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Módulo 1 – Previdência Social: Conceito, Denominação, Divisão, Natureza

Jurídica.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Denominação: Direito Previdenciário ou Direito da Seguridade Social (mais


atual).

Seguridade Social compreende (CF, arts. 194 a 204):

 Saúde: redução dos riscos de doenças e outros agravos, visando ações e


serviços à proteção e recuperação do indivíduo. Financiada por toda
sociedade (CF, arts. 198, §1º e 195).

 Previdência: cobertura de contingências decorrentes de doença, invalidez,


velhice, desemprego, morte e proteção à maternidade mediante
contribuição, concedendo aposentadorias, pensões, etc. Depende de
contribuição (CF, art. 201).

 Assistência social: atendimento das necessidades básicas quanto à


proteção da família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à
pessoa portadora de deficiência, independente de contribuição, isto é,
concessão de benefícios a pessoas que nunca contribuíram para o sistema
(CF, art. 203).

Objetivo: garantir meios de distribuição de renda, para manutenção de


subsistência do indivíduo, para o presente e futuro, independente de
contribuição.

Conceito: Sérgio Pinto Martins entende que “Direito da Seguridade é um


conjunto de princípios, de normas e de instituições destinado a estabelecer um
sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os
impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias,
integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando
assegurar os direitos à saúde, à previdência e à assistência social”.

Aristeu de Oliveira define seguridade social como “um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, que tem como
objetivo assegurar o direito relativo à saúde, à previdência e à assistência
social”.

Natureza Jurídica: é um ramo do direito público, porque decorre da lei,


envolvendo o contribuinte, o beneficiário e o Estado, que arrecada as
contribuições, paga os benefícios e presta os serviços, administrando o
sistema.

Peculiaridades do Direito da Seguridade Social:

 É um direito autônomo.
 Não existe um código ou consolidação de leis sobre o tema.

 Formada entre os particulares e o Estado.

 Depende de previsão da lei.

 Compete à União, privativamente, legislar sobre Seguridade Social (CF,


art. 22, XXIII).

 Competência concorrente entre a União, Estados-membros e o Distrito


Federal para legislar sobre previdência social, proteção e defesa da saúde
(CF, art. 24, XII), cabendo à União estabelecer normas gerais, que
suspendam a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário.

 Instituições: Ministério da Previdência Social (MPS), Instituto Nacional do


Seguro Social (INSS), Conselho Nacional de Previdência Social, Conselho
Nacional de Assistência Social, Ministério da Saúde, etc.

 Direito Tributário é fonte subsidiária por manter estreita relação em matéria


de custeio, podendo ser invocada em auxílio à aplicação e à interpretação
da legislação.

CF e algumas Normas que versam sobre Seguridade Social:

 CF: a estrutura do sistema da Seguridade está delineada na CF, que traça


os contornos nos quais a lei ordinária irá complementá-la, a seguir:
 Capítulo sobre seguridade social: CF, arts. 194 a 204. Princípios: CF,
art. 194, § único; Regras das contribuições: CF, art. 195; Saúde: CF,
arts. 196 a 200; Previdência Social: CF, arts. 201 a 202; e Assistência
Sócia: CF, arts. 203 a 204.l
 Seguro-desemprego: CF, art. 7º, II
 13º salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria: CF, art. 7º, VIII
 Salário-familia: CF, art. 7º, XII
 Licença à gestante, sem prejuízo de emprego e do salário, com duração
de 120 dias: CF, art. 7º, XVIII
 Aposentadoria: CF, art. 7º, XXIV
 Assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o nascimento até 6
anos de idade em creches e pré-escolas: CF, art. 7º, XXV
 Seguro contra acidentes do trabalho, a cargo do empregador: CF, art.
7º, XXVIII

 Lei 8.212/91: Organização da Seguridade Social e Plano de Custeio

 Lei 8.213/91: Planos de Benefícios da Previdência Social

 Lei 8.742/93: Lei Orgânica da Assistência Social

 Lei 8.080: Saúde


 Dec. 3.048/99: Regulamento da Previdência Social

 Lei Complementar 108/2001: relação entre a União, Estados, Distrito


Federal e Municípios, suas autarquias e fundações públicas, sociedades de
economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades
fechadas de previdência complementar.

 Lei Complementar 109/2001: regras sobre Previdência Privada


Complementar.

Organização Administrativa da Seguridade Social:

A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa


dos poderes públicos e da sociedade nas áreas da saúde, previdência e
assistência social, conforme previsto no Capítulo II do Título VII da Constituição
Federal, sendo organizada em Sistema Nacional de Seguridade Social, que é
composto por conselhos setoriais, com representantes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios e da sociedade civil (Lei n. 8.212/91, art.
5º).

1) Compõem a área da Seguridade Social:

- Ministério da Previdência Social;


- Ministério da Saúde
- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

2) Áreas de competência de cada Ministério:

- Ministério da Previdência Social:


a) previdência social; e
b) previdência complementar.

- Ministério da Saúde:
a) política nacional de saúde;
b) coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde;
c) saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde
individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores e dos índios;
d) informações de saúde;
e) insumos críticos para a saúde;
f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de fronteiras e de
portos marítimos, fluviais e aéreos;
g) vigilância de saúde, especialmente drogas, medicamentos e alimentos;
h) pesquisa científica e tecnologia na área de saúde.

- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome:


a) política nacional de desenvolvimento social;
b) política nacional de segurança alimentar e nutricional;
c) política nacional de assistência social;
d) política nacional de renda de cidadania;
e) articulação com os governos federal, estaduais, do Distrito Federal e
municipais e a sociedade civil no estabelecimento de diretrizes para as políticas
nacionais de desenvolvimento social, de segurança alimentar e nutricional, de
renda de cidadania e de assistência social;
f) articulação entre as políticas e programas dos governos federal estaduais, do
Distrito Federal e municipais e as ações da sociedade civil ligadas ao
desenvolvimento social, à produção alimentar, alimentação e nutrição, à renda
de cidadania e à assistência social;
g) orientação, acompanhamento, avaliação e supervisão de planos, programas
e projetos relativos às áreas de desenvolvimento social, segurança alimentar e
nutricional, de renda de cidadania e assistência social;
h) normatização, orientação, supervisão e avaliação da execução das políticas
de desenvolvimento social, segurança alimentar e nutricional, de renda de
cidadania e de assistência social;
i) Gestão do Fundo Nacional de Assistência Social;
j) coordenação, supervisão, controle e avaliação da operacionalização de
programas de transferência de renda;
l) aprovação dos orçamentos gerais do Serviço Social da Indústria (SESI), do
Serviço Social do Comércio (SESCO) e do Serviço Social do Transporte
(SEST).

Módulo 2 – Previdência Social no Mundo e no Brasil. Evolução da


Previdência Social. Origens e Desenvolvimento Histórico da Previdência
Social no Brasil.

1 – Evolução Histórica no Mundo

Era Romana: Pater Familias prestava assistência aos servos e clientes, em


uma forma de associação, mediante contribuição de seus membros.

1344: notícia de preocupação com o infortúnio, através da elaboração do


primeiro contrato marítimo e cobertura dos riscos contra incêndio.

Confrarias: associações com fins religiosos, formadas por pessoas


(associados) da mesma categoria ou profissão e com objetivos comuns, que
pagavam taxas anuais, para o caso de velhice, doença, pobreza.

1604 – Inglaterra: instituiu lei de amparo aos pobres (Poor Relief Act), através
de contribuição obrigatória para fins sociais, paga pelos ocupantes e usuários
de terras, sendo que o indigente era auxiliado pela paróquia e os juízes da
Comarca aplicavam e recebiam o imposto de caridade.

Alemanha – Otto von Bismarck: instituição de vários seguros sociais, a fim


de conter a tensão dos trabalhadores e crise industrial. Tornou obrigatória
filiação de trabalhadores que recebessem até 2.000 marcos anuais às
sociedades seguradoras ou entidades de socorros mútuos. Objetivo político:
evitar movimentos socialistas e obter apoio popular. A seguir os seguros
sociais:
1883 – Seguro-Doença: custeado por contribuições dos empregados,
empregadores e Estado.
1884 – Seguro contra Acidentes do Trabalho: custeado pelos
empregadores.
1889 – Seguro de Invalidez e Velhice: custeado pelos empregados,
empregadores e Estado.

Igreja Católica:
1891 – Encíclica Rerum Novarum – Leão XIII.
Quadragésimo Ano – Pio XI.

1898 – França: promulgou norma de assistência à velhice e aos acidentes do


trabalho.

Inglaterra: instituiu vários seguros sociais:


1897 – Seguro contra Acidentes do Trabalho (Workmen’s
Compensation Act): impôs de forma obrigatória ao empregador
responsabilidade objetiva (independente de culpa), atribuindo-lhe o
pagamento da indenização ao obreiro.
1907 – Assistência à Velhice e Acidentes do Trabalho.
1908 – Pensão (Old Age Pensions Act): aos maiores de 70 anos,
independente de contribuição.
1911 – Sistema Compulsório de Contribuições Sociais (National Insurance
Act): custeado pelos empregados, empregadores e Estado.

1917 – México: primeira Constituição a incluir o seguro social (art. 123).

1919 – Constituição de Weimar: impôs ao Estado a subsistência do cidadão


alemão, caso não possa trabalhar para sobreviver (art. 163).

1921 – OIT: dispôs sobre a necessidade de programa sobre previdência social.


Convenções a seguir:
1921 – Convenção nº 12: acidentes do trabalho.
1927 – Convenção nº 17: indenização por acidente do trabalho.

Estados Unidos – Franklin Roosevelt: instituiu New Deal, pregando o bem-


estar social, contra a miséria, desemprego e as perturbações da velhice, para
resolver a crise econômica desde 1929.

1935 – Estados Unidos: Security Act instituiu ajuda aos idosos e auxílio
desemprego, visando também estimular o consumo.

1941 – Inglaterra – Sistema Beveridge: cobertura a pessoas por certas


contingências sociais, como indigência ou impossibilidade de trabalho, e tinha
por objetivo:
Unificar os seguros sociais existentes.
Estabelecer o princípio da universalidade, estendendo a proteção a todos os
cidadãos e não apenas aos trabalhadores.
Igualdade de proteção.
Tríplice forma de custeio, com predominância ao Estado.
1946 – Inglaterra: implantação do sistema de previdência social.

1948 – Declaração Universal dos Direitos do Homem: inscreve sobre


proteção previdenciária, dentre outros direitos fundamentais da pessoa
humana. Art. 85: “todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de
assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação,
vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, o
direito à seguridade no caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice,
ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de
seu controle”.

OIT: Convenções nº 24, 35, 37, 38, 39, 40, 123, 128, 130 e 134.

Comunidade Econômica Europeia do Carvão e do Aço: unificação do


tratamento previdenciário para os países que a compõem.

Hoje, como o Brasil, em quase todos os países europeus, reformas


previdenciárias já foram ou estão sendo realizadas – um dos últimos é a Itália.
Entre as décadas de 60 e 90, os sistemas de previdência previam
aposentadorias com idades médias próximas de 55 anos. Agora, com os
avanços na área de saúde, as pessoas estão vivendo mais, o que tem exigido
as reformas, para evitar uma quebradeira geral dos sistemas de previdência.

A Seguridade Social é objeto de preocupação em todos os países do mundo,


não apenas do Brasil. Por isso, foi desenvolvido, na Cidade canadense de
Ottawa, em setembro de 1966, o Programa de Ottawa de Seguridade Social
das Américas, adotado pela 8ª Conferência dos Estados da América membros
da Organização Mundial do Trabalho, a OIT, que definiu que “a Seguridade
Social deve ser instrumento de autêntica política social, para garantir o
equilibrado desenvolvimento sócio-econômico e uma distribuição equitativa da
renda nacional”.

Recentemente, a OIT apontou como propósito fundamental da Seguridade “dar


aos indivíduos e às famílias a tranquilidade de saber que o nível de qualidade
de sua vida não será significativamente diminuído, até onde for possível vita-lo,
por nenhuma circunstância econômica ou social”. Com isso, estabeleceu-se
que a seguridade social não depende mais da contribuição prévia, mais
também da diversidade de serviços sociais e da prestação de saúde.

2 - Evolução Histórica no Brasil

Verdadeiras regras de previdência social foram conhecidas no Brasil no século


XX, apesar de anteriormente haver previsão constitucional a respeito da
matéria, a seguir:

CF/1824: dispõe sobre socorros públicos (art. 179, XXXI).

1835 - Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral): primeira


entidade de previdência privada, sistema formado por várias pessoas que se
associam e se cotizam para cobertura de certos riscos, mediante a repartição
dos encargos com todo o grupo.

1850 – Código Comercial: garantia por 3 meses a percepção de salários do


preposto acidentado (art. 79).

1888/1889: Decretos instituíram aposentadoria aos empregados dos Correios,


fixando em 30 anos de serviço e idade mínima de 60 anos, e para empregados
da Estrada de Ferro Central do Brasil, que posteriormente foi estendida aos
demais ferroviários.

CF/1891: previu aposentadoria por invalidez aos servidores públicos, sem que
houvesse contribuição dos beneficiários durante o período de atividade.

1919: primeira lei sobre proteção do trabalhador contra acidentes do trabalho.

1911: Decreto instituiu a Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Operários da


Casa da Moeda, abrangendo os funcionários públicos.

1923 - Lei Eloy Chaves (Decreto 4.682): primeira norma sobre previdência
social, que criou as Caixas de Aposentadoria e Pensões para os ferroviários
(empregados), a nível nacional. Previa os benefícios de aposentadoria por
invalidez, por tempo de serviço, pensão por morte e assistência médica,
mediante contribuições dos trabalhadores. Posteriormente, leis surgiram
estendendo os benefícios previstos na Lei Eloy Chaves a diversos grupos
profissionais, como para os empregados portuários e marítimos, pessoal das
empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos, empregados nos
serviços de força, luz e bondes, etc. (benefícios estruturados por empresa).

1930: primeira crise no sistema previdenciário, ocorrida no governo de Getúlio


Vargas, que em face de inúmeras denúncias de fraudes e corrupções a
concessão de aposentadoria foi suspensa por 6 meses. A partir de então,
deixou de ser estruturado por empresa, passando a abranger categorias
profissionais, surgindo os IAP - Institutos de Aposentadoria e Pensões (dos
Marítimos, Comerciários, Bancários e Empregados em Transportes de Carga),
mediante tríplice contribuição, dos empregados, empregadores e Estado. Além
dos benefícios de aposentadorias e pensões, o IAP prestava serviços de
saúde, internação hospitalar e atendimento ambulatorial.

CF/1934: estabeleceu em seu texto a forma tripartite de custeio: contribuição


dos trabalhadores, empregadores e do Poder Público. Foi a primeira a utilizar a
expressão “previdência”.

CF/1937: utilizou a expressão “seguro social”.

1939: regulamentada a aposentadoria dos funcionários públicos.

1942: criação da Legião Brasileira de Assistência – LBA (Decreto 4.890/42).


CF/1946: primeira a empregar a expressão “previdência social”, sistematização
constitucional de normas de âmbito social e obrigar o empregador a manter
seguro de acidentes de trabalho.

1960: foi criado o Ministério do Trabalho e Previdência Social e promulgada a


Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS (Lei 3.807), criando normas
uniformes para os segurados e dependentes dos vários Institutos existentes,
através de um único plano de benefícios, e ainda ampliou e criou novos
benefícios, bem como estendeu a outras categorias profissionais. A LOPS era
uma lei nova, que trazia novos benefícios e disciplinava as normas de
previdência social, em um conjunto.

1963: foi criado Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural – FUNRURAL (Lei


4.214), no âmbito do Estatuto do Trabalhador Rural.

EC n. 11/1965: foi estabelecido o princípio da precedência da fonte de custeio


em relação à criação ou majoração de benefícios.

CF/1967: unificação dos institutos de aposentadoria e pensões, centralizando a


organização previdenciária com o surgimento do Instituto Nacional de
Previdência Social – INPS; criação do seguro-desemprego, que era
regulamentado com o nome de auxílio-desemprego; incorporação do Seguro
de Acidentes de Trabalho – SAT à Previdência Social.

EC n. 1/1969: não inovou na matéria previdenciária.

EC n. 11/1971: trabalhadores rurais passaram a ser segurados da Previdência


Social, com a criação do FUNRURAL.

1972: empregados domésticos passaram a integrar a previdência social.

1976: edição da Consolidação das Leis da Previdência Social – CLPS (Decreto


77.077), através da compilação de normas avulsas.

1977: instituição do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social –


SINPAS, visando a reorganização da Previdência Social, no que diz respeito à
integração das atividades da previdência social, assistência médica,
Assistência Social e de gestão administrativa, financeira e patrimonial, entre as
entidades vinculadas ao Ministério da Previdência e Assistência Social,
compreendendo o Instituto de Administração Financeira da Previdência e
Assistência Social – IAPAS, para arrecadação e fiscalização das contribuições,
Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS, para
atendimento na área da saúde dos segurados e dependentes, Instituto
Nacional de Previdência Social – INPS, para pagamento e manutenção dos
benefícios previdenciários, Legião Brasileira de Assistência – LBA, para o
atendimento a pessoas carentes, Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor –
FUNABEM, promoção da política do bem-estar do menor, Central de
Medicamentos – CEME, distribuidora de medicamentos, gratuitamente ou a
baixo custo, Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social –
DATAPREV, que cuida do processamento de dados da Previdência Social.
1984: última reorganização da CLPS, reunindo matéria de custeio, prestações
previdenciárias e acidentes do trabalho.

1986: criação do seguro-desemprego, para os casos de desemprego


involuntário, garantindo um abono temporário.

CF de 05/10/1988: há um capítulo II, Título VIII – Da Ordem Social, que trata


da Seguridade Social (arts. 194 a 204), incluindo Princípios (art. 194, § único),
Contribuições (art. 195), Saúde (arts. 196 a 200), Previdência Social (arts. 201
a 202) e Assistência Social (arts. 203 a 204); e outros artigos como: seguro-
desemprego (art. 7º, II), 13º salário com base na remuneração integral ou no
valor da aposentadoria (art. 7º, VIII), salário-família (art. 7º, XII), licença à
gestante (art. 7º, XVIII), aposentadoria (art. 7º, XXIV), assistência gratuita aos
filhos e dependentes, do nascimento até 6 anos em creches e pré-escolas (art.
7º, XXV), seguro contra acidentes do trabalho (art. 7º, XXVIII). O Regime Geral
de Previdência Social – RGPS abriga somente a população contribuinte ao
sistema, ficando excluídos aqueles que possuem sistema próprio de
previdência, como servidores públicos, militares, etc., e aqueles que não
contribuem por não estarem exercendo qualquer atividade. Garante o
reajustamento periódico do benefício, a fim de que seja preservado seu valor
real, conforme critérios definidos por lei.

1990: criação do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS, autarquia federal


vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante fusão do
IAPAS com o INPS, sendo a responsável pela arrecadação, fiscalização,
cobrança, aplicação de penalidades (multas) e regulamentação da parte de
custeio do sistema de seguridade social como pela concessão de benefícios e
serviços aos segurados e seus dependentes.

1991: ano em que entraram em vigor a Lei 8.212, sobre custeio do sistema da
seguridade social e a Lei 8.213, sobre benefícios e serviços previdenciários,
incluindo os benefícios por acidentes de trabalho. Estas leis sofreram
alterações em vários de seus artigos, mas vigoram até hoje.

1993: promulgada Lei Orgânica da Assistência Social (Lei 8.742).

EC n. 20/1998: 1ª Reforma Previdenciária (total de 3 Reformas até 31/12/2004)


– Início da reforma no Governo Fernando Henrique Cardoso, trouxe alteração
substancial da Previdência Social. Principais alterações: aposentadorias
concedidas por tempo de contribuição e não mais por tempo de serviço; quem
não conseguir completar o tempo de contribuição poderá se aposentar por
idade, sendo homens aos 65 anos e mulheres aos 60 anos; aposentadoria
especial (por tempo menor, independente da idade), para trabalhadores que
exercem atividades prejudiciais à saúde ou à integridade física, comprovada
por laudo técnico; extinta aposentadoria proporcional; resguardados os direitos
adquiridos dos que já haviam cumprido os requisitos exigidos pela legislação
anterior; e outros.

1998: Ministério da Previdência e Assistência Social é dividido:


Conselho Nacional de Previdência Social
Conselho Nacional de Assistência Social
Conselho de Recursos da Previdência Social
Conselho de Gestão da Previdência Complementar
Secretaria de Previdência Social
Secretaria de Estado de Assistência Social
Inspetoria-Geral da Previdência Social

1999: Lei 9.876 impôs a 2ª Reforma Previdenciária e criação do fator


previdenciário, prevendo expectativa de vida do segurado para o cálculo do
benefício, alterando-se as Leis 8.212 e 8.213. Regulamento da Previdência
Social unificado em um só instrumento (Decreto 3.048), revogando os dois
anteriores. Fator previdenciário é uma forma de cálculo que considera a idade
do segurado e sua expectativa de vida, visando reduzir despesas com a
concessão de aposentadorias por tempo de contribuição.

EC n. 29/2000: alterou a Constituição para assegurar os recursos mínimos


para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde.

2001: Lei Complementar n. 108, relação entre a União, Estados, Distrito


Federal e Municípios, suas autarquias e fundações públicas, sociedades de
economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades
fechadas de previdência complementar. Lei Complementar n. 109 regulamenta
a Constituição quanto ao regime de previdência complementar.

2003: Reforma da Previdência prevista na Emenda Constitucional n. 41 de


19/12/2003, publicada no Diário Oficial em 31/12/2003, modifica os arts. 37, 40,
42, 48, 96, 149 e 201 da CF, revoga o inciso IX do § 3º do art. 142 da CF e
dispositivos da EC n. 20/1998, e dá outras providências.

EC n. 41/2003: 3ª reforma da Previdência em 5 anos. Vejamos:

1ª) Em 1998, com a EC n. 20, no governo de Fernando Henrique Cardoso,


trouxe grande mudança no sistema de aposentadorias do serviço público
desde a Constituição de 1988.

2ª) Em 1999, com a reforma das aposentadorias do INSS foi introduzido o


"fator previdenciário", que reduziu o valor das aposentadorias de pessoas mais
jovens e aumentou o valor para quem trabalha por mais tempo, através do
cálculo que considera a idade do segurado e sua expectativa de vida.

3ª) Em 2003, com EC n. 41.


Todas as reformas acima buscaram reduzir os gastos com aposentadorias,
motivadas por 3 fatos:
Aumento da expectativa de vida do brasileiro,
Redução na taxa de nascimentos, e
Queda do número de trabalhadores com carteira assinada.

Gastos elevados com a Previdência, principalmente os do governo com


inativos: CF/1988 permitiu que pessoas de qualquer idade fizessem concurso e
entrassem para o serviço público, contando o tempo de serviço da iniciativa
privada. Após 3 anos de funcionalismo podiam se aposentar, o que elevou
rapidamente os gastos do governo com inativos.

Governo brasileiro tem utilizado medidas provisórias para limitar os gastos


previdenciários ou eliminar situações consideradas inaceitáveis nos dias atuais.
Por exemplo: há menos de três anos o governo proibiu, por medida provisória,
que as filhas solteiras de novos militares tenham direito a receber pensão,
mesmo com idade superior a 18 anos.

A Seguridade Social, para fins de estudos didáticos, pode ser considerada


como “sistema”, ou seja, um conjunto de normas jurídicas que se relacionam e
que têm em comum oferecer meios jurídicos de proteção social.

3 – Princípios Gerais aplicáveis à Seguridade Social

 Igualdade: tratamentos iguais para duas situações iguais (CF, art. 5º).

 Legalidade: obrigação de pagar determinada contribuição previdenciária


ou a concessão de determinado benefício por previsão em lei (CF, art. 5º,
II).

 Direito Adquirido: pertence ao patrimônio jurídico da pessoa (não do


econômico), que implementou todas as condições para esse fim, podendo
utilizá-lo a qualquer momento (CF,5º,XXXVI; LICC,art.6º,§ 2º).

4 – Princípios Específicos da Seguridade Social

 Solidarismo: ocorre quando várias pessoas economizam em conjunto


para assegurar benefícios quando as pessoas do grupo necessitarem.

 Constitucionais – ao Poder Público Federal cabe organizar a Seguridade


Social, nos termos da lei (CF, art. 194). Fixa princípios e objetivos da
Seguridade Social e outros relativos à atuação:

 Universalidade da Cobertura e do Atendimento: com relação


à cobertura a proteção social deve alcançar todos os eventos cuja
reparação seja premente, a fim de manter a subsistência de quem dela
necessita; e aoatendimento refere-se à entrega de ações, prestações e
serviços de seguridade social a todos os que necessitem, tanto em termos
de previdência social, como saúde e assistência social.

 Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações


Urbanas e Rurais: conferir tratamento uniforme a trabalhadores urbanos e
rurais, com idênticos benefícios e serviços (uniformidade), para os mesmos
eventos cobertos pelo sistema (equivalência).

 Seletividade e Distributividade na Prestação de Benefícios e


Serviços: concessão de benefícios a quem deles necessite, apontando os
requisitos para concessão de benefícios e serviços. Ex: trabalhador sem
dependentes não lhe será concedido salário-família.

 Irredutibilidade do Valor dos Benefícios: benefício concedido não pode


ter seu valor nominal reduzido, não podendo ser objeto de desconto, nem
arresto, sequestro ou penhora, salvo se por determinação legal ou judicial,
motivo pelo qual há reajustamento periódico dos benefícios.

 Equidade na Forma de Participação no Custeio: proteção social ao


hipossuficiente, exigindo-se dos trabalhadores, empregadores e Poder
Público contribuição equivalente a seu poder aquisitivo.

 Diversidade da Base de Financiamento: formas de arrecadação:


contribuições dos trabalhadores, empregadores e Poder Público, sobre a
receita de concursos de prognósticos e CPMF.

 Caráter Democrático e Descentralizado da Administração: gestão


quatripartite, com participação dos trabalhadores, empregadores,
aposentados e Governo nos órgãos colegiados. Órgãos colegiados
(composição paritária): Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS),
que discute a gestão da Previdência Social; Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS), que delibera sobre política e ações da área; e o
Conselho Nacional de Saúde (CNS), que discute a política de saúde.

- Preexistência do Custeio em Relação ao Benefício ou


Serviço: benefício ou serviço não poderá ser criado sem que haja ingressado
numerário no caixa da Seguridade Social, isto é, é preciso que antes ingresse
o numerário por meio de custeio para depois sair o numerário na forma de
benefício.

Módulo 3 – Conceitos Básicos de Previdência Social, Assistência Social e


Saúde.

1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL

Anteriormente, era estudada em conjunto com a Previdência Social. Hoje é uma das
espécies do Direito da Seguridade Social. Origina-se da assistência pública, em que o
Estado deve dar condições mínimas de sobrevivência àqueles que não têm como
subsistir, como os menores abandonados, loucos e os indigentes.

A Assistência Social é prestada por entidades estatais e particulares, como as


instituições de beneficência e de assistência social.

Conceito:
É o atendimento das necessidades básicas quanto à proteção da família, à
maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de
deficiência, independente de contribuição, isto é, concessão de benefícios a
pessoas que nunca contribuíram para o sistema. Os benefícios assistenciais
estão condicionados ao estado de necessidade do titular.
Wladimir Novaes Martinez define assistência social como “um conjunto de
atividades particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos
hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em pequenos benefícios em
dinheiro, assistência à saúde, fornecimento de alimentos e outras pequenas
prestações. Não só complementa os serviços da Previdência Social, como a
amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades providas”.

Sérgio Pinto Martins entende que é “um conjunto de princípios, de regras e de


instituições destinadas a estabelecer uma política social aos hipossuficientes,
por meio de atividades particulares e estatais, visando à concessão de
pequenos benefícios e serviços, independentemente de contribuição por parte
do próprio interessado”.

Lei 8.212/91, art. 4º dispõe que “a Assistência Social é a política social que
provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à
família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa
portadora de deficiência, independentemente de contribuição à Seguridade
Social”.

Lei 8.742/93 dispõe sobre a organização da Assistência Social: “é direito do


cidadão e dever do Estado, sendo política de Seguridade Social não-
contributiva, que prevê os mínimos sociais, realizados por meio de um conjunto
integrado de ações da iniciativa pública e da sociedade para garantir o
atendimento às necessidades básicas” (art. 1º).

Legislação:

CF, arts. 203 e 204.


Lei 8.212/91, art. 4º.
Lei 8.742/93: dispõe sobre a organização da Assistência Social.
Decreto 1.330/94: regulamentou o benefício de prestação continuada.
Decreto 1.744/95: revogou o decreto anterior e regulamentou o benefício de
prestação continuada à pessoa portadora de deficiência e ao idoso.

Objetivos da Assistência Social:

 Proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice.

 Amparo às crianças e adolescentes carentes (CF, art. 227, § 1º).

 Promoção da integração ao mercado de trabalho.

 Habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de


sua integração à vida comunitária.

 Pagamento de uma renda mensal vitalícia às pessoas portadoras de deficiência


ou idosos que não possam manter a própria subsistência ou de tê-la provida por sua
família (CF, art. 203).
 Visa enfrentar a pobreza, garantir um padrão social mínimo, ao provimento de
condições para atender a contingências sociais e à universalização dos direitos
sociais.

Princípios da Assistência Social:

 Supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de


rentabilidade econômica.

 Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação


assistencial alcançável pelas demais políticas públicas.

 Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e


serviços de qualidade, bem como à conveniência familiar e comunitária, vetando-se
qualquer comprovação vexatória de necessidade.

 Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer


natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais.

 Divulgação ampla de benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais,


bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua
concessão (Lei 8.742, art. 4º).

Organização e Gestão:

 Sistema descentralizado e participativo, constituído pelas entidades e


organizações de assistência social.

 Entidades e organizações de assistência social prestam serviços, sem fins


lucrativos, atendimento e assessoramento dos beneficiários, bem como as que atuam
na defesa e garantia de seus direito. Dependem de prévia inscrição no respectivo
Conselho Municipal de Assistência Social ou Conselho de Assistência Social do
Distrito Federal, conforme o caso.

 As entidades e organizações de assistência social observarão as normas


expedidas pelo Conselho Nacional de Assistência Social.

 União, Estados, Distrito Federal e Municípios fixarão suas respectivas políticas de


assistência social, nos limites dos princípios e diretrizes.

 Cabe à União a coordenação e as normas gerais, e aos Estados, Distrito Federal


e aos Municípios cabem a coordenação e execução dos programas em suas esferas
de atuação.

Custeio:

Realizado com recursos do orçamento da seguridade social, como um encargo de


toda sociedade, de forma direta e indireta (CF, arts. 204 e 195).

Forma indireta: isenção de impostos, taxas e contribuições para entidades filantrópicas


que prestam a assistência social aos necessitados.

Os benefícios, serviços, programas e projetos são financiados pela União, Estados,


Distrito Federal, Municípios e demais contribuições sociais.
Serviços Assistenciais: atividades continuadas que visam as necessidades básicas
para melhoria de vida da população, com prioridade à infância e à adolescência. Duas
espécies:

 Serviço Social: processo de qualificação profissional para pessoas com limitação


de nascença.

 Habilitação e Reabilitação Profissional:

 Conceito: Proporcionar aos incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho


e aos portadores de deficiência, meios para a (re)educação ou (re)adaptação
profissional e social, visando a participação no mercado de trabalho e na vida
social. Conforme a perda ou redução da capacidade funcional, compreende o
fornecimento de aparelho de prótese, instrumento de auxílio de locomoção e
equipamentos à habilitação e reabilitação social e profissional; reparação e
substituição de aparelho por desgaste do uso normal ou outros; transporte do
acidentado, se necessário.

 Reabilitação: processo de preparação ao profissional portador de deficiência


por motivo de acidente do trabalho, para retorno ao trabalho em outra função.
Não há carência.

 Quem tem direito aos benefícios: Segurados, inclusive aos aposentados;


segurado em gozo de auxílio-doença, decorrente de acidente do trabalho ou
previdenciário; aposentado especial, por tempo de serviço ou idade; que
permanecem em atividade laborativa e sofre acidente do trabalho; aposentado
por invalidez; dependente pensionista, maior de 14 anos portador de
deficiência; e outros.

 Terminado o processo de reabilitação profissional o INSS emitirá certificado


individual, Certificado de Reabilitação Profissional (CRP), indicando a função
para a qual o reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do
exercício de outra função para a qual se julgue capacitado.

 Lei 8.213/91, art. 95 – hipótese de garantia de emprego: dispõe sobre a


obrigatoriedade das empresas, com 100 ou mais empregados, contratarem de
2% a 5% de seus cargos com beneficiários reabilitados ou portadores de
deficiência, habilitados, na seguinte proporção: a) até 200 empregados 2%; b)
de 201 a 500 3%; c) de 501 a 1.000 4%; d) de 1.001 em diante 5%.

 Lei 8.213/91, art. 95, § 1º, dispõe que a dispensa do trabalhador reabilitado ou
do deficiente habilitado ao final de contrato por prazo determinado de mais de
90 dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderão
ocorrer após a contratação de substituto de condições semelhante.

Benefícios de prestação continuada (anteriormente denominada renda mensal


vitalícia):

 Benefício no valor de 1 salário mínimo mensal devido à pessoa portadora de


deficiência, incapacitada para vida e para o trabalho por anomalias ou lesões
irreversíveis de natureza hereditária, congênita ou adquirida, e à pessoa idosa com 65
anos ou mais, que comprovarem não possuir meios de prover a própria manutenção
nem de tê-la provida por sua família, cuja renda mensal familiar per capita seja inferior
a ¼ do salário mínimo vigente. (Lei 8.742, arts. 20 e 21; Decreto 1.744/95).

 São também beneficiários os idosos e pessoas portadoras de deficiência


estrangeiros naturalizados e domiciliados no Brasil, desde que não amparados pelo
sistema previdenciário do país de origem.

 O beneficiário não precisa ter contribuído para a Seguridade Social, desde que
não tenha outra fonte de renda.

 Não há carência.

 Início do benefício: a contar da data da apresentação do requerimento.

 Não pode ser acumulada com qualquer espécie de benefício da seguridade social
ou outro regime, exceto com a assistência médica.

 Concessão do benefício sujeito a perícia médica do INSS. Na hipótese de


constatação médica de possibilidade reabilitação ou habilitação, o benefício será
cancelado quando concluído o processo e retorno ao trabalho.

 Revisão do benefício a cada 2 anos, para avaliação da continuidade dos


requisitos para concessão do benefício.

 Cessa o pagamento do benefício: superados os requisitos à concessão, morte ou


ausência do beneficiário.

 Benefício personalíssimo, não transferível a herdeiros.

 Indevido abono anual, eis que devido apenas a aposentados e pensionistas (CF,
art. 201, § 6º).

 A idade de 70 anos para a concessão do benefício reduzir-se-á, respectivamente,


para 67 a partir de 01/01/1998.

Benefícios Eventuais:

 Benefícios eventuais visam ao pagamento de auxílio por natalidade ou morte às


famílias cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

 A concessão e o valor do benefício serão regulamentados pelos Conselhos de


Assistência Social dos Estados, Distrito Federal e Municípios, mediante critérios e
prazos definidos pelo CNAS.

Programas de Assistência Social: visam qualificar, incentivar e melhorar os


benefícios e os serviços assistenciais, como a inserção profissional e social, e os
voltados aos idosos e à integração da pessoa portadora de deficiência.

Projetos de Enfrentamento da Pobreza: compreendem a instituição de investimento


econômico-social nos grupos populares, buscando subsidiar, financeira e
tecnicamente, iniciativas que lhes garantam meios, capacidade produtiva e de gestão
para melhoria das condições gerais de subsistência, elevação de padrão da qualidade
de vida, preservação do meio ambiente e organização social.
2 - SAÚDE

Legislação:

 CF/1988 tratou da saúde como espécie da Seguridade Social (arts. 196 a 200).

 CF/88, art. 23, II: atribui competência comum à União, Estados, Distrito Federal e
Municípios para cuidar da saúde e assistência pública.

 CF/88, art. 24, XII: competência concorrente à União, Estados e Distrito Federal
sobre proteção e defesa da saúde.

 União irá estabelecer normas gerais sobre saúde (CF, art. 24, § 1º).

 Lei 8.689/93 extinguiu o INAMPS. As funções, competências, atividades e


atribuições do INAMPS serão absorvidas pelas instâncias federal, estadual e municipal
gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS).

 Compete a União aporte anual de recursos financeiros equivalente, no mínimo, à


média dos gastos da autarquia nos últimos 5 exercícios fiscais ao SUS, por meio do
Orçamento da Seguridade Social e sem prejuízo da participação dos recursos do
Orçamento Fiscal (Lei 8.689, art. 14).

Conceito: Saúde é direito de todos e dever do Estado. Cabe ao Estado


oferecer uma política social e econômica destinada à redução dos riscos de
doenças e outros agravos, visando ações e serviços à proteção e recuperação
do indivíduo. Cabe também ao Estado garantir o acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Financiada
por toda sociedade (CF, arts. 198, §1º, 195 e 196).

Saúde é um dos direitos fundamentais do ser humano.

Cabe ao Estado o dever preventivo e curativo de recuperação da pessoa.

Princípios e Diretrizes:

 Acesso universal e igualitário: todos têm direito à saúde, de igual modo, tanto os
nacionais quanto os estrangeiros residentes no país.

 Provimento das ações e serviços por meio de rede regionalizada e hierarquizada,


integrados em sistema único.

 Descentralização, com direção única em cada esfera de governo.

 Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas. Ex:


vacinação.

 Participação da comunidade na gestão, fiscalização e acompanhamento das


ações e serviços de saúde.

 Participação da iniciativa privada na assistência à saúde, obedecida os preceitos


constitucionais (CF, art. 198, § único, e Lei 8.212/91, art. 2º).
Recursos:

 Financiada pela seguridade social, pela União, Estados, Distrito Federal e


Municípios, além de outras fontes (CF, art. 198, § único).

 Compete à União instituir contribuição provisória sobre movimentação ou


transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira (EC n. 12/1996).
Ex: CPMF, prorrogada até 31/12/2004.

 Poderão ser destinados recursos públicos para auxílio e subvenções de


instituições privadas sem fins lucrativos.

SUS (Sistema Único de Saúde):

 Conjunto de ações e serviços, prestados por órgãos e instituições públicas


federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações
mantidas pelo Poder Público.

 Incluídas no SUS: instituições públicas federais, estaduais e municipais de


controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de
sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.

 Atuação do SUS – algumas atribuições:

o Vigilância sanitária: conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir


riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de
interesse da saúde.

o Vigilância epidemiológica: conjunto de ações que proporcionam o conhecimento,


a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionamentos da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle de doenças ou
agravos.

o Saúde do Trabalho: conjunto de atividades que se destina, por meio de ações


de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da
saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e à reabilitação da
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das
condições de trabalho.

o Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica.

 Ações e serviços de saúde, executados pelo SUS, seja diretamente ou mediante


participação complementar da iniciativa privada.

 Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as


ações e serviços de saúde que lhes correspondam.

 A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em


circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde que
possam escapar do controle da direção estadual do SUS ou que representem risco de
disseminação nacional.
 União é responsável pela regulamentação, fiscalização e controle das ações e dos
serviços de saúde.

 É vedada a participação direta e indireta de empresas ou de capitais estrangeiros


na assistência à saúde, salvo por meio de doações de organismos internacionais
vinculados à ONU, de entidades de cooperação técnica, de financiamento e
empréstimos.

3 - PREVIDÊNCIA SOCIAL

Previdência Social objetiva assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de


manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço,
desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem
dependiam economicamente. Depende de contribuição.

Módulo 4 - Peculiaridades das Normas de Previdência Social.

Disciplinada pelos arts. 201 e 202 da CF.

Conceito:

Sérgio Pinto Martins entende que previdência social “é eficiente meio de que se serve
o Estado moderno na redistribuição da riqueza nacional, tendo em mira o bem-estar
do indivíduo e da coletividade, prestado por intermédio das aposentadorias, como
forma de reciclagem da mão-de-obra e oferta de novos empregos”.

Sob o prisma de sua finalística Wladimir Novaes Martinez entende que a previdência
social é “a técnica de proteção social estatal ou particular, especialmente se
conjugadas, ensejadora de pecúlio ou rendas mensais, com vistas à manutenção da
pessoa humana – quando esta não pode obtê-la ou não é socialmente desejável
auferi-la pessoalmente através do trabalho ou de outra fonte, por motivo de
maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade
avançada, tempo de serviço ou morte -, mediante cotização mínima compulsória
pretérita distinta, sob regime financeiro de repartição ou capitalização, plano de
contribuição ou benefício definido, excepcionalmente facultativa, proveniente da
sociedade e dos segurados, gerida por estes e pelo governo”.

Características da Previdência Social:

 Previdência Social é um dos segmentos do Direito da Seguridade Social.

 Previdência Social não é autônoma em relação à Seguridade Social.

 Princípios da Previdência Social estão previstos na Lei 8.213/91, art. 2º.

 Principais instituições: Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o Ministério da


Previdência Social (MPS).

 Objetivo: estabelecer um sistema de proteção social para proporcionar meios


indispensáveis de subsistência ao segurado e a sua família.

 Regime previdenciário depende de contribuição por parte do próprio segurado.


 Contingências: doença, invalidez, morte, velhice, maternidade e desemprego (CF,
art. 201).

 Forma do regime: Previdência Social Pública, em que os benefícios são


concedidos pelo INSS.

 Sistema brasileiro previdenciário: modelo de repartição simples, i.e., os ativos


contribuem para o benefício dos inativos. A massa arrecadada por todos é que paga
os benefícios dos trabalhadores.

Princípios (Leis 8.212/91, art. 3º, § único, e 8.213/91, art. 2º):

 Universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição.

 Valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de-contribuição ou de


rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo.

 Cálculo dos benefícios, considerando-se os salários-de-contribuição, corrigidos


monetariamente.

 Preservação do valor real dos benefícios.

 Previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional.

 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e


rurais.

 Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios.

 Irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder


aquisitivo.

 Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão


quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do governo nos órgãos colegiados.

 Solidariedade: os ativos contribuem para financiar os benefícios dos inativos.

Em que pese o princípio da uniformidade de prestações previdenciárias, no âmbito


previdenciário brasileiro há vários regimes de previdência social.

Regime previdenciário é aquele que abarca, mediante normas disciplinadoras da


relação jurídica previdenciária, uma coletividade de indivíduos que têm vinculação
entre si em virtude da relação de trabalho ou categoria profissional a que está
submetida, garantindo a esta coletividade, no mínimo, os benefícios essencialmente
observados em todo sistema de seguro social – aposentadoria e pensão por morte do
segurado.

Os regimes previdenciários são os seguintes:

Regime Geral de Previdência Social – RGPS

 Abrangência – cerca de 86% da população brasileira:


o empregados urbanos, aprendizes e temporários;
o empregados rurais;
o domésticos;
o trabalhadores autônomos, eventuais ou não;
o empresários, titulares de firmas individuais ou sócios gestores e prestadores de
serviços;
o trabalhadores avulsos;
o pequenos produtores rurais e pescadores artesanais trabalhando em regime de
economia familiar;
o outras categorias de trabalhadores, como garimpeiros, empregados de
organismos internacionais, sacerdotes, etc.

 Regido pela Lei 8.213/91 – Plano de Benefícios da Previdência Social.

 Filiação compulsória e automática para os segurados obrigatórios e, ainda, a


filiação facultativa de pessoas que não estejam enquadradas como obrigatórias, em
obediência ao princípio da universalidade do atendimento (CF, art. 194, I).

 Gestão é realizada pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que é


autarquia federal responsável pela arrecadação de contribuições sociais para a
Seguridade Social e, também, pela concessão de benefícios e serviços do RGPS.

 É um sistema de repartição, público e compulsório, gerido pelo INSS, que cobre a


perda da capacidade de gerar meios para a subsistência até o teto do salário de
benefício.

Regime Previdenciário Complementar:

 É um sistema privado e facultativo, gerido por entidades abertas e fechadas de


previdência, fiscalizadas pelo Poder Público.

 EC n. 20/1998, dispõe sobre a autonomia do regime previdenciário complementar


em face do regime geral de previdência, sendo que os segurados da Previdência
Social, que participam compulsoriamente do regime geral, em sistema contributivo
de repartição, poderão participar de forma facultativa de planos de previdência
complementar, mediante sistema de capitalização.

 Lei Complementar n. 108/2001: dispõe sobre a relação entre a União, Estados,


Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de
economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas
de previdência complementar.

 Lei Complementar n. 109/2001: dispõe sobre a Lei Básica da Previdência


Complementar, que ainda pende de aprovação no Congresso Nacional o Projeto
de Lei Complementar que regulamentará o art. 40, §§ 14, 15 e 16, da CF para
atender os servidores titulares de cargo efetivo. Esta última irá disciplinar as
normas gerais para a instituição de regime de previdência complementar pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

 CF, art. 202: dispõe sobre o caráter meramente complementar do regime privado
e a autonomia deste em relação ao regime geral previdenciário, assim como a
facultatividade no ingresso e a necessidade de constituição de reservas que
garantam a concessão dos benefícios (Lei Complementar n. 102/2001, art. 1º).
 Entidade de Previdência Privada: tem por objetivo instituir e executar planos
privados de benefícios de caráter previdenciário (Lei Complementar n. 102/2001,
art. 2º).

 É necessária prévia autorização governamental, para a constituição e início de


funcionamento de entidade previdenciária privada (Lei Complementar n. 102/2001,
arts. 33, I, e 38, I).

 Entidades de previdência privada serão controladas pelo Conselho de Gestão de


Previdência Complementar e pelo próprio ente patrocinador (Lei Complementar n.
102/2001, art. 5º).

 Entidades de Previdência Privada se dividem em fechadas e abertas (Lei


Complementar n. 102/2001, art. 4º):

o Entidade Fechada de Previdência Privada: constituída sob a forma de fundação


ou sociedade civil, sem fins lucrativos, e que é acessível exclusivamente a
empregados de uma empresa ou grupo de empresas, aos servidores dos entes
públicos da Administração, quando o tomador dos serviços será denominado
“patrocinador” da entidade fechada, e aos associados ou membros de pessoas
jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, quando estas serão
denominadas “instituidores” da entidade (Lei Complementar n. 102/2001, art.
31). Não se confunde a personalidade jurídica da empresa patrocinadora ou
instituidora (empregador) com a da entidade previdenciária complementar.
Para participação no plano é necessária a vinculação a um empregador
(empresa).

o Entidade Aberta de Previdência Privada: instituições financeiras que exploram


economicamente o ramo de infortúnios do trabalho, cujo objetivo é a instituição
e operação de planos de benefícios de caráter previdenciário em forma de
renda continuada ou pagamento único, constituídas unicamente sob a forma de
sociedades anônimas, podendo as seguradoras que atuem exclusivamente no
ramo de seguro de vida virem a ser autorizadas a operar também planos de
previdência complementar (Lei Complementar n. 102/2001, art. 36 e § único).
Para participação no plano necessária a adesão voluntária (Lei Complementar
n. 102/2001, art. 8º, I). Denomina “participante” ou “assistido” a pessoa do
segurado, associado ou beneficiário (Lei Complementar n. 102/2001, art. 8º, II).

o Entidades de Previdência Privada fechadas e abertas não podem requerer


concordata ou sujeitas a processo falimentar. Caso estejam em estado de
insolvência, comportam o regime de liquidação extrajudicial (Lei Complementar
n. 102/2001, art. 47). Podem sofrer intervenção estatal, mediante ato do
Ministro de Estado competente para a autorização de funcionamento da
entidade, que nomeará interventor com plenos poderes de administração (Lei
Complementar n. 102/2001, art. 44).

Planos de Seguridade Social de Servidores Públicos:

 CF prevê regime previdenciário próprio aos funcionários públicos ocupantes de


cargos efetivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como autarquias
e fundações públicas (CF, art. 40, com a redação da EC 20/98).

 Não são beneficiários do Regime Geral da Seguridade Social (RGPS) dos


trabalhadores da iniciativa privada.
 Regras gerais de organização e funcionamento dos regimes próprios, isto é,
existência de regime e estatuto próprios a dispor sobre seus direitos previdenciários e
a participação destes no custeio do regime diferenciado (Lei 9.717/98).

 Criação e extinção de regime próprio, mediante lei do respectivo ente da


Federação.

 No caso de extinção de regime próprio, os servidores ficam automaticamente


vinculados ao RGPS.

 Contribuição do servidor diferenciada em função da remuneração mensal. A


contribuição dos órgãos e das entidades é fixada em lei.

 Custeio do Plano de Seguridade Social do Servidor (PSSS):

o Antes da edição da Lei 8.112/1990, art. 231, já revogada, não havia participação
dos servidores no custeio de suas aposentadorias e das pensões devidas a
seus dependentes.

o EC n. 3/1993: previu o custeio por meio de contribuição mensal da União,


autarquias e fundações públicas federais, com recursos de Orçamento Fiscal,
de valor idêntico à contribuição de cada servidor, e também de contribuições
dos servidores.

o EC n. 20/1998 dispôs sobre critérios melhor definidos para a participação dos


servidores no custeio de seu próprio regime, definindo o RGPS como regime
dos comissionados, ocupantes de cargos temporários e empregados celetistas
da administração (art. 40, § 13).

o Recursos adicionais, quando necessários, em montante igual à diferença entre


as despesas relativas ao Plano.

o Contribuição dos servidores.

o Recursos adicionais, quando necessários, da Seguridade Social relativo ao lucro


e faturamento das empresas (art. 17 da Lei 8.212/91).

 O custeio das aposentadorias e pensões é de responsabilidade da União e de


seus servidores.

 Contribuição mensal do servidor ao plano da Seguridade Social incidirá sobre sua


remuneração, sendo aplicada alíquota de 11% (Lei 9.783/99).

 Ocupantes de cargos comissionados, temporários e celetistas inseridos no RGPS


(CF, art. 40, § 13).

 Benefício limitado ao valor da remuneração do servidor, no cargo em que ocupava


quando da aposentadoria ou falecimento.

 Possibilidade da União, Estados, Distrito Federal e Municípios da criação de


regime de previdência complementar, com adesão facultativa.
 Servidores pertencentes aos quadros da Administração Pública somente
ingressarão no sistema complementar por opção prévia e expressa, podendo manter-
se até a aposentadoria com as regras vigentes ao tempo em que ingressaram no
serviço público.

 EC 20/98 excluiu a aposentadoria proporcional ao tempo de serviço do servidor


público.

EC 41/2003 também introduziu no sistema reforma voltada para a diminuição da idade


de aposentadoria de funcionários federais, estaduais e municipais, aposentados e
futuros servidores, e regras de transição.

Módulo 5 – Beneficiários da Previdência Social. Segurado. Dependentes.


Inscrições do Segurado Obrigatório. Inscrições do Segurado Facultativo.
Inscrições dos Dependentes. Filiação. Perda da Qualidade de Segurado.

SEGURADOS: pessoa física indicada na lei, maior de 16 anos, exceto se


aprendiz, que maior de 14 anos, que exercem, exerceram ou não atividade,
remunerada ou não, efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empregatício, que
podem contribuir para o custeio social das prestações. Divididos em 2 grupos:

Segurados obrigatórios: lei exige a participação no custeio e em


contrapartida lhes concede benefícios(aposentadoria, pensões, auxílios,
salário-família e salário-maternidade) e serviços (reabilitação profissional e
serviço social), quando presentes os requisitos para a concessão. 3 tipos:

 Comuns: empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso,


aposentado que estiver exercendo ou que voltar a trabalhar.

 Individuais: autônomos, equiparados a autônomo, eventuais,


empresários.

 Especiais: produtor rural.

Segurados facultativos: aqueles que não têm regime próprio, nem se


enquadra na condição de segurados obrigatórios do regime geral, resolvem
verter contribuições para fazer jus a benefícios e serviços. Ex: dona-de-casa,
estudantes, desempregados que filiam-se ao sistema e pagam contribuições,
mesmo não exercendo atividade.

A) SEGURADO OBRIGATÓRIO COMUM - EMPREGADO:

 Empregado Urbano: pessoa física que presta serviços de natureza


contínua a empregador, sob dependência deste e mediante salário (CLT,
art. 3º).

 Empregado Rural: pessoa física que, em propriedade rural ou prédio


rústico em atividade agropecuária, presta serviços com continuidade a
empregador rural, mediante dependência e salário.
 Diretor-Empregado: pessoa que exerce função de diretor com
subordinação ao empregador.

 Trabalhador Temporário: pessoa contratada por empresa de trabalho


temporário, para atender a necessidade transitória de substituição de
pessoal regular ou permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços
de outras empresas.

 Brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para


trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior: está
abrangido pelo Regime da Previdência Social, desde que seja domiciliado
ou contratado no Brasil para trabalhar no exterior, independente se a
empresa é nacional ou estrangeira. Se não houver contribuição, inexistirá
direito ao benefício.

 Aquele que presta serviço no Brasil à missão diplomática ou a


repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos subordinados,
ou a membros dessas missões e repartições.

 Brasileiro civil que trabalha para União, no exterior, em repartições


governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o
auxiliar local para necessidade temporária de interesse público.

 Brasileiro civil que trabalha à União, no exterior, em organismos


oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda
que lá domiciliado e contratado, exceto se segurado na forma da legislação
vigente no país do domicílio ou sistema previdenciário do organismo
internacional.

 Brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para


trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa
nacional no exterior: não poderá ser contratado no estrangeiro.

 Bolsista e estagiário que prestam serviços como empregado: alunos


matriculados, que frequentam efetivamente cursos vinculados à estrutura do
ensino público e particular, nos níveis superior, de educação profissional de
nível médio ou superior, ensino médio, ou escolas de educação especial.

 Servidor Público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo


com a União, autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações
Públicas Federais: livre nomeação e exoneração.

 Servidor do Estado, Distrito Federal ou Município e respectivas


autarquias e fundações, ocupantes de cargo efetivo, de cargo em
comissão ou função de confiança, desde que, nessa qualidade, não
esteja filiado a regime próprio de previdência social.

 Servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município


e respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público,
não sujeito a sistema próprio de previdência social: lei estabelecerá os
casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de interesse público.

 Escrevente e auxiliar contratado por titular de serviços notariais e de


registro.

 Exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, não


vinculado a regime próprio de previdência social: deputados federais,
senadores, seus suplentes, governadores, deputados estaduais, prefeitos e
os vereadores, não estejam vinculados a regime próprio de previdência
social.

 Empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em


funcionamento no Brasil: pessoas que prestam serviços à ONU, OIT,
exceto se houver sistema próprio de previdência social.

SEGURADO OBRIGATÓRIO COMUM – EMPREGADO DOMÉSTICO: Pessoa


física que presta serviços de natureza contínua a pessoa ou a família, sob
subordinação, para o âmbito residencial destas, que têm atividades sem fins
lucrativos. Ex: mordomo, copeira, cozinheira, jardineiro, motorista, etc.

SEGURADO OBRIGATÓRIO COMUM – TRABALHADOR AVULSO: Pessoa


física que presta serviços de natureza urbana ou rural, a diversas pessoas,
sem vínculo empregatício, sendo sindicalizado ou não, com intermediação
obrigatória do sindicato de sua categoria ou órgão gestor de mão-de-obra. Ex:
estivador, conferente de carga e descarga, consertador de carga e descarga,
vigia portuário, amarrador da embarcação, trabalhador em serviço de bloco
(limpeza e conservação), arrumador de café, sal e similares, trabalhador na
indústria de extração de sal, carregador de bagagem em porto, prático de barra
em portos, guindasteiro, classificador, movimentador e o empacotador de
mercadoria.

B - SEGURADO OBRIGATÓRIO INDIVIDUAL – TRABALHADOR


AUTÔNOMO: Pessoa física, com atividade habitual, por conta própria e sem
subordinação, a uma ou mais pessoas, mediante remuneração, com fins
lucrativos ou não. Ex: profissionais liberais, advogados, veterinários,
engenheiros, agrônomos, etc.

SEGURADO OBRIGATÓRIO INDIVIDUAL – TRABALHADOR


EVENTUAL: Pessoa física que presta serviços de natureza urbana ou rural em
caráter esporádico, à uma ou mais empresas, sem relação de emprego e a seu
risco. Ex:

 Pedreiro, pintor, eletricista;

 Comerciante ambulante, camelô;

 Trabalhador associado a cooperativa de trabalho;


 Faxineira (diarista) e jardineiro que vão esporadicamente à residência de
pessoa ou família;

 Feirante-comerciante que compra para revender; construtor de obra de


construção civil (pessoa física);

 Piloto ou comandante de aeronave própria ou não, com atividade sem


vínculo empregatício;

 Corretor ou leiloeiro, que exerce atividade sem vínculo empregatício;

 Vendedor de bilhetes de loteria;

 Cabelereiro, manicure, esteticista, maquiador etc., em salão de beleza, por


conta própria;

 Presidiário que exerce por conta própria atividade remunerada;

 Árbitro de jogos de futebol e seus auxiliares, etc.

SEGURADO OBRIGATÓRIO INDIVIDUAL – EQUIPARADOS A


AUTÔNOMO: Ex:

 Ministros de confissão religiosa e os membros de congregação ou ordem


religiosa.

 Pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade em caráter


permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos,
com ou sem auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que
de forma não contínua, quais sejam: atividade agropecuária ou pesqueira, e
garimpo.

 Presidiário: exerce atividade remunerada, mediante contrato celebrado ou


intermediado pelo presídio.

SEGURADO OBRIGATÓRIO INDIVIDUAL – EMPRESÁRIO: pessoa física


executa atividade habitual, economicamente organizada, para produção de
bens ou serviços, com fim de lucro. São empresários:

 Titular de firma individual urbana ou rural, que explora comércio em nome


próprio, sem constituir sociedade, mas registrado na Junta Comercial.

 Diretor não-empregado, que exerce sua atividade sem subordinação (TST,


En. 269). Parecer da Consultoria Jurídica do MPAS 2.484/2001: diretor
eleito de sociedade por quotas de responsabilidade limitada é segurado
obrigatório, na condição de empregado da empresa, por falta de previsão
legal.
 Membro do Conselho de Administração na sociedade anônima. Membro do
Conselho de Administração de sociedade por cotas de responsabilidade
limitada não será contribuinte ou empresário.

 Sócios (pessoas físicas) da sociedade em nome coletivo, responde


solidária e ilimitadamente.

 Sócio-cotista que participa da gestão ou que recebe remuneração


decorrente de seu trabalho, na sociedade limitada, urbana ou rural.
 Todos os sócios, na sociedade de capital e indústria (uma pessoa entra
com o trabalho e a outra entra com o capital, sendo que a responsabilidade
dos sócios capitalistas é solidária, não havendo esta responsabilidade
solidária com os sócios- indústria, exceto se também contribuírem com
capital).

 Associado eleito para cargo de direção na Sociedade Cooperativa,


associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, ex: Cooperativa
Agrícola de Cotia (CAC).

 Síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção


condominial, desde que recebam remuneração ou não paga o condomínio
ou uma parte dele.

C - SEGURADO OBRIGATÓRIO ESPECIAL: exercem atividades habituais,


individualmente ou regime de economia familiar (cônjuges ou companheiros e
filhos de 16 anos), com o auxílio eventual de terceiros ou não. Contribuição:
aplicação de alíquota sobre resultado da comercialização da produção. Ex:

 Parceiro: pessoa que celebra contrato de parceria com o proprietário da


terra ou dos animais, desenvolvendo a atividade agropecuária, dividindo os
lucros de seu mister com o proprietário do imóvel na proporção estipulada
no contrato. Lucro é a diferença entre resultado e despesas do período.

 Meeiro: pessoa que pactua com o proprietário da terra um contrato de


meação para a consecução de atividade agropecuária, partilhando os
rendimentos obtidos. Rendimento é lucro e demais recebidos.

 Arrendatário rural: pessoa que usa a propriedade pagando um aluguel ao


proprietário do imóvel rural, para desenvolver atividade agrícola, pastoril ou
hotifrutigranjeira.

 Pescador artesanal: aquele que tem por atividade a pesca, mediante


recursos rudimentares, para obter sua subsistência.

 Assemelhado ao pescador artesanal: Ex: mariscador, caranguejeiro,


eviscerador (limpador de pescado), observador de cardume, pescador de
tartarugas e o catador de algas.
SEGURADO FACULTATIVO: pessoa física, maior de 16 anos de idade, que
não tem obrigação legal de recolher a contribuição previdenciária, mas o faz
para poder contar tempo de contribuição. São eles:

 Dona-de-casa;

 Síndico de condomínio, quando não remunerado, nem beneficiado pelo


não pagamento do condomínio ou redução de parte deste pagamento.

 Estudante;

 Brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviços no exterior;

 Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da Previdência Social,


como o desempregado;

 Titular ou suplente em exercício de mandato eletivo federal, estadual,


distrital ou municipal, quando não esteja vinculado a qualquer regime de
previdência social;

 Membro de conselho tutelar (escolhidos pela comunidade local, com


mandato de 3 anos e uma recondução), encarregado por zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.

 Bolsista e estagiário;

 Bolsista com dedicação em tempo integral a pesquisa, curso de


especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no
exterior, se não vinculado a outro regime de previdência social;

 Presidiário que exerça atividade sem remuneração, se não vinculado a


outro regime da previdência.

FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO DOS SEGURADOS:

Filiação: é o vínculo jurídico que se estabelece entre pessoas que contribuem


como segurados para Previdência Social e esta, vínculo este do qual decorrem
direitos e obrigações. São:

 Obrigatória: ingresso imediato ao sistema previdenciário, independe da


vontade do segurado. Tem natureza de ato jurídico declaratório.

Os dependentes dos segurados têm filiação e inscrição próprias perante a


Previdência Social, havendo necessidade de comprovação da dependência
ao segurado.

 Facultativa: depende da vontade do segurado.

Inscrição: registro do segurado no âmbito interno do INSS. Ex:


 Autônomo: necessário fazer inscrição perante o INSS, local em que obterá
o número para preenchimento e pagamento dos carnês.

 Contribuinte individual: segurados especial e facultativo devem fazer


inscrição no INSS.

 Empregado: não há inscrição, pois no registro na empresa já está


automaticamente filiado ao sistema.

MATRÍCULA DA EMPRESA: cadastramento da empresa como contribuinte da


Seguridade Social. São:

 Empresas individuais e sociedades mercantis: ocorre simultaneamente


com inscrição, registro ou arquivamento dos atos constitutivos na Junta
Comercial ou inscrição no CNPJ.

 Desobrigados à inscrição no CNPJ, devem fazê-lo junto ao INSS, no prazo


de 30 dias contados do início de suas atividades:

o Sociedades Civis, com seus atos constitutivos registrados no Cartório de


Registro da Pessoa Jurídica.

o Obras de construção civil em geral.

o Condomínios, exceto os inscritos no CNPJ.

o Produtor rural, pessoa física equiparada a autônomo.

o Segurado especial, que exporta ou vende produto rural direto ao


consumidor, ou adquirente domiciliado no exterior.

o Autônomo e equiparado que remunera outros autônomos ou


empregados.

Paralisação da atividade: comunicação ao INSS, mediante apresentação do


Certificado de Matrícula e Alteração (CMA).

Manutenção da qualidade de segurado (chamado “período de graça”): é o


período em que o segurado continua filiado ao sistema com direito a benefícios
e serviços, embora não recolha contribuições.

Deixando o segurado de exercer atividade abrangida pelo RGPS, ou ficando


desempregado, poderá conservar essa qualidade independentemente de
contribuições:

 Sem limite de prazo, para quem estiver em gozo de benefício.


 Até 12 meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a
cessação das contribuições, para o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver
suspenso ou licenciado sem remuneração. O prazo pode ser prorrogado
para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições
mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.

 Até 12 meses após cessar a segregação, para o segurado acometido de


doença de segregação compulsória.

 Até 12 meses após o livramento, para o segurado detido ou recluso. Ex:


caso de percepção de auxílio-reclusão, mesmo após a perda do benefício
pela soltura, haverá manutenção da qualidade de segurado por mais 12
meses após esse fato (soltura).

 Até 3 meses após o licenciamento, para o segurado incorporado às Forças


Armadas para prestar Serviço Militar, quando o empregado terá suspenso
seu contrato de trabalho, eis que não há pagamento de salário, nem
prestação de serviços.

 Até 6 meses após a cessação das contribuições, em relação ao segurado


facultativo.

Perda da qualidade de segurado:

 Lei 8.212/91, art. 15, § 4º: “a perda da qualidade de segurado ocorrerá no


dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade
Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente
posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos”.

 Importa em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade.

 Contribuinte individual: no dia 16 do segundo mês seguinte ao do


vencimento da contribuição relativa ao mês imediatamente posterior ao término
dos prazos mencionados para manutenção da qualidade de segurado.

 A contagem da perda da qualidade somente se efetiva no mês


subsequente ao término das situações de manutenção dessa qualidade. Ex: a
cessação das contribuições, por falta de exercício de atividade abrangida pela
Previdência, será de 12 meses. No entanto, a contagem do prazo, encerrando-
se no mês subsequente, praticamente elevará esse número para 13 meses.

DEPENDENTES

Características dos Dependentes:

 Não contribuem diretamente para o custeio da previdência social.


 Subordinam-se economicamente ao segurado, de forma parcial ou total.
DEPENDENTES dos segurados acima mencionados - Divididos em três
classes:

Classe 1 (presunção absoluta de dependência econômica):

 Cônjuge

 Companheira ou companheiro (união estável, considerada quando a


intenção do homem e da mulher, através de atos inequívocos, induz a união
duradoura, com vistas à criação de família, filhos, patrimônio, mútua
dependência e respeito)

 Filho não emancipado (legítimo e o legitimado, natural ou adulterino,


enteado e o trazido pela companheira ou companheiro à união estável e o
tutelado), de qualquer condição, menor de 18 anos ou inválido.

Classe 2 (presunção absoluta de dependência econômica, desde que haja


ausência de membros da classe 1): os pais.

Classe 3 (dependência econômica deve ser comprovada): irmão não


emancipado, de qualquer condição, menor de 18 anos ou inválido.

Ordem de Sucessão:

 Dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de


condições para efeitos de dependência.

 A existência de dependente de qualquer das classes mencionadas exclui


do direito às prestações os das classes seguintes, ex: para haver dependentes
na classe 3, não pode haver dependentes na classe 1 e na 2.

Perda da qualidade de dependente:

 Para o cônjuge:

o Separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a


prestação de alimentos.
o Anulação do casamento.
o Abandono do lar voluntariamente por mais de 5 anos ou por tempo
inferior, se o tiver abandonado sem motivo justo e a ele se recuse a
voltar, conforme sentença judicial.
o Assegurada a prestação de alimentos, volta o cônjuge a ser dependente.

 Para o companheiro ou companheira:

o Cessação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não


lhe for assegurada a prestação de alimentos.
o Assegurada a prestação de alimentos, o companheiro ou companheira
volta a ser dependente.
 Para o filho e equiparado e irmão, de qualquer condição, e inválidos:

o Maioridade, ao completarem 18 anos de idade, salvo se inválidos.


o Emancipação, no caso dos primeiros.
o Recuperação da higidez (saúde).

 Para os dependentes em geral:

o Cessação da invalidez.
o Falecimento.

 Para o menor (filho ou irmão) que for emancipado, podendo ocorrer a


emancipação das seguintes formas:

o Menor com 16 anos mediante instrumento público.


o Casamento.
o Exercício de emprego público efetivo.
o Colação de grau em curso de ensino superior.
o Estabelecimento civil ou comercial.
o Existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor
com 16 anos completos tenha economia própria.

Inscrição do Dependente:

 Quando da inscrição do segurado, o mesmo pode qualificar o dependente


perante a Previdência Social e apresentar os documentos necessários para
tanto.

 Havendo fato superveniente que importe em exclusão ou inclusão de


dependente, há necessidade da comunicação ao INSS, com as provas
cabíveis.

 Ocorrendo o falecimento do segurado, sem que tenha sido feita a


inscrição do dependente, cabe a este promovê-la, observados os
seguintes critérios: companheiro ou companheira, pela comprovação do
vínculo; para os pais, pela comprovação de dependência econômica;
irmãos, pela comprovação de dependência econômica e declaração de
não-emancipação; equiparado a filho, pela comprovação de
dependência econômica, prova da equiparação e declaração de que não
tenha sido emancipado.

Módulo 6 - Custeio da Previdência Social.


1) FONTES DE CUSTEIO: meios econômicos e financeiros obtidos e
destinados à concessão e à manutenção das prestações da seguridade social.

A Seguridade Social será financiada (custeio) por toda sociedade, de forma


direta e indireta, mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e de várias contribuições sociais (CF, art. 195).

Competência para instituição de contribuições previdenciárias:

 Competência privativa da União a criação de regimes previdenciários para


trabalhadores da iniciativa privada (CF, art. 149).

 Não é privativa da União, estendendo-se aos Estados, Distrito Federal e


aos Municípios, visando a instituição de sistemas de previdência e
assistência social próprios para seus servidores públicos e promover-lhes a
cobrança (CF, art. 149, § 1º).

2 - NATUREZA JURÍDICA DA CONTRIBUIÇÃO – Posição dos


Doutrinadores e STF:

 Sérgio Pinto Martins entende que é tributo. Explica: “a contribuição


previdenciária seria uma obrigação tributária, uma prestação pecuniária
compulsória paga ao ente público, com a finalidade de constituir um fundo
para ser utilizado em eventos previstos em lei. Trata-se de uma contribuição
social caracterizada pela sua finalidade, isto é, constituir um fundo para o
trabalhador utilizá-lo quando ocorrerem certas contingências previstas em
lei”.

 Wladimir Novaes Martinez sustenta não haver natureza tributária:


“Abrigando-se a existência de um Sistema Exacional Nacional, persistentes
regras universais comuns às espécies tributárias e securitárias e inexistente
menção à contribuição social previdenciária no art. 149 da Lei Maior – em
face da especificidade da Previdência Social, o aporte ora cogitado
econômico-financeiramente é salário socialmente diferido, e juridicamente,
exação não-tributária”.

 STF entendeu que a natureza da contribuição social é de tributo que não


se enquadra na espécie de imposto, taxa ou contribuição de melhoria (2ª T.,
RE 217.251-1-MG, Rel. Min. Nelson Jobim, DJU 16-4-99; 2ªT., Ag. 174.540-
2-AP, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJU 26-4-96).

 A contribuição da seguridade social teria como exceção à regra geral a


não-observância do princípio da anterioridade (CF, art. 150, III, b). Certos
tributos são excluídos do princípio da anterioridade, como: IPI, o Imposto de
Importação, Imposto de Exportação e o Imposto sobre Operações de
Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (CF,
art. 150, § 1º). Assim, a contribuição da seguridade social pode ser
exigida dentro do prazo de 90 dias da data da publicação da lei que
houver instituído ou modificado a citada exação (CF, art. 195, § 6º).
Contudo, nem por isso a contribuição da seguridade social deixará de ser
tributo.

3 – CONTRIBUINTES DA SEGURIDADE SOCIAL

CONTRIBUINTE: É sujeito passivo da obrigação principal, pessoa física


(empregado, autônomo, empresário) ou jurídica (empresa), de direito privado
(empresa) ou público (Estado e Municípios), obrigada ao pagamento de tributo
ou de penalidade pecuniária. É a pessoa que paga a contribuição, ou melhor,
aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato
gerador da obrigação.

CF, art. 195, I, II, III e IV, estabelece os contribuintes:

 Empregador, empresa e a entidade a ela equiparada, a seguir:

o Empregador: pessoa física ou jurídica, que assume o risco do negócio,


admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço do empregado
(CLT, art. 2º).

o Empresa: pessoa física ou jurídica, com atividade urbana ou rural


organizada para a produção de bens e serviços para o mercado, que
assume o risco econômico do negócio, com ou sem finalidade de lucro,
e que tenha segurado que lhe preste serviços, bem como órgãos e
entidades da administração direta, indireta e fundacional, estes quanto
aos seus exercentes de cargos efetivos e em comissão e empregos
públicos, filiados obrigatoriamente ao RGPS, quando não amparados
por regime previdenciário próprio.

o Entidades equiparadas à empresa, para fins previdenciários:

 Contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço;


 Cooperativa;
 Associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade;
 Missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras;
 Operador portuário e o órgão gestor de mão-de-obra;
 Proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa
física, em relação a segurado que lhe presta serviço.

o Empregador doméstico: pessoa física ou família, que admite a seu


serviço, não eventual e no âmbito residencial, mediante remuneração,
sem finalidade lucrativa, o empregado doméstico.

 Trabalhador e demais segurados da previdência, a seguir:

o Segurado obrigatório comum: empregado urbano e rural, trabalhador


temporário, trabalhador avulso, empregado doméstico e outros.
o Segurado obrigatório individual: trabalhador autônomo e a este
equiparado, trabalhador eventual, empresário e outros.

o Segurado obrigatório especial: produtor rural, exercente atividade


habitual, individualmente ou regime de economia familiar, como:
parceiro, meeiro, arrendatário, rural, pescador artesanal e assemelhado
ao pescador artesanal.

o Segurado facultativo: dona-de-casa, síndico de condomínio não


remunerado, estudante, desempregado, estagiário, presidiário e outros.

 Apostadores de concursos de prognóstico:

o Apostadores de concursos de prognóstico: são contribuintes aqueles que


vertem valores em apostas feitas em concursos de loterias, reuniões
hípicas, bingos e sorteios patrocinados pelo Poder Público. Cabe a
pessoa jurídica responsável pelo concurso o recolhimento das
contribuições. Logo, constitui receita da seguridade social a renda
líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os valores
destinados ao Programa de Crédito Educativo.

 Importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei o


equiparar.

4 - CONTRIBUIÇÕES: financiada pela sociedade, de forma direta e indireta, e


mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios (CF, art. 195). Quais sejam:

 Direta: empresa e trabalhadores.

 Indireta: toda sociedade, através de impostos.

 União, Estados, Distrito Federal e Municípios: recursos adicionais do


Orçamento Fiscal. É responsabilidade da União a cobertura de eventuais
insuficiências financeiras, para pagamento de benefícios de prestação
continuada.

SISTEMA DE CONTRIBUIÇÃO: incidência da contribuição previdenciária


mediante lei que define o fato gerador, contribuinte, base de cálculo e alíquota
(CTN, art. 97).

Base de cálculo da contribuição do segurado: salário-de-contribuição e salário-


base.

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO:

 Base de cálculo que incide as alíquotas da contribuição previdenciária


devida pelos trabalhadores.
 Contribuintes: empregado urbano, rural, temporário, doméstico e avulso e
demais trabalhadores.

 Limite máximo do salário-de-contribuição: R$ 4.159,00 (valor atualizado em


ago/2013), com previsão de reajustes periódicos (EC 20/98). Há duas
tabelas para fins de contribuição conforme as faixas salariais cujas
alíquotas variam entre 8 a 11%, para contribuintes individuais e facultativos,
e empregados (em geral) e trabalhadores avulsos.

 Contribuinte - Salário de contribuição:

 Empregado e avulso: remuneração auferida em uma ou mais empresas,


totalizando os rendimentos pagos no mês, destinados a retribuir o
trabalho e/ou tempo à disposição do empregador.

 Doméstico: remuneração registrada na CTPS.

 Dirigente sindical (empregado): remuneração paga pelo sindicato, ou


pela empresa ou por ambos.

 Dirigente sindical (avulso): remuneração paga, devida ou creditada pela


entidade sindical.

 Parcelas não integrantes do salário-de-contribuição, quando pagas em


desacordo com a legislação pertinente, integram o salário-de-contribuição
para todos os fins e efeitos.

 Integra o salário-de-contribuição:

 Salário em espécie e em valor fixo: verbas de natureza remuneratória e


salarial.

 Gorjetas.

 Abonos: adiantamentos em dinheiro, uma antecipação salarial ou um valor


a mais.

 Gratificações habituais: ajustadas por escrito ou tacitamente, ex:


produtividade, antiguidade, assiduidade, etc.

 Comissões: pagamentos de vendas, com valor determinado. Ex: R$ 10,00


a cada unidade vendida.

 Percentagens: percentuais incidentes sobre as vendas. Ex: 3% sobre a


venda realizada.

 Diárias excedentes de 50% do salário: indenização das despesas de


viagem, incluindo deslocamento, hospedagem, alimentação, e sua
manutenção, sem comprovação do valor gasto pelo empregado.
 Utilidade pela execução do trabalho: alimentação, cesta básica, vestuário,
transporte, moradia.

 13º salário: sobre valor bruto da última parcela, em separado do salário, até
o limite máximo da tabela.

 13º salário sobre aviso prévio trabalhado.

 Férias gozadas mais o acréscimo de 1/3.

 Salário-maternidade: único benefício previdenciário que sofre dedução.

 Ganhos habituais: qualquer prestação proporcionada ao empregado que


seja repetida no tempo.

 Complementação ao auxílio-doença: paga somente para alguns


empregados.

 Reembolso-creche para filha de mais de 6 anos de idade: trata-se de


espécie de remuneração.

 Não integram o salário-de-contribuição (Lei 8.212/91, art. 28, § 9º):

 Benefícios da previdência social, exceto salário-maternidade.

 Ajuda de custo à mudança de local de trabalho (CLT, art.470): compensar


despesas: mudança e viagem.

 Ajuda de custo de despesas para execução do trabalho: reembolso de


despesas e gastos do trabalho.

 Ganho eventual/abono desvinculado do salário: caráter não salarial para


fins previdenciários, por lei.

 Gratificação eventual, ex: gratificação paga no termo de rescisão do


contrato de trabalho.

 Abono férias: venda 10 a 20 dias do salário, por contrato, regulamento,


convenção ou acordo coletivo.

 Férias indenizadas + 1/3, pago em rescisão de contratual: natureza


indenizatória, por não gozadas.

 Férias em dobro: caráter indenizatório (a dobra), por não concedidas no


período concessivo.

 Diárias não excedentes de 50% do salário (CLT, art. 457, § 2º c/c Lei
8.212/91, art. 28, § 9º, h).
 Utilidade: transporte; assistência médica, hospitalar e odontológica,
prestado diretamente ou seguro-saúde;seguro de vida e de acidentes
pessoais; previdência privada (CLT, art. 458, § 2º).

 Alimentação pelo PAT (Lei 6.321/77): norma de incentivo fiscal (despesa


operacional da empresa).

 Vale-transporte (Lei 7.418/85, art. 2º, b): não é salário (despesa


operacional da empresa).

 EPIs, vestuário e outros acessórios ou utilidades: essenciais para execução


do trabalho.

 Bolsa de complementação educacional de estagiário (Lei 6.494/77): paga $


$ ou mensalidade escolar.

 Bolsa aprendizagem ao adolescente até 16 anos de idade, conforme


legislação específica.

 PLR: não substitui ou complementa a remuneração, sem incidência


previdenciária, não aplica-se princípio da habitualidade, desde que pago em
período não inferior a 6 meses (Lei 9.711/98, art. 20).

 13º salário sobre aviso prévio indenizado: projeção por 30 dias,


correspondente a 1/12 do 13º salário.

 Complementação ao auxílio-doença: desde que de direito de todos os


empregados.

 Cessão de direitos autorais: estes valores não são considerados como


salário.

 Indenização à gestante na dispensa sem justa causa (conversão da sua


garantia de emprego).

 Reembolso-creche e babá (filhos até 6 anos): comprovação das despesas


e registro na CTPS da babá, remuneração e recolhimento do INSS.

 Indenização compensatória de 20% e 40% sobre FGTS: paga na dispensa


do empregado.

 Indenização de tempo de serviço do não optante ao FGTS (anterior a


5/10/88).

 Indenização por rescisão antecipada sem justa causa em contratos a


prazo: ½ do salário até o fim.

 Programa de Demissão Voluntária (PDV): incentivo à demissão.


 Multa pelo atraso no pagamento das verbas rescisórias (CLT, art. 477, §
8º).

 Indenização adicional: empregado dispensado 30 dias antes da data-base


(Lei 7.238/84).

Salário-base (atualmente usada expressão genérica salário-de-contribuição –


Lei 9.876/99):

 Valor prefixado, em substituição à importância percebida pelo segurado,


estabelecida segundo faixas correspondente ao ganho mensal e alíquotas que
variam entre 11 e 20%, para ser calculada contribuição (Lei 8.212/91, art. 28,
III).

 Contribuintes: individuais (empresário, trabalhador autônomo, equiparado,


eventual) e facultativo.

 Segurados contribuintes individuais e facultativos recolhem a contribuição


de 11% ou 20% sobre o salário-de-contribuição, que corresponde ao que
efetivamente recebe, limitado ao máximo de R$ 4.159,00 (Lei 8.212/91, art.
21).

 Limite mínimo do salário de contribuição será de 1 salário mínimo.

 Contribuinte individual: recolhe sobre remuneração de uma ou mais


empresas ou pelo exercício de sua atividade, por conta própria, durante o mês,
observado o teto da contribuição (R$ 4.159,00).

 Cooperado: presta serviço por intermédio de cooperativa de trabalho,


aplica-se a mesma regra acima.

 Contribuinte facultativo: recolhe sobre o valor declarado, observados os


limites mínimo e máximo do salário de contribuição, que é de R$ 4.159,00.

 Segurado obrigatório não exerce efetivamente uma atividade enquadrada


na Previdência Social: não importa os recolhimentos feitos segundo a escala
de salário-base, pois não terão quaisquer direitos a benefícios ou a prestações
previdenciárias, nem para efeito de tempo de filiação, nem de serviço. Ex:
Contador que não exerce atividade de contador autônomo, mas recolhe as
contribuições segundo a escala de salário-base, nenhum direito terá a qualquer
benefício ou à contagem do tempo de serviço, salvo se passar a exercer de
fato a referida atividade.

 Segurado facultativo não tem de provar o exercício de atividade.

 Aposentadoria será calculada sobre a remuneração da pessoa.

CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA (CF, art. 195, I, letras a, b e c):


 Folha de salários:

 Definição: conjunto de prestações fornecidas diretamente pelo empregador


ao empregado em decorrência do contrato de trabalho, seja em função da
contraprestação do trabalho, da disponibilidade do trabalhador, das
interrupções contratuais e demais hipóteses previstas em lei.

 Indenização: não há incidência, exceto se houver previsão legal. Ocorre


quando o pagamento é feito ao empregado sem qualquer relação com a
prestação dos serviços e também com as verbas pagas no termo de rescisão
do contrato de trabalho.

 Não há teto para o recolhimento da empresa.

 20% de recolhimento: sobre o total das remunerações pagas, devidas ou


creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados que
lhe prestam serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja sua
forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou
tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção
ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa (Lei 8.212/91, art. 22, I).

 Adicional de 2,5% à alíquota de 20%, total de 22,5% à entidades


financeiras (Lei 8.212/91, art. 22, § 1º): Bancos comerciais, investimentos e
desenvolvimento; Caixas econômicas; Sociedades de crédito, financiamento e
investimento; Sociedades de crédito imobiliário; Sociedades corretoras;
Distribuidoras de títulos e valores mobiliários; Empresas de arrendamento
mercantil; Cooperativas de crédito; Empresas de seguros privados e de
capitalização; Agentes autônomos de seguros privados e de crédito; e
Entidades de previdência abertas e fechadas.

 Demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer


título, à pessoa física:

 Definição: contribuição da empresa sobre remuneração a pessoas físicas,


como autônomos, empresários (pró-labore), avulso e outros trabalhadores,
mesmo sem vínculo empregatício.

 20% de recolhimento: sobre o total das remunerações pagas ou creditadas


a qualquer título, durante o mês, aossegurados individuais (autônomos,
equiparados a autônomo, eventuais, empresários) e avulsos, que lhe prestam
serviços (Lei 8.212/91, art. 22, III).

 15% de recolhimento: sobre valor bruto da nota fiscal ou fatura de


prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados
por cooperados, por intermédio de cooperativas de trabalho.
 20% de recolhimento: Autônomo que remunera autônomo equipara-se à
empresa.

 Cooperativa de trabalho: não há contribuição sobre as importâncias por ela


pagas, distribuídas ou creditadas aos respectivos cooperados, a título de
remuneração ou retribuição pelos serviços que, por seu intermédio, tenham
prestado a empresas.

 Seguro de Acidente do Trabalho - SAT (CF, art. 7º, XXVIII):

 Responsabilidade do empregador pelo SAT, sem prejuízo da indenização a


que este está obrigada, caso incorrer em dolo ou culpa.

 Empregado e ente público não contribuem para as prestações do SAT,


salvo se empregador.

 Contribuição sobre o total das remunerações pagas ou creditadas no mês,


de acordo com o grau de risco ambiental do trabalho e atividade preponderante
da empresa: 1% para risco de acidentes do trabalho considerado leve
(comércio, serviços); 2% para risco médio; e 3% para risco grave
(metalúrgicas, siderúrgicas).

 Empregado em contato com elementos químicos, físicos, biológicos ou


associação de agentes: acresce às alíquotas acima 12%, 9% ou 6%,
exclusivamente sobre a remuneração do segurado em condições especiais,
que prejudiquem a saúde ou integridade física, pela concessão de
aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição,
respectivamente.

 Microempresa e empresa de pequeno porte: 1%, como grau de risco 1


(leve) e não têm de recolher a contribuição adicional ao financiamento da
aposentadoria especial.

 Natureza jurídica é tributo, na modalidade de contribuição social, para


custear as receitas necessárias para atender às prestações de acidente do
trabalho.

 Receita ou o Faturamento:

 Receita: toda entrada de numerário na empresa. É termo mais amplo que


faturamento.

 Faturamento: somatório das faturas emitidas dentro de um certo


período. Fatura é documento onde relaciona as mercadorias vendidas, que são
remetidas ou entregues ao comprador. Para área tributária, significa receita
bruta de vendas de mercadorias e/ou serviços.
 Base de cálculo incidente sobre COFINS (Contribuição para Financiamento
da Seguridade Social) e oPIS/PASEP (Programa de Integração Social e
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).

 COFINS: devida pelas pessoas jurídicas e equiparadas pela legislação do


Imposto sobre a Renda, destinada às despesas das áreas de saúde,
previdência e assistência social (Lei 9.718/98).

 COFINS: alíquota de 3% sobre a receita bruta, exceto para operações de


refinarias e distribuidoras de combustíveis, e fabricantes e comerciantes de
cigarro, que têm tratamento diferenciado.

 Periodicidade de apuração é mensal.

 Prazo para recolhimento da COFINS: último dia útil da 1ª quinzena do mês


seguinte ao fato gerador.

 Cabe à Secretaria da Receita Federal a arrecadação e fiscalização


a COFINS.

 PIS/PASEP: financiar programa de seguro-desemprego e abono a


empregado que recebe até 2 salários mínimos mensais, assegurando
pagamento de 1 salário mínimo (CF,art.239; Leis9.715/98-9.718/98).

 PIS/PASEP – natureza jurídica: contribuição social, destinada ao custeio da


Seguridade Social.

 PIS/PASEP: aplicam-se a pessoas jurídicas de direito privado, entidades


sem fins lucrativos e pessoas jurídicas de direito público interno, com bases de
cálculo e alíquota diferenciada a cada contribuinte.

 PIS/PASEP: alíquota de 1,65% sobre faturamento, salvo a operações de


refinarias e distribuidoras de combustíveis, e fabricantes e comerciantes de
cigarros, cujos percentuais são diferenciados.

 Periodicidade de apuração é mensal.

 Prazo para recolhimento PIS/PASEP: último dia útil da 1ª quinzena do mês


seguinte ao fato gerador.

 Cabe à Secretaria da Receita Federal a arrecadação e fiscalização


o PIS/PASEP.

 Lucro:

 Lucro líquido: soma das receitas da empresa, menos despesas e ajustes


feitos, de acordo com a lei.

 Inexistindo lucro, não haverá contribuição.


 Alíquota de 8%, com adicional de 1%, totalizando 9% para as empresas em
geral, instituições financeiras, sociedades corretoras.

 Periodicidade de apuração é mensal.

 Prazo para recolhimento: último dia útil da 1ª quinzena do mês


subseqüente ao fato gerador.

 Cabe à Secretaria da Receita Federal a arrecadação e fiscalização.

 Cessão de Mão-de-Obra - Retenção de 11% sobre o faturamento (Lei


8.212/91, art. 31):

 Responsabilidade da empresa tomadora a retenção do valor bruto da nota


fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida em
nome da empresa cedente da mão-de-obra.

 Compensação da retenção da contribuição pela empresa cedente quando


do recolhimento das contribuições sobre a folha de pagamento dos segurados
a seu serviço.

 Natureza jurídica: antecipação/compensação de recolhimento sobre a folha


de pagamento.

 Cessão de mão-de-obra: limpeza, conservação e zeladoria; vigilância e


segurança; construção civil; serviços rurais; digitação e preparação de dados
para processamento; acabamento, embalagem e acondicionamento de
produtos; cobrança; coleta e reciclagem de lixo e resíduos; copa e hotelaria;
corte e ligação de serviços públicos; distribuição; treinamento e ensino; entrega
de contas e documentos; ligação e leitura de medidores; manutenção de
instalações, de máquinas e de equipamentos; montagem; operação de
máquinas, equipamentos e veículos; operação de pedágio e de terminais de
transporte; operação de transporte de cargas e passageiros; portaria, recepção
e ascensorista; recepção, triagem e movimentação de materiais; promoção de
vendas e eventos; secretaria e expediente; saúde; e telefonia, inclusive
telemarketing.

 Indevida retenção: faturamento da cedente no mês da emissão da nota


fiscal, fatura ou recibo, for igual ou inferior ao limite mínimo do salário-de-
contribuição ou não possuir segurados empregados.

 Não-retenção: empresa contratante deve exigir declaração do faturamento


e de não possuir empregados da cedente, junto a nota fiscal, fatura ou recibo,
para eximir-se de multas.

 Retenção deve ser recolhida no dia 2 do mês seguinte ao vencido. Se cair


em dia que não haja expediente bancário, o vencimento é prorrogado para o
primeiro dia útil subsequente.
 Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições
das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Lei 9.317/96):

 Empresas de pequeno porte têm tratamento favorecido, desde com sede e


administração no país.

 Inscrição no Simples é pagamento mensal unificado de impostos e


contribuições: IRPJ; PIS/Pasep; contribuição social sobre o lucro; COFINS; IPI;
seguridade social de 20% e de acidente do trabalho.

 Valor devido apurado com aplicação de percentuais sobre receita bruta


mensal auferida previsto em lei.

 Dispensadas dos recolhimentos: Sesc; Senai; Sesi; Senac; Sest; Senat;


Sebrae e salário-educação.

 Não há inscrição: bancos, imobiliárias, cooperativas e autônomos que


contratam empregados.

 Contribuições a Terceiros (CF, art. 240): contribuição compulsória do


empregador sobre a folha de salários,destinadas às entidades privadas de
serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, que
oINSS se incumbe de arrecadar e repassar. São as seguintes entidades:

 FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação)

 INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)

 SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial)

 SESI (Serviço Social da Indústria)

 SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial)

 SESC (Serviço Social do Comércio)

 SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)

 DPC (Diretoria de Portos e Costas)

 Fundo Aeroviário

 SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural)

 SEST (Serviço Social de Transporte)

 SENAT (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte)


 SESCOOPE (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo)

 Salário-Educação

Estas contribuições são arrecadadas pela Previdência Social, recolhidas na


própria guia de recolhimento da Previdência Social e repassadas mensalmente
às entidades respectivas.

Prazo para recolhimento: dia 2 do mês subsequente ao da competência,


prorrogando-se para o primeiro dia útil seguinte, se o vencimento cair em dia
em que não haja expediente bancário.

INSS terá remuneração de 3,5% do montante arrecadado das contribuições de


terceiros, para arrecadá-las e fiscalizá-las.

ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÕES:

 Empresa deve arrecadar a contribuição dos segurados empregado e


avulso, descontando-a da respectiva remuneração.

 Deve recolher o percentual de 20% sobre a remuneração dos que lhe


prestam serviço.

 Recolher as contribuições sobre o faturamento e lucro.

 Prazo do recolhimento: no dia 2 do mês seguinte ao da competência.

 Contribuintes individual e facultativo: até o dia 15 do mês seguinte ao da


competência.

 13º salário: sobre valor bruto, em separado e recolhido até o dia 20 do mês
de dezembro.

 Não havendo expediente bancário nas datas dos vencimentos, o


recolhimento deverá ser efetuado no dia útil imediatamente posterior.

 Não-recolhimento no prazo: juros de mora equivalentes à taxa referencial


da SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) aplicados sobre
o valor atualizado pela UFIR (extinta em 19/07/2002), mais multa de mora.

 INSS compete: arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das


contribuições sociais das empresas, dos empregadores domésticos, dos
trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-contribuição, bem como as
contribuições incidentes a título de substituição (Lei 8.212/91, art. 33).

 Secretaria da Receita Federal compete: arrecadar, fiscalizar, lançar e


normatizar o recolhimento das contribuições sociais das empresas
incidentes sobre o faturamento e o lucro e as incidentes sobre a receita de
concurso de prognósticos e CPMF.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA:

 Responsabilidade solidária: relação de responsabilidade entre pessoas


unidas por interesses comuns, na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal, caso em que o credor poderá exigir de cada um dos co-
responsáveis o valor integral da dívida.

 Responsabilidade por substituição: contribuinte não é o sujeito passivo da


obrigação de recolhimento das contribuições sociais, e neste caso aquele
passa a ser responsável pela correta arrecadação e entrega do valor
devido, sujeitando-se, em caso de incorreção, ou descumprimento da
obrigação, à cobrança da dívida, sem prejuízo de outras sanções penais e
administrativas.

 Empresa: responsável pelo recolhimento das contribuições de seus


empregados e de suas próprias contribuições.

 Grupo econômico (Lei 8.212/91, art. 30, IX):

 Empresas que integram o grupo de qualquer natureza respondem entre


si, solidariamente, pelas obrigações previdenciárias.

 Caracteriza-se quando uma ou mais empresas, com personalidade


jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de
outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de outra atividade
econômica (CLT, art. 2º, § 2º).

 Solidariedade compreende a contribuição referente aos segurados


empregados, avulsos e contribuintes individuais, com os acréscimos
moratórios (juros e multa de mora), e obrigação decorrente de infração
pelo não-cumprimento de determinadas obrigações acessórias.

 Não há exigência legal de demonstração de incapacidade financeira


entre as empresas para o fim de se exigir a obrigação.

 Sócios e titulares da empresa (Lei 8.620, art. 13 e § único):

 Responsabilidade do titular da firma individual e dos sócios das empresas


por cotas de responsabilidade limitada, respondendo com seus bens pessoais
pelos débitos previdenciários, independente de dolo ou culpa.

 Responsabilidade solidária ou subsidiária: acionistas controladores


de sociedades por ações; e administradores, gerentes e diretores que
causaram inadimplemento de contribuições, por dolo ou culpa.

 Despersonalização da pessoa jurídica: quando sócios ou gestores são


responsabilizados pelos atos praticados em fraude à lei, aos estatutos ou
contrato social, excesso de poderes ou gestão temerária.
 Tomador de serviços (Lei 9.711/98):

 Responsabilidade solidária da tomadora de serviços de cessão de mão-de-


obra, pela retenção e recolhimento de 11% do valor bruto da nota fiscal ou
fatura de prestação de serviços.

 Cedente de mão-de-obra deverá elaborar folha de pagamento e guias de


recolhimento distintas para cada empresa tomadora de serviço, devendo esta
exigir do executor, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia
autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamentos.

 Responsabilidade subsidiária: terceirização de mão-de-obra ou por


cooperativa de trabalho.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:

O art. 45, I e II da Lei 8.201/91 previa prazo decadencial de 10 anos para


apuração e constituição dos créditos da Seguridade Social. A prescrição era
regulada pelo art. 46 da mesma lei: o direito de cobrar os créditos da
Seguridade Social prescreve em 10 anos contados da sua constituição.

A constitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 foi questionada no


STF ao fundamento de que a fixação de normas gerais de direito tributário
deve ser feita por lei complementar. Entendeu o STF que a natureza
tributária das contribuições para a Seguridade Social as submete ao regime
jurídico-tributário constitucional, o que impõe a aplicação das normas
tributárias sobre prescrição e decadência, cuja competência está reservada à
lei complementar pelo art. 146, “b”, III, da CF.

O STF editou a Súmula Vinculante 8: “São inconstitucionais o parágrafo


único do artigo 5º do Decreto-lei 1.569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei
8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. A
Súmula Vinculante 8 passou a produzir efeitos a partir de 20.06.2008.

Os arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 foram revogados pela Lei Complementar nº


128/2008.

A interrupção da prescrição ocorre com a citação pessoal do devedor, pelo


protesto judicial, por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor,
por qualquer ato inequívoco, mesmo que extrajudicial, que importe o
reconhecimento do débito pelo devedor, citação judicial e despacho que
determinar a citação do devedor (art. 8º, § 2º, da LEF).

A suspensão do prazo prescricional ocorre nas hipóteses do art. 151 do CTN:


moratória, depósito integral do montante do débito, reclamações e recursos
nos termos da legislação que regula o processo administrativo tributário, a
concessão de liminar em mandado de segurança, a concessão de liminar ou
antecipação de tutela em outras ações e o parcelamento.

A contagem do prazo decadencial:


 A partir do 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado.

 A partir da data em que se tornou definitiva a decisão que houver anulado, por
vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.

Módulo 7 - Prestações da Previdência Social e Benefícios. Período de Carência.


Salário Benefício. Renda Mensal dos Benefícios. Reajustes dos Benefícios.
Pagamento dos Benefícios. Cumulação de Benefícios. Prescrição. Tempo de
Serviço e Contagem Recíproca. Auxílio-Doença. Aposentadoria por Invalidez.
Aposentadoria por Tempo de Contribuição. Aposentadoria por Idade.
Aposentadoria Especial. Auxílio Acidente. Pensão por Morte. Pensões Especiais.
Salário-Maternidade. Salário-Família. Auxílio Reclusão.

1 - PRESTAÇÕES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - Benefícios e serviços:

 Benefícios: valores pagos em dinheiro aos segurados/dependentes em


substituição ao rendimento do trabalhador quando na atividade (ex: salário).

 Serviços: bens imateriais, ex: habilitação/reabilitação profissional, serviço social,


assistência médica.

 Prestações quanto aos segurados:

 Aposentadoria por invalidez


 Aposentadoria por idade
 Aposentadoria por tempo de contribuição
 Aposentadoria especial
 Auxílio-doença
 Salário-família
 Salário-maternidade
 Auxílio-acidente

 Prestações quanto aos dependentes:

 Pensão por morte


 Auxílio-reclusão

 Prestações quanto aos segurados e dependentes:

 Serviço social
 Reabilitação profissional

 Prestações acidentárias:

 Auxílio-acidente
 Aposentadoria por invalidez acidentária
 Auxílio-doença acidentário
 Pensão por morte acidentária

2 - CARÊNCIA: tempo correspondente ao número de contribuições mensais


indispensáveis para o beneficiário fazer jus ao benefício, a partir do transcurso do 1º
dia dos meses de suas competências.

Wladimir Novaes Martinez entende que período de carência é “o decurso de lapso de


tempo associado a contribuições periódicas, devidas ou vertidas, exigidas como
condição para a definição do direito a determinado benefício”.

 Contagem do período de carência:

 Segurado empregado e avulso: 1º dia do mês de filiação ao RGPS.

 Doméstico, contribuinte
individual, empresário, autônomo e especial e segurado facultativo: 1º
dia do mês do 1º recolhimento de contribuição sem atraso. Não são
consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso
referentes a competências anteriores.

 Período de carência:

 12 contribuições mensais: auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.

 180 contribuições mensais: aposentadoria por idade, por tempo de


serviço e especial.

 10: salário-maternidade da segurada individual, segurada especial e


segurada facultativa.

 1/3 do número de contribuições anteriores para o cumprimento da


carência: contado da nova filiação do segurado no RGPS, na perda da
qualidade de segurado.

 Independe de carência:

 Pensão por morte


 Auxílio-reclusão
 Salário-família
 Salário-maternidade para seguradas empregada, avulsa e empregada doméstica
 Serviço social
 Reabilitação profissional
 Auxílio-acidente
 Auxílio-doença por acidente do trabalho
 Aposentadoria por invalidez provocada por acidente do trabalho
 Doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde
e da Previdência Social em que for acometido, após filiar-se ao RGPS, conforme
critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que exija
especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado.
 Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez aos segurados do RGPS,
acometidos das doenças e afecções (Portaria Interministerial 2.998, de 23.8.2001):
tuberculose ativa; hanseníase; alienação mental; neoplasia maligna; cegueira;
paralisia irreversível e incapacitante; cardiopatia grave; doença de Parkinson;
espondiloartrose anquilosante; nefropatia grave; estado avançado da doença de Paget
(osteíste deformante); AIDS; contaminação por radiação, com base em conclusão da
medicina especializada; e hepatopatia grave.

3 - SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO:

Wladimir Novaes Martinez define salário-de-benefício como a “média aritmética


simples das bases da contribuição contidas num certo básico período de
cálculo, quantum que se presta para a aferição da renda mensal inicial da prestação
em dinheiro de pagamento continuado”.

Até a alteração ocorrida pela Lei 9.876, de 29/11/1999, de regra o salário-de-benefício


consistia numa média aritmética simples dos últimos 36 salários-de-contribuição
corrigidos monetariamente, mês-a-mês, tomando-se as mensalidades anteriores ao
afastamento da atividade ou à data de entrada do requerimento. Diante de falhas de
contribuições no período, esses 36 meses podiam ser buscados em 48 meses.

A partir da Lei 9.876/99, o salário-de-benefício sofre a influência de 2 elementos: a)


alargamento do período básico de cálculo e b) emprego do fator previdenciário.

PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO (PBC): lapso de tempo durante o qual são


tomados os salários-de-contribuição. As 80% maiores bases da aferição da
contribuição devidas ou recolhidas nesse espaço são corrigidas monetariamente e
utilizadas na apuração da média designada como salário-de-contribuição.

Novo período básico de cálculo: 1º mês, em todos os casos (se nele o


segurado teve contribuições), será julho de 1994. A partir daí, todo o período
de contribuição. E, o último mês será o imediatamente anterior ao desligamento
do trabalho ou à data de entrada do requerimento.

Seleção dos salários-de-contribuição:

 Não são considerados todos os salários-de-contribuição do período contributivo.


Após a atualização monetária, são considerados apenas os 80% de maior importância
pecuniária.

 Em caso de falhas contributivas, o divisor considerado no cálculo da média não


poderá ser inferior a 60% do período decorrido da competência entre julho de 1994 e a
véspera do mês do requerimento, limitado a 100% de todo o período contributivo (Lei
9.876/99, art. 3º, § 2º).

 É considerado para cálculo do período básico de cálculo:

 Ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, em dinheiro ou em


utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuição previdendiária.

 Segurado que recebeu benefício por Incapacidade no período básico de cálculo,


considera como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu
de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e nas
mesmas bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao salário mínimo,
nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição.
 O valor mensal do auxílio-doença integra o salário-de-contribuição, para fins de
cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria, observado limite mínimo de
1 salário mínimo e o teto máximo do benefício.

 Não é considerado para cálculo do período básico de contribuição:

 aumento dos salários-de-contribuição excedentes ao limite legal, inclusive o


voluntariamente concedido nos 36 meses imediatamente anteriores ao início do
benefício, exceto se houver homologação pela Justiça do Trabalho, resultante de
promoção regulada pelas normas gerais da empresa, admitida pela legislação do
trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido pela categoria do
obreiro.

 13º Salário, por destinar-se ao custeio do abono anual desse benefício.

 Exemplo da seleção dos salários-de-contribuição: Período contributivo apurado de


julho/1994 a junho/2004, no total de 120 meses (ou 10 anos). O denominador nunca
poderá ser inferior a 60%, ou seja, para este exemplo, nunca inferior a 72. Vejamos as
5 situações abaixo:

 Caso o segurado tenha pago durante os 10 anos, todos os salários-de-


contribuição serão corrigidos e tomada a soma dos 80% X 120 = 96 meses do período
e dividida por 96.

 No mesmo lapso de tempo (10 anos), tenha recolhido por 100 meses, todos os
salários-de-contribuição serão corrigidos, obtida a soma dos salários-de-contribuição
dos 80% X 100 = 80 meses do período e dividida por 80.

 No lapso de 10 anos, ele haja aportado somente por 90 meses, todos os salários-
de-contribuição serão corrigidos, usada a soma dos salários-de-contribuição dos 80%
X 90 = 72 meses do período, dividida por 72.

 Nos mesmos 10 anos, se ele cotizou por 80 meses, será colhida a soma dos
salários-de-contribuição dos 80% X 80 = 64 meses do período. Como o denominador
não pode ser inferior a 60% do período decorrido (60% de 120 meses = 72 meses), e
como ele cotizou mais de 72 mensalidades, serão selecionados os 72 maiores
salários-de-contribuição e sua soma dividida por 72.

 60 meses de salário-de-contribuição, todos os salários-de-contribuição serão


corrigidos e dividido por 72, pois o denominador não pode ser inferior a 60% do total
de meses do período contributivo (60% de 120 meses).

 Lei 9.876/99, art. 3º – Filiação até 28/11/1999: “média aritmética simples dos
maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o
período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994”. Todo o tempo de
contribuição do período básico de cálculo, após a correção monetária dos salários-de-
contribuição, são pinçados os 80% maiores valores. Exemplos:

 Em dezembro de 1999, eram 66 salários-de-contribuição (total de meses de jul/94


a dez/99), e foram utilizados 66 X 80 = 52,8, isto é, 52 salários-de-contribuição.

 Em dezembro de 2000, foram 78 X 80 = 62,4, isto é, 62 salários-de-contribuição.


 Lei 9.876/99, art. 2º, que alterou o art. 29, da Lei 8.213/91 – Filiação a partir de
28/11/1999: “média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a 80% de todo o período contributivo”.

Benefícios atingidos pelo período básico de cálculo criado pela Lei 9.876/99: todos
os benefícios calculados comuns ou acidentários, como: aposentadoria por idade,
especial, por tempo de contribuição, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e
auxílio-acidente.

Benefícios excluídos: salário-família, pensão por morte, salário-maternidade,


abono anual e outros benefícios da legislação especial.

Média da soma: resultado da 1ª parte do cálculo do salário-de-benefício. A 2ª,


resultará da adoção do fator previdenciário, que será usado em relação à média
aritmética simples dos 80 maiores salários-de-contribuição do segurado, resultando no
montante do salário-de-benefício, aplicando-se o percentual próprio de cada
prestação.

Atividades Concomitantes – Cálculo do Salário-de-Benefício é a soma dos


salários de contribuição das atividades concomitantes exercidas na data do
requerimento ou do óbito, ou no período básico de cálculo, observando:

 Se satisfeitas as condições do benefício requerido com relação a cada atividade, o


salário-de-benefício será calculado com base na soma dos salários-de-contribuição
exercidas, observando o limite máximo. Ex: segurado que trabalha, simultaneamente,
como empregado e como trabalhador autônomo, que vem a adoecer, e permanece
incapaz por mais de 15 dias, tendo mais de 12 contribuições mensais sem atraso em
cada uma das atividades, o valor do salário de benefício do seu auxílio-doença levará
em conta a soma dos salários de contribuição das atividades desempenhadas,
obedecida a regra de inclusão no cálculo da “média” dos maiores salários de
contribuição equivalentes a 80% do período contributivo.

 Caso não verificada a satisfação de todos os requisitos em alguma das atividades


exercidas simultaneamente, o cálculo observará a totalidade dos salários de baseado
nos salários-de-contribuição das atividades em que foram satisfeitas as exigências,
acrescido de um percentual da média dos salários de contribuição das atividades
restantes, proporcionalmente à relação entre o número de meses em que houve
contribuições e o número de meses exigido como carência do benefício requerido. Ex:
segurado que trabalha como empregado e autônomo, como empregado trabalha há 18
meses, mas tem apenas 6 meses de contribuições sem atraso como autônomo, e fica
incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias, o seu salário de benefício consistirá
na média dos salários de contribuição em valores integrais do emprego exercido
(maiores salários de contribuição equivalentes a 80% do seu período contributivo, ou
seja, de 18 meses), mais 6/12 (ou 50%) da média dos maiores salários de contribuição
da sua filiação como autônomo, equivalentes a 80% dos 6 meses assim trabalhados.

 Quando se trata de benefício por tempo de serviço (atualmente, aposentadoria por


tempo de contribuição), o percentual de proporcionalidade será o equivalente à
comparação entre os anos de serviço (hoje, contribuição) e os anos apurados para a
obtenção do benefício. Ex: no RGPS não se pode receber mais de uma
aposentadoria, se o segurado atinge, em uma ou mais atividades, o tempo necessário
para obtenção do direito à jubilação, embora não em todas as atividades exercidas, e
decide pelo recebimento do benefício, terá o salário de benefício calculado sobre a
média da soma dos salários de contribuição das atividades em que implementou o
tempo exigido, mais um fração da média dos salários de contribuição das atividades
nas quais não completou esse tempo exigido, seno o “numerador” desta fração o
número de anos de contribuição, e “denominador” o número de anos considerado
para a concessão do benefício.

 Na incapacidade de trabalho apenas para o exercício de uma delas, é devido o


auxílio-doença para a que está incapaz, devendo a perícia médica ser conhecedora de
todas as atividades que o segurado esteja exercendo.

 Recebendo o auxílio-doença o segurado se torna incapaz para as demais


atividades, o valor do benefício deve ser revisto, com base nos demais salários-de-
contribuição, a contar do 16º dia do novo afastamento dessas atividades.

FATOR PREVIDENCIÁRIO:

 Foi instituído pela Lei 9.876/99, combinando fatores como idade mínima,
tempo de contribuição e expectativa de vida do segurado, com fundamento no
art. 201 da CF, que determina a observância de critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.

 STF julgou que o fator previdenciário não é inconstitucional, pois a


preservação do equilíbrio financeiro e atuarial está previsto na própria Lei
Maior, dando respaldo ao fator previdenciário ser instituído por lei ordinária.

 Fator previdenciário é número decimal, em cada caso, menor ou maior do


que um, que leva em consideração a idade e a expectativa de vida do
segurado. Exemplo: 0,4720 (homem com 30 anos de contribuição e 44 anos de
idade) ou 2,983 (homem com 56 anos de contribuição e 70 anos de idade).
Esse número decimal será multiplicado pela média dos salários-de-contribuição
contidos no período básico de cálculo, resultando no salário-de-benefício.

Fórmula matemática: F = TC x 0,31 x { 1 + ID + (TC x 0,31)}


ES 100
F: fator previdenciário.

ID: idade, isto é, anos completos do segurado quando da aposentação. Ex: 54 anos, 7
meses e 10 dias = 54,6027 (Cálculo: 7 x 30 = 210 + 10 = 220 dias; 220 dividido por
365 = 0,6027).

TC: tempo de contribuição, isto é, anos de pagamento das mensalidades.


Comprovação da contribuição:

 Empregado temporário, avulso ou servidor sem regime próprio: não necessitam


comprovar o recolhimento da contribuição previdenciária, eis que beneficiam-se da
presunção do desconto e do recolhimento da exação pelo empregador ou gestor,
através da CTPS anotada, tendo que provar o tempo de serviço.

 Contribuinte individual e facultativo: devem demonstrar esse tempo de contribuição


pelos documentos habituais e GPS.

 Doméstico: comprovação mediante a CTPS e a GPS.


A partir da EC n. 20/1998, será somente tempo de contribuição. Não haverá mais
tempo de serviço. Sob esse aspecto a questão não está pacificada na doutrina. Para
alguns somente após a regulamentação, por via de lei complementar, um critério
substituirá o outro, não sendo suficiente a regulamentação administrativa (Portarias
MPAS n. 4.882/98, 4.883/98, 4.992/99 e Ordem de Serviço INSS/DSS n. 619/98).
Gera a obrigação fiscal de recolher contribuições.

Tempo de serviço corresponde ao tempo de contribuição, o sem contribuição, o


em gozo de benefício por incapacidade, o do serviço militar e o próprio tempo
de serviço (trabalho), bem como os períodos fictícios (40% da conversão na
aposentadoria especial).

ES: expectativa de sobrevida, isto é, é o tempo que os atuários, demógrafos (aqueles


que se preocupam com a estatística da população) ou estatísticos pressupõem ser
estimadamente a ser vivido após a aposentação, obtida a partir da tábua completa de
mortalidade para o total da população brasileira, construída pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando a média nacional única para
ambos os sexos (Lei 8.213/91, art. 29, §7º, alterada pela Lei 9.876/99, art. 1º).

0,31: é alíquota de contribuição, apurada pelo cálculo da soma da contribuição


patronal (20%) + alíquota máxima do empregado (11%) = 0,31.

Benefícios abrangidos: aposentadoria por tempo de contribuição e, em casos


excepcionais, na aposentadoria por idade.

Benefícios excluídos: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, aposentadoria


especial, pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, salário-maternidade,
salário-família e o abono anual.

Consequências comparadas com o sistema anterior a Lei 9.876/99:

 Aplicação do fator reduzirá a renda mensal inicial, obrigando o segurado a se


retirar com idade avançada ou mais tempo de contribuição.
 Pode ganhar com o fato, a jubilação de segurado com tempo de contribuição
elevado e idade média ou idade avançada com tempo de contribuição média, se
equivalem.
 Pode haver perda, para os segurados requerentes da aposentadoria proporcional,
principalmente quem se jubilar precocemente, com pouco tempo de contribuição ou
baixa idade.
 Quem tem direito adquirido estará excluído do sistema. Continuando a trabalhar,
se com o fator o benefício resultar maior também poderá optar por ele.

Cálculos do fator previdenciário – Exemplos:

 Segurado com 30 anos de contribuição e 50 anos de idade, com expectativa de


sobrevida de 22,8 anos:

F = 30 x 0,31 x { 1 + 50 + (30 x 0,31) } =


22,8 100

F = 9,30 x {1 + 62,3} =
22,8 100

F = 0,4078 x 1,623 = 0,6618


 Segurada com 25 anos de serviço e 48 anos de idade:
 25 + 5 anos (bônus) = 30 anos
 Expectativa de sobrevida = 26,8 anos
 Idade = 48 anos

F = 30 x 0,31 x {1 + 48 + (30 x 0,31) } =


26,8 100

F = 0,3470 x 1,573 = 0,5558

Obs.: bônus para mulher 5 anos; ao professor 5 anos; e professora 10 anos.

FÓRMULA DO CÁLCULO DO SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO

SB = F x Y

SB: salário de benefício.


F: fator previdenciário.
Y: média aritmética do período básico de cálculo de contribuições.

APURAÇÃO DA RENDA MENSAL INICIAL (RMI)

Renda Mensal Inicial:

 É o montante do numerário quantificado em moeda corrente nacional, em princípio


inalterável, protegido pela lei, divisível apenas quando mais de uma pessoa participar
(ex: pensão por morte e auxílio-reclusão).

 Corresponde à primeira parcela do benefício de prestação continuada a ser pago


pela Previdência Social.

 Estabelecida por elementos matemáticos do cálculo, institutos jurídicos próprios do


Direito Previdenciário, a seguir: a) período básico de cálculo; b) salários-de-
contribuição; c) correção monetária; d) salário-de-benefício; e) valor mínimo; f) valor
máximo; g) coeficientes; h) regras de concomitância; e i) renda mensal inicial.

 Não poderá ter valor inferior a 1 salário mínimo e superior a 10 salários mínimos.

Coeficientes (Cf) aplicáveis:

 Cada segurado e benefício, considerados individualmente, possuem coeficiente


aplicável ao salário-de-benefício para se atingir a renda mensal inicial.

 É o percentual a ser aplicado sobre o salário de benefício, sendo que para cada
benefício existe um percentual próprio.

Fórmula para Cálculo da Renda Mensal Inicial:

RMI = SB x Cf

Ex: SB R$ 400,00 x Cf Auxílio-doença 91% = Renda Mensal Inicial R$ 364,00


A renda mensal do benefício de prestação continuada, inclusive o decorrente de
acidente do trabalho, será calculada aplicando-se sobre o salário de benefício os
seguintes coeficientes dos benefícios:

 Auxílio-doença: 91% do salário-de-benefício.

 Aposentadoria por invalidez: 100% do salário-de-benefício.

 Exceção relativa à aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar de


assistência permanente de outra pessoa: acréscimo de 25%, mesmo que tenha
atingido o limite máximo legal.

 Aposentadoria por idade: 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste por grupo


de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%.

 Aposentadoria por tempo de serviço ou tempo de contribuição:

 Mulher: 100% do salário de benefício aos 30 anos de contribuição, ou 70% do


salário-de-benefício aos 25 anos de serviços, mais 5%, para cada 1 novo ano
completo de atividade, até o máximo de 100% aos 30 anos de serviço.

 Homem: 100% do salário de benefício aos 35 anos de contribuição, ou 70% do


salário-de-benefício aos 30 anos de serviço, mais 5% deste, para cada novo ano
completo de atividade, até o máximo de 100% aos 35 anos.

 Professora: 100% do salário de benefício aos 25 anos de contribuição e de efetivo


exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no
ensino médio.

 Professor: 100% do salário de benefício aos 30 anos de contribuição e de efetivo


exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no
ensino médio.

 Aposentadoria por idade: 70% do salário-de-benefício, mais 1% por ano de filiação


até um máximo de 100%.

 Aposentadoria especial: 100% do salário-de-benefício.

 Pensão por morte: 100% do salário-de-benefício.

 Auxílio-reclusão: 100% do salário-de-benefício.

 Auxílio-acidente: 50% do salário-de-benefício.

Salário-maternidade:

 Segurada empregada e trabalhadora avulsa: renda mensal igual à remuneração


integral.

 Doméstica: valor correspondente ao do seu último salário de contribuição.

 Segurada especial: 1/12 do valor sobre o qual incidiu sua última contribuição
anual.
 Demais seguradas: 1/12 do soma dos 12 últimos salários de contribuição,
apurados em um período não superior a 15 meses.

 Em qualquer caso, é garantido o pagamento no valor de 1 salário mínimo.

 Contribuições devidas e não recolhidas pelo empregador serão


consideradas para cálculo?

 Empregado e avulso: sim.

 Demais segurados: computados salários-de-contribuição dos meses de


contribuição recolhida.

 Segurado Empregado e Avulso que atendem às condições para obter o


Benefício e não podem comprovar seus períodos básicos de cálculos:
Concessão do benefício de valor mínimo, sendo recalculada quando da apresentação
da prova dos salários-de-contribuição.

 Reajuste do Valor dos Benefícios:

 Objetivo: preservação do valor real da data de sua concessão.

 Reajuste pro rata, em junho de cada ano, de acordo com as respectivas datas de
início ou do seu último reajustamento, com base em percentual definido em
regulamento.

 Benefícios: pagos do 1º ao 10º dia útil do mês seguinte ao de sua competência.

 Nenhum benefício reajustado pode ser superior ao limite máximo do salário-de-


contribuição ou inferior ao salário mínimo, salvo em relação ao auxílio-acidente e do
salário-família.

 Pagamento dos Benefícios:

 Vedação sobre os Benefícios: penhora, arresto ou sequestro.

 Considerada nula de pleno direito: venda, cessão ou constituição de ônus sobre


eles e outorga de poderes irrevogáveis para seu recebimento.

 Descontos pelo INSS:

a) Contribuições devidas pelo segurado à Previdência Social.

b) Pagamento de benefício além do devido.

c) IRF.

d) Alimentos decorrentes de sentença judicial.

e) Mensalidade de associações e demais entidades de aposentadorias legalmente


reconhecidas, desde que autorizadas por seus filiados.

 Pagamento direto ao beneficiário, em dinheiro ou por depósito em conta corrente,


exceto o pagamento de auxílio-doença e a procurador.
 Pagamento a procurador, com mandato de prazo não superior a 12 meses, nos
casos: ausência, moléstia contagiosa ou impossibilidade de locomoção, será pago ao
procurador.

 Procuração: renovação ou revalidação pelos setores de benefícios do INSS.

 Responsabilidade do procurador: comunicação de óbito, sob pena de incorrer em


crime.

 Pagamento ao segurado ou dependente incapaz: cônjuge, pai, mãe, tutor ou


curador.

 Pagamento com atraso pela Previdência Social: atualização monetária a partir do


mês que deveria ter sido pago até o mês do efetivo pagamento.

 Não é permitida acumulação de benefícios, exceto seguro-desemprego e pensão


por morte, auxílio-reclusão ou auxílio-acidente.

4 - BENEFÍCIOS

AUXÍLIO-DOENÇA:

 Previdência Social deve cobrir eventos de doença (CF, art. 201, I; Lei 8.213/91,
arts. 59 a 64).

 Definição: Benefício previdenciário de curta duração, renovável a cada


oportunidade em que o segurado dele necessite, pago em decorrência de
incapacidade temporária e parcial da pessoa, que se afastar do trabalho por mais de
15 dias consecutivos.

 Direito: incapacidade para o trabalho por mais de 15 dias consecutivos.

 Interrupção do contrato de trabalho:


 Primeiros 15 dias de afastamento.
 Pagamento do salário integral e FGTS pela empresa.
 Há contagem como tempo de serviço.

 Suspensão do contrato de trabalho:


 A partir do 16º dia de afastamento do trabalho.
 Pagamento do benefício efetuado pelo INSS, a partir do 16º dia do afastamento.
 Renda mensal de 91% do salário-de-benefício.
 Não há pagamento do salário pela empresa.
 Não há contagem como tempo de serviço.

 Concessão do auxílio-doença - Carência:


 12 contribuições mensais.
 Não há carência, nos casos de auxílio-doença por acidente e de doença
profissional ou do trabalho.
 Empregado: início do direito a partir do 16º dia de afastamento da atividade.
 Demais segurados: da data do início da incapacidade e até o final da
incapacidade.
 Segurado que exerce mais de uma atividade abrangida pela Previdência Social:
 Auxílio-doença concedido à atividade em que estiver incapacitado
 Exercício da mesma atividade profissional em ambas, destas 2 será afastado das
atividades.

 Novo requerimento de benefício pela mesma doença dentro de 60 dias da


cessação do anterior:
 Empresa é desobrigada do pagamento dos 15 dias de afastamento.
 Benefício anterior prorroga-se, descontando os dias trabalhados, se for o caso.

 Novo requerimento de benefício pela mesma doença em mais de 60 dias da


cessação do anterior: empresa obrigada no pagamento dos primeiros 15 dias de
afastamento.

 Novo requerimento relativo à outra doença: empresa obrigada no pagamento dos


primeiros 15 dias de afastamento, não decorridos os 60 dias da cessação do
benefício.

 Cessação do Auxílio-doença:
 Recuperação da capacidade do trabalho.
 Transformação em aposentadoria por invalidez.
 Morte do segurado.
 Auxílio-acidente com sequelas que implique redução da capacidade funcional, o
que corresponderá a 50% do salário-de-benefício de origem do benefício do auxílio-
doença.

 Impossibilidade de recuperação para atividade habitual e em gozo do auxílio-


doença:
 Processo de reabilitação profissional para o exercício de outra atividade, sem
cessar o benefício até a reabilitação definitiva, que lhe garanta a subsistência.
 Se irrecuperável, será aposentado por invalidez.

 Empresa poderá garantir o salário integral através do pagamento do complemento


de auxílio-doença, em decorrência de liberalidade, acordo ou convenção coletiva, não
incidindo INSS, se pago para todos os empregados, e FGTS.

 Empregado não poderá receber aviso prévio se afastado por auxílio-doença.

AUXÍLIO-DOENÇA POR ACIDENTES DO TRABALHO:

 Definição: Benefício de prestação continuada pago pelo INSS ao segurado que


ficar incapacitado temporariamente para o trabalho em decorrência de acidente ou
doença do trabalho.

 Direito: inicia a partir do 16º dia seguinte ao do acidente.

 Segurados: empregados, avulsos, temporários e presidiários que exercem


atividade remunerada.

 Empresa: pagamento do salário dos primeiros 15 dias após o acidente.

 Valor do auxílio-doença: 91% do salário-de-benefício, não podendo ser menos que


1 salário mínimo.
 Carência: não há.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ:

 Previdência cobre eventos de aposentadoria por invalidez (CF, art. 201, I; Lei
8.213/91, arts. 42 a 47).

 Definição: devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença,


for considerado incapaz para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, sendo o benefício pago
enquanto permanecer nessa condição.

 É benefício temporário, provisório, eis que o segurado pode se recuperar.

 Carência:

 12 contribuições mensais.

 Não há carência, se decorrente de acidente ou para segurados especiais.

 Concessão: por exame médico pericial pelo INSS, para verificação da


incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será
devida:

 Empregado: primeiros 15 dias de afastamento da atividade por invalidez serão


pagos pela empresa.

 Empregado: a contar do 16º dia do afastamento da atividade ou a partir da data de


entrada do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento
decorrerem mais de 30 dias;

 Doméstico, individual, avulso especial e facultativo: a contar da data do início da


incapacidade ou da data de entrada do requerimento, se entre essas datas
decorrerem mais de 30 dias.

 Necessário exame médico periódico, sob pena de ser sustado o pagamento do


benefício.

 Médico poderá considerar definitiva a aposentadoria.

 Suspensão do contrato de trabalho, eis que poderá haver recuperação.

 Renda mensal:

 100% do salário-de-benefício, a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-


doença.

 25% de acréscimo, total 125% do salário-de-benefício, para segurado que


necessitar da assistência permanente de outra pessoa, mesmo que o valor seja no
limite máximo legal. Ex: cegueira total, perda de 9 dedos das mãos ou superior a esta,
paralisia dos 2 membros superiores ou inferiores, perda de uma das mãos e de 2 pés,
perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível,
alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social,
doença que exija permanência contínua no leito, incapacidade permanente para as
atividades da vida diária.

 Cessação da Aposentadoria por Invalidez:

 Recuperação total e apto a retornar à atividade anterior, através de nova avaliação


médico-pericial.

 Retorno voluntário à atividade.

 Recuperação parcial e apto a retornar à atividade diversa da anterior,


aposentadoria será mantida:

 Valor integral: durante 6 meses contados da data em que for verificada a


recuperação da capacidade.

 Com redução de 50%: no período seguinte de 6 meses.

 Com redução de 75%: período seguinte de 6 meses acima, ao término do qual


cessará definitivamente.

APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO:

 EC 20/98 não mais prevê a aposentadoria por tempo de serviço, e sim por tempo
de contribuição efetiva para o regime previdenciário e não mais haverá concessão de
aposentadoria proporcional para aqueles que entrarem no mercado de trabalho depois
de 16/12/1998 (publicação da EC).

 Definição: tempo de contribuição é o período, contado data a data, do início até a


data do requerimento ou desligamento de atividade abrangida pela Previdência Social,
descontados os períodos, como de suspensão do contrato de trabalho, de interrupção
de exercício e desligamento da atividade.

 Aposentadoria Integral - Requisitos alternativos: idade ou tempo de contribuição


(CF, art. 201, § 7º):
 Homem: 65 anos de idade ou 35 anos de contribuição.
 Mulher: 60 anos de idade ou 30 anos de contribuição.
 Trabalhador Rural ou em regime familiar: redução de 5 anos.

 Regime transitório – Segurados inscritos até 16/12/1998 - Aposentadoria Integral –


Requisitos cumulativos: idade e tempo de contribuição:
 Homem: 53 anos de idade e 35 anos de contribuição.
 Mulher: 48 anos de idade e 30 anos de contribuição.
 Período adicional de contribuição equivalente a 20% do tempo que em 16/12/98
faltava para atingir o limite de tempo de contribuição.

 Carência: 180 contribuições mensais (15 anos).

 Início do Benefício – Segurados Empregado e Doméstico:


 Data do desligamento do serviço: requerida até data do desligamento ou até 90
dias depois do desligamento.
 Data do requerimento: se não houver desligamento do emprego ou se requerida
depois do prazo de 90 dias do desligamento.
 Início do Benefício – Demais Segurados: a partir da data da entrada do
requerimento.

 Renda mensal:
 Homem: 70% do salário-de-benefício aos 30 anos de serviço, mais 6% deste, para
cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100%, aos 35 anos de serviço.
 Mulher: 70% do salário-de-benefício aos 25 anos de serviço, mais 6% deste, para
cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100%, aos 30 anos de serviço.

 Tempo de serviço prestado no estrangeiro à empresa não vinculada à Previdência


Social brasileira não pode ser computada, salvo tratado de reciprocidade entre o Brasil
e o Estado estrangeiro onde o trabalho, prestado em um, seja contado no outro, para
os efeitos dos benefícios (CRPS En. 7).

 Menor de 16 anos, empregado, terá direito a contagem de tempo de serviço para


Previdência Social.

 Empregado e avulso:
 Contribuições consideradas presumidamente realizadas, sendo desnecessária
comprovação.
 Responsabilidade do empregador o recolhimento das contribuições.

 Prova de tempo de serviço, considerado tempo de contribuição:


 Documental: comprovação do exercício de atividade nos períodos a serem
contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a comprovar e
mencionar datas de início e término e, quando se tratar de trabalhador avulso, a
duração do trabalho e a condição em que foi prestado.
 Testemunhal: não são admitidas na esfera administrativa, mas sim no Poder
Judiciário.

 Normas de concessão e apuração do benefício: data de aquisição do direito à


aposentadoria.

 Opção do segurado pela mais vantajosa: cabe ao INSS estabelecer um


comparativo entre o valor inicial da aposentadoria apurada pelas regras atuais e pelas
regras anteriores.

APOSENTADORIA PROPORCIONAL - Segurados inscritos até 16/12/1998:

 EC 20/98 deu nova redação aos arts. 201 e 202 da CF, que previa sobre
aposentadoria por tempo de serviço proporcional ao segurado que tivesse 30 anos ou
à segurada com 25 anos de serviço. Atualmente, não há mais previsão de
aposentadoria proporcional.

 Direito adquirido à aposentadoria proporcional às pessoas que em 16/12/98 já


tivessem preenchido as condições para requerer o benefício, podendo fazê-la a
qualquer momento (EC 20/98, art. 3º).

 Regime transitório – Aposentadoria Proporcional - Requisitos cumulativos: idade e


tempo de contribuição (EC 20/98, art. 9º, § 1º, I):
 Homem: 53 anos de idade e 30 anos de tempo de contribuição
 Mulher: 48 anos de idade e 25 anos de tempo de contribuição
 Período adicional de contribuição equivalente a 40% do tempo em que em
16/12/98 faltava para atingir o limite de tempo de contribuição.

 Renda mensal: 70%, acrescido de 5% por ano de contribuição, até 100% do


salário do benefício.

APOSENTADORIA POR IDADE:

 Previdência Social cobre eventos de idade avançada (CF, art. 201, I; Lei 8.213/91,
arts. 48 a 51).

 Benefício definitivo, resultando na extinção do contrato de trabalho (TST, En. 295).

 Aposentadoria por Idade (RGPS - CF, art. 201, § 7º):


 Homem: 65 anos de idade.
 Mulher: 60 anos de idade.
 Trabalhador Rural ou em regime familiar: redução de 5 anos.

 Carência: 180 contribuições mensais (15 anos).

 Início do Benefício – Segurados Empregado e Doméstico:


 Desligamento do serviço: se requerida até 90 dias depois do desligamento;
 Requerimento: não houve desligamento do emprego ou requerida depois de 90
dias do desligamento.

 Início do Benefício – Demais Segurados: a partir da data da entrada do


requerimento.

 Renda mensal: 70% do salário-de-benefício, mais 1% a cada 12 contribuição


mensais, até de 30%.

 Aposentadoria Compulsória pode ser requerida pela Empresa:


 Carência: 180 contribuições.
 Homem: 70 anos de idade.
 Mulher: 65 anos de idade.
 Indenização: FGTS, mais multa de 50%, aviso prévio, 13º salário e férias
proporcionais (CLT, art. 477).
 Rescisão contratual: data imediatamente anterior à do início da aposentadoria.

 Aposentadoria espontânea do empregado:


 Requerimento da aposentadoria: não há necessidade do desligamento do
emprego, podendo o empregado continuar a trabalhar na empresa, desde que haja a
concordância do empregador.
 Não será computado o tempo anterior à aposentadoria, para fins indenizatórios.
 Extinção do contrato de trabalho: continuidade da prestação de serviços pelo
empregado (novo pacto).
 Indenização: levantamento do FGTS, 13º salário proporcional e férias
proporcionais.
 Indevido: multa de 50% do FGTS em relação ao período anterior (TST, SDI, OJ
177) e aviso prévio.

 CTPS: baixa no dia da aposentadoria, podendo ser readmitido no dia imediato


subsequente.
 Aposentadoria por Idade poderá decorrer da transformação:
 Aposentadoria por invalidez.
 Auxílio-doença.
 Por requerimento do segurado.
 Cumprimento da carência.

APOSENTADORIA ESPECIAL:

 Previdência Social adota requisitos e critérios diferenciados para os casos de


atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, a ser definido em lei complementar ainda não editada, razão pela
qual aplica CF, art. 201, § 1º; Lei 8.213/91, arts. 57 e 58.

 Definição: benefício de natureza extraordinária, decorre do trabalho realizado em


condições prejudiciais à saúde ou à integridade física do segurado ou riscos
superiores aos normais, previstos em lei.

 Aposentadoria Especial (Lei 8.213/91, art. 57, § 4º):


 15, 20 ou 25 anos de trabalho permanente e habitual em condições prejudiciais à
saúde do segurado.
 Não há limite de idade para concessão da aposentadoria.

 Carência: 180 contribuições mensais (15 anos).

 Comprovação: trabalho em atividade que coloque em risco a saúde e a integridade


física do segurado.

 Trabalho permanente e não ocasional (Instruções Normativas 57/2001, 78/2001 e


84/2004):
 Trabalho permanente: aquele em que o segurado, no exercício de todas as suas
funções, esteve efetivamente exposto a agentes nocivos físicos, químicos, biológicos
ou associação de agentes.
 Não ocasional: aquele que, na jornada de trabalho, não houve interrupção ou
suspensão da atividade com exposição aos agentes nocivos, não exercida de forma
alternada, atividade comum e especial.

 Condições especiais prejudiciais a saúde ou a integridade física:


 Agentes nocivos: químicos (poeiras, gases, fumos, névoas, óleo contendo
hidrocarbonetos, etc.), físicos (ruídos, vibrações, calor, pressões anormais, radiações
ionizantes, etc.), biológicos (bactérias, fungos, parasitas, bacilos, vírus, etc.)
ou associações de agentes prejudiciais (minas de subsolo).
 Atividade ou operação insalubre: exposição a agentes nocivos acima dos limites
de tolerância em razão da natureza,intensidade do agente e do tempo de
exposição aos efeitos (CLT, art. 189).
 Atividade penosa: trabalho desgastante, tanto físico como mental. CF, art. 7º,
XXIII, prevê o pagamento de adicional para tal atividade, porém não existe lei nesse
sentido até o momento.
 Atividade/operação perigosa: contato permanente com inflamáveis ou explosivos
com risco acentuado.

 Exclusão do período para cômputo da aposentadoria: eliminação e neutralização


do agente por EPI.
 Conversão do Tempo de Serviço em Condições Especiais para Tempo de
Atividade Comum:
 É a transformação daquele período com acréscimo compensatório pelo trabalho
prejudicial à saúde.
 Segurado com 2 ou mais atividades em condições especiais, sem completar em
qualquer delas o prazo mínimo à aposentadoria especial, ou tempo de serviço especial
e comum: períodos somados após conversão ao tempo de trabalho exercido em
atividade comum.

 Suspensão da aposentadoria especial: exercício de atividade ou operação com


agentes nocivos.

 Renda mensal: 100% do salário-de-benefício, mais 1% a cada 12 contribuições


mensais, até 30%.

 Início do Benefício – Segurados Empregado e Doméstico:


 Desligamento do serviço: se requerida até 90 dias depois do desligamento.
 Requerimento: se não houver desligamento ou se requerida após o prazo de 90
dias do desligamento.

 Início do Benefício – Demais Segurados: a partir da data da entrada do


requerimento.

 Obrigações da Empresa:
 Formulário expedido por médico ou engenheiro de segurança do trabalho,
sobre condições ambientais para comprovação da efetiva exposição aos agentes
nocivos.
 Laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no
ambiente de trabalho.
 Perfil Profissiográfico (mapeamento das condições de trabalho e do ambiente de
trabalho, descrevendo as diversas atividades do empregado no exercício de seu
trabalho) com atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecê-lo a este na
rescisão do contrato de trabalho.

PENSÃO POR MORTE:

 Previdência Social cobre eventos de morte, estabelecendo pensão por morte do


segurado, ao cônjuge ou companheira e dependentes, de no mínimo 1 salário mínimo
(CF, art. 201, I e V; Lei 8.213/91, arts. 74 a 79).

 Definição: benefício pago aos dependentes, na falta destes aos pais, irmãos até
21 anos ou inválidos, pelo falecimento do(a) segurado(a), independente se em
atividade ou aposentado, procedente ao rateio entre todos os pensionistas, em partes
iguais.

 Início do Benefício – Dependentes do Segurado falecido:


 Óbito: se requerida até 30 dias depois do óbito.
 Data do requerimento: se requerida depois do prazo de 30 dias do óbito.
 Decisão judicial: morte presumida (Lei 8.213/91, art. 74).

 Renda mensal: 100% do salário-de-benefício, rateado à família.


 Direito ao recebimento da pensão por morte:
 Cônjuge ou Companheiro e Dependentes (filho de qualquer condição, menor de 21
anos ou inválido).
 Falta de dependentes: pais, irmãos até 21 anos ou inválidos.
 Cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebe pensão de
alimentos.
 Morte presumida do segurado, declarada pela autoridade judicial, após 6 meses
de ausência.

 Perda do direito (motivos na lei): repasse ao(s) dependente(s) que continuar(em)


como pensionista(s).

 Cessação do direito:
 Morte do pensionista.
 Pensionista menor de idade: emancipação ou ao completar 21 anos, salvo se for
inválido.
 Pensionista inválido: cessação da invalidez, verificada em exame médico-pericial
da Previdência.
 Extinção da parte do último pensionista.
- Quando do aparecimento do falecido que teve sua morte presumida por decisão
judicial.

SALÁRIO-MATERNIDADE (licença-maternidade, licença à gestante):

 Definição: remuneração paga pelo INSS à segurada gestante durante seu


afastamento de 120 dias de licença-maternidade, mediante comprovação médica.

 Natureza jurídica: benefício previdenciário, por ser pago pelo


INSS.

 Renda mensal:
 Segurada empregada e avulsa: remuneração integral.
 Doméstica: valor do último salário-de-contribuição.
 Segurada especial: 1/12 do valor que incidiu sua última contribuição anual.
 Demais seguradas: 1/12 da soma de 12 últimos salários-de-contribuição, em
período de 15 meses.
 13º salário proporcional correspondente à licença-maternidade é paga pelo INSS.
 Aumento salarial no curso dos 120 dias de licença: pagamento com respectivo
reajuste.
 2 empregos: direito ao salário-maternidade de cada emprego.
 Valor mínimo: 1 salário mínimo.
 Há incidência de IRF.

 Direitos e Seguradas abrangidas:


 Gestante: 120 dias de licença, computados no tempo de serviço para fins de férias
e aposentadoria.
 Adotante ou guarda judicial: 120 dias, se criança de até 1 ano de idade; 60 dias,
criança entre 1 e 4 anos; e 30 dias, criança de 4 a 8 anos de idade (Lei 8.213/91, art.
71-A; CLT, art. 392-A, § 4º).
 Aborto não-criminoso: 2 semanas de licença, mediante atestado médico (CLT, art.
395).
 Seguradas: empregada urbana e rural ou temporária, doméstica, avulsa,
autônoma, equiparada à autônoma, eventual, empresária, segurada especial e
facultativa.

 Carência:
 Segurada empregada, avulsa e doméstica: não tem.
 Segurada autônoma, eventual, empresária e especial: 10 contribuições mensais.
 Parto antecipado: carência reduzida em número de contribuições dos meses de
antecipação do parto.

 Documentos: arquivo pela empresa por 10 anos, para fins de fiscalização.

 Cumulação do Salário-maternidade com outros Benefícios:


 Benefício por incapacidade: não serão cumulados. Suspende-se ou adia-se o
pagamento do benefício por incapacidade até o término do salário-maternidade.
 Auxílio-doença: vedada acumulação.

 Contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade:


 Empresa: 20%.
 Segurada: contribuição de sua parte.

SALÁRIO-FAMÍLIA:

 Definição: auxílio à manutenção dos dependentes dos segurados de baixa renda,


com renda bruta igual ou inferior ao valor previsto e atualizado anualmente.

 Natureza jurídica: benefício previdenciário, por ser pago pelo


INSS.

 Beneficiários: empregado, avulso, temporário; aposentado por invalidez, por idade


e demais aposentados com 65 anos de idade ou mais, se homem, ou 60 anos ou
mais, se mulher, sendo reduzida a idade em 5 anos quando tratar-se de empregado
rural.

 Não tem direito: doméstico, autônomo, equiparado a autônomo, empresário e


segurado facultativo.

 Dependentes:

 Idade: no máximo 14 anos ou inválido, sem limite de idade.

 Considera-se dependente: filho natural, enteado, tutelado e adotivo.

 Comprovação: dependência econômica do dependente.

 É devido:

 Para cada dependente, se pai e mãe forem segurados empregados ou avulsos.

 Salário integral de cada um dos empregadores, se tiverem mais de um contrato de


trabalho com diferentes empregadores.
 Carência: não há.

 Início do Benefício – Documentos:

 Certidão de nascimento de seus filhos.

 Documentação relativa ao equiparado ou inválido.

 Atestado de vacinação anual (criança até 6 anos de idade).

 Comprovação semestral de frequência à escola do filho ou equiparado (a partir


dos 7 anos).

 Suspensão do Benefício: Não apresentação nos prazos do atestado de vacinação


e frequência escolar.

 Pagamento:

 Empregado: pela empresa com o salário, a qual será reembolsada pelo INSS.
 Avulso: pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra.
 Empregado e avulso aposentados por invalidez ou em auxílio-doença: pelo INSS
com o benefício.
 Demais empregados e avulso aposentado (65 anos homem/60 anos mulher): pelo
INSS com aposentadoria.
 Não se incorpora ao salário ou ao benefício e não há incidência de INSS, IRF e
FGTS.

 Renda mensal: valor fixo dependendo da faixa salarial.

 Cessação do Pagamento:
 Morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito.
 Aos 14 anos filho ou equiparado, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da
data do aniversário.
 Recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, mês seguinte ao do
fim da incapacidade.
 Desemprego do segurado.
 Morte do segurado.

AUXÍLIO-RECLUSÃO:

 Definição: devidos aos dependentes do segurado de baixa renda (até R$ 468,47),


recolhido à prisão, com o cumprimento da pena em regime fechado, desde que o
recluso não receba remuneração da empresa, nem esteja em gozo de auxílio-doença,
aposentadoria ou abono de permanência em serviço.

 Requerimento: solicitação com certidão do recolhimento à prisão da autoridade


competente.

 Carência: não há.

 Renda mensal: 100% do valor do salário-de-benefício e não poderá ser menos


que 1 salário mínimo.
 Início do Benefício: recolhimento do segurado à prisão e mantido enquanto tiver
detido ou recluso, devidamente comprovado através da apresentação trimestral de
atestado da autoridade competente.

 Cessação do Pagamento: soltura do segurado.

 Suspensão do pagamento: fuga do segurado, sendo restabelecido na recaptura.

 Conversão do auxílio-reclusão para pensão por morte: morte do segurado detento


ou recluso.

ABONO ANUAL (13º SALÁRIO):

 Previdência Social deve pagar ao segurado ou dependente o 13º salário com base
na remuneração integral ou no valor do auxílio-acidente, auxílio-doença,
aposentadoria, pensão ou auxílio-reclusão, tomando por base os proventos do mês de
dezembro de cada ano (CF, arts. 7º, VIII, e 201, § 6º).

 Beneficiários: empregado, avulso, doméstico, temporário, autônomo, equiparado a


autônomo, empresário e facultativo.

 Não há pagamento, à quem recebe:

 Abono de permanência em serviço.

 Renda mensal vitalícia.

 Pensão da Síndrome de Talidomida.

 Salário-maternidade.

 Pagamento:

 Integral: se percebido benefício no ano todo.

 Proporcional: se não percebido no ano todo.

 Data: preferencialmente até o dia 15 de janeiro de ano seguinte ao do exercício


vencido.

5 - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

Decadência (Lei 8.213/91. art. 103): 10 anos o prazo decadencial de todo e qualquer
direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de
benefício, a contar do primeiro mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação
ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão de
indeferimento definitiva no âmbito administrativo.

O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram


efeitos favoráveis aos seus beneficiários decai em 10 (dez) anos, contados da data em
que foram praticados, salvo comprovada má fé.
Prescrição (Lei 8.213/91. art. 103, § único): 5 anos de prescrição, para pleitear
pagamentos de prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas
pela Previdência Social, contados da data:
 Da data em que deveriam ter sido pagas as prestações.

 Exceção aos direitos dos menores, incapazes e ausentes, contra os quais


não corre a prescrição.
Prescreve em 5 (cinco) anos as ações referentes a prestações por acidentes
de trabalho, contados da data do acidente, quando dele resultar morte ou
incapacidade temporária verificada por perícia médica a cargo da
Previdência Social, ou da data em que for reconhecida pela Previdência
Social a incapacidade permanente ou o agravamento das sequelas
resultantes do acidente.

6 - SERVIÇOS

Serviços são prestações previdenciárias de natureza imaterial postas à


disposição dos segurados e dos dependentes do RGPS. Podem ser:
 Serviço social
 Habilitação
 Reabilitação profissional

SERVIÇO SOCIAL: visa esclarecer aos beneficiários seus direitos sociais e meios de
exerce-los, além de estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos
problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito
interno da instituição como na dinâmica da sociedade.

HABILITAÇÃO AO TRABALHO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL: propicia ao


beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas
portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e (re)adaptação profissional e
social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vivem
(Lei 8.213/91, arts. 89 a 93 e Decreto 3.048/99, arts. 136 a 141).

Programa de Habilitação e Reabilitação Profissional é destinado a:

 Segurados, inclusive os aposentados, em caráter obrigatório.

 Dependentes, de acordo as disponibilidades administrativas, técnicas e financeiras


e as condições locais do órgão.

 Pessoas portadoras de deficiência, sem vínculo com a Previdência Social, de


acordo com as disponibilidades administrativas, técnicas das unidades executivas, por
intermédio de convênios e/ou acordos de cooperação técnico-financeira.

 Atendimento: atenderá ordem de prioridade. 1º segurado acidentado do trabalho e


de acordo com as disponibilidades técnico-financeiras.

Habilitação ao Trabalho: É a preparação do inapto para exercer atividade, em


decorrência da incapacidade física adquirida ou deficiência hereditária.

 Objetivo: educação técnica ou a adaptação do indivíduo para participar do


mercado de trabalho e da vida social.
 São compulsórios aos seguintes segurados:

 em auxílio-doença
 aposentadoria por invalidez, e
 aos dependentes inválidos

 Maior parte dessas funções é executada por entidades patronais: SENAI, SENAC,
SENAT, SENAR, SESI e SESC.

Reabilitação Profissional:

 Definição: significa a pessoa ter tido aptidão e tê-la perdido por motivo de
enfermidade ou acidente. É a repreparação da pessoa para o exercício da atividade,
sua reeducação ou readaptação profissional.

 Compreende: fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de


auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser
atenuada por seu uso e o dos equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação
social e profissional, e, quando necessário, o transporte do acidentado do trabalho.

 Objetivo: ao final do procedimento de reabilitação profissional, o órgão gestor


expede certificado no qual indica a função para a qual o reabilitado está apto. É a
reintegração ao trabalho.

 É realizada por meio do atendimento individual e/ou em grupo, por profissionais


das áreas de medicina, serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia
ocupacional e outras afins, objetivando a definição da capacidade laborativa e da
supervisão por parte de alguns desses profissionais para acompanhamento e
reavaliação do programa profissional.

 Encaminhamento das pessoas é feito pelos:

 órgãos periciais do INSS


 Serviço Social do INSS
 Empresas e entidades sindicais
- Órgãos e instituições que firmarem convênio e/ou acordo de cooperação técncio-
financeiro.

Módulo 8 - Acidente de Trabalho. Teorias que Fundamentam a Proteção do


Acidentado. Culpa Aquiliana. Teoria do Contrato. Responsabilidade pelo Fato da
Coisa. Teoria do Risco Profissional. Teoria do Risco de Autoridade. Seguro
Social. Evolução da Legislação Acidentária no Brasil. Definição de Acidente de
Trabalho. Prestações Relativas a Acidente do Trabalho. Auxílio-Doença.
Aposentadoria por Invalidez Acidentária. Auxílio Doente. Abono Anual Do
Acidentário. Valor do Benefício. Garantia de Emprego. Estabilidade.
Cancelamento do Benefício. Ação Judicial Acidentária.

1 - DIREITO ACIDENTÁRIO

Histórico:
O estudo da infortunística teve início com a Revolução Industrial (Século XVIII),
quando substituiu o trabalho manual pelo uso das máquinas (tear e máquina a
vapor), que eram causadores de acidentes do trabalho. A partir de então, inicia-
se uma preocupação com o acidentado, o que além de problemas de saúde,
também dificultava novo trabalho em outras empresas.

1884: Legislação alemã, por intermédio de Bismarck, foi a primeira a tratar do tema,
que estabeleceu ampla definição de acidente do trabalho, incluindo o ocorrido no
curso do contrato de trabalho. Esta lei aplicava-se somente a indústrias que tinham
atividades perigosas. Havia assistência médica e farmacêutica, auxílio-funeral, pensão
por morte, bem como um valor pecuniário correspondente a 100% de seu salário,
enquanto incapacitado para o trabalho. Custeado pelos empregadores.

1897: Inglaterra teve a 1ª norma a versar sobre o tema. Previa para o caso de morte
pagamento de pensão aos dependentes, no prazo de 3 anos. Responsabilidade
objetiva do empregador. Havendo negligência do empregado, não se admitia a
existência de acidente do trabalho. Hoje aplica-se o sistema proposto em 1946, pelo
plano Beveridge, consubstanciado na “Consolidation Act”, de 1965. Há um sistema
tripartite de contribuições, com proteção para incapacidade, morte, assistência médica
e hospitalar, reabilitação, etc.

1889: na França, surge a lei sobre acidentes no trabalho, aplicando-se aos


trabalhadores empregados de apenas algumas atividades consideradas perigosas,
como as indústrias de construção, manufatura, transporte terrestre e fluvial, de carga e
descarga, mineira. O acidente do trabalho também era considerado como o decorrente
de doença profissional. Pagava-se ao acidentado ou a seus dependentes uma renda
vitalícia ou temporária, auxílio-funeral, assistência médica e financeira.

1889: 1ª lei na Itália, aplicando-se inicialmente a poucas indústrias.

1900: Espanha edita a 1ª lei sobre acidente do trabalho, que o definia como “toda
lesão corporal que o operário sofra na ocasião ou em conseqüência do trabalho que
executa por conta alheia”. A lei existente hoje é praticamente a mesma.

1908: Estados Unidos começou a expedir normas para os funcionários públicos da


União, e a partir de 1911, para cada Estado.

1913: Portugal edita sua 1ª lei.

OIT - convenções sobre acidentes do trabalho:


 Convenção n. 12/1921: reparação de acidentes do trabalho na agricultura
 Convenção n. 17/1925: indenizações em caso de morte ou incapacidade
permanente, pagas sob a forma de renda
 Convenção n. 18/1925: reparação de doenças profissionais
 Convenção n. 19/1925: igualdade no tratamento entre nacionais e estrangeiros
nos casos de acidente do trabalho
 Convenção n. 42/1934: doenças profissionais
 Convenção n. 102/1952: indicação de eventualidades cobertas para efeito da
proteção acidentária
 Convenção n. 118/1962: igualdade de tratamento de nacionais e estrangeiros em
matéria previdenciária social e, principalmente, quanto a acidente do trabalho
 Convenção n. 121/1964, que reviu a Convenção n. 102.

Convenções da OIT aprovadas no Brasil:


 Convenção n. 134, aprovada pelo Decreto Legislativo n. 43/1995: prevenção de
acidentes do trabalho dos marítimos.
 Convenção n. 152, aprovada pelo Decreto Legislativo n. 84/1990: proteção contra
acidentes dos trabalhadores empregados na carga e descarga dos navios.
 Convenção n. 174, aprovada pelo Decreto n. 4.085/2002: prevenção de acidentes
industriais maiores.

Evolução Legislativa no Brasil:

1850: Código Comercial foi o 1º diploma legal a dar uma orientação geral sobre
acidente do trabalho, prevendo a manutenção dos salários por 3 meses contínuos por
acidentes “imprevistos e inculpados” (art. 78).

1916: edição do Código Civil, sobre responsabilidade subjetiva que previa que “aquele
que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”, necessitando o empregado
fazer prova de que o empregador teve culpa pelo acidente do trabalho.

1919: Lei 3.724 foi a 1ª lei que deu início à legislação acidentária urbana, tratando
especificamente sobre o tema, adotando a teoria do risco profissional, da
responsabilidade objetiva do empregador, não se discutindo quem teve culpa no
acidente. Nesta época surgiram os seguros privados de acidentes do trabalho, porém
mantendo-se a responsabilidade do empregador, conforme entendimento do STF. Os
referidos seguros eram devidos somente aos empregados e tarifados, isto é, havia
uma tabela em que a seguradora pagava a indenização de acordo com valores
previamente estabelecidos, não importando se o dano fosse plenamente reparado.
Não tinha direito a qualquer indenização, caso o empregado não pudesse mais
trabalhar. Estendia a proteção a doenças profissionais. Em caso de força maior, dolo
do próprio acidentado ou de terceiros não era caracterizado acidente do trabalho. As
atividades comerciais eram excluídas do sistema de acidentes do trabalho. Os
processos de acidentes do trabalho eram de competência da Justiça Comum.

1934: Decreto 24.637: previa o benefício de acidente do trabalho aos industriários e


trabalhadores agrícolas, independentemente de usarem máquinas motoras, bem como
aos comerciários e empregados domésticos. Também previa sobre doenças
profissionais. Além da indenização tarifada, foi instituída pensão para os herdeiros ou
beneficiários do acidentado. Empregadores sem seguro tinham que fazer depósito
junto a repartições fiscais ou de crédito.

CF/1937: instituição de seguros nos casos de acidente do trabalho (art. 137, m).

1944: Decreto-lei 7.036 trouxe algumas alterações: acidente passou a ser considerado
como o que provoca lesão corporal, considerou a concausa (fatos consequentes do
acidente); estendido o conceito de acidente do trabalho para abranger o ocorrido
durante o intervalo para refeições, ou satisfazer necessidades fisiológicas ou para
descanso no local de trabalho; acidente in itinere passou a ser considerado como
aquele ocorrido no transporte por vias e meios perigosos; os dependentes passaram a
ser os beneficiários do acidentado morto; trata sobre a prevenção de acidentes e
readaptação profissional. Admitiu-se a acumulação da indenização acidentária com a
de direito civil, desde que houvesse dolo do empregador.

CFs de 1946 e 1967: determinou sobre a obrigatoriedade do seguro pelo empregador


contra acidentes do trabalho (arts. 157, XVII e 158, XVII, respectivamente).
1967: Lei 5.316, regulamentada pelo Decreto 61.784/67, integrou o acidente do
trabalho no sistema de previdência social, inovou sobre o seguro de acidentes do
trabalho urbano, dispondo sobre a incumbência a Previdência Social do seguro contra
acidente do trabalho. Surgem novos benefícios: auxílio-doença, aposentadoria por
invalidez, pensão por morte, auxílio-acidente, pecúlio e serviços de assistência médica
e reabilitação profissional.

EC n. 1 de 1969: assegurou seguro contra acidentes do trabalho mediante


contribuição da União, empregador e empregado (art. 165, XVI).

1974: Lei 6.195 dispôs sobre o regime rural de acidentes do trabalho da Previdência
Social, havendo custeio do Funrural. O trabalhador rural passou a ter os seguintes
benefícios: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e serviços
de assistência médica e reabilitação profissional.

1976: Lei 6.367 introduziu o monopólio estatal do Seguro de Acidente do Trabalho


(SAT), prevendo o seguro obrigatório pelo INPS. Dentro do conceito de empregado,
incluiu-se o temporário e o avulso. As ações acidentárias seriam de competência da
Justiça Comum.

1977: Lei 6.514 autorizou o Ministério do Trabalho a expedir normas sobre medicina e
segurança do trabalho.

1978: Portaria 3.214 aprovou as Normas Regulamentadoras (NR) quanto às regras de


proteção de acidentes na empresa e outras, tais como: NR 5 sobre CIPA, NR 6 sobre
EPIs e outras NRs que versam sobre condições insalubres, perigosas, sobre
ergonomia, sobre instalações e serviços de eletricidade, sobre exames médicos, etc.

1979: Decreto 83.080 dispôs sobre acidente do trabalho na área urbana e rural.

CF/1988: especificou sobre o “seguro contra acidente de trabalho, a cargo do


empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa” (art. 7º, XXVIII) e sobre os planos de previdência social, mediante
contribuição, atendendo “à cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte
incluídos os resultantes de acidentes do trabalho” (art. 201, I).

1991: Lei 8.213 incorporou acidente do trabalho aos benefícios previdenciários,


estabelecendo regras para o segurado ter direito aos benefícios da Previdência Social,
correspondentes a prestações por acidente do trabalho, sem excluir a
responsabilidade civil da empresa ou de outra pessoa (arts. 19 a 13, e 121). Dispõe
também que “nos casos de negligência quanto às normas-padrão de segurança e
higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva, a Previdência
Social proporá ação regressiva contra os responsáveis” (art. 120). A empresa passa a
ser responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador (art. 19, § 1º).

1995: Lei 9.032 unificou as prestações comuns às acidentárias.

EC n. 20 de 1998: não mais menciona sobre acidente do trabalho como contingência


coberta pela Previdência Social, dispondo que “lei disciplinará a cobertura do risco de
acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de
previdência social e pelo setor privado”. Referida lei é ordinária e enquanto não existir
mantém-se vigente a Lei 8.213/91.

2 - Teorias da proteção legal:


a) Culpa aquiliana:

Teoria da culpa aquiliana, inspirada na “Lex aquilia” do Direito Romano, conhecida


como culpa extra-contratual, que trata da reparação dos danos causados às coisas
alheias, decorrentes da demonstração de culpa. Há necessidade de se estabelecer a
prova do dano, quem a tinha cometido, se havia nexo entre o dano e a falta. Difícil a
obtenção de tal prova pelo acidentado.

b) Culpa contratual:

Em um segundo momento a teoria adotada foi a da culpa contratual, ou seja, por força
do contrato de trabalho o empregador deve zelar pelo bem estar e integridade física e
mental de seus empregados. Havia assim uma presunção “júris tantum” de sua
responsabilidade.

c) Responsabilidade pelo fato da coisa: (risco criado)

Adotado por analogia ao Código Civil de Napoleão, no qual obrigava-se a indenizar os


danos causados pelos proprietários do objeto que o causou.

d) Teoria do risco profissional:

Para esta teoria a responsabilidade dos empregadores é objetiva.

e) Teoria do risco autoridade:

Baseada na relação de subordinação entre empregado e empregador. O empregador


detém o poder em demitir e admitir, determinar o processo de produção e dirigir as
atividades profissionais, deve suportar as consequências de tais fatos.

f) Teoria do risco social:

Surge finalmente a teoria do risco social, segundo a qual o estado tem a


responsabilidade pelo ressarcimento dos benefícios decorrentes do proteção das
contingências sociais.

3 - PREVENÇÃO DE ACIDENTES

No tocante à prevenção de acidentes, cabe ao empregador:

 Constituir uma comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA), nos


estabelecimentos ou locais de obra com mais de 20 empregados em cada
estabelecimento (CLT, art. 163).

 Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho.

 Instruir seus empregados a fim de evitar acidentes ou doenças


ocupacionais.

 Adotar medidas determinadas pelo Ministério do Trabalho, em códigos de


obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem
seus estabelecimentos, em convenções coletivas de trabalho quanto a regras
de segurança e medicina do trabalho (CLT, art. 154).

 Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente (CLT, art.


157).

 Fornecimento aos empregados, gratuitamente, de equipamentos de


proteção individual (EPI), adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento (CLT, art. 166).

 Prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a


executar e do produto a manipular.

Cabe ao empregado:

 Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as


instruções expedidas pela empresa quanto às precauções sobre acidentes do
trabalho ou doenças ocupacionais.

 Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos sobre segurança e


medicina do trabalho.

Constitui ato faltoso do empregado, para fins de rescisão do contrato de


trabalho com justa causa, o seguinte:

 Recusa injustificada à observância das instruções expedidas pelo


empregador.

 Recusa ao uso dos EPIs fornecidos pela empresa (CLT, art. 158 e § único).

Nos casos de negligência da empresa quanto ao cumprimento das normas-padrão de


segurança e higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva, a
Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis (Lei 8.213/91, art.
120).

Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as


normas de segurança e higiene do trabalho.

Os Ministérios do Trabalho e da Previdência e Assistência Social fiscalizarão e os


sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento
das imposições legais pelas empresas.

4 - ACIDENTE DO TRABALHO E DOENÇAS OCUPACIONAIS


– LEGISLAÇÃO E CONCEITO DE ACIDENTE DO TRABALHO:

Acidente do trabalho: risco social passível de proteção previdenciária e pelo setor


privado, a ser disposto em lei ordinária (CF, art. 201, I).

Lei 8.213/91, art. 19: “ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho”.

Sérgio Pinto Martins: “contingência que ocorre pelo exercício de trabalho a serviço do
empregador ou pelo exercício de trabalho dos segurados especiais, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

REQUISITOS CARACTERIZADORES DO ACIDENTE DE TRABALHO:

 Lesão corporal (dano físico-anatômico) ou perturbação funcional (dano


fisiológico ou psíquico, sem aparentar lesão física), resultando morte ou incapacidade
laborativa temporária ou permanente, total ou parcial.

 Nexo causal:

 Vínculo fático entre o trabalho exercido, efeito do acidente (incapacidade para o


trabalho ou morte) à causa(acidente de trabalho ou doença ocupacional).

 Pesquisa do nexo causal: perícia médica do INSS ou junta médica de peritos, para
estabelecer o nexo causal e efeito entre o acidente e a lesão; doença e o trabalho;
causa mortis e o acidente.

 Concausalidade: fato superveniente ao acidente do trabalho que contribui para


morte do segurado, redução ou perda da capacidade para o trabalho, ou produção da
lesão que exija atenção médica para recuperação, independente do tempo entre o 1º e
o 2º fato (Lei 8.213/91, art. 21). Ex: quebrar um braço no local de trabalho e vir a
perdê-lo por gangrena (1º fato contribuiu para o evento final).

 Inexistência do nexo causal não há acidente do trabalho.

 Dolo do acidentado exclui a configuração de acidente do trabalho.

 Dia do Acidente (vale o que ocorrer primeiro):


 Data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou
 Dia de segregação compulsória, ou
 Dia em que for realizado o diagnóstico.

 INSS anota na CTPS do empregado o acidente do trabalho e os seus benefícios


(CLT, art. 30).

BENEFICIÁRIOS: empregados urbanos e rurais, avulsos, temporários e segurados


especiais.

BENEFICIÁRIOS EXCLUÍDOS:

 Domésticos, autônomos e equiparados, empresários, eventuais e seus


dependentes.

 Terão amparo previdenciário de acidentes de qualquer natureza, mas não o


relativo ao de acidente do trabalho ou doenças ocupacionais.

DOENÇAS DO TRABALHO - Consideradas como acidentes do trabalho:


ACIDENTES-TIPO DOENÇAS DO TRABALHO
Exterioridade da causa permanece. Pode-se dizer que muitas doenças são
previsíveis.
Nexo causal entre o trabalho exercido e o Contingência do trabalho desempenhado
efeito do acidente. ao longo do tempo que estabelece o nexo
causal entre a atividade laborativa e a
doença.
Dependem de um evento violento e Adquiridas no decurso e no local de
súbito. trabalho.

 Doença Profissional (atividades do Anexo II do Decreto 3.048/99 ou


reconhecidas pela Previdência):

 Desencadeada pelo exercício de trabalho peculiar a determinada atividade,


inerente exclusivamente à profissão pelo contato com agentes físicos, químicos ou
biológicos, atuando lentamente no organismo.

 Ex: pneumoconiose para os mineiros.

 Doença do Trabalho (atividades do Anexo II do Decreto 3.048/99 ou


reconhecidas pela Previdência):

 Desencadeada pelas condições especiais que o trabalho é realizado e a ele


relacionado diretamente.

 Ex: DORT (Distúrbio do Sistema Osteomuscular Relacionados ao Trabalho):


lesões por esforços repetitivos.

 Não são Doenças do Trabalho:

 Doença degenerativa.

 Inerente a grupo etário, como as relacionadas com a velhice: osteoporose,


esclerose, etc.

 Não produz incapacidade laborativa.

 Doença endêmica, salvo se resultou de exposição ou contato direto em função do


trabalho.

CAUSALIDADE INDIRETA - Lesão relacionada à atividade laboral equiparada ao


acidente do trabalho:

 Acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, proveniente de:

a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou companheiro


de trabalho.
b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada
com o trabalho.
c) Ato de imprudência, negligência ou imperícia de terceiros, ou de companheiro de
trabalho.
d) Ato de pessoa privada do uso da razão.
e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos decorrentes de força
maior.
 Contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade.

 Acidente sofrido ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) Execução de ordem ou realização de serviços sob a autoridade ou à disposição da


empresa.
b) Prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcionar proveito.
c) Viagem a serviço da empresa e estudo financiada por esta, independente do meio
de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado.
d) Acidente in itinere: percurso da residência ao local de trabalho ou vice-versa,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado. Ex: acidente ocorrido no percurso ida e volta para o trabalho; assalto no
percurso para o trabalho que cause morte; intervalo para almoço.

COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO - CAT:

 Empresa deve comunicar e/ou entregar:


 À Previdência Social até 1º dia útil seguinte ao da ocorrência
 Caso de morte, comunicação imediata à autoridade competente, sob pena de
multa.
 Entrega da cópia da comunicação: acidentado e seus dependentes, sindicato da
categoria.

 Falta de comunicação do acidente pela empresa, poderá fazê-la:


 Acidentado;
 Dependentes do acidentado;
 Sindicato;
 Médico que assistiu o acidentado; ou
 Qualquer autoridade pública.

CARÊNCIA: não há.

PRESTAÇÕES:

 Quanto ao Segurado:
 Auxílio-doença;
 Aposentadoria por invalidez; e
 Auxílio-acidente.

 Quanto ao dependente: pensão por morte.

 Quanto ao segurado e dependente:


 Serviço social; e
 Reabilitação profissional.

 Todas as prestações terão direito ao abono anual (13º salário).

 Não acumulação: Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez por acidente do


trabalho com auxílio-doença e qualquer aposentadoria do RGPS.

CÁLCULO DO BENEFÍCIO:
 Cálculo: com base no salário-de-benefício (Lei 8.213/91, art. 28).

 Cálculo sobre remuneração variável: com base na média dos últimos 12 meses de
contribuição.

 Não se considera para cálculo: aumentos do salário-de-contribuição nos últimos


36 meses anteriores ao benefício, excedente ao limite legal, exceto se resultar de
homologação judicial, promoção regulada por normas legais da empresa, sentença
normativa ou reajustamento salarial da categoria.

 Renda mensal:
 Mínimo: 1 salário mínimo.
 Máximo: valor máximo do salário-de-contribuição.

RETORNO À ATIVIDADE DO APOSENTADO POR TEMPO DE SERVIÇO,

ESPECIAL OU POR IDADE EM CASO DE ACIDENTE DO TRABALHO:

 Terá direito, além desta aposentadoria:


 Reabilitação profissional; ou
 Auxílio-acidente.

 Não terá direito:


 Auxílio-doença acidentário;
 Salário-maternidade.

 Transformação da aposentadoria em aposentadoria por invalidez acidentária.

5 - BENEFÍCIOS RELATIVOS A ACIDENTE DO TRABALHO

AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO:

 Definição: benefício devido ao acidentado que ficar incapacitado para seu trabalho
por mais de 15 dias consecutivos, pagando o auxílio-doença a partir do 16º dia do
afastamento do trabalho pelo acidente.

 Pagamento:
 INSS: a partir do 16º dia do afastamento (Empresa: primeiros 15 dias do acidente).
 INSS: avulso do dia seguinte ao do acidente.

 Renda mensal: 91% do salário-de-benefício.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ACIDENTÁRIA:

 Definição: devida ao acidentado que, estando ou não em gozo do auxílio-doença,


for considerado incapaz para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade.

 Início do pagamento:
 Início do auxílio-doença: conclusão da perícia médica sobre incapacidade total e
definitiva ao trabalho.
 A partir do 16º dia da constatação da invalidez, eis que os primeiros 15 dias ficam
a cargo da empresa.

 Renda mensal:
 100% do salário-de-benefício.
 25% de acréscimo para assistência permanente de outra pessoa, devido se
supera o limite máximo.

 Cancelamento do benefício: retorno voluntário a atividade remunerada (Lei


8.213/91, art. 46).

PENSÃO POR MORTE ACIDENTÁRIA:

 Definição: devida ao(s) dependente(s) do segurado falecido em conseqüência de


acidente do trabalho.

 Renda mensal:
 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria
direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento (Lei 8.213/91,
art. 75).
 Limite mínimo: 1 salário mínimo.
 Limite máximo: valor do salário-de-contribuição.

 Início do pagamento:
 Óbito: requerida até 30 dias da data do óbito.
 Requerimento: requerida após o prazo acima.

 Pagamento a pensionistas: rateio a todos e em partes iguais.

 Extinção da Pensão:
 Morte do pensionista.
 Filho, equiparado ou irmão: emancipação ou ao completar 21 anos de idade, salvo
se inválido.
 Pensionista inválido: cessação da invalidez atestado por exame médico-pericial
pelo INSS.

AUXÍLIO-ACIDENTE (Lei 8.213/91, art. 86):

 Definição: indenização por consolidação das lesões, resultando redução da


capacidade ao trabalho, decorrentes de acidente de qualquer natureza (relacionado ao
trabalho ou não).

 Beneficiários: empregado, avulso e especial.

 Renda mensal:
 50% do salário-de-benefício do segurado.
 Pagamento mensal e vitalício.
 Caráter personalíssimo (intransferível).
 Integra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de
aposentadoria.
 Cessação do Pagamento:
 Aposentadoria de qualquer espécie.
 Data do óbito do segurado.

 Cumulação - Possibilidade:
 Salário ou outra remuneração do segurado.
 Salário-maternidade ou salário-família.

 Cumulação – Impossibilidade:
 Auxílio-doença (com a cessação deste inicia o auxílio-acidente).
 Mais de 1 auxílio-acidente (mesmo com mais de um emprego).

 Início do pagamento:
 Cessação do auxílio-doença.
 Citação judicial do réu: segurado ingressou ação para postular o benefício.

ABONO ANUAL ACIDENTÁRIO:

 Definição: devido ao segurado que durante o ano recebeu auxílio-doença


acidentário, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez acidentária ou pensão por
morte decorrente de acidente do trabalho.

 Cálculo: com base na renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada


ano.

 Pagamento: única parcela até o dia 15 de janeiro do ano seguinte ao do exercício


vencido.

6 - ESTABILIDADE PARA ACIDENTADO:

 12 meses ao empregado acidentado no trabalho, desde que preenchidos os


requisitos: incapacidade para o trabalho por mais de 15 dias em decorrência de
acidente no trabalho e recebimento do auxílio doença (Lei 8.212/91, art.118; STST
378, I).
 Início: cessação do auxílio-doença acidentário, independente de auxílio-acidente.
 Há estabilidade no contrato por prazo determinado e de experiência, conforme
STST 378, III).

7 - PRESCRIÇÃO DA AÇÃO ACIDENTÁRIA:

 5 anos ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou


diferenças devidas pela Previdência Social, a contar da data em que deveria ter sido
paga (Lei 8.213/91, art. 103).

 5 anos para reclamar prestações, a contar do exame pericial, autárquico ou


judicial, que reconhecer a enfermidade ou incapacidade e o nexo com o trabalho (STF,
Súm. 230).

 Não há prescrição contra menores de 16 anos, loucos de todo o gênero, surdos-


mudos que não podem exprimir sua vontade, incapazes e ausentes por declaração
judicial.

8 - RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR E DE TERCEIROS:


 SAT a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa (CF, art. 7º, XXVIII).

 Pagamento das prestações por acidente do trabalho pela Previdência Social, não
exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outras pessoas (Lei 8.213/91, art. 121
e CC, art. 186).

 Mesmo o INSS pagando benefício previdenciário, o empregado poderá fazer jus à


indenização civil, caso o empregador incorra em dolo ou culpa.

 Diferença entre Ação Acidentária e Ação Civil:

AÇÃO ACIDENTÁRIA AÇÃO CIVIL


Natureza alimentar. Natureza indenizatória.
Substitui o salário que o empregado deixa Reparar o dano causado pelo empregador
de receber. ou por terceiro, restaurando a situação
anterior.

 Responsabilidade civil do empregador pode ser demonstrada:


 Não cumprimento de normas de segurança e medicina do trabalho, como das
regras da CIPA.
 Não fornecimento de EPI, não fiscalização do seu uso, não verificação da validade
dos EPIs, etc.

 Provada inexistência de culpa ou dolo do empregador no acidente do trabalho,


este poderá não ter que pagar a indenização por responsabilidade civil.

 Abrangência da indenização decorrente da responsabilidade civil do empregador:


 Perdas e danos.
 Lucros cessantes.
 Danos estéticos.
 Danos morais.
 Despesas médico-hospitalares.

 Descaracterização da responsabilidade do empregador:


 Empregado desobedecer às ordens do patrão.
 Obreiro provocou o acidente. Ex: empregado coloca um dedo na máquina visando
provocar acidente e receber o benefício previdenciário.

9 - AÇÃO ACIDENTÁRIA:

 Competência da Justiça Comum (CF, art. 109, I; Lei 8.213/91, art. 129):

 Para processar e julgar, com rito sumário, correndo inclusive nas férias forenses.
 Processar e julgar ações para concessão de auxílio-doença, aposentadoria por
invalidez, auxílio-acidente ou pensão por morte, decorrentes de acidente de trabalho,
doença profissional ou do trabalho.
 Recurso processado no Tribunal de Justiça.
 Competência para Ações Revisionais de Benefícios Acidentários Justiça Estadual
ou Justiça Federal (questão polêmica):
 STJ entende que cabe à Justiça Estadual não só o julgamento da ação relativa ao
acidente de trabalho, mas também todas as consequências desta decisão, tais como,
a fixação do benefício e seus reajustamentos futuros (v.g., REsp n. 299.412-SC, 6ª
Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU 27.8.2001 e REsp n. 324.412-SC, 6ª
Turma, Rel. Min. Vicente Leal, DJU 13.8.2001).
 STF entende que a competência da Justiça Estadual para julgar lide de natureza
acidentária envolve também a revisão do próprio benefício (STF, 1ªT., RE 264.560-SP,
j.25-4-2000, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJU 1 10-8-2000, p.14).
 STJ entendeu que a competência para julgar as revisões de benefícios
previdenciários é da Justiça Federal, inclusive as prestações decorrentes de acidente
do trabalho, pois os benefícios são instituídos e reajustados por legislação própria sem
subordinação à acidentária (3ª S. do STJ, CC 16.635/RJ, Rel. Min. William Patterson,
j. 10-4-96, DJU 1, 13-5-96, p. 15.522).
 STJ compete julgar os conflitos de competência entre Juiz Federal e Juiz Estadual,
bem como TRF e Tribunal de Justiça Estadual (CF, art. 105, I, d).

 Petição Inicial: instruída com notificação da Previdência quanto à existência do


acidente pelo CAT.

 Isenção de custas e sucumbência para o acidentado-autor (Lei 8.213/91, art. 129).

 INSS deve honorários advocatícios ao autor, não incidindo sobre verbas vincendas
(STJ, Súm. 110 e 111).

 Juros de mora: a partir da citação válida (STJ, Súm. 204).

 Agravamento da incapacidade ou morte sem ocorrência de novo acidente:


cabível ação revisional das prestações deferidas em ação de acidente do
trabalho (CPC, art. 471, I; Lei 8.213/91, arts. 21, § 2º, e 104, II).

 Novo acidente decorrente de antigas causas deve ser postulado novo benefício,
em razão do princípio da independência e autonomia dos acidentes do trabalho.

 Inexiste julgamento ultra ou extra petita: legislação acidentária tutela direitos


indisponíveis, eis que só por perícia há condições de saber o mal que sofre o obreiro e
a sentença determina o direito deste.

 MPS poderá autorizar o INSS a desistir ou abster-se de propor ações e


recursos em processo judicial que versar sobre matéria declarada
inconstitucional pelo STF, súmula do STF ou tribunais superiores.

Exercícios

Quais são as peculiaridades do Direito da Seguridade Social?

A
ligado ao direito do trabalho, tem natureza publicista, uma vez que decorre de lei,
formada entre particulares e o Estado, através de acordo de vontades firmado entre
eles.

B
direito autônomo, de natureza publicista, depende de previsão de lei, possuindo
princípios, normas e regras básicas previstas na Constituição Federal.

C
direito autônomo, que possui dispositivos legais previstos em código e dependendo da
aplicação subsidiária do direito tributário e do direito do trabalho.

D
direito privado, depende da aplicação subsidiária do direito tributário e do direito do
trabalho, e com relação jurídica firmada entre particulares.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, qual o propósito fundamental da


seguridade social?

A
Pagar benefícios previdenciários a pessoas carentes, sem condições de
trabalhar, com o único propósito de fazer girar a economia.

B
Pagar benefício previdenciário no valor de até um salário mínimo.

C
Indenizar integralmente trabalhadores que se acidentam no trabalho.

D
Dar aos indivíduos e às famílias a tranquilidade de saber que o nível de
qualidade de sua vida não será significativamente diminuído, até onde for
possível evitá-lo, por nenhuma circunstância econômica ou social.

2) Considere as seguintes proposições relativas à seguridade social:


I – A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.
II – A organização da Seguridade Social, de competência do Poder Público, conforme
disposto em lei, tem por princípio, dentre outros, a unidade da base de financiamento.
III – A gestão administrativa da seguridade social, de caráter democrático e
descentralizado, far-se-á mediante gestão tripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores e do Governo nos órgãos colegiados.
A
Todas as proposições estão corretas;
B
Todas as proposições estão incorretas;

C
Apenas a proposição I está correta;

D
As proposições II e III estão corretas.

A propósito da Seguridade Social e de seu sistema de custeio, considere as


proposições abaixo:
I - Dentre as áreas da Seguridade Social que têm caráter contributivo está a
Previdência Social.
II – Nenhum benefício da seguridade social poderá ser criado sem a correspondente
indicação da fonte de custeio total.
III – São devidas contribuições sociais pelo empregador sobre a folha de pagamento.
A
Os itens I e III estão corretos.

B
Todos os itens estão incorretos.

C
Todos os itens estão corretos.

D
Os itens I e II estão corretos.

A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações, de iniciativa dos


Poderes Públicos e da sociedade civil, destinadas a assegurar:

A
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

B
o pagamento de benefícios em valores capazes de propiciar ao segurado e à sua
família condições de vida compatíveis com as suas necessidades.

C
salário-de-benefício proporcional à remuneração percebida pelo segurado em
atividade.

D
benefícios e serviços custeados pelas empresas e pelo Tesouro Nacional.
Assinalar a alternativa correta abaixo, preenchendo os espaços em branco. A sigla INSS
significa ____, sendo uma ____ criada por ____ estando subordinada ao ____.

A
Instituto Nacional de Seguridade Social; Autarquia; Lei; Ministério da Previdência e Assistência
Social.

B
Instituto Nacional de Seguridade Social; Empresa Pública; Lei; Ministério da Previdência
Social.

C
Instituto Nacional de Seguro Social; Autarquia; Lei; Ministério da Previdência Social.

D
Instituto Nacional de Seguridade Social; Autarquia; Lei Complementar; Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Afirmação I – O Direito da Seguridade é um conjunto de princípios, de normas e de instituições


destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que
os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias.
Afirmação II – A Seguridade Social atua exclusivamente através de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos, para promover direitos à saúde, à previdência e à assistência social.

A
As afirmações I e II são verdadeiras e se complementam.

B
A afirmações I e II são falsas.

C
A afirmação I é falsa e a afirmação II é verdadeira.

D
A afirmação I é verdade e a afirmação II é falsa.

No tocante à Seguridade Social, analise as afirmações e assinale a alternativa correta abaixo:


I – Além da promoção da política nacional de assistência social, o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome também se encarrega de articulação entre as
políticas e programas dos governos federal e estaduais, do Distrito Federal e municípios, e das
ações da sociedade civil ligadas ao desenvolvimento social, à produção alimentar, alimentação
e nutrição, à renda de cidadania e à assistência social.
II – O Ministério da Saúde, dentre outras atribuições, também se encarrega da normatização,
orientação, supervisão e avaliação da execução das políticas de desenvolvimento social,
segurança alimentar e nutricional.
III – Ao Ministério da Previdência Social compete unicamente a previdência social.
IV – Compete ao Ministério da Saúde ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário
de fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos.

A
As afirmações I, II e III são verdadeiras.

B
A afirmações I e IV são verdadeiras.

C
Somente a afirmação III é falsa.

D
As afirmações II e IV são verdadeiras.

A respeito as seguridade social, assinale a alternativa incorreta:

A
destina-se a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social;

B
um de seus objetivos é o caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão tripartite, com participação dos trabalhadores,
dos empregadores e do governo nos órgãos colegiados;

C
estão incluídas como fontes de recursos para a seguridade social as contribuições
sociais da receita de concurso de prognósticos;

D
a seguridade é um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e
da sociedade.

Alguns dos objetivos da seguridade social são:

A
dignidade da pessoa humana; soberania; pluralismo político.

B
construir uma sociedade livre, justa e solidária.

C
universalidade da cobertura e do atendimento; irredutibilidade do valor dos
benefícios; diversidade da base de financiamento.

D
prevalência dos direitos humanos; cidadania; cooperação entre os povos para o
progresso da humanidade.

O princípio do mutualismo tem como origem histórica na própria assistência social. É o


princípio que fundamenta todo o Sistema da Seguridade Social. A sua previsão
constitucional é genérica e encontra-se no artigo 1º da Constituição, que prescreve ter
a República Federativa do Brasil o objetivo de formação de uma sociedade livre, justa
e solidária. Este enunciado refere-se a qual princípio?
A
Princípio da isonomia ou igualdade.

B
Princípio da dignidade da pessoa humana.

C
Princípio da solidariedade.

D
Princípio da legalidade.

Qual é o princípio que tem como objetivo fazer com que o legislador preocupe-se em
dar prioridade aos requisitos de assistência mais importantes, às contingências mais
relevantes (no tocante à seletividade) e aos segurados mais necessitados (quanto à
distributividade)?

A
Princípio da legalidade.

B
Princípio da universalidade.

C
Princípio da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações
Urbanas e Rurais.

D
Princípio da Seletividade e Distribuição na Prestação de Benefícios e Serviços.

A equidade na forma de participação do custeio; o caráter democrático e


descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação
dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiados, são alguns dos objetivos:
A
da Previdência Social e INSS.

B
do INSS e da Saúde.

C
da Seguridade Social.

D
da Assistência Social.

A Previdência Social é amparada nos direitos humanos em razão de qual documento?


Assinale a alternativa correta abaixo:

A
Declaração Universal dos Direitos do Homem.

B
Declaração de Independência dos Estados Unidos.

C
Consolidação das Leis do Trabalho.

D
Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho.

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