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Faculdade de Ciências Agrárias

Avaliação da eficiência de Ecoterex 0,5 GR e Zacanca na Cultura de Milho (Zea


mays), usando diferentes doses para controlo da Lagarta do Funil
(Spodopterafrungiperda), nas condições agro-ecológica do distrito
Ribaué(Campanha de 2022-2023)

Alice Ermendo Armando

Nampula, Dezembro

2022
Faculdade de Ciências Agrárias

Avaliação da eficiência de Ecoterex 0,5 GR e Zacanaca na Cultura de Milho (Zea


mays), usando diferentes doses para controlo da Lagarta do Funil
(Spodopterafrungiperda), nas condições agro-ecológica do distrito
Ribaué(Campanha de 2022-2023)

O presente projecto é submetido a


Universidade Mussa Bim Bique, Faculdade
de Ciências Agrária, como condição para
elaboração de Monografia

Autor: Alice Ermendo Armando


Supervisor: Eng. Agnaldo Paulo Inlinha
Co-supervisor Msc. Albino Rodrigues
Albino

Nampula, Dezembro
2022

1
Índice
CAPITULOI: INTRODUÇÃO ..................................................................................... 4

1.1. Generalidades da cultura de milho ..................................................................... 4

1.2. Problematização ..................................................................................................... 5

1.3. Justificativa ............................................................................................................ 6

1.4. Objetivos ................................................................................................................... 6

1.4.1. Geral .................................................................................................................... 6

1.4. 1.Específicos .......................................................................................................... 6

1.5. Hipóteses ................................................................................................................... 6

CAPITULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................... 8

Descrição da Spodoptera frugiperda (Lagarta do funil) ............................................... 8

2.2. Ciclo da Spodoptera frugiperda ............................................................................. 8

2.3. Hospedeiros ......................................................................................................... 10

2.4. Controlo da Spodoptera frugiperda (Lagarta do funil) ....................................... 11

CAPITULO III. MATERIAIS E METODOS ........................................................... 14

3.1. Descrição do local de estudo................................................................................ 14

3.2. Material experimental .......................................................................................... 14

3.3. Métodos .................................................................................................................. 14

3.3.1. Delineamento Experimental ............................................................................. 14

3.3.2. Condução experimental ..................................................................................... 14

3.3.2.2. Sementeira ..................................................................................................... 15

3.3.2.3. Desbaste ......................................................................................................... 15

3.3.2.4. Sachas ............................................................................................................ 15

3.3.2.4. Controlo de pragas e doenças ........................................................................ 15

3.3.2.5. Colheita .......................................................................................................... 15

3.4. Variáveis de Medição ............................................................................................ 15

3.4.1. Stand inicial ...................................................................................................... 15

2
3.4.2. Stand final ......................................................................................................... 15

3.4.3. Altura da planta ................................................................................................. 16

3.4.4. Comprimento da espiga .................................................................................... 16

3.4.5. Diâmetro da espiga ........................................................................................... 16

3.4.6. Número de espigas ............................................................................................ 16

3.4.7. Peso de 10 espigas ............................................................................................ 16

3.4.8. Peso de 100 sementes ....................................................................................... 16

3.4.9. Percentagem de infestação ................................................................................ 16

3.4.10. Nível médio de ataque (NMA) ....................................................................... 17

3.4.11. Densidade populacional (DP) ......................................................................... 17

3.4.12. Eficiência ........................................................................................................ 17

3.4.13. Rendimento (kg/ha) ........................................................................................ 18

3.5. Análise de dados .................................................................................................... 18

4. Orçamento do projecto ............................................................................................ 19

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 20

APENDICES ................................................................................................................. 22

CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES ...................................................................... 22

LAYOUT DO EXPERIMENTO ................................................................................. 23

3
CAPITULOI: INTRODUÇÃO
1.1.Generalidades da cultura de milho

O milho (Zea mays) teve origem na América central, é uma planta que apresenta uma
grande capacidade de adaptação em diversos climas, sendo plantado praticamente em
todas regiões do mundo (Matos, 2007).

(Melo & Casimiro, 2017) salientam que o milho é uma planta que possui alta qualidade
nutritiva com vasta variedade genética e uma grande adaptabilidade, com isso é
considerado cereal mais produzido no mundo. O milho é classificado como o terceiro
cereal mais cultivado no mundo depois do trigo e arroz (Ferreira, 2012).
A (FAO, 2012), reporta que, o milho é o cereal mais cultivado no mundo, com uma
produção superior a 840 milhões de toneladas e teve a produtividade média de 5.194 kg
ha-1 na campanha 2009/2010, sendo que os EUA e China destacados melhores
produtores desta cultura.

De acordo com Instituto de Investigação Agraria de Moçambique - IIAM (2012) o


rendimento médio da cultura de milho está em torno de 734,2 kg/ha na região norte,
945,2 kg/ha na região centro e 413,4 kg/ha na região sul do país. A nível da África,
estas medias são superadas, África do Sul (2600 kg/ha), Malawi (1100 kg/ha) e Quénia
(1500 kg/ha), tal como referi IIAM (2006).

As regiões agro-ecológicas de Moçambique são favoráveis para a produção do milho


(Zea mays), mas os rendimentos que são obtidos estão muito alem das expectativas
devido a vários factores, dentre eles, o ataque de lagarta de funil. Nos últimos anos, a
lagarta do funil tem sido a principal responsável na redução da qualidade e quantidade
de milho a nível das pequenas e grandes explorações no norte do país
.
A lagarta do funil de milho (Spodoptera frugiperda), é actualmente considerada a
principal praga da cultura de milho nas regiões tropicais. Esta lagarta teve sua origem na
América Central e do Sul. Em Africa esta lagarta (Spodoptera frugiperda) foi observada
pela primeira vez na Nigéria no ano de 2016, recentemente foi detectada nos países da
SADC tais como África do Sul, Zimbabwe, Zâmbia, Namíbia, Malawi e Swazilândia
(MASA, 2017).

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A lagarta do funil do milho (Spodoptera frugiperda J. E. Smith, 1797) é actualmente
considerada a praga chave da cultura do milho, provocando danos em toda sua fase
vegetativa (Siloto, 2002).

O ataque sobre o Zea mays pode ser observado desde a fase de plântula até a fase de
panícula e a formação de espigas. (Oliveira, Roel, Arruda, & Marques, 2006).
O controlo de pragas é geralmente realizado com produtos químicos, que por sua vez,
alem de terem sempre uma boa eficiência, criam muitos problemas, como destruição de
inimigos naturais, deixam resíduos em alimentos, prejudicam a saúde do aplicador e
consumidor, providenciam aparecimento de populações de pragas resistentes aos
produtos químicos (insecticidas), entre outros efeitos directos e indirectos (Roel,
Vendramim, Frighetto, & Frighetto, 2000).

1.2. Problematização
Introdução nos últimos anos da praga da Lagarta do funil de milho (Spodoptera
frugiperda) em Moçambique está a comprometer a produtividade, os produtores optam
em usar produtos químicos em doses elevadas com maior frequência na aplicação para o
controle da lagarta do funil, e isso é extremamente fatal porque para além de ameaçar ao
meio ambiente, intoxica as plantas e os grãos que são consumidos pelos humanos.
Embora novas pragas agrícolas sejam periodicamente introduzidas no ambiente agrícola
africano e representem algum grau de risco, vários fatores característicos tornam a LFM
uma praga mais devastadora do que muitas outras. A praga é capaz de se alimentar de
mais de 80 diferentes espécies vegetais, tornando-se numa das pragas mais prejudiciais.
Embora tendo preferência por milho, o principal alimento na SSA, também pode afetar
muitas outros cultivos importantes, incluindo mapira, arroz, cana-de-açúcar, repolho,
beterraba, amendoim, soja, cebola, algodão, gramíneas forrageiras, mexoeira, tomate,
batata e algodão.

O controlo desta praga nos moldes da nossa agricultura deixa a desejar, tais razões
aliadas a falta de mercados de pesticidas químicos nas zonas rurais e fraco poder de
compra dos produtores nas zonas rurais aliado aos preços elevados que limitam o uso
destes para o combate da Lagarta do Funil de Milho, associado a falta de conhecimento
e o acesso à informação em todos os níveis do sistema, desde agricultores a educadores
e pesquisadores da indústria, instituições públicas e ONGs. Por outro lado a aplicação

5
excessiva destes tem seus efeitos colaterais a longo prazo como riscos ambientais e à
saúde humana.

Pergunta de partida: será que o uso de diferentes doses de inseticidas garante a


eficácia no controle da lagarta do funil do milho?

1.3. Justificativa
Devido à sua rápida dispersão e capacidade distintiva de infligir danos generalizados em
várias plantas hospedeiras, a LFM representa séria ameaça à segurança alimentar e
nutricional e à subsistência de centenas de milhões de pequenos produtores em SSA –
particularmente quando afetados por outros fatores de insegurança alimentar. Na África
Austral, por exemplo, o surto da LFM de 2016-17 chegou no momento em que as
famílias da região ainda se recuperavam da seca induzida pelo El Niño de 2015-16, que
afetou cerca de 40 milhões de pessoas. Nesse contexto, surge o presente estudo com
vista a avaliar diferentes doses de dois insecticidas controle da lagarta do funil do milho,
o estudo trará um contributo agronómico em relação ao controle da lagarta do funil do
milho e o manejo de produtos tóxicos.

1.4. Objetivos
1.4.1. Geral
Avaliar a eficiência dos insecticidas em diferentes doses no controle da lagarta
do funil do milho.

1.4. 1.Específicos
Avaliar o nível de ataque em cada tratamento;
Determinar os danos causados em cada tratamento em função das doses;
Comparar os insecticidas as diferentes doses no controle da lagarta do funil do
milho;
Padronizar a dose eficaz para o controle da lagarta do funil do milho.

1.5. Hipóteses:
O estudo testará as seguintes hipóteses:
Hipótese nula (Ho): O uso de diferentes doses não garante uma eficácia no
controle da lagarta do funil do milho. (não há diferenças significativas entre os
tratamentos);

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Hipótese alternativa (H1): Pelo menos uma das diferentes doses garante uma
eficácia no controle da lagarta do funil do milho (há diferenças significativas
entre os tratamentos).

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CAPITULO II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Descrição da Spodoptera frugiperda (Lagarta do funil)
A Spodoptera frugiperda foi confirmada em 1797 como praga da cultura de milho, na
Geórgia, nos Estados Unidos. Primeiramente teve o nome de Phalaena frugiperda, com
o passar dos tempos, tem mudado de nome enumeras vezes, sendo actualmente
designada de Spodoptera frugiperda (Cruz, 1995).

A Lagarta do funil de milho, conhecida cientificamente por Spodoptera frugiperda (J.


E. Smith) é originária da América Central e do Sul. A lagarta do funil de milho é uma
praga polífaga que pode atacar mais de 80 culturas diversas entre elas, arroz, mapira,
trigo, contudo, o milho constitui o principal hospedeiro da praga. Ministério de
Agricultura e Segurança Alimentar - (MASA, 2017).

No que tange a migração, a lagarta do funil de milho, tal como outras mariposas do
género Spodoptera, possuem hábito migratório e hábito de dispersão localizado. No
hábito migratório, as mariposas podem migrar mais de 500 km antes da oviposição
(Prasanna, Huesing, Eddy & Peschke 2018).
2.2. Ciclo da Spodoptera frugiperda
O ciclo da Spodoptera frugiperda é completado em cerca de 30 dias (a uma temperatura
diária de 28oC) durante os meses quentes de verão, mas pode se estender ate 60 a 90
dias em temperaturas mais baixas.

A lagarta do funil de milho possui quatro estágios ou fases, sendo eles estágio do ovo,
fase larval, fase de pupa e estágio adulto

Estágio do Ovo
O ovo da Spodoptera frugiperda é em forma esférica, mede cerca de 0,4 mm de
diâmetro e 0,3 mm de altura. O numero de ovos por massa varia de 100 a 200 e a
produção de ovos por fêmea é de cerca de 1.500, com um máximo de 2.000. a LFM
deposita os seus ovos em camadas, sendo na maioria das vezes espalhadas sobre uma
única camada presa aa folhagem. A duração do estágio do ovo é de apenas 2 a 3 dias
durante os meses quentes de verão (Prasanna et al, 2018).

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O ovo da Spodoptera frugiperda possui uma coloração verde-clara, após a oviposição,
depois de meio dia ou 15 horas de tempo apresenta uma coloração alaranjada. Porém,
próximo de nascimento das larvas, o ovo mostra-se com uma cor escura, devido a
cabeça preta da larva, que pode ser observada a partir da casca. O ovo apresenta uma
forma circular com diâmetro de 0,39 mm (Cruz, 1995).

Fase larval
A LFM geralmente tem seis instares larvais. As larvas jovens são esverdeadas com a
cabeça preta, no segundo instar observa-se a cabeça mais laranja. As larguras das
cápsulas da cabeça variam de cerca de 0,3 mm (instar 1) a 2,6 mm (instar 6) e o
comprimento das larvas compreende de 1 mm a 45 mm respectivamente. No segundo
instar, mas em particular no terceiro instar torna-se acastanhada a superfície dorsal do
corpo e começam a se formar as linhas laterais brancas. Do quarto ao sexto instar a
cabeça é castanha-avermelhada e o corpo acastanhado possuindo linhas subdorsais e
laterais brancas (Prasanna et al, 2018).

As larvas tendem a se esconder durante o período mais claro do dia. Esta fase larval
dura cerca de 14 dias durante os meses quentes de verão e 30 dias durante meses frios
(Prasanna et al, 2018).

A larva da Spodoptera frugiperda é esbranquiçada antes de se alimentar, porém, após a


alimentação possui uma coloração esverdeada. Uma larva bem desenvolvida no
primeiro instar mede aproximadamente 1,90 mm de comprimento. Já no segundo instar
larvar possui uma coloração esbranquiçada, sendo que o comprimento corporal está
entre 3,5 – 4 mm. No terceiro instar apresenta uma coloração marrom-clara no dorso e
esverdeada na parte ventral, possuindo linhas dorsais e subdorsais brancas
completamente visíveis, mede 6,35 a 6,50 mm de seu comprimento corporal. No quarto
instar, a larva é caracterizada com a cabeça de coloração marrom-avermelhada e o corpo
marrom-escuro com 10 mm de comprimento. O quinto instar é semelhante ao instar
anterior, diferenciando-se no comprimento do corpo que é de 18 mm. No sexto instar, a
larva tem um corpo cilíndrico com uma coloração marrom-acinzentada no dorso,
esverdeada na parte ventral, o corpo é mais grande nas regiões do sétimo a nono
segmentos abdominais, neste instar a larva apresenta um comprimento corporal de 35
mm (Cruz, 1995).

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Fase de Pupa
A Spodoptera frugiperda normalmente pupa no solo a uma profundidade variada de 2 a
8 cm. O casulo que é construindo pela larva através de partículas de solo é oval e tem 20
a 30 mm de comprimento, por tanto, se o solo for muito duro, as larvas podem juntar
detritos de folhas e outros materiais para formar um casulo na superfície do solo
(Prasanna et al, 2018).

A pupa da LFM é castanha avermelhada, mede 14 a 18 mm de comprimento e cerca de


4.5 mm de largura. a duração da fase pupa é compreendida de 8 a 9 dias durante o verão
e 20 a 30 dias durante o inverno (Prasanna et al, 2018).

A pupa da Spodoptera frugiperda é de coloração verde-clara após a sua formação, seu


corpo é muito frágil nessa fase e sensível a danos, a sua coloração definitiva, depois de
diversas é a marrom-avermelhada, tornando-se praticamente preta próxima à
emergência do adulto sendo que, o comprimento da pupa varia entre 13 a 16 mm e a
largura de 4,5 mm de diâmetro (Cruz, 1995).

Estágio adulto
As mariposas da Spodoptera frugiperda têm uma dimensão de 32 a 40 mm. Os adultos
são nocturnos e são mais activos durante as noites quentes e húmidas. Após um período
de pré-oviposição de 3 a 4 dias, a mariposa fêmea normalmente deposita a maior parte
de seus ovos durante os primeiros 4 a 5 dias de vida, mas pode ocorrer alguma
oviposição até 3 semanas. O adulto tem uma vida estimada de 10 dias, mas com um
intervalo de cerca de 7-21 dias (Prasanna et al, 2018).

O adulto tem 35 mm de envergadura sendo que seu comprimento corporal é de cerca de


15 mm com uma coloração cinza. As asas anteriores do macho apresentam manchas
mais claras e as asas posteriores dos machos e das fêmeas são de coloração clara
circuladas por linhas marrons (Cruz, 1995).

2.3. Hospedeiros
A Spodoptera frugiperda é uma praga polífaga, alimentando-se de vários hospedeiros.
Entretanto, preferem especialmente as plantas da família das gramíneas, incluindo
milho, trigo, mapira e arroz. Ataca causando danos também a culturas como amendoim,

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feijão, tomate, abóbora, batata, batata-doce, algodão, espinafre, couve. São descritas
mais de 50 variedades de plantas. Mais de 20 famílias botânicas são foram identificadas
como hospedeiras da lagarta do funil (Cruz, 1995).

A praga (Spodoptera frugiperda) é capaz de se alimentar de mais de 80 diferentes


espécies vegetais, tornando-se numa praga mais prejudiciais. Embora tendo preferência
no milho, o principal alimento na SSA, também pode afectar muitas outras culturas
relevantes, incluindo mapira, arroz, cana-de-açúcar, repolho, beterraba, amendoim, soja,
cebola, algodão, gramíneas forrageiras, mexoeira, tomate, batata (Prasanna et al, 2018).

2.4. Controlo da Spodoptera frugiperda (Lagarta do funil)


A lagarta do funil de milho (Spodoptera frugiperda) pode ocasionar perdas de até 38%
na produção, sendo que o estágio mais sensível da planta está compreendido em 8 a 10
folhas, ou então, até em torno dos 40 dias de idade (Coelho, et al., 2011).

Vários produtos químicos (pesticidas) foram avaliados e têm sido avaliados no controlo
dessa praga. Porem, tem demostrado insucessos no controlo da praga devendo-se a
métodos inadequados de aplicação e/ou à aplicação tardia. Portanto, sugere-se a
utilização de medidas de controlo logo que as primeiras larvas aparecem, aplicando o
insecticida directamente no funil da planta (Cruz, 1995).

O uso de insecticidas na agricultura ao longo dos anos tem se demonstrado uma


ferramenta importante e indispensável para o aumento da produtividade, principalmente
em grandes áreas de monocultivo. Esta relevância se deve à ocorrência de perdas
significativas nas lavouras ocasionadas pelos insectos (Santos et al.,2007). A
manutenção dos altos níveis de produtividade agrícola actual não seria possível sem o
uso dos inseticidas sintéticos, o que demonstra que estes continuarão a ter um
importante papel em programas de manejo integrado de pragas no futuro (Hassan;
Prijono, 2011).

Pesquisas buscando descobertas de actividade insecticida em vegetais são realizadas


com dois objectivos, sendo o primeiro a descoberta de novas moléculas que sejam
modelo de síntese ou semissíntese de novos compostos insecticidas mais eficientes,
menos tóxicos e menos persistentes no ambiente (Saito; Lucchini, 1998), e, o segundo, a

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obtenção de insecticidas vegetais para uso in natura no controle de pragas (Vendramim;
Castiglioni, 2000).

Isman (2006) aponta para a necessidade dos pesquisadores atentarem para o


desenvolvimento e aplicação de insecticidas vegetais já conhecidos ao invés de buscar
novos compostos e isolar substâncias ainda não estudadas, o que pode não gerar
resultados satisfatórios. De acordo com Morais (2011) há a necessidade de se incentivar
o resgate do conhecimento tradicional de práticas existentes antes do advento dos
defensivos sintéticos. O maior desafio do controle de pragas hoje é encontrar uma
alternativa ecológica que seja economicamente viável, associada a danos ambientais
reduzidos. Mesmo depois de mais de meio século de luta constante contra os insectos
nocivos, o insecticida ideal ainda não foi encontrado (Regnault-Roger, 1997).

Faz-se necessário ressaltar que, por menor que seja a toxicidade apresentada pelos
produtos naturais, testes toxicológicos devem ser sempre realizados, pois trata-se de
substâncias que possuem actividade biológica. Como é conhecido que a diferença entre
a eficácia e a toxidez das substâncias está na dose, estas devem ser avaliadas e
conhecidas, já que o uso de doses inadequadas, bem como a forma de aplicação, podem
acarretar sérios problemas. Além dos testes toxicológicos para mamíferos, testes de fito
toxicidade também são necessários para a obtenção de resultados mais satisfatórios
(Saito, 2004).

Controlo químico
Apesar dos riscos dos insecticidas convencionais, o seu uso na maioria das situações, é
muito importante para o controlo desta praga. O uso apropriado e eficiente exige um
conhecimento completo da biologia da praga no campo e uma avaliação das diferenças
entre os insectos (Rubin, 2009). Os principais insecticidas químicos para o controle
desta praga são os carbamatos, inibidores da síntese de quitina, espinosinas,
organofosforados e piretróides (Valicente, 2015).

O uso inadequado dos produtos utilizados no controle das pragas do milho fatalmente
provoca a resistência da praga e a eliminação dos inimigos naturais, fazendo com que os
problemas da cultura aumentem, e com que ocorra principalmente a ressurgência da

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praga de forma mais intensa e/ou ocorrência de pragas secundárias causando danos
significativos (Cruz et al., 2018).

A possibilidade da resistência da praga ao produto utilizado e a eliminação de inimigos


naturais têm sido apontados como os principais responsáveis pelo aumento de ataque e
severidade dos danos causados pela S. frugiperda (Cruz et al., 2010).

Segundo Melo et al., (2011) a S. frugiperda é uma praga difícil de ser controlada, e a
eficiência de seu maneio tem sido prejudicada pela falta de monitoramento adequado.
Gallo et al., 2002, referem-se como principais causas de insucesso no controle de S.
frugiperda o controlo tardio e métodos inadequados de aplicação de insecticidas

13
CAPITULO III. MATERIAIS E METODOS
3.1. Descrição do local de estudo
O presente trabalho está sendo conduzido no campo do de Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique- Estacão de Ribaue (IIAM) na campanha 2022/2023 entre os
meses de Dezembro a Junho do ano de 2023.

O distrito de Ribaué esta localizado na zona ocidental da província de Nampula,


confinando a Norte com o distrito de Lalaua, a sul com os distritos de Alto Molócué, da
província da Zambézia e Murrupula, a Oeste com o distrito de Malema e a Este com o
distrito de Mecubúri (Metier, 2005).

O clima, influenciado pelo relevo dominado por médios e altos planaltos da continuação
das formações Chire-Namuli, é tropical húmido e caracterizado por duas estacões
anuais, nomeadamente estacão seca e fria, geralmente sem precipitação e temperaturas
acima de 26ºC, que vai de Maio a Dezembro; e estacão chuvosa e quente, com
precipitações acima dos 1.500mm, que se estende de Dezembro a Maio (Metier, 2005).

3.2. Material experimental


Para a realização do presente estudo será a semente de milho variedade ZM 523 e 2
pesticidas químicos para o controlo de pragas, em específico a lagarta do funil do milho
(Spodoptera frugiperda).

3.3. Métodos
3.3.1. Delineamento Experimental
Na realização do presente trabalho foi será o Delineamento de Blocos Completos
Casualizados (DBCC), com 7 tratamentos e 3 repetições correspondendo 21 parcelas
experimentais, sendo 2,3m x 1.4m área útil da unidade experimental, onde se usou o
compasso de 70*30 e foram obtidas 4 linhas por parcela e em cada linha 5 plantas
totalizando 20 plantas por parcela. O ensaio terá uma área útil de 151,2m2, tendo 17m
de comprimento e de largura 8,9m.

3.3.2. Condução experimental


3.3.2.1. Preparação do Terreno
A preparação do terreno será realizada na quarta semana de Dezembro de 2021, que
consistira numa lavoura manual com enxada com uma profundidade de 30 cm.

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3.3.2.2. Sementeira
Após a lavoura, será feita a sementeira na quarta semana de Dezembro de 2021 onde
por covacho serão semeadas três sementes e o compasso usado será de 70 cm x 30 cm.

3.3.2.3. Desbaste
Esta actividade realizar-se-á quinze a vinte diasapós a emergência com uma humidade
suficiente no solo para facilitar o processo deixando duas plantas por covacho. Nesta
actividade, serão removidas plantas com menor vigor (caso existam).

3.3.2.4. Sachas
Serão efectuadas 2 sachas, a primeira sacha sera feita 15 a 20 dias depois da sementeira
e a segunda sacha sera feita 35 a 45 dias ou 3 semanas depois da primeira sacha, com o
objectivo de manter a área útil e experimental limpa, reduzindo assim a competição de
ervas daninhas por nutrientes, água, luz.

3.3.2.4. Controlo de pragas e doenças


As pulverizações serão feitas seguindo o intervalo de segurança dos produtos químicos,
para Ecoterex 0,5 GR (intervalo de 14 dias) e Zacanaca (intervalo de 21 dias), porém a
primeira pulverização será feita quando apresentarem sinais de ataque.

3.3.2.5. Colheita
Quando a cultura atingir a maturação fisiológica, e ela será feita totalmente.

3.4. Variáveis de Medição


Desta feita para atingir os objectivos do estudo será necessário ter em consideração com
alguns parâmetros como: stand inicial, stand final, altura da planta, peso de 15 espigas,
peso de 100 sementes ou grãos e o rendimento.

3.4.1. Stand inicial


A expressão stand inicial refere-se ao número total de plantas existentes depois de ter se
efectuado o desbaste.

3.4.2. Stand final


Stand final refere-se ao numero total de plantas sobreviventes ate a fase de colheita,
onde se fez o levantamento de numero total de plantas existentes.

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3.4.3. Altura da planta
A medição da altura será feita com fita métrica, desde o colo da planta até o limite aéreo
da planta. O período das medições será feita seguindo os 2 dos 4 estágios de
crescimento de milho (II – Desenvolvimento e III – Cobertura máxima), ou seja, uma
(1) vez a cada estagio. Serão feitas em 5 plantas por parcela.

3.4.4. Comprimento da espiga


A medição do comprimento será feita com fita métrica. O período das medições será
feito no 4 estágio de crescimento de milho (IV – Maturação). Serão feitas em 5 plantas
por parcela.

3.4.5. Diâmetro da espiga


A medição do diâmetro será feita com fita métrica. O período das medições será feito no
4 estágio de crescimento de milho (IV – Maturação). Serão feitas em 5 plantas por
parcela.

3.4.6. Número de espigas


Será determinado a partir da contagem das espigas, será feita no 4 estágio de
crescimento de milho (IV – Maturação). Serão feitas em 5 plantas por parcela.

3.4.7. Peso de 10 espigas


Para se obter o peso de 10 espigas nos tratamentos utilizar-se-á uma balança de precisão
com capacidade de 50kg e com uma margem de erro de 10g.

3.4.8. Peso de 100 sementes


O peso de 100 sementes irá se obter com base a selecção aleatória e com ajuda de uma
balança de precisão.

3.4.9. Percentagem de infestação


A percentagem de infestação será expressa como sendo a percentagem do grão atacado
(grão com janelas ou furos) numa amostra de 100 sementes por tratamento tomada ao
acaso, a fórmula abaixo demonstra como serão feitos os cálculos da percentagem.

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Onde:
Nga – Número de grãos atacados
Ntg – Número total de grãos na amostra

3.4.10. Nível médio de ataque (NMA)


O nível médio de ataque será avaliado com base nos danos visíveis nas folhas usando
escala de Davis, e será determinado segundo a fórmula abaixo multiplicando o nível de
ataque e a frequência.

Onde:
xi- Grau de dano
Fi- Frequência

3.4.11. Densidade populacional (DP)


A densidade populacional da lagarta do funil será determinada a partir do número
lagartasobservadas dentro do funil e usou-se a formula abaixo para o seu cálculo.

3.4.12. Eficiência
Para o cálculo da eficiência dos pesticidas será usada a equação adaptada de Abbott
(1925) que determina a eficiência a partir do número de insectos vivos (causando
danos), ou presença de danos observáveis na planta como mostra a seguinte fórmula:

Onde:
Ef: Eficiência do Pesticida ou tratamento
To: sem aplicação
Tr: Tratamento

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3.4.13. Rendimento (kg/ha)
O rendimento do milho em kg/ha em cada área útil será determinado através da formula
abaixo:

, onde: P- Peso dos grãos em kg e A- Área útil de

cada parcela em m2.

3.5. Análise de dados


Para analisar os dados será usado o teste de normalidade para verificar se os dados
provem duma população normal, e posteriormente será analisado no pacote estatístico
Excel versão 2007, para determinação de ANOVA, para verificar a significância ao
nível de 5% usando o teste de Tukey e será usado o Microsoft Excel para a organização
dos dados.

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4. Orçamento do projecto
Actividade Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai.
Semana 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4
Preparação do
solo
Demarcação
Sementeira
Ressementeira
Sacha
Desbaste
Pulverização
Colheita
Secagem
Debulha
Medição de parâmetros
1º Parâmetro
2º Parâmetro
3º Parâmetro
4º Parâmetro
5º Parâmetro
6º Parâmetro
7º Parâmetro
Recolha de
dados
Processamento
de dados
Entrega de
relatório

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
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Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v.13, n.2, p.
163-169.

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APENDICES

CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
Valor (mts)
Item Quant. Unidade
unidade /Área
Lavoura 250,00
Sementeira 230,00
Sacha e/ou Monda 2 600,00
Colheita 400,00
Debulha 450,00
MATERIAIS
Semente Milho (Var. ZM 523) 1 kg 200,00 200,00
Enxadas 2 Unidade 150,00 300,00
Ancinhos 2 Unidade 200,00 400,00
Galochas 1 Par 450,00 450,00
Produto Zacanaca (500ml) 2 ml 650,00 1 300,00
químico Ecoterex (0,5% GR) 2 kg 500,00 1 000,00
Calculadora 1 Unidade 650,00 650,00
Balança 1 Unidade 350,00 350,00
Luva 1 Par 30,00 30,00
Corda (50m) 1 Metro 250,00 250,00
Bloco de notas 1 Unidade 25,00 25,00
Marcadores 3 Unidade 20,00 60,00
Pulverizador 1 Unidade 1 400,00 1 400,00
Transporte 1 Carro 1 500,00 1 500,00
Fita 5m 1 Metro 50,00 50,00
métrica 100m 1 Metro 600,00 600,00
Sob total 10 495,00
Contingência 2 500,00
Total 12 995,00

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LAYOUT DO EXPERIMENTO

Tratamentos Dosagem
1 0,23ml/0,25l
zacanaca 2 0,115 ml/0,125 l
3 0,345ml/0,375 l
4 1,84 g/planta
Ecoterex 0,5 GR 5 0,92 g/planta
6 2,76 g/planta
Testemunha 7 0 ml // 0 g

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