Você está na página 1de 32

ALINHAMENTO

PORQUÊ ALINHAR?
Um alinhamento apropriado irá eliminar forças nos componentes na máquina
desalinhada.

Eliminando estas forças teremos:

· Redução do nível de vibração e ruído


· Minimizar folgas no acoplamento
· Eliminar a possibilidade de falha no veio devido a fadiga
INTRODUÇÃO

Eixos de maquinas rotativas industriais, tais como bombas, compressores,


ventiladores, redutores, etc., normalmente são conectados aos eixos de seus
acionadores (motores elétricos, motores endotérmicos, turbinas) através de
acoplamentos flexíveis.
Esses acoplamentos são usados porque partidas ou paradas, desvios
térmicos e tensões podem causar movimentos relativos entre os eixos.
Todos os acoplamentos flexíveis têm limites dentro dos quais podem operar
sem falha ou desgaste irregular mas, mesmo operando dentro dos limites de projeto,
geram alguma resistência contra sua flexibilidade.
A resistência aumenta a medida que o desalinhamento é maior, gerando
cargas indesejáveis sobre os elementos das maquinas, provocando desgaste
prematuro ou falhas inesperadas que causam , na maioria das vezes, a redução ou
paralisação do processo produtivo das industrias.
INTRODUÇÃO
Resulta evidente que o alinhamento perfeito dos eixos das maquinas é
fundamental para evitar a falha prematura dos rolamentos, fadiga do eixo,
problemas de vedação e vibrações, alem do perigo de superaquecimento e consumo
excessivo de energia.
Foram desenvolvidos vários processos de alinhamento, o método mais
sofisticado atualmente em uso efetua as leituras pôr meio de um sistema ótico com
raio laser.
DEFINIÇÃO
Podemos definir o alinhamento de eixos, como sendo o processo pelo
qual posicionamos dois eixos, de forma que a linha de centro de um fique colinear
em relação a do outro, principalmente quando as máquinas estiverem nas
condições normais de operação.

Acionadores Maquinas rotativas

motores elétricos,
bombas, compressores,
motores endotérmicos,
ventiladores, redutores
turbinas
DEFINIÇÃO
Pela definição podemos, concluímos que, na maioria dos casos, a
posição a frio (com as maquinas paradas e na temperatura ambiente) dos eixos
alinhados não deve ter colinearidade entre suas linhas de centro, pois se deve
considerar a dilatação ou contração (conseqüência das temperaturas de
operação).
TIPOS DE ALINHAMENTOS
ALINHAMENTO A FRIO – procedimento de alinhamento feito com as maquinas
paradas nas condições do ambiente. Apesar de normalmente chamado de “a frio”, a
designação mais correta seria, “alinhamento nas condições do ambiente”,
pois, existem maquinas que em operação normal, trabalham com temperaturas
abaixo da do ambiente.
O “alinhamento a frio”, deve prever as dilatações ocorridas nos equipamentos ao
atingem as condições de operação. Para compensação dessas dilatações,
normalmente não deixamos os eixos colineares, o que só vai acontecer (dentro de
determinadas tolerâncias) após as maquinas atingirem as condições normais de
operação (situação na qual, já se estabilizaram as dilatações ou contrações
térmicas, esforços internos e externos, etc.).
TIPOS DE ALINHAMENTOS

ALINHAMENTO A QUENTE – procedimento de alinhamento feito com as


maquinas paradas sob as condições de operação. Quando podemos executar o
alinhamento com as maquinas paradas sob as condições operacionais, o
“alinhamento a quente” è de extrema utilidade, pois, podemos deixar os eixos
colineares, porque não haverá mudança de posição relativa entre eles quando as
maquinas estiverem rodando.
Na grande maioria dos casos, isso não é possível, sendo apenas, em poucas
situações, feita uma verificação do alinhamento a quente, imediatamente após a
parada das maquinas nas condições normais de operação, com o intuito de
verificar se o alinhamento a frio foi feito corretamente.
TIPOS DE DESALINHAMENTO
DESALINHAMENTO PARALELO – também chamado de desalinhamento
radial ,existe quando as linhas de centro dos eixos são paralelas entre si, mas,
não coincidentes.
TIPOS DE DESALINHAMENTO
DESALINHAMENTO ANGULAR – também chamado de desalinhamento
axial ou facial, é verificado quando as linhas de centro dos eixos são coplanares,
porem, formam um angulo entre si.
TIPOS DE DESALINHAMENTO
DESALINHAMENTO COMBINADO – acontece quando temos a associação dos
dois anteriores, ou seja, as linhas de centro dos eixos não são coplanares e
formam um ângulo entre si.
Este é o tipo de desalinhamento normalmente encontrado na pratica.
SEPARAÇÃO AXIAL – é a distancia entre as faces dos cubos do acoplamento.
Essa distancia deve ser ajustada com os eixos das maquinas na posição axial
normal, ou seja, na posição assumida quando operando normalmente. Para
maiores detalhes, medidas e tolerância da “separação axial”, deve-se consultar o
manual de instruções da maquina ou do acoplamento.
FLEXÃO DO EIXO DEVIDO A DESALINHAMENTO – Devido a desalinhamento
de rolamentos, entre outros problemas de projeto, podemos ter flexão do eixo.
EFEITOS DO DESALINHAMENTO EM EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

Alguns acoplamentos podem suportar por longos períodos de


funcionamento desalinhamentos severos, no entanto, alguns componentes
mecânicos não suportam esse mesmo desalinhamento.
A função principal de um acoplamento é transmitir potência entre uma
máquina e outra, enquanto compensa pequenos desalinhamentos, deflexão do
eixo ou variações de temperatura.
As forças criadas pelo desalinhamento são passadas para os
componentes mecânicos, originando falhas prematuras.
EFEITOS DO DESALINHAMENTO EM EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

VIBRAÇÃO
Alem de ser o principal efeito, a vibração é o primeiro sintoma que indica a
existência de um mau alinhamento entre eixos.
As características da vibração ocasionadas por desalinhamento dependem
do tipo de desalinhamento e de sua extensão ou grau.
As forças resultantes do desalinhamento em um acoplamento são
geralmente “compartilhadas” entre as máquinas acopladas. Como resultado, as
amplitudes de vibração medidas nas unidades motora e movidas vão apresentar um
nível razoavelmente próximo. É claro que diferentes massas e rigidez vão resultar
em amplitudes de vibração levemente diferentes.
O desalinhamento ocorre em uma certa direção e, como resultado, as
forças radiais não serão uniformemente aplicadas em todas as direções.
EFEITOS DO DESALINHAMENTO EM EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

Acoplamentos e mancais
Esses elementos são as peças que primeiro sentirão os efeitos do
desalinhamento, pois, os movimentos relativos entre eixos geram cargas que
serão absorvidas por eles, causando desgaste prematuro e possível falha.
EFEITOS DO DESALINHAMENTO EM EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

Selagens axiais e radiais


Nesses elementos, as folgas e paralelismo das superfícies de vedação são de grande
importância para seu perfeito funcionamento. Como o desalinhamento causa
vibração, esta por sua vez afeta diretamente o ajuste dessas peças, causando atrito
irregular, desgaste prematuro e vazamentos.
EFEITOS DO DESALINHAMENTO EM EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

Engrenagens
Nessas peças, também, a vibração causada pelo desalinhamento gera problemas
ao engrenamento, o que alem de acelerar o desgaste dos dentes, aumenta
consideravelmente o nível de ruído.
EFEITOS DO DESALINHAMENTO EM EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

Eixos
Dependendo de sua robustez, quando sujeitos as cargas geradas pelo
desalinhamento, os eixos podem sofrer empenos, atrito com peças estacionárias ou
até mesmo vir a fraturar por fadiga
MÉTODOS DE ALINHAMENTO
O método de alinhamento mais antigo era executado recorrendo a uma
régua e esquadro. Este método era aceitável se a máquina funcionasse a baixas
rotações. Este método é um bom procedimento quando se inicia o processo de
alinhamento.
Depois de executar este primeiro procedimento, algo mais era necessário ser
feito para continuar o processo de alinhamento. A utilização de apalpa folgas e
comparadores é agora utilizado para se conseguir alinhamento de precisão. Quando
usados de forma apropriada, estas ferramentas podem dar bons resultados.

Os erros mais comuns no alinhamento são:

· Erros na preparação do trabalho


· Travões dos indicadores danificados
· Omissão da “deflexão” das barras de suporte dos comparadores nos cálculos
· Erros na leitura dos comparadores e na interpretação dos dados
· Incorreta movimentação da máquina
MÉTODOS DE ALINHAMENTO
MÉTODO DA RÉGUA E ESQUADRO

Este método utiliza uma régua para determinar a posição paralela e um


esquadro para obter a posição angular do acoplamento.

Vantagem
Bom método para um alinhamento
rápido e ferramentas simples e baratas

Desvantagem
Erros de alinhamento freqüentes,
apenas para ser utilizado como
alinhamento rápido, utilizar apenas
para acoplamento com o mesmo
diâmetro e método pouco preciso
MÉTODOS DE ALINHAMENTO
MÉTODO CARA E PERIFERIA

Com este método a posição paralela é obtida tirando medidas no


diâmetro exterior (periferia) enquanto que a posição angular é feita na face.
Estas leituras são projetadas matematicamente e graficamente nas sapatas do
motor (máquina móvel) para determinação das correções necessárias.
Vantagens
Pode ser utilizado quando apenas um dos
acoplamento pode ser rodado, fácil
visualização das medidas e é um bom
método para distâncias curtas

Desvantagens
Erros de alinhamento freqüentes,
escorregamento do comparador axial pode
introduzir erros de leitura e deve ser
calculado a “deflexão” das barras de
suporte dos comparadores.
MÉTODOS DE ALINHAMENTO
MÉTODO POR MEDIDA INVERSA DAS PERIFERIAS

As posições angular e paralela são obtidas tirando duas medidas radiais no


acoplamento. Estas leituras são projetadas matematicamente e graficamente nas
sapatas do motor (máquina móvel) para determinação das correções necessárias.

Vantagens
Para ser utilizado quando os dois
acoplamento podem rodar, pode ser
utilizado para distâncias mais longas que o
método da face e periferia e Maior precisão
geométrica .

Desvantagens
Ambos os veios têm de rodar solidários,
suscetível de erros de leitura e Deve ser
calculado a “deflexão” das barras de
suporte dos comparadores.
MÉTODOS “RIM AND FACE”
utiliza relógios comparadores na face e na periferia do cubo, os quais medem
respectivamente o desalinhamento axial (angular) e radial (paralelo).
L2 = Distancia do plano de
leitura do desalinhamento
axial ate os pés traseiros
da maquina móvel;

ØL = Diâmetro
de leitura do
desalinhamento
axial

L1 = Distancia do plano de
leitura do desalinhamento
axial ate os pés dianteiros
da maquina móvel
MÉTODOS “RIM AND FACE”
ØL = Diâmetro de leitura do desalinhamento axial
MÉTODOS “RIM AND FACE”
EXECUÇÃO DAS LEITURAS
As leituras devem ser feitas a cada 90º, tanto no relógio da axial (Ra) como no
relógio da radial (Rr).

S = Leitura do lado superior;


I = Leitura do lado inferior;
E = Leitura do lado esquerdo;
D = Leitura do lado direito;
Ra = Relógio da axial
Rr = Relógio da radial
EXEMPLO

ØL = 200mm; L1 = 250 mm; L2 = 600 mm

a. CÁLCULO DAS CONSTANTES C1 E C2


C1 = L1/ØL = 250 mm/200 mm = 1,25
C2 = L2/ØL = 425 mm/200 mm = 2,125
DISNIVELAMENTO NA VERTICAL
Dav = S - I  0,00 -(- 0,11) = -0,11mm
Drv = (S – I)/2  (0,00 -(- 0,12))/2 = -0,06mm

CORREÇÃO NA VERTICAL RETIRAR CALÇO


P1 = Dav x C1 – Drv - 0,11 x 1,25 - (- 0,06)  P1 = -0,07 mm

P2 = Dav x C2 – Drv  - 0,11 x 2,125 - (- 0,06)  P2 = -0,173 mm


RETIRAR CALÇO
DISNIVELAMENTO NA HORIZONTAL
Dah = D - E - 0,08 -(- 0,03) = -0,05mm
Drh = (D – E)/2 (- 0,08 -(- 0,04))/2 = -0,02mm

CORREÇÃO NA VERTICAL MOVER PARA DIREITA


P1 = Dah x C1 – Drh  - 0,05 x 1,25 - (- 0,02)  P1 = - 0,042

P2 = Dah x C2 – Drh  -0,05 x 2,125 - (- 0,02 )  P2 = -0,086


MOVER PARA DIREITA
P1 = - 0,042 P2 = -0,086

P2 = -0,173 mm
P1 = -0,07 mm
BIBIOGRAFIA
[1] – Apostila ALINHAMENTO DE MÁQUINAS (TECNOLOGIA LASER), SENAI - Salvador, 2004. 48 p. il. (Rev.01);

[2] – ALINHAMENTO DE ACOPLAMENTOS. Disponível em: <http://83.240.136.253/Miit/Portals/0/Inspecao/Artigos/alinhamento


%20de%20acoplamentos.pdf>. Acesso em agosto 2009;

Você também pode gostar