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Jurisprudência/Decisão Monocrática/TCU/TCEs 7

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO


Dispensa de Licitação – Instituição Responsável pela Promoção de Concurso
Público – Contratação Direta – Possibilidade – Inteligência do Inc. XIII do Art. 24
da Lei nº 8.666/93
É possível a contratação direta, por meio de dispensa de licitação, de instituição
responsável pela promoção de concurso público com vista ao recrutamento e
seleção de pessoal para os quadros de empresa pública, conforme prevê o art.
24, inc. XIII, da Lei nº 8.666/93, sem prejuízo da observância dos demais
requisitos estabelecidos na lei para contratações deste tipo, especialmente a
elaboração de projeto básico e de orçamento detalhado, além da razão de
escolha da executante e a justificativa do preço contratado.
Acórdão nº 1111/2010 – Plenário – Rel. Ministro José Jorge – DOU de
1º.6.10.
Qualificação Técnica – Edital – Exigências Excessivas – PAC – Construção de Casas
Populares – Flexibilização de Cláusula do Instrumento Convocatório – Única Em-
presa Beneficiada – Afronta aos Princípios da Impessoalidade e da Isonomia –
Apresentação de Carta de Fiança com Irregularidades – Declaração de Inidoneidade
para Participar de Licitações no Âmbito da Administração Pública Federal
É inadmissível o estabelecimento de exigências excessivas que restrinjam
indevidamente a competitividade do certame, a exemplo da comprovação, para
fins de qualificação técnica, de experiência em percentual superior a 50% dos
quantitativos a executar. No entanto, ao se constatar o descomedimento das
imposições previstas no instrumento convocatório – na hipótese, número de
unidades habitacionais construídas –, imprescindível a divulgação de retificação
do edital, conforme prevê o § 4º do art. 21 da Lei nº 8.666/93, sendo afrontosa
aos princípios da impessoalidade e da isonomia a flexibilização de cláusula que
beneficie apenas uma das empresas participantes do procedimento licitatório.
Ademais, impõe-se a declaração de inidoneidade para participar de licitações,
no âmbito da Administração Pública federal, da empresa que apresentar carta
de fiança irregular com vista a assegurar a execução da avença.
Acórdão nº 1432/2010 – Plenário – Rel. Ministro Valmir Campelo – DOU
de 30.6.10.
Serviços Especializados de Advocacia – Proibição da Participação de Consórcios
entre Sociedades de Advogados – Critério de Pontuação – Comprovação da Atua-
ção Profissional em Ações Rescisórias Relativas à Relação de Emprego – Regula-
ridade – Atribuição de Pontos à “Estrutura Administrativa Humana” – Ra-
zoabilidade
Em procedimento licitatório para contratação de serviços especializados de ad-
vocacia, reveste-se de legalidade cláusula editalícia que proíbe a participação de
consórcios entre sociedades de advogados, sendo incabível aventar a
permissividade com base no art. 278 da Lei das Sociedades por Ações, pois em
que pese tal dispositivo se referir à possibilidade da constituição de consórcio
por parte de “quaisquer outras sociedades”, dirige-se às sociedades empresárias,
e não às simples, haja vista a necessidade de arquivamento do respectivo
contrato de consórcio e suas alterações no registro do comércio do lugar da
sede, o que não é previsto no Estatuto da Advocacia e da OAB, quando se trata

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8 Suplemento Informativo dos Boletins NDJ

de união de batonniers para a prestação de serviços advocatícios. Também não


há irregularidade na previsão do cômputo de até quinze pontos ao licitante que
comprovar atuação profissional em ações rescisórias relativas à relação de
emprego, visto que a militância em foro trabalhista é diferencial profissional
importante, por exigir razoável conhecimento de jurisprudência específica deste
campo de atuação, mormente quando está em questão meio de impugnação
pelo qual se pleiteia nova apreciação de mérito. Outrossim, há razoabilidade no
critério de atribuição de pontos à “estrutura administrativa humana”, conside-
rando-se, in casu, o volume de processos envolvidos na prestação de serviços
jurídicos e a atribuição de pontuação máxima à licitante que tiver em seu
quadro apenas três advogados e um estagiário.
Acórdão nº 1452/2010 – Plenário – Rel. Ministro Raimundo Carreiro –
DOU de 30.6.10.

TRIBUNAIS DE CONTAS ESTADUAIS


Saúde – Repasse de Recursos Públicos – Entidade Privada, sem Fins Lucrativos –
Convênio – Execução, em Caráter Complementar, de Serviços Públicos e Gratui-
tos de Atendimento à População – Montante Considerado para Verificação do
Atendimento à Obrigação de Aplicação Mínima do Percentual de 15% Previsto no
Inc. III do Art. 77 do ADCT
“O repasse de recursos públicos a entidade privada, sem fins lucrativos, para a
execução, em caráter complementar, de serviços públicos e gratuitos de atendi-
mento à saúde da população [mediante convênio], é considerado para verifica-
ção do atendimento à obrigação de aplicação mínima do percentual de 15%
(quinze por cento) de que trata o inc. III do art. 77 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.”
TCE/MG – Consulta nº 809.069 – Pleno – Rel. Conselheiro em exercício
Gilberto Diniz – Sessão de 16.6.10.
Pregão Eletrônico – Registro de Preços – Município – Bolsa de Licitações e Leilões
do Brasil (BLL) – Apoio Técnico e Operacional – Cobrança de “Taxa” de Correta-
gem – Fixação em Percentual Variável sobre o Valor das Propostas Vencedoras –
Compensação dos Custos de Manutenção e Desenvolvimento do Sistema de
Tecnologia da Informação
Em licitação cujo objeto seja o registro de preços para aquisição e fornecimento
de emulsão e cimento asfáltico de petróleo, na qual o Município utilize apoio
técnico e operacional da Bolsa de Licitações e Leilões do Brasil Ltda. (BLL) para
realização do certame na modalidade pregão eletrônico, é possível a exigência
do pagamento de “taxa” de corretagem fixado em percentual variável sobre o
valor das propostas vencedoras por parte da mencionada entidade, desde que
haja comprovação, por meio de planilhas contábeis e demonstrativos financei-
ros detalhados, de que o montante arrecadado com tal cobrança é destinado
exclusivamente à compensação dos custos de manutenção e desenvolvimento
do sistema de tecnologia da informação.
TCE/PR – Processo nº 257671/10 – Rel. Conselheiro Caio Marcio No-
gueira Soares – Publ. em 11.6.10.

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