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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

CAMPUS DE SÃO MIGUEL DO OESTE

DENISE PATRICIA DALMOLIN KESSELER

ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: CONVENCIONAL EM


ALVENARIA E LIGHT STEEL FRAME EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS

São Miguel do Oeste


2019
1

DENISE PATRICIA DALMOLIN KESSELER

ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: CONVENCIONAL EM


ALVENARIA E LIGHT STEEL FRAME EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS

Trabalho apresentado ao Componente Curricular de


Trabalho de Conclusão de Curso, ao curso de Engenharia
Civil, Área das Ciências Exatas e Tecnológicas da
Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus de
São Miguel do Oeste, como requisito à obtenção de
aprovação.

Orientador: Prof. Jeferson Douglas Breitenbach

São Miguel do Oeste


2019
2

DENISE PATRICIA DALMOLIN KESSELER

ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS: CONVENCIONAL EM


ALVENARIA E LIGHT STEEL FRAME EM EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS

Trabalho apresentado ao Componente Curricular de


Trabalho de Conclusão de Curso, ao curso de Engenharia
Civil, Área das Ciências Exatas e Tecnológicas da
Universidade do Oeste de Santa Catarina – Campus de
São Miguel do Oeste, como requisito à obtenção de
aprovação.

Aprovado em: ............ de ......................................... de 2019

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Prof. Jeferson Douglas Breitenbach
Universidade do Oeste de Santa Catarina

_________________________________________________
Prof.
Universidade do Oeste de Santa Catarina

_________________________________________________
Prof.
Universidade do Oeste de Santa Catarina
3

RESUMO

A área da construção civil está em constante desenvolvimento, sendo constituída de


um setor bastante concorrido por profissionais que buscam cada vez mais o
aperfeiçoamento e a utilização de técnicas e equipamentos que aumentem a
produtividade em obra. Entretanto, apesar de o sistema convencional ser o mais
utilizado no país e apresentar melhorias significativas ao longo do tempo, ainda possui
problemas como o atraso nas obras, a alta geração de resíduos, o emprego de
materiais de baixa qualidade, entre outros, comprometendo o desempenho da
edificação (BORTOLOTTO, 2015). Diante disso, com a implantação de métodos
construtivos inteligentes como o Light Steel Frame, torna-se possível a racionalização
de todas as etapas da obra, resultando em um menor tempo de execução e geração
de resíduos, bem como um maior controle de qualidade dos materiais e técnicas
empregadas. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo a abordagem dos
sistemas construtivos convencional e Light Steel Frame, a fim de apresentar suas
principais características, incluindo um breve histórico de utilização dos métodos, bem
como as etapas de execução e vantagens e desvantagens. A partir da análise
realizada com base na pesquisa bibliográfica nota-se que ambos os sistemas
possuem vantagens e desvantagens quando comparados entre si, dependendo da
ótica ou dimensão que se vai comparar. Assim, enquanto o sistema Light Steel Frame
utiliza de um processo mais limpo e rápido, o sistema convencional possui um custo
inicial menor e emprega materiais e mão de obra com alta demanda, reduzindo assim
os custos com logística e transporte de trabalhadores.

Palavras-chaves: Método construtivo. Construção convencional. Light Steel Frame.


Comparativo.
4

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Exemplo de sapata isolada .................................................................... 15


Figura 02 - Posicionamento do batente .................................................................... 21
Figura 03 - Camadas do revestimento de parede .................................................... 22
Figura 04 - Camadas do revestimento de piso ......................................................... 23
Figura 05 - Componentes da estrutura do telhado ................................................... 26
Figura 06: Detalhe de ancoragem de painel à laje radier ......................................... 30
Figura 07 - Detalhe executivo de painel em sapata corrida ...................................... 31
Figura 08 - Esquema de ancoragem química com barra rosqueada ........................ 32
Figura 09 - Ancoragem provisória ............................................................................ 33
Figura 10 - Detalhe do posicionamento dos montantes............................................ 34
Figura 11 - Detalhe posicionamento das guias......................................................... 35
Figura 12 - Distribuição dos esforços através das vergas ........................................ 35
Figura 13 - Detalhamento dos painéis não estruturais ............................................. 36
Figura 14 - Componentes da estrutura de piso ........................................................ 37
Figura 15 - Componentes da laje úmida................................................................... 38
Figura 16 - Componentes da Laje Seca ................................................................... 39
Figura 17 - Composição do Painel OSB ................................................................... 40
Figura 18 - Painéis OSB com juntas de dilatação .................................................... 41
Figura 19 - Siding Vinílico em Fachada .................................................................... 41
Figura 20 - Placa cimentícia em fachada ................................................................. 42
Figura 21 - Tabela de relação entre espessura e utilização da placa cimentícia ...... 43
Figura 22 - Componentes de uma vedação em gesso ............................................. 44
Figura 23 - Tabela de índice de redução acústica da lã de vidro .............................. 45
Figura 24 - Cobertura Plana ..................................................................................... 47
Figura 25 - Cobertura Inclinada ................................................................................ 47
Figura 26 - Componentes de um telhado shingle ..................................................... 49
Figura 27 - Instalação elétrica no Light Steel Frame ................................................ 49
Figura 28 - Sistema Pex em instalações hidráulicas ................................................ 50
Figura 29 - Montagem dos painéis por método Stick................................................ 51
Figura 30 – Painéis pré-fabricados ........................................................................... 52
Figura 31 - Módulo de banheiro ............................................................................... 53
Figura 32 - Método Balloon Framing ........................................................................ 53
5

Figura 33 - Método Platform Framing ....................................................................... 54


Figura 34 - Fluxograma atividades ESU II e TCC.........Erro! Indicador não definido.
6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 8
2 PROBLEMA............................................................................................... 9
3 HIPÓTESES............................................................................................... 9
4 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 10
4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 10
5 JUSTIFICATIVA....................................................................................... 11
6 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................... 12
6.1 HISTÓRICO ............................................................................................. 12
6.2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS .................................................................. 14
6.2.1 Sistema de construção convencional para fins residenciais .............. 14
6.2.1.1 Fundações ............................................................................................... 14
6.2.1.1.1 Sapata isolada ......................................................................................... 15
6.2.1.1.2 Radier ...................................................................................................... 16
6.2.1.2 Estruturas de concreto armado (pilares, vigas e lajes) ............................. 16
6.2.1.2.1 Pilares ...................................................................................................... 17
6.2.1.2.2 Vigas ........................................................................................................ 17
6.2.1.2.3 Lajes ........................................................................................................ 18
6.2.1.3 Alvenaria .................................................................................................. 19
6.2.1.3.1 Alvenaria estrutural .................................................................................. 19
6.2.1.3.2 Alvenaria de vedação ............................................................................... 19
6.2.1.4 Esquadrias ............................................................................................... 20
6.2.1.5 Revestimentos ......................................................................................... 21
6.2.1.5.1 Revestimentos de parede......................................................................... 21
6.2.1.5.2 Revestimentos de piso ............................................................................. 23
6.2.1.5.3 Revestimentos de teto .............................................................................. 24
6.2.1.6 Cobertura ................................................................................................. 24
6.2.1.6.1 Estrutura do telhado ................................................................................. 25
6.2.1.6.2 Cobertura do telhado ................................................................................ 26
6.2.1.7 Instalações elétricas ................................................................................. 26
6.2.1.8 Instalações hidráulico- sanitárias .............................................................. 27
6.2.1.8.1 Instalações de água fria ........................................................................... 27
6.2.1.8.2 Instalações de esgoto sanitário ................................................................ 28
7

6.2.1.9 Vantagens e desvantagens do sistema convencional .............................. 28


6.2.2 Sistema de construção Light Steel Frame para fins residenciais.......29
6.2.2.1 Fundações ............................................................................................... 30
6.2.2.1.1 Radier ...................................................................................................... 30
6.2.2.1.2 Sapata corrida .......................................................................................... 31
6.2.2.1.3 Fixação dos painéis na fundação ............................................................. 31
6.2.2.2 Painéis ..................................................................................................... 33
6.2.2.2.1 Painéis estruturais .................................................................................... 33
6.2.2.2.2 Painéis não estruturais ............................................................................. 36
6.2.2.3 Lajes ........................................................................................................ 36
6.2.2.4 Fechamento vertical ................................................................................. 39
6.2.2.4.1 Painéis OSB .............................................................................................. 39
6.2.2.4.2 Siding vinílico ........................................................................................... 41
6.2.2.4.3 Placa cimentícia ....................................................................................... 42
6.2.2.4.4 Gesso acartonado .................................................................................... 43
6.2.2.5 Esquadrias ............................................................................................... 44
6.2.2.6 Isolamento térmico e acústico .................................................................. 45
6.2.2.7 Cobertura ................................................................................................. 46
6.2.2.7.1 Cobertura plana........................................................................................ 46
6.2.2.7.2 Cobertura inclinada .................................................................................. 47
6.2.2.7.3 Tipos de telhamento ................................................................................. 48
6.2.2.8 Instalações elétricas e hidráulico-sanitárias............................................. 49
6.2.2.9 Aplicações do sistema ............................................................................. 50
6.2.2.10 Métodos de execução Light Steel Frame................................................. 50
6.2.2.10.1 Método “Stick” ......................................................................................... 51
6.2.2.10.2 Método por painéis .................................................................................. 51
6.2.2.10.3 Construção modular ................................................................................ 52
6.2.2.10.4 Método Balloon/Platform Framming ........................................................ 53
6.2.2.11 Vantagens e desvantagens do sistema Light Steel Frame ...................... 54
7 METODOLOGIA ..................................................................................... 56
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 70
REFERÊNCIAS....................................................................................... 71
8

1 INTRODUÇÃO

A atividade da construção civil data desde os primórdios do tempo, apresentando uma


evolução significativa no que diz respeito à adoção de novas práticas, materiais e ferramentas.
Empregado em grande escala no país, o sistema de construção convencional, também
chamado de artesanal tem como principal característica a utilização de materiais como o
concreto armado, presente nos elementos estruturais e de fundação e os blocos cerâmicos (ou
de concreto) empregados na vedação da edificação, sendo todas as etapas (com exceção do
projeto) executadas in loco.
Nos últimos anos, o setor da construção civil encontra-se estagnado no Brasil, resultado
desta utilização de processos construtivos ultrapassados e mão de obra pouco qualificada,
gerando uma alta quantidade de resíduos provenientes do desperdício de materiais, aumentando
o tempo de duração das obras, e em muitos casos aumentando também o valor do orçamento
inicial.
Diante disso, o emprego de sistemas CES (Construção Energitérmica Sustentável) como
o Light Steel Frame e o Wood Frame, torna-se essencial para quem busca produtividade,
rapidez, sustentabilidade e praticidade na execução da obra, pois permitem um grande controle
produtivo em todas as etapas.
O sistema Light Steel Frame, empregado em países como os Estados Unidos, tem como
principal característica a utilização de perfis leves de aço, contraventados com placas estruturais
de OSB (Oriented Strand Board) formadas por camadas de madeira com tratamento
impermeabilizante, permitindo a construção de edificações tão resistentes quanto as de
concreto. Este método possibilita um ótimo desempenho térmico da edificação, redução no
desperdício de materiais e na emissão de gases tóxicos ao meio ambiente, menor prazo de
execução, controle da mão de obra e materiais, entre outros.
9

2 PROBLEMA

Na construção de edificações o sistema convencional em alvenaria com estrutura de


concreto armado é largamente utilizado e, portanto, o mais usual. Se o sistema Light Steel
Frame atende aos requisitos de desempenho de uma edificação da mesma forma que o sistema
convencional sendo em muitos casos mais eficiente, porque o mesmo não pode ser empregado
como substituição ao método artesanal?

3 HIPÓTESES

O sistema construtivo convencional é tido como confiável por proporcionar


eficiência e durabilidade nas edificações, além de ser parte da cultura do país a
construção de casas em alvenaria de tijolos. Desta forma, o setor da construção civil,
e até mesmo os clientes que compram as obras, apresentam certa resistência à
implantação de materiais diferentes por receio e falta de informação sobre os mesmos.
Esta falta de informação faz com que o método convencional seja enraizado e adotado
como absoluto.
A execução de uma obra utilizando o sistema Light Steel Frame, mesmo
empregando materiais mais leves, permite edificações semelhantes às de concreto,
com a mesma resistência, arquitetura, e com um desempenho muito maior.
Portanto, pode-se afirmar que o sistema Light Steel Frame traz melhorias
consideráveis ao setor da construção civil, já que permite a substituição de um método
pelo outro, aumentando seu desempenho e características. Em consequência, gera
uma produtividade muito maior, pois adota estruturas pré-fabricadas, mão de obra
qualificada e um sistema de montagem simples, permitindo um amplo controle de
todas as etapas.
10

4 OBJETIVO GERAL

Realizar uma análise comparativa entre os sistemas convencional e Light Steel Frame,
nos âmbitos econômico, tecnológico e ambiental, a fim de definir qual sistema possui maior
viabilidade de implantação.

4.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) definir o projeto de edificação residencial que será utilizado como base


para este
estudo;
b) realizar através deste exemplo prático, a orçamentação dos materiais
empregado
em todas as etapas construtivas da edificação pelo método convencional e Light
Steel Frame;
c) realizar a orçamentação da mão de obra utilizada em todas as etapas
construtiva da edificação pelo método convencional e Light Steel Frame;
d) verificar o tempo de execução da edificação em ambos os métodos;
e) estimar a quantidade de resíduos gerados pela mesma edificação em ambos
os sistemas, levando em consideração os resultados de outros estudos já
realizados.
11

5 JUSTIFICATIVA

O sistema de construção convencional é o mais empregado atualmente no Brasil, no


entanto apresenta grandes problemas de desempenho nas edificações, resultado de uma gestão
deficiente da obra, do emprego de materiais de má qualidade, de mão de obra pouco qualificada,
além de ser responsável por um alto índice de poluição do meio ambiente, devido à geração de
resíduos em larga escala (HASS E MARTINS, 2011).
Desta forma, o emprego de sistemas de construção inteligente como o Light Steel
Frame, surge como uma solução para o problema do setor, através da adoção de materiais
ecológicos e reaproveitáveis, e do controle produtivo e qualitativo da obra (BORTOLOTTO,
2015). Entretanto, o estudo deste método é bastante limitado, sendo sua implantação pouco
disseminada no Brasil, e restrita a obras de padrão maior.
12

6 REFERENCIAL TEÓRICO

Para a fundamentação teórica do presente relatório, será apresentado um


histórico dos sistemas construtivos convencional e Light Steel Frame, bem como as
etapas de execução, aplicações, vantagens e desvantagens, realizando uma análise
comparativa entre ambos.

6.1 HISTÓRICO

Conforme Ching, Onouye e Zuberbuhler (2010), as edificações passaram por


um desenvolvimento ao longo da história, onde eram inicialmente construídas
utilizando materiais como pedras e galhos de árvores, formando habitações
rudimentares. Assim, com o passar dos anos, as técnicas e materiais empregados
sofreram aprimoramento em virtude das necessidades humanas, pois precisavam
resistir às condições climáticas mais intensas e proporcionar maior segurança aos
usuários.
Conforme Bastos (2006), o emprego do concreto armado nas construções
surgiu da necessidade de reunir a resistência do aço com a durabilidade da pedra,
além de conseguir assumir qualquer formato e estar protegido contra a corrosão.
Desta forma, durante o período da Antiguidade, a civilização romana foi a que mais
utilizou concreto em suas construções, que ao ser combinado com tijolos de argila e
outros materiais naturais lhes permitiu realizar obras magnificas, revolucionando a
Arquitetura da época.
Entre os exemplos mais marcantes de construções romanas que empregaram
o concreto, destacam-se o Panteão, construído em 27 a. C em formato de abóbada e
o Coliseu, construído entre 69 e 79 d.C. A partir deste período, através da junção do
ferro com o concreto, foi possível criar elementos estruturais resistentes às tensões
de tração, além de possuírem menor altura e vãos maiores (BASTOS 2006).
O Light Steel Frame teve sua origem no século XIX, com as construções em
madeira executadas por colonizadores em território americano. O emprego desse
sistema se deu devido à necessidade de métodos construtivos mais rápidos, para
atender ao crescimento populacional, utilizando de materiais disponíveis na região
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).
Conforme Bastos (2006), no Brasil o concreto armado foi empregado por volta
de 1901, na construção de galerias de água. Mais adiante, em 1908, foi utilizado na
13

construção de uma ponte com 9 metros de vão, localizada na cidade do Rio de


Janeiro. A partir deste período, várias foram as obras que utilizaram o material,
incluindo pontes maiores e edifícios.
De acordo com Accetti (1998), as construções em alvenaria são empregadas
desde a Antiguidade, em obras de cunho habitacional, templos e monumentos
religiosos. Entretanto, somente por volta de 1920, a alvenaria começou a ser estudada
por meio de experimentação laboratorial, tornando possível sua utilização como
elemento estrutural, e a redução de sua espessura.
Com a utilização do concreto armado e o aço estrutural que permitiam
estruturas mais esbeltas com peças de pequenas dimensões, o emprego da alvenaria
estrutural ficou restrito apenas às obras de pequeno porte (DELATORRE, 2014).
Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), com o desenvolvimento da
indústria do aço nos Estados Unidos, aconteceu em 1933, o lançamento de um
protótipo de residência Light Steel Framing constituída de perfis em aço, sugerindo a
substituição da madeira.
Desta forma, após a Segunda Guerra Mundial, o crescimento da economia
americana e a alta produção do aço possibilitaram a fabricação e utilização dos perfis
de aço, substituindo os de madeira. Além disso, devido à sua capacidade de resistir à
terremotos e furacões, bem como seu custo inferior ao da madeira, estimularam a
adoção do Light Steel Frame como sistema construtivo em aproximadamente 25%
das residências americanas até o final de década de 90 (SANTIAGO; FREITAS;
CRASTO, 2012).
De acordo com Campos (2014), o sistema Light Steel Frame chegou à América
do Sul também na década de 90, primeiramente utilizado em habitações no Chile,
devido à alta resistência aos abalos sísmicos que acometiam o país.
No Brasil, a tecnologia teve sua inserção devido à iniciativa privada, sendo
muito empregada em residências de alto padrão. Além disso, empresas como o
Mc’Donalds e a Ipiranga aderiram ao sistema em razão da redução do tempo de obra
e por questões ambientais. No nicho das construções populares, têm-se o exemplo
dos conjuntos habitacionais, resultado do incentivo de programas de habitação, como
os oferecidos pela Caixa Econômica Federal (CAMPOS, 2014).
Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), apesar do sistema ser muito
utilizado em outros países, no Brasil ainda é pouco difundido, resultado da adoção de
14

métodos artesanais. Entretanto, como parte do sistema LSF, o drywall é bastante


empregado em vedações internas no país.

6.2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Conforme Bastos (2011) os sistemas construtivos podem ser definidos como


conjuntos de processos que garantem a execução da obra, como materiais,
equipamentos e técnicas construtivas. Desta forma, podem ser do tipo artesanal,
caracterizado pelo emprego de técnicas construtivas empíricas; tradicional onde
predomina o uso de processos construtivos normatizados; e industrial que adota
componentes pré-fabricados. Neste trabalho serão abordados os sistemas
construtivos artesanal/tradicional (sistema convencional) e industrial (sistema Light
Steel Frame).

6.2.1 Sistema de construção convencional para fins residenciais

De acordo com Barros e Melhado (1998), as edificações executadas pelo


sistema construtivo convencional, são aquelas que possuem uma estrutura
constituída de fundações, pilares, vigas e lajes de concreto armado moldados no local.
Para Azeredo (1997), além da estrutura de concreto, o sistema convencional
também se refere às vedações em blocos cerâmicos.

6.2.1.1 Fundações

Segundo Salgado (2014), as fundações podem ser definidas como elementos


estruturais que possuem a função de suportar as cargas provenientes do seu peso
próprio, e as sobrecargas da estrutura provenientes de seu uso, distribuindo esses
esforços sobre o solo, podendo estas serem diretas e indiretas.
De acordo com a NBR 6122, da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(2010), as fundações diretas ou rasas são aquelas em que os esforços são
transmitidos diretamente ao solo pela base da fundação, tendo como exemplos mais
comuns a sapata, o radier e os blocos. Nas fundações indiretas ou profundas, estes
esforços são transmitidos pela base do elemento estrutural e também por sua
superfície lateral, como é o caso das estacas e tubulões.
15

6.2.1.1.1 Sapata isolada

“A sapata é um elemento superficial de concreto armado, dimensionado de


modo que as tensões de tração nele produzidas não podem ser resistidas apenas pelo
concreto, de que resulta o emprego de armadura” (Yazigi, 2009, p.171).
Segundo Bastos (2016), a sapata isolada é a mais utilizada nas construções,
transmitindo ao solo os esforços resultantes de apenas um pilar. Esta, pode ter vários
formatos em planta, entretanto o mais empregado é o retangular, admitindo que a
medida máxima da base não ultrapasse cinco vezes o valor da largura (figura 01).

Figura 01 - Exemplo de sapata isolada

Fonte: Melhado et al (2002).

A NBR 6122, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2010) estabelece


alguns critérios de execução de sapatas:

a) não devem possuir dimensão inferior à 60cm;


b) a base deve ser assentada em uma profundidade onde o solo de apoio não
seja influenciado por agentes atmosféricos e fluxos d’água;
c) em sapatas que não forem assentadas sobre rocha, deve se realizar
anteriormente à sua execução uma camada de concreto de aproximadamente 5 cm
em toda a extensão da vala;
d) no caso de sapatas assentes sobre rocha, recomenda-se executar um
enchimento de concreto, formando uma superfície plana (espessura de no mínimo 5
cm).

Conforme a NBR 6118, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014),


a armadura de flexão deve ser distribuída ao longo da largura da sapata, estendendo-
16

se de face a face e terminando nos ganchos das extremidades. O tipo de armadura a


ser empregada é obtido através de cálculos, que levam em consideração as
dimensões da sapata e os esforços a que está submetida.

6.2.1.1.2 Radier

De acordo com Congresso Nacional do Concreto (2008), o radier é constituído


de uma placa rígida, que possui a finalidade de receber as cargas provenientes da
edificação e transmitir ao solo. É empregado quando não é possível utilizar sapatas
isoladas devido à proximidade das mesmas no terreno, em situações que se faz
necessária a uniformização dos recalques, e quando a área total da fundação é
superior à metade da área da edificação.
O radier recebe as cargas de todos os pilares da edificação, distribuindo estes
esforços de maneira uniforme ao longo de sua área. Pode ser executado em concreto
armado ou protendido. Quanto à forma, pode ser do tipo liso, com pedestais,
nervurado ou em caixão (PORDEUS, 2009).
Segundo Mapa da Obra (2017), o radier em concreto armado é o mais utilizado
em construção de casas e edificações com no máximo quatro ou cinco pavimentos.
Já o radier em concreto protendido é indicado para edificações mais altas (até 12
pavimentos), também para situações em que se deseja reduzir a quantidade de
concreto utilizado. Outro exemplo de radier é de concreto reforçado com fibras,
adotado em casas térreas e sobrados.
Conforme Pescarini (2011), o radier ainda pode ser classificado em flexível (liso
e sem vigas de concreto) e rígido (com vigas de concreto), sendo este último utilizado
onde há grande fluxo de água. A escolha do tipo de radier dependerá da resistência
do solo, dos esforços atuantes sobre sua estrutura e da intensidade de aplicação
destes esforços.

6.2.1.2 Estruturas de concreto armado (pilares, vigas e lajes)

De acordo com Bastos (2006), o concreto é um material que possui alta


resistência à compressão, porém baixa resistência a tração. Desta forma, se faz
necessário a utilização de outros materiais que atendam aos esforços de tração, como
as armaduras, surgindo assim o concreto armado.
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Bastos (2006), ainda ressalta que, o conceito de concreto armado diz respeito
também à aderência que deve haver entre as barras e o concreto, possibilitando assim
que os dois materiais trabalhem de maneira conjunta.

6.2.1.2.1 Pilares

Segundo Bastos (2006) pilares são elementos de eixo reto, normalmente


verticais, que suportam forças normais e de compressão, que possuem a função de
transmitir estes esforços aos elementos de fundação.
Conforme Bastos (2006) os pilares são elementos de maior importância no
conjunto estrutural, pois além de transmitirem os esforços para a fundação, também
fazem parte do sistema de contraventamento, garantindo assim a estabilidade dos
edifícios à ações horizontais e verticais.
A NBR 6118 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2014), estabelece
critérios mínimos de dimensionamento de pilares, na qual a seção transversal dos
elementos não deve ser inferior à 19 cm.

6.2.1.2.2 Vigas

Segundo Bastos (2006) as vigas são elementos classificados como barras,


normalmente horizontais, que possuem a função de suportar os esforços das outras
vigas, das lajes e das paredes de alvenaria, e eventualmente dos pilares, transmitindo
esses esforços aos pilares. Estes esforços podem ser concentrados ou distribuídos, e
geralmente se encontram perpendicularmente ao eixo longitudinal das vigas.
De acordo com Bastos (2006), a armadura das vigas é normalmente composta
por estribos (armadura transversal) e por barras longitudinais (armadura longitudinal).
Segundo Santos (2003) as vigas não devem apresentar largura menor que 12
cm. Entretanto, em alguns casos, este limite pode ser reduzido no máximo à 10 cm,
desde que sejam respeitados critérios como:

a) o alojamento das armaduras e a interferência destas em outros elementos


estruturais, respeitando valores de espaçamento e recobrimento especificados em
norma;
b) o lançamento e a vibração do concreto também devem ser realizados de
acordo com a norma vigente.
18

De acordo com Almeida (2004), recomenda-se que a largura das vigas deve
ser adotada de maneira que a mesmas fiquem embutidas na parede. A altura das
vigas depende de alguns fatores, como o vão, o carregamento, e a resistência do
concreto, e esta deve ser adotada de modo que proporcione resistência mecânica
suficiente e apresente baixa deformabilidade.

6.2.1.2.3 Lajes

Conforme Bastos (2006), as lajes são definidas como elementos planos, que
recebem a maior parte das ações aplicadas na edificação, sendo estas
perpendiculares ao seu plano. As lajes podem ser classificadas em: maciças,
nervuradas, fabricadas no local ou pré-moldadas.
As lajes maciças possuem toda a sua espessura composta de concreto,
contendo armaduras longitudinais de flexão e em alguns casos armaduras
transversais, estando apoiadas em vigas ou paredes ao longo das bordas. A
espessura das lajes maciças varia entre 7 cm e 15 cm, sendo empregadas
normalmente em obras de grande porte (BASTOS, 2006).
A NBR 6118 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (2003, p.86), define
lajes nervuradas como “ lajes moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja
zona de tração para momentos positivos está localizada nas nervuras entre as quais
pode ser colocado material inerte. ”
De acordo com Bastos (2006), não se considera a resistência deste material
inerte, pois é utilizado apenas como preenchimento, que pode ser de bloco cerâmico
furado, bloco de concreto ou bloco de concreto celular autoclavado. Desta forma, as
nervuras são responsáveis por garantir a resistência e rigidez da estrutura. Este tipo
de laje é indicado em situações de grandes vãos, ou quando é necessário resistir a
altos esforços verticais.
As lajes pré-moldadas são constituídas por um elemento pré-moldado de
concreto armado (vigotas), um elemento de enchimento (bloco cerâmico ou EPS) e
por uma capa de concreto armado fabricada no local. Muito empregada no país,
devido à sua fácil montagem, e por conta da diminuição da quantidade de escoras
utilizadas, quando comparada às lajes maciças (ARAGÃO, 2007).
19

6.2.1.3 Alvenaria

Conforme Barros (2009), a alvenaria pode ser definida como um sistema de


construção de paredes e muros, compostos de pedras ou blocos cerâmicos, unidos
entre si, utilizando ou não argamassa de ligação. É empregada com a função de dividir
ambientes, suportar cargas, proteger a edificação das ações externas e oferecer
conforto acústico e térmico. Desta forma, pode ser classificada em alvenaria estrutural
e alvenaria de vedação.

6.2.1.3.1 Alvenaria estrutural

A alvenaria estrutural é caracterizada pelo emprego de paredes para resistir


aos esforços que atuam sobre a edificação, substituindo pilares e vigas (ROMAN;
MUTI; ARAÚJO, 1999).
De acordo com Kato (2002), este sistema utiliza as paredes não somente com
função de vedar a estrutura, mas também como elementos que suportem as cargas
provenientes de ocupação da edificação, peso próprio, vento e também as cargas
verticais das lajes.
Conforme Araújo (2009), a alvenaria estrutural possui os seguintes
componentes:
a) Bloco cerâmico ou de concreto, com resistência mínima de 4,5 Mpa;
b) Junta de argamassa utilizada para unir os blocos;
c) Graute, composto por agregados graúdos de pequena dimensão, podendo
ser auto adensável, utilizado para preencher os vazios dos blocos,
aumentando a resistência do elemento;
d) Armadura: aço CA para concreto armado e CP para as alvenarias
protendidas.

6.2.1.3.2 Alvenaria de vedação

Salgado (2014, p.112) afirma que:


As vedações verticais podem ser entendidas como um subsistema do edifício
formado por elementos que dividem os ambientes internos, controlam a ação
de agente indesejáveis, entre os quais intrusos, animais, ventos, chuvas,
poeiras, ruídos e quaisquer outros, constituindo suporte e proteção para as
instalações dos edifícios e ainda servem para proporcionar condições de
habitabilidade necessárias às edificações.
20

De acordo com Salgado (2014), a alvenaria de vedação possui a finalidade de


fechamento de vãos ou delimitação de áreas, não possuindo função estrutural, apenas
suportando seu peso próprio.
Segundo Sagado (2014), são elementos constituintes do sistema de vedação:

a) vedo: elemento que caracteriza a vedação vertical;


b) revestimento: responsável pelo acabamento decorativo da vedação;
c) esquadria: possui a finalidade de proporcionar acesso aos ambientes.

As alvenarias de vedação são normalmente executadas com blocos cerâmicos


assentados com argamassa, realizando o preenchimento do reticulado da estrutura.
Podem ser empregadas nos ambientes externos (como fachadas) e internos (paredes
divisórias de ambientes), com ou sem revestimento (THOMAZ et al, 2009).

6.2.1.4 Esquadrias

Para Milito (2003), as esquadrias podem ser definidas como elementos que
possuem a finalidade de proteger a edificação contra a invasão da luz natural e da
água, além de promover efeito decorativo à mesma.
As portas e janelas são exemplos de esquadrias, podendo estas serem
constituídas de madeira, pvc, alumínio, ferro e vidro, onde a forma de instalação
depende do material empregado. As portas são compostas por dois montantes e uma
travessa, que definem sua altura e largura respectivamente. Já as janelas são
constituídas de dois montantes verticais e duas travessas horizontais (SALGADO,
2014).
Segundo Rodrigues (2015), a instalação das esquadrias de madeira é realizada
primeiramente com a preparação dos vãos, onde deve-se prever uma folga entre a
alvenaria e a esquadrias, posicionando o elemento e realizando seu posterior
nivelamento e prumo. Em seguida coloca-se o batente (figura 02) promovendo sua
fixação e travamento com cunhas, posicionando-as nos cantos dos caixilhos, e
verificando seu prumo. Após, é feita aplicação da espuma expansiva, respeitando o
intervalo recomendado para que ocorra sua ação. Por fim, o excesso de espuma é
retirado bem como as cunhas e travamentos provisórios, e as guarnições são
encaixadas.
21

Figura 02 - Posicionamento do batente

Fonte: AEC WEB (2014) apud Rodrigues (2015).

6.2.1.5 Revestimentos

Segundo Borges (2009) os revestimentos são sistemas que protegem as


alvenarias contra intempéries, como chuva, umidade, sol e variações de temperatura,
possuindo também função arquitetônica na edificação.
Conforme Salgado (2014) os revestimentos atuam como uma proteção das
alvenarias, garantindo estanqueidade. Dentre os principais tipos de revestimentos,
destacam-se os de argamassa, cerâmicos e os de pedra. Também se classificam em
relação ao local de aplicação, podendo ser de parede, piso ou forro.

6.2.1.5.1 Revestimentos de parede

De acordo com Zulian, Doná e Vargas (2002), os revestimentos de parede


possuem a função de regularizar a superfície, proteger a estrutura contra intempéries,
aumentar a resistência da parede, além de proporcionar um acabamento estético,
podendo ser classificados em argamassadas e não argamassados.
Os revestimentos argamassados são aplicados sobre alvenarias e estruturas
com o objetivo de regularizar e uniformizar as superfícies e no caso dos revestimentos
externos, atuam também contra as intempéries. São compostos por três camadas:
chapisco, emboço e reboco (figura 03) (ZULIAN; DONÁ; VARGAS, 2002).
22

Figura 03 - Camadas do revestimento de parede

Fonte: ABCP (s.d)

Segundo Salgado (2014), o chapisco é a primeira camada do revestimento


argamassado, devendo possuir espessura variante entre 5 e 7 mm. Possui a função
de promover uma maior aderência entre o substrato e a camada seguinte. É utilizada
no traço 1:3 (cimento e areia), devendo sua aplicação ser realizada com a colher de
pedreiro ou com outro equipamento apropriado (máquina de chapisco).
Conforme Zulian, Doná e Vargas (2002), o emboço é a camada de
regularização que possui a finalidade de promover uniformização da superfície,
corrigindo as falhas de prumo e alinhamento, além de outras irregularidades. É
constituído de uma argamassa de traço 1:3 (cal e areia), porém normalmente
adiciona-se cimento à mistura, chegando a traços de 1:2, 1:5; 1:1:6; 1:2:9 (cimento,
cal e areia).
O reboco é a última camada do revestimento argamassado, constituída de uma
mistura de cimento, cal hidratada e areia fina, sendo usualmente empregada no traço
1:3, com adição de 50 kg de cimento por m³ de argamassa. Sua espessura não deve
ultrapassar 5 mm, devendo sua aplicação ser realizada após 21 dias da execução do
emboço (SALGADO, 2014).
Os revestimentos não argamassados são compostos por elementos naturais
ou artificiais, aplicados sobre a camada de regularização da parede, utilizando
argamassa colante ou outros produtos para fixação. Podem ser cerâmicos, de
23

pastilhas de porcelana, de pedras naturais, de madeira, de plástico, de alumínio ou de


mármore e granito (ZULIAN; DONÁ; VARGAS, 2002).
De acordo com Britez (2007) a pintura também pode ser considerada um
revestimento, pois além de proporcionar acabamento decorativo, garante a proteção
da superfície do revestimento.
O revestimento escolhido deve ser compatível com as funções que a parede
irá exercer (parede interna ou externa), devendo possuir uma superfície uniforme e
sem defeitos. Também devem possuir resistência mecânica suficiente contra
choques, abrasão e ações climáticas (FLORES-COLEN et al. ( sd.)
Segundo Yázigi (2009), o revestimento só poderá ser executado após a
conclusão da alvenaria (incluindo o tempo de pega da argamassa de assentamento).

6.2.1.5.2 Revestimentos de piso

De acordo com Salgado (2014), a base de assentamento dos pisos é dividida


em duas partes: contrapiso e camada de regularização (figura 04). O contrapiso é
executado utilizando concreto entre 200 a 250 kg/m³, numa espessura de 5 cm. Já a
camada de regularização é realizada com argamassa de traço 1: 4 (cimento e areia),
tendo normalmente 2 cm de espessura.

Figura 04 - Camadas do revestimento de piso

Fonte: Clique Arquitetura (2014).

A camada de regularização deve ser executada em qualquer situação,


independentemente do tipo de revestimento que virá em seguida. Sua execução
consiste na aplicação da argamassa sobre o contrapiso, garantindo uma plena
regularização da superfície.(BORGES, 2009).
24

De acordo com Zulian, Doná e Vargas (2002), os revestimentos podem ser


classificados de acordo com o seu material:

a) concreto: podem ser do tipo simples, armado ou em peças pré-moldadas;


b) cerâmica: podem ser do tipo vidrado e não vidrado;
c) madeira: soalho, taco e parquete;
d) pedra: natural ou artificial;
e) vínilicos: ladrilhos semiflexíveis.

6.2.1.5.3 Revestimentos de teto

De acordo com Zulian, Doná e Vargas (2002), o forro pode ser definido como
um sistema de revestimento superior, regulando o espaço e conforto do cômodo.
Desta forma, podem ser classificados em:

a) concreto aparente: não possui nenhum revestimento especial, podendo em


alguns casos possuir apenas pintura;
b) argamassado: constituído de camadas de argamassa, dispostas da mesma
forma que os revestimentos argamassados de parede;
c) madeira: executados como forro falso e fixados por meio de vigamentos,
tartarugamento e contraventamento;
d) gesso: encontrados como placas lisas, perfuradas ou de gesso acartonado,
suspensas por arames galvanizados fixados na laje através de pinos de aço;
e) pvc rígido: apresentados em peças com encaixe tipo macho e fêmea, e
tartarugamentos de madeira.

6.2.1.6 Cobertura

Conforme Salgado (2014), a cobertura é um elemento da construção que


possui a função de proteger a edificação contra as intempéries e ações da natureza.
É constituída pela estrutura, que comporta as vigas e peças (tesouras), garantindo a
sustentação dos demais elementos, e pelo telhamento que confere proteção à obra.
25

6.2.1.6.1 Estrutura do telhado

A estrutura do telhado tem como principal finalidade promover a sustentação


da cobertura, além da fixação das telhas e transmissão dos esforços para seus
elementos de sustentação (CARDOSO, 2000).
Segundo Salgado (2014), a estrutura de cobertura é composta pelos seguintes
itens:

a) tesouras: consiste em um elemento autoportante, constituído de peças que


formam uma estrutura treliçada, com a função de suportar toda a carga do telhado;
b) cumeeira: é a linha mais alta do telhado;
c) linha: elemento de alinhamento da tesoura, possui a finalidade de receber os
esforços da tesoura e transferi-los à estrutura principal da edificação;
d) perna: dá suporte ás terças e inclinação à estrutura, dependendo do tipo de
telha empregado;
e) pendural: promove a distribuição vertical das cargas do telhado;
f) escora: promove a distribuição obliqua das cargas do telhado;
g) terça: elemento localizado entre o frechal e a cumeira, possui a função de
travar as tesouras e suportar a estrutura dos caibros;
h) água: parte inclinada que define o caimento do telhado;
i) rincão: ponto de encontro entre águas;
j) empeno: elemento da alvenaria que acompanha o caimento do telhado
k) beiral: elemento com projeção além da linha da alvenaria externa;
l) tirante: elemento diagonal, com finalidade de travamento e absorção dos
esforços de tração;
m) frechal: é a primeira terça da tesoura;
n) caibro: é pregado sobre as terças, travando a cumeeira, a terça e o frechal,
servindo de sustentação às ripas,
o) ripas: são pregadas sobre os caibros, servindo de sustentação às telhas.

Na figura 05 pode-se observar a composição da estrutura de um telhado:


26

Figura 05 - Componentes da estrutura do telhado

Fonte: Telhas Tégula (sd).

As estruturas de cobertura do tipo metálicas são empregadas em obras de


médio e alto porte, enquanto as de madeira são comumente utilizadas nos demais
casos (SALGADO, 2014).
Faz parte ainda da estrutura do telhado, o sistema de captação de águas
pluviais, constituído por rufos, calhas, condutores verticais e acessórios (CARDOSO,
2000).

6.2.1.6.2 Cobertura do telhado

De acordo com Cardoso (2000), os telhados podem apresentar diversos tipos de


telhas, sendo elas: cerâmicas, onduladas de fibrocimento, de concreto, onduladas de
poliéster, de aço e de asfalto coberta por grânulos (tipo shingle).
As telhas cerâmicas são as mais utilizadas nas construções convencionais, sendo
estas colocadas sobre ripas e encaixadas umas sobre as outras, alinhadas, impedindo
a passagem da água da chuva (MILITO, 2003).

6.2.1.7 Instalações elétricas

De acordo com a NBR 5410 da Associação Brasileira de Normas Técnicas


(2004), componente de uma instalação elétrica é o termo que caracteriza os itens da
instalação, sendo estes materiais, acessórios, dispositivos, instrumentos,
equipamentos, máquinas ou partes de instalação.
Conforme Yázigi (2009), o dimensionamento das instalações elétricas deve ser
realizado de acordo com as necessidades da edificação, atendendo aos pontos de
energia previstos em projeto. Assim, a entrada da energia é realizada por meio do
27

quadro de disjuntores, que possuem a finalidade de proteger os circuitos contra


sobrecargas e curto-circuitos. Após serem separados pelos disjuntores, os cabos de
alimentação seguem por condutores de PVC até as tomadas e pontos elétricos e de
iluminação.
Os eletrodutos são tubulações que comportam os condutores elétricos,
devendo ser constituídos de material apropriado, que não ofereça riscos à integridade
dos condutores e resista às ações dos agentes químicos externos (cimento, cal, óleo),
além de suportar as condições normais ao seu uso. As seções dos eletrodutos variam
em função de sua utilização, devendo ser de 1,5 mm² para iluminação e tomadas de
quartos e salas; 2,5 mm² para tomadas de cozinha, área de serviço, garagem,
aquecedores e ar condicionado; de 4 mm² para torneiras elétricas e aquecedores de
passagem; e de 6 mm² para fogões elétricos e chuveiros (YÁZIGI, 2009).

6.2.1.8 Instalações hidráulico- sanitárias

Conforme Carvalho Júnior (2014), as instalações hidráulico-sanitárias possuem a


função de distribuir a água, em quantidade e pressão suficientes, à todas as peças do
sistema, promovendo a coleta e separação adequados das águas pluviais e águas
servidas, impedindo que as águas poluídas e os gases provenientes do esgoto
retornem às canalizações de distribuição, garantindo conforto e segurança aos
usuários. As instalações hidráulico-sanitárias dividem-se em instalações de água
quente e fria, instalações de esgoto e de águas pluviais.

6.2.1.8.1 Instalações de água fria

As instalações de água fria são formadas por um conjunto de tubulações,


equipamentos, reservatórios e dispositivos, que possuem a finalidade de abastecer a
edificação, em quantidade de água suficiente e qualidade adequada ao consumo
(CARVALHO JÚNIOR, 2014).
Segundo Souza e Damasceno (2009), os componentes de um sistema de
instalação de água fria são:

a) reservatório de água;
b) barrilete: canalização horizontal que deriva do reservatório, possui a
finalidade de alimentar as colunas de distribuição;
28

c) coluna de distribuição: canalização vertical que deriva do barrilete, possui a


função de alimentar os ramais;
d) ramal predial: canalização que transporta a água da rede pública até a
edificação;
e) ramal: canalização que derivada da coluna de distribuição, possui a função
de alimentar os sub-ramais;
f) sub-ramal: canalização responsável por ligar o ramal até a peça de utilização.

De acordo com a NBR 5626 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (1998),


os materiais empregados no sistema de água fria devem garantir a potabilidade de
água e assegurar o desempenho adequado dos componentes da instalação. As
canalizações e demais componentes do sistema de instalação de água fria podem ser
de materiais como pvc, poliéster reforçado com polipropileno, cobre, ferro fundido
galvanizado e liga de cobre.

6.2.1.8.2 Instalações de esgoto sanitário

As instalações de esgoto sanitário possuem o objetivo de coletar, transportar e


isolar da edificação os despejos provenientes da utilização dos aparelhos sanitários,
destinando-os à um local adequado. (CARVALHO JÚNIOR, 2014).
De acordo com Carvalho Júnior (2014), os sistemas de esgoto sanitário podem ser
divididos em individual e coletivo. No sistema individual, cada edificação possui seu
próprio sistema de coleta, escoamento e tratamento (fossa séptica e sumidouro). No
sistema coletivo, o esgoto é transportado até redes coletoras localizadas nas ruas da
cidade, e posteriormente encaminhado até local adequado para receber tratamento.
Os tubos de PVC são os mais utilizados nas instalações sanitárias devido á seu
baixo custo, fácil instalação, alta durabilidade, resultando em um sistema de baixa
manutenção (YÁZIGI, 2009).

6.2.1.9 Vantagens e desvantagens do sistema convencional

O sistema construtivo convencional possui vantagens como o bom isolamento


acústico e térmico, boa resistência mecânica ao fogo, boa estanqueidade à agua,
facilidade de produção, o baixo custo de seus componentes, sua versatilidade e
flexibilidade, e a facilidade de aceitação dos usuários. Dentre suas desvantagens
29

destaca-se a baixa produtividade, elevada massa da estrutura, limpeza e higienização


deficientes, quebras e reparos na passagem de canalizações (Vasques, 2014).
Conforme Bastos (2006), dentre as vantagens da utilização do concreto armado
destacam-se uma maior economia por conta do baixo custo dos materiais, sua
durabilidade elevada, adaptabilidade que permite vários formatos arquitetônicos,
rapidez na execução, impermeabilidade, segurança contrafogo e resistência a
choques. Entretanto, o concreto apresenta também algumas desvantagens como o
peso próprio elevado, fissuração, transmissão de calor e som (baixo isolamento
acústico e térmico) e dificuldade na adaptação e reforma.
As paredes de alvenaria convencional (blocos cerâmicos), apresentam vantagens
como bom isolamento acústico e térmico, boa estanqueidade, alta resistência ao fogo,
durabilidade superior há cem anos, disponibilidade de matéria prima, flexibilidade
quanto à forma e dimensão (UNAMA, 2009)
No entanto, Unama (2009), destaca que o emprego das paredes de alvenaria
convencional resulta em algumas desvantagens como a falta de qualidade dos
materiais empregados, a necessidade de reparos nos rasgos provenientes da
passagem de tubulações e a execução revestimentos adicionais para a obtenção de
um acabamento liso.

6.2.2 Sistema de construção Light Steel Frame para fins residenciais

Santiago, Freitas e Crasto (2012, p.12), define Light Steel Frame como:

[...] sistema construtivo de concepção racional, que tem como principal


característica uma estrutura constituída por perfis formados a frio de aço
galvanizado que são utilizados para a composição de painéis estruturais e não-
estruturais, vigas secundárias, vigas de piso, tesouras de telha e demais
componentes.

De acordo com Maso (2017), o Light Steel Frame é um sistema de construção


à seco, ou seja, utiliza de água apenas na etapa da fundação, sendo que os demais
elementos estruturais são pré-fabricados nas indústrias.
Segundo Campos (2014), O processo de montagem deste sistema é mais ágil,
pois utiliza de fundações simples e infraestrutura pré-moldada, podendo a montagem
dos painéis estruturais ser realizada na obra ou estes adquiridos já prontos.
30

6.2.2.1 Fundações

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), por se tratar de uma estrutura leve,
a construção em Light Steel Frame não necessita de fundações tão complexas quanto
às utilizadas na construção artesanal.
Entretanto, a fundação escolhida precisa suportar os esforços em toda a sua
extensão, já que a estrutura distribui a cargas de maneira uniforme. A escolha do tipo
de fundação também depende do tipo de solo, profundidade de solo firme, nível do
lençol freático, e das características da topografia do local em que o elemento será
inserido, sendo os exemplos mais comuns o radier e a sapata corrida ou viga baldrame
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

6.2.2.1.1 Radier

O radier é caracterizado por uma execução fácil e rápida, proveniente de um


processo construtivo que exige menores movimentações de terra, resultando em um
menor custo de mão de obra e estruturas de armação. Entretanto, como sua
concretagem é realizada anteriormente à execução dos painéis metálicos, faz-se
necessária a previsão dos pontos de instalações elétricas e hidráulicas em seu
projeto, evitando retrabalhos e incompatibilidade (BARROS, 2017).
Conforme Barros (2017), no sistema Light Steel Frame, o radier não necessita
de um piso, reduzindo os custos da obra. Entretanto, como os painéis encontram-se
em contato com a fundação (figura 06), é necessário que a laje possua algum tipo de
isolamento, evitando a infiltração e água.

Figura 06: Detalhe de ancoragem de painel à laje radier

Fonte: Adaptado de Consul Steel (2002) apud Barros (2017).


31

6.2.2.1.2 Sapata corrida

A sapata corrida é indicada para edificações que possuem paredes portantes,


onde as cargas distribuem-se de maneira continua ao longo destas paredes. É
formada por vigas de concreto armado, alvenaria ou blocos de concreto, dispostas
sob os painéis estruturais. O contrapiso do pavimento térreo poderá ser de concreto
ou de perfis galvanizados apoiados sobre o elemento de fundação (SANTIAGO;
FREITAS; CRASTO, 2012).
De acordo com Barros (2017), a sapata corrida absorve as cargas provenientes
das paredes, distribuindo-as ao solo. Este tipo de fundação possui um custo de
implantação maior, entretanto confere à edificação um maior conforto térmico,
permitindo a circulação de ar e evitando o contato direto com o solo (figura 07).

Figura 07 - Detalhe executivo de painel em sapata corrida

Fonte: Adaptado de Consul Steel (2002) apud Barros (2017).

6.2.2.1.3 Fixação dos painéis na fundação

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), a ancoragem da superestrutura à


fundação deve ser realizada com a finalidade de impedir a movimentação da
edificação pelos efeitos do vento, sendo estes movimentos de translação ou
tombamento com rotação. A translação é definida como o deslocamento lateral do
edifício devido à ação do vento, e o tombamento por rotação é causado pela alteridade
na direção dos ventos que acometem a construção (SCHARFF, 1996).
32

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), através de cálculo estrutural


são definidas as dimensões, espaçamento e tipo de ancoragem, sendo este último
classificado em:

a) ancoragem química com barra roscada: inserida após a concretagem da


fundação, é caracterizada por uma barra roscada fixada ao concreto através
de perfuração e preenchida com resina química. Essa fixação é realizada
conectando uma peça de aço à barra roscada, e a guia é aparafusada ao
montante, conforme pode ser observado na figura 08.

Figura 08 - Esquema de ancoragem química com barra rosqueada

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

b) ancoragem expansível com parabolts: uma peça roscada revestida com uma
camisa metálica que se expande e é instalada na fundação de concreto, fixando
a guia inferior dos painéis (VIVAN, 2011).
c) ancoragem provisória: os painéis são fixados na fundação por meio de pinos
adicionados à pólvora, sendo este método empregado para garantir o
nivelamento dos painéis enquanto esses são montados e conectados aos
outros, até a execução da ancoragem definitiva. Este tipo de ancoragem pode
ser verificado na figura 09.
33

Figura 09 - Ancoragem provisória

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

6.2.2.2 Painéis

Segundo Kaminski Junior (2006), a estrutura do Light Steel Frame é constituída


de paredes, pisos e cobertura. Os painéis estruturais, vigas e tesouras são compostos
de perfis de aço galvanizado formados à frio.
De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), os painéis podem ser
estruturais ou não estruturais. Os estruturais ou autoportantes, são aqueles que
suportam as cargas da edificação, podendo ser internos ou externos. Os não
estruturais são empregados apenas como divisórias internas ou fechamento externo.

6.2.2.2.1 Painéis estruturais

Os painéis estruturais possuem a função de suportar as cargas provenientes


do peso próprio da estrutura, como telhados, pisos e painéis, além das cargas
horizontais de vento ou abalos sísmicos e sobrecargas (pessoas, máquinas, móveis),
transmitindo-as à fundação (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).
Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), os painéis estruturais são
constituídos de elementos verticais, denominados montantes, com seção transversal
do tipo Ue. Possuem também as guias, que são elementos horizontais de seção
transversal tipo U.
Os montantes possuem a função de transferir as cargas verticais, sendo que
as suas seções precisam coincidir de um nível a outro para garantir o nivelamento da
34

estrutura (figura 10). Estes montantes devem estar espaçados entre 400 e 600 mm,
tendo em vista que quanto maior for o espaçamento adotado, menor será a quantidade
dos mesmos, e em consequência maior será a carga que cada um terá de absorver
(SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Figura 10 - Detalhe do posicionamento dos montantes

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

As guias possuem a função de unir os montantes através de suas extremidades


superiores e inferiores, compondo um quadro estrutural. O comprimento das guias
determinará a largura dos painéis, e o comprimento dos montantes definirá sua altura,
conforme representando na figura 11 (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).
35

Figura 11 - Detalhe posicionamento das guias

Fonte: Santiago. Freitas e Crasto (2012).

Para a abertura de vãos, os painéis estruturais devem utilizar de vergas, a fim


de garantir a distribuição dos esforços aos montantes que não serão interrompidos
(ombreiras). A verga é constituída de dois perfis Ue unidos através de uma peça
aparafusada em cada extremidade e por uma guia presa às mesas inferiores destes
dois perfis (figura 12). Esta guia também é fixa às ombreiras, impedindo a rotação da
verga (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Figura 12 - Distribuição dos esforços através das vergas

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).


36

6.2.2.2.2 Painéis não estruturais

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), os painéis não estruturais


caracterizam-se por sua atuação como fechamento externo ou divisores de ambientes
internos, não possuindo função estrutural. Nos casos de divisórias internas, as mais
utilizadas são as de drywall devido à sua menor espessura e tamanho, além de um
peso próprio reduzido. Já os utilizados para fechamento externo devem ser compostos
das mesmas guias e montantes empregados nos painéis estruturais, a fim de garantir
uma maior resistência e durabilidade da estrutura.
Como os painéis não estruturais não possuem cargas verticais e horizontais,
não é necessário o emprego de vergas e ombreiras nos locais de aberturas, sendo
suficiente somente a fixação de um montante para estabilizar o marco da abertura.
Para o acabamento superior e inferior dos vãos, utiliza-se as guias de abertura, de
uma maneira semelhante aos painéis estruturais (figura 13)
(SANTIAGO;FREITAS;CRASTO, 2012).

Figura 13 - Detalhamento dos painéis não estruturais

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

6.2.2.3 Lajes

Para a estrutura das lajes, também são empregados os perfis de aço


galvanizado, denominados de vigas de piso, utilizando-se perfis de seção Ue, sendo
seu espaçamento determinado de acordo com a distância entre os apoios da estrutura
e modulação. Sua montagem é realizada da mesma maneira que nos painéis, onde
37

os montantes são alocados no sentido horizontal, e espaçados através dos cálculos


estruturais, servindo também de apoio para o piso do nível superior (SANTIAGO;
FREITAS; CRASTO, 2012).
Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), as vigas de piso possuem a função
de transmitir os esforços provenientes de seu peso próprio e cargas adicionais, para
os painéis, atuando também como estrutura de apoio do contrapiso. Além das vigas
de pisos, existem outros elementos que compõem a laje do sistema Light Steel Frame
(figura 14), sendo eles:

a) sanfena ou guia: perfil U fixador das extremidades das vigas, conferindo


formato à estrutura;
b) enrijecedor de alma: composto de perfil Ue, é fixado na alma da viga no
apoio, promovendo maior resistência ao esmagamento da mesma;
c) viga caixa de borda: constituída pela união dos perfis U e Ue, com a
finalidade de servir de poio a um painel;
d) viga composta: união de perfis U e Ue, que promove o aumento da
resistência da viga, podendo ser utilizada no perímetro de abertura de uma
laje.

Figura 14 - Componentes da estrutura de piso

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).


38

As lajes podem ser classificadas em úmida ou seca, de acordo com a natureza


do contrapiso (AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL,
2015).
Conforme Santiago Freitas e Crasto (2012), A laje úmida é constituída por uma
chapa de aço ondulada que serve como forma para o concreto que irá preencher este
elemento, sendo aparafusada às vigas de piso (figura 15). É composta também, por
um contrapiso com espessura variante entre 4 e 6 cm, que servirá como base para o
acabamento do piso. Para garantir o conforto acústico da laje, recomenda-se a
utilização de um sistema de isolamento entre a forma de aço e o concreto, como por
exemplo a lã de vidro que deve ser disposta sobe a chapa de aço.

Figura 15 - Componentes da laje úmida

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

A laje seca é caracterizada pelo emprego de placas rígidas de OSB ou placa


cimentícia, que são aparafusadas às vigas do piso. A placa OSB mais utilizada é de
espessura 18 mm, pois além de ser leve e fácil de instalar apresenta alta resistência
estrutural (PRUDÊNCIO, 2013). A composição da laje seca pode ser analisada na
figura 16:
39

Figura 16 - Componentes da Laje Seca

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

6.2.2.4 Fechamento vertical

Para Santiago, Freitas e Crasto (2012, p.78):

“O sistema de fechamento vertical é composto pelas paredes externas e


internas de uma edificação. [...] devem ser constituídos por elementos leves,
compatíveis com o conceito da estrutura dimensionada para suportar
vedações de baixo peso próprio. ”

De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012) os painéis não estruturais são
empregados nas vedações da edificação e como divisórias de ambientes. No caso de
divisórias e vedações internas, normalmente utiliza-se paredes em gesso acartonado,
também chamado de drywall. Para as vedações externas, o material mais indicado
são as placas de OSB, pois possuem maior resistência mecânica e à impactos, além
de sua boa estabilidade dimensional.

6.2.2.4.1 Painéis OSB

Abreviação do termo Oriented Strand Board, o painel OSB é constituído de


lascas de madeira, e para sua utilização como vedação no sistema Light Steel Frame,
este recebe tratamento impermeabilizante (figura 17), protegendo a madeira contra a
ação dos cupins. Desta forma, é comercializado no Brasil em três espessuras: 9 mm,
11,1 mm e 18,3mm (COELHO,2014).
Conforme Souza (2012) apud Structural Board Association, os painéis OSB são
normalmente compostos de três a cinco camadas, onde o arranjo longitudinal das tiras
de madeira determina a resistência e rigidez do painel na direção do alinhamento.
40

A orientação das fibras é uma das variáveis mais importantes, pois melhora as
propriedades de rigidez e flexão estática do material. Desta forma, para uma boa
orientação, deve-se manter uma relação de no mínimo três vezes entre o comprimento
e a largura das fibras (SOUZA, 2012).

Figura 17 - Composição do Painel OSB

Fonte: Campos (2014) apud Miranda e Zamboni (2016).

De acordo Roman et al. (2018), os painéis OSB são utilizados entre o


revestimento e o perfil estrutural, empregados como reforço nas paredes externas, e
nas paredes internas em regiões que se faz necessária o reforço das divisórias que
irão receber cargas maiores (armários de cozinha, bancada da pia, prateleiras).
A impermeabilização dos painéis é realizada aplicando uma membrana
impermeável que promove estanqueidade adequada e ventilação das paredes, pois
permite a saída da umidade e impede sua entrada na edificação. A instalação dos
painéis pode ser realizada no sentido vertical, horizontal ou inclinado, de acordo com
a configuração estética da edificação (SILVA, 2015).
Construção (2012) apud Silva (2015) afirma que “a fixação deverá ser feita com
pregos galvanizados ou zincados a fogo, com espessura de 2,0 mm para madeira
dura e 2,5 mm para madeiras moles, 50 mm de comprimento e o número de pregos
por montante irá variar de acordo com a largura da peça. ”
Ainda na fase do projeto, faz-se necessária a previsão de juntas de dilatação
de pelo menos 3 mm entre os painéis, pois estes sofrem variação dimensional devido
à temperatura. As juntas devem estar presentes em todo o perímetro das placas e nos
locais entre painéis e esquadrias (figura 18). Os painéis externos e internos não devem
encontrar-se em contato direto com o solo ou elemento de fundação, sendo
41

necessário o emprego de fita seladora, a fim de evitar o contato das placas com a
umidade proveniente do piso (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Figura 18 - Painéis OSB com juntas de dilatação

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

6.2.2.4.2 Siding vinílico

Revestimento constituído de placas paralelas de PVC (figura 19), madeira ou


material cimentício, comumente utilizado nas fachadas das edificações, é adquirido
em faixas de 25 cm de largura e 5 metros de comprimento, com texturas e cores
diferenciadas. Possui vantagens como versatilidade, ato desempenho e facilidade de
limpeza, adaptando-se facilmente aos fechamentos de OSB (SANTIAGO; FREITAS;
CRASTO; 2012).

Figura 19 - Siding Vinílico em Fachada

Fonte: Precisão Drywall (2014) apud Hoffman (2015).


42

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), o Siding vinilico pode ser


considerado impermeável, pois seu material e processo de montagem permitem o
intertravamento das barras resultando em um sistema totalmente estanque. Porém,
apresenta como desvantagem baixa resistência à impacto, apesar de atender à norma
de desempenho.

6.2.2.4.3 Placa cimentícia

As placas cimentícias são compostas de cimento e fibras (figura 20), garantindo


a durabilidade da estrutura, além de proteger e dar acabamento. Sua fixação pode ser
realizada sobre a camada OSB, ou diretamente sobre a estrutura, sendo revestidas
por membrana a vapor. Quando fixadas sobre o OSB devem possuir espessura
mínima de 8 mm, e quando fixadas diretamente sobre a estrutura a espessura das
placas deverá ser de no mínimo 10 mm (COELHO, 2014).

Figura 20 - Placa cimentícia em fachada

Fonte: Techné (2010).

Segundo Mattos (2017), sua utilização se dá principalmente na forma de


fechamento nas partes interna e externa da edificação e nas áreas molhadas, devido
à sua alta resistência à umidade e ao impacto. Além disso, possui vantagens como a
praticidade na execução, são incombustíveis e relativamente leves, chegando a pesar
em média 18kg/m².
Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), as placas cimentícias possuem
espessuras variantes de acordo com o modo de utilização das mesmas, como pode
ser observado na figura 21:
43

Figura 21 - Tabela de relação entre espessura e utilização da placa cimentícia

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

6.2.2.4.4 Gesso acartonado

Este tipo de vedação é comumente utilizado na separação de ambientes


internos, caracterizada por uma estrutura leve, geralmente monolítica, constituída de
perfis metálicos e chapas de gesso (SABBATINI, 1998).
Segundo Santiago, Freitas e Crasto (2012), os painéis de gesso acartonado
são constituídos de mistura do gesso com água e aditivos, sendo revestidos dos dois
lados por lâminas de papel cartão, conferindo maior resistência às peças. São
relativamente leves, e seu processo de montagem assemelha-se ao adotado nos
painéis OSB.
Os componentes de uma vedação em gesso incluem as placas de gesso
responsáveis por promover o fechamento da estrutura; perfis metálicos utilizados na
estruturação das divisórias; parafusos que garantem a fixação dos perfis e placas na
estrutura; materiais como fita e massa utilizados no tratamento de juntas; sistemas de
isolamento térmico e acústico como lã de vidro e lã de rocha (SANTIAGO; FREITAS;
CRASTO, 2012). Essa composição pode ser observada na figura 22:
44

Figura 22 - Componentes de uma vedação em gesso

Fonte: Viva Decor (2018).

Em relação ao isolamento termo acústico faz-se necessário o emprego de


camadas de isolantes específicas, pois somente a utilização dos painéis não garante
um bom isolamento (MATTOS, 2017).
Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), existem três diferentes tipos de
placas de gesso disponíveis no mercado, sendo elas:

a) placa Standard (ST): é a placa mais comum, utilizada em áreas secas;


b) placa resistente à umidade (RU): também chamada de placa verde, é
empregada em áreas úmidas;
c) placa resistente ao fogo (RF): também chamada de placa rosa, é utilizada
em área secas onde há exigência de materiais especiais que resistam ao
fogo.

6.2.2.5 Esquadrias

De acordo com Campos (2014), no sistema LSF é possível instalar qualquer


modelo de esquadria, desde que previsto o tipo de fixação que será utilizada pois este
influenciará no projeto estrutural.
A instalação das esquadrias pode ser executada da mesma maneira que no
sistema convencional, com espuma de poliuretano ou parafusos, sendo neste último
utilizado no mínimo 3 unidades para cada lateral e 2 unidades paras a travessas
horizontais (LP BRASIL, sd).
45

Para Campos (2014), a espuma de poliuretano é um dos materiais mais


utilizados na fixação de esquadrias em obras Light Steel Frame, devido à sua
praticidade e facilidade de aplicação. Para seu correto desempenho, deve-se aplicar
em média 20 mm de espuma em todo o perímetro da esquadria.
Ao utilizar parafusos na fixação, não se faz necessário o aumento dos vãos
livres das esquadrias no cálculo estrutural. Entretanto, recomenda-se a instalações de
pedaços de madeira em pelo menos três pontos atrás do perfil que suportará a
esquadria, a fim de absorver os esforços de abertura e fechamento pelos usuários, e
garantindo uma melhor fixação dos parafusos (CAMPOS, 2014).

6.2.2.6 Isolamento térmico e acústico

De acordo com Barros (2017), o isolamento acústico é parte fundamental em


uma edificação, pois através deste é possível interceptar o som que passa de um
ambiente ao outro, gerando um maior conforto de acordo com as atividades que serão
desenvolvidas em cada local. Assim, no sistema LSF, são utilizados materiais como a
lã de rocha e a lã de vidro que podem ser instalados nas paredes, coberturas e
entrepisos, garantindo um maior desempenho acústico.
Para Santiago, Freitas e Crasto (2012), a lã de vidro é um dos materiais mais
empregados no isolamento acústico devido à sua característica fibrosa que faz com
que a energia sonora passe pelo seu material absorvente e transforme-se em energia
térmica que sofre dissipação por convecção, reduzindo assim a intensidade do som.
Na figura 23, podem ser observados alguns tipos de lã de vidro combinadas com
placas de gesso acartonado, indicando diferentes índices de redução de ruídos:

Figura 23 - Tabela de índice de redução acústica da lã de vidro

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

Afirma Santiago, Freitas e Crasto (2012), que o isolamento térmico tem como
finalidade impedir a perda de calor da edificação em dias frios e seu ganho nos dias
quentes, reduzindo o gasto com equipamentos elétricos e gerando um maior conforto
46

dos usuários. Assim, além da utilização de materiais como a lã de vidro, a execução


correta do tratamento de juntas é fundamental para garantir um melhor desempenho
térmico da edificação, pois impedem a infiltração de ventos e água.
Para o isolamento térmico também podem ser empregadas mantas que
promovem o conforto térmico do ambiente, impedindo a passagem de calor entre os
cômodos. Outra alternativa são as placas de poliestireno expandido (EPS) que evitam
a troca de calor entre ambientes internos e externos (CAMPOS, 2014).

6.2.2.7 Cobertura

Conforme Techné (2009) as coberturas empregadas no sistema Light Steel


Frame possuem as mesmas características das estruturas convencionais. Devido a
vantagens como leveza e versatilidade, podem ser utilizadas em edificação
tradicionais. Outra característica importante é a capacidade de vencer grandes vãos,
tornando-se a opção ideal para obras como barracões e construções semelhantes.
A escolha do tipo de cobertura a ser empregada dependerá de fatores
econômicos e estéticos, bem como do tamanho dos vãos e os carregamentos. Assim,
os dois principais tipos de coberturas empregadas no sistema Light Steel Frame são
a plana e a inclinada (SANTIAGO, FREITAS E CRASTO, 2012).

6.2.2.7.1 Cobertura plana

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), embora pouco utilizadas, as


coberturas planas são constituídas de laje úmida, onde varia-se a espessura do
contrapiso de concreto de forma a obter uma melhor inclinação para o caimento da
água da chuva (figura 24). No caso de vãos maiores que não possuem apoios
intermediários, utiliza-se treliças planas constituídas de perfis Ue.
47

Figura 24 - Cobertura Plana

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

6.2.2.7.2 Cobertura inclinada

Para Santiago, Freitas e Crasto (2012), a estrutura de uma cobertura inclinada


de Light Steel Frame é semelhante ao telhado convencional, entretanto os perfis de
aço galvanizado substituem a armação de madeira, estando a alma dos perfis que
constituem as tesouras e caibros alinhada à alma dos montantes dos painéis (figura
25).

Figura 25 - Cobertura Inclinada

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

A estrutura de cobertura de uma construção LSF, é executada utilizando perfis


de aço galvanizado, contendo treliças, tesouras, caibros e terças. Para o telhamento,
48

podem ser empregadas telhas cerâmicas, metálicas ou asfálticas (shingle) (CAMPOS,


2014).
Os perfis utilizados na estrutura de cobertura são os mesmos das paredes, do
tipo U e Ue, com alma de 90mm, 140mm ou 200mm de altura. O posicionamento
destes perfis ocorre de forma a garantir o mínimo de excentricidade (TECHNÉ, 2009).
De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012), as treliças empregadas no
sistema de cobertura podem ser adquiridas pré-fabricadas ou montadas no canteiro
de obras, sendo compostas por elementos estruturais formados por perfis do tipo Ue,
unidos de maneira a compor uma estrutura estável.
Ainda segundo os autores, essa estabilidade só é garantida pelo
contraventamento lateral e vertical da estrutura, onde o primeiro é realizado por meio
de perfis U e Ue, presos à tesoura no sentido perpendicular, reduzindo o comprimento
de flambagem. Já o contraventamento vertical é garantido através do cruzamento de
perfis Ue, disposto sobre a tesoura no sentido perpendicular, impedindo o
deslocamento da mesma.

6.2.2.7.3 Tipos de telhamento

De acordo com Moura (2015), o sistema de cobertura do Light Steel Frame


permite o emprego e fixação de telhas cerâmicas, coloniais, americanas, de
fibrocimento e metálicas. Assim, para a escolha da melhor opção a ser utilizada, leva-
se em conta fatores econômicos, de logística, resistência, durabilidade, estéticos e de
praticidade de montagem.
Ao empregar telhas metálicas, melhora-se a rigidez da estrutura pois estas
atuam como diafragmas, além de permitirem um maior espaçamento entre os caibros,
pois vencem maiores vãos. No caso das telhas cerâmicas ou do tipo shingle, faz-se
necessária a utilização de apoio contínuo de madeira ou OSB, e manta
impermeabilizante (figura 26) (CRUZ, 2012).
49

Figura 26 - Componentes de um telhado shingle

Fonte: Blog do Light Steel Frame (2018).

6.2.2.8 Instalações elétricas e hidráulico-sanitárias

De acordo com Campos (2014), os materiais utilizados nas instalações


elétricas, hidráulicas e sanitárias são os mesmos da construção convencional, como
tubos de PVC, cobre, polietileno (PE), polipropileno (PP). As instalações são previstas
em projeto e devem ser executadas na parte interna da edificação anteriormente ao
seu fechamento. As tubulações são passadas através de furos nos montantes (figura
27), promovendo maior agilidade e segurança.

Figura 27 - Instalação elétrica no Light Steel Frame

Fonte: Campos (2014).

Também existem no mercado materiais projetados exclusivamente para


construções do tipo LSF, como caixas elétricas que são fixadas diretamente no
drywall, e as tubulações de polietileno reticulado (PEX) que garantem uma maior
flexibilidade e dispensam peças de conexão, além de resistirem à altas temperaturas,
podendo ser utilizadas para água quente e fria (figura 28). Outro grande diferencial no
sistema são as paredes que funcionam como shafts, facilitando a manutenção e
reparo das tubulações quando necessário (LP BRASIL, sd).
50

Figura 28 - Sistema Pex em instalações hidráulicas

Fonte: Blog do Light Steel Frame (2018).

6.2.2.9 Aplicações do sistema

O Light Steel Frame dispõe de uma variedade de aplicações, dentre estas,


soluções construtivas que garantem qualidade e eficiência, seja em obras de alto
padrão, habitações populares, edificações de até cinco pavimentos, fachadas e
galpões. Devido a características como o baixo impacto ambiental, menor custo com
fundações, racionalização das etapas, e um menor tempo de duração, fazem com que
o conquiste ganhe cada vez mais espaço no setor da construção civil (CENTRO
BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO, 2016).
Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), dentre as aplicações do sistema
destacam-se a utilização em residência unifamiliares, edifícios residenciais, hotéis,
hospitais, clinicas e escolas. Além disso, é muito empregado também em unidades
modulares, onde existem módulos individuas prontos, comtemplando banheiros,
cozinhas e outros cômodos. Outra aplicação é na “retrofit” das edificações, como
revestimento de fachadas, na construção de coberturas e mezaninos e substituição
de telhados.

6.2.2.10 Métodos de execução Steel Frame

Conforme Pedroso et al. (2014), o sistema Light Steel Frame possui diferentes
métodos de construção, adaptados a cada situação, sendo eles: método “Stick”;
método por painéis; por construção modular e Balloon Framing/Plataform Framing.
51

6.2.2.10.1 Método “Stick”

Comumente utilizado em construções onde não é possível ou viável adquirir os


elementos já pré-fabricados, esse método é caracterizado pela montagem dos
painéis, lajes, contraventamentos e tesouras no canteiro de obra (imagem 29). Os
perfis de aço utilizados também são cortados no local, podendo ser adquiridos já
perfurados para a passagem das tubulações (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO,
2012).

Figura 29 - Montagem dos painéis por método Stick


Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), o método “Stick” apresenta


vantagens como a facilidade do transporte das peças até o canteiro de obras; a
facilidade na montagem dos elementos; e a não necessidade do emprego de um local
para o armazenamento das peças pré-fabricadas. Entretanto há a desvantagem do
processo lento que a montagem das peças gera, aumentando o tempo de duração da
execução e intensificando a utilização da mão de obra.

6.2.2.10.2 Método por painéis

De acordo com Pedroso et al. (2014), o método por painéis consiste na


utilização de algumas partes da estrutura pré-fabricadas fora da obra (figura 30),
transportadas e montadas no local, como painéis estruturais e não estruturais,
52

tesouras e lajes. Este método é empregado em construções nas quais se deseja


diminuir o tempo de execução, em razão de sua rápida montagem.

Figura 30 – Painéis pré-fabricados

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

Neste método, os painéis pré-fabricados são montados em obra utilizando


parafusos auto-brocantes ou auto-atarrachantes, apresentando vantagens como a
alta velocidade de montagem, o alto controle de qualidade no processo de produção,
a diminuição do trabalho em obra, e uma grande precisão nas dimensões dos
elementos por serem fabricados nas indústrias (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO,
2012).

6.2.2.10.3 Construção modular

De acordo com Pedroso et al. (2014), a construção modular consiste em uma


edificação inteiramente pré-fabricada, incluindo acabamentos, revestimentos internos,
instalações elétricas e hidráulicas, bancadas e mobiliários fixos, que é entregue
pronta, sem a necessidade de executar qualquer etapa em obra.
As unidades adquiridas por construção modular podem ser dispostas lado a
lado, ou sobrepostas formando a edificação final. Um exemplo muito utilizado de
construção modular são os banheiros empregados em obras comerciais e residenciais
de grande porte, sendo estes provisórios (figura 31) (SANTIAGO; FREITAS;
CRASTO, 2012).
53

Figura 31 - Módulo de banheiro

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

6.2.2.10.4 Método Balloon/Platform Framming

Conforme Santiago, Freitas e Crasto (2012), este método é empregado em


construções do tipo “Stick”, onde o Balloon Framing consiste na utilização de uma
estrutura de piso presa nas laterais dos montantes e painéis que ultrapassam mais de
um pavimento (figura 32).

Figura 32 - Método Balloon Framing

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

Já o Platform Framing caracteriza-se pela execução sequencial de pisos e


paredes, um pavimento por vez, onde os painéis não são contínuos, fazendo com que
54

as cargas sejam transferidas diretamente aos montantes (figura 33) (PEDROSO et al.,
2014).

Figura 33 - Método Platform Framing

Fonte: Santiago, Freitas e Crasto (2012).

6.2.2.11 Vantagens e desvantagens do sistema Light Steel Frame

Conforme Pedroso et al. (2014), o sistema Light Steel Frame possui inúmeras
vantagens, que favorecem a obra e o consumidor. Dentre elas, destacam-se a
racionalização dos serviços devido ao aproveitamento do tempo em obra que muitas
vezes não depende do clima; o custo inferior quando comparado aos demais sistemas
levando em conta seu mínimo desperdício e um menor tempo de execução e menor
retrabalho; a utilização de uma estrutura leve à base de perfis de aço que garantem
segurança contra o fogo e resistência à corrosão e aos ataques biológicos, além de
proporcionar um alivio de tensões nas fundações e consequentemente um menor
gasto com as mesmas.
Outra vantagem que caracteriza o sistema é o tempo de execução das obras,
haja visto que pode chegar até 1/3 do tempo de duração dos métodos tradicionais,
utilizando como parâmetro uma edificação de 100m² que pode ser concluída em até
30 dias. Em consequência, a redução do período de execução gera um retorno mais
rápido do investimento, além de reduzir a permanência dos funcionários em obra,
minimizando os riscos de acidente de trabalho (PEDROSO et al, 2014).
55

De acordo com Centro Brasileiro da Construção em Aço (2016), a tecnologia


proporciona à edificação um ótimo isolamento térmico e acústico, pois utiliza lã de
vidro e de rocha como substrato nas paredes e forros. Além disso, o sistema permite
maior facilidade na passagem de canalizações e eletrodutos evitando quebras e
retrabalho nas paredes.
Dentre as desvantagens, destacam-se a necessidade do emprego de mão de
obra altamente qualificada que muitas vezes tem de ser deslocada de outras regiões;
possui um custo inicial elevado quando comparado aos outros sistemas; a baixa
aceitação por parte dos consumidores que não conhecem o método; e a utilização de
materiais que não possuem grande demanda, levando o comprador a importar de
outras regiões gerando um custo elevado com transporte (CENTRO BRASILEIRO DA
CONSTRUÇÃO EM AÇO , 2016).
56

7 METODOLOGIA E MATERIAIS

O presente estudo é um comparativo de custos e benefícios entre os sistemas


construtivos de alvenaria convencional e Light Steel Frame, utilizando como objeto o
projeto de uma residência na cidade de Iporã do Oeste no estado de Santa Catarina,
que está em processo de execução pelo método Light Steel Frame.
A residência compreende uma área total de 215.21 m², situada em um terreno
que possui dimensões e afastamentos de acordo com a lei municipal vigente.
A planta é composta por dois pavimentos, térreo e superior, além dos
pavimentos de cisterna e reservatório.
O pavimento térreo compreende os seguintes ambientes: uma suíte de 9,30
m²; um closet de 6.20 m²; um banheiro da suíte medindo 4.65 m²; uma lavanderia de
9.14 m²; sala de jantar, estar, cozinha e circulação conjugadas totalizando uma área
de 52.98 m²; uma garagem de 39,00 m²; um hall de entrada de 6.12 m² e uma varanda
de 6.30 m².
O pavimento superior compreende os seguintes ambientes: um banheiro de
4.55 m²; um dormitório de 14,52 m²; um dormitório de 14.07 m² e uma
circulação/escada de 13.64 m².
Os pavimentos de cisterna e reservatório possuem área de 8.57 m² cada.

7.1 MÉTODO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA CONVENCIONAL

Para este sistema foi adotada a fundação do tipo sapata isolada, em função
dos esforços atuantes sobre a estrutura, sendo este projeto inteiramente lançado e
dimensionado no programa Eberick, a fim de se obter uma maior otimização do
mesmo.
Para a estrutura da edificação foram empregados elementos como pilares,
vigas, lajes e escadas em concreto armado, também lançados e dimensionados no
programa Eberick, prevendo a locação dos elementos em pontos estratégicos, a fim
de se obter uma melhor otimização do projeto. Desta forma, o concreto empregado
possui Fck 30 MPA, e armaduras de CA-50 e CA-60 em variadas dimensões.
Nas paredes, foram considerados blocos cerâmicos furados na horizontal, com
dimensões de 9x14x19, unidos com argamassa de assentamento preparada em
betoneira.
57

Na etapa dos revestimentos, foram consideradas camadas de chapisco com


traço 1:3, emboço com traço de 1:2:8, e reboco de traço 1:2:8, devendo estas serem
executadas respectivamente. Nas áreas molhadas como banheiros, lavanderias e
parede da pia da cozinha, foi empregado revestimento cerâmico tipo esmaltado de
dimensões 33 x 45 cm, aplicado até a altura do teto. Nas áreas secas foi considerada
pintura como finalização do revestimento.
Foi empregado piso em concreto armado com malha, de Fck 20 MPA, com
espessura de 7 cm. O contrapiso compreende traço de 1:3 e espessura de 2 cm. Para
a camada de revestimento do piso e rodapé foram consideradas peças cerâmicas do
tipo porcelanato de dimensões 60x60 cm.
Na cobertura foram consideradas tesouras em madeira, de variadas dimensões
e telhamento por telha ondulada de fibrocimento.
As instalações hidro sanitárias e elétricas foram lançadas e dimensionadas no
programa QiBuilder, sendo consideradas as mesmas características e materiais para
ambos os métodos, tendo em vista que as variações entre um e outro são
desprezíveis. Os materiais utilizados incluem eletrodutos, tubulações e outros
acessórios constituídos de PVC.
As esquadrias utilizadas são as mesmas para ambos os sistemas pois nesta
etapa não existe distinção de materiais. Foram consideradas janelas de alumínio com
vidro temperado, porta de vidro temperado em um dos ambientes e nos demais portas
de madeira.
Os serviços de impermeabilização considerados compreendem a aplicação de
emulsão asfáltica nas vigas baldrame e paredes das áreas molhadas e a aplicação de
manta asfáltica sobre as lajes.
Os serviços de locação, movimentação de terra e limpeza da obra são os
mesmos para ambos os sistemas, estando a única diferença no volume de escavação,
volume de reaterro e quantidade transportada de solo.

7.2 MÉTODO CONSTRUTIVO EM LIGHT STEEL FRAME

Neste sistema foi considerada fundação do tipo radier devido às características


construtivas da edificação, que compreendem uma estrutura de aço, ou seja, mais
leve, e também por ser a fundação executada na obra em questão. O radier foi lançado
e dimensionado no programa Eberick, sendo composto de concreto Fck 30 Mpa, e de
armaduras de aço CA-50 6.3 mm e 8.0 mm.
58

A estrutura é toda em aço galvanizado, sendo esta dimensionada e orçada em


três diferentes empresas de construção à seco, com valores totais aproximados,
sendo empregada a que possui maior detalhamento dos itens utilizados e
consequentemente a contratada para realizar a execução da estrutura da obra em
questão. As paredes consideradas neste sistema são estruturais e desta forma estão
compreendidas no item de superestrutura do orçamento.
A escada considerada neste sistema é composta por degraus em concreto, e
pinos em aço que garantem a sustentação da mesma, além de um pilar de concreto
que completa a estrutura.
Os fechamentos das paredes são constituídos de materiais como placas de
gesso do tipo comum e resistente à umidade, parafusos, massa, fita, cantoneiras
metálicas, sendo o isolamento das mesmas feito por lã de vidro. O orçamento e
quantitativo destes materiais foi fornecido pela empresa executante desta etapa da
obra em questão.
Para os revestimentos de parede foi considerada a aplicação de massa corrida
nas paredes das áreas secas e posterior pintura. Para as áreas molhadas foram
utilizadas peças cerâmicas assentadas com argamassa.
Na etapa do piso, por já existir o radier, foi apenas considerado o emprego do
contrapiso de traço 1:4, e a aplicação de revestimento cerâmico sobre o mesmo e nos
rodapés.
Para a composição da cobertura foram consideradas tesouras em aço
espaçadas em 76 cm, com telhamento por telha metálica termoacustica.
As instalações hidro sanitárias e elétricas foram lançadas e dimensionadas no
programa QiBuilder, sendo consideradas as mesmas características e materiais para
ambos os métodos, tendo em vista que as variações entre um e outro são
desprezíveis. Os materiais utilizados incluem eletrodutos, tubulações e outros
acessórios constituídos de PVC.
As esquadrias utilizadas são as mesmas para ambos os sistemas pois nesta
etapa não existe distinção de materiais. Foram consideradas janelas de alumínio com
vidro temperado, porta de vidro temperado em um dos ambientes e nos demais portas
de madeira.
59

Os serviços de impermeabilização considerados compreendem a aplicação de


emulsão asfáltica nas paredes das áreas molhadas e a aplicação de manta asfáltica
sobre as lajes.
Os serviços de locação, movimentação de terra e limpeza da obra são os
mesmos para ambos os sistemas, estando a única diferença no volume de escavação,
volume de reaterro e quantidade transportada de solo.

7.3 COMPOSIÇÃO E LEVANTAMENTO DE CUSTOS DIRETOS

No levantamento de custos diretos dos dois sistemas construtivos foram


utilizadas as tabelas da SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil) de março de 2019, utilizando BDI de 25% para o reajuste destes
valores. Também foi utilizada a tabela do Deinfra de janeiro de 2018, utilizando um
percentual de reajuste com base no CUB (Custo Unitário Básico de Construção) para
março de 2019.
Para os itens que não constam nas tabelas mencionadas, foi necessária a
elaboração de novas composições, com base em orçamentos de fornecedores e suas
informações técnicas.
Os custos de mão de obra encontram-se embutidos nos itens do orçamento,
através das composições unitárias da SINAPI e Deinfra.

7.3.1 Composição e levantamento de custos diretos do sistema convencional

Neste sistema os itens que compõem o orçamento são:


a) Serviços preliminares: locação da obra por meio de gabarito de madeira;
b) Movimentação de terra: escavação do solo, reaterro e transporte do solo;
c) Infraestrutura: fôrmas, armação e concretagem das sapatas e vigas de
baldrame;
d) Superestrutura: fôrmas, armação e concretagem dos pilares, vigas, lajes e
escadas;
e) Paredes e painéis: alvenaria de vedação por blocos cerâmicos e execução de
vergas e contravergas em concreto armado;
f) Cobertura: fabricação e instalação de tesouras em madeira, telhamento de
telha ondulada de fibrocimento;
g) Esquadrias: instalação e acabamento de portas, portões e janelas;
60

h) Revestimentos: chapisco, emboço e reboco, revestimento cerâmico e forro de


gesso;
i) Pisos: piso de concreto armado, contrapiso de argamassa, argamassa de
assentamento de cerâmica, peças cerâmicas para o piso e rodapés;
j) Pintura: emassamento e lixação, selador e tinta látex;
k) Instalações hidráulicas: tubulações e acessórios de PVC e metálicos,
reservatório de fibra de vidro;
l) Instalações sanitárias: fossa, filtro e sumidouro, tubulações e acessórios em
pvc;
m) Instalações elétricas: eletrodutos em PVC, cabos de cobre, acessórios
plásticos;
n) Impermeabilizações: impermeabilização de viga baldrame e paredes das áreas
molhadas por emulsão asfáltica, impermeabilização das lajes utilizando manta
asfáltica;
o) Serviços finais: limpeza da obra, execução das soleiras e peitoris com granito.

Na Tabela 01, pode-se observar os itens descritos acima e seus respectivos custos
(material + mão de obra):

Tabela 01- Custos do sistema convencional


Alvenaria Convencional
Item Custo R$ %
Serviços Preliminares R$ 2.614,33 1%
Movimentação de terra R$ 724,23 0,2%
Infraestrutura R$ 19.940,56 4%
Superestrutura, Paredes e Painéis R$ 134.324,54 29%
Cobertura R$ 32.235,48 7%
Esquadrias R$ 47.732,31 10%
Revestimentos R$ 80.743,88 17%
Pisos R$ 59.739,22 13%
Pintura R$ 29.229,70 6%
Instalações Hidro Sanitárias R$ 23.874,05 5%
Instalações Elétricas R$ 22.624,16 5%
Impermeabilizações R$ 6.472,00 1%
Serviços Finais R$ 3.832,37 1%
Total R$ 464.086,82 100%
Fonte: o autor (2019)
61

Com base na tabela apresentada, o item que apresenta maior custo no


orçamento é o de superestrutura, paredes e painéis, enquanto o de menor valor é o
de movimentação de terra.

7.3.2 Composição e levantamento de custos diretos do sistema Light Steel


Frame

Neste sistema os itens que compõem o orçamento são:

a) Serviços preliminares: locação da obra por meio de gabarito de madeira;


b) Movimentação de terra: escavação de solo, reaterro e transporte de solo;
c) Infraestrutura: fôrmas, concretagem e armação de radier;
d) Superestrutura, paredes e painéis: estrutura de aço galvanizado, fechamento
por placa de gesso acartonado comum e resistente à umidade, fechamento por
placa cimentícia, escada pré-moldada com degraus em concreto e pinos de
aço;
e) Cobertura: tesoura em aço, telhamento com telha metálica termoacustica;
f) Esquadrias: instalação e acabamento de portas, portões e janelas;
g) Revestimentos: argamassa de assentamento, peças cerâmicas, forro de gesso;
h) Pisos: contrapiso em argamassa, argamassa de assentamento, peças
cerâmicas para piso e rodapés;
i) Pintura: emassamento e lixação, aplicação de selador e tinta látex;
j) Instalações hidráulicas: tubulações e acessórios de pvc e metálicos,
reservatório de fibra de vidro;
k) Instalações sanitárias: fossa, filtro e sumidouro, tubulações e acessórios em
pvc;
l) Instalações elétricas: eletrodutos em pvc, cabos de cobre, acessórios plásticos;
m) Impermeabilizações: impermeabilização das paredes das áreas molhadas por
emulsão asfáltica, impermeabilização das lajes utilizando manta asfáltica;
n) Serviços finais: limpeza da obra, execução das soleiras e peitoris com granito.

Na Tabela 02, pode-se observar os itens descritos acima e seus respectivos


custos (material + mão de obra):
62

Tabela 02 - Custos do sistema Light Steel Frame


Light Steel Frame
Item Custo R$ %
Serviços Preliminares R$ 2.614,33 1%
Movimentação de terra R$ 2.053,62 0,5%
Infraestrutura R$ 54.517,69 12%
Superestrutura, Paredes e Painéis R$ 152.149,50 35%
Cobertura R$ 42.375,32 10%
Esquadrias R$ 47.732,31 11%
Revestimentos R$ 18.349,04 4%
Pisos R$ 36.898,67 8%
Pintura R$ 29.229,70 7%
Instalações Hidro Sanitárias R$ 23.874,05 5%
Instalações Elétricas R$ 22.624,16 5%
Impermeabilizações R$ 2.859,01 1%
Serviços Finais R$ 3.832,37 1%
Total R$ 439.109,77 100%
Fonte: o autor (2019)

Com base na tabela apresentada, o item que apresenta maior custo no


orçamento é superestrutura, paredes e painéis, enquanto o de menor valor é o de
movimentação de terra.

7.3.3 Comparativo de custos entre os sistemas

Analisando os custos totais dos dois métodos construtivos, a diferença de valor


obtida é de R$24.977,05, sendo o Light Steel Frame o mais econômico. No gráfico 01
é possível observar a diferença de custos entre os sistemas em cada etapa da obra:

Gráfico 01 - Comparativo de custos entre os sistemas


63

R$160.000,00
Custos por etapa
R$140.000,00
R$120.000,00
R$100.000,00
R$80.000,00
R$60.000,00
R$40.000,00
R$20.000,00
R$-

Alvenaria Covencional Light Steel Frame

Fonte: o autor (2019)

A partir do gráfico nota-se a maior diferença nos custos das etapas de


infraestrutura, superestrutura, paredes e painéis, cobertura, revestimentos e pisos.

7.3.3.1 Infraestrutura

O item infraestrutura foi o que apresentou a segunda maior diferença entre os


sistemas construtivos, com um valor de R$34.577,14. Os custos por cada método
podem ser observados no gráfico 02:

Gráfico 02 - Custos da infraestrutura

Infraestrutura
R$60.000,00
R$54.517,69

R$50.000,00

R$40.000,00

R$30.000,00
R$19.940,56
R$20.000,00

R$10.000,00

R$-

Alvenaria Convencional Light Steel Frame

Fonte: o autor (2019)


64

Com um valor superior, o Light Steel Frame encontra-se em desvantagem


nesta etapa da obra. Isso pode ser explicado pelo fato de o radier possuir maior
metragem que a fundação por sapatas, aumentando consequentemente a quantidade
de concreto e armadura. Outra situação que eleva o valor do radier é a necessidade
da compactação do solo antes da concretagem.
O custo/m² das composições considerados nesta etapa de cada sistema pode
ser observados na tabela 03:

Tabela 03 - Composição dos itens de infraestrutura


Item Quantidade Unidade Custo/m² Total
LIGH STEEL FRAME ALVENARIA CONVENCIONAL

Aço CA-60 5.0 mm 87,7 kg R$ 13,73 R$ 1.203,68


Aço CA-50 6.3 mm 129,10 kg R$ 12,09 R$ 1.560,50
Aço CA-50 8.0 mm 175,50 kg R$ 11,71 R$ 2.055,54
Aço CA-50 10.0 mm 44,50 kg R$ 9,43 R$ 419,41
Aço CA-50 12.5 mm 4,20 kg R$ 8,36 R$ 35,12
Concretagem com concreto 8,60 m³ R$ 447,44 R$ 3.847,96
FCK 30 Mpa
Fôrmas em chapa de madeira 95,60 m² R$ 113,16 R$ 10.818,34
compensada, 4 utilizações
Total R$ 19.940,56
Compactação do solo 166,86 m² R$ 3,58 R$ 596,52
Concretagem de radier fck 30 37,80 m³ R$ 417,38 R$ 15.776,78
mpa, e=20 cm
Fôrmas em chapa de madeira 11,24 m² R$ 118,53 R$ 1.332,22
compensada, 4 utilizações
Aço CA-50 6.3 mm 31,60 kg R$ 11,40 R$ 360,24
Aço CA-50 8.0 mm 3.268,90 kg R$ 11,19 R$ 36.570,82
Total R$ 54.636,58
Fonte: o autor (2019)

7.3.3.2 Superestrutura

O item superestrutura foi o que apresentou a quinta maior diferença entre os


sistemas construtivos, com um valor de R$17.824,17. Os custos por cada método
podem ser observados no gráfico 03:

Gráfico 03 - Custos da superestrutura


65

Superestrutura
R$152.149,50
R$160.000,00
R$134.324,54
R$140.000,00

R$120.000,00

R$100.000,00

R$80.000,00

R$60.000,00

R$40.000,00

R$20.000,00

Fonte: o autor (2019)

Com um valor superior, o Light Steel Frame encontra-se em desvantagem


nesta etapa da obra. Isso pode ser explicado pelo emprego de materiais mais caros,
como o aço galvanizado e as placas de gesso acartonado, bem como pela maior
quantidade destes.

A diferença encontrada pode ser explicada pela maior quantidade de materiais empregados
para a superestrutura em LSF aliado ao maior preço destes em relação aos utilizados na Alvenaria
Estrutural. Destaca-se o elevado custo dos perfis metálicos e dos materiais de fechamento como a
Placa de gesso acartonado e principalmente da placa cimentícia, essa diferença é perceptível na
Tabela 14 que demonstra o custo para um metro quadrado de parede e quantidade calculada, tanto
para a Alvenaria Estrutural como para ao LSF.

7.4 CRONOGRAMA

Para a realização do cronograma de obra de ambos os sistemas, foram


utilizadas tabelas de índice de produtividade em homem hora / m², de acordo com
cada serviço.

A tabela 01 apresenta os índices de produtividade do sistema convencional em


alvenaria, referentes às principais etapas de comparação entre os métodos:

Tabela 4 - Produtividade do sistema convencional em alvenaria


Produtividade do sistema convencional
Descrição Unidade Homem Hora
Alvenaria em bloco cerâmico furado e =10 cm m² 2.1
Chapisco m² 0.5
Emboço Desempenado m² 1.71
66

Pintura m² 0.85
Total 5.16
Fonte: Tabela Abril de 2016 FDE

Para o sistema Light Steel Frame foi considerada a tabela 02:

Tabela 5 - Produtividade do sistema Light Steel Frame


Produtividade do sistema convencional
Descrição Unidade Homem Hora

Montar a estrutura de aço m² 0.25

Fechar com placa de gesso acartonado m² 0.22

Isolar com lã de vidro m² 0.06

Pintura m² 0.85

Total 1.38

Fonte: Domarascki e Fagiani, 2009

Com base nas tabelas apresentadas e considerando os 215.21 m² da


residência objeto deste trabalho, obtém-se a quantidade de meses necessária para
executar a edificação por cada método:

a) Sistema Convencional:

Tempo = 215.21 m² X 5.16 homem hora / m²


Tempo = 1110.49 homem hora / 8 horas de produção diária
Tempo = 139 dias / (30-8)
Tempo= 7 meses

b) Sistema Light Steel Frame

Tempo= 215.21 m² x 1.38 homem hora/m²


Tempo= 296.99 homem hora/8 horas de produção diária
Tempo= 38 dias / (30-8)
Tempo = 2 meses

A diferença entre os dois sistemas pode ser observada no gráfico 03:

Gráfico 04 – Tempo de duração da obra por cada método


67

8
7
7

5
MESES

3
2
2

Alvenaria Convencional Light Steel Frame

Fonte: o autor (2019).

Diante dos resultados obtidos, é possível observar que o sistema Light Steel
Frame possui grande vantagem no quesito tempo de duração da obra, em função do
seu alto controle de produtividade e exatidão no cronograma. O resultado prevê no
mínimo 2 meses de duração da obra pelo método, entretanto deve-se levar em
consideração que esta quantidade pode sofrer alteração em decorrência de atrasos
causados por fatores externos, como o clima, impedindo assim a máxima eficiência
na execução.
Pelo sistema convencional em alvenaria, a obra levaria cerca de 7 meses para
ser concluída em razão da sua baixa produtividade que resulta de fatores como:
emprego de mão de obra desqualificada, erros de projeto, material de baixa qualidade
e falta de acompanhamento e gestão das etapas, gerando grande retrabalho.
O cronograma foi realizado com base no intervalo de meses necessário para a
conclusão da obra por cada método e encontra-se em anexo a este trabalho.
68
69
70

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema Light Steel Frame surgiu na construção civil como uma solução para
os problemas apresentados pela utilização do método convencional, como o atraso
nas obras, a alta geração de resíduos e o emprego de materiais deficientes.
Entretanto, no Brasil o método ainda é pouco difundido em virtude da cultura enraizada
que a construção artesanal/tradicional apresenta.
Por conseguinte, no presente trabalho foi possível observar a maneira como
são executadas as etapas de cada sistema, com algumas semelhanças
principalmente na parte de fundações e cobertura, porém com notável diferença no
processo de montagem das estruturas, fechamentos e instalações, destacando-se o
sistema Light Steel Frame por sua grande agilidade e reduzida produção de resíduos,
quando comparado ao sistema convencional. Além disso, a alta qualidade dos
materiais e mão de obra empregados, o conforto térmico e acústico que a edificação
pode proporcionar através de soluções práticas, a ausência do retrabalho nas
instalações elétricas e hidrossanitárias, e a utilização de uma estrutura mais leve
resultando em fundações mais leves, garante um desempenho superior do método
industrial.
Assim sendo, apesar de o sistema convencional possuir algumas vantagens
em relação ao Light Steel Frame, como um orçamento inicial mais baixo; o emprego
de mão de obra menos qualificada e, portanto, mais barata; a utilização de materiais
que possuem alta demanda sendo mais fáceis de encontrar no mercado, reduzindo
os custos com logística, deve-se analisar a relevância destas características quando
considerada a qualidade que a edificação apresentará, bem como seu desempenho.
Conclui-se, portanto, que ambos os sistemas possuem vantagens e
desvantagens em relação às diversas necessidades e características da edificação,
destacando-se o Light Steel Frame devido a seu alto desempenho nas diversas
etapas de execução da edificação. Entretanto, se faz necessária uma avaliação mais
detalhada acerca dos aspectos econômicos, técnicos e ambientais da construção,
afim de observar através de um exemplo prático, qual o melhor sistema a ser
empregado.
71

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