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de casos
II
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III
Eduardo - Negocio jur bilateral gratuito, em que apenas 1 das partes tem
proveito económico. Art 940º. Temos 2 dclarações (a primeira expressa, a
segunda ‘’agradeço à madrinha’’ – tacita). Forma – 947 n2; não sendo
acompanhada da entrega da coisa, só pode ser feita por escrita. Cumpre a
forma. 948 – capacidade para doar; 950 – capacidade passiva, da benetida;
efeitos essenciais – 954 (transmissão da propriedade, obrigação de entregar a
coisa); ‘’todos os meus aneis’’ declaração negocial, há uma forma escrita que é
cumprida; sobre a interpretação – teoria subjetivista, tínhamos de olhar para a
vontade da antonia; teoria objetivista – atribuir relevo ao sentido do
declaratário. O CC regula a interpretação do 236-238. 236 – visão mais
objetivista, sem esquecer elementos subjetivos. Não aplicou 236 n2. Chegou à
conclusão que um declaratário ia deduzir que esse relogio anel era incluído ou
perceber que não era incluído todos os aneis.
Mariana – contrato gratuito; sendo um problema de interp da declaração de
antonia, 236 é possível excluir o n2 pq não sabia a vontade real de antonio;
aplicamos o n1 com um pendor mais objetivista – no entanto, há uma restrição
da 2º parte que refere a teoria da responsabilidade ‘’o sentido normal que od
elcaratario extrair tem que ser imputado’’ ou seja tem que se assumir que pode
haver mais um sentido; logo vamos ao 237 que atende ao sentido jur que
realiza maior equilíbrio. 238 – para este contrato existe uma forma, que é
escrita (conceção mais objetivista) Antonia disse mais do que queria (não
queria incluir o relogio/anel) – fazemos uma analise restritiva. Conclusao: este
anel não seria entregue.
Prof - 945 – aceitação da doação; não é um caso de obrigações, referir a
questão do artigo 945+947 e dizer que, como foi feito por escrito (mas não é
solene), os efeitos produzem-se pelo acordo entre as partes (consensual) + 945
n3 – o contrato já produziu efeitos, pq foi uma doação de bens moveis por
forma escrita e a aceitação tbm foi feita por forma escrita.
Como a MRR refere na sua tese, primeiro vamos ao 236 e nos negó cios
formais o 238 funciona como um crivo para verificarmos se os critérios do
236 podem ser incluídos no 238, e se nã o couber temos um problema do
sentido de declaraao. 1º passo: 236(quer seja formal ou nã o). N2 – para a
MRR merece preferência aplicativa, ou seja, é o 1º art que devemos aplicar,
porque nos diz ‘’sempre que’’ indicia que este critério prevalece sobre os
critérios adicionais no n1. ‘’é possível…’’ Preferência aplicativa do 236 n2
pelo ‘’sempre que’’ e uma vantagem pratica que e dispensar o n1 quando é
claro que a declaraçã o vai valer pelo real declarante, pq o declaratá rio
sabia qual era esse sentido. A MRR tbm diz há uma ligaçã o entre o 236 n2
e a falsa demonstratio (quando as partes se exprimiram erradamente, mas
como sabem o sentido real é esse que vale). O 236 n2 nã o se limita a estes
casos de falsa demonstratio, mas abrange todos os casos mesmo quando as
partes se exprimiram de forma adequada (pq se conhece o sentido real da
declaraçã o). 236 n1 tem vá rios elementos que devemos analisar: 4
elementos: declaratá rio normal; ser colocado na posiçã o do real
declaratá rio; seja possível deduzir um comportamento do declarante;
salvo se este nã o pode razoavelmente…? O que é um declaratá rio normal?
é uma pessoa normal, nã o precisa de ser um medico, ter mais ou menos
diligencia, +/- inteligente, desligado de posiçõ es de boa e má fé, etc.
236 – Nã o abrange as situaçõ es unilaterais; está destinado em situaçõ es
em que há um declarante e um declaratá rio, e nã o as declaraçõ es que nã o
tem um destinatá rio.
Posiçã o real do declaratá rio – MRR diz que este homem neutro vai
mergulhar no corpo do real declaratá rio e olhar para as circusntancias
circundantes; vai ter acesso à info disponível ao real declaratá rio. A MRR
diz que temos de distinguir as ativs intelectuais dos elementos
‘’exteriores’’ (na medida em que sã o elementos alvos de interpretaçã o).
No nosso caso, a questã o colocava-se face a 2 elementos: por um lado,
sabemos que a antonia usa o anel durante o dia a dia e podemos perguntar
se o declaratá rio real sabia isso? Sim, podemos considerar que sim porque
existem laços familiares. Outro elemento: o facto de ela estar à s portas da
morte (isto nã o era um testamento e por si é invalido), mas é relevante da
perspetiva do que é que o real declaratá rio ia interpretar: ela está doente,
em breve nã o está cá mais e quer desfazer-se dos seus bens todos; quer
dispor-se dos aneis porque já nã o os vais usar mais. A MRR faz a questã o
‘’e se o declaratá rio normal tiver sido mais diligente?’’ se o padrao medio
da diligencia tinha feito mais questõ es sobre se o anel estava incluído ou
nã o. A MRR diz que nã o podemos fazer esse exercício hipotético de acordo
com uma diligencia acrescida, só podemos atuar com dados conhecidos.
Deduzir o comportamento do declarante: MRR refere o caso das
negociaçõ es que existiram antes, os usos sociais.
Saber se o declarante queria ou nã o atuar com det sentido: se chegar ao
sentido da frase temos que analisar se esse sentido pode ou nã o ter ainda
imputado algum declarante (cf – cedência à teoria mitigada da
responsabilidade?). Nestas situaçõ es, como refere a MRR nã o é saber se o
declarante queria aquele sentido ou pensou naquele sentido, mas o que
releva é saber se o declarante tivesse agido sensatamente teria
considerado aquele sentido.
O declaratá rio normal colocado na situaçã o de B (afilhada) teria uma
declaraçã o escrita que diz que ‘’todos os aneis sã o teus’’, mas eu sei que
aquele anel, à partida, tem um caracter de relogio e fica aqui uma duvida
‘’será que se enquadra em todos os aneis?’’.
Se analisamos o contexto fora da situaçã o em si, há 2 sentidos possíveis
q podem ser extraídos da declaraçã o: (prox aula 237 e 238)
Qual a diferença entre um bom pai de família e homem medio? Bom pai
de família – homem diligente, direto, é uma definiçã o moral; pode nã o
coincidir com o homem medio – modelo em branco criado para exemplos
de conceçõ es, é um critério menos exigentes, nem todas as pessoas sã o
corretas, diligentes, praticam a boa fé, etc.
IV
António fez saber por anúncio num jornal: “Vendo ratos, a 5€ cada um”.
Indicava, ainda, uma morada e um número de telefone.
Bcd, laboratório, precisava de ratos/cobaias. Ao ler o anúncio, Carlos,
empregado do laboratório, enviou de imediato uma carta a António em que
dizia pretender comprar 30 ratos. Em anexo à carta enviou vale postal, no valor
de 150 euros.
Alguns dias depois Carlos adquiriu uma gaiola e dirigiu-se à morada
indicada, para ir buscar os ratos. Qual não foi o seu espanto quando António
lhe pretendeu entregar 30 ratos de computador. Carlos recusa, afirmando que
aquilo que comprou (e pagou) foram 30 ratos animais. Quid iuris?
Art 224 – a declaraçã o negocial que tem um destinatá rio é eficaz assim
que chega ao seu poder ou dele é conhecida. (a declaraçã o de Carlos
chegou a Antó nio)
O erro de declaraçã o é regulado pelo art. 247º CC , que nos diz que
‘’quando a vontade declarada nã o corresponde à vontade real do autor, a
declaraçã o é anulá vel, desde que o declaratá rio conhecesse o elemento
sobre que incidiu o erro’’ + art 251º ‘’o erro que atinja os motivos
determinados da vontade, quando se refira à pessoa do declaratá rio ou ao
objeto do negocio, torna este anulá vel nos termos do artigo 247’’.
O negó cio é entã o anulá vel e nã o produz efeitos, pelo que o dinheiro
deverá ser restituído a Carlos.
Pequena nota: o anú ncio de Antó nio era pouco explicito; no entanto,
existiam meios de contacto que podiam ser utilizados para esclarecer tais
dú vidas antes de proceder a um efetivo negó cio, nomeadamente através do
telemó vel. ???? A boa fé aqui em causa é uma boa fé subjetiva e ética, porque o
art. 291º n3 diz que o 3º tinha que se informar minimamente (no exemplo do Bento,
ele foi ao registo e nada lá era suspeito).