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Dezembro/2010
GOVERNADOR DO ESTADO
ANTONIO AUGUSTO JUNHO ANASTASIA
COMANDANTE-GERAL DA PMMG
Coronel PM RENATO VIEIRA DE SOUZA
CHEFE DO ESTADO-MAIOR
Coronel PM MÁRCIO MARTINS SANT’ANA
SUPERVISÃO TÉCNICA
Ten Cel PM ARMANDO LEONARDO L. A. F. DA SILVA
Chefe da Seção de Emprego Operacional do EMPM
REDAÇÃO
Cel PM QOR Jovino César Cardoso
Ten Cel PM Marcelo Vladimir Corrêa
Cap PM Cleverson Natal de Oliveira
Cap PM Sandro Heleno Gomes Ferreira
Cap PM Gilmar Luciano Santos
Cap PM Carla Cristina Marafeli
Cap PM Cláudia Herculana F. Glória
Cap PM Cláudio Duani Martins
Cap PM QOS Paola Bonanato Lopes
Pedagoga Resângela Pinheiro Sousa
COLABORAÇÃO
Sd PM Edna Márcia Costa Mendonça
Assessora Jurídica Maria Amélia Pereira
REVISÃO DOUTRINÁRIA
Maj PM Alexandre Nocelli
Cap PM Edivaldo Onofre Salazar
2º Sgt PM Luiz Henrique de Moraes Firmino
REVISÃO FINAL
Ten Cel PM Leandro Bettoni
Subcomandante da APM
2
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
CDU 342.7
CDD 355.13
ADMINISTRAÇÃO
Estado-Maior da Polícia Militar
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa/Edifício Minas, Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/n – 6º Andar - Bairro
Serra Verde – Belo Horizonte – MG – Brasil. CEP 31.630-900
Telefone: (31) 3915-7806.
3
DPSSP Nº 3.01.05/2010 - CG
Elaborada a partir:
Dos Valores Definidos para a PMMG, contidos na Diretriz Geral para Emprego
Operacional da PMMG, destacando-se o “Respeito aos Direitos Fundamentais e
Valorização das Pessoas”;
4
LISTA DE SIGLAS
5
ONG - Organização Não Governamental
ONU - Organização das Nações Unidas
PIDCP - Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos
PIDESC - Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
PNDH - Programa Nacional de Direitos Humanos
PROMORAR - Programa de Apoio Habitacional dos Militares do Estado de Minas
Gerais
RPM - Regiões de Polícia Militar
SAS - Seção de Assistência à Saúde
SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENASP - Secretaria Nacional de Segurança Pública
SIEA - Sistema de Ensino Assistencial
SISAU - Sistema de Assistência à Saúde
TPI - Tribunal Penal Internacional
UEOp - Unidades de Execução Operacional
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS .......................................................................................................................................... 11
5.2 Eixo 2: Procedimento Policial para Proteção dos Direitos Humanos dos Grupos
Vulneráveis , Minorias e Vítimas ......................................................................................................... 29
5.2.1 Contextualização ..................................................................................................................................... 29
5.2.2 Grupos Vulneráveis ................................................................................................................................ 30
5.2.3 Minorias...................................................................................................................................................... 31
5.2.4 Diferença entre grupos vulneráveis e minorias .......................................................................... 32
5.2.5 Vítima da criminalidade e abuso de poder ..................................................................................... 33
7
5.3 Eixo 3: Política Interna de Direitos Humanos .................................................................... 34
5.3.1 Contextualização ..................................................................................................................................... 34
5.3.2 Direitos do policial militar ................................................................................................................... 35
5.3.3 Programas e benefícios existentes na corporação voltados para o policial militar ...... 36
5.3.4 Órgãos Internos e Externos de Promoção dos Direitos Humanos na PMMG .................. 39
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS................................................................................................................ 55
9
DPSSP Nº 3.01.05/2010 – CG
10
2 OBJETIVOS
2.1 Definir as conceituações teórico-metodológicas dos princípios de Direitos
Humanos adotadas na prática policial, referendada nos principais documentos
internacionais de Direitos Humanos e no ordenamento jurídico brasileiro.
2.2 Determinar procedimentos, deveres e funções policiais-militares segundo a
filosofia dos Direitos Humanos, com base na conduta ética e legal e no respeito à
diversidade social.
2.3 Divulgar aos integrantes da Instituição as políticas internas de promoção de
Direitos Humanos que visam garantir e promover seus direitos.
2.4 Ser referencial teórico na educação em Direitos Humanos, em âmbito
institucional.
2.5 Estabelecer uma linha de comunicação entre a Polícia Militar e a população
em geral, para discutir assuntos relacionados a filosofia de direitos humanos
3 DIREITOS HUMANOS
3.1 Breve histórico
Em breve linha temporal, podemos visualizar o processo construtivo dos
Direitos Humanos. Sua historiografia remonta à antiguidade com registros como o
Código de Hamurabi (Séc. XVIII A. C.)1 e o Cilindro de Ciro2 (539 A. C.), perpassa
pela Idade Média, na Inglaterra, com a Magna Carta3 e segue com outros
instrumentos Ingleses relevantes : o Habeas Corpus Act (1698) que garante
liberdade por prisão arbitrária e o Bill of Rights (1689) que retirou do monarca o
poder absoluto de legislar, transferindo-o a um parlamento, até a modernidade.
Segundo Herkenhoff (2002, p.2), o termo Direitos Humanos é “[...] Um
projeto histórico a ser realizado”. Esses direitos não são estáticos, eles evoluem à
medida em que a ciência e seus avanços, como as pesquisas com células tronco,
a clonagem humana, a sustentabilidade ambiental, os avanços cibernéticos,
dentre outras tecnologias, também evoluem, ocorrendo uma natural ampliação dos
1
Khammu-rabi, Rei da Babilônia no 18º século A. C., estendeu grandemente o seu império
e governou uma confederação de cidades-estado. Erigiu, no final do seu reinado, uma enorme
"estela" em diorito, na qual ele é retratado recebendo a insígnia do reinado e da justiça do Rei
Marduk. Abaixo mandou escrever 21 colunas, 282 cláusulas que ficaram conhecidas como Código
de Hamurábi (embora abrangesse também antigas leis).
2
Primeira Declaração dos Direitos Humanos contêm uma declaração do Rei Persa (antigo
Irã) Ciro II depois de sua conquista da Babilônia em 539 A. C. Foi descoberto em 1879 e a ONU o
traduziu em 1971 a todos os seus idiomas oficiais.
3
Carta Magma das Liberdades (...) foi a declaração solene que o Rei João da Inglaterra,
também conhecido como João Sem Terra, assinou, em 15 de junho de 1215, perante o alto clero e
os barões do reino._ Comparato, Fábio Konder – Afirmação histórica dos Direitos Humanos, 6. ed.
rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2008.
11
Direitos Humanos em uma dinâmica que acompanhará os passos da humanidade,
garantindo às próximas gerações uma vida digna e próspera.
Para efeito desta diretriz, há quatro marcos históricos que merecem
destaque: o Iluminismo4, a Declaração de Independência dos Estados Unidos da
América, a Revolução Francesa e o término da II Guerra Mundial.
A independência das treze colônias americanas e as ideias iluministas
[razão, espírito crítico e fé na ciência] impulsionaram a Declaração de Direitos do
Homem e do Cidadão, proclamada após a Revolução Francesa (1789), que, por
sua vez, gerou os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade.
Segundo Comparato (2000,p.99), “A independência das antigas colônias
britânicas da América do Norte [...] representou o ato inaugural da democracia
moderna, combinando, sob o regime constitucional, a representação popular com
a limitação de poderes governamentais e o respeito aos Direitos Humanos”.
Por fim, após o término da II Grande Guerra, surgiu a necessidade de se
erradicar as atrocidades, como as cometidas pelos nazistas, onde o anti-
semitismo apregoado pelo chamado Terceiro Reich negou a diversidade, a
dignidade e a própria vida a milhões de pessoas, em um dos maiores genocídios
da História da humanidade. A dignidade e a igualdade, entre os seres humanos,
foram desconsideradas.
Após esse período, surgiram as primeiras manifestações de
internacionalização dos Direitos Humanos, como o Tribunal de Nuremberg e o de
Tóquio (1945 a 1949)5, a criação da Organização das Nações Unidas - ONU
(1945) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 10 de
dezembro de 1948, em Paris/França.
Mais tarde, surgiram outros instrumentos que deram sustentabilidade
jurídica aos Direitos Humanos em nível mundial, como o Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos (1976) e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais (1976), a Convenção Americana de Direitos Humanos (1969) e
a Carta Africana dos Direitos dos Povos (1981).
Surgiram também outras declarações, que são manifestações de povos e
culturas, cujo objetivo é despertar o mundo para a diversidade. São exemplos: a
Declaração dos Direitos dos Povos (1976), a Declaração Solene dos Povos
Indígenas (1975), a Declaração Islâmica Universal dos Direitos dos Homens
4
O Iluminismo é (...) uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam
que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor - mediante
introspecção, livre exercício das capacidades humanas e do engajamento político-social.
Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo#cite_note-4- acessado em 19nov2009.
5
Os tribunais de Nurenberg e de Tóquio causaram dois grandes impactos relativos ao
direito internacional dos Direitos Humanos: possibilitaram a responsabilização de indivíduos e
apresentaram novo limite ao conceito de soberania. IKAWA, PIOVESAN, ALMEIDA -
Fundamentos e história dos Direitos Humanos – formação de conselheiros em Direitos
Humanos - Secretaria Especial de Direitos Humanos, 2007.
12
(1991), bem como a Declaração dos Direitos da Criança (1959) e a Convenção
sobre a Igualdade de Homens e Mulheres, para Remuneração de Trabalho de
Igual Valor da Organização Mundial do Trabalho (1953).
Atualmente, um número cada vez mais expressivo de países tem
referendado as normas e filosofias de Direitos Humanos, adotando garantias,
tanto em suas constituições quanto em tratados regionais como: a Convenção
Interamericana de Direitos Humanos e a Carta Africana dos Direitos dos Povos
(1981).
3.2 Conceito
Direitos Humanos correspondem à somatória de valores, de atos e de
normas que possibilitam a todos uma vida digna. Durante sua historiografia, esses
direitos receberam várias definições. Na Revolução Francesa (1789), surgiu o
termo “direitos do homem e do cidadão”, que após ter sido inserido nas
Constituições de vários países, passaram a ser chamados de “direitos
fundamentais da pessoa humana”, e, finalmente, quando foram previstos em
Convenções, Pactos e Tratados, receberam a designação de “Direitos Humanos”.
(OLIVEIRA, 2009, p.14)
Para Bobbio (1988, p. 30), “os Direitos Humanos nascem como direitos
naturais universais, desenvolvem-se como direitos positivos particulares (quando
cada Constituição incorpora Declarações de Direito), para finalmente encontrarem
sua plena realização como direitos positivos universais”.
Por sua vez, Herkenhoff (2002, p. 19) afirma que os Direitos Humanos são
modernamente compreendidos como direitos fundamentais que o ser humano
possui por sua própria natureza humana e pela dignidade que a ela é inerente.
Segundo Rover (2005, p. 72), Direitos Humanos são entendidos como: “[...]
um título. É uma reivindicação que uma pessoa pode fazer para com outra de
maneira que, ao exercitar esse direito, não impeça que outrem possa exercitar o
seu. Os Direitos Humanos são títulos legais que toda pessoa possui como ser
humano. São universais e pertencem a todos, rico ou pobre, homem ou mulher.”
É de se ressaltar que direitos fundamentais, segundo Comparato (2007, p.
58-59), são “os direitos humanos reconhecidos como tais pelas autoridades às
quais se atribui o poder político de editar normas, [...]; são os direitos humanos
positivados nas Constituições, nas leis, nos tratados internacionais.”
(COMPARATO, 2007, p.58-59 apud OLIVEIRA, 2010, p.41)
Segundo Ramos, corroborado por Oliveira, Direitos Humanos
correspondem a um conjunto mínimo de direitos necessários para assegurar uma
vida, baseada na liberdade e na dignidade. (RAMOS, 2001, p.27 apud OLIVEIRA,
2003, p. 13)
Constata-se que os Direitos Humanos são próprios da natureza humana,
não tem que ser concedidos, pois todo cidadão já nasce com eles. O que deve
haver pelo poder político é sua garantia, ou seja, que esses direitos não sejam
violados. É por este motivo que os direitos de todos os cidadãos estão prescritos
13
em normas, tanto nacionais como internacionais, com o fim único e exclusivo de
serem garantidos e respeitados.
Observa-se que os autores apresentados possuem um núcleo único sobre
o conceito de Direitos Humanos. Eles concordam que os Direitos Humanos são
universais e pertencem a todos pelo simples fato de serem seres humanos, sem
nenhuma discriminação.
A Conferência Mundial Sobre Direitos Humanos, ocorrida em Viena - 1993,
em seu parágrafo 5º, estabelece: “Todos os Direitos Humanos são universais,
interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os
Direitos Humanos globalmente de forma justa e equitativa, em pé de igualdade e
com mesma ênfase.” Este preceito vem a completar o conceito que será
doravante adotado por esta diretriz, servindo como padrão na Educação Policial
Militar, o qual pode ser lido a seguir.
3.3 Características
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada com a aprovação
de 48 Estados membros, presentes à Assembléia Geral da ONU, em 10 de
dezembro de 1948. Essa declaração consolidou uma visão contemporânea de
Direitos Humanos, marcada pela universalidade, pela invisibilidade e pela
interdependência.6
A Universalidade é uma característica de Direitos Humanos, a qual confere
a todas as pessoas o reconhecimento de “sujeito de direitos” no âmbito
internacional, independentemente da nação a que pertence.
A indivisibilidade implica que, para a consolidação da dignidade humana, se
faz necessária a indissociabilidade dos direitos civis e políticos (direitos à vida, à
liberdade e ao voto) dos direitos sociais, econômicos e culturais ( o direito à
educação, à alimentação e à moradia, etc.)
6
IKAWA, PIOVESAN, ALMEIDA. Fundamentos e história dos Direitos Humanos,
Formação de Conselheiros em Direitos Humanos, Secretaria Especial de Direitos Humanos, 2007.
14
A interdependência aponta para o liame existente entre todos esses diretos
fundamentais. Um exemplo é o voto (direito político) que mantém dependência
com o direito à alimentação (direito social), pois, em um país onde as pessoas
sofrem de desnutrição, pressupõe-se a falta de condições físicas e psicológicas
para promoverem uma eleição consciente. Assim, para se exercer um direito civil e
político, é necessário que os direitos sociais, econômicos e culturais sejam
eficazmente satisfeitos.
15
Segundo KERSTING, (2003, p. 82) “Qualquer que seja o contexto cultural
específico que determine a ética de condução devida dos seres humanos [...]
deve-se afirmar que pressupostos fundamentais precisam ser cumpridos para que
as pessoas possam levar, dentro de tais contextos, uma vida suportável, que lhes
proporcione sentido.”
Santos (1995) aduz que “[...] temos o direito a ser iguais quando a diferença
nos inferioriza; temos o direito a ser diferentes quando a igualdade nos
descaracteriza”.
Entretanto, inobstante as contraposições ideológicas elencadas, em um
mundo globalizado, no qual existem modernos meios de comunicação e
transporte, como a rede mundial de computadores, que nos permite navegar por
um sem número de culturas, abrindo espaço para uma dialética universal, torna-se
cada vez mais complexo o pensamento de se manter culturas intactas, livres de
qualquer influência externa à sua realidade. As interações entre padrões culturais
diferentes tornaram-se inevitáveis, o que resulta em um intercâmbio de valores
culturais cada vez mais significativos.
Nesse contexto, deve haver uma maior predisposição à tolerância por parte
dos diferentes povos no tocante ao ideal de proteção à dignidade humana em
todas as suas facetas, para que, enfim, possa ser estabelecido, definitivamente,
um código comum de normas, que conte com a adesão de todas as nações e que
venha a proporcionar uma proteção mais eficaz dos direitos inerentes à pessoa
humana, independentemente de qualquer fator cultural.
7
Nome dado à Constituição por Ulisses Guimarães, que foi um dos constituintes em 1988.
17
país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade”.
Esse artigo elenca diversos incisos que abarcam a temática Direitos Humanos.
O parágrafo 1º do artigo 5º determina que as normas definidoras dos
Direitos Humanos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. O § 2º do
mesmo artigo reza que os Direitos Humanos expressos na Constituição “[...] não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. Esse
parágrafo inclui, entre os direitos já protegidos pela norma interna (CF/88), os
direitos gerados nos tratados internacionais assinados pelo Brasil. A Emenda
Constitucional 45/2004, incluiu, ainda, o § 3º ao art. 5º da CF/88 que estabelece:
“Os tratados e convenções internacionais sobre Direitos Humanos que forem
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais”.
Além de todos os direitos insculpidos em nossa Constituição Federal,
existem outros dispositivos infraconstitucionais, de proteção aos grupos
socialmente vulneráveis, como: o Estatuto da Criança e do Adolescente, o
Estatuto do Idoso, a Lei Maria da Penha, dentre outros.
18
Ainda em 1998, na Polícia Militar de Minas Gerais, foi realizado o primeiro
curso de Professores Multiplicadores das Doutrinas de Direitos Humanos,
coordenados por oficiais da Instituição e contando com a participação de
instrutores internacionais. Em 1999 e 2000, tivemos mais dois cursos, que, com
uma dinâmica inovadora, aliavam os conhecimentos teóricos às práticas policiais
reflexivas e lançavam as bases para uma profunda mudança na educação em
Direitos Humanos na corporação, como adiante será mostrado.
No ano de 2004, fruto do amadurecimento da percepção acerca da
importância de um direcionamento institucional no que tange aos procedimentos
policiais embasados no reconhecimento e respeito aos Direitos Humanos, entrou
em vigor a primeira versão da diretriz de Direitos Humanos8.
8
Diretriz para Produção de Segurança Pública nº 08- Filosofia de Direitos Humanos da
Polícia Militar de Minas Gerais, 2004.
19
plenitude e magnitude do princípio que fundamenta a Constituição Federal, a
“dignidade da pessoa humana”, nos valores Institucionais da Polícia Militar de
Minas Gerais.
Os valores institucionais como o Respeito aos Direitos Fundamentais,
Valorização das Pessoas, Ética e Transparência, Excelência e Representatividade
Institucional; Disciplina e Inovação; Liderança e Participação; Coragem e Justiça
devem ser entendidos e exercitados no dia a dia por todos em todos os níveis da
organização, tornando-se expoentes centrais do elementar ato de aplicar os
Direitos Humanos no exercício de nossas ações.
Esses valores devem ser entendidos como paradigmas e referenciais éticos
para todos os comportamentos e condutas legais do policial militar. Na verdade,
ao se alinharem os valores institucionais estabelecidos em nossa Identidade
Organizacional com normas de Direitos Humanos que delineiam as liberdades
fundamentais, a dignidade da pessoa humana, asseguram-se, sobretudo, os
direitos de liberdade e direitos sociais que inspiram a produção normativa interna,
a qual os profissionais de segurança pública devem observar, aplicando-a em sua
atividade, no que couber.
O alinhamento de nossa missão, visão e valores é, neste sentido, de
fundamental importância para a adoção de padrões de comportamentos
operacionais na solução de problemas e observância dos Direitos Humanos junto
ao cidadão. Assim, só serão eficazes as ações e resultados das atitudes do
profissional de segurança pública congruentes com as estratégias e objetivos
descritos nesta Diretriz e na Identidade Organizacional.
Esses objetivos, por sua vez, deverão ser congruentes com a cultura e a
missão Institucional, em relação a toda sociedade em sua diversidade. Em outras
palavras, a síntese e propósito desta Diretriz será a consecução do alinhamento
interno do indivíduo com a visão “Sermos excelentes na promoção das
liberdades e dos direitos fundamentais, motivo de orgulho do povo mineiro.”
Esta visão ao ser observada por todo integrante da Polícia Militar – nos
diversos níveis, direciona-se aos preceitos contidos na Declaração Universal dos
Direitos Humanos – de estrutura Bipartite ou Bifronte – em Direitos de Liberdade
(de 1ª Geração) e Direitos Sociais (de 2ª Geração) garantidos em outros Estatutos
como a Convenção Americana de Direitos Humanos, bem como em nossa
Constituição Federal, alinhando-se aos anseios – de servir e proteger –
esperados pela comunidade.
Portanto, a instituição busca, por meio de seus Valores, três tipos de
alinhamento: 1) alinhamento pessoal, no qual deverá existir uma congruência
entre todas as ações individuais com os preceitos de nossa Identidade; 2)
alinhamento dos processos voltados aos Direitos Humanos relativos aos objetivos
estratégicos e a nossa Visão de futuro; 3) alinhamento operacional, no qual os
objetivos e ações (planejamento e comunicação) de todos os policiais ou grupos
ajustem-se de maneira congruente com os demais sistemas que alcançam as
normas imperativas de Direitos Humanos (ambiente interno da organização e
externo na comunidade, grupos vulneráveis, minorias, ONGs, Sociedade Civil
Organizada etc.).
20
4.3 Fundamentação Teórico-Metodológica
Para sistematização teórico-metodológica da filosofia de Direitos Humanos,
será estabelecida, para fins desta diretriz, a metodologia doravante denominada
TRIÂNGULO DOS DIREITOS HUMANOS. Tal metodologia estrutura-se em duas
perguntas e uma reflexão sobre Direitos Humanos, conforme sugere a figura a
seguir:
D IR E IT O S
HUM ANOS
Fonte: DPSSP- 08/04- CG, corroborado por MARTINS, Claudio Duani. Uma análise sobre a
aplicabilidade prática do conteúdo trabalhado no Curso de Formação de Oficiais da Polícia
Militar de Minas Gerais. Monografia (Especialização em Gestão de Direitos Humanos) Centro
Universitário UNIEURO, Belo Horizonte, 2007.
22
Dessa forma, elas poderão desenvolver-se, por meio de uma cooperação mútua,
rumo à construção de uma sociedade consciente de seus direitos.
23
O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (2003), do Governo
Federal, evidencia que a educação em Direitos Humanos é um processo de
socialização em uma cultura de Direitos Humanos. Socializar em Direitos
Humanos implica implantar processos educativos que possam difundir, para o
maior número possível de pessoas, concepções e práticas culturais para que elas
se percebam e se formem como sujeitos detentores de direitos, já que se
constituem em sujeitos de dignidade.
A educação em Direitos Humanos deve ser um dos eixos fundamentais da
educação policial-militar, permeando o currículo dos cursos de formação, da
educação continuada, da pesquisa e extensão.
A educação em Direitos Humanos deve ser estruturada na diversidade
cultural e ambiental, garantindo assim a cidadania. Ela deve ser promovida em
três dimensões:
a) Conceitual: compreende a temática dos Direitos Humanos e dos
mecanismos existentes para a sua proteção, desencadeando atividades para a
promoção, defesa e reparação das violações aos Direitos Humanos;
b) Procedimental: abrange a prática dos Direitos Humanos na vida
cotidiano-profissional;
c) Atitudinal: corresponde à internalização de valores e atitudes de respeito
e valorização aos Direitos Humanos.
24
deve ser uma constante da ação policial em todos os momentos da sua vida
pessoal e profissional.
As Diretrizes de Educação da Polícia Militar (DEPM) contém em seu
arcabouço filosófico-educacional artigos que intencionam propagar e disseminar
uma cultura de respeito ao próximo, que promova a paz, repudiando ações e
pressupostos que possam, mesmo que subliminarmente, ferir os princípios dos
Direitos Humanos e da Cidadania.
Em suas atividades diárias, o policial militar lida com a diversidade humana,
muitas das vezes em situação de conflito. É sua missão assegurar a dignidade da
pessoa humana e promover a paz social no contexto contemporâneo globalizado
e de violência crescente. Para isto, ser-lhe-ão exigidos conhecimentos diversos
nas áreas jurídicas, humanas, de gestão, técnico-profissionais que devem estar
alinhados aos preceitos dos Direitos Humanos. Assim, é necessário proporcionar
uma formação e capacitação interdisciplinar e transversal que favoreçam a
interlocução entre as diversas disciplinas, consolidando temáticas centrais
indispensáveis ao desempenho de suas funções. Adquirir conhecimentos,
entretanto, não garante o desenvolvimento de competências procedimentais de
respeito à pessoa humana. Como postula Rover (2005), esses conhecimentos
deverão fazer parte da rotina deste policial, o simples conhecimento não é o
bastante. Os policiais também precisam de certas habilidades técnicas e táticas,
para assegurar a aplicação da lei, com respeito aos direitos e liberdades
individuais. Neste sentido, depreende-se a importância de que a aprendizagem
ocorra no contexto acadêmico-profissional, por meio de estudos de caso e
vivências operativas que favoreçam uma aprendizagem significativa.
A visão de só reprimir, entretanto, ainda povoa as metodologias de ensino e
treinamento de muitas instituições policiais, fruto de uma trajetória histórica, onde
as polícias serviram de instrumento de repressão popular. No entanto, após a
Constituição de 1988, o cenário transformou-se e um novo paradigma profissional
emergiu fundamentado em uma prática que tem como lema “Servir e Proteger”,
conforme ensina Rover (1998). Para a consolidação deste paradigma, faz-se
necessário investir na Educação de Polícia Militar, em suas atividades e disciplinas
curriculares, em seus procedimentos educativos e práticas docentes de maneira a
propiciar uma cultura acadêmica que valorize e promova ações de cidadania e de
respeito à pessoa humana.
O policial, particularmente durante o processo formativo, deve ser
conscientizado da importância de sua profissão e estimulado a ser um promotor
de Direitos Humanos, pois suas ações, futuramente, terão um caráter pedagógico
na sociedade. As atitudes do policial se propagam na sociedade por meio de sua
imagem, de suas condutas, de seu exemplo como cidadão. A percepção do
profissional cooperador, solucionador de conflitos e defensor dos Direitos
Humanos impacta de maneira diferente quando ele é percebido como profissional
não confiável, insensível aos problemas sociais. É o que diz Balestreri (1988): “Há,
assim, uma dimensão pedagógica no agir Policial [...]. O Policial, assim, à luz
desses paradigmas educacionais mais abrangentes, é um pleno e legítimo
educador.”
25
5.1.2.1 Formação Policial
A formação dos policiais militares estrutura-se no arcabouço de
conhecimentos jurídicos, técnicos e humanísticos que proporcionam o
desenvolvimento das competências necessárias para as funções de operadores
da segurança pública com a missão profícua de promoção da paz social. Neste
sentido, os cursos da PMMG destinados à formação inicial do policial militar
devem se pautar em uma educação comprometida com os ideais e valores da
cidadania, da democracia e de direitos humanos, promovendo a humanização,
socialização, transparência e valorização do ser humano. Os princípios de Direitos
humanos devem se constituir em eixos articuladores de toda a prática policial
sendo estruturados nas dimensões ética, técnica e legal que compõem a malha
curricular dos cursos e se fazem presentes em todo planejamento escolar. Devem
ser encarados como uma pedagogia que não quer apenas conscientizar, mas
formar profissionais, agentes transformadores, cidadãos empenhados na
erradicação das injustiças e na construção de um mundo verdadeiramente
humano.
Neste sentido, em três princípios fundamentais é que se baseiam a
atividade dos policiais sob o aspecto ético e legal: 1) o respeito e a obediência às
leis; 2) o respeito pela dignidade humana; e 3) o respeito e a proteção dos Direitos
Humanos. (CERQUEIRA, BARBOSA e ÂNGELO, 2001 apud OLIVEIRA, 2010, p.
94)
9
Transversalidade: [...] refere-se a temas sociais que permeiam os conteúdos das
diferentes disciplinas,exigindo uma abordagem ampla e diversificada não se esgotando num único
campo de conhecimento.Interdisciplinaridade[...] questiona a segmentação dos diferentes campos
do conhecimento, possibilitando uma relação epistemológica entre as disciplinas[...] (CORDEIRO e
SILVA, 2005, p.31,32)
26
resolução pacífica de conflitos que antecedem o uso efetivo da força e proibição
da tortura e do tratamento desumano, cruel ou degradante.
10
Conforme a Resolução nº 3.936/2007- CG, os militares formados no Curso de Bacharelado em
Ciências Militares, CBCM/CFO, a partir do ano de 2006, são reconhecidos como Promotores de
Direitos Humanos, tendo em vista a carga horária da disciplina durante o curso.
27
5.1.3.2 Docência em Direitos Humanos
5.1.3.2.1 Curso de Multiplicador de Direitos Humanos
Finalidade: Destinado aos policiais militares que pretendem lecionar a
disciplina de Direitos Humanos nos diversos cursos da Educação de Polícia Militar,
sendo conferido a eles o título de Professor de Direitos Humanos. O Professor de
Direitos Humanos terá habilitação para planejar e coordenar cursos e eventos de
Direitos Humanos, além de ministrar aulas para os referidos cursos.
Público Alvo: Policiais militares possuidores do curso de Promotor de
Direitos Humanos, designados pelos respectivos chefes e comandantes,
observando-se os requisitos abaixo.
Pré-requisitos: Além dos previstos nas Diretrizes de Educação de Polícia
Militar – DEPM, o candidato deverá:
a) ser voluntário e ter interesse em multiplicar a doutrina dos Direitos
Humanos;
b) ter desenvoltura pessoal, fluência verbal e habilidades para
apresentações em público;
c) ter capacidade de criar, inovar, motivar e liderar os Promotores de
Direitos Humanos;
d) ter o aval, por escrito, do Comandante ou Chefe de sua Unidade, na
ficha de inscrição do curso;
e) não estar preso ou à disposição da Justiça e não estar sendo
processado por crime doloso previsto:
- em lei que comine pena máxima de reclusão superior a dois anos,
desconsideradas as situações de aumento ou diminuição de pena;
- nos títulos I e II, nos capítulos II e III do Título III e nos Títulos IV, V, VII
e VIII do Livro I da Parte Especial do Código Penal Militar;
- no Capítulo I do Título I e nos Títulos I, nos Títulos II, VI e XI da Parte
especial do Código Penal.
28
5.1.3.2.3 Curso de Atualização em Direitos Humanos
Finalidade: atualização em Direitos Humanos através do sistema de
Educação à Distância (EAD), ficando a cargo da APM a sua construção e
instrumentalização. É obrigatório a todos os professores que tenham concluído o
curso de Direitos Humanos há mais de dois anos. Esse curso manterá o professor
habilitado para lecionar nos cursos de formação, habilitação e especialização da
PMMG. Os professores terão um prazo de 01 (um) ano, após a publicação desta
DPSSP, para se adequarem a esta situação. O Curso de Atualização em Direitos
Humanos será requisito para docência de Direitos Humanos.
Público alvo/Pré-requisitos: destinado aos policiais, possuidores do curso
de multiplicadores de Direitos Humanos, e que tenham concluído o curso há mais
de dois anos.
29
a realização concreta de seus anseios, e cumprindo efetivamente o que está
escrito nas leis e nos estatutos.
Dentro desse contexto, o policial, na sua atividade cidadã e de proteção
social, deve conhecer a dinâmica dos grupos humanos, ou seja, descobrir seus
anseios, dificuldades, necessidades e se engajar, no que for atinente à segurança
pública, para a defesa e promoção dos direitos desses grupos.
Por vezes, é necessário repensar as atitudes e valores que temos,
confrontando-os com a nova ordem social e política de nossa sociedade. Por
exemplo, pense:
“Como agiria caso uma pessoa que usa cadeira de rodas lhe solicitasse
ajuda para descer uma escada ou sair de seu carro? Como agiria se uma pessoa
surda e muda tivesse sofrido uma agressão próxima ao seu setor de trabalho?
Qual seria sua atitude, caso um cidadão cego lhe solicitasse ajuda, ou se
deparasse com uma ocorrência de violência doméstica contra uma mulher ou
abuso sexual de crianças e adolescentes?”
Com certeza, essas seriam situações embaraçosas, por fugirem da rotina
de seu trabalho, pois estamos habituados a lidar com pessoas que podem se
locomover normalmente, que podem entender o que lhes é solicitado, enfim, que
não possuem características que dificultam suas vidas, em sociedade. Porém,
quando nos deparamos com casos como os citados, ocorrem dúvidas de como
atuar. Por outro lado, essas pessoas esperam ser tratadas com respeito e
dignidade e reconhecidas como cidadãos sujeitos de direitos.
30
5.2.3 Minorias
O conceito de minoria, não se refere somente a desvantagem numérica,
quantitativa de determinada população, mas também diz respeito a sua posição
de domínio ou dominado:
[...] um grupo de cidadãos de um Estado, constituindo minoria numérica e
em posição não-dominante no Estado, dotada de características étnicas,
religiosas ou linguísticas que diferem daquelas da maioria da população,
tendo um senso de solidariedade um para com o outro, motivado, senão
apenas implicitamente, por vontade coletiva de sobreviver e cujo objetivo
é conquistar igualdade com a maioria, nos fatos e na lei [...]
(DESCHENES apud MAIA, 2001, grifo nosso)
11
Segundo o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, em parceria
com o SESC-SP, INTECAB - Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-brasileira.
32
deficiência física, pertence a uma minoria religiosa (islã) e integra um grupo
vulnerável por ser deficiente física.
A diferença básica é que as minorias limitam-se aos aspectos étnicos,
linguísticos e religiosos, enquanto os grupos vulneráveis estão relacionados com
características especiais como tenra idade, gênero, idade avançada, orientação
sexual e deficiência física ou sofrimento mental.
Nota-se que a referida lei não trata dos casos de abuso de poder, mas
também não podemos ignorar que existe, tanto na legislação nacional quanto na
estadual, uma gama de instrumentos normativos que tratam da matéria, daí a
necessidade de uma norma que busca proteger os direitos das vítimas do crime.
As disposições que tratam dos direitos da vítima da criminalidade previstas
na Declaração das Vítimas estabelecem os seguintes direitos:
- acesso à justiça e tratamento equitativo;
- obrigação de restituição e reparação;
-Indenização;
- serviços.
No âmbito estadual, na Lei nº 13.188/99, os direitos das vítimas buscam
medidas de proteção, auxílio e assistência. Reparação de danos físicos e
materiais, acompanhamento de diligências policiais ou judiciais, no caso de crimes
violentos, plano de auxílio e de manutenção econômica para vítimas, testemunhas
e seus familiares sob ameaça, transporte, acompanhamento psicológico, dentre
outros, visam minimizar os danos sofridos pelas vítimas.
36
5.3.3.4 Programa de Prevenção e Tratamento da Obesidade
Regulamentado através da Instrução de Saúde Nº 04/09, de 10Jun09, que
objetiva regulamentar e padronizar as ações de implementação e execução do
Programa de Prevenção e Tratamento da Obesidade na PMMG, considerando
que- a obesidade é considerada atualmente um dos mais graves problemas de
saúde pública.
37
5.3.3.9 Programa de Orientação Social
O Programa de Orientação Social é destinado ao policial militar matriculado
em Curso de Formação ou Aperfeiçoamento da Corporação e tem por objetivo
orientar e sensibilizar sobre as causas que podem leva-lo ao enfrentamento de
vulnerabilidades sociais.
38
da Administração, e Assistência Judiciária a atividade desenvolvida pelo Assessor
Jurídico na defesa dos direitos e interesses dos militares.
5.3.4.3 IPSM
O IPSM (Instituto de Previdência dos Servidores Militares de Minas Gerais)
possui a finalidade institucional de prestar assistência médica, social e
previdenciária a seus beneficiários, conforme regulamento do Instituto de
Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais a que se refere o
Decreto nº 43.581, de 11Set2003 e a Lei nº 10366, de 28Dez90.
Através do SISAU, criado por meio de Convênio de Cooperação Mútua
entre o IPSM, a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e o Corpo de Bombeiros
Militar do Estado de Minas Gerais, a assistência à saúde encontra um sistema
bem estruturado, contando, para a efetiva prestação de serviços, com uma vasta
40
rede orgânica e contratada em todo o Estado, buscando atender a todos os
beneficiários de maneira rápida e eficiente.
Na área previdenciária, podemos citar os seguintes benefícios:
I - para o segurado:
a) assistência à saúde: prestada com a participação do segurado
em seu custeio, compreende os serviços de natureza médica,
hospitalar, odontológica e farmacêutica e a aquisição de aparelhos
de prótese e órtese;
b) auxílio-natalidade devido pelo nascimento de filho de segurado;
c) auxílio-funeral: O Estado assegura o sepultamento condigno ao
militar, o translado do corpo do militar da ativa falecido para a
localidade, no País, solicitada pela família, através de quantitativo
em dinheiro destinado à indenização das despesas com
sepultamento do militar.
II - para o dependente:
a) pensão: por morte do segurado é devida aos seus dependentes
a partir do óbito;
b) pecúlio: por morte do segurado será devido o pecúlio ao seu
dependente regularmente inscrito;
c) assistência à saúde: compreende os serviços de natureza
médica, hospitalar, odontológica e farmacêutica e a aquisição de
aparelhos de prótese e órtese;
d) auxílio-reclusão: devido ao dependente do segurado detento ou
recluso, não albergado e recolhido à prisão, a partir da data em
que se verificar a perda total de sua remuneração.
5.3.4.4 Associação Feminina de Assistência Social – AFAS.
A Polícia Militar de Minas Gerais trabalha, também, em parceria com a
AFAS na promoção social da família policial-militar. A AFAS tem como finalidade
atender às necessidades de policiais militares e funcionários civis da Corporação,
através de auxílios diversos, em caráter emergencial e eventual, depois de já
esgotados os demais recursos oferecidos pela PMMG.
A Entidade faz doações de aparelhos ortopédicos, cadeiras de rodas,
aparelhos de audição, óculos, material escolar, gêneros alimentícios, cobertores,
enxovais para recém-nascidos, passagens de viagem, vale transporte,
medicamentos e outros.
A Ação Feminina de Assistência Social tem como objetivo específico,
regulado pelo seu Estatuto, atuar, na Capital do Estado, como articuladora em
ações que visem à melhoria da qualidade de vida dos militares, civis e seus
familiares, por meio do desenvolvimento de projetos de proteção à família, à
maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, assim como aos portadores
de doença física; promover a integração social das famílias desprovidas de
41
recursos, através da educação para o trabalho e do estímulo ao desenvolvimento
das aptidões artesanais, atividades comunitárias e cursos diversos, em convênio
com outras instituições; auxiliar instituições e projetos sócio-culturais e na área da
saúde na Polícia Militar, bem como para a melhoria da qualidade de vida dos
militares, civis e seus familiares.
A referida Associação desenvolve importantes Programas e Projetos
Sociais, tais como: Projeto Capacitação; Programa 1º Emprego; Projeto de Estágio
Remunerado; Projeto Aprendiz; Projeto de Geração de Trabalho e Renda, em
parceria com o SENAC; Banco de Empregos; Programa de Orientação Financeira
Familiar; Programa de Ações Emergenciais Básicas; Projeto de Inclusão Digital;
Oficinas de Artes e Artesanato e outras atividades. A instituição é modelo no
Estado de Minas Gerais no que se refere ao apoio social e atendimento das
demandas de policias, bombeiros militares e de famílias da comunidade.
43
5.4.3 Ouvidoria de Polícia
Órgão auxiliar do Poder Executivo na fiscalização dos serviços e atividades
da Polícia estadual. Compete à Ouvidoria da Polícia:
I – ouvir qualquer pessoa, diretamente ou por intermédio dos órgãos de
apoio e defesa dos direitos do cidadão, inclusive de policial civil ou militar
ou outro servidor público, reclamação contra irregularidade ou abuso de
autoridade praticados por superior ou agente policial, civil ou militar;
II – receber denúncia de ato considerado arbitrário, desonesto ou
indecoroso, praticado por servidor lotado em órgão de segurança pública;
III – verificar a pertinência da denúncia ou reclamação e propor as medidas
necessárias para saneamento da irregularidade, ilegalidade ou
arbitrariedade comprovada;
IV – propor ao órgão competente a instauração de sindicância, inquérito ou
ação para apurar a responsabilidade administrativa e civil de agente público
e representar ao Ministério Público, no caso de indício ou suspeita de crime;
V – propor ao Secretário de Estado da segurança Pública e ao
Comandante-Geral da Polícia Militar as providências que considerar
necessárias e úteis ao aperfeiçoamento dos serviços prestados à
população pelas Polícias Civil e Militar;
VI – promover pesquisa, palestra ou seminário sobre tema relacionado com
a atividade policial, providenciando a divulgação dos seus resultados;
VII – manter, nas escolas e academias de polícia, em caráter permanente,
cursos sobre democracia, direitos humanos e o papel da polícia.
44
5.4.6 Prefeituras Municipais
De acordo com o Art. 30 da CF/88, os municípios gozam de autonomia
política administrativa e orçamentária, sendo, portanto, um grande parceiro
operacional para a implementação de ações e políticas públicas locais voltadas à
filosofia dos Direitos Humanos.
45
5.4.11 Universidades, Faculdades e Escolas Superiores
As empresas e organizações responsáveis pelo ensino no Brasil possuem,
em sua estrutura, projetos e mecanismos de relacionamento com a comunidade,
como, por exemplo, o serviço jurídico comunitário como cadeira obrigatória da
graduação do Curso de Direito ou Assistência gratuita local fornecida pelos
Acadêmicos de Terapia Ocupacional, Fisioterapia, entre outros. Logo, acabam
sendo parceiros importantes para a divulgação e implantação da filosofia dos
DDHH e encaixam-se nas linhas de ação deste eixo.
Neste contexto, é imprescindível a parceria da PMMG com essas escolas
de ensino, no intuito de abrir um diálogo permanente entre a comunidade escolar
e a Polícia Militar, para discutir questões relativas à Filosofia de Direitos Humanos.
46
6.1.7 Coordenar as atividades constantes nesta Diretriz, em especial as
constantes dos eixos temáticos (item 5).
47
6.2.3.3 Coordenar, em conjunto com o EMPM, as atividades constantes do Eixo
Temático 3 (item 5.3) desta Diretriz.
48
6.2.6 DAL, DEEAS, DRH, DS e DTS
Coordenar, no que lhe compete, e em conjunto com o EMPM, as atividades
constantes do Eixo Temático 3 desta Diretriz (item 5.3).
49
7.1.1.2 O conteúdo de Direitos Humanos para os cursos da educação continuada
focados na atividade operacional, salvo os de multiplicador e promotor de direitos
humanos, terão como conteúdo os eixos desta DPSSP, sendo reservada uma
carga horária mínima de 20 % do total da carga horária do curso.
7.1.1.3 A carga horária da disciplina de Direitos Humanos do Curso Técnico de
Segurança Pública (CTSP) deverá ser no mínimo à prevista no Curso de Promotor
de Direitos Humanos.
7.1.1.4 O material didático da disciplina de Direitos Humanos deverá ser
padronizado, respeitando as particularidades de cada curso. Para tanto, os
supervisores de ensino e/ou coordenadores de curso deverão se reportar à Seção
de Direitos Humanos da APM, responsável por intermediar, coordenar e
assessorar a elaboração e padronização deste material.
7.1.1.5 A APM deverá promover a transversalização das normas internacionais de
Direitos Humanos com as demais disciplinas dos cursos de formação e educação
continuada, no prazo de no máximo seis meses após a entrada em vigor desta
diretriz.
50
7.1.3.4 Os docentes das disciplinas que envolvem uso da força deverão ser
capacitados a realizar a transversalização do conteúdo de sua disciplina com as
normas internacionais de Direitos Humanos.
12
Programa desenvolvido pela APM, que consiste em proporcionar ao discente uma
vivência junto às escolas, como docente da temática de Direitos Humanos, utilizando uma
metodologia lúdica, que abarca dinâmicas e jogos vivenciais direcionados a crianças.
51
importante para evitar manifestações de cunho ideológico ou ofensivo ao público
presente durante a vivência.
7.2.5 Nos currículos dos cursos de formação e da educação continuada, ao se
tratar do tema grupos vulneráveis, este deverá sempre estar relacionado à
temática Direitos Humanos.
7.2.6 A temática grupos vulneráveis deverá ser incluída no treinamento policial
básico com a finalidade de manter o policial atualizado com relação aos
procedimentos a serem adotados no atendimento a esses grupos.
7.2.7 O sistema de educação à distância da Polícia Militar deverá contemplar
cursos sobre a temática.
7.2.8 Recomenda-se, nas estratégias metodológicas, aliar a teoria à prática e, a
partir da sensibilização, direcionar a vivência do tema referente a grupos
socialmente vulneráveis a procedimentos práticos, de forma a desenvolver, no
policial, habilidade procedimental para auxiliar as pessoas. Os termos relativos a
cada grupo também deverão ser explicados e refinados.
52
7.4 Ações Eixo 4: Integração com Outros Órgãos e Entidades
Os comandos em todos os níveis deverão envidar esforços no sentido de
estabelecer relações com os órgãos e entidades constantes nesta diretriz, com o
objetivo de planejar ações conjuntas para a promoção dos Direitos Humanos,
observando as individualidades regionais e as ações abaixo.
7.4.1 Poder judiciário e Ministério Público
a) Buscar sensibilizar os magistrados e o Ministério Público (MP) local para
que sejam parceiros da PMMG nas ações previstas nesta diretriz.
b) Desenvolver projetos locais visando à proteção e acompanhamento aos
grupos vulneráveis existentes na cidade.
c) Criar fóruns de discussão sobre a temática Direitos Humanos
envolvendo, além do magistrado e MP, outros órgãos de promoção e defesa dos
Direitos Humanos, bem como a sociedade civil.
8 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
8.1 Todas os serviços e atividades referentes à doutrina de Direitos Humanos
na Polícia Militar devem ser reportadas ao EMPM, o qual, em trabalho conjunto e
harmônico com a APM e com a DAOp; avaliará quanto à viabilidade institucional e
à exequibilidade operacional.
8.2 Todas as Seções do EMPM envolver-se-ão nas atividades de consolidação
das políticas de Direitos Humanos da Polícia Militar, propondo readequações que
porventura sejam necessárias.
8.3 As grades curriculares dos diversos cursos da Polícia Militar deverão ser
readaptadas, a partir de dezembro de 2010, de forma a contemplar as estratégias
estabelecidas na presente Diretriz.
8.4 Observar-se-á, na condução das diretrizes relativas aos Direitos Humanos,
as recomendações constantes na Diretriz nº 3.02.01/2009, que regula
procedimentos e orientações para a execução com qualidade das operações, e as
normas constantes na Diretriz nº 3.02.02/2009, que estabelece orientações
básicas para as atividades de coordenação e controle.
8.5 As diretrizes estabelecidas na presente norma não devem conflitar com as
demais macroestratégias previstas pela PMMG e, portanto, nas situações
conflituosas, o EMPM dirimirá as dúvidas por intermédio de norma complementar.
8.6 Revogam-se as disposições em contrário, principalmente a DPSSP nº
08/2004.
Publique-se, registre-se e cumpra-se.
55
Anexo “A” (Aspectos da Legislação Correlatos ao Tema) à DPSSP Nº
3.01.05/2010-CG
57
DIREITO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO E DIREITO INTERNACIONAL
PACTO
CONVENÇÃO
DECLARAÇÃO PACTO INTERNACIONAL
AMERICANA CONSTITUIÇAO DA
UNIVERSAL DOS INTERNACIONAL DOS DIREITOS
SOBRE OS REPÚBLICA FEDERATIVA
DIREITOS DOS DIREITOS ECONÔMICOS,
DIREITO DIREITOS DO BRASIL
HUMANOS CIVIS POLÍTICOS SOCIAIS E
HUMANOS
CULTURAIS
(v. nota 5)
(v. nota 1) (v. nota 2)
(v. nota 4)
(v. nota 3)
INTEGRIDAD
art. 3º e 5º art. 7º * e 10 art. 5º * art. 5º, III
E PESSOAL
PROIBIÇÃO
art. 4º art. 8º (1-2)* art. 6º * art. 1º, II e art. 5º, XLVII
DA
ESCRAVIDÃO
PROTEÇÃO À Art. 5º, LXXVI; 6º, 226, 227
art. 16 art. 23, 24 e 25 art. 10 art. 17 * e 19*
FAMÍLIA E À e 229
CRIANÇA
GARANTIAS Art. 5º, incisos XXXV,
art. 10 e 11 art. 14 e 15 * art. 8º, 9º * e 10
JUDICIAIS XXXVIII, XXXIX, LIII, LV,
LVII, LXXIV
IGUALDADE art. 3º, IV e 5º, caput e
art. 7º art. 14 e 26 art. 24
PERANTE A inciso I
LEI
ACESSO AO
art. 8º e 10 art. 14 e 26 art. 8.1 e 25 art. 5º, XLI, XXXV
JUDICIÁRIO
LIBERDADE
art. 18 art. 18 * e 27 art. 12 * art. 5º, VI e VIII
DE
CONSCIÊNCI
A À
DIREITO art. 3º, I a IV, 4º, IX, 194 a
art. 22 e 25 art. 9º art. 26
SEGURIDADE 204
SOCIAL
DIREITO À
art. 25 art. 12 art. 26 art. 196
SAÚDE
DIREITO À
art. 25 art. 11 art. 26 art. 7º, IV
MORADIA
DIREITO À
art. 26 e 27 art. 13 e 15 art. 26 art. 205
EDUCAÇÃO
AMBIENTE
art. 25 art. 12 art. 26 art. 5º, LXXIII, 225, 170, VI
SAUDÁVEL
DIREITO DOS
art. 27 art. 231
ÍNDIOS
*) Esses direitos não podem ser derrogados sob nenhuma circunstância, mesmo em estado de
exceção.
58
DECLARAÇÃO PACTO PACTO CONVENÇÃ CONSTITUIÇAO DA
UNIVERSAL INTERNACIONAL INTERNACIONAL O REPÚBLICA
DOS DIREITOS DOS DIREITOS DOS DIREITOS AMERICANA FEDERATIVA DO
DIREITO HUMANOS CIVIS POLÍTICOS ECONÔMICOS, SOBRE OS BRASIL
SOCIAIS E DIREITOS
(v. nota 1) (v. nota 2) CULTURAIS HUMANOS (v. nota 5)
NOTAS:
1. Adotada e proclamada pela Resolução nº 217 A (III) da Assembléia-Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de
1948, e assinada pelo Brasil, em 10 de dezembro de 1948.
2. Adotado pela Resolução nº 2200-A (XXI) da Assembléia-Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966, e
ratificada pelo Brasil, em 24 de janeiro de 1992.
3. Adotado pela Resolução nº 2200-A (XXI) da Assembléia-Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966, e
ratificada pelo Brasil, em 24 de janeiro de 1992.
4. Adotada e aberta à assinatura na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos, em San José de la
Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, e ratificada pelo Brasil, em 25 de setembro de 1992 (Pacto de San José de la
Costa Rica).
5. Promulgada pela Assembléia Nacional Constituinte, em 05 de outubro de 1988.
59
Anexo “B” (CONDUTA ÉTICA E LEGAL DO POLICIAL) à DPSSP Nº
3.01.05/2010-CG
13
Os Direitos Humanos não podem ser objeto de renúncia.
14
Os Direitos Humanos não sofrem alterações com o decurso do tempo, pois têm caráter eterno.
61
a) ninguém será submetido à tortura ou a quaisquer outros maus-tratos;
b) todos os presos fazem jus a tratamento humano e respeito à sua
inerente dignidade humana;
c) todas as pessoas são presumidas inocentes, até prova contrária, de
acordo com a lei.
3.1 Policial inibidor da tortura
Não existe nenhuma situação em que a tortura possa ser infligida
legalmente. Nenhum policial, seja qual for seu posto ou graduação, tem
justificativa ou defesa por ter cometido tortura.
Em alguns casos, pode-se entender como correto e oportuno restringir
alguns direitos individuais em benefício do interesse público mais amplo, para
garantir outros benefícios, tais como a ordem civil e a segurança pública. Mesmo
assim, existem alguns direitos que não são derrogáveis e permanecem protegidos
em qualquer circunstância. Esses direitos variam ligeiramente de acordo com as
disposições de cada tratado, mas incluem sempre:
a) o direito à vida;
b) a proibição da tortura;
c) a proibição da escravidão.
A tortura foi obviamente tornada ilegal pela comunidade internacional e é
definida na Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos e Punições Cruéis,
Desumanos e Degradantes - ONU (1984), como: “forte dor ou sofrimento, seja
físico ou mental, infligidos a uma pessoa por um servidor público, ou através de
sua instigação, com os objetivos de obter, desta ou de outra pessoa, informações
ou confissão, castigando-a por um ato que tenha cometido, ou seja, suspeita de
haver cometido, ou intimidando esta ou outras pessoas”. A responsabilidade pela
tortura inclui os policiais de todos os níveis, que possam ser responsabilizados por
não terem conseguido preveni-la e/ou reprimi-la.
3.2 A responsabilidade do policial contra a tortura
A convenção contra a tortura estipula que uma ordem de um policial na
função de comando não pode ser invocada como justificativa para a tortura.
Tal situação é ratificada no Código de Conduta dos Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei, no qual se afirma que “nenhum policial
poderá invocar ordens superiores como justificativa para praticar tortura”.
A obediência a ordens superiores não constituirá defesa eficaz para o
policial que sabia ser ilegal uma ordem para emprego de força ou arma de fogo,
causadora de morte ou sério dano à pessoa, tendo possibilidade razoável de
desobedecer a tal ordem. Tal responsabilidade recai também no superior que
emitiu a ordem ilegal.
Os princípios para uso da força e arma de fogo afirmam que “nenhuma
sanção criminal ou disciplinar será imposta àqueles policiais que, seguindo o
Código de Conduta dos Policiais, se recusem a cumprir uma ordem para usar
62
abusivamente força ou arma de fogo, ou relatem que há esse costume por outros
policiais”.
O policial tem enorme proteção para resistir a ordens ilegais que visem à
prática de tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. É,
portanto, definitivamente proibida ordem de policial que exerce comando sobre os
demais, para autorizar ou incitar outros policiais a realizar execuções
extrajudiciais, sumárias e arbitrárias. Nesse caso, o policial comandado terá o
direito e a obrigação de desafiar tais ordens. Tal procedimento deve ser enfatizado
obrigatoriamente nos ensinamentos dos cursos e treinamentos realizados na
Corporação.
A exigência de conduta policial ética e legal significa que os policiais, como
indivíduos, devem procurar a eficácia, ao mesmo tempo respeitando a lei, a
dignidade humana e os Direitos Humanos.
63
b) as informações são geralmente trocadas por dinheiro ou favores;
c) os entendimentos entre os policiais e os informantes são
necessariamente conduzidos de maneira secreta.
A falta de procedimento policial eficaz sobre as maneiras de lidar com tal
assunto pode acarretar corrupção de policiais e, consequentemente, o desrespeito
e o abuso aos Direitos Humanos.
Dessa forma, é imprescindível a adoção de medidas que visem a:
a) formular política clara para a fundamentação de procedimentos e
orientações, e maximização de benefícios com o recebimento de informações
confidenciais sobre crimes e criminosos;
b) estabelecer procedimentos rígidos e orientações explícitas para os
policiais subordinados entenderem exatamente a forma de conduzir o
relacionamento com informantes confidenciais, e a extensão em que esse
relacionamento é monitorado.
5.2 Policial inibidor da corrupção no desempenho da atividade
operacional
No desempenho da construção da paz social, o policial deparar-se-á com
situações em que estará do lado oposto ao do cidadão. Nesse caso, ele será
obrigado a atuar contra aquele que infringir a lei. Para isso, atuará sempre
respaldado pela lei, sem abusos nem arbitrariedades. Quando o policial recorre a
práticas contrárias à lei ou atua além do poder e autoridade concedidos por lei, a
distinção entre o suspeito e o policial já não pode ser feita.
O desenvolvimento de atitudes e comportamentos pessoais pelo policial
fazem com que ele desempenhe sua atividade de forma correta. Cada cidadão
coloca seu bem-estar nas mãos de outros seres humanos, necessitando de
garantia e proteção para fazê-lo com confiança.
Escândalos de corrupção, envolvimento em grande escala com o crime
organizado e outros desvios de conduta relacionados com policiais, abalam
profundamente as fundações da instituição, a qual almeja níveis de ética prontos
para efetivamente erradicar esse tipo de comportamento indesejável.
Vale ressaltar que não é suficiente que o policial saiba que sua ação deve
ser pautada na lei e não na arbitrariedade. A ética pessoal do policial é que
decidirá o tipo de ação a ser tomada em dada situação.
Em razão da natureza do trabalho, o policial estará atuando sempre em
grupo. Trabalhar com colegas em situações difíceis e perigosas, durante grande
parte do dia, pode levar ao surgimento de comportamentos típicos de grupos
caracterizados por padrões subculturais. O policial terá sua ética pessoal
confrontada com a ética de grupo, cabendo a esse indivíduo aceitar ou não a
pressão que lhe foi imposta.
Quando nos consultamos com um médico, psicólogo ou advogado,
acreditamos e esperamos que nossa privacidade seja respeitada e nosso caso
seja tratado confidencialmente. A bem da verdade, confiamos na existência e no
64
respeito de um código de ética profissional, visto que a natureza da atividade
possui um impacto direto na qualidade de vida dos cidadãos, como também da
sociedade com um todo.
65
Anexo “C” (DEVERES E FUNÇÕES DO POLICIAL) à DPSSP Nº 3.01.05/2010-CG
3 DEVERES DO POLICIAL
O policial, no uso de suas atribuições legais, deve estar atento a cumprir e
fazer cumprir o direito à liberdade e à segurança pessoal do cidadão. Ninguém
pode ter sua liberdade cerceada, salvo pelos motivos previstos em lei e em
conformidade com os procedimentos nela estabelecidos. A pessoa, ao ser
capturada, deve ser prontamente avisada das acusações contra ela.
Para transparência da conduta do policial, é prudente que ele, na execução
dos procedimentos, conte com a presença de testemunhas, a fim de evidenciar a
lisura e a cristalinidade de seus atos.
Nenhuma pessoa é obrigada a constituir prova contra si mesma nem a
confessar a culpa, o que lhe dá o direito a permanecer calada no ato da captura e
posterior detenção, se assim for o caso, sem violência nem tortura, com direito a
tratamento humano, especialmente pelo policial, e a consultar um advogado,
67
mesmo no local de sua captura, mediante observância das regras mínimas de
segurança.
Após ter passado da captura para a detenção, o detido tem direito de avisar
sua família, ou pessoa por ele escolhida, acerca dessa sua situação. Ele pode,
para isso, usar telefone ou qualquer outro meio de comunicação.
Para conhecimento do policial militar, no momento da ratificação da
detenção pela polícia judiciária, alguns direitos devem ser preservados ao detido.
Cabe, ao policial que lida com a comunidade, assegurá-los e comunicá-los ao
detido, naquele momento, como promoção dos Direitos Humanos. A preservação
desses direitos impõe deveres ao policial como agente do Estado. Diante de tal
postura profissional, o policial deve ter em mente que, em nenhum momento, essa
conduta não lhe causa descrédito nem desconforto, no que tange à ameaça de
perda de autoridade. Ao contrário, o próprio detido passa a respeitá-lo, em razão
de seu comportamento ético, motivo da autenticidade e legitimidade da Polícia
Militar.
O policial deve saber que a detenção, antes do julgamento, é exceção, ao
invés de regra. As pessoas detidas devem ser mantidas somente em locais
oficialmente reconhecidos e apropriados para detenção, e sua família e
representantes legais devem, sobre isso, receber todas as informações. A
detenção de uma pessoa deve ser confirmada por uma autoridade judicial. Ao
detido, informa-se a razão de sua detenção e qualquer acusação contra ele, e
faculta-se-lhe comunicar-se, reservada e pessoalmente, com seu representante
legal.
3.1 Interferência policial na privatividade
Todas as pessoas, independentemente do sexo, orientação sexual15, raça,
cor, língua, idade, crença religiosa e opinião política, devem ter sua honra e
reputação protegidas e preservadas.
Ninguém pode sofrer interferência em sua vida privada, em seu lar, em sua
família, respeitado o rigor do sigilo de correspondência.
Nem mesmo a autoridade pública, exercida pela polícia, pode intervir em tal
privatividade que é garantida às pessoas. O policial só pode interferir nesse direito
em concordância com a lei, e, assim mesmo, em prol dos interesses de segurança
nacional, e segurança pública, para a prevenção da ordem e do crime, proteção
da saúde ou da moral, em favor da coletividade, em busca da paz social.
15
Orientação Sexual é a atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa sente pela outra. A
orientação sexual existe num continuum que varia desde a homossexualidade exclusiva até a
heterossexualidade exclusiva, passando pelas diversas formas de bissexualidade. Embora
tenhamos a possibilidade de escolher se vamos demonstrar, ou não, os nossos sentimentos, os
psicólogos não consideram que a orientação sexual seja opção consciente que possa ser
modificada por um ato de vontade. CONSELHO NACIONAL DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO
CONTRA GLTB E PROMOÇÃO DA CIDADANIA HOMOSSEXUAL. Brasília: Ministério da Saúde,
2004.
68
O policial deve pautar sua conduta por não violar o lar, residência, veículos,
nem outras propriedades, nem interceptar correspondência, mensagens
telefônicas ou outras comunicações, a não ser em cumprimento legítimo do que a
lei permite, como flagrante delito ou execução de mandado judicial.
O fato é que o policial, dentro da postura ética, deve se autopoliciar para o
não cometimento de atos contrários à lei, aos aspectos morais e à honra das
pessoas.
3.2 Como lidar com informantes confidenciais
O policial deve ter habilidade individual para lidar com informantes
confidenciais, haja vista o nível de importância que a informação cedida pelo
informante confidencial pode representar para a justiça. A ética, a inteligência
policial, a discrição e a conduta profissional do policial passam a ser os vetores de
tais informações e devem ser adotadas em virtude de poder ser o informante, até
mesmo alguém integrante do crime organizado ou nele envolvido.
É importante lembrar que tais informações podem ser as únicas a contribuir
com a descoberta da veracidade, alcançando a legalidade. O policial deve estar
preparado para lidar com todos os tipos de situação, sem se envolver. Ao
contrário, cometerá atos que contribuirão para a falta de ética e desabonarão sua
conduta como policial. Tal atitude pode ser tal como a troca de favores dos mais
diversos possíveis, a qual, muitas vezes, foge da alçada e competência do policial,
até mesmo porque tal situação ocorre de forma secreta e pode acarretar, inclusive,
atos de corrupção pelo policial que lida diretamente com esse tipo de caso.
Para evitar esse caso, que pode afetar a credibilidade da Instituição, em
decorrência de ações isoladas, alguns procedimentos nesse tipo de
relacionamento devem ser levados em consideração, tais como direcionar para o
mesmo policial os reiterados contatos para melhor acompanhamento, dando-lhe a
responsabilidade de conduzir a troca de informações para o alcance da justiça.
Embora seja uma premissa a ausência de identidade desses informantes, são
necessários para a segurança do próprio policial e consequentemente da
instituição, seus dados em registro oficial, e que estes estejam acessíveis a uma
pessoa específica na estrutura de comando. Tais dados devem ser verdadeiros,
até mesmo para a própria segurança do informante, que deles deve ter
conhecimento.
Não deve ser desprezado pelo policial o fato de o próprio informante ser o
responsável pelo planejamento das informações prestadas. Isso deve ser
cautelosamente monitorado.
O relacionamento entre a polícia e informantes transporta-nos à esfera da
corrupção. Isso implica que o controle e a supervisão devem ser tratados com o
mais alto grau de profissionalismo, ética e moralidade, sem deixar que a
subcultura policial permeie tais situações. As políticas internas da Instituição,
tratadas com bastante rigidez e lisura, devem deixar claro ao policial que não é
aceitável nenhum tipo de comportamento que possa contribuir para o mínimo ato
de corrupção ou desonestidade, durante o trato com as informações de caráter
confidencial.
69
A prevenção para não ocorrerem atos contrários aos aspectos legais, éticos
e morais tem de ser clara e constante, inclusive para não contribuir para o
desrespeito aos Direitos Humanos.
70
A integridade física e moral da pessoa tem de ser respeitada e preservada,
em todas as atitudes do policial, desde a aproximação, até o último ato do
atendimento a uma ocorrência.
4.4 Relacionamento adequado com a imprensa
Preservar as pessoas à veiculação, ou não, de sua imagem é
responsabilidade do policial, quando essas estiverem sob sua custódia. O policial
deve saber que não tem o direito de expor ninguém, independentemente do nível
de seu envolvimento, a vexame ou constrangimento. Exposição da própria
imagem, só se a pessoa o quiser e permitir. O policial tem o dever de assegurar a
todos, o direito de não se exporem à câmera, nem à máquina de fotografia, nem
ao assédio ou interrogatório por repórteres, sem ferir a integridade física ou moral
dos profissionais da imprensa. O policial não pode desrespeitar direitos de
pessoas em nenhuma hipótese, nem em razão do direito de outras. Ele deve
oferecer tratamento polido, ético e profissional a ambas as partes.
4.5 Esclarecimento sobre os motivos de uma abordagem
O policial deve esclarecer seus atos às partes interessadas e envolvidas, e
expor-lhes o porquê da abordagem, como forma de respeitar o direito de saberem
o motivo da intervenção policial e seu possível desdobramento. Desta forma, o
policial está, mais uma vez, criando clima de respeito, cortesia e credibilidade,
para aumentar às pessoas a sensação de segurança, seja no atendimento
originado pela Central de Operações, por solicitantes durante o
radiopatrulhamento ou por iniciativa do próprio policial.
71
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