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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA


INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS-CAMPUS PAULO FREIRE
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS
PROJETO INTEGRADOR III

OS BENEFÍCIOS DO TELHADO VERDE PARA AS CONSTRUÇÕES URBANAS

EDNEIA RODRIGUES VIDAL

TEIXEIRA DE FREITAS, BA
AGOSTO – 2018
EDNEIA RODRIGUES VIDAL

OS BENEFÍCIOS DO TELHADO VERDE PARA AS CONSTRUÇÕES URBANAS

Trabalho apresentado ao Colegiado do Bacharelado


Interdisciplinar em Ciências da Universidade Federal
do Sul da Bahia, Campus Paulo Freire como parte
dos requisitos do Componente Curricular Projeto
Integrador III.

Orientador: Márdel Miranda Mendes Lopes

TEIXEIRA DE FREITAS, BA
AGOSTO – 2018
22 de Agosto de 2018.

ii
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus, minha família, orientador e
principalmente minha filha Júlia por ter
sido compreensiva e dado todo seu apoio
para que eu chegasse até aqui.

iii
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os professores que fizeram parte da minha vida acadêmica. Em


especial agradeço aos meus pais pelos ensinamentos e por ter me transmitido o
senso de justiça e amor ao próximo.
Agradeço imensamente ao meu orientador prof. Mardel Lopes pela paciência e
compreensão. A todo o corpo docente, técnicos e servidores da Universidade
Federal do Sul da Bahia que no cumprimento de seu dever demonstrou afeto,
compreensão e dedicação, e assim possibilitaram a conclusão de mais uma etapa
de minha vida.
Aos colegas que contribuíram direta ou indiretamente para que este trabalho fosse
realizado, minha eterna gratidão.
Por fim, agradeço ao meu esposo pelo seu companheirismo e incentivos em todos
os momentos dessa jornada.

iv
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Representação dos Jardins da Babilônia ........................................................ 8


Figura 2. Telhado Verde - Burle Marx –RJ ................................................................9
Figura 3 - Telhado Verde Banco Safra - Burle Marx - SP ........................................... 9

Figura 4 – Centro de Pesquisa Schlumberger .......................................................... 10

Figura 5 – Telhado Verde – Centro Cultural SP ........................................................ 10

Figura 6 - Representação gráfica das camadas Telhado Verde do tipo Intensivo .... 11

Figura 7 - Sistema construtivo de cobertura de telhados com o uso de membranas


alveolares e vegetação. ............................................................................................ 12

Figura 8 – Tipo Intensivo: Primeiro Telhado Verde com Floresta de Mata Atlântica do
Mundo. Prédio da Gazeta em São Paulo-SP ............................................................ 13

Figura 9 - Ponto de ônibus em Salvador-BA com Telhado Verde do tipo


extensivo....................................................................................................................13

Figura 10 - Espécies escolhidas para a cobertura verde - Ponto de ônibus ............. 18

Figura 11 - Projeção Fachada do Ponto de ônibus com Telhado Verde .................. 22

Figura 12 - Projeção Fachada do Ponto de ônibus com Telhado Verde 2 ............... 23

Figura 13 – Projeto Arquitetônico ............................................................................. 23

Figura 14 – Projeto Estrutural ................................................................................... 25

Figura 15 – Primeira parte da Planilha de orçamento das obras civis – Ponto de


ônibus ....................................................................................................................... 26

Gráfico 1 – Dados do último Censo (2010) realizado pelo IBGE................................ 6

Gráfico 2 – Avaliação quantitativa de usuários......................................................... 28

Gráfico 3 – Opinião dos usuários sobre as instalações do ponto de ônibus ............ 28

Gráfico 4 – Opinião sobre o grau de importância do paisagismo no local ................ 29

Gráfico 5 – Avaliação de apoio ao projeto ................................................................ 29

Gráfico 6 – Avaliação de desconforto ....................................................................... 30

Gráfico 7 – Avaliação das instalações existentes..................................................... 30

Gráfico 8 – Avaliação de conhecimento do tema – Telhado Verde .......................... 30

v
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Distribuição percentual da população nos censos demográficos –


1960/2010 ............................................................................................................................ 5
Tabela 2 - População residente, total, urbana total e urbana na sede municipal, em
números absolutos e relativos, com indicação da área total e densidade
demográfica, segundo as Unidades da Federação e os municípios – 2010................6
Tabela 3 - Tipos de Telhados Verde ......................................................................... 14

Tabela 4 - Comparação do Total da água escoada entre as coberturas existentes .. 16

Tabela 5 - Comparação de custos e prazo de execução entre coberturas ............... 17

vi
SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................... vii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. vi

RESUMO.................................................................................................................. viii

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

2. OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 5


2.1. Objetivos específicos ..................................................................................... 5

3. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 5


3.1. Telhado Verde ................................................................................................ 7
3.1.1. Tipos de Telhado Verde ........................................................................ 10
3.1.2. Custos X Benefícios do Telhado Verde ................................................. 14
3.2. VEGETAÇÃO ............................................................................................... 18
3.2.1. Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi) ................................................... 18
3.2.2. Lambari roxo (Trandescantia zebrina purpusii) ..................................... 19

4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 21

6. CONCLUSÕES .................................................................................................. 31

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 32

vii
RESUMO

VIDAL, Edneia Rodrigues. Universidade Federal do Sul da Bahia, Campus Paulo


Freire, Teixeira de Freitas, Maio de 2018. Os benefícios do telhado verde para as
construções urbanas. Orientador: Márdel Miranda Mendes Lopes

A demanda por habitação e obras de infraestrutura coloca o setor da construção civil


em posição estratégica para obtenção de riquezas, geração de empregos e
desenvolvimento sustentável. Em contrapartida, esse é o setor que mais causa
impactos ao meio ambiente. Nesse sentido, este trabalho apresenta o telhado verde
como uma tecnologia alternativa aos problemas relacionados à indústria da
construção. A presente pesquisa buscou desenvolver um projeto arquitetônico e
estrutural para o ponto de ônibus localizado na BR 101, Km 882, em frente ao
IFBAIANO – campus Teixeira de Freitas – com a adoção do telhado verde do tipo
extensivo como cobertura. Esse projeto justifica-se pelo fato de se observar a
necessidade de melhorias na estrutura existente para atender de modo satisfatório
os usuários, visto que a mesma não possui cobertura em dimensões adequadas, os
materiais empregados não contribuem para amenizar o calor em períodos mais
quentes e nem oferece, com qualidade, abrigo nos dias chuvosos. A metodologia
utilizada para o levantamento de dados consistiu em revisão bibliográfica,
levantamento topográfico e pesquisa de opinião por meio de formulário. Como
resultados este trabalho apresenta gráficos dos dados da pesquisa de opinião
realizada com a ferramenta Formulários Google e representações gráficas –
arquitetônica e estrutural. Na pesquisa de opinião, destinada à comunidade do
campus – 106 pessoas responderam a pesquisa – concluiu-se que 71,7% dessas
utilizam o ponto de ônibus todos os dias e 50,9% consideram as instalações atuais
ruins. Embora a pesquisa tenha demonstrado que 47,2% dos usuários não possuem
conhecimento sobre o tema, telhado verde, ainda assim, 97,1% apoiam o projeto.
Quanto às representações gráficas essas foram concebidas considerando as
características climáticas do local e fluxo de usuários.

Palavras-chave: telhado verde, amendoim forrageiro, construções urbanas, projeto


arquitetônico.

viii
ABSTRACT

VIDAL, Edneia Rodrigues. Federal University of Southern Bahia, Paulo Freire


Campus, Teixeira de Freitas, May 2018. The benefits of green roofing for urban
constructions. Advisor: Márdel Miranda Mendes Lopes

The demand for housing and infrastructure works puts the construction sector in a
strategic position to obtain wealth, job creation and sustainable development. In
contrast, this is the sector that causes the most impact on the environment. In this
sense, this work presents the green roof as an alternative technology to problems
related to the construction industry. The present research sought to develop an
architectural and structural project for the bus stop located at BR 101, Km 882, in
front of the IFBAIANO - Teixeira de Freitas campus - with the adoption of extensive
green roof as a cover. This project is justified by the fact that there is a need for
improvements in the existing structure in order to satisfactorily meet the users, since
it is not covered in adequate dimensions, the materials used do not contribute to the
heat in hotter periods and nor does it offer, with quality, shelter on rainy days. The
methodology used for data collection consisted of bibliographic review, topographic
survey and opinion survey through form. As results this work presents graphs of data
from the opinion survey conducted with the Google Forms tool and graphical
representations - architectural and structural. In the opinion poll, intended for the
campus community - 106 people answered the survey - 71.7% of those used the bus
stop every day and 50.9% considered the current facilities bad. Although research
has shown that 47.2% of users do not have knowledge about the topic, green
roofing, even so, 97.1% support the project. As for the graphical representations
these were conceived considering the climatic characteristics of the site and flow of
users.
Keywords: green roof, forage peanut, urban constructions, architectural design.

ix
1. INTRODUÇÃO

Atualmente, no Brasil, quase 85% das pessoas vivem nas cidades, enquanto
que, a nível mundial, estima-se que, diariamente, 200.000 pessoas passam a
integrar as áreas urbanas. O crescimento acelerado das cidades impulsiona a
aquisição de bens e serviços oriundos da indústria da construção civil. Apesar de
desempenhar papel importante para o desenvolvimento do país, a indústria da
construção é o setor da economia que mais se utiliza dos recursos naturais,
consome matéria e energia de forma intensiva e, consequentemente, gera impactos
consideráveis ao meio ambiente (CIB, 2012). Os resíduos advindos do setor somam-
se mais de 50% de todos os resíduos gerados pelas atividades humanas (MMA,
2018). Esses dados revelam um modelo de produção na “contramão” do
desenvolvimento sustentável1.

O atual modelo produtivo da construção civil busca fomentar o crescimento


econômico em detrimento das questões ambientais e sociais. Contrapondo-se a
esse modelo, a construção sustentável surge como um novo conceito baseado na
agenda 212, onde busca solucionar problemas decorrentes do crescimento
populacional, da escassez de recursos naturais, da urbanização, das mudanças
climáticas e instabilidade econômica, de tal modo a não comprometer o
desenvolvimento do setor. (CBIC, 2012). Segundo a CBIC (2012), a construção
sustentável refere-se ainda a:

[...]um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da


harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de
assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade
econômica". (BRASIL, Ministério do Meio Ambiente; 2017 ).

Nesse sentido, aumentar a demanda social por projetos ambientalmente


corretos e economicamente viáveis é o desafio do Programa Construção
Sustentável. Criado em 2009, esse programa tem dentre outros objetivos, um que se
destaca no que tange à sustentabilidade e inovação, este é:

1
"um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes
natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a
equidade econômica".(BRASIL, 2018)
2
“um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes
bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência
econômica”. (BRASIL, 2018)
1
[...] fazer com que as empresas, governos e sociedade repensem seus
produtos, suas relações, serviços e estratégias, a partir das dimensões
ambiental, social e econômica (CBIC, 2012).

Quanto às dificuldades econômicas enfrentadas pelo setor da construção nos


últimos anos – imprevisibilidade políticas e sucessivas denúncias de crimes de
corrupção envolvendo grandes empreiteiras nacionais – põem em risco
investimentos destinados ao desenvolvimento de novas tecnologias. Programas
como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e O minha Casa Minha Vida
são grandes difusores de práticas sustentáveis, porém oscilam de acordo com as
ações do Estado. O último, por exemplo, segundo dados do Ministério das Cidades
(2018), representa 65% das construções no país. Nas habitações financiadas pelo
programa são empregadas técnicas que buscam, principalmente, reduzir o consumo
de energia através do aproveitamento da radiação solar em projetos que visem à
eficiência energética dos materiais utilizados e espacialização adequada do
empreendimento. É certo que apesar de importante, essa não deixa de ser uma
ação tímida frente aos desafios que se apresentam ao setor.
Para obtenção de um modelo construtivo consciente das necessidades
humanas e das limitações da natureza é imperativo que se estabeleça diálogo entre
os diversos atores envolvidos na cadeia produtiva, o Estado e sociedade em geral.
Através da sistematização de conhecimentos nas diferentes áreas é possível atingir
o “crescimento sustentável, alinhando desenvolvimento econômico, inclusão social e
preservação dos recursos naturais”, conforme acredita a CBIC (2012). Além disso, a
própria CBIC (2012) afirma que a soma de esforços entre os diversos setores sociais
é imprescindível para que haja “uma verdadeira mudança de paradigma” em toda
cadeia produtiva, conforme citação abaixo:

A cadeia produtiva da Construção Civil tem uma nova agenda a cumprir. As


mudanças climáticas e a escassez de recursos naturais exigem novas
formas de organização empresarial e política. (CBIC, 2017)

Outro ponto a considerar é a destinação de recursos para aquisição de novas


tecnologias. A realização de investimentos em pesquisas voltadas para o
desenvolvimento do setor não deve ser restrita a interesses comerciais. Deve, no
entanto, ser de caráter abrangente e harmonioso entre os diferentes aspectos
relacionados a atividades.

2
A adoção de métodos construtivos que resultem em maior eficiência
energética, maior aproveitamento e/ou drenagem das águas pluviais e
paralelamente a esses, assegure a dignidade humana e a coexistência entre as
espécies, deve ser fomentada pelo governo através de políticas públicas e
normativas legais. Além disso, instituições de ensino e participação social são
fundamentais para haver a tão necessária mudança que se busca.
Alguns desses métodos já vêm sendo utilizados em pequena escala como é o
caso da fabricação e utilização dos tijolos ecológicos, implantação de coberturas
verdes, instalação de placas solares, utilização de madeira de manejo sustentável e
de áreas de reflorestamento.
Dentre as técnicas citadas, o Telhado Verde vem se destacando. Deve-se a
isso, o apelo estético e a funcionalidade da estrutura. A utilização das coberturas
verdes em áreas de interesse social vem sendo incentivada em diversos países há
alguns anos. No Brasil, alguns estados vêm adotando essa prática, por exemplo, em
São Paulo na cidade de Guarulhos, dá-se desconto de 20% no IPTU para imóveis
que adotem técnicas ou materiais sustentáveis, como a biocobertura (CBIC, 2015).
Isso também ocorre na cidade do Rio de Janeiro – RJ e Fortaleza - CE, ambas com
variações nos benefícios.
Sabe-se, contudo, que o Telhado verde é um método milenar, que se insere
nos novos paradigmas da construção sustentável. Inúmeros escritos históricos
apontam a utilização desse método com objetivos estéticos, redução da sensação
térmica, fins religiosos e até mesmo demonstração de poder em civilizações antigas.
Frente aos novos paradigmas da construção sustentável, contudo, o método em
questão aplica-se como uma ferramenta avançada e contribui para a integralização
do homem urbanizado à natureza (CORDONI, 2012). Além do mais, é uma das
soluções contemporâneas encontradas para minimizar o efeito estufa, reduzir o
consumo de energias não renováveis, conservar os recursos hídricos, aproveitar
áreas antes inutilizadas, além de melhorar os aspectos estéticos das estruturas
construídas (IGRA, 2018).
A partir da integração dos temas: Meio ambiente desenvolvimento social e
crescimento econômico; o Telhado Verde destina-se a reduzir os principais impactos
causados pela atividade da construção, visto que corresponde a uma técnica que

3
aborda temas interdisciplinares e, quando bem empregada, converge para o
desenvolvimento humano (CBIC, 2012).
A concepção de projetos para implantação de telhados verdes, em caráter
interdisciplinar, ultrapassa as fronteiras técnicas e permite ser idealizado por
indivíduos que, mesmo não dispondo de vivência na área da construção civil, ainda
assim, reconhecem os benefícios intrínsecos à sua implantação.
Sendo assim, o programa de extensão do Ministério da Educação – ProExt - e
o componente curricular Projeto Integrador I, II e III da Universidade Federal do Sul
da Bahia, no que tange o princípio de interdisciplinaridade na construção do
conhecimento, afirma que cabe à comunidade estudantil juntamente com outros
setores da sociedade ampliar as fronteiras do saber por meio de ações que
corroboram com o desenvolvimento sustentável.
A intervenção através de pesquisas e elaboração de projetos com intuito de
melhorar a qualidade de vida humana com o menor impacto possível ao meio
ambiente é fundamental. Uma maneira de contribuir com essa questão é discutir as
vantagens e desvantagens do telhado verde nas construções urbanas de modo a
apresentar para a sociedade em geral métodos mais sustentáveis para o setor da
construção.
Nesse sentido, este trabalho foi desenvolvido por docentes, alunos e
parceiros (Outras instituições de ensino, IF Baiano - Campus Teixeira de Freitas e
Faculdade Pitágoras), com apoio do poder público através das secretarias
municipais, Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Urbanos e Secretaria
Municipal do Meio Ambiente; visando promover o uso do telhado verde como técnica
alternativa para a construção de coberturas em edificações, particularmente em
áreas urbanas e de uso público.
Dessa forma, este trabalho objetivou elaborar projetos arquitetônico e
estrutural para o ponto de ônibus localizado em frente ao IF Baiano (campus
Teixeira de Freitas) utilizando cobertura verde (Telhado Verde) a fim de apresentar à
Secretaria Municipal de Infraestrutura de Teixeira de Freitas-BA uma alternativa
atual e sustentável para amenizar os impactos do aumento das construções urbanas
e redução da área verde no município.

4
2. OBJETIVO GERAL

Elaborar um projeto arquitetônico e estrutural de telhado verde para o ponto


de ônibus localizado na BR 101, Km 882, em frente ao IFBAIANO – campus Teixeira
de Freitas.

2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Divulgar o telhado verde como solução para amenizar os impactos ambientais


gerados pelo setor da construção;

 Apresentar as vantagens e desvantagens dos tipos de telhados verdes –


Intensivo, semi-intensivo, extensivo;

 Apresentar vegetação propícia à técnica de telhado verde extensivo;

 Apresentar técnica construtiva para telhado verde do tipo extensivo.

3. REVISÃO DE LITERATURA

Com base no censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística – IBGE, mais de 80% da população do país vivem em áreas urbanas.
Comparando com o ano de 1960 houve um aumento de um pouco mais de 39% da
população urbana brasileira conforme se observa na tabela 1 abaixo (IBGE, 2010).

Tabela 1 – Distribuição percentual da população nos Censos Demográficos -


1960/2010.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010.
(1) População recenseada. (2) População residente.

5
No município de Teixeira de Freitas, localizado no extremo sul baiano, a
urbanização é ainda maior. De acordo com os dados do último Censo (2010)
realizado pelo IBGE, o percentual da população residindo em áreas urbanas é de
93%, percentual bem acima da média nacional (84,4%). Esses dados refletem a
realidade do município, onde se vê uma ocupação desordenada do espaço, redução
da vegetação nativa, alagamentos em épocas chuvosas e altos índices de
criminalidade. Comparada às cidades vizinhas, a cidade de Teixeira de Freitas, além
de ser a mais populosa é também a que mais tem pessoas vivendo em áreas
urbanas, conforme se verifica na tabela 2 e no gráfico 1.

Tabela 2 - População residente, total, urbana total e urbana na sede municipal, em


números absolutos e relativos, com indicação da área total e densidade
demográfica, segundo as Unidades da Federação e os municípios – 2010.
Densidade
Área
Urbana na sede Urbana na sede demográfica da
Município Total Urbana Total (%) Urbana (%) Total
municipal (%) municipal (%) unidade
(Km²)
territorial
Alcobaça 21.271 11.085 8.504 100,00% 52,00% 39,00% 1481,3 14,36
Caravelas 21.414 11.309 5.766 100,00% 52,00% 26,00% 2393,4 8,95
Eunápolis 100.196 93.413 93.413 100,00% 93,00% 93,00% 1179,1 84,98
Itamaraju 63.069 49.785 49.785 100,00% 78,00% 78,00% 2274,3 27,73
Itanhém 20.216 14.206 10.999 100,00% 70,00% 54,00% 1463,8 13,81
Jucuruçu 10.290 2.292 2.292 100,00% 22,00% 22,00% 1398,8 7,36
Mucuri 36.026 27.492 8.607 100,00% 76,00% 23,00% 1780,6 20,23
Nova Viçosa 38.556 33.526 9.042 100,00% 86,00% 23,00% 1322,9 29,15
Porto Seguro 126.929 104.078 80.267 100,00% 82,00% 63,00% 2408,5 52,7
Prado 27.627 15.474 13.550 100,00% 56,00% 49,00% 1740,3 15,87
Teixeira de
138.341 129.263 128.482 100,00% 93,00% 92,00% 1163,9 118,86
Freitas

Fonte:2010
Fonte: Censo IBGE, Censo Demográfico
(IBGE). 2010.
Adaptada pela autora.
POPULAÇÃO RESIDENTE, TOTAL E URBANA DOS
PRINCIPAIS MUNICÍPIOS DO EXTREMO SUL BAIANO
Teixeira de Freitas
Prado
Porto Seguro
Nova Viçosa
Mucuri
Jucuruçu Urbana
Itanhém Total
Itamaraju
Eunápolis
Caravelas
Alcobaça

,0 20000,0 40000,0 60000,0 80000,0 100000,0120000,0140000,0160000,0

Gráfico 1: Dados do último Censo (2010) realizado pelo IBGE.

6
Com a migração da população do meio rural para as cidades as pressões
sobre o meio ambiente aumentam. Diversas atividades passam a ser realizadas em
áreas antes ocupadas por florestas, corpos hídricos ou outro tipo de ecossistema
natural. Essas interferências alteram significativamente o meio ambiente e em
muitos casos as mudanças são irreversíveis. Árvores dão lugar a estradas, rios
tornam-se depósitos de resíduos sólidos e efluentes, manguezais são desmatados
para fins habitacionais. Tudo isso em prol do “desenvolvimento e melhoria na
qualidade de vida humana”. E, para tanto, a indústria da construção desempenha
papel central, desde a extração da matéria prima até a disposição dos resíduos
gerados.
Os métodos construtivos empregados nas edificações urbanas denotam o uso
excessivo dos recursos naturais e o distanciamento da sociedade da paisagem
natural. A redução da fauna e da flora e a impermeabilização do solo são as maiores
consequências do atual modelo de urbanização no Brasil (CBIC, 2012). Sendo
assim, o uso de coberturas verdes caracteriza-se como uma alternativa mitigadora,
atemporal, que vem sendo empregada desde os primórdios da civilização (SAVI,
2012)
De certo que a partir dos avanços tecnológicos adquiridos ao longo do tempo,
as técnicas empregadas para a implantação dos telhados verdes foram sendo
modificadas.

3.1. TELHADO VERDE

O telhado verde é um sistema construtivo onde são aplicadas sobre uma laje
– ou outra estrutura – camadas de solo, material filtrante, manta impermeabilizante,
canais drenantes e vegetação (UHMANN et. al, 2016). Esse tipo de técnica pode ser
empregada sobre diferentes tipos de estruturas e materiais – Concreto, madeira,
metais, etc. – e com diferentes tipos de inclinações, além disso, pode ser adaptada
de acordo com o porte da vegetação que, por sua vez, determina a tipologia da
cobertura em intensiva, semi-intensiva e extensiva (REBOLLAR, 2012).
O surgimento dessa técnica remonta a tempos remotos. Segundo SAVI
(2012), a Escandinávia e a Islândia foram os primeiros países a utilizarem essa
tecnologia, que na época tinha a função de garantir isolamento térmico no inverno

7
devido à sua capacidade de absorver parte da radiação, através da fotossíntese, e
de refletir a outra parte, mantendo o ambiente termicamente agradável.
De acordo Pereira (2010) apud. Rebollar (2012), é no período da pré-história
que se registram os primeiros telhados verdes. Com a estabilização do clima (há
aproximadamente 10.000 anos) os seres humanos passaram da condição de
nômades a sedentários desenvolvendo, assim, moradias mais duráveis de modo a
garantir abrigo e conforto.
Na Idade Antiga o desenvolvimento da escrita e aquisição de conhecimentos
acerca de fenômenos naturais favoreceram o surgimento de classes sociais e o
desenvolvimento de técnicas construtivas. É nessa época que surgem os grandes
monumentos, como as pirâmides (Zigurates). Acredita-se que o telhado verde
encontrava-se presente nesses monumentos.
O exemplar mais significativo dessa época de acordo Nascimento (2008)
apud Savi (2012) são os Jardins Suspensos da Babilônia, um zigurate recoberto por
vegetação, (Figura 1). Considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo sua
localização exata e até mesmo existência é motivo de questionamentos entre
estudiosos.

Figura 1: Representação dos Jardins da Babilônia


Fonte: MONASTRA et.al. (2012) apud. REBOLLAR (2012)

Ainda na Idade Antiga, a utilização de telhados verdes em áreas urbanas


deve-se ao Império Romano, caracteristicamente urbano e organizado socialmente,
os aristocratas deste império tinham como prática cultivar espécies de grande porte
nos telhados. É nesse período que se registra a utilização dessa tecnologia em

8
edificações de uso público como, por exemplo, o Mousoléu do Imperador Adriano
localizado em Roma (ROSTOVZEFF, 1998 apud. REBOLLAR, 2012).
Há vários relatos do uso de telhados verdes nas habitações da antiguidade.
Na Europa o frio extremo, a supertição e até religiosidade eram motivos para cultivar
plantas nos topos das edificações. Na América do Norte não foi diferente. Apesar de
pouco conhecidas, as habitações dos esquimós (População indígena do círculo
polar ártico) eram constituídas de pedras, ossos de baleias e cobertura verde
(GUBSER, 1965 apud. REBOLLAR, 2012).
Na idade média destacam-se os telhados intensivos em mosteiros e a
durabilidade das estruturas construídas, podendo ser visitadas até os dias atuais,
como as Torres Guinigi (REBOLLAR, 2012).
Nos dias atuais com o advento da globalização e conquistas de novas
tecnologias, os materiais utilizados e as técnicas empregadas nas construções não
só se diversificaram como também se intensificaram. Os telhados verdes, antes
amplamente difundidos nas mais variadas culturas, hoje são vistos como técnica
alternativa, com poucos exemplares implantados.
De acordo Silva (2011), os primeiros projetos de telhados verdes de destaque
no Brasil são do paisagista Burle Marx, como exemplos o autor cita o edifício sede
do MEC, construído em 1936 (Figura 2) e o Banco Safra de 1988 (Figura 3). Mais
recentemente, outros empreendimentos adotaram a prática, como o Centro de
Pesquisas Schlumberger Brasil, 2010 (Figura 4) e o Centro Cultural de São Paulo
(Figura 5). Além desses, há registros de grandes obras espalhadas principalmente
nos grandes centros urbanos.

Figura 2- Telhado Verde - Burle Marx –RJ Figura 3- Telhado Verde Banco Safra - Burle Marx
Fonte: archdaily.com.br Fonte: SãoPauloCity
9
Figura 4- Centro de Pesquisas Schlumberger Figura 5: Telhado Verde - Centro Cultural
de SP
Fonte: zanettini.com.br Fonte: centrocultural.sp.gov.br

3.1.1. Tipos de Telhado Verde

O telhado verde pode ser classificado de acordo com o porte da vegetação


empregada ou, simplesmente, pela altura da camada de solo empregada.

a) Tipo Intensivo
De acordo com a Internacional Green Association (IGRA) o telhado verde é
considerado do tipo intensivo quando:
 O porte da vegetação for de médio a grande porte;
 A estrutura deve possuir altura entre 15 cm a 40 cm para a camada de
substrato;
 Suportar uma carga de 180kg/m² a 500Kg/m².

b) Tipo Semi-intensivo
Para ser considerada do tipo semi-intensivo a estrutura deve atender aos
seguintes requisitos:
 A vegetação deve ser de porte médio;
 A estrutura deve possuir altura entre 12 cm a 25 cm para o substrato;
 Suportar uma carga de 120kg/m² a 200Kg/m².

c) Tipo Extensivo
O tipo extensivo é o mais utilizado por demandar menos recursos para
construção e manutenção. Caracteriza-se por:
 Utilizar vegetação rasteira ou de pequeno porte;

10
 Possuir estrutura com altura entre 06 a 20 cm para o substrato (CORSINI,
2011);
 Suportar uma carga de 60kg/m² a 150Kg/m²

Nota-se, portanto, haver variações estruturais de acordo com o tipo de


telhado escolhido. Além disso, devem-se observar as exigências dos demais
elementos envolvidos no projeto (clima, vegetação, área de implantação e recursos
econômicos disponíveis).
Apesar de possuírem características específicas, a técnica empregada na
execução do telhado verde engloba os seguintes componentes:
 Camada impermeabilizante: normalmente feita com mantas sintéticas, ela
protege a laje contra infiltrações;
 Camada drenante: serve para drenar a água e também como filtro. Pode ser feita
de brita, seixos, argila expandida ou com mantas drenantes de poliestireno;
 Camada filtrante: serve para reter partículas e pode ser feita com um geotêxtil;
 Membrana de proteção contra raízes: serve para controlar o crescimento de
raízes da vegetação;
 Solo e vegetação.
Fonte: CORSINI (2011)

Para SAVI (2012), os tipos de telhados se resumem aos extensivos e


intensivos. Para a autora, o primeiro tipo (Figura 6) possui vantagens em relação ao
segundo principalmente no que se refere ao consumo de água e materiais não
renováveis. Além disso, segundo ela, o último tipo de telhado requer uma mão de
obra qualificada o que pode aumentar os custos do projeto.

Figura 6: Representação gráfica das camadas Telhado Verde do tipo


Intensivo. Fonte: Greenroofservice (2012) apud. Savi (2012). 11
Além dos componentes já citados, existem no mercado das grandes cidades,
empresas especializadas que fornecem módulos (figura 7) com vegetação e
reservatório para armazenar água da chuva que podem ser aproveitadas, dentre
outras coisas, para a irrigação do próprio sistema. No entanto, esses sistemas só
estão disponíveis em grandes centros inviabilizando a sua utilização nas demais
regiões do país, além de elevar o custo do projeto.

Figura 7-Sistema construtivo de cobertura de telhados com o uso de membranas alveolares e


vegetação. Fonte: SILVA(2010).

O peso elevado sobre a estrutura e a dificuldade de manutenção são fatores


que reduzem o número de edificações a adotar o sistema intensivo. No entanto,
algumas empresas vêm desenvolvendo tecnologias para minimizar tais problemas.
O desenvolvimento de substratos mais leves e com maior capacidade de retenção
de água é uma das soluções encontradas pela empresa Skygardem para reduzir o
peso e periodicidade de manutenção. Alguns projetos vêm sendo desenvolvidos
com sucesso em algumas cidades brasileiras com essa nova tecnologia.
Na figura 5 pode-se observar um projeto inovador realizado com o substrato
desenvolvido pela Skygardem. O projeto da cobertura do Prédio da Gazeta em São
Paulo utilizou o plantio de espécies nativas do bioma Mata Atlântica com 1m de
altura. Um ano depois, as 100 mudas chegam a 3,5m de altura (CARDIM, 2015).
Além dos benefícios estruturais, o aumento das áreas verdes com espécies oriundas
das florestas brasileiras é sem dúvida um acréscimo conceitual relevante na
percepção de construção sustentável.

12
O telhado verde do tipo extensivo (figura 9) refere-se basicamente ao sistema
onde são utilizadas: gramíneas, suculentas e espécies de pequeno porte. São
considerados de baixo custo comparado ao tipo intensivo. Outro ponto positivo é a

Figura 8 – Tipo Intensivo: Primeiro Telhado Verde com Floresta de Mata Atlântica
do Mundo. Prédio da Gazeta em São Paulo-SP.
Fonte: arvoresdesaopaulo.wordpress por: Cardim (2015).

equivalência de sobrecargas utilizando-se telhados verdes ou telhas de concreto


(SAVI, 2012).

Figura 6 – Ponto de ônibus em Salvador-BA com Telhado Verde do


tipo extensivo. Fonte: Correio24h

Todos os tipos de telhado verde representam uma solução viável para obtenção
de melhorias na qualidade de vida e redução dos impactos ambientais advindos da
13
construção civil. Na tabela 3, observam-se as peculiaridades de cada técnica
construtiva aqui já citadas.

Tabela 3 – Tipos de Telhados Verdes

Fonte: http://bioclimatismo.com.br/telhado-verde/

3.1.2. Custos X Benefícios do Telhado Verde

Conforme registra o caderno setorial da indústria da construção os edifícios são


responsáveis por 30% das emissões de gases do efeito estufa. Além disso, a cadeia
produtiva (Extração, suprimentos, comércio e serviços, e construção) consome cerca
de 50% de todo o aço produzido e mais 3 bilhões de toneladas de matérias-primas
anualmente . Somam-se a esses dados o grande volume de resíduos gerados, o alto
consumo de energia e o uso excessivo da água.
A indústria da construção está intimamente relacionada ao crescimento
populacional, especialmente nos centros urbanos. O aumento da população nas
cidades faz aumentar a demanda por moradias e obras de infraestrutura. Nesse
sentido, a construção civil não só tem a responsabilidade de atender às demandas
sociais, como também desenvolver novas tecnologias para mitigar os impactos
causados por suas ações.
O presente cenário exige a utilização de técnicas coerentes com os novos
desafios impostos. Propor soluções que busquem a eficiência energética e hídrica

14
em processos e produtos (CBIC, 2017) é fundamental para alcançar o
desenvolvimento sustentável.
De modo a reduzir os impactos ambientais na indústria da construção, o método
construtivo telhado verde traz uma série de benefícios, os principais são:

i. Isolamento Térmico: De acordo Baldessar (2012) apud. SAVI (2012) o telhado


verde funciona como isolante térmico devido à sua constituição em camadas.
Ressalta que o tempo médio para a troca de calor chega a ser de 4h. Além disso,
as variações térmicas, segundo a autora, são de menores amplitudes nas
coberturas com vegetação comparada às coberturas com laje, enquanto a
temperatura na primeira varia cerca de 10ºC, na segunda a variação térmica
chega à 80ºC. A vegetação contribui para a eficiência energética devido à
capacidade de refletir parte da radiação solar reduzindo a transferência de calor
ao edifício.

ii. Drenagem e aproveitamento das águas pluviais: Uma das grandes


consequências do crescimento populacional e ocupação desordenada do espaço
é a impermeabilização do solo. Soma-se ainda falta de infraestrutura, juntas
provocam sucessivas perdas materiais e humanas a cada ano. Baldessar (2012)
realizou um experimento que comprovou que os telhados verdes são ferramentas
importantes para captar, redirecionar (evotranspiração) e armazenar volumes de
água. No experimento, a autora comparou cobertura com laje impermeabilizada,
telha cerâmica e telhado verde do tipo extensivo (05 cm de substrato) aplicando
um software para simular a eficiência dos telhados verdes. O resultado obtido foi
contundente no que tange a aplicabilidade da vegetação nas coberturas para
intuito de redução o escoamento das águas pluviais. Segundo a pesquisa da
autora, conforme tabela 4, a redução da água escoada pode chegar a 70%.

15
Tabela 4 – Comparação do Total da água escoada entre as coberturas existentes

Fonte: Baldassar (2012).

iii. Qualidade do ar: A vegetação presente nos telhados verdes tem a capacidade
de filtrar partículas presentes no ar (BALDESSAR, 2012). Além disso, através da
fotossíntese há a captura de gás carbono da atmosfera e a liberação do oxigênio.

iv. Biodiversidade: A perda da vegetação natural das áreas urbanas impacta


diretamente na fauna local. Com a perda de habitat as espécies migram para
áreas distantes dos grandes centros urbanos. As perturbações nos ecossistemas
naturais geram desequilíbrio ambiental e contribuem para a extinção de espécies
mais vulneráveis. Através do telhado verde é possível aumentar a presença de
animais, insetos dentre outros, nas cidades.

v. Estética: A estética é um elemento fundamental para as construções civis. No


entanto, esse conceito varia de acordo com as alterações sociais, culturais e
políticas. O modismo imposto pelas grandes empresas de marketing influencia
nas escolhas do consumidor. Os modelos construtivos são, muitas vezes,
difundidos com interesses estritamente comerciais. Essa conduta resulta na
uniformização das edificações e deterioração da beleza natural da paisagem.
Nesse sentido, o telhado verde não só integra o indivíduo à natureza, como
também contribui para desmistificar a ideia de que urbanização não combina com
o “verde”. A exemplo disso, diversos edifícios em grandes metrópoles vêm
agregando à paisagem tipicamente urbana, vegetação em suas coberturas.

16
vi. Vida útil: A vida útil do telhado verde determina a sustentabilidade do projeto a
longo prazo. Para MORAES (2013), a vida útil dos materiais empregados nas
edificações está intimamente relacionada ao gradiente térmico do meio em que
estão submetidos. Desse modo, a cobertura verde tem vantagens nesse quesito
por contribuir para uma menor variação de temperatura interna (POUEL et al,
1998 apud MORAES ,2013)

vii. Custos: Quanto à elevação dos custos de produção de telhados verdes é um


tema que gera muita discussão entre os profissionais da área. Para Savi (2012),
a análise dos custos deve considerar não só as etapas construtivas, mas
também a manutenção e vida útil do empreendimento. A elevação dos custos
deve-se, principalmente, à sobrecarga. Contudo, a utilização de vegetação em
edificações projetadas para esta finalidade, permite ao profissional escolher
materiais mais leves reduzindo assim o custo final da construção. A escolha
correta da vegetação também implicará nos custos finais do projeto
principalmente aqueles relacionados à contenção de raízes e reforço estrutural,
quanto maior o porte da vegetação, maior a sobrecarga na estrutura. Quando se
tratar de reformas as adequações estruturais da edificação, na maioria das
vezes, representam um custo alto para o consumidor. Os custos variam,
portanto, de acordo com o tipo do telhado (Intensivo, semi-intensivo, extensivo),
objetivo do projeto (reforma, construção) e localização da implantação. Quanto
aos custos de construção considerando os aspectos prazo de execução,
materiais utilizados e mão de obra necessária. Nesse sentido, Moraes (2013)
comparou coberturas tradicionais – Telhado de fibrocimento e Telhado cerâmico
(tipo francesa) – com telhados verdes e concluiu que esse último apresenta o
maior custo conforme tabela 5 que segue abaixo.

Tabela 5 - Comparação de custos e prazo entre coberturas

Fonte: MORAES, 2013.

17
3.2. VEGETAÇÃO

Para Willes (2014) a escolha de espécies para cultivo em cobertura requer


pesquisas mais aprofundadas no sentido de assegurar um meio de cultura que
retenha água e ao mesmo tempo proporcione uma boa drenagem para que as
raízes não apodreçam, permitindo uma maior gama de espécies de plantas na
cobertura.

A partir da coleta e análise de dados foram definidas as espécies Amendoim


forrageiro (Arachis pintoi) e Lambari roxo (Trandescantia zebrina purpusii)
considerando as suas características ecológicas e fatores edafoclimáticos locais
(clima, intensidade luminosa, solo, índices pluviométricos, etc.).

Figura 10: Espécies escolhidas para a cobertura verde - Ponto de ônibus. (De cima para baixo)
Lambari roxo (primeira imagem) e Amendoim forrageiro (segunda imagem).

3.2.1. Amendoim Forrageiro (Arachis pintoi)

O amendoim forrageiro (Arachis pintoi) é uma leguminosa herbácea perene, que


apresenta crescimento rasteiro, com altura variando entre 20 a 40 cm. Possui raiz
pivotante que cresce em média até cerca de 30 cm de profundidade. Apresentam
folhas alternas, o caule é ramificado, cilíndrico que podem chegar a 1,5 cm de
comprimento. A floração é indeterminada e contínua e seu fruto se desenvolve

18
dentro do solo. (PEREIRA et al, 1999). Quanto à adaptabilidade edafoclimática,os
autores afirmam que o amendoim forrageiro se adapta bem a altitudes desde o nível
do mar até cerca de 1.800 m, desenvolve-se bem quando a precipitação é superior a
1.200 m/aa. Não é muito tolerante a períodos secos prolongados. Esta leguminosa é
bem adaptada a solos ácidos, de baixa a média fertilidade.
A espécie Arachis pintoi produz pouquíssima quantidade de sementes sendo,
portanto, para a sua propagação recomendado o uso de mudas ou estolões bem
desenvolvidos. O plantio pode ser feito em sulcos espaçados de 0,5m ou em covas
com espaçamento de 1,0 x 0,5m. Para maior rapidez no estabelecimento
recomenda-se o plantio em faixas alternadas gramínea x leguminosa, com 2,0 a 3,0
m de largura (PEREIRA et al, 1999).
Possui características de agressividade em cobrir o solo e tolerância ao
sombreamento, além disso, esta leguminosa pode ser utilizada em consórcios com
espécies de gramíneas igualmente agressivas como as do gênero Brachiaria.
Para o plantio recomenda-se fazê-lo o mais rápido possível e com o solo em boas
condições de umidade num espaçamentos de 1 estolão a cada 20 cm, em sulcos
espaçados de 50 cm ou em covas (3 estolões por cova) espaçamento de 0,80 x
0,50m ambos com aproximadamente 15 cm de profundidade (PEREIRA et al, 1999)

3.2.2. Lambari roxo (Trandescantia zebrina purpusii)

O lambari roxo (Trandescantia zebrina purpusii) é uma espécie pertencente à


família Commelinaceae do tipo herbácea nativa do México, perene, reptante,
suculenta, muito ramificada, de 15-25 cm de altura e folhagem ornamental.
Caracteriza-se por possuir coloração roxa escura quando ao pleno sol. Suas folhas
são carnosas e coloridas, variando do tom verde ao tom roxo escuro. Segundo
Lorenzi (2013), essa espécie não exige podas nem contenções. De fácil
enraizamento, pode rebrotar sem a necessidade da troca das mudas quando
atingida pela geada. Sua multiplicação é feita através de estacas e pela ramagem
rasteira enraizada (SAVI, 2015).
O cultivo pode ser realizado em meia sombra ou a pleno sol. Multiplica-se
facilmente por estacas e pela ramagem rasteira já enraizada (SAVI, 2015).

19
4. MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi desenvolvido às margens da BR 101, Km 882, em frente ao


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Campus Teixeira de
Freitas. Inicialmente o projeto contemplou uma revisão bibliográfica para
embasamento teórico, de modo a compreender os benefícios e metodologias
utilizadas na implantação do telhado verde. Paralelamente à revisão bibliográfica, foi
realizado, em parceria com a Coordenação de Engenharia Civil da Faculdade
Pitágoras, um estudo técnico para avaliar a estrutura preexistente, estabelecendo os
recursos necessários para a viabilização do ponto de ônibus com telhado verde.
Após análise dos dados obtidos pelo estudo, foram realizados, pelo parceiro,
projetos arquitetônico e estrutural. A escolha das espécies vegetais se baseou na
revisão bibliográfica e levou em consideração a opinião de servidores do campus do
IF Baiano com experiência em jardinagem e paisagismo. Por último, para avaliar a
satisfação dos usuários quanto à projeção do ponto de ônibus (Figuras 8, 9), foi
aplicado um questionário digital produzido pela ferramenta Formulários Google e
divulgado via Whatsapp aos servidores e alunos do instituto. Os dados obtidos na
pesquisa foram analisados e tabulados pela mesma ferramenta – Formulários
Google.
4.1. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

Atividades realizadas no período de outubro de 2017 e agosto de 2018:

 Revisão bibliográfica – Vantagens e desvantagens do Telhado Verde, Tipos


de Telhados Verdes, Estudo de casos de sucesso, Definição de espécies;
 Coleta de dados da estrutura existente;
 Busca de parceria com empresas, na cidade de Teixeira de Freitas – Bahia;
 Recebimento e Aprovação do Projeto Estrutural e Arquitetônico desenvolvido
por intermédio da parceria com a Faculdade Pitágoras (Teixeira de Freitas-
BA);
 Desenvolvimento e aplicação de questionário aos discentes e servidores do
IF Baiano por meio da ferramenta Formulários Google e do aplicativo –
WhatsApp;
 Análise dos dados obtidos.

20
4.2. TECNOLOGIA UTILIZADA

 AutoCad - utilizado para elaboração de projeto arquitetônico e estrutural;


 Google Formulários - utilizado para elaboração e aplicação de formulários,
tabulação de dados e elaboração de gráficos;
 Software – WhatsApp - utilizado para divulgação do link referente ao
formulário.

4.3. EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS UTILIZADOS

Para realização das atividades foram utilizados os seguintes equipamentos:


 Trenas;
 Computadores;
 Celulares;
 Veículos de transporte;
 Impressoras.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos a partir da realização das atividades – revisão


bibliográfica, levantamento de dados in loco, captação de recursos e design gráfico,
são: A criação de um formulário simplificado para pesquisas de opinião, conforme
figura 1; Definição e projeção da Fachada do ponto de ônibus (Figura 10); Projetos
Arquitetônico e Estrutural (Figuras 11, 12). Além disso, a partir da coleta e análise de
dados foram definidas as espécies Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) e Lambari
roxo (Trandescantia zebrina purpusii) os mais adequados ao projeto. Foram
consideradas as suas características ecológicas das espécies e fatores
edafoclimáticos locais (clima, intensidade luminosa, solo, índices pluviométricos,
etc.). Obteve-se também, baseando-se nas medições realizadas em campo, o
dimensionamento da obra civil para construção da estrutura do Telhado Verde –
orçamento e cronograma, conforme figuras 13,14 e 15. Tendo em vista serem esses
dois últimos itens determinantes na viabilização do projeto, é importante destacar
que os valores e prazos definidos consideraram as etapas comuns a empresas do
setor da construção civil. Isso, no entanto, não significa que para este projeto todas

21
as ações descritas sejam realizadas. O que dependerá da disponibilidade de
recursos.

Figura 7 - Projeção Fachada do Ponto de ônibus com Telhado Verde

Figura 8 - Projeção Fachada do ponto de ônibus com Telhado Verde 2

22
Figura 9 - Projeto Arquitetônico

Outro resultado a ser apontado, refere-se ao memorial descrito do projeto


arquitetônico. Considerado parte fundamental na construção, descreve as
especificações dos principais insumos empregados na obra (CBIC, 2016).

MEMORIAL DESCRITIVO

TIPO: MOBILIÁRIO URBANO


DESCRIÇÃO: PONTO DE ÔNIBUS DO IFBAIANO
ENDEREÇO: BR-101, Km 882, s/n - Zona Rural, Teixeira de Freitas - BA
DATA: DEZEMBRO / 2017

PROJETADO POR: ALOINIO FERREIRA, THARLES AGUILAR

OBJETIVO DO MEMORIAL:

O presente memorial tem por objetivo indicar a forma e os materiais a


serem utilizados na execução do ponto de ônibus do Instituto Federal Baiano
(IFbaiano).

23
VISTA PARALELA:

LEGENDA:

C1 - Cobertura vegetal extensiva (espécies rasteiras como grama esmeralda ou


suculentas);
C2 - Substrato (solo adubado). Espessura média: 7cm;
C3 - Manta geotêxtil (função de drenagem). Espessura média: 10cm;
C4 - Argila expandida. Espessura média: 7cm (mais leve que os seixos ou britas);
C5 - Manta impermeabilizante;
A1 - Pilar A (concreto);
A2 - Fechamento lateral (metal);
A3 - Ripas de madeira ou aço (considerar a instalação de trepadeiras);
A4 - Assento (ripas de madeira envernizadas);
A5 - Suporte dos assentos (perfis de ferro);
A6 - Base de suporte (compensado ou chapa metálica);
A7 - Ralo (chapa metálica perfurada);
A8 - Calha (zinco);
A9 - Pilar B (concreto);
A10 - Tubulação para escorrer a água da calha (zinco).

24
Figura 10 - Projeto Estrutural

25
Figura 11 - Primeira parte da planilha de orçamento das obras civis – Ponto de ônibus

26
Figura 12 - Segunda parte da planilha de orçamento das obras civis – Ponto de ônibus

27
Quanto aos dados obtidos através dos gráficos da pesquisa de opinião, foi
possível analisar que, das 106 pessoas que responderam os formulários, 76 utilizam
o ponto de ônibus (Gráfico 2), 54 avaliam a estrutura como ruim e 30 como péssima
(Gráfico 3).

Gráfico 2 – Avaliação quantitativa de usuários

Gráfico 3 - Opinião dos usuários sobre as instalações do ponto de ônibus

Por meio dos dados sobre o grau de importância de um projeto paisagístico


na área de acesso do IF Baiano (Gráfico 04) observou-se que, 78 pessoas avaliaram
como muito importante, 26 importante e 1 pouco importante, sendo visível a
necessidade de revitalização da estrutura existente. O dado mais relevante é
destacado no item avaliação de apoio ao projeto (Gráfico 5), onde 102 pesquisados
apoiam os benefícios do telhado verde nas construções urbanas e apenas 03 não
apoiam o projeto tendo como principal argumento, a priorização de investimento em
outras áreas na instituição, deixando claro, a falta de conhecimento da origem dos
recursos financeiros do projeto – verbas próprias (R$1.200,00) e parcerias.
28
Gráfico 4 - Opinião dos pesquisados sobre grau de importância do
paisagismo no local.

Gráfico 5 – Avaliação de apoio ao projeto

Por meio da análise de avaliação de desconforto (Gráfico 6), 85 pessoas


relataram que já passaram por algum desconforto ao utilizar o ponto de ônibus tendo
como principais argumentos, períodos chuvosos e dias de calor excessivo. Deve-se
a isso, o fato do mesmo não apresentar uma estrutura adequada, o que pode ser
comprovado pela análise do item referente aos problemas existentes nas instalações
do ponto de ônibus (Gráfico 7) onde, 83 dos pesquisados avaliaram que o tamanho
da estrutura é inadequado para o número de usuários, 60 o desconforto térmico, 40
a estética atual e 32 a segurança.

29
Gráfico 6 - Avaliação de desconforto

Gráfico 7 – Avaliação das instalações existentes

Gráfico 8 – Avaliação de conhecimento do tema – Telhado Verde

30
6. CONCLUSÕES

Apesar de apresentar diversas vantagens nas esferas ambientais e sociais,


pouco se sabe sobre o aspecto econômico quanto à construção, uso e manutenção
de coberturas verdes (telhado verde). As dúvidas quanto à vida útil de edificações
com essa tecnologia contribuem para a pouca adesão por boa parte da população
brasileira.
Além disso, atualmente existem no mercado, diversas alternativas que
competem com as coberturas verdes na busca de eficiência energética e conforto
térmico. Mesmo essas serem consideradas as maiores vantagens do telhado verde
e as mais difundidas por ambientalistas e profissionais da construção sustentável,
ainda assim, devido às poucas pesquisas voltadas a sanar dúvidas e pouco
investimento em desenvolvimento de novos produtos, o telhado verde fica em
segundo plano quando comparado às novas tecnologias lançadas no mercado nos
últimos anos, como as superfícies reflexivas por exemplo.
Portanto, é fundamental a busca por inovações que possam agregar novos
elementos que sustentem a viabilidade de construções com telhado verde.
Soma-se aos problemas citados a falta de uma cadeia de fornecedores capazes
de abrir novos mercados, especialmente no interior do país, de modo a facilitar a
comprar de insumos por consumidores finais, como, por exemplo, a
comercialização dos módulos autoirrigáveis para o plantio de vegetação nas
coberturas, que hoje estão disponíveis somente em grandes centros urbanos.
Outra conclusão importante deste trabalho refere-se à qualidade da mão de
obra para execução das obras necessárias à implantação de vegetação em
telhados. Problemas de infiltração não só comprometem a estrutura da edificação,
como também à saúde dos usuários. Sendo desse modo imprescindível que as
obras de construção ou adequações das edificações existentes, sejam feitas por
profissionais qualificados.
Por fim, é importante destacar que os benefícios atribuídos aos telhados verdes
são variáveis. Eles dependem de uma série de fatores para que possam ser
observados. Contudo, são inquestionáveis os benefícios para a fauna e a flora,
para a integração do homem à natureza, para o aumento das áreas úteis nas
cidades e para a quebra de paradigma de que construção civil não combina com
natureza.

31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGENDA 21: ações prioritárias/ Comissão de políticas de Desenvolvimento


Sustentável e da Agenda 21 Nacional. 2 ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente,
2004.

ARAÚJO, S. R. de. As funções dos telhados verdes no meio urbano, na gestão


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documentação: referência – elaboração. Rio de Janeiro, 2000.

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Brasileira. Ministério do Meio Ambiente. Brasília, 2000.

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