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O que é Usinagem?
Processo de fabricação que consiste em transformar a matéria-prima em
produto acabado, promovendo deformação plástica localizada e ruptura na
região do corte e removendo material excedente na forma de cavaco através
do movimento relativo de rotação e translação entre uma ou mais ferramentas
cortantes e a peça.
O que é cavaco?
Porção de material da peça retirada pela ferramenta, caracterizada por
apresentar forma geométrica irregular.
Avanço
Profundidade
Velocidade de Corte
Velocidade de Avanço
Velocidade Efetiva
Tempo de Corte
Plano de Trabalho
Contém as direções de corte e de avanço. Nele se realizam os movimentos
que tomam parte na retirada de cavaco. No plano de trabalho é possível
identificar e definir os ângulos da direção de avanço e da direção efetiva de
corte.
Superfície de Usinagem
Principal: gerada pela aresta principal de corte.
Secundária: gerada pela aresta secundária de corte.
Geometria das Ferramentas de Corte
Planos do sistema de referência da ferramenta
Plano de referência da ferramenta (Pr): é perpendicular à direção admitida
de corte, escolhida de modo que esse plano seja o mais paralelo ou
perpendicular possível à superfície ou eixo da ferramenta.
Plano de corte principal da ferramenta (Ps): é tangente à aresta de corte e
perpendicular ao plano de referência da ferramenta.
Plano de corte secundário da ferramenta (Ps’): é tangente à aresta
secundária de corte e perpendicular ao plano de referência da ferramenta, e
ambos passam pelo ponto de referência.
Plano ortogonal da ferramenta (Po): é perpendicular aos planos de
referência e de corte da ferramenta. Esse plano também é conhecido como
“plano de medida”.
Plano admitido de trabalho (Pf): é perpendicular ao plano de referência e
paralelo à direção admitida de avanço. É escolhido de tal forma que fique o
mais paralelo ou perpendicular possível a uma superfície ou eixo da
ferramenta.
Plano dorsal da ferramenta (Pp): perpendicular aos planos de referência da
ferramenta e admitido de trabalho.
Plano normal à aresta de corte (Pn): perpendicular à aresta principal de
corte.
Plano ortogonal à superfície de saída (Pg): perpendicular à superfície de
saída e ao plano de referência da ferramenta. (Não colocou no slide).
Plano ortogonal à superfície de folga (Pb): perpendicular à superfície de
folga e ao plano de referência da ferramenta. (Não colocou no slide).
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=H7Dedqf-
53g&ab_channel=GabrielDamasceno
Ângulos do sistema de referência da ferramenta
Funções e Influência dos Principais Ângulos Da cunha Cortante
Formação de Cavacos
A base para um melhor entendimento de todos os processos de usinagem
está no estudo científico da formação de cavacos. Esse estudo tem
proporcionado grandes avanços nos processos de usinagem e contribuído para
o aperfeiçoamento das arestas de corte, com quebra-cavacos cada vez mais
eficientes, além de novos e mais eficazes materiais para ferramentas e a
possibilidade de usinar os mais variados tipos de materiais. Processo cíclico,
dividido em quatro etapas:
- Recalque inicial: em decorrência da penetração da cunha cortante no
material da peça, uma pequena porção deste (ainda unido à peça) é
pressionada contra a superfície de saída da ferramenta.
- Deformação e ruptura: o material pressionado sofre, de início, uma
deformação elástica, e, em seguida, uma deformação plástica, que aumenta
progressivamente até o estado de tensões provocar a ruptura. Essa ruptura se
dá, na maioria das vezes, por cisalhamento, embora exista um estado de
tensões que combina tensões de compressão/ tração e de cisalhamento e leve
o material à ruptura, segundo algum critério próprio de sua natureza frágil ou
dúctil. Há a formação de uma trinca que se propaga seguindo também um
critério de propagação de trincas próprio de cada material, caracterizando a
ruptura. Como a formação de cavacos ocorre dinamicamente, há planos
instantâneos de ruptura e de propagação de trincas que definirão certa região
entre a peça e o cavaco, chamada “zona primária de cisalhamento”. Para
facilitar o tratamento matemático dado à formação do cavaco, modelos simples
consideram essa região como sendo apenas um plano matemático, ou seja, “o
plano de cisalhamento”, no qual se concentra, preferencialmente, a ruptura. A
Figura 3.1 mostra esquematicamente esse plano ou zona de cisalhamento
primário, definida pelo ângulo de cisalhamento φ, formado entre o plano de
cisalhamento e a direção da velocidade de corte (vc).
Corte Ortogonal
A aresta de corte é uma reta normal à direção de corte e à direção de avanço,
de maneira que a formação do cavaco pode ser considerado um fenômeno
bidimensional e que ocorre em um plano normal à aresta cortante, ou seja, no
plano de trabalho.
Relações Geométrica e Cinemáticas
Tipos de Cavacos
Cavacos contínuos: Os cavacos contínuos são formados, na usinagem de
materiais dúcteis, como aços de baixa liga, alumínio e cobre, conforme
mostrado esquematicamente na Figura 3.8(a). Nesse caso, o metal cisalha na
zona primária de cisalhamento com grandes deformações e permanece
homogêneo, sem fragmentação. Apesar de a forma de fita externa não
apresentar nenhuma evidência clara de fratura ou trinca, esses fenômenos
ocorrem para que uma nova superfície seja formada (existe a abertura da trinca
na ponta da ferramenta e a propagação da trinca é interrompida devido as altas
tensões de compressão no plano de cisalhamento primário – ocorre
encruamento).
Cavacos descontínuos: é mais comum na usinagem de materiais frágeis,
como bronze e ferros fundidos cinzentos, uma vez que não são capazes de
suportar grandes deformações sem se quebrar. Entretanto, baixas velocidades
de corte, ângulo de saída pequeno e grandes avanços também podem produzir
cavacos descontínuos em materiais de baixa ductilidade. A Figura 3.8(c)
mostra um cavaco descontínuo, no qual a trinca se propaga por toda a
extensão do plano de cisalhamento primário, promovendo sua fragmentação. A
zona secundária de cisalhamento também desempenha importante papel para
que esse tipo de cavaco seja formado. Inicialmente, o componente de força
tangencial à superfície de saída é menor que a força necessária para promover
o escorregamento do cavaco. Há, então, o desenvolvimento de uma região de
material estático e a separação do cavaco ocorrerá com o aumento da relação
entre força tangencial e normal.
Formas de Cavaco
Quanto à sua forma, os cavacos podem ter a seguinte classificação: em fita,
helicoidais, em espiral, em lascas ou pedaços. Entretanto, a norma ISO 3685
(1993) classificou mais detalhadamente a forma dos cavacos (Figura 3.10).
O material da peça é o que mais influencia a forma e o tipo dos cavacos.
Cavacos contínuos, parcialmente contínuos e segmentados podem ser
produzidos em qualquer das formas mostradas na Figura 3.10, dependendo
dos parâmetros de corte e do uso de quebra-cavacos. Cavacos do tipo
descontínuo, entretanto, só podem ser classificados quanto às formas das
lascas, ou em pedaços.
No que se refere aos parâmetros de corte, em geral, um aumento na
velocidade de corte, uma redução no avanço ou um aumento no ângulo de
saída tendem a mudar das formas da direita para a esquerda (Figura 3.10), isto
é, produzir cavacos em fitas (ou contínuos, quanto ao tipo). O avanço é o
parâmetro mais influente, seguido da profundidade de usinagem, a afetar a
forma do cavaco. A Figura 3.11 mostra como as formas de cavaco são
afetadas pelo avanço e pela profundidade de usinagem.
As formas de cavacos longos é que causam os maiores transtornos quanto à
segurança de produtividade, exigindo, portanto, mais cuidado e especial
atenção ao seu controle. Apesar de os parâmetros de corte poderem ser, na
maioria das vezes, escolhidos para evitar ou reduzir a formação de cavacos
contínuos, o método mais efetivo para produzir cavacos curtos é a utilização de
quebra-cavacos.
Controle do Cavaco
Principais problemas causados pelos cavacos “longos”:
- Exclusivos de processos contínuos.
- Eles têm baixa densidade efetivas: ocupam muito espaço, causando
problemas econômicos no manuseio e descarte, ou reaproveitamento.
- Podem se enrolar em torno da peça, da ferramenta ou de componentes da
máquina; representando um verdadeiro risco à integridade física do operador,
devido as altas vc, temperaturas elevadas e do fio de corte de cavacos de
materiais endurecidos pelo encruamento.
- Quando se enrolam na peça, prejudicam o acabamento superficial, produzem
uma superfície não atrativa, e podem causar danos a ferramenta.
- Afetam as forças de usinagem, temperatura de corte e vida da ferramenta.
- “Efeito guarda-chuva”: impede o acesso regular do fluido de corte.
Métodos
Os quebra-cavacos podem ser postiços ou integrais, e ambos modificam a
superfície de saída das ferramentas, causando uma curvatura mais acentuada
nos cavacos e levando-os à quebra por flexão. Além dos quebra-cavacos,
também já foram utilizadas variações na velocidade de avanço, por meio das
quais se criou uma situação semelhante à da furação intermitente. Em ambos
os casos, a velocidade de avanço é reduzida a zero, ou quase isso,
provocando concentração de tensão e a consequente quebra do cavaco. Essa
estratégia, no entanto, necessita de uma máquina CN com programa
apropriado.
Outro método bastante eficiente para a quebra do cavaco é a injeção de fluido
de corte em alta pressão na superfície de saída e em sentido contrário ao da
saída do cavaco. Se o jato for forte o suficiente, haverá fragmentação do
cavaco, conforme a sequência mostrada na Figura 3.12.
De maneira geral, quanto menor for a espessura do cavaco, mais flexível ele é,
portanto, maior será a dificuldade de quebra. Os cavacos que já sofreram
intensas deformações passando pelas zonas primárias e secundárias de
cisalhamento necessitam de uma deformação crítica (ef) para quebrar depois
de deixar a superfície de saída da ferramenta.
FORÇA DE USINAGEM
O conhecimento da força de usinagem que age na cunha cortante e o estudo
do comportamento de suas componentes são de grande importância, não
somente porque a potência requerida para executar o corte pode ser estimada,
mas também, porque elas devem ser consideradas no projeto das máquinas
ferramentas e de seus elementos. Ela pode ser responsável direta pelo colapso
da ferramenta de corte por deformação plástica da aresta, além de influenciar
no desenvolvimento de outros mecanismos e processos de desgaste. A força
de usinagem pode também representar um índice de usinabilidade, além de
poder ser usada como parâmetro para controle adaptativo do processo.
Força de Usinagem no Corte Ortogonal