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Apostila 1 – Elementos de Máquinas e

Conjuntos Mecânicos

Introdução

Prof. Carlos César Pestana

Eng. e Técnico Mecânico


Disciplina:
Elementos de Máquinas e
Conjuntos Mecânicos
Resumo do curso
O curso de Aperfeiçoamento – Elementos de máquinas e conjuntos de desenhos de
projetos e a modificação dos mesmos, utilizando ferramentas, visando a alteração das
características dos produtos, a melhoria de suas funções e a agilidade da confecção, de
acordo com normas e especificações técnicas, considerando princípios da qualidade e
produtividade.

Pré-requisitos
Ter no mínimo 16 anos de idade.
Estar cursando o Nível Médio a partir da 1 ª série.
Ter conhecimentos básicos de Projetos Mecânicos.

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Programação do curso
1. Classificação, dimensionamento e seleção de elementos de máquinas.
2. Análise de forças e movimentos sobre os elementos de máquinas.
3. Características e conceitos sobre atrito, desgaste e lubrificação.
4. Mancais de deslizamento e rolamento.
5. Elementos de fixação roscados.
6. Elementos de transmissão de movimento.
7. Potencia, torque e rendimento de maquinas.
8. Processos de travamento e fixação (rebites, travas, etc).
9. Dimensionamento de parafuso e porca.
10. Torque de aperto.

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Ementa da Disciplina

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Metodologia de ensino
Aulas expositivas com auxílio do data show;
Realização de trabalhos individuais;
Elaboração de projetos e análises;
Equacionamento e análise com as ferramentas computacionais como suporte á
produção técnica;

Regras no laboratório
Não é permitido acessar a internet em sala de aula, portanto nada de redes sociais.
Não é permitido jogos durante a aula.
Todos os terminais estão sob vigilância no terminal do professor

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Critério de Avaliação
N1: Haverá 2 notas de avaliação.
As notas serão de provas, trabalhos e lista de exercícios;
- Lista de exercícios;
- Trabalho em grupo;
- Avaliações.

N2: Prova individual - questões discursivas e de múltipla escolha e/ou


seminário.

Nota Final = ((N1a+ N1b + N1c)/3) + (N2 ou Substitutiva))=


NF = N1 + N2 > ou = 7,0
2
Média mínima de aprovação: 7,0 (sete pontos).
E com frequência mínima de 75% das aulas.

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Bibliografia Básica

1. COLLINS, Jack. Projeto mecânico de elementos de maquinas. Editora


LTC, 2006.
2. JUVINALL, R C; MARSHEK, K M. Fundamentos do projeto de
componentes de maquinas. Editora LTC, 2008.
3. CUNHA, Lamartine B. Elementos de Máquinas. Rio de Janeiro: LTC,
2005.
4. BOTELHO, Manoel Henrique Campos. Resistência dos Materiais - Para
entender e gostar. 2ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2013.
5. MELCONIAN, Sarkis. Elementos de Maquinas. 9. Ed. – São Paulo: Érica,
2008.

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Apresentação do Professor
 MBA em Gestão de Negócios (UNINOVE).
 Especialista em Gestão de Projetos (USP).
 Mestrado na Escola Politécnica USP (2018).
 Engenharia Mecânica (UNIP).
 Engenheiro Militar (CPOR/SP).
 Técnico em Mecânica de Precisão (SENAI).
 Atualmente trabalha como Diretor Técnico e Comercial na Cpestana Soluções de Engenharia e
projetos – ME, com diversos clientes, como: Sulzer; Saint Gobain; Cortag; MKS e entre outros.
 Trabalhou como Gerente Sênior na Deloitte Consultoria “Project Management Solutions”.
 Gerenciou projetos em várias Cia: Petrobras; Pirelli; Sulzer; Tecsis e Bradesco.
 30 anos de experiência profissional na área de engenharia em empresas nacionais e
multinacionais.
 12 anos de experiência em gerenciamento de projetos, planejamento e acompanhamento de
obras, com foco em expansão de fábrica, equipamentos, aumento de produtividade industrial,
redução de custos, desenvolvimento produtos e ferramentas.
 Sólida experiência em auditoria dos processos de gerenciamento de projetos e de continuidade
dos negócios, e experiência significativa em projetos de manutenção de equipamentos.
 8 anos de experiência como Professor nos cursos de Pós-graduação e Graduação.
 Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8440379033550036

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Literaturas
• Importância de leitura em paralelo as aulas:

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Conceitos Iniciais:
• São algumas características ou considerações que influenciam o
projeto de um elemento. Em geral, nem todos os fatores são
levados em conta em um determinado projeto. A seguir uma
lista de fatores que quase sempre são considerados nos projetos
de elementos de máquinas:
• Resistência; • Ruído; • Peso;
• Confiabilidade; • Estilo; • Segurança;
• Efeitos térmicos; • Forma; • Manutenção;
• Corrosão; • Tamanho; • Volume;
• Desgaste; • Flexibilidade; • Lubrificação;
• Atrito; • Controle; • Custo.
• Processo de Fabricação; • Rigidez;
• Utilidade; • Acabamento
superficial;

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Conhecimentos Básicos:
a) Conhecimentos de resistência dos materiais
b) Conceitos de mecânica aplicada
c) Esforços sobre as peças
d) Determinar sua forma e dimensões
e) Conhecer os elementos normalizados
f) Dimensionar suficientemente fortes e rígidas
g) Conhecer as propriedades dos materiais.
h) Ter bom senso para decisão
i) Seleção de catálogos de peças
j) Senso prático
k) Ter cuidado com a parte econômica do projeto
l) Conhecer os processos de fabricação
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Processos de Ligação

PROCESSOS DE LIGAÇÃO
• Permanente
-rebites
-soldas
• Móvel
-Juntas parafusadas
-movimentos, como fusos
-Pressão, em prensas e macacos

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Rebites

O rebite é formado por um corpo cilíndrico e uma cabeça.


É fabricado em aço, alumínio, cobre ou latão.
Aplicado em fixação permanente de duas ou mais peças.

A fabricação de rebites é
padronizada, segue normas
técnicas que indicam medidas
da cabeça, do corpo e do
comprimento útil dos rebites.
Rebites Pop

Rebite de repuxo, conhecido por “rebite pop”. É um elemento especial de união,


empregado para fixar peças com rapidez, economia e simplicidade.

Os rebites de repuxo podem ser fabricados com os seguintes materiais metálicos: aço-
carbono; aço inoxidável; alumínio; cobre; monel (liga de níquel e cobre).
Especificação - Rebites

Na especificação do rebite é importante você saber qual será o seu comprimento


útil (L) e a sobra necessária (z). Nesse caso, é preciso levar em conta:
· o diâmetro do rebite;
· o tipo de cabeça a ser formado;
· o modo como vai ser fixado o rebite: a frio ou a quente.
As figuras mostram o excesso de material (z) necessário para se formar a
segunda cabeça do rebite em função dos formatos da cabeça, do comprimento
útil (L) e do diâmetro do rebite (d)..
Material do rebite: rebite de aço 1.006 -
1.010;
· tipo de cabeça: redondo;
· diâmetro do corpo: 1 / 4“ ou 3 / 4“ de
comprimento útil.

Normalmente, o pedido de rebites é


feito conforme o exemplo:
Rebite de alumínio, cabeça chata, de 3 /
32 “ 1 / 2”
Cálculo - Rebites

A escolha do rebite é feita de acordo com a espessura das chapas que se quer rebitar.
A prática recomenda que se considere a chapa de menor espessura e se multiplique
esse valor por 1,5, segundo a fórmula:

d = 1,5 · < S

onde:
d = diâmetro;
< S = menor espessura;
1,5 = constante ou valor predeterminado.
Cálculo - Rebites

Exemplo - para rebitar duas chapas de aço, uma com espessura de 5 mm e outra
com espessura de 4 mm, qual o diâmetro do rebite?

Solução:
d = 1,5 · < S
d = 1,5 · 4 mm
d = 6,0 mm

Geralmente, os rebites comerciais são fornecidos com as dimensões em polegadas;


portanto é necessário escolher um rebite com um valor que mais se aproxime da
dimensão obtida em milímetros pelo cálculo. Assim, no exemplo acima, o rebite
comercial que mais se aproxima da dimensão 6,0mm é o rebite de diâmetro 1/4".
Pinos e Cavilhas

O pino une peças articuladas.

A cavilha une peças que não são articuladas entre si.


Cupilha ou Contrapino

As pernas da cupilha são viradas para trás impedindo a saída do


pino durante as vibrações.

Sua função principal é a de travar outros elementos de máquinas


como porcas, arruelas, pinos...
Freio de Imobilização ISO1234 - 4x20
Pinos e Cavilhas
Os pinos são usados em junções resistentes a vibrações. Há vários tipos de
pino, segundo sua função.

Para especificar pinos e cavilhas


deve-se levar em conta seu
diâmetro nominal, seu
comprimento e função do pino,
indicada pela respectiva norma.
Exemplo: Um pino de diâmetro
nominal de 15mm, com
comprimento de 20mm, a ser
utilizado como pino cilíndrico, é
designado: pino cônico:
10 x 60 DIN 1.
Classificação de Cavilhas
Parafusos

Parafuso é uma peça formada por um corpo cilíndrico roscado e


uma cabeça, que pode ter várias formas.
Parafusos

Ao unir peças com parafusos, o profissional precisa levar em


consideração quatro fatores de extrema importância (A, B, C, d1):
Parafusos cabeça sextavada

Desenho técnico:

d = diâmetro do parafuso;
k = altura da cabeça (0,7 d);
s = medida entre as faces
paralelas do sextavado (1,7 d);
e = distância entre os vértices do
sextavado (2 d);
L = comprimento útil
(medidas padronizadas);
b = comprimento da rosca
(medidas padronizadas);
R= raio de arredondamento da
extremidade do corpo do
parafuso.
Parafusos com sextavado
interno
Desenho técnico:

A = d = altura da cabeça do parafuso;


e = 1,5 d = diâmetro da cabeça;
t = 0,6 d = profundidade do encaixe da chave;
s = 0,8 d = medida do sextavado interno;
d = diâmetro do parafuso.

Aplicação: em uniões que exigem um bom aperto, em locais onde o manuseio de


ferramentas é difícil devido à falta de espaço.

São fabricados em aço e tratados termicamente para aumentar sua resistência à torção.
Parafusos com sextavado
interno
Desenho técnico:
Parafusos de cabeça com
fenda
Desenho técnico:

· diâmetro da cabeça do parafuso = 2 d;


· largura da fenda = 0,18 d;
· profundidade da fenda = 0,29 d;
· medida do ângulo do escareado = 90º

São fabricados em aço, aço inoxidável, inox, cobre, latão, etc.


Esse tipo de parafuso é muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços
e onde a cabeça do parafuso não pode exceder a superfície da peça.
Parafusos rosca soberba

Desenho técnico:

Esse tipo de parafuso também é utilizado com auxílio de buchas plásticas. O conjunto,
parafuso-bucha é aplicado na fixação de elementos em bases de alvenaria.
Quanto à escolha do tipo de cabeça a ser utilizado, leva-se em consideração a natureza
da união a ser feita.
São fabricados em aço e tratados superficialmente para evitar efeitos oxidantes de
agentes naturais.
Tipos de Roscas
Nomenclatura da rosca

Independentemente da sua aplicação, as roscas têm os mesmos


elementos, variando apenas os formatos e dimensões.
Perfil das Roscas
Métrico ou ISO

No sistema métrico, as medidas


das roscas são determinadas em
milímetros.

Os filetes têm forma triangular,


ângulo de 60º, crista plana e raiz
arredondada.

Rosca normal é caracterizada pela sigla M (métrica) em maiúscula sem o passo,


seguindo do diâmetro externo do parafuso.

Rosca fina é caracterizada pela sigla M (métrica) em maiúscula, porém designando o


passo juntamente com a nomenclatura anterior.
Perfil das Roscas
Sistema Inglês ou Whitworth
No sistema whitworth, as
medidas são dadas em
polegadas.

Nesse sistema, o filete tem a


forma triangular, ângulo de
55º, crista e raiz arredondadas.

O passo é determinado
dividindo-se uma polegada pelo
número de filetes contidos
em uma polegada.
Rosca normal é caracterizada pela sigla BSW (British standard whitworth - padrão
britânico para roscas normais).

Rosca fina é caracterizada pela sigla BSF (British standard fine – padrão britânico para
roscas finas).
Perfil das Roscas
Sistema Americano
No sistema americano, as
medidas são expressas em
polegadas.

O filete tem a forma triangular,


ângulo de 60º, crista plana e raiz
arredondada.

O passo é determinado
dividindo-se uma polegada pelo
número de filetes contidos
em uma polegada.

Rosca normal é caracterizada pela sigla UNC (national coarse)

Rosca fina pela sigla UNF (national fine)


Parafusos

Especificação de componentes
Parafuso Cabeça Hexagonal ISO4014 - M18x80 8.8
Tabela de Parafusos
Dimensionamento dos
Parafusos
Dimensionamento dos
Parafusos
Dimensionamento dos
Parafusos
Dimensionamento dos
Parafusos
Tabela de Parafusos

Na tabela, o parafuso
com o diâmetro internos
acima é de 9,833 mm,
portanto o parafuso
selecionado será M12,
Roscas Métrico ou ISO
Roscas Sistema Americano
Tabela de Torques
Parafusos Série Métrica

Carga de prova é a maior força axial aplicável sem a ocorrência de deformação


que não permita a remoção da porca do mandril sem a utilização de ferramenta;
é permitida a utilização de chave manual para a primeira meia volta.
Tabela de Torques
Tabela de Torques
Tabela de Torques
Tabela de Torques
Parafuso Série Polegada
Tabela de Torques
Parafuso Série Polegada
Tabela de Torques
Parafuso Série Polegada
Tabela de Torques
Parafuso Série Polegada
Tipos de Porcas

A porca tem forma de prisma, de cilindro etc.


Através desse furo, a porca é atarraxada ao parafuso..

Aperto manual:

Acabamentos:
Tipos de Porcas

Para ajuste axial


(eixos de máquinas):

Ranhuras para
cupilhas.:
Tipos de Porcas

Mais comuns:

Automobilísticas
De difícil acesso:
Tipos de Arruelas

A arruela é um disco metálico com um furo no centro. O corpo


do parafuso passa por esse furo.

Arruela lisa
1. Distribuir igualmente o aperto
2. Melhorar os aspectos do conjunto.
3. Para máquinas que sofrem pequenas vibrações

Arruela de pressão
1. Montagem de conjuntos mecânicos,
2. Grandes esforços
3. Grandes vibrações
4. Elemento de trava
5. Evitando o afrouxamento
6. Equipamentos com variação de temperatura
Tipos de Arruelas

Arruela dentada
1. Grandes vibrações
2. Pequenos esforços
3. Usado em: eletrodomésticos e painéis automotivos.
4. Formam uma mola quando são pressionados
5. Encravam na cabeça do parafuso.

Arruela ondulada
1. A arruela ondulada não tem cantos Vivos
2. Indicada para superfícies pintadas
3. Evitando danificação do acabamento.
4. Adequada para de chapas finas.
Tipos de Arruelas

Arruela de travamento com orelha


Dobrando-se a orelha sobre um canto vivo da peça.
Em seguida, dobra-se uma aba da orelha envolvendo um dos
lados chanfrado do conjunto porca/parafuso.

Arruela para perfilados


Muito utilizada em cantoneiras ou perfis em ângulo.
Compensa os ângulos e deixa perfeitamente paralelas as
superfícies
Tipos de Arruelas
Menos utilizadas
Referência Bibliográfica

1. COLLINS, Jack. Projeto mecânico de elementos de maquinas. Editora


LTC, 2006.
2. JUVINALL, R C; MARSHEK, K M. Fundamentos do projeto de
componentes de maquinas. Editora LTC, 2008.
3. CUNHA, Lamartine B. Elementos de Máquinas. Rio de Janeiro: LTC,
2005.
4. BOTELHO, Manoel Henrique Campos. Resistência dos Materiais - Para
entender e gostar. 2ª ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2013.
5. MELCONIAN, Sarkis. Elementos de Maquinas. 9. Ed. – São Paulo: Érica,
2008.
Obrigado!
Prof. Carlos PESTANA
carlos.pestana@sp.senai.br

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