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Ricardo Matheus - DC - IME/2006

DISCORDÂNCIAS
PROPRIEDADES DOS METAIS
DEFORMADOS PLASTICAMENTE
Ricardo Matheus - DC - IME/2006

A habilidade de um material se deformar plasticamente


está relacionado com a habilidade das discordâncias se
movimentarem
DEFORMAÇÃO
PLÁSTICA
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 Os materiais podem ser solicitados por tensões de


compressão, tração ou de cisalhamento.

 Como a maioria dos metais são menos resistentes ao


cisalhamento que à tração e compressão e como estes
últimos podem ser decompostos em componentes de
cisalhamento, pode-se dizer que os metais se deformam
pelo cisalhamento plástico ou pelo escorregamento de
um plano cristalino em relação ao outro.

 O escorregamento de planos atômicos envolve o


movimento de discordâncias
DISCORDÂNCIAS E
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

 Em uma escala microscópica a deformação plástica é o


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resultado do movimento dos átomos devido à tensão


aplicada. Durante este processo ligações são quebradas
e outras refeitas.
 Nos sólidos cristalinos a deformação plástica
geralmente envolve o escorregamento de planos
atômicos, o movimento de discordâncias e a formação
de maclas
 Então, a formação e movimento das discordâncias têm
papel fundamental para o aumento da resistência
mecânica em muitos materiais. A resistência Mecânica
pode ser aumentada restringindo-se o movimento das
discordâncias
MOVIMENTO DE
DISCORDÂNCIAS E A
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
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 Discordâncias em cunha movem-se devido à aplicação de uma tensão de cisalhamento perpendicular à linha de discordância

 O movimento das discordâncias pode parar na superfície do material, no contorno de grão ou num precipitado ou outro defeito

 A deformação plástica corresponde à deformação permanente que resulta principalmente do movimento de discordâncias (em cunha
ou em hélice)

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DISCORDÂNCIA E
DEFORMAÇÃO MECÂNICA
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DISCORDÂNCIA E
DEFORMAÇÃO MECÂNICA
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DISCORDÂNCIA E
DEFORMAÇÃO MECÂNICA
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MOVIMENTO DE
DISCORDÂNCIAS EM
CUNHA E EM HÉLICE
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DENSIDADES DE
DISCORDÂNCIAS TÍPICAS
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 Materiais solidificados lentamente = 103 discord./mm2


 Materiais deformados = 109 a 1010 discord./mm2

 Materiais deformados e
tratados termicamente = 105 -106 discord./mm2

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CARACTERÍSTICAS
IMPORTANTES PARA AS
PROPRIEDADES MECÂNICAS
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 Quando os metais são deformados plasticamente cerca de 5% da energia é retida internamente, o


restante é dissipado na forma de calor.
 A maior parte desta energia armazenada está associada com as tensões associadas às discordâncias
 A presença de discordâncias promove uma distorção da rede cristalina de modo que certas regiões sofrem
tensões compressivas e outras tensões de tração.

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INTERAÇÃO DE
DISCORDÂNCIAS
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 ATRAÇÃO  REPULSÃO
INTERAÇÃO DE
DISCORDÂNCIAS
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 Durante a deformação plástica


o número de discordâncias
aumenta drasticamente
 As discordâncias movem-se
mais facilmente nos planos de
maior densidade atômica
(chamados planos de
escorregamento). Neste caso,
a energia necessária para
mover uma discordância é
mínima
 Então, o número de planos nos
quais pode ocorrer o
escorregamento depende da
estrutura cristalina
MACLAS
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 Discordâncias não é o único defeito


cristalino responsável pela deformação
plástica, maclas também contribuem.
 Deformação em materiais cfc, como o
cobre, é comum ocorrer por maclação
MOVIMENTO DE
DISCORDÂNCIAS EM
SOLUÇÕES SÓLIDAS
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 Quando um átomo de uma impureza


esta presente, o movimento da
discordância fica restringido, ou seja,
deve-se fornecer energia adicional para
que continue havendo escorregamento.
Por isso soluções sólidas de metais são
sempre mais resistentes que seus
metais puros constituintes
INTERAÇÃO DE
DISCORDÂNCIAS EM
SOLUÇÕES SÓLIDAS
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Quando um átomo de uma impureza está


presente, o movimento da discordância fica restringido,
ou seja, deve-se fornecer energia adicional para que
continue havendo escorregamento. Por isso soluções
sólidas de metais são sempre mais resistentes que seus
metais puros constituintes.
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
EM MATERIAIS
POLICRISTALINOS
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O contorno de grão interfere no movimento das discordâncias


 Devido as diferentes orientações cristalinas presentes,
resultantes do grande número de grãos, as direções de
escorregamento das discordâncias variam de grão para grão
AUMENTO DA RESISTÊNCIA
POR DIMINUIÇÃO DO
TAMANHO DE GRÃO
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 O contorno de grão funciona como um


barreira para a continuação do
movimento das discordâncias devido as
diferentes orientações presentes e
também devido às inúmeras
descontinuidades presentes no
contorno de grão.
ENCRUAMENTO OU
ENDURECIMENTO PELA
DEFORMAÇÃO À FRIO
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 É o fenômeno no qual um material endurece devido


à deformação plástica (realizado pelo trabalho à frio)
 Esse endurecimento dá-se devido ao aumento de
discordâncias e imperfeições promovidas pela
deformação, que impedem o escorregamento dos
planos atômicos
 A medida que se aumenta o encruamento maior é a
força necessária para produzir uma maior
deformação
 O encruamento pode ser removido por tratamento
térmico (recristalização)
VARIAÇÃO DAS
PROPRIEDADES MECÂNICAS
EM FUNÇÃO DO ENCRUAMENTO
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O encruamento aumenta a
resistência mecânica

O encruamento aumenta
o limite de escoamento

O encruamento diminui a
ductilidade
ENCRUAMENTO E
MICROESTRUTURA
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 Antes da deformação  Depois da deformação


RECRISTALIZAÇÃO
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Processo de Recozimento para Recristalização

 Se os metais deformados plasticamente


forem submetidos ao um aquecimento
controlado, este aquecimento fará com
que haja um rearranjo dos cristais
deformados plasticamente, diminuindo a
dureza dos mesmos
MECANISMO QUE
OCORRE NO AQUECIMENTO
DE UM MATERIAL ENCRUADO
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ESTÁGIOS:

 Recuperação
 Recristalização
 Crescimento de grão
MECANISMO QUE
OCORRE NO AQUECIMENTO
DE UM MATERIAL ENCRUADO
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Ex: Latão
RECUPERAÇÃO
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 Há um alívio das tensões internas


armazenadas durante a deformação devido
ao movimento das discordâncias resultante
da difusão atômica
 Nesta etapa há uma redução do número de
discordâncias e um rearranjo das mesmas
 Propriedades físicas como condutividade
térmica e elétrica voltam ao seu estado
original (correspondente ao material não-
deformado)
RECRISTALIZAÇÃO
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 Depois da recuperação, os grãos ainda estão


tensionados
 Na recristalização os grão se tornam
novamente equiaxiais (dimensões iguais em
todas as direções)
 O número de discordâncias reduz mais ainda
 As propriedades mecânicas voltam ao seu
estado original
CRESCIMENTO DE GRÃO
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 Depois da recristalização se o material


permanecer por mais tempo em
temperaturas elevadas o grão
continuará a crescer.
 Em geral, quanto maior o tamanho de
grão mais mole é o material e menor é
sua resistência.
TEMPERATURAS DE
RECRISTALIZAÇÃO
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 A temperatura de recristalização é
dependente do tempo
 A temperatura de recristalização está
entre 1/3 e ½ da temperatura de fusão
TEMPERATURAS DE
RECRISTALIZAÇÃO
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 Chumbo - 4 C
 Estanho - 4 C
 Zinco 10C
 Alumínio de alta pureza 80C
 Cobre de alta pureza 120C
 Latão 60-40 475C
 Níquel 370C
 Ferro 450C
 Tungstênio 1200C
DEFORMAÇÃO À QUENTE
E
DEFORMAÇÃO À FRIO
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 Deformação à quente: quando a


deformação ou trabalho mecânico é
realizado acima da temperatura de
recristalização do material
 Deformação à frio: quando a
deformação ou trabalho mecânico é
realizado abaixo da temperatura de
recristalização do material
DEFORMAÇÃO À QUENTE
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VANTAGENS
 Permite o emprego de menor esforço mecânico para a mesma
deformação (necessita-se então de máquinas de menor capacidade se
comparado com o trabalho a frio).
 Promove o refinamento da estrutura do material, melhorando a
tenacidade
 Elimina porosidades
 Deforma profundamente devido a recristalização

DESVANTAGENS:
 Exige ferramental de boa resistência ao calor, o que implica em custo
 O material sofre maior oxidação, formando casca de óxidos
 Não permite a obtenção de dimensões dentro de tolerâncias estreitas
DEFORMAÇÃO À FRIO
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 Aumenta a dureza e a resistência dos materiais,


mas a ductilidade diminui
 Permite a obtenção de dimensões dentro de
tolerâncias estreitas
 Produz melhor acabamento superficial
VARIAÇÃO DAS
PROPRIEDADES EM
FUNÇÃO DO ENCRUAMENTO
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