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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
(Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, 1792)

Variadores de Velocidade Engeharia de Materiais

SE/8

Cel Ricardo
O que é uma Máquina Operatriz?
A máquina operatriz, também denominada máquina ferramenta, é uma máquina
utilizada para moldar ou usinar metais e outros materiais rígidos (madeira, plástico,
etc.) por meio de movimentação mecânica de um conjunto de ferramentas e
componentes.

Dessa maneira, esse tipo de máquina é capaz de realizar diversos processos


diferentes como corte, corte abrasivo, perfuração e fresamento a fim de fabricar
vários tipos de peças.

Dentre as máquinas ferramenta, destaca-se o torno mecânico (fig.1.1),


considerada a mais antiga delas e por ter servido de base para a criação e
desenvolvimento de outras máquinas.

A furadeira, a retificadora, a fresadora e a


aplainadora mecânica, que são máquinas
bastante utilizadas nas indústrias em geral,
são todas derivadas do torno mecânico.
Vale destacar também as máquinas CNC (Computer Numeric Control) (fig.1.2.),
que foram uma enorme revolução no processo produtivo na década passada.

Com uma maior autonomia no processo de fabricação, aumentando


consideravelmente a precisão e a velocidade de fabricação, essas máquinas
têm tornado a produção cada vez mais eficiente, reduzindo o tempo e material
gastos por peça fabricada.

Enquanto as máquinas descritas


anteriormente necessitam de alguém
para realizar a troca de ferramentas,
o alinhamento das peças e certos
movimentos como o avanço e recuo
transversal da ferramenta, as
máquinas CNC conseguem hoje
realizar todas essas etapas automaticamente
Variadores de Velocidade

Independentemente de qual máquina operatriz seja, todas devem poder


fornecer diversas velocidades de rotação a fim de realizar as operações. Cada
operação vai possuir uma velocidade de corte e de avanço diferentes, que
estão diretamente relacionadas à rotação da máquina.

Dessa maneira, cada máquina ferramenta precisa atender às diversas


solicitações de velocidade necessárias surgindo, portanto, a necessidade do uso
de um variador de velocidade. Esse, deve ser capaz de transmitir a rotação
do motor para a máquina, utilizando elementos como polias, engrenagens, eixos,
rolamentos, etc.

O variador de velocidade é um equipamento de transmissão de potência


constante responsável por fornecera outros dispositivos, velocidade de rotação e
torque a partir de uma fonte de potência(motor)utilizando diferentes relações de
transmissão.
Variadores de Velocidade

Como os motores trabalham em rotações muito elevadas, seria


inapropriado trabalharem algumas situações como partidas, paradas e
deslocamentos em baixas rotações, que necessitam de rotações mais baixas.

Dessa maneira, o variador atua de forma a transmitir mais torque ou


maior velocidade de rotação para cada situação.

Dentre os tipos existentes de variadores de velocidade, dois deles valem


destacar: os contínuos e os escalonados
Variadores de Velocidade

Esse tipo de variador permite, teoricamente, variar infinitamente as razões de


transmissão dentro de um intervalo de rotações. A transmissão nesse sistema
pode ser feita por correias em V, correias planas, rolos ou roda. O tipo mais
comum encontrado desses variadores é o CVT (Continously Variable Trasmission)
por polias de diâmetro variáveis(fig.1.3.)e transmissão por correias.

Seu funcionamento se dá
através da variação do diâmetro
de contato entre as polias e a
correia(metálica no caso de
automóveis), através do
afastamento e aproximação das
paredes das polias. A correia
liga as duas paredes da polia
que possuem certa angulação,
formando entre elas um valeem
“V”.
Variadores de Velocidade

Em caso de aproximação das paredes, a correia afunda no vale gerando


um diâmetro menor, enquanto que no caso de afastamento das paredes, a correia
se aproxima da extremidade da polia gerando um diâmetro maior. Esse
movimento funciona de maneira oposta e simultânea nas duas polias do
sistema, uma vez que a correia possui comprimento fixo e precisa estar sempre
tensionada

Para melhor entendimento, é


importante explicar como a correia é
composta nesse caso. As correias
metálicas (fig.1.4.) utilizadas no CVT para
automóveis, são formadas por até
quatrocentas peças metálicas idênticas em
forma de laço unidas por diversas bandas
de aço(entre nove e doze bandas), que
juntas serão as responsáveis por unir as
polias a fim de realizar a transmissão
Variadores de Velocidade

Menos comuns que o variador anterior, mas não menos importantes,


ainda existem os CVT’s de fricção ou cone (fig.1.5.) e o toroidal (fig.1.6.). O
primeiro, é formado por dois cones e sua transmissão pode ser feita por uma
correia ou uma roda de fricção. O segundo, formado por discos e roletes,
funcionam de acordo com o movimento dos discos para cima e para baixo nos
roletes aumentando ou diminuindo o tamanho do diâmetro de contato entre eles
e assim, transmitir rotações diferentes.
Variadores Escalonados

Os variadores escalonados, que podem ser por polias ou engrenagens,


possuem um número finito de velocidades que podem ser geradas em um
mesmo equipamento.

Diferentemente dos variadores contínuos, suas relações de transmissão


serão limitadas e inteiras, o que é conhecido comumente por marchas. Inteiras e
limitadas, nesse caso, entende-se por sabermos exatamente quantas e quais
relações são possíveis de se obter no variador ,e o valor exato da rotação em cada
uma dessas relações.
Variadores Escalonados

Nos variadores escalonados por


polias(fig.1.7.), a transmissão é feita por
correias, planas, em “V” ou dentadas e por
cones de polias, onde as diferentes
velocidades serão geradas de acordo com
a mudança da correia de um par para
outro de polias. A principal vantagem no seu
uso é a função de “fusível mecânico” que a
correia realiza. Havendo uma sobrecarga no
sistema, a correia se desloca ou rompe,
protegendo o restante dos componentes e
evitando prejuízos maiores ao equipamento.
Por outro lado, pelo fato de a transmissão
ser realizada por atrito entre a correia e o
par de polias, não é possível transmitir
grandes torques, o que acontece também
em alguns variadores contínuos
Variadores Escalonados

Os variadores escalonados por engrenagens(fig.1.8), apresentam


uma maior precisão e capacidade de transmissão de torque comparados aos
escalonados por polias. Sua transmissão é feita pelo acoplamento de
pares de engrenagens,
permitindo assim transmitir
potências mais elevados.
Essas engrenagens
podem ser fixas, loucas ou móveis.
Variadores Escalonados

As engrenagens fixas, como o próprio nome já diz, são fixas no eixo e


possuem apenas liberdade para girar em seu próprio eixo. As engrenagens loucas
têm a capacidade de girar independentemente do eixo, sendo solicitadas por
chavetas como é no caso dos variadores do tipo chaveta móvel. Já as móveis
ou deslizantes, possuem um grau de liberdade podendo se deslocar axialmente
por meio de alavancas.

São muito comuns em blocos deslizantes, duplos ou triplos, pois seu


deslocamento permite realizar o acoplamento das engrenagens
necessárias.
Entende-se por blocos deslizantes as engrenagens que além de
girarem em torno do eixo em que se encontram, se deslocam axialmente também
em relação ao eixo
Relações de Transmissão

Mecanismos de troca das relações de transmissão

Ambos os tipos de variadores descritos anteriormente, necessitam de


mecanismos para realizar a troca das relações de transmissão.
Essas trocas podem ser feitas de maneira manual ou automática

- Manual
Nesse caso, a mudança dos pares engrenados será feita por um
operador através de alavancas, manivelas ou volantes que irão acoplar as
engrenagens de acordo com a rotação de saída necessária. Quando não há a
necessidade de acoplamento entre o componente motor e o movido, ou seja,
de mudança de relação de transmissão com a máquina operando, entende-se
por uma mudança manual não-sincronizada. Quando é necessário que haja esse
acoplamento sem que a máquina precise parar sua operação, entende-se por uma
mudança manual sincronizada. Nesse caso, o que vai permitir a realização
dessa troca é a existência de um sincronizador ou, como é mais conhecido,
uma embreagem.
Relações de Transmissão

- Automática

A mudança de forma automática é realizada sem a interferência de um


operador. Nesse caso, um conjunto de mecanismos que pode ser um
sistema de engrenagens planetárias junto com um sistema hidráulico, irá
realizar a troca e o acoplamento das engrenagens. Outros
mecanismos como um conjunto eletro-hidráulico ou eletromagnético
também podem ser utilizados.
Transmissão de Potência
Relação de Transmissão nas Polias
Exemplo
Exemplo
Exemplo
Momento Torsor ou Torque
Exemplo
Comprimento da Correia
Comprimento da Correia
Comprimento da Correia
Exemplo
Exemplo
Exemplo
CONTROLE DO CAVACO
Mudanças na Forma do Cavaco
Pode-se provocar mudanças na forma do
cavaco
sob diferentes maneiras:
- alterando-se as condições de usinagem;
- dando-se uma forma especial à superfície
de
saída da ferramenta;
- colocando-se elementos adicionais na
superfície de saída.

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