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O desalinhamento entre eixos é a principal fonte de vibrações nas máquinas, bem como a
principal causa da redução da vida útil de rolamentos, gaxetas e componentes do acoplamen-
to, tornando-se, por conseguinte, a maior causa de paradas imprevistas, com todas as con-
sequências que as equipes de manutenção tanto temem.
Alinhamento
Alinhamento a frio
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Alinhamento a quente
Eixos alinhados - os eixos (A) e (B) pertencem à mesma linha de centro de referência.
Eixos com desalinhamento paralelo - o eixo (B), desalinhado paralelamente, tem sua linha
de centro destacada paralelamente à linha de centro do eixo de referência (A).
Eixos com desalinhamento angular - o eixo (B), desalinhado angularmente, tem sua linha
de centro cruzando a linha de centro de seu eixo de referência (A), formando um ângulo "a"
entre eles.
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Neste caso, recomendamos a seguinte sequência de alinhamento:
Plano de leitura
Posição de leitura
O operador deve se colocar como se estivesse em cima do acionador (motor elétrico), olhan-
do para o equipamento acionado (bomba).
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Principais métodos de alinhamento
Este é um método muito simples e só pode ser utilizado em equipamentos de pequena im-
portância; serve também para aproximar os equipamentos da posição de alinhamento.
Para que haja um bom resultado do uso deste método, é necessário que ambos os acopla-
mentos sejam perfeitamente circulares e que suas faces planas estejam perpendiculares à
linha de centro dos eixos.
Procede-se à correção da excentricidade até que a régua toque ambos os cubos nas 4 posi-
ções.
Para se verificar o desalinhamento angular, coloca-se o apalpador entre as faces dos cubos
do acoplamento nas mesmas 4 posições citadas.
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Técnicas de Intervenção na Manutenção
Método axial-radial
Este método é aplicável em qualquer caso; contudo, ele é mais empregado quando existe
muita dificuldade em se girar o eixo acionado ou o acionador.
Quando o acionado ou o acionador é difícil de girar. Neste caso, deve-se seguir a seguinte
seqüência:
Observação 1 - O suporte do relógio comparador poderá estar fixado no outro eixo, que não
deverá girar. O suporte assim fixado poderá poupar tempo, pois na sequência do alinhamen-
to será usado nesta posição.
Observação 2 - Este mesmo esquema deve ser empregado para verificar a perpendiculari-
dade da face do cubo do acoplamento. O eixo mais difícil de girar deve ser girado 360o, e a
excentricidade do cubo deve ser registrada de 90o em 90o em pontos demarcados.
b) Após a verificação e registro da concentricidade, deve-se fixar (ao eixo mais fácil de girar)
o suporte dos relógios comparadores, com os apalpadores sobre as faces do cubo da
máquina mais difícil de girar.
c) Somente o eixo mais fácil de girar, com o suporte dos relógios comparadores, deve ser
girado e as leituras, a cada 90o de giro, devem ser registradas.
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d) Deve-se então verificar o desalinhamento entre os eixos, levando em consideração
as concentricidades dos cubos do acoplamento determinadas anteriormente, nas
respectivas posições de 90o em 90o.
e) Na maioria das vezes, o suporte dos relógios comparadores sofre deflexões, que
devem ser determinadas e levadas em consideração na verificação do
desalinhamento dos cubos de acoplamento. A determinação da deflexão do suporte
se dá como na representação a seguir.
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Suporte vertical para baixo
As deflexões detectadas pelo relógio comparador nas duas posições devem ser registradas.
O relógio deve se deslocar da posição A para outras como B, C, etc, e as deflexões devem
ser registradas. Com isto, pode-se traçar uma curva da deflexão do suporte em função da
distância do relógio comparador, conforme gráfico abaixo.
f) A folga do mancal com o eixo da máquina difícil de girar deve ser levada em consideração,
uma vez que em repouso o eixo se assenta no mancal, praticamente jogando toda a folga
para cima. Neste caso, deve-se armar um esquema semelhante ao montado para verifica-
ção da concentricidade e, com uma alavanca posicionada sob o eixo próximo ao mancal,
deve-se levantar este eixo até que ele encoste na parte superior e assim determinar a defle-
xão produzida pela folga do mancal no cubo do acoplamento; esta verificação deve ser re-
petida pelo menos três vezes para se ter um valor médio mais confiável.
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A folga assim determinada deve ser levada em consideração no alinhamento.
g) Caso uma das máquinas que estão sendo alinhadas seja um gerador ou motor elétrico, o
alinhamento deve ser executado com o motor ou gerador elétrico em seu centro magnético.
2. Quando o eixo acionado e o acionador são de fácil giro ou têm a mesma dificuldade de ser
girado.
c) girar simultaneamente os dois cubos e registrar as leituras a cada 90o de giro, em função
da posição original;
A representação do desalinhamento verificado pode ser indicada pela axial e pela radial.
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Representação de desalinhamento
Nos retângulos são colocados os desvios detectados pelas leituras do relógio comparador, e
a seta indica o sentido de giro dos eixos durante o alinhamento. Este tipo de diagrama facilita
a elaboração de relatório.
Método reverso
As leituras nos relógios comparadores são feitas da mesma forma que no método axial-
radial, isto é:
b) Executa-se a leitura em 4 pontos, de 90o em 90o, sendo duas no plano vertical dos eixos
e duas no plano horizontal.
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Pontos onde se devem efetuar as leituras no relógio comparador
Devem-se marcar os cubos nos 4 pontos onde serão feitas as leituras, para sua facilidade e
posterior ajuste do alinhamento do eixo.
A determinação gráfica facilita na escolha dos calços e na movimentação das máquinas para
corrigir o desalinhamento.
Desenhar em uma folha de papel milimetrado as linhas de centro dos eixos, as linhas de
centro dos eixos das máquinas e a separação dos eixos para o espaçador do acoplamento.
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Todas as distâncias devem estar cotadas. A ilustração a seguir mostra um esquema para
determinação gráfica do ajuste do desalinhamento.
A ilustração a seguir exemplifica leituras efetuadas nos relógios comparadores para corrigir o
desalinhamento com a movimentação da máquina B.
O passo seguinte deve ser determinar a situação dos eixos tanto no plano vertical
como no plano horizontal, e isto deve ser feito da seguinte forma:
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Plano Vertical - O desalinhamento no plano vertical é o seguinte:
+ 34 : 2 = + 17 - 42 : 2 = - 21
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X1
330 840 0,21- 0,17 0,17
330
X1 0,31mm
Y1
330 840 1300 0,21 - 0,17 0,17
330
Y1 0,47 mm
O Método reverso é muito útil quando se tem um trem de máquinas acopladas, porque ele
permite, pela determinação gráfica, o ajuste simultâneo de todo o trem de máquinas.
Método gráfico
A manutenção preventiva de uma máquina rotativa começa com o perfeito alinhamento dos
eixos acionados e acionantes. Antes da instalação de um acoplamento flexível, devem-se
alinhar os eixos mediante um equipamento para alinhamento de acoplamento flexível.
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A adoção deste procedimento rápido, simples e seguro permitirá ao acoplamento absorver
totalmente o inevitável desalinhamento que aparecerá devido ao desgaste dos rolamentos,
expansões térmicas, etc.
Deve-se salientar que este equipamento serve para distância entre eixos inferiores a 230mm
e que, acima deste limite, poderão aparecer deformações causadoras de leituras incorretas
que proporcionam mau alinhamento. Para distância acima de 230mm, os suportes e barras
devem ser projetados de acordo com a aplicação.
1ª Operação
2ª Operação
Manter ambos os relógios no centro dos flanges dos cubos posicionando-os no topo, colo-
cando-os em zero.
Girar os cubos para assegurar-se de que as barras não tenham impedimentos e que os
relógios marquem a posição inferior. Verificar se a base se movimenta apertando e soltando
as porcas de cada pé do motor uma de cada vez, calçar os pés do motor até que estejam
todos no mesmo nível, obtendo-se a mesma leitura nos relógios.
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3ª Operação
Mover o motor lateralmente até a posição central. O relógio é fixado ao eixo do cubo aciona-
do para obter as medidas laterais do cubo do eixo motor.
Ajuste a posição do motor até que as leituras em ambos os lados sejam iguais (ilustração
abaixo); conseguindo isto, aperte fortemente o motor. Este passo lhe proporciona leituras
mais seguras e confiáveis.
4ª Operação
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5ª Operação
Meça a distância entre os apalpadores dos relógios (medida C ). Meça as distâncias do apal-
pador do relógio no cubo acionado ao centro das porcas dos parafusos nos pés do motor (F-
1 e F-2).
Exemplo: C = 171 mm
F-1 = 349mm
F-2 = 603mm
6ª Operação
Anote as medidas C, F-1 e F-2 na escala A do gráfico de alinhamento. Trace uma linha verti-
cal passando por cada um destes pontos, como o exemplo.
Observação: A escala A está graduada em milímetros. Para bases maiores do que 1.000
mm, multiplicar a escala por um fator adequado sem modificar a escala B.
7ª Operação
Exemplo: Leitura da bomba é igual a - 142: colocar na escala B -71 abaixo da linha do zero
(-142 : 2 = 71)
8ªOperação
Coloque na linha C a metade da leitura do motor. As leituras são sempre anotadas no mesmo
lado da linha de centro das leituras da bomba.
Exemplo: Leitura do motor é igual a + 107: anotar 53,5 na escala B, abaixo da linha do zero.
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9ª Operação
Traçar uma linha do valor da bomba (-71 da escala B) através do valor da medida do motor
(53 na linha C) e prolongá-la até a segunda e terceira linhas verticais
10ª Operação
As correções necessárias para nivelar os pés do motor são as distâncias verticais compreen-
didas entre os pontos F-1 e F-2 e a linha horizontal do zero.
11ª Operação
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Alinhamento ótico (laser)
É realizado com um aparelho que faz leituras e correções de alinhamento com processo
ótico, usando raio laser. As leituras alimentam diretamente um computador que, por sua vez,
dá os valores de calços e deslocamentos laterais necessários, bem como fornece o valor das
leituras nos cubos do acoplamento.
É essencialmente composto por um emissor e um receptor de raio laser (raio de luz infra-
vermelho, visível a olho nu), prisma refletor, dois suportes de fixação para eixos, um inclinô-
metro, uma trena em escala métrica e inglesa e uma calculadora de cristal líquido do próprio
sistema.
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Princípio de funcionamento do dispositivo ótico a raio laser
No sistema de alinhamento em exame, um raio laser é emitido por um grupo emissor / recep-
tor posicionado no eixo da máquina estacionária: este raio é dirigido sobre um prisma refletor
montado no eixo da máquina a calçar, sendo refletido para o receptor do grupo emissor
/receptor.
Características do sistema:
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Travas e vedantes químicos
O mecânico fez todos os preparativos e aplicou o vedante, e em pouco tempo pôde verificar
que o vaza- mento havia sido contido. A retificadora voltou a operar normalmente sem
problemas. Travas e vedantes químicos anaeróbicos serão os assuntos desta aula.
Travas e vedantes químicos são resinas anaeróbicas que endurecem na ausência do oxigê-
nio e que são desenvolvidas em indústrias do ramo químico por meio de tecnologias avança-
das. Tais resinas apresentam vários níveis de viscosidade e resistência e são aplicadas nos
seguintes casos:
Dica: Uma das soluções para evitar que os elementos de fixação se soltem, especialmente
os roscados, é utilizar a trava química anaeróbica.
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Em estado líquido, o produto preenche todos os espaços entre os filetes da rosca e começa
a solidificar na ausência de ar, uma vez que este é expulso para dar lugar à resina durante a
montagem do elemento roscado.
Depois de seca, a resina transforma-se numa película plástica entre os filetes da rosca,
proporcionando o travamento.
A trava química pode ser aplicada em uniões com furos passantes, parafusos e porcas e em
furos cegos com bujões roscados ou prisioneiros.
Dica: A quantidade de trava química que será aplicada deve ser suficiente para preencher os
espaços vazios entre os filetes da rosca do parafuso e da porca ou furo roscado.
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Figura 41: Aplicação de trava química.
Para desmontar uma trava roscada, deverão ser observados os seguintes procedimentos:
– usar a mesma ferramenta que foi utilizada na montagem;
– se necessário, aplicar calor utilizando bico de maçarico tipo chuveiro direcionando-o
para a porca, ou prisioneiro.
Dica
A temperatura da fonte de calor não deverá ser superior a 200°C e o conjunto deverá ser
desmontado enquanto estiver quente.
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Vedação anaeróbica de roscas
Segurança: Para evitar contaminação do solo e da água, a união ou conexão deve ser feita
de forma adequada para não haver vazamento de fluidos e, em consequência, problemas na
produção e derramamento indesejado.
Os tipos mais comuns de vedantes de roscas são as fitas de teflon, sisal e massas vedantes.
Esses materiais de vedação, contudo, não propiciam um preenchimento total das folgas
existentes entre os filetes das roscas, provocando, em alguns casos, posicionamento impre-
ciso de peças uni- das, bem como necessidades de reaperto e altos torques. Geralmente,
reaperto e altos torques, além de causarem avarias nas peças, podem fazer com que partícu-
las de vedantes adentrem no sistema, contaminando-o.
Esses problemas podem ser evitados com o uso de vedantes químicos que suportam condi-
ções adversas: altas temperaturas, pressões hidráulicas e pneumáticas e vibrações do
equipamento.
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Vedação de superfícies planas
Uma das aplicações dos produtos químicos anaeróbicos são as vedações. Elas permitem a
confecção de juntas no local da união sem a interposição de outros materiais.
O vedante utilizado permite uma perfeita adaptação à conformação das superfícies, que
ficarão em contato sem a necessidade de interpor outros materiais, como as juntas de papel.
Obtém-se, desse modo, uma vedação perfeita, resistente e insolúvel.
Para a utilização desse tipo de vedação, verifique o limite da folga conforme especificação do
fabricante.
Fixação anaeróbica
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A fixação anaeróbica, diante de um problema dessa natureza, é uma excelente opção, pois o
produto líquido preenche por completo as folgas entre as peças e, por causa da ausência de
ar, se transforma em uma película sólida que fixa os elementos.
Por ser de rápida aplicação, esse processo permite que o serviço de manutenção seja
executado com rapidez e economia, com resultados satisfatórios.
A desmontagem deve ser feita utilizando os componentes usuais, tais como o saca-polias ou
saca-rolamentos. Caso seja necessário, deve-se aplicar calor localizado, utilizando bico de
maçarico tipo chuveiro e não deixando que a fonte de calor ultrapasse 200°C.
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Elementos de vedação
Os materiais usados como elementos de vedação são: juntas de borracha, papelão, ve-
lumóide, anéis de borracha ou metálicos, juntas metálicas, retentores, gaxetas e selos
mecânicos, entre outros.
Juntas de borracha
Juntas de papelão
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Juntas metálicas
São destinadas à vedação de equipamentos que operam com altas pressões e altas tempe-
raturas. Geralmente fabricadas em aço de baixo teor de carbono, em alumínio, cobre ou
chumbo, são normalmente aplicadas em flanges de grande aperto ou de aperto limitado.
Juntas de teflon
Juntas de amianto
Juntas de cortiça
Retentores
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Figura 45: Eixo com retentor.
Elementos de um retentor
A figura a seguir ilustra os elementos de um retentor.
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Tipos de perfis de retentores
Vedação principal com mola, proteção contra poeira, com perfil e recoberto
BRG
externamente com borracha.
Vedação principal com mola, proteção contra poeira e diâmetro externo,
BRAG metade borracha, metade metal. esse tipo de retentor é aplicado em moto-
res e transmissores.
Vedação principal com mola e diâmetro externo de metal. Geralmente,
BA
utiliza-se pintura emborrachada no diâmetro externo para auxiliar a vedação.
Vedação principal com mola, proteção contra poeira e diâmetro externo
BAG
metálico, com as mesmas características do Ba.
Vedação principal com mola e diâmetro externo de metal com tampa. esse
B tipo de perfil geralmente é aplicado em sistemas fechados; o rolamento joga
óleo diretamente na vedação principal.
Vedação principal com mola, proteção contra poeira e diâmetro externo de
BG
metal com tampa, com as mesmas características do B.
Vedação principal sem mola e diâmetro externo recoberto com borracha.
GR
normalmente, esse retentor é utilizado para vedação de graxa.
Vedação principal sem mola e diâmetro externo de metal. na maioria das
GA
vezes, esse tipo de perfil é aplicado para vedação de graxa.
Como vimos, a vedação por retentores dá-se por meio da interferência do lábio sobre o
eixo. Essa condição de trabalho provoca atrito e a consequente geração de calor na área de
contato, o que tende a causar a degeneração do material do retentor, levando o lábio de
vedação ao desgaste. Em muitas ocasiões, provoca o desgaste no eixo na região de
contato com o retentor.
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A tabela, a seguir, mostra quatro tipos de elastômeros e suas recomendações genéricas de
uso diante de diferentes fluidos e graxas, bem como os limites de temperatura que eles
podem suportar em trabalho.
Álcool + aditivos
Óleos hipóides
Código do elastômero
Graxa
(a.t.f.)
Tipo de borracha
material (oc)
Material normalmente
utilizado em máquinas
e equipamentos
Nitrílica
Material amplamente
Poliacrílica
utilizado em motores e
Acm transmissões na
indústria automobilísti-
−15 130 120 120 130 − − − ca.
Material normalmente
empregado em motores
silicone
Material empregado em
−30 150 150 150 150 − 125 125
fpM motores e transmissões
muito solicitados.
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Recomendações para a aplicação dos retentores
Para que um retentor trabalhe de modo eficiente e tenha uma boa durabilidade, a superfície
do eixo e o lábio do retentor deverão atender aos seguintes parâmetros:
– o acabamento da superfície do eixo deve ser obtido por retificação, seguindo os pa-
drões de qualidade exigidos pelo projeto;
– a superfície de trabalho do lábio do retentor deverá ser isenta de sinais de batidas,
sulcos, trincas, falhas de material, deformação e oxidação;
– a dureza do eixo, no local de trabalho do lábio do retentor, deverá estar acima de 28
HRC.
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Montagem do retentor no eixo
Os cantos do eixo devem ter chanfros entre 15 e 25° para facilitar a entrada do retentor.
Não sendo possível chanfrar ou arredondar os cantos, ou o retentor tendo de passar
obrigatoriamente por regiões com roscas, ranhuras, entalhes ou outras irregularidades,
recomenda-se o uso de uma luva de proteção para o lábio. O diâmetro da luva deverá ser
compatível, de tal forma que o lábio não venha a sofrer deformações.
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Análise de falhas e prováveis causas de vazamentos
A tabela a seguir mostra as principais falhas e causas de vazamento em um retentor.
Gaxetas
São elementos mecânicos utilizados para vedar a passagem de um fluido de um local para
outro, de forma total ou parcial. Os materiais usados na fabricação de gaxetas são algodão,
juta, asbesto (amianto), náilon, teflon, borracha, alumínio, latão e cobre. A esses materiais
são aglutinados outros, como óleo, sebo, graxa, silicone, grafite e mica.
A função desses outros materiais que são aglutinados às gaxetas é torná-las autolubrifica-
das. Em algumas situações, o fluxo do fluido não deve ser totalmente vedado, pois é
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necessária uma passagem mínima de fluido com a finalidade de auxiliar a lubrificação entre
o eixo rotativo e a própria gaxeta. A esse tipo de trabalho dá-se o nome de restringimento.
O restringimento é aplicado, por exemplo, quando se trabalha com bomba centrífuga de alta
velocidade. Nesse tipo de bomba, o calor gerado pelo atrito entre a gaxeta e o eixo rotativo
é muito elevado e, sendo assim, exige uma saída controlada do fluido para minimizar o
provável desgaste. A caixa de gaxeta mais simples apresenta um cilindro oco no qual ficam
alojados vários anéis de gaxeta, pressionados por uma peça chamada de sobreposta. A
função dessa peça é manter a gaxeta alojada entre a caixa e o eixo, sob pressão conveni-
ente para o trabalho.
Efeito hidrodinâmico
Existem nervuras na vedação principal das gaxetas que funcionam como uma bomba de
sucção, rebombeando o fluido que, eventualmente, tenha ultrapassado a vedação principal.
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A seguir, mostramos gaxetas alojadas entre um eixo e um mancal e a sobreposta.
As figuras a seguir mostram gaxetas em forma de corda, anéis e algumas de suas aplica-
ções.
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Figura 51: Gaxeta e aplicações
Seleção da gaxeta
A escolha da gaxeta adequada para cada tipo de trabalho deve ser feita com base em
dados fornecidos pelos catálogos dos fabricantes. No entanto, os seguintes dados deverão
ser levados em consideração:
– material utilizado na confecção da gaxeta;
– dimensões da caixa de gaxeta;
– fluido líquido ou gasoso bombeado pela máquina;
– temperatura e pressão dentro da caixa de gaxeta;
– tipo de movimento da bomba (rotativo/alternativo);
– material utilizado na construção do eixo ou da haste;
– ciclos de trabalho da máquina;
– condições especiais da bomba: alta ou baixa temperatura; local de trabalho (sub-
merso ou não); meio (ácido, básico, salino) a que se encontra exposta.
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Substituição da gaxeta
A gaxeta deve ser removida com um par de saca-gaxeta com tamanho adequado. O interior
da caixa de gaxeta deve ser bem limpo.
O grau de limpeza poderá ser verificado com o auxílio de um espelho ou de uma lâmpada,
caso seja necessário.
Caso não exista uma gaxeta padronizada, deve-se substituí-la por uma em forma de corda,
tomando cuidado em seu corte e na sua montagem. O corte deverá ser a 45° para que haja
vedação.
A gaxeta deverá ser montada escalonadamente, para que não ocorra uma coincidência dos
cortes ou das emendas, evitando, assim, possíveis vazamentos, conforme mostra a figura a
seguir.
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Falhas ou defeitos nas gaxetas
Selo mecânico
O selo mecânico é um vedador de pressão que utiliza princípios hidráulicos para reter
fluidos. A vedação exercida pelo selo mecânico se processa em dois momentos: na veda-
ção principal e na secundária.
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Vedação principal
A vedação principal é feita num plano perpendicular ao eixo por meio do contato deslizante
entre as faces altamente polidas de duas peças, geralmente chamadas de sede e anel de
selagem. A sede é estacionária e fica conectada em uma parte sobreposta. O anel de
selagem é fixado ao eixo e gira com ele.
Para que as faces do anel de selagem e da sede permaneçam sempre em contato e
pressionadas, utilizam-se molas helicoidais conectadas ao anel de selagem.
As figuras a seguir mostram alguns tipos de sedes e de anéis de selagem, bem como um
selo mecânico em corte:
Vedação secundária
A vedação secundária, aplicada à sede e ao anel de selagem, pode ser feita por meio de
vários anéis com perfis diferentes, tais como junta, anel O’ring, anel “V”, cunha e fole.
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Uso do selo mecânico
Os selos mecânicos são utilizados com vantagens em relação às gaxetas, pois impedem
vazamentos e podem trabalhar sob grandes velocidades e em temperaturas e pressões
elevadas, sem apresentar desgastes consideráveis. Eles permitem a vedação de produtos
tóxicos e inflamáveis.
As figuras a seguir mostram exemplos de selos mecânicos em corte.
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O selo mecânico é usado em equipamentos de grande porte, como bombas de transporte
em refinarias de petróleo, bombas de lama bruta nos tratamentos de água e esgoto, bom-
bas de submersão em construções, bombas de fábricas de bebidas e em usinas termoelé-
tricas e nucleares.
260
Preparação do ar comprimido
Antes de ser distribuído pela rede aos consumidores, o ar comprimido passa por cinco
proces-sos de preparação e tratamento. O ar é esfriado, secado, filtrado, calibrado em
pressão e lubrificado.
Item Descrição
1 cotovelo
2 conexão
3 serpentina 1
4 serpentina 2
Serpentinas
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Os resfriadores a água são utilizados apenas em compressores de grande porte cuja produção
efetiva de ar comprimido é muito elevada.
Secadores
Os secadores servem para retirar a umidade do ar comprimido, esteja ela em estado líquido ou
em forma de vapor.
Após ser comprimido e devidamente resfriado, é preciso remover toda a umidade do ar. Isto
pode ser feito antes ou depois de ser armazenado no reservatório. É importante salientar,
entretanto, que o ar deve ser secado antes de ser distribuído na rede, devido ao fato de os
componentes pneumáticos, em sua maioria, serem metálicos, e, portanto, sujeitos à corrosão.
Secadores de ar comprimido
Portanto, o elemento secador deve ser trocado de duas a quatro vezes por ano, dependendo
da umidade relativa do ar da região.
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Secagem por resfriamento
A secagem por resfriamento é feita diminuindo a temperatura do ar comprimido, para que a
umidade nele contida se condense e passe ao estado líquido. O ar comprimido quente sai do
compressor e entra no secador onde encontra uma serpentina na qual passa ar frio, gás freon
ou água fria. Em contato com a superfície fria da serpentina, a umidade se condensa, volta ao
estado líquido, e é eliminada do secador através de um dreno automático (purgador). Com isso
o ar comprimido entra no secador quente e úmido e sai frio e seco. Por esse motivo, a seca-
gem por resfriamento é a mais usada na indústria pois, além de secar, esfria o ar comprimido.
Filtros
Os filtros de ar comprimido servem para reter as partículas líquidas e sólidos contidas no ar. O
filtro deve ser instalado na linha de alimentação de ar, imediatamente antes de qualquer
ferramenta ou máquina pneumática.
Ao entrar no copo do filtro, o ar comprimido é forçado a um movimento de rotação por meio de
um defletor espiral. Com isso, separam-se as partículas sólidas e as gotículas de água que,
através da força centrífuga gerada, depositam-se no fundo do copo. Essas impurezas podem
ser facilmente removidas do copo por meio de um dreno situado na sua parte inferior. As
partículas e impurezas menores ficam retidas no elemento
filtrante, construído em bronze sinterizado, que deve ser limpo ou substituído periodicamente.
Esse elemento filtrante possui porosidade que varia de 30 a 70 microns.
dreno manual
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Reguladoras de pressão
Os reguladores de pressão servem para calibrar a pressão do ar comprimido de acordo com
as necessidades de cada máquina ou ferramenta, independente da pressão do ar na rede de
distribuição. O regulador de pressão é também conhecido como válvula redutora de pressão,
pois reduz uma pressão alta de entrada para uma pressão baixa de saída. Essa pressão é
indicada por um manômetro instalado no próprio corpo do regulador.
O ar comprimido flui livremente da entrada para a saída do regulador. Quando a pressão do ar
de saída ultrapassa a pressão ajustada numa mola, o ar pressiona o diafragma para baixo.
Isso faz com que o cabeçote superior feche a entrada do ar e, com isso, a pressão na saída
pára de crescer. Se a pressão na saída, por qualquer razão, for maior que a pressão ajustada
na mola, o regulador, além de fechar a entrada do ar da rede, abre um caminho de escape do
ar de saída para a atmosfera. Isso acontece até que a pressão do ar de saída volte a se
equilibrar com a pressão da mola do regulador.
Regulador de pressão
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Lubrificadores
Os lubrificadores pulverizam óleo lubrificante na massa de ar comprimido. A neblina óleo-ar
lubrifica os componentes e evita a corrosão das partes metálicas de ferramentas e máquinas
pneumáticas. Como os filtros e os reguladores de pressão, os lubrificadores também fazem
parte da unidade de conservação, montada imediatamente antes da alimentação de ar com-
primido para os equipamentos pneumáticos.
Lubrificador pneumático
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Armazenamento e distribuição do ar comprimido
O ar comprimido produzido pela maioria dos compressores é armazenado em reservatórios,
também conhecidos como vasos de pressão, antes de ser distribuído por meio de redes de ar
aos diferentes tipos de consumidores, como máquinas, equipamentos e dispositivos pneumáti-
cos.
Reservatório de ar comprimido
O reservatório, além de sua função principal de armazenar o ar comprimido produzido pelo
compressor, tem outras funções secundárias importantes no fornecimento de ar para os
consumidores, tais como:
consumo de ar comprimido;
266
A maioria dos reservatórios de ar comprimido possui os seguintes componentes: Pórtico de
entrada de ar com válvula de retenção
O ar comprimido proveniente do compressor entra no reservatório por esse pórtico, o qual
possui uma válvula de retenção que impede o retorno do ar ao compressor quando este for
desligado.
Manômetro
O manômetro é o instrumento utilizado para indicar a pressão do ar comprimido no interior do
reservatório.
Termômetro
Alguns reservatórios possuem esse instrumento para medir a temperatura do ar comprimido,
indicando a necessidade de resfriamento do ar, em caso de altas temperaturas, antes do
mesmo ser distribuído aos consumidores pneumáticos.
Válvula de segurança
A válvula de segurança, também conhecida como válvula limitadora de pressão, tem a função
de limitar a pressão do ar comprimido no interior do reservatório.
Com o auxílio de um manômetro, regula-se a tensão da mola por meio de um parafuso de
ajuste.
267
Caso a pressão do ar comprimido ultrapasse a tensão ajustada na mola, a junta de vedação
desloca-se do seu assento, permitindo que o excesso de pressão do ar escape para a atmos-
fera, através do pórtico 3 da válvula de segurança.
Uma vez reduzida a pressão do ar ao valor da tensão ajustada na mola, a junta de vedação
volta a selar a passagem de 1 para 3 da válvula de segurança. Dessa forma, o acúmulo de
pressão do ar comprimido presente no reservatório fica limitado aos padrões ajustados na
válvula de segurança.
Tampa de inspeção
Nos reservatórios de ar comprimido, de grande porte, é comum existir uma ou mais tampas de
inspeção que facilitam o acesso ao interior do reservatório. Essas tampas são muito utilizadas
na limpeza do acúmulo de condensado no interior do reservatório de ar.
268
Registro de drenagem manual do condensado
Esse registro é utilizado, periodicamente, para drenar a água e o óleo lubrificante que se
acumulam no fundo do reservatório, reduzindo o espaço destinado ao ar comprimido. Nos
reservatórios de grande porte são colocados drenos automáticos os quais abrem sempre que o
volume do condensado atinge um nível pré-determinado.
269
Rede de distribuição de ar comprimido
Em uma rede de distribuição é importante não somente o correto dimensionamento,
mas também a montagem das tubulações.
As tubulações de ar comprimido requerem manutenção regular, razão pela qual elas não
devem ser montadas dentro de paredes ou de cavidades estreitas.
O controle da estanqueidade das tubulações seria dificultado por isso. Pequenos vazamentos
são causa de consideráveis perdas de pressão.
As tubulações, em especial nas redes em circuito aberto, devem ser montadas com um declive
de 1% a 2%, na direção do fluxo.
Dessa forma, evita-se que a água condensada que eventualmente esteja na tubulação princi-
pal possa chegar às tomadas de ar através dos ramais.
270
Para interceptar e drenar a água condensada devem ser instaladas derivações com drenos na
parte inferior da tubulação principal.
271
Rede combinada
A rede combinada também é uma instalação em circuito fechado, a qual, por suas ligações
longitudinais e transversais, oferece a possibilidade de trabalhar com ar em qualquer lugar.
Na instalação dessa rede já deve ser prevista a possibilidade de ampliação futura, pois a
montagem de uma nova rede distribuidora, de dimensões maiores que a anterior, acarretaria
despesas muito elevadas.
272
O diâmetro da tubulação deve ser escolhido de maneira que, mesmo com um consumo de ar
crescente, a queda de pressão, do reservatório até o consumidor, não ultrapasse 0,1 bar.
A escolha do diãmetro da tubulação não é realizada por quaisquer fórmulas empíricas ou,
simplesmente, para aproveitar tubos disponíveis no almoxarifado, mas sim considerando:
comprimento de rede;
pressão de trabalho;
273
Cálculo da tubulação
O consumo de ar em um estabelecimento fabril é de 4m3/min (240m3/h).
O aumento previsto em três anos será de 300%, o que resultará em um consumo de 12m3/min
(720m3/h).
274
A tubulação terá 300m de comprimento e será composta por 6 conexões em "T", 5 cotovelos a
90° e 1 válvula de passagem.
Prolongue o traço até a linha C (eixo 1), formando um ponto de interseção com o eixo 1;
Ligue agora a linha E (pressão de trabalho) à linha G (queda de pressão), obtendo as-
sim um ponto de interseção em F (eixo 2);
Ligue o ponto da interseção da linha F (eixo 2) com o ponto de interseção da linha C (ei-
xo 1);
Comprimento equivalente
Para os elementos redutores do fluxo as resistências são transformadas em comprimento
equivalente.
Como comprimento equivalente compreende-se o comprimento linear do tubo reto cuja resis-
tência à passagem do ar é igual a resistência oferecida pelo elemento em questão.
275
276
Onde: 1 = válvula de passagem 2 = válvula angular 3 = conexão "T' 4 = válvula gaveta 5 =
cotovelo a 90°
Exemplo
Tubulações principais
cobre;
latão;
aço-liga;
material sintético.
Tubulações instaladas para um longo período de tempo devem ter uniões soldadas, as quais
apresentam a vantagem de serem bem vedadas, evitando vazamentos indesejáveis.
277
A desvantagem dessas uniões são as escamas que se criam ao soldar. Essas escamas
devem ser retiradas da tubulação. A costura da solda também está sujeita à corrosão, e isto
requer a montagem de unidades de conservação as quais serão estudadas a seguir.
Em tubulações com tubos de aço zincado (galvanizado), o ponto de conexão nem sempre é
totalmente vedado. A resistência à corrosão, nesses tubos, não é muito melhor do que a do
tubo de aço preto. Lugares decapados, tais como roscas e conexões rápidas, também podem
enferrujar, razão pela qual também aqui é importante o emprego de unidades de conservação.
Em casos especiais usam-se tubos de cobre ou de material sintético (plástico).
Tubulações secundárias
Tubulações à base de borracha (mangueiras) somente devem ser usadas onde for requerida
uma certa flexibilidade e onde, devido à um esforço mecânico mais elevado, não possam ser
usadas tubulações de material sintético.
Tubulações à base de borracha podem ser mais caras e menos manejáveis que as de material
sintético.
Hoje, as tubulações à base de polietileno e poliamida são as mais utilizadas em máquinas,
equipamentos e dispositivos pneumáticos, pois permitem instalações rápidas e são ainda de
baixo custo.
Conexões
Conexões para tubos metálicos, especialmente para tubos de aço e cobre:
278
279
280
Preparação do ar comprimido para o trabalho
Impurezas
Impurezas em forma de partículas de sujeira ou ferrugem, provenientes de corrosão interna da
rede distribuidora, assim como resíduos de óleo do compressor e umidade do ar levam, em
muitos casos, a falhas em sistemas pneumáticos e avarias de seus elementos.
Por isso, a qualidade do ar comprimido é um fator muito importante a ser observado. Uma
preparação adequada do ar comprimido prolonga a vida útil dos elementos pneumáticos
aplicados em máquinas e equipamentos industriais.
Muito embora a separação primária do condensado tenha sido feita durante o processo de
produção do ar comprimido, por meio de resfriadores e no próprio reservatório de armazena-
mento de ar, a separação final do condensado, a filtragem do ar e outros tratamentos secundá-
rios são executados próximo ao local de consumo do ar comprimido.
O óleo residual proveniente dos compressores pode produzir, junto com o ar comprimido, uma
mistura de ar e óleo a qual apresenta perigo de explosão, principalmente quando há temperatu-
ras superiores a 333K.
Umidade
A água já penetra na rede pelo próprio ar aspirado pelo compressor. A incidência da umidade
depende, em primeira instância, da umidade relativa do ar que, por sua vez, depende da
temperatura e condições atmosféricas.
281
Nesse caso, a umidade relativa é de 100% (ponto de orvalho).
282
Exemplo
filtragem do ar aspirado;
resfriamento,
secagem,
filtragem,
regulagem de pressão,
lubrificação.
Resfriamento do ar comprimido
283
1. Entrada de ar comprimido quente, proveniente do compressor.
5. Serpentina.
8. Válvula de segurança.
284
Nesse tipo de resfriador, usa-se água fria bombeada no pórtico 3. A água circula pelo interior da
serpentina, montada dentro do corpo do resfriador, e sai pelo pórtico 4. O ar comprimido quente
entra pelo pórtico 1 e, em contato com a superfície fria da serpentina é resfriado. Durante o
resfriamento, a umidade contida no ar, em forma de vapor devido à alta temperatura, se con-
densa e, por gravidade, desce e se acumula no fundo do corpo do resfriador, de onde é drena-
da para fora por meio de um purgador automático. O ar comprimido, já resfriado e livre de
grande parte da umidade, sai pelo pórtico 2 do resfriador.
Secagem do ar comprimido
285
A secagem por absorção é um processo puramente químico. O ar comprimido passa sobre
uma camada solta de um elemento secador (cloreto de cálcio, cloreto de Rio). A água ou vapor
de água que entra em contato com esse elemento combina-se quimicamente com ele e se dilui
na forma de combinação elemento secador água.
Essa mistura deve ser removida periodicamente do absorvedor. A operação pode ser manual
ou automática.
Com o tempo, o elemento secador é consumido e o secador deve ser reabastecido periodica-
mente (duas a quatro vezes por ano) conforme o volume de uso. O secador por absorção
separa, ao mesmo tempo, vapor e partículas de óleo. Porém, quantidade maiores de óleo
influenciam no funcionamento do secador. Por isso, é conveniente antepor um filtro fino ao
secador.
286
Processo de secagem por absorção
A secagem por adsorção está baseada num processo físico: adsorção fixação de uma substân-
cia na superfície de outra substância.
Em geral é conhecido pelo nome de gel (sílica gel). O ar comprimido úmido é conduzido através
da camada de gel e o elemento secador adsorve a água e o vapor de água.
Mediante a montagem em paralelo de duas instalações de adsorção uma delas pode estar
ligada para secar enquanto a outra estiver sendo soprada com ar quente (regeneração).
287
288
Secagem por resfriamento
Posteriormente, o ar comprimido pode ainda passar por um filtro fino a fim de eliminar os
corpos estranhos.
289
Enquanto os processos de resfriamento e secagem do ar comprimido devem ocorrer o mais
próximo possível do compressor, os demais tratamentos como a filtragem, a regulagem da
pressão e a lubrificação devem ser efetuadas na entrada de alimentação de ar dos consumido-
res, tais como máquinas, equipamentos e dispositivos pneumáticos.
Filtragem do ar comprimido
A função de um filtro de ar comprimido é reter partículas sólidas, bem como a água condensa-
da, presentes no ar comprimido que passa por ele.
O condensado acumulado no fundo do copo deve ser eliminado antes de atingir o nível máxi-
mo, para não ser arrastado novamente pela massa de ar em movimento.
As partículas sólidas, maiores que a porosidade do filtro, são retidas por este. Com o tempo, o
acúmulo dessas partículas impede a passagem do ar, entupindo o filtro, o que exige a limpeza
ou substituição do elemento filtrante a intervalos regulares.
290
291
Em filtros normais, a porosidade encontra-se entre 30 e 70µm. Filtros mais finos têm elementos
com porosidade até 31µm.
Pelo orifício de saída, o condensado atinge a câmara entre as juntas de vedação inferiores.
Com o aumento do nível do condensado, o flutuador começa a subir. A um determinado nível,
abre-se a passagem de ar comprimido do copo que passa por ela e desloca o êmbolo para a
direita, abrindo a saída do condensado. Devido às dimensões reduzidas do escape de ar para a
atmosfera, o ar comprimido do copo passa lentamente, mantendo-se a saída do condensado
aberta por um tempo ligeiramente maior.
292
Regulagem da pressão do ar comprimido
A pressão do ar comprimido, fornecida na rede pelo compressor, deve ser regulada de acordo
com as características individuais de cada consumidor. Enquanto o compressor fornece na rede
distribuidora uma pressão principal ou de regime, na ordem de 10 a 12bar, cada máquina,
equipamento e dispositivo pneumático é projetado para trabalhar com uma pressão pré-
determinada, chamada de pressão secundária ou de trabalho, geralmente inferior à pressão
principal.
Sendo assim, usa-se um regulador de pressão para ajustar a pressão secundária de acordo
com as necessidades de cada equipamento pneumático.
O regulador de pressão tem por finalidade manter constante a pressão de trabalho (secundária)
independentemente da pressão de regime (principal), fornecida na rede, e do consumo de ar.
293
A pressão de trabalho desejada é ajustada no parafuso de regulagem que calibra a tensão da
mola inferior. Essa mola empurra a membrana para cima, deslocando a junta de vedação de
sua sede de assento, abrindo a válvula. Isso faz com que o ar comprimido da rede possa fluir
livremente do pórtico de entrada para o de saída do regulador de pressão, agindo na superfície
superior da membrana e aumentando a pressão de saída, compatível com a tensão regulada
na mola inferior.
294
Quando a pressão de saída se equilibra com a tensão regulada na mola inferior, a membrana
sobe o suficiente para bloquear o escape automático do ar, sem deslocar a junta de vedação de
sua sede de assento. Sendo assim, tanto a entrada de ar comprimido como a saída de escape
automático permanecem fechadas, até que a pressão no pórtico de saída do regulador de
pressão volte a oscilar, para cima ou para baixo.
Portanto, para manter a pressão de saída regulada, há um constante abrir e fechar da válvula.
295
Lubrificação do ar comprimido
Sendo assim, usamos lubrificadores cuja função é pulverizar óleo lubrificante, sob a forma de
névoa, na massa de ar comprimido a ser utilizado pelas máquinas, equipamentos e dispositivos
pneumáticos.
296
O ar comprimido flui pelo lubrificador do pórtico de entrada para o de saída, passando pela
válvula de retenção cuja mola gera um diferencial de pressão, forçando o ar a entrar no interior
do copo reservatório de óleo.
A pressão do ar, agindo na superfície do óleo lubrificante, empurra o mesmo pelo tubo condu-
tor, até a parte superior do corpo do lubrificador, onde existe um conta-gotas. Um visor acrílico
permite ao operador visualizar a quantidade de óleo a ser utilizada no processo de nebulização.
Por meio de um parafuso dosador, pode-se regular a quantidade de óleo a ser utilizada para a
lubrificação, de acordo com as especificações exigidas pelos fabricantes dos equipamentos
pneumáticos.
O óleo que cai pelo conta-gotas desce até o bocal nebulizador, se mistura com a massa do ar
em movimento e, em forma de névoa, busca o pórtico de saída do lubrificador através do furo
de passagem paralelo à válvula de retenção.
Durante a despressurização, uma válvula anti-retorno evita que o óleo acumulado no conta-
gotas retorne por gravidade ao reservatório, através do tubo condutor.
É importante destacar, ainda, que a utilização dos lubrificadores está limitada ao tipo de pro-
cesso produtivo. Na indústria alimentícia, farmacêutica ou, sempre que a presença de óleo
lubrificante possa interferir na qualidade do produto, os lubrificadores não são empregados,
mesmo com o risco de desgaste prematuro das máquinas e equipamentos pneumáticos.
297
Dessa forma, com o intuito de facilitar esses procedimentos, os fabricantes de componentes
pneumáticos desenvolveram as unidades de condicionamento de ar comprimido, as quais são
conhecidas no mercado por várias designações diferentes:
unidade de conservação,
unidade de manutenção,
conjunto lubrifil.
filtro;
lubrificador.
298
No emprego da unidade de condicionamento, devem-se observar os seguintes pontos:
299
Manutenção das unidades de condicionamento de ar
Filtro de ar comprimido
Quando o filtro não é dotado de dreno automático, o nível de condensado deve ser con-
trolado regularmente, não devendo ultrapassar a altura determinada no copo. O con-
densado acumulado pode ser arrastado para a tubulação de ar comprimido e equipa-
mentos.
Lubrificador de ar comprimido
O nível de óleo no copo reservatório deve ser controlado. Sempre que necessário, deve-
se completar o óleo até o nível indicado. Devem ser utilizados somente óleos minerais
de baixa viscosidade (máximo 20°Engler).
Filtros de material plástico e copo lubrificador devem ser limpos somente com água e sabão
neutro. Solventes como "thinner", acetona e acetatos não são recomendados, pois os mesmos
atacam o material plástico.
300
Condutores hidráulicos
Os condutores hidráulicos englobam os diversos tipos de tubulações e conexões, disponíveis
no mercado, empregados para transportar a energia hidráulica da bomba até os atuadores,
passando pelos elementos de comando e controle. Em sistemas hidráulicos recomenda-se a
utilização de tubos de aço sem costura, livres de escamas, sujeira ou ferrugem em seu interior.
Além de transportar o óleo, os condutores têm por finalidade, absorver vibrações e facilitar a
dissipação do calor, gerados pelos componentes hidráulicos sob pressão.
Existem quatro tipos principais de condutores hidráulicos:
As roscas dos canos são cônicas, acompanhando o padrão NPT, onde a vedação é feita pela
adaptação entre os filetes do macho e da fêmea, quando apertadas, como mostra a figura a
seguir.
301
Para confecção das roscas se faz necessária a utilização de machos e tarrachas especiais que
permitam a obtenção da rosca cônica. Nas roscas do tipo vedação seca, a crista e o fundo dos
filetes se ajustam antes dos flancos, durante o aperto, evitando o uso de teflon para vedar a
folga espiral.
.
Veja, na figura a seguir, alguns tipos de conexões para canos roscados e suas aplicações na
montagem de circuitos hidráulicos.
302
Os canos roscados e suas respectivas conexões apresentam alguns problemas para o sistema
hidráulico:
303
O cano roscado é dimensionado pelo seu diâmetro interno real, geralmente em polegadas, e
classificados conforme a bitola nominal e a espessura da parede. A bitola nominal determina o
dimensionamento das roscas para conexões. Para linhas de bitola superior a 1 1/4", exigem a
utilização de flanges soldadas às extremidades dos canos, devido à dificuldade de se construir
roscas acima desse diâmetro.
Os tubos de aço sem costura oferecem inúmeras vantagens, comparados aos canos roscados:
304
podem ser montados e desmontados frequentemente, sem apresentarem
problemas de vedação, agilizando os procedimentos de manutenção.
Os tubos de aço sem costura, ao contrário dos canos roscados, são especificados pelo diâme-
tro externo real.
Os tubos de aço sem costura não são vedados pelas roscas de fixação, como nos canos
roscados. Geralmente, as vedações são efetuadas pelo contato direto de metal com metal, por
meio das extremidades biseladas dos tubos ou de anéis de compressão, conforme apresenta-
do na figura a seguir.
305
Nas conexões biseladas, as extremidades dos tubos são moldadas, em forma de funil, num
ângulo de 37 graus, e apertadas contra as faces cônicas das conexões, efetuando a vedação
pelo contato direto de metal com metal. Linhas sujeitas a pressões elevadas utilizam-se de
conexões biseladas num ângulo maior, de 45 graus.
O tipo de conexão mais usada, atualmente é a que utiliza anel de compressão ou de penetra-
ção. Trata-se de um anel de aço cujo diâmetro interno adapta-se perfeitamente ao diâmetro
externo do tubo. Quando a conexão é apertada, a porca comprime o chanfro do anel que é
cravado na superfície externa do tubo, efetuando a vedação e a fixação, ao mesmo tempo,
como mostra a ilustração a seguir.
306
Mangueiras flexíveis
A utilização de mangueiras flexíveis é recomendada quando as linhas hidráulicas estão sujeitas
a movimentos, causados principalmente por cabeçotes móveis de máquinas operatrizes. Além
disso, as mangueiras têm a capacidade de absorver vibrações geradas pela operação do
sistema hidráulico sob pressão.
Para poder suportar às pressões hidráulicas, as mangueiras são construídas com camadas de
borracha sintética, intercaladas com trançados têxteis ou de fios de aço. É claro que as man-
gueiras com trama de aço suportam pressões mais elevadas do que as de trançados têxteis.
307
A camada de borracha interna da mangueira deve ser compatível com o fluido hidráulico para
evitar que possíveis reações químicas contaminem o óleo ou deteriorem a mangueira. A
camada externa, por sua vez, tem a finalidade de proteger os trançados.
Os terminais montados nas extremidades das mangueiras flexíveis permitem a elas serem
utilizadas, no circuito hidráulico, com as mesmas conexões empregadas nos tubos de aço sem
costura. Esses terminais podem ser prensados ou do tipo reaproveitável.
evitar que o movimento da máquina provoque torções, flexões excessivas ou dobras vio-
lentas;
utilizar braçadeiras ou guias para evitar atrito com as partes móveis da máquina ou com
o solo;
308
A figura a seguir apresenta inúmeras situações de montagem de mangueiras flexíveis, compa-
rando soluções certas e erradas para cada aplicação.
O bom senso, acima de tudo, é uma ferramenta importante na decisão do modo como a
mangueira deverá ser instalada, garantindo o perfeito funcionamento do sistema.
309
Geralmente, os blocos de montagem possuem apenas dois pórticos sendo, um de entrada de
óleo proveniente da bomba e outro de saída para os atuadores utilizados no sistema hidráulico,
além de pórticos menores, empregados eventualmente para linhas de pilotagem e drenos.
310
É importante destacar que, apesar dos blocos de montagem apresentarem as vantagens de
facilitar a montagem e a manutenção, além de reduzir os espaços e as conexões sujeitas a
vazamentos, oferecem as seguintes desvantagens se comparados à tubulação convencional:
aumentam a turbulência do óleo e a perda de carga, provocadas pelos cantos vivos das
furações internas que, geralmente, formam ângulos bruscos de 90 graus;
são mais pesados do que uma instalação convencional, montada a partir de canos
roscados ou de tubos de aço sem costura.
311
Válvulas
As válvulas são, entretanto, peças indispensáveis, sem as quais as tubulações seriam inteira-
mente inúteis. Por esse motivo, o desenvolvimento das válvulas é tão antigo quanto o das
próprias tubulações; a Fig. 1 mostra, por exemplo, alguns tipos de válvulas projetadas no Séc.
XV por Leonardo da Vinci.
Nas ruínas de Pompéia e de Herculano (Itália) foram encontradas válvulas macho de bronze,
com características surpreendentemente avançadas para a época.
As válvulas representam, em média, cerca de 8% do custo total de uma instalação de proces-
so. A localização das válvulas deve ser estudada com cuidado, para que a manobra e a
manutenção das mesmas sejam fáceis, e para que as válvulas possam ser realmente úteis.
312
Classificação das Válvulas
Existe uma grande variedade de tipos de válvulas, algumas para uso geral, e outras para
finalidades específicas.
Fig. 1
Fonte: Telles, Pedro C. Silva, 2003, pg. 38. Ref. Fig. 4.1
313
Válvulas de regulagem são destinadas especificamente para controlar o fluxo, podendo por
isso trabalhar em qualquer posição de fechamento parcial. Essas válvulas são às vezes, por
motivo de economia, de diâmetro nominal menor do que a tubulação. As Válvulas borboleta e
de diafragma, embora sejam especificamente válvulas de regulagem, também p podem
trabalhar como válvulas de bloqueio.
Válvulas de Gaveta
Esse é o tipo de válvula mais importante e de uso mais generalizado. As válvulas de gaveta
são as válvulas de bloqueio de líquidos por excelência empregadas em quaisquer diâmetros,
na maioria das tubulações de água, óleos e líquidos em geral, desde que não sejam muito
corrosivos nem deixem muitos sedimentos ou tenham grande quantidade de sólidos em
suspensão.
O fechamento nessas válvulas é feito pelo movimento de uma peça chamada de gaveta, ou de
cunha, em consequência da rotação da haste; a gaveta desloca-se paralelamente ao orifício da
válvula e perpendicularmente ao sentido de escoamento do fluido (Figs.2 e 3 ), e assenta-se
sobre duas sedes, uma de cada lado.
314
Quando totalmente abertas, a trajetória de circulação do fluido fica reta e inteiramente desim-
pedida, de forma que a perda de carga causada é muito pequena. Essas válvulas só devem
trabalhar completamente abertas ou completamente fechadas, isto é, são válvulas de bloqueio
e não de regulagem. Quando parcialmente abertas, causam perdas de carga muito elevadas e
também laminagem da veia fluida, acompanhada muitas vezes de cavitação e violenta corro-
são e erosão.
Observe-se que as válvulas gaveta são sempre de fechamento lento, sendo impossível fechá-
las instantaneamente: o tempo necessário para o fechamento será tanto maior quanto maior
for a válvula.
Essa é uma grande vantagem das válvulas de gaveta, porque assim evitam-se os efeitos – que
podem ser desastrosos - , de golpes de aríete, consequentes da paralisação repentina da
circulação de um líquido; com gases não existem golpes de aríete, porque são fluidos com-
pressíveis.
As válvulas de gaveta, como têm o fechamento de metal contra metal, são consideradas de
segurança em caso de incêndio, desde que os metais empregados sejam de alto ponto de
fusão (mais de 1.100 °C).
Uma válvula qualquer é considerada à prova de fogo desde que seja capaz de manter a
vedação mesmo quando envolvida por um incêndio. Por essa razão, válvulas com o corpo ou
as peças internas de bronze, latões, ligas de baixo ponto de fusão, materiais plásticos e etc.
não são de segurança contrafogo, e não podem ser usadas onde se exija essa condição.
315
Fig.2 Válvula de gaveta, pequena, castelo rosqueado, tipo
“RS”. (Cortesia da Walworth Company).
Fonte: Telles, Pedro C. Silva, 2003, pg. 39. Ref. Fig. 4.2
As válvulas de gaveta de tamanho grande para altas pressões costumam ter, integral na
válvula, uma pequena tubulação contornando a válvula (bypass), fechada por uma válvula.
Antes de se abrir a válvula principal abre-se a pequena válvula do contorno para equilibrar as
pressões nos dois lados da gaveta, facilitando desse modo a operação da válvula.
317
Válvulas de Macho
As Válvulas de macho representam em média cerca de 10% de todas as válvulas usadas em
tubulações industriais. Aplicam-se principalmente nos serviços de bloqueio de gases (em
quaisquer diâmetros, temperaturas e pressões), e também no bloqueio rápido de água, vapor e
líquidos em geral (em pequenos diâmetros e baixas pressões). As Válvulas de macho são
recomendadas também para serviços com líquidos que deixem sedimentos ou que tenham
sólidos em suspensão. Uma das vantagens dessas válvulas sobre as de gaveta, é o espaço
ocupado muito menor.
Nessas válvulas o fechamento é feito pela rotação de uma peça (macho), onde há um orifício
broqueado, geralmente de formato trapezoidal, no interior do corpo da válvula. São válvulas de
fecho rápido, porque fecham-se com ¼ de volta do macho ou da haste (Fig. 7). As Válvulas de
macho só devem ser usadas como válvulas de bloqueio, isto é, não devem funcionar em
posições de fechamento parcial. Quando totalmente abertas, a perda de carga causada é
bastante pequena, porque a trajetória do fluido é reta e livre.
O macho é quase sempre tronco-cônico, dispondo, exceto em válvulas muito pequenas, de um
meio qualquer de ajustagem na sede, tal como mola, parafuso etc.
Existem dois tipos gerais de Válvulas de macho: válvulas com e sem lubrificação. Nas válvulas
com lubrificação há um sistema de injeção de graxa lubrificante sob pressão através do macho
para melhorar a vedação e evitar que o macho possa ficar preso; são as válvulas geralmente
empregadas em serviços com gases. O lubrificante usado deve ser tal que não se dissolva
nem contamine o fluido conduzido. O macho tem sempre rasgos para a distribuição do lubrifi-
cante por toda superfície de contato com as sedes.
As Válvulas de macho com diâmetro nominal acima dos limites indicados a seguir devem ser
operadas por meio de volante com parafuso sem fim; para diâmetros nominais até esses
limites a operação é simplesmente por alavanca, como o exemplo da Fig. 7.
Válvulas Globo
Nas Válvulas globo o fechamento é feito por meio de um tampão que se ajusta contra uma
única sede, cujo orifício está geralmente em posição paralela ao sentido geral de escoamento
do fluido (Fig. 10). O tampão, também chamado de “obturador”, pode ter a superfície de
assentamento cônica, plana, esférica, etc. As Válvulas de globo podem trabalhar não só em
posição aberta e fechada, como em qualquer posição intermediária de fechamento, isto é, são
válvulas de regulagem. Causam, entretanto, em qualquer posição, fortes perdas de carga
(comprimento equivalente de 300 a 400 diâmetros do tubo, quando completamente abertas)
devido às mudanças de direção e turbilhona mento do fluido dentro da válvula.
As Válvulas globo dão uma vedação bem melhor do que as válvulas de gaveta, podendo-se
conseguir, principalmente em válvulas pequenas, uma vedação absolutamente estanque. Na
maioria das Válvulas globo o fechamento é de metal contra metal, o que torna essas válvulas à
prova de fogo desde que todos os metais sejam de alto ponto de fusão (mais de 1.100ºC). Em
algumas válvulas, de tamanhos pequenos, tem-se o tampão com um anel não metálico, de
borracha, neoprene, plásticos etc. Essas válvulas, que estão limitadas às temperaturas de
trabalho dos materiais não metálicos do tampão, dão uma vedação muito boa e destinam-se,
entre outras aplicações, a serviços com fluidos corrosivos. Exceto em válvulas pequenas e
baratas, a sede costuma ser um anel substituível rosqueado no corpo da válvula.
319
Fig. 10 – Válvula de globo. (Cortesia da Walworth Company.)
Fonte: Telles, Pedro C. Silva, 2003, pg. 47. Referente Fig. 4.12
Como regra geral, as Válvulas de globo devem ser instaladas de forma que o fluido entre pela
face inferior do tampão. As Válvulas de globo são usadas basicamente para serviços de
regulagem em linhas de água, óleos, líquidos em geral (não muito corrosivos), bem como para
vapor, ar e outros gases. Empregam-se também válvulas de globo para bloqueio em linhas de
vapor, para diâmetros até 8”, e, em muitos casos, para o fechamento estanque em linhas de
gases em geral.
Para todos esses serviços as Válvulas globo são empregadas para quaisquer pressões e
temperaturas, em diâmetros até 8”. Não é usual o emprego de válvulas de globo em diâmetros
maiores, porque seriam muito caras e dificilmente dariam uma boa vedação.
Válvulas de Retenção
Essas válvulas permitem a passagem do fluido em um sentido apenas, fechando-se automati-
camente por diferença de pressões, exercidas pelo fluido em consequência do próprio escoa-
mento, se houver tendência à inversão no sentido do fluxo. São, portanto, válvulas de opera-
ção automática.
Empregam-se as válvulas de retenção quando se quer impedir em determinada linha qualquer
possibilidade de retorno do fluido por inversão do sentido de escoamento.
320
Como todas essas válvulas provocam uma perda de carga muito elevada, só devem ser
usadas quando forem de fato imprescindíveis. Citaremos três casos típicos de uso obrigatório
de válvulas de retenção:
1. Linhas de recalque de bombas (imediatamente após a bomba) quando houver mais de uma
bomba em paralelo descarregando no mesmo tronco. As válvulas de retenção servirão nesse
caso para evitar a possibilidade da ação de uma bomba que estiver operando sobre outras
bombas que estiverem paradas.
3. Extremidade livre de uma linha de sucção de uma bomba, no caso de sistemas com sucção
não afogada; a válvula de retenção, denominada “válvula de pé”, deve estar suficientemente
mergulhado no líquido do reservatório de sucção, e servirá para manter a escorva na tubulação
e na própria bomba, isto é, evitar o seu esvaziamento, durante o tempo em que a bomba
estiver parada.
As válvulas de retenção devem sempre ser instaladas de tal maneira que a ação da gravidade
tenda a fechar a válvula. Por esse motivo, quase todas essas válvulas com exceção de alguns
modelos de portinhola dupla com mola) só podem ser colocadas em tubos verticais, quando o
fluxo for ascendente.
As perdas de carga causadas, embora elevadas, são menores do que as introduzidas pelas
válvulas de retenção de pistão (veja a seguir), porque a trajetória do fluido é retilínea. Essas
válvulas são empregadas para serviços com líquidos; não devem ser usadas em tubulações
sujeitas a frequentes inversões de sentido de fluxo, porque nesse caso têm tendência a vibrar
321
fortemente (chattering). Para diâmetros grandes, acima de 12”, essas válvulas costumam ter a
portinhola balanceada, isto é, o eixo de rotação atravessa a portinhola que fica assim com uma
parte para cada lado do eixo. A finalidade dessa disposição é amortecer o choque de fecha-
mento da válvula quando houver inversão do fluxo. Algumas válvulas de retenção desse tipo
têm uma alavanca externa, com a qual a portinhola pode ser aberta ou fechada, à vontade,
quando necessário.
Uma variante importante dessas válvulas são as válvulas de portinhola dupla bipartida, conhe-
cidas como “duo-check”, muito empregadas principalmente para diâmetros grandes, até 1,2m,
ou mais. Nessas válvulas a portinhola é bi-partida e atuada por mola (não sendo assim neces-
sária a ação da gravidade), o que permite, para algumas válvulas, trabalhar mesmo em tubos
verticais com fluxo descendente. Um modelo muito usual das válvulas “duo-check” tem o corpo
tipo “wafer”, sem flanges, para ser instalado entre dois flanges da tubulação, com parafusos
passando por fora e em torno do corpo da válvula, têm a vantagem de menor peso, custo e
espaço ocupado.
322
2. Válvulas de retenção de pistão (lift-check valves) - O fechamento dessas válvulas é feito por
meio de um tampão, semelhante ao das Válvulas de globo, cuja haste desliza em uma guia
interna. O tampão é mantido suspenso, afastado da sede, por efeito da pressão do fluido sobre
a sua face inferior. É fácil de entender que caso haja tendência à inversão do sentido de
escoamento, a pressão do fluido sobre a face superior do tampão, aperta-o contra a sede,
interrompendo o fluxo. Existem também modelos diferentes para trabalhar em posição horizon-
tal (Fig.15) e em posição vertical.
Todas essas válvulas causam perda de carga bastante elevada e por esse motivo são empre-
gadas somente em pequenos diâmetros (em geral até 2”), e fabricadas no máximo até 6” de
diâmetro nominal. As válvulas desse tipo são adequadas ao trabalho com gases e vapores. Não
devem ser usadas para fluidos que deixem sedimentos ou depósitos sólidos. Essas válvulas
podem ser empregadas para tubulações com fluxo pulsante ou sujeitas a vibrações.
323
3. Válvulas de retenção de esfera (ball-check valves) - São semelhantes às válvulas de reten-
ção de pistão, sendo, porém, o tampão substituído por uma esfera (Fig.16). É o tipo de válvula
de retenção cujo fechamento é mais rápido.
Essas válvulas, que são muito boas para fluidos de alta viscosidade, são fabricadas e usadas
apenas para diâmetros até 2”.
324
Fig.19 Válvula de segurança. (Cortesia de Dresser Industries Inc.)
Fonte: Telles, Pedro C. Silva, 2003, Pg. 50. Ref. Fig.4.22.
A mola pode ser interna, dentro do castelo da válvula, ou externa, sendo que atualmente quase
todas as válvulas têm a mola interna, por ser uma disposição construtiva mais fácil e mais
seguro. É importante que tanto a mola como a haste, a porca de regulagem, e demais peças
internas da válvula sejam de materiais seguramente resistentes à corrosão pelo fluido. No
passado foram muito empregadas válvulas com um contrapeso, de posição regulável, em lugar
da mola; essas válvulas estão hoje em dia completamente obsoletas e desaparecidas. Todas
essas válvulas são chamadas “de segurança” quando destinadas a trabalhar com fluidos
elásticos (vapor, ar, gases), e “de alívio” quando destinadas a trabalhar com líquidos, que são
fluidos incompressíveis. A construção das válvulas de segurança e de alívio é basicamente a
mesma; a principal diferença reside no perfil da sede e do tampão.
Devido à compressibilidade e à força elástica, para fazer cair a pressão de um gás é necessá-
rio que um grande volume do gás possa escapar em um tempo muito curto. Por essa razão, o
desenho dos perfis da sede e do tampão nas válvulas de segurança é feito de tal forma que a
abertura total se dê imediatamente após ser atingida a pressão de abertura. Nas válvulas de
325
alívio, pelo contrário, a abertura é gradual, aumentando com o aumento de pressão, e atingin-
do o máximo com 110 a 125 % da pressão de abertura, porque uma pequena quantidade de
líquido que escape faz logo abaixar muito a pressão. As válvulas de segurança devem ser
instaladas sempre acima do nível do líquido, para que não sejam atravessadas pelo líquido.
Estas válvulas costumam ter uma alavanca externa com a qual é possível fazer-se manual-
mente o disparo da válvula para teste.
Modernamente, foram desenvolvidas válvulas de segurança que tanto podem servir para
líquidos como para gases (pop-safety valves), de forma que, para essas válvulas, a distinção
entre válvulas de segurança e de alívio é de certa forma um conceito ultrapassado.
A norma API-RP-520, do “American Petroleum Institute”, contém fórmulas e procedimentos de
cálculo para o dimensionamento de válvulas de segurança e de alívio. As válvulas de seguran-
ça costumam ser identificadas dimensionalmente pelos diâmetros nominais dos locais de
entrada e saída e por uma letra convencional (de “D” a “T”), relacionada ao valor da área do
orifício de descarga. Todas essas válvulas costumam ser consideradas como instrumentos, e
não como componentes de tubulação.
As válvulas de quebra de vácuo (ou ventosas) destinadas a evitar a formação de vácuo em
tubulações, são também semelhantes às válvulas de segurança, com a diferença de que se
abrem de fora para dentro admitindo ar atmosférico, quando há um vácuo ou uma depressão
na tubulação, em lugar de se abrirem de dentro para fora. Essas válvulas são empregadas
principalmente para a proteção de tubulações de grande diâmetro e pequena espessura, nas
quais a formação acidental de um vácuo pode causar o colapso em consequência da pressão
atmosférica.
326
Válvulas de Controle
“Válvula de controle” é um nome genérico para designar uma grande variedade de válvulas
usadas em combinação com instrumentos automáticos, e comandadas à distância por esses
instrumentos, para controlar a vazão ou a pressão de um fluido.
A válvula tem sempre um atuador (pneumático, hidráulico, elétrico etc.), que comanda direta-
mente a peça de fechamento da válvula, e que por sua vez é comandado por um sinal (pres-
são de ar comprimido, por exemplo), enviado por um instrumento que está medindo a grande-
za que se deseja controlar.
O corpo da válvula é quase sempre semelhante a uma válvula de globo. Para diminuir o
esforço necessário à operação, e assim facilitar o controle, essas válvulas têm frequentemente
dois tampões superpostos na mesma haste, que se assentam em duas sedes colocadas de tal
maneira que a pressão do fluido exercida sobre um tampão contrabalança a pressão exercida
sobre o outro (Fig.20).
É evidente que para qualquer tipo de válvula a percentagem de fluxo permitido é função da
percentagem de abertura da válvula, isto é, existe sempre uma relação de interdependência
entre o fluxo permitido e a posição de abertura: quando a abertura é zero o fluxo também é
zero; quando a abertura é 100% o fluxo é 100%.
Nas posições intermediárias a percentagem de fluxo pode ser maior ou menor do que a
percentagem de abertura, dependendo do tipo de válvula e dos perfis da sede e da peça de
fechamento. A curva 1 da Fig.21, representa a referida função para uma válvula de gaveta
comum. No caso das válvulas de controle, essa relação de interdependência é muito importan-
te, por se tratar de válvulas destinadas à regulagem de precisão do fluxo em qualquer posição.
Os tampões e sedes dessas válvulas têm por isso perfis especialmente projetados e cuidado-
samente construídos para resultar em funções predeterminadas. Os perfis mais comuns são
os de igual percentagem (curva 2) e os de abertura rápida (curva 3).
A Fig.20 mostra um modelo muito comum dessas válvulas, com atuador pneumático.
Em geral, o atuador opera em um só sentido (para abrir ou para fechar), sendo a ação inversa
feita por uma mola de tensão regulável. Na válvula da Fig.20, a pressão do ar sobre a face
superior do diafragma do atuador faz fechar a válvula, enquanto que a mola faz abrir. Existem
ainda válvulas de controle cujo corpo é uma válvula de esfera, com o furo na esfera em forma
de “V”, e outras com o corpo de válvulas de borboleta, de diafragma etc.
327
As válvulas de controle, embora dificilmente deem uma vedação perfeita, são sempre de
construção e usinagem cuidadosas, e de materiais da melhor qualidade.
328
Outros Tipos Importantes de Válvulas
1. Válvulas borboleta - As válvulas de borboleta são basicamente válvulas de regulagem, mas
também podem trabalhar como válvulas de bloqueio. O fechamento da válvula é feito pela
rotação de uma peça circular (disco), em torno de um eixo diametral, perpendicular à direção
de escoamento do fluido. As válvulas mostradas na Fig. 22 são do tipo “wafer”, que é um
modelo leve e econômico, destinado a ser instalado entre dois flanges da tubulação, com os
parafusos passando em torno do corpo da válvula. Existem também válvulas de construção
convencional, com extremidades flangeadas, que são evidentemente mais pesadas, mais
compridas e mais caras do que o modelo da figura. Essas últimas são empregadas para
pressões mais altas e para diâmetros grandes, onde a montagem das válvulas do tipo “wafer”
pode ser difícil. Quase todas as válvulas borboleta têm anéis de sede não- metálicos (PTFE,
neoprene,buna N, etc.), com os quais se consegue uma vedação muito boa.
Algumas válvulas possuem um punho com catraca na alavanca, permitindo a fixação da
alavanca nas posições aberta ou fechada, bem como em várias posições intermediárias.
Existem também válvulas com sedes metálicas, que podem ser à prova de fogo. As válvulas
de borboleta são muito apropriadas para a aplicação de revestimentos anticorrosivos, tanto no
corpo como no eixo e no disco de fechamento, podendo assim ser usadas em serviços de alta
corrosão.
As válvulas de borboleta são empregadas principalmente para tubulações e grande diâmetro,
baixas pressões e temperaturas moderadas, tanto para líquidos como para gases, inclusive
para líquidos sujos ou contendo sólidos em suspensão, bem como para serviços corrosivos.
Algumas válvulas de borboleta podem causar turbilhona mento e cavitação quando em posição
ligeiramente aberta.
O emprego das válvulas de borboleta tem aumentado muito, por serem leves e baratas, e
também por serem facilmente adaptáveis a diversos tipos de atuadores e a comando remoto.
329
2. Válvula de diafragma - São válvulas sem engaxetamento, desenvolvida especialmente para
bloqueio e regulagem de fluidos corrosivos, tóxicos, ou perigosos de um modo geral, bem
como para fluido muito voláteis, ou que exijam total segurança contra vazamentos.
Na maioria das válvulas a sede é em forma de barragem, como mostra a figura; existem
também válvulas sem a barragem, denominadas de “passagem reta” próprias para serviço que
necessitam eventualmente de desobstrução mecânica através da válvula.As válvulas de
diafragma são quase sempre válvulas pequenas (até 6”), frequentemente com o corpo de
materiais não- metálicos (materiais plásticos, por exemplo), ou de metais com revestimentos
contra a corrosão (ebonite, borracha, plásticos, vidro, porcelana, etc.). A temperatura limite de
trabalho da válvula está em geral na dependência do material empregado no diafragma, que
varia conforme o fluido conduzido (borracha natural, borrachas sintéticas, neoprene, PTFE,
etc.).
330
3. Válvulas redutoras de pressão - As válvulas redutoras de pressão regulam a pressão a
jusante da válvula, fazendo com que essa pressão se mantenha dentro de limites preestabele-
cidos.
Essas válvulas são automáticas, isto é, funcionam sem intervenção de qualquer ação externa.
Em muitas delas o funcionamento se faz através de uma pequena válvula-piloto, integral com a
válvula principal e atuada pela pressão de montante, que dá ou não passagem ao fluido para a
operação da válvula principal. Tanto a válvula-piloto como a principal fecham-se por meio de
molas de tensão regulável de acordo com a pressão desejada.
331
Classificação das Conexões de Tubulação
Podemos dar a seguinte classificação de acordo com as finalidades e tipos das principais
conexões de tubulação (pipe-fittings):
Não existe uma distinção muito rígida entre as denominações “curva” e“joelho”, chamados às
vezes de “cotovelos”; de um modo geral, as conexões de raio grande são chamadas de
“curvas”, e os de raio pequeno são chamados de “joelhos”.
332
As conexões de tubulação podem também ser classificados de acordo com o sistema de
ligação empregado; teremos, então:
- Conexões para solda de topo.
- Conexões para solda de encaixe.
- Conexões rosqueados.
- Conexões flangeados.
- Conexões de ponta e bolsa.
- Conexões para ligações de compressão etc.
333
Conexões para solda de topo
As conexões para solda de topo são peças tendo um chanfro apropriado nas extremidades,
para a soldagem direta nos tubos, ou dessas peças entre si, como mostrado na Fig. 5.1. Essas
peças devem ser sempre do mesmo material dos tubos, ou de material de mesmo Número “P”,
como definido na norma ASME P.31, para evitar soldas dissimilares. São desse tipo quase
todas as conexões usadas em tubulações de 2” ou maiores. Fabricam-se em aço carbono e
aços-liga (especificação ASTM-A-234), e em aços inoxidáveis (especificação ASTM-A-403), a
partir de tubos, chapas e tarugos forjados (Fig. 25).
As conexões de aço-carbono, que são de grande maioria são fabricadas em quase todos os
tipos, desde ½” até 42” de diâmetro nominal, em diversas espessuras, correspondentes às
espessuras mais usuais dos respectivos diâmetro de tubo. Essas conexões são fabricadas
sem costura até 12”, e com ou sem costura para os diâmetros maiores. No Brasil fabricam-se
essas peças de qualquer tipo de aço até 42” de diâmetro nominal, nas espessuras séries 40,
80 e 160. A espessura de parede das conexões deve sempre ser igual à do tubo a que estão
ligadas, para permitir soldas perfeitas.
As dimensões básicas de todos os tipos de conexões fabricados para solda de topo estão
padronizadas na norma ASME.B.16.9. Todas as conexões cujas dimensões obedeçam a essa
norma são admitidas, pela norma ASME.B.31.3, como tendo resistência equivalente ao tubo de
mesmo material e de mesma espessura.
São os seguintes os principais tipos de conexões fabricados para solda de topo (fig.25):
334
Os joelhos para solda de topo são fabricados em dois tipos denominados de “raio longo” e de
“raio curto”. Nos joelhos de raio longo, o raio médio de curvatura vale 1½ vez o diâmetro
nominal, e nos de raio curto é igual ao diâmetro nominal.
Existem no comércio conexões para solda de topo com alguns tipos de revestimentos internos
anticorrosivos, já aplicados. Sempre que possível, o revestimento deve ser retocado na região
das soldas depois da montagem. Note-se que todas as conexões para solda de topo podem
ser soldadas diretamente uma à outra, como se vê no exemplo da Fig.24.
335
Conexões para solda de encaixe
Essas conexões têm as extremidades com o encaixe para soldagem nos tubos, e por esse
motivo devem também ser sempre do mesmo material dos tubos, ou de material de mesmo
“Número P”. As conexões para solda de encaixe são as peças empregadas, na prática indus-
trial corrente, na maioria das tubulações de pequeno diâmetro, até 1½”, inclusive. São fabrica-
das de aço-carbono forjado (especificações ASTM A105, A181 e A350), aços-liga e aços
inoxidáveis (especificação ASTM A182), metais não-ferrosos, e diversos plásticos. As peças de
metais não-ferrosos são às vezes para uso com brasagem, tendo por dentro do encaixe um
anel embutido de metal de solda: para fazer a solda, basta introduzir a ponta do tubo no
encaixe e aquecer pelo lado de fora para fundir a liga de solda.
As conexões para solda de encaixe de materiais plásticos devem ser soldadas por aquecimen-
to e compressão ou colocadas aos tubos com um adesivo adequado à resina plástica.
336
São os seguintes os principais tipos de conexões fabricados para solda de encaixe (Fig.26):
Conexões Rosqueadas
Essas conexões têm as extremidades com rosca interna – para o rosqueamento direto nos
tubos -, ou rosca externa, para rosqueamento a outras peças (Fig. 27). Como não são solda-
das aos tubos, poderão ser, caso necessário ou econômico de material diferente dos tubos.
São empregadas principalmente em tubulações prediais e em tubulações industriais em
serviços de baixa responsabilidade (água, ar, condensado de baixa pressão etc.), sempre até o
diâmetro nominal de 4”. Utilizam-se também em tubulações em que, devido ao tipo de material
ou ao serviço, sejam permitidas as ligações rosqueadas, tais como tubulações de ferro fundi-
do, ferro ou aço galvanizado e materiais plásticos, sempre até o diâmetro nominal de 4”.
337
Fig.27 Conexões rosqueadas.
Fonte: Telles, Pedro C. Silva, 2003, pg. 64. Ref. 5.4.
338
Conexões Flangeados
As conexões flangeadas (Fig.28) fabricadas principalmente de ferro fundido, são de uso bem
mais raro do que os flanges e do que as conexões dos outros tipos já citados.
As conexões flangeadas de aço fundido, de uso bastante raro na prática, podem ser usados
em tubulações industriais, para uma grande faixa de pressões e temperaturas de trabalho.
Entretanto, devido ao custo elevado, grande peso e volume, necessidade de manutenção e
risco de vazamentos, o emprego dessas peças deve ser restringido apenas aos poucos casos
em que seja necessária uma grande facilidade de desmontagem, ou a algumas tubulações de
responsabilidade para serviços corrosivos, com revestimento interno. São fabricadas com
flanges com face de ressalto ou face para junta de anel, em 6 classes de pressão (150#, 300#,
400#, 600#, 900#, 1.500#), e nos diâmetros nominais de 2” a 24”. As dimensões, pressões e
temperaturas de trabalho são as estabelecidas na norma ASME.B.16.5.
339
Existem ainda conexões flangeados de muitos outros materiais, tais como latões, alumínio,
plásticos reforçados com fibras de vidro (para tubos “FRP”). Encontram-se também no comér-
cio conexões de aço-carbono, com extremidades flangeadas e com vários tipos de revestimen-
tos internos anticorrosivos já aplicados: materiais plásticos, elastômeros, ebonites, etc. Os
flanges são geralmente do tipo “solto”, devendo obrigatoriamente o revestimento estender-se
até a face da virola dos flanges, para garantir a continuidade da proteção anticorrosiva.
340
Ambos os extremos rosqueados -
(BET).
Ambos os extremos lisos - (BEP).
Extremo maior rosqueado e menor
2. Niples de redução liso (large end threaded, small end
plain – LET – SEP).
Extremo maior liso e menor rosqueado
(large end plain, small end threaded
- LET – SET).
O comprimento dos niples varia em geral de 50 a 150mm. A Fig.29 mostra alguns tipos de
niples e exemplos de empregos. Os niples rosqueados têm, às vezes, uma parte sextavada no
centro para facilitar o aperto.
341
Todas essas conexões são fabricadas nos diâmetros e com os materiais adequados ao uso
com os tubos que empreguem cada um desses sistemas de ligação. As conexões com extre-
midades lisas, para tubo “FRP”, são fabricados em vários tipos (curvas, tês, reduções, flanges,
niples etc.), em toda faixa de diâmetros desses tubos, para uso com os sistemas de ligação.
As conexões de ferro fundido, de ponta e bolsa, são fabricadas de 2” a 24”, nas classes de
pressão nominal 125# e 250#; os principais tipos são os seguintes: joelhos, curvas (90º, 45º e
22 ½º), tês, reduções, peças em “Y”, cruzetas e peças para adaptação a válvulas flangeadas
(Fig.30).
342
e180º, tês, peças em “Y”, conectores (para a ligação a válvula e equipamentos), reduções,
tampões etc.
343
urvas em gomos e derivações soldadas
Além dos diversos tipos de conexões vistos nos itens anteriores, empregam-se também muito,
nas tubulações industriais, outros recursos para realizar mudanças de direção e fazer deriva-
ções, que são as curvas em gomos e as derivações soldadas (Fig.32). Essas peças são
usadas principalmente em tubulações de aço-carbono, e eventualmente em tubulações de
materiais termoplásticos.
Curvas em gomos (mitre bends) - As curvas em gomos são feitas de pedaços de tubo cortados
em ângulo e soldados de topo um em seguida do outro, como mostra a Fig.32. Dependendo
do número e do ângulo de inclinação dos cortes, podem-se conseguir curvas com qualquer
ângulo de mudança de direção. As curvas de 90º costumam ter 3 ou, mais raramente, 4
gomos; as de 45º costumam ter 2 ou 3 gomos.
Essas curvas têm, em relação às curvas sem costura de diâmetro e espessura iguais, uma
resistência e uma flexibilidade bem menores. Além disso, tanto a resistência como a flexibilida-
de podem variar muito, dependendo das proporções da curva e dos cuidados no corte e na
soldagem das peças. As arestas e soldas são pontos de concentração de tensões, e também
pontos especialmente sujeitos à corrosão e à erosão.
A concentração de tensões é tanto mais severa quanto menor for o número de gomos, menor
a distância entre as soldas e maior o ângulo de inclinação dos cortes. Por esse motivo, as
normas de projeto fazem determinadas exigências sobre esses pontos, como explicado a
seguir com referência à norma ASME.B.31.
344
Fig.32. Curvas em gomos e derivações soldadas.
Fonte: Telles, Pedro C. Silva, 2003, pg.67.fig.5.9.
- Para tubulações, em diâmetros acima de 20”, devido ao alto custo e dificuldade de obtenção de
outros tipos de curvas de grande diâmetro.
- Para tubulações de pressões e temperaturas moderadas (classes de pressão150# a 400#
inclusive), em diâmetros acima de 8”, por motivo de economia.
Embora não seja proibido por norma, não é usual o uso de curvas em gomos em tubulações
de aços-liga ou inoxidáveis.
345
Em tubulações de materiais termoplásticos, as soldas devem ser feitas a topo, por aquecimen-
to e compressão.
Derivações soldadas - Existem muitos tipos de derivações soldadas, feitas sem o emprego de
peças em “TÊ”, seja como tubos soldados diretamente um no outro, seja com o auxílio de
luvas, colares ou selas (Fig. 32); essas derivações aplicam-se a tubulações de qualquer tipo de
aço: aço-carbono, aços-liga, e aços inoxidáveis.
Para ramais pequenos, até 2” de diâmetro, é usual o emprego de uma luva (rosqueada ou para
solda de encaixe), soldada diretamente ao tubo-tronco, desde que esse último tenha pelo
menos 4” de diâmetro. A norma ASME.B.31.3 admite esse sistema, para ramais até 2”, sem
limitações locais, desde que as luvas tenham resistência suficiente e desde que a relação entre
os diâmetros normais do tubo-tronco e da derivação seja igual ou superior a 4.
Os ramais de quaisquer diâmetros, acima de 1”, podem ser feitos com o uso de “selas” ou de
“colares”, que são peças forjadas especiais, soldadas ao tubo-tronco, servindo também como
reforço de derivação. Com essas peças podem-se fazer inclusive ramais com o mesmo diâme-
tro do tubo-tronco, admitindo as normas esse sistema de derivações sem limitações de pres-
são, temperatura, ou classe de serviço.
Para os ramais de 2” ou mais, desde que o diâmetro do tubo- tronco seja maior do que o
diâmetro do ramal, o sistema mais usual em tubulações industriais é a solda direta de um tubo
no outro (boca-de-lobo). As bocas-de-lobo podem ser sobrepostas (set-on), ou penetrantes
(set-in), também chamadas de inseridas, como mostra a Fig.33. As sobrepostas são mais
baratas, de execução mais fácil e dão menores tensões residuais de soldagem, sendo por isso
empregadas na maioria dos casos, embora tenham menor resistência mecânica. As penetran-
tes têm maior resistência, resultando, porém, em maiores tensões residuais de soldagem,
sendo usadas apenas em tubulações de parede muito espessa, para pressões muito altas, e
para as quais deva ser feito o tratamento térmico de alívio de tensões.
346
Fig.33 - Bocas-de-lobo
Fonte: Telles, Pedro C. Silva, 2003, pg. 69. Referente Fig. 5.11.
A norma ASME.B.31 (Seções 1 e 3) aceita ambos esses tipos de derivação, para quaisquer
condições de pressão e temperatura, indicando detalhadamente os casos em que são neces-
sários reforços locais, e dando as fórmulas para o cálculo dos mesmos, desde que os eixos da
derivação e do tubo-tronco sejam concorrentes, e que o ângulo entre eles esteja compreendido
entre 45º e 90º. Os reforços consistem geralmente em um anel de chapa envolvendo a deriva-
ção e soldado no tubo-tronco e na derivação. As bocas-de-lobo são desaconselhadas para
serviços sujeitos a fortes vibrações ou altamente cíclicos.
- Bocas-de-lobo simples
Vantagens: Baixo custo, facilidade de execução (uma única solda), não há necessidade de
peças especiais.
Desvantagens: Fraca resistência, concentração de tensões, perda de carga elevada, controle
de qualidade e inspeção radiográfica difíceis. Alguns projetistas limitam o seu uso somente
para a classe de pressão 150#.
347
- Bocas-de-lobo com anel de reforço
Vantagens: As mesmas do caso anterior, resistência mecânica melhor, concentração de
tensões mais atenuada.
Desvantagens: Perda de carga elevada, controle de qualidade e inspeção radiográfica difíceis.
Alguns projetistas proíbem o seu emprego para as classes de pressão 900# ou maior.
348
Outros Acessórios de Tubulação
Existem ainda em uso corrente alguns outros acessórios de tubulação, entre os quais pode-
mos citar os seguintes:
- Peças “figura 8” (spectacle flanges).
- Raqueta (paddle blinds).
- Juntas giratórias (swivel joints).
- Discos de ruptura.
As peças “figura 8” e as raquetas e as válvulas de flange cego, são acessórios que se instalam
em uma tubulação, quando se deseja um bloqueio rigoroso e absoluto na tubulação. Esses
acessórios são empregados também, algumas vezes, em lugar das válvulas, por motivo de
economia ou em locais onde o bloqueio da tubulação só seja preciso fazer esporadicamente.
A Fig.34 mostras exemplos de peças “figura 8” e de raquetas, que são acessórios simples,
feitos de chapa de aço recortada. Essas peças são colocadas entre dois flanges quaisquer da
tubulação; com o aperto dos parafusos dos flanges consegue-se a vedação absoluta da linha.
As peças “figura 8” ficam permanentemente na tubulação; quando se deseja bloquear o fluxo
põe-se o lado cheio entre os flanges, e quando se quer permitir o fluxo põe-se o lado vazado
entre os flanges. As raquetas são colocadas na tubulação apenas quando se quer bloquear.
As peças “figura 8” têm por isso a vantagem de manter sempre a mesma distância entre os
flanges.
349
As peças “figura 8” e as Raquetas são empregadas, na maioria das vezes, junto a uma válvula
de bloqueio, e colocadas diretamente em um dos flanges dessa válvula. Quando se deseja o
bloqueio absoluto da tubulação, a manobra é a seguinte: fecha-se a válvula de bloqueio,
drena-se o trecho de tubulação do lado em que for ficar a peça, desapertam-se os parafusos
dos flanges colocando-se entre os flanges a raqueta ou o lado fechado da “figura 8’, e aper-
tam-se novamente os parafusos. Evidentemente, devem ser colocadas juntas de ambos os
lados da raqueta ou da “figura 8”, e os parafusos têm de ser mais compridos do que os parafu-
sos usuais dos flanges. Para abrir o bloqueio é feita a mesma manobra em sentido inverso.
As juntas giratórias são acessórios que permitem o movimento de rotação axial, em torno de
um eixo passando pela linha de centro do tubo.
Consistem essencialmente em duas peças cilíndricas concêntricas capazes de deslizar uma
em torno da outra. Para evitar vazamentos, todas as juntas giratórias têm um sistema qualquer
de engaxetamento ou de retentores. As juntas giratórias, que são fabricadas apenas em
tamanhos pequenos (raramente acima de 4”), são usadas em locais em que seja necessário
ter-se movimento de rotação axial como, por exemplo, nas instalações de enchimento de
veículos e de vasilhames.
Os discos de ruptura são peças muito simples, destinadas a proteger uma tubulação contra
sobre pressões internas, fazendo, portanto, o mesmo serviço das válvulas de segurança e de
alívio. São discos de chapa fina resistente à corrosão, colocados em um extremo livre da linha,
imprensados entre dois flanges. A chapa fina é calculada e construída para se romper com um
determinado valor da pressão interna. Os discos de ruptura são frequentemente usados em
combinação com uma válvula de segurança, e colocados antes da válvula.
Existem discos de ruptura com uma pequena carga explosiva, de modo que podem ser rompi-
dos quando necessário, por ação externa, manual ou automaticamente.
350
Diâmetros comercias dos “tubos para condução” de aço
Os diâmetros comerciais dos “tubos para condução” (steel pipes) de aço – carbono e de aços
– liga estão definidos pela norma americana ANSI. B.36.10, e para os tubos de aços inoxidá-
veis pela norma ANSI B.36.19. Essas normas abrangem os tubos fabricados por qualquer um
dos processos usuais de fabricação.
Todos esses tubos são designados por um número chamado “Diâmetro Nominal IPS” (Iron
Pipe Size), ou “bitola nominal”. A norma ANSI. B.36.10 abrange tubos com diâmetros nominais
de ¹/8 Ø até 36” Ø, e a norma ANSI. B.36.19 abrange tubos de 1/8”Ø até 12” Ø. De ¹/8 até 12”
o diâmetro nominal não correspondente a nenhuma dimensão física dos tubos; de 14” até 36”,
o diâmetro nominal coincide com o diâmetro externo dos tubos.
Para cada diâmetro nominal fabricam-se tubos com várias espessuras de parede, denomina-
das “séries” (Schedule), o diâmetro externo é sempre o mesmo, variando apenas o diâmetro
interno, que será tanto menor quanto maior for a espessura do tubo. Por exemplo, os tubos de
aço de 8” de diâmetro nominal tem todos um diâmetro externo de 8,625”. Quando a espessura
deles corresponde à série 20, a mesmo vale 0,250”, e o diâmetro interno vale 8,125”. Para a
série 40, a espessura vale 0,322”, e o diâmetro interno 7,981”; para a série 80, a espessura
vale 0,500”, e o diâmetro interno 7,625”; para a série 160, a espessura vale 0,906”, e o diâme-
tro interno 6,813 e assim por diante. A Fig 35 mostra as seções transversais de três tubos de
1” de diâmetro nominal, com diferentes espessuras.
351
A listagem completa de ¹/8” O até 36” O inclui um total de cerca de 300 espessuras diferentes.
Dessas todas, cerca de 100 apenas são usuais na prática, e são fabricadas correntemente; as
demais espessuras fabricam-se somente por encomenda. Os diâmetros nominais padroniza-
dos pela norma ANSI.B.36.10 são os seguintes: ¹/8”, ¹/4”, ³/8”, ¹/2”, ³/4, 1”, 1¹/4” ,1¹/2” ,2”, 2¹/2”
,3” ,3¹/2” ,4” ,5” ,6” ,8”, 10”, 12” ,14” ,16” ,18” ,20” ,22” ,24” ,26” ,30” e 36”.
Os diâmetros nominais de 1¹/4”, 2¹/2”, 3¹/2” e 5”, embora constem nos catálogos, são pouco
usados na prática e por isso devem ser evitados nos projetos.
Os tubos de diâmetros acima de 36” O não são padronizados, sendo fabricados apenas por
encomenda, e somente com costura, pelos processos de fabricação por solda.
A normalização dimensional das normas ANSI.B.36.10 e 36.19, que acabamos de descrever,
foi adotada pela norma Brasileira P-PB-225, da ABNT.
Para os tubos sem costura os comprimentos nunca são valores fixos, porque dependem do
peso do lingote de que é feito o tubo, variando na prática entre 6 e 10m, embora exista tubos
com comprimentos de até 18 m. os tubos com costura podem ser fabricados em comprimentos
certos pré-denomindos: como, entretanto, essa exigência encarece os tubos sem vantagens
para uso corrente, na prática esses tubos têm também quase sempre comprimentos variáveis
de fabricação (random lenghts). Os tubos de fabricação nacional com costura longitudinal de
solda por arco submerso podem ter comprimentos de até 12 m, e os tubos com solda longitu-
dinal por solda de resistência elétrica, comprimentos de até 18 m.
Os tubos de aço são fabricados com três tipos de extremidade, de acordo com o sistema de
ligação a ser usado.
Os tubos com extremidades rosqueadas costumam ser fornecidos com uma luva.
352
Série = 1.000 P
S
em que
A citada norma padronizou as séries 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120, 140 e 160, sendo que,
para a maioria dos diâmetros nominais, apenas algumas dessas espessuras são fabricadas. A
série 40 correspondem ao artigo “peso normal” nos diâmetros até 10”, e são as espessuras
mais comumente usadas na prática, para os diâmetros de 3” ou maiores. Para os tubos acima
de 10” O, a série 40 é mais pesada do que o antigo peso normal. Para os tubos até 8” O, a
série 80 corresponde ao artigo XS. Fabricam-se ainda tubos até 8” com espessura XXS, que
não têm correspondente exato nos números de série, sendo próximo da série 160.
Na norma ANSI B.36.19, para tubos de aços inoxidáveis, as espessuras normalizadas têm os
mesmos valores numéricos da norma ANSI B.36.10, e as designações de espessuras são
também as mesmas, acrescidas da letra S depois do número de série.
Para diâmetros pequenos, até 12”Ø, é usual na prática especificarem-se apenas tubos de
parede grossa (séries 80 ou 160) para que o tubo tenha resistência estrutural própria, para
vencer maior vão entre suportes e reduzindo a ocorrência de vibrações.
1. Polietileno - É o mais leve e o mais barato dos materiais termoplásticos, tendo excelente
resistência aos ácidos minerais, aos álcalis e aos sais. É um material combustível com fraca
resistência mecânica.
353
2. Cloreto de polivinil (PVC) - É um dos termoplásticos de maior uso industrial. A resistência à
corrosão é em geral equivalente à do polietileno, mas as qualidades mecânicas são sensivel-
mente melhores. Os tubos rígidos de PVC são muito empregados para tubulações de águas,
esgotos, ácidos, álcalis e outros produtos corrosivos.
5. Epóxi - É um material termo estável de muito uso para tubos de grande diâmetros (até
900mm). O epoxi é um material plástico de boa resistência à corrosão, queima-se lentamente,
e pode ser empregado em temperaturas até 150°C.
354
- amarelo: gases em geral.
- laranja: ácidos.
- lilás : álcalis.
- cinza-claro: vácuo.
- castanho: outros fluidos não especificados.
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