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ALINHAMENTO DE MÁQUINAS

(CONVENCIONAL)

Prof. Josimar Batista


ALINHAMENTO DE MÁQUINAS
(CONVENCIONAL)
1. INTRODUÇÃO

Máquinas rotativas industriais, tais como bombas, compressores, ventiladores, etc.,


são normalmente conectadas a seus acionadores através de acoplamentos
flexíveis. Esses tipos de acoplamentos são usados porque as mudanças de
temperaturas, partidas ou paradas dos equipamentos, podem causar movimentos
relativos entre seus eixos.

Todos os acoplamentos flexíveis trabalham sujeitos a limites de desalinhamento de


eixos. Ao operar fora desses limites, os acoplamentos estarão sujeitos a falhas
ou desgaste irregular.

Com o intuito de facilitar o trabalho de alinhamento de eixos de maquinas, foram


desenvolvidos alguns processos de alinhamento, dos quais, escolhemos dois dos
mais abrangentes e incluímos neste trabalho, o qual, esperamos que seja grande
utilidade para os profissionais que trabalham em instalação de equipamentos
mecânicos rotativos.
2. PRINCÍPIOS
BÁSICOS
2.1 Definição

Podemos definir o alinhamento de eixos, como sendo o processo


pelo qual posicionamos dois eixos, de forma que a linha de centro de um
fique colinear em relação à do outro (em condições normais de operação
da máquina - Figura 1
ALINHAMENTO A FRIO – procedimento de alinhamento feito com as maquinas
paradas nas condições do ambiente.

ALINHAMENTO A QUENTE – procedimento de alinhamento feito com as


máquinas paradas sob as condições de operação.
DESALINHAMENTO PARALELO – também chamado de desalinhamento radial,
existe quando as linhas de centro dos eixos são paralelas entre si, mas, não
coincidentes (Figura 2).
DESALINHAMENTO ANGULAR – também chamado de desalinhamento axial ou
facial, é verificado quando as linhas de centro dos eixos são coplanares, porem,
formam um angulo entre si (Figura 3).
DESALINHAMENTO COMBINADO
Acontece quando temos a associação dos dois anteriores, ou seja, as linhas de
centro dos eixos não são coplanares e formam um ângulo entre si (Figura 4). Este
é o tipo de desalinhamento normalmente encontrado na pratica.
3. EFEITOS DO DESALINHAMENTO
EM EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

3.1 vibração;
3.2 acoplamentos e mancais;
3.3 selagens axiais e radiais;
3.4 egrenagens;
3.5 eixos;
4. DILATAÇÃO
TÉRMICA
Experiências físicas demonstraram que a variação de dimensões dos corpos
é diretamente proporcional à variação de temperatura, comprimento inicial e
depende do tipo de material. Com isso, chegou-se a seguinte fórmula:
5. DETERMINAÇÃO DO
ALINHAMENTO IDEAL A FRIO

As maquinas rotativas normalmente operam com temperaturas acima ou


abaixo da temperatura ambiente, logo, estão sujeitas às dilatações ou
contrações térmicas, o que tem como conseqüência uma diferença na
posição dos seus eixos quando passam à condição normal de operação.

Na determinação dos valores da dilatação ou contração térmica são


usadas, como referencia, duas direções básicas que são, a vertical e a
horizontal. Damos a seguir os principais casos encontrados na pratica:
5.1 Máquinas Simétricas

São máquinas cujo movimento do eixo na direção horizontal é desprezível,


por apresentarem simetria construtiva e térmica em suas carcaças, ex.:
bombas centrifugas, turbinas a vapor, compressores centrífugos multi-estágios de
um só eixo, motores elétricos, entre outras.
A diferença de altura entre os eixos dessas maquinas pode ser calculada através de
uma composição da formula de dilatação térmica linear vista no capitulo anterior:
5.4 Máquinas Assimétricas

Máquinas que não apresentam simetria construtiva e/ou térmica na horizontal,


em suas carcaças: redutores e multiplicadores de velocidade, compressores
de parafusos, entre outras.

Nessas maquinas a linha de centro de seus eixos se deslocam tanto vertical


como horizontalmente, devido à dilatação térmica e movimentos mecânicos.
MULTIPLICADOR DE VELOCIDADE:
A folga nos mancais e a dilatação térmica da carcaça, tanto na altura como na
largura, devem ser consideradas na determinação dos valores e direções dos
deslocamento dos eixos (Figura 12).
COMPRESSOR CENTRÍFUGO DE QUATRO ESTÁGIOS E 3 EIXOS

A carcaça dessa maquina, como na anterior, possui na sua base um ponto fixo, o
qual, faz com que a expansão térmica horizontal atue somente em um sentido
Figura 13. A diferença nas linhas de centro dos eixos, entre a condição a
quente e a condição a frio, esta representada pela letra “a”.
A dimensão “a” será obtida através do gráfico mostrado na . Para isso precisamos
conhecer a distância do ponto fixo à linha de centro do compressor na condição a
frio que é encontrada no manual da maquina. Vejamos um exemplo:
Determine a dimensão “a” para o alinhamento horizontal de um compressor cuja
distancia do ponto fixo à linha de centro da carcaça é 2150 mm.

Nota: Os exemplos acima são informações de fabricantes para determinados


modelos e tamanhos para equipamentos, logo, não devem ser usados de forma
geral.
6. INSTRUMENTOS E
DISPOSITIVOS USADOS EM
ALINHAMENTO
Medir calços
Instrumento usado na medição da separação axial das faces dos cubos de
acoplamento quando essa medida for bastante reduzida, figura 18. Ele também
pode ser usado para realização de pré-alinhamento axial.
Este instrumento é usado para a mediação das distancias entre os pés e cubos de
acoplamento dos equipamentos a serem alinhados. Para esta mesma finalidade
podemos utilizar as réguas de precisão. Essas medições serão detalhadas nos
processos de alinhamento.
SUPORTES DE ALINHAMENTO
São dispositivos usados para fixar o relógio comparador ao cubo de acoplamento
ou eixo permitindo a tomada de leitura durante o alinhamento.
MACACOS DE PARAFUSO

São dispositivos normalmente permanentes que servem para mover lateralmente as


maquinas durante o processo de alinhamento (Figura 24).
7. PROCEDIMENTOS E
CUIDADOS GERAIS EM
ALINHAMENTO
7.1 Antes do Alinhamento

 Medir o desalinhamento antes de iniciar os procedimentos de alinhamento;

 Verificar cargas passivas com tubulações, fluidos, etc;

 Marcar os calços em relação aos pés do equipamento para agilizar


alinhamento;

 Escolha o método de alinhamento a ser utilizado e anote os valores


de alinhamento ideal a frio e as tolerâncias de desalinhamento;

 Providencie os materiais necessários ao alinhamento;

 O uso de calços de aços carbono em alinhamento é desaconselhado


devido a sua rápida corrosão, é recomendado calços de aços inoxidáveis,
ou, na falta destes, calços de latão.
 Checar confiabilidade dos instrumentos a serem utilizados;

 Devemos verificar se os suportes de alinhamento a serem usados são realmente


rígidos para não tornarem falsas as leituras executadas.
 A base deve ser inspecionada quanto à rigidez, nivelamento, planicidade e
limpeza.

 Verifique a existência de “pé manco” e corrija com calços.

 Monte os dispositivos e instrumento conforme o método utilizado.

 Devemos marcar as faces dos cubos de acoplamento, a cada 90º, para facilitar a
localização dos corretos pontos de tomada de leitura com o relógio.
7.2 Durante o Alinhamento

 Fazer um pré alinhamento utilizando dispositivos de menor precisão, deixando um


desalinhamento máximo de 3 mm;
b. Antes de cada tomada de medidas devemos apertar firmemente os parafusos dos
pés dos equipamentos que estão sendo alinhados.

c. As medidas tomadas com os relógios comparadores devem ser feitas girando os


dois eixos ao mesmo tempo;
Devemos sempre, antes de iniciarmos uma tomada de leituras, tocar levemente no
suporte a fim de verificar se os relógios estão firmemente fixados ao mesmo.

Nas medidas tomadas com o relógio, à soma algébrica das leituras verticais deve ser
igual a soma algébrica das leituras horizontais, exemplo:
Os calços devem ser cortados de tal forma que preencham toda a superfície do pé do
equipamento onde estão sendo colocados.

Devemos evitar a utilização de muitos calços em um só pé, pois, isso poderá provocar
um “efeito de mola”.

Os calços usados no alinhamento devem estar completamente planos, limpos,


cortados sem rebarbas e com suas quinas arredondadas, para facilitar e evitar dobras
durante sua colocação.
8. ALINHAMENTO PELO
MÉTODO “RIM AND FACE”
(Borda e Cara)
Esse é o método de alinhamento entre eixos mais usado em nossa vida
prática. Com a determinação dos desalinhamentos (angular e radial) é perfeitamente
possível calcularmos os calços (“shim”) ou deslocamentos laterais necessários ao
alinhamento entre dois eixos.

Se optarmos pelo método “Rim and Face”, devemos observar os seguintes


pontos: Esse método torna-se mais preciso quando a distância entre os cubos do
acoplamento é menor ou igual que 1,5 vezes o diâmetro do acoplamento, ver Figura 27.
O método “RIM AND FACE” utiliza relógios comparadores na face e na periferia do
cubo, os quais medem respectivamente o desalinhamento axial (angular) e radial
(paralelo).
9. ALINHAMENTO MÉTODO DE
REVERSÃO PERIFÉRICA
(GRÁFICO)
Este processo é recomendado para os casos em que a distancia entre as faces dos
cubos é igual ou maior que 1,5 vezes o diâmetro do acoplamento. Neste método não há
necessidade de fazermos leituras nas faces dos cubos.

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