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SANTO ÂNGELO, RS
2022
ARTHUR FRIEDRICH NETO
SANTO ÂNGELO, RS
2022
ARTHUR FRIEDRICH NETO
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof. Dr. Bóris Casanova Sokolovicz
Orientador – URI Santo Ângelo
__________________________________________________
Eng. Régis Luís Wagner Mallmann
Coorientador
__________________________________________________
Prof. Me. Nelson Seidler
URI – Santo Ângelo
AGRADECIMENTOS
A Deus, pоr tеr permitido que eu tivesse saúde е determinação para não
desanimar durante a realização deste trabalho.
Aos professores e colegas, que sempre estiveram junto durante essa
caminhada e que sempre me incentivaram quando mais precisei.
A todos que participaram direta ou indiretamente do desenvolvimento deste
trabalho de pesquisa, me ajudando e dando suporte.
Um agradecimento especial ao meu coorientador Régis Luís Wagner
Mallmann, pois esteve presente incondicionalmente durante todo o desenvolvimento,
tendo um papel fundamental nessa conquista.
RESUMO
This work addresses the issue of analysis about the use of industrial waste in
concrete, structural with different types of cures. Initially, it deals with a more
theoretical approach to the concrete and its constituents, developing a bibliographical
review about each one of them separately. After that, it is directed to an analysis of
materials that can be reused after disposal by the industry, including foundry sand
and rice husk ash. Right after, it turns to the theoretical part of the types of cures,
those that are most common nowadays and that can be used in research.
Compression on axial tensile and water absorption were made, using concrete
specimens of 10 x 20 cm, both the standard trace and the traces with additions of
residues, mentioned above. Based on the information, in the tests will be made
comparisons between the types of cures, the period and response with each
material. After the ending of the assays and comparatives, there was a trend that
thermal curing would be the most interesting, as it obtained greater resistance in the
traits studied. A probable better residue was also reached in the comparison between
those studied, in this case, the foundry sand showed a greater tendency to have
better data, in both tests performed.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12
1.1 OBJETIVOS.........................................................................................................13
1.1.1 Objetivo geral......................................................................................................13
1.1.2 Objetivos específicos..........................................................................................14
1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................14
2.1.1.2 Agregados.........................................................................................................18
2.1.1.3 Água.................................................................................................................19
3 METODOLOGIA.....................................................................................................30
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS..............................................................................30
3.2 CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS..............................................................30
3.2.1 Cimento CPV ARI...............................................................................................30
3.2.2 Agregados..........................................................................................................32
3.2.2.1 Areia média natural.............................................................................................32
3.2.2.2 Areia de fundição................................................................................................32
4.1.2 Comparação dos traços em relação a cada tipo de cura aos 21 dias...............46
4.1.3 Comparação dos traços em relação a cada tipo de cura aos 35 dias...............48
4.2 ENSAIO DE ABSORÇÃO DE ÁGUA..................................................................50
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................52
REFERÊNCIAS...........................................................................................................53
12
1 INTRODUÇÃO
O concreto mais antigo encontrado até hoje é um piso de cal e areia, feito
através da calcinação de pedras calcárias misturado com areia e pedras, com 180 m²,
datado de 7000 a.C., na área que hoje corresponde a Israel. Também foram
encontrados outros exemplos desse concreto “antigo”, na Iugoslávia e na Grécia.
Após isso, por volta de 100 a.C. a 400 d.C. tem-se o
desenvolvimento/descoberta de um aglomerante cimentício pelos romanos, era um tipo
de areia vulcânica chamada ‘pozolana’, muito usada em argamassa nas principais
construções romanas, exemplos: Panteão, Coliseu. Esta areia reage quimicamente
com cal e água, para endurecer em forma de pedra artificial, resistente até mesmo
submersa. (BCA, 1999 e Civilização Engenheira, 2017)
Já o desenvolvimento do concreto como é conhecido hoje, começou a acontecer
a partir da invenção do cimento Portland, que se deu por volta de 1824 através de
Joseph Aspdin. A partir de 1836 começaram os testes sistemáticos do concreto com
cimento Portland, com objetivo de medir resistência, compressão e tração. O século XX
teve uma grande evolução do ponto de vista tecnológico, o começo da produção do
concreto em usinas, conhecido como ‘concreto usinado’, aumentando muito a
qualidade e diminuindo o tempo de produção. Mais tarde já em 1980, existiam
concretos de alta resistência e concretos reforçados com adição de fibras. (Inova
Concreto, 2020).
Assim como ocorre com a maioria dos recursos, a extração as vezes até
demasiada para a produção dos agregados do concreto, implicam em uma futura
escassez. O uso consciente destas, ajuda na diminuição do problema, porém sempre
se tem prioridade em materiais e resíduos que seriam mais viáveis, tanto na questão
financeira quanto da própria quantidade.
Segundo Helene (2012, apud DIAS, SILVA e POGGIALI 2017, p. 87), a indústria
do concreto já alcançou resultados expressivos no que tange a sustentabilidade do
material, sendo os principais: a redução de matéria-prima, uso de água e diminuição de
emissão de CO2, sendo 90% dela decorrente da queima do clínquer no processo de
fabricação do cimento.
As indústrias geram muitos resíduos que podem ser utilizados, como areias de
fundição, cinzas do bagaço de cana-de-açúcar e escórias de alto-forno, por exemplo.
13
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
2.1 Concreto
2.1.1.1 Cimento
Um dos materiais mais utilizados da construção civil, por conta do seu grande uso
em diversas fases da construção. É fabricado a partir da mistura e queima em alto-
forno de matérias primas (calcário e argila), isso denomina-se clínquer, após o seu
resfriamento adiciona-se a ele gesso, escória e calcário. Pode-se definir como um pó
fino com propriedades aglomerantes ou ligantes.
Conforme NBR 5732 (1991), com diferentes adições durante sua produção, pode
se transformar em um dos cinco tipos básicos existentes no Brasil, que são os
cimentos:
Portland comum:
Não possui aditivo, apenas gesso que retarda o início da pega do cimento.
Usado mais na indústria e resistência na faixa de 25 MPa.
17
Portland composto:
Adição de outros materiais na sua mistura, que conferem um menor calor de
hidratação a ele. Versátil e utilizado em várias partes de obras, resistências em 25,
32 e 40 MPa.
Portland de alto-forno:
Tem em sua composição de 35 a 70% de escória de alto-forno, apresenta
maior impermeabilidade e durabilidade. Possui baixo calor de hidratação e alta
resistência à expansão, resistência na faixa de 25, 32, 40 MPa.
Portland Pozolânico:
Em sua composição tem 15 a 50% de material pozolânico, por esse motivo
proporciona estabilidade de uso com agregado que reagem e ambientes sujeitos a
ataque de sulfatos. É pouco poroso e tem resistência a água do mar e esgoto,
resistência na faixa de 25 e 32 MPa.
Portland de alta resistência inicial:
Em função da sua fabricação, tem uma reatividade muito alta nas primeiras
horas de aplicação, atingindo resistências maiores em curto intervalo de tempo.
Recomendado apenas para produção de concretos.
Segundo Mehta e Monteiro (2014), os cimentos podem ser classificados como
hidráulicos e não hidráulicos. Os cimentos hidráulicos são caracterizados por só
endurecerem através da ação da água, e por formarem produto resistente a água. Os
não hidráulicos, também chamados de aglomerantes aéreos, resultam da calcinação
da gipsita ou carbonatos de cálcio e não possuem resistência a água.
Na tabela 1 observa-se os tipos de cimento e suas propriedades.
18
Resistência a
Padrão Maior Maior Menor
agentes agressivos
2.1.1.2 Agregados
2.1.1.3 Água
2.2.1.1 Processo
Esta areia pode ser reutilizada repetidas vezes, porém, depois de muitas
utilizações, a areia residual começa a ser contaminada por materiais como carvão,
argilas, resto de resinas e aditivos degradados por causa das temperaturas altas, por
exemplo, isso acaba afetando na qualidade de confecção dos moldes. Então coloca-se
uma nova parcela de areia, fazendo com que o teor da contaminação dessa areia de
moldagem reduza significativamente. A areia que foi substituída pela nova devido a
contaminação por alguns materiais, não será mais utilizada, ou seja, descartada,
tornando-se a chamada “areia de fundição”. (ABIFA, 1999; THOMAS, 1996; KNOP &
SHCHEIB, 1979 apud PEIXOTO, 2006)
(ABNT, 2004).
Classe II:
São os resíduos “não perigosos”, a Classe II-A que são “não inertes”, podem
apresentar combustibilidade por exemplo e a Classe II-B que são os “inertes”, entram
na classificação das areias que utilizam bentonita de aglutinante, que dependem da
concentração dos seus constituintes.
higrômetro. Após sair da câmara, passado o tempo estipulado de cura, a peça deve ir
para local onde terá suas superfícies de apoios polidas e niveladas.
Na figura 7 tem-se exemplos de amostras moldadas em corpos de prova, em uma
câmara úmida.
Figura 7 - Câmara úmida
2.5 Análises
(1)
30
3 METODOLOGIA
Este tópico tem como objetivo apresentar como foram feitos os procedimentos e
materiais utilizados no desenvolvimento do trabalho. Foram utilizados os períodos de
cura com 21 e 35 dias, por conta do uso dos CPs em ensaios de absorção de água, tal
fato adicionou 7 dias a mais de cura, até o rompimento dos corpos de prova.
Foi utilizado o cimento Portland do tipo CPV, por ser o cimento comercial mais
puro, tendo o objetivo de manter o resultado sem influências. Especificamente, se
utilizou CPV- ARI da marca Cauê. A Tabela 3 apresenta a composição química do CPV
ARI e a 4 apresenta sua caracterização física.
3.2.2 Agregados
Se utilizou como agregado miúdo areia média, adquirida pela URI, localizada
em Santo Ângelo – RS. Foram realizados os ensaios de Composição Granulométrica
(NBR NM 248/2003), Massa específica do agregado miúdo (NBR NM 52/2009)
e Massa unitária solta (NBR NM 45/2006).A figura 13 mostra a areia natural utilizada
para realização dos ensaios, e os resultados são apresentados na tabela 5.
Foi utilizada areia de fundição fenólica, fornecida pela URI, localizada na cidade
de Santo Ângelo – RS. Essa areia é utilizada no processo de confecção de moldes com
resina epóxi. A figura 14 indica a areia de fundição utilizada nos ensaios.
33
O agregado graúdo utilizado, foi a brita tipo 1, adquirida pela URI, localizada em
Santo Ângelo – RS. Foram feitos os ensaios de caracterização de Composição
Granulométrica (NBR NM 248/2003), Massa específica agregado graúdo (NBR NM
53/2009) e Massa unitária solta (NBR NM 45/2006). A figura 16 mostra a brita utilizada
para fazer os ensaios, e os resultados podem ser observados na tabela 7.
35
3.5 Ensaios
45.0
Idade
Na figura 27 tem-se o gráfico de tensão por tempo dos corpos de prova aos 35
dias de idade.
45.0
Idade
4.1.1 Análise de resistência entre traços e tempo de idade em cada tipo de cura
Este concreto exposto a uma cura sem controle, com a ação das intempéries,
obteve uma resistência aceitável aos 21 dias de idade, porém após maior tempo de
cura, teve-se uma redução da mesma, tendo uma perda considerável e sua resistência,
pode-se dizer que as interferências do tempo propiciaram essa característica a esse
concreto.
4.1.2 Comparação dos traços em relação a cada tipo de cura aos 21 dias
Cura Térmica
40.9
40.8
40.7
Resistência em Mpa
40.6
40.5
40.4
40.3
40.2
40.1
40
39.9
Testemunho A.F C.C.A
Cura Úmida
38
37
36
Resistência em Mpa
35
34
33
32
31
30
29
Testemunho A.F C.C.A
Cura ao tempo
38
37
Resistência em Mpa
36
35
34
33
32
Testemunho A.F C.C.A
Nesta comparação, houve pouca variação entre as resistências dos traços nos
primeiros 21 dias, com o traço padrão sem adição tendo maior desempenho e os traços
com adição tendo resultados parecidos neste tipo de cura.
4.1.3 Comparação dos traços em relação a cada tipo de cura aos 35 dias
49
Cura Térmica
41
40.5
Resistência em Mpa
40
39.5
39
38.5
38
Testemunho A.F C.C.A
Cura Úmida
39
38
37
Resistência em Mpa
36
35
34
33
32
31
30
29
Testemunho A.F C.C.A
Cura ao tempo
39
Resistência em Mpa 37
35
33
31
29
27
Testemunho A.F C.C.A
A comparação indica, uma variação entre os traços padrão, com adição de areia
de fundição e o traço com cinzas de casca de arroz, sendo que os dois primeiros com
resultados altos de resistência, já no outro tem um resultado bem menor aos 35 dias de
idade. Pode-se dizer que a adição de cinzas interferiu na cura exposta às intempéries.
A tabela 15 mostra a relação entre o peso seco e úmido, aos 35 dias de idade.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
______. NBR 9479: Argamassa e Concreto – Câmaras Úmidas e Tanques para Cura
de Corpos de Prova, 2006.
2010.