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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
SECRETARIA DE ECONOMIA E FINANÇAS
(Comissão Superior de Economia e Finanças - 1955)

Brasília-DF, 05 de Julho de 2004


Of nº 070 - Asse Jur - 04 (A/1-SEF)
Do Subsecretário de Economia e Finanças

Ao Sr Chefe da 7ª ICFEx.

Assunto: revogação de contrato de trabalho.

Rfr: Of nº 029-S/1, de 26 Mai 04, da 7ª ICFEx

1. Versa o presente expediente sobre revogação de contrato temporário, escritura-


do em Carteira de Trabalho.

2. A legislação que permite uma apreciação sobre a matéria controversa é a seguinte:

a. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 – Consolidação das Leis Traba-


lhistas.

´´Art. 1º Esta Consolidação estatue as normas que regulam as relações indi-


viduais e coletivas de trabalho, nela previstas.
(...)
Art. 9º Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de
desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente
Consolidação.
(...)
Art. 29. Apresentada ao empregador a carteira profissional pelo empregado
admitido, terá aquele o prazo de 48 (quarenta e oito) horas para anotar na
mesma, especificamente, a data de admissão, a natureza dos serviços o nú-
mero no registro legal dos empregados e a remuneração, sob as penas comi-
nadas nesta lei.
(...)
Art. 32. As notas relativas a alterações no estado civil dos possuidores de
carteiras profissionais, serão feitas mediante prova documental, e as declara-
ções referentes aos seus beneficiários, ou pessoas cuja subsistência esteja a
seu cargo ou quaisquer outras, deverão ser feitas nas fichas respectivas, pelo
funcionário encarregado da identificação profissional, a pedido da própria
declarante que as assinará.
(...)
(Continuação do Ofício nº 070- Asse Jur –04 (A/1-SEF) 05 Jul. 04 do Subsect Econ Finx)

§ 2º As anotações nas fichas de qualificação e nas carteiras profissionais se-


rão feitas seguidamente, sem abreviaturas, ressalvando-se, no fim de cada
assentamento, emendas, entrelinhas, e quaisquer circunstâncias que possam
ocasionar dúvidas.´´

b. Decreto-Lei nº 229, de 28 de fevereiro de 1967 - Altera dispositivos da


Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452, de
1º de maio de 1943, e dá outras providencias.

´´Art.13. É obrigatória a carteira profissional prevista nesse capítulo, para o


exercício de qualquer emprego, ainda que em caráter temporário, e para o
exercício, por conta própria, de atividade disciplinada por regulamentação
própria, bem como a do menor de que trata a seção III, do capítulo IV, to ti-
tulo III desta Consolidação.
(...)
Art. 21. Esgotando-se o espaço da carteira profissional destinado às anota-
ções, o interessado deverá obter outra, também gratuitamente, observadas as
disposições anteriores, devendo constar da nova o número e série da carteira
profissional anterior.
(...)
Art. 33. As anotações nas fichas de declaração e nas carteiras profissionais
serão feitas seguramente sem abreviaturas, ressalvando-se no fim de cada
assentamento as emendas. Entrelinhas quaisquer circunstâncias que possam
ocasionar dúvidas.´´
(...)
Art. 40. As carteiras profissionais regularmente emitidas e anotadas servirão
de prova nos atos em que sejam exigidas carteiras de identidade e especial-
mente:

I – Nos casos de dissídio na Justiça do Trabalho entre a empresa e o empre-


gado por motivo de salário, férias ou tempo de serviço;
II – Perante a Previdência Social, para o efeito de declaração de dependentes;
III – Para cálculo de indenização por acidente do trabalho ou moléstia pro-
fissional.
(...)
Art. 49. Para os efeitos da emissão, substituição ou anotação de carteiras
profissionais, conceder-se-á, crime de falsidade, com penalidades previstas
no art. 299 do Código Penal.
(...)
V – anotar dolosamente em carteira profissional ou registro de empregado,
ou confessar ou declarar em juízo ou fora dele, data de admissão em empre-
go diversa da verdadeira.´´

b. Lei nº 7.855, de 24 de outubro de 1989 - Altera a Consolidação das Leis do


Trabalho, atualiza os valores das multas trabalhistas, amplia sua aplica-
ção, institui o Programa de Desenvolvimento do Sistema Federal de Inspe-
ção do Trabalho e dá outras providências.
(Continuação do Ofício nº 070- Asse Jur –04 (A/1-SEF) 05 Jul. 04 do Subsect Econ Finx)

´´Art. 29. A carteira de trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente


apresentada, contra recibo, pelo trabalhador ao empregador que o admitir, o
qual terá o prazo de quarenta e oito horas para nela anotar, especificamente,

a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, sen-


do facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme
instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho.
(...)
§ 2º As anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social serão feitas:

a) na data-base;

b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalhador;

c) no caso de rescisão contratual; ou

d) necessidade de comprovação perante a Previdência Social.´´

3. O tema em apreciação remete à necessidade de definir qual o procedimento a


adotar, de forma legal, para se obter a correção que se faz necessária em face do equivocado pre-
enchimento de Carteira de Trabalho. No caso, o 3ª BE Cnst admitiu e contratou, com base na lei
nº 8.745/93, que dispõe sobre a contratação por tempo determinado, alguns trabalhadores para o
emprego em obra de recuperação de estradas destruídas pelas enchentes. Era uma contratação de
mão-de-obra temporária que, face a legislação específica, deveria obedecer determinados parâ-
metros legais. Entretanto, razões técnicas não permitiriam o prosseguimento do contrato com ba-
se na lei citada anteriormente, o que levou o Comando da OM a revogá-lo.

4. A questão, então, prende-se a que dispositivo legal permitiria alterar o contrato


registrado nas Carteiras de Trabalho. Sabe-se que o Comando da OM tornou transparente o ato
de contratar os trabalhadores ao publicar, no Boletim Interno nº 044, de 05 de março de 2004, as
condições de admissão dos referidos operários, bem como revogou os contratos em questão, em
ato constante do Boletim Interno nº 081, de 30 de abril de 2004. A conclusão a que se pode che-
gar é que a anotação na Carteira de Trabalho, à época, foi realizada com base em uma decisão le-
gal, amparada pela legislação em vigor.

5. O Art. 49 do Decreto-Lei nº 229, de 28 de fevereiro de 1969, impede a anotação


dolosa de admissão de trabalhador em emprego, em data que não seja verdadeira. Essa colocação
vai ao encontro da proteção do operário, beneficiando-o em futuras apreciações na área trabalhis-
tas.

6. O Art. 29 da Lei nº 7.855 admite, em seu parágrafo segundo, que sejam realiza-
das anotações na Carteira de Trabalho. É a possibilidade legal de registrar nesse documento do
trabalhador, todas as anotações necessárias, como, por exemplo, a rescisão contratual.
(Continuação do Ofício nº 070- Asse Jur –04 (A/1-SEF) 05 Jul. 04 do Subsect Econ Finx)

7. Entende esta Secretaria que o procedimento adequado que permitirá regularizar


a questão é o registro, nas Carteiras de Trabalho, da revogação do contrato de acordo com o ato
administrativo exarado no Boletim Interno nº 081, de 30 de abril de 2004.

8. Assim sendo, encaminho o presente expediente para as providencias cabíveis.

_________________________________
Gen Div JOSÉ FELIPE BIASI
Subsecretário de Economia e Finanças

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