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CONTATOS TECTÔNICOS
FALHAS
Contatos tectônicos são originados por falhamentos que podem colocar frente a frente
unidades litológicas de níveis estratigráficos diferentes (Fig.1B), empilharem sucessões com
metamorfismo invertido (mais alto grau metamórfico no topo. Fig. 1A), além de terem a
propriedade de modificar a textura das rochas nas quais se instalam como, por exemplo, brecha de
falha, cataclasito, milonito, filonito (Figs. 2 e 3). A diferença fundamental entre falhas e juntas
(ambas sob a denominação de fraturas) é que nas falhas, o movimento relativo entre os blocos é de
cisalhamento (setas opostas) enquanto que nas juntas tem-se sòmente extensão com separação
ortogonal entre os blocos.
Figura 1 – Falhas em níveis rasos e zonas de cisalhamento em níveis mais profundos da crosta, em
(A) regiões de compressão crustal e (B) regiões de extensão. Em ambas, conforme a
descontinuidade aprofunda, passa-se de deformação por ruptura (falhamento) para deformação
plástica (zona de cisalhamento dúctil). Extraído de Ramsay (1987), The Techniques of Modern
Structural Geology, fig.26.30, pg. 616.
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(a) (b)
Figura 2 – Produtos de dois estágios da deformação em falhas e zonas de cisalhamento. (a) – seção
delgada de cataclasito com fragmentos quebrados de quartzo e feldspato(quebra mecânica,
deformação rúptil). Nelspruit, leste Transvaal, África do Sul. Aumento x35, nicóis cruzados; (b) –
seção delgada de milonito derivado de gnaisse granítico, com fitas (ribbons) de quartzo e grãos de
feldspatos quebrados (recristalização dinâmica, deformação dúctil-rúptil). Outer Hebrides, Escócia.
Aumento x80, nicóis cruzados. Extraído de Extraído de Ramsay (1987), The Techniques of Modern
Structural Geology, figs.25.33 e 25.39, pgs 586 e 589, respectivamente.
Figura 3 – Bloco esquemático mostrando o traço de uma zona de falha na superfície e as mudanças
no tipo de deformação conforme aumenta profundidade. A zona de transição brittle-dúctil dá-se na
passagem cataclasito-milonito. Cataclasitos incoerentes (mais pseudotaquilito se seco) caracterizam
profundidades acima de 1-4 km. Abaixo disso, cataclasitos coerentes (mais pseudotaquilito se seco)
estão presentes a profundidades de até 15 km. Milonitos (zonas de cisalhamento dúcteis) estão
presentes a profundidades maiores que 10-15 km e temperaturas maiores que 250-350º C. Extraído
de Twiss, R.J. & Moores, E.M. (1992), Structural Geology, fig. 4.4, pg. 54.
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Em geral, a deformação grada de rúptil para dúctil conforme se penetra adentro da crosta
(Figs. 1, 2 e 3). A zona de transição entre um estado e outro é denominada de Zona de Transição
“Brittle” (quebradiço)-Ductil (ZTBD) ou Brittle-Ductile Transition Zone (BDTZ) (Rutter, E.M.
1986. On the nomenclature of mode of failure in rocks. Tectonophysics, 122, 381-387). Esta é a
zona onde os efeitos termais começam a atuar sobre a resistência das rochas tornando-as mais
suscetíveis à deformação plástica (zonas de cisalhamento dúcteis), e a deformação por ruptura
(brittle) é inibida. A profundidade da ZTBD varia e depende, entre outras coisas, do fluxo de calor e
da quantidade de fluidos presentes – pode ser próximo da superfície em zonas de fluxo térmico alto
e abundância de fluidos (p.ex: zonas de extensão crustal com sistemas magmáticos ativos e
falhamento associado), ou profundos dentro da crosta em zonas de fluxo térmico baixo com rochas
com poucos fluidos ou secas (p.ex. interior dos continentes em áreas cratônicas). Provavelmente,
existem duas zonas de transição brittle-dúctil: uma no interior da crosta continental, devido a
diferenças na composição e no conteúdo de fluidos entre a crosta continental superior rica em
fluidos e quartzo e a crosta continental inferior seca, e outra no manto superior devido a diferenças
na sua composição entre rochas ricas em olivina e piroxênio (Fig.4).
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Figura 5 – Traço do plano de falha realçado pelo deslocamento do contato subhorizontal entre
rochas com estratificação grossa cobertas por outras com estratificação delgada. Extraído da
Internet, www.google.com - fault – imagens.
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Hade, termo inglês usado na mineração nos séculos passados e hoje em desuso, é o ângulo
entre o plano de falha e a vertical. É o complemento do ângulo de mergulho (ângulo entre o plano
de falha e a horizontal).
Em falhas com planos inclinados e movimentos verticais/obliquos, o bloco acima do plano de falha
é denominado de capas ou teto (hangwall). O bloco abaixo é denominado de lapa ou muro
(footwall).
Por tratar-se de deformação ruptil, o movimento entre dois blocos rochosos deixa marcas na
superfície de deslizamento e nas rochas envolvidas, tais como: superfícies polidas (slickensided
surface), estrias e marcas de ressalto, brechas de falha, cataclasito, milonito e pseudotaquilito,
silicificação, estruturas cockscomb e gouge (Fig. 7). O movimento entre os blocos produz um
polimento na superfície de deslizamento. Esta superfície polida é, em inglês, é denominado de
slickensided surface (slick = polido; side = lado). Planos de falha geralmente mostram
estriamentos causados pelo movimento da falha (Fig. 7C). Estrias são mais visíveis em superfícies
polidas (slickensided), mas não restritas a elas. Algumas estrias são ranhuras na superfície de
deslizamento causadas pela fricção entre as partes deslocadas (Fig. 8).
Outras são lineações produzidas por cristalização de minerais, geralmente como fibras de
quartzo e calcita. Fibras polidas e marcas de ressaltos formando degraus indicam o deslocamento
mínimo ocorrido e o sentido de deslizamento da falha, respectivamente (Figs. 9 e 10). O tamanho
das fibras indicaria um valor mínimo para o deslocamento, o seu posicionamento espacial e a
direção degrau abaixo dos ressaltos (direção suave ao tato) indicariam a orientação e sentido do
deslizamento (Fig 10,A e B).
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Figura 9 – Fibras polidas (slickenfibers) de calcita (claro) inclinadas para a esquerda, sobre plano de
falha em metarenito (escuro) précambriano. Marcas de ressalto (linhas irregulares perpendiculares
às fibras) indicam sentido de movimento da falha da esquerda inferior para a direita superior
(movimento destral). Comparar com figuras abaixo.
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Figura 11 – Brecha de falha: por dentro (A) e por fora (B). Extraído de Davis, G.H.(1984),
Structural Geology of Rocks and Regions, fig. 7.39, pg. 226.
Vazios (buracos) que não foram preenchidos pela matriz fina durante o falhamento podem
ser ocupados por precipitações de minerais através da circulação de águas subterrâneas e/ou
soluções hidrotermais. Estruturas como a crista de galo (cockscomb), caracterizada por uma
crustificação de minerais revestindo um buraco vazio, são assim formadas (Fig. 12B). Rochas
incompetentes (p.ex: pelitos) respondem de modo plástico ao falhamento e são ao longo da falha,
geralmente, convertidas em um material moído muito fina e argiloso denominado de gouge (Fig.
13).
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II - FEIÇÔES NA SUPERFÍCIE
Contatos por falha podem ser facilmente identificados no campo em áreas onde o
falhamento é ativo. Falhas produzem translações (mudança de posição) de feições naturais (contatos
litológicos, córregos, etc.) e feitos pelo homem (cercas, estradas, pontes, etc.) que podem ser
utilizados na sua identificação no campo (Fig. 14). Falhas atuais e aquelas ativas no passado
recente, geralmente, têm forte expressão fisiográfica. Lineamentos retilíneos a curvos, definidos
por feições topográficas, servem para marcar os traços faz falhas na superfície. Lineamentos podem
ser observados em qualquer escala, desde fotografias aéreas a imagens de satélite (Figs. 14 e 15).
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Figura 15 – Imagem de satélite da zona da Falha de San Andréas. Lineamentos retilíneos marcam
traços de planos de falha na superfície (vermelho). Extraído de www.google.com - fault - imagem.
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Figura 17 – Facetas triangulares em escarpa de falha, Rocky Mountain Trench, British Columbia,
USA. Extraído de Badgley, P.C. (1965), Structural and Tectonics Principles, fig. 5-27, pg.176.
Falhas movimentam-se por translação e/ou rotação (Fig. 18), na maioria dos casos não sendo
possível estabelecer qual bloco se moveu. Assim, considera-se o movimento relativo entre eles.
Figura 18- Movimentos de translação (A) e rotação (B) de falhas. Extraído de Loczy & Ladeira
(1976), Geologia Estrutural e Introdução à Geotectônica, fig. 8.3, pg. 82.
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IV - CLASSIFICAÇÕES DE FALHAS
• CLASSIFICAÇÃO GEOMÉTRICA
Considerando elementos geométricos, as falhas podem ser classificadas com base: 1- no (rake
do) rejeito total (net slip); 2- no movimento aparente das falhas; 3- na atitude do plano de falha em
relação a coordenadas das rochas regionais; 4- no padrão das falhas e 5- no mergulho do plano de
falha.
Falha de rejeito direcional (strike-slip fault) é aquela na qual o rake do rejeito total é zero,
ou seja, o deslocamento é paralelo à direção do plano de falha (Fig. 24).
Figura 24 – Falhas de rejeito direcional sinistral (blocos diagramas à esquerda) e destral (blocos à
direita). Notar as seções geológicas nos cortes ortogonais aos planos de falha, após a erosão: nos
blocos à esquerda, o movimento relativo é zero (sem deslocamento aparente). Nos blocos à direita,
o movimento aparente é tal que a capa parece subir em relação à lapa (movimento aparente de falha
reversa). Extraído de Loczy & Ladeira (1976), Geologia Estrutural e Introdução à Geotectônica,
figs. 8.8 e 8.9, respectivamente, pg. 84.
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Falha de rejeito de mergulho (dip-slip fault) é aquela na qual o rake do rejeito total é 90°,
ou seja, o deslocamento é paralelo a inclinação (dip) do plano de falha (Fig. 25).
Figura 25 – Falhas de rejeito de mergulho (dip-slip faults). Notar efeitos do deslocamento nos
horizontes-guia: repetição de litologias (diagramas superiores) e deslocamentos aparentes (vertical x
horizontal). Extraído de Loczy & Ladeira (1976), Geologia Estrutural e Introdução à Geotectônica,
figs. 8.10 e 8.12, pgs. 84 e 85, respectivamente.
Falha normal (normal fault) é aquela na qual aparentemente a capa desce e lapa sobe (Figs.
27A e 28A). O ângulo de mergulho do plano de falha gira em torno de 60º, geralmente.
Falha reversa (reverse fault) é aquela na qual aparentemente a capa sobe e lapa desce (Figs.
27B e 28B). O ângulo de mergulho do plano de falha gira em torno de 60º, geralmente.
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(a) (b)
Figura 28 – Classificação de falhas segundo movimento relativo entre os blocos, observados em
seção vertical perpendiculares à direção do plano de falha. (a) – falha normal; (b) – falha reversa
deslocando camada de arenito em sucessão turbidítica.
Esta é uma classificação utilizada para nomear falhas em imagens (radar e fotointerpretação)
e mapas geológicos, em relação à estruturação regional.
Falha direcional (strike fault) é aquela cuja direção do plano de falha é paralelo à direção
regional, seja foliação primária (acamamento, fluxo magmático) ou secundária (clivagem,
xistosidade) (Fig. 25, diagramas superiores).
Uma falha de acamamento (bedding fault) é uma variedade da falha direcional cujo plano
de falha é paralelo ao acamamento (Fig. 29).
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Falha de mergulho (dip fault) é aquela cuja direção é paralela ao sentido de mergulho da
estruturação regional (p.ex: acamamento). Portanto, sua direção é perpendicular ao das camadas
(Fig. 24, diagramas da direita; Fig. 25, diagramas inferiores).
Falha oblíqua ou diagonal (oblique ou diagonal fault) é aquela que possui disposição
obliqua em relação as direções das rochas por ela deslocadas (Fig. 20, 21, 22 e 23).
Falha transversal (transverse fault) tem direção perpendicular ou em diagonal em relação à
estruturação regional (Fig. 31).
Figura 30 – Falhas transversais, cortando sinformal (em cima) e antiformal (em baixo). Notar os
deslocamentos nos horizontes-guia. Extraído de Loczy & Ladeira (1976), Geologia Estrutural e
Introdução à Geotectônica, figs. 8.13 e 8.14, respectivamente, pg. 85.
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Baseia-se no aspecto das falhas em mapas e seções estruturais. Coordenadas geológicas das
rochas adjacentes é irrelevante.
Falhas paralelas (parallel fault) têm atitudes semelhantes (Fig. 32A).
Falhas radiais (radial fault) irradiam-se a partir de um ponto (Fig.32B). Assim, são comuns
em centros vulcânicos e intrusivos e domos de sal. Falhas periféricas (peripheral fault) exibem
padrão em arco ou mais ou menos circular, envolvendo ou limitando uma área circular ou parte
desta (Fig. 32C). Falhas radiais e periféricas estão associadas a tectonismo vertical e distensão.
Falhas “en échelon” se superpõem umas às outras mantendo um leve deslocamento lateral
entre seus traços (Fig. 32D).
Figura 32 – Classificação geométrica de falhas com base no padrão que apresentam. A – falhas
paralelas, B – falhas radiais, C – falhas periféricas, D – falhas en échelon. Extraído de Loczy &
Ladeira (1976), Geologia Estrutural e Introdução à Geotectônica, fig. 8.25.
Dependendo do valor angular da inclinação da falha, elas podem ser classificadas como
falhas de alto ângulo, quando mergulharem > 45º e falhas de baixo ângulo, quando mergulharem
< 45º.
• CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA
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Falhas de empurrão ou de cavalgamento (thrust fault) são aquelas nas quais a capa subiu
relativamente em relação a lapa, ou seja, são falhas reversas com baixo ângulo de mergulho do
plano de falha (menor ou igual a 30º). Caracterizam-se por eixo principal de stress (σ1)
essencialmente horizontal, com direção de máximo alívio (σ3) na vertical (Fig. 33c). Falhas de
empurrão indicam encurtamento crustal, devido a esforços compressionais e tangenciais.
Falhas de gravidade (gravity fault) são aquelas nas quais a capa desce relativamente em
relação à lapa, como nas falhas normais. O movimento é de rejeito de mergulho (rake = 0) e o eixo
principal de stress (σ1) é essencialmente vertical, com a direção de maior alívio (σ3) na horizontal
(Fig. 33a). Falhas de gravidade relacionam-se a esforços trativos como distensões da crosta
terrestre, formação de bacias sedimentares e rifteamentos.
Falhas de rejeito direcional (strike-slip fault) ou transcorrente (transcurrent fault) são
aquelas onde o movimento dominante é horizontal. O eixo principal de stress (σ1) é horizontal ,
assim como a direção de maior alívio (σ3) (Fig.33b). O termo wrench fault (falhas de torção) é
usado especialmente se o mergulho do plano de falha é subvertical e sua direção é transversal ao
trend das estruturas regionais. As falhas de rejeito direcional ou transcorrentes podem ter dois tipos
de movimento tendo-se como referência o bloco do outro lado da falha: sinistrais (levógiras ou
esquerda, com o bloco movendo-se da direita para a esquerda) e destrais (destrógira ou direita,
com o bloco movendo-se da esquerda para a direita).
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Figura 34 – Tipos de falhas: normal (B), reversa (B), transcorrente ou de rejeito direcional (A) e de
rejeito obliquo (C). Falhas normais e reversas com deslocamento vertical são também falhas de
rejeito de mergulho (dip-slip fault). Extraído de Davis, G.H.(1984), Structural Geology of Rocks
and Regions, fig. 9.8, pg. 266.
Esta classificação baseia-se no movimento real (absoluto) entre os blocos falhados, tendo
como referência um plano-base, em geral, o nível do mar (Loczy & Ladeira 1976). Teoricamente,
podemos ter cinco tipos de falhas gravitacionais/normais em função do movimento absoluto: a – a
capa desce e a lapa permanece parada; b – a capa desce e a lapa sobe; c – a lapa sobe e a capa
permanece parada; d – ambos os blocos sobem, porém a capa desloca-se menos que a lapa; e –
ambos sobem, porém a lapa desloca-se mais que a capa. De modo análogo, podem ser definidos
idealmente cinco tipos de falhas de empurrão/reversa (Loczy & Ladeira 1976).
Falhas de crescimento (growth fault) são falhas normais/gravitacionais atuantes
simultaneamente a eventos de sedimentação (falhas sin-sedimentares). Caracteriza-se por um
aumento na espessura da pilha sedimentar na direção do plano de falha, que cresce conforme falha
se move. Neste tipo de falha o movimento absoluto seria a capa descendo e a lapa estacionária.
Geralmente, falhas de crescimento são também falhas lístricas, com o plano de falha íngrime na
superfície e subhorizontal em profundidade (ver item Falhas Normais adiante, e Fig.X).
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Upthrusts são falhas de alto ângulo, de gravidade ou de empurrão, nas quais o bloco
relativamente soerguido foi o elemento ativo. Underthrusts são falhas onde o elemento ativo é a
lapa. Quando o bloco ativo é a capa, tem-se o overthrust ou supracavalgamento (Loczy & Ladeira
1976).
Figura 35 – Truncamento de contatos por falha: (a) – falha de rejeito de mergulho (dip-slip fault)
mostrando como uma separação vertical vista em seção (plano vertical) assemelha-se a uma
separação lateral quando vista em mapa (plano horizontal). Os contatos deslocam-se
progressivamente no sentido do mergulho das camadas conforme a erosão vai abaixando o terreno.
(b) – bloco diagrama de uma falha de rejeito de mergulho normal. Notar os deslocamentos laterais
dos contatos no plano horizontal, embora o deslocamento real tenha sido vertical (normal no plano
vertical). Extraído de Bennison, M. 1990, An Introduction to Geological Structures and Maps, 3a
ed., fig. 27, pg.31.
Embora o deslocamento dos contatos seja uma feição fácil de se observar no campo, não
necessariamente reflete o movimento real da falha: uma falha de rejeito direcional pode mostrar um
movimento aparente de falha reversa em seção vertical (Fig. 26), ou ainda, uma falha de rejeito de
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Figura 36 – Deslocamento de contatos por falha. Pelo V desenhado pelos contatos da unidade B na
drenagem (regra dos V’s), as unidades litológicas mergulham para oeste (dip) tendo, portanto,
direções norte-sul (strike). Isto é confirmado achando-se dois pontos de mesma cota ao longo do
contato do topo da unidade B (p.ex: LS 600), pelos quais obtém-se LS orientadas nesta direção.
Ainda ao longo da drenagem, o traço do plano de falha faz um leve V para sul, indicando como este
o seu sentido de mergulho (dip) e, portanto, direção leste-oeste (strike), o que também é confirmado
por dois pontos de mesma cota ao longo do traço da falha. A pequena distância no espaçamento das
LS mostra um ângulo de mergulho alto para o plano de falha. Embora no plano horizontal (mapa) o
deslocamento pareça ter sido lateral (sinistral), as LS não apresentam este deslocamento e sim uma
mudança nas suas cotas com uma diferença de 500 metros, correspondente a separação vertical de
mergulho (throw). Assim, a linha de strike de cota 1000 metros do topo da unidade B, no outro lado
da falha cai para a cota 500 metros; do mesmo modo, a LS 600 cai para a cota 100 metros no outro
lado. O movimento real é então ao de uma falha de rejeito de mergulho normal (normal dip-slip
fault), com uma separação de mergulho vertical de 500 metros. Extraído de Bennison, M. 1990, An
Introduction to Geological Structures and Maps, 3a ed., mapa 12, pg.30.
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Deslocamentos laterais de contatos ocorrem quando uma falha corta os contatos litológicos, ou
seja, quando a direção da falha é diferente daquela dos contatos (falhas de mergulho, transversais e
obliquas). Quando uma falha tem a mesma direção (strike) dos contatos litológicos que corta (falhas
direcionais e longitudinais), ocorrerá repetição ou omissão de unidades (ou camadas), dependendo
do sentido de mergulho da falha: repetição se a falha mergulha no sentido oposto ao dos contatos
litológicos ou omissão se mergulha no mesmo sentido dos contatos (fig. 38).
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Figura 38 – Bloco diagrama de falha direcional normal (direção do plano de falha paralela ao dos
contatos): (a) unidades litológicas e plano de falha com sentidos de mergulho opostos – repetição de
litologias; (b) mesmo sentido de mergulho – omissão de litologias. Extraído de Bennison, M. 1990,
An Introduction to Geological Structures and Maps, 3a ed., fig. 26, pg.29.
A direção e o sentido do rejeito total de uma falha podem ser determinados de várias
maneiras: reconstrução de linhas deslocadas (Fig.39), estrias e fibras, dobras de arrasto (drag folds)
fraturas de tensão (tension gashes) e dobras assimétricas apertadas (Davis, G.H. 1984).
Identificar linhas que tenham sido deslocadas é uma das maneiras para se avaliar o movimento
de uma falha. Exemplos incluem a interseção entre planos como, por exemplo, a linha interseção
entre as paredes de um dique com a unidade litológica por ele penetrada, a interseção entre
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acamamentos de sucessões separadas por discordância angular, linhas de contorno como linhas de
strike e isópacas e, principalmente, eixos de dobras. O exemplo a seguir baseia-se no deslocamento
de linhas representadas por charneiras (eixos) de dobras (Davis, G.H. 1984). No mapa mostrado na
figura abaixo (Fig. 40), a charneira (eixo) de um sinformal sinclinal revirado tem atitude de
S10ºE/22º. A charneira da dobra está deslocada por uma falha com atitude de N75ºW/65ºSW.
Partes da charneira afloram em ambos blocos da falha (locais A e B da Fig. 40). Antes do
falhamento estas partes constituíam uma só linha de charneira, retilínea e contínua. O rejeito total é
deduzido pela projeção dos segmentos lineares deslocados, no plano de falha (lembrete: a projeção
de uma linha é um ponto). Feito isso, mede-se a distância e a direção entre as linhas projetadas (ou
pontos).
CONSTRUÇÃO
Figura 40 – Determinação da translação ao longo de uma falha com base no deslocamento da linha
de charneira de uma dobra. (A) – Mapa mostrando as relações entre a falha e a linha de charneira do
sinformal revirado deslocada. (B) – seção vertical estrutural mostrando onde as linhas de charneira
se interceptam no plano de falha. (C) – componentes do rejeito total visto no plano de falha.
Extraído de Davis, G.H.(1984), Structural Geology of Rocks and Regions, fig. 9.9, pg. 269.
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CONSTRUÇÃO
1- Desenhe os traços dos veios AC e A’C’ paralelos a direção N30ºW, e BD e B’D’ paralelos a
direção N30ºE (Fig. 41).
2- Faça seções verticais perpendiculares as direções dos veios (linhas EE’e FF’) e da falha (linha
GG’) e desenhe seus traços a partir dos pontos E’’, F’’ e G’’, usando os respectivos ângulos de
mergulho (linhas E’’L, F’’M e G’’K, respectivamente).
3- Desenhe a reta HH’ paralela e a uma distancia arbitrária h de EE’. Construa II’ e JJ’ da mesma
maneira. Estas linhas representam um nível que será denominado de plano de referência
inferior, distante h abaixo da superfície (linhas EE’, FF’ e GG’). Estes planos interceptam os
traços dos veios e da falha nos pontos L’, M’ e K’, respectivamente.
4- A partir de K’ desenhe uma linha K’O paralela a FF’. A partir de L’, desenhe uma linha
paralela a BD até que intercepte K’O no ponto P. A partir de M’, desenhe uma linha paralela a
AC até que intercepte K’O no ponto Q. As linhas K’O, L’P e M’Q representam linhas de
contorno da falha e dos veios localizadas a uma distância h abaixo da superfície. As
interseções dos dois veios com o plano de falha neste plano de referência inferior são os pontos
P e Q.
5- A seguir, trabalhamos no plano de falha onde faremos uma seção. Para isto é necessário
rotacionar o plano de falha para o plano do mapa a fim de mostrar a seção. A linha FF’ será
usada como eixo de rotação. Usando G’’K’ como raio e G’’ como centro, desenhe um arco
para interceptar GG’ em R. G’’R é a distância do declive, no plano de falha, entre o plano da
superfície e o plano de referência inferior. A partir de R, desenhe RR’ paralela a FF’. BG’’
RR’ é a seção no plano de falha.
6- A partir de Q, construa a linha perpendicular a K’O para interceptar RR’ em Q’. Faça o mesmo
a partir do ponto P, para interceptar RR’ em P’. Q’ e P’ representam as interseções dos veios
com o plano de referência inferior, visto no plano de falha.
7- Desenhe AQ’ e BP’ até se interceptarem em S’. AS’ e BS’ representam os traços dos dois
veios na parede sul do plano de falha; S’ representa suas interseções na parede sul. Desenhe
A’N’ e B’N’ paralelas a AS’ e BS’, respectivamente. N’ representa a interseção dos traços dos
dois veios na parede norte do plano de falha. Desenhe N’S’, que será o rejeito total.
8- Desenhe AQ e BP até a interseção S. AS é a projeção horizontal da interseção do veio N30ºW
com a falha. S é a projeção horizontal da interseção dos dois veios na parede sul do plano de
falha. Desenhe A’N e B’N paralelas a AS e BS, respectivamente. Desenhe NS, que
corresponderá a projeção horizontal do rejeito total.
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9- Para determinar o caimento (plunge) do rejeito total é necessário achar a altitude dos pontos
para os quais N e S são as projeções horizontais. Desenhe uma linha a partir de S, paralela a
FF’, que intercepte G’’K em T. Faça o mesmo a partir de N, para interceptar G’’K em U. São,
então, levantadas linhas perpendiculares a FF’, uma a partir de T e outra a partir de U. Estas
linhas se interceptam FF’ em T’ e U’. T’U’, na mesma escala do mapa seja qual for, é a
diferença em altitude entre os pontos dos quais N e S são as projeções horizontais.
10- Desenhe NS separadamente. Desça uma perpendicular a partir de S para S’’ de tal modo que
S’S = T’U’. Desenhe NS’. SNS’ nos dá o ângulo vertical que o rejeito total faz com sua
projeção horizontal; é o caimento (plunge) do rejeito total. Pra checar o trabalho feito, NS’
neste diagrama deve ser igual a N’S’ na construção principal.
11- O ponto de interseção dos dois veios no bloco sul com o plano de falha encontra-se numa
altitude mais baixa e a leste da interseção correspondente no bloco norte da falha. O
movimento relativo ao longo da falha é tal que o lado sul moveu-se para baixo e para leste em
relação ao lado norte. Estenda N’S’ até interceptar FF’ em V. O ângulo S’VB é a obliqüidade
(rake) do rejeito total.
12-
Figura 41 – Solução gráfica para problemas de falhas inclinadas. Dois veios com atitudes
N30ºW/35ºNE e N30ºE/ 60ºNW são deslocados por uma falha com atitude N90ºE/40ºS. Extraído de
Billings, M.P. 1972, Structural Geology, 3a ed., fig. E11-1, pg. 565.
A fig. 42 ilustra o método usado para localizar no lado norte da falha, um terceiro veio de
quartzo com atitude N40ºE/70ºSE aflorando no lado sul. FF’ é o traço da falha no mapa. K’O é a
projeção horizontal da interseção da falha e o plano de referência inferior, e RR’ é a mesma
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interseção após rotação para o plano de falha. A locação do veio N40ºE no lado sul da falha é
mostrado na fig. 42.
Figura 42 – Solução gráfica para problemas de falha. Veio com atitude N40ºE/70ºSE aflora no lado
sul da falha FF’. O rejeito total é o mesmo do problema anterior (fig. 41). O problema é achar a
posição do veio no lado norte da falha. Extraído de Billings, M.P. 1972, Structural Geology, 3a ed.,
fig. E11-2, pg. 569.
CONSTRUÇÃO
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6- A fig. 41 mostra que o bloco norte moveu-se para cima e para oeste, portanto, o traço do
veio na parede norte do plano de falha irá ser acima e para oeste de EE’. A um ponto
conveniente ao longo de EE’, p.ex. em X, plote o ângulo G’’XH igual a obliqüidade (rake)
do rejeito total, que será o ângulo S’VB da fig. 41. Em XH, plote XH’ igual ao rejeito total
correspondente as dimensões de N’S’ na fig. 41.
7- Por H’, desenhe II’ paralela a EE’. II’ é o traço do veio no lado norte da falha.
8- A partir de X’, desenhe X’Y’ paralela a XY. O ponto X’ representa a interseção do veio com
a falha no seu lado norte e X’Y’ é o traço do veio na superfície.
• Dobras de arrasto
Dobra de arrasto é um outro tipo de estrutura que pode ser usada para determinar a direção e o
sentido do deslizamento durante falhamento. São dobras localizadas próximo dos planos de falha
resultantes do movimento de cisalhamento entre os blocos (Fig.43).
Figura 43 – Exemplos de dobras de arrasto. (A)- falhas reversas e de empurrão: camadas da capa
são dobradas em antiformais; camadas da lapa são dobradas em sinformais. (B)- falhas normais:
sinformais na capa e antiformais na lapa. (C)- padrões de dobramento em falhas transcorrentes e de
rejeito direcional (strike-slip) destrais e sinistrais. (D)- dobras de arrasto sigmoidais em falhas de
rejeito direcional (strike-slip) pouco espaçadas. (A) e (B) são seções verticais; (C) e (D) são vistas
de mapa. Extraído de Davis, G.H.(1984), Structural Geology of Rocks and Regions, fig. 9.11, pg.
270.
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seria de uma tal maneira que provocaria um vazio entre os blocos falhados, o que é geologicamente
improvável (Fig. 44A). Para preencher este vazio, duas soluções seriam possíveis: as camadas da
capa são arrastadas de tal maneira que mergulham contra o plano de falha formando um anticlinal
“roll-over” ou, as camadas mergulham contra o plano de falha não por dobramento mas por
falhamento secundário com falhas mergulhando no sentido contrário ao do plano de falha principal
– falhas antitéticas (Fig.44B)
Figura 44 – Formação de arrasto reverso por: (A)- arqueamento das camadas para dentro da zona de
potencial separação (anticlinal “roll-over”) e/ou (B)- falhamento normal escalonado com sentido de
mergulho contrário ao da falha principal (falhas antitéticas). Extraído de Davis, G.H.(1984),
Structural Geology of Rocks and Regions, fig. 9.14, pg. 271.
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• Estrias e fibras
São estruturas que indica também a direção e sentido do deslizamento. A obliqüidade (rake) das
estrias e fibras no plano de falha é uma feição diagnóstica para a direção do deslizamento (Fig. 8).
Fibras e marcas de ressalto são feições indicativas do sentido de deslizamento (Figs. 9 e 10).
Falhas não são estruturas infinitas, ou seja, o deslocamento em algum momento termina,
desaparecendo na superfície e em profundidade. A linha que limita o deslocamento físico das
paredes da falha é denominada tip line ou “linha de terminação” numa tradução livre. A linha
interseção entre a falha e a superfície é o traço do plano de falha. Onde ele acaba é denominado de
ponto de terminação (tip point) ou simplesmente terminação (tip) (Fig.2A). Em algumas
situações a linha de terminação não alcança a superfície e a falha é denominada de falha cega
(blind fault) (Fig.2B).
Figura 2 – Feições geométricas de planos de falha. Em falhas cegas, a linha de terminação não
alcança a superfície. Extraído de Ramsay (1987), The Techniques of Modern Structural Geology,
fig23.3, pg. 507.
Falhas também podem terminar abruptamente umas contra outras, seja devido a duas
gerações de falhamento com uma cortando a outra, ou porque constituem dois sistemas de falhas
com orientações diferentes interagindo de tal maneira que geometricamente têm um movimento
geral compatível. Falhas individuais algumas vezes ramificam-se nas suas extremidades em
inúmeras falhas secundárias - terminação chanfrada (termination splay) ou ramificada. O termo
splay (chanfrado) indica uma falha que se ramifica em outras. A Fig. 3 mostra a nomenclatura
corrente para ramificações isoladas (isolated splay), divergentes (diverging splay), rejuntadas
(rejoining splay) e conectadas (connecting splay). Denomina-se de horse (cavalo), uma massa de
rocha em forma lenticular limitada por falhas em todos os seus lados. Quando planos de falhas se
encontram, a linha interseção é denominada de linha de ramificação (branch line); se as falhas
afloram na superfície, a linha aparecerá como um ponto de ramificação (branch point).
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Figura 3 – Falhas secundárias bifurcadas a partir de uma falha principal inferior (main fault). A
linha de terminação (tip line) das falhas (t.l.) marcam os limites de seus movimentos. As falhas
secundárias juntam-se a falha principal ao longo das linhas de ramificação (branch lines, b.l.). Estas
linhas podem estar expostas na superfície como pontos de ramificação (branch point, b.p.). Extraído
de Ramsay (1987), The Techniques of Modern Structural Geology, fig23.4, pg. 507.
(A) (B)
Figura 18 – Comportamento dos materiais rochosos conforme variações de temperatura e pressão
confinante. (A) – fraturas de extensão em calcário geradas por compressão longitudinal (eixo
principal de stress máximo vertical, eixo de stress mínimo horizontal). Pressão confinante de 100
atmosferas, temperatura ambiente, porcentagem de strain (encurtamento) de 0,4%. (B) – Falha em
arenito. Compressão longitudinal (vertical). Pressão confinante de 5000 bar, pressão de água
intersticial de 1000 bar, temperatura de 500 ºC, encurtamento (strain) de 40 %. Notar zona de
milonitização atravessando a amostra. Há muito pouca quebra de grãos de quartzo para fora da zona
milonitizada. Extraído de Badgley, P.C. (1965), Structural and Tectonics Principles, figs. 2-1 e 2-2,
respectivamente, pg. 5.
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(A) (B)
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
BILLINGS, M.P. 1972. Structural Geology. 2a edição, Prentice-Hall, Inc. New Jersey, 606p.
DAVIS, G.H. 1984. Structural Geology of Rocks and Regions. New York, John Wiley & Sons, Inc.,
492 p.
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RAMSAY, J.G. & HUBBER, M.I. 1987. The Techniques of Modern Structural Geology, vol. 2:
Folds and Fractures. Academic Press, 700 pgs.
TWISS, R.J. & MOORES E.M. 1992, Structural Geology, W.H. FREEMAN & COMPANY ed.,
532 pgs.
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