Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HISTÓRIA
DO
DIREITO PORTUGUÊS
COIMBRA
1989
NOTA 19
PRÉVIA
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.
PLANO DA EXPOSIÇÃO
6. Plano da exposição....................................
40
9
índice geral
PARTE I
CAPÍTULO I
PERÍODO PRIMITIVO
CAPÍTULO II
PERÍODO ROMANO
10
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO III
11
índice geral
CAPÍTULO IV
PARTE II
CAPÍTULO I
12
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
$1.°
ÉPOCA DA RECEPÇÃO DO DIREITO ROMANO RENASCIDO
E DO DIREITO CANÓNICO RENOVADO (DIREITO COMUM)
13
ÍNDICE GERAL
14
ÍNDICE GERAL
§2.°
ÉPOCA DAS ORDENAÇÕES
15
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO III
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
§ L°
16
índice geral
§2.»
ÉPOCA DO INDIVIDUALISMO
§ 3.°
ÉPOCA DO DIREITO SOCIAL
17
NOTA PRÉVIA
19
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
quando não seria mais possível. Pela minha parte, verificou-se, entretanto, o
desempenho de honrosas e absorventes funções públicas. Depois, as circunstân-
cias deslocaram-me para o estudo predominante do direito das obrigações.
De qualquer modo, não se procedeu agora a simples revisão ou
actuali-
zação de um projecto que as mudanças metodológicas e os próprios resultados
da investigação ultrapassaram inexoravelmente. Publico uma obra autónoma.
Daí que não parecesse certo, sem a palavra definitiva de Braga da Cruz,
colocar o presente livro sob o signo e a fiança de uma co-autoria que tanto me
honrava.
11 de Junho de 1989
M. J.
Almeida Costa
20
< INT CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.
ROD PLANO DA EXPOSIÇÃO
UÇÃ
O
1. Noção de história do direito
2.3
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
24
INTRODUÇÃO
direito na área das ciências jurídicas, nunca ela pode ser conside-
rada exactamente ao lado das outras. Sempre haverá que entendê-
-la como um ramo da história que se ocupa do direito, embora
profundamente influenciado pelas particularidades do seu objecto e
consequentes parâmetros e orientações da ciência jurídica moderna.
Mostra-se, em síntese, uma disciplina tributária desses dois
domínios.
A consideração da história do direito sob um caracterizado
ângulo jurídico salientará a sua utilidade para o jurista dogmático,
que se dedica ao estudo do direito vigente com finalidades práticas.
Pelo contrário, encarando-a mais comprometida no terreno histó-
rico, ou seja, em última análise, de uma visão global do homem e
da sociedade, melhor se alcança a relacionação das instituições e
dos princípios jurídicos com as outras realidades sociais.
A preferência por uma das referidas concepções da história do
direito depende, evidentemente, de um prévio acerto de posição no
plano da teoria historiológica. Há problemas de filosofia da história
a meditar e a decidir. Mas também não se afigura estranho à ques-
tão o facto de a história do direito poder ser cultivada por estudio-
sos que tenham uma formação básica de juristas ou de historiado-
res. De qualquer modo, as duas perspectivas — a mais jurídica ou a
mais historicista — até certo ponto como que se completam(l).
25
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
26
INTRODUÇÃO
27
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
28
INTRODUÇÃO
(') Sobre este debatido tema, ver, por ex., A. Castanheira Neves,
Fontes
de direito. Contributo para a revisão do seu problema, in "Boletim da Faculdade de
Direito", vol. LVIII — "Estudos em Homenagem aos Profs. Doutores M. Paulo
Merêa e G. Braga da Cruz", Coimbra, 1982, tomo II, págs. 169 e segs.
29
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
30
INTRODUÇÃO
31
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
32
INTRODUÇÃO
33
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
34
INTRODUÇÃO
35
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
36
INTRODUÇÃO
8.a ed. (por Camille Jauffret-Spinosi), Paris, 1982 (existe tradução da 7.a
ed.
francesa, com o título Os Grandes Sistemas de Diréto Contemporâneo — Direito Com-
parado, 2.a ed., Lisboa, 1978, de Hermínio A. Carvalho), J. de Oliveira
Ascen-
são, Sistemas actuais de direito, in "Boletim do Ministério da Justiça", n.° 252,
Lisboa, Janeiro de 1976, págs. 5 e segs., Fernando José Bronze, A comparação
de
ordens jurídicas integradas em sistemas económicos diferentes, e Manuel Nogueira
Serens, Sobre a classificação das ordens jurídicas em sistemas ou famílias de direito, in
"Revista de Direito e Economia", respectivamente, ano II, Coimbra, 1976, págs.
363 e segs., e ano XII (1986), págs. 129 e segs.
37
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
38
INTRODUÇÃO
39
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
6. Plano da exposição
40
INTRODUÇÃO
41
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
42
INTRODUÇÃO
(l) Ver as suas obras Historia da antiguidade da Cidade de Évora, 3.a ed., Lis-
boa, 1783 (reprodução da 2.a ed., Évora, 1576, corrigida pelo autor), e De antiaui-
tatibus Lusitaniae, Eborae, 1593.
43
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
44
INTRODUÇÃO
45
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
46
INTRODUÇÃO
(') Estatutos da Universidade de Coimbra, ele, Lisboa, 1772, liv. II, tít. 3, cap.
9, §§ 1 e 2 (na reedição, Coimbra, 1972, págs. 357 e segs.).
(2) "E porque entre os muitos Systemas, Compêndios, e Summas da Histo-
ria do Direito Romano, não ha algum, que seja accommodado para o uso das Lições
desta Cadeira; não só por não haver alguma, em que se ache escrita a Historia do
Direito Portuguez; mas também porque igualmente não ha algum, que compre-
henda todos três objectos próprios, e isseparaveis da dita Historia que versam
sobre ellas: Será o Professor obrigado a formar hum Compendio Elementar da
dita Historia do Direito, e de todas as suas partes, próprio, e accommodado para
as Lições annuaes desta Cadeira" (Estatutos, liv. II, tít. 3, cap. 9, § 14 — na reed.,
cit., pág. 364).
(3) Paulo Merêa, De André de Resende a Herculano, cit., in "Est. da Hist. do
Dir.", pág. 28. Pode ver-se, também, M. J. Almeida Costa, in "Temas de
História do Direito", cit., págs. 16 e segs. A referida obra de Mello Freire
encontra-se traduzida sob o título de História do Direito Civil Português, in "Boi. do
Min. da Just.", cit., n.os 173/175. Aliás, nesse mesmo "Boletim", estão traduzi-
47
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
48
INTRODUÇÃO
(') Synopsis Chronologica, Lisboa, 1790, tomo I (desde 1143 até 1549) e tomo
II (desde 1550 até 1603). Recorde-se, ainda, a sua Nova Historia da Militar Ordem de
Malta e dos Senhores Grão-Priores Delia, em Portugal, Lisboa 1800, partes I, II e III
(refundida sobre a l.a ed., de 1793).
(2) Memorias sobre as Fontes do Código Philippino e Qual seja a Época da introduc-
ção do Direito das Decretaes em Portugal, e o influxo que o mesmo teve na Legislação
Portugueza, in "Mem. de Lit. Port.", cit., repectivamente, tomo II, págs. 46 e
segs., e tomo VI, págs. 5 e segs.
(3) Esta última obra (6 tomos em 7 volumes; Lisboa 1805/1807, 1818 e
1820) constitui uma continuação da Synopsis Chronologica de J. AnastAsio de
Figueiredo. Ver, também, de JoAo Pedro Ribeiro os Additamentos e
Retoques á
Synopse Chronologica, Lisboa, 1829.
(4) Memorias para a Historia, e Theoria das Cortes Geraes que em Portugal se
celebrarão pelos Três Estados do Reino, Lisboa 1828 (parte l.a e parte 2.a). Há uma
nova edição desta obra, Lisboa, 1924, precedida de um estudo de António
Sardinha.
(5) Trata-se da "Collecção da Legislação Antiga e Moderna do Reino de
Portugal".
49
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
50
INTRODUÇÃO
51
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
52
INTRODUÇÃO
53
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
54
INTRODUÇÃO
55
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
Doutor Manuel Paulo Merêa — Historiador das Instituições Medievais, Coimbra, 1969, e
Mário A. dos Reis Faria, Bibliografia do Doutor Manuel Paulo Merêa, Coimbra, 1969
(seps. da "Rev. Port. de Hist.", cit., tomo XII), Doutor Manuel Paulo Merêa (1889-
-1977), Coimbra, 1979 (sep. da "Revista Portuguesa de Filologia", vol. XVII,
Coimbra, 1975/1978), e Algumas notas biográficas e bibliografia do Doutor Manuel Paulo
Merêa, Coimbra, 1983 (sep. do "Boi. da Fac. de Dir.", cit., vol. LVIII
— "Estudos em Homenagem aos Profs. Doutores M. Paulo Merêa e G. Braga
da Cruz", tomo I). Neste mesmo tomo I do vol. LVIII do "Boi. da Fac. de
Dir.", págs. 41 e segs., encontra-se a publicação póstuma do estudo de Paulo
Merêa, A tradição romana no nosso direito medieval.
(') Cfr. Paulo Merêa, Esboço de uma história da Faculdade de Direito de
Coimbra, fase. III (1865-1902) — As várias disciplinas, Coimbra, 1956, págs. 18 e
segs. (sep. do "Boi. da Fac. de Dir.", cit., vols. XXIX a XXXI; ver, designada-
mente, vol. XXIX, págs. 103 e segs.), e G. Braga da Cruz, A Revista de Legisla-
ção e de Jurisprudência — Esboço da sua História, vol. I, Coimbra, 1975, nota 1051 da
pág. 431, especialmente págs. 433 e seg.
56
INTRODUÇÃO
57
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
58
INTRODUÇÃO
59
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
60
INTRODUÇÃO
(') Como sua obra póstuma, foi publicada a já cit. História do Direito Português,
vol. I — Fontes. Diráto Público (1140-1495), Lisboa, 1981. Dos elementos didácticos
irosos que Teèbgru -para tjs vSttàaatea, WHJtfiBftft lhie "WíieVfc tS3rfcaifò X) ICtÉBfb
desta disciplina na Faculdade de Direito de Lisboa (de 1939 a 1942 e de 1961 a
1963), salientam-se as Lições de História do Direito Português, Coimbra, 1962. Ver
Jorge Borges de Macedo, Marcello Caetano, historiador, in "Brotéria", vol. 114,
n.°
2, Lisboa, 1982, págs. 151 e segs., e José Adelino Maltez, História do
Diráto
Português (1140-1495) de Marcello Caetano, in "Rev. da Fac. de Dir. da Univ. de
Lisb.", cit., vol. XXVI, págs. 611 e segs.
61
PARTE I
ELEMENTOS DE HISTÓRIA DO
DIREITO PENINSULAR
PARTE I
ELEMENTOS DE HISTÓRIA DO
DIREITO PENINSULAR
PARTE I
ELEMENTOS DE HISTORIA DO
DIREITO PENINSULAR
CAPÍTULO I
PERÍODO PRIMITIVO
8. Característica básica. Fontes de conhecimento
67
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
68
PERÍODO PRIMITIVO
69
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
70
período primitivo
71
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
72
PERÍODO PRIMITIVO
73
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
74
PERÍODO PRIMITIVO
76
PERÍODO PRIMITIVO
a) Fontes de direito
77
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
78
PERÍODO PRIMITIVO
b) Instituições jurídicas
79
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
80
PERÍODO PRIMITIVO
Hl
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Ver Gama Barros, Hist. da Adm. Púbi, cit., 2.a ed., tomo VII, págs. 69 e
segs., A. Vaz Serra, A Enfiteuse no Direito Romano, Peninsular e Português, vol.
II,
Coimbra, 1926, págs. 124 e segs., e M. J. Almeida Costa, Origem da Enfiteuse
no
Direito Português, Coimbra, 1957, págs. 29 e seg.
82
CAPÍTULO II
PERÍODO ROMANO
12. A conquista da Península pelos Romanos
85
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
87
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
88
PERÍODO ROMANO
89
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) A concessão da latinidade
90
PERÍODO ROMANO
91
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
92
período romano
b) A concessão da cidadania
93
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
94
período romano
95
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
96
PERÍODO ROMANO
97
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
98
)
- CAPÍTULO III
s
. PERÍODO GERMÂNICO OU
VISIGÓTICO
-
16. Razão de ordem
101
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
102
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
(') Cabe aqui uma consideração paralela à que se faz a respeito dos escri-
tores gregos e latinos que analisam as instituições dos primitivos povos peninsula-
res (cfr., supra, pág. 68).
103
HISTÓRIA IDO DIREITO PORTUGUÊS
104
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
(') Ver F. Lor, Lajin du monde antique et le début du Moyen Age, Paris, 1951.
( ) Cfr., supra, págs. 101 e seg.
105
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Não falta quem sustente que os Germanos não conheceram, no século
V, o princípio da personalidade do direito, o qual se terá manifestado só mais
tarde, quando os Francos procuraram estruturar a convivência dos vários povos
106
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
sob o seu poder (cfr., por todos, Manuf.l Torres, Lecciones, cit., vol. II, 2.a
ed.,
Salamanca, 1936, pág. 56, e Giui.io Vismara, Le fonti dei diritto romano nelValto
medioevo secando la piú recente storiografia (1955-Í980), in "Studia et Documenta His-
toriae et Iuris", vol. XLVII, Romae, 1981, pág. 16).
(*) Analisando o problema relativamente aos Visigodos, ver A. García-
-Gai.lo, Consideraciân crítica de los estúdios sobre la legislación y la costumbre visigodos, in
"An. de Hist. dei Der. Esp.", cit., tomo XLIV, págs. 430 e segs.
107
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
108
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
109
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
110
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
111
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
d) Capitulares
112
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
113
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
114
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
115
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Consultar, entre outros, Rfinhart, Historia General dei Reino Hispânico de
los Suevos, Madrid, 1952.
(2) Os Suevos seguiram uma trajectória religiosa em que foram: pagãos,
católicos, arianos e de novo católicos. Os Visigodos, pelo contrário, afirmaram-
-se, sucessivamente: pagãos, arianos e católicos.
116
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
117
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
I — Instalação na Gália
(') Quanto à evolução do Reino Visigótico, ver, por ex., a síntese minu-
ciosa de Manuel Torres, Lecciones, cit., vol. II, págs. 68 e segs. Para
maiores
desenvolvimentos, consultar, entre outros, Rafael Gibert, El reino visigodo y el
particularismo espáhol, in "Cuadernos dei Instituto Jurídico Espanol", n.° 5
— "Estúdios Visigóticos", vol. I, Roma/Madrid, 1956, págs. 15 e segs., Ramon
de Abadal y de Vinyals, Del Reino de Tolosa ai Reino de Toledo, Madrid, 1960,
E.
A. Thompson, The Goths in Spain, Oxford, 1969 (trad. para castelhano — Los
Godos en Espdha, Madrid, 1971), H. Wolfram, Geschichte der Goten, Munchen,
1979, e Ana Maria Jimenez Garnica, Orígenes y desarrollo dei Reno Visigodo
de
Tolosa (a. 418-507), Valladolid, 1983.
118
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
119
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
120
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
121
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
122
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
(') Ver, sobretudo, Menéndez Pidal, Orígenes dei Espaíbl, 5.a ed.,
Madrid,
1964. Entre nós, por ex., consultar Josf.ph M. Pif.l, Os nomes germânicos na
toponí-
mia portuguesa, I e II, Coimbra, 1937 e 1945, e O património visigodo na língua portu-
guesa, in "Congresso do Mundo Português", vol. I — "Memórias e comunica-
ções apresentadas ao Congresso de Pre e Proto-História (I Congresso)", Lisboa,
1940, págs. 563 e segs.
(2) Por ex., no sentido de que os termos "sors" e "consors" nada têm a
ver com os problemas suscitados pelo referido assentamento dos Visigodos se
pronuncia Luís A. García Moreno, El término "sors" y relacionados en el "Liber
ludicum", cit., in "An. de Hist. dei Der. Esp.", tomo LIII, págs. 137 e segs.
(3) Cfr. García-Gali.o, Notas sobre el reparto de tierras, cit., in "Hispânia",
tomo I, n.° IV, pág. 43, nota 11.
123
HISTÓRIA OO DIREITO PORTUGUÊS
124
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
125
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
126
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
127
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
mas conexões entre si. Por outro lado, pode dizer-se que não se
relacionam com a evolução legislativa unicamente baseada nas fon-
tes que, sem quaisquer dúvidas ou com as maiores probabilidades,
se consideram visigóticas^).
I — Código de Eurico
128
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
II — Breviário de Alarico
129
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
130
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
IV — Código Visigótico
131
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
132
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
133
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) Tese da personalidade
(l) Record e-se que este autor foi um dos pioneiros da Escola Histórica do
Direito, que teve em Savigny o seu maior expoente (ver, por ex., F. Wieacker,
História do Direito Privado Moderno, Lisboa, 1980, especialmente págs. 405, 443, e 460 e seg.;
trad. de A. M. Botelho Hespanha com base na 2.a ed. de Privatrechtsgeschichte
der
Neuzeit unter besonderer Beriicksichtigung der deutschen Entwicklung, Góttingen, 1967).
( ) Ver Karl Zeumer, Historia de la legislación visigoda (trad. para castelhano
de Carlos Claveria), Barcelona, 1944. Sobre o cuidado com que deve ser
utili-
zada esta tradução, consultar Paulo Merèa, in "Boi. da Fac. de Dir.", cit., vol.
XX, págs. 640 e seg.
134
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
b) Tese da territorialidade
135
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Ver Paulo Mf.rka, Uma tese revolucionária (A propósito do artigo de Garcia
Gallo publicado no tomo XIII do A.H.D.E.), Ainda sobre a tese de Garcia Gallo, Sobre a
tese de Garcia Gallo (opiniões várias), Para uma critica de conjunto da tese de Garcia Gallo:
I— O capítulo 321 do Código Euriciano e a tese da territorialidade. II— O capítulo 312 do
136
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
137
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Ver Álvaro D'Ors, La territorialidad dei derecho de los visigodos, cit., in
"Estúdios Visigóticos", vol. I, págs. 91 e segs., especialmente pág. 121.
(2) Posteriormente, ver, por ex., Paulo Merêa, recensão ao estudo
de
Álvaro d'Ors, cit., in "Boi. da Fac. de Dir.", vol. XXXI, págs. 433 e segs., C.
Sánchez-Albornoz, Tradición y derecho visigodos de Léon y Castilla, in
"Cuadernos
de História de Espana", n.os XXIX-XXX, Buenos Aires, 1959, págs. 244 e segs.,
e Pervivencia y crisis de la tradición jurídica romana en la Espana goda, in "Settimane di
Studio dei Centro Italiano di Studi sull'alto Medioevo", IV — "11 passagio dallAn-
tichità ai Medioevo in Occidente", Spoleto, 1962, págs. 128 e segs. (também
in "Estúdios sobre las Instituciones medievales espanolas", México, 1965, págs.
547 e segs.), García-Gallo, Consideración crítica de los estúdios, cit., in "An. de Hist.
dei Der. Esp.", tomo XLIV, págs. 343 e segs., maxime págs. 445 e segs., Giulio
Vismara, Lefonti dei diritto romano nelValto medioevo, cit., in "Stud. et Doe. Hist. et
lur.", vol. XLVII, págs. 15 e segs., e NunoJ. Espinosa Gomes da Silva, Hist.
do
Dir. Port., cit., vol. I, págs. 44 e segs.
138
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
139
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
140
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
141
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
142
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
143
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
b) Fórmulas Visigóticas
144
PERÍODO GERMÂNICO OU VISIGÓTICO
145
CAPÍTULO IV
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO
E DA RECONQUISTA CRISTÃ
24. A invasão muçulmana e o seu significado
149
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
150
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTA
152
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTÃ
Portugal", dirigida por DamiAo Peres, vol. I, Barcelos, 1928, págs. 389 e segs.
Consultar, ainda, o livro clássico de R. Dozy, Histoire des Musultnans d'Espagne
jusqu'à la conquête de 1'Andalousie por les Almoravides (711/1110), 2.a ed., Leyde, 1932,
É. Lêvi-Provençal, L'Espagne musulmane au X.èm siècle. Institutions et vie sociale,
Paris, 1932, La civilisation árabe en Espagne. Vue générale, Caire, 1938, e Histoire de
l'Espagne musulmane, 2.a ed., vol. I — La conquête et 1'Emirat hispano-umayade (711-
-912), Paris, 1950, vol. II — Le califat umayade de Cordoue (912-1031), Paris, 1950, e
vol. III— Le siècle du Califat de Cordoue, Paris, 1953 (trad. para castelhano desta
obra e introdução de E. García Gómez, in "Historia de Espana", dirigida por R.
Menéndez Pidal, tomo IV, Madrid, 1950, e tomo V, Madrid, 1957), C.
Sánchez-Albornoz, La Espana Musulmana. Según los autores islamitas y cristianos
medievales, tomos I e II, Buenos Aires, 1946, e "The Encyclopaedia of Islam", 2.a
ed., Leiden/London (em publicação desde 1960).
(') Cfr., supra, pág. 151.
( )Cfr., supra, págs. 106 e segs., o que se referiu a propósito dos povos
germânicos.
(3) Ver J. López Ortiz, Derecho musulmán, Barcelona, 1932, F. M.
Pareja,
Ismalogie, Beyrouth, 1957/1963, e E. Tyan, Histoire de l'organisation judiciaire en pays
d'Islam, 2.a ed., Leiden, 1960. Sobre as fontes, evolução e instituições do direito
islâmico, existem as sínteses elementares, mas bastante esclarecedoras, de
Raymond Charles, Le droit musulmán, colecção "Que sais-je?", n.° 702, 4.a ed.,
Paris, 1972, e Joseph Schacht, Introduction au droit musulmán, Paris, 1983.
153
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
154
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTÃ
155
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
156
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTÃ
(!) O direito judaico tem na base do seu sistema de fontes a Tora (lei
ditada por Deus a Moisés no Monte Sinai), a Mischna (interpretação da Sagrada
Escritura) e o Talmud (compilação dos preceitos e doutrinas das duas fontes ante-
riores). Acrescem as respostas dos rabinos (mestres e juízes das comunidades judai-
cas) e as determinações ("taqqanot") das comunidades hebraicas locais. Sobre a
situação dos Judeus na Monarquia Visigótica e nos Estados da Reconquista, ver,
por ex., respectivamente, Manuel Torres, Lecciones, cit., vol. II, págs. 162
e
segs., e L. G. de Valdeavellano, Curso, cit., págs. 309 e segs.
( ) Cfr., supra, pág. 151.
157
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
158
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTA
159
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
160
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTÃ
161
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
ed., Madrid, 1963, tomo II, págs. 378 e seg. (embora este autor não se afaste
fundamentalmente da tese de Merêa, pois admite uma tenência hereditária pos-
suída pelo conde como coisa própria), cujas opiniões são analisadas por Paulo
Merêa, in "Hist. e Dir.", cit., tomo I, págs. 256 e segs. Também Nuno
J.
Espinosa Gomes da Silva, Hist. do Dir. Port., cit., vol. I, págs. 87 e segs., se
inclina
para posição análoga à de Sánchez-Albornoz — a da tenência hereditária —, mas
não coincide na argumentação. Paulo Merêa, in "Hist. e Dir.", cit., tomo
I,
págs. 269 e segs., aprecia uma versão precedente (1965) do ponto de vista deste
último autor, Consulte-se, ainda, A. Almeida Fernandes, Do Porto veio
Portugal
(séc. v-xn), Porto, 1965, estudo igualmente analisado por Paulo Merêa, in
"Hist.
e Dir.", cit., tomo I, págs. 272 e segs.
(') Como opina Marcello Caetano, Hist. do Dir. Port., cit., vol. I,
pág.
147.
162
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTA
163
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
164
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTÃ
165
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Cfr., supra, págs. 140 e seg., o que se indicou a propósito do direito
canónico na Monarquia Visigótica.
(2) Cfr., supra, págs. 153 e segs.
(3) Cfr., supra, págs. 155 e segs.
(4) Ver Paulo Merêa, Sobre as origens da terça, in "Est. de Dir.
Hisp.
Med.", cit., tomo II, págs. 55 e segs. A reforma referida operou-se com o
Decreto de 31 de Outubro de 1910, que alargou para metade a porção disponível,
nos casos gerais, e para dois terços, tratando-se da sucessão de ascendentes do 2.°
grau ou de grau superior (arts. 1.°, § único, 3.° e 4.°). Estas soluções foram
incorporadas no Código Civil de 1867, através da nova redacção que a alguns dos
seus preceitos foi dada pelo Decreto n.° 19126, de 16 de Dezembro de 1930.
(5) Cfr., supra, pág. 157.
166
PERÍODO DO DOMÍNIO MUÇULMANO E DA RECONQUISTA CRISTÃ
167
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
168
PARTE II
ELEMENTOS DE HISTÓRIA DO
DIREITO PORTUGUÊS
CAPÍTULO I
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DO
DIREITO PORTUGUÊS
28. Visão de conjunto da evolução do direito português
173
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
174
PERIODIZAÇÃO DA HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
175
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
176
PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
177
QUADRO DA EVOLUÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
CAPITULO II -?
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO
DO DIREITO PORTUGUÊS
29. Fontes do direito português anteriores à segunda
metade do século xni
I — Código Visigótico
183
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Refiram-se, por ex.: um doe. de 1099 — "Magnus est titulus donationis
in quo nemo potest actum largitatis inrumpere ne foris legis proicere ut quicquid
omnis ingenuus vir atque fernina de omni sua re vel hereditate faciat quod volue-
rit..." (Liber Fidei Sanctae Bracarensis Ecclesiae, tomo I, Braga, 1965, n.° 151, pág.
177 — edição crítica pelo P.e Avelino de Jesus da Costa); um doe. de 1101
—
"...et ad ipsum locum sanctum pariat quantum inde abstulerit in quadruplum et
insuper auri talenta una et hoc factum nostrum firmitatis roborem habeat in
secula seculorum sicut scriptum est in Libro iudicatum (sic por "Iudicum") V.°,
kapitulo I.°, sententia III.a "de donationibus ecclesie datis sive famulorum meri-
tis..." (Liber Fidei, cit., tomo I, n.° 232, pág. 274); um doe. de 1130 — "...Si autem
aliquis homo tam de extraneis quam de propinquis hoc factum meum inrum-
pere voluerit quod fieri non credo tibi vel qui vocem tuam pulsaverit illam
hereditatem componat in quadruplum et regiae potestati quod liber iudicum pre-
cipit..." (Documentos Medievais Portugueses — Documentos Régios, vol. I, tomo I, Lis-
boa, 1958, n.° 106, pág. 129); um doe. de 1146 — "...Quoniam regum est necnon
etiam cuiusque uiri ingenuitatis titulo decorati sicut in legibus gotorum inuenitur
de propriis possessionibus propriam implere uoluntatem..." (Doe. Med. Port.—
Doe. Reg., cit., vol. I, tomo I, n.° 216, pág. 265). Com data posterior, indica-se o
doe. de 1187 referido por Alexandre Herculano, Portugaliae Monumenta
His-
tórica— Leges et Consuetudines, vol. I, Olisipone, 1856, pág. X (Lex gotorum libe-
ras a servicio duplicia non sedeat crebantado, sed semper sit ingénuo").
(2) É o ponto de vista para que propende G. Braga da Cruz, O direito
subsidiário na história do direito português, Coimbra, 1975, pág. 180, nota 1 da pág.
anterior (sep. da "Rev. Port. de Hist.", cit., tomo XIV, com a mesma paginação;
estudo republ. in "Obras Esparsas", cit., vol. II, 2.a parte, Coimbra, 1981,
págs. 245 e segs.).
184
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
185
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
186
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
187
HISTÓRIA IDO DIREITO PORTUGUÊS
188
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
189
HISTÓRIA IX) DIREITO PORTUGUÊS
IV — Costume _
Por último, refere-se o costume. Este conservou, entre nós, a
sua vigência anterior. O direito privado, designadamente, tinha
como fonte principal ou quase exclusiva o costume, que prosseguia
a linha das normas consuetudinárias leonesas. Importa, porém,
salientar a amplitude com que no período medieval se entendia essa
fonte de direito.
Em sentido rigoroso, o costume é o modo de formação e reve-
lação de normas jurídicas que se traduz na prática constante e reite-
rada de uma certa conduta (elemento material), acompanljada_da
convicção da sua obrigatoriedade (elemento psicológico). Ora,
nesta época, utilizava-se o conceito de costume num sentido amplo
ou residual (2): abrange todas as fontes de direito tradicionais que
não tenham carácter legislativo. Denominação genérica em que se
incluíam sentenças da Cúria Régia, depois designadas costumes da
190
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
191
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Ver os Port. Mon. Hist. —Leges et Cons., cit., vol. I, pág. 161.
(2) Publicada nos Port. Mon. Hist. —Leges et Cons., cit., vol. I, pág. 162.
(3) Ver, supra, pág. 186, nota 4.
(4) As leis da Cúria de 1211 encontram-se publicadas nos Port. Mon.
Hist. —Leges et Cons., cit., vol. I, págs. 163 e segs. Ver, também, DamiAo Peres,
As cortes de Í2ÍÍ, m "Rev. Port. de Hist.", cit., tomo IV, págs. 1 e segs.
(5) Ver, por ex., Nuno J. Espinosa Gomes da Silva, Hist. do Dir.
Port.,
cit., vol. I, pág. 124. Põe em dúvida essa interpretação Braga da Cruz, O direito
subsidiário, cit., pág. 188, nota 16.
192
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
II — Forais
193
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) Considerações gerais
194
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Cfr. Arrigo Solmi, Storia dei Diritto Italiano, 3.a ed., Milano, 1930,
pág. 4.
(2) Ver, supra, págs. 162 e segs., o que se escreveu a respeito das caracterís-
ticas e dos elementos constitutivos do direito da Reconquista.
(3) Muito expressivamente, sugere Paulo Merêa que a actuação dos tabe-
liães "pode talvez ser aproximada, mutatis mutandis, da do jogral — meio termo
entre o bobo e o trovador — na esfera literária" ("Est. de Dir. Hisp. Med.", cit.,
tomo I, nota 5 do "Prefácio", pág. XVIII).
195
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
196
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
197
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
198
PERÍODO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
199
CAPÍTULO III
ÉPOCA DA RECEPÇÃO
DO DIREITO ROMANO RENASCIDO
E DO DIREITO CANÓNICO RENOVADO
(DIREITO COMUM)
31. O direito romano justinianeu desde o século vi até ao
século XI
(') Recordemos que se designa por Corpus Iuris Civilis um conjunto hetero-
géneo de fontes de direito romano ("ius" e "leges") promulgadas no tempo de
justinianeias (ver, infra, págs. 212 e seg.; neste sentido, FrancescoCalasso,
Médio
de 529 a 565. A expressão Corpus Iuris Civilis não é originária: terá surgido com os
Glosadores para abranger todas as partes em que sistematizaram as compilações
justinianeias (ver, infra, págs. 212 e seg.; neste sentido, FrancescoCalasso,
Médio
Evo dei Diritto, vol. l-Le Forti, reimpressão, Milano, 1970, pág. 527); mas, de
qualquer modo, a sua consagração deve-se a Dionísio Godofredo, quando da
primeira edição conjunta das fontes justinianeias, feita em Genebra no ano de
1583. Compõem o Corpus Iuris Civilis: as Institutiones ou Enchiridion (533) — na
designação latina e grega, respectivamente—, que constituem um pequeno
manual com noções básicas de direito e se dividem em quatro livros; os Digesta
ou Pandectae (533), colectânea de "ius", quer dizer, de fragmentos de obras de
juristas clássicos e abrangendo cinquenta livros; o Codex repetitae praelectionis (534),
que representa uma actualização do Codex vetus (529) e se encontra repartido em
doze livros; e as Novellae leges ou Constitutiones (535/565), isto é, as constituições
imperiais promulgadas após o Codex e até à morte de Justiniano. Da obra legisla-
tiva justinianeia só não se incluem no Corpus Iuris Civilis o Codex vetus ou Codex
primus (529), substituído pelo Codex repetitae praelectionis, e as Quinquaginta decisiones
(530), que se podem considerar trabalhos preparatórios dos Digesta. Às várias
205
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
206
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
207
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
208
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÕNICA
209
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
210
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(') Sobre Irnério, ver Calasso, Médio Evo dei Diritto, cit., vol. I,
especial-
mente págs. 367 e segs., e 507 e segs.
211
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Ver Ennio Cortese, Scienza di giudici e scienza di professou tra XII e XIII
secolo, in "Legge, giudici, giuristi. Atti dei Convegno tenuto a Cagliari nei giorni
18-21 maggio 1981", Milano, 1982, págs. 93 e segs.
(2) Ver, supra, pág. 205, nota 1.
(3) De acordo com uma explicação divulgada, recuperaram-se, primeiro,
as matérias que integram o Digesto Velho e, depois, as do Digesto Novo. Daí as
212
período do direito português de inspiração romano-
canónica
c) Método de trabalho
21*
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
214
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(•*) Ver, por todos, Wieacker, Hist. do Dir. Priv. Mod., cit., págs. 51 e seg.
215
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Wieackf.r, Hist. do Dir. Priv. Mod., cit., pág. 53. Ver, ainda, Calasso,
Médio Evo dei Diritto, cit., vol. I, págs. 531 e segs.
(2) Ver, supra, págs. 213 e seg.
216
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(') Ver, infra, págs. 262, 307 e segs., e 361 e seg. Consultar M. J. Almeida
Costa, La présence d'Accurse dam 1'histoire du droit portugais, in "Atti dei Convegno
intemazionale di studi Accursiani (Bologna, 21-26 Ottobre 1963)", vol. III,
Milano, 1968, págs. 1053 e segs. (também in "Boi. da Fac. de Dir.", cit., vol.
XLI, págs. 1053 e segs. (também in "Boi. da Fac. de Dir.", cit., vol. XLI, págs.
47 e segs.). Sobre a obra de Acúrsio e o seu significado em Itália e na Europa,
ver os diversos estudos incluídos in "Atti dei Convegno intemazionale di studi
Accursiani", cit., vol. I, II e III, Milano, 1968.
Sinal do prestigio de Acúrsio no meio português, já pelos fins do século
XIV, resulta, porventura, de um certo Andreas Iohannis, cónego da Sé de Coim-
bra (1317), se enaltecer com o apelido do autor da Magna Glosa (ver M. J.
Almeida Costa, Um jurista em Coimbra, parente de Acúrsio, in "Boi. da Fac. de
Dir.", cit., vol. XXXVIII, págs. 251 e segs., e Frank Stoetermeer, Un
professeur
de l'Université de Salamanque au XIII.' siècle, Guillaume d'Accurse, in "An. de Hist. dei
Der. Esp.", cit., tomo LV, págs. 754 e segs.).
217
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
»
I — Estudantes estrangeiros em Bolonha
218
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
II — Fundação de Universidades
219
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
220
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
221
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
222
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÔNICA
223
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
224
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
225
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
226
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
227
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
228
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
229
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
\
corri argumentos ponderosos. Não cabe apreciar aqui os dados do
problema (*). Talvez essa criação recue a um dos dois anos anterio-
res> De qualquer modo, a bula de confirmação do Papa Nicolau IV,
de 9 de Agosto de 1290 (2), faz referência expressa à obtenção dos
graus de licenciado em direito canónico e direito civil (3), podendo
esses diplomados ensinar em toda a Cristandade, sem a exigência
de novo exame ("ius ubique docendi")( ).
A sede da Universidade foi transferida, ainda no tempo de D.
Dinis, de Lisboa para Coimbra. E viria a deslocar-se entre as duas
cidades até ao século xvi(5). Mas o que interessa salientar é que,
desde o começo, os cursos jurídicos ocuparam uma posição desta-
cada no nosso Estudo Geral (6).
230
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓN1CA
231
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
232
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANONICA
las Partidas, Nuevas observaciones sobre la obra legislativa de Alfonso X e La obra legislativa
de Alfonso X. Hechos e hipótesis, in "An. de Hist. dei Der. Esp.", cit., respectiva-
mente, tomo XXI, págs. 345 e segs., tomo XLVI, págs. 609 e segs., e tomo LIV,
págs. 97 e segs., Aquilino Iglesias Ferreiros, Alfonso X el Sábio y su obra
legislativa:
algunas reflexiones e Fuero Real y Especulo, ibid., respectivamente, tomo L, págs. 531 e
segs., e tomo LII, págs. 111 e segs., Jerry R. Craddock, La cronologia de las obras
legislativas de Alfonso X el Sábio, ibid., tomo LI, págs. 365 e segs., e Robert A.
MacDonald, Problemas políticos y Derecho Alfonsino considerados desde três puntos de
vista, ibid., tomo LIV, págs. 25 e segs.
(l) Ver, infra, pág. 259 e nota 2.
(2) Ver Gonzalo Martínez Díez, El Fuero Real y el Fuero de Soria, in
"An.
de Hist. dei Der. Esp.", cit., tomo XXXIX, págs. 545 e segs.
(3) Ver Gonzalo Martínez Díez, Los comienzos de la recepción dei
Derecho
romano en Espana y el Fuero Real, in "Diritto comune e diritti locali nella storia
dell'Europa. Atti dei Convegno di Varenna (12-15 gmgno 1V/9J", Milano, 1980,
especialmente pág. 260, e António Pêrez Martín, El Fuero Real y Murcia, in
"An.
de Hist. dei Der. Esp.", cit., tomo LIV, especialmente págs. 69 e segs.
(4) A versão portuguesa do Fuero Real, que recua aos finais do século xm,
encontra-se também nos Foros da Guarda. Foi publicada por Alfredo
Pimenta,
Fuero Real de Afonso X, o Sábio. Versão portuguesa do séc. xm, Lisboa, 1946, acompa-
nhada de introdução e notas que, não raro, carecem de rigor histórico-jurídico
(ver as recensões de Paulo Merèa, in "Boi. da Fac. de Dir.", cit., vol. XXI,
págs. 701 e segs., e Rafael Gibert, in "An. de Hist. dei Der. Esp.", cit., tomo
XVII, págs. 1118 e segs.). Posteriormente, o texto foi dado à estampa, com
leitura mais cuidada, por José de Azevedo Ferreira, Alfonso X—Foro Real, vol.
I
(Edição e Estudo Linguístico) e vol. II (Glossário), Lisboa, 1987.
233
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Além da bibliografia indicada, supra, pág. 232, nota 3, ver, por ex.,
García-Gallo, Manual, cit., tomo I, págs. 90 e seg., e 304 e segs., e
Enrique
Gacto FernAndez/Juan António Alejandre García/José María
Garcia
Marín, El Derecho Histórico de los Pueblos de Espam, cit., págs. 288 e segs. Quanto
à consulta da própria obra, sugere-se Las Siete Partidas. Glosadas por el licenciado G.
López (Ed. facsímil dei texto autêntico publicado en 1555), Madrid, reimpressão
de 1982 (3 vols.).
(2) Cfr., infra, págs. 261 e seg. Sobre os inúmeros fragmentos que abundam
nos arquivos portugueses, quer do texto castelhano, quer da versão em vernáculo,
consultar, por todos, Braga da Cruz, O direito subsidiário, cit., nota 35 da pág.
201. Ver, posteriormente, José de Azevedo Ferreira, Alphonse X—Primeyra
Par-
tida. Édition et Étude, Braga, 1980, que se ocupa da sua difusão em Portugal (págs.
CXX e segs.) e fornece amplas indicações bibliográficas (págs. CXLVII e segs.).
234
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(l) Quanto a esta escola, ver Calasso, Médio Evo dei Diritto, cit., vol. I,
págs. 563 e segs., Koschaker, Europa y el Derecho Romano, cit., págs. 143 e segs.,
Wieacker, Hist. do Dir. Priv. Mod., cit., págs. 78 e segs., Th. Viehweg, Tópica
e
Jurisprudência (tradução portuguesa da 5.a ed. alemã, de 1973, por Tércio Sampaio
Ferraz Jr.), Brasília, 1979, págs. 59 e segs. (na versão italiana Tópica e giurispru-
denza, de G. Crifò, Milano, 1962, págs. 67 e segs. — com base na l.a ed. alemã,
de 1953), Vicenzo Piano Mortari, II problema deWinterpretatio iuris nei commentatori,
in "Annali di Storia dei Diritto — Rassegna Internazionale", vol. II, Milano,
1958, págs. 29 e segs., Norbert Horn, Die juristische Literatur der Kommentatorenzeit,
in "Ius Commune", cit., vol. II, págs. 84 e segs., Cavanna, Storia dei diritto
moderno in Europa, cit., vol., I, págs. 137 e segs., e 635 e segs. (bibliografia), e
Manlio Bellomo, Società e istituzioni in Itália, cit., págs. 453 e segs.
(2) Cfr. Wieacker, Hist. do Dir. Priv. Mod, cit., pág. 79.
(3) Ver, supra, pág. 217.
235
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Cfr. Wieacker, Hist. do Dir. Priv. Mod., cit., pág. 64, e Cavanna, Stor.
dei dir. mod. in Eur., cit., vol. I, págs. 142 e seg.
236
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÕNICA
238
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(') Ord. Man., liv. II, tít. 5, § 1. Ver, infra, págs. 310 e segs.
(2) A importância do direito canónico para a formação da consciência
jurídica europeia é sinteticamente destacada por H. Thieme, Unidad y pluralidad
en la historia dei Derecho europeo, cit., in "Revista de Derecho Privado", tomo
XLIX, pág. 695.
239
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
240
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(') Ver Gérard Fransen, Les décrétales et les collections de décrétales, Louvain,
1972.
241
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
242
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
( ) Ver, infra, pág. 245. Sobre as colectâneas canónicas desta época, ver
Gérard Fransen, Les collections canoniques, Louvain, 1973. Entre nós, pode
cônsultar-se a exposição desenvolvida de Braga da Cruz, Hist. do Dir. Port., cit.,
págs. 349 e segs. Saliente-se, ainda, a Collectio Hadriana, oficializada para a Igreja
franca no tempo de Carlos Magno. Essa colectânea resultou de uma actualização,
devida ao Papa Adriano I, da Collectio Dionisiana, organizada por Dionísio, o
Exíguo, em Itália, nos fins do século V ou começos do século VI (ver, também,
as colectâneas indicadas, supra, pág. 209, nota 1).
Recorde-se, a propósito, que Dionísio, o Exíguo, foi quem introduziu o uso
de datar pelo nascimento de Jesus Cristo, em vez da era de César. No nosso país,
a data passou a determinar-se a partir do nascimento de Cristo (nos documentos
em latim "Anno Domini"), com base numa lei de D. João I, de 22 de Agosto de
1460, que reduziu esse ano ao de 1422, portanto, descontando 38 anos (Ord.
Afons., liv. IV, tít. 66; cfr., também, o tít. 1, § 58). Todavia, já antes do referido
preceito imperativo, não se mostrava inédita a prática do sistema.
243
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
244
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
245
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
246
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
247
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Ver, supra, respectivamente, págs. 210 e segs., e págs. 235 e segs.
(2) Consultar, por ex., António Garcia y Garcia, La penetración dei
Dere-
cho clásico medieval en Espana, in "An. de Hist. dei Der. Esp.", cit., tomo XXXVI,
págs. 575 e segs. (artigo republ., após algumas alterações, no livro do autor "Est.
sobre la Can. Port. Med.", cit., págs. 67 e segs., sob o título La penetración dei
Derecho clásico medieval en la Península Ibérica).
248
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÕNICA
(!) Ver, supra, pág. 226, nota 4, os exemplos de Pedro Hispano e Vicente
Hispano.
(2) Ver, supra, pág. 227, onde, na nota 1, também se recorda um estudo
sobre o canonista português Domingos Domingues.
( ) Ver, supra, pág. 245.
(4) Cfr. a bibliografia indicada, supra, págs. 223, nota 1, e 228, nota 1.
(5) Ver A. Garcia y García, L<j penetración dei Derecho clásico medieval
cn
Espana, cit., in "An. de Hist. dei Der. Esp.", tomo XXXVI, especialmente
págs. 586 e segs. (quanto à republ. do referido estudo, ver a indicação feita, supra,
nota 2 da pág. anterior).
(6) É o que resulta da já mencionada Bula de 9 de Agosto de 1290, do
Papa Nicolau IV (ver, supra, págs. 228 e segs.).
249
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
250
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
251
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
252
(') Ver, por ex., A. Cavanna, Stor. dei iir. mod. in Eur., cit.,
vol. I, págs. 96
e seg.
(2) Destacam a evolução referida F. Calasso, II problema
storico dei diritto
comune, cit., in "Introduzione ai diritto comune", págs. 125 e
seg., e V. Piano
Mortari, Dialettica e giurisprudenza. Studio sui trattati di diakttica legale
dei sec. XVI, in
"Annali di Storia dei Diritto", cit., vol. I, pág. 369. Também se
reporta a essa
253
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
254
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓN1CA
255
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Ver Gama Barros, Hist. da Adm. PúbL, cit., 2.a ed., tomo I, págs. 136
e
segs., que fornece apoio ao que passamos a expor.
256
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
por ano. Exigia-se o registo dos textos legais ainda a outras entida-
des, mormente às que tinham de aplicá-los.
Também o início da vigência da lei não obedecia, como se
observou, a um regime uniforme. Prática corrente terá sido a da
aplicação imediata. Conhecem-se, todavia, diplomas em que se fixa
uma "vacatio legis" mais ou menos extensa ('). De qualquer modo,
a aplicação das normas deveria depender da sua difusão efectiva ao
alcance dos destinatários, que demorava a alargar-se a todo o terri-
tório. Mas, dados os condicionalismos da época, não faltariam
incertezas, arbitrariedades e soluções casuísticas (2).
(]) Por ex., numa Lei de 12 de Setembro de 1379, sobre a prova dos con-
tratos, estabelece-se um prazo de sessenta dias a partir da data da publicação na
Corte (Gama Barros, Hist. da Adm. Públ, cit., 2.a ed., tomo I, pág. 143).
( ) Encontra-se um caso de consagração expressa da não retroactividade
da lei num diploma incluído no Livro das Leis e Posturas, ed. cit., pág. 448.
(3) Ver, supra, pág. 172, nota 4.
( ) Ver. sunr/i riácr 1
257
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
258
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
( ) Paulo Merêa, Resumo das Lições de História do Direito Português, cit, pág.
53
(2) Por contraposição a foros breves ("fueros breves"), que são os forais.
Consultar a bibliografia indicada, supra, pág. 188, nota 1.
259
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
V — Concórdias e concordatas
(') Ver, entre outros, Luís F. Lindley Cintra, A Linguagem dos Foros
de
Castelo Rodrigo, Lisboa, 1959, designadamente a "Introdução", págs. XXI e segs.
(reed. desta obra — Lisboa, 1984), e José Artur Duarte Nogueira, A
organização
municipal da Extremadura Leonesa nos sécs. XII e XIII, in "Boi. da Fac. de Dir.", cit.,
vol. LVIII, tomo II, págs. 373 e segs.
Os foros ou costumes do nosso país encontram-se editados tia Collecção de
Livros Inéditos de Historia Portugueza, tomo IV, Lisboa, 1816, págs. 527 e segs.,. e
tomo V, Lisboa, 1824, págs. 365 e segs., e nos Port. Mon. Hist. —Leges et Cons.,
cit., vol. 1, págs. 739 e segs., e vol. II (Lisboa, 1868), págs. 1 e segs. Além dos já
referidos, lembramos, por ex., os foros ou costumes da Guarda, Santarém, Santa-
rém comunicados a Oriolla, Santarém comunicados a Vila Nova de Alvito, Beja,
Évora, Torres Novas e S. Martinho de Mouros.
(2) Ver, supra, págs. 193 e seg., onde é indicada bibliografia sobre o tema.
(J) Além do estudo clássico de Manuel de Oliveira Chaves e
Castro, O
Beneplácito Régio em Portugal, Coimbra, 1885, consultar Eduardo
Nunes/Martim
260
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
VI — Direito subsidiário
261
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
262
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
263
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
b) Ordenações de D. Duarte
Não constituem as Ordenações de D. Duarte (5), como poderia
supor-se, uma codificação oficial devida a esse monarca. Trata-se,
consoante já salientámos, de uma colectânea privada que deriva o
nome por que é conhecida do simples facto de ter pertencido,
segundo se crê, à biblioteca de D. Duarte, o qual lhe acrescentou
(') Nas já cit. Reflexões Históricas, parte II, Coimbra, 1836, Reflexão n.° 11,
págs. 132 e segs.
(2) Port. Mon. Hist.—Leges et Cons., cit., vol. I, págs. 149 e 151. Ver, infra,
págs. 269 e seg.
(3) Ver Nuno J. Espinosa Gomes da Silva, in Livro das Leis e Posturas,
ed.
cit., "Introdução", págs. X e segs.
(4) Consultar o estudo e a edição indicados na nota anterior.
(5) Ver M. J. Almeida Costa, Ordenações, in "Dic. de Hist. de Port.",
cit.,
vol. III, Lisboa, 1968, pág. 206, e in "Temas de História do Direito", cit., págs.
264
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
265
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
266
t
§ 2.°
ÉPOCA DAS ORDENAÇÕES
t
269
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(l) Cfr. o liv. V, tát. 119, § 31. A "Villa da Arruda" referida no texto é a
actual Arruda dos Vinhos.
(2) Pode consultar-se, por ex., in Chart. Univ. Port., cit., vol. III (1409-
-1430), Lisboa, 1969, págs. 311 e segs. (n.° 856), designadamente pág. 317.
(3) Ver, supra, págs. 256 e seg.
270
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
271
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
272
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
c) Sistematização e conteúdo^
273
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
d) Importância da obra
274
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
e) Edição
275
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) Elaboração
Relativamente pouco tempo durou a vigência das Ordenações
Afonsinas, sobretudo considerando as dificuldades que sempre^
rodeiam a preparação de uma obra deste género. Concluídas e
276
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
277
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
278
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
({) Cfr. Braga da Cruz, O direito subsidiário, cit., págs. 225 e segs., e
Nuno
J. Espinosa Gomes da Silva, Hist. do Dir. Port., cit., vol. I, págs. 208 e seg.
( ) Cfr., supra, págs 273 e seg. À excepção do livro I, os restantes livros
das Ordenações Manuelinas possuem um número menor de títulos do que os das
Ordenações Afonsinas. A saber: liv. I — 78 títulos (Ord. Afon. — 72); liv. II — 50
títulos (Ord. Afon. —123); liv III —90 títulos (Ord. Afon. —128); liv. IV —82
títulos (Ord. Afon. —112); liv. V —93 títulos (Ord. Afon. —121).
(3) A Lei de 5 de Dezembro de 1496 obrigou-os a converterem-se ao
Catolicismo ou a abandonarem o País até ao fim de Outubro do ano seguinte.
Ver as Ord. Man., liv. II, tít. 41.
(4) Liv. V, tít. 58 (ver, infra, págs. 296 e segs.).
(5) Liv. II, tít. 5 (ver, infra, págs. 310 e segs.).
279
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
c) Edição
280
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
281
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
282
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNi«JA
b) Edição
283
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
284
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
285
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
286
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
d) Os "filipismos"
287
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
e) Edição
288
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
289
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) Considerações introdutórias
b) Espécies de diplomas
291
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
292
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓN1CA
(l) Eis o mais frequente: "F... Eu ElRei vos envio muito saudar".
(2) Sobre os secretários de Estado, a quem só na segunda metade do século
XVIII seria dada a designação de "ministros e secretários de Estado", ver Paulo
Merêa, Da minha gaveta — Os secretários de Estado do antigo regimen, in "Boi. da Fac.
de Dir.", cit., vol. XL, págs. 173 e segs. Quanto a esses cargos em Espanha, com
possível influência entre nós, durante o período filipino, ver José António
Escu-
dero, Los Secretários de Estado y dei Despacho (1474-1724), 4 vols., Madrid, 1969.
(3) As portarias continham a fórmula introdutória seguinte: "Manda ElRei
Nosso Senhor (...)". Acrescia que, ao contrário dos avisos, levavam o selo das
Armas Reais.
293
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Quanto à força normativa dos avisos, ver José Homem Corrêa
Telles, Commentario Critico á Lá da Boa Razão, em data de í8 de Agosto de 1769,
Lisboa, 1824, com. 3 ao preâmbulo.
(2) A respeito do período antecedente, ver, supra, págs. 256 e seg.
(3) Liv. I, tít. 2.
(4) Ord. Afon., liv. I, tít. 2, pr.
(5) Ver António Ribeiro de Liz Teixeira, Curso de Direito Civil
Portuguez,
Coimbra, 1848, parte I, pág. 59.
(6) Liv. I, tít. 2, § 9.
(7) Regimento de 10 de Outubro de 1534 (ver José AnastAsio
de
Figueiredo, Synopsis Chronologica, cit., tomo I, págs. 350 e segs.), incluído
na
Colecção das Leis Extravagantes de Duarte Nunes do Lião, parte I, tít. 1 (cfr.,
especialmente, lei 1, § 9).
(8) Liv. I, tít. 2, § 10.
294
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
295
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
296
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
297
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
298
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
299
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) Estilos da Corte
300
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
b) O costume <~~
■
(') A Casa da Suplicação, a Casa do Cível e as Relações. Em rigor,
todavia, estilos da Corte eram apenas os da Casa da Suplicação (cfr., supra, págs.
296 e segs.). A identificação, algumas vezes feita, dos conceitos de estilo e de
costume é observada por Correia Telles, que exemplifica com as Ord. Ri., liv.. I,
tít. 1, § 37 (ver Commentario Critico á Lei da Boa Razão, cit., com. 197 ao § 14).
(2) Carta Régia de 7 de Junho de 1605 (§ 8). Ver José Justino de
Andrade
e Silva, Collecção Cronológica (1603-1612), cit., págs. 130 e seg., e Corrêa
Telles,
Comentário Critico á Lei da Boa Razão, cit., coms. 21 e segs. ao § 5, onde se
abordam outros aspectos controvertidos. Ver, posteriormente, Braga da Cruz,
O direito subsidiário, cit., nota 109 (III) da pág. 283.
(3) Sobre o disposto, mais tarde, pela Lei dacBoa Razão, ver, infra, pág. 357.
301
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
302
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(') Ver, por todos. Br^ga da Cruz, O direito subsidiário, cit., nota 65 da
pág. 242, e Nuno J. Espinosa Gomes da Silva, O Direito Subsidiário num
Comentário
às Ordenações Manuelinas atribuído a Luís Correia, cit., in "Estudos de Direito Público
em Honra do Professor Marcello Caetano", págs. 253 e segs, designadamente
págs. 267 e segs., e Hist. do Dir. Port., cit., vol. I, págs. 232 e segs., com indicação
das opiniões de jurisconsultos antigos. Dos autores estrangeiros, salienta-se
Calasso, Médio Evo dei Diritto, cit.. vol. I, págs. 197 e segs.
(2) Ver, infra, pág. 359.
(3) Sobre a revogação da lei por costume de tempo imemorial e de prática
sempre uniforme, ver o exe nplo do Decreto de 19 de Abril de 1757 (in António
Delgado da Silva, Collecçío da Legislação Portugueza desde a ultima compilação
das
Ordenações (1750-1762), Lisboa, 1830, pág. 505.
303
\ HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
304
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
305
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
306
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
307
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
quando não se pudesse decidir o caso "sub iudice" com base nelas
se tornava lícito o recurso ao direito subsidiário^). Também as
respectivas fontes se encontram taxativamente previstas e hierar-
quizadas. Passamos a analisá-las (2).
308
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÕNICA
XXXVI, pág. 32, e La présence d'Accurse, cit., ibid., vol. XLI, pág. 56, NunoJ.
Espinosa Gomes da Silva, Bártolo na Hist. do Dir. Port., cit., in "Rev. da Fac.
de
Dir. da Univ. de Lisb.", vol. XII, págs. 186 e seg., e O sistema de fontes, cit., in
"Scientia Ivridica", tomo XXIX, págs. 444 e seg. Sobre o referido ensino de
Bártolo e a sua difusão, ver, por ex., G. Ermini, Corso di diritto comune, vol. I,
Milano, 1946, pág. 145, Calasso, Médio Evo dei Diritto, cit., vol. I, págs. 488 e
segs., e Cavanna, Stor. dei dir. mod. in Eur., cit., vol. I, págs. 83 e segs.
(!) Liv. II, tít. 9, § 2. No sentido de uma nova interpretação relativa à
primazia da Glosa de Acúrsio e da opinião de Bártolo sobre o direito canónico,
desde que se tratasse de matérias temporais que não envolvessem pecado, ver
José Artur Duarte Nogueira, Algumas reflexões sobre o direito subsidiário nas
Orde-
nações Afonsinas, in "Revista de Direito e de Estudos Sociais"., ano-XXIV, Coim-
bra, 1980, págs. 281 e segs. Contudo, os argumentos a favor dessa sugestiva
hipótese não parecem decisivos (ver NunoJ. Espinosa Gomes da Silva, O
sistema
de fontes, cit., in "Scientia Ivridica", tomo XXIX, pág. 445, nota 45, e Hist. do
Dir. Port., cit., vol. I, pág. 196, nota 3, e Martim de Albuquerque, Bártolo
e
Bartolismo, cit., in "Boi. do Min. da Just.", n.° 304, págs. 38 e segs.
(2) Liv. II, tít. 9, § 2, parte final.
309
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
310
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS D£ INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÕNICA
(') Ord. Man., liv. II, tít. 5, pr., ("as quaes Leys Imperiaes Mandamos
soomente guardar pola boa razam em que sam fundadas"). Cfr., também, as
Ord. Fil., liv. III, tít. 64, pr. Alude-se a boa razão "como equivalente de razão
natural ou justa razão", segundo adverte Paulo Merêa, Direito romano, direito
comum e boa razão, cit., in "Boi. da Fac. de Dir.", vol. XVI, pág. 540 (ver, ainda,
Braga da Cruz, O direito subsidiário, cit., nota 69 da pág. 245, págs. 257 e segs., e
293). Toma-se essa expressão com um alcance diverso do que assumiria, mais
tarde, no contexto da Lei da Boa Razão (ver, infra, págs. 356 e segs.).
(2) Ord. Man., liv. II, tít. 5, pr., e Ord. Fil., liv. III, tít. 64, pr.
(3) Ord. Man., liv. II, tít. 5, § 1, e Ord. Fil., liv. III, tít. 64, § 1.
311
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
312
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
313
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
314
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(') Quanto aos reflexos renascentistas gerais no nosso país, ver as contri-
buições importantes de Américo da Costa Ramalho, Estudos sobre a Época
do
Renascimento, Coimbra, 1969, Estudos sobre o Século XVI, 2.a ed., Lisboa, 1983, e
Para a História do Humanismo em Portugal, Coimbra, 1988, onde se encontra larga
bibliografia.
(?) Sobre o humanismo jurídico, pode ver-se o livro básico de
Domenico
Maffei, Gli inizi delVumanesimo giuridico, Milano, 1956 (3.a reimpressão, Milano,
1970). Entre nós, consultar NunoJ. Espinosa Gomes da Silva, Humanismo e
Direito
em Portugal no Século XVI, Lisboa, 1964. É valiosa a obra de Isaltina das
Dores
Figueiredo Martins, Bibliografia do Humanismo em Portugal no Século XVI,
Coimbra,
1986.
A respeito da cultura renascentista e dos seus reflexos no âmbito do
direito, bem como quanto ao humanismo jurídico, à produção científica dos seus
adeptos, à metodologia respectiva e à contraposição entre esta corrente e o bar-
tolismo, ver a bibliografia muito extensa indicada por Cavanna, Stor. dei dir.
mod. in Eur., cit., vol. I, págs. 640 e segs.
315
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
316
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
(') Cfr. Calasso, Médio Evo dei Diritto, cit., vol. I, pág. 600, e
Cavanna,
Stor. dei dir. mod. in Eur., cit., vol. I, pág. 178.
(2) Na expressão de Maffei, Gli inizi, cit., pág. 126, igualmente assinalada
por Cavanna, Storia, cit., vol. I, pág. 178.
(3) Dos estudos, sobre este humanista, da autoria de J. Veríssimo
Serrão,
destacam-se António de Gouveia e a prioridade do método cujaciano do direito, in "Boi.
da Fac. de Dir.", cit., vol. XXVIII, págs. 181 e segs., e António de Gouveia e o seu
tempo (1510-1566), ibid., vols. XLII, págs. 25 e segs., e XLIII, págs. 1 e segs. Ver,
ainda, a "Introdução" de A. Moreira de SA na publicação bilingue dos textos
filosóficos de António de Gouveia, Comentário sobre as conclusões e Em defesa
de
Aristóteles contra as calúnias de Pedro Ramo (trad. de Miguel Pinto de
Meneses),
317
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
Lisboa, 1966, págs. VII e segs., e uma síntese de Luís de Matos, Gouveia (António
de), in "Dic. de Hist. de Port.", cit., vol. II, págs. 363 e segs.
No que toca à amizade entre Cujácio e Gouveia (a quem o primeiro se
referia como "summus amicus meus"), ver J. Veríssimo SerrAo, António de
Gou-
veia e o seu tempo, cit., in "Boi. da Fac. de Dir.", vol. XLII, págs. 29, nota 1, e
160 e segs., designadamente pág. 182, nota 1.
(') Cfr., supra, págs. 236 e segs.
(2) Quanto à literatura jurídica do mos italicus, incluindo referências a juris-
tas portugueses, pode ver-se ErnstHolthófer, Literaturtypen des mos italicus in
der
europaischen Rechtsliteratur derfriihen Neuzeit (16.-18. Jahrhundert), in "Ius Commune",
cit., vol. II, págs. 130 e segs.
318
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANONIíA
319
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) Considerações gerais
320
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
321
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
b) Civilistas
nas, cit., liv. I, págs. XLVII e segs., e no Auxiliar Jurídico, cit., vol. II, págs. 603 e
segs., e, mais recentemente, J.-H. Scholz, Legislação e Jurisprudência em Portugal nos
Sécs. XVI a XVIII, cit., in "Scientia Ivridica", tomo XXV, págs. 512 e segs.
(') Essa orientação foi também a de eminentes juristas espanhóis, como
Diego de Covarrubias. Do mesmo modo, em torno da Universidade de Basileia,
Amerbach realizou uma síntese feliz entre o "mos italicus" e o "mos gallicus",
que teve importância duradoura no direito suíço (ver Guido Kisch, Humanismus
undJurisprudenz. Der Kampf zwischen "mos italicus" und "mos gallicus" an der Universi-
tit Basel, Basel, 1955).
(2) O título da edição "princeps" é De assecurationibus et sponsionibus mercato-
rum, embora o texto manuscrito se designe De securitatibus et sponsionibus mercato-
322
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÕNICA
c) Canonistas
323
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
324
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
325
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
326
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓN1CA
327
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
328
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
329
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
330
canon
ista
Barto
lomeu
Filip
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO e
ROMANO-CANÓN1CA (2),
espír
ito
bem
Por outro lado, corifiaram-se algumas
incli
cátedras a portugueses
nado
que tinham estudado no estrangeiro e que aí se para
notabilizaram. os
Assim sucedeu com Manuel da Costa, Aires Pinhel e novos
Heitor Rodri- rumos
gues ( ), diplomados em Salamanca, onde, aliás, que,
viriam mais tarde a ao
regressar, desfalcando muitíssimo o ensino tempo
conimbricense. Ainda ,
neste grupo, não deve esquecer-se o orien
tavam o primeiro diploma completo de regu-
a lamentos sobre os vários aspectos da vida interna
ciênc da Universidade.
ia D. João III (1544) introduziu-lhes algumas
juríd alterações, às quais suce-
ica.
deram outras reformas dos reinados de D. Sebastião
(1559, 1565 e
1567) (3) e de Filipe I (1592 e 1598), posto que
todas estas modifica-
ções quase nunca tenham atingido a estrutura do
ensino e a corres-
c)
Organi pondente actividade científica. Finalmente, os
zação Estatutos Filipinos de
dos 1598, conhecidos como Sétimos Estudos, depois de
estudo revistos e con-
s firmados por Filipe II (1612) e de novo confirmados
jurídi por D. João IV
cos (1653) (4), mantiveram-se em vigor até à reforma
segund pombalina. Rece-
o os bem o nome de "Estatutos Velhos", em
"Estat contraposição aos chamados
utos
"Estatutos Novos" de 1772.
Velhos
"
J
(') Cfr., supra, págs. 321 e seg.
Até (2) Cfr., supra, págs. 321 e 323.
bastan (3) A respeito dos Estatutos de 1559, ver Serafim Leite,
te Estatutos da Univer-
tarde, sidade de Coimbra (1559). Com introdução e notas históricas e
a críticas, Coimbra, 1963.
legisl (4) Ver Estatutos da Universidade de Coimbra (1653),
ação Coimbra, 1987 (ed. fac-
univer -similada, com uma nota introdutória de Aníbal Pinto de
sitári Castro, págs. VII e
a não segs.). Existe na Biblioteca Geral da Universidade de
esteve Coimbra um manuscrito
siste- da anterior versão filipina dos Estatutos da Universidade (Man.
matiz 1002).
ada
numa
única
carta
orgân
ica.
Parec
e
que
os
Estat
utos
Manue
linos
repre
senta
ram
4—
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
332
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÓNICA
333
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(l) Estatutos, liv. III, tít. 11, § 10 (na ed. fac-similada, cit., pág. 166), onde
se determina: "Todos os Lentes lerão em Latim suas lições, sob pena de cem reis
por cada vez".
(2) Estatutos, liv. III, tít. 11, pr. (na ed. fac-similada, cit., pág. 164). Aí se
preceitua: "Os Lentes de todas as faculdades, começarão a ler o segundo dia de
Outubro, porque no primeiro se ha de fazer o Principio: & sendo Domingo, se
fará no seguinte: & continuarão suas lições até o fim do mez de Julho: & somente
guardarão as festas da Igreja, ou constituições do Bispado, & as mais que no
titulo dos Bedéis são declaradas".
(3) Estatutos, liv. III, tít. 11, § 1 (na ed. fac-similada, cit., pág. 164).
(4) Estatutos, liv. III, tít. 44, pr. (na ed. fac-similada, cit., pág. 213).
(5) Estatutos, liv. III, tít. 44, § 9 (na ed. fac-similada, cit., págs. 215 e seg.).
(6) Estatutos, liv. III, tít. 44, § 8 (na ed. fac-similada, cit., pág. 215).
334
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANÕN1CA
335
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
336
PERÍODO DO DIREITO PORTUGUÊS DE INSPIRAÇÃO ROMANO-CANONICA
337
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
338
período do direito português de inspiração romano-
canónica
339
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
PORTUGUÊS MODERNO
3
0
-
r
g
e
i
ito
a a
;tes
cio
iva
gi"
de
da
:as,
rra
m-
o
:lau-
tgj.
ção
961
'.AE-
i de
ntas
II,
nos
j só
íst.
ao
§1.°
ÉPOCA DO JUSNATURALISMO
RACIONALISTA
59. Correntes do pensamento jurídico europeu
345
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Cfr., por todos, H. Thieme, Qu'est ce-que nous, les juristes, devons à la
Seconde Scolastique espagnole?, in "La Seconda Scolastica nella formazione dei
diritto privato moderno", cit., págs. 7 e segs., e F. Wieacker, Hist. do Dir. Priv.
Mod., cit., págs. 303 e seg., e 320 e seg. Consultar, ainda, H. Thieme, Das Natur-
recht und die europàísche Privatrechtsgeschichte, 2.a ed., Basel, 1954, e El significado de los
grandes juristas y teólogos espaholes dei siglo XVI para el desenvolvimiento dei Derecho
natural, cit., in "Revista de Derecho Privado", tomo XXXVIII, págs. 597 e segs.,
Otto Wilhelm Krause, Naturrechtler das sechzehnten Jahrhunderts: ihre Bedeutungfur
die
Entwicklung eines naturlichen Privatrechts, Frankfurt a-M/Bern, 1982, e Alfred
Dufour, Les ruses de la Raison d'Etat ou Histoire et Droit naturel dans Voeuvre et la pensée
des Fondateurs du Droit naturel moderne, in "Festschrift fur Hans Thieme zu seinem
80. Geburtstag" (Herausgegeben von Karl Kroeschell), Sigmaringen, 1986,
págs. 265 e segs.
(j No sentido de que "o jusnaturalismo moderno, incluindo nele o ilumi-
nista, não é um movimento uniforme, tanto no que toca aos seus fundamentos
imediatos como ao tipo de racionalidade normativa que enuncia", ver as refle-
xões de A. Castanheira Neves, O instituto dos "assentos", cit., págs. 528 e
segs.
(3) Ver, supra, págs. 339, nota 4, e 340, nota 6.
346
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Sobre Grócio, ver os estudos publicados in The World of Hugo Grotius
(Í583-Í645) (Proceedings of the International Colloquium organized by the Gro-
tius Committee of the Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences —
Rotterdam 6-9 April 1983), Amsterdam/Maarssen, 1984.
(2) Paulo Merea, Escolástica e Jusnaturalismo, cit., in "Boi. da Fac. de
Dir.", vol. XIX, pág. 289.
347
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
b) Uso Moderno
348
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
c) Jurisprudência Elegante
(') Sobre estes autores, consultar Wieacker, Hist. do Dir. Priv. Mod., cit.,
págs. 238 e segs. Ver, também, Alfred Sóllner, Zu den Literaturtypen des
deutschen
"Usus modernus", in "Ius commune", cit., vol. II, págs. 167 e segs.
(2) Corresponderá, aproximadamente, ao nosso período de 1747 a 1820,
como sugere Cabral de Moncada, in "Est. de Hist. do Dir.", cit., vol. I, nota
1
da pág. 91.
(3) Cfr., supra, págs. 317 e segs.
349
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
d) Iluminismo
ia Consultar, por ex., Wieacker, Hist. do Dir. Priv. Mod., cit., págs. 178 e
segs., e Cavanna, Stor. dei dir. mod. in Eur., cit., vol. I, págs. 434 e segs.
350
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
351
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
352
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
e) Humanitarismo
353
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
como castigo pelo facto passado, antes como meio de evitar futuras
violações da lei criminal, quer intimidando a generalidade das pes-
soas (prevenção geral), quer agindo sobre o próprio delinquente,
intimidando-o ou reeducando-o (prevenção especial).
Acrescente-se, porém, que se entendia que a acção preventiva
do direito penal teria de fazer-se dentro dos limites da justiça e do
respeito pela dignidade da pessoa humana. Neste contexto se ins-
crevem, por um lado, a exigência de proporcionalidade entre a
pena e a gravidade do delito, e, por outro lado, a postergação das
antigas penas corporais ou infamantes e a sua substituição pela pena
de prisão. Partia-se, na verdade, do postulado da liberdade humana
como primeiro de todos os bens sociais, devendo, pois, a sanção
criminal traduzir-se numa limitação desse mesmo valor (').
Tais concepções tiveram reflexos entre nós. Mello Freire,
como adiante se apreciará, foi o seu mais directo representante ( ).
a) Considerações introdutórias
354
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
355
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
356
P
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
357
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
estabelecimento da Regência na Ilha Terceira em 1829, e desde Maio de Í838 ate Julho do
corrente anno, Lisboa, 1840, pág. 462). A instituição das Relações necessárias à
comodidade dos povos e competentes para "julgar as causas em segunda e última
instância" logo se previu no art. 190.° da Constituição de 1822 e, depois, no art.
125.° da Carta Constitucional de 1826. A criação de um Supremo Tribunal de
Justiça, embora anunciada no art. 191.° da Constituição de 1822 (para o Brasil,
no art. 193.°) e nos arts. 130.° e 131.° da Carta Constitucional, apenas ocorreu,
subsequentemente à Reforma Judiciária de Mouzinho da Silveira (Decreto n.° 24,
de 16 de Maio de 1832, art. 4.°), pelo Decreto de 14 de Setembro de 1833, que
extinguiu o velho Desembargo do Paço, cuja competência em matéria do
recurso de revista — peculiar do topo da hierarquia judiciária — transitou para o
novo tribunal. Teve este a sua instalação efectiva a 23 do mesmo mês de Setem-
bro. Pouco depois, o Decreto de 8 de Outubro de 1833, suprindo uma omissão da
Carta Constitucional, viria centralizar no Supremo Tribunal de Justiça a análise
das dúvidas que se levantassem quanto à interpretação das normas jurídicas e o
envio ao governo das propostas para a sua resolução. Ver, entre outros,
Eduardo Dally Alves de Sá, Supremo Tribunal de Justiça. Evolução histórica
d'esta
instituição, Lisboa, 1872, Afonso Costa, Lições de Organisação Judiciaria, cit., págs.
142 e seg., 151 e seg., 178 e segs., e 191 e segs., Alberto dos Reis, Organização
Judicial, cit., págs. 80 e segs., Eduardo Augusto de Sousa Monteiro,
Evolução
histórica das instituições judiciárias antecessoras do Supremo Tribunal de Justiça, in "Come-
morando o Primeiro Centenário do Supremo Tribunal de Justiça", Lisboa, 1933,
págs. 53 e segs., e Joaquim Veríssimo SerrAo, História de Portugal, vol. VIII,
Lis-
boa, 1986, págs. 212 e segs.
A tradição dos assentos da Casa da Suplicação seria retomada, nos moldes
modernos, em matéria cível, pela Reforma do Processo resultante do Decreto n.°
12353, de 22 de Setembro de 1926 (art. 66.°); daí passou ao Código de Processo
Civil de 1939 (arts. 768.° e segs.), que definiu a configuração actual do instituto
(arts. 763.° e segs. do Cód. de Proc. Civ. vigente). Por sua vez, o Código de
Processo Penal de 1929 (arts. 608.° e segs.) viria a estabelecer os assentos nesse
domínio (arts. 437.° e segs. do Cód. de Proc. Penal vigente). Também o Supremo
Tribunal Administrativo, desde o Decreto-Lei n.° 45 497, de 30 de Dezembro de
1963, que aprovou o Código de Processo do Trabalho (arts. 195.° e segs.), adqui-
riu competência para, funcionando em tribunal pleno, proferir assentos relativos
à sua 3.a secção, do contencioso do trabalho e previdência social. Todavia, os
tribunais do trabalho tornaram-se tribunais judiciais de competência especiali-
zada e os respectivos recursos passaram a fazer-se para as secções sociais da
358
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
Relação e do Supremo Tribunal de Justiça (arts. 56.°, 65.° a 68.°, e arts. 28.°, ai.
c), e 43.° da Lei n.° 82/77, de 6 de Dezembro). Existiram, ainda, os assentos do
Conselho Ultramarino, enquanto Supremo Tribunal Administrativo do Ultra-
mar, tirados na sua secção contenciosa (arts. 1.° e 22.°, ai. d), da Lei Orgânica do
Conselho Ultramarino, aprovada pelo Decreto-lei n.° 49146, de 25 de Julho de
1969, e art. 94.° do Regimento respectivo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 49147,
dessa mesma data) e em reunião conjunta daqueles dois Supremos Tribunais
Administrativos (art. 9.°, n.os 1 e 3, do Decreto-Lei n.° 49 145, de 25 de Julho de
1969). Devem indicar-se, por último, os assentos do Tribunal de Contas, cuja
doutrina é obrigatória no domínio específico da sua jurisdição (art. 6.°, n.° 9, do
Decreto-Lei n.° 22257, de 25 de Fevereiro de 1933; ver, posteriormente, os arts.
6.° e segs. da Lei n.° 8/82, de 26 de Maio, e os arts. 24.°, ai. g), e 63.°, n.° 1, ai. a),
da Lei n.° 86/89, de 8 de Setembro).
(') Ver, supra, págs. 296 e segs. Um único exemplo em que, após a proibi-
ção legal, os desembargadores da Relação do Porto elaboraram um assento, a 23
de Agosto de 1791, é apontado por Corrêa Telles, Commentario Critico, cit., com.
40 ao § 8.
(2) Lei da Boa Razão, § 14.
(3) Ver, supra, págs. 301 e segs.
359
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
360
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
!----1----*
(') Estatutos, liv. II, tít. 5, cap. 3, § 7 (na reed., cit., pág. 434), onde se lê:
"Indagarão o Uso Moderno das mesmas Leis Romanas entre as sobreditas Nações,
que hoje habitam a Europa. E descubrindo, que Elias as observam, e guardam
ainda no tempo presente; terão as mesmas Leis por applicaveis".
(2) Ver, supra, págs. 348 e segs.
(3) Quanto à delimitação destas áreas, ver Corrêa Telles, Commentario
Critico, cit., coms. 127 e segs. ao § 9.
(4) Lei da Boa Razão, § 9, e Estatutos da Universidade, liv. II, tít. 5, cap. 2, §
16 (na reed., cit., págs. 430 e seg.).
(5) Lei da Boa Razão, § 12. Sobre os casos em que o direito canónico, não
obstante este preceito, continuava a aplicar-se nos tribunais civis, consultar Cor-
rêa Telles, Comtnentario Critico, cit., coms. 187 e segs. ao § 12, e Braga da
Cruz,
O direito subsidiário, cit., nota 126 da pág. 2%.
361
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Lei da Boa Razão, § 13. A respeito dos termos em que devia interpretar-
-se esta disposição, ver Corrêa Telles, Commentario Critico, cit., coms. 195 e
seg.
ao § 13, e também as observações de Braga da Cruz, O direito subsidiário,
cit.,
nota 128 da pág. 297. Aí se indica alguma posterior consagração legislativa (Lei
de 9 de Setembro de 1769) e jurisprudencial (Assento da Casa da Suplicação de 9
de Abril de 1772) dos elementos proscritos do quadro das fontes subsidiárias pelo
referido § 13 da Lei da Boa Razão.
(2) Ver, supra, págs. 46 e seg.
362
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
363
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
364
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
365
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
366
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
367
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
368
período da formação do direito português moderno
369
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
370
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
371
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(l) Tem o título Que he o Código Civil?, Lisboa, 1822. Sobre este autor,
veja-se Luís da Silva Ribeiro, Vicente Cardoso da Costa, in "Jurisconsultos
Portu-
gueses do Século xix", cit., vol. I, págs. 421 e segs.
(2) Bentham ofereceu, em 1821, às nossas Cortes, projectos de Código
Constitucional, de Código Civil e de Código Penal, os quais não foram aceitos.
Todavia, a sua obra teve, entre nós, apreciável difusão. Sobre este autor, vejam-
-se Jacques Verunden, Code et codification datis la pensée de Jeremy Bentham,
in
"Révue d'Histoire du Droit" ("Tijdschrift voor Rechtsgeschiedenis"), tomo
XXXII, La Haye, 1964, págs. 45 e segs., e Mohamed el Shakankiri, La
philoso-
phie juridique de Jeremy Bentham, Paris, 1970.
( ) Quanto à história do "Novo Código", consultar as sínteses pormenori-
zadas de Braga da Cruz, O movimento abolicionista e a abolição da pena de morte, cit.,
nota 96 da pág. 50, e de MArio Reis Marques, O Liberalismo e a Codificação
do
Direito Civil em Portugal, cit., págs. 96 e segs.
Também se promoveu, um pouco mais tarde, a elaboração de um Código
Penal Militar. Para o efeito, foi designada uma comissão por Decreto de 21 de
Março de 1802. O projecto só ficou concluído em Agosto de 1820, tendo D. João
VI, a 7 desse mesmo mês, determinado a sua observância em Portugal e no
Brasil. Todavia, o Código e o respectivo alvará de confirmação nunca foram
objecto de publicação oficial (ver Nuno J. Espinosa Gomes da Silva, Hist.
do
Dir. Port., cit., vol. I, pág. 288).
372
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
373
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
374
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
( ) "Por ora é a crise ainda de transição e ela está definida nessa formidá-
vel e esquecida sabatina travada entre dois dos nossos maiores engenhos do século
xvm", segundo escreveu JoAo Maria Tello de Magalhães Collaço, Ensaio
sobre
a inconstitucionalidade das Leis no Direito Português, Coimbra, 1915, pág. 32. Ver,
também, Paulo Merêa, O poder real e as cortes, cit., pág. 55.
(z) Sobre o tema, consultar F.-P. de Almeida Langhans, O Novo Código
de
Direito Público de Portugal, in "Estudos de Direito", Coimbra, 1957, págs. 357 e
segs.
( ) A impressão de ambos os projectos verificou-se depois do falecimento
do seu autor: a l.a edição do projecto de Código Criminal surgiu, em Lisboa, no
ano de 1823, e a l.a edição do projecto de Código de Direito Público, em Coim-
bra, no ano de 1844. Também nesta última data, a Imprensa da Universidade de
Coimbra publicou a 3.a edição do projecto de Código Criminal, assim como as
referidas críticas de Ribeiro dos Santos à reforma do direito público (ver, supra,
pág. 50, nota 3) e a resposta de Mello Freire.
375
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(l) Não teve êxito a ideia da promulgação, no nosso país, das codificações
francesas da época, mormente do Code Civil, que chegou a conceber-se, em 1808,
quando da primeira invasão das tropas napoleónicas. Inclusive, promoveu-se a
sua tradução. Existiu certa receptividade de alguns círculos liberais e o próprio
Napoleão Bonaparte manifestou o desejo de que se imprimisse e publicasse esse
Código em Portugal. Junot, numa carta dirigida a Napoleão, declara-se de opi-
nião contrária, alegando as diferenças entre o direito português e o das novas
codificações francesas, mas, ao mesmo tempo, informa que o Código de Processo
Civil estava a ser impresso e que o Código Comercial se encontrava traduzido.
Ver Nuno J. Espinosa Gomes da Silva, Hist. do Dir. Port., cit., vol. I, pág.
287,
Pedro Barbas Homem, Algumas notas sobre a introdução do Código Civil de
Napoleão
em Portugal, em í 808, in "Revista Jurídica", cit., nova série, n.os 2 e 3, Lisboa,
1985, págs. 97 e segs., e Mário Reis Marques, O Liberalismo e a Codificação
do
Direito Civil em Portugal, cit., págs. 110 e segs.
376
§2.°
ÉPOCA DO INDIVIDUALISMO
63. Aspectos gerais do individualismo político
e do liberalismo económico
379
HISTORIA DO DIREITO PORTUGUÊS
380
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
381
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
382
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
383
HISTÓRIA IX) DIREITO PORTUGUÊS
384
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
385
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
386
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
387
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
388
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
389
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
390
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
(^Consultar Mello Freire, Institutiones Iuris Civilis Lusitani, cit., 2.a ed.,
Coimbra, 1828, liv. III, tít. V, § XXIX, págs. 59 e seg., e Coelho da
Rocha,
Instituições, cit., tomo II, § 673, pág. 530. Sobre a discussão do problema e a lista
dos autores que sustentaram a doutrina tradicional, ver Almeida e Sousa
(LobAo), Collecção de Dissertações Jurídico-Praticas em Supplemento ás Notas ao Livro
Terceiro das Instituições do Doutor Pascoal José de Mello Freire, Lisboa, 1825, Dissertação
VIII, págs. 328 e segs.
(2) Além do exemplo indicado, ver muitas outras interpretações e inte-
grações referidas por Braga da Cruz, Formação histórica, cit., in "Scientia Ivri-
dica", tomo IV, págs. 251 e segs.
(3) Quanto aos períodos anteriores, ver, supra, págs. 256 e seg., e 294 e segs.
(4) Aviso e Instrução de 16 de Abril de 1806. Ver, posteriormente, o
Decreto de 12 de Fevereiro de 1819.
391
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
392
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
(') Ver o art. 2.° do referido Decreto de 19 de Agosto de 1833. Cfr., supra,
págs. 295 e seg.
(2) Lei de 9 de Outubro de 1841.
( ) Cfr., supra, nota 3 da pág. anterior,
( ) Ver o art. 1.° da mencionada Lei de 9 de Outubro de 1841.
(5) Seguiu-se a Lei de 30 de Junho de 1913, incluída na folha oficial do dia
imediato. De acordo com este diploma, as leis teriam a data da sua publicação no
"Diário do Governo" e iniciariam a vigência em todo o continente, salvo decla-
ração contrária, no terceiro dia depois de publicadas, quer dizer, atingido o ter-
ceiro dia ou decorridos os dois primeiros. Quanto às ilhas adjacentes, as leis come-
çavam a vigorar "no décimo dia depois da partida do vapor que levar a
participação oficial". Observe-se a imperfeição de se estabelecer como termo a
quo da contagem do prazo a "partida" do vapor, ignorando-se os perigos que
ameaçavam a navegação marítima e os não raros naufrágios. Relativamente aos
territórios ultramarinos, visto que esse diploma não se lhes referia, entendia-se
que continuava a imperar o regime anterior: ou seja, as leis começavam a sua
vigência, na capital da província, três dias depois de publicadas no respectivo
"Boletim Oficial" e, nos outros pontos da mesma província, quinze dias após essa
publicação. Ocuparam-se do tema, em seguida, o Decreto n.° 22470, de 11 de
Abril de 1933, a Lei n.° 31/76, de 10 de Setembro, e a Lei n.° 6/83, de 29 de Julho.
393
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
67. As codificações
a) Aspectos introdutórios
(l) Sobre o tema, ver, por ex., Jacques Verlinden, Le concept de code
en
Europe occidentale du xm.e au xix.' siècle. Essai de définition, Bruxelles, 1967, Gio-
vanni Tarello, Storia delia cultura giuridica moderna, vol. I — Assolutismo e
codifica-
zione dei diritto, Bologna, 1976, Helmut Coing, Zur Vorgeschichte der Kodifikation:
die
Diskussion um die Kodification im 17. und 18. Jahrhundert, Guido Astuti, La codifica-
zione dei diritto civile, in "La formazione storica dei diritto moderno in Europa",
cit., vol. II, respectivamente, págs. 797 e segs., e págs. 847 e segs., Mário E.
Viola, Consolidazioni e codificazioni. Contributo alia storia delia codificazione, Torino,
1983. Entre nós, ver JoAo de Castro Mendes, Algumas notas sobre a codificação,
in
"Jornal do Foro", ano 24, Lisboa, 1960, págs. 113 e segs., e MArio Reis
Marques,
O Liberalismo e a Codificação do Direito Civil em Portugal, cit., págs. 47 e segs.
( ) Existe larga bibliografia estrangeira sobre essa polémica clássica, que
se generalizaria, de Thibaut, favorável à codificação, e Savigny. Ver, por ex., Z.
394
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
Krystufek , La querelle entre Savigny et Thibaut et son injluence sur la pensée juridique
europêenne, in "Révue Historique de Droit Français et Etranger", cit., 4.a série,
ano 44 (1966), págs. 59 e segs., e Ulrich Eisenhardt, Deutsche
Rechtsgeschichte,
Miinchen, 1984, págs. 300 e segs., e, entre nós, as indicações de A.
Castanheira
Neves, Questão-de-facto — Questão-de-direito ou o Problema Metodológico da Juridicidade,
Coimbra, 1967, págs. 875 e segs., e MArio Reis Marques, O Liberalismo e
a
Codificação do Direito Civil em Portugal, cit., págs. 112 e segs.
( ) As codificações napoleónicas, maxime o Código Civil, tiveram uma
projecção muito grande ao longo do século xix: por um lado, verificou-se a sua
aplicação nos países sob domínio ou influência francesa (Bélgica, Holanda, Itália
do Norte, Vestefália, Hanover, Polónia, Nápoles, vários cantões suíços, etc.
— quanto a Portugal, ver, supra, pág. 376, nota 1), ou de além-Atlântico que,
directa ou indirectamente, as adoptaram (Luisiana, Haiti, Bolívia, Peru, Chile,
Costa Rica, Uruguai, México, Argentina, Venezuela, etc); por outro lado, nesse
corpo legislativo se inspiraram numerosos Códigos, sobretudo de direito civil,
como os de Itália (1865), Roménia (1865), Baixo Canadá (1866), Portugal (1867),
Egipto (1875), Espanha (1889) e Japão (1890).
Durante o século xx, a seu turno, coube ao Código Civil alemão servir de
matriz a várias codificações. Assim, as da Áustria (1914/1916), do Brasil (1916),
da Tailândia (1925), do Peru (1936), da Grécia (1940), da Itália (1942) e de Portu-
gal (1966). O Código Civil suíço de 1907, considerado "o fruto legislativo mais
amadurecido da ciência jurídica de língua alemã do séc. xix" (Wieacker, Hist.
do Dir. Priv. Mod., cit., pág. 564), influenciou o Código Civil da Turquia (1926).
Ver J. Gilissen, Introdução Histórica ao Direito, cit., págs. 456 e segs.
(2)0 Codex luris Bavarici Criminalis, de 1751, e as austríacas Constitutio Cri-
minalis Theresiana, de 1768, e Constitutio Criminalis Josephina, de 1787, não esque-
395
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
cendo a obra legislativa de Frederico, o Grande, da Prússia, nos fins desse mesmo
século (ver Robert v. Hippel, Deutsches Strafrecht, cit., vol. I, págs. 270 e segs.).
(•') Consultar, por ex., Robert v. Hippel, ob. cit., vol. I, págs. 295 e segs.,
e
314 e segs.
(2) Sobre a designação de "consolidações", ver A. Cavanna, Stor. dei dir.
mod. in Eur., cit., vol. I, pág. 256.
396
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
397
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
I — Direito comercial
398
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
399
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
399
HISTORIA DO DIRKITO POR lUCiUFS
400
DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODER
II — Direito administrativo
402
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
403
HISTÓRIA PO DIREITO PORTUGUÊS
404
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
405
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
IV — Direito penal
Código. Este diploma foi sofrendo, após a sua publicação, importantes alterações,
como as introduzidas pelo Decreto-Lei n.° 35007, de 13 de Outubro de 1945, e
pelo Decreto-Lei n.° 185/72, de 31 de Maio, oposto ao sistema inquisitório, além
de outras posteriores. O Código de 1929 viu-se substituído por um novo Código
de Processo Penal, aprovado, com base na autorização legislativa concedida atra-
vés da Lei n.° 43/86, de 26 de Setembro, pelo Decreto-Lei n.° 78/87, de 17 de
Fevereiro, e cuja entrada em vigor foi diferida para 1 de Janeiro de 1988 (Lei n.°
17/87, de 1 de Junho). Sobre quanto se escreve, consultar Jorge de
Figueiredo
Dias, Direito Processual Penal, vol. I, Coimbra, 1974, págs. 64 e segs., e 84 e segs., e
Manuel Cavaleiro de Ferreira, Curso de Processo Penal, vol. I, Lisboa, 1986,
págs.
27 e segs.
(') Ver, supra, págs. 374 e segs.
(2) Encontrou-se próximo de efectivação um efémero Código Penal de
1837. Relaciona-se com a Carta de Lei de 25 de Abril de 1835, que abriu con-
curso para a apresentação de projectos de Código Criminal (art. 3.°) e também
de Código Civil (art. 1.°), até 10 de Janeiro de 1837, atribuindo, respectivamente,
as gratificações de oito e de dezasseis contos de reis. Seguiu-se uma Portaria de
29 de Novembro de 1836, em que D. Maria II encarregava o Doutor José
Manuel da Veiga de proceder à revisão de um projecto do Código Penal que ele
próprio já tinha oferecido ao Governo, no ano de 1833. A solicitação deste,
nomeou-se, para o efeito, através da Portaria de 19 de Dezembro imediato, uma
comissão que logo concluiu a tarefa em 31 do mesmo mês. O projecto foi apro-
vado e mandado publicar por Decreto de 4 de Janeiro de 1837, mas
condicionando-se a sua vigência até as Cortes Gerais sancionarem outro melhor.
Era o tempo da ditadura de Passos Manuel. Ora, as Cortes não ratificaram o
referido Código Penal, que, assim, se írustrou.
406
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
407
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
408
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
409
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
V — Direito civil
410
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
411
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
412
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
Código, as mais das vezes, com prudente moderação, toda ela ins-
pirada por um notável senso prático e por um grande apego à
moralidade e à justiça. Aconteceu assim, principalmente, quando
não se equacionavam puros interesses económicos, mas, acima
deles, "interesses de outra índole, sobretudo os de natureza
familiar"^).
Um aspecto que suscitou intenso debate foi o do casamento. A
disciplina do matrimónio pertencia, tradicionalmente, à esfera do
direito canónico (2). Mas, com os trabalhos preparatórios do
Código Civil, pôs~se o problema da consagração do casamento
civil, ao lado do casamento católico — a tese que acabaria por
triunfar, após controvérsia que envolveu o País (3).
A promulgação do primeiro Código Civil português desper-
tou um clima de admiração verdadeiramente sincero. Neste
diploma legislativo descobriram-se perfeições de toda a ordem, ora
na lógica da sua original sistematização, ora na singela elegância e
clareza da linguagem, ora no sábio equilíbrio com que, do ponto de
vista dos comandos estabelecidos, deu seguimento àqueles ideais
que a vida põe ao direito. Numa palavra: colocava-se o nosso
Código ao lado das melhores codificações estrangeiras, adivinhan-
do-se-lhe, ingenuamente, uma vigência de séculos (4).
413
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
Visconde de Seabra, Lisboa, 1895, pág. 27). Por todos, consultar Manuel
de
Andrade, O Visconde de Seabra e o Código Civil, cit., in "Boi. da Fac. de
Dir.",
vol. XXVIII, págs. 280 e seg., e os autores que aí indica na nota 31, págs. 293 e
seg.
(') O Visconde de Seabra e o Código Civil, cit., in "Boi. da Fac. de Dir.", vol.
XXVIII, pág. 283.
(2) É curioso que no Decreto de 8 de Agosto de 1850 (in "Diário do
Governo" do dia seguinte), já referido (ver, supra, pág. 407, nota 1), em que se
encarregou António Luís de Seabra de redigir o projecto de Código Civil, se
justificava essa nomeação, bem como a da respectiva comissão revisora, com as
seguintes palavras: "Por outra parte assim os homens de Estado, como os juris-
consultos, concordam todos hoje em que a redacção dos Códigos, para ser metho-
dica, precisa e clara, deve ser feita por uma só pessoa, e revista, depois, por
414
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
415
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
416
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
417
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
puderem ser resolvidas, nem pelo texto da lei, nem pelo seu espí-
rito, nem pelos casos análogos, prevenidos em outras leis, serão
decididas pelos princípios de direito natural, conforme as circuns-
tâncias do caso".
Entendia-se que este preceito consagrava regras aplicáveis a
todas as áreas jurídicas, apenas exceptuadas as que, dada a sua natu-
reza especial, não se compadecessem com os referidos processos
integrativos. Portanto, em face de uma lacuna, devia recorrer-se,
primeiramente, à analogia, quer dizer, à disciplina estabelecida para
situação semelhante. Com efeito, existe analogia, sempre que a
razão substancial ou intrínseca de decidir seja a mesma no caso
omisso e num caso previsto em fonte de direito vigente.
Se não se encontrasse norma susceptível de aplicação analó-
gica a uma situação digna de tutela jurídica, o legislador remetia
para os princípios de direito natural. Discutia-se o alcance desta expres-
são, em que se confrontavam doutrinas jusnaturalistas e positivistas.
No predomínio das últimas, fez-se uma leitura correspondente a
"princípios gerais de direito", ou seja, da própria ordem jurídica
vigente ou legislada. Mais tarde, com o declínio positivista, preva-
leceu a orientação de que a referência aos "princípios de direito
natural, conforme as circunstâncias do caso", equivalia a confiar ao
juiz a tarefa do preenchimento das lacunas, tendo em conta a solu-
ção que presumisse adoptada pelo legislador, se ele houvesse pre-
visto o caso omisso(l).
Deixou de existir, pois, um direito subsidiário nos termos tra-
dicionais. Como acabamos de verificar, o Código Civil de 1867 não
418
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
419
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
420
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
421
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
422
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
423
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
424
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
425
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
426
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
426
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
(') Houve uma proposta, nesse sentido, de Sidónio Pais, vice-reitor, apre-
sentada em conselho da Faculdade de Direito, a 4 de Novembro de 1910, que
obteve concordância (ver M. J. Almeida Costa, O ensino do direito em Portugal no
século xx, cit., I, pág. 34).
(2) Na reforma de 1901, existia uma única cadeira de história geral do
direito romano, peninsular e português.
427
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
428
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
in "Rev. da Fac. de Dir. da Univ. de Lisb.", cit., vol. XIII, págs. 14 e segs.
Contém indicações valiosas o catálogo da exposição documental Os setenta anos da
Faculdade de Direito de Lisboa, Lisboa, 1984.
(J) Determina o art. 1.° do referido diploma que "no território da Repú-
blica, além da Universidade de Coimbra já existente, são criadas mais duas
Universidades — uma com sede em Lisboa e outra no Porto".
(2) Ver, supra, nota 4 da pág. anterior.
429
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
a) Considerações gerais
430
período da formação do direito português moderno
431
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
432
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
433
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
434
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
435
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
436
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
437
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
cit.), Das aguas, Coimbra, 1917, e Apontamentos sobre direitos reais, Coimbra, 1928.
Recordem-se, ainda, os Elementos de pratica extrajudicial, Coimbra, 1910. Quanto à
produção deste autor no domínio do direito internacional privado, ver, infra, pág.
446.
(') Teixeira de Abreu introduziu no ensino civilístico a chamada "Carti-
lha" (Summario do Código civil portuguez, Coimbra, 1908, de que existem várias
edições), que era uma síntese breve do Código Civil destinada a fornecer aos
estudantes uma visão global desse ramo do direito. Sobre este autor, vejam-se
Marnoco e Souza/Alberto dos Reis, A Faculdade de Direito e o seu ensino,
Coim-
bra, 1907, págs. 71 e segs., e Paulo Merèa, Esboço, cit., fase. III, págs. 44 e seg.
(2) Nesta área, José Maria Joaquim Tavares escreveu: Sucessões e
Direito
sucessório, Coimbra, 1903, Tratado da capacidade civil, Coimbra, 1905, e Princípios
fundamentais do direito civil, vol. I (Noções gerais. Obrigações, direitos reais, família e
sucessões) e vol. II (Pessoas, cousas, factos jurídicos), Coimbra, 1922. Assinale-se, tam-
bém, A pratica extrajudicial e o tabelliado, Porto, 1896. A respeito do sistema rota-
tivo, na regência das cadeiras de direito civil, entre Guilherme Moreira, Teixeira
de Abreu e José Tavares, consultar Braga da Cruz, A Revista de Legislação e de
Jurisprudência — Esboço da sua História, cit., vol. I, nota 1052 da pág. 435. Sobre José
Tavares como comercialista, ver, infra, pág. seguinte.
(3) Destacam-se os seguintes estudos de José Ferreira Borges:
Instituições
de Direito Cambial Portuguez, Londres, 1825, Jurisprudência do Contrato Mercantil de
Sociedade, Londres, 1830, e Diccionario Juridico-Commercial, Lisboa, 1839. Sobre este
jurtista, consulte-se J. M. Barbosa de Magalhães, José Ferreira Borges, in
"Juris-
consultos Portugueses do Século xix", cit., vol. II, págs. 202 e segs.
(4) Ver, supra, págs. 398 e segs.
(5) Ver, supra, pág. 423.
438
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
439
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
Sociedades e emprezas comerciais, Coimbra, 1924 (2.a ed. completada Das sociedades
commerciaes e da parte jurídica Das emprezas no direito commercial). Acerca da obra
civilística deste autor, veja-se, supra, pág. 438.
( ) Sobre este eclético mestre, ver, supra, pág. 432, nota 4. A sua bibliogra-
fia em matéria de direito mercantil inclui Das letras no direito commercial portuguez,
Coimbra, 1897, e Das letras, livranças e cheques. Commentario ao titulo IV do livro II do
Código Commercial, 2 vols., Coimbra, 1905/1906.
(2) A sua obra de comercialista distinto inicia-se com a publicação de
umas primeiras lições de Direito commercial portuguez, vol. I, Coimbra, 1914. A
partir de Fevereiro de 1918, durante a licença sabática de Pinto Coelho, o direito
comercial foi regido por Guilherme Moreira e continuou a sê-lo, em 1919, por
virtude da transferência daquele professor para a Faculdade de Direito de Lisboa.
No ano lectivo de 1921/1922, a cadeira passou a Mário de Figueiredo. Sobre
Pinto Coelho, ver Braga da Cruz, A Revista de Legislação e de Jurisprudência —
Esboço da sua História, cit., vol. I, págs. 492 e segs., e vol. II, pág. 137.
(3) Lembre-se, especialmente, o Comentário ao Código Comercial Português, 3
vols., Lisboa, 1914/1918. Cunha Gonçalves também viria a dedicar-se à civilís-
tica, onde se destaca o Tratado de Direito Civil em comentário ao Código Civil Portu-
guês, 15 vols., Coimbra, 1929/1940. A sua obra tornou-se muito conhecida
no Brasil, tendo mesmo escrito os Princípios de Direito Civil Luso-Brasiláro, 3 vols.,
São Paulo, 1951. A propósito de uma publicação civilística mais tardia de Cunha
Gonçalves, ver a extensa recensão crítica de Manuel de Andrade, in "Boi.
da
Fac. de Dir.", cit., vol. XXVIII, págs. 349 e segs.
(4) Francisco António da Silva FerrAo, Theoria do direito penal,
applicada ao
Código Penal Portuguez, Lisboa, 1856/1857. Ver, supra, pág. 407.
(5) Ver o seu Commentario ao Código Penal Portuguez, Lisboa, 1835. Indicou-
-se, supra, pág. 408, nota 1, mais bibliografia de Levy Maria Jordão.
(6) Ver, supra, pág. 407.
440
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
441
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
442
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
e Castro, Dias da Silva, Afonso Costa e José Alberto dos Reis. Esta
segunda linha de autores merece uma referência particular, pois
encontra-se mais na base da nossa processualística moderna.
Manuel de Oliveira Chaves e Castro teve uma grande impor-
tância. Foi um professor com elevado empenho pedagógico (1).
Além disso, a feição de cientista prático que o caracterizava, de
preferência a um pendor para a especulação teórica e as inovações,
trouxe-lhe enorme prestígio e significado na actividade forense.
Constituiu, por assim dizer, o último destacado adepto, entre nós,
da escola francesa, que colocava o juiz numa situação passiva
perante a disponibilidade das partes quanto à condução da lide e ao
próprio conteúdo da decisão (2).
Não tardou, porém, que a doutrina processual italiana,
realçando-se Lodovico Mortara, Alfredo Rocco e Giuseppe
Chiovenda — este último fortemente inspirado pelas orientações
austríacas de Franz Klein—, penetrasse, embora com alguma
mediação alemã, no meio português. Os novos horizontes proces-
suais acentuavam, num alto grau, a intervenção do juiz (3). Entre-
pratica, Coimbra, 1860, Theoria das provas e sua applicação aos actos civis, Porto, 1880,
Manual do processo civil ordinário em primeira instancia, Coimbra, 1881 (2.a ed., publi-
cada em 1901), Manual de processo civil especial em primeira instancia, Coimbra, 1883, e
Manual das execuções, Coimbra, 1885.
(') Ficaram famosas as simulações de tribunais que organizava com os
alunos e a exigência de que estes elaborassem processos completos (ver Paulo
Merêa, Esboço, cit., fase. III, pág. 71).
(2) Nas suas lições, conferia grande desenvolvimento à matéria de organi-
zação judiciária e ao comentário sistemático do Código de Processo Civil. Deu à
estampa um livro sobre Organização e competência dos tribunais portugueses, Coimbra,
1910. Foi Manuel de Oliveira Chaves e Castro um dos fundadores e o primeiro
director da "Revista de Legislação e de Jurisprudência" (ver, supra, pág. 435, nota 2),
onde publicou estudos de relevo. A respeito deste autor, consultem-se Paulo
Merêa, Esboço, cit., fase. III, págs. 70 e seg., e Braga da Cruz, A Revista
de
Legislação e de Jurisprudência — Esboço da sua História, cit., vol. I, especialmente págs.
39, 42, 46 e segs., e 542 e segs.
( ) Ver, supra, págs. 403 e seg.
443
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
444
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
(') Sobre Alberto dos Reis, consultar Braga da Cruz, A Revista de Legisla-
ção e de Jurisprudência — Esboço da sua História, cit., vol. I, págs. 474 e segs. Quanto à
sua extensa obra, veja-se MArio Alberto dos Reis Faria, Bibliografia do Doutor
José
Alberto dos Reis, in Suplemento XV ao "Boi. da Fac. de Dir.", cit. — "Colectânea
de Estudos em Homenagem ao Doutor José Alberto dos Reis", vol. I (Coimbra,
1961), págs. XIII e segs.
(2) Ainda posterior foi o incremento de alguns ramos jurídicos e da sua
dogmática, embora na altura estivessem despontando, como o direito fiscal, a
princípio mais ou menos versado, com o pouco definido direito financeiro, entre
as matérias de economia política e de finanças (ver Paulo Merêa, Esboço, cit.,
fase. III, págs. 31 e segs., e 53 e segs.). Só em 1923 (Decreto n.° 8578, de 8 de
Janeiro) se criaria um curso de direito fiscal (ver M. J. Almeida Costa, Leis,
Cânones, Direito (Faculdades de), cit., in "Dic. de Hist. de Port.", vol. II, págs. 693
e seg.). Encontra-se, por outro lado, muito longe das concepções modernas o
direito económico contemplado por Afonso Costa, Apontamentos das prelecções do
Dr. A. Costa sobre ciência económica e direito económico português, Coimbra, 18%. Tam-
bém o direito do trabalho era encarado de um puro ângulo privatístico. Sobre o
seu ensino tardio já com uma feição moderna, ver M. J. Almeida Costa, Leis,
Cânones, Direito (Faculdades de), cit., in "Dic. de Hist. de Port.", vol. II, pág. 694,
e Marcello Caetano, Apontamentos para a história da Faculdade de Direito de Lisboa,
cit., in "Rev. da Fac. de Dir. da Univ. de Lisb.", vol. XIII, págs. 107 e seg.
(3) Ver, supra, pág. 426.
(4)) Ver, supra, págs. 427 e seg.
445
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
(') Foi quem primeiro a leccionou, tanto na fase em que o direito interna-
cional privado esteve unido ao direito internacional público, como após a auto-
nomização (ver. M. J. Almeida Costa, O ensino do direito em Portugal no século xx,
cit., I, págs. 24, nota 43, e 46).
(2) A obra básica de Álvaro da Costa Machado Villela é o
Tratado
elementar (teórico e prático) de Direito Internacional Privado, liv. I (Princípios gerais) e liv.
II (Aplicações), Coimbra, 1921/1922. Pode ver-se uma bibliografia seleccionada de
Villela, in "Boi. da Fac. de Dir.", cit., vol. XXXII, págs. 408 e segs. Sobre este
distinto professor, consultem-se A. Ferrer Correia, Homenagem à memória do
Dou-
tor Álvaro da Costa Machado Vilela, in "Boi. da Fac. de Dir.", cit., vol. XXXVI,
págs. 353 e segs., M. J. Almeida Costa, Machado Vilela e a Comunidade Luso-
-Brasileira (Na ocasião de um centenário), in "Boi. do Min. da Just.", cit., n.° 210, págs.
5 e segs. (também in "Scientia Ivridica", cit., tomo XX, págs. 375 e segs., sob o
título Machado Vilela, Pioneiro), Haroldo ValadAo, Machado Vilela, Primeiro
Jurista
Luso-Brasileiro, J. Baptista Machado, Autonomia do problema do reconhecimento
dos
direitos adquiridos em Machado Vilela, e António de Oliveira Braga, Machado
Vilela
e a Comunidade Lusíada, in "Scientia Ivridica", cit., tomo XX, respectivamente,
págs. 384 e segs., págs. 3% e segs., e págs. 410 e segs. Ver, ainda, Braga da
Cruz, A Revista de Legislação e de Jurisprudência — Esboço da sua História, cit., vol. I,
págs. 462 e segs., e vol. II, págs. 119 e segs.
(3) Escreveu Do Direito Internacional Privado. Dissertação inaugural para o acto de
conclusões magnas, Coimbra, 1868.
(4) Foi autor de Estudos sobre o Código Civil Portuguez, II — Das relações civis
internacionais, Coimbra, 1894. Quanto à obra civilística de Teixeira de Abreu, ver,
supra, pág. 437, nota 3.
(s) Deve-se-lhe a monografia Das sucessões no direito internacional privado,
Coimbra, 1899. A respeito de Alberto dos Reis como processualista, ver, supra,
págs. 444 e seg.
446
§3.°
449
HISTÓRIA DO DIREITO PORTUGUÊS
450
PERÍODO DA FORMAÇÃO DO DIREITO PORTUGUÊS MODERNO
451