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Jurídica.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
É um direito autônomo.
Não existe um código ou consolidação de leis sobre o tema.
- Ministério da Saúde:
a) política nacional de saúde;
b) coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde;
c) saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde
individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores e dos índios;
d) informações de saúde;
e) insumos críticos para a saúde;
f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de fronteiras e de
portos marítimos, fluviais e aéreos;
g) vigilância de saúde, especialmente drogas, medicamentos e alimentos;
h) pesquisa científica e tecnologia na área de saúde.
1604 – Inglaterra: instituiu lei de amparo aos pobres (Poor Relief Act), através
de contribuição obrigatória para fins sociais, paga pelos ocupantes e usuários
de terras, sendo que o indigente era auxiliado pela paróquia e os juízes da
Comarca aplicavam e recebiam o imposto de caridade.
Igreja Católica:
1891 – Encíclica Rerum Novarum – Leão XIII.
Quadragésimo Ano – Pio XI.
1935 – Estados Unidos: Security Act instituiu ajuda aos idosos e auxílio
desemprego, visando também estimular o consumo.
OIT: Convenções nº 24, 35, 37, 38, 39, 40, 123, 128, 130 e 134.
CF/1891: previu aposentadoria por invalidez aos servidores públicos, sem que
houvesse contribuição dos beneficiários durante o período de atividade.
1923 - Lei Eloy Chaves (Decreto 4.682): primeira norma sobre previdência
social, que criou as Caixas de Aposentadoria e Pensões para os ferroviários
(empregados), a nível nacional. Previa os benefícios de aposentadoria por
invalidez, por tempo de serviço, pensão por morte e assistência médica,
mediante contribuições dos trabalhadores. Posteriormente, leis surgiram
estendendo os benefícios previstos na Lei Eloy Chaves a diversos grupos
profissionais, como para os empregados portuários e marítimos, pessoal das
empresas de serviços telegráficos e radiotelegráficos, empregados nos
serviços de força, luz e bondes, etc. (benefícios estruturados por empresa).
1991: ano em que entraram em vigor a Lei 8.212, sobre custeio do sistema da
seguridade social e a Lei 8.213, sobre benefícios e serviços previdenciários,
incluindo os benefícios por acidentes de trabalho. Estas leis sofreram
alterações em vários de seus artigos, mas vigoram até hoje.
Igualdade: tratamentos iguais para duas situações iguais (CF, art. 5º).
1 - ASSISTÊNCIA SOCIAL
Anteriormente, era estudada em conjunto com a Previdência Social. Hoje é uma das
espécies do Direito da Seguridade Social. Origina-se da assistência pública, em que o
Estado deve dar condições mínimas de sobrevivência àqueles que não têm como
subsistir, como os menores abandonados, loucos e os indigentes.
Conceito:
É o atendimento das necessidades básicas quanto à proteção da família, à
maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa portadora de
deficiência, independente de contribuição, isto é, concessão de benefícios a
pessoas que nunca contribuíram para o sistema. Os benefícios assistenciais
estão condicionados ao estado de necessidade do titular.
Wladimir Novaes Martinez define assistência social como “um conjunto de
atividades particulares e estatais direcionadas para o atendimento dos
hipossuficientes, consistindo os bens oferecidos em pequenos benefícios em
dinheiro, assistência à saúde, fornecimento de alimentos e outras pequenas
prestações. Não só complementa os serviços da Previdência Social, como a
amplia, em razão da natureza da clientela e das necessidades providas”.
Lei 8.212/91, art. 4º dispõe que “a Assistência Social é a política social que
provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas em proteção à
família, à maternidade, à infância, à adolescência, à velhice e à pessoa
portadora de deficiência, independentemente de contribuição à Seguridade
Social”.
Legislação:
Organização e Gestão:
Custeio:
Lei 8.213/91, art. 95, § 1º, dispõe que a dispensa do trabalhador reabilitado ou
do deficiente habilitado ao final de contrato por prazo determinado de mais de
90 dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderão
ocorrer após a contratação de substituto de condições semelhante.
O beneficiário não precisa ter contribuído para a Seguridade Social, desde que
não tenha outra fonte de renda.
Não há carência.
Não pode ser acumulada com qualquer espécie de benefício da seguridade social
ou outro regime, exceto com a assistência médica.
Indevido abono anual, eis que devido apenas a aposentados e pensionistas (CF,
art. 201, § 6º).
Benefícios Eventuais:
Legislação:
CF/1988 tratou da saúde como espécie da Seguridade Social (arts. 196 a 200).
CF/88, art. 23, II: atribui competência comum à União, Estados, Distrito Federal e
Municípios para cuidar da saúde e assistência pública.
CF/88, art. 24, XII: competência concorrente à União, Estados e Distrito Federal
sobre proteção e defesa da saúde.
União irá estabelecer normas gerais sobre saúde (CF, art. 24, § 1º).
Princípios e Diretrizes:
Acesso universal e igualitário: todos têm direito à saúde, de igual modo, tanto os
nacionais quanto os estrangeiros residentes no país.
3 - PREVIDÊNCIA SOCIAL
Conceito:
Sérgio Pinto Martins entende que previdência social “é eficiente meio de que se serve
o Estado moderno na redistribuição da riqueza nacional, tendo em mira o bem-estar
do indivíduo e da coletividade, prestado por intermédio das aposentadorias, como
forma de reciclagem da mão-de-obra e oferta de novos empregos”.
Sob o prisma de sua finalística Wladimir Novaes Martinez entende que a previdência
social é “a técnica de proteção social estatal ou particular, especialmente se
conjugadas, ensejadora de pecúlio ou rendas mensais, com vistas à manutenção da
pessoa humana – quando esta não pode obtê-la ou não é socialmente desejável
auferi-la pessoalmente através do trabalho ou de outra fonte, por motivo de
maternidade, nascimento, incapacidade, invalidez, desemprego, prisão, idade
avançada, tempo de serviço ou morte -, mediante cotização mínima compulsória
pretérita distinta, sob regime financeiro de repartição ou capitalização, plano de
contribuição ou benefício definido, excepcionalmente facultativa, proveniente da
sociedade e dos segurados, gerida por estes e pelo governo”.
CF, art. 202: dispõe sobre o caráter meramente complementar do regime privado
e a autonomia deste em relação ao regime geral previdenciário, assim como a
facultatividade no ingresso e a necessidade de constituição de reservas que
garantam a concessão dos benefícios (Lei Complementar n. 102/2001, art. 1º).
Entidade de Previdência Privada: tem por objetivo instituir e executar planos
privados de benefícios de caráter previdenciário (Lei Complementar n. 102/2001,
art. 2º).
o Antes da edição da Lei 8.112/1990, art. 231, já revogada, não havia participação
dos servidores no custeio de suas aposentadorias e das pensões devidas a
seus dependentes.
Dona-de-casa;
Estudante;
Bolsista e estagiário;
DEPENDENTES
Cônjuge
Ordem de Sucessão:
Para o cônjuge:
o Cessação da invalidez.
o Falecimento.
Inscrição do Dependente:
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO:
Integra o salário-de-contribuição:
Gorjetas.
13º salário: sobre valor bruto da última parcela, em separado do salário, até
o limite máximo da tabela.
Diárias não excedentes de 50% do salário (CLT, art. 457, § 2º c/c Lei
8.212/91, art. 28, § 9º, h).
Utilidade: transporte; assistência médica, hospitalar e odontológica,
prestado diretamente ou seguro-saúde;seguro de vida e de acidentes
pessoais; previdência privada (CLT, art. 458, § 2º).
Receita ou o Faturamento:
Lucro:
Fundo Aeroviário
Salário-Educação
13º salário: sobre valor bruto, em separado e recolhido até o dia 20 do mês
de dezembro.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA:
A partir da data em que se tornou definitiva a decisão que houver anulado, por
vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Serviço social
Reabilitação profissional
Prestações acidentárias:
Auxílio-acidente
Aposentadoria por invalidez acidentária
Auxílio-doença acidentário
Pensão por morte acidentária
Doméstico, contribuinte
individual, empresário, autônomo e especial e segurado facultativo: 1º
dia do mês do 1º recolhimento de contribuição sem atraso. Não são
consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso
referentes a competências anteriores.
Período de carência:
Independe de carência:
3 - SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO:
No mesmo lapso de tempo (10 anos), tenha recolhido por 100 meses, todos os
salários-de-contribuição serão corrigidos, obtida a soma dos salários-de-contribuição
dos 80% X 100 = 80 meses do período e dividida por 80.
No lapso de 10 anos, ele haja aportado somente por 90 meses, todos os salários-
de-contribuição serão corrigidos, usada a soma dos salários-de-contribuição dos 80%
X 90 = 72 meses do período, dividida por 72.
Nos mesmos 10 anos, se ele cotizou por 80 meses, será colhida a soma dos
salários-de-contribuição dos 80% X 80 = 64 meses do período. Como o denominador
não pode ser inferior a 60% do período decorrido (60% de 120 meses = 72 meses), e
como ele cotizou mais de 72 mensalidades, serão selecionados os 72 maiores
salários-de-contribuição e sua soma dividida por 72.
Lei 9.876/99, art. 3º – Filiação até 28/11/1999: “média aritmética simples dos
maiores salários-de-contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o
período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994”. Todo o tempo de
contribuição do período básico de cálculo, após a correção monetária dos salários-de-
contribuição, são pinçados os 80% maiores valores. Exemplos:
Benefícios atingidos pelo período básico de cálculo criado pela Lei 9.876/99: todos
os benefícios calculados comuns ou acidentários, como: aposentadoria por idade,
especial, por tempo de contribuição, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e
auxílio-acidente.
FATOR PREVIDENCIÁRIO:
Foi instituído pela Lei 9.876/99, combinando fatores como idade mínima,
tempo de contribuição e expectativa de vida do segurado, com fundamento no
art. 201 da CF, que determina a observância de critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.
ID: idade, isto é, anos completos do segurado quando da aposentação. Ex: 54 anos, 7
meses e 10 dias = 54,6027 (Cálculo: 7 x 30 = 210 + 10 = 220 dias; 220 dividido por
365 = 0,6027).
F = 9,30 x {1 + 62,3} =
22,8 100
SB = F x Y
Não poderá ter valor inferior a 1 salário mínimo e superior a 10 salários mínimos.
É o percentual a ser aplicado sobre o salário de benefício, sendo que para cada
benefício existe um percentual próprio.
RMI = SB x Cf
Salário-maternidade:
Segurada especial: 1/12 do valor sobre o qual incidiu sua última contribuição
anual.
Demais seguradas: 1/12 do soma dos 12 últimos salários de contribuição,
apurados em um período não superior a 15 meses.
Reajuste pro rata, em junho de cada ano, de acordo com as respectivas datas de
início ou do seu último reajustamento, com base em percentual definido em
regulamento.
c) IRF.
4 - BENEFÍCIOS
AUXÍLIO-DOENÇA:
Previdência Social deve cobrir eventos de doença (CF, art. 201, I; Lei 8.213/91,
arts. 59 a 64).
Cessação do Auxílio-doença:
Recuperação da capacidade do trabalho.
Transformação em aposentadoria por invalidez.
Morte do segurado.
Auxílio-acidente com sequelas que implique redução da capacidade funcional, o
que corresponderá a 50% do salário-de-benefício de origem do benefício do auxílio-
doença.
Previdência cobre eventos de aposentadoria por invalidez (CF, art. 201, I; Lei
8.213/91, arts. 42 a 47).
Carência:
12 contribuições mensais.
Renda mensal:
EC 20/98 não mais prevê a aposentadoria por tempo de serviço, e sim por tempo
de contribuição efetiva para o regime previdenciário e não mais haverá concessão de
aposentadoria proporcional para aqueles que entrarem no mercado de trabalho depois
de 16/12/1998 (publicação da EC).
Renda mensal:
Homem: 70% do salário-de-benefício aos 30 anos de serviço, mais 6% deste, para
cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100%, aos 35 anos de serviço.
Mulher: 70% do salário-de-benefício aos 25 anos de serviço, mais 6% deste, para
cada novo ano completo de atividade, até o máximo de 100%, aos 30 anos de serviço.
Empregado e avulso:
Contribuições consideradas presumidamente realizadas, sendo desnecessária
comprovação.
Responsabilidade do empregador o recolhimento das contribuições.
EC 20/98 deu nova redação aos arts. 201 e 202 da CF, que previa sobre
aposentadoria por tempo de serviço proporcional ao segurado que tivesse 30 anos ou
à segurada com 25 anos de serviço. Atualmente, não há mais previsão de
aposentadoria proporcional.
Previdência Social cobre eventos de idade avançada (CF, art. 201, I; Lei 8.213/91,
arts. 48 a 51).
APOSENTADORIA ESPECIAL:
Obrigações da Empresa:
Formulário expedido por médico ou engenheiro de segurança do trabalho,
sobre condições ambientais para comprovação da efetiva exposição aos agentes
nocivos.
Laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no
ambiente de trabalho.
Perfil Profissiográfico (mapeamento das condições de trabalho e do ambiente de
trabalho, descrevendo as diversas atividades do empregado no exercício de seu
trabalho) com atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecê-lo a este na
rescisão do contrato de trabalho.
Definição: benefício pago aos dependentes, na falta destes aos pais, irmãos até
21 anos ou inválidos, pelo falecimento do(a) segurado(a), independente se em
atividade ou aposentado, procedente ao rateio entre todos os pensionistas, em partes
iguais.
Cessação do direito:
Morte do pensionista.
Pensionista menor de idade: emancipação ou ao completar 21 anos, salvo se for
inválido.
Pensionista inválido: cessação da invalidez, verificada em exame médico-pericial
da Previdência.
Extinção da parte do último pensionista.
- Quando do aparecimento do falecido que teve sua morte presumida por decisão
judicial.
Renda mensal:
Segurada empregada e avulsa: remuneração integral.
Doméstica: valor do último salário-de-contribuição.
Segurada especial: 1/12 do valor que incidiu sua última contribuição anual.
Demais seguradas: 1/12 da soma de 12 últimos salários-de-contribuição, em
período de 15 meses.
13º salário proporcional correspondente à licença-maternidade é paga pelo INSS.
Aumento salarial no curso dos 120 dias de licença: pagamento com respectivo
reajuste.
2 empregos: direito ao salário-maternidade de cada emprego.
Valor mínimo: 1 salário mínimo.
Há incidência de IRF.
Carência:
Segurada empregada, avulsa e doméstica: não tem.
Segurada autônoma, eventual, empresária e especial: 10 contribuições mensais.
Parto antecipado: carência reduzida em número de contribuições dos meses de
antecipação do parto.
SALÁRIO-FAMÍLIA:
Dependentes:
É devido:
Pagamento:
Empregado: pela empresa com o salário, a qual será reembolsada pelo INSS.
Avulso: pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra.
Empregado e avulso aposentados por invalidez ou em auxílio-doença: pelo INSS
com o benefício.
Demais empregados e avulso aposentado (65 anos homem/60 anos mulher): pelo
INSS com aposentadoria.
Não se incorpora ao salário ou ao benefício e não há incidência de INSS, IRF e
FGTS.
Cessação do Pagamento:
Morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito.
Aos 14 anos filho ou equiparado, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da
data do aniversário.
Recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, mês seguinte ao do
fim da incapacidade.
Desemprego do segurado.
Morte do segurado.
AUXÍLIO-RECLUSÃO:
Previdência Social deve pagar ao segurado ou dependente o 13º salário com base
na remuneração integral ou no valor do auxílio-acidente, auxílio-doença,
aposentadoria, pensão ou auxílio-reclusão, tomando por base os proventos do mês de
dezembro de cada ano (CF, arts. 7º, VIII, e 201, § 6º).
Salário-maternidade.
Pagamento:
Decadência (Lei 8.213/91. art. 103): 10 anos o prazo decadencial de todo e qualquer
direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de
benefício, a contar do primeiro mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação
ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão de
indeferimento definitiva no âmbito administrativo.
6 - SERVIÇOS
SERVIÇO SOCIAL: visa esclarecer aos beneficiários seus direitos sociais e meios de
exerce-los, além de estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos
problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito
interno da instituição como na dinâmica da sociedade.
em auxílio-doença
aposentadoria por invalidez, e
aos dependentes inválidos
Maior parte dessas funções é executada por entidades patronais: SENAI, SENAC,
SENAT, SENAR, SESI e SESC.
Reabilitação Profissional:
Definição: significa a pessoa ter tido aptidão e tê-la perdido por motivo de
enfermidade ou acidente. É a repreparação da pessoa para o exercício da atividade,
sua reeducação ou readaptação profissional.
1 - DIREITO ACIDENTÁRIO
Histórico:
O estudo da infortunística teve início com a Revolução Industrial (Século XVIII),
quando substituiu o trabalho manual pelo uso das máquinas (tear e máquina a
vapor), que eram causadores de acidentes do trabalho. A partir de então, inicia-
se uma preocupação com o acidentado, o que além de problemas de saúde,
também dificultava novo trabalho em outras empresas.
1884: Legislação alemã, por intermédio de Bismarck, foi a primeira a tratar do tema,
que estabeleceu ampla definição de acidente do trabalho, incluindo o ocorrido no
curso do contrato de trabalho. Esta lei aplicava-se somente a indústrias que tinham
atividades perigosas. Havia assistência médica e farmacêutica, auxílio-funeral, pensão
por morte, bem como um valor pecuniário correspondente a 100% de seu salário,
enquanto incapacitado para o trabalho. Custeado pelos empregadores.
1897: Inglaterra teve a 1ª norma a versar sobre o tema. Previa para o caso de morte
pagamento de pensão aos dependentes, no prazo de 3 anos. Responsabilidade
objetiva do empregador. Havendo negligência do empregado, não se admitia a
existência de acidente do trabalho. Hoje aplica-se o sistema proposto em 1946, pelo
plano Beveridge, consubstanciado na “Consolidation Act”, de 1965. Há um sistema
tripartite de contribuições, com proteção para incapacidade, morte, assistência médica
e hospitalar, reabilitação, etc.
1900: Espanha edita a 1ª lei sobre acidente do trabalho, que o definia como “toda
lesão corporal que o operário sofra na ocasião ou em conseqüência do trabalho que
executa por conta alheia”. A lei existente hoje é praticamente a mesma.
1850: Código Comercial foi o 1º diploma legal a dar uma orientação geral sobre
acidente do trabalho, prevendo a manutenção dos salários por 3 meses contínuos por
acidentes “imprevistos e inculpados” (art. 78).
1916: edição do Código Civil, sobre responsabilidade subjetiva que previa que “aquele
que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”, necessitando o empregado
fazer prova de que o empregador teve culpa pelo acidente do trabalho.
1919: Lei 3.724 foi a 1ª lei que deu início à legislação acidentária urbana, tratando
especificamente sobre o tema, adotando a teoria do risco profissional, da
responsabilidade objetiva do empregador, não se discutindo quem teve culpa no
acidente. Nesta época surgiram os seguros privados de acidentes do trabalho, porém
mantendo-se a responsabilidade do empregador, conforme entendimento do STF. Os
referidos seguros eram devidos somente aos empregados e tarifados, isto é, havia
uma tabela em que a seguradora pagava a indenização de acordo com valores
previamente estabelecidos, não importando se o dano fosse plenamente reparado.
Não tinha direito a qualquer indenização, caso o empregado não pudesse mais
trabalhar. Estendia a proteção a doenças profissionais. Em caso de força maior, dolo
do próprio acidentado ou de terceiros não era caracterizado acidente do trabalho. As
atividades comerciais eram excluídas do sistema de acidentes do trabalho. Os
processos de acidentes do trabalho eram de competência da Justiça Comum.
CF/1937: instituição de seguros nos casos de acidente do trabalho (art. 137, m).
1944: Decreto-lei 7.036 trouxe algumas alterações: acidente passou a ser considerado
como o que provoca lesão corporal, considerou a concausa (fatos consequentes do
acidente); estendido o conceito de acidente do trabalho para abranger o ocorrido
durante o intervalo para refeições, ou satisfazer necessidades fisiológicas ou para
descanso no local de trabalho; acidente in itinere passou a ser considerado como
aquele ocorrido no transporte por vias e meios perigosos; os dependentes passaram a
ser os beneficiários do acidentado morto; trata sobre a prevenção de acidentes e
readaptação profissional. Admitiu-se a acumulação da indenização acidentária com a
de direito civil, desde que houvesse dolo do empregador.
1974: Lei 6.195 dispôs sobre o regime rural de acidentes do trabalho da Previdência
Social, havendo custeio do Funrural. O trabalhador rural passou a ter os seguintes
benefícios: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e serviços
de assistência médica e reabilitação profissional.
1977: Lei 6.514 autorizou o Ministério do Trabalho a expedir normas sobre medicina e
segurança do trabalho.
1979: Decreto 83.080 dispôs sobre acidente do trabalho na área urbana e rural.
b) Culpa contratual:
Em um segundo momento a teoria adotada foi a da culpa contratual, ou seja, por força
do contrato de trabalho o empregador deve zelar pelo bem estar e integridade física e
mental de seus empregados. Havia assim uma presunção “júris tantum” de sua
responsabilidade.
3 - PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Cabe ao empregado:
Recusa ao uso dos EPIs fornecidos pela empresa (CLT, art. 158 e § único).
Lei 8.213/91, art. 19: “ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho”.
Sérgio Pinto Martins: “contingência que ocorre pelo exercício de trabalho a serviço do
empregador ou pelo exercício de trabalho dos segurados especiais, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.
Nexo causal:
Pesquisa do nexo causal: perícia médica do INSS ou junta médica de peritos, para
estabelecer o nexo causal e efeito entre o acidente e a lesão; doença e o trabalho;
causa mortis e o acidente.
BENEFICIÁRIOS EXCLUÍDOS:
Doença degenerativa.
PRESTAÇÕES:
Quanto ao Segurado:
Auxílio-doença;
Aposentadoria por invalidez; e
Auxílio-acidente.
CÁLCULO DO BENEFÍCIO:
Cálculo: com base no salário-de-benefício (Lei 8.213/91, art. 28).
Cálculo sobre remuneração variável: com base na média dos últimos 12 meses de
contribuição.
Renda mensal:
Mínimo: 1 salário mínimo.
Máximo: valor máximo do salário-de-contribuição.
AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO:
Definição: benefício devido ao acidentado que ficar incapacitado para seu trabalho
por mais de 15 dias consecutivos, pagando o auxílio-doença a partir do 16º dia do
afastamento do trabalho pelo acidente.
Pagamento:
INSS: a partir do 16º dia do afastamento (Empresa: primeiros 15 dias do acidente).
INSS: avulso do dia seguinte ao do acidente.
Início do pagamento:
Início do auxílio-doença: conclusão da perícia médica sobre incapacidade total e
definitiva ao trabalho.
A partir do 16º dia da constatação da invalidez, eis que os primeiros 15 dias ficam
a cargo da empresa.
Renda mensal:
100% do salário-de-benefício.
25% de acréscimo para assistência permanente de outra pessoa, devido se
supera o limite máximo.
Renda mensal:
100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria
direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento (Lei 8.213/91,
art. 75).
Limite mínimo: 1 salário mínimo.
Limite máximo: valor do salário-de-contribuição.
Início do pagamento:
Óbito: requerida até 30 dias da data do óbito.
Requerimento: requerida após o prazo acima.
Extinção da Pensão:
Morte do pensionista.
Filho, equiparado ou irmão: emancipação ou ao completar 21 anos de idade, salvo
se inválido.
Pensionista inválido: cessação da invalidez atestado por exame médico-pericial
pelo INSS.
Renda mensal:
50% do salário-de-benefício do segurado.
Pagamento mensal e vitalício.
Caráter personalíssimo (intransferível).
Integra o salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de
aposentadoria.
Cessação do Pagamento:
Aposentadoria de qualquer espécie.
Data do óbito do segurado.
Cumulação - Possibilidade:
Salário ou outra remuneração do segurado.
Salário-maternidade ou salário-família.
Cumulação – Impossibilidade:
Auxílio-doença (com a cessação deste inicia o auxílio-acidente).
Mais de 1 auxílio-acidente (mesmo com mais de um emprego).
Início do pagamento:
Cessação do auxílio-doença.
Citação judicial do réu: segurado ingressou ação para postular o benefício.
Pagamento das prestações por acidente do trabalho pela Previdência Social, não
exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outras pessoas (Lei 8.213/91, art. 121
e CC, art. 186).
9 - AÇÃO ACIDENTÁRIA:
Competência da Justiça Comum (CF, art. 109, I; Lei 8.213/91, art. 129):
Para processar e julgar, com rito sumário, correndo inclusive nas férias forenses.
Processar e julgar ações para concessão de auxílio-doença, aposentadoria por
invalidez, auxílio-acidente ou pensão por morte, decorrentes de acidente de trabalho,
doença profissional ou do trabalho.
Recurso processado no Tribunal de Justiça.
Competência para Ações Revisionais de Benefícios Acidentários Justiça Estadual
ou Justiça Federal (questão polêmica):
STJ entende que cabe à Justiça Estadual não só o julgamento da ação relativa ao
acidente de trabalho, mas também todas as consequências desta decisão, tais como,
a fixação do benefício e seus reajustamentos futuros (v.g., REsp n. 299.412-SC, 6ª
Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU 27.8.2001 e REsp n. 324.412-SC, 6ª
Turma, Rel. Min. Vicente Leal, DJU 13.8.2001).
STF entende que a competência da Justiça Estadual para julgar lide de natureza
acidentária envolve também a revisão do próprio benefício (STF, 1ªT., RE 264.560-SP,
j.25-4-2000, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJU 1 10-8-2000, p.14).
STJ entendeu que a competência para julgar as revisões de benefícios
previdenciários é da Justiça Federal, inclusive as prestações decorrentes de acidente
do trabalho, pois os benefícios são instituídos e reajustados por legislação própria sem
subordinação à acidentária (3ª S. do STJ, CC 16.635/RJ, Rel. Min. William Patterson,
j. 10-4-96, DJU 1, 13-5-96, p. 15.522).
STJ compete julgar os conflitos de competência entre Juiz Federal e Juiz Estadual,
bem como TRF e Tribunal de Justiça Estadual (CF, art. 105, I, d).
INSS deve honorários advocatícios ao autor, não incidindo sobre verbas vincendas
(STJ, Súm. 110 e 111).
Novo acidente decorrente de antigas causas deve ser postulado novo benefício,
em razão do princípio da independência e autonomia dos acidentes do trabalho.
Exercícios
A
ligado ao direito do trabalho, tem natureza publicista, uma vez que decorre de lei,
formada entre particulares e o Estado, através de acordo de vontades firmado entre
eles.
B
direito autônomo, de natureza publicista, depende de previsão de lei, possuindo
princípios, normas e regras básicas previstas na Constituição Federal.
C
direito autônomo, que possui dispositivos legais previstos em código e dependendo da
aplicação subsidiária do direito tributário e do direito do trabalho.
D
direito privado, depende da aplicação subsidiária do direito tributário e do direito do
trabalho, e com relação jurídica firmada entre particulares.
A
Pagar benefícios previdenciários a pessoas carentes, sem condições de
trabalhar, com o único propósito de fazer girar a economia.
B
Pagar benefício previdenciário no valor de até um salário mínimo.
C
Indenizar integralmente trabalhadores que se acidentam no trabalho.
D
Dar aos indivíduos e às famílias a tranquilidade de saber que o nível de
qualidade de sua vida não será significativamente diminuído, até onde for
possível evitá-lo, por nenhuma circunstância econômica ou social.
C
Apenas a proposição I está correta;
D
As proposições II e III estão corretas.
B
Todos os itens estão incorretos.
C
Todos os itens estão corretos.
D
Os itens I e II estão corretos.
A
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
B
o pagamento de benefícios em valores capazes de propiciar ao segurado e à sua
família condições de vida compatíveis com as suas necessidades.
C
salário-de-benefício proporcional à remuneração percebida pelo segurado em
atividade.
D
benefícios e serviços custeados pelas empresas e pelo Tesouro Nacional.
Assinalar a alternativa correta abaixo, preenchendo os espaços em branco. A sigla INSS
significa ____, sendo uma ____ criada por ____ estando subordinada ao ____.
A
Instituto Nacional de Seguridade Social; Autarquia; Lei; Ministério da Previdência e Assistência
Social.
B
Instituto Nacional de Seguridade Social; Empresa Pública; Lei; Ministério da Previdência
Social.
C
Instituto Nacional de Seguro Social; Autarquia; Lei; Ministério da Previdência Social.
D
Instituto Nacional de Seguridade Social; Autarquia; Lei Complementar; Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
A
As afirmações I e II são verdadeiras e se complementam.
B
A afirmações I e II são falsas.
C
A afirmação I é falsa e a afirmação II é verdadeira.
D
A afirmação I é verdade e a afirmação II é falsa.
A
As afirmações I, II e III são verdadeiras.
B
A afirmações I e IV são verdadeiras.
C
Somente a afirmação III é falsa.
D
As afirmações II e IV são verdadeiras.
A
destina-se a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social;
B
um de seus objetivos é o caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão tripartite, com participação dos trabalhadores,
dos empregadores e do governo nos órgãos colegiados;
C
estão incluídas como fontes de recursos para a seguridade social as contribuições
sociais da receita de concurso de prognósticos;
D
a seguridade é um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e
da sociedade.
A
dignidade da pessoa humana; soberania; pluralismo político.
B
construir uma sociedade livre, justa e solidária.
C
universalidade da cobertura e do atendimento; irredutibilidade do valor dos
benefícios; diversidade da base de financiamento.
D
prevalência dos direitos humanos; cidadania; cooperação entre os povos para o
progresso da humanidade.
B
Princípio da dignidade da pessoa humana.
C
Princípio da solidariedade.
D
Princípio da legalidade.
Qual é o princípio que tem como objetivo fazer com que o legislador preocupe-se em
dar prioridade aos requisitos de assistência mais importantes, às contingências mais
relevantes (no tocante à seletividade) e aos segurados mais necessitados (quanto à
distributividade)?
A
Princípio da legalidade.
B
Princípio da universalidade.
C
Princípio da Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e Serviços às Populações
Urbanas e Rurais.
D
Princípio da Seletividade e Distribuição na Prestação de Benefícios e Serviços.
B
do INSS e da Saúde.
C
da Seguridade Social.
D
da Assistência Social.
A
Declaração Universal dos Direitos do Homem.
B
Declaração de Independência dos Estados Unidos.
C
Consolidação das Leis do Trabalho.
D
Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho.