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Aula 0 (Demonstrativa)

Língua Portuguesa para AGPP da Pref. de SP (Teoria e Exercícios)


Análise de Textos (Parte I)
Professor: Albert Iglésia
Língua Portuguesa para AGPP da Pref. de SP (Teoria e Exercícios)
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Prof. Albert Iglésia

Prezado estudante,

Já foi publicado o edital do novo concurso para ASSISTENTE DE


GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA PREFEITURA DE SÃO PAULO. A
hora de começar a estudar é agora! Por isso a equipe do Ponto e eu preparamos
este curso de teoria e exercícios comentados de Língua Portuguesa para
ajudá-lo a conquistar a sua tão sonhada vaga. Ele está atualizado com
questões de recentes concursos organizados pelo Cespe, a banca
responsável pela elaboração da sua prova, que já tem data marcada para ser
aplicada: 8/5/2016.
É importante lembrar a você que Língua Portuguesa tem constituído
uma das provas mais importantes dos últimos concursos dessa banca,
pois vem apresentando o maior número de questões do grupo Conhecimentos
Gerais. A importância dela é acentuada ainda mais porque, atualmente, as
bancas estão submetendo os candidatos a provas discursivas. Isso não
ocorrerá no seu caso. Mas é fato que muitos candidatos têm perdido a
classificação por inobservância das normas gramaticais ao redigirem seus
textos.
O conteúdo que iremos estudar juntos é este:

Aula Conteúdo
Apresentação do professor. Apresentação do curso. Tipologia
0
textual. Fatores de coesão e coerência textual.
Métodos indutivo e dedutivo de compreensão e interpretação
1
textual, reescritura de frases e parágrafos, noções de semântica.

2 Ortografia oficial (inclui regras de acentuação).

3 Emprego e colocação das classes de palavras.

4 Regência e crase.

5 Análise morfossintática dos termos da oração.

6 Processos de coordenação e subordinação entre orações.

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7 Emprego dos sinais de pontuação.

8 Sintaxe de concordância.

É interessante apresentar-lhe desde já o sumário desta aula sobre


texto, a qual será complementada no nosso próximo encontro:

Sumário

Tipologia Textual ................................................................................... 6


Texto Descritivo .................................................................................. 6
Texto Narrativo................................................................................... 8
Texto Argumentativo ......................................................................... 12
Texto Expositivo ............................................................................... 13
Texto Injuntivo ................................................................................. 16
Coesão e Coerência Textual ................................................................... 25
Processos de Coesão Textual .............................................................. 29
Repetição. ..................................................................................... 32
Repetição Parcial. ........................................................................... 32
Elipse. .......................................................................................... 32
Substituições ................................................................................. 33
Pronomes. ..................................................................................... 33
Epítetos ........................................................................................ 34
Sinônimos ou quase sinônimos ......................................................... 34
Nomes deverbais ............................................................................ 34
Elementos classificadores e categorizadores ....................................... 35
Advérbios. ..................................................................................... 35
Lista das Questões Comentadas ............................................................. 48
Gabarito das Questões Comentadas........................................................ 70

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Agora que você já tomou conhecimento das informações


preliminares sobre o que mais lhe interessa, permita-me uma breve
apresentação.

Apresentação do Professor

Sou o professor Albert Iglésia. Possuo licenciatura em Letras


(Português/Literatura) e especialização em Língua Portuguesa. Há quinze anos
ministro aulas voltadas para concursos públicos. Iniciei minhas atividades
docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Hoje moro em Brasília,
onde dou aulas de gramática, compreensão e interpretação de texto, produção
textual e redação oficial. Possuo experiência com diversas bancas examinadoras
(Cespe, FCC, Esaf, FGV, Cesgranrio e Fundação Universa, por exemplo). Já
participei da preparação de diversos alunos para os mais importantes concursos
nacionais e regionais (Senado Federal, TCU, MPU, Tribunais, Petrobras, BNDES,
Receita Federal, Bacen, CGU, Abin, PC-DF, TC-DF, TJ-DFT, Detran-DF, ICMS-DF
etc.). Além de ensinar nos cursinhos preparatórios, sou professor do ensino
médio de um colégio público federal no DF. Também já atuei como instrutor da
Esaf, da Casa Civil da Presidência da República e de outras instituições voltadas
para a capacitação de servidores.
Sempre que precisar, faça contato comigo, meu e-mail é:
albert@pontodosconcursos.com.br. Nessa etapa da sua vida, quero me colocar
ao seu lado para ajudá-lo a conquistar a tão sonhada vaga.
Para você refletir: “Bem-aventurado o homem que acha
sabedoria, e o homem que adquire conhecimento” (Provérbios 3:13).

O Curso que Proponho

Agora que você já sabe com quem estudará e o que o espera pela
frente, que tal falarmos um pouco mais sobre o curso que estou lhe
propondo?
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Ele é composto por nove aulas (incluindo esta, que é a


demonstrativa). Cada uma terá, em média, 35 exercícios comentados,
todos extraídos de provas de concursos recentes. Trabalharei com questões do
Cespe, mas poderei inserir exercícios de outras instituições para dar mais
consistência à sua aprendizagem.
Ao finalizarmos este curso, teremos resolvido mais de 300
questões. Tenha certeza de que faremos um trabalho focado nos aspectos
mais importantes de cada assunto do programa.
Reproduzirei os textos e os itens (será respeitada a grafia original
dos enunciados e das alternativas). Ocorrendo a abordagem de assuntos
diversos em uma mesma questão, as alternativas serão tratadas
separadamente conforme cada caso específico (poderá haver ligeiras
adaptações). Assim, poderei utilizar um mesmo texto (ou fragmento dele) para
apresentar as diversas assertivas. Portanto não estranhe se isso acontecer. O
procedimento é puramente didático.
Outro esclarecimento que preciso fazer desde já é sobre a forma
como conduziremos nossos estudos. Este não é um curso só de resolução
de exercícios. Significa dizer que também nos ocuparemos com os
aspectos teóricos sobre os itens do programa, sem prejuízo das resoluções
das questões de provas anteriores.
Logo a seguir, falarei sobre a primeira parte do conteúdo de
análise de textos. Na última parte do material, os exercícios resolvidos
durante a aula estão listados sem os respectivos comentários, para
proporcionar a você a revisão do conteúdo estudado comigo durante a semana.
Na sequência, há o gabarito deles. Será assim em cada aula.
Espero que aproveite cada questão e cada comentário da melhor
forma possível. Peço que interaja comigo por meio de mensagens eletrônicas no
fórum de discussão. A sua participação é fundamental para a eficácia do curso.

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Tipologia Textual
Tipologia textual designa uma espécie de sequência teoricamente
definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,
sintáticos, tempos verbais, relações lógicas).
Diferentemente do que aprendemos na escola, vamos dividir os
textos em cinco tipos: descritivo, narrativo, expositivo (ou informativo),
argumentativo (ou simplesmente dissertativo) e injuntivo.
Para efeito de prova, a banca pode usar ainda as terminologias
dissertação expositiva e dissertação argumentativa para se referir,
respectivamente, aos textos expositivos e argumentativos.
Que tal caracterizarmos cada um deles?

Texto Descritivo

É o tipo de redação na qual se apontam as características que


compõem um determinado objeto, pessoa, animal, ambiente ou paisagem.
Apresenta elementos que, quando juntos, produzem uma “imagem”, um
“retrato” verbal

Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. Não
era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como dizem,
afidalgada. A sensível e dissimétrica saliência do abdômen devia-se ao uso
destemperado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. Pés e mãos
justificavam a raça que as gerações vieram adelgaçando de carnes. Tinha o nariz
algum tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão
vermelho. A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram assim
mesmo coisa de repulsão.
(Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo)

Desperte para as características desse tipo de texto:


1) Predomínio de adjetivos.
2) Descrição objetiva (expressionista): limita-se aos aspectos reais e visíveis;
não há opinião do autor sobre o tema.

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3) Descrição subjetiva (impressionista): o autor emite sua opinião sobre o


assunto.
4) Descrição física: limita-se à descrição dos traços externos e visíveis, tais
como altura, cor da pele, tipo de nariz e cabelo etc.
5) Descrição psicológica: está relacionada a aspectos do comportamento da
pessoa descrita: se é carinhosa, agressiva, calma, comunicativa, egoísta,
generosa etc.
6) Não há uma sucessão de acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação
pura e simples do estado a ser descrito em um determinado momento.
7) Aqui, a matéria é o objeto.

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1. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) No texto, predominantemente descritivo,


são utilizados trechos narrativos como recurso para defender os
argumentos elencados.

Comentário – Com um pouco de atenção, a questão torna-se muito fácil. Não


é possível um texto ser “predominantemente descritivo” e defender um ponto
de vista. Essa mistura já nos habilita a dizer que o item está errado. O texto é
meramente expositivo (ou informativo), pois apenas tem o propósito de
transmitir informações ao leitor, sem a pretensão de sustentar uma opinião. Mas
saiba que é possível haver trechos narrativos para a defesa de argumentos, ou
seja, narração dentro da dissertação.
Resposta – Item errado.

Texto Narrativo

É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos


que ocorrem em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens.

Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro –


era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que
cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima
e viu que sozinho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais
forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com
a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-
se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura,
não se ouviu um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e
coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que vieram uns
passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram.
Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: “O que é que
há?”
O coveiro então gritou, desesperado: “Tire-me daqui, por favor.
Estou com um frio terrível!” “Mas, coitado!” – condoeu-se o bêbado – “Tem toda

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razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre
mortinho!” E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.

Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para


quem se apela.
(O coveiro, Millôr Fernandes)

Note as características do tipo narrativo:


1) O fato narrado pode ser real ou fictício.
2) A descrição pode inserir-se na narração, dada a importância de se
caracterizarem os personagens envolvidos na trama e o cenário em que
ela se desenvolve.
3) Narração em 1ª pessoa: ocorre quando o fato é contado por alguém que
se envolve nos acontecimentos (uso dos pronomes nós, eu).
4) Narração em 3ª pessoa: o narrador conta a ação do ponto de vista de
quem vê o fato acontecer na sua frente (narrador onisciente); ele não
participa da ação (uso dos pronomes ele(a), eles(as)).
5) Narração objetiva: o narrador apenas relata os fatos, sem se deixar
envolver emocionalmente com o que está noticiado. É de cunho impessoal
e direto.
6) Narração subjetiva: leva-se em conta as emoções, os sentimentos
envolvidos na história. São ressaltados os efeitos psicológicos que os
acontecimentos desencadeiam nos personagens.
7) A progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é
essencial para o desenvolvimento da trama.
8) O tempo predominante é o passado, cronológico (um minuto, uma hora,
uma semana, um ano etc.) ou psicológico (vivido por meio de flashback,
é a memória do narrador).

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2. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O texto em apreço é, predominantemente,

a) instrucional.
b) dialógico.
c) descritivo.
d) narrativo.
e) dissertativo.

Comentário – Calma! Às vezes, a banca complica um pouquinho a nossa vida.


Observe que, embora haja inicialmente o relato de um fato, no desenvolvimento
do texto o enunciador apresenta argumentos que defendem uma opinião sobre
o financiamento privado de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais. Já na
primeira linha, fica evidente o juízo de valora respeito desse financiamento:
“inaceitável”. Note que a última frase reafirma a opinião contrária à interferência
de empresas no processo eleitoral. Fica aqui a minha dica para você: ainda que
haja no texto elementos característicos da descrição e da narração, o texto será
classificado como dissertativo sempre que houver um posicionamento sobre o
assunto abordado (não existe texto homogêneo!).
Resposta – E

1 Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o


verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele
bronzeada. O calor extremo provocado por massas de ar quente
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4 ― fenômeno comum nessa época do ano, mas acentuado na


última década pelas mudanças climáticas ― traz desconfortos
e riscos à saúde. Não se trata somente de desidratação e
7 insolação. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de
Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o
momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam
10 hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e
até mesmo sepse, entre outras enfermidades. “Embora tenhamos
feito o estudo apenas nos EUA, as ondas de calor são um
13 fenômeno mundial. Portanto, os resultados podem ser
considerados universais”, diz Francesca Domininci, professora
de bioestatística da faculdade e principal autora do estudo,
16 publicado no jornal Jama, da Associação Médica dos Estados
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
19 todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”,
afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes
do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos
22 melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

3. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Elementos presentes no texto permitem


classificá-lo como narrativo.

Comentário–Um texto narrativo apresenta uma trama desenvolvida em


determinado tempo e lugar com certos personagens. Além disso, a
progressão temporal (exposição, complicação, clímax e desfecho) é essencial
para o desenvolvimento da trama. Nada disso é observado no texto acima.
Na verdade, o texto é expositivo, pois sobressai a apresentação
de informações sobre problemas que o verão pode causar à saúde das pessoas.
O objetivo é passar conhecimento para o leitor.
Resposta – Item errado.

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Texto Argumentativo

É o tipo de composição na qual expomos ideias seguidas da


apresentação de argumentos que as comprovem, por isso também
usamos às vezes a nomenclatura dissertação argumentativa. Tem por
objetivo a defesa de um ponto de vista, por meio da persuasão.

A informalidade em excesso soma-se à


ausência do poder público e à cultura da corrupção

A imagem mais citada por testemunhas do desabamento de três


prédios na Rua Treze de Maio, na região da Cinelândia, era a queda das torres
do World Trade Center, em setembro de 2001, em Nova York. A nuvem de poeira
e detritos que varreu a rua e foi captada por uma câmera de vigilância era, de
fato, em escala bem menor, parecida com aquela, gigantesca, que subiu de
downtown pela ilha de Manhattan, no colapso das Torres Gêmeas.
[...]
Em outubro do ano passado, o restaurante Filé Carioca, instalado no
térreo de um prédio na Praça Tiradentes, também no Centro, explodiu. Morreram
três pessoas e 17 ficaram feridas. Assim como a tragédia de quarta à noite
poderia ter sido muito maior se houvesse ocorrido mais cedo, aquele acidente
seria mais dramático se não tivesse acontecido de manhã cedo.
[...]
No caso do restaurante, não há dúvida. Contra o bom-senso e as
próprias normas de segurança, a cozinha do Filé Carioca era abastecida por
cilindros de GLP abrigados no subsolo. Aconteceu o que poderia ter sido previsto
por um fiscal. Mesmo com uma cozinha convertida em paiol, o estabelecimento
funcionava com “alvará provisório”, renovado por cinco anos. Ora, alvará para
negócios que envolvam risco de vida não pode ser “provisório”. E pior: jamais o
Corpo de Bombeiros vistoriara o local.
[...]

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Na quarta à noite, ficou mais uma vez evidente que o poder público
é ágil na emergência: não demorou muito para bombeiros, escavadeiras, etc.
chegarem ao local. O mesmo acontece nas enxurradas e enchentes. Nos dois
casos, faltam ações preventivas, não só para proteger a população, mas também
educá-la a cumprir as normas.
[...]
A informalidade em excesso soma-se à ausência do poder público e
à cultura da corrupção em repartições e cria situações cujo desdobramentos
costumam ser catastróficos
(Internet: http://oglobo.globo.com/opiniao/um-alerta-cidade-do-rio-3772513. Acesso em 27/1/2012)

4. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Predomina no texto a narração, já que


nele se identificam um cenário e uma ação.

Comentário – Sugiro que observe as frases iniciais de cada parágrafo,


primeiramente. Do ponto de vista do enunciador, é muito significativo que o
Brasil conheça a Amazônia. Para isso, o país precisa considerar a importância
estratégica dela. Em seguida, perceba que o autor nos apresenta argumentos
para nos convencer de que ele tem razão ao nos propor o tal desafio e a maneira
de superá-lo. Já caminhando para a conclusão do texto, Domingos Sávio emite
novo juízo de valor, associando a importância dos rios à Amazônia para o

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desenvolvimento econômico e social. Por último, ele reforça sua opinião sobre o
papel dos rios no desenvolvimento sustentável da região. Assim sendo, o texto
é argumentativo.
Resposta – Item errado.

Texto Expositivo

O objetivo do texto é passar conhecimento para o leitor, por isso


também usamos às vezes as nomenclaturas informativo ou
dissertaçãoexpositiva. Nesse tipo textual, não se faz a defesa de uma
ideia. Encontrado em livros didáticos e paradidáticos (material complementar
de ensino), enciclopédias, jornais, revistas (científicas, informativas, etc.).

A União Europeia baniu importações de petróleo do Irã com o


objetivo de pressionar o país a interromper o seu programa nuclear. Os países
europeus também decidiram suspender transações financeiras com o Banco
Central de Teerã. As sanções, que só serão totalmente aplicadas em julho, foram
decididas pelos chanceleres de 27 países reunidos em Bruxelas. Há três
semanas, os EUA aplicaram medidas semelhantes.
(Folha de São Paulo. Internet <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/>. Acesso em 24/1/2012)

Repare agora que, diferentemente da intenção do autor do texto


anterior, este aqui não tem a presunção de convencer ninguém a respeito de
algo. Limita-se apenas a transmitir ao leitor, de forma imparcial e objetiva, uma
informação sobre as sanções sofridas pelo Irã.

Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão


por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior
teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o
4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje
é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos
e 10 meses de prisão. Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a

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7 escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de


500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo.
Passou. E mudou de vida. Hoje, conquistada a liberdade, Luiz
10 Alberto já lançou três livros e assina uma coluna na revista Trip,
além de fazer palestras pelo Brasil afora. É autor de Memórias de
um Sobrevivente (2001, um relato de seu tempo na cadeia), Tesão
13 e Prazer: Memórias Eróticas de um Prisioneiro (2004, também
autobiográfico) e Às Cegas (2005, que conta o período dos estudos
na PUC e as primeiras tentativas literárias). No esforço de
16 compreender os caminhos de sua vida, o escritor transforma a
matéria bruta da memória e cria narrativas que valem cada minuto
da atenção dos leitores. Em suas palestras, fala sobre “a literatura
19 como salvação pessoal”, conta um pouco da sua vida atrás das
grades e explica a mudança que o livro promoveu em sua vida.
Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações).

5. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) Trata-se de texto informativo


em que há trechos narrativos.

Comentário – Sim, pois não se verifica nenhuma tese sendo defendida pelo
enunciador. A preocupação dele é simplesmente informar a “virada de mesa”
ocorrida na vida de Luiz Alberto. O trecho abaixo é um bom exemplo de
narração:
Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos e 10 meses de prisão.
Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a escrever. Trabalhou na
escola da penitenciária e alfabetizou mais de 500 presos. Fez
vestibular para direito na PUC de São Paulo. Passou. E mudou de
vida. (linhas 5-9)
Resposta – Item certo.

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6. (Cespe/2015/FUB/Cargos de Nível Superior) O texto é essencialmente


argumentativo, haja vista a quantidade de adjetivações que foram
utilizadas para convencer o leitor de que os projetos da UnB são positivos.

Comentário – Não, pois a adjetivação não é suficiente para caracterizar um


texto essencialmente argumentativo, em que deve haver a defesa de um ponto
de vista do autor sobre o assunto tratado, na tentativa de convencer, persuadir
o leitor. O que se percebe no texto analisado é apenas a exposição de fatos, com
o intuito de informar o leitor, passar conhecimento a ele.
Resposta – Item errado.

Texto Injuntivo

Indica como realizar uma ação; aconselha (também conhecido


como instrucional) É também utilizado para predizer acontecimentose
comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Há predomínio da
função conativa ou apelativa (o emissor procura influenciar o
comportamento do receptor; como o emissor se dirige ao receptor, é comum o
uso de tu, você ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperativos;

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usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao


consumidor – instruções de uso de um aparelho; leis; regulamentos; receitas
de comida; guias; regras de trânsito).

Exemplo: "Coloque a tampa e a seguir pressione." (verbo no imperativo)


"Coloca-se a tampa e a seguir pressiona-se." (verbo no presente do indicativo)
"Colocar a tampa e a seguir pressionar." (verbo no infinitivo)

Agora, aplique tudo isso que aprendeu na resolução de questões de


provas anteriores.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

7. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter


informativo, é exemplo do gênero biografia.

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Comentário – Como o próprio título já anuncia, o texto é um informativo sobre


aspectos da vida de Erasmo de Rotterdam. A exposição de dados da vida desse
ilustre personagem caracteriza-se como uma biografia – gênero literário em que,
normalmente, se conta a vida de alguém depois de sua morte.
Resposta – Item certo.

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8. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de


avanços [...] bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os
autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto,
que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.

Comentário – De fato, o texto é dissertativo-argumentativo, mas a tese é


outra. Você notou isso? O que o texto sustenta é que “este é o período histórico
no qual se opera a mais radical das revoluções já experimentadas pela
humanidade, tanto em amplitude quanto em profundidade” (l. 3-5). Observe
que, a partir da linha 16, a autora reafirma a singularidade do período histórico:
“...o que distingue a atual revolução de outros tantos definitivos marcos
históricos... é a tremenda rapidez, a agilidade e a amplitude das mudanças e
transformações”.
Resposta – Item errado.

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9. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza-


-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza
recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por
exemplo, linguagem figurada e repetições.

Comentário – Note que a expressão “dissertativo-argumentativo” surge de vez


em quando nas provas. A tese que o autor defende gira em torno da felicidade
(primeiro período e segundo períodos). Note também que o autor usa
reiteradamente o vocábulo “felicidade”. As expressões “como uma deusa da
vitória”, “vida que é dor, avidez e privação” e “aquele que não sabe [...] colocar-
se de pé” são exemplos de linguagem figurada.
Resposta – Item certo.

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10. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) O trecho de citação da fala do


professor da Universidade de São Paulo é predominantemente narrativo.

Comentário – O trecho citado é marcado pelo emprego das aspas e corresponde


à fala do professor Leal Filho. Na opinião dele, o sistema de comunicação deveria
ser público. O professor tenta defender seu ponto de vista argumentando que o
objetivo do sistema de comunicação é prestar um serviço público. Leal Filho
também sustenta sua tese dizendo que em alguns países é assim que funciona.
Portanto o discurso dele é predominantemente dissertativo.
Resposta – Item errado.

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11. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Ambos os fragmentos apresentam a


estrutura textual típica da narrativa, recurso empregado pelo autor como
forma de manter a coerência dos fatos narrados.

Comentário – O fragmento II é típico de um texto descritivo. No caso, a


descrição é da cidade de São Paulo. Nele não há uma sucessão de
acontecimentos ou fatos, mas sim a apresentação pura e simples do estado a
ser descrito em um determinado momento. Percebe-se que a matéria é o objeto
(ou o ambiente) e que o enunciador emite suas impressões sobre o que tenta
descrever.
Resposta – Item errado.

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12. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O texto é, essencialmente,

a) informativo.
b) prescritivo e normativo.
c) dissertativo-argumentativo.
d) narrativo.
e) descritivo.

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Comentário – No parágrafo introdutório, o enunciador expõe o assunto que


será tratado: o sufrágio universal. No parágrafo seguinte, ele acaba
argumentando contra o senso comum a respeito do conceito desse tipo de
sufrágio: “Essa não é, entretanto, um verdade absoluta” (L. 15). O enunciador
defende a ideia de que “Um sistema eleitoral pode prever condições legítimas a
serem preenchidas pelo cidadão para se tornar eleitor” (L. 15-17). Para validar
sua tese, ele recorre ao doutrinador José Afonso da Silva (l.19). Portanto o texto
pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.
Resposta – C

Coesão e Coerência Textual


Primeiramente, é importante diferenciar os dois conceitos. A coesão
refere-se aos vínculos estabelecidos entre as partes de um enunciado ou de uma
sequência maior. A noção de coerência, embora muito ligada à de coesão, diz
respeito mais ao processo de compreensão e de interpretabilidade de um texto.
Você pode se valer do quadro abaixo para melhor entender esses conceitos:

Coesão Coerência

Articulação entre palavras e Manutenção da sequência lógica de


enunciados do texto. argumentação.

Elementos coesivos (advérbios, Não deve haver contradições e


conjunções, preposições, pronomes mudanças bruscas no rumo do
etc.). pensamento.

Relação sintática. Relação semântica.

[...]
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo Villareal
versus Barcelona quando o brasileiro Daniel Alves, titular da
22 equipe azul e grená, se encaminhou para bater um escanteio. Uma

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banana, então, foi atirada em sua direção. O lateral ― um baiano


[...]
28 Aquele era o oitavo caso de racismo nos gramados
espanhóis somente na atual temporada. Teria sido alvo de tímidos
protestos não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro ― e
[...]
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

13. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) O trecho “Teria sido alvo de tímidos


protestos não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro” (l.29 e 30)
poderia ser reescrito, sem prejuízo da coerência do texto, da seguinte
forma: O racismo teria sido alvo de grandes protestos, se não fosse
a reação irreverente do jogador brasileiro.

Comentário – Uma questão para ninguém tirar zero na prova! A substituição


do adjetivo “tímidos” (pouco expansivo nas relações sociais; acanhado; retraído)
por “grandes” (que tem dimensões avantajadas, amplo, extenso, vasto)
prejudica o sentido do texto.
Resposta – Item errado.

[...]
pelúcia. Na legenda, o ex-santista escreveu a hashtag
37 #somostodosmacacos em quatro idiomas: português, inglês,
espanhol e Catalão. Até a última quinta-feira, essa postagem havia
recebido quase 580.000 curtidas, enquanto uma legião de
40 celebridades ― dos esportes, das artes, da política etc. ― repetia
o gesto em apoio a Daniel Alves.
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

14. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) O trecho “Até a última quinta feira


(...) em apoio a Daniel Alves” (l.38 a 41) pode ser reescrito, sem prejuízo

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da coerência e da correção gramatical do texto, da seguinte maneira: Até


a última quinta-feira, a postagem havia recebido quase 580.000
curtidas; ao mesmo tempo, uma legião de celebridades - dos
esportes, das artes, da política etc. - repetia o gesto em apoio a
Daniel Alves.

Comentário – Quero que você note a substituição do elemento coesivo


“enquanto” (conjunção adverbial de tempo) pela locução adverbial “ao mesmo
tempo”, que também expressa a mesma circunstância. O sinal de ponto e vírgula
antes dela foi empregado para acentuar a pausa entre os segmentos e também
para estabelecer uma melhor divisão entre os constituintes do período, já que a
locução “ao mesmo tempo”, por estar deslocada, deve ser isolada por uma
vírgula (exatamente como consta no texto).
Resposta – Item certo.

[...]

[...]

15. (Cespe/2015/Telebras/Advogado) No segundo parágrafo do texto, há


relação de encadeamento entre “adequar” (l.8) e “permitir” (l.12), formas
que se relacionam com a expressão “A ideia básica do novo modelo” (l.8).

Comentário – O encadeamento tem a ver com a coesão estabelecida entre


esses dois verbos destacados. Isso é possível porque a locução “além de” une
as ideias expressas por eles em uma mesma sequência enumerativa construída

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em torno da expressão “A ideia básica do novo modelo”. Perceba: “A ideia básica


do novo modelo era a de adequar... além de [ = e] permitir...”.
Resposta – Item certo.

16. (Cespe/2015/TJ-DFT/Analista Judiciário) O uso combinado de “não é mero"


com “mas sim", no primeiro período do terceiro parágrafo do texto, tem o
papel de mostrar que o direito, além de ser pensamento, é também uma
força viva.

Comentário – Cuidado, pois a questão é maliciosa. O examinador quer que


você confunda a expressão “mas sim” com “mas também”. No texto, a
combinação apontada pela banca tem sentido de adversidade: em vez de ser
pensamento, o direito é força viva. É diferente do sentido produzido pela relação
entre as expressões “não só...” e “mas também...”. Veja um exemplo: O direito
não só é pensamento, mas também força viva. Agora, diz-se que o direito é
pensamento e também força viva (sentido de adição).
Resposta – Item errado.

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Observe o exemplo abaixo.

Comprei três laranjas e coloquei-asno freezer, pois tencionava


fazer uma salada de frutas bem geladinha comelas; mas, como fui à rua eme
demorei muito, não pude aproveitá-lasna salada porque ficaram todas
congeladas.

Nesse pequeno texto, há vários elementos que estabelecem ligação


entre as partes dele, além do jogo verbal e da sequência de ações; enfim, são
elementos reconhecíveis e que formam os elos entre os termos.
Na próxima passagem, no entanto, há uma carência de elementos
sintáticos de ligação entre os períodos que compõem o texto.

Olhar fito no horizonte. Apenas o mar imenso. Nenhum sinal de vida


humana. Tentava recordar alguma coisa. Nada.

Como você pode perceber, o que permite dar um sentido ao texto é


a possibilidade de se estabelecer uma relação semântica (SENTIDO) ou
pragmática (INTERACIONAL) entre os elementos da sequência. Assim sendo, é
possível admitir que a coerência é mais relevante do que a coesão para a
construção de um texto, embora os dois fatores sejam características
importantes de todo bom texto.

Processos de Coesão Textual


Existem determinados vocábulos na língua que não devem ser
interpretados semanticamente por seu próprio sentido, mas sim em função da
referência que estabelecem com outros itens. Um item referencial tomado
isoladamente é vazio e significa apenas: procure a informação em outro lugar.
Observem o exemplo seguinte:

João é o maior empresário daqui. No Distrito Federal, não há


outro que o supere.

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Repare que “João” é retomado no segundo período pelo pronome


“o”; enquanto o advérbio “aqui”, no primeiro período, antecipa a circunstância
de lugar indicada por “Distrito Federal”. No caso da retomada, temos uma
anáfora. No caso de sucessão, uma catáfora.
Observa-se na coesão a propriedade de unir termos e orações por
meio de conectivos. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a
deturpação do sentido do texto.

[...]
13 ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre
o que é educação”, conta a professora. “A natureza possui uma
dimensão formadora. Isso subverte a forma de se tratar a
16 relação entre o ser humano e o meio ambiente no cerne de um
processo educativo. Não se trata de educar o ser humano para
[...]
João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações).

17. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) O termo ‘Isso’ (l.15) refere-se à


expressão ‘visão conservadora’ (l.13).

Comentário – Temos um caso típico de coesão anafórica. Mas o elemento


coesivo “Isso” retoma a dimensão formadora que a natureza possui.
Resposta – Item errado.

Que tal treinar o emprego dos mecanismos de coesão a partir do


texto abaixo?

Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois


tripulantes, além de uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um
avião (1) bimotor Aero Commander, da empresa J. Caetano, da cidade de
Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro sobrados da Rua

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Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta das
21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências.

Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que
foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta
página); o piloto (1) José Traspadini, de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo
Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de Name Júnior (4), Márcio Artur
Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (5) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28, e
Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de
Andrade (7), de 53 anos.

Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores


compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era
um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1).
Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero Commander 691,
prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) Sérgio
Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e
ser baleado na noite de sexta-feira.

O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de


Congonhas às 8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20 e,
minutos depois, caiu na altura do número 375 da Rua Andaquara, uma espécie
de vila fechada, próxima à avenida Nossa Senhora do Sabará, uma das avenidas
mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não se conhecem as causas
do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a torre de controle também
não tem informações. O laudo técnico demora no mínimo 60 dias para ser
concluído.

Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em


cima de quatro casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9)
atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos
graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia Fiorezzi, de 62 anos,
Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro de
Santa Cecília.
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1. Repetição: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto.


Observem que o vocábulo “avião” foi muito usado, principalmente por ter sido o
veículo envolvido no acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é
um dos principais elementos de coesão do texto jornalístico, que, por sua
natureza, deve dispensar a releitura por parte do receptor (o leitor, no caso). A
repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta de coesão.

2. Repetição Parcial: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial


é o mais comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se, uma vez
citado o nome completo de um entrevistado - ou da vítima de um acidente, como
se observa com o elemento (7), na última linha do segundo parágrafo e na
primeira linha do terceiro -, repetir somente o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando
os nomes em questão são de celebridades (políticos, artistas, escritores, etc.),
é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização por meio da qual são
conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o prefeito de Londrina,
Nedson Micheletti); Farage (para o candidato à prefeitura de Londrina em 2000
Farage Khouri); etc. Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro
nome, a não ser nos casos em que os sobrenomes sejam, no contexto da
matéria, mais relevantes e as identifiquem com mais propriedade.

3. Elipse: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo


contexto da matéria. Veja-se o seguinte exemplo: Estavam no avião (1) o
empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de
Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José Traspadini, de 64 anos; o co-
piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que não foi necessário
repetir-se a palavra “avião”logo após as palavras “piloto”e “co-piloto”. Numa
matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto será de aviões;
o leitor não poderia pensar que se tratasse de um piloto de automóveis, por
exemplo. No último parágrafo ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas
(10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. Elas
(10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras.
Note que o (10) antes de “Apenas” é uma omissão de um elemento já citado:

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Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas
sofreram) Apenas escoriações e queimaduras.

4. Substituições: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento


já citado ou de se referir a outro que ainda vai ser mencionado é a substituição,
que é o mecanismo pelo qual se usa uma palavra (ou grupo de palavras) no
lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). Confira os principais elementos
de substituição:

4.1 Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou


acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia
contida em um parágrafo ou no texto todo. Na matéria-exemplo, são nítidos
alguns casos de substituição pronominal: o sogro de Name Júnior (4), Márcio
Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (5) filhos Márcio Rocha Ribeiro Neto, de 28,
e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de
Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seusretoma o sogro de Name
Júnior(os filhos de Márcio Artur Lerro Ribeiro...); o pronome pessoal ela,
contraído com a preposição dena forma dela, retoma Gabriela Gimenes Ribeiro
(e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal elasretoma
as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não
sofreram ferimentos graves.

Vejamos outros casos de substituições indicadas por pronomes:

a) Muitos brasileiros estavam assistindo à corrida, mas isso não bastou para
que Rubinho vencesse a prova (o pronome demonstrativo issoretoma a ideia,
expressa anteriormente, de que muitos brasileiros estavam assistindo à
corrida);

b) Em época de fim de ano, as pessoas que trabalham com carteira assinada


recebem o 13º salário, o que aquece a economia do país (o pronome
demonstrativo o retoma o fato de as pessoas trabalharem com carteira
assinada);

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c) [...] Sérgio Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir
a um assalto e ser baleado na noite de sexta-feira (o pronome relativo
queretoma Sérgio Ricardo de Andrade - Sérgio Ricardo de Andrade morreu
ao reagir a um assalto...);

d) A Jonas Ricardo foram atribuídas atitudes violentas. Segundo sua esposa,


ele a agrediu na última segunda-feira... (o pronome pessoal eleretoma Jonas
Ricardo; o pronome pessoal aretoma sua esposa).

4.2 Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo em


que se referem a um elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode
ser conhecida ou não pelo leitor. Caso não seja, deve ser introduzida de modo
que fique fácil a sua relação com o elemento qualificado.

a) [...] foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente,


que voltou há dois dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto
presidenteretoma Fernando Henrique Cardoso; poder-se-ia usar, como
exemplo, sociólogo);

b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o


ex-Ministro dos Esportes, a seleção... (o epíteto ex-Ministro dos
Esportesretoma Edson Arantes do Nascimento; poder-se-iam, por exemplo,
usar as formas: jogador do século, número um do mundo).

4.3 Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou


muito parecido) dos elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi
demolido às 15h. Muitos curiosos se aglomeraram ao redor do edifício, para
conferir o espetáculo (edifícioretoma prédio. Ambos são sinônimos).

4.4 Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa


por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados.
Exemplos: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida
Higienópolis, como sinal de protesto contra o aumento dos impostos. A
paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de paralisar,
retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Avenida

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Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o nome


impactoretoma e resume o acidente de avião noticiado na matéria-exemplo).

4.5 Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um


elemento (palavra ou grupo de palavras) já mencionado ou não por meio de
uma classe ou categoria a que esse elemento pertença: Uma fila de centenas de
veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O protesto foi a maneira
encontrada... (protestoretoma toda a ideia anterior – da paralisação –,
categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao lado do
corpo. Ao se aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos animais
(animaisretoma cães, indicando uma das possíveis classificações que se podem
atribuir a eles).

4.6 Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de


lugar. Em São Paulo, não houve problemas. Lá, os operários não aderiram...
(o advérbio de lugar láretoma São Paulo). Exemplos de advérbios que
comumente funcionam como elementos referenciais, isto é, como elementos que
se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc.

[...]
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
19 todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”,
afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes
do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos
22 melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

18. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O termo 'aí' (l.18) tem como referente


“Brasil" (l.17).

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Comentário – Nota-se claramente que o advérbio de lugar aí retomou o


substantivo Brasil, que surgiu anteriormente. Esse tipo de coesão é conhecido
como anafórica.
Resposta – Item certo

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento
da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

19. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) No trecho “a do reconhecimento”


(L.4), há elipse do termo “aplicação” (L.3), anteriormente utilizado.

Comentário – Nesse processo de coesão textual conhecido como elipse, a


palavra subentendida na linha 4 é campanha, que foi mencionada pela primeira
vez na terceira linha (devidamente pluralizada no contexto). Repare:

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a [campanha] da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a [campanha] do reconhecimento
da paternidade voluntária; a [campanha] do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a [campanha] de valorização da vida.
[...]
Resposta – Item errado.

Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão


por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior
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teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o


4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje
é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos
[...]
Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações).

20. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) A palavra “protagonista” (L.4)


retoma o antecedente “Luiz Alberto Mendes Júnior” (L.2).

Comentário – Sim, retoma. Este caso é um típico exemplo de coesão em que


o elemento anterior foi substituído por um epíteto.
Resposta – Item certo.

Voto facultativo, voto em branco e voto nulo são recursos


frequentemente mencionados por muitos brasileiros revoltados com a
corrupção na política. Esses apelos voltam a aparecer na véspera de
mais um processo eleitoral, especialmente em manifestações feitas pelas
redes sociais.
(...)
Mas é a crença na política, e não a descrença, que pode consertar
o que está errado.
Zero Hora, 3/3/2014 (com adaptações).

21. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O fragmento de texto acima se tornaria


coeso e coerente caso a marca de supressão nele mostrada — (...) — fosse
substituída pelo segmento textual apresentado em uma das opções abaixo.
Assinale esta opção.

a) Portanto, eles não vêm de outro planeta. Saem dos setores organizados da
sociedade, chegam ao poder pela autorização explícita de contingentes de
eleitores numerosos o suficiente para diferenciá-los dos demais postulantes
de mandatos.

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b) Essa indignação é legítima e acentua-se sempre que explode um escândalo


político ou que um julgamento do Supremo Tribunal Federal, como a
recente apreciação de recursos, não corresponde à expectativa da nação.
c) Um tal grau responsabilidade não pode ser atribuído apenas aos políticos.
A pergunta que se impõe é: o que os cidadãos podem fazer para impedir a
deformação da política? Numa democracia, podem muito.
d) Ao contrário, é humano e compreensível que pessoas revoltadas com o
comportamento de seus representantes no poder resvalem para a
generalização, afirmando que todos os políticos são inconfiáveis.
e) Esta iniciativa legisladora, porém, carrega no seu bojo uma contradição: os
políticos, queiramos ou não, somos nós, os cidadãos que votamos e
elegemos nossos representantes.

Comentário – Esta questão pode ser considerada uma inovação nas provas do
Cespe. A banca não tinha o costume de cobrar dos candidatos a continuidade
coesa e coerente de um texto. Geralmente isso é comum nas provas da Esaf. É
bom ficar de olho daqui para frente!
Alternativa A: errada. A conjunção “Portanto” sugere uma
conclusão que não acontece; o texto continua sendo desenvolvido no parágrafo
seguinte. Outra: quem chega ao poder? Eles? Qual é a referência desse
pronome?
Alternativa B: certa. O primeiro parágrafo menciona a revolta de
muitos brasileiros. A continuação, considerando a segunda opção, retoma essa
indignação, classifica-a de “legítima” e apresenta alguns motivos que a tornam
mais intensa.
Alternativa C: errada. O início do parágrafo já carece de
elemento de coesão entre seus termos: “Um tal grau [de]responsabilidade...”.
Isso já é suficiente para o desprezarmos.
Alternativa D: errada. “Ao contrário” de quê? A quarta opção não
contraria o que foi dito anteriormente. De certa forma, ela até tenta corroborar
a indignação do povo mencionada no início.

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Aula 0 (Demonstrativa) – Análise de Texto (Parte I)
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Alternativa E: errada. “Esta iniciativa legisladora”? Se é para


retomar algo que foi mencionado, melhor seria o emprego do pronome essa.
Resposta – B

1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de
7 punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua
mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia
ser condenado a três anos de desterro na África.
[...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

22. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Depreende-se do texto que os termos


‘peão’ (l.7) e ‘pessoa de maior qualidade’ (l. 8) fazem referência à classe
social do marido traído e do amante, respectivamente.

Comentário – Sim, é isso mesmo. Não há maiores dificuldades nesta questão.


Apenas recomendo uma leitura atenta deste e de qualquer outro texto.
Resposta – Item certo.

Depois de tudo isso, chegou a hora de resolver mais algumas


questões de prova. Você perceberá que são itens fáceis de serem respondidos,
mas todos exigem atenção.

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Aula 0 (Demonstrativa) – Análise de Texto (Parte I)
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23. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico de Administração) Os termos “Diderot” (l.16)


e “enciclopedista” (l.19) compartilham o mesmo referente.

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Aula 0 (Demonstrativa) – Análise de Texto (Parte I)
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Comentário – Sim, é verdade. Diderot (1713 – 1784) foi um eminente escritor


e filósofo francês. Sua obra áurea foi a Encyclopédie. No texto da prova, a
primeira menção a ele é feita na linha 13. Na linha 16, Machado de Assis utiliza
o processo de coesão textual conhecido como repetição. Na linha 19, ocorre a
substituição do termo pelo epíteto “enciclopedista”.
Resposta – Item certo.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

1 Ó grandes oportunistas,
sobre o papel debruçados,
que calculais mundo e vida
4 em contos, doblas, cruzados,
que traçais vastas rubricas
e sinais entrelaçados,
7 com altas penas esguias
embebidas em pecados!
Ó personagens solenes
10 que arrastais os apelidos
como pavões auriverdes
seus rutilantes vestidos,
13 — todo esse poder que tendes
confunde os vossos sentidos:
a glória, que amais, é desses
16 que por vós são perseguidos.
[...]
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

24. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) O emprego do pronome possessivo em


“seus rutilantes vestidos” (v.12) evidencia que essa expressão corresponde
à vestimenta usada por autoridades em eventos solenes.

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Aula 0 (Demonstrativa) – Análise de Texto (Parte I)
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Comentário – Nesse processo de coesão, o possessivo “seus” guarda relação


com “pavões auriverdes”. A ideia é de uma comparação entre os “personagens
solenes”, que arrastam “os apelidos”, e os “pavões auriverdes”, que arrastam
“seus rutilantes vestidos”. Observe que o verbo, no original, veio subentendido:
Ó personagens solenes / que arrastais os apelidos / como pavões auriverdes /
[arrastam] seus rutilantes vestidos. Caso a referência fosse feita a personagens
solenes, conforme sugere o examinador, o pronome possessivo deveria ser de
segunda pessoa do plural, para harmonizar-se à linha discursiva do poema:
“calculais”, “traçais”, “arrastais”.
Resposta – Item errado.

25. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) O pronome “o” (L.24)


retoma, por coesão, a expressão “o poder do rei” (L.23).

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Aula 0 (Demonstrativa) – Análise de Texto (Parte I)
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Comentário – Não é exatamente o que o examinador disse. Para constatar,


substitua o tal pronome pela expressão indicada (e reorganize a frase): ...que
obrigaram o poder do rei a pedir autorização a um conselho... Percebeu a falta
de coerência? O poder do rei não pede nada, o rei é quem pede alguma coisa.
Portanto o pronome “o” retoma, por coesão, o substantivo “rei”.
Resposta – Item errado.

1 A discriminação, como um componente indissociável


do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva. Afinal,
4 discriminar nada mais é do que tentar reduzir as perspectivas
de uns em benefício de outros. [...]
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de
promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Semináriointernacional:
asminorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações).

26. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Sem prejuízo para a coerência e a


correção gramatical, os dois primeiros períodos do texto poderiam ser
condensados no seguinte período: A discriminação, elemento
indissociável do relacionamento entre seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva, porquanto
corresponde a uma tentativa de se reduzirem as perspectivas de
uns em benefício de outros.

Comentário – Não se percebe nenhum problema de ordem gramatical


(pontuação, concordância, regência etc.) no novo período formado. Quanto à
coerência, muitos alunos discutiram a substituição da palavra denotativa “Afinal”
pela conjunção “porquanto”. No trecho original, O segundo período expressa
uma situação que motiva o revestimento da discriminação com uma roupagem
competitiva. Na reescritura, a conjunção “porquanto” contribui com a união dos
períodos iniciais e ressalta a exposição do mesmo motivo. A passagem continua
coerente mesmo com a modificação proposta.

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Resposta – Item certo.

Nas formas de vida coletiva, podem assinalar-se dois


princípios que se combatem e regulam diversamente as
atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos
4 tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades
rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,
na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores
7 e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo
esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que
chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os
10 processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem
plantar a árvore. Esse tipo humano ignora as fronteiras. No
mundo, tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde
13 quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos,
sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos
espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes
16 distantes.
O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga
primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O
19 esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no
entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar
o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido
22 para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte
maior do que o todo.
[...]
Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 1995.

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27. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico de Administração) As expressões “Para uns”


(l.7) e “Esse tipo humano” (l.11) remetem, respectivamente, aos indivíduos
aventureiros e aos indivíduos lavradores.

Comentário – De acordo com as ideias do texto, o tipo aventureiro está para


os povos caçadores ou coletores assim como o tipo trabalhador está para os
povos lavradores. As expressões destacadas pelo examinador retomam,
anaforicamente, o primeiro grupo: o tipo aventureiro, os povos caçadores ou
coletores.
Resposta – Item errado.

1 Saúde: direito de todos e dever do Estado. É assim que


a Constituição Federal de 1988 inicia a sua seção sobre o tema.
Uma vez que muitas ações ou omissões vão de encontro a essa
4 previsão, cotidianamente é possível observar graves
desrespeitos à Carta Magna. A Defensoria Pública, importante
instituição garantida por lei assim como a saúde, busca sanar
7 o problema por meio da via judicial quando a mediação não
produz resultados. Recentemente, a Defensoria Pública em Foz
do Iguaçu, por exemplo, obteve três decisões liminares
10 garantindo o direito à saúde a três pessoas por ela assistidas.
Em todos os casos, a Defensoria Pública fez intervenção
judicial para suprir a negativa ou a má prestação do serviço
13 público de saúde na localidade.
Em um dos casos, atendeu uma gestante com histórico
de abortos decorrentes de doença trombofílica e que
16 necessitava de uma medicação diária de alto custo. A
medicação, única opção na manutenção da gestação, havia sido
negada pelo município e pelo estado, o que colocava a gestante
19 em sério risco de sofrer mais um aborto.

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Em mais uma intervenção judiciária do defensor


público, foi deferida liminar em favor da assistida, tendo o
22 estado e o município sido obrigados a fornecer o medicamento
necessário durante toda a sua gestação e enquanto houver
prescrição médica, sob pena de multa diária.
Internet: <www.defensoriapublica.pr.gov.br> (com adaptações).

28. (Cespe/2016/DPU/Agente Administrativo) O sujeito da forma verbal


“atendeu” (l.14), que está elíptico, refere-se a “serviço público de saúde na
localidade” (l. 12 e 13).

Comentário – Relacionando as expressões “em todos os casos” (linha 11) e


“em um dos casos” (linha 14), se observa que a forma verbal “atendeu” faz
referência ao termo “Defensoria Pública” (linha 11).
Resposta – Item errado.

29. (Cespe/2016/DPU/Agente Administrativo) Conclui-se do texto que, a


despeito do que prevê a Constituição Federal, muitos cidadãos encontram
dificuldades em conseguir atendimento na rede pública de saúde e acabam
por recorrer à Defensoria Pública para que seus direitos sejam respeitados
e garantidos.

Comentário – Segundo o texto, tanto a Defensoria Pública quanto a saúde são


instituições garantidas pela constituição. Entretanto, como o sistema de saúde
não tem cumprido com suas obrigações legais, cabe então à Defensoria atender
aos anseios sociais no que tange à garantia a um atendimento de saúde.
Resposta – Item certo.

30. (Cespe/2016/DPU/Agente Administrativo) Seria mantida a coerência do


texto caso “cotidianamente” (l.4) fosse substituído por habitualmente.

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Comentário – Os advérbios em destaque se relacionam, respectivamente, ao


vocábulo “cotidiano” e “hábito”, ambos pertencentes ao mesmo campo
semântico relativo a tempo.
Resposta – Item certo.

Na próxima aula, daremos continuidade às explicações sobre


aspectos textuais e noções de semântica.
Fique com Deus e até lá!

Albert Iglésia

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Lista das Questões Comentadas


Lista das Questões Comentadas

1. (Cespe/2014/CEF/Nível Superior) No texto, predominantemente descritivo,


são utilizados trechos narrativos como recurso para defender os
argumentos elencados.

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2. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O texto em apreço é, predominantemente,

a) instrucional.
b) dialógico.
c) descritivo.
d) narrativo.
e) dissertativo.

1 Estação do ano mais aguardada pelos brasileiros, o


verão não é sinônimo apenas de praia, corpos à mostra e pele
bronzeada. O calor extremo provocado por massas de ar quente
4 ― fenômeno comum nessa época do ano, mas acentuado na
última década pelas mudanças climáticas ― traz desconfortos
e riscos à saúde. Não se trata somente de desidratação e
7 insolação. Um estudo da Faculdade de Saúde Pública de
Harvard (EUA), o maior a respeito do tema feito até o
momento, mostrou que as temperaturas altas aumentam
10 hospitalizações por falência renal, infecções do trato urinário e
até mesmo sepse, entre outras enfermidades. “Embora tenhamos
feito o estudo apenas nos EUA, as ondas de calor são um
13 fenômeno mundial. Portanto, os resultados podem ser
considerados universais”, diz Francesca Domininci, professora
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de bioestatística da faculdade e principal autora do estudo,


16 publicado no jornal Jama, da Associação Médica dos Estados
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
19 todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”,
afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes
do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos
22 melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

3. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) Elementos presentes no texto permitem


classificá-lo como narrativo.

4. (Cespe/2014/Antaq/Nível Médio) Predomina no texto a narração, já que


nele se identificam um cenário e uma ação.

Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão


por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior
teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o
4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje
é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos

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e 10 meses de prisão. Dentro da penitenciária, aprendeu a ler e a


7 escrever. Trabalhou na escola da penitenciária e alfabetizou mais de
500 presos. Fez vestibular para direito na PUC de São Paulo.
Passou. E mudou de vida. Hoje, conquistada a liberdade, Luiz
10 Alberto já lançou três livros e assina uma coluna na revista Trip,
além de fazer palestras pelo Brasil afora. É autor de Memórias de
um Sobrevivente (2001, um relato de seu tempo na cadeia), Tesão
13 e Prazer: Memórias Eróticas de um Prisioneiro (2004, também
autobiográfico) e Às Cegas (2005, que conta o período dos estudos
na PUC e as primeiras tentativas literárias). No esforço de
16 compreender os caminhos de sua vida, o escritor transforma a
matéria bruta da memória e cria narrativas que valem cada minuto
da atenção dos leitores. Em suas palestras, fala sobre “a literatura
19 como salvação pessoal”, conta um pouco da sua vida atrás das
grades e explica a mudança que o livro promoveu em sua vida.
Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações).

5. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) Trata-se de texto informativo


em que há trechos narrativos.

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6. (Cespe/2015/FUB/Cargos de Nível Superior) O texto é essencialmente


argumentativo, haja vista a quantidade de adjetivações que foram
utilizadas para convencer o leitor de que os projetos da UnB são positivos.

Cinco curiosidades sobre Erasmo de Rotterdam (1467-1536)

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7. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O texto, de caráter


informativo, é exemplo do gênero biografia.

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8. (Cespe/Correios/Analista de Correios/Letras/2011) O trecho “uma série de


avanços [...] bens materiais e simbólicos” (L.6-9) constitui a tese que os
autores visam comprovar por meio da argumentação formulada no texto,
que pode ser classificado como dissertativo-argumentativo.

9. (Cespe/TCU/AFCE/Auditoria de Obras Públicas/2011) O texto caracteriza-


-se como predominantemente dissertativo-argumentativo, e o autor utiliza
recursos discursivos diversos para construir sua argumentação, como, por
exemplo, linguagem figurada e repetições.

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10. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) O trecho de citação da fala do


professor da Universidade de São Paulo é predominantemente narrativo.

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11. (Cespe/IRB/Diplomata/2012) Ambos os fragmentos apresentam a


estrutura textual típica da narrativa, recurso empregado pelo autor como
forma de manter a coerência dos fatos narrados.

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12. (Cespe/TRE-MS/Técnico Judiciário/2013) O texto é, essencialmente,

a) informativo.
b) prescritivo e normativo.
c) dissertativo-argumentativo.
d) narrativo.
e) descritivo.

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[...]
Eram trinta minutos do segundo tempo do jogo Villareal
versus Barcelona quando o brasileiro Daniel Alves, titular da
22 equipe azul e grená, se encaminhou para bater um escanteio. Uma
banana, então, foi atirada em sua direção. O lateral ― um baiano
[...]
28 Aquele era o oitavo caso de racismo nos gramados
espanhóis somente na atual temporada. Teria sido alvo de tímidos
protestos não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro ― e
[...]
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

13. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) O trecho “Teria sido alvo de tímidos


protestos não fosse a reação irreverente do jogador brasileiro” (l.29 e 30)
poderia ser reescrito, sem prejuízo da coerência do texto, da seguinte
forma: O racismo teria sido alvo de grandes protestos, se não fosse
a reação irreverente do jogador brasileiro.

[...]
pelúcia. Na legenda, o ex-santista escreveu a hashtag
37 #somostodosmacacos em quatro idiomas: português, inglês,
espanhol e Catalão. Até a última quinta-feira, essa postagem havia
recebido quase 580.000 curtidas, enquanto uma legião de
40 celebridades ― dos esportes, das artes, da política etc. ― repetia
o gesto em apoio a Daniel Alves.
Rinaldo Gama. Como Daniel Alves derrotou o racismo.
Internet: <www.veja@abril.com.br> (com adaptações).

14. (Cespe/2014/TJ-SE/Técnico Judiciário) O trecho “Até a última quinta feira


(...) em apoio a Daniel Alves” (l.38 a 41) pode ser reescrito, sem prejuízo
da coerência e da correção gramatical do texto, da seguinte maneira: Até

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a última quinta-feira, a postagem havia recebido quase 580.000


curtidas; ao mesmo tempo, uma legião de celebridades - dos
esportes, das artes, da política etc. - repetia o gesto em apoio a
Daniel Alves.

[...]

[...]

15. (Cespe/2015/Telebras/Advogado) No segundo parágrafo do texto, há


relação de encadeamento entre “adequar” (l.8) e “permitir” (l.12), formas
que se relacionam com a expressão “A ideia básica do novo modelo” (l.8).

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16. (Cespe/2015/TJ-DFT/Analista Judiciário) O uso combinado de “não é mero"


com “mas sim", no primeiro período do terceiro parágrafo do texto, tem o
papel de mostrar que o direito, além de ser pensamento, é também uma
força viva.

[...]
13 ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre
o que é educação”, conta a professora. “A natureza possui uma
dimensão formadora. Isso subverte a forma de se tratar a
16 relação entre o ser humano e o meio ambiente no cerne de um
processo educativo. Não se trata de educar o ser humano para
[...]
João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com adaptações).

17. (Cespe/2014/ICMBio/Nível Médio) O termo ‘Isso’ (l.15) refere-se à


expressão ‘visão conservadora’ (l.13).

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[...]
Unidos. No Brasil, não há estudos específicos que associem as
ondas de calor a tipos de internações. “Não é só aí. No mundo
19 todo, há pouquíssimas investigações a respeito dessa relação”,
afirma Domininci. “Precisamos que os colegas de outras partes
do planeta façam pesquisas semelhantes para compreendermos
22 melhor essa importante questão para a saúde pública”, observa.
Internet: <www.correioweb.com.br> (com adaptações).

18. (Cespe/2015/FUB/Nível Médio) O termo 'aí' (l.18) tem como referente


“Brasil" (l.17).

1 Em 2012, o CNJ promoveu, em parcerias com órgãos


do Executivo e do Judiciário, campanhas importantes para
promover o bem-estar do cidadão, como a da aplicação da Lei
4 Maria da Penha no âmbito dos tribunais; a do reconhecimento
da paternidade voluntária; a do fortalecimento da ideia de
conciliação no Judiciário; e a de valorização da vida.
[...]
Internet: <www.cnj.jus.br/q2rc> (com adaptações).

19. (Cespe/CNJ/Técnico Judiciário/2013) No trecho “a do reconhecimento”


(L.4), há elipse do termo “aplicação” (L.3), anteriormente utilizado.

Ex-presidiário, condenado a mais de cem anos de prisão


por assalto à mão armada e homicídio, Luiz Alberto Mendes Júnior
teve uma vida que renderia um belo filme de ação. Mas o
4 protagonista decidiu tomar outro rumo: dedicou-se à literatura e hoje
é um autor de sucesso. Luiz Alberto Mendes Júnior cumpriu 31 anos
[...]
Internet: <www.bienalbrasildolivro.com.br> (com adaptações).

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20. (Cespe/Depen/Agente Penitenciário/2013) A palavra “protagonista” (L.4)


retoma o antecedente “Luiz Alberto Mendes Júnior” (L.2).

Voto facultativo, voto em branco e voto nulo são recursos


frequentemente mencionados por muitos brasileiros revoltados com a
corrupção na política. Esses apelos voltam a aparecer na véspera de
mais um processo eleitoral, especialmente em manifestações feitas pelas
redes sociais.
(...)
Mas é a crença na política, e não a descrença, que pode consertar
o que está errado.
Zero Hora, 3/3/2014 (com adaptações).

21. (Cespe/2014/TJ-CE/Nível Médio) O fragmento de texto acima se tornaria


coeso e coerente caso a marca de supressão nele mostrada — (...) — fosse
substituída pelo segmento textual apresentado em uma das opções abaixo.
Assinale esta opção.

a) Portanto, eles não vêm de outro planeta. Saem dos setores organizados da
sociedade, chegam ao poder pela autorização explícita de contingentes de
eleitores numerosos o suficiente para diferenciá-los dos demais postulantes
de mandatos.
b) Essa indignação é legítima e acentua-se sempre que explode um escândalo
político ou que um julgamento do Supremo Tribunal Federal, como a
recente apreciação de recursos, não corresponde à expectativa da nação.
c) Um tal grau responsabilidade não pode ser atribuído apenas aos políticos.
A pergunta que se impõe é: o que os cidadãos podem fazer para impedir a
deformação da política? Numa democracia, podem muito.
d) Ao contrário, é humano e compreensível que pessoas revoltadas com o
comportamento de seus representantes no poder resvalem para a
generalização, afirmando que todos os políticos são inconfiáveis.

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e) Esta iniciativa legisladora, porém, carrega no seu bojo uma contradição: os


políticos, queiramos ou não, somos nós, os cidadãos que votamos e
elegemos nossos representantes.

1 A vida do Brasil colonial era regida pelas Ordenações


Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus
territórios ultramarinos. Com todas as letras, as Ordenações
4 Filipinas asseguravam ao marido o direito de matar a mulher
caso a apanhasse em adultério. Também podia matá-la por
meramente suspeitar de traição. Previa-se um único caso de
7 punição: sendo o marido traído um “peão” e o amante de sua
mulher uma “pessoa de maior qualidade”, o assassino poderia
ser condenado a três anos de desterro na África.
[...]
Ricardo Westin e Cintia Sasse. Dormindo com o inimigo. In: Jornal do Senado.
Brasília, 4/jul./2013, p. 4-5. Internet: <www.senado.gov.br> (com adaptações).

22. (Cespe/2014/TJ-SE/Nível Superior) Depreende-se do texto que os termos


‘peão’ (l.7) e ‘pessoa de maior qualidade’ (l. 8) fazem referência à classe
social do marido traído e do amante, respectivamente.

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23. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico de Administração) Os termos “Diderot” (l.16)


e “enciclopedista” (l.19) compartilham o mesmo referente.

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

1 Ó grandes oportunistas,
sobre o papel debruçados,
que calculais mundo e vida
4 em contos, doblas, cruzados,
que traçais vastas rubricas

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e sinais entrelaçados,
7 com altas penas esguias
embebidas em pecados!
Ó personagens solenes
10 que arrastais os apelidos
como pavões auriverdes
seus rutilantes vestidos,
13 — todo esse poder que tendes
confunde os vossos sentidos:
a glória, que amais, é desses
16 que por vós são perseguidos.
[...]
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

24. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) O emprego do pronome possessivo em


“seus rutilantes vestidos” (v.12) evidencia que essa expressão corresponde
à vestimenta usada por autoridades em eventos solenes.

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25. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) O pronome “o” (L.24)


retoma, por coesão, a expressão “o poder do rei” (L.23).

1 A discriminação, como um componente indissociável


do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva. Afinal,
4 discriminar nada mais é do que tentar reduzir as perspectivas
de uns em benefício de outros. [...]
Joaquim Barbosa B. Gomes. As ações afirmativas e os processos de
promoção da igualdade efetiva. In: AJUFE (Org.). Semináriointernacional:
asminorias e o direito. 1.ª ed. 2003, p. 91-2 (com adaptações).

26. (Cespe/CNJ/Analista Judiciário/2013) Sem prejuízo para a coerência e a


correção gramatical, os dois primeiros períodos do texto poderiam ser
condensados no seguinte período: A discriminação, elemento
indissociável do relacionamento entre seres humanos, reveste-se
inegavelmente de uma roupagem competitiva, porquanto
corresponde a uma tentativa de se reduzirem as perspectivas de
uns em benefício de outros.

Nas formas de vida coletiva, podem assinalar-se dois


princípios que se combatem e regulam diversamente as
atividades dos homens. Esses dois princípios encarnam-se nos
4 tipos do aventureiro e do trabalhador. Já nas sociedades
rudimentares manifestam-se eles, segundo sua predominância,
na distinção fundamental entre os povos caçadores ou coletores
7 e os povos lavradores. Para uns, o objeto final, a mira de todo
esforço, o ponto de chegada, assume relevância tão capital, que
chega a dispensar, por secundários, quase supérfluos, todos os
10 processos intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem
plantar a árvore. Esse tipo humano ignora as fronteiras. No
mundo, tudo se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde

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13 quer que se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos,


sabe transformar esse obstáculo em trampolim. Vive dos
espaços ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes
16 distantes.
O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga
primeiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O
19 esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no
entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe tirar
o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem nítido
22 para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A parte
maior do que o todo.
[...]
Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 1995.

27. (Cespe/2014/TC-DF/Técnico de Administração) As expressões “Para uns”


(l.7) e “Esse tipo humano” (l.11) remetem, respectivamente, aos indivíduos
aventureiros e aos indivíduos lavradores.

1 Saúde: direito de todos e dever do Estado. É assim que


a Constituição Federal de 1988 inicia a sua seção sobre o tema.
Uma vez que muitas ações ou omissões vão de encontro a essa
4 previsão, cotidianamente é possível observar graves
desrespeitos à Carta Magna. A Defensoria Pública, importante
instituição garantida por lei assim como a saúde, busca sanar
7 o problema por meio da via judicial quando a mediação não
produz resultados. Recentemente, a Defensoria Pública em Foz
do Iguaçu, por exemplo, obteve três decisões liminares
10 garantindo o direito à saúde a três pessoas por ela assistidas.
Em todos os casos, a Defensoria Pública fez intervenção

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judicial para suprir a negativa ou a má prestação do serviço


13 público de saúde na localidade.
Em um dos casos, atendeu uma gestante com histórico
de abortos decorrentes de doença trombofílica e que
16 necessitava de uma medicação diária de alto custo. A
medicação, única opção na manutenção da gestação, havia sido
negada pelo município e pelo estado, o que colocava a gestante
19 em sério risco de sofrer mais um aborto.
Em mais uma intervenção judiciária do defensor
público, foi deferida liminar em favor da assistida, tendo o
22 estado e o município sido obrigados a fornecer o medicamento
necessário durante toda a sua gestação e enquanto houver
prescrição médica, sob pena de multa diária.
Internet: <www.defensoriapublica.pr.gov.br> (com adaptações).

28. (Cespe/2016/DPU/Agente Administrativo) O sujeito da forma verbal


“atendeu” (l.14), que está elíptico, refere-se a “serviço público de saúde na
localidade” (l. 12 e 13).

29. (Cespe/2016/DPU/Agente Administrativo) Conclui-se do texto que, a


despeito do que prevê a Constituição Federal, muitos cidadãos encontram
dificuldades em conseguir atendimento na rede pública de saúde e acabam
por recorrer à Defensoria Pública para que seus direitos sejam respeitados
e garantidos.

30. (Cespe/2016/DPU/Agente Administrativo) Seria mantida a coerência do


texto caso “cotidianamente” (l.4) fosse substituído por habitualmente.

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Gabarito das Questões Comentadas


Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado 30. Item certo


2. E
3. Item errado
4. Item errado
5. Item certo
6. Item errado
7. Item certo
8. Item errado
9. Item certo
10. Item errado
11. Item errado
12. C
13. Item errado
14. Item certo
15. Item certo
16. Item errado
17. Item errado
18. Item certo
19. Item errado
20. Item certo
21. B
22. Item certo
23. Item certo
24. Item errado
25. Item errado
26. Item certo
27. Item errado
28. Item errado
29. Item certo
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