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AUTOR
Bruno Seixas começou sua jornada como Técnico em
Mecânica (CEFET-RJ), depois cursou a graduação em
Engenharia Mecânica na Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) onde também conclui seu Mestrado em
Engenharia Mecânica na COPPE/UFRJ.
Na graduação conheceu o mundo de projetos e simulação e
se encantou! A partir daí aprofundou-se em diversos cursos
teóricos e práticos sobre o assunto e a cada dia vem
especializando-se mais nessas áreas!
Trabalha há vários anos com projetos mecânicos, simulação e
análises numéricas aplicadas a problemas de engenharia em
diversas áreas.
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BEM-VINDO
Ao Guia Prático do Projeto Mecânico!
Esse livro foi criado para ser um verdadeiro guia para
projetistas, engenheiros e profissionais da área técnica,
apresentando todos os aspectos essenciais a serem verificados
em um Projeto Mecânico, desde sua concepção até os
entregáveis.
Meu intuito é apresentar o passo-a-passo de 5 etapas que vai
orientar você a realizar qualquer Projeto Mecânico de maneira
clara e objetiva.
Você irá aprender: Fundamentos de Projetos Mecânicos,
Diagnóstico de Projeto, Projeto Preliminar, Projeto Detalhado,
Validação de Projeto e Documentação de Projeto.
Boa Leitura!
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FUNDAMENTOS DE
PROJETO MECÂNICO
Projeto Mecânico_______________________________
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Figura 1. Projeto Mecânico.
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Fabricabilidade: Está relacionada a capacidade do projeto ser
fabricado, ou seja, a existência de recursos viáveis tecnologicamente e
financeiramente que sejam capazes de tornar o projeto fabricável.
Projetista Mecânico_______________________
O responsável por executar um projeto mecânico é o Projetista Mecânico. O
projetista mecânico é responsável por desenhar, desenvolver e projetar
sistemas e componentes mecânicos, utilizando ferramentas de software de
Engenharia, cálculos analíticos e testes.
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Análise de requisitos: Analisar as necessidades e requisitos do cliente
e produzir especificações para o projeto.
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Melhoria contínua: Trabalhar continuamente na melhoria do projeto,
incluindo a identificação de problemas e a busca por soluções para
melhorar seu desempenho e eficiência.
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Conhecimento de normas e regulamentos: Um projetista mecânico
precisa estar ciente das normas e regulamentos relevantes para seus
projetos, como normas de segurança e normas industriais.
Além das habilidades citadas acima, uma habilidade fundamental para todo
projetista mecânico que gostaria de dar destaque aqui é a Criatividade! Ter
criatividade em projetos é muito importante, pois permite que um projetista
mecânico encontre soluções inovadoras para problemas técnicos que
possam não ter sido abordados de forma tradicional. Isso pode levar a
projetos mais eficientes, eficazes e econômicos.
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Etapas de um Projeto Mecânico_____________
1° ETAPA – Diagnóstico
4° ETAPA – Validação
5° ETAPA – Documentação
Nos próximos capítulos falaremos sobre cada uma dessas etapas com mais
profundidade!
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1° ETAPA: DIAGNÓSTICO
A etapa de diagnóstico é uma das primeiras fases na realização de um projeto
mecânico e é crucial para o sucesso do projeto. Nesta etapa, o projetista
mecânico deve reunir e avaliar informações sobre o objetivo do projeto, as
condições técnicas e operacionais, as restrições de custo e prazo, entre
outros aspectos relevantes.
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Perguntas para um Diagnóstico____________
Na etapa de diagnóstico de projeto, é importante que o projetista mecânico
faça as perguntas certas para garantir que todos os aspectos relevantes sejam
considerados. Algumas das perguntas que podem ser úteis são:
11. Quais são os riscos potenciais associados ao projeto? Como eles serão
gerenciados?
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Para fazer um bom diagnóstico de um projeto, um projetista mecânico deve
inicialmente analisar todas as informações disponíveis sobre o projeto,
incluindo especificações técnicas, desenhos, documentação técnica, entre
outros. Para projetos que já estão implementados, o projetista deve revisar o
projeto de forma crítica, analisando sua eficiência, eficácia e segurança,
verificando também possíveis discrepâncias em relação às especificações
técnicas.
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A ABNT é uma organização
brasileira que desenvolve e
publica normas técnicas para
vários setores da indústria,
incluindo construção, elétrico,
mecânico e de telecomunicações.
As normas ABNT são
amplamente utilizadas em projetos mecânicos no Brasil e incluem
especificações para projeto de estruturas, instalações hidráulicas e
sanitárias, instalações elétricas e outros aspectos relacionados a
projetos mecânicos.
Além de saber o que deve ser feito, é necessário fazer uma definição dos
prazos, que consiste em verificar os prazos para a conclusão de cada tarefa
e para a conclusão do projeto como um todo.
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Com o objetivo de minimizar problemas que possam surgir também deve ser
feita uma análise de risco. Nessa etapa são identificados os riscos potenciais
associados ao projeto e definidas as estratégias para gerenciá-los.
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Fornecedores e Subcontratados: são empresas ou profissionais que
fornecem material ou prestam serviços para o projeto, como a
fabricação de peças específicas ou a realização de ensaios.
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2° ETAPA:
PROJETO PRELIMINAR
A etapa do projeto preliminar é aquela na qual o projetista mecânico irá
desenvolver soluções iniciais permitindo que os problemas sejam
identificados e solucionados antes da produção de projetos mais detalhados
e caros. Nessa etapa é fundamental criar diagramas e desenhos para ilustrar
as ideias, incluindo croquis, esboços etc.
Croquis de Projeto_____________________
Um croqui de projeto mecânico é uma representação visual e simplificada do
projeto. É usado como ferramenta inicial para apresentar uma ideia ou
conceito aos stakeholders ou equipe de projeto. O croqui geralmente é feito
à mão e serve como uma ferramenta de comunicação visual para ajudar a
ilustrar e a comunicar as ideias.
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Figura 5. Croqui de Projeto Mecânico em uma folha.
Contextos de Projeto___________________
Basicamente um projeto mecânico pode acontecer em diferentes contextos.
Muitas vezes o cliente está desenvolvendo um produto do zero e não tem
nenhuma referência ou documentação para passar sobre o projeto. Outro
contexto é aquele no qual o cliente quer adequar um determinado projeto já
existente ou implementar um projeto em alguma instalação ou equipamento.
Em ambos os casos, a realização de um esboço de projeto através de croquis
é importante.
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de medição para fazer o mapeamento das medidas, além de levantar
informações relevantes ao projeto.
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Micrômentro: É um instrumento de medição de comprimentos, que
permite medições com alta precisão na ordem de micrômetros (μm).
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milímetros ou micrômetros, dependendo da resolução do micrômetro
utilizado.
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Para usar um nível bolha, a ferramenta é colocada em uma superfície
plana e o projetista faz ajustes até que a bolha fique no centro do tubo.
Isso indica que a superfície está nivelada.
Brainstorming_________________________
Uma das técnicas que o Projetista Mecânico pode fazer uso para ter ideias
para propor soluções em um projeto mecânico é o Brainstorming. Essa
técnica consiste em reunir um grupo de pessoas para gerar o maior número
possível de ideias sobre um problema ou projeto específico, sem restrições
ou julgamentos iniciais. Em um projeto mecânico, essa técnica pode ser
aplicada junto a outros profissionais da área técnica de forma que cada um
possa ter liberdade para apresentar uma possível solução. Em um primeiro
momento, nenhuma ideia deverá ser descartada, somente após o
brainstorming ter ocorrido, é feito um filtro para utilizar as ideias mais
condizentes com o projeto.
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Benchmarking________________________
Outra opção que um Projetista Mecânico pode recorrer para desenvolver
soluções para um projeto é através de Benchmarking que é uma técnica que
tem como objetivo analisar as melhores práticas de outros projetos já
implementados e compará-las com o projeto que está sendo desenvolvido
de maneira a buscar inspirações e referências. Para um projetista, o
benchmarking pode ser uma ferramenta valiosa para identificar soluções
inovadoras, melhores práticas e novas tecnologias que estão sendo aplicadas
em outras empresas ou projetos.
Repertório Técnico_____________________
Um aspecto muito importante que um projetista desenvolve ao longo do
tempo e ajuda cada vez mais em novos projetos é o Repertório Técnico. Ele
consiste no conjunto de conhecimentos, técnicas e experiências que um
projetista mecânico acumula ao longo de sua carreira e que utiliza para
resolver problemas e propor soluções inovadoras.
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interação com outros profissionais da área. É importante que o projetista se
mantenha atualizado e aberto a aprender novas técnicas e tecnologias, para
que possa estar sempre preparado para os desafios que surgirem em seus
projetos. Quanto mais projetos realizados, melhor o repertório técnico e
melhores serão os novos projetos!
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3° ETAPA:
PROJETO DETALHADO
A etapa de detalhamento de projeto mecânico é uma etapa crítica no
desenvolvimento de um projeto. Durante esta etapa, a partir do projeto
inicial, o projetista mecânico irá gerar os desenhos e especificações técnicas
detalhadas dos componentes e sistemas mecânicos.
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Processos de Fabricação________________
Para gerar o projeto detalhado final, o projetista deve saber inicialmente se
os componentes que estão sendo dimensionados são fabricáveis e viáveis
economicamente e quais os processos de fabricação mais indicados em
cada caso. Conhecer os Processos de Fabricação é fundamental para um
projeto mecânico, pois permite ao projetista ter uma compreensão clara e
completa das limitações e possibilidades do processo produtivo.
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Qualidade: A qualidade final do produto deve ser levada em
consideração ao escolher o processo de fabricação. Alguns processos
podem garantir uma qualidade superior a outros.
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Figura 11. Tipos de Processos de Fabricação.
Meu intuito com este livro não é mostrar todos os detalhes de todos os
processos de fabricação (Existe uma infinidade de livros dedicados somente
a esse assunto), entretanto, irei fazer uma breve apresentação dos principais
tipos de processos e quando é mais indicado utilizá-los.
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_________________Processos de Usinagem
Torneamento
O torneamento é um processo de fabricação mecânica que consiste em
remover material de uma peça para obter sua forma final desejada,
geralmente cilíndrica ou cônica. Esse processo é realizado com a ajuda de
uma ferramenta de corte rotativa, que é fixada em uma máquina-ferramenta
específica, conhecida como torno. A peça gira em torno de um eixo fixo de
rotação da máquina e a ferramenta se desloca simultaneamente seguindo
uma trajetória coplanar com o eixo referido
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sua capacidade de produzir peças precisas e de alta qualidade com uma
ampla gama de geometrias e dimensões.
Fresamento
O processo de fresamento é uma técnica de fabricação mecânica que
consiste na remoção de material de uma peça por meio de uma ferramenta
rotativa chamada fresa. O movimento da fresa é controlado por uma
máquina-ferramenta, fresadora, e permite que sejam produzidos diferentes
tipos de formas e perfis na peça.
As peças mais adequadas a serem produzidas por este processo são diversas:
formas complexas, como dentes de engrenagens, ranhuras, furos, formas
cônicas e superfícies planas. Além disso, o processo de fresamento é indicado
em geral para peças de tamanhos médios a grandes, com tolerâncias precisas
e acabamentos superficiais requeridos.
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Furação
A furação é um processo de usinagem que consiste em criar furos em uma
peça para inserir pinos, parafusos ou outros elementos que permitem a
fixação com outras peças. O processo de furação pode ser realizado em uma
grande variedade de materiais, incluindo aço, alumínio, cobre, plásticos e
outros.
Existem vários tipos de furadeiras e ferramentas que podem ser usadas para
fazer furos, como furadeiras manuais, furadeiras elétricas, furadeiras CNC,
entre outras. A escolha da ferramenta adequada depende do tipo de material
a ser furado, da localização do furo, da profundidade do furo e de outros
fatores importantes.
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Retificação
A retífica é um processo de usinagem que consiste em remover material de
uma peça por meio de abrasão. O processo é realizado por máquinas de
retífica, que podem ser classificadas em retíficas cilíndricas, retíficas planas e
retíficas de superfície. A peça é fixada em uma morsa e é movida contra um
disco abrasivo rotativo, que remove o material.
As peças mais adequadas a serem produzidas por retífica são aquelas que
requerem uma superfície lisa e precisa, com tolerâncias dimensionais e
geométricas restritas. Alguns exemplos incluem eixos, pinos, anéis,
engrenagens, discos de freio, entre outros. É importante levar em
consideração a dureza da peça, pois a retífica pode ser limitada a materiais
macios.
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que permite a produção de peças mecânicas com alta precisão e eficiência.
O processo de usinagem é controlado por um software de computador, que
permite a programação de diversos tipos de operações, como torneamento,
fresamento, furação e retífica.
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__________________Processos de Fundição
Fundição
A Fundição é um processo de fabricação mecânica de peças metálicas que
consiste essencialmente em encher com metal líquido a cavidade de um
molde com formato e medidas correspondentes aos da peça a ser fabricada.
É um método muito popular para a produção de peças grandes e complexas
com geometrias irregulares, como blocos de motores, cabeçotes de motores,
cárteres de bombas, eixos, etc.
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____________________________Soldagem
Soldagem
A soldagem é um processo de união de metais, no qual são fundidos dois ou
mais componentes para formar uma única peça. O processo é realizado
através da aplicação de calor e pressão, que fundem as bordas dos
componentes, unindo os materiais. Em um processo de soldagem em geral
estão presentes o metal-base (que forma a junta a ser soldada por fusão),
metal de adição (que é adicionado para fazer a união das peças) e a fonte de
calor.
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Figura 19. Tipos de Juntas para Soldagem.
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Figura 20. Soldagem por Eletrodo Revestido.
Este processo é conhecido por ser preciso e capaz de produzir soldas de alta
qualidade, e é amplamente utilizado na indústria de alta tecnologia, como a
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aeroespacial, nuclear e na fabricação de equipamentos médicos. Além disso,
é também utilizado na produção de peças metálicas de alta precisão, como
tubos, conexões, etc.
Este processo requer uma certa quantidade de tempo e habilidade para ser
realizado corretamente, o que o torna mais adequado para a produção de
peças de baixa quantidade, mas de alta qualidade. Além disso, a soldagem
TIG é muito versátil, pois pode ser utilizada em uma ampla gama de materiais,
incluindo aço inoxidável, alumínio, cobre, titânio e outros.
Soldagem MIG (Metal Inert Gas) / MAG (Metal Active Gas): São
semelhantes ao processo TIG, mas utilizam um eletrodo contínuo no lugar
de um eletrodo pontiagudo. O processo MIG utiliza um gás inerte como
argônio ou hélio, para proteger a zona de soldagem contra a contaminação
por oxigênio e nitrogênio presentes no ar. Já o processo MAG, utilizando um
gás ativo (em geral CO2) para proteção da região de soldagem. Durante o
processo, um arame metálico é alimentado continuamente através de um
cabo de soldagem para a zona de soldagem, onde é aquecido por uma fonte
de corrente elétrica para fundir tanto o arame quanto as superfícies dos
metais a serem soldados.
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As principais características desses processos incluem alta produtividade, boa
qualidade de solda, fácil automação e versatilidade na aplicação em
diferentes espessuras e tipos de materiais. Além disso, a soldagem MIG e
MAG podem ser utilizadas tanto em soldagem de união quanto em
revestimento.
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Posição da solda: A posição da solda é importante porque afeta a
acessibilidade à junta, a quantidade de material derretido e a
distribuição de tensão. As posições comuns incluem deitado, em pé,
em ângulo e em ângulo invertido.
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e especificações para a indústria de soldagem. Essas normas fornecem
diretrizes para a seleção dos processos de soldagem, dos materiais de solda,
dos tipos de solda, dos tamanhos de solda, dos arranjos de solda e dos
requisitos de inspeção.
_______________Processo de Conformação
Outro tipo de processo de fabricação Mecânica é a Conformação, que é
processo de transformar metais e ligas metálicas em peças tridimensionais
por meio de uma força aplicada sobre a matéria-prima. O processo de
conformação é mais indicado para a produção de peças com geometrias
complexas e grande precisão dimensional, pois permite uma maior eficiência
na utilização do material e uma redução nos custos de produção. Os
principais tipos de conformação são:
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Forjamento: É uma técnica de fabricação mecânica que consiste na
transformação de materiais por compressão e/ou impacto. A matéria-prima
utilizada pode ser metal líquido, barra redonda ou chapa. O forjamento é
realizado com o uso de fornos, prensas hidráulicas e martelos, que aplicam
alta pressão ao material para dar forma a ela.
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Trefilação: É um processo de conformação mecânica que visa dar forma a
um material metálico (como aço, alumínio, cobre, entre outros) para produzir
barras, tubos ou fios. Esse processo é realizado através do uso de uma matriz
trefiladora, composta por duas ou mais rodas trefiladoras, que são
responsáveis por puxar o material a ser trefilado e moldá-lo ao mesmo
tempo.
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Tolerâncias Dimensionais________________
As Tolerâncias, de maneira geral, são as margens de erro permitidas na
produção de peças ou componentes mecânicos. As tolerâncias dimensionais
são importantes porque especificam o quanto as dimensões reais de uma
peça podem variar em relação às dimensões desejadas. Isso é crítico para
garantir que as peças sejam produzidas de forma consistente e funcionem
corretamente em conjunto com outras peças.
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aplicações onde é necessário permitir que as peças se movimentem uma em
relação à outra, como em rolamentos, por exemplo.
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maiúsculas quando estão relacionadas aos furos e minúsculas relacionadas
ao eixo.
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ajustes possíveis e que satisfaçam as condições de operação do conjunto é
extremamente elevado. Para maior simplicidade, sempre que possível, deve
ser adotada a posição H do campo de tolerâncias para Furo, obtendo-se, a
partir destes, as tolerâncias do Eixo.
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Tolerâncias Geométricas________________
Além das definições dos valores mínimos e máximos permitidos para as
dimensões (Tolerância Dimensional), existe ainda outros tipos de tolerâncias
que são as Tolerâncias Geométricas.
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Circularidade: é representada por dois círculos concêntricos, que
indicam os limites inferior e superior tolerados para o desvio de
circularidade.
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Perfil de Superfície Qualquer: é representada por duas superfícies
teóricas, que envolvem a superfície projetada para a peça, cuja
distância é limitada por uma esfera com diâmetro equivalente à
tolerância especificada. O centro da esfera está localizado na superfície
teórica.
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Figura 39. Ilustração da Tolerância de Perpendicularidade.
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Concentricidade: é a variação admissível da posição do eixo de simetria
de elementos teoricamente concêntricos. O campo de tolerância do
desvio de concentricidade é delimitado por um círculo em cujo centro
encontra-se a linha de simetria de um elemento de referência.
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Para definir adequadamente os diferentes tipos de tolerâncias de projeto é
importante garantir que a peça produzida atenda aos requisitos de
desempenho e funcionalidade. Algumas dicas para definir adequadamente
as tolerâncias de projeto incluem:
Rugosidade___________________________
O outro conceito que é relacionado a projetos mecânicos e fabricação é a
Rugosidade. Todos os componentes e peças produzidas não tem um
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acabamento perfeito, ou seja, sempre existirá irregularidades superficiais
presentes e a essas irregularidades são chamadas de Rugosidade. A
rugosidade é uma medida da superfície irregular de uma peça produzida
mecanicamente. É geralmente medida como a altura média das rugas ou
irregularidades na superfície da peça.
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A rugosidade influencia em diversos aspectos de um projeto mecânico,
como: qualidade de deslizamento; resistência ao desgaste; possibilidade de
ajuste do acoplamento forçado; resistência oferecida pela superfície ao
escoamento de fluidos e lubrificantes; qualidade de aderência que a estrutura
oferece às camadas protetoras; resistência à corrosão e à fadiga; vedação;
aparência.
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das áreas superiores, compreendidas entre ela e o perfil efetivo, seja igual à
soma das áreas inferiores, no comprimento da amostragem (le). Na Figura
abaixo a área A3 é igual à soma das áreas A1 e A2.
Uma vez definidos esses conceitos, existem diferentes seguintes critérios para
medição de rugosidade conforme indicado abaixo e referenciado na
bibliografia.
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O critério Ra é o parâmetro de medição mais utilizado em todo o mundo e é
aplicável à maioria dos processos de fabricação. Uma desvantagem desse
processo é ele indica a média da rugosidade. Por isso, se um pico ou vale
não típico aparecer na superfície, o valor da média não sofrerá grande
alteração, o que pode acabar ocultando algum defeito. A norma estabelece
ainda classes de rugosidade que estão associada a respectivos valores.
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Figura 46. Critério de Rugosidade Máxima (Ry).
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O parâmetro Rt tem o mesmo emprego do Ry, mas com maior rigidez, pois
considera o comprimento de amostra igual ao comprimento de avaliação.
Entretanto, em alguns casos, a rigidez de avaliação leva a resultados
enganosos.
O parâmetro Rz pode ser empregado nos casos em que pontos isolados não
influenciam na função da peça a ser controlada. Por exemplo: superfícies de
apoio e de deslizamento, ajustes prensados etc. Entretanto, em algumas
aplicações, pode não ser aconselhável a consideração parcial dos pontos
isolados.
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Como comentado, existe uma relação direta entre os processos de fabricação
e os parâmetros de rugosidade. A Figura abaixo indica o nível de rugosidade
que cada processo de fabricação costuma atingir.
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as limitações técnicas do processo de fabricação, tais como a capacidade de
usinagem, a qualidade do material, as condições de trabalho, etc.
Seleção de Material____________________
Outra decisão extremante importante a ser tomada em um projeto mecânico
na etapa de Detalhamento é a Seleção de Material. A escolha do material
certo para um projeto mecânico é fundamental para garantir o desempenho
e a segurança do produto final. Estes são escolhidos com base em suas
propriedades físicas, mecânicas e químicas, bem como sua disponibilidade e
custo. Alguns critérios para escolha são:
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6. Manufaturabilidade: A Manufaturabilidade do material escolhido se
refere a facilidade para ser utilizado em um processo de fabricação,
como a facilidade de usinagem, conformação, soldagem, etc. Portanto,
é importante para determinar se o material é adequado para o
processo de fabricação escolhido.
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Tabela 4. Comparação aproximada entre as propriedades de materiais metálicos.
Densidade Módulo de Limite de Limite de
Material
(g/cm³) Elasticidade (GPa) Elasticidade (MPa) Ruptura (MPa)
Aço carbono 7,85 200 250 400-550
Aço inoxidável 7,9 190-210 200 520-690
Alumínio 2,7 70 40-90 90-450
Cobre 8,96 110-130 100-220 220-480
Latão 8,44 100-130 110-320 300-550
Bronze 8,8-9,2 100-120 110-250 300-590
Titânio 4,5 105-120 240 400-550
Ferro fundido cinzento 6,9-7,3 100-170 170-290 240-400
Ferro fundido nodular 6,9-7,3 170-210 370-400 590-690
Aços: São materiais compostos de ferro e até 2,1% de carbono, com adições
de outros elementos químicos, como silício, manganês, níquel e cromo, para
melhorar suas propriedades mecânicas e físicas. Eles são utilizados em uma
ampla gama de aplicações industriais devido à sua combinação de força,
durabilidade e resistência à corrosão.
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Existem diversos tipos de aços, cada um com suas próprias características e
aplicações. Alguns dos principais tipos incluem:
Aço para mola: Este tipo de aço é projetado para ter alta elasticidade
e resistência ao alongamento, o que o torna ideal para aplicações em
molas e componentes elásticos.
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nomenclatura é composta por um conjunto de quatro algarismos, no qual os
dois primeiros algarismos indicam o tipo do elemento de liga adicionado ao
ferro e carbono. E os dois últimos algarismos divididos por 100 indicam o teor
de carbono no aço.
Por exemplo, o aço ABNT 1020, os dois primeiros algarismos indicam que é
um aço ao carbono, e os dois últimos algarismos indicam que o teor de
carbono é igual a 0,2% (mais ou menos, permite uma pequena faixa de
variação). Existem outros aços que não se incluem nesta classificação, ou
pelas composições serem diferentes das utilizadas nos tipos previstos, ou por
envolverem faixas menores de variação dos teores dos elementos de liga.
Entretanto, estes aços têm aplicações mais específicas e não são muito
utilizados em relação aos demais. A Tabela abaixo indica a nomenclatura
utilizada para Aços.
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e outros elementos como silício, manganês e enxofre. É caracterizado por sua
dureza e resistência mecânica superior à dos aços comuns. Além disso, ele é
altamente resistente à corrosão e ao desgaste, tornando-se uma escolha
popular para a fabricação de peças de alta qualidade.
Além desses, existem outros tipos de ferro fundido, como o ferro fundido
branco, o ferro fundido maleável, o ferro fundido dúctil e o ferro fundido
vermicular, cada um com suas próprias características e aplicações. Ao
escolher um tipo de ferro fundido para um projeto específico, é importante
levar em consideração as necessidades e requisitos do projeto, como cargas,
temperatura, corrosão, desgaste e outros fatores relevantes.
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Eletrônica: o alumínio é usado na fabricação de dispositivos
eletrônicos, como laptops e smartphones, devido à sua condutividade
térmica e elétrica.
Embalagens: o alumínio é comumente usado na fabricação de latas de
bebidas devido à sua leveza e resistência à corrosão.
Construção: o alumínio é amplamente utilizado na construção de
janelas e portas devido à sua leveza, resistência à corrosão e facilidade
de moldagem.
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Propriedades mecânicas: O bronze apresenta boas propriedades
mecânicas, incluindo alta resistência à fadiga e alta dureza.
Aplicações do Bronze:
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As características dos polímeros incluem baixa densidade, baixa resistência
mecânica, elevada deformabilidade e boa resistência química. Eles também
têm um grande alcance de temperatura de utilização e uma ampla gama de
aplicações. Alguns polímeros, como o policarbonato, são usados em
aplicações que exigem alta transparência, enquanto outros, como o
polietileno, são usados em aplicações que exigem alta resistência química.
Geração de Desenhos___________________
Uma vez definido o esboço inicial, processes de fabricação, tolerâncias,
rugosidade e materiais, parte-se para a última etapa de detalhamento que é
a Geração de Desenhos.
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Há três tipos principais de vistas em desenhos técnicos: vista frontal, vista
lateral e vista superior. A vista frontal mostra a frente da peça, enquanto a
vista lateral mostra um lado da peça (geralmente o esquerdo) e a vista
superior mostra o topo da peça. Essas três vistas combinadas, na maior parte
dos casos, fornecem uma compreensão completa da forma e das dimensões
da peça.
Além dessas três vistas básicas, os desenhos técnicos também podem incluir
vistas auxiliares, como cortes, seções e detalhes de construção. Essas vistas
fornecem informações adicionais sobre a estrutura interna da peça, como as
relações entre diferentes partes e as dimensões críticas. A seleção das vistas
a serem utilizadas no desenho técnico depende das características
geométricas da peça ou componente e do nível de detalhamento necessário
para sua fabricação e montagem. A Figura abaixo indica uma representação
de vista em corte.
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Além de desenhos individuais de cada componente, pode-se fazer um
desenho de montagem para detalhar como as peças individuais de um
sistema ou produto serão montadas juntas para formar o produto final. Este
desenho geralmente inclui vistas de corte, vistas de detalhes, seções
transversais, cotas de dimensão, lista de materiais e notas técnicas para
especificar as tolerâncias, materiais, processos de fabricação e outros
aspectos importantes da montagem.
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Diferentemente de um croqui, um desenho detalhado normalmente é
realizado com o auxílio de Software CAD (Computer Aided Engineering),
também conhecido como desenho assistido por computador, que são
softwares utilizados para criar e editar desenhos técnicos. Esses softwares
oferecem muitos recursos e ferramentas avançadas que facilitam o processo
de desenho, como o uso de camadas, a capacidade de desenhar em três
dimensões, o uso de ferramentas de medição, a capacidade de visualizar
desenhos em vários formatos, entre outros.
1. SolidWorks - é um software de
desenho 3D, que oferece recursos
avançados de simulação, análise e
fabricação para projetos de
engenharia mecânica.
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4. Inventor - é um software de
modelagem 3D desenvolvido pela
Autodesk. Oferece recursos de
modelagem, simulação e análise
para projetos mecânicos.
NORMA DESCRIÇÃO
NBR 8403 Aplicação de linhas em desenhos técnicos
NBR 10126 Cotagem em desenho técnico
NBR 10067 Princípios Gerais de representação em desenho técnico
NBR 8402 Execução de caráter para escrita em desenhos técnicos
NBR 10126 Cotagem em desenhos técnicos
NBR 8196 Emprego de escala
NBR 11534 Representação de engrenagens em desenho técnico
NBR 10582 Apresentação de folha para desenho técnico
NBR 11145 Representação de molas em desenho técnico
NBR 12298 Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico
NBR 8993 Representação de partes roscadas em desenho técnico
NBR 10647 Desenho técnico
NBR 10068 Folhas de desenho, leiaute e dimensões
NBR 12288 Representação simplificada de furo de centro em desenho técnico
NBR 7165 Símbolos gráficos de solda
NBR 14220-2 Mancais de deslizamento
NBR 14957 Representação de recartilhado
NBR 10209-2 Documentação técnica de produto — Vocabulário
NBR 13142 Desenho técnico - Dobramento de cópia
NBR 8404 Indicação do estado de superfícies em desenhos técnicos
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O objetivo desse livro não é se estender sobre cada uma. Caso seja necessário
saber alguma informação mais aprofundada, é sugerido consultar a norma
cabível. Apesar disso, destacarei alguns pontos de algumas normas que são
comumente aplicadas em desenhos técnicos de projetos.
Além disso, cada tipo de tolerância (descrita anteriormente nessa etapa) está
associado um determinado símbolo, como mostrado abaixo.
84
A norma também estabelece os símbolos para indicação dos elementos de
referência e os elementos tolerados indicados na Figura 63.
85
Tabela 7. Significado de cada símbolo de Rugosidade.
86
Além dos valores de rugosidade permitidos e sua obrigatoriedade, pode-se
ainda fornecer informações complementares nas simbologias de indicação
do estado de superfície, como mostrado na Tabela 9. Além disso, pode-se
indicar a direção das estrias com uma letra (Tabela 10).
87
Portanto, uma indicação geral de um sistema de rugosidade fica da seguinte
forma:
88
Figura 67. Simbologia de Soldagem
Uma das principais identificações em uma solda diz respeito ao tipo de junta.
Essa identificação é uma representação gráfica que indica a forma como as
peças serão unidas por meio da solda. Cada tipo de junta está associado a
uma simbologia, conforme indicado na tabela abaixo.
89
Para ilustrar a aplicação da indicação de solda, a Figura 68 abaixo mostra
representação de uma Solda tipo V, aplicado em ambos os lados de uma
junta, indicando o valor da fresta, ângulos, e a dimensão de solda
(profundidade).
Uma simbologia bastante usual é a aquela que indica que a solda deve ser
feita em todo o contorno da peça (representada pelo círculo), conforme
indicado na Figura abaixo.
90
Figura 70. Indicação de solda em todo o contorno.
Onde indicação que pode ser feita é a indicação do ensaio não destrutivo a
ser realizado na região da solda. Cada ensaio é indicado na seta por uma
sigla, conforme especificado na tabela abaixo.
91
92
4° ETAPA: VALIDAÇÃO
Uma vez tendo sido elaborado o projeto detalhado parte-se para a etapa de
validação. A validação é a etapa em que será verificado se o projeto em
questão irá se comportar adequadamente em sua condição de operação, ou
seja, se o projeto terá o comportamento esperado e seguro em sua aplicação
final.
Validação Experimental_________________
A Validação Experimental de um projeto mecânico envolve a realização de
testes e medições em um protótipo físico do produto, a fim de verificar se
ele atende aos requisitos de desempenho e segurança. É uma etapa
importante no processo de desenvolvimento do produto, pois permite avaliar
o desempenho do produto em condições reais de uso e identificar possíveis
problemas ou pontos de melhoria.
93
Figura 71. Aparato experimental.
Validação Analítica_____________________
Outro modo de validação é a Validação Analítica. A validação analítica
pode acontecer por equações teóricas (em geral, de resistência dos materiais)
ou por normas de projeto.
95
atuantes em cada elemento da estrutura, levando em consideração as cargas
aplicadas e as características do material. Em seguida, é necessário comparar
as tensões calculadas com os limites de resistência do material. Caso as
tensões estejam dentro dos limites (considerando os fatores de segurança),
o projeto é considerado seguro.
𝐹. 𝐿3
𝛿𝑀Á𝑋 =
3. 𝐸. 𝐼
Onde, F é a carga aplicada, L é o comprimento da viga, E é o módulo de
elasticidade do material e I é o momento de inércia. Nesse caso, a equação
analítica seria mais do que suficiente para avaliar o deslocamento máximo
para auxiliar na execução do projeto.
96
obtidas foram deduzidas considerando algumas hipóteses e simplificações
que podem não ser adequadas ao projeto. Caberá ao projetista identificar se
as equações são aplicáveis ou não.
Figura 74. Trecho com Equações analíticas retirado da norma ASME VIII Div 2.
Validação Numérica____________________
Outro método para validação é a Validação Numérica por simulação
computacional. A Simulação computacional é uma técnica utilizada para
prever o comportamento de um sistema, processo ou fenômeno em um
ambiente virtual através de softwares específicos. Essa técnica permite
analisar diversos aspectos de um sistema, tais como comportamento
estrutural, térmico, acústico, dinâmico, entre outros.
97
A simulação computacional é amplamente utilizada em diversos setores,
como na indústria automobilística, aeronáutica, de construção civil, energia,
entre outros, para avaliar o desempenho e a segurança de produtos e
processos antes de sua fabricação e implementação no mundo real.
98
Uma simulação por elementos finitos deve iniciar, antes de mais nada, na
definição do objetivo da análise. Nessa definição que irá ser verificado o que
está sendo buscado com a simulação (Ex: determinar as tensões e as
deformações devido ao peso da estrutura). Uma vez identificado o objetivo,
é escolhido o tipo de análise capaz de atingir que se busca com a análise. Os
tipos de análise mais comuns são: Estática (linear e não linear), quando os
carregamentos são estáticos ou aplicados muito lentamente; Modal e
Dinâmica (linear e não linear), quando se deseja calcular as frequências
naturais do componente ou nos casos em que os carregamentos variam
rapidamente com o tempo; Flambagem (Linear e Não-linear), quando se
deseja determinar a instabilidade de estruturas muito esbeltas sujeitas a
cargas compressivas, como colunas.
Uma vez identificado o objetivo, a simulação por elementos finitos pode ser
feita seguindo as seguintes etapas:
99
comportamento do componente nada mais é do que o somatório dos
comportamentos de cada elemento.
100
superfícies em contato podem estar grudadas (bonded), deslizarem com
atrito, entre outras condições.
6. Análise dos resultados: Nessa etapa é feita uma análise crítica dos
resultados. É fundamental entender primeiramente se há sentido físico no
que está sendo mostrado pelo software. Essa avaliação inicial já irá fornecer
um indicativo se a simulação está configurada da maneira correta e já será
possível verificar possíveis alterações a serem feitas.
101
SolidWorks Simulation: é um software
de simulação integrado ao ambiente de
modelagem 3D do SolidWorks,
permitindo a análise estrutural, de
movimento e térmica. É amplamente utilizado em projetos mecânicos
e de engenharia civil.
Abaqus: é um software de
simulação desenvolvido pela Dassault
Systèmes que oferece recursos
avançados de análise estrutural e
acoplamento entre diferentes tipos de
análise, como térmica e dinâmica. É utilizado em diversas áreas,
incluindo aeroespacial, automotiva e de equipamentos médicos.
COMSOL: é um software
de simulação que permite a
modelagem de diversas
situações, incluindo física, mecânica, química e eletromagnética. É
utilizado em diversas áreas da engenharia, como ciências da vida,
mecânica dos fluidos e geotecnia.
102
mecânicas complexas. É utilizado em diversas áreas da engenharia,
como aeroespacial, automotiva e de equipamentos industriais.
𝜎𝐴𝐷𝑀
𝐹𝑆 =
𝜎𝑀Á𝑋
103
Normalmente, utiliza-se a tensão máxima suportada (tensão admissível)
como sendo a tensão de escoamento do material para materiais dúcteis.
Entretanto, a tensão considerada como referência para o cálculo do Fator de
Segurança deve envolver o julgamento de engenharia.
104
Tabela 13. Informações para determinar Fatores de Segurança em materiais
Dúcteis.
O tipo de material tem uma relação direta com o fator de segurança, como
mencionado anteriormente. Materiais frágeis são projetados levando em
consideração a resistência máxima, onde a falha resulta em fratura. Em
contraste, materiais dúcteis submetidos a cargas estáticas são projetados
levando em consideração o limite de escoamento, e espera-se que
apresentem algum sinal visível de falha antes da fratura, a menos que trincas
indiquem a possibilidade de falha. Por essas razões, o fator de segurança
para materiais frágeis é frequentemente o dobro do utilizado para um
material dúctil na mesma situação.
105
algumas circunstâncias. Cabe ao Projetista a responsabilidade final de
garantir que o projeto se comporte de maneira segura.
É valido frisar que existem certas classes de projetos que são muito simples
e muitas vezes não precisam passar por validações muito aprofundadas.
Frequentemente a expertise do Projetista já pode ser suficiente para certificar
que o projeto não irá falhar. Nesse caso, a experiência do profissional é muito
importante!
106
107
5° ETAPA:
DOCUMENTAÇÃO
Chegamos finalmente a última etapa de um projeto mecânico, a
documentação. Nessa etapa será elaborada ou reunida todos os documentos
técnicos de projeto para apresentação e entrega final ao cliente.
108
Tipos de Documentação_________________
Desenhos Técnicos:
Como já discutido, os desenhos técnicos são fundamentais para qualquer
projeto mecânico, pois irão apresentar as características geométricas,
dimensionais, tolerâncias, rugosidade, detalhes, entre uma série de outras
informações técnicas dos componentes relevantes ao projeto.
109
Memorial de Cálculo:
O memorial de cálculo é um documento técnico que descreve
detalhadamente as etapas e os cálculos realizados para se chegar às soluções
e escolhas de parâmetros adotados em um determinado componente,
estrutura ou equipamento mecânico. É um registro documental que contém
todas as informações técnicas sobre o projeto e que é utilizado para indicar
as decisões e justificativas técnicas tomadas durante o processo de
concepção, desenvolvimento e validação do projeto.
Listas de Materiais:
As listas de materiais (ou BOM, do inglês "Bill of Materials") descrevem todos
os componentes que compõem o produto mecânico, incluindo seus códigos,
quantidades, materiais, descrições e outras informações. Essas listas são
usadas para controlar o estoque de materiais, planejar a produção e
110
aquisição de componentes, bem como para garantir a rastreabilidade dos
materiais usados no produto final. Elas podem estar incluídas nos próprios
desenhos técnicos ou nos relatórios de projeto.
Relatórios Técnicos:
Um relatório técnico de um projeto mecânico é um documento que registra
informações sobre o desenvolvimento do projeto e apresenta as soluções
técnicas adotadas para alcançar os objetivos propostos. Ele é um registro
formal das atividades e resultados do projeto, e geralmente é elaborado ao
final do processo de desenvolvimento.
111
por trás dos cálculos realizados em um projeto de engenharia. Entretanto,
muitas vezes esses dois tipos de documentação são identificados de maneira
igual.
Manual de Montagem:
Um manual de montagem é um documento técnico que descreve as etapas
necessárias para a construção e montagem de um projeto mecânico. Esse
manual é criado com o objetivo de auxiliar os montadores na execução
correta das atividades, garantindo que o projeto seja montado de acordo
com as especificações do projeto original.
112
O manual de montagem é elaborado a partir do desenho do projeto e da
documentação técnica disponível. Ele pode incluir instruções detalhadas de
montagem, como a ordem das operações, os procedimentos de ajuste, os
parâmetros de torque, as ferramentas necessárias e os materiais utilizados.
Também pode incluir diagramas, ilustrações e fotografias que mostram as
etapas do processo de montagem.
Manual de Operação:
O manual de operação traz instruções sobre o uso correto do produto,
especificações técnicas, características e funções do equipamento,
procedimentos de segurança, instruções de instalação e desinstalação, entre
outros. Esse manual é destinado aos usuários que vão manusear o
equipamento no dia a dia e precisam de informações claras e precisas sobre
como utilizá-lo de forma adequada.
Manual de Manutenção:
Já o manual de manutenção fornece informações sobre a rotina de
manutenção preventiva, preditiva e corretiva que o equipamento necessita
para garantir sua vida útil. Esse manual contém instruções sobre a
lubrificação, verificação de parafusos, ajustes, trocas de peças, entre outros
cuidados que o usuário deve ter com o equipamento para mantê-lo em bom
funcionamento. Tanto o manual de manutenção quanto de operação são
importantes para garantir a segurança dos usuários e prolongar a vida útil
dos equipamentos e sistemas. Eles devem ser elaborados de forma clara e
objetiva, de modo que o usuário possa compreender as informações sem
dificuldade.
113
114
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Machine Elements in Mechanical Design – Robert L. Mott,
Edward M. Vavrek e Jyhwen Wang – Pearson. New York.
6th edition. 2018.
115
Elementos Finitos: A Base da Tecnologia CAE. Análise
Estática – Avelino A. Filho – Érica Saraiva. Brasil. 3ª Edição.
2005
116
NBR 7165 – Simbolos Gráficos de Solda para Construção
Naval e Ferroviária - Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT). Brasil. 2012
118
IMAGENS
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119
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