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AULAS ESQUEMATIZADAS
AULA 1
Professor: Rodrigo Britto
SEGURIDADE SOCIAL
Objeto de estudo
Disposições constitucionais
Arts. 194 a 204 da Constituição Federal
Assistência social
Lei n° 8.742/93 e Decreto nº. 6.214/07
Conceituação
Legislação:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao
idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida
por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos
do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas
com base nas seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera
federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e
municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das
políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Legislação:
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua
execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica
de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes
diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº
29, de 2000)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes
para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde
e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o
cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de
2010)
Aplicação em prova!
- Deve-se observar que equivalência não é sinônimo de igualdade. Veremos mais adiante
que, por conta de suas peculiaridades, o trabalhador rural na condição de segurado
especial tem uma forma ímpar de contribuir para o sistema e para comprovar sua
atividade rural.
Dica:
Gestão quadripartite = GATE = Governo + Aposentados + Trabalhadores + Empregadores
Exemplo da gestão da quadripartite:
Lei n. 8.213/91
Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdência Social–CNPS, órgão superior de
deliberação colegiada, que terá como membros:
I - seis representantes do Governo Federal;
II - nove representantes da sociedade civil, sendo:
a) três representantes dos aposentados e pensionistas;
b) três representantes dos trabalhadores em atividade;
c) três representantes dos empregadores.
Aplicação em prova!
Período Descrição
1919 - Lei de Acidentes Criou o seguro de acidente de trabalho para todas as categorias, a cargo
de Trabalho (Lei 3.724) das empresas, introduzindo a noção do risco profissional.
1971 – Lei
- Momento em que os trabalhadores rurais passam a gozar da proteção
Complementar 11/71
previdenciária.
FUNRURAL
1977 – Lei 6.439/77 - Institui o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Simpas),
Sistema Nacional de integrando as áreas de saúde, assistência social e previdência social;
Previdência e Assistência
Social (SIMPAS) - Foram criados e integrados diversos órgãos e entidades, com a finalidade de
aperfeiçoar a gestão;
2. (CESPE/2010/TCE-BA/Procurador)
Julgue o próximo item, a respeito da seguridade social.
Na evolução da previdência social brasileira, o modelo dos institutos de aposentadoria e
pensão, que abrangiam determinadas categorias profissionais, foi posteriormente substituído
pelo modelo das caixas de aposentadoria e pensão, que eram criadas na estrutura de cada
empresa.
3. (CESPE/2010/DPU/Defensor Público)
Em relação aos institutos de direito previdenciário, julgue o item que se segue.
A Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo n.º 4.682/1923), considerada o marco da Previdência
Social no Brasil, criou as caixas de aposentadoria e pensões das empresas de estradas de
ferro, sendo esse sistema mantido e administrado pelo Estado.
Legislação Previdenciária
Autonomia
- O Direito é separado em ramos para facilitar o seu estudo e aprendizagem.
- Um ramo do direito alcança autonomia quando é estruturado de forma orgânica e está apto a
se separar dos demais ramos do direito.
- Para parte da doutrina, o direito da seguridade social nada mais é do que ramo do direito do
trabalho – portanto, não teria verdadeira autonomia. Porém, hoje prevalece o entendimento
de que se trata de ramo autônomo da ciência jurídica.
Conteúdo
A legislação previdenciária contém preceitos de Seguridade Social, ou seja, regulamenta a
assistência social, a saúde e a previdência social.
Fontes
a) Conceito de fontes
- Fonte significa nascente de água.
- No âmbito do Direito Previdenciário, a fonte é empregada como metáfora, por lembrar a
fonte de um rio, que é o lugar de onde as suas águas saem da terra; assim, quando se fala em
fonte do direito previdenciário está se falando sobre a origem/surgimento deste ramo do
Direito.
- Portanto, fontes são os instrumentos responsáveis pelo surgimento e exteriorização das
normas jurídicas previdenciárias.
c) Espécies de fontes
(i) Legislação
A lei é considerada um ato normativo que apresenta as seguintes características:
a) escrita - corporificada em um texto;
b) geral – destinada a toda a sociedade;
c) abstrata – não regula uma situação jurídica concreta;
(ii)
(iii) Doutrina
- A Doutrina consiste na exposição, explicação e sistematização do Direito, consubstanciada
nas manifestações dos estudiosos, jurisperitos ou jurisconsultos, através de tratados, livros
didáticos, monografias, conferências, etc.
- A doutrina é resultado do estudo que pensadores - juristas e filósofos do direito - fazem a
respeito do direito.
- Não é considerada fonte de direito previdenciário, pois este envolve necessariamente normas
de ordem pública.
(iv) tratados, convenções e acordos internacionais que versem sobre matéria
previdenciária
Art. 85-A, Lei nº 8.212.
Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou
organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária,
serão interpretados como lei especial.
OBS: o Brasil mantém acordo internacional, entre outros, com: Argentina, Cabo Verde,
Espanha, Chile, Grécia, Itália, Luxemburgo, Uruguai, Portugal, Japão.
Interpretação
A aplicação de qualquer norma ao caso concreto, entretanto, envolve atividade prévia de
interpretação: é preciso delimitar os contornos da lei para determinar a que hipóteses ela se
aplica. Para tanto, a doutrina aponta métodos tradicionais de interpretação (também
aplicáveis às normas de direito da seguridade social):
Quanto ao meio
i. Método interpretação gramatical ou filológica, literal, semântica, textual ou verbal:
busca o sentido da norma por meio da análise de seus termos (palavras, expressões,
pontuação, etc). Basta a simples leitura para se interpretar a norma.
ii. Método histórico: busca o sentido da norma por meio da análise de seus antecedentes, bem
como de seu processo de formação (discussões legislativas, ambiente histórico de produção,
etc).
iii.Método lógico ou sistemático: busca o sentido da norma em face do conjunto de leis, de
maneira global.
iv. Método teleológico: busca o sentido da norma com base em sua finalidade – não apenas na
vontade do legislador, mas no problema que a norma deseja resolver.
Quanto à finalidade
i. Método restritivo: quando a lei diz mais do que queria, deve o intérprete restringir seu
alcance. (Exemplo: salário-maternidade - a lei determinou que todos os segurados terão
direito ao descanso de 120 dias no momento do parto de seus filhos, enquanto, na verdade,
somente as mulheres tem direito a este benefício).
ii. Método extensivo: quando a lei diz menos do que queria, deve o intérprete ampliar seu
alcance. (Exemplo: norma que proíbe a entrada de cães nos prédios do INSS. É evidente que
está proibida a entrada de qualquer animal, como gatos, jeque, cavalo e outros).
iii. Método declarativo ou estrito – Há concordância entre o signo de linguagem e o
significado a ela atribuído;
Quanto a origem
i. Autêntica: quando interpretada pelo próprio autor da norma. É o que ocorre quando o
legislador edita uma nova lei para explicar os termos da norma anterior.
ii. Jurisprudencial: é efetuada pelo juiz.
iii. Doutrinária: é efetuada pelos especialistas do Direito.
Integração
Integrar significa preencher lacuna (omissões) existente no ordenamento jurídico. Para tanto, o
intérprete se utilizará de técnicas jurídicas diversas:
(i) analogia: ampliação da abrangência de uma norma jurídica para abarcar situação
semelhante àquela originalmente tutelada pela norma (ex.: companheiro homoafetivo);
(ii) costumes: - o costume consiste na prática de uma determinada forma de conduta, repetida
de maneira uniforme e constante pelos membros da comunidade com a convicção da
necessidade social daquela prática.
(iii) princípios gerais do direito: princípios são utilizados para conferir coerência à norma. Não
apenas os princípios específicos da seguridade social, mas os gerais do direito: igualdade,
dignidade da pessoa humana, liberdade, etc.
Vigência da norma
- É o tempo de existência norma jurídica, ou seja, é o período que vai do momento em que ela
entra em vigor, passando a ter força vinculante, até o momento em que ela é revogada ou se
esgota o prazo prescrito pelo ordenamento jurídico para a sua duração.
- Salvo quando a lei estabelecer de forma diversa, a sua vigência começa, em todo o país,
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada, passando, a partir de então, a ter força
vinculante.
- Este prazo entre a publicação e o início de vigência da norma é chamado de vacacio legis.
Observação: a lei que instituir ou modificar as contribuições sociais só entram em vigor 90 dias
após a data da publicação (anterioridade nonagesimal ou mitigada).
Quadro resumo
Fases Métodos
Fonte 1. Legislação
Integração
i. analogia
(ocorre quando a lei é
ii. costumes
omissa / possui
iii. princípios gerais do direito
lacunas)
Aplicação em prova!