Você está na página 1de 12

Levantamento e Laudo de Verticalidade das Estruturas Verticais

1. Materiais necessários
• Estação Total;
• Smartphone ou máquina fotográfica;
• Trena para medições complementares.

2. Limitações e parâmetros para avaliação


A ANSI/TIA222-H, no item 13.3.3, informa que a distância horizontal entre as linhas de centro
verticais em quaisquer duas elevações ao longo da altura da estrutura, não deve exceder
0,25% da distância vertical entre as duas elevações para torres treliçadas e 0,50% para postes.
Estes limites não devem ser comparados com cada visada, mas sim com a composição das
visadas, representando a real deformação geral da estrutura em avaliação.

Figura 1 – Item específico da ANSI/TIA222-H referente as deformações das estruturas.

3. Execução
O procedimento recomendado e sugerido para execução dos serviços é informado abaixo:
a. O primeiro ponto de visada deverá ser locado a uma distância suficiente, de forma a
possibilitar a correta medição de toda a altura da estrutura. Além da distância adequada,
deverá ser realizado o alinhamento do equipamento (estação total) com um ângulo de 90
graus em relação a face analisada. Caso não seja possível avaliar a estrutura com uma distância
adequada, necessário inserir um “cachimbo” no equipamento para auxiliar a medição. Abaixo
um croqui representativo das medições:
Figura 2 – Representação das visadas para torre triangulares e quadrangulares.

Figura 3 – Representação das visadas para postes


b. Após o alinhamento e nivelamento do equipamento, verificar o desnível existente
entre as bases da estrutura. Esta medição terá a finalidade de avaliar possíveis falhas de
verticalidade da torre causada por problemas iniciais não relacionados ao carregamento.
i. Estruturas com stub: Este procedimento deverá ser realizado levando como
referência o primeiro ponto de emenda do montante. Croqui representativo:

Figura 4 – Representação da visada para avaliação do desnível das bases – Stub.

ii. Estruturas com placa de base: Este procedimento deverá ser realizado levando
como referência a placa de base. Croqui representativo abaixo:

Figura 5 – Representação da visada para avaliação do desnível das bases. – Placa de Base.

c. O próximo procedimento é medir os ângulos horizontais a cada trecho, sendo:


• Base da estrutura (tangente ao montante à esquerda e direita).
• Imediatamente abaixo ou imediatamente acima de todas as emendas (tangente ao
montante à esquerda e direita). Lembrando que devemos seguir o mesmo padrão para a
medição, ou seja, se durante uma medição iniciarmos a referência como o topo da tala de
emenda, devemos seguir assim até a sua conclusão.
• Topo (tangente ao montante à esquerda e direita);
• Caso seja constatado que a verticalidade sofra alteração significativa entre um dos
pontos recomendados para medição citados acima, poderão ser feitas medições
complementares. Lembrando que as medições deverão possibilitar a correta.
•interpretação da verticalidade, caso a quantidade de medidas realizadas seja
insuficiente será necessário realizar uma nova vistoria.
• Para as torres estaiadas, deverá ser avaliado além dos pontos de emenda dos
montantes, os pontos de fixação das cordoalhas. Considerando que o tensionamento das
cordoalhas incorreta pode implicar no desalinhamento da estrutura, as medições nestes
pontos de ancoragem são de fundamental importância.
d. Em seguida, realizar a mudança do aparelho e repetir os procedimentos citados
acima para a visada B. Para torres triangulares o ângulo entre visadas deverá ser de 120°, para
torres quadrangulares e postes o ângulo deverá ser de 90°, conforme item 4-a .
e. Registrar fotos do local das visadas e da deformação da estrutura;
f. O procedimento de acesso ao site deve ser realizado com a antecedência necessária,
junto ao departamento correspondente. i. Em eventualidades de não ser possível acessar o
site ou na existência de obstáculos que impossibilitem a visada da base da estrutura, deverá
ser registrada esta obstrução em fotos e as medições feitas a partir do trecho mais baixo da
estrutura que possa ser visualizado.

4. Precisão e unidades
Considerando os equipamentos que serão utilizados na execução dos serviços, a precisão
deverá ser condizente com o tipo de medição. Ângulos em graus, minutos e segundos (por
exemplo, 11° 49' 55"), centésimo de metros para altura da estrutura e distância do
equipamento (por exemplo, 23,34m) e centésimo de centímetros para deslocamentos (por
exemplo, 1,83cm).

5. Considerações das flechas e composição das visadas


Quanto ao que se refere a composição das visadas e medições das flechas, existem
diversas normas e procedimentos aplicáveis, incluindo o da ANSI/TIA222-H, referência desta E
specificação. Segundo a ANSI/TIA222-H, a composição das visadas e análise das flechas
deve ser feita através de 3 medições, desta forma possibilitando a análise da rotação da
estrutura. Como forma de simplificar o processo, permitimos que os nossos fornecedores
realizem as medições e análises conforme metodologia própria, porém respeitando os
procedimentos contidos neste manual e de acordo com a validação da engenharia da ATC.
Como prática de mercado, os levantamentos são realizados através de duas medições,
visada A e visada B. A análise das visadas de forma independente não permite entender o real
comportamento da estrutura, necessitando que as medições sejam aferidas resultando na
composição das visadas.
A validação da composição das visadas será realizada através da representação
esquemática e obtenção dos valores informados. Abaixo um exemplo do que consideramos
como composição das visadas para torre triangular:

Figura 6 – Representação da Composição das Visadas.

A composição das visadas é a distância entre o centro da torre caso ela estivesse
alinhada e o ponto central efetivamente existente. Para a análise por trecho, a origem da
distância referente a composição das visadas é considerada como o centro do trecho inferior
(medida anterior), para a análise global da torre é o centro da base da estrutura.
Portanto, a estrutura deve ser verificada para duas situações a análise por trecho e a
análise global. Abaixo os gráficos representativos que devem conter nos laudos:
Figura 7 – Representação do Gráfico de Composição das Visadas – Análise por Trecho
Figura 8 – Representação do Gráfico de Composição das Visadas – Análise Global

6. Relatório
O laudo de verticalidade, a ser apresentado no final dos serviços, deverá conter no mínimo as
informações abaixo descritas:
a. Informações básicas do serviço e informações da estrutura:
• ID SBA;
• Fornecedor;
• Estrutura (exemplo, torre autoportante, torre estaiada, poste);
• Endereço;
• Coordenadas; deverá constar uma foto do GPS ou celular com a aferição das
coordenadas;
• Altura total conforme medição;
• Condições climáticas (ex.: 38°C e ensolarado);
• Data e horário de execução das leituras;
• Quantidade de módulos do levantamento;
• Ângulo entre visadas;
• Seção transversal (ex.:triangular, quadrangular ou poste).
b. Tabela de medições para cada visada
• Identificação das visada;
• Distância da visada;
• Nível (altura ou comprimento módulo);
• Leitura tangente esquerda e leitura tangente direita;
• Valor angular calculado para o eixo;
• Desvio registrado em medidas lineares (cm) entre módulos e acumulados. Valores
negativos representam o deslocamento à direita do eixo, positivos a esquerda;
• Exemplo abaixo:

Figura 9 – Representação da tabela de medições.

c. Composição das visadas


• Nível;
• Altura;
• Limite estabelecido pela ANSI/TIA222-H, sendo 0,25% para torres e 0,50% para
postes em relação a altura em questão;
- Para a análise da composição das visadas por trecho o limite deve ser considerado
como a diferença da altura dos trechos.
- Para análise da composição das visadas global o limite deve ser considerado com a
altura do trecho em relação a base.
• Valores observados paras visada A e Visada B:
- Para a análise da composição das visadas por trecho os valores observados são os por
trecho.
- Para a análise da composição das visadas global os valores observados são os
acumulados.
• Valores observados paras visada A e Visada B:
• Composição das visadas da deformação resultante (gráfico e tabela);
• Comparação da composição das visadas com os limites da ANSI/TIA222-H;
Figura 10 – Representação da tabela de composição das visadas – Trechos e Global

d. Representações e croquis
• Vista em elevação da torre com os pontos de medição. Quando torre estaiada,
indicar os pontos de fixação das cordoalhas. Abaixo uma representação para torre estaiada e
autoportante, respectivamente:

Figura 11 – Representação da elevação para torre estaiada, torre autoportante e poste.


• Croqui simples com localização da estrutura no site e rosa dos ventos indicando o norte
verdadeiro, além de construções e obstáculos existentes no site e posição das visadas.
• Quando a estrutura possuir torre estaiada inserir a nomenclatura dos blocos com a
finalidade de auxiliar a identificação. Abaixo uma representação sugerida:

Figura 12 – Representação do posicionamento das visadas e rosa dos ventos indicando o Norte.


• Inserir uma representação em planta da seção transversal da torre indicando os azimutes de
cada face. Exemplo sugerido abaixo:

Figura 13 – Representação do posicionamento das visadas e azimute das faces.

e. Comentários e conclusões
• Conclusões sobre a deformação ser coerente ou não. Abaixo a representação e
exemplo dos tipos de deformação:
Figura 14 – Representação das deformações coerentes e não coerentes.
Conclusões a partir do comparativo dos limites da ANSI/TIA222-H em porcentagem
(ex.: deformação global 0,15% e deformação por trecho 0,33%)

Figura 15 – Tabela resumo dos resultados.

Figura 16 – Conclusão padrão para os laudos de verticalidade


• Fotos demonstrando as deformações:
- Torres: Fotos dos montantes da torre, das faces, da base da estrutura, do posicionamento da
estação total, da entrada do site e vista completa da estrutura.
- Postes: Fotos da lateral do poste, da base da estrutura, do posicionamento da estação total,
da entrada do site e vista completa da estrutura.
f. ART, TRT ou RRT referente ao serviço executado, ver PTE0120_R03, para orientações.
g. A seguir são apresentadas fotos mínimas que deverão conter no relatório. Fotos
complementares poderão ser inseridas conforme critério do fornecedor:
- Foto da entrada do site
- Foto das bases da estrutura
- Foto da estrutura completa (ou o máximo possível)
- Fotos de todos os montantes da torre, partindo da base com a finalidade de verificar o
alinhamento. As fotos deverão ser identificadas correspondendo ao croqui da figura 12
- Fotos de todas as faces da torre, partindo da base com a finalidade de verificar o
alinhamento. As fotos deverão ser identificadas correspondendo ao croqui da figura 12.
- Fotos indicando o posicionamento do equipamento para as duas visadas.

Você também pode gostar