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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

INDUSTRIALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:


ANALISE DO CENÁRIO ATUAL NO BRASIL

PÂMELA ULIANA MOHR TAVARES

BLUMENAU
2013
PÂMELA ULIANA MOHR TAVARES

INDUSTRIALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:


ANALISE DO CENÁRIO ATUAL NO BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Graduação em Engenharia Civil do Centro
de Ciências Tecnológicas da Fundação Regional de
Blumenau, com requisito parcial para obtenção do
grau Bacharel em Engenharia Civil.

Prof. Nilton Speranzini, Esp. – Orientador

BLUMENAU
2013
INDUSTRIALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL:
ANALISE DO CENÁRIO ATUAL NO BRASIL

Por

PÂMELA ULIANA MOHR TAVARES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Fundação Regional de Blumenau do Centro de
Ciências Tecnológicas como requisito parcial para a
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Civil,
tendo sido julgado pela banca examinadora formada
pelos professores:

_______________________________________________
Presidente: Prof.º Nilton Speranzini, Esp. – Orientador, FURB

_______________________________________________
Membro: Prof.º Ademar Cordeiro, Dr., FURB

_______________________________________________
Membro: Prof.º Édimo Celso Rudolf, Me., FURB

Blumenau, _____ de julho de 2013.


AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e pelas oportunidades dadas.


Aos meus pais Adelinda e Edson Mohr, pelo amor e pela dedicação diária, pela
paciência e pelo incentivo e principalmente por acreditarem em mim.
Ao meu esposo Iriel Tavares, pela compreensão.
Aos amigos Rosi e Delamar Krause, por todo apoio prestado durante esses anos.
Ao orientador Nilton Speranzini, por suas orientações e auxilio neste trabalho.
Acredito que as coisas podem ser feitas de
outra maneira e que vale a pena tentar.
Zaha Hadid

E desceu a chuva, correram as torrentes,


sopraram os ventos, e bateram com ímpeto
contra aquela casa; contudo não caiu, porque
estava fundada sobre a rocha.
Mateus 7:25
RESUMO

O mundo vive um momento em que se industrializar deixou de ser uma opção, e passou a ser
a alternativa que supre o crescimento e permite que as empresas possam continuar crescendo.
A utilização dos sistemas industrializados na construção civil oferece muitos benefícios como
canteiros de obras limpos, obras entregues dentro do prazo, qualidade do produto final, além
de contribuir positivamente para problemas como a sustentabilidade. Com base nesta
realidade, o presente trabalho busca encontrar os motivos da dificuldade de implantação dos
sistemas industrializados na construção brasileira, através de pesquisas realizadas buscando
apresentar a diferença entre os métodos convencional e industrializado, com as vantagens de
utilização apresentadas por modelos existentes.

Palavras-chave: Sistema construtivo. Elementos industrializados. Método industrializado.


Construção brasileira. Sustentabilidade.
ABSTRACT

The world is experiencing a moment to industrialize no longer an option, and became the
alternative that meets the growth and allows businesses to continue growing. The use of
industrialized systems in construction offers many benefits such as construction sites clean,
works delivered on time, product quality, and contribute positively to issues such as
sustainability. Based on this fact, the present work seeks to find the reasons for the difficulty
of deploying the systems in industrialized Brazilian construction through research conducted
in an attempt to present the difference between conventional and industrialized, with the
advantages of use provided by existing models.

Keywords: Building system. Elements industrialized. Method industrialized. Brazilian


construction. Sustainability.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Edifício Renault Center – 1982 ............................................................................... 16


Figura 2 – Instituto Central de Ciências – Projeto de Oscar Niemeyer – Aplicação de
componentes pré-moldados – 1963 ........................................................................ 16
Figura 3 – Instalação de um painel pré-moldado que já tem na sua estrutura as aberturas como
portas e janelas........................................................................................................ 18
Figura 4 – Chapas de cobertura metálica.................................................................................. 19
Figura 5 – Telha de concreto colorida ...................................................................................... 20
Figura 6 – Colocação de forro – paredes dry-wall ................................................................... 22
Figura 7 – Estrutura metálica – Light Steel Framing ............................................................... 22
Figura 8 – Montagem no canteiro de obras de uma residência ................................................ 25
Figura 9 – Transporte e execução de paredes por método tradicional ..................................... 26
Figura 10 – Alojamento de professores – Projeto de João Figueiras Lima e Oscar Niemayer –
Utilização de pré-moldados para a fachada – 1963 ............................................... 33
Figura 11 – Arquibancada do Hipódromo da Gávea, no Rio de Janeiro, Brasil ...................... 36
Figura 12 – Hipódromo da Gávea, no Rio de Janeiro .............................................................. 36
Figura 13 – Construção de moradias habitacionais .................................................................. 37
Figura 14 – Armazenagem dos elementos industrializados utilizados na construção das
moradias habitacionais........................................................................................... 38
Figura 15 – Edifício Pátio Dom Luis, Nordeste ....................................................................... 39
Figura 16 – Modelo de edificação residencial .......................................................................... 40
Figura 17 – Construção do estádio de Futebol Itaqueirão com elementos pré-fabricados ....... 41
Figura 18 – Construção do Shopping com elementos pré-fabricados – Vilarinho, MG .......... 42
Figura 19 – Execução de unidades habitacionais – método convencional ............................... 43
Figura 20 – Trabalhadores de Seara levantando paredes pelo método convencional .............. 44
Figura 21 – Cássia Regina Martins, apresentando o sistema industrializado ........................... 46
Figura 22 – Uso de pré-fabricados para sanar escassez de mão de obra – Minas Gerais......... 46
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Vantagens e inconvenientes da pré-fabricação de concreto .................................. 18


Quadro 2 – Vantagens da cobertura metálica ........................................................................... 19
Quadro 3 – Vantagens da cobertura de concreto ...................................................................... 20
Quadro 4 – Vantagens do sistema light steel framing .............................................................. 23
Quadro 5 – Vantagens da industrialização para construção de edifícios ................................. 39
Quadro 6 – Estágios de desenvolvimento da Construção Civil................................................ 44
Quadro 7 – Supostas vantagens e supostos inconvenientes da pré-fabricação......................... 45
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ICMS – Imposto Sobre Circulação de Mercadoria


INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
ONU – Organização das Nações Unidas
PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
SINAT – Sistema Nacional de Avaliação Técnica
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ........................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13
1.2.1 Geral ................................................................................................................................ 13
1.2.2 Específicos ....................................................................................................................... 13
1.3 JUSTIFICATIVA PARA ESTUDO DO TEMA................................................................ 14
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................................... 14
2 CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA ............................................................................ 15
2.1 A INDUSTRIALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO .............................................................. 15
2.1.1 Componentes industrializados disponíveis no mercado .................................................. 16
2.1.1.1 Estruturas pré-fabricadas de concreto........................................................................... 17
2.1.1.2 Vantagens e inconvenientes das estruturas pré-fabricadas de concreto ....................... 18
2.1.1.3 Coberturas pré-fabricas ................................................................................................ 19
2.1.1.4 Paredes Dry-wall .......................................................................................................... 21
2.1.1.5 Sistema light steel framing ........................................................................................... 22
2.1.2 Industrialização do ciclo aberto e fechado ...................................................................... 23
2.2 A INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL ........................................................................... 25
2.3 ATRASO NO SETOR ........................................................................................................ 26
2.3.1 Atraso do setor construtivo no Brasil .............................................................................. 26
2.3.2 SINAT ............................................................................................................................. 27
2.4 DIFICULDADE DE IMPLANTAÇÃO ............................................................................. 28
2.4.1 Problemas proporcionados pelo atraso do setor .............................................................. 28
2.4.2 Obstáculos para superar ................................................................................................... 29
2.4.3 Autoconstrução ................................................................................................................ 32
2.5 INDUSTRIALIZAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO ............................................................. 32
2.6 INDUSTRIALIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE ......................................................... 34
2.6.1 Industrialização e sustentabilidade .................................................................................. 34
2.7 MODELOS DE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS ............................................. 35
2.7.1 Modelo 1 – Moradia habitacional .................................................................................... 37
2.7.2 Modelo 2 – edifícios ........................................................................................................ 38
2.7.3 Modelo 3 – residencial .................................................................................................... 40
2.7.4 Modelo 4 – obras de grande porte ................................................................................... 41
2.8 COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS ...................................................................... 42
2.8.1 Construções convencionais.............................................................................................. 42
2.8.2 Construções Industrializadas ........................................................................................... 44
2.9 VIABILIDADE DO USO NO PAÍS .................................................................................. 47
3 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 49
12

1 INTRODUÇÃO

Construir é um termo que todos em algum momento da vida iram se deparar. Quando
se pensa em construções logo vem à imagem de um pedreiro assentando quilômetros de
tijolos, um a um, em um processo longo e cansativo do qual quase não se pode ver o fim.
Mas não precisar ser desta forma. Obras intermináveis, falta de espaço e de
organização, atrasos e uma infinidade de outros pequenos inconvenientes que sempre surgem
nas construções convencionais, são substituídos pela organização e rapidez da construção
industrializada.
A industrialização da construção é um método cada vez mais necessário. É o
processo facilitador que reduz a perda de tempo nos canteiros de obra, planejando e
produzindo fora do canteiro componentes da construção e realizando no canteiro de obra a
montagem dos produtos pré-fabricados sem que tenha que se fazer uso de métodos
convencionais ganhando-se tempo com boa arquitetura, baixo custo, padronização e
racionalização dos materiais acabando com improvisos além de eliminar a poluição visual dos
canteiros, auxiliando na estética da obra e contribuindo para a sustentabilidade.
No Brasil, este método ainda não é uma realidade constante. Apesar de um grande
numero de obras ao longo dos antes já terem sido erguidas por este método, o que se pratica
nas obras ainda é o sistema convencional.
É dentro deste contexto que o presente trabalho procurar averiguar possíveis causas
do atraso do setor no Brasil, focando nos benefícios da construção industrializada para
diversos modelos de construções em relação ao método convencional de construção até hoje
aplicado e evidenciar a viabilidade do uso do sistema industrializado para o país.

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

O grande problema no Brasil é que existe um tradicionalismo na hora de se construir.


As construções convencionais tem o tempo de execução muito extenso e dificilmente
cumprido, muito desperdício de materiais, grande volume de resíduos, consumo excessivo de
matéria prima, mão-de-obra não qualificada, retrabalhos e alto custo de execução. Mas ainda
assim, é o processo construtivo mais utilizado por todo o país.
13

O problema da pesquisa é mostrar que outra forma de construir, fazendo uso de


métodos industrializados, pode ser uma boa alternativa para os impasses atuais. Para isso, o
estudo pretende mostrar através da descrição do processo de industrialização e da comparação
dos métodos convencionais e industrializados, que fazer uso de outro método seja vantajoso e
possa contribuir para as necessidades atuais das construções.

1.2 OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho se dividem em geral e específicos.

1.2.1 Geral

O objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso é realizar um estudo,


analisando e avaliando a utilização da Industrialização como principal forma de construção no
Brasil.

1.2.2 Específicos

a) Apresentar e caracterizar o processo de industrialização da construção;


b) Avaliar o atual uso dos processos de Industrialização nas construções no Brasil;
c) Levantar possíveis problemas que dificultem a aceitação e implantação de
sistemas de industrialização em obras no país;
d) Apresentar modelos de obras industrializadas;
e) Fazer um estudo comparativo de obras industrializadas e convencionais;
viabilizando seu uso;
f) Apresentar resultado da pesquisa.
14

1.3 JUSTIFICATIVA PARA ESTUDO DO TEMA

A engenharia civil esta sempre buscando novas alternativas, que juntem inovação e
tecnologia com o fim de tornar mais praticas, seguras e eficientes às edificações, seguindo
esta ideia, este trabalho de pesquisa vem analisar a viabilidade de implantação do método de
construção industrializada para o Brasil, que ainda não desenvolveu o método como países do
exterior.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Através de pesquisas em livros, artigos técnicos, reportagens com profissionais,


revistas e sites que abordam o tema e considerações de profissionais, é proposto para o
trabalho a seguinte metodologia:
a) introdução sobre construção industrializada;
b) estudo dos processos industrializados no Brasil;
c) caracterizar os problemas de implantação;
d) modelos de obras que utilizaram o processo industrializado;
e) analise comparativa, verificando a viabilidade de construções utilizando o método
industrializado de construção.
15

2 CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA

2.1 A INDUSTRIALIZAÇÃO DA CONSTRUÇÃO

“A industrialização é a utilização de tecnologias que substituem a habilidade do


artesanato pelo uso de máquinas”, essa definição de Rosso (1980 apud MICHALKA JR.;
RIBEIRO, 2003), apesar de não ser recente ainda é atual.
A construção industrializada é a alteração do método de produção de um produto
especifico antes produzido por métodos artesanais, e agora por maquinas e engenheiros.
A industrialização surgiu com a necessidade das reconstruções dos países que foram
destruídos após a Primeira Guerra Mundial. Foi necessária a criação de um novo sistema
construtivo, que fossem rápido e eficiente, e que não tivesse a necessidade de grande capital
de giro, permitindo assim a facilidade da reconstrução (MORAES; LIMA, 2009).
“Só existe industrialização se há uma tecnologia mecanizada envolvida no processo”
(HUTH, 1976 apud MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003, p. 94).
A obra industrializada é totalmente planejada e completada em cima de um
cronograma, que permite uma obra sem atraso, sem incômodos e com segurança. A produção
fora do canteiro de obras garante produtos de melhor qualidade, pois são fabricados por
profissionais que atuam cada um em uma área podendo gerar assim produtos específicos,
dividindo-se as responsabilidades e serviços, ocupando menor espaço físico do canteiro e
favorecendo a limpeza e organização da obra, reduzindo o numero de operários necessários
para execução da montagem e garantindo padronização da construção e levando o índice de
desperdício quase a zero.
Segundo Michalka Jr. e Ribeiro (2003) a transmissão de informações desde a
concepção do projeto até a utilização do método deve ser uma preocupação constante. “Isto é
uma característica essencial da industrialização” (MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003, p. 95).
Com o projeto e o planejamento prontos, as construtoras podem contratar os serviços
deixando tudo organizado e estabelecido desde o início.
A figura 1 mostra um dos maiores exemplos de construção industrializada até hoje.
A obra Edifício Renault Center, de 1982, ficou marcada na história pela irreverência e ousadia
em uma edificação totalmente industrializada.
16

Figura 1 – Edifício Renault Center – 1982


Fonte: Gioda Jr. (2013).

O Brasil perdeu a chance de se industrializar junto com outros países, os poucos que
na década de 50 e 60 tentaram foram barrados pela falta de apoio e incentivos, mas suas obras
puderam mostrar a perfeição da técnica.

Figura 2 – Instituto Central de Ciências – Projeto de Oscar Niemeyer –


Aplicação de componentes pré-moldados – 1963
Fonte: Santos (2011).

2.1.1 Componentes industrializados disponíveis no mercado

A industrialização do setor civil trouxe a necessidade da construção em larga escala e


a necessidade de racionalização do setor, tornando possível à confecção dos elementos pré-
fabricados no Brasil. Foi neste momento que materiais de qualidade, em menor tempo e por
17

um custo menor passaram a ser fabricados. Atualmente esses produtos passaram de


expectativas para elementos essenciais da construção, e têm conseguido dar respostas
positivas quanto à velocidade e eficiência. Componentes para fundações, pilares,
fechamentos, coberturas e kits elétricos e hidráulicos atendem exigências do setor como
economia, prazo e qualidade técnica (MANSELL et al., 2010).

Aos poucos a industrialização foi tomando conta das diversas áreas no setor da
construção, inicialmente fabricando parafusos e pequenas peças, até que, nos dias de
hoje, nos deparamos com a pré-fabricação, peças de diversos tamanhos e
importâncias fabricadas fora do local da obra e depois transportadas até esse e
fixadas no local de destino (MANSELL et al., 2010).

“Adotar sistemas industrializados é imperativo para atender a demanda habitacional”


(OGGI, 2008).
Os elementos mais utilizados disponíveis no mercado brasileiro estão listados abaixo.

2.1.1.1 Estruturas pré-fabricadas de concreto

Os pré-fabricados de concreto surgiram com a necessidade da construção em larga


escala.
Entre as vantagens das estruturas pré-moldadas de concreto estão o conforto, a
segurança, a versatilidade, a estabilidade, a otimização, a durabilidade, a rapidez, a
acessibilidade e a sustentabilidade. O material tem propriedades térmicas e acústicas, em
casos de incêndio o material não queima e previne a propagação do fogo, resistem a impactos
naturais como terremotos, aceitam diversos acabamentos não precisam receber tratamentos
químicos e não produz emissões no ambiente, tem comprovada resistência superior ao
fabricado em obra, sua durabilidade perdura por anos, as peças podem ser recicladas e
favorece rápida execução (MANSELL et al., 2010).
Os pré-fabricados são produzidos em escala industrial, por pessoal qualificado e
treinado, obedecendo a especificações técnicas e controle de qualidade.
18

Figura 3 – Instalação de um painel pré-moldado que já tem na sua


estrutura as aberturas como portas e janelas
Fonte: Caderno da Construção (2010).

2.1.1.2 Vantagens e inconvenientes das estruturas pré-fabricadas de concreto

Entre as inúmeras vantagens descritas acima, pode-se levantar outros fatores


favoráveis à utilização dos elementos pré-fabricados de concreto assim como os
inconvenientes (Quadro 1).

Vantagens Inconvenientes
• Produzidos em formas próprias reutilizáveis; • Utilização de formas para produzir a peca;
• Redução de desperdícios de materiais; • Controle de qualidade rigoroso da produção;
• Redução da mão-de-obra; • Detalhamento do projeto e planejamento antecipado e
criterioso do empreendimento;
• Redução do tempo de execução da obra; • Mão-de-obra especializada;
• Garantia de usar o artefato de cimento necessário na • Dificuldade no transporte das peças;
obra, com a resistência que ela precisa;
• Montagem seca; • Dificuldade na armazenagem adequada.
• Reduzir o custo com o cimbramento.
Quadro 1 – Vantagens e inconvenientes da pré-fabricação de concreto
Fonte: Mansell (2010, p. 10).

Exemplos de Aplicação. Os elementos pré-fabricados de concreto são os mais


utilizados entre os elementos oferecidos pelo mercado atual, e pode-se fazer uso dele em
diversas etapas das obras como nas infraestruturas urbanas, muros de arrimo e tubos de
concreto para esgoto, nas construções pesadas como pontes de viadutos e nas edificações
principalmente em grandes edifícios com pilares e vigas (MANSELL et al., 2010).
19

2.1.1.3 Coberturas pré-fabricas

a) Telhas metálicas
Muito utilizadas, as telhas metálicas ganharam espaço nas grandes obras,
principalmente pela diferença de peso entre outras opções. A cobertura metálica pesa cerca de
6 kg/m², enquanto opções como o fibrocimento chega a 20 kg/m². Quando se trabalha com
coberturas mais leves, reduz o problema estrutural da edificação.

Figura 4 – Chapas de cobertura metálica


Fonte: AECweb (1999-2013).

Vantagens
 Baixo custo do projeto.
 Liberdade no projeto arquitetônico.
 Racionamento de material e mão de obra.
 Baixo custo de materiais, comparado a alvenaria.
 Compatibilidade com outros materiais.
 Rapidez no processo de montagem.
 Alívio de carga nas fundações.
 Maior aproveitamento no espaço interno.
 Resistência a vibrações, chuvas e ventos fortes.
 Extinção dos problemas de infiltração.
 Precisão construtiva.
 Maior aproveitamento de luz solar, baixando o custo de energia elétrica.
 Segurança, Flexibilidade.
 Mobilidade, podendo ser desmontado e remontado em outro local.
 Facilidade de expansão, caso deseje posteriormente aumentar a área, sendo
que não aparentando emenda.
 Organização no canteiro de Obra.
 Boa ventilação, não deixando o local abafado.
 Versatilidade.
 Preservação do Meio Ambiente.
 Baixo custo de manutenção.
Quadro 2 – Vantagens da cobertura metálica
Fonte: Nova Teixeira (2009).
20

b) Telhas de concreto
Telhas de concreto parece ser um item muito pesado da construção, mas na verdade
tem peso similar e até menor do que algumas telhas de barros. No mercado a uma grande
variedade de telhas em linhas suaves e em diversas cores, dando liberdade de escolha para
clientes e projetistas.

Figura 5 – Telha de concreto colorida


Fonte: Portal Met@lica (1999-2013a).

Características:
 apresentam excelente resistência mecânica;
 são duráveis e de fácil manuseio;
 são fornecidas em diversas cores e modelos;
 são resistentes as ações das intempéries;
 apresentam um conjunto de peças complementares para acabamento nas diversas
partes do telhado;
 apresentam baixo índice de absorção de água, não sobrecarregando o telhado
quando da incidência de chuvas.

Vantagens
 Alta Impermeabilidade;
 Além da matéria-prima empregada, a tinta e a camada protetora aplicadas na superfície reduzem a absorção
de água das telhas, evitando que elas se encharquem;
 Menor custo de mão-de-obra;
 Por serem uniformes, alinhadas e de maior dimensão, as telhas têm encaixes perfeitos, diminuindo o tempo
de montagem do telhado;
 Maior Resistência;
 A alta qualidade dos materiais e a tecnologia utilizada na produção das telhas possibilitam uma resistência
superior à norma Brasileira (NBR), reduzindo a manutenção do telhado;
 Dispensa reforço na estrutura;
 Por apresentarem dimensões maiores, para a construção de um telhado são necessárias apenas 10,5 telhas por
m² resultando em um peso médio inferior (49 kg/m²), eliminando qualquer despesa com reforço na estrutura.
Quadro 3 – Vantagens da cobertura de concreto
Fonte: Portal Met@lica (1999-2013a).
21

2.1.1.4 Paredes Dry-wall

Drywall traduzido do inglês significa „parede seca‟ que não precisa de argamassa
para a execução como as paredes convencionais de concreto.
É um sistema de divisórias utilizado para execução de paredes, revestimento e forros.
Há mais de vinte anos no Brasil, e setenta no mundo, começou a ser utilizado com frequência
há poucos anos. Sua estrutura consiste em painéis de gesso acartonado com estrutura rígida
em perfis de aço galvanizado, dentre as opções é possível encontrar Standart (para ambientes
secos), resistentes a umidade, resistentes a fogo e cimentícia (para ambientes externos sujeitos
a umidade) (SILVA, 2007).
As paredes são ocas, possibilitando a passagem no seu interior de instalações
elétricas, sistemas hidráulicos e telefonia.
O sistema de paredes Dry-wall oferece algumas vantagens quanto às paredes de
alvenaria convencional. Rapidez é mais notável delas, mas leveza, conforto acústico,
resistência ao fogo e manutenção também se sobressaem. Essas vantagens têm feito do
sistema Drywall um dos principais na execução de obras como cinemas.

Uma das grandes vantagens do sistema construtivo de paredes de gesso acartonado é


a possibilidade de economia de até 15% nos custos de fundação e estrutura. Isso
porque uma parede de gesso acantonado pesa 25 Kg/m² enquanto a parede de
alvenaria pesa em média 180 Kg/m². Como esta carga é de longa duração a parcela
devida a influencia de concreto fica reduzida, minimizando problemas de
deformação (GRAZIANO, 2001 apud SILVA, 2007, p. 07).

Segundo Silva (2007), outra questão muito simples é a manutenção e os reparos das
instalações que forem instaladas em paredes Drywall. É necessário fazer somente um corte na
parede, permitindo o acesso das instalações para o reparo, e depois de finalizado a
manutenção, utilizar o pedaço retirado para o fechamento, e refazer o acabamento.
22

Figura 6 – Colocação de forro – paredes dry-wall


Fonte: Arruda (2012, p. 01).

2.1.1.5 Sistema light steel framing

Light Steel Framing significa estrutura de aço leve, constituído por painéis
estruturais ou não de perfis de aço galvanizado formado a frio. Estes painéis tem a capacidade
de absorver as solicitações da edificação. A estrutura é dividida em grandes quantidades para
que cada uma resista um pouco da carga da edificação (SILVA, 2011a).

Figura 7 – Estrutura metálica – Light Steel Framing


Fonte: Portal Met@lica (1999-2013b).

Esses sistemas são leves e de fácil manipulação, que podem ser usados não somente
na estrutura, mas em subsistemas como fundação, isolamentos, fechamentos e até instalações
23

elétricas e hidráulicas (CASTRO, 2005 apud SILVA, 2011b).


As vantagens do sistema, segundo Castro (2005 apud SILVA, 2011b) são vistas no
quadro 4.

Vantagens
 Os Elementos e produtos que compõem o sistema são padronizados de alta tecnologia, produzidos
industrialmente, sendo o processo de fabricação inspecionada por rigoroso controle de qualidade.
 Os perfis utilizados no sistema são de fácil obtenção, pois já são muito utilizados na indústria.
 Matéria prima de alta qualidade e elevado índice de desempenho.
 Elementos de grande precisão dimensional.
 Estrutura leve, o que gera facilidade de transporte, manuseio e montagem.
 Elementos estruturais com tratamento superficial galvânica, proporcionando durabilidade da estrutura.
 Construção a seco, causando diminuição de desperdícios e do uso de recursos naturais.
 Tubulações hidráulicas e fiações elétricas são de fácil instalação, pois os perfis são perfurados previamente
para a passagem da tubulação.
 As ligações são geralmente parafusadas com parafusos auto brocantes e auto atarraxantes, proporcionando
velocidade de execução.
 Rapidez na execução da obra.
 O elemento estrutural principal é o aço, é um material incombustível e reciclado.
Quadro 4 – Vantagens do sistema light steel framing
Fonte: Castro (2005 apud SILVA, 2011b, p. 22).

2.1.2 Industrialização do ciclo aberto e fechado

“O Brasil precisa zerar um déficit de 8 milhões de moradias e ainda construir 1,5


milhões por ano de novas casas para atender a demanda vegetativa (pessoas que se casam,
enviúvam, divorciam-se, saem da casa dos pais etc.)” (ITACARAMBI, 2007).
“Sem industrialização não haverá redução de déficit” (ITACARAMBI, 2007).
A industrialização de ciclo aberto permite que se trabalhe com os elementos
disponíveis no mercado, associando produtos da empresa A com elementos da empresa B.
Quando esse intercâmbio de elementos não é possível, e só se pode fazer uso dos elementos
do sistema construtivo se trata de uma industrialização de ciclo fechado (EL DEBS, 2000).
A industrialização de ciclo aberto, segundo Rosso (1980 apud SILVA, 2011a) tem o
diferencial da flexibilidade na produção dos elementos com várias formas, categorias e portes,
e a combinação desses elementos através de várias combinações sendo possível a execução de
vários edifícios diferentes.
24

“É necessário que os elementos se encaixem no todo e que as ligações dos elementos


não se utilize de qualquer procedimento de cortes ou acertos dos componentes”
(MANDOLESI, 1981 apud MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003, p. 98).
Esse processo é o resultado do trabalho conjunto dos projetistas do edifício com os
projetistas das indústrias que projetam os componentes (MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003).
Segundo Santos (2011), as características do sistema aberto são:
 submeter a uma estreita coordenação dimensional, que possibilite a união com o
maior número de elementos e produtos de distintas procedências;
 possuir um catálogo de fabricação de elementos padronizados que permita ao
usuário uma informação clara, pormenorizada e completa, instruindo e facilitando
seu emprego;
 dispor de processos flexíveis de produção, viabilizando rápidas mudanças nos
mesmo tanto para atender a encomendas de produtos especiais, como para excluir
de linha os que se tornaram obsoletos;
 os elementos de catálogos podem existir em estoque, especialmente se ocupam
pouco volume.
Este ciclo tem a característica da flexibilidade, que é de fundamental importância
para a industrialização, pois permite adaptação para novos usos, e com isso o tempo de vida
do mesmo também aumenta.
Na industrialização de ciclo fechado há poucas variações dos elementos do sistema,
sendo fabricados de forma seriada. Os módulos fabricados são componentes do projeto e suas
medidas servem de referencia. Pode-se dizer que um sistema industrializado de ciclo fechado
é único para determinado tipo de projeto.
Esse ciclo resulta em uma produção mais barata e uma montagem mais rápida, e é o
método mais usado no Brasil (MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003).
Para Santos (2011), as características do sistema fechado são:
 procedência única de todos os elementos que fundamentalmente constituem a
construção;
 o sistema pode englobar todas as fases construtivas, desde o projeto a entrega da
obra acabada;
 responsabilização total do fabricante perante o cliente, já que o primeiro se
encarrega da fabricação e montagem dos elementos e, em muitos casos, da entrega
da obra totalmente acabada.
25

2.2 A INDUSTRIALIZAÇÃO NO BRASIL

Com a estabilização da economia, a população viu um estimulo para a aquisição de


bens duráveis e passou a adquirir novos e mais imóveis. Mas, é difícil atender a demanda,
pois falta mão de obra. “Falta de tudo no mercado, desde servente até engenheiro sênior”
(OGGI, 2008).
Industrialização significa fim do desperdício. Conforme Oggi (2008):

Na industrialização, saímos da visão fracionada para a visão sistemática, que pensa


no resultado final do empreendimento e objetiva um desembolso menor do que o
previsto. Mesmo que algumas das etapas intermediárias saiam mais caras, o que
importa é o resultado final.

Industrialização é ir muito mais além, não somente pensar em alguns detalhes. A


prova disso é o uso de formas de alumínio, elas podem ser usadas duas, três mil vezes
enquanto formas de madeira tem sua vida útil na faixa de 50 utilizações (OGGI, 2008).

Figura 8 – Montagem no canteiro de obras de uma residência


Fonte: TecHouse (2012, p. 01).
26

2.3 ATRASO NO SETOR

2.3.1 Atraso do setor construtivo no Brasil

Quando se fala de inovação, design, tendências e automação conclui-se que nos


últimos anos a industrialização cresceu e ganhou espaço nos mais diversos ramos
empresariais com a evolução de seus produtos. Com o objetivo de facilitar e tornar os
processos mais ágeis relacionando inovação tecnológica com mão de obra qualificada ganhou
facilmente muitas empresas adeptas num jogo de montagens, com elementos pré-prontos.
Porém, uma parte do setor construtivo ainda permanece resistente, desenvolvendo-se
ainda com tecnologias muito antigas e métodos ultrapassados, sem desfrutar dos benefícios de
levar para obra produtos praticamente prontos como relata Ceotto (2011) durante o seminário
Inovação na Construção Civil Brasileira:

A agricultura se modernizou é hoje responsável pelo superávit da balança comercial


brasileira; o setor têxtil deu a volta por cima, conseguiu preços internacionalmente
competitivos e hoje exporta seus produtos; já a construção civil continua usando
métodos arcaicos e ultrapassados.

Figura 9 – Transporte e execução de paredes por método tradicional


Fonte: Silva (2011a, p. 01).

O tradicionalismo da alvenaria para fechamento indica que a construção ainda se


mantém presa com obras desenvolvidas a base de força muscular de operários. Em
contrapartida, muitas empresas já perceberam os benefícios, e facilidades de mudar seus
27

processos construtivos de construções convencionais, onde se levantam tijolo por tijolo e faz-
se tudo desde o fundamento até as coberturas a mão, para o método industrializado. Mas, a
resistência que parte do setor da construção ainda enfrenta vem sendo um obstáculo que
impede o desenvolvimento e crescimento do setor no país.
O Brasil já oferece muitos produtos à construção civil, de tecnologias similares e
iguais a países onde a industrialização já é adepta, mas no Brasil estes ainda não são utilizados
por muitas construtoras. A construção civil, na pratica, não tem aderido às inovações
oferecidas pelo mercado da industrialização, e ainda percebe-se facilmente em muitas obras
madeiras de deformas, cacos de tijolos, azulejos quebrados e tantas picadeiras que se
colocadas na balança assustam o orçamento, afinal, tudo vai para o lixo.
Proprietários de comércios e empresários já se despertaram, visando menor prejuízo,
e lucros maiores, até para o governo federal essa inovação é necessário e bem vista como uma
porta para redução de déficits nacionais do setor de habitação.
Da mesma forma as financiadoras de imóveis consideram que a inovação e a
tecnologia vão gerar redução do custo das habitações, facilitando o acesso a população de
baixa renda a novas moradias (ITACARAMBI, 2007).
A inovação tecnológica, não só para a construção civil, mas para todo o país é uma
estratégia de desenvolvimento. Por isso foi implantado no país o Sistema Nacional de
Avaliação Técnica (SINAT) com o objetivo de analisar e avaliar o uso das tecnologias que
surgem para o setor da construção.

2.3.2 SINAT

“Sem referência técnica ou norma, nenhum sistema construtivo alcança os programas


habitacionais e os financiamentos que permitem a utilização em larga escala” (KISS, 2009).
O Sistema Nacional de Avaliação Técnica (SINAT) é um projeto do Programa
Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) instrumento do Governo
Federal. O PBQP-H consiste basicamente em organizar o setor da construção civil, melho-
rando a qualidade do habitat e modernizando a produção. Destacam-se dentro do programa:

[...] a avaliação da conformidade de empresas de serviços e obras, melhoria da


qualidade de matérias, formação e requalificação da mão de obra, normalização
técnica, capacitação de laboratórios, avaliação de tecnologias inovadoras,
informação ao consumidor e promoção da comunicação entre setores envolvidos
(PBQP-H, 2012).
28

“Diversas entidades fazem parte do Programa, representando segmentos da cadeia


produtiva: construtores, projetistas, fornecedores, fabricantes de materiais e componentes,
bem como a comunidade acadêmica e entidades de normalização, além do Governo Federal”
(PBQP-H, 2011).

O Sistema Nacional de Avaliação Técnica é uma iniciativa de mobilização da


comunidade técnica nacional para dar suporte à operacionalização de um conjunto
de procedimentos reconhecido por toda a cadeia produtiva da construção civil, como
o objetivo de avaliar novos produtos utilizados nos processos de construção (PBQP-
H, 2011).

O Sinat passou a atuar de fato em 2009, quando os primeiros comitês técnicos e


nacionais foram criados. Surgiu para suprir lacunas geradas pela dificuldade de avaliar de
novos produtos que começaram a aparecer através da industrialização e são inseridos nos
processos da construção civil, produtos que não se encaixam em normas técnicas e dos quais
não se conheciam o comportamento, garantindo que todos os aspectos relevantes sejam
levados em consideração durante a avaliação do produto pelas diretrizes criadas pelo projeto
(KISS, 2009).
O Sinat é uma porta para o crescimento da competitividade do setor produtivo,
estimulando a inovação tecnológica e aumentando significativamente as alternativas
tecnologias que existem a disposição do setor construtivo. Pelas palavras de Kiss (2009,
p.02): “[...] o avanço do Sinat constitui mais um sinal claro de que a inovação, enfim, poderá
fazer parte do cotidiano das obras brasileiras”.

2.4 DIFICULDADE DE IMPLANTAÇÃO

2.4.1 Problemas proporcionados pelo atraso do setor

“Falta mão-de-obra. Falta tempo para projetar. Faltam equipamentos e até materiais.
Faltam técnicas e tecnologias, além de participação dos arquitetos. Mas falta, antes de tudo,
visão estratégica aos que decidem como as obras serão realizadas” (OGGI, 2008).
A oferta de serviço proporcionada pelo setor de construção civil hoje apresenta
problemas que batem de frente com a procura pelo serviço. Mas o setor construtivo é a ultima
escolha do profissional, pois ter que trabalhar carregando blocos, e levantando sacos de
29

cimento ninguém mais quer.


Atrasos nos prazos de entregas, qualidade e canteiros de obra repletos de entulhos
associados com custo elevado no final da obra, além do grande volume de pessoas
trabalhando, das quais é difícil tomar conta. Empresários despreocupados e clientes
insatisfeitos é uma combinação comum que aparece na maioria das obras do setor. Há uma
necessidade de que as empresas busquem a perfeição na cadeia de produções, ganhando em
custos e em produtividade.
Conforme Nogueira (apud SANTOS, 2012, p. 05) do núcleo de Gestão e de Inovação
levantou a preocupação com o senária atual da produtividade na construção civil: “Estamos
voltando a fazer esquadrias em obra. Se a construção em larga escala não consegue superar a
artesanal há alguma coisa errada”.
Segundo Oggi (2008), a construção civil já cresceu e se desenvolveu o que pode.
Desempenho e produtividade não têm mais como se expandir e aperfeiçoar se a construção
não passar a ser de maneira industrializada. Ele observa que ao invés de nos canteiros terem
equipes de armadores, pode-se colocar poucos funcionário que operem um maquina de
maneira rápida e eficiente. “[...] com menos funcionários, pode-se aumentar os salários, logo,
a produtividade tende a aumentar [...]” (OGGI, 2008).
Um problema comum para Oggi (2008) é a falta de planejamento, pois as obras são
projetadas durante a execução e não com antecipação. Isso porque para se planejar, é
necessário colocar o dinheiro pra girar mais cedo.

2.4.2 Obstáculos para superar

Com o desenvolvimento da industrialização, muitos elementos que não eram


fabricados passaram a existir, e com eles duvidas sobre a eficiência dos produtos por parte de
usuários e profissionais. As construções industrializadas dependem do bom desempenho pelos
elementos a elas incorporados, principalmente do sistema estrutural e dos fechamentos, pois
as demais partes se adaptam a essas estruturas (SALES; SOUZA; NEVES, 2001).
Segundo Nogueira e Silva (apud SANTOS, 2012, p. 01), os obstáculos a serem
superados pela construção industrializada no país são entraves culturais, técnicos, legais,
elaboração de projetos de sistemas industrializados e capacitação de mão de obra.
30

“Não há uma cultura de utilização de processos industriais na construção civil,


principalmente no setor residencial”, ressalta Nogueira (apud SANTOS, 2012, p. 01).
A rejeição por aquilo que não se conhece define bem o entrave cultural no país. Parte
considerável do setor se concentra em pequenas e médias construtoras, que acreditam que
com a industrialização perde-se a identidade do projeto. Porém o mercado é um forte aliado
para quebrar este conceito, pois sempre replica o que é mais rentável. Ou seja, a partir do
momento que as grandes construtoras forem aplicando esses conceitos e que o consumidor
perceba vantagem financeira nisso, naturalmente os demais deverão seguir o modelo que
melhor responda ao binômio custo x benefício (NOGUEIRA apud SANTOS, 2012, p. 01).
Já o entrave técnico diz respeito às diferenças regionais do Brasil. De norte a sul do
país encontram-se diversas diferenças, de climáticas até culturais, tornando impossível a
aplicação de um processo bem sucedido no norte, ser aplicado também no nordeste. Para Rui
a melhor saída para este quesito é trabalhar com processos descentralizados que aproveite os
materiais em abundancia de cada região, e utilizar os que tenham uso mais adequado para um
país homogêneo como o Brasil. O país dispõe de tecnologias para isso, mas ainda não dispõe
em todo o território nacional.
Os entraves legais ficam por conta da ordem tributária. Ainda não existe um método
de medir a produtividade proporcionada pela industrialização, por consequência o repasse de
ganhos no preço dos serviços.

A legislação fiscal atual não permite àqueles que adotam um regime de construção
industrializada a tirar o máximo proveito dessa medida. Podemos citar dois casos de
entraves tributários: (i) ICMS – as elevadas alíquotas sobre os insumos que integram
os sistemas construtivos industrializados acabam por incentivar uso de processos
tradicionais (artesanais), com alíquotas inferiores, o que resulta na produção de
componentes no próprio canteiro; (ii) INSS – O custo previdenciário na construção
civil é tradicionalmente pautado em tabelas de consumo de mão de obra por área
construída associado a sistemas construtivos convencionais. Contudo, esse sistema
não consegue abarcar os benefícios em economia de mão de obra alcançados pela
substituição da produção manufatureira pela industrialização da obra, na qual a
produção em fábrica reduziria, em consequência, a mão de obra empregada
(NOGUEIRA apud SANTOS, 2012, p. 03).

Esse entrave é o mais rígido de todos para a aceitação da industrialização pela maior
parte das empresas, pois mesmo que elas aceitem e comecem a executar obras com elementos
industrializados e ocorra um aumento considerável da tecnologia disponível, o entrave fiscal
ainda pode ser inviável e barrar os empreendedores.
Quando se fala de projetos para construções industrializadas, logo surgem alguns
problemas. Projetos de comércios e indústrias são alvos fáceis da industrialização, em virtude
31

dos benefícios e da velocidade por ela oferecidos, e também são executados por construtoras
de grande porte, que tem mais facilidade para se adaptar a novas tendências. Mas, a realidade
das pequenas e médias empresas é que a industrialização traz consigo padronização e rigidez
de projeto. “Acomodar mercadorias, em tese, será sempre mais fácil do que acomodar seres
humanos, o que demanda um grau maior de personalização em termos de projeto”
(NOGUEIRA apud SANTOS, 2012, p. 03).
Outro fator controverso para as pequenas e médias empresas é que essas obras
acontecem num ciclo curto, onde o investidor/empreendedor precisa ter fluxo de caixa para
viabilizar a execução com sistemas industrializados.
A qualificação da mão de obra é uma barreira existente mesmo sem a
industrialização, porém facilmente superada através de treinamento especifico. Silva ressalta
(apud SANTOS, 2012, p. 03): “[...] é mais fácil capacitar para sistemas industrializados do
que para o artesanato do convencional”.
Para que os entraves ainda existentes sejam reduzidos e se possam introduzir
processos industriais, Nogueira (apud SANTOS, 2012) enfatiza que a maioria deles é
resolvido pelo setor privado da construção civil, mas a maior das barreiras são os entraves
fiscais, que dependem de uma reforma tributária principalmente do ICMS, para que haja
incentivos a industrialização e inovação tecnológica assim como as obras com maior grau de
industrialização e capacitação de projetistas e empresas prestadores de serviços.
No processo de industrialização, as empresas que fornecem os elementos de
execução fabricam as peças e as armazenam em seus depósitos. Isso significa que o projetista
tem que adaptar seus projetos entre os elementos que tem a sua disposição, sem poder desta
forma trabalhar com muita personalização. É o que acontece com a empresa automobilística,
não se fabricam carros personalizados para todos os clientes, mas a fabricação dos veículos
ocorre dentro do que existe no mercado (MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003).
Um fator muito importante e questionado no Brasil é o número de homens hora para
determinado serviço. Há uma grande preocupação que se passar a industrializar uma grande
parte da produção civil brasileira haverá um grande índice de desemprego, pois a
industrialização não precisa de tantos funcionários executando tarefas no canteiro de obra.
Esse é um beneficio para as construtoras e profissionais que contratam, mas para a grande
massa de trabalhadores é algo a se temer. Esse dado pode ser visto no Quadro 1 de supostas
vantagens e supostos inconvenientes da construção com pré-fabricados.
32

2.4.3 Autoconstrução

O Brasil é caraterizado pela autoconstrução, principalmente pela população de baixa


renda, que para suprir as necessidades de moradia o faz pela auto iniciativa sem consultar
arquitetos e engenheiros. Esse processo normalmente consiste na execução de um ou dois
cômodos da casa, que terá diversas funções, e conforme a condição financeira e as
necessidades do grupo familiar os demais cômodos são levantados. É comum que a
construção se torne vertical. A compra do material é feita aos poucos com muitos
parcelamentos.
A autoconstrução é um dos fatores que dificulta a implantação de novos sistemas no
país, pela resistência da população e pelo tradicionalismo desse modelo de execução. Esse
modelo não permite, por exemplo, a implantação do sistema fechado de industrialização, pois
este sistema não pode ser executado em pequenas etapas (MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003).

2.5 INDUSTRIALIZAÇÃO E RACIONALIZAÇÃO

Racionalização esta relacionada à redução de tempo e aumento de qualidade, é a


analise de onde podem ser feitas alterações que sejam vantajosas nesses quesitos. Em outras
palavras é a substituição das praticas rotineiras convencionais.
Racionalizar e industrializar não são a mesma coisa, mas estes conceitos andam
juntos. A racionalização veio após a industrialização. Quando se industrializa substitui-se a
mão-de-obra pela máquina, e a racionalização vem atrás com o interesse de economizar a
mão-de-obra que opera essas maquinas. Ela não é essencial para a industrialização, mas ajuda
nos casos de produções indústrias mal organizadas (MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003).
A racionalização não é somente a alteração dos processos, mas consiste também na
mudança de postura das fases do projeto. Significa integrar os diferentes tipos de projetos
para assim evitar a necessidade de improvisações no canteiro. Visa desta forma, prever qual a
forma mais rápida, eficiente e econômica de edificar (DONAKI, 2012).
Segundo Santos (2011), a racionalização da mesma forma que a industrialização, não
teve sua evolução da mesma forma nos diversos países. Sua evolução esta relacionada com
fatores econômicos, regionais, culturais e históricos. No Brasil, a racionalização não ganhou
33

muito espaço, pela a abundância de mão de obra barata e não especializada disponível, que
entre outros fatores atrasou a introdução de processos mais industrializados e menos
artesanais.
O histórico do país não é grande quando se pensa na inserção dos princípios de
racionalização, mas a partir da década de 50, algumas construções de edifícios foi bem
interpretada levando em conta a economia de tempo que o método apresentava. As primeiras
delas em Brasília, mas sendo pontuadas na Bahia, no Rio de Janeiro e São Paulo. Alguns
projetos de Oscar Niemeyer e João Figueiras Lima, o Lelé, deram este impulso, entretanto, o
que permaneceu no país pelas décadas seguintes, foi o processo artesanal de seriado, deixando
em evidencia as altas taxas de desperdícios (SANTOS, 2011).

Figura 10 – Alojamento de professores – Projeto de João Figueiras Lima


e Oscar Niemayer – Utilização de pré-moldados para a fachada – 1963
Fonte: Vitor (2006).

Algumas situações comuns a construções convencionais são incompatíveis com a


construção industrializada como falta de informações, mal entendidos, erros e repetições,
atrasos e qualidade a desejar.
Pesquisadores e empresas buscam desenvolver processos e sistemas construtivos que
sejam de caráter inovador, para suprir a carência habitacional. O governo por sua vez busca
construir o maior numero de habitações com a verba disponível para beneficiar o maior
numero de famílias possíveis (MICHALKA JR.; RIBEIRO, 2003).
As melhorias nos processos de racionalização da construção vêm sendo impulsio-
nadas pela constante competitividade entre as empresas e a necessidade de redução de custos
e aumento da rapidez de execução de suas etapas (BRITO, 2006 apud MÓDENA 2009).
34

Atualmente, a realidade que se vive no país é a falta de mão de obra associada à


necessidade de aperfeiçoar serviços. O que se vê, são muitas obras em andamento, falta de
pessoal pra trabalhar, e longos processos de execução dos serviços. Essa pode ser a grande
oportunidade de uma implantação solida de novos processos construtivos no país (SANTOS,
2011).

2.6 INDUSTRIALIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE

2.6.1 Industrialização e sustentabilidade

Sustentabilidade é a forma mais promissória de construir sem agredir o meio


ambiente. Novas tecnologias e utilização de elementos ecológicos que reduzem os índices de
poluição, o uso racional e consciente da água e da eletricidade são medidas voltadas para a
sustentabilidade.
Com o passar das décadas até os dias de hoje, novos conceitos foram criados e
aprimorados, chegando à atualidade com a prioridade de conscientização e importância do
desenvolvimento sustentável, mostrando que é possível suprir as necessidades atuais sem
esgotaras fontes naturais, preservado o eco sistema para as futuras gerações.
Para Mateus e Bragança (2004) as questões ambientais tem, cada vez mais, espaço
nos problemas dos mais diversos países. Em resposta a sociedade tem cobrado ações que
minimizem os impactos ambientais gerados pelo setor construtivo, que vem a algum tempo
buscando maneiras de atuar mais sustentáveis.
Essa cobrança surge pela grande quantidade de resíduos gerados pelas obras,
emissões lançadas na atmosfera e o consumo de energia elétrica das obras.
“A ONU considera a construção civil o setor chave para a sustentabilidade do
planeta, pois é o maior consumidor de recursos naturais, de energia e de água, sendo também
o maior gerador de resíduos sólios” (ITACARAMBI, 2007).
Uma comunidade sustentável é aquela que satisfaz suas necessidades preservando a
renovação dos recursos naturais e sem interferir nas futuras gerações para que assim elas
também o façam. Para a construção civil, isso significa executar grandes obras respeitando o
meio ambiente. E é isso que acontece em obras industrializadas, o impacto ambiental é
35

reduzido com as produções fora dos canteiros.


Nas construções sustentáveis aproveita-se dos recursos naturais disponíveis, bem
vistos e utilizados por muitos profissionais, como iluminação natural e captação de água da
chuva.

A média mundial de resíduos de construção por habitante/ano, calculada pelo


Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), é de 450 kg. No
Brasil, isso representa um „lixo‟ de milhões de toneladas por habitante/ano,
formando, basicamente, por materiais cerâmicos (52%), concreto (33%), argamassas
(16%), gesso (15%) e madeira (8%) (ITACARAMBI, 2007).

A industrialização vem para melhorar a questão da sustentabilidade, as praticas por


ela exercidas visam minimizar a geração de resíduos sem perder a produtividade, pois os
processos construtivos são produzidos por empresas a parte, fora da obra consumindo menos
energia e agredindo muito menos o meio ambiente.
É necessário que entidades que reciclam se juntem a industrialização para diminuir
consideravelmente o impacto gerado pelas emissões através da reciclagem dos materiais
descartáveis.
Na opinião de Nogueira (apud SANTOS, 2012) o processo industrial dos elementos
industrializados mostra-se mais adequado; relaciona racionalização da matéria prima e
redução de desperdícios. Como a industrialização se mostra a medida mais adequada para os
ideais de sustentabilidade atuais, por isso devem ser criadas politicas que a estimulem.
Para Silva (apud SANTOS, 2012, p. 05): “[...] no tripé econômico, social e ambiental
só há fatores positivos com a industrialização”.

2.7 MODELOS DE CONSTRUÇÕES INDUSTRIALIZADAS

“A primeira grande obra que utilizou o pré-fabricado no Brasil foi o hipódromo da


Gávea, no Rio de Janeiro. Dentre as peças pré-fabricadas utilizadas estão às estacas nas
fundações e as cercas no perímetro da área reservada ao hipódromo” (MANSELL et al., 2010,
p. 05).
36

Figura 11 – Arquibancada do Hipódromo da Gávea, no Rio de Janeiro, Brasil


Fonte: Jockeys Room (2003, p. 01).

Figura 12 – Hipódromo da Gávea, no Rio de Janeiro


Fonte: Lages (2013, p. 02).

A industrialização das edificações no país tem crescido principalmente em grandes


obras habitacionais e obras comerciais como shoppings e mercados. Para Silva (apud
SANTOS, 2012) a industrialização no setor residencial será cada vez mais evidente com os
incentivos do governo, principalmente para obras habitacionais.
37

2.7.1 Modelo 1 – Moradia habitacional

Para Itacarambi (2007), um dos fatores que vem impulsionando a industrialização


brasileira é a retomada de habitações populares. Estão aparecendo alternativas para a
alvenaria e isso tem atraído construtoras e fornecedores de materiais para a produção de
unidades de baixo custo. Sistemas como o mexicano de execução já tem sido experimentados
no Brasil. Consiste na utilização de forma de alumínio, para a estrutura, que permitem a
passagem de canalizações de água e energia, sendo preenchidas com concreto. Esse processo
reduz o tempo de execução cerca de 70% caindo de 70 para 20 dias, e redução de resíduos na
faixa de 80%. Esse método elimina o uso de madeira para as formas, tijolos e reboco.
Devido às chuvas ocorridas em 2011 o governo do Rio de Janeiro esta
desembolsando R$ 39 milhões com a construção de 694 casas para os desabrigados da região
serrana. As habitações estão sendo construídas com sistema móbile steel, coberturas de aço
galvanizado e kits elétricos e hidráulicos. As estruturas internas e externas consistem em
painéis estruturais do tipo sanduíche com aço galvanizado + poliuretano. A fiação elétrica da
casa é embutida nos painéis, que já disponibilizam de condutores para os cabos elétricos.
(CARVALHO, 2013).

Figura 13 – Construção de moradias habitacionais


Fonte: PINIWEB (2013).

As habitações possuem 39,41 m², com sala e cozinha, dormitórios e banheiro. Para a
execução foram utilizadas 78 peças pré-fabricadas.
38

Segundo Visconti (2013), as obras têm um custo 20% menor do que a alvenaria
convencional, e a vantagem da rapidez na montagem, finalizando uma unidade em quatro
dias.

Figura 14 – Armazenagem dos elementos industrializados utilizados na


construção das moradias habitacionais
Fonte: PINIWEB (2013).

2.7.2 Modelo 2 – edifícios

É comum se ver nos noticiários de hoje notícias de obras rápidas. Países como
Bélgica, Madri e Dubai, erguem seus edifícios com sistemas industrializados.
No Brasil, essas notícias ainda não são tão comuns quando se fala de edifícios, mas
existem muitos edifícios que já foram executados utilizando princípios da industrialização.
39

Figura 15 – Edifício Pátio Dom Luis, Nordeste


Fonte: Pátio Dom Luis ([s.d.], p. 01).

O Edifício Pátio Dom Luis, da figura 15, abriga Shopping, torres com salas
comerciais e torres residências. Típica estrutura industrializada (DONAKI, 2012).
Segundo Donaki (2012) algumas vantagens da execução dos edifícios
industrializados são vistos no quadro 5.

Vantagens
 Redução de custos em relação a estrutural convencional (aproximadamente 20%).
 Grande parte da logística de concretagem em canteiro eliminada.
 Tempo de projeto e desenvolvimento maior do que o tempo de execução.
 Resultados satisfatórios na interface projeto, produção e montagem.
 Compatibilidade e facilidade nas instalações.
 Planejamento prévio para utilização da grua. (Otimização de recursos)
 Redução de cronograma.
 Regularidade e redução nas espessuras de revestimentos.
 Redução de resíduos gerados em canteiro.
 Redução de formas e escoramentos.
 Qualidade.
Quadro 5 – Vantagens da industrialização para construção de edifícios
Fonte: Donaki (2012, p. 29).
40

2.7.3 Modelo 3 – residencial

Não só casas de habitações populares, mas residências, até mesmo de alto padrão
podem ser executadas por métodos industrializados.
A vida útil das casas pré-fabricadas é grande, e o custo de execução muito menor do
que as casas convencionais, pois o tempo gasto para executar também é bem menor, e o preço
a ser pago por ela é fixado antes do inicio dos trabalhos, evitando assim os imprevisíveis
gastos no meio da obra. A montagem dos painéis é muito mais rápido do que assentar os
tijolos.

Figura 16 – Modelo de edificação residencial


Fonte: Coutinho (2010, p. 01).

As empresas que fabricam casas pré-fabricadas oferecem ao cliente modelos prontos,


pré-definidos, mas a maioria tem flexibilidade para atender algumas exigências de clientes.
Outras escolhas colo cobertura e piso ficam por cota do proprietário.
As restrições que as casas pré-fabricadas têm são, por exemplo, a altura das paredes,
ou tamanhos das aberturas.
41

2.7.4 Modelo 4 – obras de grande porte

Obras grandes são os maiores atrativos da construção industrializada. É onde, no


Brasil foram aceitas e introduzidas com maios facilidade, é onde se pode visualizar com
facilidade a sua utilização.
Quanto maiores às obras, mais tempo levam para serem executadas e mais caras elas
tendem a ser. Quando são realizadas com a utilização de métodos industrializados, o tempo de
execução é muito reduzido, e mesmo sendo obras muito grandes, em poucos meses podem ser
contempladas prontas para o uso.
Os custos das obras também são reduzidos, pois essas obras costumam ser padrões,
sem muita personalização e os elementos disponíveis no mercado atendem a exigência que
elas necessitam.
É o caso dos shoppings centers, grandes galpões, centros de distribuição, estádios
além de muitas outras grandes estruturas (DONAKI, 2012).

Figura 17 – Construção do estádio de Futebol Itaqueirão com elementos pré-


fabricados
Fonte: Donaki (2013, p. 37).
42

Figura 18 – Construção do Shopping com elementos pré-fabricados –


Vilarinho, MG
Fonte: Donaki (2013, p. 40).

2.8 COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS

Novas construções surgem a cada dia. Casas, edifícios e habitações populares


ganham os olhares da população, pois se desenvolvem por todo país. Porem, a construção da
casa nova deve levar em consideração o tipo de construção ideal que o proprietário busca,
analisando através de uma pesquisa, quais as vantagens e desvantagens que cada método de
execução oferece ao morador.
Segundo a definição da Wikipédia (2011, p. 01): “Construção é a execução de todas
as etapas de projetos da fundação ao acabamento. Constituem em construir o que consta em
projeto, respeitando as técnicas construtivas e as normas técnicas vigentes”.

2.8.1 Construções convencionais

Há uma preferencia nas construções pelo método construtivo convencional, e esse é


um aspecto que dificulta a introdução dos sistemas industrializados.
43

O sistema convencional se refere aquele que é mais desenvolvido para a execução de


moradias, apresentando a característica principal de trabalho praticamente artesanal (SILVA,
2011a).
Este método conquistou a população brasileira de tal forma, que todo tipo de obra
pode ser visto sendo executado por ele; casas residenciais de baixo e alto padrão, casas
multifamiliares, grandes residenciais, e obras sem fins de moradia. A facilidade de
financiamento, e de compra de matérias impulsiona este método de execução mesmo em
tempos de inovação e tecnologias.

Figura 19 – Execução de unidades habitacionais – método convencional


Fonte: Portal da Prefeitura de Corumbá (2012, p. 01).

Outra vantagem oferecida por este método é a fiscalização por meio do proprietário,
tudo que está sendo feito na obra é visível, facilitando a troca, por exemplo, de matérias que
não estejam apresentando qualidade por outro. Este método apresenta grande credibilidade, e
confiança para os proprietários e construtores (CASA PRÉ-FABRICADA, 2008-2013).
O que vai contra todo o tradicionalismo das construções convencionais, é o tempo de
execução muito extenso e dificilmente cumprido, muito desperdício de materiais, grande
volume de resíduos, consumo excessivo de matéria prima, mão-de-obra não qualificada,
retrabalhos e alto custo de execução.
A figura 20 mostra trabalhadores de Seara levantando paredes pelo método
convencional. O município movimentou até janeiro deste R$ 4,5 mil em financiamentos para
atender demanda do setor habitacional.
44

Figura 20 – Trabalhadores de Seara levantando paredes pelo método


convencional
Fonte: Radio Belos Montes. Disponível em:<http://www.radiobelosmonte.com.br/noticias.php?
info=ler&editoria=12&id14237>. Acesso em: 01 abril 2013

2.8.2 Construções Industrializadas

Para El Debs (2000) a viabilidade econômica da construção industrializada ocorre


quando o custo dos elementos, constituído pela soma dos custos fixos e custos variáveis,
resulta menor que o custo correspondente à produção manufaturada. Isso ocorrer por alguns
fatores, que são apresentados no quadro 6, correspondentes a uma produção mínima para
viabilizar a produção industrial.

Manufatura Mecanização Industrialização


Planejamento Improvisação Projeto Planificação
Unidade Produtiva Individual Empresa Fábrica
Produção Unitária Unitárias com máquinas Massiva
Recursos/ investimentos Ferramentas Manuais Investimento em equipamentos Investimento em máquinas
Quadro 6 – Estágios de desenvolvimento da Construção Civil
Fonte: El Debs (2000, p. 13).

O El Debs (2000) ainda apresenta no quadro 7 vantagens e inconvenientes de se


trabalhar com elementos pré-fabricados.
45

Supostas Vantagens Supostos Inconvenientes


Características Técnicas
a) Facilidade na elaboração de projeto, em especial na a) Falta de monopolismo da construção, especialmente
resolução de detalhes regiões sísmicas
b) Melhoria da qualidade dos trabalhos b) Problemas na resolução das juntas
c) Melhor aproveitamento das seções resistentes c) Necessidade de superdimensionar certos elementos,
d) Facilidade para realizar o controle de qualidade considerando situações desfavoráveis durante o
e) Necessidade de menos juntas de dilatação que na transporte ou na montagem
construção tradicional d) Incógnitas quanto a confiabilidade de certos
f) Possibilidade de evitar interrupções da concretagem materiais ou sistemas
g) Possibilidade de recuperação de elementos ou partes e) Devem ser respeitados os gabaritos de transportes
da construção em certas desmontagens f) Grandes dificuldades para modificações nas
h) Desaparecimento quase total do cimbramento e das distribuições dos espaços primitivos
formas g) Inadaptação a topografia e aos tipos de terrenos
Características sociais
i) Diminuem o número de acidentes de trabalho h) Produz desemprego
j) Proporcionam segurança de emprego i) Aparecem para os trabalhadores os inconvenientes
k) trabalho protegido das intempéries climáticas próprios das linhas de produção
l) Eleva a remuneração dos trabalhadores j) Especialistas em excesso, incapacitando os
m) É o meio mais real e efetivo que se tem ao alcance trabalhadores para outros tipos de trabalho.
para tentar reduzir o déficit mundial de construção
n) Livra os homens dos trabalhos rudes e penosos
Características econômicas
o) Produz economia reduzindo consideravelmente os k) É, em geral, mais cara que a tradicional
custos l) Não é mais rápida que a tradicional
p) Ocasiona economia de tempo m) Necessita de investimentos, em geral, consideráveis
q) Evita a improvisação para iniciar a pré-fabricação
r) É mais apta para o cumprimento dos controles e n) Necessita de uma demanda de volume adequada
recepção o) O transporte dos produtos é mais caro que o das
s) É uma valiosa ferramenta de planificação matérias primas dos componentes
• Estas supostas vantagens e supostos inconvenientes são aspectos reunidos da literatura técnicas.
• Por esta razão existem argumentos totalmente antagônicos.
• Estes aspectos não refletem o ponto de vista do autor e sua apresentação tem por objetivo servir de quadro
referencia para reflexões sobre o assunto.
Quadro 7 – Supostas vantagens e supostos inconvenientes da pré-fabricação
Fonte: El Debs (2000, p. 28).

El Debs (2010) salienta que se deve considerar o caso de redução do tempo de


construção, sendo este não aproveitando somente quando não há recursos financeiros
disponíveis.
46

Figura 21 – Cássia Regina Martins, apresentando o sistema industrializado


Fonte: CicloAscom. Disponível em:<http://cicloascom.com/2012_07_18_archive.html>: Acesso
em: 01 abr. 2013.

Segundo a diretora da PDCA Engenharia, Cássia Regina Martins acima na figura 22,
para alcançar a excelência do processo construtivo industrializado, que são utilizados nas
obras da construtora, foi necessário encontrar soluções integradas para o canteiro de obras e
alto investimento em qualificação de mão-de-obra.
Porém, ela ressalta que a redução do numero de acidentes de trabalho caiu e a houve
significativa redução na perda de materiais, antes imensuráveis.

Figura 22 – Uso de pré-fabricados para sanar escassez de mão de obra –


Minas Gerais
Fonte: Lar Imóveis (2013, p. 01).
47

2.9 VIABILIDADE DO USO NO PAÍS

Para Greven & Baldauf (2007 apud MORAES; LIMA, 2009) os sistemas
construtivos industrializados tem se tornado cada vez mais necessários para a construção civil
moderna, devido à necessidade de menor tempo na construção, de menores despesas e de
elevada produtividade.
O método industrializado pode ser adaptado para qualquer construção seja ela grande
ou pequena, rápida ou de longo prazo de execução. Mas não basta simplesmente poder optar
entre o método industrializado e o convencional, a viabilidade do uso no país ainda não
possibilita que qualquer obra seja executada através deste sistema de construção devido à
dificuldade da implantação do método.
No Brasil, este método ainda não é uma realidade constante. Muitas obras já foram
executadas por este método e o setor de construção já se apresenta bem desenvolvido, mas a
prática comprova que a preferencia ainda é o sistema convencional.
Por vários fatores, citados no decorrer do trabalho, torna-se fácil perceber que existe
uma forte resistência no país que impede o crescimento do sistema. Essa resistência torna o
método inviável em muitos tipos de obras, principalmente quando se trata de pequenas e
médias construtoras.
A viabilidade do método industrializado esta associada a alguns fatores, sendo eles,
viabilidade econômica, disponibilidade de elementos industrializados e equipamentos,
planejamento de obras e mão de obra qualificada.
A viabilidade atual no país é de construção de habitações populares. Quando se trata
de construções de larga escala, como de edifícios repetidos que visam ter uma redução nos
custos (MORAES; LIMA, 2009). Essas obras de maneira geral tem um padrão de construção,
não sendo comum a inserção de elementos variáveis.
As moradias habitacionais vêm de encontro com a redução do déficit habitacional.
Como afirmado por Itacarambi (2007), a construção industrializada é uma das únicas saídas
do país para que o déficit reduza.
Outro tipo de construção que já vem sendo executada desta forma, e se mostrado
muito eficaz é a construção de grandes obras como shoppings e grandes redes de
supermercados.
No mais, as obras de grade porte tende a se executarem por métodos industrializados,
principalmente porque são caracterizadas pelo longo prazo de execução.
48

3 CONCLUSÃO

Neste trabalho, podem-se observar os benefícios oferecidos pelos sistemas


construtivos industrializados em todas as etapas da obra.
Analisando o senário atual, os benefícios da industrialização e fazendo a comparação
com o método convencional, pode-se ressaltar que existe uma tendência e uma necessidade da
implantação permanente e ampla do sistema industrializado nas construções.
Vale lembrar que os sistemas construtivos convencionais são geradores de grandes
quantidades de resíduos, que são muito pouco reutilizados, e causadores de grandes
questionamentos sobre este método.
O que ainda retraia a expansão do sistema industrializado é a resistência de muitas
construtoras e profissionais, além da autoconstrução, no caso de obras de pequeno porte.
Sendo assim, ao analisar todo o contexto do trabalho, pode-se dizer que o sistema
industrializado oferece maior viabilidade frente os parâmetros atuais, principalmente nas
grandes obras, mas havendo uma abrangência do sistema, a viabilidade se expande para os
demais tipos de edificações.
O sistema construtivo industrializado oferece vantagens técnicas e sustentáveis que
geram um nível de qualidade superior às edificações.
49

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