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CENTRO DE TECNOLOGIA – CT
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Teresina
2019
ALÉXYA VANESSA ALVES DE CERQUEIRA FREITAS
Teresina
2019
Sumário
1. TEMA ................................................................................................................... 7
2. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 10
4. METODOLOGIA................................................................................................. 12
1. TEMA
Arquitetura institucional.
8
2. INTRODUÇÃO
Como é colocado por LAUREANO (2017) o ambiente vivido pelo ser humano
possui grandes influências no acontecimento de suas sensações e percepções, o que
afeta diretamente em seu comportamento. Consequentemente, é incontestável a
necessidade de um estudo referente a esta influência que possibilite um melhor
aproveitamento da mesma em relação ao desenvolvimento da pessoa com TEA.
necessidades dos autistas, a arquitetura busca cumprir sua função social ao criar um
espaço que permita a inclusão de todos os indivíduos.
10
3. JUSTIFICATIVA
O Meio acadêmico admite que não existe uma cura para o TEA, porém com
tratamento e apoio necessário, seus portadores podem apresentar significativas
melhorias. Em seus estudos Garcia, Tuchman e Rotta (2014) elucidam a importância
dos programas de tratamento e intervenção, que ao se realizarem de maneira precoce
podem melhorar de maneira significativa as chances de inclusão social do indivíduo
com TEA (BRASIL, 2014).
Pestalozzi “Casa Odylo Costa Filho; CAPS Infanto Juvenil; CHAC- Centro de
habilitação Ana Cordeiro; CIES-Centro Integrado de Educação Especial; Federação
das APAEs do Piauí; Instituto Panda- Núcleo de Apoio à pessoa com Deficiência/
Paralisia Cerebral; SEID – Secretaria Estadual para Inclusão das Pessoas com
Deficiência; além de instituições privadas onde o atendimento costuma apresentar
valores elevados. A Associação amiga dos autistas se encontra atualmente com uma
fila de espera de 300 pessoas e as demais instituições existentes não possuem vagas
satisfatórias para o atendimento (AMA, 2019).
As crianças com autismo são diferentes, mas devem partilhar, tal como as
crianças sem problemas de desenvolvimento, as mesmas oportunidades, ao
invés de verem gorado o seu futuro (CORREIA, 2011, p. 126).
4. METODOLOGIA
5. REFERÊNCIAL TEORICO
O TEA pode ser dividido em três grupos, ondes estes compreendem o nível
de comprometimento dos indivíduos de acordo com os níveis de gravidade dos casos.
O nível três ou autismo severo é o quadro onde o indivíduo exige apoio no
desenvolvimento de atividades básicas do dia a dia; o nível dois ou autismo moderado
o indivíduo já exige um apoio substancial e o nível um ou autismo de alto
funcionamento exige pouco ou nenhum apoio substancial (DSM-V, 2014).
5.3. Tratamentos
Portanto, podemos concluir que a intervenção ao TEA pode ocorrer das mais
variadas formas e por meio de diversas técnicas, abordagens e programas. Contudo,
19
O estado brasileiro possui algumas leis voltadas para o amparo das pessoas
com Transtorno do espectro autista. Tais legislações se destinam a preservar e
assegurar os direitos aos portadores de autismo na nação, porém a realidade ainda
se encontra um pouco distante dos anseios tanto dos familiares quanto dos próprios
portadores do autismo (MELLO et al, 2013).
Para fins projetuais para um espaço pensado para o indivíduo com TEA,
ainda na NBR 9050, a observação aspectos como a informação e a sinalização são
bastante relevantes (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015, p.
32):
Nos anos 50, houve muita confusão relacionada a natureza do autismo e suas
causas, se difundia a teoria de que o autismo era causado por pais não ligados
emocionalmente aos seus filhos, a hipótese de mãe geladeira, encunhado
principalmente por Bruno Bettelheim. Nesse momento os pesquisadores passaram a
analisar o impacto do autismo na vida das pessoas.
Foi em torno desta iniciativa dos pais que ao redor do mundo começou-se a
efetivar a construção de espaços voltados para o tratamento de pessoas com TEA,
que até então eram considerados como pessoas psicóticas e internadas em asilos
(VERNUS,2017).
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A escola teve um início difícil, sem muitos recursos, foi muito importante a
cooperação de estudantes interessados na causa e principalmente a determinação
dos pais de conseguirem um tratamento humano e com resultados aos seus filhos
autistas, que realmente alcançasse resultados (VERNUS,2017).
Fonte: http://www.courtil.be/courtil/
Nos Estados Unidos a escola St. Colleta (Figura 4) foi fundada no ano de 1959
por pais de uma criança diagnosticada com a Síndrome de Down. Devido suas lutas
para lidar com a falta de escolas no sistema educacional para crianças com
deficiência, esse casal resolveu criar uma escola de educação especial que tinha
como objetivo a educação para crianças com deficiência severas (SVEIVEN,2010).
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De acordo com Sveiven (2010) a primeira sede ocupada pela escola foi em
um porão cedido por uma outra escola em Washington, em condições bastante
limitadas. Porém em 1996 a escola adquire um novo local para suas atividades e
estendeu seu atendimento para o público adulto.
Outro ponto importante levado em conta pelo arquiteto foi o planejamento dos
espaços de acordo com as necessidades dos alunos, criando espaços com áreas de
estudos que segundo o mesmo surtiriam uma influência no tratamento e nos
resultados desejados. O edifício foi construído com um design caprichoso que criou
um contraste com a arquitetura convencional e é formado por uma série de grandes
casas pintadas e com tijolos nas fachadas (SVEIVEN,2010).
Apesar de ter sido um grande avanço nas lutas dos país de autistas,
inicialmente a AMA ainda ocupava uma estrutura limitada, tendo as primeiras reuniões
ocorridas em um quintal de uma igreja batista, posteriormente essa área virou uma
escola e algum tempo depois, a instituição ganhou um novo espaço em uma casa
alugada na rua do Paraiso (LOPES,2011).
De acordo com Mello et al. (2013) a grande virada da AMA aconteceu no ano
de 1987 com a campanha “Você sabe o que é o autismo?”, assim, a AMA ganhou
repercussão na mídia brasileira e logo em seguida o governador do estado de São
Paulo cedeu um terreno de 1000 m² para a construção de uma nova sede para a
associação, porém devido a dificuldades financeiras houve uma demora na finalização
da obra e no ano 2000 ocorreu a inauguração do centro de Reabilitação Infantil, que
hoje é a atual Unidade Lavapés (Figura 6).
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Fonte: https://www.ama.org.br/site/ama/infraestrutura/setor-lavapes/
Fonte: http://www.amajoinville.org/
No ano de 2010 a AMA teve anexado um imóvel vizinho tendo uma ampliação
de seu atendimento, até o ano de 2014 a instituição prestava serviços de atendimento
a 105 alunos entre 2 e 32 anos, sendo mantida por convênios e colaboração de
parceiros (AMA JOINVILLE,2014).
A AMA possui sua estrutura física com uma separação entre as crianças e os
adultos portadores do TEA. Os adultos são atendidos em um espaço exclusivo em
uma casa ao lado doada pela GIDION, enquanto as crianças são atendidas no prédio
principal (AMA JOINVILLE,2014).
Fonte: http://www.amajoinville.org/
Fonte: http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2013/08/alvo-de-16-arrombamentos-ama-piaui-passa-por-
serias-dificuldades.html
Fonte: https://www.gp1.com.br/noticias/ceir-vai-comemorar-10-anos-de-atendimentos-nesta-
segunda-feira-433422.html
Segundo Mello et al. (2013) existem diversas instituições AMA espalhadas por
todo o Brasil. O que pode ser concluído é que para a fundação da instituição é
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Esta exclusão geral pode ser resultado da natureza não padronizada dos
desafios e, respectivamente, das necessidades ao longo do espectro
autístico. É a disputa deste papel, no entanto, que uma estratégia de design
para lidar com esses desafios variados pode ser implementada, permitindo
uma forma de personalização para grupos de usuários. Essa estratégia
também facilitará a geração de diretrizes e políticas gerais de design
(MOSTAFA,2014,p.143)
As soluções arquitetônicas e estéticas em construções voltadas para o
usuário com TEA parecem estar diretamente relacionadas com o ambiente sensorial.
O papel referênte a questão sensorial tem sido uma questão bastante discutida no
meio acadêmico desde que Leo Kanner apresentou para o mundo a sua definição do
transtorno no ano de 1943 (MOSTAFA, 2014 APUT KANNER, 1943).
A acústica é apontada por Mostafa (2014) como uma característica que possui
mais influência sobre o comportamento autista referente ao ambiente sensorial.
Segundo a autora, pesquisas apontam que lugares com índices de ruídos e ecos mais
baixos são ambientes educacionais mais produtivos, o que contribuem para a
atenção, o tempo de resposta e até o comportamento do usuário autista.
Fonte: http://cronicaautista.blogspot.com/2016/02/design.html
Fonte: http://cronicaautista.blogspot.com/2016/02/design.html
Outro ponto importante citado por Beaver (2006) é a textura dos ambientes,
já que devido à alta sensibilidade apresentada pelos indivíduos com TEA, os mesmos
podem se encontrar desconfortáveis diante de ambientes ou objetos com superfícies
abrasivas.
41
6. ESTUDO DE CASOS
Figura 15: Center for Autism and the Devoloping Brain antes da reforma
O prédio teve a sua implantação (Figura 16) afastada dos blocos principais do
Hospital New York Presbuterian, o que acabou por funcionar positivamente já que
afastado das demais edificações, ele se encontra cercado por uma grande área verde,
que por fim se tornou uma área bastante convidativa e calma para os usuários.
43
Figura 16: Implantação Center for Autism and Devoloping Brain em relação ao Hospital New York
Presbuterian
LEGENDA
Hospital New York Presbuterian
Center for Autism and Devoloping Brain
Fonte: GOOGLE EARTH 2019. Adaptado por Aléxya Freitas,2019.
LEGENDA
Prédio principal
Piscina
Casa de máquinas
Fonte: GOOGLE EARTH 2019. Adaptado por Aléxya Freitas,2019.
LEGENDA
Bloomingdale RD
Vias internas
North St
Fonte: GOOGLE EARTH 2019. Adaptado por Aléxya Freitas,2019.
Figura 19: Acessos ao Center for Autism and the Devoloing Brain
Quanto a volumetria, esta possui uma forma simples com telhado em duas
águas e telhas aparentes, forma está bastante comum nas residências Americanas
(Figura 21).
Fonte:https://www.fastcompany.com/3054103/how-to-design-for-autism
Fonte:https://www.fastcompany.com/3054103/how-to-design-for-autism
48
7 1
16 16 16
18 7 5 5 3
19
10 10 2
7 7
5
5
10 10 10 4
20 21
7 7 8
7
22 14 10 11 11 11 11
23 13
1
24 25 5 6
LEGENDA
LEGENDA
V Circulação vertical
Circulação horizontal
V
Fonte: https://www.fastcompany.com/3054103/how-to-design-for-autism
No que diz respeito aos materiais, o projeto prezou pela utilização de produtos
naturais e fez o uso de diversas cores, o que deu um ar lúdico ao local. Contudo, de
certa maneira, pode-se levar em conta que a utilização de cores muito fortes e o uso
de muitas texturas podem levar a uma superestimulação do autista se tornando
prejudicial para a realização de suas atividades, além de que a ideia de um espaço
lúdico pode não ser muito adequada para os ambientes que são voltados para o
tratamento de adultos.
Fonte: https://www.fastcompany.com/3054103/how-to-design-for-autism
A Lumen et Fides (Figura 31) teve sua fundação em 15 de maio de 1957 por
meio da iniciativa de pais residentes na cidade de Presidente Prudente- SP que
buscavam por tratamento aos seus filhos (GONÇALVES, MACHADO E
CAMPANHARO, 2010).
55
A instituição está localizada no bairro Jardim Alto da Boa Vista, com testada
para as ruas Maria Fernandes e Kasumi Obata (Figura 32).
57
LEGENDA:
Lumen et Fides
Presidente prudente
Rua Maria Fernandes
LEGENDA
Entrada principal
Entradas secundárias
LEGENDA:
Blocos
Fonte: Yasmim Perosso (2017). Adaptado por Aléxya Freitas.
A edificação é organizada por setores (Figura 35) que possuem tipologias com
características próximas. Os setores se dividem em: administrativo, pedagógico,
nutrição, serviço, terapia, atendimento médico, apoio familiar, setor dos autistas, setor
dos cavalos onde ocorre a equoterapia e ainda conta com uma quadra descoberta,
depósitos e estacionamento (PEROSSO, 2017).
60
LEGENDA
Setor administrativo
Setor de Terapia
Setor pedagógico
Estacionamento coberto
Setor de nutrição Setor dos autistas
Setor de cavalos
Depósitos
O setor pedagógico é constituído por três salas de aula, uma sala de terapia
ocupacional, banheiros e duas salas de pediasuit. As salas de pediasuit (Figura 39) já
63
O setor ainda dispõe de uma área com piscina aquecida e um espaço para a
realização de atividades físicas, sala de fonoaudiologia (Figura 42), sala de
fisioterapia, sanitários e vestuários e salas de terapia ocupacional (Figura 43).
65
O setor de apoio familiar (Figura 46) contém salas para o grupo cooperativo,
uma varanda, banheiro e copa. Possui uma tipologia arquitetônica simples, como
volumetria simples e cores neuras.
Quanto a circulação interna (Figura 53), as salas são distribuídas nos blocos
sendo interligadas através de corredores que correspondem a circulação horizontal
71
LEGENDA
Associação amiga dos autistas
Fonte: GOOGLE EARTH 2019. Adaptado por Aléxya Freitas,2019.
74
1
Informação cedida por Luciana Fernandes de Moraes Luz – Diretora Pedagógica da Associação
Amiga dos autistas, em Teresina, em maio de 2019
75
2
Informação cedida por Luciana Fernandes de Moraes Luz – Diretora Pedagógica da Associação
Amiga dos autistas, em Teresina, em maio de 2019
76
3
Informação cedida por Luciana Fernandes de Moraes Luz – Diretora Pedagógica da Associação
Amiga dos autistas, em Teresina, em maio de 2019
77
4
Informação cedida por Luciana Fernandes de Moraes Luz – Diretora Pedagógica da Associação
Amiga dos autistas, em Teresina, em maio de 2019
78
padrão de espaços pequenos e sem janelas, a diferença é que fazem mais uso de
cores e detalhes lúdicos de maneira a incentivar os pacientes nas atividades (Figura
67). Um ponto negativo em relação a estética escolhida para os locais é que a
instituição presta atendimento também a pessoas adultas, por tanto não seria ideal a
utilização de elementos lúdicos infantis, já que a sociedade tente a uma infantilização
das pessoas com autismo.
Figura 67: Sala de atividade artística
Vale a pena salientar que a instituição conta também com uma pequena horta
(Figura 77) promovida por uma iniciativa de estudantes do curso de Agronomia da
Ufpi. Outro ponto relevânte é o fato da instituição reutilizar as águas provinientes dos
sistemas condicionadores de ar para a irrigação da vegetação(Figura 78),
promovendo assim uma economia de subsidios e de água.
91
A forração da instituição se dar por meio de forro em PVC (Figura 87), o que
pode tornar as condições climaticas internas desconfortaveis devido as autas
temperaturas da capital teresinense e o fato do PVC se um forte condutor de calor.
Figura 87: Forro PVC
7. TERRENO PROPOSTO
LEGENDA
Terreno proposto
6 4
5 3
1
LEGENDA:
1 Comprida 4 Itararé
Terreno proposto
Delimitação do Bairro comprida 2 Extrema 5 Tancredo Neves
O terreno possui testada para a Avenida São Francisco (Figura 91), e no lado
direito existe uma grande porção de terra ainda sem construção e nos fundos, na
fachada Oeste, se localiza o Rio Poti.
102
149,48
112,65
138,57
195,33
LEGENDA:
Terreno proposto
LEGENDA:
Vegetação existente
ZR1
Índice de Recuo mínimo
USOS aproveitamento Frente Laterais Fundos TO
Residencial 1 2,00 1,5 e 0 1,5 60%
que o Centro de apoio ao autista necessita de uma vizinhança calma que não produza
muitos ruídos. Verificou-se também alguns pequenos pontos que oferecem alguns
serviços.
LEGENDA:
Terreno proposto
Serviço
Residencial
Quanto aos serviços de transporte público (Figura 95), a área proposta possui
em suas proximidades duas paradas de ônibus da linha A534-Parque Jurema-
Comprida, que passa pela Avenida São Francisco e segue para um terminal, fazendo
integração com o resto da cidade.
106
LEGENDA:
Parada de Onibus
64
60
62
O terreno possui seus dois maiores lados voltados para o sentido norte e sul,
dessa maneira, a insolação no período da tarde e da manhã atingem os menores
lados do Terreno. No que diz respeito a ventilação, o terreno recebe os ventos sudeste
e noroeste sem muitas barreis, já que a área dos fundos não possui edificações e dos
lados e na parte frontal, as edificações não representam barreiras que possam
interferir na ventilação (Figura 97).
108
LEGENDA:
Ventos Sudeste
Ventos Noroeste
Fonte: Arquivo de AutoCAD PMT. Adaptado por Aléxya Freitas, 2019.
Setor administrativo
Recepção/ LOUNG 25,52m²
Secretária 11,73 m²
Coordenação 10,16 m²
Diretoria 10,98 m²
Recursos humanos 10,09 m²
Área de espera 16,24 m²
Contabilidade 12,41 m²
Sala de treinamento para voluntários 26,47 m²
Sala dos estagiários 22,26 m²
Sala assistente social 10,17 m²
DML 5,38 m²
Sala vigia 10,95 m²
BWC masculino 10,75 m²
BWC feminino 11,48 m²
PCD masculino 3,23 m²
PCD feminino 2,87 m²
Setor de atendimento ao autista
Sala de fonoaudiologia 26,68 m²
Sala de psicologia 15,37 m²
110
9. MEMORIAL JUSTIFICATIVO
O autismo é uma síndrome que muito tem a ver com questões sensoriais,
pensando nisso a proposta em questão levou em consideração os efeitos que a
arquitetura, em relação aos aspectos sensoriais, pode ter sobre as pessoas que
possuem essa condição neurológica. Para tanto, o conceito adotado para o projeto é
a curva.
• Sequenciamento lógico
A inspiração para a linearidade do edifício também está agregada ao desejo
de exploração por parte dos atendidos ao local em questão, de frente para o setor de
atendimento, encontra-se um jardim que foi trabalho com o método de estimulação
sensorial que possui áreas de alta e baixa estimulação. O objetivo é levar o atendido
a percorrer a extensão do prédio e vivenciar as mais diferentes sensações.
• . Zoneamento sensorial
Os jardins sensoriais (Figura 99) de alto e baixo estímulo seguem o conceito
de zoneamento sensorial que objetivam o recalibramento dos sentidos dos usuários
com autismo.
• Tranquilidade
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• Iluminação natural
A iluminação natural será um aspecto presente na edificação com o objetivo
de tornar os ambientes mais confortáveis visualmente criando efeitos com a luz natural
e proporcionando também uma estética agradável ao local.
• Janelas altas
Se farão uso de janelas altas nas salas de atendimento com o objetivo de
evitar possíveis distrações por parte dos atendidos, já que os mesmos podem vir a se
distrair facilmente.
• Escape espace
É uma característica bastante comum em pessoas com TEA a necessidade
de se isolar em certos momentos para a recalibração dos sentidos. Levando-se esse
fato em consideração, o projeto possui um coreto localizado na parte posterior do
Ginásio, localização esta estratégica que proporciona um local para se estar sozinho;
sendo este um lugar mais intimista, com contato com a natureza e com menor trânsito
de pessoas.
10. CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos apresentados este projeto visa a criação de um centro
de atendimento e apoio ao autista pensado e projetado de acordo com as
características da síndrome, respeitando suas limitações e a maneira como
compreendem o espaço. Para tal a proposta trabalha com os aspectos sensoriais e
busca uma abordagem espacial diferenciada que leve a uma contribuição ao
desenvolvimento do público alvo atendido pela instituição, além da tentativa de criação
de um espaço de atendimento agradável e confortável.
119
11. REFERÊNCIAS
MILLER, T. New Center for Autism and the Developing Brain in White Plains
aims to be lifelong resource for patients and families. [S. l.], 13 maio 2019.
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121
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OLIVEIRA, B. D. C. et al. Políticas para o autismo no Brasil: entre a atenção
psicossocial e a reabilitação. Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, p.
707-726, 21 jan. 2017.
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Paulo, V.3, 1998. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
71281998000100011. Acesso em: 07 de abr. 2019.
PEROSSO, Y. M. Anexo para a instituição Lumen et Fides especializado no
apoio e tratamento a pessoas com autismo. 2017.152 f. Trabalho de conclusão
de curso (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Engenharia
“Conselheiro Algacyr Munhoz Maedera. Presidente Dultra.
RAYER, Jacqueline. Building of the Week: St. Coletta of Greater Washington. [S.
l.], 19 ago. 2016. Disponível em: https://ggwash.org/view/65184/building-of-the-week-
saint-coletta-of-greater-washington. Acesso em: 8 abr. 2019.
SANTOS, I. M. S. C.; SOUSA, P.M.L. Como intervir na perturbação autista. 2005.
Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=a0262.
Acesso em: 02 de abr. 2019.
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p.40,2010.
SOUSA, S. R. C. T.; MONTE, L. A; ARAÚJO, R. L. Estudo sobre o grupo
populacional envolvido com a associação dos amigos dos autistas – AMA em
Teresina/PI. VII Congresso brasileiro de geógrafos, Vitória, 2014.
STELZER, F. G. Uma pequena história do autismo. Cadernos Pandorga de
Autismo,2010.
SVEIVEN, Megan. AD Classics: AD Classics: St. Coletta School / Michael
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classics-st-coletta-school-michael-graves. Acesso em: 8 abr. 2019.
TAMANAHA, A. C., et al. Protocolo do Estado de São Paulo de Diagnóstico
Tratamento e Encaminhamento de Pacientes com Transtorno do Espectro
Autista (TEA). São Paulo: SEDPcD, 2013.
TRONCOSO, M.; CALVACANTE, N. Autismo e conforto ambiental. 16° Ergodesign
– Congresso Internacional de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces Humano
Tecnológica: Produto, Informações Ambientes Construídos e Transporte,
Santa Catarina, 2017.
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