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FUNDAMENTOS

DE
ALINHAMENTO DE
SISTEMAS DE ARMAS
Unidade de Ensino 9.0
Aula 9.1
2 TEMPOS
OBJETIVO
- Identificar os principais elementos
envolvidos no alinhamento dos sistemas de
armas.
- Identificar a sequência de eventos
necessários à realização do ciclo de
alinhamento de um sistema de armas naval
típico.
SUMÁRIO
• INTRODUÇÃO
• REFERÊNCIAS
– Planos de Referência
– Marcas de Referência
• INSTRUMENTOS DE MEDIDA
– Clinômetro
– Teodolito
• “ALINHAMENTO (“TILT TEST”, MECÂNICO,
ELÉTRICO, TESTES E VERIFICAÇÕES)
• CICLO DE ALINHAMENTO
INTRODUÇÃO

Os modernos sistemas de armas navais são


constituídos de diversos elementos (equipamentos) que
operam de forma integrada para a execução do tiro,
porém dispostos em diferentes locais de bordo.
Para funcionarem efetivamente como um sistema,
estes elementos necessitam estar mutuamente alinhados
(em elevação e conteira) e devem girar sobre planos
paralelos.
INTRODUÇÃO
• Para que os elementos estejam alinhados, os
seguintes requisitos devem ser atendidos:
– Tubos, lançadores, feixes radares e eixo ótico dos
telescópios são paralelos e permanecem paralelos para
qualquer movimento, quando em operação normal (sem
correções de paralaxe);
– Todas as indicações dos mostradores de elevação e
conteira estão corretas, de acordo com as respectivas
linhas de referência.
– Todas as transmissões angulares entre os elementos estão
corretas.
INTRODUÇÃO
• Para atingir os requisitos supracitados, as seguintes
condições devem ser observadas:
– Todos os indicadores e sistemas de transmissão estão
alinhados de forma que as respectivas linhas de 0º de
conteira dos elementos estejam paralelas;
– Os PPR (plano de passeio dos roletes) dos elementos são
paralelos ou “virtualmente” paralelos.
– Todos os indicadores e sistemas de transmissão estão
alinhados de forma que quando as respectivas linhas de
visada sejam paralelas, os planos de referência de 0º de
elevação também estejam paralelos.
REFERÊNCIAS
• Plano Mestre de Elevação ou de Referência (Master Level)
• Plano Mestre de Conteira ou Linha de Centro (Master
Training Datum)
• Plano Secundário de Conteira ou Linha de Centro
Transportada (Secundary Training Datum)
• Marcas de Referência
As medidas angulares são a marcação e o sítio,
ou seja, conteira e elevação. Necessitamos,
portanto, de duas referências, ou origens para a
medição destes ângulos, que são, teoricamente,
estabelecidas a partir quilha do navio (plano de
flutuação do navio).
Para a elevação, temos o Plano Mestre de
Elevação ou Plano de Referência (PR); e
Para a conteira, a Linha de Centro, também
chamada de Plano Mestre de Conteira.
PLANO MESTRE DE ELEVAÇÃO

É o plano paralelo à linha de flutuação


(quilha) e, aproximadamente, horizontal se
considerarmos o navio em condições de trim e
banda zero. O ideal seria que todas as bases dos
elementos fossem exatamente paralelas a ele.
Assim, descontada a paralaxe, teriam a mesma
leitura para elevação quando sobre o mesmo
alvo. É a referência de elevação para o SA.
Nas F. classe Niterói e Cv classe Inhaúma, é
um plano definido por uma placa de forma
quadrada, com 25 cm de lado, fixada em local
onde sofre o mínimo de esforços estruturais,
nestes casos, em antepara no compartimento das
agulhas giroscópicas.
Esta placa também tem gravadas as diversas
linhas de marcação, de dez em dez graus, a partir
da linha de centro.
Plano de Referência ou
Master Level

Clinômetro sobre o “Master Level”


PLANO MESTRE DE CONTEIRA
É o plano paralelo à linha longitudinal do navio
(quilha) e perpendicular ao PR (Master Level), a
partir da qual, em todos os elementos, são medidos
os valores angulares de marcação de tal forma que,
descontada a paralaxe, indiquem o mesmo valor de
conteira para os mesmos alvos. É definido por 3
Marcas de Referência (2 no convés e 1 na
antepara).
A linha de centro, após ser estabelecida, é
gravada em local onde sofra o menor esforço
estrutural possível para que não modifique ao
longo da vida do navio. Também é “levada” para
conveses abertos onde haja elementos de
Sistemas de armas, sendo aí chamada de Linha
de Centro Transportada (Planos Secundários de
Conteira) e usada em verificações periódicas.
“Linha de Centro Transportada” e mais
um ponto, definindo um plano.

“STD - Secondary Training Datum”


MARCAS DE REFERÊNCIA

São placas metálicas fixadas em locais


determinados, normalmente uma para cada
elemento e servem para uma rápida verificação
das suas condições de alinhamento.
INSTRUMENTOS DE MEDIDA
Em certas ocasiões, é necessário fazer uma
verificação completa no alinhamento dos
elementos do armamento. Para tal, os navios são
colocados em diques, dependendo da classe, a
seco ou flutuando, devidamente escorados para
que se possa usar instrumentos, que utilizam
bolhas de ar, para a medição de ângulos, como os
teodolitos e os clinômetros (TILT TEST).
Teodolito Clinômetro
Os clinômetros são usados para medir
ângulos com a horizontal, desta forma, podemos
estabelecer a diferença entre as inclinações dos
planos de passeio de roletes dos diversos
elementos do Sistema de Armas e o PR,
fornecendo os dados necessários para o
estabelecimento do "Ponto alto" de cada
elemento. Servem, também, para a determinação
do “Zero Mecânico de Elevação”(Só ângulos
verticais).
ALINHAMENTO EM
ELEVAÇÃO (TILT TEST)
Visa determinar as inclinações entre os
planos das bases das instalações do
sistema e o plano de referência de
elevação. É a primeira etapa do
alinhamento. Realizada com navio no
dique. São utilizados clinômetros.
ÂNGULO DE INCLINAÇÃO DAS BASES
(TILT)
Condições para o TILT TEST
 Período de reparos concluído
 Sistema de armas reparos concluídos

 70 a 80% carga líquida e dotação de paz

 Navio flutuando escorado no dique

 Banda e trim máximos de 30 ’

 Correta distribuição do peso

 Mínimo pessoal a bordo

 Prancha suspensa

 Período noturno (deformação das chapas)


Os teodolitos são usados para medir ângulos
verticais ou horizontais. São usados para a
medição de ângulos horizontais no alinhamento
mecânico em conteira (para tal a sua base é
colocada paralela ao PR e o seu zero de marcação
é feito coincidente com a linha de centro
transportada) e verticais no alinhamento
mecânico em elevação.
Normalmente, os elementos possuem
lunetas para a verificação de alinhamento,
instaladas em locais próprios, ou bases para
fixação. São equipamentos de precisão e
necessitam atenção especial para evitar impactos
acidentais, umidade ou qualquer ocorrência que
possa degradar os seus desempenhos.
LUNETA
ALINHAMENTO MECÂNICO
Com os instrumentos de medida e o navio nas
condições exigidas, podemos determinar os chamados
“Zeros Mecânicos” de elevação e de conteira. (Docado)
Zero Mecânico de elevação é quando o eixo do
elemento está paralelo ao seu plano de passeio de roletes.
Zero mecânico de conteira – é quando o eixo do
elemento está paralelo a Linha de Centro.
Portanto, para obter o alinhamento
mecânico em elevação e conteira, basta
posicionar os elementos nas respectivas
condições de zero mecânico e ajustar o “zero”
dos indicadores nos mostradores dos elementos
de forma a tornar o erro nulo ou o menor
possível. Primeiro se faz o paralelismo. Depois,
mecanicamente, colocam-se os indicadores em
zero.
Indicador de conteira Canhão 4.5”
ALINHAMENTO ELÉTRICO
Ajustar a correta transmissão de ordens (demanda) e
respostas relativas ao posicionamento de uma instalação
de armamento. (Alinhamento de Porto).
 Ajuste dos sincros de resposta: Isto é feito levando,
mecanicamente, a elevação e a conteira do elemento para
zero. Em seguida, ajusta-se o sincro de resposta,
indicando ao computador que o elemento está em zero.
Este procedimento é válido para conteira e elevação.
 Ajuste dos sincros de demanda: agora, o
elemento é mandado para zero através do
computador, verifica-se a sua posição, ou seja, o
que o sincro de resposta está indicando e, caso
necessário, ajusta-se o sincro de demanda até que
o sincro de resposta esteja indicando o valor zero.
Nesta posição, o mostrador mecânico estará,
também, indicando ZERO.
A partir deste ponto, quando mandamos, via
computador, uma ordem para que um elemento vá
para zero, os sincros de demanda estarão em zero
e, no mesmo valor, também estarão os de resposta
e os dos mostradores do elemento em questão .
“ALINHAMENTO MECÂNICO E
ELÉTRICO”

Síncros e Indicador de Conteira do RTN 30X


SINCRO
Leitura de Marca de Referência
Uma vez encerrados os alinhamentos mecânico
e elétrico e ajustados os mostradores, é realizada
a leitura da Marca de Referência, ou seja, a luneta
é colocada diversas vezes sobre a marca e lido e
anotado o valor indicado nos mostradores de
conteira e elevação do elemento para futuras
verificações.
Assim, os mostradores de um elemento
indicam um determinado valor para a conteira, e
outro, para a elevação quando a sua luneta está
sobre a sua marca de referência.
Deve-se acompanhar, rotineiramente, os
valores de leitura destas marcas para perceber
qualquer tipo de variação que possa indicar
desalinhamento.
TESTE DE TRANSMISSÃO
(também chamado de demandas e respostas)
TESTE DE DEMANDAS E
RESPOSTAS
Após a conclusão do alinhamento, uma
série de testes é realizada, iniciando-se pelo teste
de transmissão, no qual são enviadas diversas
ordens de conteira e de elevação (demandas) e
comparadas as posições informadas pelos sincros
de resposta elemento.
Com isto verifica-se a qualidade do
alinhamento elétrico, ou seja, a precisão no ajuste
dos sincros. Caso não esteja satisfatória, há
necessidade de rever os procedimentos de
alinhamento elétrico.
TOLERÂNCIAS

Todos os sistemas têm tolerâncias,


normalmente na faixa de 3 minutos de arco,
devendo a equipe de manutenção proceder testes
periódicos para ter certeza do bom
funcionamento geral. Se for necessária a
alteração física da Marca de Referência, o CMS
deve ser chamado a bordo.
VERIFICAÇÕES
Além do teste de transmissão estão previstas
verificações estáticas com objetos distantes,
utilizando radares de direção de tiro e canhões.
Desta forma, coloca-se, pelo menos, dois
elementos, um controlando o outro, exemplo um
radar de DT controlando um canhão sobre um
determinado alvo, em pontaria direta visadas
considerando apenas a convergência devida à
paralaxe e,
com solução, assim, os dois elementos têm que
estar sobre o mesmo ponto do alvo. Caso isto não
ocorra, são medidos os erros, que não devem
ultrapassar os valores de tolerância
(aproximadamente 3 min), sob pena de termos
que refazer alguns passos do alinhamento, ou, até
mesmo, todo ele.

Este procedimento é repetido para vários alvos


em marcações distintas.
“Gun Align” por Objeto Distante
Existem ainda muitos outros testes, aí
incluídos os dinâmicos (com o radar trecado)
sobre alvos aéreos e de superfície, nos quais o
propósito é sempre o mesmo, ou seja, detectar
possíveis fontes de erros que possam prejudicar a
performance do sistema de armas.
“GUN ALIGN” DINÂMICO

Pontaria direta!!

Verificação dinâmica do alinhamento radar/canhão. (Fase


de Mar).
CORRIDA DO BALÃO

Deve ser executada em duas etapas, sendo a


primeira no porto e, só depois que estiver
plenamente satisfatória, no mar.
BALÃO NO PORTO
O radar de DT é a principal ferramenta de
verificação do alinhamento dos sensores e armas
do navio. Portanto, uma primeira verificação
dinâmica da performance do seu alinhamento e
funcionamento pode ser feita ainda no porto, não
sendo necessários os gastos para suspender com o
navio sem que este instrumento de medida esteja
funcionando perfeitamente.
BALÃO NO MAR

O radar de DT no porto pode sofrer influências


que atrapalhem o perfeito acompanhamento de
alvos. Por isto, com o navio no mar, é o primeiro
equipamento a ser testado para possibilitar a
verificação dos demais elementos.
VARREDURA DO HORIZONTE

Trata-se de uma verificação onde são


levantados dados relativos a verticalidade das
agulhas giroscópicas, inclinação das bases das
instalações e erros de alinhamento
mecânico/elétrico em elevação. O horizonte bem
definido no mar permite verificar o alinhamento em
elevação das instalações.
CICLO DE ALINHAMENTO
- Conjunto de testes, alinhamentos e
calibragens aplicados aos sistemas de
armas;
- Normalmente é realizado após o período
de manutenção geral, manutenção
extraordinária ou de pequena envergadura;
- Também pode ocorrer por solicitação dos
Comtes de Esquadrão e Comtes de Força.
CICLO DE ALINHAMENTO
- Sua condução é responsabilidade do setor
operativo;
- É realizado pelo Centro de Manutenção de
Sistemas (CMS) e homologado pelo Centro
de Apoio de Sistemas Operativos (CASOP).
CICLO DE ALINHAMENTO
- Sua condução é realizada em três fases:
- Fase Docado;
- Fase Atracado (alinhamento de
porto);
- Fase de Mar.
CICLO DE ALINHAMENTO
- Fase Docado:
- Condição de TILT TEST
- Alinhamento Mecânico
CICLO DE ALINHAMENTO
- Fase Atracado (Alinhamento de Porto):
- Alinhamento Elétrico
- Leituras de Marcas de Referência
- Alinhamentos das linhas de visada
- Alinhamentos em marcação e distância
CICLO DE ALINHAMENTO
- Fase de Mar:
- Recursos externos (ANV,
NAV,SB...);
- Varredura do horizonte, corrida
balão...
- GUN ALIGN AA/SUP
- Medição da VI, Tiro de PAC
- Verificação alinhamento MAGE

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