deles decorrentes, desde que regido
o benefício pela paridade constitucional.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor a partir de 1.º de janeiro de 2022, observado,
quanto aos efeitos financeiros, o disposto no seu Anexo Único.

PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ,


Em Fortaleza, 26 de fevereiro de 2021.

Camilo Sobreira de Santana


GOVERNADOR DO ESTADO

RESUMO DAS ATUALIZAÇÕES


A referida lei trouxe algumas alterações para o cargo, podemos citar:

1. A mudança na estrutura remuneratória do cargo


De acordo com a lei nº 14582/2019, essa estrutura era formada por 3 pontos:

Com o advento da lei 17388/2021, passou a incorporar à estrutura remuneratória


dos policiais penais do Estado, o auxílio-alimentação.

990
2. A redenominação da carreira

EXERCÍCIOS

1. De acordo com a atual legislação, analise os itens e marque a alternativa que


corresponde com a correta.

I. A Gratificação de Atividades Especiais e de Risco – GAER, o Vencimento Base


e o Adicional Noturno, compõem a estrutura remuneratória dos Policiais Penais
do Estado do Ceará, vinculados à Secretaria da Administração Penitenciária -
SAP.
II. A Lei nº 17388/2021 alterou a Constituição do Estado do Ceará,
acrescentando, ao seu art. 188-B, a carreira de Policial Penal.
III. O Auxílio-Alimentação, surge através do advento desta lei, sendo pago
mensalmente e de forma linear aos ocupantes do cargo estadual de Policial
Penal. O valor do auxílio-alimentação será atualizado conforme os índices de
revisão geral remuneratória dos servidores públicos do quadro da Secretaria da
Administração Penitenciária – SAP.

a) Apenas I.
b) Apenas II
c) Apenas I, II e III
d) Apenas I e III

2. A respeito do Auxílio-Alimentação, é incorreto afirmar:

a) Com o surgimento da referida lei, passou a incorporar à Estrutura


Remuneratória dos Policiais Penais do Estado do Ceará

991
b) Será pago mensalmente e de forma linear aos ocupantes do cargo estadual
de Policial Penal.
c) Aplica-se aos Policiais Penais ativos do Estado do Ceará, excetuando-se os
inativos.
d) O valor do auxílio-alimentação será atualizado conforme os índices de revisão
geral remuneratória dos servidores públicos estaduais.

GABARITO

1. A
2. C

992
ESPECÍFICA PARA PPCE

993
SISTEMA PEENITENCIÁRIO
Do Sistema Penitenciário (art. 1° ao 5°)

Princípios do Sistema Penitenciário

Art.1º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará adota os princípios contidos


nas Regras Mínimas para Tratamento dos Reclusos e Recomendações
pertinentes, formuladas pela Organização das Nações Unidas - ONU - e respeita
as diretrizes fixadas pela Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais), alterações
legislativas posteriores e nas Recomendações Básicas para uma programação
prisional editadas pelo Ministério da Justiça.

Finalidades do Sistema Penitenciário

Art.2º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará tem como finalidade a


vigilância, custódia e assistência aos presos e às pessoas sujeitas a medidas de
segurança, assegurando-lhes a preservação da integridade física e moral, a
promoção de medidas de integração e reintegração socioeducativas, conjugadas
ao trabalho produtivo.

§1º - Configura-se, ainda, como finalidade do sistema penitenciário estadual, a


fiscalização e assistência ao egresso, garantindo-lhes a promoção de medidas
de integração e reintegração sócio- educativas.

994
Fundamentos do Sistema Penitenciário

Art.3º - O Sistema Penitenciário, pelas suas características especiais,


fundamenta-se na hierarquia funcional, disciplina e, sobretudo, na defesa dos
direitos e garantias individuais da pessoa humana, organizado em
Coordenadoria do Sistema Penal - COSIPE, vinculado ao Poder Executivo como
Órgão de Administração da Execução Penal.

995
Coordenadoria do Sistema Penal (COSIPE)

Art.4º - A Coordenadoria do Sistema Penal é órgão subordinado diretamente ao


Secretário da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará, organizada em carreira,
com ingresso de seus integrantes na classe inicial, mediante Concurso Público
de provas e títulos, chefiada pelo Coordenador Geral, no- meado pelo
Governador do Estado do Ceará, preferencialmente entre os membros da
Instituição.

Parágrafo único - A nomeação do Coordenador do Sistema Penal deverá


obedecer aos mesmos critérios previstos para a dos Diretores das Unidades
Prisionais, constantes do artigo 75 da Lei 7.210/84 (Lei de Execuções Penais).

996
Coordenadoria de Inclusão social do Preso e do Egresso (CISPE).

Art.5º - A Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso é órgão


subordinado direta- mente ao Secretário da Justiça e Cidadania do Estado do
Ceará, tendo como missão promover a inclusão social do preso e do egresso,
através do Núcleo Educacional e de Capacitação Profissionalizante – NECAP,
do Núcleo de Empreendedorismo e Economia Solidária – NEES, do Núcleo de
Arte e Eventos – NAE e do Núcleo de Gestão de Assistidos e Egressos.

997
EXERCÍCIOS

1. De acordo com a Portaria nº 1220/2014 o Sistema Penitenciário do Estado do


Ceará tem como finalidade:

a) A vigilância, custódia e assistência ao preso e às pessoas sujeitas a medidas


de segurança, assegurando-lhes a preservação da integridade física e moral, a
promoção de medidas de integração e reintegração sócio educativas,
conjugadas ao trabalho produtivo
b) Somente a custódia e a assistência ao preso e às pessoas sujeitas a medida
de segurança
c) A promoção de medidas de integração e reintegração sócio educativas de
pessoas sujeitas à restrição de liberdade, apenas.
d) Exclusivamente a fiscalização e assistência ao egresso.

2. De acordo com o Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado


do Ceará, regulado pela portaria 1.220/2014, assinale a alternativa incorreta.

a) O Sistema Penitenciário pelas suas características especiais, fundamenta-se


na hierarquia funcional, disciplina e na defesa dos direitos e garantias individuais
da pessoa humana
b) O Sistema Penitenciário é organizado em Coordenadoria do Sistema Penal –
COSIPE, vinculado ao poder executivo como órgão de administração da
execução penal
c) A coordenadoria do Sistema Penal é órgão subordinado diretamente ao
Secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, organizada em
carreira, com ingresso de seus integrantes na classe inicial, mediante concurso
público de provas e títulos, chefiada pelo coordenador geral, nomeado pelo

998
governador do Estado do Ceará, preferencialmente entre os membros da
instituição.
d) Configura-se ainda como finalidade do Sistema Penitenciário Estadual, a
fiscalização e assistência ao egresso, garantindo-lhes a promoção de medidas
de integração e reintegração sócio educativas

GABARITO

1-A
2-C

999
Dos Estabelecimentos Prisionais

Unidades Prisionais
Art.6º - O Sistema Penitenciário do Estado do Ceará é constituído pelas
seguintes Unidades:

I – Centro de Triagem e Observação Criminológica;


II – Unidades Prisionais e Casas de Privação Provisória de Liberdade;
III – Penitenciárias;
IV – Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares;
V – Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório Penal e Hospital de
Custódia e Tratamento Psiquiátrico);
VI – Casas do Albergado;
VII – Cadeias Públicas.

§1º – Os estabelecimentos prisionais buscarão não exceder a sua capacidade


populacional máxima projetada.

§2º – A fim de garantir que o aprisionamento ocorra em estabelecimento próximo


ao contato familiar, deverá ser priorizada a construção de unidades prisionais
regionais.

1000
Art.7º - Os estabelecimentos prisionais destinam-se ao condenado, ao
submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.

1001
Art.8º - Em todos os estabelecimentos prisionais será obrigatoriamente
observada a separação entre presos provisórios e condenados, bem como a
distinção por sexo, delito, faixa etária e antecedentes criminais, para orientar a
prisão cautelar, a execução da pena e a medida de segurança.

§1º - Nos estabelecimentos prisionais será observada a proporção de, no


mínimo, 01 (um) agente penitenciário para cada 25 (vinte e cinco) internos por
plantão, sendo vedada a existência de unidade prisional com menos de 2 (dois)
agentes por plantão.

1002
§2º - Nos estabelecimentos prisionais fica estabelecida a proporção de
profissionais da equipe técnica por 500 (quinhentos) detentos, obedecendo-se o
seguinte:
• Médico Clínico – 1;
• Enfermeiro – 1;
• Auxiliar de Enfermagem – 1;
• Odontólogo – 1;
• Auxiliar de Consultório Dentário – 1;
• Psicólogo – 1;
• Assistente Social – 1;
• Advogado auxiliar da direção - 1;
• Estagiário de Direito – 2;
• Terapeuta Ocupacional - 1.

§3º - O acesso à justiça integral e gratuito será assegurado aos internos através
da Defensoria Pública, instituição autônoma, que disporá de espaço físico
adequado para exercer suas funções.

1003
Exercícios

1. De acordo com a portaria 1.220/2014 o Sistema Penitenciário do Estado do


Ceará é constituído, dentre outras, Pelas seguintes Unidades, exceto:

a) Centro de Triagem e Observação Criminológica.


b) Unidades Prisionais e casas de privação Provisória de liberdade.
c) Penitenciárias, Complexo Hospitalar (Hospital Geral e Sanatório Penal,
Hospital de Custódia e Trata- mento psiquiátrico) e casas de albergado.
d) Cadeias Públicas, Delegacias de Polícias e Colônias agrícolas, industriais e
Similares.

2. De acordo com o Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Ceará,


assinale a alternativa correta.

a) Os Estabelecimentos Prisionais destinam-se apenas aos presos condenados


e ao submetido a medida de segurança.
b) Em todos os Estabelecimentos Prisionais será facultativa a separação entre
presos provisórios e condenados, bem como a distinção por sexo, delito, faixa
etária e antecedentes criminais, para orientar a prisão cautelar, a execução da
pena e a medida de segurança.
c) Nos Estabelecimentos Prisionais será observada a proporção de no mínimo
01 (um) agente penitenciário para cada 50 (cinquenta) internos por plantão,
sendo vedada a existência de Unidade Prisional com menos de 02 (dois) agentes
por plantão
d) Nos Estabelecimento Prisionais fica estabelecida a proporção de profissionais
da equipe técnica por 500 detentos, obedecendo-se o seguinte: médico clínico –
1; enfermeiro – 1; auxiliar de enfermagem – 1; odontólogo – 1; auxiliar de
consultório dentário – 1; psicólogo – 1; assistente social – 1; advogado auxiliar
da direção – 1; estagiário de direito – 2; terapeuta ocupacional – 1.

GABARITO
1-D
2-D

1004
Determinações Gerais Aplicadas as Unidades Elencadas no Artigo 6º Do
Regimento Geral

Art.17 - Nas Unidades elencadas no artigo 6º deste Regimento, respeitadas suas


especificidades, deverão ainda ser respeitadas as seguintes determinações:
I - Segurança externa, através de muralha com passadiço e guaritas de
responsabilidade dos Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da
Justiça e Cidadania, submetidos a uma capacitação específica para tal
finalidade.
II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro
efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania que preserve os direitos do preso,
mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade.
§1º - Nas situações de conflito mais graves a manutenção ou restabelecimento
da ordem será promovida por grupo especial de agentes penitenciários com
treinamento e equipamentos específicos.
§2º - Em caso de necessidade de intervenção da Polícia Militar, em caráter
urgente, em qualquer das unidades referidas no caput deste artigo, sua
permanência no interior das mesmas se dará pelo tempo estritamente
necessário ao restabelecimento da ordem e da segurança interna, não podendo
ultrapassar 90 (noventa) dias, salvo decisão fundamentada da autoridade
judiciária competente.

Dos Estabelecimentos Prisionais


Art.9º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica, situado na região
metropolitana de Fortaleza, concentrará o recebimento de presos oriundos da
Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social e das comarcas do interior.
§1º - O Centro de Triagem e Observação Criminológica será responsável pela
identificação e realização dos exames gerais de admissão dos internos, sendo
dotado de equipe técnica que promoverá atendimento social, psicológico,

1005
médico, odontológico e jurídico, cujos resultados e desdobramentos serão
encaminhados à Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas
– CATVA que deliberará a unidade prisional destinatária para recebimento do
preso e, posteriormente, às Comissões Técnicas de Classificação das unidades
de recebimento.

Das Penitenciárias
Art.10 - As Penitenciárias destinam-se aos condenados ao cumprimento da pena
de reclusão, em regime fechado, caracterizando se pelas seguintes condições:

1006
I - Segurança externa, através de muralha, com passadiço e guaritas de
responsabilidade dos Agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da
Justiça e Cidadania.
II - Segurança interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro
efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania que preserve os direitos do preso,
mantenha a Segurança, a ordem e a disciplina da Unidade;
III - Acomodação do preso preferencialmente em cela individual;

IV - Locais de trabalho, atividades socioeducativas e culturais, esportes, prática


religiosa e visitas;

1007
V -Trabalho externo, conforme previsto no art.36 da Lei de Execução Penal
(LEP).

Dos Estabelecimentos Destinados A Mulheres

§1º - Os estabelecimentos destinados a mulheres terão estrutura adequada às


suas especificidades e os responsáveis pela segurança interna serão,
obrigatoriamente, agentes penitenciários do sexo feminino, exceto em eventos
críticos ou festivos, garantindo-se, ainda, a obrigatoriedade de existência de uma
creche para a acomodação dos recém-nascidos das internas neles recolhidos,
nos 06 (seis) primeiros meses de vida, prorrogável por igual período, se
necessário.

1008
§2º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão,
excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas
deste Regimento no que forem aplicáveis, bem como as restrições legais ou
decisões judiciais.

1009
§3º - Haverá em cada estabelecimento de regime fechado uma Comissão
Técnica de Classificação, que proporá o tratamento adequado para cada preso
ou internado, além de acompanhar o programa de individualização da pena.

Casas De Privação Provisória De Liberdade (CPPL)

Art.11 - As Casas de Privação Provisória de Liberdade destinam-se aos presos


provisórios, devendo apresentar estrutura adequada que garanta o exercício dos
direitos elencados no presente Regimento e demais legislações.
§1º - Excepcionalmente, visando garantir a integridade física e mental do interno,
estas unidades poderão abrigar presos condenados, que deverão permanecer
em acomodações separadas dos provisórios.

1010
EXERCÍCIOS

De acordo com a portaria nº 1.220/2014, julgue o item a seguir.


1. As Penitenciárias destinam-se aos condenados ao cumprimento da pena de
reclusão, em regime fechado ou aberto.

Certo ( ) Errado ( )

2. De acordo com a portaria nº 1.220/2014 as penitenciárias caracterizam-se,


dentre outras, pelas seguintes condições, exceto:

a) Segurança externa, através de muralha, com passadiço e guaritas de


responsabilidade dos agentes Penitenciários do quadro efetivo da Secretaria da
Justiça e Cidadania.
b) Segurança Interna realizada por equipe de Agentes Penitenciários do quadro
efetivo da Secretaria da Justiça e Cidadania que preserve os direitos do preso,
que mantenham a segurança, a ordem e a disciplina da unidade
c) Acomodação do preso obrigatoriamente em cela individual
d) Locais de Trabalho, atividades sócio educativas e culturais, esportes, práticas
religiosas e visitas.

A luz da Portaria 1.220/2014 julgue o item a seguir.


3. Excepcionalmente, visando garantir a integridade física e mental do interno,
as casas de privação provisória de liberdade poderão abrigar presos provisórios.

Certo ( ) Errado ( )

GABARITO
1 - ERRADO
2-C
3 - ERRADO

1011
Estabelecimentos Agrícolas, Industriais Ou Mistos

Art.12 - Os Estabelecimentos Agrícolas, Industriais ou Mistos destinam-se aos


condenados e condenadas ao cumprimento da pena em regime semiaberto,
caracterizando-se pelas seguintes condições:

I - locais para:
a) trabalho interno agropecuário;
b) trabalho interno industrial;
c) trabalho de manutenção e conservação intra e extramuros, na circunscrição
da Unidade respectiva;

II - acomodação em alojamento ou cela individual ou coletiva;

III - trabalho externo na forma da Lei;

1012
IV - locais internos e externos para atividades socioeducativas e culturais,
esportes, prática religiosa e visita conforme dispõe a Lei.

Hospital Geral E Sanatório Penal

Art.13 – O hospital geral e sanatório penal destina-se ao tratamento do preso,


em regime de internamento, das enfermidades infectocontagiosas, dos pós-
operatórios, das convalescenças e de exames laboratoriais.
§1º - O preso acometido de enfermidades, conforme artigo acima, deverá
permanecer internado o tempo necessário à sua reabilitação, tendo retorno
imediato à sua Unidade Prisional de origem logo após emissão de laudo médico
autorizando sua alta.

§2º - Os presos ou internados que apresentarem quadro de sorologia positiva


HIV, receberão tratamento individualizado, a critério médico.
§3º - Aos presos ou internados que apresentarem quadro de dependência
química em substâncias entorpecentes será garantido tratamento individualizado
adequado às suas necessidades, adotando-se políticas públicas voltadas para
esta finalidade, nos termos da lei 11.343/2006, bem como serão incluídos nas

1013
atividades do Programa de Ações Continuadas de Assistência aos Drogadictos
– PACAD da Sejus.

§4º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir leitos
destinados ao tratamento de mulheres presas.
§5º - O estabelecimento citado no caput deverá funcionar com equipes
multidisciplinares em regime de plantão.
§6º - A Secretaria da Justiça e Cidadania seguirá as recomendações das
portarias interministeriais do Ministério da Saúde e Ministérios da Justiça em
relação ao tema saúde, na execução de vagas e atendimentos para os presos
em casos de exames e tratamentos de alta complexidade.
§7º - Nas unidades prisionais femininas deverão existir estruturas específicas
para a assistência integral à saúde da mulher, em atenção às suas
peculiaridades.

Hospital De Custódia E Tratamento Psiquiátrico


Art.14 - O hospital de custódia e tratamento psiquiátrico destina-se ao
cumprimento das medidas de segurança e ao tratamento psiquiátrico
separadamente, devendo adequar-se às normas aplicáveis ao tratamento das
respectivas insanidades.

1014
§1º - O preso comprovadamente portador de doença mental deverá ser
imediatamente encaminhado ao estabelecimento adequado para seu
tratamento, lá não podendo permanecer além do tempo necessário ao seu
pronto restabelecimento, atestado pelo serviço médico local.

§2º - Em nenhuma hipótese será admitido o ingresso ou permanência de


pessoas que não apresentem quadro patológico característico da destinação do
respectivo estabelecimento.

§3º - Na unidade de que trata o caput deste artigo deverão existir estruturas
específicas para a assistência à saúde mental da mulher, em atenção às suas
peculiaridades.

1015
Casa Do Albergado
Art.15 - A casa do albergado destina-se ao cumprimento da pena privativa de
liberdade em regime aberto e da pena restritiva de direitos consistente em
limitação de fim de semana, acolhendo pessoas do sexo masculino e feminino,
garantindo-se a separação adequada com vistas à individualização das penas.

§1º - O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais


estabelecimentos, e caracterizar-se-á pela ausência de obstáculos físicos contra
a fuga.

§2º- A Casa do Albergado, além de dispor de local adequado para cursos e


palestras, realizará encaminhamentos dos internos à rede de assistência social,
de saúde e educação.

1016
Cadeia Pública

Art.16 - A Cadeia Pública destina-se prioritariamente ao recolhimento de presos


e presas provisórios.
§1º - Nas Comarcas onde não existam penitenciárias, suas finalidades serão,
excepcionalmente, atribuídas às Cadeias Públicas locais, observadas as normas
deste Regimento Geral no que forem aplicáveis e as restrições legais ou de
decisões judiciais, bem como a capacidade populacional máxima da Unidade
respectiva.

Regime Especial Aplicado Ao Preso Provisório

§2º - Ao preso provisório será assegurado regime especial no qual se observará:


I - separação dos presos condenados;
II - utilização de pertences pessoais permitidos;
III - uso de uniforme fornecido pelo Estabelecimento Prisional em quantidade de
03 (três) mudas;
IV - oferecimento de oportunidade de educação, trabalho e lazer nos termos da
legislação pertinente;

1017
V - visita e atendimento médico e odontológico, sendo facultado ao preso optar
por profissional particular às suas expensas;

VI - Acesso aos meios de comunicação externos, autorizados por lei.

§3º - Nas Cadeias Públicas no interior do Estado as prefeituras municipais


oferecerão aos presos e presas os serviços essenciais, conforme determinação
do Ministério da Saúde e Ministério da Justiça.

1018
EXERCÍCIOS

Consoante a Portaria 1.220/2014, julgue o item a seguir.

1. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento da pena privativa de


liberdade em regime aberto e da pena restritiva de direito consistente em
limitação de fim de semana.

Certo ( ) Errado ( )

2. João preso condenado a cumprir pena em regime semiaberto deverá ser


destinado a:

a) Penitenciária
b) Cadeia Pública
c) Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico
d) Colônias Agrícolas, Industriais ou Similares

GABARITO

1 - CERTO
2–B

1019
REGIMENTO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS
PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARÁ –
PORTARIA 1.220/2014

Da Estrutura Organizacional Das Unidades Prisionais

Art.18 - As Unidades Prisionais do Estado do Ceará serão dirigidas por um(a)


Diretor(a), que será assessorado pelo(a) Diretor(a) Adjunto(a), pelo Gerente
Administrativo, pelo Chefe de Segurança e Disciplina e pelo Chefe de Equipe
dos Agentes Penitenciários, sendo ainda integradas pelo Conselho Disciplinar e
pela Comissão Técnica de Classificação.

Competências Do Diretor Da Unidade Prisional

Art.19 - AO DIRETOR(A) DA UNIDADE PRISIONAL, COMPETE:

I - Dirigir, coordenar e orientar os trabalhos técnicos, administrativos,


operacionais, laborais, educativos, religiosos, esportivos e culturais da Unidade
respectiva;
II - Adotar medidas necessárias à preservação dos Direitos e Garantias
Individuais dos presos;
III - Visitar os presos nas dependências do Estabelecimento, anotando suas
reclamações e pedidos, procurando solucioná-los de modo adequado, no âmbito
de sua competência ou encaminhá-los ao órgão competente, observando as
normas de segurança;

1020
IV - Dar cumprimento as determinações judiciais e prestar aos Juízes, Tribunais,
Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho Penitenciário as informações
que lhe forem solicitadas, relativas aos condenados e aos presos provisórios;
V - Assegurar o normal funcionamento da Unidade, observando e fazendo
observar as normas da Lei de Execução Penal e do presente Regimento Geral;
VI - Presidir a Comissão Técnica de Classificação;

VII - Elaborar o plano de segurança interna do Estabelecimento em conjunto com


o Chefe de Segurança e disciplina;

VIII – Conceder audiência ao interno quando solicitada;

IX - Comparecer nas sessões do Conselho Penitenciário, quando convocado;


X - Elaborar o plano operativo anual da Unidade e Administrar o Estabelecimento
traçando diretrizes, orientando e controlando a execução das atividades sob sua
responsabilidade;

1021
XI - Realizar mensalmente reuniões com os servidores da Unidade para estudos
conjuntos de problemas afetos à mesma;
XII - Promover mensalmente reunião com os representantes dos internos,
realizando o Parlamento Carcerário;

XIII - Propor ao Núcleo de Segurança e Disciplina – NUSED, vinculado à


COSIPE, a mudança de lotação dos servidores da Unidade;
XIV - executar as determinações do Coordenador da COSIPE;
XV - autorizar visitas extraordinárias aos presos, em casos especiais, nos termos
deste Regimento;
XVI - Autorizar remoção do preso para Estabelecimento Penal diverso em caráter
urgente e excepcional, comunicando imediatamente à Comissão de Avaliação
de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA, que deliberará a unidade
prisional destinatária para recebimento do preso.
Definida a unidade, deverá ser comunicada a transferência ao Juízo responsável
pela prisão, ao Ministério Público, à Defensoria Pública, ao Conselho
Penitenciário, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, nos casos expressos neste
Regimento;

1022
XVII - mostrar aos visitantes as dependências do estabelecimento nas visitas
coletivas, de caráter cultural ou cientifico, devidamente autorizadas pela
COSIPE, esclarecendo-lhes, quando se fizer necessário, os objetivos da
execução penal;
XVIII - Dar ciência à família do preso, em caso de grave enfermidade, morte ou
transferência deste, comunicando ao preso, de igual modo, a doença ou morte
de pessoa de sua família e concedendo lhe, se for o caso, permissão para sair;
XIX - Atribuir, em solenidades especiais, prêmios e recompensas aos presos de
exemplar comportamento e àqueles que pratiquem atos meritórios;

XX - Realizar outras atividades dentro de sua área de competência.


XXI - Julgar as faltas disciplinares cometidas pelos internos, após análise do
parecer opinativo previsto no inciso I do artigo 25 deste Regimento, aplicando,
quando for o caso, a sanção disciplinar adequada à falta cometida, assegurados
o contraditório e a ampla defesa, por Defensor Público ou Advogado constituído
pelo interno ou nomeado para o ato.

1023
Art.20 - O(a) ocupante do cargo de diretor(a) de Unidade Prisional, escolhido
preferencialmente entre os servidores de carreira da Secretaria de Justiça e
Cidadania, com atenção à sua vocação e preparação profissional específica,
deverá satisfazer os seguintes requisitos:

I - ser portador(a) de diploma de nível superior em Direito, ou Psicologia, ou


Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;
II - possuir experiência administrativa na área;
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.

Parágrafo Único - O cargo de Diretor do Hospital Geral e Sanatório Penal e do


Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico deverá ser ocupado por
profissional da área de saúde, preferencialmente pertencente ao quadro de
servidores estáveis da Secretaria da Justiça e Cidadania.

Do Cargo De Diretor (A) Adjunto De Unidade Prisional

Art.21 - A (o) Diretor (a) Adjunto, compete:

1024
I - Assessorar diretamente o(a) Diretor(a) da Unidade Prisional no desempenho
de suas atribuições;
II - Substituir, em seus afastamentos, ausências e impedimentos legais, o(a)
Diretor(a) da Unidade Prisional, independente de designação especifica, salvo
se por prazo superior a 30 (trinta) dias;
III - Autorizar a expedição de certidões relativas aos assuntos da Unidade;
IV - Acompanhar a execução do plano de férias dos servidores da Unidade;
V - Exercer outras atividades que lhes sejam determinadas pelo(a) Diretor(a) da
Unidade.

§1º - A substituição prevista neste artigo, por período igual ou superior a 30


(trinta) dias, propiciará ao substituto os direitos e vantagens do cargo de
Diretor(a) da Unidade.
§2º - O cargo de Diretor-Adjunto deverá, preferencialmente, ser ocupado por
servidor estável de carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania.

1025
Competências Do Gerente Administrativo

Art.22 - Ao Gerente Administrativo compete organizar, controlar e executar as


atividades de apoio necessárias ao bom funcionamento operacional do
Estabelecimento, inclusive a manutenção preventiva e corretiva, competindo-lhe:

I - receber, controlar e distribuir gêneros alimentícios, os destinados ao consumo


do Estabelecimento;
II - supervisionar os serviços de copa e de cozinha;
III - requisitar o material de expediente e providenciar a redistribuição junto aos
demais serviços do Estabelecimento;
IV - manter sob sua guarda e responsabilidade todos os pertences do preso, de
uso não permitido, fornecendo a estes comprovantes de recebimento;
V - manter em bom estado de funcionamento as instalações elétricas,
telefônicas, hidrosanitárias e de climatização do prédio requisitando, com
antecedência o material que for necessário para este fim;
VI - elabora o relatório anual das atividades inerentes ao serviço;
VII - efetuar o balancete mensal do estoque de mercadoria existente;

1026
VIII - proceder á identificação de todo o material permanente em uso na unidade;
IX - adotar as medidas de segurança contra incêndio nas dependências do
estabelecimento especialmente na área de prontuário e almoxarifado;
IX - adotar as medidas de segurança contra incêndio nas dependências do
estabelecimento especialmente na área de prontuário e almoxarifado
X - providenciar a manutenção preventiva e corretiva de máquinas,
equipamentos e móveis em uso na unidade;
XI - zelar pela conservação e limpeza do prédio;
XII - controlar a manutenção de primeiro escalão, de responsabilidade dos
motoristas nas viaturas da unidade;
XIII - executar e controlar os serviços de reprodução xerográfica ou similar de
documentos, publicações e impressos de interesse de Unidade;
XIV - organizar a prestação de contas dos suprimentos de fundos destinados ao
estabelecimento;

XV - efetuar o controle diário das folhas e cartões de registro de comparecimento


do pessoal em exercício na Unidade;
XVI - preparar dentro dos prazos estipulados os documentos de controle de
comparecimento e de alterações relativos ao pessoal, encaminhando á COSIPE.
Parágrafo Único - O cargo de Gerente Administrativo deverá ser ocupado por
servidor de carreira da Secretaria de Justiça e Cidadania.

1027
Competências Do Chefe De Segurança E Disciplina

Art.23 - Ao Chefe de Segurança e Disciplina compete gerenciar o setor de


Segurança e Disciplina, elaborando o plano de segurança interna do
Estabelecimento, visando proteger a vida e a incolumidade física dos servidores
de carreira, terceirizados e presos e a garantia das instalações físicas, bem como
promover o conjunto de medidas que assegurem o cumprimento da disciplina
prisional e organizar, controlar e orientar os Agentes Penitenciários no exercício
de suas atribuições, competindo-lhe:

I - orientar os presos quanto aos seus direitos, deveres e normas de conduta a


serem observados, quando de sua chegada à Unidade;
II - realizar reuniões com os presos para preleções instrutivas e disciplinares;

III - propor a concessão ou suspensão de recompensas aos presos;

1028
IV - fazer constar no prontuário disciplinar dos presos as ocorrências e alterações
havidas com estes;
V - controlar a movimentação de presos quando das transferências para outras
celas;

VI - manter atualizada a relação geral dos presos, seus locais de recolhimento


noturno, de trabalho e/ou permanência obrigatória;
VII – Opinar quanto aos horários de visitas, rancho, repouso noturno, alvorada e
atendimento aos presos;
VIII - encaminhar ao Conselho disciplinar as faltas disciplinares, praticadas por
presos para conhecimento e julgamento;
IX - promover vistorias nos presos e buscas nas dependências do
estabelecimento, de caráter preventivo ou sempre que houver fundadas
suspeitas de porte ou uso indevido de armas, aparelhos celulares ou de objetos
que possam ser utilizados para prática de crimes ou falta disciplinares;

X - manter atualizados registros e alterações relativas aos agentes


penitenciários;
XI - elaborar a escala do plantão e organizar a composição das equipes;
XII - zelar pelo bom funcionamento dos equipamentos e implementos
necessários á execução dos serviços de segurança interna;

1029
XIII - promover mensalmente em caráter ordinário, reuniões com os agentes
prisionais e extraordinariamente quando necessário;

XIV - propor ao diretor a lista de nomes para escolha e designados dos chefes
de equipes;
XV - assegurar o respeito aos visitantes enquanto permanecerem nas
dependências da Unidade;
XVII - manter em arquivo o registro das pessoas que visitam a Unidade;
XVIII - comunicar, diariamente, ao diretor c/ou substituto as alterações
constantes no relatório de serviço diário;
XIX - manter informado o diretor sobre quaisquer alterações havidas na
unidade; XX - colaborar nas realizações de eventos de caráter sócio cultural,
esportivo e cívico do estabelecimento.
Parágrafo Único - O cargo de Chefe de Segurança e Disciplina deverá ser
ocupado preferencialmente por agente penitenciário estável da Secretaria de
Justiça e Cidadania.

Competências Do Chefe De Equipe

Art.24 - Ao Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários compete:

1030
I - Conferir o relatório da equipe anterior;
II - Conferir o material de segurança sob sua responsabilidade, bem como a
frequência dos membros de sua equipe, distribuindo as tarefas relativas ao
funcionamento da unidade entre os presentes;
III - Dar encaminhamento e supervisionar a execução das determinações da
Direção e do Chefe de segurança e disciplina;
IV - Comunicar imediatamente qualquer ocorrência que comprometa a ordem, a
segurança e a disciplina da unidade à Direção e ao Chefe de Segurança e
Disciplina, relatando, em seguida, de forma circunstanciada, por escrito;
V - Em caso de emergência que comprometa a integridade física do preso,
autorizar transferência de alojamento no interior da unidade, diante da ausência
de seu superior hierárquico;

VI - Em caso de emergência que comprometa a integridade física do preso,


autorizar a saída temporária do mesmo para atendimento médico, mediante
escolta, diante da ausência de seu superior hierárquico;

1031
VII - Exercer a vigilância, em conjunto com os agentes penitenciários de plantão,
cumprindo e fazendo cumprir as normas e regulamentos do estabelecimento;
VIII - Elaborar relatório circunstanciado ao final de seu plantão, registrando todas
as ocorrências havidas;
Parágrafo Único- O cargo de Chefe de Equipe dos Agentes Penitenciários
deverá ser ocupado preferencialmente por agente penitenciário estável da
Secretaria de Justiça e Cidadania.

1032
EXERCÍCIOS

1. As Unidades Prisionais do Estado do Ceará serão dirigidas por um Diretor(a),


que será assessorado pelo(a) Diretor(a) Adjunto(a), pelo Gerente Administrativo,
pelo Chefe de Segurança e Disciplina e Pelo Chefe de Equipe dos Agentes
Penitenciários, sendo ainda integradas pelo Conselho Disciplinar e Pela
Comissão Técnica de Classificação

Certo ( ) Errado ( )

2. O(a) ocupante do cargo de diretor(a) da Unidade Prisional, escolhido(a)


exclusivamente entre os servidores de carreira da Secretaria de Justiça e
Cidadania, com atenção à sua vocação e preparação profissional específica

Certo ( ) Errado ( )

GABARITO

1 - CERTO
2 - ERRADO

1033
REGIMENTO GERAL DOS ESTABELECIMENTOS
PRISIONAIS DO ESTADO DO CEARÁ –
PORTARIA Nº 1.220/2014

Da Estrutura Organizacional das Unidades Prisionais

Conselho Disciplinar

Art.25 - O Conselho Disciplinar, órgão colegiado formado pelo Diretor Adjunto,


por um Assistente Social e por um agente penitenciário de notória experiência,
tem por finalidade:
I - Instaurar Procedimento Disciplinar para conhecer, analisar e processar as
faltas disciplinares co- metidas pelos internos, elaborando parecer opinativo, que
será encaminhado para apreciação do(a) Diretor(a) da Unidade Prisional,
assegurados, em todo o procedimento o contraditório e a ampla defesa, por
Defensor Público ou Advogado constituído pelo interno ou nomeado para o ato.
II - Conhecer os resultados de eventuais exames criminológicos e acompanhar
o perfil comportamental do preso.
Parágrafo único - Nos estabelecimentos prisionais em que não houver os
profissionais descritos no caput deste artigo, a decisão sobre faltas disciplinares
ficará a cargo do Diretor da unidade, ouvido previamente o Defensor Público ou
o Advogado constituído ou nomeado para o ato.

1034
Art.26 - O Conselho Disciplinar, que será presidido pelo Diretor Adjunto e, nas
suas faltas ou impedimentos, pelo agente penitenciário que o compõe, reunir-se-
á tantas vezes quantas necessárias para deliberar sobre as tarefas a seu cargo.
§1º - Em caso de empate será considerado vencedor o voto favorável ao preso.
§2º - Os pareceres do Conselho Disciplinar serão sempre coletivos e lançados
por escrito, sendo tomados por maioria simples.

1035
Comissão Técnica De Classificação (CTC)
Art.27 - A Comissão Técnica de Classificação, órgão colegiado, deverá ser
composta pelo(a) Diretor(a) do Estabelecimento, que a presidirá, dois agentes
penitenciários, com larga experiência no penitenciarismo, um Psiquiatra, um
Psicólogo, um Assistente Social, e tem por finalidade aquilatar a personalidade
do condenado, para determinar o tratamento adequado, competindo-lhe:
I - Fixar o programa reeducativo;
II - Acompanhar a execução das penas privativas de liberdade;
III - Classificar o condenado segundo seus antecedentes e personalidade, para
orientar a individualização da execução penal;
IV - Propor as conversões e as regressões, bem como as progressões;

V - Informar, caso seja solicitado, através de parecer técnico, o perfil


criminológico do condenado para fins de benefício;
VI - Zelar pelo cumprimento dos deveres dos presidiários e assegurar a proteção
dos seus direitos, cuja suspensão ou restrição competirá a Direção da Unidade
ou ao Juiz das Execuções Criminais.

1036
Art.28 - A Comissão Técnica de Classificação, para obtenção de dados
reveladores da personalidade dos presos, poderá:
I - Entrevistar pessoas;
II - Requisitar de órgãos públicos ou privados dados e informações referentes ao
preso; III - Realizar outras diligências e exames.

1037
EXERCÍCIOS

1. Consoante o disposto na portaria nº 1.220/2014, que dispõe sobre o regimento


geral dos estabelecimentos prisionais do estado do Ceará, o Conselho
Disciplinar, órgão colegiado é formado:

a) Pelo Diretor Adjunto, por um Assistente Social e por um Agente Penitenciário


de Notória Experiencia
b) Pelo Diretor, por um Assistente Social e por dois Agentes Penitenciários
c) Pelo Diretor Adjunto, por dois Assistentes Sociais e por um Agente
Penitenciário de notória experiência
d) Pelo diretor, por um Assistente Social e por um Agente Penitenciário de
Notória Experiencia

2. É finalidade do conselho disciplinar instaurar o procedimento para conhecer,


analisar, processar e julgar as faltas disciplinares cometidas pelos internos,
elaborando parecer opinativo que será encaminhado que será encaminhado
para apreciação do diretor da unidade prisional, assegurados, em todo o
procedimento o contraditório e a ampla defesa, por defensor público ou
advogado constituído pelo interno ou nomeado para o ato.

Certo ( ) Errado ( )

GABARITO

1-A
2 - ERRADO

1038
Das fases da Execução Administrativa da Pena

Art.29 - As fases da execução administrativa da pena serão realizadas através


de estágios, respeitados os requisitos legais, a estrutura física e os recursos
materiais de cada unidade prisional.
I - Primeira Fase - procedimentos de inclusão e observação por prazo não
superior a 60 (sessenta) dias, realizado pelo Centro de Triagem e Observação
Criminológica, e complementados pela Comissão Técnica de Classificação da
unidade recebedora;

II - Segunda Fase - Desenvolvimento do processo da execução da pena


compreendendo as várias técnicas promocionais e de evolução socioeducativas.
Parágrafo único – A Secretaria da Justiça e Cidadania elaborará Protocolo de
Procedimentos Operacionais de Segurança Penitenciária, abrangendo, entre
outras atividades e técnicas, uso de algemas; recebimento de presos; padrão de
vistorias e de revista pessoal; manuseio de equipamentos de segurança;
controle de acesso de pessoas, veículos e materiais; emprego de armas letais e
não-letais; uso progressivo e proporcional da força, observando-se
procedimentos específicos nos estabelecimentos prisionais femininos.
Art.30 - À Comissão Técnica de Classificação, caberá avaliar a terapêutica penal
em relação ao preso sentenciado, propondo as promoções subsequentes.

1039
Art.31 - As perícias criminológicas, eventualmente requisitadas, deverão ser
realizadas pela equipe técnica do Centro de Triagem e Observação
Criminológica ou pela Comissão Técnica de Classificação da unidade,
observando em cada caso o que for mais adequado.

Do Ingresso, Transferência E Saída Do Preso

Do Ingresso
Art.32 - O ingresso do preso condenado deverá se dar mediante apresentação
da guia de recolhi- mento, expedida pela autoridade judiciária competente,
observando-se o disposto nos arts.105 a 107 da Lei 7210/ 84 (Lei de Execuções
Penais).
Art.33 - O ingresso do preso provisório se dará através da apresentação dos
seguintes documentos: I - guia de recolhimento expedida pela autoridade policial
ou judiciária competente;
II - comprovação de que o mesmo foi submetido a exame de corpo de delito;
III - comprovante de identificação do preso junto à Delegacia de Capturas;
IV - Informação sobre os antecedentes criminais do preso, com cópia do auto de
prisão em flagrante ou do mandado de prisão judicial.

Parágrafo Único - Toda entrada, transferência ou saída de preso de unidade


deverá ser comunicada pela Direção a todos os juízos onde o mesmo responda
a procedimento criminal.

1040
Procedimento Operacional Para O Ingresso Do Preso

Art.34 - Na ocasião do ingresso no Sistema Penitenciário, o preso se submeterá


a revista pessoal e de seus pertences, devendo, logo após, ser submetido a
higienização corpórea e substituição de seu vestuário pelo uniforme padrão
adotado.

Prontuário Do Preso

Art.35 – No ingresso, o preso terá aberto, em seu nome, um prontuário,


devidamente numerado em ordem seriada, onde serão anotados, dentre outros,
seus dados de identificação e qualificação, de forma completa, dia e hora da
chegada, situação de saúde física e mental, aptidão profissional e alcunhas.

1041
§1º - No prontuário ficarão arquivados todos os documentos relativos ao preso,
inclusive certidão atualizada de antecedentes criminais do juízo local, bem como
do seu domicílio de origem;
§2º - A fotografia do preso será parte integrante do prontuário.

Preleções Instrutivas E Disciplinares


§3º - Após a abertura do prontuário, o preso receberá instruções a serem
cumpridas, sobre as normas do estabelecimento, sendo cientificado dos direitos
e deveres prescritos no presente Regimento, e da possibilidade de acesso ao
mesmo sempre que desejar.

§4º - Em todas as dependências e acomodações das unidades prisionais


deverão afixar-se os direitos e deveres dos presos, permanecendo o presente
regimento acessível a todos sempre que desejarem consultar.

§5º - Os analfabetos serão instruídos oralmente.

Pertences Trazidos Com O Preso


Art.36 - Os pertences trazidos com o preso cuja posse não for permitida serão
inventariados e colocados em depósito apropriado no Setor da Gerência
Administrativa da Unidade Prisional, mediante contra recibo, sendo entregues
posteriormente aos seus familiares, ou a pessoa por ele indicada.
§1º - Os objetos de valor e joias serão recolhidos ao Setor de Pecúlio, bem como
importâncias em dinheiro serão depositadas em conta corrente do pecúlio
disponível, com preenchimento dos respectivos recibos.

1042
Exames Do Preso – Chegada À Unidade Prisional
Art.37 - O preso será submetido a exames clínicos pelo Serviço de Saúde,
devendo ser examinado por médico, que fornecerá atestado sobre as condições
físicas apresentadas quando de sua chegada, e relacionará a necessidade de
ingestão de medicamentos eventualmente trazidos pelo preso, sob prescrição
médica, bem como de dieta diferenciada.
Art.38 - Quando da impossibilidade de cumprir todas as exigências enumeradas
nos dispositivos anteriores, na data da inclusão, as mesmas poderão ocorrer nos
três dias úteis subsequentes.

Período De Adaptação E Observação


Art.39 - O preso que adentrar pela primeira vez na Unidade cumprirá um período
inicial considerado de adaptação e observação, nunca superior a 60 (sessenta)
dias, durante o qual será observado seu comportamento no Centro de Triagem
e Observação Criminológica e posteriormente, pela Comissão Técnica de
Classificação da unidade recebedora.

1043
Art.40 - Nos (10) dez primeiros dias do estágio de adaptação o preso não poderá
receber visitas de familiares e amigos, podendo somente receber seu advogado
ou Defensor Público.
Art.41 - Durante o período de adaptação o preso será classificado quanto ao
grau de periculosidade, comportamento e antecedentes.

EXERCÍCIOS

1. Julgue os itens a seguir de acordo com o que versa a Portaria nº 1.220/2014


sobre o estágio de adaptação do preso.

I - Trata-se de período inicial considerado de adaptação e observação de


sessenta dias.
II - Nesse período seu comportamento será observado Comissão Técnica de
Classificação da unidade recebedora.
III - Nos dez primeiros dias do estágio de adaptação o preso não poderá receber
qualquer visita. Está incorreto o que se afirma em:

(A) I e II
(B) II e III
(C) I, apenas
(D) III, apenas
(E) todos os itens

2. Marque o item correto em relação aos ditames da Portaria nº 1.220/14:

1044
(A) A primeira fase da execução administrativa da pena é composta de
procedimentos de inclusão e observação por prazo mínimo de trinta dias,
realizado pelo Centro de Triagem e Observação Criminológica, e
complementados pela Comissão Técnica de Classificação da unidade
recebedora.
(B) A CATVA será formada por equipe multidisciplinar e administrará o ingresso
e reingresso de presos nas unidades do sistema penitenciário estadual,
enquanto que a Comissão Técnica de Classificação administrará as
transferências dos presos, indicando a unidade para onde o interno será
encaminhado.
(C) Toda e qualquer entrada, transferência ou saída de preso de unidade deverá
ser comunicada pela Direção a todos os juízos onde o mesmo responda a
procedimento criminal.
(D) Em caso de falecimento do preso, os valores e bens a este pertencentes,
devidamente inventariados, passarão a ser de posse do Estado para custeio do
Sistema Penitenciário.

GABARITO

1-E
2-C

1045
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS – REGIMENTO GERAL
DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS DO ESTADO DO
CEARÁ – PORTARIA 1.220/2014

DO INGRESSO, TRANSFERÊNCIA E SAÍDA DO PRESO (Art.42 ao Art.48-A)


DA SAÍDA Art.49

Da transferência.

Art.42 - A transferência do preso de uma unidade prisional para outra, dar-se-á,


nas seguintes condições:
I - por ordem judicial;
II - por interesse técnico-administrativo da administração penitenciária; III - a
requerimento do interessado;
IV - por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, mediante Relatório
de Inteligência Prisional

§1º - A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas – CATVA


será formada por equipe multidisciplinar e administrará o INGRESSO,
REINGRESSO E A TRANSFERÊNCIA de presos nas unidades do sistema
penitenciário estadual, indicando a unidade para onde o interno será
encaminhado, devendo ser presidida pelo Coordenador Adjunto da COSIPE, que
executará, privativamente, as atribuições previstas no inciso II do Art.16 do
Decreto nº27.385 de 02.03.2004.

1046
§2º - A Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA
será o órgão competente para a liberação de vagas para presos provisórios e
condenados em presídios, casas de privação provisórias de liberdade,
penitenciárias, Casa do Albergado, Hospital de Custódia e Manicômio Judiciário
do Estado do Ceará, vinculados a Comarca de Fortaleza, obedecendo aos
procedimentos contidos em Portaria específica, observando as avaliações
realizadas pelo Centro de Triagem e Observação Criminológica.

§3º - Nos estabelecimentos prisionais não alcançados pelas atribuições da


Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de Vagas - CATVA, a
regulamentação permanecerá determinada pelo presente Regimento.

Seção I - Por ordem judicial

Art.43 - A transferência provisória ou definitiva do preso de uma unidade


prisional para outra, por ordem judicial, dar-se-á nas seguintes circunstâncias:
I - por sentença de progressão ou regressão de regime;
II - para apresentação judicial dentro e fora da Comarca;
III - para tratamento psiquiátrico, desde que haja indicação médica;
IV - em qualquer circunstância, mais adequada ao cumprimento da sentença, em
outro Estado da Federação, a juízo da autoridade judiciária competente.

1047
Por interesse técnico-administrativo da administração penitenciária
Art.44 – O preso será transferido por interesse técnico-administrativo da
administração penitenciária nas seguintes circunstâncias:

I - por solicitação do diretor da unidade, conforme indicação da Comissão


Técnica de Classificação e demais áreas de avaliação;
II- no caso de doença, que exija tratamento hospitalar do preso, quando a
unidade prisional não dispuser de infraestrutura adequada, devendo a solicitação
ser feita pela autoridade médica, ratificada pelo diretor da unidade;
III - por interesse da Administração, com vistas a preservação da segurança e
disciplina. IV - para preservação da segurança pessoal do interno;
V - a preservação de condições pessoais favoráveis à individualização da
execução penal; VI - a preservação de laços afetivos entre o condenado e seus
parentes; VII – para o exercício de atividades educacionais e/ou laborativas.

§1º - Compete à Coordenadoria do Sistema Penal, nas unidades não alcançados


pelas atribuições da Comissão de Avaliação de Transferências e Gestão de
Vagas, em caráter excepcional, e devidamente justificada, determinar a
transferência do preso, de uma a outra unidade prisional.

1048
§2º - A transferência de preso condenado ou provisório será, no prazo
improrrogável de 24 (vinte e quatro) horas, comunicada, respectivamente, ao
juízo das execuções penais ou ao juízo responsável pelo processo.

A Requerimento do Interessado
Art.45 – Fora das hipóteses que dependam de decisão judicial, o preso, seus
familiares ou seu procurador poderão requerer sua transferência, ao diretor do
estabelecimento respectivo, para unidade prisional do mesmo regime quando:

I - conveniente, por ser na região de residência ou domicílio da família,


devidamente comprovado;
II - necessária a adoção de Medida Preventiva de Segurança Pessoal, e a
unidade prisional não dispuser de recurso para administrá-la.

Parágrafo único – O diretor do estabelecimento ouvirá a manifestação da Chefia


de Segurança e Disciplina e do Serviço Social, devendo ser anexada Certidão
Carcerária contendo a data de entrada do preso, o tempo de recolhimento e o
seu comportamento carcerário, e encaminhará à CATVA para deliberação.

1049
Petição do interessado para sua transferência

Art.46 - O pedido conterá:


I - petição assinada pelo requerente ou termo de declaração, onde justifique os
motivos da pretensão;
II - qualificação e extrato da situação processual do sentenciado;
III - informações detalhadas das condições de saúde, trabalho, instrução e
conduta prisional; IV- manifestação do diretor da unidade prisional, sobre a
conveniência ou não da transferência.

Documentação do preso no caso de transferência


Art.47 - Quando ocorrer transferência temporária de presos entre as unidades
prisionais, deverá haver acompanhamento de informações referentes à
disciplina, saúde, execução da pena e visitas dos mesmos, a fim de orientar
procedimento na unidade de destino.
§1º - No caso de remoção definitiva, além das providências do caput deste artigo,
o preso deverá ser acompanhado de seu prontuário e pertences pessoais.

Por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, mediante


Relatório de Inteligência Prisional
Art.48 - A - Emergencialmente, a transferência se dará por determinação do
Secretário de Justiça e Cidadania, através da COINT ou COSIPE.
Parágrafo único – No prazo de 72 (setenta e duas) horas haverá formalização
da transferência emergencial à Comissão de Avaliação de Transferências e
Gestão de Vagas - CATVA, em relação aos estabelecimentos prisionais
submetidos à sua atuação.

Da Saída
Art.49 - A saída do preso da Unidade Prisional dar-se-á, nos seguintes casos:
I - pelo término do cumprimento da pena, devidamente reconhecido por sentença
do Juízo das Execuções Criminais e Corregedor dos Presídios;

1050
II - em virtude de algum benefício legal que lhe tenha sido concedido, sempre
por ordem escrita da Autoridade Judiciária competente.
III - para atendimento de requisições administrativas ou policiais, mediante
escolta e autorização escrita do Juiz das Execuções Criminais e Corregedor dos
Presídios;
IV - para atendimento de requisições judiciais, mediante escolta;

V - em caráter excepcional, mediante autorização da Direção do


Estabelecimento Prisional, nos casos e na forma estabelecidos nos artigos 120
e 121 da Lei de Execuções Penais.
Parágrafo único – Nas saídas previstas nos incisos I e II, será disponibilizado
ao preso:

I. A entrevista de desligamento realizada preferencialmente por psicólogo ou


assistente social, quando receberá aconselhamento e orientação, além do
encaminhamento para a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do
Egresso – CISPE, rede socioassistencial, de saúde e de educação;
II. Orientação, preferencialmente pelo Defensor Público lotado na unidade, sobre
as condições jurídicas às quais ficará submetido;
III. Vestimentas e condições de transporte para o retorno à sua residência de
forma digna, desde que localizada no Estado do Ceará ou, em situações
excepcionais, a critério da Secretaria da Justiça e Cidadania.

EXERCÍCIOS

1. A transferência do preso de uma unidade prisional para outra, se dará nas


seguintes condições, EXCETO:

(A) por determinação do Secretário de Justiça e Cidadania, mediante Relatório


de Inteligência Prisional.
(B) por interesse técnico-administrativo da administração penitenciária.
(C) por ordem judicial.

1051
(D) a requerimento do interessado.
(E) por ordem expressa do Governador do Estado.

2. Assinale o item incorreto em relação às regras de ingresso, transferência e


saída de presos nas Unidades Prisionais, segundo os ditames da Portaria nº
1.220/14:

(A) A transferência de preso condenado ou provisório será, no prazo prorrogável


de 24 horas, comunicada, respectivamente, ao juízo das execuções penais ou
ao juízo responsável pelo processo.
(B) Na ocasião do ingresso no Sistema Penitenciário, o preso se submeterá a
revista pessoal e de seus pertences, devendo, logo após, ser submetido a
higienização corpórea e substituição de seu vestuário pelo uniforme padrão
adotado.
(C) A saída do preso da Unidade Prisional será dada, dentre outros motivos, para
atendimento de requisições judiciais, desde que mediante escolta.
(D) Quando da entrada do preso na Unidade, os objetos de valor e jóias serão
recolhidos ao Setor de Pecúlio, bem como importâncias em dinheiro serão
depositadas em conta corrente do pecúlio disponível, com preenchimento dos
respectivos recibos.

GABARITO

1-E
2-A

1052
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS – REGIMENTO GERAL
DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS DO ESTADO DO
CEARÁ – PORTARIA 1.220/2014

DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DOS BENS, REGALIAS E RECOMPENSAS

Dos Direitos
Art.50 - São direitos comuns aos presos, além dos já previstos pela Constituição
Federal, Pactos Internacionais, Legislação Penal e Processual Brasileira, Lei de
Execuções Penais e demais Leis, os seguintes:

preservação da individualidade, observando-se:

a) chamamento nominal;
b) uso de número somente para qualificação em documento da administração
penal.

II - atendimento pela Diretoria do Estabelecimento e/ou demais funcionários;


III - prática religiosa;
IV - tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico, psicológico e odontológico
gratuito, com os recursos humanos e materiais postos a sua disposição pela
Unidade onde se acha recolhido, sendo-lhes garantidos:

a) obtenção de assistência médica pela rede Municipal, Estadual e Federal,


quando esgotados ou inexistentes os recursos institucionais, de acordo com a
disponibilidade dessas redes;

1053
b) a faculdade de contratar, através de familiares ou dependentes, profissionais
médicos e odontológicos de confiança pessoal, a fim de orientar e acompanhar
o tratamento que se faça necessário, observadas as normas legais e
regulamentares vigentes;

V - frequência às atividades desportivas, de lazer e culturais condicionadas à


programação da Unidade, dentro das condições de segurança e disciplina,
obedecendo-se os a seguinte regra:

a) a prática de esportes deverá ser realizada em local adequado, pelo período


de 02:00 horas, pelo menos uma vez por semana, sem prejuízo das atividades
educacionais e laborativas da Unidade;

VI - contato com o mundo exterior e acesso aos meios de comunicação social,


por meio de:

1054
a) correspondência escrita com familiares e outras pessoas, podendo ser
suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da Unidade, no
caso de cometimento de falta grave;

b) leitura de livros, jornais, revistas e demais periódicos, desde que não


contenham incitamento à subversão da ordem ou preconceito de religião, raça
ou classe social e não comprometam a moral e os bons costumes;
c) programação da Rádio Livre;

1055
d) acesso coletivo a programa de televisão;
e) acesso a sessões cinematográficas, teatrais, artísticas e socioculturais, de
acordo com a programação da Unidade respectiva.

VII - acomodação em celas ou alojamentos coletivos ou individuais, dentro das


exigências legais, havendo trocas de roupas de uso pessoal, de cama, banho e
material de higiene, fornecidos pela Unidade Prisional ou outros setores
devidamente autorizados;
VIII - solicitar à Diretoria mudança de cela ou pavilhão, que poderá ser autorizada
após avaliação dos motivos e da capacidade estrutural da Unidade;
IX - peticionar à Direção do Estabelecimento e demais autoridades;

X - receber visitas do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias


determinados, podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato motivado
do Diretor da Unidade, no caso de cometi- mento de falta grave;

1056
XI - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

1057
XII - receber atestado anual de pena a cumprir;
XIII - assistência jurídica integral desde sua inserção no Sistema Penitenciário,
prestada por advogado constituído ou pela Defensoria Pública;
XIV - entrevista reservada com seu advogado constituído ou Defensor Público,
no parlatório, individualmente, nos dias úteis e no horário de expediente da
Unidade.
XV - à presa, em caso de gravidez, são asseguradas:

a) assistência pré-natal;
b) alimentação apropriada desde a confirmação da gravidez até o fim da
amamentação;
c) internação, com direito a parto em hospital adequado, por meio de escolta;

d) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de
120 dias após o nascimento, prorrogável por igual período, em local adequado,
mesmo que haja restrição de amamentação;
e) condições para que possa permanecer com seu filho pelo período mínimo de
180 dias após o nascimento, prorrogável por igual período, após avaliação
médica e de assistente social, em local adequado, quando estiver
amamentando;

1058
XVI - reabilitação das faltas disciplinares;
XVII - Em caso de falecimento, doenças, acidentes graves ou transferência do
preso para outro estabelecimento, o Diretor comunicará imediatamente ao
cônjuge ou, se for o caso, a parente próximo ou a pessoa previamente indicada;
XVIII - O preso será informado, imediatamente, do falecimento ou de doença
grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão, podendo
ser permitida a visita a estes, sob custódia;
XIX - Em caso de deslocamento do preso, por qualquer motivo, deve-se evitar
sua exposição ao público, assim como resguardá-lo de insultos e da curiosidade
geral.
XX - igualdade de tratamento, exceto quanto à individualização da pena.
§1º - Os direitos previstos neste Regimento não excluem outros decorrentes dos
princípios por ele adotados.
§2º - Nos casos de prisão de natureza civil, o preso deverá permanecer em
recinto separado dos demais, aplicando-se, no que couber as normas destinadas
aos presos provisórios.

Dos Deveres Dos Presos


Art.51 - São deveres dos presos, além dos previstos na legislação pátria:

I - respeito às autoridades constituídas, funcionários e companheiros presos;

II - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;

1059
III - informar-se das normas a serem observadas na Unidade Prisional,
respeitando-as;
IV - acatar as determinações legais solicitadas por qualquer funcionário no
desempenho de suas funções;
V - manter comportamento adequado em todo o decurso da execução da pena,
progressiva ou não;
VI - submeter-se à sanção disciplinar imposta

VII - Conduta oposta aos movimentos individuais e coletivos de fuga ou de


subversão à ordem ou a disciplina;

VIII - zelar pelos bens patrimoniais e materiais que lhe forem destinados, direta
ou indiretamente; IX - ressarcir o Estado e terceiros pelos danos materiais a que
der causa, de forma culposa ou dolosa;
X - zelar pelo asseio pessoal e assepsia da cela, alojamento, corredores e
sanitários;
XI - submeter-se às normas contidas neste Regimento Geral, referentes às
visitas, orientando-as nesse sentido;
XII - submeter-se às normas, contidas neste Regimento Geral, que disciplinam
a concessão de saídas externas previstas em lei:
XIII - submeter-se às normas contidas neste Regimento Geral, que disciplinam
o atendimento nas áreas de:

1060
a) saúde;
b) assistência jurídica;
c) psicológica;
d) serviço social;
e) diretoria;
f) serviços administrativos em geral;
g) atividades escolares, desportivas, religiosas, de trabalho e de lazer;
h) assistência religiosa;

XIV - devolver ao setor competente, quando de sua saída ou da eventual


transferência, os objetos fornecidos pela unidade e destinados ao uso próprio;
XV - abster-se de desviar, para uso próprio ou de terceiros, materiais dos
diversos setores da Unidade Prisional;
XVI - abster-se de negociar objetos de sua propriedade, de terceiros ou do
patrimônio do Estado;
XVII - abster-se da confecção e posse indevida de instrumentos capazes de
ofender a integridade física de outrem, bem como daqueles que possam
contribuir para ameaçar, ou obstruir a segurança

Das pessoas e da Unidade Prisional;


XVIII - abster-se de uso e consumo de bebida alcoólica ou de substância que
possa causar embriaguez ou dependência física, psíquica ou química;
XIX - abster-se de transitar ou permanecer em locais não autorizados pela
Direção da Unidade.
XX - abster-se de dificultar ou impedir a vigilância;
XXI - abster-se de quaisquer práticas que possam causar transtornos aos demais
presos, bem como prejudicar o controle de segurança, a organização e a
disciplina;
XXII - acatar a ordem de contagem da população carcerária, respondendo ao
sinal convencionado da autoridade competente para o controle da segurança e
disciplina;
XXIII - abster-se de utilizar quaisquer objetos, para fins de decoração ou
proteção de vigias, portas, janelas e paredes, que possam prejudicar o controle
da vigilância;

1061
XXIV - abster-se de utilizar sua cela como cozinha;
XXV - submeter-se à requisição das autoridades judiciais, policiais e
administrativas;
XXVI - submeter-se à requisição dos profissionais de qualquer área técnica para
exames ou entrevistas;
XXVII - submeter-se às condições estabelecidas para uso de aparelho de rádio
e/ou aparelho de TV;
XXVIII - submeter-se às condições de uso da biblioteca do estabelecimento, caso
haja, e de livros de sua propriedade;
XXIX - submeter-se às condições estabelecidas para as práticas desportivas e
de lazer;
XXX - submeter-se às condições impostas para quaisquer modalidades de
transferências e remoção de ordem judicial, técnico-administrativa e a seu
requerimento;
XXXI - submeter-se aos controles de segurança impostos pelos Agentes
Penitenciários ou outros agentes públicos incumbidos de efetuar a escolta
externa.

Das Recompensas
Art.54 - As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em
favor do preso sentenciado ou do preso provisório, de sua colaboração com a
disciplina e de sua dedicação ao trabalho.

Art.55 - São recompensas:


I - o elogio;

1062
II - a concessão de regalias.
Art.56 - Será considerado para efeito de elogio a prática de ato de excepcional
relevância humanitária ou do interesse do bem comum, por portaria do diretor da
unidade prisional, devendo constar do prontuário do condenado.

Das Regalias
Art.57 - Constituem regalias, concedidas aos presos em geral, dentro da
Unidade Prisional:

I - visitas íntimas;

1063
II - assistir coletivamente sessões de cinema, teatro, shows e outras atividades
socioculturais, fora do horário normal em épocas especiais;
III - assistir coletivamente sessões de jogos esportivos em épocas especiais, fora
do horário normal;
IV - participar de atividades coletivas, além da escola e trabalho, em horário pré-
estabelecido de acordo com a Unidade do Sistema e Direção;
V - participar em exposições de trabalho, pintura e outros, que digam respeito às
suas atividades;
VI - visitas extraordinárias devidamente autorizadas pela direção se comprovada
sua necessidade e relevância.

Art.58 - Poderão ser acrescidas outras regalias de forma progressiva,


acompanhando as diversas fases e regimes de cumprimento da pena;
Art.59 - O preso no regime semiaberto poderá ter outras regalias, a critério da
direção da unidade visando sua reintegração social;
Art.60 - As regalias poderão ser suspensas ou restringidas, por cometimento de
falta disciplinar de qualquer natureza ou por ato motivado da direção da Unidade
Prisional.

1064
EXERCÍCIOS

1. Para o Regimento Geral dos Estabelecimentos Prisionais do Estado do Ceará,


as recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do
preso sentenciado ou do preso provisório, de sua colaboração com a disciplina
e de sua dedicação ao trabalho. São dois os tipos de recompensas que essas
pessoas podem receber. Assinale a opção de resposta que traz corretamente
essas recompensas:

(A) elogios e concessão de regalias.


(B) prêmio de honra ao mérito e elogios.
(C) condecorações por serviços prestados e autorização para saída temporária.
(D) elogios e autorização para saída temporária.
(E) concessão de regalias e progressão de regime.

2. Assinale a opção de resposta que traz erro quanto aos direitos do preso,
segundo o regramento da Portaria SEJUS/CE nº 1.220/2014.

(A) direito a contato com o mundo exterior e acesso aos meios de comunicação

1065
social, por meio de correspondência escrita com familiares e outras pessoas,
podendo ser suspenso ou restringido tal direito por ato motivado do Diretor da
Unidade, no caso de cometimento de falta grave.
(B) direito a tratamento médico-hospitalar, psiquiátrico, psicológico e
odontológico com os recursos humanos e materiais dos postos a sua disposição
pela Unidade onde se acha recolhido.
(C) direito da preservação da individualidade, observando-se chamamento por
número e uso de nome somente para qualificação em documento da
administração penal.
(D) direito de não ser exposto ao público, assim como de ser resguardado de
insultos e da curiosidade geral, em caso de deslocamentos, por qualquer motivo.

GABARITO

1-A
2-C

1066
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS – REGIMENTO GERAL
DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS DO ESTADO DO
CEARÁ – PORTARIA 1.220/2014

Da Disciplina E Das Faltas Disciplinares

Das Disposições Gerais


Art.61 - No aspecto administrativo-disciplinar, este Regimento aplica-se aos
presos de ambos os sexos recolhidos na mesma ou em Unidades Prisionais
diversas.

Art.62 - Todos os presos da Unidade Prisional serão cientificados das normas


disciplinares, no momento de seu ingresso na mesma.

Art.63 - As normas deste Regimento serão aplicadas aos presos, quer dentro do
estabelecimento prisional e sua extensão, quer quando estiverem em trânsito ou
em execução de serviço externo.

1067
Da Disciplina
Art.64 - A ordem e a disciplina serão mantidas com firmeza, sem
constrangimento, sem impor maiores restrições que as necessárias para manter
a segurança e a boa organização da vida em comum, visando o retorno
satisfatório do preso a sociedade.
Parágrafo único - A disciplina, a hierarquia, a fraternidade e a civilidade são
requisitos importantes para o aprimoramento físico, mental e espiritual na busca
da construção de um futuro melhor para o preso.

1068
Art.65 - Os atos de indisciplina serão passíveis das seguintes penalidades:
I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de regalias;

IV – suspensão ou restrição de direitos, observadas as condições previstas nos


incisos XIII e XIV do artigo 50 do presente regimento;

V - isolamento em local adequado;

VI - inclusão no regime disciplinar diferenciado, mediante decisão fundamentada


do juízo competente.
§1º - Advertência verbal é a punição de caráter educativo, aplicado às infrações
de natureza leve, e se couber as de natureza média;

1069
§2º - Repreensão é a sanção disciplinar na forma escrita, revestida de maior rigor
no aspecto educativo, aplicável em casos de infração de natureza média, bem
como os reincidentes de natureza leve.

Art.66 - Às faltas leves e médias, poderão ser aplicadas as sanções previstas


nos incisos I, II, III do artigo anterior.

Art.67 - Às faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos IV e V do


artigo 65 deste Regimento Geral, não podendo qualquer delas exceder a 30
(trinta) dias.
§1º- O isolamento será sempre comunicado ao Juízo da Execução.
§2º - A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do
faltoso pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, no interesse da disciplina e da
averiguação do fato.
§3º - O tempo de isolamento preventivo será computado no período de
cumprimento da sanção disciplinar.

1070
Regime Disciplinar Diferenciado
Art.68 - Aplica-se o regime disciplinar diferenciado, na hipótese de falta grave
consistente na prática de crime doloso que ocasione subversão da ordem ou
disciplina interna, e tem as seguintes características:
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da
sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena
aplicada;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar os filhos menores de quatorze
anos, com duração de duas horas;
IV - o preso terá direito à saída da cela por duas horas diárias para banho de sol.

§1º - O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios


ou condenados que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do
Presídio ou da sociedade.
§2º - Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso
provisório ou condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de
envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas,
quadrilha ou bando.

1071
Procedimento para a inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado.

§3º - A inclusão de preso no regime disciplinar diferenciado deverá ser requerida,


após deliberação da comissão disciplinar, por meio de parecer circunstanciado,
pelo Diretor da Unidade ao Juízo competente, sendo imprescindível a decisão
fundamentada da autoridade judiciária para a imposição de tal sanção.

Art.69 - A suspensão e restrição de regalias poderão ser aplicadas isoladas ou


cumulativamente, na prática de faltas de qualquer natureza.
Art.70 - Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.

Capítulo III - Das Faltas Disciplinares


Art.71 - As faltas disciplinares segundo sua natureza classificam se em:
I - leves;
II - médias;
III - graves.
Parágrafo único - O disposto neste capítulo aplica-se, no que couber, ao preso
provisório.

1072
Das Faltas Disciplinares De Natureza Leve

Art.72 - Considera-se falta disciplinar de natureza leve:


I - manusear equipamento de trabalho sem autorização ou sem conhecimento
do encarregado, mesmo a pretexto de reparos ou limpeza;
II - adentrar em cela ou alojamento alheio, sem autorização;
III - desatenção em sala de aula ou no trabalho;
IV - permutar, penhorar ou dar em garantia objetos de sua propriedade a outro
preso sem prévia comunicação da direção da unidade respectiva;
V - utilizar-se de bens de propriedade do Estado, de forma diversa para a qual
recebeu;
VI - executar, sem autorização, o trabalho de outrem;
VII - responder por outrem às chamadas regulamentares;
VIII - ter posse de papéis, documentos, objetos ou valores não cedidos e não
autorizados pela Unidade Prisional;
IX - descuidar da higiene pessoal;
X - estar indevidamente trajado;
XI - proceder de forma grosseira ou discutir com outro preso;
XII - usar material de serviço para finalidade diversa da qual foi prevista;
XIII - deixar de frequentar, sem justificativa, as aulas do curso em que esteja
matriculado;
XIV - sujar pisos, paredes ou danificar objetos que devam ser conservados;
XV - portar ou manter na cela ou alojamento, material de jogos não permitidos;
XVI - remeter correspondência, sem registro regular pelo setor competente;
XVII - desobedecer aos horários regulamentares;
XVIII - descumprir as prescrições médicas;
XIX - lavar ou secar roupa em locais não permitidos;
XX - fazer refeições em local e horário não permitidos;
XXI - conversar através de janelas, guichê da cela ou de setor de trabalho ou em
local não apropriado;
XXII - mostrar displicência no cumprimento do sinal convencional de
recolhimento ou formação;
XXIII - fumar em local ou horário não permitido.

1073
XXIV - proferir palavras de baixo calão ou faltar com preceitos de educação;
XXV - dirigir-se, referir-se ou responder a qualquer pessoa de modo
desrespeitoso;
XXVI - tocar instrumentos musicais fora dos locais e horários permitidos pela
autoridade competente.

Das Faltas De Natureza Média

Art.73 - Considera-se falta disciplinar de natureza média:


I - utilizar-se do anonimato para fins ilícitos ou causando embaraços à
administração;
II - provocar direta ou indiretamente alarmes injustificados;
III - deixar, sem justo motivo, de responder às revistas ou reuniões em horários
pré-estabelecidos, ou aquelas para as quais ocasionalmente for determinado;
IV - atrasar-se o interno do regime aberto e semiaberto, para o pernoite;
V - atrasar-se, sem justo motivo, o interno do regime semiaberto quando do seu
retomo ao Estabelecimento Penal no caso de saídas temporárias autorizadas;
VI - envolver, indevidamente, o nome de outrem para se esquivar de
responsabilidade;
VII - portar- se de modo indisciplinado ou inconveniente quando das revistas e
conferências nominais;
VIII - promover ou concorrer para a discórdia e desarmonia entre os internados,
ou cultivar inimizades entre os mesmos;
IX - portar-se de modo inconveniente, provocando outros internos através de
brincadeiras de cunho pernicioso ou sarcástico;
X - apresentar, sem fundamento ou em termos desrespeitosos, representação
ou petição;
XI - recriminar ou desconsiderar ato legal de agente da administração da unidade
respectiva;
XII - deixar de realizar a faxina do xadrez, alojamento, banheiro ou corredores,
cuja atribuição lhe esteja a cargo, ou fazê-lo com desídia;
XIII - transitar pelos corredores dos alojamentos ou das celas despido ou em
trajes sumários; XIV - deixar de fazer uso do uniforme sem autorização;
XV - fazer qualquer tipo de adaptação nas instalações elétricas ou hidráulicas da
Unidade, sem a devida autorização;

1074
XVI - concorrer para que não seja dado cumprimento a qualquer ordem legal,
tarefa ou serviço, bem como, concorrer para que seja retardada a sua execução;
XVII - interferir na administração ou execução de qualquer tarefa sem estar
para isto autorizado;
XVIII - simular doença para esquivar-se do cumprimento de qualquer dever ou
ordem legal recebida;
XIX - introduzir, transportar, guardar, fabricar, possuir bebidas alcoólicas ou
qualquer outra substância que cause efeitos similares aos do álcool, ou mesmo
ingerir tais substâncias, ou concorrer, inequivocamente, para que outrem o faça;
XX - introduzir, guardar ou possuir remédios, sem a devida autorização da
Direção da Unidade;
XXI - solicitar ou receber de qualquer pessoa, vantagem ilícita pecuniária ou em
espécie;
XXII - praticar atos de comércio de qualquer natureza, sem a devida autorização,
com outros internos, funcionários ou civis;
XXIII - manusear equipamento ou material de trabalho sem autorização ou sem
conhecimento da administração, mesmo a pretexto de reparos ou limpeza;
XXIV - apropriar-se ou apossar-se, sem autorização, de material alheio;
XXV - destruir dolosamente, extraviar, desviar ou ocultar objetos sob sua
responsabilidade, fornecidos pela administração;
XXVI - fabricar qualquer objeto ou equipamento sem a devida autorização, ou
concorrer para que outrem incorra na mesma conduta;
XXVII - utilizar material, próprio ou do Estado, para finalidade diversa para a qual
foi prevista, causando ou não prejuízos ao erário;
XXVIII - portar, confeccionar, receber, ter indevidamente, em qualquer lugar do
Estabelecimento Penal, objetos passíveis de utilização em fuga;
XXIX - permanecer o interno, em dias de visitação, na área destinada à
circulação de pessoas, sem que para isto esteja autorizado ou acompanhado de
seus visitantes, exceto para responder à chamada nominal ou efetuar suas
refeições;
XXX - permitir o interno que seus visitantes, sem autorização de autoridade
competente, ingressem nos alojamentos ou celas ou acessem local não
permitido;
XXXI - comportar-se, quando em companhia de sua esposa, companheira ou
diante de outros visitantes, de forma desrespeitosa;
XXXII - tomar parte em jogos proibidos ou em aposta ilícitas;

1075
XXXIII - permanecer em alojamento diferente do seu, sem a devida autorização
da Administração ou o consentimento de integrante do local;
XXXIV - transitar indevidamente por locais não permitidos ou em desacordo com
o respectivo estágio em que se encontra;
XXXV - comunicar-se, de qualquer forma, com internos em regime de isolamento
celular ou entregar aos mesmos quaisquer objetos sem autorização da
administração;
XXXVI - promover barulho no interior do alojamento, celas ou seus corredores,
durante o repouso noturno, ou ainda, a qualquer hora, fazê-lo de forma a
perturbar a ordem reinante;
XXXVII - disseminar boato que possa perturbar a ordem ou a disciplina, caso
não chegue a constituir crime;
XXXVIII - dificultar a vigilância ou prejudicar o serviço da guarda em qualquer
dependência da Unidade;
XXXIX - praticar autolesão com finalidade de obter regalias;
XL - praticar fato previsto como crime culposo ou contravenção,
independentemente da ação penal;
XLI - usar de ardil para auferir benefícios, induzindo a erro qualquer pessoa;
XLII - favorecer a prostituição ou a promiscuidade de parentes e demais
visitantes.

Das Faltas De Natureza Grave

Art.74 - Comete falta disciplinar de natureza grave o preso que:


I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;

II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de
outrem;

1076
IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

VI - desobedecer ao servidor ou desrespeitar a qualquer pessoa com quem deva


relacionar-se;

VII - não executar o trabalho, as tarefas ou as ordens recebidas;

1077
VIII - descumprir, injustificadamente, o condenado à pena restritiva de direitos, a
restrição imposta, ou retardar o cumprimento;

IX - introduzir, receber, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, fazer uso, ter
em depósito, transportar, trazer consigo, guardar ou emprestar telefone celular
ou aparelho de comunicação com o meio exterior, seus componentes ou
acessórios;

Das Atenuantes E Das Agravantes


Art.75 - São circunstâncias atenuantes na aplicação das penalidades
disciplinares:

I - primariedade em falta disciplinar;


II - natureza e circunstância do fato;
III - bons antecedentes prisionais;
IV - imputabilidade relativa atestada por autoridade médica competente;

V - confessar, espontaneamente a autoria da falta ignorada ou imputada a


outrem;
VI - ressarcimento dos danos materiais.

1078
Art.76 - São circunstâncias agravantes, na aplicação das referidas penalidades:
I - reincidência em falta disciplinar;
II - prática de falta disciplinar durante o prazo de reabilitação de conduta por
sanção anterior;

Das Medidas Cautelares


Art.77 - O diretor da Unidade Prisional poderá determinar, por ato motivado,
como medida cautelar, o isolamento do preso, por período não superior a 10
(dez) dias, quando:

I - pesem contra o preso informações devidamente comprovadas, de que estaria


preste a cometer infração disciplinar de natureza grave;

II - pesem contra o preso, informações devidamente comprovadas, de que


estaria ameaçada sua integridade física;

III - a requerimento do preso, que expressará a necessidade de ser submetido a


isolamento cautelar, como medida de segurança pessoal.
Parágrafo Único - Em caso de necessidade, o prazo estabelecido no caput
deste artigo poderá, a pedido da direção da unidade respectiva, ser prorrogado
por igual período pela autoridade judiciária competente.

1079
EXERCÍCIOS

1.A Portaria SEJUS/CE nº 1.220/14 versa que os atos de indisciplina serão


passíveis de aplicação de penalidades administrativas. Não é uma dessas
penalidades elencadas pelo citado normativo:

(A) isolamento em local adequado.


(B) suspensão ou restrição de regalias.
(C) suspensão ou restrição de direito.
(D) repreensão verbal.
(E) inclusão no regime disciplinar diferenciado, mediante decisão fundamentada
do juízo competente.

2. Assinale a opção de resposta correta quanto às regras sobre as penalidades


administrativas regulamentadas pelo Regimento Geral dos Estabelecimentos
Prisionais do Estado do Ceará.

(A) Pune-se a tentativa com sanção mais branda que a correspondente à falta
consumada.
(B) Às faltas leves e médias, poderão ser aplicadas as sanções de advertência
verbal, de suspensão ou restrição de regalias e de isolamento em local
adequado.
(C) Aplica-se o Regime Disciplinar Diferenciado na hipótese de falta grave
consistente na prática de crime doloso contra a vida.
(D) Na prática de faltas de qualquer natureza, a suspensão e restrição de direitos
não poderão ser aplicadas isoladas ou cumulativamente.
(E) A advertência verbal é a punição de caráter educativo, aplicado às infrações

1080
de natureza leve, e se couber as de natureza média.

GABARITO

1-D
2-E

1081
ESTATUTO DOS
SERVIDORES PÚBLICOS
CIVIS DO ESTADO DO
CEARÁ

1082
Lei 9.826/74
Regime Jurídico dos funcionários públicos civis
do Estado do Ceará
Artigos: 1º ao 38º

Regime Jurídico do Funcionário Público (artigos. 1º a 5º):


Estatutário, com regras próprias (RPPS). Não se subordina à legislação
trabalhista e é próprio do servidor do Estado do Ceará.

Provimento dos Cargos (artigos. 6º a 11°):


Os cargos públicos do Estado do Ceará são acessíveis a todos brasileiros,
observadas as condições prescritas em lei e regulamento.
De acordo com a natureza dos cargos, o seu provimento pode ser em caráter
efetivo ou em comissão.
A escolha dos ocupantes de cargos em comissão poderá recair, ou não, em
funcionário do Estado, na forma do regulamento.
Os cargos públicos são providos por nomeação, promoção, reintegração,
aproveitamento, reversão, transposição, transformação.

Concurso (art. 12°):


O concurso público de provas ou de provas e títulos é obrigatório para o
ingresso efetivo no serviço público.

Da Nomeação (art. 17°):


A nomeação será em caráter vitalício, nos casos expressamente previstos na
Constituição, e em caráter efetivo, quando se tratar de nomeação para cargo da
classe inicial ou singular de determinada categoria funcional. Pode ainda ser em
comissão, de livre nomeação e exoneração, consistindo em ato discricionário da
Administração Pública.

Posse (artigos. 19° a 25°):


Posse é o fato que completa a investidura em cargo público. Não haverá
posse nos casos de promoção, acesso e reintegração. - Requisitos da posse:
ser brasileiro; ter a maioridade; estar no gozo dos direitos políticos; estar quite

1083
com as obrigações militares e eleitorais; ter boa conduta; gozar saúde; possuir
aptidão para o cargo; ter- se habilitado previamente em concurso, exceto nos
casos de nomeação para cargo em comissão ou outra forma de provimento para
a qual não se exija o concurso; ter atendido às condições especiais, prescritas
em lei ou regulamento para determinados cargos ou categorias funcionais.

São competentes para dar posse:

I - o Governador do Estado, às autoridades que lhe são diretamente


subordinadas;
II - os Secretários de Estado, aos dirigentes de repartições que lhes são
diretamente subordinadas;
III - os dirigentes das Secretarias Administrativas, ou unidades de administração
geral equivalente, da Assembleia Legislativa, do Tribunal de Contas do Estado,
e do Conselho de Contas dos Municípios, aos seus funcionários, se de outra
maneira não estabelecerem as respectivas leis orgânicas e regimentos internos;
IV - o Diretor-Geral do órgão central do sistema de pessoal, aos demais
funcionários da Administração Direta;
V - os dirigentes das Autarquias, aos funcionários dessas entidades.

Poderá haver posse por procuração, quando se tratar de funcionário ausente do


País ou do Estado, ou, ainda, em casos especiais, a juízo da autoridade
competente.
A posse ocorrerá no prazo de 30 dias da publicação do ato de provimento no
órgão oficial. A requerimento do funcionário ou de seu representante legal, a
autoridade competente para dar posse poderá prorrogar o prazo até o máximo
de 60 dias contados do seu término.

Estágio Probatório (art. 26):


É o triênio de efetivo exercício no cargo de provimento efetivo, contado do início
do exercício funcional, durante o qual é observado o atendimento dos requisitos
necessários à confirmação do servidor nomeado em virtude de concurso público
O servidor em estágio probatório não fará jus a ascensão funcional.
As faltas disciplinares cometidas pelo servidor após o decurso do estágio
probatório e antes da conclusão da avaliação especial de desempenho serão
apuradas por meio de processo administrativo- disciplinar, precedido de
sindicância, esta quando necessária.

1084
Exercício (artigos. 32 a 35):
Ao dirigente da repartição para onde for designado o funcionário compete dar-
lhe exercício.
O exercício funcional terá início no prazo de 30 dias, contados da data: da
publicação oficial do ato, no caso de reintegração; da posse, nos demais casos.
Só será permitido o afastamento de servidor por até 4 anos, salvo: exercer as
atribuições de cargo ou função de direção ou de Governo dos Estados, da União,
Distrito Federal, Territórios e Municípios e entidades da administração indireta;
à disposição da Presidência da República; para exercer mandato eletivo;
convocado para serviço militar obrigatório; funcionário no gozo de licença para
acompanhar o cônjuge.

Remoção (art. 38):


É o deslocamento do funcionário de uma para outra unidade ou entidade do
Sistema Administrativo, processada de ofício ou a pedido do funcionário,
atendidos o interesse público e a conveniência administrativa.
O funcionário estadual cujo cônjuge, também servidor público, for designado ex
oficio para ter exercício em outro ponto do território estadual ou nacional ou for
detentor de mandato eletivo, tem direito a ser removido ou posto à disposição da
unidade de serviço estadual que houver no lugar de domicílio do cônjuge ou em
que funcionar o órgão sede do mandato eletivo, com todos os direitos e
vantagens do cargo.

EXERCÍCIOS

1) A nomeação será feita em caráter vitalício, nos casos expressamente


previstos na Constituição.
2) A posse ocorrera no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias da nomeação.
3) Será tornada sem efeito a nomeação quando por ato ou omissão, a posse não
se verificar no prazo para esse fim estabelecido.

GABARITO
1-C
2-E
3-C

1085
Lei 9.826/74
Regime Jurídico dos funcionários públicos civis do
Estado do Ceará
Artigos: 39º ao 59º

Substituição (art. 39)


- Ocorrerá nos casos de impedimento legal ou afastamento de titular de cargo
em comissão.
- A substituição será gratuita, salvo se exceder de 30 dias, quando então será
remunerada por todo o período. - Pelo tempo da substituição remunerada, o
substituto perceberá o vencimento e a gratificação de representação do cargo,
ressalvado o caso de opção, vedada, porém, a percepção cumulativa de
vencimento, gratificações e vantagens.

Da Progressão e Ascensão Funcionais


- Ascensão funcional é a elevação do funcionário de um cargo para outro de
maiores responsabilidades e atribuições mais complexas, ou que exijam maior
tempo de preparação profissional, de nível de vencimento mais elevado, ou de
atribuições mais compatíveis com as suas aptidões.
- A promoção é a elevação do funcionário à classe imediatamente superior
àquela em que se encontra dentro da mesma série de classes na categoria
funcional a que pertencer.
- Acesso é a ascensão do funcionário de classe final da série de classes de uma
categoria funcional para a classe inicial da série de classes ou de outra categoria
profissional afim.
- Transferência é a passagem do funcionário de uma para outra categoria
funcional, dentro do mesmo quadro, ou não, e atenderá sempre aos aspectos da
vocação profissional.

Reintegração (artigos. 52 a 55):


- Reingresso no serviço administrativo, com ressarcimento dos vencimentos
relativos ao cargo. Será feita no cargo anteriormente ocupado, o qual será
restabelecido caso tenha sido extinto.
- Reintegrado o funcionário, quem lhe houver ocupado o lugar será reconduzido
ao cargo anteriormente ocupado, sem direito a qualquer indenização, ou ficará
como excedente da lotação.

1086
Aproveitamento (artigos. 56 e 59):
- É o retorno ao exercício do cargo do funcionário em disponibilidade.
- Quando o aproveitamento ocorrer em cargo cujo vencimento for inferior ao do
anteriormente ocupado, o funcionário perceberá a diferença a título de vantagem
pessoal, incorporada ao vencimento para fins de progressão horizontal,
disponibilidade e aposentadoria.

Reversão
- É o reingresso no Sistema Administrativo do aposentado por invalidez, quando
insubsistentes os motivos da aposentadoria.
- Dar-se-á de ofício ou a pedido, de preferência no mesmo cargo ou naquele em
que se tenha transformado, ou em cargo de vencimentos e atribuições
equivalentes aos do cargo anteriormente ocupado, atendido o requisito da
habilitação profissional.
- São condições essenciais para que a reversão se efetive:
a) que o aposentado não haja completado 60 anos de idade;
b) que o inativo seja julgado apto em inspeção médica;
c) que a Administração considere de interesse do Sistema Administrativo o
reingresso do aposentado na atividade.

Vacância dos Cargos


- A vacância do cargo resultará de:
• exoneração;
• demissão;
• ascensão funcional;
• aposentadoria;
• falecimento.
- A vaga ocorrerá na data:
• da vigência do ato administrativo que lhe der causa;
• da morte do ocupante do cargo;
• da vigência do ato que criar e conceder dotação para o seu provimento
ou do que determinar esta última medida, se o cargo já estiver criado;
• da vigência do ato que extinguir cargo e autorizar que sua dotação permita
o preenchimento de cargo vago.

1087
EXERCÍCIOS

1. Aproveitamento é o retorno ao exercício do cargo do funcionário

a) que estava indisponibilidade.


b) que estava afastado por invalidez.
c) em disponibilidade.
d) que estava afastado por motivo de saúde.

2. Ascensão funcional é

a) a elevação do funcionário à classe imediatamente superior àquela em que se


encontra dentro da mesma série de classes na categoria funcional a que
pertencer.
b) a passagem do funcionário de uma para outra categoria funcional, dentro do
mesmo quadro, ou não, e atenderá sempre aos aspectos da vocação
profissional.
c) ascensão do funcionário de classe final da série de classes de uma categoria
funcional para a classe inicial da série de classes ou de outra categoria
profissional afim.
d) a elevação do funcionário de um cargo para outro de maiores
responsabilidades e atribuições mais complexas, ou que exijam maior tempo de
preparação profissional, de nível de vencimento mais elevado, ou de atribuições
mais compatíveis com as suas aptidões.

GABARITO

1-C
2-D

1088
Lei 9.826/74
Regime Jurídico dos funcionários públicos civis do
Estado do Ceará

Artigos: 67º ao 104º

Direitos, Vantagens e Autorizações (art. 67°):

Cômputo do Tempo de Serviço


- Tempo de serviço compreende o período de efetivo exercício das atribuições
de cargo ou emprego público. - É considerado de efetivo serviço:
• férias;
• casamento (até 8 dias);
• luto (até 8 dias – cônjuge ou companheiro, parentes consanguíneos, afins
ou por adoção até 2º grau); luto (até 2 dias – tio e cunhado);
• exercício de outro cargo estadual comissionado;
• convocação para Serviço Militar, Júri e outros serviços obrigatórios;
• desempenho de mandato eletivo;
• exercício de cargo ou função de Governo ou direção;
• licença por acidente de trabalho, agressão não provocada ou doença
profissional;
• licença especial, gestante e saúde;
• doença, até 36 dias por ano e não mais 3 dias por mês;
• afastamento para missão, desde que devidamente autorizado;
• 15 dias para mudar de sede; prisão do funcionário, absolvido por sentença
transitada em julgado;
• disponibilidade.

Estabilidade e Vitaliciedade
- Estabilidade é o direito que adquire o funcionário efetivo de não ser exonerado
ou demitido, senão por sentença judicial ou inquérito administrativo, em que lhe
tenha sido assegurada ampla defesa.
- A estabilidade do servidor se dará após três anos de efetivo exercício no serviço
público, conforme alteração constitucional pela EC nº 19/98, apesar da Lei
Estadual original mencionar apenas dois anos.

1089
- Vitaliciedade é algo mais que estabilidade, pois consiste na entrega do cargo
do servidor ocupante, de modo que este se aposenta e leva consigo o cargo. O
funcionário só perderá o cargo vitalício em virtude de sentença judicial.

Disponibilidade
- É o afastamento de exercício de funcionário estável em virtude da extinção do
cargo, ou da decretação de sua desnecessidade. - Extinto o cargo ou declarada
sua desnecessidade, o servidor ficará em disponibilidade, percebendo
remuneração proporcional.

Férias
- O funcionário gozará de 30 dias de férias por ano, consecutivos ou não, de
acordo com a escala organizada pelo dirigente da unidade em que trabalha.
- O funcionário não poderá gozar, por ano, mais de dois períodos de férias.
- É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço, devendo tais
ausências, caso não justificadas, serem descontadas da sua remuneração.

I - tratamento de saúde (artigos. 88° a 98°):


- Precederá a inspeção médica.
- Licença Compulsória.
- No curso de licença, o funcionário abster-se-á de qualquer atividade
remunerada, sob pena de interrupção imediata da mesma licença, com perda
total dos vencimentos, até que reassuma o exercício.

II - acidente no trabalho, agressão não provocada e doença profissional:


- O Estado responderá pelos prejuízos que ocasionar ao seu funcionário, razão
pela qual garante a licença.

III - por motivo de doença em pessoa da família (art. 99):


- A doença será comprovada mediante inspeção médica.
- A licença só será deferida em razão de doença nos seguintes parentes do
licenciado: pais, filhos, cônjuge não separado ou companheiro.
- O licenciado perceberá vencimentos integrais por um período de até 6 meses.
Após esse período, não fará mais jus a qualquer vencimento. Se o licenciado
tiver interesse em se aposentar, deverá recolher mensalmente o percentual de

1090
33% incidente sobre o valor de sua última remuneração para fins de contribuição
previdenciária, que será destinada ao SUPSEC. Entretanto, tal forma de
contribuição só poderá ser mantido pelo prazo máximo de 4 anos.

IV - gestante (art. 100):


V - serviço militar obrigatório (artigos. 101 e 102):
- O funcionário que for convocado para o serviço militar será licenciado com
vencimentos integrais.
- O funcionário terá 30 dias para retornar o exercício do cargo, sem perda dos
vencimentos, quando desincorporado.

VI – acompanhar cônjuge (artigos. 103 e 104):


- Sem direito a vencimento.
- O requerimento dependerá de transferência do cônjuge, de ofício.
- A licença dependerá do requerimento devidamente instruído, admitida a
renovação, independente de reassunção do exercício.
- Finda a causa da licença, o funcionário deverá retornar ao exercício em até 30
dias, após o qual sua ausência será considerada abandono de cargo

1091
EXERCÍCIOS

1. Tempo de serviço compreende o período de efetivo exercício das cargo ou


emprego público, é considerado de efetivo serviço, exceto.

a) férias
b) casamento (até 20 dias);
c) desempenho de mandato eletivo
d) licença especial, gestante e saúde

2. O funcionário gozará de 60 dias de férias por ano, consecutivos ou não, de


acordo com a escala organizada pelo dirigente da unidade em que trabalha.

3. Sobre a licença para acompanhamento do cônjuge é incorreto afirmar.

a) Tem direito a vencimento


b) O requerimento dependerá de transferência do cônjuge, de ofício.
c) A licença dependerá do requerimento devidamente instruído, admitida a
renovação, independente de reassunção do exercício.
d) Finda a causa da licença, o funcionário deverá retornar ao exercício em até
30 dias, após o qual sua ausência será considerada abandono de cargo.

GABARITO

1-B
2-E
3-A

1092
Lei 9.826/74
Regime Jurídico dos funcionários públicos civis do
Estado do Ceará

Artigos: 110º ao 149º

Autorizações (art. 110): Consiste em afastamento em 3 hipóteses:


a) sem prejuízo dos vencimentos, quando:
• for estudante, para incentivo a sua formação.
• for realizar missão ou estudo dentro ou fora do País.
• casamento até 8 dias.
• luto, até 8 dias em decorrência de falecimento do cônjuge ou
companheiro, parentes consanguíneos ou afins, até 2º grau, inclusive
madrasta, padrasto ou pais adotivos. Será de até 2 dias por tio ou
cunhado.
b) sem direito a percepção de vencimentos: para tratar de interesse
particular.
c) com ou sem direito a percepção de vencimento: conforme regulamento,
quando para o exercício das atribuições do cargo, função ou emprego em
outras entidades.
I - Autorizações para incentivo a formação profissional (art. 111):
- Até 2 horas diárias no início ou término do expediente, para funcionários que
frequentem curso regular de 1º e 2º graus ou de ensino superior, devidamente
comprovados.
- Haverá afastamento no período de provas.

Afastamento para trato de interesses particulares (artigos. 115 a 120):


- Depois de 3 anos de efetivo exercício, o funcionário poderá obter afastamento
para tratar de seus interesses, por período não superior remuneração.
- Por necessidade da Administração, poderá ser cassada esta licença, devendo
o servidor comparecer em até 30 dias, prorrogável por mais 30 dias, sob pena
de abandono do cargo.
- Nova autorização só será concedida após o lapso de, pelo menos, 2 anos de
efetivo exercício contado da data em que o reassumiu.

1093
Retribuição Pecuniária (artigos. 121 e 122):
I - vencimento (art. 123): É o salário propriamente dito do servidor.
II - ajuda de custo (artigos. 125 a 128):
- Será concedida ao funcionário que for designado, de ofício para ter exercício
em nova sede.
- Não excederá a 3 meses de vencimento, salvo nos casos de designação para
exercício ou serviço fora do Estado.
- A ajuda de custo deverá ser restituída quando o funcionário não mudar para a
nova sede no prazo determinado ou, antes de terminada a incumbência,
regressar, pedir exoneração ou abandonar o serviço.
- A restituição poderá ser feita parceladamente.
- Não haverá obrigação de restituir quando o reingresso for de ofício ou mesmo
que exonerado a pedido, desde que após 90 dias na nova sede.

III - diárias (artigos. 129 e 130):


- Será concedida quando ocorrer deslocamento da sua repartição.
- Trata-se de indenização das despesas de alimentação e hospedagem.
- Se receber diária indevida, será obrigado a restituí-la, de uma vez só, sob pena
de punição disciplinar.

IV - gratificações (art. 132 a 140):


- A gratificação de prestação de serviço extraordinário: retribuição por serviços
realizados fora do expediente normal, sendo que o valor adicional de trabalho
prorrogado será de 50%.

Direito de Petição (arts. 141 a 149):


- Trata-se do direito de requerer, representar, pedir reconsideração e recorrer.
- Os pedidos de reconsideração e recursos não têm efeito suspensivo, salvo
disposição expressa em contrário.
- O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá em 120 dias, salvo
estipulação em contrário.
- O direito de petição também está previsto na CF/88 e garante a qualquer
pessoa (no caso da CF não é restrito ao funcionário estadual) o direito de pedir
ao Poder Público algo que seja do seu interesse. Diz-se, inclusive, que é
necessário para a interposição do Habeas Data.

1094
EXERCÍCIOS

1. Consiste em afastamento sem prejuízo dos vencimentos, EXCETO.

a) for estudante, para incentivo a sua formação


b) for realizar missão ou estudo dentro ou fora do País
c) luto, até 8 dias em decorrência de falecimento do cônjuge ou companheiro,
parentes consanguíneos ou afins, até 2º grau, inclusive madrasta, padrasto ou
pais adotivos. Será de até 2 dias por tio ou cunhado
d) casamento até 16 dias

2. Depois de 3 anos de efetivo exercício, o funcionário poderá obter autorização


de afastamento para tratar de seus interesses, por período não superior a 4 anos,
com remuneração

3. Marque a alternativa incorreta, sobre o Direito de Petição

a) O direito de petição também está previsto na CF/88 e garante a qualquer


pessoa o direito de pedir ao Poder Público algo que seja do seu interesse. Diz-
se, inclusive, que é necessário para a interposição do Habeas Data
b) O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá em 160 dias, salvo
estipulação em contrário
c) Trata-se do direito de requerer, representar, pedir reconsideração e recorrer
d) Os pedidos de reconsideração e recursos não têm efeito suspensivo, salvo
disposição expressa em contrário.

GABARITO

1-D
2-E
3-B

1095
Lei 9.826/74
Regime Jurídico dos funcionários públicos civis do
Estado do Ceará
Artigos: 150º ao 157º

Previdência e Assistência (artigos. 150 e 151):


- Na atualidade a Seguridade Social é composta por Previdência, Assistência e
Saúde.
- O Estado assegura um sistema mantido com contribuição de seus servidores,
ativos, inativos, pensionistas e do orçamento do Estado.
- É assegurado assistência médica gratuita ao servidor acidentado em serviço
ou que tenha contraído doença profissional, através do Estado.
- Em geral, os proventos de aposentadoria e as pensões serão reajustados na
mesma data em que se der o reajuste dos benefícios do regime geral de
previdência social.

I - Aposentadoria (artigos. 152 a 157):


a) Por invalidez:
- Será precedida por período de licença contínuo não inferior a 24 meses.
- Em regra, será com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto
se a causa for doença grave, incurável ou contagiosa, ou ainda acidente de
trabalho ou doença profissional, quando será com proventos integrais.
- O servidor se afastará da atividade assim que iniciado o processo, sem que o
tempo de afastamento possa ser considerado para qualquer efeito. Caso o
processo de aposentadoria não esteja concluído no prazo de 90 dias, o servidor
se afastará da atividade sem prejuízo de sua remuneração.

b) Compulsória:
- Se dará quando completar 70 anos de idade ou 75, na forma da lei.
- Proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

c) Por invalidez:
- Precedida por período de licença contínuo não inferior a 24 meses. Em regra,
com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se a causa for

1096
doença grave, incurável ou contagiosa, ou ainda acidente de trabalho ou doença
profissional, quando será com proventos integrais.
- O servidor se afastará da atividade assim que iniciado o processo, sem que o
tempo de afastamento possa ser considerado para qualquer efeito. Caso o
processo não esteja concluído no prazo de 90 dias, o servidor se afastará da
atividade sem prejuízo de sua remuneração.

d) Compulsória:
- Se dará quando completar 70 anos de idade ou 75, na forma da lei. - Proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.
e) Voluntária: Se dará quando completar 35 anos de serviço público
II – Pensão: Decorrente de falecimento do servidor. Divide-se em vitalícia (para
cônjuge ou companheiro e filhos inválidos ou dependentes comprovados) e
temporária (filhos menores).
III – Pecúlio: É um montante que o segurado, ao falecer, deixa para uma ou
mais pessoas de sua escolha, independentemente da idade e de qualquer
relação familiar ou de dependência econômica.
IV – Auxílio reclusão: Valor concedido à família do servidor preso.
V – Auxílio Natalidade: Valor concedido ao servidor por cada filho nascido.
VII – Auxílio funeral (art. 173)
VIII – Salário família (artigos. 158 a 171): Será pago juntamente com os
vencimentos ou proventos. A cada dependente corresponderá uma cota de
salário-família de acordo com o valor a ser fixado por lei.
IX – Assistência médica e hospitalar
X – Assistência obstétrica (pré-natal)
XI – Assistência odontológica
XII – Assistência financeira e social
XIII – Assistência jurídica: Fornecida pela Defensoria Pública, garantia prevista
constitucionalmente e decorrente do Princípio do Acesso à Justiça.

1097
EXERCÍCIO

1. Não é assegurado assistência médica gratuita ao servidor acidentado em


serviço.

2. Ao servidor que tenha contraído doença profissional, através do Estado, será


assegurado assistência médica gratuita

3. Sobre a aposentadoria voluntária, atente às assertivas abaixo e em seguida


responda ao que se pede.
I – Pensão: Decorrente de falecimento do servidor. Divide-se em vitalícia (para
cônjuge ou companheiro e filhos inválidos ou dependentes comprovados) e
temporária (filhos menores).
II - Pecúlio: É um montante que o segurado, ao falecer, deixa para uma ou mais
pessoas de sua escolha, independentemente da idade e de qualquer relação
familiar ou de dependência econômica.
III - Salário família: Será pago juntamente com os vencimentos ou proventos. A
cada dependente corresponderá uma cota de salário-família de acordo com o
valor a ser fixado por lei.
IV - Auxílio reclusão: Valor concedido à família do servidor preso.

É CORRETO o que se afirma apenas em:


a) I
b) II e III
c) II e IV
d) I, II, III, e IV

GABARITO

1-E
2-C
3-D

1098
Lei 9.826/74
Regime Jurídico dos funcionários públicos civis do
Estado do Ceará
Artigos: 174º ao 192º

Regime Disciplinar (artigos. 174 a 189): O funcionário público é


administrativamente responsável pelos ilícitos que cometer.

a) Instâncias de Responsabilidade:
- São independentes as instâncias administrativa, civil e penal, de modo que o
servidor pode ser responsabilizado em qualquer delas ao mesmo tempo ou
individualmente. A única absolvição que gera a absolvição nas demais esferas é
a criminal, por dois motivos: inexistência de crime ou erro quanto à pessoa que
supostamente o cometeu. Nesses casos, sustará a responsabilidade civil ou
administrativa decorrente do mesmo fato.
- Apuração da responsabilidade funcional: Será de ofício ou mediante
representação, pela autoridade de maior hierarquia. Se praticado fora do local
de trabalho, a apuração será realizada pela autoridade de maior hierarquia no
órgão ou ente a que pertencer o funcionário. Se vários funcionários estiverem
envolvidos, a apuração caberá ao Governador do Estado.

b) Responsabilidade Civil:
- Conduta funcional comissiva (decorrente do ato) ou omissiva (decorrente da
omissão), dolosa ou culposa, que acarrete prejuízo para o patrimônio do Estado,
de suas entidades ou de terceiros.
- Se o prejuízo for causado ao Estado e o servidor não tiver bens para pagar o
prejuízo ocasionado, será descontada em folha de pagamento mediante
prestações mensais, não excedentes da décima parte do vencimento.
- Em caso de prejuízo a terceiro, o Estado pagará o prejuízo, devendo o servidor
fazer o ressarcimento através de Ação Regressiva.

c) Responsabilidade Penal:
- Abrange os crimes e contravenções imputados, por lei, ao funcionário.
- Sob pena de responsabilidade o funcionário que exercer chefia, ao tomar
conhecimento de um ilícito administrativo, está obrigado a representar perante

1099
autoridade competente, a fim de que esta promova a apuração, através de
sindicância ou inquérito.

d) Responsabilidade Administrativa:
- Consiste em conduta irregular do servidor no exercício de suas atribuições
funcionais e que fere ao código de conduta disciplinar da sua categoria.
- Aplicação da Sanção: Será proporcional ao ilícito, levando-se em conta os
antecedentes do funcionário, as circunstâncias em que o ilícito ocorreu, a
gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço estatal de
terceiros.
- Extinção da responsabilidade administrativa: morte do funcionário; prescrição
do direito de agir do Estado ou de suas entidades em matéria disciplinar.
- O direito ao exercício do poder disciplinar prescreve passados 5 anos da data
em que o ilícito tiver ocorrido. São imprescritíveis o ilícito de abandono de cargo
e a respectiva sanção.
- Poder Disciplinar: Direito de exercício do funcionário público desde a posse ou,
se esta não for exigida, desde o seu ingresso no exercício funcional.

e) Deveres (artigos. 190 a 192):


- Temos os deveres gerais, quando fixados no Estatuto, e os deveres especiais,
quando fixados de acordo com as peculiaridades de suas atribuições.
- Se o servidor constatar que a ordem recebida por seu superior é irregular,
deverá representar contra a ordem, fundamentadamente, à autoridade
imediatamente superior a que ordenou. Caso a ordem seja proveniente de
autoridades máximas (Presidente da Assembleia Legislativa, Chefe do Poder
Executivo, Presidente do Tribunal de Contas e Presidente do Conselho de
Contas dos Municípios), o funcionário justificará perante essas autoridades a
escusa de obediência.
- Deveres Gerais: lealdade; obediência às ordens superiores; assiduidade;
pontualidade; urbanidade; discrição e, sigilo quando necessário; zelar pela
economia e conservação do material; pontualidade; assiduidade; urbanidade,
discrição; atender a requerimentos e certidões; providenciar sua declaração de
família; atender a pedidos de informações dos três Poderes; cumprir e facilitar a
execução de decisões judiciais

1100
EXERCÍCIOS

1. São deveres gerais do funcionário, exceto:

a) levar, por escrito, ao conhecimento da autoridade superior irregularidades


administrativas de que tiver ciência em razão do cargo que ocupa, ou da função
que exerça.
b) atender às notificações para depor, podendo deixar de atendê-las se lhe
parecer conveniente.
c) zelar pela economia e conservação do material que lhe for confiado.
d) pontualidade

2. São deveres gerais do servidor, segundo a Lei 9826/74, exceto.

a) continência de comportamento social


b) urbanidade
c) cumprir, na medida de sua competência e vontade, as decisões judiciais ou
facilitar-lhes a execução
d) assiduidade

3. São deveres gerais do funcionário: lealdade e respeito às instituições


constitucionais e administrativas a que servir, observância das normas
constitucionais, legais e regulamentares, além da obediência a todas às ordens
de seus superiores hierárquicos.

GABARITO

1-B
2-C
3-E

1101
Lei 9.826/74
Regime Jurídico dos funcionários públicos civis do
Estado do Ceará
Artigos: 193º ao 227º

f) Proibições (artigos. 193 a 195):


- São situações proibidas ao funcionário estadual. Em relação à possibilidade de
acumulação remunerada de cargo, empregos e funções, deve-se respeitar as
exceções previstas constitucionalmente (2 cargos de professor, 2 cargos de
profissional da saúde com profissão devidamente regulamentada; 1 cargo de
professor com outro técnico ou científico). Se verificada a boa fé do funcionário
que cumulou indevidamente, não estará obrigado a restituir o que houver
recebido, mas tão somente optar pelo cargo que lhe for mais conveniente.
Provada a má-fé, perderá o cargo e ainda terá que devolver os valores recebidos
indevidamente durante todo o período.

g) Sanções disciplinares (artigos. 196 a 208):


- Repreensão: Aplicada sempre por escrito em casos de falta leve, não
comináveis com outro tipo de sanção. Consiste na forma mais suave de punição
ao servidor, não acarretando qualquer diminuição salarial.
- Suspensão: Por escrito, por prazo não superior a 90 dias, nos casos de
reincidência de falta leve, e nos ilícitos graves, quando não houver cominação
expressa de outro tipo de sanção.
- Por conveniência do serviço a suspensão poderá ser convertida em multa,
correspondente a 50% por dia de vencimento.
- Multa: Será aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou
regulamento. O objetivo da multa é carrear aos cofres públicos estaduais valor
proporcional ao que foi gasto com o funcionário delituoso.
- Demissão: Consiste no afastamento definitivo do funcionário, em razão da
gravidade da sanção cometida. Será obrigatoriamente aplicada nos seguintes
casos (rol taxativo):
- crime contra a administração pública.
- crime comum praticado em detrimento da função pública, de natureza grave.
- abandono de cargo (30 dias consecutivos e 60 alternados, em 12 meses).
- incontinência pública e prática de jogos proibidos.
- insubordinação grave em serviço.

1102
- ofensa física ou moral em serviço, contra funcionários ou terceiros.
- aplicação irregular de dinheiro público, resultando lesão ao erário.
- quebra do sigilo funcional.
- corrupção passiva.
- falta de atendimento ao estágio probatório.
- desídia funcional.
- descumprimento de dever inerente a cargo em comissão.

Cassação de disponibilidade ou de aposentadoria:


- São espécies de penalidades aplicadas ao servidor já aposentado ou em
disponibilidade que praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é
cominada pena de demissão; aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
praticou a usura em qualquer de suas formas.
- A cassação da aposentadoria ou disponibilidade extingue o vínculo do
aposentado ou do disponível com o Estado ou suas entidades autárquicas.

Sindicância e Inquérito administrativo (artigos. 209 a 227):


- A sindicância e o inquérito administrativo são utilizados pela Administração
Pública Estadual para apurar delitos cometidos por funcionários públicos, dentro
de dependências públicas.
- Através desses procedimentos é possível apurar a responsabilidade
administrativa, além de garantir subsídios para a apuração da responsabilidade
criminal e civil.

1103
EXERCÍCIOS

1. São proibições ao servidor, considerando as disposições constantes na Lei


9826/74, exceto:

a) Valer-se do exercício funcional para lograr proveito ilícito para si, ou para
outrem.
b) Promover manifestação de desapreço ou fazer circular ou subscrever lista de
donativos, no recinto do trabalho.
c) Coagir ou aliciar subordinados com objetivos político-partidários.
d) Participar de diretoria, gerência, administração, conselho técnico ou
administrativo, de empresa ou sociedades mercantis.
e) Pleitear, como procurador ou intermediário, junto aos órgãos e entidades
estaduais, salvo quando se tratar de percepção de vencimentos, proventos ou
vantagens de parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau civil.

2. A sindicância e o inquérito administrativo são utilizados pela Administração


Pública Estadual para apurar delitos cometidos por funcionários públicos, dentro
de dependências públicas.

3. Demissão consiste no afastamento definitivo do funcionário, em razão da


gravidade da sanção cometida.

GABARITO

1-E
2-C
3-C

1104

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