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AO

ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA COMISSÃO


PERMANENTE DE LICITAÇÃO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE
VITÓRIA

Edital de Concorrência Pública n.º 018/2010 –


SEMOB/PMV

ESPAÇO ARQUITETURA E
CONSTRUÇÕES LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ/MF sob o nº. 27.565.886/0001-77, com endereço na Rua Carolina Leal,
nº 289, sala 307, Centro, Vila Velha – ES, CEP: 29123-220, por seu
representante legal abaixo assinado, vem, respeitosamente à presença desta d.
Comissão de Licitação, em face do EDITAL em epígrafe, a fim de oferecer

RECURSO
em face da decisão que inabilitou a recorrente no certame em epígrafe, o que
faz com arrimo no Art. 109, I, “a” da Lei Federal n.° 8.666/93, com base nos
argumentos e fundamentos que a seguir expõe:

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1 – Em síntese, a douta Comissão Especial de
Licitação, no Edital de Concorrência n.º 018/2010-SEMOB, a partir da
análise da habilitação jurídica, regularidade fiscal, qualificação técnica e
econômico-financeira, com base nos envelopes de documentação
apresentados, do tipo menor preço, entendeu por declarar a recorrente
inabilitada, pelo que segue exposto:

“Passando a DECIDIR: 1. pela INABILITAÇÃO


das empresas: 1.1 – (...). 1.3 – ESPAÇO
ARQUITETURA E CONSTRUÇÕES LTDA por
não comprovar a execução e/ou recuperação de
galerias e canais em concreto armado no
quantitativo de 556,00m, Escavação e remoção de
solo mole no quantitativo de 60,00m³,
escoramento de cavas e valas no quantitativo de
7.540,00m², respectivamente, conforme exigido
na alínea “c” do subitem 4.6.1.4 do Edital.”.

Todavia, a inabilitação declarada não merece


prosperar, uma vez que a suposta disposição editalícia não atendida pela
recorrente reflete exigência manifestamente excessiva e despropositada, como
será visto adiante.

2 – Improcede, às inteiras, a inabilitação


declarada.

3 – DA IMPERIOSA NECESSIDADE DE
OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA
COMPETITIVIDADE DA LICITAÇÃO

Inicialmente, sabe-se que a Administração


Pública, in casu, está adstrita ao princípio da legalidade, tratando-se a
licitação, a toda evidência, de ato administrativo vinculado, e, o agente
público ao promover decisão contrária à legislação, pratica ato ilegal e
desprovido de suporte jurídico.

O administrador público não pode em nenhum


momento do procedimento licitatório se desviar dos ditames da Lei Federal
n.º 8.666/93, que estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos

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administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,
compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, além, evidentemente, das empresas
públicas, pois, é sabido, que tal normativa administrativa estabelece de
maneira expressa em seu Art. 3º, § 1º, I, que:

“Art. 3o - A licitação destina-se a garantir a


observância do princípio constitucional da
isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa
para a Administração e será processada e julgada
em estrita conformidade com os princípios básicos
da legalidade, da impessoalidade, da moralidade,
da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento
convocatório, do julgamento objetivo e dos que
lhes são correlatos.

§ 1o - É vedado aos agentes públicos:

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos


de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu
caráter competitivo ... em razão ... de qualquer
outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto do contrato”.

Sob este enfoque, é curial a vedação dirigida à


Administração Pública de promover atos ou decisões que excedam o que
permite a lei, como visto, taxativamente, sob pena de incorrer em nulidade,
na medida em que obstaculizará a participação de licitantes, incorrendo no
tratamento anti-isonômico que afronta diretamente o macro-preceito esculpido
no Art. 37 da Constituição Federal de 1988, o qual também veicula a
obediência aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.

Dos magistrais escólios do insigne mestre


administrativista HELY LOPES MEIRELLES, tem-se a licitação como o
procedimento utilizado pela Administração Pública para selecionar “a
proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse e garantir

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igualdade de oportunidades a todos os interessados, atuando como fator
de eficiência e moralidade nos negócios administrativos” (Direito
administrativo brasileiro, 23. ed. São Paulo: Malheiros, 1998, p. 237),
possuindo, portanto, dúplice finalidade: obtenção da contratação mais
proveitosa e defesa “dos direitos de possíveis contratados” (ob. cit., p. 236),
decorrendo desta última o CARÁTER COMPETITIVO que deve imperar
no certame.

JESSÉ TORRES PEREIRA JUNIOR, em


comentário ao dispositivo em tela, também elucida que:

“A nenhum servidor da Administração Pública


é dado, por qualquer modo, violar o caráter
competitivo da licitação. Este é da sua essência,
é a razão de existir do instituto. Deveria figurar
entre os princípios referidos no caput do art.
3º, embora se possa presumir sua presença
entre os correlatos, tanto que será inexigível a
licitação 'quando houver inviabilidade de
competição' (art. 25). (...) Licitação sem
competição é fraude ou não licitação"
(Comentários à lei de licitações e contratações da
administração pública. Rio de Janeiro: Renovar,
2002, p. 56-57).

A jurisprudência pátria consolidada nos Egrégios


TRIBUNAIS DE JUSTIÇA de todo o país não destoa do entendimento ora
esposado pela recorrente, os quais tem se manifestado de maneira
intransigente quanto à impossibilidade de tal prática, senão veja-se:

“MANDADO DE SEGURANÇA.
LICITAÇÃO. TOMADA DE PREÇOS.
QUALIFICAÇÃO TÉCNICA. INCLUSÃO DE
CLÁUSULAS. NÃO CABIMENTO. 1. A Lei
nº 8666/93, em seu art. 3º, § 1º veda aos agentes
públicos admitir, prever, incluir, tolerar, nos
atos da convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu
caráter competitivo e estabeleçam preferências

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ou distinções em razão da naturalidade, da
sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer
outra circunstância impertinente ou irrelevante
para o específico objeto do contrato. Portanto,
a inclusão de cláusulas no referido edital
contraria a própria determinação da Lei, uma
vez que esta reprime as condutas e condições
que possam comprometer ou afastar a
competitividade de uma licitação derivada de
exigências desnecessárias. 2. (...) 3. Apelo
improvido. Sentença mantida” (TJDF,
20020110145462APC, Relator ARNOLDO
CAMANHO, 5ª Turma Cível, julgado em
27/09/2006, DJ 01/03/2007 p. 95).

Ademais, de explicar que o Direito de a


Administração Pública obter um contrato vantajoso deve ser perseguido e
realizado dentro da mais estrita observância do ordenamento jurídico vigente,
a respeito do que, a r. decisão recorrida possui nítido caráter de excluir da
competição empresa plenamente qualificada para formalizar a melhor
proposta de licitação, vez que detém ampla experiência de mercado na área de
construção civil.

Acolher os frágeis argumentos suscitados no


momento da abertura dos envelopes e da análise dos documentos seria
atentar contra o próprio interesse da coletividade no sentido de imprimir
o espírito de competitividade inerente ao certame licitatório, consistente
na garantia de acesso ao processo licitante do maior número possível de
empresas com habilitação técnica para fins de realização do objeto do edital
de licitação, como a que foi amplamente demonstrada pela recorrente,
privilegiando, de maneira ilegal, exigências completamente despropositadas e
sem sentido.

Deste modo, impositivo reconhecer a manutenção


da recorrente na qualidade de licitante habilitada a fim de que possa executar
a melhor proposta de contratação para o Município de Vitória.

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4 – DA EXIGÊNCIA MANIFESTAMENTE
EXCESSIVA – AUSÊNCIA DE
RAZOABILIDADE E DE MOTIVAÇÃO

Conforme se depreende da justificativa da


inabilitação da recorrente, a d. Comissão Permanente entendeu que a
recorrente não atendeu as disposições constantes na alínea “c” do subitem
4.6.1.4 do Edital.

Em que pese a Ata de Reunião ter indicado que a


recorrente infringiu o disposto na alínea “c” do subitem 4.6.1.4, tem-se, em
verdade, que a d. Comissão Permanente visou fazer referência ao disposto na
alínea “c” do subitem 3.6.1.4, haja vista que inexiste disposição editalícia
sob a numeração constante na decisão ora impugnada.

Entretanto, conforme restará fartamente


demonstrado abaixo, a exigência prevista no suposto subitem descumprido
pela recorrente retrata exigência completamente excessiva, devendo ser, data
máxima venia, reformada a decisão que a declarou inabilitada para participar
do certame.

Consoante se depreende da leitura do Item 1.1, do


Edital acima epigrafado, o OBJETO da licitação em foco é a:

“(...) IMPLANTAÇÃO E MELHORIAS DO


SISTEMA DE DRENAGEM URBANA DO
BAIRRO JARDIM CAMBURI, SUB-BACIAS
ORLA E AFLUENTE ORLA, NESTA
CAPITAL, conforme planilhas e projetos anexos
a este Edital.”

Na alínea “c” do Subitem n.º 3.6.1.4 –


“QUALIFICAÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL”, o Edital prescreve a
necessidade das empresas participantes do certame demonstrar sua
comprovação técnica para a execução dos serviços, senão veja-se:

“3.6.1.4 – QUALIFICAÇÃO TÉCNICA


OPERACIONAL

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(...)

c) Comprovação de ter a empresa proponente


executado obras e serviços compatíveis com o
objeto desta licitação, através de atestado(s)
emitido(s) por pessoas jurídicas de direito público
ou privado, acompanhado(s) da respectiva
certidão de acervo técnico emitida pelo Conselho
Regional de Engenharia, Agronomia e Arquitetura
– CREA.

Os referidos serviços deverão ser relativos a


execução dos serviços constantes da planilha de
preços unitários elaborada pelo SEMOB, anexa ao
presente Edital, compreendendo: Serviços de
Terraplenagem, Drenagem, Pavimentação, Obras
de Arte Correntes, entre outros.

Para fins de habilitação nesse subitem, serão


consideradas as quantidades mínimas de serviços
relativas aos itens de maior relevância técnica
abaixo, constantes da planilha de preços unitários
elaborada pela Prefeitura Municipal de Vitória:

DESCRIÇÃO QUANTIDADE
Execução de galerias e canais em concreto armado 556,00m
Escavação e remoção de solo mole 60,00m³
Escavação de cavas e valas 5.900,00m³
Re-aterro de cavas e valas 2.770,00m³
Escoramento de cavas e valas 7.540,00m²
Cravação de estaca pré-moldada de concreto capacidade
450,00m
40t ou de equivalência tecnológica
Sub-base ou base de brita graduada e/ou solo brita (bica
636,00m³
corrida)
Imprimação 3.070,00m²
Execução de CBUQ faixa “B” e/ou “C” 368,00m³

c.1) atestados emitidos por signatários que não


sejam contratantes titulares deverão estar

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acompanhados da cópia autenticada do
correspondente contrato de subcontratação entre
as partes. Neste caso, a proponente deverá anexar
cópias autenticadas de notas fiscais/faturas/recibos
ou do documento de cobrança equivalente
referentes ao período da execução do serviço
objeto da comprovação.

c.2) Será permitido o somatório de atestados para


comprovação de cada item acima.

c.3) entende-se por contratante titular, a pessoa


jurídica destinatária do objeto contratado. O(s)
atestado(s) deverá(ão) conter:

(I) identificação da pessoa jurídica emitente;

(II) nome e cargo do signatário;

(III) endereço completo do emitente;

(IV) período de vigência do contrato;

(V) objeto contratual; e

(VI) outras informações técnicas necessárias e


suficientes para a avaliação das experiências
referenciadas pela Comissão Permanente de
Licitação.

Como se depreende do Item 1.1 do Edital acima


transcrito, o objeto desta licitação consiste na implantação e melhorias do
sistema de drenagem urbana do bairro Jardim Camburi, sub-bacias orla
e afluente orla, nesta capital.

Até este ponto, o que objetiva o ente licitante


apresenta-se justo e consoante aos mais lídimos princípios administrativos
constitucionalmente operantes, vez que a contratação de obras por meio de
licitação tornou-se um imperativo de legalidade, probidade e eficiência de

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gestão em todas as áreas da Administração Pública, inclusive, como forma de
melhoria e aperfeiçoamento dos processos de controle dos gastos públicos.

Entretanto, o subitem acima discriminado veicula


exigência que extravasa os preceitos mais escorreitos do procedimento
licitatório, porque exige capacitação técnica muito além da necessária
para atendimento do objeto licitado, revelando-se ABSURDA e
DESPROPORCIONAL.

Como dito, o objeto do instrumento convocatório


é a contratação de empresa para implantar e melhorar o sistema de drenagem
urbana do bairro Jardim Camburi, sub-bacias orla e afluente orla. Neste
sentido, é cediço que a implantação e melhoria de um sistema de
drenagem urbana é de simples complexidade, pois nada mais representa
do que um tubo retangular com laje no piso, duas paredes e uma laje de
cobertura, podendo ser considerado, inclusive, mais simplório do que
construir uma laje em edificação.

Denota-se, portanto, que a qualificação técnica


operacional exigida está completamente afastada das atividades descritas
no edital. Indiscutível que a construção de galerias pluviais é muito menos
complexa do que a construção de uma estrutura de um prédio, um hospital ou
qualquer outra edificação de maior porte, haja vista que, na construção das
edificações prediais, após a conclusão da estrutura de concreto, ainda estão
por vir à fase de acabamentos, as instalações, revestimentos, esquadrias,
elevadores, fachadas, impermeabilizações, o que exige das empresas
construtoras uma elevada capacidade de planejamento e competência
gerencial, tornando-se este tipo de obra muito mais complexa que a
construção de galerias, compostas, basicamente, por concreto, aço e forma de
madeira.

Os prédios hoje possuem estruturas em concreto


pretendido, de alta resistência, maior até que as resistências utilizadas no
concreto das galerias objeto do edital ora impugnado.

NESTA ESTEIRA, DIANTE DA ANÁLISE


DO OBJETO LICITADO, TEM-SE QUE EM MOMENTO ALGUM SE
APRESENTA NECESSÁRIO O EXERCÍCIO DAS APTIDÕES
DSPOSTAS NA ALÍNEA “C” DA CLÁUSULA 3.6.1.4, EM RAZÃO DO

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QUE SE REVELA ABUSIVA A EXIGÊNCIA CONSTANTE DO
INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO.

Frise-se que muitos dos itens especificados


dispõem de PESO INSIGNIFICANTE para o valor da obra e para com o
conjunto da atividade a ser desenvolvida, como, por exemplo, escavação em
solo mole, imprimação, escoramento de valas e outros, valendo ressaltar que
tais serviços são realizados por empresas subcontratadas com expertise
específica para tanto, o que demonstra de maneira evidente a ausência de
razoabilidade nas exigências editalícias.

Neste contexto, haveria o edital de ser melhor


esclarecido, substituindo-se a especificação como exigência do edital de
¨galeria de concreto¨ por ¨estruturas de concreto¨ já que uma galeria tal
como um reservatório é nada mais nada menos que uma estrutura de
concreto tal como um prédio , uma fábrica, um hospital ou uma ponte.

A BOA CONSECUÇÃO DA CONSTRUÇÃO


ESPECIFICADA NO EDITAL NÃO SE ENCONTRA
NECESSARIAMENTE VINCULADA À EXIGIBILIDADE DE
COMPROVAÇÃO DE CONSTRUÇÃO ANTERIOR QUE A EMPRESA
LICITANTE TENHA REALIZADO COM AS CARACTERÍSTICAS
ALI DESCRITAS, POR SE TRATAR DE SERVIÇO QUE
REPRESENTA A CONTRATAÇÃO DE EMPRESA TERCEIRIZADA
E ESPECÍFICA PARA ESTE FIM.

O QUE IMPORTA PARA O OBJETO DA


LICITAÇÃO E PARA A CONSECUÇÃO DELE, É QUE HAJA
EXPERIÊNCIA TÉCNICA COMPROVADA DA LICITANTE OU DO
RESPONSÁVEL TÉCNICO EM RELAÇÃO AO TODO DA OBRA, e, não,
aos aspectos considerados irrisórios abrangidos dentro da técnica
construtiva maior dominada pelo licitante e que se almeja ver realizada.

Para tanto, basta que o licitante apresente a título


de pressuposto no procedimento de habilitação, atestados comprobatórios que
demonstrem o pleno cabedal técnico para a realização de obras de engenharia
na área de construção civil (engenharia) para execução das obras que
compreendam os itens de maior relevância do edital.

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Deste modo, demonstrado pelo licitante domínio
da técnica em relação ao todo construtivo que constitui o objeto propriamente
dito do edital, tem-se que atendidos os pressupostos para fins de participação
do certame.

Sendo assim, resta claro que as exigências do


edital se revelam completamente absurdas e infundadas, eis que o objeto a ser
licitado somente tem pertinência com comprovação técnica no manuseio de
concreto, aço e forma, não possuindo ligação com as atividades inerentes ao
ramo da construção requeridos, não se mostrando razoável a exclusão da
recorrente do certame, frustrando o fim maior pretendido, o qual vem a ser, a
ampla participação dos interessados em busca da melhor proposta para a
administração pública.

A exigência editalícia prevista na alínea “c” do


subitem 3.6.1.4 limita significativamente a participação de diversas empresas
com capacidade de atender ao objeto do certame, sem qualquer razão ou
sentido, tratando-se de exigências flagrantemente EXCESSIVAS e
ABUSIVAS, eis que não se afiguram imprescindíveis para assegurar a
realização do objeto deste Edital, IMPONDO RESTRIÇÃO E
DIRECIONAMENTO QUE VIOLA OS PRINCÍPIOS DA LIVRE
COMPETIÇÃO E CONCORRÊNCIA, INATOS AO INSTITUTO DA
LICITAÇÃO PÚBLICA.

Como visto, contudo, tais exigências ocasionam


GRAVE RISCO PARA A ISONOMIA E COMPETITIVIDADE entre os
interessados a participar da licitação anunciada, vez que, de maneira clara,
alija do certame um número considerável de candidatos que possuem a
expertise necessária à boa realização do objeto do Edital em voga.

Ademais, a própria Constituição Federal de 1988,


ao estabelecer a regra da licitação para celebração de contratos com a
Administração Pública, ressalvou expressamente que aludido procedimento:

Art. 37. (...)

(...)

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XXI - ressalvados os casos especificados na
legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas
que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos
termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações”.

Deste modo, caso persista a decisão ora


vergastada, a competição restará maculada, pois diversos licitantes foram
absolutamente alijados do certame, tendo em vista a excessiva discriminação
constante das cláusulas editalícias.

Deste modo, a decisão da d. Comissão de


Licitação que determinou a exclusão da licitante da concorrência pública ora
em análise viola as escâncaras a legislação pátria, porquanto manifestamente
eivada de ilegalidade trazida pelas disposições editalícias que retratam
exigências completamente abusivas e desproporcionais.

Entender de maneira diversa seria imputar à


recorrente onerosidade injusta e prejudicial, privilegiando formalismo
excessivo e absolutamente desconexo da finalidade do presente certame, e,
além do mais, flagrante lesão à própria licitação, com a inabilitação de
licitante dotada de plenas condições para apresentar a melhor proposta
financeira e técnica ao ente público.

Como se denota, o DIREITO DA RECORRENTE


está assentado no próprio edital e CONSAGRADO PELA LEI e pela
DOUTRINA, que, a bem do Direito de Justiça, asseguram o seu reingresso no
certame.

5 – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante de todo o exposto, é o presente para


REQUERER seja recebido e provido o recurso ora aviado, com

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reconsideração da decisão recorrida, para que a recorrente seja reintegrada
ao processo licitatório para as fases que se seguirão; ou, se assim não
entender esta d. Comissão, que seja recebido o presente como RECURSO
HIERÁRQUICO, para que o mesmo seja encaminhado e apreciado pela
autoridade superior, de quem se espera a REFORMA DA DECISÃO, com o
fito de ser desconstituído o ato que inabilitou a recorrente, reintegrando-a
ao certame licitatório de forma plena.

Nestes Termos,
Pede deferimento.

Vitória/ES, 24 de janeiro de 2011.

ESPAÇO ARQUITETURA E CONSTRUÇÕES LTDA


Representante Legal

T:WC:Espaço Arquitetura/edital de concorrência 018-2010 - recurso (inabilitação).doc

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