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VILA VELHA – ES
2018
VILA VELHA – ES
2018
AGRADECIMENTOS
Nossa proposta não poderia chegar a bom porto sem o
apoio de várias pessoas. Em primeiro lugar, não
podemos deixar de agradecer ao nosso orientador, o
professor Eglair Carvalho, por toda a paciência,
sensibilidade, empenho e sentido prático com que
sempre nos auxiliou.
Celebramos igualmente todos os nossos colegas do
Curso.
Agradecemos, ainda, aos funcionários da biblioteca, que
foram sempre gentis.
Por último, enaltecemos nossos familiares e amigos pelo
apoio incondicional que nos deram, especialmente
nossos pais.
“O cientista não é o homem que fornece as verdadeiras respostas; é quem faz as verdadeiras
perguntas”. (Claude Lévi-Strauss)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………. 05
2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 07
4. ANÁLISE DO CONTEXTO.................................................................….............. 13
7. CRONOGRAMA .....................................................................................……....... 23
9. REFERÊNCIAS ...........................…….........................………………………….. 26
1. INTRODUÇÃO
Assim, não somente uma modalidade culmina na construção de conhecimento, mas uma
interação constante entre ambas promove com melhor eficiência o objetivo fim da educação.
A educação ambiental, a exemplo, caracterizada dentro do segmento formal por estar dentre
os temas transversais a serem trabalhados no currículo escolar do ensino da rede pública
municipal de Vila Velha/ES, necessita que a realidade esteja inserida no desenvolvimento de
práticas educativas para integrar o saber e a experiência, visando construir uma consciência
ambiental permanente e contínua.
Dado exposto, a pretensão deste pré-projeto é despertar nos alunos das séries iniciais do
ensino fundamental o interesse pela preservação do meio ambiente e a consciência acerca das
problemáticas ambientais enfrentadas pela população local, bem como a busca por
alternativas para alcançar a melhora no contexto a ser analisado, com ênfase à coleta seletiva.
Dessa forma, iremos propor ações de extensão como a reciclagem e coleta seletiva locus no
qual pretendemos atuar com os alunos das turmas do 6º ano da UMEF “Joffre Fraga”. As
ações a serem desenvolvidas serão orientadas pelos objetivos apresentados nos seguintes
tópicos:
1.1 Objetivo Geral:
Contribuir para a educação ambiental dos alunos das duas turmas de 6º ano do turno matutino
da UMEF “Joffre Fraga”, com ênfase nas abordagens gerais acerca de reciclagem e coleta
seletiva.
O professor José Carlos Barbieri (2007) mostra que o modo como definimos meio ambiente
reflete o nosso tipo de interação com ele, assim, reforçar a ideia de ampliar as fronteiras da
expressão meio ambiente é fundamental neste pré-projeto, analisando a educação ambiental
como uma relação política, econômica, social e cultural entre a humanidade e a natureza.
Nessa perspectiva, e atendendo a uma problemática real mediante a uma produção cada vez
maior de resíduos em função do crescimento dos centros urbanos, conceituamos este
pré-projeto numa questão que norteia a coleta seletiva, propondo uma nova visão sobre os
resíduos gerados e a destinação correta dos mesmos.
Tal pensamento que valoriza a aprendizagem de qualidade dialoga com o Projeto pedagógico
do Curso Superior de Licenciatura em Química (2018), pois ele defende (p. 21) que a partir
das estratégias pedagógicas propostas para o curso de Licenciatura em Química do Ifes
Campus Vila Velha é preciso buscar, de maneira mais ampla, comprometimento com a
formação de sujeitos contextualizados com a sociedade e com o mundo em que estão
inseridos e, assim, pensar no currículo, nas propostas didáticas e nos métodos.
Esse setor inicializou um trabalho de educação ambiental nas escolas municipais quanto a
coleta seletiva destinada a REVIVE (uma associação de sociedade civil sem fins lucrativos
voltada para o tratamento de materiais recicláveis e resíduos sólidos) e, posteriormente,
procurando a coordenação de extensão do Ifes, foi proposto aos professores do primeiro
período do curso de Licenciatura em Química a desafiarem os alunos a enfrentar essa
problemática, visibilizando formas para renovar uma estratégia já proposta.
Dado exposto, o projeto faz-se necessário haja vista que é preciso trabalhar a educação
ambiental nos diversos segmentos da rede pública municipal de ensino fundamental de Vila
Velha, contribuindo para a melhoria e ampliação da coleta seletiva, bem como a promover a
conscientização do corpo escolar e da comunidade a respeito da problemática, através de
ações de conscientização e mobilização a serem desenvolvidas.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Nosso referencial será embasado a partir dos seguintes aspectos teóricos: educação
sociointeracionista, educação ambiental no ensino fundamental, resíduos sólidos urbanos,
coleta seletiva e reciclagem.
A problemática dos resíduos sólidos no espaço urbano é cada vez mais notória, uma vez que o
ritmo de consumo da sociedade cresce com o passar do tempo e com as transformações
socioeconômicas. A geração média de resíduos sólidos urbanos é próxima de 1
kg/habitante/dia no país, padrão já similar ao de alguns países da União Europeia
(GOUVEIA, 2012).
Dentre os meios para se trabalhar essa realidade, a educação ambiental surge como a base
necessária para a construção de uma consciência ambiental, que leva à reflexão acerca das
diversas formas existentes para gerenciar de forma sustentável os resíduos sólidos urbanos,
como a destinação de resíduos sólidos urbanos, reciclagem e coleta seletiva. Vejamos, mesmo
que sumariamente, essas questões.
Diariamente, são coletadas no Brasil entre 180 e 250 mil toneladas de resíduos sólidos
urbanos (GOUVEIA, 2012). A sua destinação exerce grande impacto não somente no meio
ambiente como também sobre a saúde da população. O gerenciamento correto promove a
diminuição desses impactos e, em contrapartida, o mau gerenciamento ou a falta dele tornam
a situação mais grave, o que dificulta a elaboração de medidas contra problemas como os
alagamentos, deslizamentos, lixões etc.
A destinação incorreta de resíduos sólidos no espaço urbano é tratada como banal, pois
tornou-se comum andar pelas ruas e notar uma embalagem plástica nas calçadas, um saco de
lixo em um espaço inadequado, um ponto viciado de descarte de resíduos. O manejo
adequado dos resíduos é uma importante estratégia de preservação do meio ambiente, assim
como de promoção e proteção da saúde, de forma que estes, quando manejados
inadequadamente, são fatores que podem ocasionar deficiência no escoamento da água da
chuva por entupimentos e consequentemente alagamentos, ocasionam também a
multiplicação de patógenos, especialmente resíduos com alguma classificação de nocividade à
saúde, bem como atraem espécies transmissoras de doenças, como mosquitos e ratos.
3.3.2 Reciclagem
Uma das principais alternativas para trabalhar a problemática acerca de resíduos sólidos se dá
através da reciclagem. A reciclagem faz com que o resíduo seja visto de outra maneira, como
um ciclo em que podemos proteger o meio ambiente. A principal vantagem desse processo é a
reinserção do resíduo na cadeia produtiva, transformando-o em um produto novamente pronto
para uso.
A coleta seletiva é um tipo de coleta diferenciada que tem como objetivo separar os resíduos
de acordo com a suas características físicas. É um agrupamento que tende a coleta do
material reciclável que foi separado adequadamente, porém sem processo de reciclagem, de
acordo com o Kit Resíduos do Governo do Paraná (2006).
Por meio deste é importante salientar que ela gera renda para muitas pessoas e espéculos as
empresas, contribuindo principalmente para o meio ambiente, diminuindo os impactos
associados a ele. Além disso, torna-se também uma prática de educação ambiental à medida
que molda os hábitos dos indivíduos, visando a sensibilização e mobilização da sociedade.
4. ANÁLISE DO CONTEXTO
A Unidade Municipal de Ensino Fundamental “Joffre Fraga”, localizada na rua Águia Branca,
no bairro Vale Encantado, município de Vila Velha -ES, CEP.: 29113-070; que atende 1100
alunos nos turnos matutino, vespertino e noturno, sendo os dois primeiros para o ensino
fundamental regular e o noturno para a educação de jovens e adultos (EJA). É circundada
pelas regiões 5 e 4, que correspondem aos bairros Terra Vermelha, Jardim Marilândia,
Cobilândia, Rio Marinho e Araçás.
O contato com a escola deu-se de forma indireta, entrando em contato com a secretária
municipal de Educação Ambiental, Gisele Soncin, que agendou junto às responsáveis pela
agenda da escola uma visita no dia 16/05.
A data marcada era um dia de atividades para recuperação de nota trimestral e não houve
maior interação com a equipe pedagógica e com os próprios alunos, visto que o horário letivo
encerrou-se às 10 h. Todavia, a equipe optou por fotografar o ambiente da escola para
posteriormente fazer uma análise desse espaço à luz teórica apresentada. Ao analisar as fotos,
é perceptível que os resíduos, em sua maioria, não levam a destinação correta dentro da
unidade de ensino. Encontram-se, por toda a escola, pontos viciados de resíduos, como
ilustrado pelas figuras de 1 a 10.
Há espaços mal aproveitados, servindo como depósito para móveis inutilizados, uma quadra
não mais utilizada devido à promessa por parte da prefeitura de se construir uma creche no
espaço, promessa essa que não se cumpriu. Nota-se também uma área onde deveriam
praticar-se exercícios, porém a inundação em períodos de chuva e a deterioração das peças
tornam o local impróprio e inutilizado.
Há também os resíduos espalhados pela área da escola, seja no pátio, seja próximo à horta ou
pelos ambientes menos transitados. Embalagens de biscoitos recheados, balas, chicletes,
salgadinhos e de demais produtos consumidos majoritariamente por crianças no momento do
recreio são encontradas com facilidade no ambiente. Também existem suportes na parede para
o cultivo de diversas plantas, como as suculentas, porém nesses suportes não há plantas, e
poucas delas estão no pequeno jardim próximo à entrada.
Figura 10: pequeno jardim com trabalho artesanal em garrafas do tipo pet
Outro aspecto importante neste estágio (e que talvez é o que mais irá contribuir para a
proposta do presente projeto) refere-se ao aparecimento da capacidade da criança de
interiorizar as ações, ou seja, ela começa a realizar operações mentalmente e não mais apenas
através de ações físicas típicas da inteligência sensório-motor, é o desenvolvimento do
pensamento abstrato.
Em relação aos professores, com formação crítica, colocam-se prontamente abertos ao diálogo
no que tange a temática de formação e desenvolvimento intelectual e o comprometimento do
indivíduo no e com o meio social. A característica fundamentalmente importante dos
profissionais da educação reside no fato de provocarem os discentes a desenvolverem-se
criticamente.
6. PROPOSTA METODOLÓGICA
Considerando-se que o projeto é ainda incipiente e apoiados tanto nas questões teóricas
quanto na observação in loco realizada pela equipe, a metodologia aqui proposta norteará suas
ações na sensibilização dos estudantes para uma proposta de intervenção efetiva descrita no
objetivo geral deste pré projeto. Para tanto propomos quatro etapas: Sensibilização (Etapa 1),
Alinhamento teórico metodológico (Etapa 2), Protagonismo do sujeito (Etapa 3) e Intervenção
do problema (Etapa 4).
Citando Madre Teresa de Calcutá “Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão
uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”, temos que a
simples atitude que incentivamos neste pré-projeto é essencial para promover a sensibilização
dos sujeitos. Assim, a primeira ação pensada trata-se de uma roda de conversa, cujos possíveis
temas serão “Muito além das lixeiras”, “Para onde vai o lixo”, “A questão dos resíduos
sólidos em Vila Velha”, dentre outros que podem ser abordados a primeiro momento, além
das fotografias realizadas na data da primeira visita à escola, bem como a comparação com a
visita realizada na data da roda de conversa, para introduzir os alunos ao tema e despertar
neles o interesse e o sentimento de apropriação da causa que será trabalhada. Essa ação pode
demandar de 55 minutos a 1 h 30 min de duração e pode ser realizada dispondo as carteiras da
sala de aula em círculo ou utilizar do amplo e arborizado ambiente escolar para a discussão.
Nessa etapa, nossas propostas norteiam a problemática real associada ao aumento notável dos
resíduos urbanos, inclusive os encontrados no próprio ambiente escolar, a conscientização
acerca da destinação correta e a uma visão ampliada sobre educação ambiental. A intervenção
faz-se necessária uma vez que o tema foi desenvolvido e que será o resultado de formação
ininterrupta dos alunos durante o desenvolvimento do projeto. Assim, propomos as seguintes
ações de intervenção: mutirão de limpeza (I), reativação da horta (II).
6.4.1. Mutirão de limpeza
Uma proposta de intervenção seria uma atividade prática tendo como objetivo promover um
mutirão de limpeza na escola em um dia letivo de atividades voltadas para o meio ambiente,
montando junto à equipe pedagógica uma programação com dinâmicas, oficinas, brincadeiras
e culminando na atividade. A data selecionada poderia coincidir com um evento já
programado da escola, para promover uma ação diferenciada dentro do que os alunos já
conhecem e estão habituados.
A a reativação da horta também seria uma proposta, de efeito dentro do ambiente escolar,
podendo ser estendido à comunidade, através da capacitação dos alunos para realizar a
manutenção nesse ambiente. Essa ação pode integrar-se ao projeto “Plantas medicinais como
ferramentas no desenvolvimento da ciência”, (Processo número
0023187.00000280/2018-46). De autoria do professor Hildegardo Seibert França (Ifes
campus Vila Velha), o projeto prevê que o licenciando em química será envolvido em todo o
processo de desenvolvimento do projeto sendo de grande importância para o crescimento
profissional e pessoal. Teríamos uma vivência teórico prática sobre uso de plantas medicinais
e como o tema pode ser importante para o desenvolvimento da UMEF “Joffre Fraga”.
O tempo demandado para essa atividade seria aproximadamente um mês, contando com o
envolvimento dos alunos. Indo além, com a reativação da horta seria possível o estudo de
maneiras de se aproveitar os resíduos orgânicos resultantes da merenda escolar para emprego
no adubo do solo cultivável, a longo prazo.
7. CRONOGRAMA
ANO DE 2018
Elaboração do Projeto X
Pesquisa Bibliográfica X
Pré-teste X
Descrição: tabulação/tratamento X
Descrição: Análise X
Análise Interpretativa X
Conclusão X
Relatório Final X
8. CONCLUSÕES PARCIAIS E INDICAÇÕES
Recomenda-se também a participação dos pais dos discentes e da própria comunidade nas
ações desenvolvidas dentro do ambiente escolar, visando a extensão das melhorias também ao
bairro Vale Encantado. Desta forma, este pré-projeto não procura mostrar um caminho
fechado, que será aplicado sem modificações ou adaptações; mas, sim, possibilidades de
estudo, sugestões para a futura realização deste projeto e formas diferentes de aplicações dos
conceitos envolvidos na temática ambiental, quando abordada de forma transversal.
O trabalho em equipe foi realizado de forma conjunta, com a participação ativa dos
integrantes, em contínua interação e construção do pré-projeto. Dessa forma, a aprendizagem
se deu de forma uniforme, e cada integrante teve uma identificação com determinado
segmento do trabalho. Enquanto uns detiveram-se mais na caracterização dos sujeitos -
baseados na teoria construtivista -, outros perceberam a importância em se aprofundar em
educação ambiental e sócio interacionismo. Há aqueles que se detiveram em abordar o
conceito de educação ambiental de forma ampla, resíduos, reciclagem e coleta seletiva. Tais
fatos representam um passo à frente no desenvolvimento do projeto na unidade de ensino.
Como expectativas futuras, almeja-se ampliar o alcance do projeto para mais turmas,
contemplando maior número de alunos, transformando efetivamente a realidade da escola e
da comunidade em espaços em que a educação ambiental e toda sua complexidade sejam, de
fato, trabalhados e compreendidos tornando os alunos em sujeito críticos, éticos e
ambientalmente comprometidos.
REFERÊNCIAS
CONKE, Leonardo Silveira; NASCIMENTO, Elimar Pinheiro do. A coleta seletiva nas
pesquisas brasileiras: uma avaliação metodológica. urbe: Revista Brasileira de Gestão
Urbana, Curitiba, v. 10, n. 1, p. 199-212, abr. 2018.
FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade. 7ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 14ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
PIAGET, J. As notícias de Jean Amos Comenius: Prefácio. In: Jean Amos Comenius,
1592-1670: Páginas selecionadas. Paris: UNESCO, 1957. p. 11-33.
Revista Brasileira de Educação. São paulo: (s.e.), 2013 - v. 18 n. 55 out.-dez. disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v18n55/02.pdf>. Acessado em: 12 Mai. 2018.