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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

AJUDÂNCIA-GERAL

SEPARATA
DO
BGPM

Nº 95

BELO HORIZONTE, 20 DE DEZEMBRO DE 2011

Para conhecimento da Polícia Militar de Minas


Gerais e devida execução, publica-se o
seguinte:
MANUAL DE
ADMINISTRAÇÃO DE
ARMAMENTO E
MUNIÇÃO – MADAM
MANUAL DE
ADMINISTRAÇÃO DE
ARMAMENTO E
MUNIÇÃO – MADAM

Belo Horizonte - MG
Academia de Polícia Militar
2011
Direitos exclusivos da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG)
Reprodução proibida – circulação restrita.

Comandante-Geral da PMMG: Cel. PM Renato Vieira de Souza


Chefe do Estado-Maior: Cel. PM Márcio Martins Sant´ana
Chefe do Gabinete Militar do Governador: Cel. PM Luis Carlos Dias Martins
Comandante da Academia de Polícia Militar: Cel. PM Eduardo de Oliveira
Chiari Campolina
Chefe do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação: Ten.-Cel. PM Adeli Sílvio Luiz
Tiragem: 750

__________________________________________________________
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Manual de administração de
armamento e munições. Belo Horizonte: Academia de
Polícia Militar, 2011.

156 p.: il.

1. Material bélico. 2. Arma de fogo – acondicionamento.


3. Armas e munições - manutenção e controle. I. Título.
CDU 355.415.5
CDD 355.73
__________________________________________________________
Ficha catalográfica: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730

ADMINISTRAÇÃO:
Centro de Pesquisa e Pós-graduação
Rua Diábase 320 – Prado
Belo Horizonte – MG
CEP 30411-060
Tel.: (0xx31)2123-9513
Fax: (0xx31) 2123-9512
E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br
RESOLUÇÃO N° 4149, DE 09 DE JUNHO DE 2011.

Aprova o Manual de Administração


de Armamento e Munição.

O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE


MINAS GERAIS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo
inciso I, alínea I do artigo 6°, item V, do Regulamento aprovado pelo
Decreto n° 18.445, de 15Abr77 – (R-100), e à vista do estabelecido na
Lei Estadual 6.260, de 13Dez73, e no Decreto n° 43.718, de 15Jan04,
RESOLVE:

Art. 1° - Aprovar o Manual de Administração de Armamento e


Munição.

Art. 2° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário.

QCG em Belo Horizonte, 09 de junho de 2011.

(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL
Equipe de Colaboradores:

Coronel PM Fábio Manhães Xavier


Coronel PM Antônio Leandro Bettoni da Silva
Tenente-Coronel PM Carlos Putini Neto
Major PM Wágner Eustáquio da Silva Almeida
Major PM Eduardo Domingues Barbosa
Major PM Giovani de Sousa Silva
Capitão PM Lívia Neide de Azevedo Alves
Capitão PM Eduardo Felisberto Alves
Capitão PM Arnaldo Affonso
Capitão PM Marco Aurélio Zancanela do Carmo
Capitão PM Célio Rosa Pinto
1º Tenente PM Rodrigo Saldanha
1º Tenente PM Ricardo Luiz Amorim Gontijo Foureaux
1º Tenente PM Clênia Renata de Carvalho
1º Tenente PM João Xavier Rodrigues Júnior
2º Tenente PM Amarildo Rezende Luiz
2º Tenente PM Geraldo Mangelo de Oliveira
2º Tenente PM Geraldo Magelo de Freire Jardim
2º Tenente PM Giovani Moreira Campos
1º Sargento PM Antônio Geraldo Alves Siqueira
1º Sargento PM Fábio Luiz Alves Belico
3º Sargento PM Márcia Daniela Bandeira Silva
3º Sargento PM Fernando Luiz Fidelis
3º Sargento PM Nadja Alves de Sousa
Cabo PM Elias Sabino Soares
Soldado PM Leonardo Giori de Oliveira
Soldado PM Aline Vanessa Alves
Pedagoga Isabel Cristina de Paiva Moreira Nazareth
Professor Hugo de Moura
Professora Maria Sílvia Santos Fiúza
LISTA DE SIGLAS
AGE - Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais
APM - Academia de Polícia Militar
BIR - Boletim Interno Reservado
BO - Boletim de Ocorrência
BRAM - Boletim Reservado Administrativo de Material
CMB - Centro de Material Bélico
COTER - Comando de Operações Terrestres do Exército Brasileiro
CPARM - Comissão Permanente de Avaliação e Recebimento de Materiais
DAE - Documento de Arrecadação Estadual
DAL - Diretoria de Apoio Logístico
EB - Exército Brasileiro
EMPM - Estado-Maior da Polícia Militar
IPM - Inquérito Policial Militar
IT - Inquérito Técnico
PARO - Plano para Aplicação de Recursos Orçamentários
PEAF - Porte Especial de Armas de Fogo
PMMG - Polícia Militar de Minas Gerais
RAME - Reserva de Armas, Munições e Equipamentos
REDS - Relatório de Evento de Defesa Social
RIT - Relatório de Informações Técnicas
SAAM/PM - Sistema de Administração de Armas e Munições da PMMG
SAS - Seção de Assistência à Saúde
SAT - Seção de Armamento e Tiro
SCPPO - Superintendência Central de Planejamento e Programação Orçamentária
SIAD - Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços
SIAFI - Sistema Informatizado de Administração de Finanças
SIGMA - Sistema de Gerenciamento Militar de Armas
SOFI - Seção de Orçamento e Finanças
SRH - Seção de Recursos Humanos
UA - Unidade Administrativa
UE - Unidade de Execução
UEOp - Unidade de Execução Operacional
SAE - “Society of Automotive Engineers” - Especificação de Óleos
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Missão

Assegurar a dignidade da pessoa humana, as liberdades e os direitos


fundamentais, contribuindo para a paz social e para tornar Minas o
melhor Estado para se viver.

Visão

Sermos excelentes na promoção das liberdades e dos direitos


fundamentais, motivo de orgulho do povo mineiro.

Valores

 Respeito aos direitos fundamentais e valorização das pessoas;

 Ética e Transparência;

 Excelência e representatividade Institucional;

 Disciplina e Inovação;

 Liderança e Participação;

 Coragem e Justiça.

8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 – Fluxograma para aquisição de material....................................37
FIGURA 2 – Desmontagem de 1º escalão........................................................53
FIGURA 3 – Desmontagem de 2º escalão........................................................54
FIGURA 4 – Desmontagem completa de 3º escalão....................................55
FIGURA 5 – Material de limpeza para armas curtas.....................................57
FIGURA 6 – Material de limpeza para armas curtas e longas....................58
FIGURA 7 – Material de limpeza para armas calibre 12..............................58
FIGURA 8 – Escova cilíndrica de crina de cavalo...........................................59
FIGURA 9 – Escova cilíndrica em fósforo-bronze..........................................60
FIGURA 10 – Ferramentas para remoção de resíduos.................................62
FIGURA 11 – Forma correta de lubrificação.....................................................64
FIGURA 12 – Forma incorreta de lubrificação.................................................64
FIGURA 13 – Utilização de escova para remoção de resíduos no
alojamento do carregador...........................................................65
FIGURA 14 – Utilização de escova para remoção de resíduos
na rampa do carregamento........................................................66
FIGURA 15 – Utilização de escova para limpeza de trilhos, frestas,
ângulos e quinas.............................................................................66
FIGURA 16 – Utilização de escova para limpeza de trilhos, frestas,
ângulos e quinas.............................................................................67
FIGURA 17 – Utilização de pano para remoção de resíduos.....................67
FIGURA 18 – Divisão do estande de tiro.........................................................145
FIGURA 19 – Disposição do pára-balas no estande de tiro.....................146
QUADRO 1 – Vida útil do cano nas armas utilizadas pela PMMG............83
TABELA 1 – Classificação da vida útil da munição.........................................85
LISTA DE DEFINIÇÕES
Acervo patrimonial histórico: é todo o material, de consumo ou patrimônio,
existente na Instituição, destinado aos Museus. Possuem controle específico
no Sistema informatizado.

Acidente de tiro: É toda ocorrência que envolva armamento e/ou munição,


que produza um ou a combinação dos seguintes casos:
- dano ou avaria na arma;
- dano ou avaria da munição;
- ferimento ou morte de pessoa ou semovente;
- dano ou avaria de qualquer material pertencente à PMMG;
- dano ou avaria de qualquer material pertencente a terceiros.
Ajustagem: é a operação que consiste em adaptar entre si as superfícies que
trabalhem em contato, a fim de obter melhores condições de funcionamento,
de acordo com as prescrições dos manuais técnicos.

Alienação: operação de transferência do direito de propriedade do material,


mediante venda, permuta ou doação.

Arma: artefato que tem por objetivo causar dano, permanente ou não, a
seres vivos e coisas.
Arma de porte: arma de fogo de dimensões e peso reduzidos, que pode
ser portada por um indivíduo, em um coldre, e disparada, comodamente,
com somente uma das mãos pelo atirador; enquadram-se, nesta definição,
pistolas, revólveres e garruchas.

Arma portátil: arma cujo peso e dimensões permitem que seja transportada
por um único homem, mas não conduzida em um coldre, exigindo, em
situações normais, ambas as mãos para a realização eficiente do disparo.

Armazenagem: é a fase da atividade de suprimento que compreende as


operações destinadas à triagem e estocagem dos suprimentos, a fim de
distribuí-los oportunamente.
Boletim Reservado Administrativo de Material (BRAM): é o documento
informatizado, dividido em grupos de materiais, cadastrados no Catálogo de
Materiais da Corporação, módulo do Sistema Informatizado de Controle de
Material, no qual as Forças Auxiliares apresentam à IGPM as movimentações
de carga ocorridas.
Cadastro de materiais da Polícia Militar: é o registro detalhado
informatizado de todos os materiais utilizados pela Corporação.
Cadeia de suprimento: é o conjunto de órgãos (direção e execução) que,
articulados entre si, acionam o sistema de suprimento.

Calibragem: é a operação que visa a determinar, verificar ou retificar as


folgas de um instrumento, de uma arma, de um sistema de arma ou de um
de seus componentes.

Carga patrimonial: é todo o material, permanente ou de consumo, existente


em determinada Unidade.

Carregamento misto: É a utilização simultânea no mesmo carregador e/


ou armamento, de munições convencionais, de treinamento e/ou não-letais.

Classes de materiais: constituem-se em subdivisões dos grupos, reunindo-


os segundo sua finalidade específica.

Comissão de licitação: é um colegiado integrado por, no mínimo, três


membros, com a finalidade de habilitar firmas, abrir e julgar propostas nas
licitações, nos moldes da legislação vigente.

Compras: é a aquisição de material mediante pagamento, podendo ser


centralizado ou não, de acordo com os interesses da corporação e o tipo de
material a ser adquirido.
Conservação: é o conjunto de operações, realizadas durante o trato diário
com o material, através de cuidados no manuseio, na verificação, na limpeza
e lubrificação.

DAE: Documento de Arrecadação Estadual utilizado para efetuar o


pagamento e/ou recolhimento de impostos, taxas e outras receitas estaduais.

Descarga de material: é o encerramento da vida patrimonial de material


permanente, com a retirada do mesmo da carga da Unidade ou da
Corporação, através de procedimentos próprios para esta finalidade.
Distribuição: compreende o conjunto de operações destinadas a entregar,
com oportunidade, os suprimentos aos consumidores.
Doação: é a transmissão de bens móveis, imóveis e semoventes, sem ônus
para as partes, através de entidades públicas, privadas, pessoa física e/ou
jurídica.

Doação para pagamento de material extraviado: é uma forma de


aquisição de bem material, na qual o doador assim procede para ressarcir
ao patrimônio público bem material extraviado, que tinha sob sua guarda.
Dotação: quantidade de determinado material, cuja posse pelas Polícias
Militares é autorizada pelo Ministério do Exército, visando ao perfeito
cumprimento de suas missões.
Dotação de armamento: é a quantidade de armas expressa por um
percentual incidente sobre o efetivo.

Dotação de material: é a quantidade determinada de meios materiais


atribuídos a uma Unidade.

Dotação de munição: é a quantidade de munição expressa em número de


cartuchos por arma que determinada Unidade deve manter em seu poder,
para atender suas necessidades.

Empenho: é o ato emanado da autoridade competente que cria para o


Poder Público a obrigação de pagamento.
Escalões da manutenção: são as categorias e os órgãos encarregados da
manutenção, e são classificados do 1º ao 4º escalão.
Escrituração: ato de efetuar o lançamento, em ferramenta própria, das
informações contidas em documentos relativos ao bem patrimonial.
Fiscalização: ato ou efeito de observar, examinar e inspecionar as Polícias
Militares, com vistas ao perfeito cumprimento das disposições legais,
estabelecidas pela União. É realizada pelo Exército Brasileiro.

Grupo de materiais: compreendem os diversos conjuntos, segundo a sua


finalidade genérica.

Guia: é o documento que ampara a movimentação externa de material da


Polícia Militar.

Guia de distribuição: é o documento através do qual os Centros (CMB, CMI,


CTT e CTS) da Corporação movimentam os materiais para as Unidades, seja
atendendo requisições ou em cumprimento aos planos de distribuição,
previamente estabelecidos.

Guia de recolhimento: é o documento que ampara o recolhimento de


material ao Centro de Suprimento, pelas Unidades.

Guia de transferência: é o documento através do qual as Unidades


transferem, entre si, os materiais que forem objeto de acerto.
IGPM: Inspetoria Geral das Polícias Militares, subordinada à 3ª Sub-Chefia
do COTER, com a missão de coordenar e conduzir, no âmbito do Exército
Brasileiro, como órgão central, as ações de coordenação e controle das
polícias militares e corpos de bombeiros militares, de acordo com a legislação
vigente. A fiscalização é feita com o controle da organização e legislação, dos
efetivos e de todo material bélico de Polícia Militar.

Imperícia: ocorre a partir do despreparo do agente em exercer determinada


função onde conhecimentos técnicos são inescusáveis para o sucesso da
atividade ou profissão.
Como exemplo, cita-se o leigo que exerce artes medicinais. Se o seu
procedimento culminasse em prejuízo ou dano para alguém, demonstraria
imperícia.

Imprudência: aquele que, através de uma conduta, afasta-se do mínimo


que a apropriada diligência exige.
O exemplo clássico é o de excesso de velocidade perpetrado por motorista
em noite chuvosa.

Incidente de tiro: É a interrupção do tiro resultante de uma ação imperfeita


de parte, conjunto, subconjunto, órgão ou peça da arma ou, ainda, de falha
de munição.

Inspeção: é o ato de verificar a disponibilidade do material e detectar falhas


elétricas, mecânicas ou de fabricação, etc.

Limpeza: é a atividade que visa a manter o material livre de resíduo de tiro,


de ferrugem, de graxa, de poeira e outros corpos estranhos.

Manutenção: é a atividade logística que compreende as ações executadas


para manter em condições de uso o material ou revertê-lo a essa situação.

Manutenção corretiva: é aquela destinada à correção de falhas no


equipamento.

Manutenção corretiva não planejada: é aquela que realiza a correção


da falha de maneira aleatória, ou seja, a correção da falha ou desempenho
menor que o esperado, após a ocorrência do fato (não previsível).

Manutenção corretiva planejada: é a correção que se faz em função de um


acompanhamento preditivo.
Manutenção orgânica: é o conjunto de operações, realizadas no trato diário
do material, através de cuidados no manuseio correto, nas verificações, na
limpeza e lubrificação, compreendendo os 1º e 2º escalões de manutenção.

Manutenção preditiva: é um conjunto de atividades de acompanhamento


das variáveis ou parâmetros que indicam a performance ou desempenho
dos equipamentos, de modo sistemático, visando a definir a necessidade ou
não de intervenção.

Manutenção preventiva: é a manutenção realizada para reduzir ou evitar


falha ou queda de desempenho, obedecendo a um planejamento baseado
em intervalos definidos de tempo.

Mapa-carga ou Termo de Responsabilidade Total: é o documento


informatizado que, dividido em grupos e classes de materiais, retrata a
situação da carga da Unidade em quantidade e valores.

Material: é a designação genérica das necessidades da Administração, tais


como máquinas, ferramentas, peças, acessórios, semoventes etc.

Material Bélico Controlado (MBC): é toda munição e todo Material Bélico


(MB), especificado como tal, no Regulamento para Fiscalização de Produtos
Controlados (R-105).

Material Bélico de Polícia Militar: todo o material necessário às Policias


Militares para o desempenho de suas atribuições específicas nas ações de
Defesa Interna e de Defesa Territorial.
Compreendem-se, como tal:
armamento;
munição;
material de Motomecanização;
material de Comunicações;
material de Guerra Química;
material de Engenharia de Campanha.
Não se deve excluir do rol acima, cuja transcrição não é taxativa, as
aeronaves e embarcações que, porventura, façam parte do material
empregado pelas PM.

Material Controlado: são todos os materiais que não se enquadram como


MBC e MNC, e que devem ter rígido controle de seu estoque, distribuição
e descarga, por terem relativo período de durabilidade, apesar de não se
constituírem em material permanente. São os equipamentos e apetrechos,
de um modo geral.
Material de Consumo Controlado: é aquele cuja utilização esteja
vinculada aos prazos de validade ou tempo estimado de uso, que implique
o recolhimento do material inservível ao CMB, e cuja descarga deva ser
precedida de autorização da DAL.

Material de Consumo: é aquele que, com o uso, perde sua identidade física
e cuja duração seja normalmente inferior a 02 (dois) anos. Em alguns casos,
materiais que apresentam durabilidade superior a dois anos poderão ser
classificados pela DAL como material de consumo. Exemplo: algemas de
punho e tornozelo.

Material Não Controlado (MNC): são todos os sobressalentes e acessórios,


quando considerados em separado, ou individualmente, artigos de limpeza
de armamento, ferramentas, etc.

Material Permanente: é aquele que não perde, com o uso, sua identidade
física, e cuja duração seja normalmente superior a 02 (dois) anos.

Movimentação de material: é o deslocamento de material, de um local


para outro, caracterizado pela substituição de responsáveis totais ou parciais
sobre ele. Pode ser interna ou externa.
Movimentação externa: é o deslocamento de material de uma Unidade
para outra, ou de um Centro de Material para uma ou mais Unidades, ou,
ainda, destas para o Centro de Material. Caracteriza-se pela substituição do
responsável total sobre o material movimentado.

Munição: artefato completo, pronto para carregamento e disparo de uma


arma de fogo, cujo efeito desejado pode ser: destruição, iluminação ou
ocultamento do alvo; efeito moral sobre pessoal; exercício; manejo; e outros
efeitos especiais.

Negligência: situação em que o agente, na prática de procedimento,


revele e caracterize omissão, em prejuízo de uma atitude que deveria ser
originalmente positiva.
Exemplifica-se como aquele enfermeiro que deveria realizar a troca diária de
ataduras no ferido, e, não o fazendo, agrava sua lesão.

Nível de estoque: trata das quantidades mínimas, máximas e de segurança


de cada material, dimensionadas pelo gestor de cada Projeto/Atividade.
Nota fiscal ou Fatura: é o documento comprobatório da aquisição de um
bem ou serviço, através de um fornecedor.

Órgãos Gestores: são os órgãos da Polícia Militar, encarregados da gestão


superior de projetos e/ou atividades, em consonância com as políticas
setoriais da Corporação e outras diretrizes afins.

Parecer de Descarga: é o documento preparatório da descarga de material


permanente. Só poderá ser elaborado após o parecer do Diretor de Apoio
Logístico sobre a descarga.

Parecer de Recebimento: é o documento através do qual os bens materiais


são registrados na carga ou no estoque de material da Unidade, passando a
ser controlados pela Corporação.

Parecer Técnico (1): nome dado ao relatório que resulta de uma verificação
de arma envolvida em acidente de tiro, da avaliação do material extraviado,
encontrado ou quando determinado pela DAL, em decorrência da avaliação
de RIT. É elaborado pela equipe técnica do CMB.
(2): é o documento emitido por técnico ou perito que instrui os processos
de aquisição de material por produção própria, ou os processos de descarga
de material por inservibilidade.

Patrimônio: conjunto de todos os bens, valores, direitos e obrigações


apreciáveis pecuniariamente. Pode ser bem móvel, imóvel ou semovente.

Permuta: é a forma de aquisição de bens móveis, imóveis e semoventes,


decorrentes de troca recíproca entre as partes, observada a legislação
vigente.

Planejamento: conjunto de atividades, metodicamente desenvolvidas, para


esquematizar a solução de um problema, comportando a seleção da melhor
alternativa e o ordenamento, competentemente avaliado e reajustado, do
emprego dos meios disponíveis para atingir os objetivos estabelecidos.
Produção própria: é a forma de aquisição de bens móveis, imóveis e
semoventes na qual tal material é produzido, criado, gerado, elaborado,
construído ou transformado pela própria Corporação, com seus recursos
técnicos e materiais.
Programa Especial de Reequipamento das Polícias Militares (PERPM): é
o ato de colaboração entre o Exército Brasileiro e a Polícia Militar através do
qual o primeiro cede, para o uso desta Corporação, bens materiais.
Recebimento: é a atividade que implica a conferência do material recebido,
de acordo com a legislação e normas em vigor.

Recibo de Material: é o documento que ampara a movimentação interna


de material nas Unidades.

Recibo por Empréstimo: é o documento informatizado que ampara a


cessão, de uso temporário, de material permanente e/ou de consumo, a
integrante da Corporação, ou a movimentação de material de consumo
controlado. O recibo por empréstimo atribui responsabilidade parcial ao
detentor do material nele constante, devendo ser renovado quando se fizer
necessário, com a apresentação do bem.

Recolhimento mediante guia de transferência informatizada: ampara


o recolhimento ao CMB, de material permanente ou, desde que conste a
determinação de confecção de guia na ordem de recolhimento, de material
de consumo controlado.

Recuperação: é o ato de retornar o material ao estado de novo, pela


desmontagem do todo para determinar o estado de cada peça componente,
e a montagem posterior, utilizando peças, subconjuntos ou conjuntos novos,
recuperados ou em bom estado, através de atividades industriais.

Regulagem: é a operação que consiste em recolocar peças, subconjuntos


ou conjuntos, com folgas nas medidas ou indicações prescritas nos manuais
técnicos.

Remanejamento: dá-se após o recolhimento do material ao CMB, ou pela


ordem para o deslocamento interno do material de uma Unidade para outra,
caracterizada pela substituição de responsáveis sobre ele.

Reparação: é o ato de retornar o material ao estado de disponível, pela


substituição de peças ou por outra ação necessária, incluindo a soldagem,
esmerilhamento, a rebitagem, a usinagem, a regulagem, desempenamento
e a fosfatização.

Requisição de Materiais: é o documento informatizado, destinado à


solicitação de materiais, no âmbito de uma Unidade.

Requisição: é o documento de solicitação de material, aos detentores deste,


no âmbito da Corporação.
Responsabilidade parcial: é a responsabilidade decorrente da guarda e
administração de parte da carga patrimonial de uma Unidade.

Responsabilidade total: é a responsabilidade decorrente da guarda e


administração de toda a carga patrimonial de uma Unidade.

Serviço de Manutenção: é o conjunto de operações, realizadas pelo CMB,


através de ajustagem, regulagem, reparação e recuperação, que compreende
o 3º escalão de manutenção.

Sistema de Administração de Armas e Munições da PMMG (SAAM/


PM): Trata-se de ferramenta de controle informatizado, onde são lançados
os dados correlatos à aquisição, transferência e a eventual impedimento
de arma e/ou munição pertencente ao militar, pela Unidade a que estiver
vinculado, conforme orientações expedidas pela DAL.

Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (SIGMA): Trata-se de uma


ferramenta informatizada criada pelo Exército, com o objetivo de manter em
um banco de dados o cadastro, em âmbito nacional, de todas as armas do
patrimônio das Forças Armadas e Auxiliares e as particulares dos militares,
colecionadores, caçadores e atiradores.

Sistema de suprimento: é o conjunto integrado de pessoal, instalações,


princípios, características, normas, métodos, processos, técnicas e
procedimentos, objetivando suprir, na quantidade exata, na qualidade
requerida, no momento preciso, no local certo e na forma mais econômica.

Substituição: é o ato de trocar peças, subconjuntos ou conjuntos


indisponíveis.

Substituição do material bélico: é a alocação do material no mesmo tipo e


quantidade do exemplar recolhido ou descarregado.
Suprimento: é colocar o material nos diversos pontos de consumo, na
qualidade, quantidade e oportunidade devidas.
Termo de Alienação: é o documento que efetiva a descarga de material
permanente, quando o destino final deste é uma alienação pela própria
Polícia Militar.

Termo de Baixa: é o documento que efetiva e confirma a descarga de


material permanente. Só poderá ser elaborado após o Parecer do Diretor de
Apoio Logístico sobre a descarga.
Termo de Cessão de Uso: é o documento que comprova a colocação de
móveis e/ou imóveis à disposição da Corporação, sem vínculo financeiro,
ou permuta, por prazo determinado, implicando a devolução após sua
utilização.

Termo de convênio: é o acordo de cooperação mútua, firmado entre


entidades públicas, ou entre estas e organizações particulares, para
realizações de objetos de interesse comum dos partícipes.

Termo de Devolução em Convênio: é o documento que efetiva a descarga


de material permanente, quando o destino final deste é a devolução por
término de convênio.

Termo de Exame e Averiguação: é o documento informatizado que efetiva


o exame, realizado pela Comissão Permanente de Avaliação de Material, em
determinado material.

Termo de Incineração/Destruição: é o documento que efetiva a descarga


de material permanente, quando o destino final deste é uma incineração/
destruição.

Termo de Responsabilidade Parcial: é o documento informatizado que


contém todo o material permanente de cada seção ou fração, no âmbito
de uma Unidade. Deve ser assinado, em duas vias, pelo chefe da seção ou
fração a que se refere, devendo uma via permanecer em poder do detentor
e a outra arquivada no almoxarifado da Unidade.

Teste: é o ato de verificar a disponibilidade do material e detectar falhas


elétricas, mecânicas ou de fabricação.

Vida útil: expressa a durabilidade do armamento e munição.

Visita do Exército: ato por meio do qual a autoridade competente estabelece


contatos pessoais com os Comandos de Polícias Militares, visando a obter,
por troca de idéias e informações, uniformidade de conceitos e de ações que
facilitem o perfeito cumprimento, pelas Polícias Militares, da legislação e das
normas baixadas pela União.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................27
2 SUPRIMENTO...................................................................................33
2.1 Cadeia de suprimento.....................................................................................33
2.2 Obtenção do armamento e munição.........................................................35
2.2.1 Aquisição centralizada.................................................................................37
2.2.2 Aquisição não centralizada realizada pelas Unidades Executoras..........42
2.3 Armazenamento................................................................................................42
2.4 Descarga...............................................................................................................46
3 MANUTENÇÃO.................................................................................51
3.1 Manutenção orgânica.....................................................................................52
3.1.1 Primeiro Escalão.............................................................................................52
3.1.2 Segundo Escalão...........................................................................................53
3.2 Manutenção de serviço..................................................................................54
3.2.1 Terceiro Escalão..............................................................................................54
3.2.2 Quarto Escalão................................................................................................55
3.3 Visitas Técnicas..................................................................................................55
3.4 Plano Anual de Manutenção Preventiva da Unidade.........................56
3.5 Procedimentos de limpeza............................................................................57
3.5.1 Primeira fase: limpeza seca ......................................................................59
3.5.2 Segunda fase: limpeza com solventes ou lavagem do armamento.......60
3.5.2.1 Ferramenta de limpeza.............................................................................61
3.5.2.2 Ferramentas para remoção de resíduos soltos...............................61
3.5.3 Terceira fase: lubrificação...........................................................................62
3.6 Manutenção do armamento em depósito no CMB e nas SAT..........64
3.6.1 Armamento em depósito..........................................................................64
3.6.2 Armamento em uso esporádico..............................................................65
3.6.3 Armamento em uso diário..........................................................................65
3.6.4 Preparação do armamento para o treinamento com arma de fogo.........65
3.6.5 Cuidados especiais......................................................................................67
3.7 Planejamento da Manutenção.....................................................................69
3.8 Responsabilidades...........................................................................................70
3.8.1 Comando da Unidade..................................................................................70
3.8.2 Agente de coordenação e controle.........................................................70
3.8.3 Seção de Armamento e Tiro (SAT)..........................................................70
3.8.4 Diretoria de Apoio Logístico - DAL..........................................................71
3.8.5 Centro de Material Bélico............................................................................72
4 CONTROLE.......................................................................................75
4.1 Material Bélico...................................................................................................75
4.2 Competência do Controle.............................................................................76
4.3 Instrumentos de controle.............................................................................79
4.4 Medidas de controle........................................................................................80
4.5 Controle da vida útil do armamento..........................................................82
4.6 Medidas de segurança....................................................................................83
4.7 Classificação e controle da munição para armas de fogo................85
4.8 Munição química e espargidores...............................................................86
4.9 Relatório de Informações Técnicas (RIT)..................................................89
4.10 Recolhimento, substituição e alienação.................................................90
4.10.1 Recolhimento de material de consumo.............................................92
4.10.2 Recolhimento de material permanente.............................................92
4.10.3 Substituição.................................................................................................93
4.11 Alienação...........................................................................................................93
5 PREJUÍSOS, INDUTAÇÕES E INDENIZAÇÕES.................................97
5.1 Extravio.................................................................................................................97
5.2 Imputações..........................................................................................................97
5.3 Indenização do material extraviado...........................................................98
5.4 Danos ou inservibilidade de armamento...............................................100
5.5 Reembolso após a localização de material extraviado......................100
5.6 Atualização de preços....................................................................................102
6 INQUERITO TÉCNICO.....................................................................105
6.1 Procedimentos da unidade encarregada..............................................106
6.2 Instruções para fazer o IT............................................................................106
6.3 Organização dos trabalhos.........................................................................107
6.4 Classificação de causas.................................................................................107
6.5 Imputação de responsabilidade................................................................108
6.6 Homologação...................................................................................................108
7 UTILIZAÇÃO DO ARMAMENTO DA PMMG..................................111
7.1 Acondicionamento........................................................................................111
7.2 Transporte..........................................................................................................112
7.3 Acondicionamento de armamento ou munição de propriedade
particular do militar.........................................................................................112
7.4 Reserva tática...................................................................................................113
7.5 Controle do armamento apreendido ou à disposição da justiça............113
7.6 Regras para o manejo...................................................................................114
7.7 Uso operacional do armamento portátil...............................................114
7.8 Uso operacional do armamento de porte.............................................115
7.9 Responsabilidades do militar antes do turno de serviço.................115
7.10 Responsabilidades do militar após o turno de serviço..................115
7.11 Doação............................................................................................................115
7.12 Cessão de armamento pertencente ao acervo patrimonial.........116
7.13 Cadastro do armamento pertencente ao acervo patrimonial......116
ANEXO “A” TERMO DE COMPROMISSO..........................................................118
ANEXO “B” INQUÉRITO TÉCNICO........................................................................120
ANEXO “C” PARECER TÉCNICO............................................................................127
ANEXO “D” RELATÓRIO DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS (RIT)....................130
ANEXO “E” TERMO DE EXAME E AVERIGUAÇÃO DE MATERIAL...............134
ANEXO “F” TERMO DE DOAÇÃO........................................................................138
ANEXO “G” ESTANDE DE TIRO...........................................................................142
REFERÊNCIAS........................................................................................................153
REFERÊNCIAS

PARTE 1

INTRODUÇÃO
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

1 INTRODUÇÃO
A administração de qualquer atividade demanda organização e
métodos adequados, a fim de que os recursos empregados sejam
potencializados, ou seja, aproveitados ao máximo, sem prejuízo da
eficiência e eficácia.

Para planejar e efetivar a gestão de materiais, o administrador


deve racionalizar e otimizar os recursos disponíveis. O controle é
fundamental e, portanto, torna-se imprescindível a capacitação de
pessoal, com constante aperfeiçoamento, de forma a permitir que
não haja desvio do propósito estabelecido.

A constante evolução, o consumo, as exigências dos consumidores,


o mercado concorrente e as novas tecnologias deram novo impulso
à Administração de Materiais, fazendo com que ela fosse vista como
uma arte e uma ciência das mais importantes para o alcance dos
objetivos de uma organização.

Os fatos mais marcantes e que comprovaram a necessidade de os


materiais serem administrados racionalmente foram, sem dúvida,
as Guerras Mundiais e o empreendimento de Napoleão Bonaparte,
em suas conquistas. Em todos os embates ficou comprovado que
o fator abastecimento ou suprimento se constituiu em elemento
de vital importância e que determinou o sucesso, ou não, dos
empreendimentos. Soldados e estratégias, por mais eficazes que
fossem, eram insuficientes para o alcance dos resultados esperados.
Munições, equipamentos, víveres, vestuários adequados e
combustíveis serão sempre necessários; mas no momento oportuno
e no local certo. Isso quer dizer que administrar materiais é como
administrar informações: quem os tem quando necessita, no local
e na quantidade necessária, possui ampla possibilidade de ser bem
sucedido (Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Lins,
2005, p. 4).

A Administração de Materiais é entendida como um conjunto


de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma
centralizada ou não, destinado a suprir as diversas Unidades, com
os materiais necessários ao desempenho normal das respectivas
atribuições. A gerência desses materiais deve estar contida na
filosofia de qualquer empresa ou instituição e em sua organização,

27
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

pois administrar materiais é fazer um exercício de provedor, analista,


pesquisador e gestor. É, acima de tudo, colocar a empresa como um
organismo viável a todos que dela participam.

Nesse sentido, enfatiza-se que a área de materiais não pode sujeitar-


se a nenhuma outra. Na realidade, talvez à área de materiais deva
ser dedicada uma atenção ainda maior do que a que se costuma
dedicar, visto que ela pode atuar como balizadora dos conflitos que
passam pelos seus domínios, agindo, inclusive, com alto poder de
interferência em todas as outras áreas da Instituição.

Para que toda esta engrenagem se desenvolva perfeitamente, é


preciso que os administradores tenham o controle daquilo que lhe
é disponível, acompanhando as atividades da Corporação de modo
a assegurar “[...] o recebimento, a compreensão e o cumprimento
das decisões do escalão superior pela Unidade considerada,
possibilitando, ainda, identificar e corrigir desvios”. (MINAS GERAIS,
2002, p. 90).

O controle interno, exercido pela própria Instituição, visa a assegurar


a qualidade da prestação de serviços, acompanhando a execução
dos planos e ordens, para avaliar os resultados alcançados e criar
condições que assegurem a eficácia do controle externo. Nele são
examinadas as atividades de rotina desenvolvidas pela Instituição,
a fim de garantir que todas as ações e operações sejam executadas
em obediência ao princípio da legalidade e da doutrina vigente,
observando-se os seguintes aspectos:

- Preventivo, que objetiva dissuadir e evitar erros e omissões;

- Corretivo, que se destina a detectar e corrigir desvios;

- Construtivo, que, determinadas as causas dos erros, busca alocar


recursos adequados para erradicá-las.

Já o controle externo é tratado em normas específicas dos órgãos


legalmente encarregados do controle das atividades administrativas
do armamento, no caso, o Exército Brasileiro.

Este Manual aborda sobre a administração dos armamentos e


munições na PMMG e traz orientações que devem ser efetivamente

28
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

aplicadas. Visa a instrumentalizar, com embasamento legal, técnico e


metodológico, o responsável pelo apoio logístico (P/4 da Unidade e
da Região), o Chefe da SAT, Almoxarife e demais membros que fazem
gestão sobre a administração de armamento e munições.

Dessa forma, tem como finalidade orientar a gestão dos


procedimentos de suprimento, manutenção, controle, recolhimento,
substituição e alienação, prejuízos e imputações, porte de armas de
fogo institucionais, em serviço e fora dele, além de orientar sobre o
uso dos estandes de tiro e a elaboração de inquérito técnico.

É sabido que a gestão logística exige providências incisivas, por


meio de meticuloso planejamento e segura execução, bem como
definições quanto a prioridades, prazos e recursos, para que os
obstáculos sejam enfrentados com medidas específicas e pontuais.

Nesse contexto, este Manual proporciona aos responsáveis


pela administração do armamento as condições necessárias
e indispensáveis para planejar, organizar, dirigir e controlar a
quantidade e o uso do armamento, da munição e do estande, de
forma a garantir a continuidade e presteza para o bom desempenho
das Unidades.

29
REFERÊNCIAS

PARTE 2

SUPRIMENTO
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

2 SUPRIMENTO
O serviço policial-militar depende, necessariamente, de um aporte
material, sem o qual não obterá êxito ou ficará aquém do desejado. A
atividade operacional não subsiste sem apoio eficiente, desempenhado
pela logística, que possui seu próprio ciclo e exige fundamental
entendimento, para melhor desempenho da Corporação.

A determinação das necessidades de materiais para o trabalho


policial-militar surge da verificação diária do que deverá ser usado
para torná-lo mais fácil e produtivo. A demanda pode ser gerada pela
Unidade de Execução Operacional (UEOp) ou pela administração
em nível estratégico, em face da dotação existente e das projeções
futuras de necessidades e recursos.

Nesse contexto, pode-se definir “suprimento” como o material


administrado, movimentado, armazenado, processado e transportado
pela logística. É com base nas características dos suprimentos que
a logística define seus parâmetros de funcionamento e recursos
necessários para gestão.

2.1 Cadeia de suprimento

Cadeia de suprimento é o conjunto de materiais necessários para


o funcionamento de uma organização, inclui desde a obtenção da
matéria-prima até a entrega do produto final, além do retorno de
materiais, como descarte após o uso ou inservibilidade.

Na PMMG é a atividade logística que trata do provimento das


Unidades que necessitam do material para o desenvolvimento de suas
atividades, direta ou indiretamente. Tem como função disponibilizar
o material ou o crédito para sua aquisição, nos diversos pontos de
consumo, na qualidade, quantidade e oportunidade adequadas.

Existem dois modos de se efetuar o suprimento: automático e a pedido.


O automático ocorre independentemente da solicitação das Unidades,
mediante atendimento do estoque mínimo previsto no Sistema Integrado
de Administração de Materiais e Serviços (SIAD). Para o suprimento a
pedido, o material é solicitado através de uma requisição1 à Diretoria de

1 Requisição: é o documento de solicitação de material, aos detentores destes, no âmbito da


Corporação.

33
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Apoio Logístico (DAL). No caso de suprimento a pedido por repasse


de crédito, a Unidade fará a solicitação ao gestor orçamentário, de
acordo com o Plano de Aplicação de Recursos Orçamentários (PARO),
Planos de Distribuição e Instruções Técnicas Administrativas do
Estado- Maior da Polícia Militar (EMPM).

O provimento do armamento e munição é realizado por intermédio


da DAL e do CMB. No caso de a DAL suprir o CMB, o provimento
ocorre em atendimento aos pedidos daquele Centro e determinações
do EMPM, obedecidas as respectivas dotações quanto ao material de
consumo e transformação.

Quando é preciso que o CMB supra as Unidades, tal provimento ocorre


por ordem da DAL, quando se tratar de material permanente comum
ou especializado (armamento convencional ou químico, munição
convencional ou química, explosivos), obedecidas as dotações, ou,
obedecidas as dotações específicas, no caso de equipamentos de
controle de tumulto (tonfa, algemas, coletes à prova de balas, escudo
de fibra de vidro, entre outros).

A demanda de armamento, munição e materiais para limpeza


de armas, treinamento com arma de fogo, entre outros, pode ser
suprida pela própria Unidade ou pelo gestor, que no caso é a DAL
e seus Centros. Na Unidade, o Chefe da SAT, por meio dos controles
de estoque e planejamentos, deverá solicitar ao P/4 da Unidade que,
nos casos de materiais que não tenham a aquisição concentrada
determinada pelo PARO, demandará a aquisição ao Almoxarife.

A dotação das Unidades em separado será fixada pelo EMPM e


baseada no emprego operacional. A dotação de munição recarregada
para treinamento é determinada anualmente pela APM, com base na
demanda de treinamento e levando-se em consideração os recursos
disponibilizados pelo Estado para custeio. O controle, a fiscalização do
estoque e o suprimento será sempre atribuição do EMPM, da DAL, da
Região e da Unidade, em seus respectivos níveis de atuação.

A DAL fiscaliza os diversos níveis de estocagem de material de


aplicação (sobressalentes e acessórios), de transformação (matérias-
primas) e de consumo (material de limpeza, conservação e
lubrificação, treinamento com arma de fogo, entre outros) do CMB
e das Unidades, com base nas propostas por eles apresentadas,

34
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

nos dados estatísticos e nas orientações do Comando de Operações


Terrestres (COTER).

O material em poder de cada policial de forma permanente será


controlado no SIAD na situação de co-responsabilidade em relação
ao responsável total ou parcial por aquele bem.

As necessidades são calculadas com base nas dotações máximas,


fixadas pelo COTER, por intermédio da Inspetoria Geral das Polícias
Militares (IGPM). O EMPM baseará os seus planejamentos de aquisição
de armamento e munição a partir da relação entre o nível de dotação
e o nível patrimonial. Para os materiais não controlados serão adotadas
tabelas específicas de nível de dotação.

Nenhuma Unidade poderá ter nível de estoque maior do que o


nível de dotação previsto. As aquisições de armamento e munição
somente serão procedidas quando atenderem aos objetivos da
cadeia de suprimento. As Unidades de Execução Operacional não
podem adquirir armamento e munição - atividade específica da DAL
- e nem incluí-los em carga sem a respectiva guia2 de distribuição ou
transferência do sistema informatizado de controle de materiais.

2.2 Obtenção do armamento e munição

A obtenção de armamento e munição pela Corporação ocorre das


seguintes formas:

a) convênio: pode surgir da iniciativa de empresas privadas,


instituições ou órgãos públicos, que fornecerão o crédito para a
PMMG, o qual será descentralizado ao CMB para fazer a aquisição
do armamento ou munição;

b) cessão de uso e Programa Especial de Reequipamento


das Polícias Militares (PERPM): normalmente realizada com o
Exército Brasileiro, obedecidas as necessidades da Corporação, a
disponibilidade de material e as dotações fixadas pelo COTER;

2 Guia de distribuição: é o documento por meio do qual os Centros da Corporação


movimentam os materiais para as Unidades, seja atendendo a requisições ou em
cumprimento aos planos de distribuição previamente estabelecidos. Guia de
recolhimento: documento que ampara o recolhimento de material aos Centros de
suprimento, pelas UE.

35
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

c) produção própria: caracterizada especificamente pelo sistema


de recarga de munições para emprego no treinamento de tropa,
por intermédio da Seção de Recarga, que faz parte do CMB e conta
com máquinas de funcionamento pneumático (acionadas por ar
comprimido) para efetuar automaticamente várias operações:

- os estojos usados são lavados, secos e vão para a primeira


máquina onde são desespoletados e calibrados externamente;

- retornam para uma segunda lavagem e secagem, onde ocorre a


limpeza do alojamento da espoleta;

- os estojos tratados seguem para uma máquina que irá colocar


a espoleta;

- em uma outra máquina é feita a abertura do estojo para receber


o projétil e é colocada a carga de pólvora e o projétil;

- nessas operações, principalmente no início do processo, os


estojos são analisados quanto à existência de rachaduras,
deformações e outros problemas dimensionais; os componentes
utilizados para a recarga (pólvora, projéteis, espoletas e mesmo
estojos novos) são adquiridos pelo CMB por meio de pregão
eletrônico e, se comparado ao preço da munição de fábrica,
geram economia em torno de 40% para o Estado.

d) ressarcimento de material: forma de obtenção por meio da


qual o servidor responsável pelo dano indeniza a Corporação
quando há extravio do material que tinha sob sua guarda;

e) reinclusão por recuperação; por perda/roubo: é à entrada


de material na escrita patrimonial da PMMG, que tenha sido
descarregado anteriormente por extravio, perda ou roubo,
mediante prévia avaliação técnica do CMB/DAL;

f) troca e doação de material: nesses casos, a Corporação, por


meio da DAL, deverá encaminhar ao COTER expediente contendo
suas necessidades e solicitando autorização para recebimento do
armamento; a PMMG deverá, através do EMPM informar qual órgão
fornecerá o material bélico; as obtenções por meio de doações
dependerão sempre de autorização do Comandante-Geral;

36
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

g) aquisição: a compra de armamento, munição, equipamentos


e apetrechos operacionais é realizada de forma centralizada e
descentralizada. Por tratar-se de processos complexos, os dois
tipos de aquisição serão descritos detalhadamente nos itens a
seguir.

2.2.1 Aquisição centralizada

A aquisição centralizada é aquela realizada pela PMMG e cujo


planejamento consolida as necessidades de aquisição de
determinadas Unidades ou de toda a Corporação. É realizado um
planejamento anualmente, considerando-se as reais necessidades
da Corporação e a disponibilidade de recursos, com a finalidade de
manter a padronização, a economia de recursos e impedir que verbas
deixem de ser empregadas, por haver expirado o prazo previsto para
sua utilização.

Fazem parte do processo de aquisição:

a) Legislação Autorizativa: a aquisição de armamento, munição, armamento


e munição de menor potencial ofensivo, capacete, escudo e coletes à
prova de balas obedece à sistemática prevista nas Normas para aquisição
de armas e munições do Exército Brasileiro, conforme R-105 (FIG.1).

FIGURA 1 - Fluxograma para aquisição de material.


Fonte: Adaptado de http://www.coter.eb.mil.br/html/3sch/IGPM/igpm.htm.

37
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

b) Pedido da Polícia Militar: deverá obedecer modelo próprio e manter,


para cada tipo de material, em duas vias, nomenclatura correta e
completa, quantidade pretendida e existente, tipo e características (ou
especificações), calibre (quando for o caso), nome e endereço do fabricante
ou do estabelecimento.

Quando se tratar da aquisição de munição, deve-se informar também


a arma, a que se destina (tipo, calibre e quantidade) e a quantidade da
munição similar existente na data do pedido. Em se tratando de cano,
armação e ferrolho, deve ser informado o número de série da arma que
terá a peça substituída.

Para que a compra seja executada, há necessidade de ter o crédito


orçamentário (despesa com prévio empenho). São as seguintes as origens
de crédito para aquisição:

a) recurso do Estado: oriundo do Tesouro Estadual;

b) arrecadação própria: recursos que têm origem no esforço próprio de


arrecadação da Unidade;

c) doação em espécie: o doador, pessoa natural3 ou jurídica, manifesta


interesse em doar algum material e fornece o dinheiro, o qual deverá ser
depositado em conta única do Estado, observando a legislação especifica,
por meio dos seguintes trâmites:

1) preenchimento e assinatura do Termo de Doação (Anexo “F”), por parte do


doador, após a UEOp ter verificado, na DAL, o exato valor do material;

2) parecer do comandante da Unidade de Execução (UE): caso o comandante


da UEOp seja favorável à doação, emitirá parecer em campo próprio;

3) remessa do Termo de Doação à DAL, via ofício do comandante da UE;

4) avaliação e deliberação do EMPM e da DAL: somente após a autorização


da DAL, o Tesouro Estadual disponibiliza a quantia para a Diretoria de
Finanças DF, que apropria da despesa para que o Sistema Informatizado de
Administração de Finanças (SIAFI) tenha conhecimento; neste momento é
definido se o crédito será para consumo ou capital;

3 A Lei nº 10.406/2002, o Novo Código Civil, em seu Título I estabelece a figura da Pessoa
Natural extinguindo-se a figura da pessoa física.

38
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

5) retorno da documentação à UEOp de origem;

6) se autorizada, o doador deposita o valor em banco, por meio de Documento


de Arrecadação Estadual (DAE);

7) juntada do comprovante do DAE ao processo e arquivamento na SOFI;

8) descentralização do crédito orçamentário por intermédio da PM6,


que solicita à Superintendência Central de Planejamento e Programação
Orçamentária (SCPPO) a aprovação da conta no valor correspondente,
dentro da fonte 45, ficando registrado no SIAFI o valor na conta interna
da PMMG;

9) ordem de aquisição do material pela DAL: a UEOp envia mensagem


para a PM6, Assessoria de Orçamento e Finanças do EMPM, solicitando
a descentralização do crédito no valor doado (trata-se da autorização
para adquirir o bem); a PM6 descentraliza o crédito e a DAL determina, via
memorando, ao CMB, a aquisição do material;

10) aquisição pelo CMB;

11) recebimento do material pela CPARM do CMB: com a chegada do


material ao CMB, ocorre o recebimento pela CPARM e inicia-se a liquidação
da despesa: a SOFI do CMB solicita à DF limite de saque para providenciar
o pagamento ao credor;

12) O ato de distribuição é de competência exclusiva do EMPM;

13) recebimento do material pela UE;

14) comunicação do recebimento do material ao doador: sempre que


possível, a UEOp deverá cientificar ao doador o recebimento. Para fins de
controle, uma cópia da guia informatizada deverá ser anexada ao processo
de doação;

d) Convênios, acordos ou ajustes: são acordos de mútua cooperação,


instrumentos utilizados na descentralização de execução de
programa, projeto ou evento com duração certa. Consistem no
compromisso, firmado por um órgão ou entidade da administração
pública ou privada, de repassar determinado montante de recursos
a uma instituição de qualquer esfera do governo (Federal, Estadual,

39
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Municipal e do Distrito Federal) ou a uma organização particular,


que se compromete a realizar as ações constantes nas cláusulas
conveniadas em consonância com o respectivo plano de trabalho e,
posteriormente, prestar contas da aplicação dos recursos.

A compra de armamento ou munição é realizada por meio de especificação


que atenda à necessidade da PMMG. Caso não haja especificação, deverá
ser realizada pesquisa para confecção e o resultado servirá de padrão para
aquisições futuras e para aplicações semelhantes no policiamento.

Resumidamente, a sequência da compra compreende: o pedido, a


confecção do termo de referência, a realização do pregão (ou outra
modalidade de licitação), os testes do material para aquisição, com a
consequente declaração do licitante vencedor, e a geração de contrato.

O recebimento do material e da respectiva nota fiscal ocorre, de maneira


provisória, no depósito do CMB. A CPARM é que, após confirmação
das características e adequação às necessidades da PMMG, receberá
definitivamente o material, conforme previsto no edital de compras. Esse
material é incluído no SIAD, pelo almoxarifado virtual do CMB, sendo que
essas armas precisam também ser incluídas no Sistema de Gerenciamento
Militar de Armas - SIGMA. As armas são incluídas no módulo “material
permanente” e a munição, no módulo “consumo”. Para as armas, é gerado
número de patrimônio, já a munição apenas gera estoque.

São documentos necessários para a comprovação da origem do bem:

- Nota Fiscal;

- Termo de Doação;

- Termo de Cessão de Uso;

- Termo de Comodato;

- Termo de Produção Própria;

- Boletim de ocorrência, no caso de bem recuperado.

Para todos os casos, será necessário o parecer da CPARM, atestando a


servibilidade do bem e, com exceção de compra com nota fiscal, deverá
constar ainda o valor a ser atribuído ao material.

40
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

Imediatamente após o recebimento pela Corporação, todo armamento e


munição deve ser incluído em carga. Constitui responsabilidade da DAL a
publicação de ato administrativo correspondente em Boletim Reservado
de Material. O armamento e a munição ainda não incluídos em carga não
poderão ser utilizados. A remessa da documentação de inclusão em carga
é feita em expediente RESERVADO.

A DAL deve ser informada do material existente em estoque no depósito


do CMB, para que possa ser feito o plano de distribuição, conforme dotação
de material e origem da compra - distribuição livre ou já direcionada, por
convênio, doação, projeto estruturador e outros. Com a publicação do Ato
de Distribuição, a qual é feita em Boletim Geral, a Unidade comparece ao
CMB para buscar o material, que é transferido no sistema informatizado de
controle de material, do almoxarifado virtual do CMB para o da Unidade
contemplada. O Almoxarife da UEOp faz a conferência do material e
confirma o recebimento na guia informatizada.

Os planos de distribuição de armamento e munição são publicados em


Boletim Geral.

O encerramento de um processo de obtenção, conforme entendimento


do COTER, qualquer que seja o tipo de armamento e munição, ocorre após
esse órgão ter sido cientificado a respeito da inclusão do material, na carga
da Corporação. Deve ser especificado para cada tipo de material:

a) a nomenclatura correta e completa;

b) a quantidade incluída em carga;

c) o tipo e as características ou especificações;

d) o número e a data do Boletim Reservado que incluiu o material em


carga.

A validade da aquisição ou prazo da autorização para adquirir armamento


e munição é de um ano, a contar da data de sua concessão, e pode, a
pedido, ser prorrogado por um período de 6 meses.

No caso da aquisição não se processar dentro do prazo acima estabelecido,


a Corporação deverá informar ao COTER, imediatamente após o término
do prazo, esclarecer o motivo que impossibilitou a conclusão da aquisição
e encaminhar novo pedido ao COTER.

41
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

2.2.2 Aquisição não centralizada realizada pelas Unidades Executoras:

A compra de materiais que serão empregados na limpeza e manutenção


de armamento nas Unidades, tais como ferramentas, óleo, solvente, escovas
e flanelas, bem como os materiais necessários para as aulas práticas de
tiro, como obreias, alvos e todo material de apoio, é realizada pela própria
Unidade. Trata-se de materiais de uso comum e que não necessitam de
controles e autorizações por autoridades específicas.

Após levantamento das demandas, o agente de coordenação e controle,


devidamente assessorado pela SAT, providenciará os orçamentos
necessários para a aquisição e solicitará autorização de compra ao
Ordenador de Despesas da Unidade. Caso haja previsão orçamentária para
custear a aquisição dos objetos pretendidos, é confeccionada solicitação
no Portal de Compras do Estado e elaborado o pedido de compra. Para
o desenvolvimento dessas ações, é necessária a aprovação do Agente de
Coordenação e Controle.

Na sequência será confeccionado o processo de compra pelo agente da


atividade e a definição da modalidade ou dispensa de licitação. Acontece
assim, de fato, o procedimento de aquisição. Com a entrega do material,
segue-se a fase de recebimento pela CPARM.

O Ordenador de Despesas da Unidade poderá proceder à aquisição dos


materiais utilizando-se dos recursos descentralizados para a Unidade
desenvolver a atividade de treinamento profissional de segurança pública,
a qual se encontra sob a gestão da APM, ou para desenvolver a atividade de
policiamento ostensivo geral, cuja gestão é da DAL.

Se não for possível efetuar a compra por falta de previsão, a UE solicitará


a suplementação de recursos ao gestor, com a devida justificativa. Caso
não possua recursos suficientes para atender à demanda das Unidades, o
gestor recorrerá ao EMPM.

2.3 Armazenamento

Ao concluir a aquisição do armamento, munição ou outros materiais, deve-


se preocupar com o armazenamento.

Trimestralmente, toda a munição convencional estocada deverá ser


exposta aos raios solares por um período mínimo de três horas. Para isso, é
necessário que se observe o seguinte:

42
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

a) os cunhetes (caixa de madeira utilizada para acondicionamento e


transporte de munição) fechados e intactos deverão ser levados ao sol
nessa situação;

b) a munição que estiver acondicionada em caixa de papelão também


deve ser levada ao sol;

c) a munição química não deve ser levada ao sol.

Para atender à segurança e à eficiência do suprimento de munições na


Polícia Militar, os depósitos4 serão escalonados em:

a) Depósito central: destinado a suprir as necessidades de toda a


Corporação, e localizado no CMB;

b) Depósito de Unidade: destinado a estocar as dotações orgânicas e


aquelas destinadas ao treinamento da Unidade.

Para a boa ordem e segurança dos depósitos, deverá ser observado o seguinte:

1) armazenar os materiais de uma só espécie em cada depósito, em


princípio;

2) a munição disponível deverá ser armazenada separadamente, por


calibre, idade, preferencialmente em suas embalagens originais, em local
fresco, seco, sem incidência de raios de sol e afastada de qualquer tipo de
produto químico (corantes, solventes, lubrificantes e gases) ou umidade;

3) cartuchos, projéteis de pequeno calibre, estojos vazios ou carregados


e cargas de projeção acondicionadas em saquitéis (pequenos sacos) ou
outros invólucros deverão ser armazenados em suas próprias embalagens;

4 Entende-se por depósito de munições o conjunto de instalações dotado de meios


destinados a recebê-las, mantê-las estocadas em condições satisfatórias de conservação
e segurança e distribuí-las segundo os planejamentos dos órgãos encarregados pela
cadeia de suprimento.

43
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

4) os volumes desses materiais deverão ser calçados por suportes nas


pilhas ou estantes;

5) no armazenamento de estojos e cartuchos, que não estiverem nas


embalagens próprias, deverão ser tomadas cautelas a fim de que não
sejam deformados;

6) o arejamento dos depósitos de munição será feito abrindo-se as portas,


com auxílio do sistema de exaustão;

7) todos aqueles que trabalham com munições devem ter sempre em


mente que sua própria segurança, bem como a dos outros, depende
dos cuidados dispensados no trato desses materiais; não se deve mexer,
nem fazer experiências com os componentes da munição, sem que esteja
devidamente autorizado;

8) um cunhete de munição só deverá ser aberto depois do anterior ter sido


totalmente consumido;

9) os explosivos, munições e pirotécnicos (sinalizadores) deverão ser


agrupados por lotes e sub-lotes, em pilhas firmes, em disposição metódica,
observando-se intervalos entre elas, a fim de facilitar o serviço de contagem
ou inspeção;

10) os intervalos entre as pilhas do mesmo lote serão de 25 centímetros e,


entre as de lotes diferentes, de 50 centímetros;

11) os lotes deverão ser dispostos nos depósitos, de tal modo, que seja fácil a
retirada dos mais antigos primeiro;

12) o material deverá ser empilhado sobre suportes, para protegê-lo


da umidade eventual do piso e permitir a ventilação; para facilitar o
arejamento, deverão ser previstos suportes entre volumes da mesma pilha;

13) a altura da pilha deverá permitir que fique um espaço de, pelo menos,
70 centímetros entre ela e o teto, para evitar que o material sofra influências
da temperatura existente nas proximidades do teto;

14) as estantes deverão ser fixas, dispostas paralelamente, e as marcações,


visíveis;

15) nos pisos dos depósitos, deverão ser pintadas faixas brancas, reservadas
à circulação, e delimitados espaços livres junto às portas;

44
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

16) quando algum material não estiver com estado de conservação


adequado, deverá ser recolhido em depósito isolado, até que a autoridade
superior decida quanto ao seu destino;

17) caso as embalagens, como cunhetes, caixas, tambores, entre outros,


apresentem-se em mau estado de conservação, deverão ser separadas,
retiradas dos depósitos e substituídas;

18) os depósitos de munição deverão ter, na entrada, um quadro no qual


conste a espécie e a quantidade dos materiais neles contidos;

19) a munição armazenada em condições ideais terá vida útil estimada em


10 anos e a munição em utilização, em 3 anos;

20) para efeito de armazenamento, os explosivos e munições serão


agrupados por compatibilidade em relação aos seguintes fatores:

(a) efeitos da explosão;

(b) facilidade de deterioração;

(c) sensibilidade à iniciação;

(d) sensibilidade ao fogo;

(e) tipo de embalagem;

(f) quantidade de explosivos por elemento.

21) a munição química deverá ser armazenada isoladamente, devido ao


perigo e à dificuldade de combate a incêndios que envolvam agentes
químicos;

22) no armazenamento da munição química, deve-se ter o cuidado de


prever fácil acesso para inspeção e remoção do material;

23) os depósitos de munição química deverão ser inspecionados pelo


menos uma vez por mês;

24) o responsável pelo depósito deve estar familiarizado com os agentes


químicos, a fim de identificar, pelo cheiro, qualquer vazamento.

45
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

2.4 Descarga

Finalizado o ciclo logístico de uso de um material, ocorrerá o descarte ou


o encaminhamento adequado às suas características de periculosidade e
restrição.

A descarga de material de uso controlado e de consumo (munição e


apetrechos) ocorrerá caso ele esteja vencido ou não haja justificativa
para a sua recuperação. Para tal, a CPARM realizará termo de averiguação,
conforme modelo disposto no Anexo “E” deste Manual, que deve ser
encaminhado à DAL, solicitando autorização para baixa no sistema
informatizado. Após homologação da DAL, a Unidade procederá à baixa,
enquadrando-a no motivo INUTILIZAÇÃO. Tão logo ocorra a baixa, deve-se
agendar com o CMB a data de entrega do material.

Na entrega do material ao CMB, será apresentado o processo instruído


com os seguintes documentos:

a) ofício com relação do material a ser descarregado;

b) termo de exame e averiguação;

c) homologação da DAL;

d) termo de baixa no motivo INUTILIZAÇÃO.

O processo deve ser arquivado na Unidade e apresentado, quando


solicitado, nas supervisões e visitas técnicas. Para as baixas de coletes à
prova de balas, na relação deverá constar a marca, número de série, data
de fabricação e validade.

Para o caso específico de munição real, utilizada em ação policial, a baixa


ocorrerá, obrigatoriamente, com base nas informações constantes no
REDS ou BO. Os estojos, que forem possíveis de ser recolhidos,deverão ser
incluídos no estoque da Unidade por meio da função “Ajuste de Estoque”,
tipo entrada, inserida dentro da rotina “Funções Especiais” do módulo
Material de Consumo do SIAD e, posteriormente, recolhidos ao CMB, por
intermédio de Guia de transferência direta, para utilização na Seção de
Recarga.

As descargas de material de consumo, após autorização pela DAL e


efetivação do ato, devem ser publicadas pelas Unidades em Boletim
Interno.

46
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

O armamento “material permanente” que precise ser descarregado em


virtude de perda, extravio, furto ou roubo, após a solução do processo/
procedimento apuratório (IPM ou Sindicância), com a responsabilidade
pelos prejuízos imputada, deverá ser encaminhado à DAL, com cópia
do Relatório e da Solução, solicitando autorização para baixa no sistema
informatizado. Já para os casos em que o armamento não mais atenda
às necessidades da UE, deverá ser recolhido ao CMB, mediante guia de
movimentação informatizada, para descarga ou redistribuição.

O armamento descarregado será objeto de publicação no Boletim


Reservado Administrativo de Material (BRAM), pela DAL.

O CMB informará, mensalmente, à DAL sobre as baixas efetivadas.


Importante lembrar que a Unidade que descarregar regularmente poderá
solicitar a reposição do material descarregado.

47
REFERÊNCIAS

PARTE 3

MANUTENÇÃO
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

3 MANUTENÇÃO
São as ações conduzidas para inspecionar, limpar, lubrificar, revisar,
reparar, recondicionar ou substituir peças, subconjuntos ou conjuntos
de uma arma de fogo, para que esteja sempre em perfeito estado
de funcionamento e condições de uso. Além disso, um programa
de manutenção preventiva é suficiente para resguardar o bom
funcionamento e prolongar a vida útil das armas.

A vida útil do armamento depende do nível de desgaste das peças,


forma de emprego e grau de conservação. O limite de emprego deve
ser analisado e avaliado. O fato das principais peças ou partes da
arma começarem a apresentar folgas e desalinhamentos, comprova
o comprometimento das suas condições normais. Para não chegar
a este estágio, a arma, obrigatoriamente, deverá ser submetida à
manutenção periódica, iniciada pelo usuário, em processos como
limpeza, ajustes e possíveis reparos.

Experiências e fatos têm mostrado que a maioria das armas tornam-se


inservíveis, não devido ao número de disparos efetuados em sua vida
útil, mas, sim, à inexistência de assistência apropriada, em decorrência
da falta de cuidados no acondicionamento, manuseio, transporte e,
principalmente, na limpeza e na manutenção.

A deficiência de manutenção provoca o acúmulo de sujeiras em canos,


câmaras, mecanismos e partes diversas das armas empregadas em
serviço, e aumenta, de forma perigosa, a probabilidade de ocorrência
de defeitos, o que pode provocar incidentes e acidentes de tiro.

Os procedimentos de prevenção e manutenção periódica conservam


as armas e evitam os defeitos de funcionamento, aumentando a vida
útil. Dessa maneira, deve ser feito um planejamento para que esses
procedimentos sejam fiscalizados, executados e difundidos como
doutrina ao público policial-militar. Para tanto, as orientações técnicas
e específicas aos usuários de armas na PMMG devem ser divulgadas
pelos responsáveis da atividade de armamento e tiro das diversas
Unidades.

Faz-se necessário alertar que, para todas as atividades de treinamento

51
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

que utilizem armas e munições, os usuários deverão proceder de forma


que elas sempre estejam em condições de uso, após o treinamento.

Para o prolongamento da vida útil do armamento, faz-se necessário


estruturar as operações destinadas à conservação, reparação e recuperação
das armas. Essas operações devem ser executadas por intermédio da
Manutenção Orgânica (1º e 2º escalões) e da Manutenção de Serviço (3º
e 4º escalões).

3.1 Manutenção orgânica

É realizada na Unidade e tem por objetivo conservar o armamento, por


meio de sua limpeza e ajustes do 1º e do 2º escalões. A manutenção de
2º escalão deve ser realizada, preferencialmente, por especialista em
manutenção de armamento pertencente ao QPE.

3.1.1 Primeiro Escalão

A manutenção de Primeiro Escalão é realizada pelo próprio usuário


do material ou pelo pessoal especializado da SAT da Unidade, e
consiste, principalmente, na conservação ou manutenção preventiva.
É a manutenção básica e periódica. Quando bem executada, constitui
o principal fator de prolongamento da vida útil do armamento. Visa à
conservação diária do material. Consiste em (FIG. 2):

1) inspeção preliminar técnica (conforme Manual de Armamento


Convencional);

2) desmontagem de primeiro escalão (armas e carregadores);

3) limpeza (armas e carregadores):

- seca: limpeza com escovas e panos secos;

- com solventes: lavagem com solventes específicos para limpeza de


armamento (pode ser utilizado querosene desidratado, QAV-1 ou micro-
óleos em spray, tipo desengrimpante). A lavagem visa à retirada de resíduos
de óleo, poeira, pólvora e chumbo impregnados no armamento;

- lubrificação: uso de óleo mineral de baixa viscosidade (viscosidade SAE 10 -


tipo óleo de máquina).

52
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

FIGURA 2 - Desmontagem de primeiro escalão.

A execução desse tipo de manutenção deve ser permanentemente


orientada e fiscalizada pelos superiores hierárquicos imediatos do detentor
dos materiais ou responsáveis, particularmente pelo comandante de
Subunidade, que é o responsável perante o comando da Unidade.

3.1.2 Segundo Escalão

A manutenção de Segundo Escalão é realizada, preferencialmente, pelo


pessoal do quadro de Especialistas em Manutenção de Armamento da
Unidade, sob a supervisão do Chefe da SAT. É uma manutenção preventiva,
orgânica, corretiva ou de reparação e consiste em (FIG.3):

1) inspeção completa (conforme Manual de Armamento Convencional);

2) desmontagem de 1º e 2º escalões (armas e carregadores);

3) limpeza (seca e com solventes) e lubrificação de armas e carregadores.

4) montagem de 1º e 2º escalões (armas e carregadores);

5) pequenos reparos;

6) substituição de peças, sem necessidade de ajustagem.

53
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

FIGURA 3 - Desmontagem de segundo escalão

Esta manutenção é realizada periodicamente no armamento da Unidade,


inclusive no distribuído às frações descentralizadas e destacadas, para
verificar as deficiências de manutenção de primeiro escalão e prestar a
assistência necessária à correção.

Essas inspeções serão levadas a efeito mediante planejamento anual,


por meio do Plano de Manutenção Preventiva, expedido pelo comando
da Unidade, e os resultados deverão ser apresentados sob a forma de
RELATÓRIO.

As inspeções servirão para fazer o levantamento das necessidades em


manutenção de Terceiro Escalão, que serão remetidas à DAL, bem como a
conferência do mapa-carga.

3.2 Manutenção de serviço

Realizada no CMB, fabricante ou oficina autorizada, destina-se à troca ou


substituição de peças, as quais não poderão ser realizadas nas Unidades por
falta de equipamentos adequados. É de 3º e 4º escalões.

3.2.1 Terceiro Escalão

O Terceiro escalão é executado pelo pessoal da Oficina de Armas do CMB


e consiste na reparação, recuperação, substituição e confecção de peças,

54
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

subconjuntos e conjuntos; inspeção, testes completos e ajustagem. A FIG. 4


mostra a desmontagem de terceiro escalão.

FIGURA 4 - Desmontagem completa de 3° escalão.

Eventualmente a manutenção de Terceiro Escalão pode ser realizada por


pessoal do quadro especializado em manutenção de armamento da
Unidade, desde que autorizada pela DAL.

3.2.2 Quarto Escalão

No Quarto Escalão, é realizada a manutenção corretiva de reparação, trabalhos


complexos que visam a colocar o armamento usado em estado de novo
(recuperação). É realizada pelo CMB, pelas empresas de assistência técnica ou
pelo fabricante, mediante recolhimento da arma indisponível. São os casos
de recall, quando as armas são devolvidas para a indústria efetuar a correção
do defeito de fabricação.

3.3 Visitas Técnicas

O Estado-Maior será auxiliado pela DAL e pelo CMB nas supervisões e visitas
técnicas.

As visitas de inspeção são previstas em calendário de coordenação e controle


expedido pelo EMPM, em prazos compatíveis com a disponibilidade de
pessoal técnico, e têm por finalidade:

55
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

a) inspecionar detalhadamente o armamento, fazendo o levantamento das


necessidades de manutenção, inclusive do material e de seus acessórios que
precisarem de substituição;

b) verificar as deficiências de manutenção de 1º e 2º escalões, prestando


assistência técnica necessária à sua correção.

c) orientar quanto às providências necessárias para o recolhimento


do armamento ao CMB, para ser submetido à manutenção que fuja a
competência da Unidade.

A visita técnica será realizada por uma equipe da DAL, que deverá ser
composta por pelo menos 01 (um) Oficial QOE ou 01 (uma) Praça do QPE do
quadro de Especialistas em Manutenção de Armamento.

3.4 Plano Anual de Manutenção Preventiva da Unidade

Com o objetivo de prevenir a indisponibilidade do armamento, e efetuar o


acompanhamento de suas condições de funcionamento, a Unidade deverá
confeccionar, anualmente, um Plano de Manutenção Preventiva que inclua
todo o armamento de sua carga.

As armas serão recolhidas por lotes à intendência da Unidade, de acordo com


a avaliação do Chefe da SAT, considerando a dotação de armamento de cada
sub-unidade, de forma a não desguarnecê-la.

O especialista em manutenção de armamento da Unidade fará uma


avaliação minuciosa das condições de cada arma, para certificar-se de que
seu funcionamento está perfeito, verificará seu estado de conservação,
manutenção, limpeza e seu número de série (armação, cano e ferrolho).

Caso seja detectado algum problema que possa ser sanado na própria
Unidade, até o limite do 3º escalão, o especialista em manutenção de
armamento poderá fazê-lo de acordo com seus recursos disponíveis, após
autorização da DAL.

Finalizado o cumprimento do plano, que deverá ocorrer até o mês de


novembro de cada ano, a Unidade confeccionará um relatório em 03
(três) vias, devidamente assinado pelo Chefe da SAT e pelo especialista em
manutenção de armamento da Unidade, que deverá conter:

56
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

a) a relação de todo armamento da carga da Unidade;

b) sua destinação;

c) data da manutenção preventiva;

d) suas condições de funcionamento, estado de conservação,


manutenção e limpeza;

e) as providências adotadas em cada caso de irregularidade detectada.

Uma via do relatório deverá ficar arquivada na SAT da própria Unidade, e as


outras duas vias enviadas, através de Ofício assinado pelo Comandante da
Unidade, para a DAL e para o CMB.

3.5 Procedimentos de limpeza

A limpeza é a atividade que visa a manter o armamento livre de resíduos


de tiro, de ferrugem, de graxa, de poeira e de outros corpos estranhos.
As figuras 5, 6 e 7 mostram os materiais para limpeza (solventes, óleos
lubrificantes e escovas) para armas de diferentes calibres.

FIGURA 5 - Material de limpeza para armas curtas.

57
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

FIGURA 6 - Material de limpeza para armas curtas e longas.

FIGURA 7 - Material de limpeza para armas calibre 12.

58
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

Deve-se ter conhecimento sobre a arma a ser limpa e qual é o escalão


permitido ao responsável para sua desmontagem. No caso da manutenção
feita pelo usuário, o único escalão permitido é o primeiro.

A limpeza de uma arma de fogo divide-se em três fases distintas, as


quais têm características e necessidades básicas: limpeza seca, limpeza
com solventes e lubrificação. Para que a limpeza seja eficiente, deve-se
conhecer, preliminarmente, a desmontagem do armamento, no mínimo,
em primeiro escalão.

3.5.1 Primeira fase: limpeza seca

Em armas curtas ou longas, de alma lisa ou raiada, o trabalho de limpeza


deve ser iniciado pelo cano, passando-se uma escova (FIG. 8) ou pano para
remoção dos resíduos não aderidos ao seu interior.

FIGURA 8 - Escova cilíndrica de crina de cavalo, com haste em alumínio, para


remoção de resíduos soltos.

A escova deve ser de cerdas moles, feitas em plástico, crina ou fibra natural. Seu
trabalho será apenas de remoção de sujeiras que estão praticamente soltas.
Passada a escova, pode-se avaliar o quão sujo realmente estão o interior do
cano e as câmaras, para então decidir como e com que limpá-los.

A vareta de limpeza deve ser introduzida pela câmara, em movimento


giratório seguindo o sentido do raiamento, e não pela boca do cano da arma,
que deve ser preservada de choques mecânicos, pois qualquer dano nessa
região pode afetar consideravelmente a precisão do tiro.

59
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Em espingardas de tiro singular ou em outras armas em que se pode


facilmente remover o cano, esse procedimento é bastante simples. Já em
certos tipos de carabinas, fuzis e revólveres, isso não é possível. A única
alternativa é passar a vareta a partir da boca do cano com muito cuidado
e, se disponível, utilizar um acessório para centrar a vareta, impedindo que
ela raspe a aresta interna da boca do cano, também conhecida como coroa.
Alternativa eficiente é utilizar varetas com hastes de latão ou alumínio ou
cobrir a haste da vareta com um tubo plástico flexível.

Ainda no trabalho“a seco“, deve-se passar as escovas metálicas convenientes


para a remoção de chumbo ou outro material incrustado, se esse for o caso
(FIG. 9). Uma alternativa econômica e eficiente é o uso de palha de latão,
disponível em mercados, utilizada para limpar panelas. O uso consiste em
envolver um passador e inserir de forma ajustada ao cano. Deve-se excluir
totalmente o uso de palha de aço e de esponja verde-amarela, cujo lado
verde é excessivamente abrasivo e, portanto, prejudicial.

FIGURA 9 - Escova cilíndrica em bronze, com haste em alumínio, para remoção de resíduos
incrustados.

3.5.2 Segunda fase: limpeza com solventes ou lavagem do armamento

Após a limpeza seca, caso não seja possível a retirada de resíduos incrustados
no armamento, inicia-se a fase com uso de solventes. O responsável pela
limpeza deve ter em mente que inalar vapores de solventes orgânicos é
insalubre. Assim, deve procurar trabalhar com a maior segurança possível,
com uso de máscaras ou em local de boa circulação de ar.

60
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

No interior do cano e nas áreas em que seja visível o acúmulo de resíduos


em toda a arma, deve-se utilizar escova de cerdas moles ou mesmo uma
haste flexível com algodão saturado de solvente.

Para a limpeza é necessário que a arma seja desmontada até o nível de


1º escalão, quando realizada pelo usuário, e nos demais níveis, quando
realizada por especialistas do quadro de Manutenção de Armamento.

Passado o solvente, deve-se aguardar cerca de cinco minutos ou o tempo


determinado pelo fabricante inscrito na embalagem, para que se complete
o trabalho químico.

Deve-se passar, então, a escova metálica novamente no cano, tendo o


cuidado de ver se o solvente não é do tipo que ataca o material da escova.
Neste caso, o solvente deverá ser retirado antes, com auxílio de pano
limpo. Para continuar a limpeza, é necessário intercalar um pano úmido
com solvente e um seco, até que o tecido saia limpo, indicando que a
limpeza foi completada.

Nas demais áreas da arma, deve-se usar escova embebida em solvente.


Depois, passar um pano limpo e seco para remover o que foi solto pela escova
e, a seguir, outra escova limpa, levemente embebida com o mesmo solvente
ou querosene de boa qualidade. Ao final, enxugar a arma.

3.5.2.1 Ferramentas de limpeza

A utilização de ferramentas adequadas é o primeiro princípio a ser observado


na limpeza de uma arma de fogo. Há ferramentas específicas, tanto para a
limpeza e a remoção de resíduos soltos, como para resíduos incrustados, as
quais devem ser mais resistentes ao atrito. São empregadas tanto no interior
do cano, como nas partes externas das armas, tais como trilhos, inserções,
entalhes, quinas, ângulos, faces, tubos e tambores, dentre outras.

3.5.2.2 Ferramentas para remoção de resíduos soltos

As ferramentas para retirada de resíduos, de extração mais fácil, normalmente


são panos, escovas de crina, de nylon, de algodão ou de plástico. Devem fazer
parte do kit de manutenção individual do militar, bem como, da dotação das
reservas e intendências. Veja a Fig 10.

61
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Figura 10. Mostra opções de escovas de cerdas de plástico, nylon e cerdas de crina para a
remoção de resíduos soltos em partes externas das armas.

Uma arma que foi disparada não deverá ser guardada antes de ser
limpa, independente de quantos tiros se tenha dado. Armas que têm
maior incidência de disparo podem requerer limpezas em níveis de 2º
e 3º escalões, pois a quantidade de resíduos interfere no mecanismo de
funcionamento, além de afetar a precisão.

Assim, deve-se considerar que armas de repetição precisam ser limpas de


forma completa e mais apurada, em nível de 3º escalão, pelo especialista
em Manutenção de Armamento da Unidade, no mínimo, a cada
quinhentos tiros e as semi-automáticas ou automáticas, devido ao sistema
de operação, a cada trezentos tiros.

3.5.3 Terceira fase: lubrificação

A última fase da manutenção de uma arma de fogo é a lubrificação.


Diferentemente do que se possa pensar, os óleos lubrificantes não devem
ser usados para a limpeza de uma arma de fogo, à exceção de micro-óleos
em spray, tipo desengrinpante, que têm qualidades de limpeza devido
à viscosidade extremamente baixa e ao fato de serem compostos por
substâncias de ação desengripante e desincrustante.

62
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

Para um correto trabalho de lubrificação, deve-se conhecer plenamente


que tal fase de manutenção possui duas finalidades. A primeira é proteger
as superfícies metálicas contra a ação corrosiva da umidade e de outras
substâncias voláteis ou não, e a segunda é lubrificar peças móveis para
redução de atrito e proporcionar o deslize suave e eficiente, o que facilita
o funcionamento da arma e reduz panes e incidentes de funcionamento.

Levam-se em conta três variáveis para a seleção da viscosidade do óleo a


ser usado:

a) a extensão do período em que a arma estará ou não em uso;

b) o ambiente onde a arma é usada ou guardada;

c) o material usado na fabricação da arma.

Para a lubrificação correta, utilizam-se 02 (dois) tipos de óleos:

- Óleos de viscosidade leve (viscosidade SAE 10): óleos finos multiuso ou


óleo leve de armamento (OLA);

- Óleos de viscosidade média (viscosidade SAE 15 a 20): óleo médio para


armamento (OMA);

A seleção do óleo deve considerar o período em uso ou não da arma, sendo


para:

a) armas em uso diário e em atividades de tiro frequentes: óleo de


viscosidade leve, a ser passado somente nas partes móveis e deslizantes,
quando em uso, e em toda a superfície da arma, quando guardada;

b) armas em depósito, à disposição da justiça e outras recolhidas à SAT


por outros motivos: óleo de média viscosidade a ser passado em toda a
arma, quando guardada, e retirado, quando em uso;

A seguir, as FIG. 11 e 12 ilustram, respectivamente, a forma correta e


realizada nas salas de armas para evitar o desperdício e o mau uso por
usuários que não tenham conhecimento técnico.

63
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

FIGURA 11 - Forma correta de lubrificação.

FIGURA 12 - Forma correta de lubrificação.

3.6 Manutenção do armamento em depósito no CMB e nas SAT

De maneira geral, serão definidos os procedimentos básicos e as


responsabilidades da manutenção do armamento em depósito no CMB e
nas SAT, por períodos superiores a 30 dias, convenientes para a manutenção
da arma em condições de uso, evitando desgastes por oxidação de peças,
partes e conjuntos. Exceção é feita para armas novas.

3.6.1 Armamento em depósito:

Para armas guardadas em depósito, à disposição da justiça, e outras


recolhidas à SAT por outros motivos, deve ser aplicado, em toda a sua
superfície, uma camada de óleo de viscosidade média (viscosidade SAE

64
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

15 a 20), com posterior envolvimento da arma em filme ou saco plástico.

3.6.2 Armamento em uso esporádico

Feita no armamento guardado na Reserva de Armas, Munições e


Equipamentos (RAME) e que, eventualmente, seja usado para a prática de
tiro, mas que permaneça um período sem que seja utilizado, no máximo de
trinta dias. Nesta situação, o armamento será manutenido semanalmente,
nas três fases de limpeza.

3.6.3 Armamento em uso diário

Ao ser retirado da RAME, o armamento receberá a manutenção de 1º


escalão, feita pelo usuário. Ao final do turno, a arma deverá ser entregue
nas mesmas condições.

3.6.4 Preparação do armamento para o treinamento com arma de fogo

Antes e depois da execução do tiro, deve-se realizar a manutenção


de primeiro escalão, diminuindo, assim, a possibilidade de ocorrerem
incidentes ou acidentes de tiro.

Além do cano, as diversas partes da arma também devem estar livres de


resíduos. As figuras 13 a 17 mostram a utilização das diversas escovas para
a remoção.

FIGURA 13 - Utilização de escova para remoção de resíduos no alojamento do carregador.

65
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

FIGURA 14 - Utilização de escova para remoção de resíduos na rampa do carregamento.

FIGURA15 - Utilização de escovas na limpeza de trilhos,frestas, ângulos e quinas.

66
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

FIGURA16 - Utilização de escovas na limpeza de trilhos, frestas, ângulos e quinas.

FIGURA 17 - Utilização de panos para remoção de resíduos.

3.6.5 Cuidados especiais

Os cuidados a seguir deverão ser observados por todos aqueles que tenham
o armamento sob sua responsabilidade:

a) limpar e inspecionar, frequentemente, cilindros de gases, êmbolos,


canos, câmaras, rampas e carregadores das armas semi-automáticas ou
automáticas;

b) sempre que for usar um armamento, verificar se não existem vestígios de


sujeira ou resíduos que possam prejudicar o seu correto funcionamento;

67
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

c) para a limpeza de cano e câmaras na extração de chumbo e


outros resíduos incrustados, devem ser utilizadas somente escovas
metálicas adequadas; as escovas ou varetas devem ser produzidas
especificamente para limpeza de armamento:

- o metal da escova deve possuir dureza menor do que o material do


cano da arma e maior que o material a ser extraído;

- o calibre da escova utilizada deve ser rigidamente observado: adaptações,


tais como cabos de aço desfiados, devem ser totalmente abolidos pois
danificam o interior do cano e as demais partes e peças das armas; os
materiais utilizados em escovas específicas para limpeza de armamento
são o latão, o bronze fosforoso e o aço inoxidável, sendo este último, de uso
restrito aos especialistas em Manutenção de Armamentos, e apenas em
caso de excesso de chumbo ou incrustação de sujeira, uma vez que seu uso
indiscriminado, e sem a técnica adequada, é prejudicial ao armamento;

d) conferir o aperto de parafusos e outros encaixes de peças, que


devem ser feitos com chaves adequadas às medidas e sempre com a
arma apoiada em bancada, para não danificar a fenda dos parafusos.

e) não usar escova ou outro material para polir a alma do cano;

f) não usar nenhum abrasivo para limpar as câmaras ou o cano;

g) sempre que aparecerem vestígios de ferrugem, esfregar o local


com bucha de pano embebida em querosene desidratado ou
utilizar uma escova de latão para a retirada;

h) a poeira e a sujeira existentes nas superfícies metálicas deverão ser


retiradas com escova, ou pano seco que não deixe resíduo; depois,
passar óleo lubrificante; EVITAR SEMPRE O USO DA ESTOPA;

i) para lubrificação da superfície das armas, suas peças móveis,


conjuntos e subconjuntos, empregar somente óleo de viscosidade
leve (óleo multiuso para máquinas, viscosidade SAE10);

j) nunca usar panos que tenham sido empregados na limpeza, para


aplicação de lubrificante;

k) não usar lubrificante em demasia: uma camada fina é suficiente;


após a deposição ou passagem do óleo, o excesso deve ser retirado
com um pano seco;

68
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

l) o armamento deve ser verificado diariamente e mantido bem


lubrificado, nas regiões em que a umidade e a temperatura sejam
elevadas, durante a estação chuvosa;

m) toda vez que terminar um exercício de campo ou treinamento


de maneabilidade, o armamento deve passar por uma limpeza e
lubrificação completa (a mesma realizada após o tiro);

n) em hipótese alguma, durante treinamentos de maneabilidade,


acampamentos, jornadas e atividades similares, o armamento poderá
ser submergido em lama ou barro.

o) ao utilizar varetas e escovas de limpeza com hastes metálicas, evitar


que haja contato do material da haste com as câmaras ou o cano,
principalmente com a boca deste; uma opção eficiente é calçar a
haste com tubo plástico ou emborrachado, de modo que se encaixe
perfeitamente na haste.

3.7 Planejamento da Manutenção

O planejamento da manutenção do armamento na PMMG visa a


aumentar a vida útil do armamento, diminuir sua indisponibilidade e é de
responsabilidade do Comandante de Unidade. Deve ser feito de acordo com
as diretrizes e normas baixadas pelo escalão superior, de acordo com o Plano
Anual de Manutenção Preventiva da Unidade, ou de iniciativa, observados os
manuais técnicos pertinentes e as instruções de manutenção.

A seguir, o roteiro de orientações para a manutenção:

a) a Unidade é a responsável pela manutenção de 1º e 2º escalões dos


armamentos e equipamentos ou materiais a ela distribuídos;

b) todo militar deve ser capaz de executar a manutenção de 1º escalão;


em caso excepcional, poderá executar trabalhos afetos ao escalão superior,
desde que autorizado e que receba os recursos necessários, fato que
deverá ser registrado;

c) o armamento reparado ou recuperado no 3º escalão retornará à Unidade


de onde veio e o do 4º escalão será recolhido ao CMB, entrando novamente
na cadeia de suprimento;

d) nos casos de substituição do armamento, só haverá fornecimento


de outro novo, após o recolhimento do substituído;

69
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

e) em princípio, todo material que for submetido ao 4º escalão de


manutenção será substituído por outro novo ou em condições de uso
normal.

3.8 Responsabilidades

3.8.1 Comando da Unidade

1) Instaurar procedimentos administrativos (Inquérito Técnico,


Sindicâncias, IPM, entre outros), quando uma arma ficar indisponível por
qualquer motivo, exceto desgaste natural, agindo de modo a salvaguardar
os interesses da Fazenda Estadual, determinando as providências que
cada caso exigir.

2) Determinar, na solução dada às providências anteriores, as medidas


necessárias para que o material seja reparado na própria Unidade, até o
nível de 2º escalão, ou recolhido para a manutenção de 3º ou 4º escalões
de manutenção. O Comandante da Unidade providenciará a remessa de
ofício reservado à DAL sobre:

a) a documentação comprobatória das medidas determinadas para


salvaguarda do interesse da Fazenda Estadual e da solução efetivada;

b) o pedido de armamento para substituir o indisponível;

c) no caso de recolhimento ao CMB, para a manutenção de 3º ou 4º


escalão, o armamento permanecerá em carga com as observações
correspondentes; depois de recuperado e realizada a manutenção
de 3º escalão, retornará à Unidade ou, se realizada a manutenção
de 4º escalão, será redistribuído; caso não seja recuperado, será
descarregado.

3.8.2 Agente de coordenação e controle

Coordenar e controlar a execução da limpeza e manutenção do armamento


da Unidade e fiscalizar a execução das responsabilidades da Seção de
Armamento e Tiro.

3.8.3 Seção de Armamento e Tiro (SAT)

a) Controlar e cumprir o plano de manutenção preventiva no âmbito da


Unidade.

70
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

b) Selecionar, especificar e adquirir o material necessário para a


manutenção de 1º e 2º escalões.

c) Fiscalizar e disponibilizar o armamento manutenido para os serviços


interno e externo.

d) Disponibilizar, para o Treinamento com Arma de Fogo (TCAF), o


armamento manutenido e o material necessário para a limpeza.

e) Não permitir que o armamento, após ter sido submetido ao TCAF,


retorne à RAME sem a devida manutenção de 1º escalão, e, se necessário,
a de 2º escalão.

f) Fornecer ao usuário o material e o equipamento necessário para


manutenção de 1º escalão.

g) Difundir e incentivar a realização da manutenção de 1º escalão pelo


usuário da arma.

h) Planejar treinamento para que todos os usuários aprendam a fazer


a manutenção de 1º escalão, utilizando corretamente o material para
limpeza e conservação do armamento, sem desperdício.

i) Não permitir que o armamento seja acondicionado no cabide sem ter


sido manutenido.

j) Não permitir que esgote o material necessário para a limpeza do


armamento.

k) Não permitir o desperdício de material durante a limpeza.

l) Fiscalizar e não permitir que o material de limpeza disponibilizado ao


usuário retorne sujo para a RAME.

m) Não permitir que o usuário proceda à lubrificação do armamento


após a 1ª e a 2ª fase da limpeza do armamento.

3.8.4 Diretoria de Apoio Logístico - DAL

Após estudar cuidadosamente a documentação recebida da Unidade, no


que tange ao recolhimento de material para manutenção, a DAL tomará
inicialmente uma das seguintes medidas:

a) retornará a documentação à Unidade para que seja completada,

71
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

para novas providências ou para esclarecimentos, se assim for julgado


necessário;

b) nas manutenções de 3º ou 4º escalão, expedirá ordem de recolhimento


do armamento ao CMB;

c) caso se trate de manutenção inferior ao 3º escalão, e que não possa


ser feita na oficina de armas por qualquer motivo, mas que possa ser
realizado em oficinas estranhas ao Centro mediante indenização,
o CMB informará à DAL, que se pronunciará sobre a conveniência.
Nesses casos, as Unidades deverão verificar a regularidade do
estabelecimento junto ao EB;

d) estabelecer norma setorial, particularizando a execução da


manutenção por escalões, de forma a abranger também os materiais a
serem empregados.

3.8.5 Centro de Material Bélico

1) Apoiar as Unidades na manutenção do 2º escalão;

2) executar as manutenções de 3º e 4º escalões;

3) manter em registro atualizado, por tipo ou espécie e calibre, todo o


armamento que for recolhido para manutenção, constar número de ordem,
indicativo padrão, número de série, procedência, alteração de entrada,
destino, data de entrada, de saída e serviço efetuado;

4) emitir parecer técnico sobre baixa do armamento;

5) elaborar parecer técnico.

72
REFERÊNCIAS

PARTE 4

CONTROLE
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

4 CONTROLE
Para entender a importância do controle, é primordial ressaltar que
essa função está diretamente ligada à atividade ADMINISTRAÇÃO. Sem
ela, a organização não consegue realizar planos e alcançar objetivos. A
inexistência ou a existência parcial do controle poderá apresentar reflexos
negativos diretos no planejamento e, por conseguinte, gerar falhas no
alcance dos objetivos.

Para alcançar os resultados almejados, é necessário que o administrador


conheça suas tarefas e trace objetivos. Para o controle do armamento e
munição da PMMG, o administrador deve:

a) acompanhar a execução de qualquer empreendimento, para impedir


que ocorra desvio do propósito estabelecido;

b) obter dados confiáveis que permitam a determinação e o cálculo das


necessidades de suprimento e manutenção;

c) empregar criteriosamente os recursos financeiros disponíveis, para


evitar aquisições desnecessárias;

d) agilizar as atividades de suprimento e manutenção, para atender às


necessidades operacionais da PMMG;

e) garantir o cumprimento das normas técnicas, administrativas e legais;

f) preservar a integridade patrimonial;

g) identificar erros, fraudes e seus agentes;

h) evitar desvios, perdas e desperdícios;

i) propiciar informações para subsidiar a tomada de decisões.´

4.1 Material Bélico

Consta no Decreto Federal nº 88.777/1983, que aprovou o R-200, que


armamento e munição são materiais bélicos de Polícia Militar e que serão
alvo de constante fiscalização por parte do Exército Brasileiro (EB).

O Decreto Federal nº 3.665/2000, que aprovou o R-105, estabelece


que as armas e munições são materiais que têm fabricação, utilização,

75
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

importação, exportação, desembaraço alfandegário, tráfego, comércio ou


outra atividade que venha a ser considerada, controladas pelo EB. Também
constam procedimentos a serem adotados pelas Polícias Militares, dentre
outras organizações, para aquisição de materiais controlados com a devida
autorização do EB.

Na PMMG a aquisição é realizada, conforme mencionado no item 2 deste


Manual, de forma centralizada na DAL, figurando como executor das
compras, o CMB.

Dos materiais controlados constantes no R-105, comumente são adquiridos


de forma centralizada pelo CMB, os seguintes:

a) armas de fogo e de pressão;

b) munições para armas de fogo e de pressão;

c) as munições de menor potencial ofensivo, assim compreendidas:

1) munições químicas:

(a) granadas de agente lacrimogêneo;

(b) granadas explosivas;

(c) granadas fumígenas;

(d) sinalizadores;

(e) espargidores de agente lacrimogênio.

2) cartucho de impacto controlado.

4.2 Competência do Controle

Na administração pública brasileira o controle desdobra-se em controle


externo e interno. Nas polícias militares, o controle externo é, conforme
estabelece Decreto Federal nº 88.777/1983, exercido pelo EB, da seguinte
forma:

a) pelo Estado-Maior do Exército, mediante a verificação de mapas e


documentos periódicos elaborados pelas Polícias Militares, por visitas

76
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

e inspeções, realizadas por intermédio da Inspetoria Geral das Polícias


Militares, bem como mediante o estudo dos relatórios de visitas e
inspeções do Exército e Comandos Militares de Área;

b) pelo Exército e Comandos Militares de Área, nas respectivas áreas


de jurisdição, por meio de visitas e inspeções, de acordo com diretrizes
e normas baixadas pelo Estado-Maior do Exército;

c) pelas Regiões Militares e outros grandes Comandos, nas respectivas


áreas de jurisdição, por delegação do Estado-Maior do Exército (EME)
e Comandos Militares de Área, mediante visitas e inspeções, de acordo
com diretrizes e normas baixadas pelo EME.

O controle externo, e consequente fiscalização do material bélico da


PMMG, é realizado sob os seguintes aspectos:

a) características e especificações;

b) dotações;

c) aquisições;

d) cargas, baixas, recolhimentos e alienações;

e) existência e utilização;

f) manutenção e estado de conservação.

O controle interno é realizado pelo Comando-Geral, por meio do EMPM


e da DAL, pelos Comandos Regionais, por meio da Quarta Seção (P/4)
de Região, e pelos Agentes de Coordenação e controle de Unidade, que
devem empenhar-se para fazer um adequado controle do material, com
fins de:

- aliviar o orçamento estadual das despesas relativas à aquisição de


novos equipamentos;

- manter o material bélico permanentemente em condições de emprego;

- conservar, em ordem e em dia, a escrituração inerente ao material


bélico.

77
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

A efetivação do controle do material de que trata este Manual será facilitada


pelo SIAD5, pela supervisão do Estado-Maior e Região, por visita técnica, por
inquéritos e sindicâncias.

Os sistemas existentes para o controle do material bélico são o SIAD e o


SIGMA6. De controle interno, o SIAD tem por finalidade manter o registro
e a movimentação das armas, dentre outros materiais institucionais,
controlar o estoque de munições, por meio da inclusão, transferência e
baixa do material e, assim, facilitar o gerenciamento.

O SIGMA é gerenciado pelo EB e destinado ao controle externo. Tem por


objetivo manter o registro das armas das Forças Policiais Militares da Federação.

É de responsabilidade da DAL incluir e excluir os registros de armamentos


no SIGMA, bem como, cadastrar os armamentos adquiridos de forma
centralizada e baixar os armamentos inservíveis. É de responsabilidade das
Unidades Executoras cadastrar os armamentos adquiridos de forma não
centralizada e baixar os armamentos extraviados dos registros do SIAD.

As tarefas de cadastrar e baixar registros no SIAD, relativas às munições,


são compartilhadas pela DAL com as Unidades. A inclusão da munição real
nova e da recarregada, a primeira movimentação e a expedição da guia de
transferência são de responsabilidade da DAL, através do CMB. Os demais
lançamentos ficam a cargo da Unidade detentora do material, conforme
preveem as normas em vigor.

As visitas técnicas, de responsabilidade da DAL, são realizadas,


periodicamente, nas Unidades, com o objetivo de conhecer os problemas
e vulnerabilidades relativas ao material sob sua gestão. Visam a apreciar o
funcionamento dos serviços e as Unidades envolvidas naquelas atividades,
prestando assistência e informações relativas a assuntos técnicos e
administrativos de sua competência.

5 Está estabelecido no Decreto 45.018, de 21 de janeiro de 2009, a obrigação da


utilização do Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços do Estado
de Minas Gerais - SIAD-MG, para fins de aquisições e contratações de bens e serviços,
por parte dos Órgãos e Entidades da Administração Pública Direta e Indireta do Poder
Executivo Estadual.

6 Ferramenta criada pelo Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004, que regulamenta a


Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, e estabeleceu, em seu art. 2º, que as armas
das Polícias Militares serão cadastradas no SIGMA.

78
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

A supervisão, em seus diversos níveis, tem por premissa desenvolver


ações de fiscalização ou de acompanhamento sistemático das atividades,
com o fito de melhorar e assegurar a qualidade da prestação de serviços,
acompanhando a execução dos planos e ordens, para avaliar os resultados
alcançados e criar condições que assegurem a eficácia do controle externo.

Na Unidade, sob a coordenação do agente de coordenação e controle,


também ocorrerá supervisão destinada a:

a) manter o controle do mapa-carga do armamento e das munições;

b) manter organizada a Reserva de Armas, Munições e Equipamentos


(RAME) da sede da Unidade e das frações destacadas e descentralizadas;

c) propor as medidas de segurança dos locais onde estiverem as armas e


as munições, e o pessoal que deve manuseá-las;

d) fazer cumprir a legislação e as ordens.

Importante lembrar que as responsabilidades para a execução das


supervisões e visitas técnicas recairão, em seus respectivos níveis sobre:

- Assessoria de Armamento, Munição e Apetrechos Operacionais da


Quarta Seção do EM (PM/4) - Logística e Tecnologia;

- Seção de Coordenação Orçamentária e do Suprimento de Materiais e


Serviços (DAL-1);

- 4ª Seção (P/4) de Regiões – Logística e Administração Financeira e


Orçamentária;

- Seção de coordenação e controle das Unidades Executoras;

- SAT;

- Almoxarifado.

4.3 Instrumentos de controle

Os inquéritos e sindicâncias são instrumentos obrigatórios de controle cuja


responsabilidade direta de instauração é do Diretor, Comandante ou chefe.

A instauração de Inquérito Policial Militar ocorre nos casos de natureza

79
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

grave (danos pessoais ou materiais de grande valor), em que haja indícios


de crime militar. Naqueles em que ocorrer avaria da arma ou munição, a
solução do Inquérito Técnico (IT) instruirá o IPM e substituirá a instauração
de Sindicância Regular. Para esse caso específico, cópias do relatório, da
solução do IPM e do IT deverão ser remetidas à DAL.

Para os casos de perda, extravio, furto ou roubo, será instaurado o IPM para
apurar as responsabilidades, encaminhando-se, ao final, cópia do Relatório
e da Solução à DAL, visando à baixa do material. Caso haja dano material
ou inutilização do armamento ou munição, proveniente de acidente de tiro,
mau uso ou outros motivos similares, será instaurada Sindicância Regular
que, obrigatoriamente, será acrescida de Parecer Técnico, constante no
Anexo “C” deste Manual.

Tanto para a instauração de IPM quanto de SR, quando houver danos


ou prejuízos, pessoais ou materiais, a Unidade comunicará, formal e
imediatamente, à DAL, cientificando-a das medidas adotadas.

As atribuições de assessoramento, quando se tratar de danos materiais,


recairão sobre o agente de coordenação e controle da Unidade, cabendo-
lhe:

- receber as documentações iniciais do responsável;

- controlar as portarias de IT em aberto e concluídas;

- analisar, assessorar e emitir parecer acerca dos autos;

- manter em arquivo os processos e encaminhar as cópias para os setores


e órgãos estabelecidos neste Manual;

- supervisionar os Relatórios de Informações Técnicas (RIT).

A geração do número de Portaria de IT permanece sob o encargo da Secretaria


ou Seção de Recursos Humanos da Unidade.

4.4 Medidas de controle

Devem ser exequíveis, simples e objetivas, a fim de evitar a solicitação de


processos e informações desnecessárias, que aumentem os encargos das
Unidades. Contudo, as medidas devem ter uma periodicidade, visando ao
perfeito cumprimento dos objetivos de controle, citados anteriormente.

80
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

As atividades que envolvem a administração do armamento e munição


são muito específicas. Por isso, é necessário designar militares que
demonstrem interesse por esse tema e que estejam capacitados para a
gestão. Deve ser evitado o rodízio, principalmente nas Reservas de Armas.

É responsabilidade da Seção de Armamento e Tiro (SAT) controlar:

a) os livros de controle de entrada e saída de armamentos, equipamentos


e munições;

b) as armas à disposição da justiça;

c) as armas extraviadas;

d) o Porte Especial de Arma de Fogo (PEAF);

e) as armas em manutenção;

f) a vida útil do armamento;

g) os RIT realizados;

h) os militares credenciados para o uso de armas portáteis;

i) os militares com porte de arma cassado ou suspenso;

j) as munições, por lotes;

k) os armamentos e as munições cedidos e doados;

l) as informações sobre militares reprovados no TCAF e na prova prática


de tiro do Treinamento Policial Básico (TPB) e de outros treinamentos
específicos, com armas e munições;

m) os militares inscritos no Treinamento Especial com Arma de Fogo


(TESCAF);

n) os acidentes e incidentes de tiro;

o) os militares capacitados para exercerem as atividades inerentes à


Reserva de Armas, Munições e Equipamentos (RAME);

p) as campanhas de conscientização de regras de uso, manejo e


segurança do armamento e munição;

81
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

q) a manutenção preventiva de armamento e inspeção de munição


realizada na Unidade;

r) os termos de incineração de munição de menor potencial ofensivo;

s) os recibos;

É de responsabilidade do Almoxarifado da Unidade controlar:

a) as guias;

b) Nota Fiscal ou documento correspondente;

c) Termo de Doação por terceiros;

c) Termo de Cessão de uso ou comodato;

d) Parecer Técnico;

e) Espelho de documento de entrada do SIAD;

f) Parecer de descarga Termo de baixa;

g) Mapa Carga.

4.5 Controle da vida útil do armamento

A vida útil do armamento é contada pelo número de disparos efetuados


pela arma de fogo, quer sejam aqueles ocorridos durante as operações
policiais ou os tiros efetuados durante treinamento. Disso decorre a
importância de se efetuar os registros individualizados de cada arma
durante os treinamentos, em relatório próprio ou durante as operações,
no REDS ou BO, bem como efetuar o respectivo lançamento no sistema
informatizado, em rotina especifica para esta finalidade.

Ao chefe da SAT recai a responsabilidade de orientar e fiscalizar o


cumprimento dessa recomendação. Ao Agente de Coordenação e
Controle da Unidade, a responsabilidade de supervisionar. Aos demais,
principalmente aos professores de tiro, a de efetuar o lançamento dos
disparos nos documentos já citados. Ao ser verificado que o armamento
está próximo dos 95% de sua vida útil, a SAT providenciará seu recolhimento
programado ao CMB. A vida útil do armamento segundo cada fabricante é
o descrito no QUADRO 1.

82
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

QUADRO 1 – Vida útil do cano nas armas utilizadas pela PMMG.

FABRICANTE ARMA VIDA DO CANO (em tiros)


Pistola 9 mm 20.000
Submetralhadora 9 mm 20.000
Revólver .38 20.000
Taurus
Pistola .40 20.000
Submetralhadora .40 20.000
Carabina .40 20.000
Carabina 5,56 mm 16.000
Fuzil 5,56 mm IMBEL 16.000
IMBEL
Fuzil 7,62 mm IMBEL 16.000
Pistola .40 IMBEL 16.000
Rossi Carabina .38 20.000
Escopeta cal 12 5.000
CBC
Espingarda cal 12 5.000

Fonte: Fabricantes citados.

4.6 Medidas de segurança

As medidas preventivas ou de segurança são muito eficazes e atuam como


medidas de controle. Devem ser implementadas nos locais onde existam
armas e munições. São elas:

- permitir o acesso somente aos funcionários do setor;

- instalar grades nas janelas e portas da Reserva de Armas, Munições e


Equipamentos (RAME) da Unidade e nas SAT;

- instalar a RAME e a SAT em locais que tenham teto de alvenaria;

- instalar telas com espaçamento pequeno das amarrações a fim de


evitar, dentre outros, a passagem de pequenos objetos, como munições
de armas de fogo;

- instalar sistema de ventilação;

- instalar alarme e sistema de monitoramento;

83
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

- para as Frações onde não exista plantão ou policiamento 24 horas,


sugere-se o acondicionamento das armas portáteis e suas munições
em cofres, devidamente chumbados à parede e ao chão;

- instalar as caixas de areia nas proximidades da RAME, devendo ser


observado o local mais adequado e fora do fluxo de pessoas. As caixas
de areia construídas de alvenaria deverão possuir madeira nas faces, a
fim de minimizar os resultados do disparo acidental;

- instalar tambores de óleo ou resíduo, enterrados no solo, até sua


metade, e preenchido de areia, também até a metade, para manejo e
carregamento de armas portáteis; os tambores devem ser instalados
com as tampas, sendo a abertura de saída do líquido utilizada para
colocação do cano da arma portátil.

Os professores de tiro também têm responsabilidades em relação à segurança


durante a utilização do armamento sob sua guarda, bem como sobre o seu
controle. Por isso devem:

- apanhar e devolver, na Reserva de Armas, os armamentos e munições e


demais materiais necessários;

- inspecionar e conferir o armamento antes e após o uso;

- registrar, em documento próprio, o número de tiros de cada arma


utilizada e as alterações ocorridas durante o treinamento ou avaliação;

- comunicar os acidentes e incidentes de tiro, seguindo as orientações


deste Manual;

- coordenar a manutenção de 1º escalão do armamento após o uso;

- responsabilizar-se pela guarda do armamento.

Nenhum armamento ou munição deverá ser transportado em veículos que


não sejam os da própria PMMG, salvo os pagos fixos.

84
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

4.7 Classificação e controle da munição para armas de fogo

Para fins de controle, a munição real distribuída para o uso tem vida útil
classificada conforme TAB. 1 a seguir.

TABELA 1 - Classificação da vida útil da munição.

CLASSIFICAÇÃO (EM USO)


CALIBRE
BOA REGULAR
.38 e .40

9 mm
Até 2 anos De 2 a 3 anos
12

7,62 e 5,56 mm

As munições danificadas, independentemente do tempo de uso, devem


ser baixadas, no SIAD e recolhidas ao CMB, conforme legislação específica.
As munições reais novas, armazenadas na embalagem original de fábrica,
terão validade de 10 anos, desde que inspecionadas regularmente. Para a
distribuição devem ser adotados procedimentos próprios, com o objetivo
de evitar extravios.

São considerados procedimentos necessários para o efetivo controle de


munições, a serem tomados pela SAT:

1) lançar as movimentações de munição no Sistema Informatizado de


Controle de Materiais e outros meios que a SAT e o Almoxarife julgarem
necessários;

2) distribuir as munições por meio de RECIBO POR EMPRÉSTIMO, no sistema


informatizado de controle de materiais, utilizando a rotina “Materiais
Controlados no SIAD”, por Fração/Seção.

3) fornecer a munição para revólver calibre .38 ou pistola, a critério do


comandante da Unidade e disponibilidade do material, à tropa empenhada
na atividade-fim em caráter permanente, na quantidade mínima de uma
carga, com o devido controle de distribuição, por meio de recibo e lançamento
no SIAD;

4) inspecionar periodicamente a munição distribuída, de forma

85
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

individualizada, para verificação do estado de conservação ou perdas e


extravios porventura ocorridos;

5) substituir a munição distribuída à tropa sempre que esta apresentar sinais


de azinhavre no estojo e na espoleta, bem como projétil desengastado
(com folga ou afundado) da boca do estojo, corrosão ou excesso de
sujidade, além de amassamento ou fissuras no estojo;

6) instruir quanto à proibição do uso de munição real no treinamento de


tiro, sendo permitido somente com prévia autorização da DAL;

7) descarregar e recolher, ao CMB, toda munição inservível para emprego


operacional;

8) evitar manter estoques excessivos de munição nas salas de armas e


SAT, devendo distribuí-las às frações, especialmente as destacadas ou
descentralizadas, para fins de substituição periódica da munição em mau
estado de conservação, que esteja em poder da tropa;

9) estocar a munição disponível, separadamente por calibre, lote, tipo,


data, idade, preferencialmente em suas embalagens originais, em local
fresco, seco, sem incidência de raios de sol e afastado de qualquer tipo de
produto químico (corantes, solventes, lubrificantes e gases) ou umidade;

10) recuperar 99% dos estojos da arma de repetição e 97% das armas
semi-automáticas ou automáticas, durante o treinamento e avaliação com
armas de fogo;

11) instruir e orientar os militares a constarem no histórico do REDS ou BO o


número de disparos de cada arma de fogo da carga da PMMG, para fins de
baixa da munição e controle da vida útil do armamento;

12) é expressamente proibido utilizar munição recarregada ou de


treinamento no emprego operacional;

13) PARA QUALQUER CASO DE EXTRAVIO DEVE SER INSTAURADO O IPM.

4.8 Munição química e espargidores

Em relação ao estoque de munições químicas nas diversas Unidades, deverá


ser considerado o seguinte:

86
a) vencido o prazo de validade, são imprevisíveis os efeitos das granadas
lacrimogêneas, bem como de quaisquer munições químicas, inclusive
as explosivas. Podem ocorrer reações químicas descontroladas,
resultantes da deterioração de componentes internos dos artefatos,
pela ação do tempo;

b) em hipótese alguma deve ser utilizada MUNIÇÃO QUÍMICA


VENCIDA em ações e operações policiais;

c) cada artefato deve ser estocado separadamente, por tipo e prazo de


validade em sua embalagem original (saco plástico), em local fresco,
seco e distante de qualquer tipo de solvente ou fonte de calor ou
umidade;

d) as munições somente devem ser retiradas de sua embalagem


plástica no momento da utilização;

e) em hipótese alguma as granadas explosivas devem ser desmontadas,


para qualquer finalidade, uma vez que possuem componentes
sensíveis ao atrito e ao choque;

f) o prazo de validade de cada artefato vem inscrito em seu corpo, de


forma a permitir a identificação pelo usuário.

Devem constar no histórico do REDS ou BO referente à atividade


operacional, a quantidade de munições de menor potencial e espargidor
de gás lacrimogêneo utilizados.

Caso ocorra o vencimento, as munições químicas devem ter o seguinte


destino, observado o contido nas normas em vigor:

a) vencidas a menos de 1 ano:

- desde que não apresentem sinais evidentes de deterioração, as


munições químicas vencidas devem ser consumidas no treinamento
da tropa, especialmente das frações de operações de choque, sendo
vedada a exposição direta da tropa aos seus efeitos;

- durante o treinamento, deve-se dar ênfase à correta identificação


dos artefatos, seus efeitos, objetivos e técnicas de acionamento e
arremesso, além de noções de descontaminação;

- a ordem de serviço ou documento da autoridade competente que

87
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

autorizar o uso das munições vencidas a menos de 1 ano, bem como


o relatório de uso da munição do responsável pela atividade, deverão
ser encaminhados à SAT, para fins de baixa;

b) vencidas a mais de 1 ano:

- devem ser baixadas e destruídas por inservibilidade, sendo vedado o


reaproveitamento para qualquer finalidade;

- a destruição deve ser feita por queima ou explosão; a queima deve


ser feita em um fosso de, mais ou menos, 1 metro de profundidade
por 1 metro de largura, em local seguro e distante de habitações;

- no caso de destruição por queima, cada artefato deve ser queimado


no fosso um a um, tomando-se cuidado com explosões e gases
produzidos pela queima.

Os termos inerentes à incineração deverão ser mantidos em arquivo na


Unidade, por 6 anos, e publicados em Boletim Reservado da Unidade.

A baixa e consequente destruição devem ser precedidas de autorização da


DAL, seguindo-se, para esse fim, as diretrizes do item 6.

Nos casos em que ocorrerem falhas nos artefatos, deverão ser adotadas as
seguintes providências:

a) artefatos vencidos:

- os artefatos que tenham falhado e estejam com o prazo de validade


vencido devem ser destruídos conforme o especificado para as
munições vencidas há mais de um ano;

- nunca se deve reutilizar o artefato que tenha falhado principalmente


as granadas explosivas; antes de serem recolhidas para destruição,
deve-se aguardar um minuto após o seu lançamento, já que há a
possibilidade de deflagração retardada. Havendo possibilidade,
destrua-a no local;

b) artefatos a vencer

- munições não explosivas: providenciar a baixa e a destruição do


material conforme previsto na alínea anterior;

- munições explosivas: isolar o local e acionar tropa especializada.

88
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

- as munições químicas a vencer, que tenham falhado durante as


operações policiais, deverão ser recuperadas, para fins de substituição,
e, principalmente, para evitar acidentes e reutilização; caso não seja
recuperada, o fato deve ser descrito no histórico do REDS ou BO da
operação, constando, ainda, o lote e o ano de fabricação da munição.

Para a substituição, pelo fabricante, dos artefatos falhados dentro da


validade, a Unidade deve encaminhar relatório sucinto à DAL, com
informações acerca das circunstâncias em que se deu a falha, tais como:
data, local, situação, número da guia de recolhimento, tipo da munição, lote,
data de vencimento do prazo de validade, condições de armazenamento
na SAT ou RAME, entre outros.

Quando o artefato falhado não for explosivo e puder ser recuperado,


a Unidade deverá mantê-lo em local seguro até que o fabricante se
pronuncie. Os explosivos devem ser destruídos.

4.9 Relatório de Informações Técnicas (RIT)

O RIT é um documento que oferece informações necessárias para a correta


análise da conformidade quanto ao emprego do material bélico. Permite
a detecção de distorções e possibilita a adoção das medidas corretivas
necessárias ao aprimoramento do material.

O RIT será feito em qualquer época, a critério do comandante da Unidade,


por determinação da DAL, da RPM ou do EMPM. Poderá ser confeccionado,
de iniciativa, por qualquer militar usuário direto de material disponibilizado
pela PMMG, utilizando-se o modelo constante do Anexo “D” deste Manual.
Neste caso, o documento será encaminhado à Seção de Coordenação
e Controle, que procederá aos devidos registros e observações,
encaminhando-o, em seguida, à DAL, via ofício do comandante da Unidade.

O RIT deve ser elaborado após a utilização do material bélico em atividades


operacionais ou de treinamento, nas quais se tenham condições de avaliar
o desempenho do material e, cujo resultado, na visão do comandante de
qualquer escalão, tenha trazido informações que devam ser transmitidas
ao escalão superior.

Após o recebimento de material novo, a Unidade deverá remeter à DAL, o


RIT correspondente, com base nos dados coletados junto aos usuários,
obedecendo-se os seguintes prazos:

89
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

- material de consumo: no máximo 3 meses após o recebimento;

- material permanente: no máximo 6 meses após o recebimento.

Neste caso, o RIT será elaborado pelo chefe da SAT ou, no impedimento,
por qualquer militar designado pelo comandante da Unidade, sob o
assessoramento da Seção de Coordenação e Controle e da SAT. O RIT será
confeccionado em 3 vias, sendo uma encaminhada à DAL, outra arquivada
na SAT e uma na Seção de Coordenação e Controle da Unidade.

Em caso de defeito do material, deverá ser encaminhada uma ou mais


amostras do mesmo lote de fabricação, para fins de análise.

Recebido o RIT, a DAL analisará as informações e, se necessário, determinará


ao CMB a avaliação e a emissão de Parecer Técnico, conforme modelo
constante no Anexo “C” deste manual.

Se comprovado o defeito do material dentro do prazo de garantia, a DAL


adotará as medidas legais, com vistas à correção das falhas pelo fabricante.

4.10 Recolhimento, substituição e alienação

O EMPM e a DAL poderão determinar o recolhimento de material


bélico para fins de baixa, remanejamento, aprimoramento técnico ou
manutenção.

O material será considerado:

a) ocioso: quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver


sendo aproveitado;

b) recuperável: quando a recuperação for possível e orçar, no máximo,


em quarenta por cento de seu valor de mercado.

c) inservível: quando o material não puder mais ser utilizado para o


fim a que se destina, em virtude da perda de suas características, e não
haja valor comercial para sua alienação.7

A ordem de recolhimento será destinada a UE detentora do material e


conterá, no mínimo, os seguintes dados:

7 Instrução nº 63/2010-DAL

90
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

- local de recolhimento;

- prazo de execução;

- motivação;

- descrição do material;

- quantidade.

Quando o prazo não for mencionado na ordem de recolhimento, será de 30


dias.

O material que não tiver utilização na Unidade, por excesso, ou depender


de recuperação, será disponibilizado à DAL, para fins de remanejamento
para outras Unidades.

Quando a ordem de recolhimento, a substituição ou a distribuição de


material se estender às Unidades com itinerários em comum, o CMB e as
Unidades envolvidas deverão solicitar, à autoridade que determinou o
recolhimento, o ajuste de agendas para fazer o recolhimento, substituição
ou retirada do material no mesmo dia e com a utilização do mesmo
transporte. Essa medida visa ao emprego judicioso dos recursos, ensejando
em economia de combustível, diárias e de efetivo para a escolta.

As escoltas para retirada, substituição ou recolhimento de materiais bélicos


deverão ser realizadas com viaturas, armamentos e efetivo condizentes
com a importância da carga transportada.

O recolhimento ou o recebimento de material deverá ser previamente


agendado com o CMB/DAL, com, no mínimo, 48 horas de antecedência,
salvo quando ordem expressa da autoridade competente estabelecer
prazo menor. Neste caso, o agendamento estará expresso na ordem de
recolhimento.

Após o recebimento do material, será realizada a triagem e a classificação em:

a) 1ª Classe: material novo e ainda não usado;

b) 2ª Classe: material já usado, que poderá ser utilizado de imediato;

91
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

c) 3ª Classe: material já usado, que poderá ser utilizado após a realização


de reparos indispensáveis para ficar em condições de uso.

4.10.1 Recolhimento de material de consumo

O material de consumo controlado é descarregado por determinação do


EMPM, da DAL ou quando a Unidade de Execução verificar a inconveniência
ou impossibilidade da manutenção em estoque. Neste caso, o material
deverá ser recolhido ao CMB, de acordo com o previsto nas normas em
vigor.

Somente será recebido pelo CMB o material que atender às quantidades e à


fiel descrição inserta no Termo de Exame e Averiguação de Material (TEAM),
correspondente à autorização, conforme disposto no modelo constante do
Anexo “E” deste Manual.

As alterações detectadas no ato de recebimento do material, constantes no


respectivo TEAM, deverão ser apresentadas pelo CMB à DAL, que, por sua
vez, determinará à Unidade detentora do material a adoção das medidas
administrativas previstas para cada caso.

Nesse caso, o material somente será aceito mediante a apresentação


de novo TEAM, no qual, obrigatoriamente, deverão ser anexadas cópias
autênticas dos atos administrativos que justifiquem as faltas apontadas.

Após o recebimento do material de consumo descarregado, o CMB


avaliará a possibilidade de aproveitamento da matéria-prima do material
inservível. Tratando-se de material irrecuperável, deverá ser destruído,
conforme prescrições técnicas em vigor, em especial ao Regulamento para
Fiscalização de Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro (R-105).

O EMPM e a DAL podem determinar, no âmbito Institucional, o


recolhimento do material de consumo novo, semi-novo ou inservível.
Poderá ser determinado que este recolhimento seja realizado mediante
guia de transferência informatizada, destinada ao CMB, quando se tratar
de material em condições de ser redistribuído.

4.10.2 Recolhimento de material permanente

O material permanente será recolhido por determinação do EMPM, da DAL


ou quando a UE detentora julgar a inconveniência da sua manutenção em
carga patrimonial. Neste caso, a UE solicitará à DAL a autorização para o
recolhimento do material ao CMB.

92
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

Esse recolhimento é indispensável e tem como objetivo o aproveitamento


de peças, partes ou conjuntos não atingidos pelo dano. Caberá à DAL
avaliar a destinação do material, indicando o remanejamento ou a baixa,
conforme o caso.

O material permanente recolhido ou transferido à outra UE, será excluído,


de imediato, da carga da Unidade detentora, após a confecção da guia de
movimentação no SIAD para Unidade recebedora, que providenciará a
confirmação na respectiva guia.

4.10.3 Substituição

A Unidade poderá solicitar à DAL a substituição do material recolhido. A


análise do ressuprimento do artigo será realizada com base em critérios de
dotação de materiais estabelecidos pela DAL. Tais critérios serão definidos
com base nos limites máximos, estabelecidos em legislação específica do
Exército Brasileiro e a disponibilidade logística institucional.

4.11 Alienação

Observados os preceitos legais pertinentes a cada caso e as comunicações


necessárias ao escalão competente do Exército Brasileiro, se autorizada
pelo EMPM, a DAL, através do CMB, poderá vender, permutar, doar
ou incinerar armamento, equipamento ou apetrecho operacional,
pertencente ao acervo patrimonial da Instituição, observando o previsto
nas normas em vigor.

93
REFERÊNCIAS

PARTE 5

PREJUÍZOS, IMPUTAÇÕES
E INDENIZAÇÕES
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

5 PREJUÍZOS, IMPUTAÇÕES E INDENIZAÇÕES


A PMMG, com relação a esse assunto, é extremamente rigorosa, existindo
diversas normas internas que disciplinam a matéria, não só para extravios
de materiais, mas também para os danos, sendo inclusive considerada
transgressão disciplinar, conforme Lei estadual nº 14.310, de 19Jun02.

5.1 Extravio

Considera-se extravio, para efeito deste Manual, o armamento convencional


ou de menor potencial ofensivo e suas respectivas munições, pertencentes
ao acervo patrimonial da Polícia Militar e que foi descarregado por motivo
de desaparecimento, perda, roubo ou furto.

A Unidade detentora de armamento ou munição da Polícia Militar, que vier


a ser extraviada, deverá adotar as seguintes providências:

a) instaurar IPM, para a apuração de responsabilidade civil, disciplinar ou


criminal;

b) lançar a arma na situação de pendência no SIAD;

c) comunicar o fato à DAL, em até 2 dias úteis;

d) encaminhar cópia do relatório e solução do IPM à DAL, para fins de


homologação da baixa;

e) encaminhar cópia do IPM à Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais


(AGE), para fins de imputação de prejuízo, caso não tenha ocorrido o
ressarcimento voluntário do material na esfera administrativa;

A situação de impedimento será mantida no SIAD, pela Unidade, até a


homologação da baixa pela DAL. Esta homologação independe de decisão
judicial. Após a homologação da baixa, o material extraviado será retirado
do SIAD pela Unidade detentora, e a situação será comunicada pela DAL
ao Exército Brasileiro, por meio do BRAM.

5.2 Imputações

Nos casos de extravio será instaurado, obrigatoriamente, IPM. Os


encarregados de IPM, nos prazos legais, remeterão à autoridade que o

97
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

instaurou, os autos com os relatórios, em que, de modo claro e insofismável,


estabeleça-se, também, a relação de causa e efeito na parte expositiva e
sejam definidas as responsabilidades na parte conclusiva.

Quando o IPM comprovar a não-responsabilidade do detentor da arma


pelo extravio, perda, inutilização, roubo ou furto, o prejuízo será imputado
ao Estado, na forma da legislação vigente.

Caso sejam constatadas, no decorrer das diligências, irregularidades ou


mesmo simples indícios de envolvimento de armamento ou munição de
outra Unidade, o encarregado do IPM deve participar, com urgência e por
escrito, ao seu comandante, que comunicará ao comandante da Unidade
envolvida e à DAL.

O encarregado do IPM deve envidar esforços para reaver o material


desaparecido. O comandante da Unidade, no texto do ofício que
encaminhar o processo de baixa à DAL, mencionará as providências
tomadas.

As Unidades remeterão à DAL, até o dia 20 de janeiro de cada ano, uma


relação anual discriminando a nomenclatura e o número de cada arma
desaparecida, local do extravio, responsável pelo armamento e o número
do IPM, durante os últimos 12 meses, com alterações encerradas em 31 de
dezembro de cada ano.

A DAL remeterá ao EMPM, até o dia 25 de fevereiro de cada ano, a quantidade


de armas desaparecidas no ano anterior, constando referência numérica,
nomenclatura, local do desaparecimento e nome do responsável.

5.3 Indenização do material extraviado

A indenização do material extraviado ocorrerá mediante dação em


pagamento, podendo ocorrer de três formas:

a) mediante desconto nos vencimentos do responsável, após sua


autorização por escrito, que deverá ser juntado no IPM. O valor
depreciado será apurado com base no valor atualizado, informado
pela DAL, e demais regras contidas nas normas em vigor. Nesse caso,
deverá ser utilizado o Anexo “A” deste Manual;

b) mediante a reposição de material com idênticas características


do material extraviado, compreendendo-se os aspectos de marca,
modelo, tipo de acabamento, calibre, comprimento do cano, entre

98
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

outros; no caso de reposição de armamento, ele deve ser novo


e a reposição será efetivada após a autorização da DAL ou por
determinação judicial; a reposição de material com características
diferentes do material extraviado poderá ser processada após análise
da conveniência pelo EMPM, assessorado pela DAL.

c) em espécie, com base no valor apurado, conforme previsto nas


normas em vigor, em recolhimento à conta única do Tesouro Estadual,
por meio de DAE.

A dação em pagamento de armamento seguirá a sequência descrita abaixo:

a) solicitação formal do interessado ao comandante da Unidade


detentora do material, em que conste a marca, modelo, tipo de
acabamento, calibre, comprimento do cano, número de série e
registro do armamento;

b) parecer da SAT, instruído com dados do Sistema de Administração de


Armas e Munições da PMMG (SAAM/PM) e do SIGMA;

c) avaliação da CPARM;

d) despacho favorável do comandante;

e) encaminhamento do armamento ao CMB;

f) parecer técnico do CMB, destinado à DAL;

g) avaliação e deliberação da DAL;

h) devolução do armamento à Unidade detentora, pelo CMB, para


fins de registro no módulo Patrimônio do SIAD, por “Dação em
Pagamento”, onde serão registrados os dados para atualização do
Registro Patrimonial do Material ou devolução ao militar detentor.

No caso de deferimento de autorização para a inclusão em carga do


armamento, a DAL determinará ao CMB que proceda a gravação na arma
de fogo e demais marcações vigentes, antes da devolução. No caso de
indeferimento, a DAL fará a exposição dos motivos à Unidade de origem,
e esse documento deve, juntamente com as demais origens, ser anexado
aos autos do IPM.

99
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

A CPARM da Unidade calculará o valor do objeto, que sofrerá depreciação


consoante à vida útil, no caso de armamento e colete à prova de balas.
O valor, assim apurado, será utilizado para fins de indenização pelo
militar responsável. Os demais materiais serão ressarcidos mediante o
desconto do valor correspondente ao objeto novo, conforme orçamento
apresentado pela DAL.

As aquisições, consertos e reparações necessárias, por motivo de


comprovada responsabilidade pessoal, correrão por conta do responsável,
levando-se em conta o preço, a matéria-prima empregada e, ainda, o valor
da mão-de-obra.

Os descontos realizados para indenização serão recolhidos ao Tesouro


do Estado. A Diretoria de Recursos Humanos deverá acompanhar a
execução dos descontos efetuados nos vencimentos dos militares que
forem responsabilizados, direta ou indiretamente, pelo extravio, perda,
inutilização, roubo ou furto.

5.4 Danos ou inservibilidade de armamento

Em caso de dano ou inservibilidade de armamento, deverá ser instaurado o


Inquérito Técnico juntamente com a Sindicância Regular ou IPM, conforme
a natureza ou a gravidade do caso. Somente haverá homologação de
baixa, na forma determinada neste Manual, quando essa formalidade for
cumprida.

Em todos os escalões de Comando, Direção ou Chefia, deve haver a


preocupação de emprego de material para as finalidades especificas,
procurando apurar e estabelecer relação de causa e efeito e definir
responsabilidades quando houver anormalidade que resulte em dano ou
indisponibilidade do material.

5.5 Reembolso após a localização de material extraviado

O material extraviado, localizado, será avaliado pela CPARM da UE a que


este pertencer, emitindo-se respectivo parecer, para verificar a real situação
do objeto, com a finalidade de demonstrar suas condições de conservação
e servibilidade, visando a definir o direito de reembolso ao militar, se
necessário, a Unidade poderá solicitar formalmente, assessoramento
técnico do CMB.

Somente poderá ocorrer o reembolso, pela via administrativa, caso o servidor

100
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

o requeira formalmente e o bem localizado esteja em boas condições de


conservação e seja prestável ao uso na Polícia Militar.

O reembolso constituirá em processo ordinário que, além de ser instruído


com os documentos descritos em instrução própria da Diretoria de
Finanças, deverá conter o seguinte:

a) requerimento do interessado;

b) parecer da CPARM;

c) empenho, no qual deve constar em histórico: os dados do extravio


(nº do IPM), da recuperação (nº da ocorrência) e da reinclusão do
material extraviado (novo nº Patrimonial).

Para a deliberação sobre indenização, a CPARM deverá verificar se o objeto


recuperado apresenta boas condições de conservação e de uso. Nesse caso,
o militar terá direito à devolução do valor efetivamente pago, atualizado
monetariamente. O valor-base para iniciar a atualização monetária será
aquele efetivamente pago pelo servidor à época da indenização, o qual
poderá ser obtido em:

a) dados de registro informatizado;

b) nota fiscal de compra em arquivo do CMB;

c) demonstrativos de pagamento em que tenham ocorrido descontos;

d) documentos probatórios aceitáveis;

e) orçamento apresentado pela DAL.

Para proceder à atualização do valor efetivamente pago serão considerados


os índices oficiais e obedecidas as regras financeiras juridicamente
aplicáveis. Quando houver mais de uma alternativa aplicável, a DF definirá
a forma de atualização a ser adotada, respeitando-se os limites legais.

A EU responsável pela prática das medidas necessárias ao reembolso do


servidor, será aquela a que ele pertencer à época da ocorrência do fato.

O reembolso será efetuado com recursos orçamentários da Unidade a que


pertencer o militar, na rotina própria para a indenização, após a avaliação
do bem recuperado pela CPARM, emitindo-se o parecer competente.

101
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

No caso de material bélico, o parecer da CPARM deverá ser instruído por


Parecer Técnico emitido pelo CMB, conforme o Anexo “C” deste Manual.

Não será admissível a indenização, pela via administrativa, quando


o objeto, ao ser localizado, encontrar-se inservível e não oferecer as
condições necessárias para sua reinclusão em carga. Em hipótese alguma
o armamento recuperado será entregue ao servidor como forma de
reembolso.

5.6 Atualização de preços

A DAL informará às Unidades, quando solicitada, os preços atualizados de


todo o armamento e munição existente na carga da PMMG, para o mês
seguinte, para fins de desconto ou cobrança judicial nos vencimentos ou
proventos. Os preços atualizados do armamento e munição não modificam
o preço da carga.

102
REFERÊNCIAS

PARTE 6

INQUÉRITO TÉCNICO
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

6 INQUÉRITO TÉCNICO
O Inquérito Técnico (IT) é um procedimento sumário motivado pela
obrigatoriedade de instauração, com a finalidade de investigar e determinar
causas, efeitos e responsabilidades por incidente de tiro, acidente de tiro
ou acidente com munição convencional, de treinamento, ou armas de
menor potencial ofensivo.

O incidente e o acidente de tiro são classificados como “culposos”.

O IT será instaurado por ordem do comandante, diretor ou chefe a que


pertencer o material ou ex-officio, por autoridade superior àquela. Os
trabalhos deverão ser conduzidos por militar habilitado em curso de
capacitação, reconhecido pela PMMG, na área do objeto do IT. É facultada
a nomeação de escrivão.

Na falta de militar habilitado, a Unidade fará justificativa e solicitará ao


escalão superior a respectiva designação.

A investigação deve conduzir a uma nítida relação de causa e efeito,


visando à identificação:

a) da origem técnica;

b) do projeto de fabricação;

c) de efeitos da combinação arma/munição;

d) da vida útil do material;

e) do armazenamento e estocagem.

Nos casos de acidente de tiro que houver ferimento ou morte de pessoa


ou semovente, dano ou avaria em qualquer material pertencente à carga
da PMMG ou de terceiros, o IT será instruído, obrigatoriamente, com laudo
pericial do Instituto de Criminalística da Polícia Civil.

Nos casos de acidente de tiro em que houver dano ou avaria somente


ao armamento ou munição, o IT será instruído, obrigatoriamente, com o
parecer técnico elaborado pelo CMB, conforme modelo constante no
Anexo “C” deste Manual.

105
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

O prazo para a conclusão do IT será de 30 dias corridos, prorrogáveis por


mais 10. Nos casos de acidente com vítima, a solução do IT deverá compor
os autos de SR ou IPM.

6.1 Procedimentos da unidade encarregada

Em caso de incidente ou acidente de tiro, a unidade deverá providenciar:

- relatório do militar responsável (em 3 dias úteis);

- IT e SR ou IT e IPM (sendo o IT confeccionado em 5 vias);

- remessa do armamento ou munição convencional ou de treinamento


ao CMB, para confecção do Parecer Técnico, quando necessário;

- remessa da munição de menor potencial ofensivo ao CMB, que


se incumbirá de encaminhá-la, quando necessário, ao laboratório
químico;

- remessa de 4 vias do processo à DAL;

- publicação da solução do IT, que deverá ser feita em 8 dias


improrrogáveis;

- arquivamento da 5ª via na Unidade e;

- alimentação de banco de dados.

6.2 Instruções para fazer o IT

A elucidação de um incidente ou acidente, além de definir a


responsabilidade pela ocorrência, permite aos escalões competentes a
adoção de medidas que evitam a sua repetição.

Nem sempre será possível determinar as causas que deram origem ao


acidente, pois, às vezes, o trabalho é prejudicado pela destruição do
material ou porque as testemunhas são os próprios responsáveis. Mesmo
nesses casos, é aconselhável que sejam formuladas hipóteses sobre as
causas do acidente, em face do estudo minucioso de cada uma delas.

A causa, uma vez fixada, deve ser comparada com aquelas que provocaram
incidentes ou acidentes anteriores, para que o fato em estudo possa ser
enquadrado em acidente estranho ou conhecido.

106
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

O esclarecimento preciso da relação de causa e efeito deve ser a maior


preocupação dos militares que estudaram cada caso, principalmente do
encarregado do IT e do analista da DAL.

As instruções descritas neste item prescrevem a conduta geral a ser


seguida durante os trabalhos. A sequência adotada visa à celeridade na
identificação de causas, efeitos e responsabilidades, e a indicação das
providências dos escalões envolvidos.

6.3 Organização dos trabalhos

As folhas do processo serão colocadas em ordem cronológica, numeradas


e rubricadas. A primeira folha não deverá ser numerada. São documentos
básicos para instauração e início do IT:

a) portaria de nomeação;

b) cópia do documento que o motivou;

c) ficha de acidente e laudos periciais;

d) ordem de serviço, se for o caso.

Quaisquer informações ou documentos julgados úteis poderão ser


solicitados e juntados ao IT. O encarregado do IT poderá submeter o
material à perícia técnica ou solicitar a cooperação do escalão superior.

6.4 Classificação de causas

Na conclusão do IT, as causas dos acidentes ou incidentes devem ser


classificadas como técnicas ou pessoais.

6.4.1 Causas técnicas

Como causas técnicas de acidente, devem ser consideradas apenas as


inerentes a defeitos do material, alheias à responsabilidade do operador
ou do pessoal encarregado da manutenção, tais como:

a) defeitos de fabricação em peças, conjuntos ou subconjuntos


que não tenham sido constatados e levados ao conhecimento dos
militares, anteriormente;

b) defeitos de natureza imprevisível ou inevitável em peças, conjuntos


ou subconjuntos;

107
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

c) ruptura, quebra, afrouxamento ou perda de qualquer parte, quando


imprevisível.

6.4.2 Causas pessoais

a) deficiência de manutenção de qualquer escalão;

b) imperícia, imprudência ou negligência;

c) emprego de material sem as necessárias inspeções previstas nos


Manuais e Boletins Técnicos;

d) falta de habilitação específica para operar armas convencionais e de


menor potencial ofensivo;

e) responsabilidade total de terceiros no acidente.

As causas técnicas, devidamente comprovadas eximirão de culpa, ao


passo que as causas pessoais implicarão a culpa do responsável.

Circunstâncias eventuais como condições atmosféricas, ambientais e


outras, serão levadas em conta durante a realização dos trabalhos; contudo,
não eximirão de culpa o responsável, caso fique comprovado que ele agiu
com imperícia, imprudência ou negligência.

6.5 Imputação de responsabilidades

Os prejuízos somente serão imputados ao Estado nos seguintes casos:

a) quando plenamente configurada a falha técnica ou motivo de força maior;

b) quando o responsável ou operador do material agir em conformidade com as


prescrições insertas em leis, regulamentos, manuais e normas da DAL;

c) quando houver o falecimento do responsável pelo acidente.

6.6 Homologação

Concluído o IT, o encarregado o encaminhará, por meio de ofício, à


autoridade que determinou a instauração. Quando se tratar de material
controlado, essa autoridade, dentro do prazo de 8 dias, a contar da data de
recebimento dos autos, lavrará a solução, remetendo à DAL. Tratando-se
de material não controlado, a homologação ficará a cargo da própria UE.

108
REFERÊNCIAS

PARTE 7

UTILIZAÇÃO DO
ARMAMENTO DA PMMG
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

7 UTILIZAÇÃO DO ARMAMENTO DA PMMG


A arma da carga da Polícia Militar de Minas Gerais é distribuída ao policial
militar no início de seu turno de trabalho e deve ser devolvida ao término,
exceção feita aos detentores de autorização para porte especial.

A distribuição será individualizada, mediante recibo em livro próprio ou


observância de rotina em sistema informatizado de administração de
materiais da Instituição, de modo a permitir a identificação do detentor,
bem como a data e a hora de recebimento e de devolução.

A arma será entregue ao militar apenas quando ele estiver tecnicamente


habilitado, mediante avaliação em treinamento policial-militar, cabendo
a responsabilidade dessa verificação ao comandante da Fração a que
pertença.

Em casos excepcionais, o comandante do serviço (Coordenador do


Policiamento da Unidade ou Companhia e os comandantes de Frações
ou assemelhados), após avaliação criteriosa e havendo disponibilidade
de armas na fração, poderá autorizar que o militar se desloque para sua
residência com a arma da Instituição, por prazo não superior a 02 (dois)
dias úteis, fato que deve ser constado em livro próprio. A autorização do
comandante do serviço deve ser realizada por escrito e arquivada na RAME.

Nas Unidades Administrativas e naquelas que não possuem escala regular


de plantão, a devolução será feita no primeiro expediente administrativo
do militar após o fim do empenho operacional.

Em casos excepcionais, o comandante, diretor ou chefe, após avaliação


criteriosa e motivadamente, poderá autorizar, por até 30 (trinta) dias, que o
militar permaneça com a arma de porte do acervo da Instituição. O militar que
precisar de prazo maior deve solicitar a obtenção do Porte Especial de Arma de
Fogo (PEAF).

7.1 Acondicionamento

O armamento da Polícia Militar será acondicionado nos aquartelamentos:

a) em cabides ou armários apropriados;

111
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

b) descarregados, abertos, com os carregadores desmuniciados;

c) distantes de qualquer tipo de munição; e

d) em local distinto daquele destinado à guarda das armas de propriedade


particular dos militares.

A DAL assessorará as Unidades quanto ao tipo de armário, cabide ou cofre a


ser utilizado para o acondicionamento das armas, equipamentos e munições
existentes.
Nas frações em que o aquartelamento não disponha de condições apropriadas
para a guarda do armamento ou em que não exista escala regular de plantão,
deverá ser observado o seguinte:
a) armamento de porte: o comandante da Unidade poderá, mediante controle
formal e devidamente publicado em BIR, autorizar que o armamento fique
sob a custódia de seus comandados;
b) armamento portátil: o comandante da Unidade deverá adotar medidas
para que o armamento disponível seja restrito ao usado pela guarnição
de serviço, com a responsabilidade pela guarda recaindo sobre o mais
antigo dos militares empenhados no último turno de serviço, até o início
do turno seguinte.
7.2 Transporte
O transporte das armas curtas para treinamento com Arma de Fogo e
recolhimento para manutenção deve ser feito em caixas de madeira, com
capacidade para 10 (dez) armas, com divisões individuais, nos mesmos
moldes dos escaninhos.
Já para o armamento longo, recomenda-se o transporte em capas de
nylon, couro ou material similar.
Esse procedimento irá evitar a queda e o atrito das armas entre si, preservado
seu acabamento.

7.3 Acondicionamento de armamento ou munição de propriedade


particular do militar

O armamento de propriedade particular do militar, quando acondicionado


nos aquartelamentos, deverá permanecer descarregado, aberto e com
carregadores desmuniciados.

112
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

Os comandantes, nos diversos níveis, poderão deliberar acerca da autorização para


a guarda de munição de propriedade particular do militar nos aquartelamentos.
Porém, a munição deverá estar fora da arma, embalada e identificada. Essa
medida é de responsabilidade do militar proprietário.

7.4 Reserva tática

O armamento que exceder ao efetivo existente na fração PM, será recolhido


à reserva de armamento do respectivo Pelotão ou Companhia, passando a
constituir reserva do comandante.

Nessa situação, o armamento deverá receber, em sua superfície, uma película


de óleo mineral de média viscosidade e ser envolvido em saco ou filme
plástico antes de ser acondicionado.

7.5 Controle do armamento apreendido ou à disposição da justiça

As armas de fogo pertencentes ao acervo patrimonial da Instituição, que forem


apreendidas ou que estiverem à disposição da Justiça, ficarão acauteladas em
um local seguro da UEOp, devidamente identificadas e catalogadas em livro
que contenha, no mínimo, as seguintes informações:

a) tipo;

b) marca;

c) modelo;

d) número de série;

e) número de patrimônio;

f) número do processo;

g) síntese do fato motivador;

h) número de tiros realizados.

Essas armas serão objeto de rigoroso controle por parte das Unidades, que
deverão acompanhar o processo junto à Justiça, para solicitação de restituição,
conforme normas institucionais em vigor.

O comandante, diretor ou chefe de Unidade designará um oficial para o devido


acompanhamento de procedimentos administrativos, policiais ou judiciais,

113
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

que envolvam armas do acervo patrimonial da Polícia Militar apreendidas,


para que sejam reintegradas à Instituição o mais rápido possível, observando
o disposto nas normas logísticas próprias.

As armas apreendidas ou à disposição da justiça também deverão receber


em sua superfície uma película de óleo mineral de média viscosidade e serem
envolvidas em saco ou filme plástico.

7.6 Regras para o manejo

O manejo do armamento deverá ser realizado em local apropriado, com


a arma apontada para local seguro e longe de terceiros. No interior de
aquartelamentos, deverá ser realizado obrigatoriamente, na caixa de areia.
Fora do aquartelamento, de forma segura, conforme orientações contidas
em normas técnicas.

Durante as operações de manejo, devem-se observar as normas técnicas de


utilização e segurança, insertas em normas Institucionais ou em manuais dos
respectivos fabricantes.

É vedado o carregamento misto de arma de porte ou portátil no serviço


operacional.

7.7 Uso operacional do armamento portátil

Consideram-se armas portáteis os fuzis, carabinas, metralhadoras, espingardas


e escopetas, de qualquer calibre.

O armamento portátil somente será carregado em situações em que for


necessário empregá-lo, após análise de seu portador ou do comandante da
guarnição ou operação, devendo ser descarregado imediatamente após a
situação de emprego, observadas as regras de manejo.

Para a utilização do armamento portátil, o militar deverá estar apto na


modulação específica sobre a arma, com aproveitamento igual ou superior a
60%. Os conhecimentos teóricos e práticos serão avaliados semestralmente.

A SAT deverá manter atualizada a relação dos atiradores de sua Unidade aptos
a utilizar cada tipo de arma.

114
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

7.8 Uso operacional do armamento de porte

Na atividade operacional, a arma de porte da PMMG deve ser conduzida,


obrigatoriamente, carregada e no coldre, observadas as seguintes
considerações:

a) a arma de porte semiautomática, com princípio de funcionamento na


ação simples, será conduzida com o cão rebatido;

b) a arma de porte semiautomática, com princípio de funcionamento na


ação dupla, será conduzida com o cão rebatido e travada;

c) o revólver deverá ser conduzido com a capacidade máxima de


munições.

7.9 Responsabilidades do militar antes do turno de serviço

Com vistas à observação do estado de manutenção, antes de assumir o


turno de serviço, o militar deve realizar a inspeção do armamento recebido
e verificar os mecanismos de funcionamento, segurança e a limpeza do
armamento.

Diante da constatação de defeito no armamento recebido, o militar deve


levar formalmente o fato ao conhecimento do militar responsável pela
RAME, que se incumbirá de retirá-la do serviço operacional e adotará as
primeiras medidas, com vistas ao encaminhamento do armamento para
manutenção.

7.10 Responsabilidades do militar após o turno de serviço

Ao término do turno de serviço, o armamento deve ser entregue limpo e


manutenido. Qualquer irregularidade detectada no armamento utilizado
será comunicada formal e imediatamente ao comandante da Unidade, via
RAME e SAT.

As obrigações correlatas à utilização do armamento são intransferíveis.

7.11 Doação

Somente a DAL está autorizada a receber, das autoridades competentes,


doação de armas de fogo apreendidas, observando-se os dispositivos legais
e o interesse da Instituição.

115
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Caso haja interesse da Instituição, a DAL determinará a adoção das


medidas correlatas ao transporte do armamento e procederá ao
cadastramento no SIGMA.

É vedado às Unidades manter ou receber, a título de posse provisória,


inclusive como depositário fiel, arma de fogo, produto de apreensão à
disposição da Justiça, vinculada a processo em andamento ou transitado
em julgado, para uso policial militar.

Se for de interesse da Unidade e da Instituição o recebimento em


doação de arma de fogo, produto de apreensão e à disposição da
Justiça, quando não mais interessar à persecução penal, a Unidade
deve entrar em contato com a DAL para que seja providenciada a
solicitação à autoridade competente, após a elaboração do laudo
pericial e a juntada aos autos.

As mesmas providências deverão ser adotadas quando houver


interesse de pessoas naturais e jurídicas em doar armas em situação
legal, de sua propriedade, para Unidades da PMMG.

7.12 Cessão de armamento pertencente ao acervo patrimonial

É vedada às Unidades a cessão de armas pertencentes ao acervo da


Instituição a outros órgãos ou a terceiros. Esta atribuição é exercida,
exclusivamente, pela DAL, mediante autorização do Comando-Geral.

As demonstrações de aquisições ou cessões de armamento realizadas


pela PMMG, eventualmente requisitadas pelos órgãos de controle do
EB, são de responsabilidade da DAL.

7.13 Cadastro do armamento pertencente ao acervo patrimonial

As armas de fogo de uso permitido e de uso restrito (Artigos 15 E


16 do R-105), pertencentes ao acervo patrimonial da Instituição,
serão cadastradas no SIGMA e no sistema informatizado de controle
patrimonial, por intermédio da DAL.

Todas as armas pertencentes ao acervo patrimonial da Instituição


serão identificadas, conforme normas específicas do EB, com gravação
na armação – feita a laser ou sistema de deformação mecânica em

116
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

profundidade de 0,10 mm, com tolerância de mais ou menos 0,02 mm


– das Armas da República e nome por extenso “Polícia Militar de Minas
Gerais”. Quando não for possível a identificação por extenso, no espaço
disponível na armação, constar a sigla “PMMG”.

117
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

ANEXO “A”

TERMO DE COMPROMISSO

Pelo presente instrumento particular de acordo


amigável, eu ______(nome),_______(nacionalidade), _______(estado
civil), nascido aos __/__/__, portador de cédula de identidade
nº_____________, expedida por____________________, em
__/__/__/, e CPF nº_________________, residente e domiciliado à
rua_________________, bairro:_____________________ na cidade de
_____________________________, Estado________________, autorizo
de livre e espontânea vontade, o desconto em meus vencimentos
em____(nº de parcelas)____ mensais, de R$_________, totalizando
R$_________, em ressarcimento ao material danificado/extraviado, serial
nº___________, patrimônio nº________, da Polícia Militar de Minas Gerais,
decorrente de____________ (citar as circunstância e as razões do dano/
extravio___________________ocorrido no dia __/__/__, na cidade de
____________________ Estado_____________________, conforme _______
(citar documento que comunicou o fato).

_________________________ , de ___________________de 20___.

__________________ (assinatura)__________________________

COMPROMITENTE

____________________(assinatura)__________________________

1ª Testemunha

____________________(assinatura)__________________________

2ª Testemunha

118
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

Parecer da SRH:

As parcelas mensais referentes ao ressarcimento voluntário


(correspondem) (ou não correspondem) a ___% dos atuais
vencimentos do militar, conforme avaliação do último
demonstrativo de pagamento.

Deferido: ( ) Sim ( ) Não


Parecer do Comandante, Diretor ou Chefe:

Deferido: ( ) Sim ( ) Não

________________________________________________

Comandante

BIR Nº____/ANO de ___/___/____

119
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

ANEXO “B”

(RPM)

(OPM)

INQUÉRITO TÉCNICO

PORTARIA NR (Local e data)

Do

Ao Sr

Assunto: Instauração de Inquérito Técnico (IT)

Anexo: a. Cópia da parte que motivou o IT;

b. Ficha de Acidente (ou cópia, se for o caso);

c. Ficha de Serviço (ou cópia, se for o caso);

Tendo chegado ao meu conhecimento que ocorreu um acidente com o/a


(equipamento – características), do(a) (Unidade a que pertence), determino
que seja, com a possível urgência, instaurado o devido Inquérito Técnico,
delegando-lhes, para esse fim, as atribuições que me competem.

__________________________________

(Comandante, Diretor ou Chefe)

120
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

INQUÉRITO TÉCNICO

1. TERMO DE ABERTURA

Aos ___ dias do mês de _________ do ano de dois mil e _________


iniciando o IT, determinado pela Portaria Nr _________ de _________ do Sr
____________________, verifiquei a cópia da parte (ou outro documento)
que acompanhou a citada Portaria, para adoção das providências
decorrentes.

2. INSPEÇÃO

Aos ___ dias compareci ao _________ (local onde se encontra o equipamento)


acompanhado pelo operador/responsável do/pelo equipamento, a fim de
proceder à inspeção.

3. IDENTIFICAÇÃO DO MATERIAL

Nomenclatura, patrimônio, tipo, marca, modelo, ano de fabricação, número


de série, fornecedor, valor de inclusão em carga, vida útil ou validade.

4. AVARIAS

Descrever sucintamente cada uma das avarias observadas.

5. CUSTOS DE MANUTENÇÃO

Avalio os danos causados em R$ ____ (__________________), e sou de


parecer que a recuperação pode ser procedida pelo (CMB).

121
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

6 . DECLARAÇÕES

6.1 Do operador:

Aos ___ dias do mês de _________ do ano de 20___, foi por mim ouvido o
número ____________, nome ____________________________, operador
do equipamento anteriormente citado, habilitado a operá-lo de acordo
(documento comprobatório), fornecido por (entidade que o forneceu), que
isse:___________________________________________________________
_______________________________________________________________

6.2 Das testemunhas (em princípio três)

Aos ___ dias do mês de _________ do ano de 20___, foi por mim ouvida
a primeira testemunha do ocorrido, (nome da testemunha) identidade
__________ expedida por (entidade que expediu), que isse:______________
______________________________________________________________

Idem para as demais testemunhas.

7. RECONSTITUIÇÃO

Aos ___ dias do mês de _________, compareci ao local do acidente, onde


procedi ao exame do local e do equipamento, tendo confrontado os
documentos anexos com as declarações do operador/responsável e das
testemunhas, realizei a reconstituição da ocorrência, que passo a relatar:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________

122
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

8. CAUSA(S) DA(S) AVARIA(S)

a. Causa pessoal (discriminar a imprudência, negligência ou imperícia do


operador, se for o caso).

b. Causa técnica (discriminar, quando for o caso)

9. CONCLUSÃO

Pelo exposto, sou de parecer que as avarias foram determinadas por causas
pessoais, com exclusiva responsabilidade do operador e/ ou outros) e /ou
foram determinadas por causas técnicas e, nada mais havendo a constar,
encerro o presente IT, o qual será remetido ao (autoridade que o determinou)
para que se produzam os efeitos legais.

Quartel em ____________________ de_________de 20___

__________________________________

Oficial encarregado do IT

123
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

OFÍCIO DE REMESSA DE IT:

Ao: Sr (autoridade que houver determinado o IT)

Assunto: Remessa de IT

Anexo: processo com FI

Remeto a V.Sa., para fins de solução, o Inquérito Técnico anexo, a que procedi,
conforme determinação constante na portaria.

__________________________________

Oficial encarregado do IT

SOLUÇÃO DE IT

124
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

(RPM)

(0MP)

SOLUÇÃO DE INQUÉRITO TÉCNICO

Este comandante, no uso das atribuições que lhe competem, resolve dar
a seguinte solução ao Inquérito Técnico, mandado instaurar através da
Portaria nº ____de___/___/______, para apurar as causas e efeitos das
avarias sofridas pelo (a) (identificação do equipamento), tendo como
encarregado o __________________________________ .

Pelas conclusões a que chegou o encarregado do Inquérito Técnico,


verifica-se que o acidente foi ocasionado por causas pessoais, cabendo a
responsabilidade ao operador e/ou outros (ou foi ocasionado por causas
técnicas), pelo que resolvo:

(as opções abaixo relacionadas são sugestões de motivos para solução, não
são obrigatórias ou taxativas, ou mesmo pretendem esgotar as possibilidades
de solução)

1. Não houve por parte do atirador dolo, imperícia, imprudência ou


negligência, não havendo também qualquer suspeita de sabotagem;

2.A danificação da arma foi causada por falha da munição, já velha e


enfraquecida, não cabendo responsabilidade...

3. Sejam tomadas as providências para baixa do_________________,


série_____________, modelo_____________, acidentado, de acordo com o
estabelecido no MADAM, visto haver ficado irrecuperável com o acidente de
tiro, imputando-se os prejuízos decorrentes ao Estado;

125
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

4. Imputar os prejuízos no valor de R$ _________ (________________) ao


_________________ (ou ao Estado);

5. Faça-se o recolhimento do ____________, número_____________,


série__________, modelo____________, ao CMB via DAL, após cumpridas as
prescrições de baixa em Boletim de Material Reservado.

6. Remeta-se quatro vias do presente IT à DAL, conforme prescreve o MADAM,


e arquive-se a quinta via na SAT.

7. Publique-se esta solução em Boletim Reservado.

__________________________________

Comandante, Diretor ou Chefe.

Publicado no BI nº ___, de ____/____/20____

_________________________________

Chefe pela Seção de Recursos Humanos – P/1

126
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

ANEXO “C”

PARECER TÉCNICO

DIRETORIA DE APOIO LOGISTICO

CENTRO DE MATERIAL BÉLICO

PARECER TÉCNICO nº ___ / 20___

1. Nomeação da comissão: BI___ de ___/___/20___

2. Material Pertencente à carga do(a) ___________________________

3. Exame do material

a. Nomenclatura, patrimônio, tipo, marca, modelo, ano de fabricação,


número de série, fornecedor, valor de inclusão em carga e vida útil ou data
de validade;

127
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

b. Estado geral – descrever as avarias dos principais componentes do material


(Evitar expressões genéricas tais como: em mau estado, inservível, imprestável
ou avariado);

c. Causa(s) da(s) avaria(s) – descrever as causas técnicas ou pessoais, com base


no exame detalhado, esclarecendo como ou porque o material está em mau
estado, inservível, imprestável ou avariado.

4. Custos de manutenção (reparação ou recuperação)

5. Conclusão

Concluir se as causas das avarias encontradas foram decorrentes de falhas


pessoais ou técnicas e se a recuperação do material é viável econômica e
tecnicamente.

Quartel em ____________________ de _________ de 20___

__________________________________

Presidente da Comissão

__________________________________

Membro

__________________________________

Membro

128
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES

1. O encarregado do PT deverá ser militar possuidor de curso de formação ou


especialização relativa ao material que é objeto do Parecer Técnico.

2. Em se tratando de material de consumo, quando o encarregado do PT


concluir pela descarga do material, o parecer dará origem a um TEAM. Se
necessário participará o fato à DAL, para fins de instauração de SR ou IPM.

3. O encarregado do PT deverá apresentar suas conclusões no prazo de


10 (dez) dias úteis, prorrogável uma única vez pela autoridade que o
determinou, por mais 5 (cinco) dias úteis.

129
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

ANEXO “D”

RELATÓRIO DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS (RIT)

(RPM)

(OPM)

Visto:_______________________________

Comandante Diretor ou Chefe.

1. MATERIAL AVALIADO

2. EMPREGO DO MATERIAL

3. ASPECTOS AVALIADOS

4. SUGESTÕES

5. CONCLUSÃO

Local e data

ASS: _______________________________

Nome do autor, Posto/Graduação

Função.

130
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

RELATÓRIO DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS

(INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO)

1. Encarregado do preenchimento

Qualquer militar, em princípio o usuário direto do material, orientado pelo seu


comandante imediato.

No caso do recebimento de material novo, será elaborado pelo Chefe da SAT


ou por militar designado pelo comandante da UA.

2. Encaminhamento

Diretamente à Diretoria de Apoio Logístico (DAL), por intermédio de ofício do


comandante da Unidade.

3. Preenchimento do texto

Os RIT deverão ter, obrigatoriamente, os itens enumerados no exemplo de


RIT.

Abaixo seguem algumas orientações sobre o preenchimento de cada item


do texto:

a. Material avaliado

Deverá conter a nomenclatura do material ou equipamento.

Deve ser confeccionado um relatório para cada material ou equipamento. Se


houver modelos diferentes para o mesmo tipo de material, um relatório para
cada modelo.

No caso de defeito do material, deverá ser encaminhada uma ou mais


amostras para fins de análise.

Em se tratando de coletes, munições convencionais ou de menor potencial


ofensivo deverá constar o número do lote de fabricação.

131
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Exemplo:

Material: pistola cal .40, marca IMBEL, modelo GC MD7 LX

Material: Espargidor GL 108 Oc Mini, marca Condor, Lote 26

b. Emprego do material

Como e em quais situações foi empregado o material.

Se possível, acrescentar ilustrações, fotografias, vídeos, etc.

Devem-se evitar comentários de natureza não técnica como: características


gerais, quantidade de material recebido, entre outros.

b. Aspectos a serem avaliados:

De acordo com as observações obtidas durante o emprego do material,


enumerar os aspectos avaliados, classificando-os como MUITO BOM, BOM,
REGULAR, RUIM OU PÉSSIMO.

No caso do material ser classificado como RUIM ou PÉSSIMO, deverá ser


descarregado, mediante a confecção do respectivo TEAM.

d. Sugestões

Neste campo deverão ser colocadas sugestões como:

a. orientações de emprego do material que possam ser repassados a outras


Unidades;

b. modificações e melhorias de manuais ou documentações técnicas;

c. proposta de adaptações, melhorias ou modernização;

d. qualquer outro tipo de sugestão que seja considerada pertinente.

e. Conclusão

Deverá constar se o material em questão atende ou não ao emprego a que


se destina, se deve ser melhorado, adotado ou não pela Corporação ou
continuar sendo utilizado na PMMG.

4. Frequência de elaboração

132
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

A elaboração do RIT deverá ocorrer nas seguintes situações:

a. após o recebimento de material novo, com base nos dados coletados junto
aos usuários, obedecendo-se os prazos máximos estipulados;

b. em qualquer época, a critério do comandante da UA, por determinação da


DAL, da RPM ou do EMPM;

c. após a utilização do material em atividade operacional ou de treinamento,


que tenha permitido a avaliação do desempenho, cujo resultado, na visão do
comandante de qualquer escalão, tenha trazido informações que devam ser
transmitidas ao escalão superior.

O RIT poderá ser confeccionado, de iniciativa, por qualquer militar usuário


de material disponibilizado pela PMMG e deve ser endereçado ao seu chefe
direto.

133
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

ANEXO “E”

(RPM)

(OPM)

TERMO DE EXAME E AVERIGUAÇÃO DE MATERIAL

Nº___/20___

1. NOMEAÇÃO DE COMISSÃO: BI nº_____, de ___/___/20___

2. MATERIAL PERTENCENTE À CARGA DO (A) _________________ (UA)

3. EXAME DO MATERIAL

a. Identificação do material – nomenclatura, quantidade, tipo, marca, modelo,


ano de fabricação, número de série e de chassi, fornecedor, valor de inclusão
em carga, data de inclusão, horas de funcionamento ou quilometragem.

b. Estado geral – descrever com precisão – e com base no apurado exame


procedido no PT – as avarias dos principais componentes do equipamento.
(Evitar expressões genéricas, tais como: em mau estado, inservível, imprestável
ou avariado).

134
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

4. AVALIAÇÃO DE CUSTOS E PARECER

a. Análise de custos:

1) preço atual do material novo;

2) valor de mercado do material usado;

3) custos de recuperação do material.

Obs: Não é necessária a observação desse item para os casos de baixa de


materiais com o prazo de validade expirado.

b. Parecer:

1) conveniência de recuperação;

2) recuperação antieconômica; ou,

3) baixa devido ao término do prazo de validade.

5. CONCLUSÃO

Indicar a conveniência da recuperação e a destinação do material (no caso de


inservibilidade)

Quartel em ____________________ de _________ de 20___

______________________

Presidente

______________________

Membro

______________________

Membro

135
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

(Folha 2 do anexo E)

EXEMPLOS DE DESPACHO DO TERMO DE EXAME E AVERIGUAÇÃO DE


MATERIAL

(devem constar no verso da última folha do TEAM)

a. 1º Exemplo

Despacho

1. Seja o material recolhido para recuperação (especificado no item 2 do


presente Termo), imputando-se os prejuízos a terceiros.

2. Seja efetivada a baixa do material.

3. Publique-se este despacho.

Em ____/____/20____

____________________________

Comandante, Diretor ou Chefe.

Publicado no BI nº _____/_____/20____

b. 2º Exemplo (material controlado)

Despacho

1. Seja efetivada a baixa do material.

2. Seja o presente termo encaminhado com o PT à autorização de baixa.

3. Publique-se este despacho.

136
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

(Folha 3 do anexo E.)

TERMO DE EXAME E AVERIGUAÇÃO DE MATERIAL

(INSTRUÇÕES COMPLEMENTARES)

1. Considerar o material recuperável quando:

a) o custo de manutenção não ultrapassar o percentual de 40% do valor do


material novo;

b) o custo de manutenção for inferior ao seu valor real como material usado;

c) a taxa de amortização ainda permitir a produção de serviços a preço de


mercado;

d) o material não tiver atingido a obsolescência.

2. Considerar a recuperação antieconômica quando:

a) Não atender às condições citadas em 1.a., 1.b. ou 1.c. acima;

b) As peças de reposição tiverem saído da linha de produção, mediante


comprovação do fornecedor.

3. Os membros da CPARM devem ser criteriosamente escolhidos e seus


integrantes devem possuir experiência e conhecimento técnico.

4. Para o caso da opção pela baixa e posterior alienação, indicar a conveniência


da desmontagem do equipamento para o aproveitamento de peças.

5. Os termos mal elaborados ou realizados com desídia serão devolvidos pela


DAL, com vistas à correção das falhas existentes e com a recomendação para
adoção das medidas disciplinares cabíveis.

137
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

ANEXO “F”

TERMO DE DOAÇÃO

(Este modelo de termo de doação deve ser adotado em possíveis doações


de material permanente ou de consumo, sendo indispensável ao processo).

(RPM)

(OPM)

TERMO DE DOAÇÃO

(UE RECEPTORA)

1. Pelo presente termo, doo à Polícia Militar do Estado de Minas Gerais,


representado neste instrumento na pessoa do Sr _______________________
(Comandante, Diretor ou Chefe) do (a): __________________________o(s)
seguinte(s) material (is):

Nº DE VALORES (R$)
ESPECIFICAÇÃO
ORDEM
UNITÁRIO TOTAL

SOMA TOTAL

Ou: o montante de R$ _____, que deverá ser empregado na aquisição dos


seguinte(s) material (is): (relacionar), destinado(s) ao (citar fração).

138
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

2. Importa a presente doação o valor de R$___________________________


____).

_____________________,______/____/____

Local/data

_____________________________________

Assinatura do doador do material

_____________________________________

RG

_____________________________________

CPF/CGC

139
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

(Folha 2 do anexo F)

(RPM)

(OPM)

TERMO DE DOAÇÃO

DESPACHO DO COMANDANTE DA UNIDADE:

Após a análise deste termo, relativo à doação de R$_______________ , para a


aquisição de (identificação do material), resolvo pelo:

a) Indeferimento (citar razões).

b) Aceitação.

c) Aceitação com ressalvas (citar).

d) Encaminhar os autos à DAL, para análise e deliberação do gestor.

Publique-se este despacho.

Em________________, ____/____/20____

____________________________

Comandante, Diretor ou Chefe.

Publicado no BI Nr _____/_____/20____

140
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

DESPACHO DIRETOR DE APOIO LOGÍSTICO

Após a análise deste termo, relativo à doação de R$_______________, para a


aquisição de (identificação do material), resolvo pelo:

1 Deferimento;

2. Indeferimento (citar razões)

Em________________, ____/____/20____

____________________________

Diretor de Apoio Logístico

Publicado no BI nº _____/_____/20____

141
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

ANEXO “G”

ESTANDE DE TIRO

1 Legislação

A legislação brasileira, em especial o R-105, encarregou o Exército de


controlar a comercialização e utilização de produtos controlados no
mercado. Em virtude disso, por meio de documentações técnicas, a Força
Federal estendeu seu controle sobre a construção e funcionamento de
estandes de tiro, com a edição, pelo Departamento de Fiscalização de
Produtos Controlados (DFPC), das Normas Técnicas Sobre Estandes de Tiro e
da Instrução Técnico-Administrativa nº 19/99-DFPC.

Também compete aos municípios, segundo a legislação local, autorizar a


construção e funcionamento de estandes de tiro.

Na PMMG, além da legislação citada anteriormente, o funcionamento


e construção de estandes são orientados por este Manual, por meio de
Diretrizes Logísticas e outras estabelecidas pela DAL.

É importante frisar que, para funcionarem, os estandes de tiro da PMMG


devem estar instalados em imóveis do Estado, vinculados à Corporação,
pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (SEPLAG), devendo
a Unidade, conforme Resolução 2.897, de 08 de junho de 1983, possuir
planta de título de propriedade; planta e memorial descritivo do terreno;
planta baixa das obras e benfeitorias, laudo de avaliação e termo de
responsabilidade.

2 Construção de estandes de tiro na PMMG

As construções de novos estandes obedecerão às orientações contidas em


documentos doutrinários e às da DAL e APM, no que couber, bem como
dependerão da disponibilidade financeira.

A Unidade interessada na construção de um estande de tiro em suas


dependências deverá, inicialmente, identificar um local compatível que,
além de atender às legislações próprias, já mencionadas, não poderá
ser nas proximidades da Seção de Assistência à Saúde (SAS), hospitais,

142
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

colégios, Companhia Escola, vias públicas e locais afins, em virtude do


barulho inerente ao disparo de uma arma de fogo. Não sendo possível, o
estande deve ser totalmente coberto e possuir revestimento apropriado para
evitar a propagação do som.
O próximo passo é identificar o número mínimo de raias de tiro que
o estande deve possuir. Para tanto, é necessário conhecer o efetivo da
unidade a ser treinado e as atividades programadas para o treinamento
anual com armas de fogo. O estudo deve considerar a utilização mínima de
160 dias letivos, pela manhã e à tarde.
Durante todo o processo de construção, a DAL deverá supervisionar as
atividades previstas no planejamento da obra.
Ressalta-se que o número de raias de um estande de tiro não pode ser
inferior a 5.
2.1 Dimensões e características dos estandes de tiro
2.1.1 Estandes até 50 m
Um estande de até 50 metros deve possuir as seguintes características:
a) ser circundado por muros ou barreiras físicas (área de contenção);
b) possuir área ou barreira de contenção, pára-balas, caixa de areia, linha
de alvos, alvos, linhas de tiro, raias e área de circulação interna, separada
fisicamente das linhas de tiro.
c) ter o seu piso nivelado horizontalmente;
d) ter o seu pára-balas, instalado ao nível do solo, com inclinação que
permita o direcionamento do projétil para a caixa de areia, e ter uma
distância mínima de 1 metro da parede imediatamente atrás do pára-
balas;
e) os pára-balas instalados sobre as linhas de tiro não devem permitir
que o atirador, posicionado na linha de tiro, aviste o céu à sua frente;
f) na linha de alvos, o centro do alvo deve estar a 1,40 metros,
aproximadamente, do solo e, no mínimo, 1,25 metros da base do pára-
balas;
g) os centros dos alvos devem estar a uma distância de 1,25 metros do
outro;

143
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

h) o primeiro e último alvo devem estar a uma distância de


aproximadamente 1 metro da parede lateral;

i) possuir os alvos fixos, com um suporte preso no piso do estande, de


modo a não permitir vibração apreciável em condições normais;

j) possuir alvos de fácil identificação por meio de uma numeração


correspondente, pintada ou fixada;

k) os números dos postos devem possuir tamanho suficiente para


serem facilmente vistos, sob condições normais de visão, na distância
adequada;

l) a numeração dos alvos deve ser pintada em cor que contraste e seja
visível durante todo o treinamento;

m) ter a numeração dos postos iniciada da esquerda para a direita, tendo


como referência a frente do atirador voltada para a linha de alvos;

n) contemplar raias com 1,25 metros de largura;

o) possuir linhas de tiro dispostas a cada 5 metros, a partir da face dos


alvos na linha de alvos, podendo possuir, ainda, a linha de 7 metros;

p) as distâncias correspondentes às linhas de tiro devem ser pintadas


nas paredes laterais, a uma altura de 50 centímetros do solo, em cor
que contraste com a cor da parede; a pintura da linha de tiro tem início
na base do número de marcação da distância e percorre todo o piso
até a base do número na parede oposta;

p) para o estande em que o piso for pavimentado, as linhas de tiro


pintadas no solo devem possuir as marcas que delimitam as raias de
tiro;

q) para os estandes em que o piso não for pavimentado, as linhas


de tiro serão marcadas na parede, seguindo da base do número que
marcar a distância até o solo;

r) 5 metros após a última linha de tiro, deve haver uma barreira física,
com altura mínima de 1 metro e que possibilite acesso ao estande;
essa barreira servirá para delimitar o final das linhas de tiro e o início
da área de circulação interna do estande, e é destinada aos militares
que não estão sendo empregados na atividade prática de tiro;

144
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

s) a área de circulação do estande conterá, além do espaço para o


deslocamento dos treinandos, uma arquibancada, com capacidade mínima
para 30 pessoas assentadas.

Pára-balas e caixa de areia

FIGURA 18– Estrutura do Estande de Tiro

2.1.2 Estandes acima de 50 metros

O estande, com linhas de tiro que ultrapassam 50 metros de distância dos


alvos, diferencia-se do estande de até 50 metros na altura do centro do alvo
até o chão, o qual deve ser superior a 1,60 metros do solo.

3 Segurança

São condições mínimas de segurança a serem observadas durante a


construção de um estande de tiro:

a) os pára-balas devem ser instalados de maneira que impeça qualquer tipo


de ricochete descontrolado;

145
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

FIGURA 19 - Disposição do pára-balas no estande de tiro.

b) as paredes não devem possuir saliências ou colunas à vista;

c) não devem ser utilizados alvos metálicos;

d) nos estandes somente é permitido o uso de armas com cartuchos de


projéteis múltiplos e armas automáticas, no regime de tiro “rajada”, até a linha
de tiro de 15 metros;

e) nos estandes não será permitido o uso da primeira e da última raia, próximas
às paredes, quando a munição em uso for o cartucho de projéteis múltiplos e,
nas armas automáticas, o regime de tiro for “rajada”;

f) é obrigatório o uso de óculos de proteção e protetores de ouvidos para


os professores, para os atiradores, para os que estiverem na segurança,
para os auxiliares e para os demais que estiverem dentro da área de tiro;
também é obrigatória a utilização de óculos para aqueles que usam óculos
de grau;

g) durante o treinamento com armas de fogo nos estandes, deve haver


previsão de equipe médica de prontidão e de ambulância; o encaminhamento
da escala para o Comando da Unidade é de responsabilidade da Seção de
Recursos Humanos.

146
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

Para o estande de tiro do complexo da Gameleira, a Diretoria de Saúde (DS)


providenciará escala entre as Unidades com sede na capital. No Centro de
Instrução da Polícia Militar (CIPM), a DS elaborará escala junto à 2ª RPM.

Para efetivação da escala de responsabilidade da DS, o CMB encaminhará,


até 15 dias antes do início do calendário de tiro anual, a agenda para os
estandes do complexo da Gameleira e do CIPM. A APM encaminhará para
o CMB o calendário de tiro dos cursos 30 dias antes do início do calendário
de tiro anual.

A Unidade que obtiver agenda no estande do complexo da Gameleira


ou no CIPM, fora do planejamento anual de tiro, poderá dispensar equipe
médica, caso nesses estandes haja escala previamente estabelecida pela
DS. Se não houver escala, a Unidade deverá providenciar equipe médica
de prontidão e ambulância.

Quando a atividade de tiro for realizada em estande de outra Unidade


da PM, em estandes próprios de Unidades da RMBH, de organizações
militares ou de entidades privadas, a responsabilidade de escalar a equipe
médica e a ambulância é da Unidade que executa o treinamento.

A composição básica para equipe médica é estabelecida por diretrizes da


DS.

4 Estandes em funcionamento

4.1 Visitas técnicas

Durante as visitas técnicas, a DAL terá a responsabilidade de inspecionar


o estande da Unidade visitada. A ferramenta a ser utilizada será o laudo
técnico das instalações do estande de Unidade.

No laudo constarão as condições da infraestrutura e o parecer de


“LIBERADO” para as atividades de treinamento com armas de fogo, as
“RESTRIÇÕES” de uso ou “INTERDIÇÃO”. O laudo é válido por 5 anos.

Caso o estande esteja interditado, a Unidade interessada providenciará


os orçamentos e projetos para correção, encaminhando-os à DAL para
análise e aprovação, conforme estabelecem as normas em vigor.

Nos casos em que a APM julgar as condições de uso do estande inadequadas


para o treinamento, encaminhará as informações pertinentes às restrições
encontradas para a DAL, com cópia para a Unidade visitada.

147
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

A DAL, no prazo de 60 dias, fará visita técnica à Unidade visitada pela APM
para expedição de laudo, apontando as medidas corretivas necessárias para a
liberação. Se não houver visita técnica da DAL dentro desse prazo, o estande
será considerado INTERDITADO.

As restrições apontadas pela DAL e pela APM não serão motivo de


interdição do estande, desde que a Unidade responsável por sua gestão
providencie a correção integral dos apontamentos. O prazo para que
a Unidade efetue as modificações descritas no laudo é de 12 meses
contados a partir da notificação da DAL.

Após as correções apontadas, a DAL fará nova visita em até 60 dias e expedirá
novo laudo.

O Diretor de Apoio Logístico publicará o ato de restrição de uso ou interdição


de estande em BGPM.

4.2 Condições de restrição de uso de estande de tiro

O estande de tiro será considerado com RESTRIÇÃO quando apresentar as


seguintes condições:

a) linhas indicadoras de distância apagadas ou sem metragem;

b) armações de alvos danificadas;

c) falta de materiais próprios de uso nos estandes, como alvo, obreias e


material de fixação dos alvos;

d) instalações físicas deterioradas;

e) outras, apontadas em laudos.

4.3 Condições de interdição de uso de estande de tiro

O estande será considerado interditado quando não oferecer as condições


mínimas de segurança e utilização. Os critérios para INTERDIÇÃO são:

a) pára-balas com estrutura danificada;

b) infraestrutura comprometida;

c) sistema de exaustão danificado, para os estandes fechados;

148
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

d) uso de munições de impacto diverso do estabelecido por laudo da


DAL;

e) falta de condições de segurança;

f) outros, apresentados em laudos técnicos.

5 Utilização dos estandes

Os estandes destinam-se:

a) ao ensino e treinamento com armas de fogo dos integrantes da PMMG;

b) às práticas desportivas internas de tiro;

c) ao treinamento com armas, munições, equipamentos e apetrechos


operacionais para os militares, devidamente programado pelo comando da
Unidade;

d) ao atendimento das necessidades do Sistema de Defesa Social.

5.1 Responsabilidades

Para a correta gestão e conservação do estande, devem ser atribuídas


responsabilidades aos administradores e aos usuários.

5.1.1 Administradores do estande

A administração e o provimento de materiais dos estandes de tiro das


Unidades ficam sob a responsabilidade da SAT da Unidade, exceção feita
ao estande localizado no complexo da Gameleira e o CIPM que são de
responsabilidade do CMB.

Os gestores dos estandes terão a responsabilidade de:

a) manter o estande em condições de funcionamento;

b) prever e prover as necessidades logísticas;

c) manter a limpeza das instalações;

d) instruir os professores de tiro quanto ao uso correto do estande;

e) elaborar e coordenar o calendário de tiro, juntamente com o Adjunto


de Ensino e Treinamento;

149
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

f) controlar e registrar o uso e acesso das dependências do estande.

g) controlar os materiais empregados na execução de tiro;

A confecção da agenda para os estandes do complexo da Gameleira e do


CIPM é de responsabilidade da APM e CMB.

Os professores de tiro e seus auxiliares somente podem usar os estandes


se participarem de treinamento específico de sua utilização. Na RMBH este
treinamento ficará a cargo do CMB e, nas demais RPM, ficará a cargo da SAT.
O militar da SAT encarregado do treinamento dos professores e auxiliares
na Unidade deve possuir o treinamento difundido na DAL.

5.1.2 dos usuários

Os usuários do estande devem:

a) cumprir as regras de utilização e de segurança do estande;

b) manter e conservar o estande limpo;

c) recolher os estojos deflagrados.

6 Proibições

Nos estandes é proibido:

a) adentrar com armas e munições diversas das que foram estabelecidas


para treinamento e avaliação, salvo aquelas conduzidas por equipe de
segurança;

b) realizar atividades com munições químicas (exceto no CIPM);

c) manusear armas fora da linha de tiro;

d) portar armas alimentadas e carregadas fora da linha de tiro;

e) fumar;

f) consumir bebidas alcoólicas;

g) a entrada de militares com sintomas de ingestão de bebidas alcoólicas


ou embriagados;

150
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

h) a entrada de militares sob efeito de medicamentos de uso controlado


que afete sua capacidade motora ou mental;

i) usar telefones celulares, os quais devem permanecer desligados


durante o treinamento;

j) locar o estande, salvo nos casos legais de locação de bens públicos;

k) usar armas de fogo e munições particulares durante as atividades


programadas de treinamento e avaliação com armas de fogo; fora da
atividade programada, o uso de armas de fogo e munições particulares
de militares pode ser autorizado pelo comando da Unidade, mediante
solicitação escrita; com cópia do registro da arma própria e recibo de
aquisição da munição, documentos que devem permanecer arquivados
na SAT; no despacho de autorização, o comando da Unidade deve prever,
obrigatoriamente, o acompanhamento de professor de tiro e equipe
médica, com ambulância.

151
REFERÊNCIAS

BARREIRO JR., Hélio. Limpeza técnica de armas de fogo. Magnum,


São Paulo, Ano 11, n. 62, p. 34-38, jan./fev. 1999.

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1983.

BRASIL. Decreto nº 3.665, de 20 de novembro de 2000. Dá nova


redação ao regulamento para fiscalização de produtos controlados
(R – 105). Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, DF, 21 nov. 2000.

BRASIL. Decreto nº 99.658, de 30 de outubro de 1990. Regulamenta


no Âmbito da Administração Pública Federal, o Reaproveitamento,
a Movimentação, a Alienação e outras Formas de Desfazimento de
Material. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, DF.

BRASIL. Decreto nº 5.123, 1º de julho de 2004. Diário Oficial da


República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 02 jul
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Rio de Janeiro: Escola de Material Bélico do Exército. 1972.

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de Janeiro: Escola de Material Bélico do Exército. 1972.
BRASIL. Exército Brasileiro. Instrução Técnico-Administrativa do
Departamento de Fiscalização de Produtos Controlados nº 19, de
18 de novembro de 1999. Brasília, DF. Disponível em: http://www.Dfpc.
eb.mil.gov.br/Institucional/Legislacao/Estandesinstrutoresfirmas_
Tiro/ITA 19-99.DOC>. Acesso em: 04 set. 2009.

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BRASIL. Exército Brasileiro. Normas Técnicas Sobre Estandes de


Tiro do Departamento de Fiscalização de Produtos Controlados.
1982. Brasília

BRASIL. Lei n.10.826, de 22 de dezembro de 2003. Dispõe sobre


registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre
o Sistema Nacional de Armas – SINARM, define crimes e dá outras
providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Poder Executivo, Brasília, DF, 23 dez 2003.

BRASIL. Lei n. 11.706 de 19 de Junho de 2008. Diário Oficial da


República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 jun.
2008.

FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS DE LINS. Curso


de Administração. Apostila de Administração de Recursos Materiais e
Patrimoniais. Lins, SP, 2005. Disponível em: < http://apostilas.netsaber.
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GUIMARO JÚNIOR, Orlando. Elementos Formadores da


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Geral da Polícia Militar nº 028. Belo Horizonte, MG, 16 abr 2002.

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de dezembro de 1994. Boletim Geral da Polícia Militar nº 231. Belo
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154
MANUAL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARMAMENTO E MUNIÇÃO - MADAM

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Instrução da Diretoria de Apoio


Logístico nº 01, de 10 de março de 2005. Boletim Geral da Polícia
Militar nº 023. Belo Horizonte, MG, 29 mar 2005. Primeira Parte,
Assuntos Normativos. p. 1063-1069.
MINAS GERAIS. Polícia Militar. Instrução n.º 058/2006-DAL, de 16 de
novembro de 2006. Belo Horizonte, MG.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Manual de Administração do


Armamento e Munição da PMMG, 1991. Resolução nº 2.482, de 13
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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº 2.897, de 08 de junho de


1993. Boletim Geral da Polícia Militar nº 113. Belo Horizonte, MG,
26 jun 1993. Primeira Parte, Assuntos Normativos.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº 3.283, de 10 de maio de


1996. Boletim Geral da Polícia Militar nº 037. Belo Horizonte, MG,
14 maio 1996. Primeira Parte, Assuntos Normativos.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº 3.654, de 23 de março de


2002. Boletim Geral da Polícia Militar nº 027. Belo Horizonte, MG,
11 abr 2002. Primeira Parte, Assuntos Normativos. p. 1231-1246.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº. 3.759, de 27 de abril de


2008. Boletim Geral da Polícia Militar nº. 016. Belo Horizonte: MG,
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MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº. 3.890, de 08 de novembro


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Assuntos Normativos. Belo Horizonte: Polícia Militar de Minas Gerais,
2006.p. 4692-4714.

155
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº 3066, 09 de maio de 1994.


Boletim Geral da Polícia Militar nº 085. Belo Horizonte, MG, 10 Maio
2005.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº 3.961, de 25 de Fevereiro


de 2008. Altera o Regulamento da DAL (R-106) que contém a sua
estrutura e as responsabilidades.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Resolução nº 4.023, de 30 de abril de


2009. Separata do Boletim Geral da Polícia Militar nº 035. Belo
Horizonte, MG, 14 maio 2009. Primeira Parte, Assuntos Normativos.
p. 17.
MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão.
Decreto nº 45.018, de 21 de janeiro de 2009. Minas Gerais, Diário do
Executivo, Belo Horizonte, MG, p. 1 col. 2.

156
Página: ( - 157 - )

( - SEPARATA DO BGPM Nº 95 de 20 de dezembro de 2011 -)

(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL

CONFERE COM O ORIGINAL:

JOÃO SUSSUMU NOGUCHI, TEN CEL PM


AJUDANTE-GERAL

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