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3. A religião politeísta: tanto no Egito quanto na Mesopotâmia, a religião era politeísta, com a
adoração de múltiplos deuses. Os faraós egípcios eram considerados divindades, enquanto na
Mesopotâmia havia uma hierarquia de divindades liderada pelo deus supremo.
2. A Mesopotâmia
A pintura retrata a convivência dos habitantes da Mesopotâmia com as construções monumentais que
marcavam a paisagem urbana, evidenciando a riqueza e complexidade da sociedade mesopotâmica.
A Mesopotâmia, localizada entre os rios Tigre e Eufrates, foi o berço de uma das civilizações
mais antigas da história. Ao longo de sua história, a região foi ocupada por diversos povos
mesopotâmicos, incluindo sumérios, babilônios, hititas, assírios e caldeus, que se misturaram e travaram
guerras entre si. A região é conhecida por sua rica história e legado cultural que influenciou a arte, a
arquitetura, a religião e a ciência. Atualmente é habitada principalmente pelo povo árabe, com uma
minoria de curdos e turcomanos.
Região do Crescente
Fértil, onde os povos
mesopotâmicos habitaram e
expandiram se domínio.
O Crescente Fértil, região entre os rios Tigre e Eufrates, é fundamental para entender a
história da Mesopotâmia, pois seu solo fértil permitiu a agricultura e a sedentarização humana. Essa
região abriga diversos povos e reinos antigos, como os sumérios, acadianos, assírios e babilônicos, que
deixaram importantes legados na geometria e na astronomia.
Povos da mesopotâmia
Os Sumérios eram politeístas e valorizavam muito o culto aos deuses. Eles deixavam estatuetas
de pedra diante dos altares para representar suas orações. Os templos tinham oficinas para artesãos,
que ajudaram a prosperidade da Suméria. Além disso, os sumérios foram os primeiros a construir
veículos com rodas.
As cidades sumérias eram autônomas, cada uma com seu próprio governo independente. Em
2330 a.C., o rei Sargão I, da cidade de Acad, unificou as cidades e formou o primeiro império da região.
Entretanto, o império acadiano não durou muito tempo e foi destruído por povos inimigos cerca de
cem anos depois.
Eles tinham um calendário preciso para monitorar as cheias do rio Eufrates e facilitar a
agricultura. além de serem excelentes observadores dos astros e terem criado o relógio de sol.
Nabucodonosor, outro imperador babilônico, ficou conhecido por sua administração e construiu os
Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel. Sob seu comando, os babilônios conquistaram o
povo hebreu e a cidade de Jerusalém. Após a morte de Hamurabi, o império babilônico foi invadido por
povos vindos do norte e do leste.
Os Hititas foram um povo indo-europeu que fundou um poderoso império na Anatólia Central
no 2º milênio a.C., expandindo-se até a Síria e conquistando a Babilônia. Sua língua indo-europeia é a
origem da maioria dos idiomas falados na Europa. Eles utilizavam ferro e cavalos em seus carros de
guerra, o que foi uma novidade na região, e tinham um exército comandado por um rei, que também
era juiz supremo e sacerdote. As rainhas, na sociedade, detinham relativo poder. A escrita hitita era
baseada em representações pictográficas e cuneiforme.
Os assírios viveram na região norte da Babilônia e se destacaram pela organização militar. Eles
viam a guerra como uma forma de desenvolver sua sociedade e conquistar poder, mas eram
extremamente cruéis com os inimigos vencidos, o que gerava revoltas populares. Conquistaram a
Babilônia e expandiram seu império até o Egito. Assurbanipal foi um importante rei do período de
maior glória do Império Assírio.
Assurbanipal foi um importante rei assírio que reinou entre 668 e 627 a.C. durante o qual a
Assíria se tornou a primeira potência mundial. O império assírio incluía territórios como a Babilônia, a
Pérsia, a Síria e o Egito. Porém, durante seu reinado, a Babilônia se libertou e capturou a cidade de
Ninive. Com a morte de Assurbanipal, a decadência do império se acentuou e foi derrubado pelos
babilônios e persas uma década mais tarde. Apesar de ser conhecido por seu poder militar, a cultura
assíria também se destacou pela ciência e matemática, como a divisão do círculo em 360 graus e a
criação de sistemas de navegação geográfica. A ciência médica assíria também influenciou outras
regiões, incluindo a Grécia.
Os caldeus foram um
antigo povo que habitou a região
da Mesopotâmia, localizada entre
os rios Tigre e Eufrates, no que
hoje é o território do Iraque. Eles
surgiram como um grupo
nômade, mas mais tarde
estabeleceram um império que
abrangeu grande parte da
Mesopotâmia e áreas vizinhas. Os
caldeus são conhecidos por sua
arquitetura, matemática,
astronomia e literatura, sendo
responsáveis por importantes
avanços nessas áreas.
A Caldeia é uma região ao sul da Mesopotâmia, formada por depósitos dos rios Eufrates e
Tigre, com cerca de 250km ao longo dos rios e 60km em largura. Os Caldeus foram uma tribo que
se tornou parte do Império da Babilônia e seu mais importante soberano foi Nabucodonosor, que
conquistou Jerusalém em 587 a.C. e construiu grandes edifícios com tijolos coloridos. Em 539 a.C., o rei
dos persas, Ciro, conquistou Babilônia e a transformou em uma província do império persa.
Uma das obras mais importantes construídas pelos Caldeus foi o Jardim Suspenso da Babilônia,
uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Acredita-se que tenha sido construído por ordem de
Nabucodonosor II, por volta de 600 a.C., para sua esposa, que sentia saudades das montanhas de sua
terra natal. Tal Jardim simbolizava o poder e a riqueza do Império Babilônico e sua construção é um
exemplo da habilidade e técnica avançada dos caldeus na arquitetura e engenharia.
A Mesopotâmia foi habitada por diversos povos, cada um com suas peculiaridades, como a
habilidade guerreira dos assírios e o foco em agricultura dos sumérios. Apesar disso, é possível
encontrar semelhanças em termos de organização social, religião e economia entre esses povos.
As pessoas mais humildes e os escravos tinham um estilo de vida semelhante, com uma
alimentação simples de pão, tâmaras, cerveja leve e, às vezes, legumes, lentilha, feijão e peixe, carne
era raro. As habitações também eram simples, feitas de tijolos crus e palmeiras, com telhados planos
que às vezes vazavam. As casas não tinham janelas e eram iluminadas com lampiões de óleo de
gergelim, enquanto os ricos tinham casas mais confortáveis e melhor alimentação. Porém, todos eram
igualmente vulneráveis às epidemias.
Religião
Os povos mesopotâmicos adoravam diversas divindades e acreditavam que elas poderiam fazer
tanto o bem quanto o mal, tais deuses possuiam defeitos e características por vezes humanas. Eles
acreditavam em gênios, demônios, heróis, adivinhações e magia. Cada divindade era uma força da
natureza e do dono da sua cidade, com Maduk sendo, por determinado período, o deus da Babilônia.
Eles também acreditavam em gênios bons que ajudavam os deuses a defender-se contra os demônios
e procuravam conhecer a vontade dos deuses através de sonhos, eclipses e movimentos dos astros,
dando origem à astrologia.
Política e economia
Stela de Ur-Nammu, um
símbolo da centralização do poder
na Mesopotâmia. A obra mostra o
rei Ur-Nammu recebendo a lei das
mãos do deus Shamash,
evidenciando o forte controle da
religião sobre a política e o poder
divinizado do rei na região.
As terras, que teoricamente pertenciam aos deuses, eram entregues aos camponeses pela
corporação de sacerdotes que as administrava. Cada família recebia um lote de terra e devia entregar
ao templo uma parte da colheita como pagamento pelo uso útil da terra. As propriedades particulares
eram cultivadas por assalariados ou arrendatários. Embora a escravidão existisse entre os sumérios, o
número de escravos era relativamente pequeno.
Agricultura e comércio
A agricultura de irrigação
era a base da economia na
Mesopotâmia. Essa técnica
permitia o cultivo de trigo, cevada,
linho, gergelim, frutas, raízes e
legumes em grande escala..
Os comerciantes eram empregados pelos templos e palácios, mas também podiam fazer
negócios por conta própria, graças à localização geográfica e à falta de matérias-primas. As caravanas
comerciais viajavam para vender produtos e buscar matérias-primas, como madeira, cobre e estanho.
O comércio era baseado em troca de mercadorias, como cevada e metais, mas o uso de recibos,
escrituras e cartas de crédito era comum. O comércio teve um papel importante na sociedade
mesopotâmica e contribuiu para a desagregação da forma de produção dominante.
As ciências
Sacerdotes babilônicos
observando o céu, a astronomia e
a astrologia na antiga
Mesopotâmia eram muito
valorizadas.
Letras e escrita
A escrita cuneiforme, usada pelos sumérios, era ideográfica, ou seja, os objetos representados
expressavam ideias. Mais tarde, eles começaram a usar uma escrita convencional, que representava os
sons da fala humana, chamada escrita fonética. Essa escrita era utilizada em registros de contabilidade,
rituais mágicos e textos religiosos. A literatura mesopotâmica não era muito rica, mas destaca-se o
Mito da Criação e a Epopeia de Gilgamesh, uma aventura de amor e coragem de um herói semi-deus
em busca do segredo da imortalidade
Artes
Representação artística
dos Jardins Suspensos da
Babilônia, uma das Sete Maravilhas
do Mundo Antigo..
A arte mesopotâmica não era tão impressionante quanto a egípcia, mas a arquitetura se
destacou pela construção de templos e palácios luxuosos, considerados cópias das estruturas celestiais.
A região não tinha muita disponibilidade de pedras, então as construções eram feitas principalmente de
tijolos e ladrilhos de argila. O zigurate, uma torre de múltiplos andares, foi a estrutura mais característica
das cidades-estados sumerianas e um exemplo notável da arquitetura mesopotâmica.
O Direito
O Código de Hamurabi é o mais antigo texto de leis já descoberto, sendo ele uma coletânea de
leis que mescla tradições sumérias e semitas. Contém 282 leis que abrangem quase todos os aspectos
da vida babilônica, incluindo comércio, herança, direitos da mulher, adultério, escravidão e punições. Suas
principais características são a lei de Talião, desigualdade perante a lei, divisão da sociedade em classes
e igualdade de filiação na distribuição da herança. O código reflete a preocupação em disciplinar a vida
econômica e garantir o regime de propriedade privada da terra, invocando os deuses da justiça na
aplicação das leis.
Legado
3. O Antigo Egito
O Antigo Egito é uma das mais antigas civilizações do mundo, com registros que datam de
aproximadamente 6 mil anos. Sua localização desértica às margens do Rio Nilo permitiu o
desenvolvimento de uma cultura complexa, que se destacou na arte, ciência, comércio e religião.
Apesar de situado numa região desértica, o Vale do Nilo era muito fértil e teve um papel decisivo na
economia do Antigo Egito. Neste contexto, a diferença entre os que tinham e os que não tinham
posses era acentuada, caracterizando a sociedade egípcia como uma sociedade estratificada. O Egito
também se encontrava localizado no crescente fértil, portanto, as civilizações egípcias e
mesopotâmicas tiveram muitos contatos.
Mapa retratando a
extensão do antigo império
egípcio. Repare na proximidade
com a Arábia e a Mesopotâmia.
A história do Egito pode ser dividida em três fases distintas: o Antigo Império, o Médio Império e
o Novo Império. Durante esses períodos, o Egito se destacou em diversos aspectos, como arte,
ciência, comércio e religião. No entanto, a partir do século VII a.C., o Egito começou a ser invadido por
diversos povos e perdeu seu antigo esplendor. Abaixo, uma breve explicação sobre cada um desses
períodos.
Vê se a estátua do faraó
Quéops, cuja pirâmide mortuária foi construida durante
o Antigo Império.
Durante o Antigo Império, o Egito viveu um período de grande desenvolvimento. Foram
construídas obras de drenagem e irrigação, que ajudaram a expandir a agricultura. Além disso, durante
esse período foram construídas as grandes pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, que
serviam como seus túmulos. As pirâmides eram construídas com muitos objetos preciosos, como
móveis e joias, que eram levados para o seu interior.
Com o tempo, o faraó conquistou cada vez mais poderes. No entanto, isso acabou gerando
conflitos com os grandes proprietários de terra e os chefes dos diversos nomos, que procuraram
diminuir o seu poder. Essas disputas acabaram por enfraquecer o poder político do Estado.
Durante o Médio Império do Egito, que durou de cerca de 2050 a.C. até 1750 a.C., os faraós
recuperaram o poder político do império, com a capital sendo transferida para a cidade de Tebas.
Nesse período, houve conquistas territoriais e um aumento da prosperidade econômica. No entanto,
algumas agitações internas enfraqueceram o império novamente, o que permitiu que os hicsos, um
povo nômade de origem asiática, invadissem o Egito em torno de 1750 a.C. Os hicsos governaram o
Egito por cerca de 170 anos.
O período final do Antigo Egito, conhecido como Novo Império, começou com a expulsão dos
hicsos e foi marcado por uma série de conquistas territoriais que trouxeram grande prosperidade
econômica. Entretanto, no final desse período, houve agitações internas e uma nova onda de invasões,
o que resultou no enfraquecimento do Estado. Assim, o Egito foi conquistado sucessivamente por
várias potências estrangeiras, como os assírios em 670 a.C., os persas em 525 a.C., os gregos em 332
a.C. e, finalmente, pelos romanos em 30 a.C. Esse período de conquistas e invasões marcou
significativamente a história do Egito e deixou um legado cultural e arqueológico valioso.
Política e sociedade
Os egípcios eram organizados em comunidades chamadas nomos, que eram controlados por
chefes chamados nomarcas. Essas comunidades se agrupavam em dois reinos rivais: o reino do Alto
Egito e o reino do Baixo Egito. Em cerca de 3.200 a.C., o reino do Norte dominou o reino do Sul,
unificando o Egito e dando origem ao faraó, que tinha poder hereditário e era visto como um
representante dos deuses na Terra. Esse tipo de governo é chamado de monarquia teocrática.
No final do século XXI a.C., o faraó Mentuhotep II conseguiu restabelecer o Estado centralizado
egípcio, após um período de dissolução. Durante o Médio Império, houve uma retomada da servidão
coletiva, possibilitando a construção de canais de irrigação e a mudança da capital para Tebas. Esse
período chegou ao fim em 1580 com a dominação dos hicsos. A expulsão desses invasores deu início
ao Novo Império, que foi marcado pela expansão das fronteiras egípcias e dominação de outros povos
como hebreus, fenícios e assírios. Esse período foi interrompido por uma série de invasões que
culminaram com o controle do Egito pelos assírios, persas, macedônios e romanos ao longo da
Antiguidade. Além disso, o Egito foi controlado pelos árabes, turcos e britânicos por mais de 2500 anos.
Economia
A economia do Antigo Egito era baseada principalmente na agricultura. As cheias do Rio Nilo
fertilizavam o solo, permitindo o cultivo de grãos, frutas, legumes e plantas têxteis, como linho e papiro.
Os egípcios também criavam animais, como vacas, ovelhas, cabras e porcos, para consumo e
produção de laticínios, carne e couro.
Os barcos no Antigo Egito
ajudavam tanto na atividade de
Pesca como no transporte de
mercadorias.
O comércio era realizado principalmente por barcos que navegavam pelo Nilo e pelo Mar
Vermelho, possibilitando o intercâmbio de produtos com outras civilizações, como o trigo da Síria e o
cobre da região do Sinai. A produção artesanal de objetos em cerâmica, metal, vidro e pedra também
era importante para a economia egípcia.
A moeda não era utilizada no Antigo Egito, o comércio era feito através de escambo, ou seja,
troca direta de produtos. O governo centralizado controlava a distribuição de bens e serviços, além de
cobrar impostos em grãos e outros produtos agrícolas.
Religião
As deidades egípcias
eram variadas e apresentavam
variados traços de
antropozoomorfia.
Os templos eram os centros religiosos mais importantes do Egito Antigo, onde os sacerdotes
realizavam as cerimônias religiosas e cuidavam dos deuses. Acreditava-se que os deuses habitavam as
estátuas que eram mantidas nos templos, por isso, os templos eram considerados as casas dos deuses.
A religião também influenciou muitos aspectos da vida cotidiana, desde as práticas funerárias até
a arte e a arquitetura. Acreditava-se que a vida após a morte era uma continuação da vida terrena, e
por isso os egípcios construíam elaborados túmulos e realizavam rituais funerários para garantir a
continuidade da vida após a morte.
Em resumo, a religião era um elemento central da vida egípcia antiga, fornecendo uma base
para a organização social, política e cultural da sociedade. É a partir dela que podemos compreender
rituais como o da mumificação.
Rituais
O processo de mumificação era uma técnica usada pelos antigos egípcios para preservar o corpo dos mortos.
O processo incluía a remoção dos órgãos internos, a desidratação do corpo com sais e a aplicação de resinas e óleos
para preservação. A mumificação permitia que o corpo fosse colocado em um sarcófago e enterrado com seus
pertences, acreditando-se que a alma continuaria a viver na vida após a morte
A sociedade egípcia possuía diversos rituais que envolviam tanto a vida quanto a morte. O culto
à vida e a busca pela eternidade eram aspectos fundamentais da religião egípcia.
Na morte, os egípcios acreditavam que a vida continuava em outro plano. Para garantir uma
passagem segura para a vida após a morte, eram realizados rituais funerários e a mumificação dos
corpos. Os rituais incluíam a leitura de fórmulas mágicas e a deposição de oferendas de alimentos,
bebidas e objetos pessoais do falecido em seu túmulo.
A crença na vida após a morte era tão forte que os egípcios construíam tumbas suntuosas
para seus faraós e nobres, conhecidas como pirâmides. Nessas construções, eram depositados
tesouros, alimentos e objetos pessoais, a fim de garantir uma vida plena e próspera na vida após a
morte.
Conhecimentos e artes
Escrita e escribas
A escrita hieroglífica era utilizada para escrever em papiros, paredes de templos, tumbas e
monumentos. Além da escrita hieroglífica, os egípcios desenvolveram outras formas de escrita, como a
escrita hierática e a demótica. A escrita hierática era uma forma simplificada da escrita hieroglífica
utilizada pelos escribas para escrever em papiros. A escrita demótica, por sua vez, era uma forma
ainda mais simplificada da escrita hierática utilizada para escrever documentos do dia a dia.
A escrita egípcia foi uma ferramenta importante na preservação da história e cultura egípcia.
Graças à escrita, podemos hoje ler textos que nos fornecem informações valiosas sobre a vida
cotidiana, a religião, a política, a economia e a ciência dos antigos egípcios. A escrita também permitiu a
criação de importantes documentos legais, como contratos de compra e venda, testamentos e
tratados de paz.
Os escribas eram uma classe privilegiada no antigo Egito, responsáveis por dominar a escrita
hieroglífica e registrar informações importantes para o governo e para a religião. Eles eram altamente
valorizados pela sociedade, e o seu conhecimento era passado de geração em geração.
Além de escrever, os escribas também tinham a função de realizar cálculos matemáticos, como
medir terras para a cobrança de impostos e calcular o volume de grãos armazenados. Sua importância
na sociedade egípcia era tamanha que muitas vezes eles eram retratados nas paredes das tumbas,
lado a lado com os faraós.
Vida cotidiana
A vida cotidiana no Antigo Egito era bastante simples para a maioria da população, que vivia em
pequenas cabanas feitas de junco, madeira e barro. Essas casas eram construídas em locais elevados
para evitar as inundações e tempestades de areia. Os camponeses possuíam poucos móveis e
utensílios de cozinha e comiam com as mãos, já que não havia talheres. A alimentação era baseada
em pão, cebola, alho, favas, lentilhas, rabanetes, pepinos e, às vezes, peixe, regada por cerveja não
fermentada. As roupas eram simples, com os homens e meninos vestindo apenas uma tanga e as
mulheres usando uma longa túnica. Já os ricos possuíam casas confortáveis e bem mobiliadas, com
trajes mais requintados e pesadas joias de ouro, prata e pedras semipreciosas. Além disso, os egípcios
tinham seus jogos e divertimentos, como pesca, caça, luta, natação e jogos de tabuleiro, entre outros.
Legado
O antigo Egito deixou um legado duradouro para o Ocidente, que se estendeu por séculos.
Desde a arquitetura monumental das pirâmides e templos até a medicina avançada, matemática e
filosofia, os egípcios antigos influenciaram significativamente o desenvolvimento da civilização ocidental.
Um exemplo disso é a arquitetura, que teve um impacto significativo na Europa e em outras partes do
mundo. Os estilos arquitetônicos egípcios, como as colunas e os entalhes em relevo, foram copiados e
adaptados em muitas outras culturas. As pirâmides, em particular, foram uma fonte de inspiração para
muitas outras construções monumentais, como o Coliseu Romano e a Catedral de Notre-Dame em
Paris.
A medicina egípcia também deixou um legado duradouro. Os médicos egípcios antigos foram
pioneiros em muitas áreas, como a cirurgia, e desenvolveram técnicas avançadas de diagnóstico e
tratamento. A ideia de que a doença era causada por causas naturais e não por forças sobrenaturais
foi um conceito revolucionário que influenciou o desenvolvimento da medicina na Grécia antiga e além.
A matemática egípcia também foi muito avançada para a sua época, com o uso de frações e
números decimais, o sistema de numeração hieroglífica e o cálculo de áreas e volumes. Esses
conhecimentos foram amplamente utilizados em áreas como a astronomia e a engenharia, e foram
fundamentais para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia ocidentais.
Por fim, a filosofia e a religião egípcia também deixaram uma marca indelével na cultura
ocidental. As ideias de vida após a morte, a moralidade e a ética foram influenciadas pelas crenças
egípcias, e ainda têm impacto na sociedade contemporânea. A arte egípcia, que muitas vezes retrata
cenas da vida após a morte, também influenciou a arte e a literatura ocidentas.