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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA

CAMPUS PAULO FREIRE


INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS

WILLIANS CHAVES DE ARAÚJO

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL ODETE MARIA DE


ALMEIDA, CARAVELAS, BA.

TEIXEIRA DE FREITAS, BA
AGOSTO - 2019
Willians Chaves de Araujo

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL ODETE MARIA DE


ALMEIDA, CARAVELAS, BA.

Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado


Interdisciplinar em Ciências da Universidade
Federal do Sul da Bahia, Campus Paulo Freire,
como parte dos requisitos do Componente
Curricular Projeto Integrador III.

Orientador: Drª Gisele Lopes de Oliveira

TEIXEIRA DE FREITAS, BA
AGOSTO - 2019
Dedico esse trabalho a meus pais que me
acompanharam e ampararam durante
minha trajetória até aqui.

Willians Chaves de Araújo


AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha mãe e meu pai que sempre me criaram da melhor forma possível,
a minhas irmãs Nicolly e Osmairia, e minha sobrinha. Agradeço imensamente a
todos os professores com o qual tive o prazer de aprender conjuntamente durante
meu percurso acadêmico até aqui, e em especial a minha orientadora, prof.ª Gisele,
cuja orientação foi vital para a realização do trabalho.
Há uma gama de amigos que gostaria de agradecer, a começar com os integrantes
da “República da Alegria”, por terem vivido tudo isso comigo, e em especial à Vitória
Martins, Caroline Thomy, Luiz Henrique e Victor Reis. Agradeço a Gabriel Gil pelos
puxões de orelha, a Alice Almeida por sempre me consolar, a Rodrigo de Deus por
sempre entender minha situação acadêmica, a Wagner Barbosa por estar presente
nas situações mais aleatórias, a Danielle Lages por ser minha parceira de estudos
e a Weverson Sousa por ser a pessoa mais compreensível de todas. Agradeço
também a Kethlin, Mariana Calais e Cimar Henrique, que compuseram nosso
“bonde”.
Agradeço profundamente a Universidade Federal do Sul da Bahia pela formação
pública e de qualidade, e a seus funcionários das mais variadas categorias, que a
fazem realidade e peça chave para o desenvolvimento do Extremo Sul baiano.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL ODETE MARIA DE
ALMEIDA, CARAVELAS, BA.

RESUMO

A Educação Ambiental tem como um de seus objetivos a promoção de ações


individuais e coletivas de conservação de recursos naturais, através de uma visão
prática, estimulando o olhar crítico, a valorização do meio ambiente, propondo
proximidade ao cotidiano do educando ao longo de processo educativo. A escola é
um lugar favorável à educação ambiental, pois a mesma à associa
interdisciplinarmente à indispensável relação do ser humano com o ambiente. Desta
forma, o presente estudo teve por objetivo promover a sensibilização quanto à
proteção ambiental, por meio de encontros e oficinas, com estudantes e professores
da escola municipal Odete Maria de Almeida, Caravelas, BA. Para isso, foram
realizadas discussões com os estudantes e quatro oficinas de caráter pedagógico,
direcionadas para os Eixos Temáticos: Meio Ambiente, Resíduos, Solos e Água. O
tema Meio Ambiente foi trabalhado com foco nas plantas medicinais, no de
Resíduos trabalhou-se com a confecção de composteira, na temática Solos foi
construído uma horta para cultivo de hortaliças e plantas medicinais e discutiu-se a
última temática sobre Água, alertando sobre doenças e qualidade da água. Em
todas as oficinas a participação de estudantes e professores foi efetiva, colaborativa
e entusiasmada.

Palavras-chave: Educação, Sensibilização, Meio Ambiente, Horta.


ENVIRONMENTAL EDUCATION IN THE ODETE MARIA DE ALMEIDA
SCHOOL, CARAVELAS, BA.

ABSTRACT

Environmental education has as one of its objectives the promotion of individual and
collective actions of conservation of natural resources, through a practical vision,
stimulating the critical look, valuing the environment, proposing proximity to the daily
life of the student throughout the educational process. The school is a favorable
place for environmental education, because it interdisciplinarily associates it with the
indispensable relationship of the human being with the environment. Thus, the
present study aimed to raise awareness of environmental protection through
meetings and workshops with students and teachers from the Odete Maria de
Almeida municipal school, Caravelas, BA. To this end, discussions were held with
students and four workshops of a pedagogical nature, directed to the Thematic Axes:
Environment, Waste, Soils and Water. The theme Environment was worked with
focus on medicinal plants, on the theme of waste worked with the making of
composter, in the theme Soils a vegetable garden was built to grow vegetables and
medicinal plants and the last theme on water was discussed, warning about diseases
and water quality. In all workshops the participation of students and teachers was
effective, collaborative and enthusiastic.

Keywords: Education, Awareness, Environment, Vegetable Garden.


LISTA DE FIGURAS

Página
Figura 1. Horta escolar na Escola Municipal Cora Coralina, Santo Antônio
do Descoberto, GO........................................................................................... 16
Figura 2. Horta escolar no Centro Promocional Todos os Santos, na cidade
de Goiânia, GO (PIMENTA; RODRIGUES, 2011. p. 7)................................... 16
Figura 3. Localização do município de Caravelas no estado da Bahia,
Brasil................................................................................................................. 21
Figura 4. Escola Municipal Odete Maria de Almeida, Caravelas – BA ............ 22
Figura 5. Realização do jogo de adivinhação................................................... 27
Figura 6. Coleta de materiais para confecção da composteira........................ 28
Figura 7. Confecção de composteira com ajuda dos estudantes .................... 28
Figura 8. Espaço cultivável antes e depois do preparo.................................... 29
Figura 9. Estudantes participando do cultivo na horta montada...................... 30
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................... 9
1.1 . Objetivo Geral............................................................................ 11
1.1.1 Objetivos Específicos...................................................... 11
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 13
2.1. Educação ambiental..................................................................... 13
2.2. Biodiversidade brasileira e Meio ambiente.................................... 16
2.3. Legislação brasileira e Meio ambiente.......................................... 18
2.4. Cultivo e horta na escola............................................................... 19
3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................... 21
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................... 27
5. CONCLUSÕES ................................................................................... 32
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 33
9

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é detentor de umas das maiores biodiversidades do planeta e para


manutenção de índices humanos e desenvolvimento de tecnologias do mundo atual
pensando nas seguintes gerações, é impossível não falar em desenvolvimento
sustentável. Porém a luta por desenvolvimento sustentável ainda é um assunto
delicado, ainda mais quando grande parte da população brasileira carece de
condições mínimas de sobrevivência (UFCSPA, 2009). Toda essa temática abre
espaço para repensarmos diversos aspectos socioculturais de formas de consumo,
modelos de desenvolvimento e desenvolvimento sustentável, e como as ações
antrópicas estão influenciando na manutenção da biodiversidade e nas diversas
alterações do planeta. De acordo com Ferreira, Dresch e Ayach (2016), os atuais
padrões de consumo estão associados a degradação ambiental e aumento de
conflitos socioambientais.

O clima da Terra, por exemplo, esteve, desde sempre, sujeito a mudanças,


produzidas por ciclos longos ou curtos, que estão registrados na história da
humanidade. Entretanto, atualmente órgãos governamentais de vários países e
diversos pesquisadores vem alertando para uma intensificação da alteração
climática por interferência antrópica (CERRI, 2007; GIESE; CONTO; ROCHA, 2017).
Estudos realizados pelo cientista inglês James Lovelock, na década de 1970, fazem
um comparativo entre as atmosferas de planetas vizinhos e o nosso, e assumem
que tais acontecimentos ocorrem como resposta da Terra às ações do homem.
Essas observações passaram a ser conhecidas como “teoria Gaia”. Tal teoria afirma
que o planeta é um sistema auto-regulador, formado por toda a biota intrinsicamente
ligada aos componentes físicos da Terra, compondo um conjunto complexo
responsável pela manutenção e equilíbrio das condições favoráveis à vida
(MILAZZO; CARVALHO, 2008).

Falar em desenvolvimento sustentável através da Educação Ambiental com


crianças é essencial para a formação de uma nova geração, com outra consciência.
O termo desenvolvimento sustentável foi instituído na conferência denominada “Rio
92”, no qual três anos de pesquisa sobre questões sociais de uso a terra e sua
ocupação, abastecimento de água, serviços sociais e gerência do crescimento
10

urbano. Esse evento foi fruto direto da publicação do relatório Brundtland, que ficaria
conhecido como “Nosso Futuro Comum”. É nesse relatório que se encontra a
definição mais conhecida do termo: “o desenvolvimento sustentável é aquele que
atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as
gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (BARBOSA, 2008).
Essa temática abre espaço para repensarmos aspectos socioambientais de
formas de consumo e modelos de desenvolvimento através do desenvolvimento
sustentável (JACOBI, 2005). Assim, tendo a consciência da interferência do homem
no equilíbrio do ambiente terrestre e havendo a necessidade de atender à demanda
de inclusão da população como atores benéficos nas questões ambientais, incluiu-
se no capítulo VI, § 1°, inciso VI, da Constituição Brasileira (capítulo relacionado ao
meio ambiente), “o dever público de promover educação ambiental em todos dos
níveis de ensino”. Essa inclusão, contudo, não garante mudanças sozinha, devendo
ser agregada a trabalhos de longo prazo nas comunidades, e em específico,
comunidades presentes em regiões degradadas.
A escola é um local propenso para tais ações, pois é possível associar
questões ambientais com as questões socioculturais locais, aliados a
conhecimentos científicos ao qual são expostos através dos componentes
curriculares (RODRIGUES et al. 2010). Desta forma, o tema “educação ambiental”
deve ser abordado de forma interdisciplinar, por abranger problemas firmados em
questões socioeconômicas, políticas, culturais e históricas, rompendo barreiras
tradicionais de ensino, principalmente por dialogar com professores, alunos e a
sociedade (RODRIGUES et al. 2010).
Levando em consideração o enfoque da “educação ambiental”, projetos com
essa temática devem ser cada dia mais estimulados, especialmente em regiões
como a do Extremo Sul da Bahia, que apresenta uma área impactada pelos
processos de colonização, e posteriormente o de modernização (crescimento
demográfico, urbano e industrial) (ALMEIDA et al. 2008) trazendo, de forma
agregada, a degradação dos recursos ambientais presentes. O Extremo Sul Baiano
é uma microrregião que se estende de Porto Seguro à divisa com o Estado do
Espírito Santo ao Sul e Minas Gerais a Oeste, com população estimada em 818.196
habitantes e área total de 27.665,304 km² (IBGE, 2017). É composta por dezenove
municípios: Alcobaça, Caravelas, Eunápolis, Guaratinga, Ibirapuã, Itabela,
11

Itagimirim, Itamaraju, Itanhém, Jucuruçu, Lajedão, Medeiros Neto, Mucuri, Nova


Viçosa, Porto Seguro, Prado, Santa Cruz Cabrália, Teixeira de Freitas e Vereda.
A região apresenta também vulnerabilidade ecossistêmica, por se situar em
zona de bioma Mata Atlântica. Seu clima é tropical úmido no litoral e tropical sub
úmido nos demais lugares. Sua vegetação apresenta notável biodiversidade por ser
uma unidade do sistema natural denominado floresta ombrófila densa. As chuvas
são bem distribuídas ao longo do ano, com pluviosidade média anual em torno de
1.100 mm, apresentando chuvas mais intensas entre novembro a janeiro (COUTO,
2006).
Também é notável o mosaico de unidades de conservação da região,
constituído por reservas extrativistas (RESEX Cassurubá), parques nacionais
(Parque Nacional do Descobrimento, Parque Nacional do Pau Brasil, Parque
Nacional e Histórico do Monte Pascoal e Parque Nacional Marinho de Abrolhos),
além de unidades de conservação de âmbito municipal. Importante ressaltar
também a existência de pontos de extrema vulnerabilidade ambiental na região,
previstos pelo Mapa de Áreas Prioritárias para a conservação da biodiversidade
brasileira, definido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2003), reafirmando a
necessidade de união de forças entre instituições e população para a preservação
da biodiversidade local.
É presente também, no território marítimo do Extremo Sul o complexo recifal
de Abrolhos, que corresponde a maior área de recifes de coral do oceano Atlântico
Sul. O complexo apresenta relevante importância científica. A mesma apresenta
características únicas que a diferem dos sistemas recifais do Caribe. Os recifes de
Abrolhos apresentam estrutura característica com a forma de cogumelo,
denominado "chapeirão", construído por uma fauna coralina endêmica que
florescem em um ambiente lamoso considerado inóspito (LEÃO, 1999)
Tais unidades, associadas a práticas sustentáveis das populações locais e a
projetos de educação ambiental fomentados por instituições responsáveis, como o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e instituições
de ensino presentes (escolas e universidades) podem contribuir com a redução do
impacto das ações humanas na região. Assim, ações de educação ambiental auxilia
e estimula também a construção do olhar crítico sobre a realidade socioambiental
local e a importância do desenvolvimento sustentável.
12

1.1. Objetivo Geral

O presente estudo tem por objetivo promover a sensibilização quanto à


proteção ambiental através do uso sustentável dos recursos ambientais, por meio
de encontros e oficinas, com estudantes e professores da Escola Municipal Odete
Maria de Almeida, localizada em Caravelas - BA.

1.1.1. Objetivos específicos


● Estabelecer relações de troca de conhecimento entre crianças em idade
escolar e universitários, promovendo a criação de jovens com consciência
das limitações dos recursos ambientais e deveres sociais para com o
ambiente;
● Estimular a visão crítica das crianças a respeito do ambiente em que
vivemos, sua contribuição para a vida na Terra e as práticas para conservá-
lo para as futuras gerações através de oficinas práticas;
● Realização de quatro oficinas guiadas por eixos temáticos.
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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Educação ambiental

O que difere como as formas de impacto ambiental ocorrem depende da


relação que o ser humano estabelece com o ambiente. Assim, Dias; Leal; Carpi
Junior (2016) concluem que:
Logo, a forma como a humanidade atua, produz e vive é produto de um
modo de pensar e agir em relação à natureza e aos outros seres humanos
que remete há muitos séculos (DIAS; LEAL; CARPI JUNIOR, 2016).

Um dos focos da Educação Ambiental (EA) é a sustentabilidade, que


segundo Mikhailova (2004), trata-se da capacidade de se manter por conta própria,
sustentar-se. Desta forma, o autor mostra que atividade sustentável é aquela que
pode ser mantida de forma contínua sem esgotamento de recursos. Desde seus
primórdios, a humanidade busca métodos de usar os recursos do meio ambiente,
alterando-o com a intenção de atender às suas necessidades, apesar das
problemáticas provindas dessas alterações (Dias, Leal e Carpi Junior, 2016).
As discussões sobre problemas ambientais começaram no fim da década de
1960. Um marco nesse debate foi a publicação do livro Primavera Silenciosa (1962),
de Rachel Carson, no qual a mesma trazia dados sobre contaminação de alimentos
com pesticidas e extinção de espécies. O tema também foi discutido na Conferência
de Estocolmo, realizada em 1972, e organizada pela Organização das Nações
Unidas (ONU), com propósito de discutir as relações entre o ser humano e o meio
ambiente (SANTOS; GARDOLINSKI, 2018).
No ano de 1975, foi realizada pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Primeira Conferência
Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi. Nesta Conferência foi
definido os conceitos, as finalidades e características da educação ambiental, e a
recomendação de que se considerasse as facetas da questão ambiental, ou seja,
seus aspectos políticos, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, culturais,
ecológicos e éticos (SANTOS; TOSCHI, 2015). Além disso, primariamente, os
documentos relativos à área no Brasil eram organizados por órgãos ambientais e
universidades, trazendo uma abordagem ligada aos aspectos ecológicos da EA
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(Dias, 2003). De acordo com Santos (2015), tal abordagem era a principal no país
pois não contrariava intenções políticas e econômicas.
A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a tratar diretamente sobre EA
e marcou ações a serem efetivadas em relação ao tema. Logo depois, em 1992,
ocorreu a Rio 92, com finalidade de discutir métodos de governo e economia verde
(IBAMA; HRT O&G; AMBIENTAL ENGENHARIA E CONSULTORIA, 2014). A
Educação Ambiental fora apresentada como proposta de solução ou ferramenta
essencial para atingir a sustentabilidade.
De acordo com Layrargues; Lima (2011), educadores da linha
socioambiental, descontentes com a predominância da vertente da educação
ambiental voltada ao conservacionismo, diferenciaram em duas linhas, a
conservacionista e a alternativa, tendo essa última amadurecido e rebatizada com
denominações diversas como crítica, emancipatória, transformadora e popular.
Apesar de apresentar diversas facetas, Layrargues; Lima (2011)
condensaram-nas em três macrotendências, a conservadora, a pragmática e a
crítica. Os autores apontam que a vertente conservacionista instiga o amor pela
natureza e a sensibilização quanto a seu uso, e é orientada pela ecologia. A mesma
surgiu num contexto na qual a preocupação humana com a crise ambiental provinha
da destruição perceptível de ambientes naturais. Essa vertente é fundamentalmente
ecológica, e não questiona estruturas sociais vigentes.
Assim, a macrotendência pragmática nasceu dos problemas oriundos dos
resíduos sólidos urbanos, e enraizada no papel do indivíduo em fazer sua parte para
com o ambiente, apresentando caráter remediativo, na qual busca corrigir as
imperfeições do sistema produtivo baseado no consumismo. A vertente pragmática,
abrange especialmente as correntes da Educação para o Desenvolvimento
Sustentável e para o Consumo Sustentável, focando no ambientalismo de
resultados, no pragmatismo contemporâneo e no ecologismo de mercado que
decorrem da hegemonia neoliberal instituída mundialmente desde a década de 80
(Layrargues; Lima, 2014).

A vertente crítica busca avaliar a raiz dos problemas, e para isso faz uma
análise dos atores dos conflitos, seus interesses e problemas sociais, enfrentando
politicamente as desigualdades. Paulo Freire é um dos autores mais referenciados
pela EA crítica (SANTOS, 2015), pois o mesmo postula a educação como
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ferramenta para formar cidadãos emancipados e transformadores do meio em que


estão inseridos. Assim, para cumprir seu papel, a Educação Ambiental crítica deve
obter a compreensão dos interesses dos atores dos conflitos e as relações sociais
por trás desses conflitos, a luta de classes e a relação entre a sociedade e o meio
ambiente. O presente estudo considera a relevância de cada faceta da EA e busca
trabalhar conceitos que abarcam todas elas.
A escola é um território propenso para incentivos à Educação Ambiental, pois
a mesma a associa desde o início, extrapolando relações disciplinares, a intrínseca
relação ser humano ao ambiente (MEDEIROS et al., 2011), de tal forma que faça o
indivíduo entender o contexto no qual está inserido, e seus direitos e deveres.
Propõe-se incentivar também a replicação do conhecimento adquirido sobre meio
ambiente, pois trata-se de uma luta conjunta, sendo importante a soma de esforços
para atingir esse objetivo.
Uma das maneiras de se trabalhar Educação Ambiental e estimular a
discussão sobre o ambiente e as relações humanas é através da construção de
uma horta escolar, pois ela pode ser um laboratório vivo para atividades didáticas
(IRALA, 2001). A partir de uma horta na escola, que provém alimentos a baixo custo
e diversificação na merenda escolar, é possível trabalhar com a comunidade escolar
temas relacionados à alimentação saudável, formas de cultivo, o cuidado com a
água, resíduos sólidos e compostagem. Do ponto de vista pedagógico, o professor
pode relacionar conteúdos diversos e colocar em prática a interdisciplinaridade
(IRALA, 2001). Práticas de ensino que envolvam desafios cognitivos incrementam
o aprendizado dos estudantes.
Um exemplo a ser mencionado é o projeto voltado a hortas, sob tema
alimentação saudável, na Escola Municipal Cora Coralina, no município de Santo
Antônio do Descoberto, Goiás, em 2010 (Virgens, 2011). O projeto associa
participação da comunidade escolar, de professores e alunos, no qual os estudantes
veem na prática os assuntos abordados em classe. Os estudantes aprendem
noções de plantio, colheita e reinserção de materiais descartados (Figura 1).
Faz parte, também, do papel do educador abordar tais assuntos em suas
práticas de ensino-aprendizado, pois preservar a natureza é uma temática sempre
atual, necessária para a manutenção da vida humana, e se faz presente no
cotidiano.
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O projeto Horta Escola, localizado na escola Centro Promocional Todos os


Santos, na cidade de Goiânia – GO, também pode ser mencionado (Figura 2). Foi
realizado por estudantes do curso de Gestão Ambiental da Faculdade de Tecnologia
Senac Goiás implantado na escola com a ajuda de estudantes e colaboradores.
Esse projeto teve como finalidade trabalhar com informações de cultivo e consumo
de hortaliças, grãos e raízes, formas de reciclagem de resíduos sólidos (como
compostagem, coleta seletiva e oficinas de reciclagem) e oficinas de culinária com
alimentos colhidos na própria horta (PIMENTA; RODRIGUES, 2011).

Figura 1. Horta escolar na Escola Municipal Cora Coralina, Santo Antônio do Descoberto,
GO. (Virgens, 2011. p. 10)

Figura 2. Horta escolar no Centro Promocional Todos os Santos, na cidade de Goiânia,


GO (PIMENTA; RODRIGUES, 2011. p. 7)
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2.2. Biodiversidade Brasileira e Meio ambiente

O tema “meio ambiente” trata das interações entre as questões


ambientais e fatores políticos, econômicos, históricos e sociais que as envolvem.
O tema gera discussões sobre o dever humano quanto ao bem-estar social e ao
desenvolvimento sustentável, visando abranger todos os cidadãos no debate
(PLICAS; FERTONANI 2004, p.162). Dentro das questões ambientais, um dos
temas de destaque é o da biodiversidade, que segundo Brauner (2012), pode
ser compreendida como conjunto de todas as espécies existentes no planeta,
dentre os seres vivos, estabelecendo conexões entre si.
O Brasil é detentor de uma rica biodiversidade, distribuída por vários
biomas, trazendo a necessidade de conservação desses recursos únicos e de
extrema relevância para a manutenção da vida na Terra. De acordo com dados
da World Wide Fund for Nature (WWF, 2018), o Brasil possui cerca de 60% da
Floresta Amazônica, ecossistema notável por sua variedade em espécies da
fauna e flora e uma intrínseca interligação com os demais ecossistemas do
país, em específico a Mata Atlântica e o Cerrado, que auxiliam para a
manutenção da variedade biológica do país.
O Extremo Sul da Bahia está inserido no Domínio da Mata Atlântica, um
bioma brasileiro de grande biodiversidade e reduzido atualmente a fragmentos
distribuídos do Ceará ao Rio Grande do Sul. Dos remanescentes de Mata Atlântica
restam apenas 7,3% da cobertura original e estão dispersos no denominado
Domínio da Mata Atlântica (florestas e ecossistemas associados). Mesmo com mais
de 90% de sua cobertura original destruída, os remanescentes continuam sendo
devastados (LINO; BECHARA, 2002; GALINDO-LEAL; CÂMARA, 2005).
A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica atualmente é considerada como
uma das áreas mais prioritárias do planeta em termos de sua diversidade biológica
e grau de ameaça. A região Sul da Bahia, conserva a parcela mais significativa
deste bioma no Nordeste do Brasil, apresentando uma grande riqueza de espécies
da fauna e flora, sendo considerada por diversos estudiosos como um dos principais
centros de endemismo da Mata Atlântica (CI-BRASIL, 2014). As florestas úmidas
desta região são caracterizadas por árvores altas, com folhas sempre-verdes e
abundância de epífitas. Dentre as espécies de árvores mais características e raras,
podem ser citadas: o jacarandá-da-bahia (Dalbergia nigra), o pau-brasil
18

(Caesalpinia echinata) e o jequitibá (Cariniana sp.). Estudo realizado por


especialistas do Centro de Pesquisas do Cacau e do Jardim Botânico de Nova York
encontrou aqui um recorde mundial em riqueza de espécies arbóreas, 456
espécies/ha (ARAÚJO; ROCHA; ALGER et al., 1998).
Devido à rica biodiversidade e considerada área prioritária para a
conservação, foram criados, em toda Mata Atlântica, três corredores ecológicos,
sendo o conhecido “Corredor Central da Mata Atlântica” situado entre a porção sul
da Bahia e o Espírito Santo (BRASIL – MMA, 2006). Um corredor ecológico
corresponde a uma grande área de extrema importância biológica, composta por
uma rede de unidades de conservação entremeadas por áreas com variados graus
de ocupação humana e diferentes formas de uso da terra, na qual o manejo é
integrado para garantir a sobrevivência de todas as espécies, a manutenção de
processos ecológicos e o desenvolvimento de uma economia regional baseada no
uso sustentável dos recursos naturais (AYRES et al., 2005).
No Extremo Sul da Bahia encontra-se um dos mais importantes mosaicos de
unidades de conservação do Corredor, que compreende quatro parques nacionais:
Descobrimento, Monte Pascoal, Pau-Brasil e Abrolhos. Juntos, esses parques
mantêm cerca de 50.000 hectares de florestas e 90.000 hectares de áreas marinhas
(BRASIL - MMA, 2006). Essa região constitui-se no maior e mais rico conjunto de
recifes de coral do Atlântico Sul, com altíssimo grau de endemismo da fauna
marinha (WERNER et al., 2000).
Apesar de sua natureza única, a biodiversidade do país se encontra
ameaçada. A expansão demográfica e a demanda por maior produção de
alimentos para os mais diversos fins, associadas a expansão agrícola, pecuária
extensiva, extração ilegal e insustentável de recursos naturais e combinadas
com as demandas sociais das mais de milhões de pessoas ameaçam esse bem
de considerável importância e podem ocasionar problemas em escala global
(WWF, 2018).

2.3. Legislação Brasileira e Meio ambiente

De acordo com o art. 3º da Constituição Federal brasileira de 1988,


entende-se por meio ambiente o conjunto de condições, fatores e interações de
ordem física, química e biológica, que possibilitam e abrigam a vida de todas as
19

formas. O art. 2º, inciso X, prevê também o princípio de Educação Ambiental a


todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, buscando
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente, para assegurar
a manutenção da qualidade ambiental e dos fatores propícios à vida.
Foi sancionada, em 1999, a Política Nacional de Educação Ambiental,
da lei nº 9.795. Esta lei, ainda em vigor, serviu como base e padrão para a
criação de diversas leis ambientais e de administração de recursos ambientais
nas esferas estaduais e federais.
A Educação Ambiental na Bahia foi institucionalizada pela Lei nº 12.056
de 07 de janeiro de 2011. Segundo o art. 2º desta lei, entende-se por Educação
Ambiental o conjunto de práticas que visam promover a comoção coletiva
quanto às práticas de sustentabilidade e de relações da sociedade humana com
o meio ambiente. De acordo com o art.º 18 desta lei, cabe às instituições de
ensino formal a função de promover ações de Educação Ambiental em todos
os níveis de formação, além de inseri-las transversalmente na grade curricular
de todos as modalidades de ensino.
O Poder Público Estadual sanciona também o apoio às iniciativas das
instituições de ensino e organizações não-governamentais na elaboração e
aplicação de programas e atividades vinculadas à Educação Ambiental. Assim,
evidencia-se a necessidade de incentivo e criação de projetos de Educação
Ambiental no país e a importância da Universidade nesse processo.

2.4. Cultivo e horta na escola

A horta na escola tem como objetivo principal integrar as diferentes


fontes de recursos de aprendizagem ao dia a dia da escola, gerando local para
observação, discussão de diversos temas e pesquisa, como um laboratório vivo
(Santos, 2014) É possível, através da implantação de uma horta trabalhar os
temas ligados diretamente ao cultivo, assim como cuidados com a saúde e meio
ambiente.
É sabido que com o decorrer dos tempos as práticas de cultivo vêm
passando por recorrentes processos de melhoramento, inicialmente visando
proteger a produção das intempéries climáticas (ASSIS, 2006). Entretanto, com
o passar dos anos, as práticas agrícolas que se sustentavam em tecnologias
20

que possuíam menor impacto ao ambiente e à saúde até a Segunda Revolução


Agrícola em meados dos séculos XVIII e XIX (ASSIS, 2006), acompanhando o
crescimento populacional, tecnológico e econômico, com fins de aumento de
produção foram modificadas, especialmente com a popularização das
chamadas “químicas agrícolas” ainda em meados do século XIX, se
intensificando após a Revolução Verde (ALTIERI, 2004; ASSIS, 2006), na qual
foi instituído modelo de produção baseado em uso intensivo de fertilizantes
sintéticos e agrotóxicos, modelo baseado no uso intensivo de agrotóxicos e
fertilizantes sintéticos na agricultura (DE ANDRADES; GANIMI, 2007). A partir
de então, a cada dia aumentou a produção de insumos agrícolas químicos e
mecanização dos processos de produção (ASSIS, 2006). E, mais recentemente
a intensificação do uso de defensores sintéticos.
Desta forma, é notável a insustentabilidade dos sistemas de produção
predominantes, e propõe-se a Educação Ambiental como elucidação das
problemáticas provindas dos modelos econômicos e de produção e introduzindo
questões como a agricultura orgânica.
O produto orgânico não é somente um produto de uma agricultura limpa,
sem uso de adubos químicos e agrotóxicos, mas provém de um sistema de
cultivo que observa as leis da natureza e todo o manejo está focado no respeito
ao meio ambiente e à preservação dos recursos naturais, consequentemente,
da biodiversidade (Santos, 2014)
Assim, projetos de Educação Ambiental, instituídos em escolas podem
trazer à sociedade práticas simples, limpas e relativamente baratas de produção
de alimentos e práticas cotidianas de conservação, prevendo o esgotamento de
serviços provindos dos ecossistemas, ressaltando sempre a importância da
preservação para a sobrevivência da própria humanidade (Virgens, 2011).
21

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Local de Realização do Projeto

3.1.1 Reserva Extrativista do Cassurubá

A Reserva Extrativista de Cassurubá está localizada nos Municípios de


Caravelas, Alcobaça e Nova Viçosa, no Estado da Bahia, foi criada pelo Decreto
Presidencial de 5 de junho de 2009, com uma área aproximada de cem mil,
seiscentos e oitenta e sete hectares e vinte e cinco ares. Desde 2005, as famílias
da região que dependem da extração de recursos naturais vêm travando luta pela
criação da Unidade de Conservação. Pressões entre atores sociais foram
evidenciadas, tais como implantações de empreendimentos imobiliários e
carcinicultura (UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL, 2019). Outros
problemas, relatados pelo Plano de Manejo da RESEX do Cassurubá (PLANO DE
MANEJO, 2017, p. 27;40) são o uso de agrotóxicos na região e a ocupação humana
desordenada de áreas de manguezal, causadas respectivamente pelo modelo de
produção da monocultura de eucalipto e êxodo rural devido ao esgotamento de
recursos naturais.
Caravelas é um município localizado no extremo sul da Bahia (Figura 3), com
população estimada de 21.937 habitantes (IBGE, 2018). Possui um Produto Interno
Bruto (PIB) per capita de R$ 17.321,44, e Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM) de 0,616. De acordo com o IBGE, o município apresenta 24% dos
domicílios com esgotamento sanitário adequado e taxa de escolarização de 6 a 14
anos de idade de 95,4%.
O município conta com 19 estabelecimentos públicos de Ensino
Fundamental, com 3.238 estudantes matriculados, e 01 de Ensino Médio 908
matriculados.
22

Figura 3. Localização do município de Caravelas no estado da Bahia, Brasil. (IBGE, 2018).

3.1.2 A Escola

O presente projeto trabalhou Educação Ambiental através da implementação


de oficinas de caráter pedagógico, guiadas por eixos temáticos, e através de
conversas com estudantes da Escola Municipal Odete Maria de Almeida, localizada
na Reserva Extrativista do Cassurubá, município de Caravelas – BA (Figura 4).
A escola foi selecionada após visitas prévias a algumas instituições de
ensino, tanto do município de Caravelas como de Teixeira de Freitas. Após
conhecê-la, foi requerido uma autorização junto a Secretaria Municipal de Educação
de Caravelas para a realização do projeto.
A Escola Municipal Odete Maria de Almeida possui apenas 24 alunos
divididos em 3 turmas multisseriadas e está localizada na zona ribeirinha de
Caravelas. A idade dos estudantes varia entre 4 e 16 anos. Para ter acesso à escola,
os estudantes e professores fazem um percurso de uma hora de barco até o local.
A escola atende aos moradores das diversas comunidades ribeirinhas da região,
que são transportados até a mesma através de barco motorizado de pequeno porte.
Estudantes e professores acordam às 5:40 da manhã para realizar o trajeto. Os
23

professores que não moram na comunidade são transportados de barco, no mesmo


horário.

Figura 4. Escola Municipal Odete Maria de Almeida, Caravelas – BA.

3.2. Projeto de Educação Ambiental

A realização do projeto foi realizada em etapas. Inicialmente e como primeira


etapa do trabalho, foi realizado um levantamento bibliográfico acerca das práticas
de sustentabilidade como técnicas de aplicação da Educação Ambiental. Somente
após, iniciou-se o período de vivência a fim de implementação do projeto na escola
selecionada, e como instrumento da coleta de dados, sempre que necessário, foram
feitas gravações em áudio e vídeo, diário de bordo e arquivos de fotos. O
pesquisador responsável pelo desenvolvimento do projeto ficou hospedado na base
avançada do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade
Marinha do Nordeste (CEPENE), localizada no distrito de Ponta de Areia, em
Caravelas.
24

O período de vivência no cenário escolar foi realizado no período de 8 a 12


de julho de 2019, com futuras visitas agendadas para devida manutenção do espaço
cultivável e retorno para a comunidade. As oficinas precisaram ser reagendadas
devido a paralisação das atividades escolares durante um dia, em consequência do
falecimento de uma antiga moradora da região. O retorno à sede da Universidade
Federal do Sul da Bahia, em Teixeira de Freitas, também fora adiado devido a
ausência de transporte oriundo da instituição.
À princípio, visitas iniciais e conversas informais foram realizadas com os
docentes e discente a respeito dos temas que seriam trabalhados, visando
possibilitar uma apresentação e aproximação, para que especialmente os
estudantes se tornem mais desinibidos e facilitasse o processo de informação e
aprendizado. Diante disso, foi realizada uma breve exposição sobre
sustentabilidade e manejo de recursos naturais, visando estimular memória dos
escolares.
Durante as etapas seguintes o projeto foi planejado em encontros/oficinas
divididos por “Eixos Temáticos”: 1. Meio Ambiente; 2. Resíduos; 3. Solos; e 4.
Água. Cada oficina foi realizada em um dia diferente, por um período de
aproximadamente 2 horas, aproveitando o horário de aula.

3.2.1 Eixo temático “Meio Ambiente”

Através do eixo temático “Meio Ambiente” foi trabalhado e discutido com os


estudantes as características principais da sustentabilidade, enfatizando o bioma
Mata Atlântica e a importância das plantas desse bioma no dia a dia dos discentes,
dialogando sempre sobre a participação individual e coletiva na manutenção desses
recursos e proteção da biodiversidade. Para facilitar o diálogo e trazer o tema de
forma mais individualizada, foi realizado uma oficina sobre o “uso das plantas
medicinais”.
Na oficina de “uso das plantas medicinais” os estudantes foram
apresentados através de palestra ao conhecimento das plantas medicinais nativas
da Mata Atlântica com foco em sua preservação e também cuidado com a saúde.
Depois, as plantas medicinais exóticas foram introduzidas, como incentivo ao
cultivo.
25

O intuito dessa oficina foi introduzir o conhecimento sobre plantas medicinais,


bem como seu processo de desidratação a fim de transformá-las em ervas secas,
para armazenamento, produção de chá ou mesmo comercialização:
I. O tutor da oficina levou ramos de plantas medicinais diversas para
exibi-las aos estudantes.
II. Em seguida, foi abordado pelo tutor a necessidade de se higienizar
corretamente a planta, para que se remova a areia e outras impurezas
que podem comprometer a qualidade das ervas secas.
III. Após isso, colocou-se as ervas entre duas camadas de papel toalha,
em uma superfície lisa, seca e sem luz direta do sol, para que
desidratem sem que haja mofo.
IV. Mostrou-se aos estudantes o resultado final da secagem, galhos
secos e prontos para terem as folhas destacadas e armazenadas.

Assim, no final da oficina, foi requerido aos alunos mudas de plantas


medicinais utilizadas por eles em seu cotidiano, para elaboração de horto medicinal
e hortícola durante a oficina seguinte.

3.2.2 Eixo temático “Resíduos”

O eixo “Resíduos” foi trabalhado na forma de oficina de compostagem.


Para tal, foi confeccionada juntamente com os alunos, uma “mini-composteira”, feita
a partir de garrafas de politereftalato de etileno (PET). Além disso, também foi
montada uma composteira grande, que deverá ser alimentada com os rejeitos
orgânicos da própria escola e alimentará a horta. Também, como complemento, foi
debatido com os alunos os benefícios sociais, econômicos e ambientais das práticas
de reciclagem.
Para a oficina de compostagem:
I. No primeiro momento, foi discutido os problemas no descarte de
resíduos orgânicos, desperdício de alimentos e acumulo de lixo;
II. A seguir, iniciou-se a confecção da composteira, utilizando duas
garrafas PET, folhas secas, cascas de frutas e demais resíduos orgânicos.

3.2.3 Eixo temático “Solos”


26

O eixo temático “Solos” foi trabalhado discutindo as principais características


do solo, sua composição e práticas de cultivo e manutenção de horta e horto de
plantas medicinais. Para colocar em prática essa temática, foi realizada uma oficina
sobre horta escolar, onde foi apresentado aos estudantes práticas básicas para
cultivo. A horta foi composta por espécies específicas para olericultura, horticultura
e fitoterapia, com a finalidade de fazer os estudantes compreenderem a importância
da capacidade de provisão dos ecossistemas, assim como a importância da
alimentação balanceada e orgânica.
I. Durante a oficina, foi realizada primeiramente uma palestra/discussão
sobre a agricultura convencional e alternativa, abordando as
vantagens e desvantagens de ambas.
II. Após, foi iniciado a semeadura no espaço cultivável. Organizado com
ajuda dos funcionários da escola. Foi separado uma área específica
para plantio das mudas trazidas pelos estudantes e placas indicando
onde foram plantadas.

A horta foi montada em terreno próprio, cedido pela escola. Além disso, foram
preparados defensivos agrícolas caseiros/naturais a serem utilizados na própria
horta. Foi seguido e orientado os seis passos para a construção de uma horta
escolar, segundo Irala (2001): localização (terreno plano, com luminosidade,
disponibilidade de água para irrigação, pouco trânsito de pessoas e animais e longe
de sanitários); uso de ferramentas (enxada, enxadão, regador, ancinho, sacho e
carrinho de mão); preparo do canteiro (limpar o terreno, revirar a terra a 15cm de
profundidade, desmancham-se os torrões, demarcação de canteiros em 1,20m x 2
a 5m); adubação de canteiros (adubo natural com resíduos vegetais e animais);
preparação de covas (feitas antes do plantio, espaçamento variando de acordo com
a hortaliça plantada); e manutenção da horta (rega duas vezes ao dia, sem
encharcar o solo, e sempre que possível seguir com a remoção manual de ervas
daninhas e reposição do adubo após colheita para garantir a qualidade da terra e
das hortaliças).

3.2.4 Eixo temático “Águas”.


27

No último eixo temático, “Águas”, houve uma roda de conversa sobre a


necessidade de preservar e economizar água, foram discutidas as práticas
fundamentais para conservação dos recursos hídricos e, consequentemente, da
nossa parcela de responsabilidade para com as futuras gerações. Também fora
abordado as principais doenças causadas por parasitas e transmitidas pela água,
assim como os métodos de profilaxia.
28

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após as visitas iniciais de aproximação e desinibição, especialmente dos


estudantes, foi iniciado a conversa sobre a temática “Meio Ambiente” e a realização
da oficina “uso das plantas medicinais”. Durante a oficina, os alunos foram
convidados a jogar um jogo de adivinhação na qual imagens de plantas medicinais
iam sendo apresentadas aos participantes, que deveriam descobrir seus nomes
(Figura 5).
No verso de cada imagem era apresentado seu nome popular, nome
científico, descrição das plantas, seus modos de uso e indicações medicinais. O
objetivo foi de difundir seus usos e propriedades de acordo com o que foi
pesquisado previamente. A todo momento todos demonstraram interesse em
participar e colaborar.

Figura 5. Realização do jogo de adivinhação.

Durante a oficina de compostagem, no eixo temático “Resíduos” foram


utilizados cartazes para auxiliar a discussão, devido à ausência de eletricidade e a
impossibilidade de uso de um projetor. Foi discutido com os estudantes sobre cultivo
29

orgânico bem como o reaproveito de resíduos orgânicos para adubação em


sistemas de produção orgânicos.
Juntamente com as crianças, foi confeccionada uma composteira de garrafa
PET. Os participantes se mostraram receptivos e proativos. Todos os componentes
da composteira foram recolhidos no terreno escolar e pelos próprios estudantes.
Participaram ativamente dessa oficina 15 estudantes e 3 professores (Figuras 6 e
7).

Figura 6. Coleta de materiais para confecção de composteira

Figura 7. Confecção de composteira com ajuda dos estudantes.


30

Durante a discussão do Eixo temático “Solos” foi realizado a oficina sobre


horta escolar. Nesse momento, já era possível perceber os estudantes cada vez
mais desinibidos, participativos e empolgados, mostrando a importância de os
projetos de Educação Ambiental serem contínuos e não esporádicos. Além disso,
foi de suma importância a participação e envolvimento dos funcionários e
professores da escola para se tornar possível a realização dessa oficina.
A oficina foi bastante prática e houve a criação de canteiros de hortaliças e
plantas medicinais com os escolares. Previamente, o terreno foi limpo (as plantas
daninhas, pedras e plásticos foram removidos) e a leira foi demarcada em 2 X 1,5
metros, devido a disponibilidade do espaço. O canteiro foi cercado com uma rede
de pesca doada por um professor, morador da localidade (Figura 8). A terra foi então
preparada, revolvida para desmanche de torrões e as pedras foram removidas. O
adubo usado no espaço cultivável foi esterco bovino colhido pelos educadores que
vivem nas propriedades rurais nos arredores da escola.

Figura 8. Espaço cultivável antes e depois do preparo.

As mudas utilizadas no plantio foram obtidas nas próprias residências dos


estudantes e trazidas para a escola, além de sementes de hortaliças levadas pelo
próprio tutor da oficina. As espécies de hortaliças cultivadas foram: alface (Lactuca
sativa L.); cebolinha (Allium fistulosum L.); couve-flor (Brassica oleracea var. botrytis
L.) e cenoura (Daucus carota L.), além de capim santo (Cybopogon citratus (DC)
31

Stapf.). Os estudantes se mostraram interessados e dispostos a participar de todas


as etapas da oficina (Figura 9).

Figura 9. Estudantes participando do cultivo na horta montada.

A execução transcorreu com êxito em relação ao plantio, a socialização entre


pesquisador e estudantes se intensificou, além do aumento e interesse dos
participantes em conhecer as propriedades das plantas medicinais e cultivo de
hortaliças como alternativa aos métodos de cultivo convencional e estímulo a ter um
meio de vida mais saudável. Participaram efetivamente dessa oficina 18 estudantes
e 3 professores.
Por fim, adentrando o Eixo Temático “Águas”, houve uma roda de conversa
sobre uso e economia da água e como as práticas agrícolas podem ser realizadas
com intuito de conservar os recursos hídricos. Trabalhou-se também, a fim
despertar sobre a importância da água potável e qualidade da água, temas
relacionados à saúde, como as doenças causadas por parasitas humanos
transmitidos pela água e métodos de profilaxia. Foi discutido a importância em ferver
a água, no caso deles, que muitas vezes não tem acesso a água tratada. Eles
compreenderam também a importância da vegetação para manutenção da
qualidade da água. Participaram da roda de conversa 18 alunos e 3 professores.
O observado durante a realização desse projeto corrobora com o exposto por
Lima; Conde Sobrinho; Souza Junior (2016), em que esse tipo de trabalho possibilita
aos participantes aproximação com a natureza e abre portas para se discutir o atual
modelo de produção, possibilitando ver em prática os temas discutidos e debatendo
a importância da produção e consumo de alimentos isentos de agrotóxicos.
32

Foi possível também perceber a empolgação, interesse dos estudantes a


cada dia e a curiosidade em conhecer mais. Ficou claro que a desinibição se dava
com o passar do convívio. Apesar de morar já inseridos na natureza, muitos
aprenderam a valorizar mais seu próprio ambiente e compreender a importância
dos temas discutidos. Segundo Pimenta e Rodrigues (2011), a realização de
projetos de horta escolar promove a valorização do ambiente, buscando a
sustentabilidade e economia, além de possibilitar troca de conhecimentos sem
valores comerciais.
No final do projeto, foi importante essa percepção de aceitação positiva pelos
estudantes e professores, segundo Cribb (2010) ao cuidar da horta escolar os
alunos adquirem novos valores e formas de pensar, começam a mudar suas
atitudes e ainda propagam os conhecimentos adquiridos ao ambiente familiar,
fazendo com que os integrantes da família também sejam atingidos e cobrados pela
mudança de comportamento.
33

5. CONCLUSÕES

O projeto obteve êxito em seu andamento e terá continuidade, devido seu


caráter baseado na autogestão e possibilitou o trabalho em conjunto com as/os
estudantes e professoras/es. Apesar da baixa infraestrutura, a escola demonstrou
interesse em desenvolver o projeto e atingir os objetivos propostos. Além disso,
obteve-se boa aceitação entre os participantes. Desta forma, propiciou-se a
disseminação de conhecimentos a respeito da agroecologia, conservação de
recursos naturais e uso de plantas medicinais para os estudantes e a comunidade
nos arredores da escola.
Constatou-se também um alto nível de interesse dos estudantes e
professores em manter o espaço cultivável, para diversificação do cardápio da
merenda escolar e realização de atividades acadêmicas, além de interesse em
participar de outros projetos relativos a área.
34

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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