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- Filósofo camaronês que pensa as relações sociais de poder, entre vida e morte, a partir do
conceito de biopoder de Michel Foucault. Com esse conceito, ele desenvolve a ideia de
necropolítica, que é a gestão política orientada pelo princípio da morte. Segundo ele, existe
um projeto político de assassinato sistemático de uma parcela da população. Sendo o racismo
o marco regulador.
- O texto fala , basicamente, sobre a auto afirmação identitária dos povos africanos e da
pluralidade das identidades no continente, criticando visões simplificadoras da construção
dessas múltiplas identidades.
- Segundo Mbembe, a corrente marxista está permeada por vitimismo. Ele aponta quatro
inconsistências nessa abordagem: 1- falta de reflexividade. Abordagem útil se estiver a serviço
de luta partidária. 2- visão mecânica da história. Sempre é um ator externo que determina a
condição identitária do sujeito africano. 3- A crença de que a verdadeira identidade só pode
ser construída a partir de formação da classe operária, negando as múltiplas bases do poder
social.
- Crítica à universalidade iluminista, cujos valores são considerados universais, dos quais
derivam direitos e valores que podem ser partilhados por todos. Logo, setores sombrios do
iluminismo não consideravam os africanos como humanos.
1- Esforços para desconstruir a tradição, e assim, a própria África, demonstrando-se que essa
foi inventada. Deste ponto de vista, a África existe apenas sendo construída enquanto ficção
do outro.
2- A África enquanto uma identidade em formação. O mundo não é mais uma ameaça, mas
uma rede vasta de afinidades. Todos podem imaginar e escolher o que os torna africanos.
- A extrema desvalorização da vida leva a uma intoxicação, de forma tal, que o sujeito já não
sabe mais se está vivo ou morto. Como se pode resgatar a vida da incessante operação de sua
negação?
- Critica a comparação aos judeus em campos de concentração. Mas afirma que as diásporas
são comparáveis, embora difiram nas formas de expressão. Inventando uma arte de existir, em
meio à espoliação.
- A colonização foi uma co-invenção. Tanto foi resultado da violência ocidental quanto do
trabalho de seus auxiliares africanos em busca de lucro.
- O estado de guerra na África contemporânea poderia ser concebido como uma experiência
cultural comum que molda identidades.
3- abolir, por meio da violência extrema da guerra, qualquer tipo de dívida em relação
a um passado.
1- O carisma
2- Registros sacrificiais
3- Domínios do milagroso
- Conclusão: A identidade africana não existe como substância. Ela é constituída de formas não
idênticas, móveis, reversíveis e instáveis. Não podendo ser reduzidas a uma ordem puramente
biológica, baseada em sangue, raça ou geografia. Nem ser reduzida à tradição. Apenas as
diversas práticas com as quais os africanos estilizam suas condutas podem dar conta da
densidade da qual o presente africano é feito.