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DESALINHAMENTO DE CORREIA

TRANSPORTADORA. PORQUE
ACONTECE E COMO CORRIGIR
Artigo 06 – Publicado no LinkedIn em: 08/12/2018
Autor: Willian de Castro Toledo
Engenheiro Mecânico CREA: MG 158177D

Willian Castro

31 988206238

williancastro86@hotmail.com
SUMÁRIO

DESALINHAMENTO DE CORREIA TRANSPORTADORA. PORQUE


ACONTECE E COMO CORRIGIR ........................................ I

INTRODUÇÃO ............................................................. 2

DEFINIÇÃO DE DESALINHAMENTO ................................. 2

PRINCIPAIS CAUSAS PARA O DESALINHAMENTO ............. 5

TESTANDO A CORREIA TRANSPORTADORA .................... 6

TÉCNICAS PARA AJUSTE DE CORREIA ........................... 8

CONCLUSÃO ............................................................ 10

REFERÊNCIAS .......................................................... 11

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INTRODUÇÃO

O desalinhamento de correia transportadora é um dos maiores


problemas na operação de manuseio de material a granel do
sistema do transportador, chegando a representar alto número de
horas improdutivas do equipamento e consequentemente perda de
produção, além de provocar danos nas bordas da correia
transportadora reduzindo sua vida útil, danos na estrutura do
transportador e derramamento de material ocasionando sujeira nas
instalações industriais, elevando os custos com limpeza.

DEFINIÇÃO DE DESALINHAMENTO

Por definição, o desalinhamento é a alteração na linearidade da


correia transportadora em seu leito, devido a problemas de projeto,
manutenção e/ou montagem dos transportadores de correia,

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causando perda do material transportado, desgaste de
componentes e da correia transportadora.

Em uma situação ideal, uma correia transportadora deve estar em


boas condições e com a carga alinhada no centro, e uma estrutura
de transporte deve ser bem projetada e bem preservada. Sob estas
condições, a correia transportadora não iria desviar e permaneceria
em perfeito alinhamento.

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A Martin Engineering aborda e explica de um modo muito
interessante como o desalinhamento da correia transportadora
acontece através de sua publicação “FOUNDATIONS”. De acordo
com a publicação, a regra fundamental de regulagem da correia
transportadora é: a correia fará o movimento para o lado que tiver
mais fricção ou o lado que alcançar a fricção primeiro.

Quando um lado da correia encontra a fricção, ela se move mais


lentamente, portanto, o outro lado da correia vai se movimentar
mais rapidamente, sendo assim, ocorre um desiquilíbrio de forças
que conduz a correia ao lado de movimento mais lento. A figura
abaixo exemplifica o conceito do desalinhamento colocado pela
Martin Engineering.

Outra regra também de acordo com o Foundations, é que o


alinhamento de correia em qualquer ponto dado é mais afetado
pelos condutores e por outros componentes anteriores, sejam eles
rolos e/ou tambores por onde a correia já passou do que pelos
componentes posteriores, ou seja, os lugares onde a correia ainda
não passou.

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Isto significa que, em qualquer ponto de onde o desalinhamento
seja visível, a causa está em um ponto por onde a correia já passou.
Consequentemente as medidas corretivas devem ser aplicadas a
uma certa distância, antes do ponto onde a correia mostra
desalinhamento visível conforme figura abaixo.

PRINCIPAIS CAUSAS PARA O


DESALINHAMENTO

O desalinhamento de uma correia transportadora pode ser causado


por uma série de problemas, dentre eles o desalinhamento e/ou
desnivelamento dos componentes do transportador, carregamento
do material através do chute de alimentação fora do centro da
correia, acúmulo de material fugitivo nos componentes de rolagem,
emenda de correia malfeita (fora de esquadro), fortes ventos, danos
estruturais, subsidência do solo e muitos outros.

A tabela abaixo identifica os principais tipos de desalinhamento


bem como suas causas e ações para correção.

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TESTANDO A CORREIA TRANSPORTADORA

Conseguir alinhar uma correia transportadora no centro da


estrutura de transporte é um processo de ajuste dos seus
componentes e condições de carregamentos para corrigir qualquer
tendência da correia transportadora fugir do trajeto previsto.

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O ideal para se conseguir identificar as irregularidades dos
componentes do transportador de forma mais precisa e detalhada
é através da topografia, porém dificilmente na hora de corrigir um
desalinhamento, a equipe de manutenção terá pessoas
capacitadas e equipamentos disponíveis para fazer a leitura
topográfica, sendo assim, será descrito algumas técnicas para
correção do desalinhamento com inspeção e ajustes de roletes.

1. A inspeção deve iniciar no primeiro rolete logo após a área de


maior tensão do transportador que normalmente é onde a correia
deixa o tambor de acionamento. É recomendável fazer os ajustes
dos componentes em áreas de baixa tensão, pois possuem maior
impacto na correção do trajeto da correia, sendo assim, uma boa
prática é começar do tambor de acionamento para o tambor de
cauda (área de menor tensão), localizando o ponto máximo do
desalinhamento e ajustando o quarto, quinto ou sexto rolete um por
vez pela parte de retorno anterior a este ponto. Avaliar se houve
melhora antes de fazer novo ajuste.

2. Para evitar potenciais riscos, alinhe a correia transportadora


quando estiver vazia. Após a conclusão do alinhamento, movimente
a correia com uma carga completa e verifique o alinhamento por
dois ou três ciclos completos antes de realizar outros ajustes.
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3. É importante certificar-se de que o peso do contrapeso está
em nível adequado conforme o projeto e se está aplicando a tensão
corretamente na correia. Se a correia estiver tensionada
inadequadamente pelo contrapeso, é provável que haja diversas
variações no trajeto.

4. Caso o ajuste dos roletes não corrigirem o desalinhamento,


deverão ser avaliadas outras causas tais como: carregamento fora
do centro da correia, estruturas desniveladas e/ou desalinhadas,
emenda fora do esquadro, curvatura excessiva da correia
provocada por falha na fabricação ou armazenamento e etc.

TÉCNICAS PARA AJUSTE DE CORREIA

• Alterar a posição do quarto, quinto ou sexto rolete com


pequenos ajustes no ponto anterior ao ponto máximo do
desalinhamento para o lado que se quiser direcionar a correia
transportadora, tendo em vista o seguinte princípio: a correia
transportadora sempre se moverá para a parte do rolo que a
toque primeiro, lado de maior fricção.

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1. Outra alternativa para alinhar a correia transportadora é
inclinar os roletes de carga levemente em até 2° na direção
do trajeto da correia. A fricção da correia nos roletes
inclinados gera uma força central que é direcionada para a
linha central da correia. Este método pode ser feito inserindo
arruelas de metal niveladas nos roletes no lado oposto a
direção de trajeto da correia.

Observação: Este método pode aumentar a tensão efetiva da


correia transportadora e consequentemente aumentar a potência
requerida do sistema de acionamento. Recomendável utilizar
somente em último caso.

Não recomendável

• Alinhar a correia transportadora conforme se aproxima do


tambor de cauda com ajuste dos roletes para movimentá-la
em direções opostas.

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• Nivelar os roletes de forma que as pontas destes roletes
fiquem opostos próximos ao tambor de cauda. Em teoria, esta
desregulagem em direções opostas produz forças
concorrentes que operam para centralizar a correia,
incorporando instabilidade (vibrações) para o sistema,
quando a meta de operação ideal é justamente a
estabilidade.

CONCLUSÃO

No mundo real, correias transportadoras desalinham, porém


permitir um desalinhamento crônico pode trazer consequências tais
como danos pessoais, escape de material fugitivo e danos para a
estrutura do transportador e para a correia. Alinhar uma correia
transportadora não é uma tarefa simples e requer conhecimento e
capacidade técnica da equipe de manutenção para correção deste
problema relevante para operação de manuseio de material a
granel.

Para sequência deste importante assunto, estarei postando vídeos


autoexplicativos com os principais tipos de desalinhamento e suas
causas e correções.

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REFERÊNCIAS

FOUNDATIONS. Guia prático para um controle mais limpo, seguro


e produtivo de pó e material a granel. 4. Ed. Neponset, IIIinois,
U.S.A

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