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DIREITO

PREVIDENCIÁRIO

INTRODUÇÃO.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO

O que é previdência?
PROTEÇÃO SOCIAL

“Quando nasce um ser humano, a segurança social logo vem compensar os encargos
adicionais dos progenitores. Liberta pai e mãe da vida profissional para prestarem os
primeiros cuidados ao recém-nascido, subsidiando-lhes licenças de maternidade e
paternidade. Segue apoiando as famílias no esforço educativo posto em cada filho. Ajuda
os adultos a enfrentar consequências da doença e do desemprego, fazendo as vezes do
rendimento perdido, contribuindo para pagar cuidados de saúde ou subsidiando ações de
valorização profissional. Na aposentação por velhice ou na invalidez, substitui-se
definitivamente aos rendimentos do trabalho. E, na morte, sobrevive-nos, para apoiar os
que ainda estejam a nosso cargo.”

(MENDES, Fernando Ribeiro. Segurança Social: o futuro hipotecado. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos
Santos, 2011, p. 13.)
PROTEÇÃO SOCIAL

Os Estados Contemporâneos possuem de regra, entre suas funções, a


proteção social dos indivíduos em relação a eventos que lhes possam causar
a dificuldade ou até mesmo a impossibilidade de subsistência por conta
própria, pela atividade laborativa.

Tal proteção, que tem formação embrionária do Estado Moderno, encontra-se


consolidada nas políticas de Seguridade Social, dentre as quais se destaca,
para os fins da nossa disciplina, a Previdência Social.
PROTEÇÃO SOCIAL
Revolução Industrial e Revolução Francesa

Nos primórdios da relação de emprego moderna, o trabalho retribuído por


salário, sem regulamentação alguma, era motivo de submissão de
trabalhadores a condições análogas às dos escravos, não existindo, até
então, nada que se pudesse comparar à proteção do indivíduo, seja em
caráter de relação empregado-empregador, seja na questão relativa aos riscos
da atividade laborativa, no tocante à eventual perda ou redução da
capacidade de trabalho.
• Os direitos dos trabalhadores eram aqueles assegurados pelos seus
contratos, sem que houvesse qualquer intervenção estatal no sentido de
estabelecer garantias mínimas.
PROTEÇÃO SOCIAL

• Manifestações dos trabalhadores - melhores condições de trabalho e de


subsistência, com greves e revoltas – violentamente reprimidas pelo
próprio Poder constituído;

• Primeiras preocupações - a proteção previdenciária do trabalhador;

“Por mais caro que pareça o seguro social, resulta menos gravoso que os
riscos de uma revolução”
(Bismarck - governante responsável pela unificação do Estado Alemão – 1871 a 1918)
PROTEÇÃO SOCIAL

“proteção social, portanto, é o conjunto de medidas de


caráter social destinadas a atender certas necessidades
individuais; mais especificamente, às necessidades
individuais que, não atendidas, repercutem sobre os demais
indivíduos e, em última análise, sobre a sociedade”
(LEITE, Celso Barroso. A proteção social no Brasil, 2. ed., São Paulo: LTr, 1978, p. 16.)
PROTEÇÃO SOCIAL

A marcha evolutiva do sistema de proteção, desde a


assistência prestada por caridade até o estágio em que se
mostra como um direito subjetivo, garantido pelo Estado e
pela sociedade a seus membros, é o reflexo de três formas
distintas de solução do problema: a da beneficência entre
pessoas; a da assistência pública; e a da previdência social,
que culminou no ideal de seguridade social.
A MÚTUA ASSISTÊNCIA E A CARIDADE

Anteriormente ao surgimento das primeiras leis de proteção social,


a defesa do trabalhador quanto aos riscos no trabalho e perda da
condição de subsistência se dava pela assistência caritativa
individual ou pela reunião de pessoas.

Nas sociedades romanas e gregas da Antiguidade se encontram


referências a associações de pessoas com o intuito de, mediante
contribuição para um fundo comum, receberem socorro em caso
de adversidades decorrentes da perda da capacidade laborativa.
ASSISTÊNCIA SOCIAL ESTATAL

Até o século XVIII, não havia a sistematização de qualquer forma de


prestação estatal, pois, de um modo geral, não se atribuía ao Estado
o dever de dar assistência aos necessitados.

O primeiro tipo de proteção social que podemos reconhecer


no mundo é o tipo liberal, em que predomina a assistência
aos pobres enquanto uma preocupação do Estado.

O Estado dá assistência; e o mercado, o resto.


O BEM-ESTAR SOCIAL

A primeira vez em que tem lugar uma


mudança na concepção da proteção ao
indivíduo ocorre na Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão, em 1789, que
inscreve o princípio da Seguridade Social como
direito subjetivo assegurado a todos: “Les
secours publiques sont une dette sacrée”.
O BEM-ESTAR SOCIAL

Os Estados da Europa, precursores da ideia de proteção estatal ao


indivíduo vítima de infortúnios, estabeleceram, de maneira
gradativa, da segunda metade do século XIX até o início do século
XX, um sistema jurídico que garantiria aos trabalhadores normas de
proteção em relação aos seus empregadores nas suas relações
contratuais, e um seguro – mediante contribuição destes – que
consistia no direito a uma renda em caso de perda da capacidade
de trabalho, por velhice, doença ou invalidez, ou a pensão por
morte, devida aos dependentes.
O BEM-ESTAR SOCIAL
Distinção entre os conceitos de Seguro Social e Assistência Social:

“seguro e assistência, por suas naturezas e técnicas completamente


diferentes, agem, em realidade, em dois planos completamente distintos. O
seguro social garante o direito a prestações reparadoras ao verificar-se o
evento previsto, antes que os danos possam determinar o estado de
indigência, de privação, da pessoa golpeada. A assistência intervém, não de
direito, mas segundo avaliação discricionária, somente quando, por causa de
eventos previstos ou não previstos, esteja já em ato um estado de indigência,
de privação, que ela tem o fim de combater”

(Apud CARDONE, Marly. Previdência, assistência, saúde: o não trabalho na Constituição de 1988. São Paulo: LTr, 1990, p.
24.)
O BEM-ESTAR SOCIAL
Paulo Cruz, citando Jean Touchard, indica quatro fases evolutivas da
proteção social ao trabalhador:

a) experimental;
b) de consolidação;
c) de expansão; e,
d) de redefinição, que tem início na década de oitenta e se
encontra em curso
(CRUZ, Paulo Márcio. Poder, Política, Ideologia e Estado Contemporâneo. Florianópolis: Diploma Legal, 2001, p. 219)
O BEM-ESTAR SOCIAL
a) Experimental:

Otto von Bismarck (1883 a 1889) - faz viger um conjunto de normas que serão o
embrião do que hoje é conhecido como Previdência Social, assegurando aos
trabalhadores o seguro-doença, a aposentadoria e a proteção a vítimas de
acidentes de trabalho; (contributividade e compulsoriedade de filiação).

Na Inglaterra (1907) - promulgada uma lei de reparação de acidentes de


trabalho, e, em 1911, outra lei tratou da cobertura à invalidez, à doença, à
aposentadoria voluntária e à previsão de desemprego, tornando-a, na época, o
país mais avançado em termos de legislação previdenciária.
O BEM-ESTAR SOCIAL
b) consolidação:

Constitucionalização de direitos sociais e políticos.

• A Constituição Mexicana de 1917 - primeira a arrolar e dar


sistematização a um conjunto de direitos sociais,
• Seguida pela Constituição de Weimar, no ano de 1919;
• A Organização Internacional do Trabalho (OIT) surgiu com o Tratado de
Versailles, em 1917.
• Em 1927, foi criada a Associação Internacional de Seguridade Social,
com sede em Bruxelas, Bélgica.
O BEM-ESTAR SOCIAL
c) expansão:

A partir do período pós-Segunda Guerra, com a disseminação das ideias do economista


inglês John Maynard Keynes, o qual pregava, em síntese, o crescimento econômico num
contexto de intervenção estatal no sentido de melhor distribuir – ou até mesmo
redistribuir – a renda nacional.
As propostas de Keynes foram aprofundadas por Lord William Henry Beveridge, designado
pelo governo britânico para reexaminar os sistemas previdenciários da Inglaterra.

• Plano Beveridge - criou um sistema universal – abrangendo todos os indivíduos, com a


participação compulsória de toda a população, com a noção de que a seguridade social
é “o desenvolvimento harmônico dos economicamente débeis”
O BEM-ESTAR SOCIAL
c) expansão:

Em função da expansão do modelo de segurança social concebido por Beveridge,


no pós-Segunda Guerra, depois das experiências totalitárias, nada menos que
cinquenta Estados elaboraram novas constituições, buscando adaptação às novas
exigências políticas e sociais, nas quais os direitos sociais ocupam um lugar de
destaque.

Dessa época em diante se materializa a universalização dos direitos sociais,


acrescendo-se aí o seu reconhecimento como categoria integrante do rol de
direitos fundamentais, o que fica patente em nível mundial a partir da Declaração
Universal dos Direitos Humanos (1948), mais especificamente em seu art. 25.
O BEM-ESTAR SOCIAL
d) redefinição:

Iniciada com a decisão dos Estados Unidos de não manter a convertibilidade do


dólar em ouro, tomada em virtude da quantidade da moeda norte americana em
circulação em outros países.

Com a ideia de “readequar” o Estado em sua condição de interventor e


patrocinador de políticas sociais mediante dispêndio de verbas orçamentárias,
houve uma exacerbação do papel do Estado Contemporâneo no campo das
relações particulares, gerando despesas insustentáveis, devendo, portanto,
retroceder em alguns de seus postulados.
O BEM-ESTAR SOCIAL
d) redefinição:

“Se a tendência dos últimos anos se mantiver, uma parte significativa da população
economicamente activa passará a trabalhar no sector informal, onde necessitará
de sistemas de protecção social que funcionem como uma rede de segurança. Por
outro lado, cada vez mais pessoas poderão ter uma vida profissional flexível, mudar
de estatuto profissional com maior frequência, adquirir periodicamente mais
competências e interromper o seu percurso profissional em várias etapas das suas
vidas. Perante este cenário, o desafio que se coloca aos decisores políticos e às
organizações de empregadores e trabalhadores consiste em conjugar flexibilidade e
segurança social nas políticas nacionais”.
(BUREAU INTERNACIONAL DO TRABALHO. A OIT: origens, funcionamento e actividade. Disponível em: <https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---europe/---ro-geneva/---ilo-
lisbon/documents/publication/wcms_711836.pdf>. Acesso em: 14 jul. 2021.)
NO BRASIL
O Brasil só veio a conhecer verdadeiras regras de caráter geral em matéria de previdência
social no século XX. Antes disso, apesar de haver previsão constitucional a respeito da
matéria, apenas em diplomas isolados aparece alguma forma de proteção a infortúnios.

• as primeiras formas de proteção social dos indivíduos no Brasil tinham caráter eminentemente
beneficente e assistencial;
• ainda no período colonial, tem-se a criação das Santas Casas de Misericórdia, sendo a mais antiga aquela
fundada no Porto de São Vicente, depois Vila de Santos (1543) e, no ano de 1795, estabeleceu-se o Plano
de Beneficência dos Órfãos e Viúvas dos Oficiais da Marinha.
• o primeiro texto em matéria de previdência social no Brasil foi expedido em 1821, pelo ainda Príncipe
Regente, Dom Pedro de Alcântara. Decreto de 1º de outubro de 1821, concedendo aposentadoria aos
mestres e professores, após 30 anos de serviço, e assegurado um abono de 1/4 (um quarto) dos ganhos
aos que continuassem em atividade;
• Em 1888, o Decreto n. 9.912-A, de 26 de março, dispôs sobre a concessão de aposentadoria aos
empregados dos Correios, fixando em trinta anos de serviço e idade mínima de 60 anos os requisitos para
tal;
NO BRASIL

• Em 1890, o Decreto n. 221, de 26 de fevereiro, instituiu a aposentadoria para os


empregados da Estrada de Ferro Central do Brasil, posteriormente estendida aos
demais ferroviários do Estado pelo Decreto n. 565, de 12 de julho do mesmo ano;
• A Constituição de 1891, art. 75, previu a aposentadoria por invalidez aos
servidores públicos;
• Em 1892, a Lei n. 217, de 29 de novembro, instituiu a aposentadoria por invalidez
e a pensão por morte dos operários do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro;

As aposentadorias eram concedidas de forma graciosa pelo Estado. Assim, até


então, não falava em previdência social no Brasil.
NO BRASIL – Lei Eloy Chaves
A doutrina majoritária considera como marco inicial da Previdência Social a
publicação do Decreto Legislativo n. 4.682, de 24.1.1923, mais conhecido como Lei
Eloy Chaves,

• criou as Caixas de Aposentadoria e Pensões nas empresas de estradas de ferro


existentes, mediante contribuições dos trabalhadores, das empresas do ramo e do
Estado, assegurando aposentadoria aos trabalhadores e pensão a seus dependentes
em caso de morte do segurado, além de assistência médica e diminuição do custo de
medicamentos;

• A Lei Eloy Chaves criou, de fato, a trabalhadores vinculados a empresas privadas,


entidades que se aproximam das hoje conhecidas entidades fechadas de previdência
complementar, ou fundos de pensão, já que se constituíam por empresas.
NO BRASIL – Os Institutos de Classe

A primeira instituição brasileira de previdência social de âmbito nacional, com base


na atividade econômica, foi o IAPM – Instituto de Aposentadoria e Pensões dos
Marítimos, criada em 1933, pelo Decreto n. 22.872, de 29 de junho daquele ano.

Em 1960 foi criado o Ministério do Trabalho e Previdência Social e promulgada a


Lei n. 3.807, denominada Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, cujo projeto
tramitou desde 1947.

Em 1965, pela Emenda Constitucional n. 11, foi estabelecido o princípio da


precedência da fonte de custeio em relação à criação ou majoração de benefícios.
NO BRASIL – INPS
Apenas em 1º de janeiro de 1967 foram unificados os IAPs, com o surgimento do
Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, criado pelo Decreto-lei n. 72, de
21.11.1966, providência de há muito reclamada pelos estudiosos da matéria, em
vista dos problemas de déficit em vários dos institutos classistas.

Foram criados o IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência e


Assistência Social (para arrecadação e fiscalização das contribuições) e o INAMPS –
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (para atendimentos
dos segurados e dependentes, na área de saúde), mantendo-se o INPS (para
pagamento e manutenção dos benefícios previdenciários), a LBA (para o
atendimento a idosos e gestantes carentes), a FUNABEM (para atendimento a
menores carentes), a CEME (para a fabricação de medicamentos a baixo custo) e a
DATAPREV (para o controle dos dados do sistema), todos fazendo parte do SINPAS.
NO BRASIL – CONSTITUIÇÃO DE 1988

“A seguridade social prevista no art. 194 da CF/1988 compreende a previdência, a


saúde e a assistência social, destacando-se que as duas últimas não estão
vinculadas a qualquer tipo de contraprestação por parte dos seus usuários, a teor
dos arts. 196 e 203, ambos da CF/1988”
(RE 636.941, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 4.4.2014, com Repercussão Geral – Tema 432)

O Regime Geral de Previdência Social – RGPS, nos termos da Constituição atual (art. 201),
não abriga a totalidade da população economicamente ativa, mas somente aqueles que,
mediante contribuição e nos termos da lei, fizerem jus aos benefícios ali previstos, e desde
que não sejam abrangidos por outros regimes específicos de previdência social – os
Regimes Próprios de Previdência.
NO BRASIL – CONSTITUIÇÃO DE 1988
A Assembleia Nacional Constituinte assegurou direitos até então não previstos,
como por exemplo:

• a equiparação dos Direitos Sociais dos trabalhadores rurais com os dos


trabalhadores urbanos, nivelando-os pelos últimos;
• a ampliação do período de licença-maternidade para 120 dias, com consequente
acréscimo de despesas no pagamento dos salários-maternidade, e
• a adoção do regime jurídico único para os servidores públicos da Administração
Direta, autarquias e fundações públicas das esferas federal, estadual e
municipal, unificando também, por conseguinte, todos os servidores em termos
de direito à aposentadoria, com proventos integrais, diferenciada do restante
dos trabalhadores (vinculados ao Regime Geral), que tinham sua aposentadoria
calculada pela média dos últimos 36 meses de remuneração.
NO BRASIL – CONSTITUIÇÃO DE 1988
Em 1990 foi criado o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, autarquia que
passou a substituir o INPS e o IAPAS nas funções de arrecadação, bem como nas de
pagamento de benefícios e prestação de serviços, aos segurados e dependentes do
RGPS.

Em 1991 foram publicadas as Leis ns. 8.212 e 8.213, que tratam respectivamente do
custeio da Seguridade Social e dos benefícios e serviços da Previdência, incluindo os
benefícios por acidentes de trabalho, leis que até hoje vigoram, mesmo com as alterações
ocorridas em diversos artigos.

Entre 1993 e 1997, vários pontos da legislação de Seguridade Social foram alterados, sendo
relevantes os seguintes: a criação da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei n.
8.742, de 7.12.1993), com a transferência dos benefícios de renda mensal vitalícia, auxílio-
natalidade e auxílio-funeral para este vértice da Seguridade Social.
NO BRASIL – EC 20 DE 1998
Modificou substancialmente a Previdência Social no Brasil, foi promulgada no dia
15.12.1998, no encerramento do ano legislativo, após três anos e nove meses de
tramitação no Congresso Nacional.

• as aposentadorias passaram a ser concedidas tendo por base o tempo de contribuição, e não mais o tempo de
serviço, tanto no âmbito do Regime Geral de Previdência Social, tanto – e principalmente – no âmbito dos Regimes
de Servidores Públicos, aos que ingressaram em tais regimes após a publicação da Emenda, ou aos que optaram
pelas regras da Emenda, já sendo segurados anteriormente.
• Foram criadas regras diferenciadas para os trabalhadores que já contribuíam para a Previdência e para os que
entraram no mercado de trabalho após 16.12.1998.
• Os professores que comprovassem exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio preservariam o direito à aposentadoria especial, com vinte e
cinco anos de atividades, no caso das mulheres, ou trinta anos, no caso dos homens, sem observância do limite
mínimo de idade;
• A adoção do chamado “fator previdenciário” - reduzir despesas com a concessão de aposentadorias por tempo de
contribuição a pessoas que se aposentassem com idades bem abaixo daquela considerada ideal pelos atuários da
Previdência Social.
NO BRASIL – EC 41 E 47

As Emendas afetaram fundamentalmente os RPPS da União, Estados, Distrito


Federal e Municípios, e apenas em aspectos pontuais, o RGPS.

• A Emenda n. 47, de 5.7.2005, modificou regras de transição estabelecidas pela Emenda


n. 41 a agentes públicos ocupantes de cargos efetivos e vitalícios, pertencentes aos
chamados Regimes próprios, com efeitos retroativos a 1.1.2004, revogando, ainda, o
parágrafo único do art. 6º da Emenda n. 41, de 31.12.2003.
• Quanto à EC n. 47 e a previsão de seus efeitos retroativos. Muitos benefícios de
aposentadoria já concedidos, no interregno entre 1.1.2004 e 4.7.2005 deveriam ser
objeto de revisão, para adequação à norma mais favorável, quando for o caso, por força
das novas disposições incluídas pela referida Emenda;
NO BRASIL – EC 103 de 2019
No ano de 2019, tramitou no Congresso Nacional a PEC n. 6/2019 – convertida na
Emenda Constitucional n. 103, de 12 de novembro de 2019 (DOU 13.11.2019) –,
que alterou de forma bastante significativa as normas do RGPS e as do RPPS da
União.

As alterações alcançam a maioria dos benefícios concedidos pelos dois Regimes


mencionados, influenciando os requisitos e valores a serem recebidos, em resposta
ao interesse de redução de despesas.

Desde a apresentação da PEC n. 06/2019, observa-se uma mudança de


direcionamento ideológico no tocante aos objetivos e fundamentos da Previdência
Brasileira, com um reforço na ideia de que a individualidade acabe prevalecendo
sobre a solidariedade.
BIBLIOGRAFIA

AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. 12.ed. ver., ampl. e atual. –
Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.

BERWANGER, Jane Lucia Wilhelm; GUIOTTO, Maíra Custódio Mota. Aposentadoria especial
do dentista. Curitiba: Juruá, 2016.

CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João B. Manual de Direito Previdenciário.
Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN 9786559646548. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559646548/. Acesso em: 27 fev.
2023.

IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de direito previdenciário. 18ª ed. Rio de Janeiro:
Impetrus, 2013.

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