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SEGURANÇA DO TRABALHO
Professora:
Me. Tatiane Caroline Ferrari
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Explicar o surgimento do trabalho humano (na pré-histórica) até o concei-
to atual, passando por todos os regimes de trabalho – escravidão, servidão,
corporações de ofício – até as grandes mudanças causadas pela Revolução
Industrial.
•• Conceituar Segurança do Trabalho e apresentar sua evolução através dos
tempos, principalmente durante e depois da Revolução Industrial.
•• Mostrar a evolução da legislação trabalhista no Brasil – da Revolução Industrial
Brasileira até o momento atual.
•• Apresentar todos os profissionais voltados para a área de Segurança e
Medicina do Trabalho (de acordo com o SESMT) e suas funções.
•• Mostrar a responsabilidade da empresa, do trabalhador e dos poderes exe-
cutivo, legislativo e judiciário no que concerne a Segurança do Trabalho.
PLANO DE ESTUDO
O trabalho é, e sempre foi, uma parte muito importante da vida dos seres
humanos. Foi por meio do trabalho e da busca pelo novo (por meio do tra-
balho) que as civilizações conseguiram se desenvolver até a sociedade atual
– e este desenvolvimento é constante. O ser humano ainda trabalha para que
um novo nível de desenvolvimento seja alcançado no futuro. É o trabalho, a
busca por melhorias, que gera conhecimentos, riquezas e satisfação pessoal.
É também o trabalho o responsável pelo desenvolvimento econômico de um
país. Por esse motivo a sua importância em todas as sociedades.
Entretanto a conotação do trabalho realizado pelo homem vem sofrendo
mudanças ao longo do tempo. O mundo encontra-se em desenvolvimento e,
consequentemente, o trabalho a ser realizado pelo homem também. Partindo
da invenção da roda, passando pelo surgimento da máquina a vapor e chegan-
do até aos computadores e tecnologias atuais, pode-se perceber que o trabalho
desenvolvido em indústrias, empresas e em qualquer outro setor da economia
também passou por transformações.
Logo, é importante ressaltarmos que o objetivo do trabalho a ser realizado
pelo homem também sofreu alterações. A prática de sempre buscar a máxima
produção com o menor custo possível passou a incluir e a considerar a impor-
tância do bem estar do ser humano no trabalho. A diminuição da carga horária
de trabalho, a proibição do trabalho infantil, melhores condições do ambien-
te de trabalho (iluminação, ventilação entre outros) – são apenas algumas das
melhorias que vieram para proteger o trabalho humano e que contribuíram
para o surgimento da Segurança do Trabalho.
Dessa forma, nesse encontro, vamos descobrir como os conhecimentos e
as legislações responsáveis por zelar pela integridade física e mental dos tra-
balhadores, em consonância com a saúde e o desenvolvimento econômico da
própria empresa, chegaram ao estado atual.
introdução
6 Pós-Universo
A Evolução do Trabalho
Através dos Tempos
Pós-Universo 7
Trabalho Escravo
Após a aquisição do costume de escravizar os prisioneiros de batalha, a prática se
difundiu e se estabeleceu na sociedade. Entretanto os grandes vencedores, que pos-
suíam um grande número de prisioneiros, impossibilitados de utilizá-los em seus
serviços pessoais, passaram a vendê-los, trocá-los ou alugá-los. E, aos escravos eram
dados os serviços manuais exaustivos não só por essa causa como, também, porque
tal gênero de trabalho era considerado impróprio e até desonroso para os homens
válidos e livres.
Na antiguidade, os egípcios, gregos e os romanos utilizavam escravos em diver-
sas funções. Nessa época, a escravidão atingiu grandes proporções. Na Grécia, havia
fábricas de flautas, facas, de ferramentas agrícolas e de móveis cujo operariado era
8 Pós-Universo
todo composto de escravos. A mineração também era realizada por escravos, e era
uma das atividades mais perigosas da época (Figura 1). Em Roma, os grandes senho-
res tinham escravos de várias classes ou níveis, desde os pastores até gladiadores,
músicos, filósofos e poetas.
Na escravidão, o escravo era tido como um objeto, sem qualquer direito (MARTINS,
1999). Ser escravo significava que um homem era propriedade de outro homem e,
como propriedade, o escravo era obrigado a trabalhar para o seu dono, produzindo
riquezas e prestando serviços gerais. Muitos escravos que vieram a se tornar livres,
ou por gratidão ou como presente em festividades, não tinham outro direito senão
o de trabalhar nos seus ofícios habituais ou alugando-se a terceiros, mas a vantagem
de ganharem o dinheiro para despesas próprias.
Do ponto de vista econômico, o escravo era o realizador do trabalho, ou seja,
o produtor direto, porém como também era uma propriedade, poderia ser conside-
rado como um meio de produção, que poderia ser inclusive comercializado. A parte
que cabia ao escravo do produto de seu trabalho era o mínimo vital, o suficiente para
reproduzir força de trabalho (OLIVEIRA, 1987).
Pós-Universo 9
A escravidão também esteve presente na era medieval, aqueles que eram con-
siderados “infiéis” ou “bárbaros” eram feitos escravos pelos senhores feudais, havendo
inclusive o comércio de escravos para o Oriente. Sob vários pretextos e títulos, a es-
cravidão dos povos mais fracos prosseguiu por vários séculos. Da mesma forma na
Idade Moderna, a escravidão continuou e tomou incremento com o descobrimento
da América. Leciona Vianna (1991) que os espanhóis, portugueses, ingleses, fran-
ceses e holandeses fizeram uso desta prática, escravizando os indígenas das terras
descobertas como também faziam incursões na costa africana, conquistando escra-
vos para trazer para as terras do Novo Continente.
fatos e dados
Entre 1500 e 1856, a cada cinco pessoas no mundo que foram escravizadas,
uma colocou os pés no Rio de Janeiro. De acordo com pesquisadores da
Universidade de Emory, em Atlanta, cerca de 4,8 milhões de escravos che-
garam ao litoral brasileiro nessa época. Além disso, estimasse que 300 mil
escravos morreram durante a travessia do Atlântico rumo ao Brasil
Entretanto, mesmo anos depois da abolição da escravatura, a escravidão
ainda permanece em nosso país. De 1995 à 2017, calcula-se que foram res-
gatados mais de 50 mil pessoas do trabalho em condição análoga à de
escravo no Brasil.
Fonte: França (2016, on-line)2.
O Regime de Servidão
Na época do feudalismo, que perdurou do século X ao XIII (SOIBELMAN, 1981), a es-
cravidão foi sendo substituída, ou transformada, em um regime de servidão. Na etapa
inicial da servidão na Europa, bem no começo da aristocracia rural feudal, havia grande
variedade na forma de subordinação dos camponeses, por exemplo: a existência dos
10 Pós-Universo
““
[...] encontravam-se organizados em grupos profissionais, chamados de cor-
porações de ofícios, guildas ou artes. Eram associações compostas apenas por
mestres de cada ofício. Por esse meio, os integrantes conseguiam controlar
o preço dos produtos e os horários dos trabalhadores, proibiam a concor-
rência entre os participantes e previam punições para o associado que não
cumprisse as normas fixadas.
Nesta época, embora o homem tenha passado a exercer sua atividade (fosse como
aprendiz ou oficial), sua profissão em forma organizada, ele ainda não gozava da inteira
liberdade. De certa forma, as corporações de ofício não passavam de uma fórmula
mais amena de escravidão. Para os mestres, por outro lado, pertencer a uma corpo-
ração significava poder participar da vida política na cidade, além de poder participar
dos conselhos deliberativos, ou seja, ser cidadão político, cuja ação é exercida nos
interesses da corporação e, ao mesmo tempo, nos interesses gerais dos citadinos.
Essas corporações seguiam regulamentações que, além de estabelecer o con-
ceito do ofício, criavam mecanismos de controle do exercício, estabelecendo, entre
outras coisas, o corpo de jurados ou guardas encarregados de fazer valer o estatuto,
a condição de aprendiz (ter entre 12 e 15 anos de idade, pertencer a um só mestre
etc.), de oficial (juramento aos santos padroeiros, fixação da remuneração, jornada de
trabalho) e de mestre (respeitar o juízo dos magistrados, compromissos com a cor-
poração, pagamentos ao rei ou ao senhor). Além disso, também regulamentavam
as formas de controle do trabalho.
As semelhanças com o sistema de escravidão (e o consequente descontenta-
mento dos aprendizes e oficiais), a liberdade de comércio e o encarecimento dos
produtos das corporações são algumas das causas da extinção das corporações de
ofício.
A Constituição Brasileira de 1824, em seu artigo 179, inciso XXV, aboliu as
Corporações de Ofício para que houvesse liberdade do exercício de ofícios e profissões.
Pós-Universo 13
satisfazer suas necessidades básicas de sobrevivência e, por isso, aceitam míseros sa-
lários e condições de trabalho precárias.
A Revolução Industrial trouxe o fim das corporações de ofício, já que diminuiu
o tempo de produção. Com isso, o trabalhador (antes artesão) perdeu o saber do
produto todo ao ir trabalhar nas indústrias, já que não poderia concorrer com elas, tor-
nando-se subordinados delas e expropriados do seu saber. Nessa época, a máquina
é a fonte de energia que usa o trabalhador como seu órgão para transformar a ma-
téria-prima - o conhecimento pertence à máquina, ficando a atividade mecânica
com o indivíduo. Contudo, a automação do trabalho diminuiu o emprego de mão
de obra, o que não significou, porém, que o processo de mecanização da indústria se
dava sem a presença da força humana (OLIVEIRA, 2004; MARCHI, 2013). Verificaram-
se, naquela época, movimentos de protesto e até mesmo verdadeiras rebeliões, com
a destruição de máquinas.
saiba mais
Grande quantidade de imigrantes foram para diversas partes do mundo
à procura de uma vida melhor, muitos seguiram para as Américas, para
países como Brasil, Estados Unidos e outros se aventuraram em direção
à Austrália, Alemanha, Itália etc. Eram pessoas que, tendo sido expropria-
das de seu ofício pelo capitalismo industrial, perceberam na emigração a
melhor saída. A partir de 1850, porém, o capitalismo europeu consegue dar
emprego à essas pessoas, entre outros motivos, devido ao crescimento da
indústria com a tecnologia. Somado à isso, era preciso pessoas sem qualifi-
cação e sem nada além da vontade de trabalhar.
Fonte: Oliveira (2004).
atenção
É importante ressaltar que nem todos que trabalham têm um emprego,
mas todos que tem um emprego trabalham. Muitas vezes a atividade reali-
zada não é considerada produtiva, no sentido de não gerar lucro ou renda
– como é o caso do trabalho doméstico realizado pela dona (ou dono) de
casa – mas está relacionada a realização pessoal e estilo de vida. Já emprego
é apenas uma fonte de renda.
FONTE: Albornoz (1988).
18 Pós-Universo
Segurança do Trabalho:
Definição e História
Pós-Universo 19
fatos e dados
Nesta época, as crianças que trabalhavam, geralmente para ajudar as famílias
extremamente pobres, seguiam uma rígida disciplina, eram mal alimenta-
das, dormiam na própria fábrica e sofriam castigos físicos quando produziam
aquém do esperado ou quando, em razão do cansaço, adormeciam. Além
disso, apesar de existirem cláusulas formais do contrato que garantiam a
aprendizagem, as crianças e adolescentes não recebiam qualquer tipo de
instrução – nada sabiam além do trabalho mecânico ao qual haviam estado
acorrentados durante longos e cruéis anos.
Fonte: Mantoux (2010).
Tal dramática situação dos trabalhadores não poderia deixar indiferente a opinião
pública. Assim, em 1802, no parlamento britânico, sob a direção de Sir Robert Peel,
uma comissão de inquérito conseguiu que fosse aprovada a primeira lei de prote-
ção aos trabalhadores: a “Lei da Saúde e Moral dos Aprendizes”. Com isso, a jornada
de trabalho dos menores foi limitada a 12 horas de trabalho por dia, foi proibido o
trabalho noturno, e algumas condições ambientais foram melhoradas com a obriga-
ção da ventilação. Além disso, os empregadores foram obrigados a lavar as paredes
das fábricas duas vezes ao ano. É importante ressaltar aqui que, aos olhos dos ca-
pitalistas, a segurança do trabalho era uma ameaça aos lucros e, portanto, eles se
opuseram fortemente à edição e ao cumprimento dessa e de muitas outras leis pos-
teriores (NOGUEIRA, 1979; BISSO, 1990).
Em 1830, quando as condições de trabalho das crianças ainda se mostravam
péssimas, a despeito das diversas legislações que existiam, até então, um proprietário
de uma fábrica na Inglaterra, que se sentia perturbado diante das péssimas condi-
ções de trabalho dos seus pequenos trabalhadores, procurou Robert Baker, famoso
médico inglês, pedindo-lhe conselhos sobre a melhor forma de proteger a saúde das
crianças. Baker vinha já há bastante tempo interessando-se pelo problema da saúde
dos trabalhadores. Conhecedor da obra de Ramazzini, Baker dedicava grande parte
do seu tempo a visitar fábricas e tomar conhecimento das relações entre o trabalho e
doença, o que levou o governo britânico, quatro anos mais tarde, a nomeá-lo Inspetor
Médico de fábricas. Assim, Baker aconselhou o empregador inglês, a contratar um
médico para visitar diariamente o local de trabalho e estudar a sua possível influência
sobre a saúde dos pequenos operários, que deveriam ser afastados de suas ativida-
des profissionais, tão logo fosse notada que estas atividades estivessem a prejudicar
a sua saúde. Surgia, assim, o primeiro serviço médico industrial em todo o mundo.
A essa altura, os sindicatos dos trabalhadores, legalizados desde 1824 na
Inglaterra, desenvolviam, de uma lado, uma intensa luta por melhores condições
de trabalho e, de outro, visavam dar assistência aos trabalhadores acidentados ou
doentes, garantindo-lhes cuidados médicos e sobrevivência por meio de indeniza-
ções e/ou pensões, Essa preocupação assistencial acabou deslocando um pouco o
foco da prevenção de acidentes para a garantia de assistência social (BISSO, 1990).
Em 1831, uma comissão parlamentar de inquérito, sob a chefia de Michael
Saddler, elaborou um cuidadoso relatório, que concluía da seguinte maneira:
Pós-Universo 25
““
[...] diante desta comissão desfilou longa procissão de trabalhadores – homens,
mulheres, meninos e meninas. Abobalhados, doentes, deformados, degra-
dados na sua qualidade humana. Cada um deles era clara evidência de uma
vida arruinada, um quadro vivo da crueldade do homem para com o homem,
uma impiedosa condenação daqueles legisladores, que, quando em suas
mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade dos
fortes (SADLER, 1831 apud FRANCISCO, 2004, p. 20).
O impacto deste relatório sobre a opinião pública foi tremendo, e assim, em 1833, foi
baixado o “Factory Act” (Lei das Fábricas), que deve ser considerada como a primeira
legislação realmente eficiente no campo da proteção ao trabalhador. Essa lei aplicava-
-se a todas as empresas têxteis em que se usasse força hidráulica ou a vapor; proibia
o trabalho noturno aos menores de 18 anos e restringia as horas de trabalho destes a
12 por dia e 69 horas por semana. Além disso, as fábricas precisavam ter escolas, que
deviam ser frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos; a idade
mínima para o trabalho era de nove anos, e um médico devia atestar que o desen-
volvimento físico da criança correspondia à sua idade cronológica (NOGUEIRA, 1979).
Assim, a mobilização dos trabalhadores, a promulgação da Lei das Fábricas e
a opinião pública, decididamente contra os empregadores britânicos, fizeram com
que, a partir de 1840, muitas indústrias passassem a ter os seus serviços médicos,
atuando no sentido de evitar que os empregados viessem a adoecer. Surgiam então
os médicos de fábrica. Esses profissionais realizavam exames médicos antes da ad-
missão de novos trabalhadores, os examinavam periodicamente e, na medida do
possível, faziam a prevenção de doenças, tanto ocupacionais quanto não ocupacionais.
A expansão da Revolução Industrial, no resto da Europa, resultou, também, no
aparecimento progressivo dos serviços médicos de indústrias voluntários, e poste-
riormente obrigatórios, em diversos países, como França, Espanha e Portugal, mesmo
que nestes dois últimos a industrialização ainda fosse incipiente.
Nos Estados Unidos, a despeito de a industrialização ter-se desenvolvido de
forma acentuada, a partir da segunda metade do século XIX, os serviços médicos de
empresas permaneceram praticamente desconhecidos. No entanto, o aparecimen-
to, no início do século XX, da legislação sobre indenização em casos de acidentes do
trabalho, levou a instalação voluntária dos primeiros serviços médicos de empresa
industrial naquele país, com o objetivo básico de reduzir o custo das indenizações
pagas pelos empregadores. Nos últimos 30-40 anos do século passado, no entanto,
26 Pós-Universo
•• Promover e manter o mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos
trabalhadores em todas as ocupações.
1. Proteger os trabalhadores contra qualquer risco à sua saúde, que possa de-
correr do seu trabalho ou das condições em que este é realizado.
História da Segurança
do Trabalho no Brasil
Pós-Universo 29
Enquanto no início do século XIX, a Inglaterra já possuía um setor industrial bem de-
senvolvido e avançava na proteção dos trabalhadores, o Brasil ainda estava no lento
processo de transição da manufatura para a maquinofatura.
Com a abolição da escravatura no fim do século retrasado e a vinda dos imi-
grantes europeus no início do século passado, o Brasil dá início ao seu primeiro
grande surto Industrial com quase cem anos de atraso, ainda que incipiente. Foi no
governo de Getúlio Vargas que ocorreu a intensificação da industrialização (FRIAS
JÚNIOR, 1999). A Revolução Industrial Brasileira ocorre a partir da década de 1940,
com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e, depois, com a indústria auto-
mobilística (anos 50).
Na parte de legislação, embora existam algumas publicações anteriores, o
Código Sanitário do Estado de São Paulo, de 1918, é considerada a primeira legis-
lação a âmbito nacional sobre acidentes do trabalho e a relação aos problemas de
segurança e saúde do trabalhador.
No começo do século XX, nos estados onde a industrialização estava mais pre-
sente – São Paulo e Rio de Janeiro – a situação dos ambientes de trabalho era péssima.
As indústrias brasileiras foram instaladas nas mesmas condições precárias das primei-
ras industrias europeias: muitas estruturas que abrigavam as máquinas não haviam
sido originalmente destinadas a essa finalidade, eram mal iluminadas, mal ventila-
das e sem instalações sanitárias. Além disso, existiam fatores agravantes: as máquinas
instaladas aqui eram equipamentos desgastados e obsoletos que haviam sido su-
cateados ou considerados obsoletos pelos europeus e norte-americanos que foram
compradas e importadas pelas indústrias que aqui se instalaram.
atenção
A importação de máquinas, equipamentos e procedimentos são frequen-
tes na indústria brasileira, até os dias de hoje. Entretanto, tanto hoje quanto
no início do século XX, máquinas importadas são ergonomicamente inade-
quadas para os operadores brasileiros. Embora atualmente existam muitos
estudos relacionados a ergonomia, na época da revolução industrial brasilei-
ra, o trabalhador tinha que enfrentar equipamentos e processos de produção
que não levavam em conta seu biótipo, isto é, sua altura, peso, tamanho de
pernas, braços, mãos, entre outros. Essas dificuldades de operações encon-
tradas geralmente levavam a mais acidentes de trabalho.
FONTE: Vidal (2007).
30 Pós-Universo
Foi apenas no início dos anos 80, alguns sindicatos de trabalhadores, principal-
mente dos metalúrgicos e químicos, perceberam que as CIPAs poderiam ser utilizadas
a favor do trabalhador, pra alavancar algumas de suas reivindicações relativas às con-
dições de trabalho. Começou aí movimentos para estimular os empregados a se
candidatarem às CIPAs e também a tentar eleger os delegados sindicais como repre-
sentantes dos empregados nas CIPAs (BISSO, 1990).
Essa iniciativa foi prontamente combatida pelos patrões, que não tinham uma
visão positiva desse órgão e da segurança do trabalho. Os empregadores tentaram
então bloquear esse movimento, indicando candidatos e forçando suas eleições.
Mesmo assim, os sindicatos obtiveram um êxito na ação, o que acabou tornando as
CIPAs mais atuantes e coerentes com o objetivo de sua existência. Entretanto, os em-
pregadores passaram a ter uma visão ainda mais negativa da segurança do trabalho,
já que as CIPAs se tornaram incômodos ainda maiores, já que os sindicatos passaram
a utilizar essa comissão para a mobilização dos trabalhadores (BISSO, 1990).
Em 1972, também foi criado o PVNT – Plano Nacional de Valorização do Trabalho,
em função da situação alarmante do número de acidentes registrados no país. A legis-
lação em vigor foi publicada em 22 de dezembro de 1977 e recebeu o número 6514.
Ela altera o capítulo V, do título II, da consolidação das Leis do Trabalho. Decorrentes
dessa lei, foram editas um conjunto de 28 Normas Regulamentadoras (NRs), pela
Portaria 3214, de 8 de junho de 1978, pelo então Ministro Arnaldo Pietro. Essas
normas abrangiam quase todos os aspectos da segurança e medicina do traba-
lho reunindo um conjunto de requisitos e procedimentos relativos à segurança do
trabalho. Atualmente, existem 36 NRs, que foram sendo desenvolvidas/atualizadas
ao longo dos anos. Segue abaixo o Quadro I com a descrição de todas as Normas
Regulamentadoras.
Pós-Universo 33
NORMA
DESCRIÇÃO
REGULAMENTADORA
NR 1 Disposições Gerais
NR 2 Inspeção prévia
NR 3 Embargo ou Interdição
Serviços especializados em Engenharia de Segurança
NR 4
e em Medicina do Trabalho – SESMT
NR 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA
NR 6 Equipamento Individual de Proteção – EPI
Programa de controle médico de saúde ocupacional
NR 7
– PCMSO
NR 8 Edificações
NR 9 Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA
NR 10 Segurança em instalações e serviços em eletricidade
Transporte, movimentação, armazenamento e manu-
NR 11
seio de materiais
Segurança do trabalho em máquinas em
NR 12
equipamentos
NR 13 Caldeiras e vasos e pressão
NR 14 Fornos
NR 15 Atividades e operações insalubres
NR 16 Atividades e operações perigosas
NR 17 Ergonomia
Condições e meio ambiente de trabalho na indústria
NR 18
da construção
NR 19 Explosivos
Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e
NR 20
combustíveis
NR 21 Trabalho a céu aberto
34 Pós-Universo
Profissionais
da Segurança
do Trabalho
36 Pós-Universo
1 1 1 2 1
Trabalho
Engenheiro Seg.
1* 1 1*
Trabalho
Aux. Enfermagem
1 1 1
no Trabalho
Enfermeiro do
1*
Trabalho
Médico do
1* 1* 1 1
Trabalho
N° DE EMPREGADOS NO ESTABELECIMENTO
50 101 251 501 1001 2001 3501 Acima de 5000 para
TÉCNICOS a a a a a a a cada grupo de 4000 ou
100 250 500 1000 2000 3500 5000 fração acima de 2000 **
Técnico Seg.
GRAU DE RISCO 02
1 1 1 2 5 1
Trabalho
Engenheiro Seg.
1* 1* 1 1 1*
Trabalho
Aux. Enfermagem
1 1 1 1 1
no Trabalho
Enfermeiro do
1
Trabalho
Médico do
1* 1 1 1 1*
Trabalho
Pós-Universo 37
N° DE EMPREGADOS NO ESTABELECIMENTO
50 101 251 501 1001 2001 3501 Acima de 5000 para
TÉCNICOS a a a a a a a cada grupo de 4000 ou
100 250 500 1000 2000 3500 5000 fração acima de 2000 **
Técnico Seg.
GRAU DE RISCO 03
1 2 3 4 6 8 3
Trabalho
Engenheiro Seg.
1* 1 1 2 1
Trabalho
Aux. Enfermagem
1 2 1 1
no Trabalho
Enfermeiro do
1
Trabalho
Médico do
1* 1 1 2 1
Trabalho
N° DE EMPREGADOS NO ESTABELECIMENTO
50 101 251 501 1001 2001 3501 Acima de 5000 para
TÉCNICOS a a a a a a a cada grupo de 4000 ou
100 250 500 1000 2000 3500 5000 fração acima de 2000 **
Técnico Seg.
GRAU DE RISCO 04
1 2 3 4 5 8 10 3
Trabalho
Engenheiro Seg.
1* 1* 1 1 2 3 1
Trabalho
Aux. Enfermagem
1 1 2 1 1
no Trabalho
Enfermeiro do
1
Trabalho
Médico do
1* 1* 1 1 2 3 1
Trabalho
(*) Tempo parcial (mínimo de 3 horas)
(**) O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em conta o dimensionamento da faixa
de 3001 a 5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração de 2000.
OBS: Hospitais, Ambulatórios, Maternidades, Casas de Saúde e Repouso, Clínicas e estabeleci-
mentos similares com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão contratar um Enfermeiro
do Trabalho em tempo integral.
Fonte: Guia Trabalhista ([2017], on-line)6.
Agora serão descritos cada um desses cargos, o que cada um faz e a importân-
cia deles para que tudo corra bem dentro da organização.
38 Pós-Universo
Engenheiro de Segurança do
Trabalho
Um engenheiro é aquele profissional que aplica seus conhecimentos matemáticos,
técnicos e científicos para criar, aperfeiçoar e implementar utilidades. No caso do am-
biente laboral ele será de grande auxílio em diversas aplicações.
Segundo o Dicionário de Segurança do Trabalho da Universidade Paulista,
Engenharia de Segurança do Trabalho é o ramo da Engenharia que se dedica a pla-
nejar, elaborar programas e a desenvolver soluções que visam minimizar os acidentes
de trabalho, doenças ocupacionais, como também proteger a integridade e a capa-
cidade de trabalho do trabalhador (UNESP, 2007, on-line)4.
As responsabilidades do Engenheiro de Segurança do Trabalho, enquanto in-
tegrante do SESMT, estão estabelecidas na NR 4, dentre as quais destacam-se:
““
[...] os Engenheiros de segurança são especialistas que têm como objetivo
prevenir a ocorrência de acidentes e doenças dentro da empresa. Externos às
situações de trabalho, agem sobre as máquinas e sistemas (projeto de siste-
mas de proteção), sobre os trabalhadores (treinamentos) e sobre as normas
e procedimentos.
Médico do Trabalho
O médico do trabalho é o profissional da saúde que atua diretamente no sentido da
manutenção e da prevenção no que concerne à saúde, à higiene e ao bem-estar dos
funcionários. Ele realiza exames clínicos periódicos nos empregados, faz intervenções
curativas e cirúrgicas quando necessário e, com isso, também assegura a continuidade
operacional e o bom rendimento da organização. Ele pode ainda avaliar, sozinho ou
em conjunto com outros profissionais da área, as condições da segurança de zonas
Pós-Universo 41
Enfermeiro do Trabalho
Como o médico, o enfermeiro atua em sua área de conhecimento, só que dentro
das empresas que precisam de seu auxílio. Dessa forma, ele identifica as necessida-
des nos campos da saúde, segurança e higiene nos locais de trabalho, colaborando
decisivamente para proteger a saúde dos trabalhadores, diminuir a periculosidade
e melhorar os espaços laborais.
Segundo Silva (2005), o maior empreendimento do enfermeiro do trabalho
está em contribuir para evitar os acidentes e doenças, pela identificação e elimina-
ção dos riscos existentes no ambiente de trabalho. Nesse sentido, pode-se afirmar
que o profissional da enfermagem do trabalho desenvolve as suas atividades não
somente acompanhando a saúde do trabalhador, mas que também procura levar
informação, atenção e cuidados a todos, de maneira clara e objetiva.
É responsável pelo tratamento de lesões traumáticas, coleta dados estatísticos
e elementos humanos para exames diversos, além de prestar os primeiros socorros
no local de trabalho, fazer curativos, administrar medicamentos e cumprir as demais
atividades que um enfermeiro desempenha.
Além do atendimento ambulatorial, o enfermeiro do trabalho pode planejar e
executar certos programas de educação sanitária e instruir os trabalhadores sobre o
uso de roupas e material adequado para exercer determinadas atividades de risco, a
fim de reduzir a ocorrência de acidentes.
42 Pós-Universo
Para Lima e Lima (2012), essa função deve ser desenvolvida com carinho, de-
dicação, respeito e, sobretudo, com o conhecimento da responsabilidade que lhe
compete, aliando sempre saúde e trabalho dos que estão sob a sua responsabili-
dade. Dessa forma compreende-se que muito mais que zelar pela segurança, cabe
também ao enfermeiro do trabalho a promoção da saúde dos trabalhadores que
estão sob a sua responsabilidade.
Este profissional deve ser portador de certificado de conclusão de curso de es-
pecialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado
por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem.
E ainda deverá ter o registro na carteira profissional expedida pelo Conselho Regional
de Enfermagem (CRE).
reflita
Quais as principais dificuldades que os profissionais de Segurança do Trabalho
enfrentam? Vocês acreditam que todo o setor de segurança do trabalho
deve ser integrado?
Fonte: Moreira (2003).
Pós-Universo 43
Quem Deve se
Preocupar com a
Segurança do Trabalho?
44 Pós-Universo
Sabendo que o trabalho é algo que deveria ser fonte de satisfação para o ser humano,
existe um consenso geral que os acidentes e outros infortúnios laborais prejudicam
todos os envolvidos no processo: empregador, trabalhador e governo. Sendo mais
enfático, existe na Segurança do Trabalho a seguinte máxima: “todos são responsá-
veis pela prevenção de acidentes”.
Prevenir acidentes e doenças ocupacionais é evitar sofrimento e perdas, tanto
financeiras quanto de produtividade e de imagem empresarial. Promover condições
de trabalho seguro, manter ambientes e materiais organizados, estabelecer métodos
e procedimentos de trabalho, propiciar participação dos trabalhadores, dispor de
medidas de proteção para os riscos específicos e aprimorar os critérios para contra-
tação de terceiros, inclusive de serviços de Segurança e Saúde do Trabalho, geram
economia de materiais e de horas trabalhadas, aumento da produtividade e redução
dos custos.
Por lei, a empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e
individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, devendo prestar in-
formações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a
manipular, cabendo-lhe, ainda, cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e me-
dicina do trabalho; e instruir os empregados, por meio de ordens de serviço, quanto
às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocu-
pacionais. Devendo inclusive punir o empregado que, sem justificativa, recusar-se a
observar as referidas ordens de serviço e a usar os equipamentos de proteção indi-
vidual fornecidos pela empresa (SILVA, 1999).
Para Sell (2002), as empresas que sujeitam seus trabalhadores a condições de
trabalho inadequadas, perdem em termos de qualidade, produtividade, competitivi-
dade e imagem perante a sociedade. Trabalhadores em más condições de trabalho
não contribuem na melhoria de processos e produtos, reduzem sua disposição para
o trabalho, não têm comprometimento com a empresa, por não se sentirem parte
do processo. Estas empresas estão sujeitas a fiscalização de organismos do governo,
tais como Delegacias Regionais do Trabalho e Instituto Nacional da Seguridade Social,
bem como sujeitas a demandas na Justiça do Trabalho, como indenizações, ações
cíveis e criminais.
O trabalhador é, sem dúvida, a principal vítima do acidente do trabalho ou
doença profissional. Dependendo do tipo e da intensidade do acidente o trabalhador
pode perder a profissão, pode perder sua autoestima, sua vontade de viver. Quando
Pós-Universo 45
““
[...] sentem-se escravizados, pois não podem mudar a situação e, para poster-
gar o aparecimento dos efeitos dos perigos, podem, apenas, usar os poucos
recursos de proteção fornecidos pela empresa, que em muitos casos se
resumem a alguns equipamentos de proteção individual (EPI), nem sempre
adequados (SELL, 2002).
Por esse motivo, o próprio trabalhador também deve ser responsável por sua integri-
dade, preocupando-se em garantir que seu trabalho não seja fonte de insegurança
e riscos para si e para seus companheiros. Como principal interessado (já que é o
provável receptor dos riscos), deveria lutar por seu direito à segurança. Entretanto
nem sempre isso ocorre (BISSO, 1990). Por esse motivo, o trabalhador também possui
algumas obrigações frente a segurança do trabalho, tais como:
atenção
Os trabalhadores podem mostrar que são responsáveis e preocupados
com a segurança do trabalhado por meio de algumas atitudes simples do
dia a dia. Primeiramente, é importante nunca descuidar de sua segurança.
É importante que o trabalhador lembre que ele será o principal afetado na
ocorrência de um acidente, podendo levar inclusiva a morte. Se os empre-
sários estão fazendo o seu papel de oferta de equipamentos de proteção
e conscientização em relação à Segurança do Trabalho, o trabalhador tem
o conhecimento necessário para evitar qualquer atitude imprudente que
possa levar a um acidente.
Difundir os preceitos de segurança no ambiente de trabalho, por meio de
conversas com colegas, também pode ajudar a entender a importância da
segurança do trabalho. Outra forma importante de difundir os preceitos de
segurança é por meio do exemplo – seja uma fonte positiva de inspiração
para que outros funcionários sigam seus passos.
É importante que o trabalhador também auxilie os profissionais de segu-
rança, não só utilizando os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), mais
também não atrapalhando ou prejudicando o trabalho da equipe, e man-
tendo as placas de sinalização e outros equipamentos de proteção coletiva
(EPCs).
Outra forma na qual o trabalhador mostra o seu comprometimento com a
Segurança do Trabalho é por meio da participação em atividades como pa-
lestras e treinamentos de segurança. Além de aprimorar os conhecimentos,
o trabalhador também tem a oportunidade de expor suas dúvidas/ideias
relacionadas a prevenção de acidentes.
Por último, em prol da manutenção de sua saúde, o trabalhador deve sempre
realizar os exames médicos quando solicitado. Assim, garante-se uma melhor
qualidade de vida e de trabalho para todos.
Fonte: adaptado de INBEP (2016, on-line)7.
para o controle dos riscos e não dos processos. Isto se deve ao distanciamento muito
grande entre quem planeja essas ações, que são os profissionais de segurança e
saúde, e quem executa as ações, que nas indústrias são os gerentes de nível opera-
cional. O processo seria otimizado se a segurança do trabalho estivesse atrelada aos
setores operacionais, que é de onde provêm os riscos de acidentes. Para Keyser (1989),
existe um isolamento da segurança do trabalho em relação aos outros setores cul-
turalmente incorporado nas organizações que não vêm a segurança como um fator
que agregue valor ao produto.
Outra questão importante é a atribuição única da culpa do acidente ao traba-
lhador – e ao “ato inseguro” que ainda está profundamente fixada na nossa cultura
organizacional. Para Mendes (2002), esta abordagem simplificada traz como conse-
quência uma avaliação superficial das questões de segurança e saúde, que negligencia
os aspectos ligados à organização do trabalho, as decisões administrativas, as intera-
ções entre operadores e a coordenação entre atividades.
atividades de estudo
a) Espanha.
b) Portugal.
c) Inglaterra.
d) França.
e) Itália.
3. Considere as afirmativas:
a) I, II, III e V
b) I, IV e V
c) I, II e IV
d) III, IV e V
e) Todas as afirmativas.
“Por lei, _____________ é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e
individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador, devendo prestar in-
formações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto
a manipular, cabendo-lhe, ainda, cumprir e fazer cumprir as normas de seguran-
ça e medicina do trabalho; e instruir os empregados, através de ordens de serviço,
quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças
ocupacionais”.
a) O governo.
b) A empresa.
c) O profissional de Segurança.
d) O MTE.
e) O trabalhador.
resumo
Neste estudo, vimos que trabalho e homem surgiram juntos, na luta pela sua subsistência.
Na busca por proteção, surgiram os combates e os primeiros escravos – aqui o trabalho
passa a ser visto como forma de punição. Ao longo do tempo, do regime escravocrata até
a revolução industrial, o trabalho foi evoluindo, assim como a relação trabalhador empre-
gador e, atualmente, muitas vezes é relacionado com satisfação pessoal.
Após esse histórico do trabalho, aprofundamos no tema da Segurança do Trabalho.
Praticamente desprezada antes da Revolução Industrial, neste período passa a chamar
mais atenção, principalmente devido ao grande número de acidentes de trabalho causa-
dos pelo advento da máquina em conjunto com condições de trabalho precárias, mão de
obra sem treinamento, longas jornadas de trabalho e a exploração do trabalho infantil e do
trabalho da mulher. Com a organização da classe trabalhadora, várias legislações visando
a proteção do trabalhador, as melhorias no trabalho foram surgindo, embora combatidas
no início pelos capitalistas.
A Revolução Industrial Brasileira foi tardia, tendo início no Governo Vargas. Por aqui, as
condições ambientais de trabalho também eram precárias, acrescidas de um agravante:
as máquinas instaladas eram sucateadas e ergonomicamente inadequadas para o traba-
lhador brasileiro o que resultou em um grande número de acidentes de trabalho. Mesmo
com a criação de legislações trabalhistas, o Brasil ainda era conhecido como o campeão de
acidentes de trabalho nas décadas de 60 e 70. A criação da FUNDACENTRO e a evolução
da legislação trabalhista melhoraram esse cenário, embora ainda ocorram muitos aciden-
tes no país, principalmente devido à falta de fiscalização do MTE.
Da evolução da legislação brasileira, destaca-se a obrigatoriedade do SESMT e a formação
de funcionários dedicados a área de Segurança e Medicina do Trabalho pela FUNDACENTRO.
Também destaca-se a máxima de que “Todos são responsáveis pela prevenção de aciden-
tes” e, consequentemente, pela Segurança do Trabalho.
material complementar
Tempos Modernos
Ano: 1936
BISSO, E. M. O que é Segurança do Trabalho. 1. Edição, São Paulo: Editora brasiliense, 1990.
OLIVEIRA, C. R. História do Trabalho: Série princípios. São Paulo: Editora Ática, 1987.
VIANNA, S. O trabalho até a idade moderna. In: SÜSSEKIND, A.; ARANHÃO, D.; VIANNA, S.
Instituições de Direito do Trabalho. 11. Ed. São Paulo: LTR, v. 1, 1991.
REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: < https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Mines_1.jpg?uselang=pt-br>. Acesso em:
27 nov. 2017.
2
Em: <https://oglobo.globo.com/rio/pesquisa-americana-indica-que-rio-recebeu-2-milhoes-
-de-escravos-africanos-15784551#ixzz4sbGs7NbI; COETE - Ministério do Trabalho, 2017>.
Acesso em: 27 nov. 2017.
3
Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Maquina_vapor_Watt_ETSIIM.jpg>. Acesso
em: 27 nov. 2017.
4
Em: <http://wwwp.feb.unesp.br/jcandido/higiene/dic.htm>. Acesso em: 04 dez. 2017.
5
Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Ramazzini_-_De_morbis_artificum_diatri-
ba,_1745_-_3026294.tif>. Acesso em: 27 nov. 2017.
6
Em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr4.htm>. Acesso em: 28 nov. 2017.
7
Em: <http://blog.inbep.com.br/qual-papel-colaborador-seguranca-trabalho/>. Acesso em:
27 nov. 2017.
resolução de exercícios
1. c) Inglaterra.
3. c) I, II e IV
4. b) A empresa.